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Manual de Geometria Euclidiana e

Descritiva

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino á Distância
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA i

Direitos de autor

Todos os direitos dos autores deste módulo estão reservados. A reprodução, a locação, a
fotocópia e venda deste manual, sem autorização prévia da UCM-CED, são passíveis a
procedimentos judiciais.

Elaboração: Nelson Vasco Bila

Revisão Científica:

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
825018440
23311718
Moçambique

Fax: 23326406
E-mail: eddistsofala@ucm.ac.mz
ii Índice

Agradecimentos
Agradecimentos

Agradeço a colaboração dos seguintes indivíduos e/ou pessoa colectiva na revisão/elaboração


deste manual:

Por ter financiado a revisão deste Módulo Ao Centro de Ensino à Distância da UCM.

Por ter me confiado na elaboração e revisão A Coordenação do curso na pessoa de


deste módulo Fernando Alfredo Muchanga.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA iii

Índice
Visão geral 1
Bem-vindo a Geometria Euclidiana e Descritiva ............................................................ 1
Objectivos do curso ....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 2
Como está estruturado este módulo................................................................................ 3
Habilidades de estudo .................................................................................................... 4
Precisa de apoio? ........................................................................................................... 4

Unidade 01 5
Definições de Euclides .................................................................................................. 5
Introdução ............................................................................................................ 5

Unidade 02 11
Plano e espaço de incidência........................................................................................ 11
Introdução .......................................................................................................... 11

Unidade 03 23
Axiomas de incidência................................................................................................. 23
Introdução .......................................................................................................... 23

Unidade 04 26
Distância ..................................................................................................................... 26
Introdução .......................................................................................................... 26

Unidade 05 32
Ordenação nas rectas ................................................................................................... 32
Introdução .......................................................................................................... 32

Unidade 06 47
Ângulos e triângulos .................................................................................................... 47
Introdução .......................................................................................................... 47

Unidade 07 53
Separação no plano ...................................................................................................... 53
Introdução .......................................................................................................... 53
iv Índice

Unidade 08 72
Medição angular .......................................................................................................... 72
Introdução .......................................................................................................... 72

Unidade 09 81
Definições de Euclides ................................................................................................ 81

Unidade 10 95
Desigualdades geométricas .......................................................................................... 95
Introdução .......................................................................................................... 95

Unidade 11 101
Definições de Euclides .............................................................................................. 101
Introdução ........................................................................................................ 101

Unidade 12 108
Perpendicularidade no espaço .................................................................................... 108
Introdução ........................................................................................................ 108

Unidade 13 112
Paralelismo ................................................................................................................ 112
Introdução ........................................................................................................ 112
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA v

Unidade 14 117
Projecções paralelas e semelhança de triângulos ........................................................ 117

Unidade 15 124
Paralelismo no espaço ............................................................................................... 124

Unidade 16 127
Noção de projecção ................................................................................................... 127

Unidade 17 135
Representação da linha recta ...................................................................................... 135

Unidade 18 153
Representação Diédrica do Plano ............................................................................... 153

Unidade 19 170
Processos geométricos auxiliares ............................................................................... 170

Unidade 20 198
Representação diédrica de figuras planas ................................................................... 198

Unidade 21 226
Intersecção de dois planos ......................................................................................... 226

Unidade 22 234
Intersecção de rectas com planos ............................................................................... 234

Unidade 23 240
Projecções de sólidos geométricos ............................................................................. 240
Bibliografia ............................................................................................................... 280
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 1

Visão geral

Bem-vindo a Geometria
Euclidiana e Descritiva

Neste módulo procura-se em primeiro lugar familiarizar os estudantes apresentando tarefas e


suas respectivas resoluções que na sua maioria serão acompanhadas pelas respectivas
descrições o que facilitará ao estudante perceber como é que se chegou a uma determinada
solução.

Objectivos do curso
GERAL:

 Estudar as propriedades das figuras geométricas Euclidianas


planas e suas possibilidades de construção com régua e
compasso, com rigor matemático, preparando o futuro
professor à prática docente de tal conteúdo.

ESPECIFICOS:
2 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

 Compreender a Geometria como um sistema dedutivo;

 Intuir e demonstrar resultados da Geometria;

 Aplicar conhecimentos geométricos na resolução de problemas;


Objectivos
 Empregar as construções com régua e compasso como
instrumento para a aprendizagem e o ensino de Geometria;

 Interpretar geometricamente objetos algébricos;

 Executar construções geométricas a partir de resultados


algébricos.

Quando terminar o estudo de Geometria Euclidiana e Descritiva será


capaz de:

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles que transitaram para o 2º
Ano da UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBUIQUE -
CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 3

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED
encontram-se estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias

Um índice completo.

Uma visão geral detalhada do módulo, resumindo os aspectos-


chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção
antes de começar o seu estudo.

Conteúdo do módulo

O módulo está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma


introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade
incluindo actividades de aprendizagem.

Outros recursos

Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma


lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos que
inclui livros, artigos ou sites na internet podem serem encontrados
na página de referências bibliográficas.
4 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação

Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final das


unidades. Sempre que necessário, inclui-se na apresentação dos
conteúdos algumas actividades auxiliares que irão lhe ajudar a
perceber a exposição dos restantes conteúdos.

Comentários e sugestões

Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer


comentários sobre a estrutura e o conteúdo do módulo. Os seus
comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este
módulo.

Habilidades de estudo
Para suceder-se bem neste módulo precisará de um pouco mais da sua
dedicação e concentração. A maior dica para alcançar o sucesso é não
ignorar os textos que são apresentados como descrição para obter as
figuras assim como, tentar sempre que resolver uma tarefa apresentar a
descrição de todo o processo. Não ignore as actividades auxiliares pois as
restantes actividades podem depender delas!

