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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE SOFALA

DIRECÇÃO PROVINCIAL DE EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO


HUMANO

BEIRA AOS 2018-07-25

Elaborado por: quediassepcebola@gmail.com

Professor Cebola
Professor Cebola
APOSTÓLICA DE GEOMETRIA DESCRITIVA

DESENHO E GEOMETRIA DESCRITIVA

Enquadramento Conceptual

Vivemos na Terra, um dos planetas do sistema solar cujo centro é uma estrela – o Sol. Este
corpo luminoso é a nossa principal fonte de luz natural. O nosso planeta, tal como os outros,
são corpos iluminados. Assim, na Terra temos horas de dia, com luz recebida do Sol, e horas
de noite, quando o local onde vivemos está na parte da Terra que não recebe directamente luz
do Sol. Quando não temos luz solar, usamos vários processos de iluminação (ex. energia
eléctrica) recorrendo a outros corpos luminosos (fontes de luz artificiais) tais como a lâmpada,
a vela e o candeeiro a gás. Os objectos que recebem a luz emitida por estes são corpos
iluminados. Vemos o que nos rodeia devido ao fenómeno luminoso que é a propagação da luz
através do espaço, do vazio e dos meios transparentes, como o ar, o vidro e outros. A luz
propaga-se, num mesmo meio, em linha recta e em todas as direcções. Um raio luminoso
representa uma direcção de propagação de um feixe luminoso estreito, usando uma linha recta
na qual, com uma seta, indicamos o sentido de propagação

SOMBRAS DE DUM PONTO

A sombra na Geometria Descritiva é uniforme, ao contrário da realidade.

Os componentes básicos da sombra (de um ponto neste caso) são os seguintes:

L – fonte luminosa;

l – raio luminoso;

A – objecto (ponto) exposto à situação luminosa;

As – sombra do ponto A no plano α (ponto de intersecção do raio luminoso l com o plano α).

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Exemplo:

Figura 1

FONTE LUMINOSA

A fonte luminosa pode situar-se a uma distância finita (considera-se um foco luminoso) ou a
uma distância infinita (considera-se uma direcção luminosa).

DIRECÇÃO LUMINOSA CONVENCIONAL

A direcção luminosa convencional (ou direcção convencional da luz) é considerada a


direcção luminosa ideal para as pessoas dextras escreverem. A luz provém de cima, da
esquerda e de trás, com um ângulo de amplitude de cerca de 35º 26’. É convencionalmente
representada por φº. As projecções da recta l (raio luminoso da direcção convencional da
luz) fazem 45º com o eixo x.

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Exemplo:

Figura 2

SOMBRA PROJECTADA, SOMBRA PRÓPRIA E SOMBRA ESPACIAL

A sombra projectada (ou produzida) é a sombra que um objecto produz numa superfície.

A sombra própria é a parte do objecto que se encontra sombreada.

A sombra espacial é a porção do espaço compreendida entre a sombra própria e a sombra


projectada. Exemplo:

Figura 3

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SOMBRA REAL E SOMBRA VIRTUAL

A sombra real é a sombra que um objecto produz na superfície do primeiro plano de


projecção que intersecta o raio da sombra (o raio luminoso depois de passar pelo objecto).
Só há uma sombra real por objecto. Só se contempla casos no 1.º diedro.

A sombra virtual é a sombra que um objecto produz na superfície de outros planos que
intersecta o raio da sombra, depois de ter intersectado o primeiro plano de projecção. Pode
haver mais de que uma sombra virtual.

Para simplificar as anotações, são omitidas as projecções da sombra real e da sombra


virtual no eixo x.

Exemplo:

Figura 4

SOMBRA DE UM SEGMENTO DE RECTA

Noção de Ponto de Quebra

Pretende-se a sombra real do segmento de recta [AB] nos planos de projecção.

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Em alternativa à solução indicada em baixo, seria possível localizar o ponto de quebra
(ponto Q) através da intersecção do segmento de recta da sombra virtual do ponto A (Av) e
da sombra real do ponto B (Bs) com o eixo x.

Exemplo:

Figura 5

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SOMBRA DE UM SEGMENTO DE RECTA NÃO PARALELO AOS DOS PLANOS
DE PROJECÇÃO

1. Pretende-se a sombra real do segmento de recta oblíqua [AB].

Exemplo:

Figura 6

ENTENDIMENTO ESPACIAL DA SOMBRA DE RECTAS

Para determinar a sombra de uma recta nos planos de projecção, conduz-se pela recta, um
plano luz/sombra (ou plano luminoso), definido pela recta e pela direcção luminosa (quando
se trata de uma fonte luminosa situada a uma distância infinita), ou definido pela recta e pelo
foco luminosos (quando se trata de uma fonte luminosa situada a uma distância finita).

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Exemplo:

Figura 7

MÉTODO DAS SOMBRAS VIRTUAIS

Para determinar a sombra projectada de uma figura plana nos planos de projecção, pode-se
recorrer à determinação da sombra real ou sombra virtual dos pontos (vértices) da figura
plana.