Precisa de apoio?
Em caso de dúvidas ou mesmo dificuldades na percepção dos conteúdos
ou resolução das tarefas procure contactar o seu professor/tutor da
cadeira ou ainda a coordenação do curso acessando a plataforma da
UCM-CED Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 5

Unidade 01

Definições de Euclides

Introdução

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Elaborar uma panorâmica histórica do

Objectivos desenvolvimento da Geometria ao longo dos


séculos, pontuada por alguns dos marcos mais
significativos.

Este capítulo introdutório destina-se a familiarizar o leitor com alguns antecedentes históricos
da geometria e a enquadrar alguns conhecimentos elementares que por ventura que por
ventura possua. Após a sua leitura, deve fazer uma ideia dos traços fundamentais da
concepção axiomática de Euclides, como exposta nos Elementos, e dos aspectos distintivos de
algumas das abordagens do problema de paralelas ao longo dos tempos. Não é essencial que
compreenda todos os pormenores técnicos das tentativas falhadas da resolução de problemas
de paralelas.
1.1 origem da geometria

A geometria tem origem provável na agrimensura ou medição de


terrenos, no Egipto antigo, segundo o historiador grego Heródoto
(sec. V a. C.), mas é certo que muitas outras civilizações antigas
possuíam conhecimentos de natureza geométrica, da Babilónia `a
China, passando pela civilização Hindu. O termo “Geometria’
deriva do grego geometrein, que significa medição de terra (geo =
terra, metrein = medir).
Em tempos recuados, a geometria era uma
ciência empírica, uma colecção de regras
práticas para obter resultados aproximados. Os
babilónicos, entre 2000 e 1600 a. C., consideram o valor de π
(razão entre o perímetro e o diâmetro duma circunferência) como
6 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

sendo igual a 3, valor este que também se encontra mencionado


escritos chineses antigos e ‘e utilizado por arquitectos romanos,
apesar de alguns povos como os judeus e os Egípcios
22 16
conhecerem aproximações melhores, como e ( )2. Os
7 9
geómetras egípcios acertavam, por vezes no resultado correcto,
como no caso do cálculo do volume de um tronco de pirâmide de
base quadrada, outras vezes grosseiramente, como na área de
um quadrilátero, calculada como se fora um rectângulo. Os
babilónicos eram bastante mais avançados que os egípcios em
aritmética e álgebra e conheciam bem o famoso teorema cuja a
primeira demonstração é atribuída aos pitagóricos muitos séculos
mais tarde.

1.2 Algumas definições de Euclides

2. Um ponto é o que não tem partes


3. Uma linha é uma extensão de largura
4. As extremidades de uma linha são pontos
5. Uma linha recta [segmento] é uma linha que assenta
igualmente com todos os seus pontos.
6. Uma superfície é uma extensão somente com comprimento e
largura.
7. As extremidades de uma superfície são linhas.
8. Uma superfície plana é uma superfície que assenta
igualmente com todas as linhas rectas sobre ela.
9. Um ângulo plano é a inclinação entre duas linhas num plano
que se encontra [numa extremidade comum] mas não estão
contidas numa linha recta.
10. E quando as linhas contendo o ângulo, são linhas rectas, o
ângulo diz – se rectilíneo.
11. Quando uma recta cai numa linha recta de modo a fazer igual
os ângulos adjacente, cada um dos ângulos diz – se recto, e a
linha recta que cai sobre a outra diz – se perpendicular a ela.
12. Um ângulo obtuso é um ângulo maior do que um ângulo recto.
13. Um ângulo agudo é um ângulo mais pequeno do que um
ângulo recto.
14. Uma fronteira é o que é uma extremidade de alguma coisa.
15. Uma figura é o que está limitado por uma ou mais fronteira.
16. Um círculo é uma figura plana limitada por uma linha de tal
modo que, todas as linhas rectas que caem nela partindo de
um mesmo ponto situado dentro da figura são iguais.
17. E o ponto é chamado o centro do círculo e a linha que limita o
circulo é uma circunferência, e as linhas rectas que caem nela
partindo do centro são os raios].
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 7

18. Um diâmetro de um círculo é uma linha recta passando pelo


centro do círculo e terminando na circunferência do círculo,
bissectando o círculo […].

23. Linhas rectas paralelas são linhas rectas que no mesmo plano
e prolongadas indefinidamente em ambas as direcções jamais se
encontram.

1.3 Postulados e noções comuns

Os postulados são posições geométricas específicas. “ Postular “


significa “ pedir para aceitar”.

Os três primeiros são, na realidade, construções com régua e


compasso. A régua é o “ instrumento” que efectua a primeira
construção e o compasso é “ instrumento” que efectua a
construção referida no terceiro postulados.
Tudo quanto Euclides necessitava para a teoria básica ou “
elementar “ dos elementos.
A seguir a cada postulado desenhemos uma figura ilustrativa

1. Construir uma linha recta de um ponto para o outro ponto.

2. Prolongar continuamente uma linha recta numa linha recta

3. Construir um círculo (uma circunferência) com centro de raio


dados

4. Todos os ângulos rectos são iguais


8 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

5. Se uma linha recta cai em duas linhas rectas de forma a que os


dois ângulos internos de um mesmo lado sejam em conjunto, ou
em soma, menores que dois ângulos rectos, então as duas linhas
rectas, se forem prolongadas independentemente, encontram-se
num ponto do mesmo lado em que os dois ângulos são menores
que os dois rectos.

Aos postulados seguem – se as noções comuns ou axiomas. São


cinco proposições supostamente de conhecimento geral e
universalmente aceites. As três primeiras são de natureza lógica.

1.4 As noções comuns são as seguintes:


1. Coisas que são iguais a uma mesma coisa são; iguais entre si.
2. Juntando iguais a iguais, e totais são iguais.
3. Subtraindo iguais de iguais, as diferenças são iguais.
4. Coisas que coincidem uma /com outra são iguais; uma a outra.
5. O todo é maior do que a parte.