MÉTODO PLANO LUZ/SOMBRA PASSANTE

Outra forma de determinar a sombra projectada de uma figura plana nos planos de
projecção, é através de um plano luz-sombra passante que localiza os pontos que a figura
plana projecta sobre o eixo x, ou seja os pontos de quebra da sombra. Direcção luminosa no
lado esquerdo, e foco luminoso no lado direito.

MÉTODO PARA IDENTIFICAÇÃO DA SOMBRA PRÓPRIA NUMA FIGURA


PLANA

Apesar de na maioria das vezes ser aparente a face da figura plana que está sombreada, existe
um método para determinar a sombra própria numa figura plana. Considerar um movimento
rotativo qualquer e analisar a partir do mesmo vértice, a sequência na figura e na figura-
sombra. Se as duas sequências apresentam a mesma ordem, a face visível está iluminada.

as seguintes situações:

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Sombra própria - tracejado paralelo ao eixo x, em ambas as projecções;

NORMAS PARA OS TRACEJADOS DAS SOMBRAS

Apesar do desenho digital possibilitar um sombreado regular, existem normas consensuais


para a indicação de sombras em desenho a papel, utilizando um tracejado com

Sombra projectada nos planos de projecção, via direcção luminosa – tracejado


perpendicular à direcção luminosa, em ambas as projecções;

Sombra projectada nos planos de projecção, via foco luminoso – tracejado a 45º (a.d.) em
ambas as projecções, ou seja perpendicular às projecções da direcção convencional da luz.

FIGURAS PLANAS CONTIDAS EM PLANOS NÃO PARALELOS AOS PLANOS DE


DESENHO

Pretende-se a sombra projectada do quadrado [ABCD] nos planos de projecção, situado no


1.º diedro e contido num plano de topo λ, considerando um foco luminoso L.

Determinar as sombras reais dos quatro vértices do quadrado.

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Como as sombras reais existem em planos diferentes, há pontos de quebra, que serão obtidos
via o método das sombras virtuais (como opção). Exemplo:

Figura 8

CÍRCULOS CONTIDOS EM PLANOS PARALELOS A UM DOS PLANOS DE


PROJECÇÃO

No caso dos círculos, primeiro é averiguar se a sombra tem pontos de quebra, através do
método do plano luz/sombra passante. Se a recta de intersecção do plano luz/sombra
passante com o plano que contém o círculo, é exterior ao círculo, não há pontos de quebra.

Pretende-se a sombra projectada do círculo nos planos de projecção, situado no 1.º diedro e
contido num plano horizontal ν, considerando direcção convencional da luz.

Determinar a parte da sombra que se situa no SPHA, que será um segmento de círculo.

Determinar a parte da sombra que se situa no SPFS, que será uma elipse; através de um
quadrado que inscreve o círculo na projecção horizontal, transpondo o círculo para o
paralelograma na projecção frontal para desenhar a sombra.

Professor Cebola
Exemplo:

Figura 9

LINHA SEPARATRIZ LUZ/SOMBRA

No caso de figuras planas, apenas uma das faces pode ter sombra própria. No caso dos
poliedros, pode haver mais do que uma face com sombra própria.

A divisão entre as faces com sombra prórpia e sem sombra própria é designada por linha
separatriz luz/sombra.

A linha separatriz luz/sombra limita tanto a sombra própria como a sombra projectada.

Para determinar a linha separatriz luz/sombra é necessário recorrer ao plano tangente


luz/sombra, através do ponto de intersecção entre a recta de intersecção dos planos tangentes
luz/sombra e o plano da base.

Para determinar a linha separatriz luz/sombra é necessário recorrer a planos tangentes


luz/sombra, através do ponto de intersecção entre a recta de intersecção dos dois planos
tangentes luz/sombra e o plano da base.

Exemplo:

Professor Cebola
Figura 10

PROSSEDIMENTO PARA SOMBRAS DE SOLIDO

Para os casos de pirâmides ou cones, os planos tangentes luz/sombra contêm o vértice do


sólido.

Para os casos de foco luminoso para prismas ou cilindros, a recta de intersecção será paralela
às arestas laterais do sólido, e passa pelo foco luminoso.

Para os casos de direcção luminosa em prismas ou cilindros, a recta de intersecção será entre
o plano luz/sombra e o plano da base.

Exemplo:

Professor Cebola
Figura 11

MÉTODO PARA A DETERMINAÇÃO DA LINHA SEPARATRIZ LUZ/SOMBRA

caso de pirâmides com a base em planos horizontais, frontais ou de perfil

1. Conduzir um raio luminoso l pelo vértice da pirâmide.

2. Determinar o ponto de intersecção I do raio luminoso l com o plano de base.

3. Conduzir pelo ponto de intersecção I, as rectas tangentes à base da pirâmide.

4. Obter as arestas laterais da linha separatriz luz/sombra.

SOMBRA PRÓPRIA E SOMBRA PROJECTADA DE POLIEDROS COM BASES


HORIZONTAIS OU FRONTAIS

Pretende-se a sombra própria e sombra projectada da pirâmide quadrada nos planos de


projecção, considerando um foco luminoso.

Conduzir um raio luminoso l pelo vértice da pirâmide.

Determinar o ponto de intersecção do raio luminoso l com o plano de base.

Conduzir pelo ponto de intersecção I, as rectas tangentes à base da pirâmide.

As arestas laterais [BV] e [DV] são duas arestas da linha separatriz luz/sombra.

Professor Cebola
Exemplo:

Figura 12

MÉTODO PARA A DETERMINAÇÃO DA LINHA SEPARATRIZ LUZ/SOMBRA

Caso de prismas com as bases em planos horizontais, frontais ou de perfil

1. Conduzir uma recta (recta r) paralela às arestas laterais e um raio luminoso (raio l), por um
ponto qualquer exterior (ponto P).

2. Determinar a recta de intersecção (recta i), entre o plano (plano α) definido pelas rectas a e
l’, e o plano da base de referência do prisma.

3. Conduzir, as rectas tangentes (rectas t e t’) à base de referência do prisma.

4. Obter as arestas laterais da linha separatriz luz/sombra.

Pretende-se a sombra própria e sombra projectada do prisma hexagonal oblíquo no plano


de desenho, considerando a direcção luminosa convencional. O prisma está situado no 1.º
diedro e tem as bases contidas em planos horizontais.

Professor Cebola
Conduzir uma recta (recta a) paralela às arestas laterais e um raio luminoso (raio l), por um
ponto qualquer exterior (ponto P).

Determinar a recta de intersecção (recta i), entre o plano (plano α) definido pelas rectas a e l, e
o plano da base de referência do prisma.

Conduzir, as rectas tangentes (rectas t e t’) à base de referência do prisma.

As arestas laterais [CC’] e [FF’] são duas arestas da linha separatriz luz/sombra.

Os pontos de quebra podem ser obtidos através das sombras reais, ou com linhas paralelas às
arestas laterais [CC’] e [A’F’], que são respectivamente arestas frontal e horizontal.

Exemplo:

Figura 13

MÉTODO PARA A DETERMINAÇÃO DA LINHA SEPARATRIZ LUZ/SOMBRA

Caso de cones com a base em planos horizontais, frontais ou de perfil

1. Conduzir um raio luminoso l pelo vértice do cone.

Professor Cebola
2. Determinar o ponto de intersecção I do raio luminoso l com o plano de base.

3. Conduzir pelo ponto de intersecção I, as rectas tangentes à base do cone.

4. Obter as geratrizes da linha separatriz luz/sombra.

SOMBRA PRÓPRIA E SOMBRA PROJECTADA DE CONES COM BASES


HORIZONTAIS OU FRONTAIS

Pretende-se a sombra própria e sombra projectada nos planos de projecção do cone de


revolução, situado no 1.º diedro, com a base contida no Plano de nivel, considerando um foco
luminoso.

Conduzir um raio luminoso l pelo vértice do cone.

Determinar o ponto de intersecção do raio luminoso l com o plano de base.

Conduzir pelo ponto de intersecção I, as rectas tangentes à base do cone.

As rectas l’1 e l’2 são tangentes à base do cone nos pontos A e B. A linha separatriz
luz/sombra contém os segmentos [AV] da geratriz g, e [BV] da geratriz g’.

Exemplo:

Professor Cebola
Figura 14

MÉTODO PARA A DETERMINAÇÃO DA LINHA SEPARATRIZ LUZ/SOMBRA

caso de cilindros com as bases em planos horizontais, frontais ou de perfil

1. Conduzir uma recta (recta r) paralela às geratrizes do cilindro e um raio luminoso (raio l),
por um ponto qualquer exterior (ponto P).

2. Determinar a recta de intersecção (recta i), entre o plano (plano λ) definido pelas rectas r e
l, e o plano da base de referência do cilindro.

3. Conduzir, as rectas tangentes (rectas t e t’) à base de referência do cilindro.

4. Obter as geratrizes da linha separatriz luz/sombra.

SOMBRA PRÓPRIA E SOMBRA PROJECTADA DE CILINDROS COM BASES


HORIZONTAIS OU FRONTAIS

Professor Cebola
Pretende-se a sombra própria e sombra projectada nos planos de projecção do cilindro de
revolução, situado no 1.º diedro, com as bases contidas em planos frontais, considerando
direcção convencional da luz.

Conduzir uma recta (recta r) paralela às geratrizes do cilindro e um raio luminoso (raio l), por
um ponto qualquer exterior (ponto P).

Determinar a recta de intersecção (recta i), entre o plano (plano α) definido pelas rectas r e l, e
o plano da base de referência do cilindro.

Conduzir, as rectas tangentes (rectas t e t’) à base de referência do cilindro.

As rectas t e t’ são tangentes à base do cilindro nos pontos T e T’. A linha separatriz
luz/sombra contém os segmentos [TG] da geratriz g, e [T’Q] da geratriz g’.

Averiguar se a sombra tem pontos de quebra, através do método do plano luz/sombra


passante. Se a recta de intersecção do plano luz/sombra passante com o plano que contém a
base, é exterior à linha separatriz luz/sombra, não há pontos de quebra.

Exemplo:

Figura

Professor Cebola

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