Teorema (Euclides)

Dado um segmento AB, existe um triângulo equilátero com lado


AB.
A demonstração de Euclides é a mesma que fazemos, hoje em
dia, excepto num ponto, literalmente falado:

Considerando a circunferência com centro


A e raio AB (postulado 3))
E a circunferência com centro em B e raio
AB (igual a AB), e sendo C um dos pontos
de intersecção das duas circunferências, o
triangulo ABC é equilátero.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 9

Teorema (Euclides I.4,LAL)

Dados ABC e
DEF, se

, A
De =
, então
ABC = DEF

Teorema de Pitágoras (Euclides I 47)

Em triângulos rectângulos, o quadrado sobre o lado oposto ao


ângulo recto é igual aos quadrados sobre os lados contendo os
nos ângulos rectos.
(O estudante é convidado a demonstrar o teorema)

Tarefas
1. O verdadeiro ou falso
a) Postulados (ou axiomas) são asserções que são aceites, sem
mais justificação, enquanto teoremas são asserções
demonstratíveis utilizando os postulados9 e as definições)
b) Os postulados de Euclides permitem demonstrar que existem
pontos.
c) Por definição, um ângulo recto é um ângulo de 90o.
d) A geometria de Euclides é uma teorização do desenho rigoroso.

2.utilize uma noção comum para mostrar que se A e B são pontos


de uma circunferência de centro O e raio ,
então e são congruentes.

3. Acha que o postulado 5 é óbvio ou evidente? Explique a sua


resposta.
10 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

4. Tente recordar as seguintes construções com régua e


compasso, sem preocupação justificativa de existência de pontos,
etc.

a) Dado um segmento , construir um segmento perpendicular a


, que corte AB no seu ponto médio.

b) Dado um segmento e um ponto P em , construir um


segmento perpendicular a passando pelo ponto P.

c) Dado um segmento e um ponto P não em , construir uma


recta perpendicular a passando por P.

d) Dado um segmento e um ponto P não em e nem em


nenhum prolongamento de , construir um segmento paralelo a
passando por P. (Tenha em conta o teorema dos ângulos
alternos internos e as construções b) e c).

5. Deduza um critério de congruência de segmentos.

6. A partir do diagrama seguinte, tente construir uma


demonstração do teorema de Pitágoras pelo método de
dissecção.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 11

Unidade 02

Plano e espaço de incidência

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Definir as estruturas geométricas mais simples de

Objectivos todas, as chamadas estruturas ou espaços de


incidência que, em particular, podem ser planos
de incidência.

 Evidenciar os conteúdos, através de exemplos de


sistemas de axiomas interpretáveis em tais
estruturas.

Introdução

Ao longo dos séculos os matemáticos e geómetras, foram


levados, gradualmente, a considerar que os significados
tradicionais (Euclides) de termos como “ponto”, “linha recta”
podiam e deviam, em certas circunstâncias, ser modificados e
generalizados de modo a se poderem adaptar a novas realidades
ou estruturas. Foram assim, levados a conceber o método
axiomático em moldes mais gerais do que o proposto por
Euclides: Termos primitivos sem nenhum significado privilegiado
imposto `a partido e axiomas mais ou menos arbitrários.
Deste modo, convidamos o leitor a apreciar o que o novo modelo
axiomático troce.

2.1 Definição

Um plano de incidência e uma estrutura da forma   ( E, , g )


12 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Onde:

1) E é um conjunto não vazio, o domínio ou suporte de  , a


cujos elementos chamados pontos (de  );
2)  é um conjunto, a cujos elementos chamados linhas
(de  );
3) ∩  = ,, isto é, pontos e linhas são coisas distintas;
4) g é uma relação de para  , quer dizer, g  x ,
chamada relação de Incidência de pontos com linhas.
Um espaço de incidência é uma estrutura de forma

 = ( ,  , p , g , g),

Em que ( ,  , g ) é um plano de incidência e, alem disso,

2’) p e um conjunto, a cujos elementos chamamos planos (de  )

3’) ∩ p = , isto e, pontos e planos são coisas distintas;

3’’)  ∩ p = , isto e, linhas e planos são coisas distintas;

4’) g  x p , quer dizer, g e uma relação de para p , chamada


relação de incidência de pontos com planos.

Nada é dito sobre o número (cardinal) de linha ou de planos, ou


sobre quantos pontos há no espaço (quer dizer, no conjunto ).
Observa-se ainda que um plano de incidência ( ,  , g ) pode ser
encarado, de maneira trivial, com um espaço de incidência

2.2 Definição

Seja  um espaço de incidência. Dizemos que:

(i) A linha r incide com o plano  sse todo o ponto que incide
com r incide com  ;
(ii) A linha r é paralela `a linha s sse r = s ou r e s incidem
com um mesmo plano mas não existe nenhum ponto
que incide com r e com s;
(iii) O plano  é paralelo ao plano  sse  =  ou não
existe nenhum ponto que incide com  e com  .
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 13

Pode-se observar que a definição de paralelismo não implica a


existência de pares de linhas estritamente paralelas. Pode bem
acontecer que num dado plano ou espaço de incidência que uma
linha só seja paralela a si mesma, e analogamente para planos.

Exemplos
1. Suponhamos = (A,B,C,D),  ={r,s,t,u}, g =
({B,r),(C,s),(D,s)}.
Então  = ( ,  , g ) e um plano de incidência com a
particularidade de o ponto A não incidir com nenhuma linha
e de nenhum ponto incidir com as linhas t ou u. Somente o
ponto B incide com r, e os dois pontos C, D incidem com s.
como e finito, toda esta informação acerca de  pode ser
condensada numa tabela ou matriz de incidências, em que
“1” significa incidência e “0” significa não incidência :

A mesma informação pode ser representada num diagrama


sugestivo:

Neste exemplo, cada linha e paralela a todas as outras.

2.Seja = IR2= {( x,y): x  IR  y  IR} o plano cartesiano


usual, e seja  1 o conjunto das linhas rectas usuais, que são
os conjuntos de pontos da forma
Com a, b, c  IR, a e b não ambos nulos. A
incidência e a pertença usual: um ponto
(x0,y 0) pertence a recta r de equação
cartesiano ax + by + c = 0 sse ax0 + by0 + c = 0. Então g 1 =
14 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

(IR2,  1) e um plano de incidência que e chamado, por


motivos óbvios, o plano de incidência cartesiano real.

3. Sejam A,B,C,D quatro objectos distintos, = {A,B,C,D}, 


= {{A,B}, {A,C}, {A,D}, {B,C}, {B,C}, {C,D}}, P = {{A,B,C},
{A,B,D},{ A,C,D}, {B,C,D}}. ambas as incidências são
pertenças. ( ,  , p ) é um espaço de incidências, uma de
incidência de pontos com linhas e outra de incidências de
pontos com planos. O diagrama da página sequente e
bastante mais sugestivo, mais não se veja nele mais do que
é Conveniente: embora pareça um segmento, a linha (A,B) é
somente um conjunto com os dois pontos A e B; embora
pareça uma face de um tetraedro, o plano {A,B,C}, neste
exemplo é somente o conjunto com os três pontos A,B,C.
neste exemplo de espaço de incidência, não há pares de
linhas estritamente paralelas, nem a pares de planos
estreitamente paralelos.

2.3. O espaço de incidência cartesiano real


(tridimensional)

É o espaço de incidência com suporte IR3, com as linhas


rectas usuais e os planos cartesianos usuais, definidos pelas
respectivas equações cartesianas. Assim um plano é um
conjunto de pontos de forma.

  {( x, y, z )  IR 3 ; ax  by  d  0}

Com a, b, c não todos nulos, e uma linha recta é o conjunto


das soluções de um sistema de duas tais equações aix + biy
+ ciz + di = 0 (i = 1,2) com (a1,b1,c 1) não proporcional a (a2, b2,
c 2), quer dizer, como a intersecção de dois planos não
paralelos.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 15

2.4 Definição
Sejam  = ( ,  , g ) e  ’= ( ’, ’, g ’) plano de incidência. Um
isomorfismo de  em  ’ ou entre (  e  ’) é uma aplicação
tal que:
(1) é uma bijecção
(2) aplica pontos em pontos e linhas em linhas
(3) preserva as incidências, isto é, para qualquer ponto A e
qualquer linha tem-se (A, )  g sse ( A, )  g'

Os planos de incidência  e dizem-se isomorfos este existe

isomorfismo entre  e  ’ Um isomorfismo entre  dizem-se


um automorfismo de 

As condições de (1) e (2) significam que as rescrições e

são aplicações objectivas de

No caso de g= a

condição (3) exprime que para quaisquer ponto se tem.

sse

Um isomorfismo entre planos de incidência também se chama


uma colineação. Escrevemos para exprimir que é
uma isoformismo de

Exemplos:

Seja  = ( ) onde com r = (A, B), s


= (A,C), t = (B,C). Seja ainda

é definida do seguinte modo para quaisquer

tem-se (m,n) e g sse m é


factor de n (isto é m divide n).
16 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

É fácil verificar que a função definida por:

É um isomorfismo entre  e  '

2.5 Axiomas para os planos afins


(A1) para quaisquer dois pontos P e Q existe uma única linha que
incide com P e com Q.
(A2) para toda a linha r e todo o ponto P não incide com r existe
uma única linha s que incide com P e é paralela a r.
(A3) existe pelo menos quatro pontos tais que nenhuns três
incidem com uma mesma linha.

2.6 Definição

Um plano afim é um plano de incidência que satisfaz ou realiza


os axiomas dos planos afins. Diz – se, por esta razão, que um
plano afim é um modelo dos axiomas dos planos afins

Exemplos de planos afins

1. Seja

é um plano afin, ilustrado por um e outro dos diagramas


seguintes:
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 17

A verificação de que  é um plano afim é rotineira mas morosa,


pois a muitos casos a verificar para cada um dos axiomas. Note-
se por exemplo que para a Linha r2 = (A1 A3) e ponto A2, a única
linha que passa por A2 e é paralela a r2 é a linha r5= (A2, A4), não
se deixe enganar pela figura.

Este plano afim tem 4 pontos e 6 linhas existem muitos outros


planos afins finitos mais não se sabe, ainda, se existe algum plano
afim com exactamente 100 pontos.

2. O plano de incidência cartesiano real  1 = (IR2, 1) do


exemplo: 1,2,3,1 é um plano afim infinito. A verificação
deste facto é um exercício de geometria analítica plana
que aconselhamos.

Os axiomas de uma dada teoria querem-se independentes uns


dos outros, quer dizer, nenhum deles pode ser demonstrado a
partir dos restantes.
Mostramos que os axiomas dos planos afins são independentes
uns dos outros. Melhor dizendo, mostramos que cada um dos
axiomas é independente dos restantes. Fazemos isto utilizando
modelos de grupos de dois axiomas mas não é modelo do outro,
então este outro não pode ser dedutível dos primeiros, pois toda a
preposição dedutível dos primeiros é também satisfeita no mesmo
modelo por razoes já explicadas na secção 2.2.

2.7 Axiomas para os planos projectivos

(P1) = (A1).
18 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

(P2) para quaisquer duas linhas r e s existe um único ponto P que


incide com ambas.
(P3) = (A3)

2.8 O plano projectivo real P2

Fixemos ao arbítrio um ponto em 3, digamos a origem 0 de um


referencial cartesiano. Definimos um plano de incidência
2
 que é modelo dos axiomas (P1-P3) são chamados o

plano projectivo real. Os pontos de  (isto é os elementos de P2)


3
são as linhas rectas ordinárias de que passa por 01 as linhas

de (isto é os elementos ) são os planos ordinários de 3 que


passam por 01 e a relação de incidência é a inclusão ordinária ( ).
Vamos fazer a verificação formal dos axiomas.

 Verificação de (P1):
sejam P Q dois pontos
de P2, isto é, duas
rectas de 3 passando
por 0 e contendo essas
rectas, quer dizer, a
uma única linha de P2
passando por aqueles
dois pontos.

 Verificação de (P2): sejam r e s duas linhas de P2 isto é


dois planos de 3 passando por 0; então estes dois
planos intersectam – se numa linha recta ordinária que
passa por 0, que é um ponto de P2 comum as linhas r e
s.
 Verificação de P3: há, pelo menos, quatro rectas de 3
passando por 0 tais que nenhumas três são
complanares, quer dizer a pelo menos quatro pontos de
P2 tais que nenhumas são colineares.

2.9 Construção de um plano projectivo a partir de um plano


afim
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 19

Seja ( Um plano afim qualquer. Estendemos este

plano afim é um plano projectivo ) juntando


novos pontos, novas linhas e estendendo a relação de incidência

do segundo modo. Para cada linha velha r seja.

Pr = {t },
Que é a classe de equivalência de r para a relação de paralelismo,

onde se pede para provar que // é uma relação equivalente em )

para cada r Pr é chamada, por vezes, a direcção de r. Note-


se que Pr = Ps esse r//s. Cada Pr (r ) será ponto novo e será
chamado o ponto no infinito determinado por r; o conjunto de

todos estes pontos no infinito é designado e é chamado a


linha no infinito

= {Pr: r }
Ponhamos finalmente

{ }

Quer dizer, os pontos novos (os pontos de ) são os pontos


velhos (os de  ) juntamente com os pontos no infinito (as

direcções) e a linhas novas (as linhas de ) são as linhas velhas


(as de  ) com mais um ponto, Pr.’ e todos os pontos no infinito

incidem (via g ) com a linha no infinito, Deixamos a verificação

de que é um plano projectivo como exercício (opcional).

Também se pode mostrar que, quando o plano de partida é o


2
plano afim cartesiano real,  1 =( , 1), o plano

projectivo construído como acima é, a menos


2
de isomorfismo, o plano projectivo real,
20 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2.10 Axiomas para os planos hiperbólicos

(H1) = (A1)
(H2) para a linha r e todo o ponto P não incide com r existem, pelo
menos, duas linhas que incidem com P e são paralelas a r.
(H3) toda a linha incide com, pelo menos um ponto e existem, pelo
menos, quatro pontos tais que nenhuns três são colineares.

2.11 Uma lista de planos de incidência

Para efeitos de referencia futura, damos a seguir uma lista de


quinze planos de incidência alguns dos
quais já mencionado anteriormente. Em todos eles, cada linha é
um conjunto de pontos (os pontos que incidem com ela) e a
relação de incidência é .
2
  1= ( , 1) = plano de incidência cartesiano real. Trata-
se de um plano afim, como já se viu. As linhas de 1 são
2
as linhas rectas usuais de as verticais de equação de
formula x = a e as obliquas de equação da forma y = mx
+ b, com declive m.
  2 = (IR2, 2) = plano de incidência cartesiano racional, é
definido tal e qual como 1, mas em que os números
reais são substituídos pelos números racionais. A linha
recta de 2 que passa pelos pontos de coordenadas
racionais (x1,y1) e (x2, x2) tem por equação cartesiana.

As rectas de equações com os


são paralelas sse
a1b2,= a2b2 e não são paralelas nos outros casos,
intersectando-se no ponto de coordenadas racionais.
)

É também um plano afim. As formulas anteriores também se


aplicam ao plano  1 e ao modelo seguinte e, mais
geralmente, a qualquer modelo como  1 com substituído
por um corpo qualquer , obtendo-se sempre planos afins.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 21

 3= (C2,  ) = plano de incidência cartesiano complexo. É um


plano afim tal como  1 com o corpo C dos números
complexos no lugar de IR.

 4 = plano de incidência de Poincare. O suporte é o conjunto


dos pontos interiores ao circulo unitário de IR2,
2
 4= { : x2 + y2 }, e as linhas são de dois tipos
– Intersecções com o suporte de linhas rectas ordinárias de
2
passando pela origem;
– Intersecção com o suporte de circunferências ortogonais
ao bordo do círculo unitário, ou seja, ortogonais a
circunferência de centro na origem e raio 1: são os conjuntos
de pontos de forma.
4

 4 É um exemplo muito importante de plano hiperbólico.

1. Mostre que // é uma relação de equivalência no conjunto de


linhas de um plano afim, mas não é uma relação de equivalência
no conjunto das linhas de um plano hiperbólico

2. Seja  =( ) um plano projectivo, r0 um linha fixa. Defina-se

0= \ (P,r0

 0= 0

g 0= g \ 0 .

Prove que  0= 0, 0, 0) é um fim plano afim.

3. Seja  ,  , g ) um plano projectivo e


defina-se.
-1
*= ,  * = *=
22 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Prove que g *=( *, *, g *) é um plano projectivo o que será (  *)


*?
O fenómeno descrito neste exercício da pelo nome de dualidade
nos planos projectivos.

4. Prove que o plano de incidência do semi-plano superior não é


afim nem projectivo nem hiperbólico

5. Num plano de incidência, prove que este plano de incidência


não é isomorfo ao plano de incidência do semi-plano superior,
sugestões: figura seguinte em que, por P passam exactamente
duas paralelas a r e pense se é possível realizar esta situação em
plano de incidência do semi-plano superior:

6. Seja: 2= o corpo dos inteiros módulos 2 com as


operações + e, definidas pelas tabelas

+ 0 1 0 1

0 0 1 0 0 0

1 1 0 1 0 1

A semelhança de  2 e  3, considere o plano de incidência que se


obtêm de  1 substituindo em toda a parte os números reais por
elementos de 2.

(a) Determine os pontos e as linhas de tal plano de


incidência, a designar  16=( 2)2,  16).
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 23

Unidade 03

Axiomas de incidência

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Demonstrar alguns teoremas com base nos

Objectivos axiomas de incidência;

Introdução

Depois de termos visto na secção anterior, muitos exemplos de


estruturas geométricas e alguns axiomas muito simples
interpretáveis em tais estruturas, iniciamos agora o percurso que
nos conduz a uma axiomática moderna para a geometria
euclidiana. Listamos os axiomas de incidência para a geometria
plana, para a geometria espacial e deduzimos alguns teoremas.
3.1 Axiomas de Incidência

(I1) Para quaisquer dois pontos P e Q, existe uma só linha que


passa por P e Q.
(I2) Toda a linha contém, pelo menos dois pontos.
(I3) Existem pelo menos três pontos não colineares.
(I4) Para quaisquer três pontos não colineares existe um e um só
plano que passa pelos três pontos.
(I5) se dois pontos estão num plano, então a linha que passa por
esses dois estão contidas no plano
(I6) Se dois planos têm um ponto comum então a
intersecção dos dois planos é uma linha.
(I7) todo o plano contém pelo menos três pontos não colineares
(I8) Existe pelo menos 4 pontos não complanares.
24 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

3.2 Teorema
Duas rectas têm quando muito um ponto comum

3.3 Teorema
Se uma linha intersecta um plano mas não está contida no plano,
então a linha intersecta o plano num ponto

3.4 Teorema
Para qualquer linha  e qualquer ponto P, não em  existe um e
um só plano contendo a linha  e o ponto P.

Demonstração
Seja dados uma linha  e um ponto P não em  . A linha  tem,
pelo menos, dois pontos, digamos Q e R, pelo axioma (I2); os
pontos P, Q e R não são colineares, pois  = QR, por (I1), mas
P   . Pelo axioma (I4) existe um e um só plano = PQR. Por (I5),
   . Fica assim provado que existe, pelo menos, um plano
contendo a linha  e o ponto P. Este é o único plano nestas
condições, pois qualquer plano contendo a linha  e o ponto P
contem os pontos Q e R, logo é igual a , por (I4).

3.5 Teorema
Se duas linhas se intersectam, então a sua união está contida
num único plano

Demonstração
Apenas os passos principais deixando as justificações para o fim,
seja r e s duas linhas com um ponto comum digamos P. em r
existe, pelo menos um ponto distinto de P, digamos que Q.Q  s,
a linha s e o Q determinam um plano digamos mas nenhum
plano contem r e s.

Exercícios e complementos
1. Mostre que o espaço de incidência do exemplo 3 das
Paginas 72 é um modelo dos axiomas de incidência
.
2. De exemplo de:
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 25

a) Planos de incidência finitos que são modelos dos


axiomas (I1I3);
b) Planos de incidência infinito que são modelos dos
axiomas(I1I3).

3. Sejam P1,…P5 cincos pontos tais que nenhuns três são


colineares. Quantas linhas esses pontos determinam? E se
nenhuns quatros são complanares quantos planos é que eles
determinam?

4. Idem, com n>5 pontos P1,…,Pn.

5. Mostre, a partir dos axiomas (I), que;


a) O conjunto de todos os pontos não é uma linha;
b) Existe, pelo menos um plano;
c) Existe pelos menos dois planos;
d) Todo plano contem pelo – menos duas linhas;

6. Completa a demonstração do teorema 4 fornecendo


justificações para todos os poços.

7. Demonstre, a partir dos axiomas (I) os teoremas


seguintes:
a) Para todo o ponto P existe, pelo menos, uma linha
tal que 
b) Para todo o ponto P existe, pelo menos um plano tal
que P 
c) Se dois pontos paralelos (isto é )
intersectam um terceiro plano então as intersecções
são linhas paralelas.
26 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Unidade 04

Distância

Introdução

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Trabalhar com sistema de coordenadas em geral

Objectivos e em dois ou três planos particulares;

 Trabalhar com as propriedades básicas de


segmentos, semi-rectas, ângulos e triângulos;

 Saber provar que certo conjunto de pontos é ou


não é convexo, que certo conjunto de pontos está
ou não está contido em certo semi-plano;

Neste capítulo introduzimos postulados de natureza métrica, que


dizer, relativas a dist6ancias. Aos pontos, linhas e planos de um
espaço, acrescentaremos um novo conceito fundamental, o
conceito de distância. A cada linha do espaço será dada uma
estrutura especial (essencialmente, uma ordenação isomorfa `a
dos números reais), postulando a existência de um sistema de
coordenadas, que nos permite calcular distância entre pontos da

linha. Seguidamente, definimos alguns conceitos geométricos


importantes, como a relação estar entre, os segmentos, semi-
rectas, ângulos e triângulos, e a relação de congruência de
segmentos. Algumas propriedades básicas destes conceitos são
estabelecidas. A partir deste ponto pressupomos, e delas fazemos
uso sem menção especial, as propriedades básicas, algébricas,
de ordem topológica, do sistema de números reais, vulgarmente
conhecido como recta (analítica) real. Pressupomos além disso,
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 27

conhecimentos elementares da geometria analítica do plano


cartesiano, nomeadamente, propriedades das rectas cartesianas.
4.1 Distancias e Sistemas Coordenadas

Seja  = ( ,,  , p) um espaço arbitrário (possivelmente só com


um plano).
Pretende-se associar a cada par de pontos P e Q de  um
numero real d(P,Q) que será chamado a distancia de P a Q (ou
entre P e Q). Por outras palavras pretende-se uma função.

d: x , → IR

Chamada função distancia (submete-se: do espaço  ), a qual,


para merecer o nome que tem, deverá possuir, pelo menos, as
propriedades seguintes: para quaisquer pontos P, Q,  ,.

(D1) d(P,Q) ≥ 0;
(D2) d(P,Q) = 0 se e só se P = Q;
(D3) d(P,Q) = d(Q,P)

Observações

1. A propriedade (D1) diz-nos que uma distância entre


pontos P e Q é sempre não - negativa, enquanto (D2)
garante que ela só se anula para pontos P e Q iguais
ou coincidentes (propriedade do anulamento). A
propriedade (D3) exprime a simetria.

2. O numero real d(P,Q) também se denota, para


abreviar, dPQ, ou simplesmente PQ, mas é claro que
esta ultima notação é um pouco ambígua, por não
exibir a função didáctica d a qual se reporta (v
exercício 7 e seguintes). Sempre que não houver
possibilidade de confusão designamos a distancia de
P a Q por .

3. Alguns autores utilizam a notação


“ ”, ou ate │PQ│para designar a
mais simples preferível, atendendo a
28 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

que será utilizada mais vezes do que qualquer outra;


(ii) reservamos a notação “ ” para designar o
segmento de extremos P e Q (v. adiante)

4. O termo “distância” é utilizado em analise e em


topologia (espaços métricos) com um significado mais
restrito do que o estipulado acima nomeadamente,
em conjunção com uma quarta propriedade
fundamental, a chamada desigualdade triangular.

(D4) d(P,Q) ≤ d(P,R) + d(R,Q).

4.2 Teorema
A função distância d tem propriedades (D1-D2)

Demonstração
Sejam P e Q pontos quaisquer, e  uma linha passando por P e Q:

se P  Q, então  = [axioma (I1), se P = Q, então  é uma linha


qualquer passando por P (há, pelo menos, uma tal – porquê?).
Seja ainda f:   IR um sistema de coordenadas para  . Então

PQ = d(PQ) = |fP – fQ| 0.

4.3 Lema
Sejam  uma linha recta qualquer, f:   IR um sistema de
coordenadas para  , e g:   IR definida por g X = - fX, para
todo X   . Então g é um sistema de coordenadas para  .

Demonstração
Observe-se que g é bijectiva, por f o ser. Para concluir que g é um
sistema de coordenadas para  note-se que, para quaisquer P e Q
,
PQ = |fP – fQ| = |-fP – (-fQ)| = |gP – gQ|

4.4 Lema
Sejam  uma linha recta qualquer, f:   IR um sistema de
coordenadas para  , a  IR e h:   IR definida por
hX = fX + a, para todo X  
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 29

Então h um sistema de coordenadas para 

Demonstração (Exercício)

4.5 Teorema (de colocação de régua)


Sejam  uma linha qualquer, P e Q pontos distintos de  . Então
existe um sistema de coordenadas para  em que a coordenada
P é 0 e a coordenada Q é positiva.

Demonstração
Seja f um sistema de coordenadas para  , e ponhamos k = fP.
Definimos g:   IR pondo
gX = fX – k, para X  

Observa-se um g é um sistema de coordenadas para l, pelo lema


6, e que gP, = 0, mas gP ≠ Q. se Q > o não há nada mais a fazer;
se gQ < 0, defina-se h: l → R pondo.
H X = - gX, para todo X.
Em tem se um sistema de coordenadas para l nas condições
pretendidas.

4.6 Um modelo

Considerando o plano cartesiano real R2, ou melhor, o plano de


incidência
S1 = (R2, L1), podem ser definidas diversas funções d com as
propriedades (D1 – D3) e também a propriedade triangular (D4),
como é sabido. A mais conhecida ou privilegiada é a distancia
euclidiana dE definida por.

d ( P, Q)  ( x1  x 2 ) 2  ( y1  y 2 ) 2

Para que P = (x1,y1), Q = (x2,y2)

Exercícios complementares
1. Demonstre o lema 4.4
30 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2. Seja  a recta de  1 da equação y = 2x – 1. Determine: (i) Um


sistema de coordenadas f para  ; (ii0 f A, onde A(2,1); (iii) o ponto
C   tal que f(C) = -2 5 ; (iv) dE(A,C), de duas maneiras
diferentes (uma, utilizando f); (v) um sistema de coordenadas h
para  tal que há = 0 e hC > 0

3. Mostre que (a) toda linha recta tem uma infinidade de pontos,
(b) quaisquer duas linhas rectas são equipotentes

4. Seja f: ]0,a[  IR , onde a > 0, definida por

f(x) = logc
x
ax
Mostre que f é uma bijecção

5. Considerando o plano cartesiano racional  2 = (Q2,  2) e a


distancia euclidiana usual dE em Q2, mostre que:
(a) dE tem as propriedades (D1 – D4) [
(b) Não existe nenhuma função d; Q2 x Q2 → IR tal que (  2;d)
seja um modelo do axioma (D) [sugestão: tenha em conta uma
recta em  2 é equipotente a Q x Q e R não são equipotentes].

6. Supondo (  ;d) um modelo dos axiomas (I, D) e sendo k > 0


uma constante real, mostre que a função d 2: E x E → IR definida
por
d2 (P,Q) = kd(P,Q) = kPQ

tem as propriedades (D1 – D2). Mostre, alem disso, que d tem a


propriedade (D4) se d2 tem esta propriedade. O factor k representa
uma mudança de escala relativamente a d.

7. Seja é um um conjunto não vazio qualquer, d:E x E → R


definida por

0, seP  Q
d ( P, Q)  
1, seP  Q

Mostre que
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 31

(a) d tem as propriedades (D1 – D4) [a função d induz a chamada


métrica discreta em E];
(b) O axioma (D) não é consequência da existência de uma
função d:E x E → R com as propriedades (D1 – D4).

8. Num dado modelo (S:d) dos axiomas (I,D) , seja lg uma linha
fixa, k > 0 uma constante real. Defini-se d3 E x E → R por

kd ( P, Q ), seP, Q  l 0
d 3 ( P, Q)  
d ( P , Q )
Obviamente, d3 = d, se k = 1, mas d3 ≠ d, o facto mudança de
escala só actua nos pontos de  0. Mostre que:

(a) (  :d) é modulo de (D);


(b) De um exemplo de modulo (  :d) tal que a desigualdade
triangular (D4) não seja verdadeira em (  ;d3), com k ≠ 1.
32 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Unidade 05

Ordenação nas rectas

Introdução

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Nesta unidade vamos procurar basicamente

Objectivos estudar o conceito de estar entre a partir da


definição.

 Incluiremos o estudo da recta e semi-recta.

 Estudar as suas consequências, usando teoremas,


lemas e corolários ligados ao conceito.

Continuamos a trabalhar num espaço arbitrário (E;d), modelo dos


axiomas (I, D). Como já se disse, o conceito estar entre está
apenas implícito na geometria de Euclides. Não é definido em
nenhum sítio, embora Euclides tenha utilizado propriedades
necessárias deste conceito sempre que conveniente, numa base
puramente intuitiva. Passaram alguns séculos antes de ser
reconhecido que estar entre deve ser um estatuto técnico e as
suas propriedades básicas devem ser explicadas por axiomas ou
demonstradas a partir delas. O trabalho inicial de reconhecimento
e explicitação do conceito e suas propriedades foi reconhecida por
Moritz Pasch (1843-1930).
5.1 Definição
Para quaisquer pontos A, B e C, dizemos que B está entre A e C,
e escreve-se A-B-C, sse A, B, C são distintos, colineares e
AB + BC = AC
As primeiras propriedade que podemos estabelecer são uma
consequência imediata da definição.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 33

5.2 Teorema
Se A-B-C, então C-B-A

Demonstração
Supondo A-B-C, tem-se A, B, C distintos e colineares, e AB + BC
=AC, logo C, B e A são distintos, colineares e, tem-se CB + BA =
BC + CA = AB + BC = AC = CA, o que mostra que C-B-A.

Outra demonstração mais subtil, assenta no facto de a definição


3.2.1 ser “simétrica” relativamente a “A” e “C” na propriedade (D3)
e na comutatividade da adição em R todo o caso, foi necessário
utilizar a definição de “estar entre” na demonstração.

Intencionalmente, se B esta entre A e


C, a posição relativa destes pontos,
na recta que os contem, é como um
ou outro dos esquemas seguintes.

Para estabelecer outras propriedades utilizamos sistemas de


coordenadas. Em R, escrevemos a-b-c para exprimir que b esta a
e c, o que dizer que a < b < c ou c < b < a. É claro que, se a-b-c,
então c-b-a e vice-versa.

5.3 Lema
Seja l uma linha recta qualquer, J um sistema de coordenadas
para l, e A, B, C pontos de l de coordenadas a, b, c
respectivamente. Se a-b-c, então A-B-C.

Demonstração. Supondo a-b-c, tem-se (i) a < b < c ou (ii) c < b <
a mas, em qualquer dos casos, a, b e c são distintos, logo os
pontos A,B,C são distintos, e é claro que são colineares pois estão
todos sobre a recta l. Falta ver que AB + BC = AC. Ora, no caso
(i), tem-se

AB = │fA - fB│= │a - b│= b – a,

E analogamente BC = c – b e AC = c – a, donde
34 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

AC = c – a = (c - b) + (b - a) = AB + BC
E portanto, A-B-C.

A propriedade recíproca da anterior (isto é, sob a mesma


hipótese, se A-B-C, então a-b-c), também é valido, como veremos
adiante.

5.4 Teorema
Para qualquer três pontos colineares A, B, C um e um só deles
esta entre os outros dois.

Demonstração
Seja A, B, C distintos e colineares, e  a recta que os cotem. Seja
f um sistema de coordenadas para  e ponhamos a = fA, b = fB, c
= fC respectivamente. Ora, a, b e c são três números reais
distintos, logo um (a um só) deles está entre os outros dois, quer
dizer, tem-se uma e uma só das condições
a-b-a, a-c-b, b-a-c

Donde se pode concluir, pelo lema anterior, que se tem uma das
condições
A-B-B, A-C-B, B-A-C

Respectivamente falando provar que qualquer uma destas


condições exclui as outras duas. Suponhamos que é a primeira
que vale; A-B-C. Não pode ter-se também A-C-B pois, caso
contrário, das igualdades AB + BC = AC e AC + CB = AB
obteríamos somando membro a membro
AB + BC + AC + CB = AC + AB,

Donde simplificando 2BC = 0

O que implicaria BC = 0, isto é, B = C, o que contraria a hipótese


de que B e c sejam distintos

5.5 Corolário
(a) Se A-B-C, então não se tem A-C-B
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 35

(b) Se A-B-C, então, para qualquer sistema de coordenadas f para


a recta que passa por A, B e C, tem-se fA-fB-fC

5.6 Teorema (de Cantor - Dedeking)


Para toda a recta  , existe um isomorfismo de ordem entre  e o
conjunto ordenado de números reais, isto é, uma objecção f:
  IR tal que, para quaisquer pontos A, B e C   se tem A-B-C
sse fA-fB-fC

5.7 Teorema
Sejam A e B pontos distintos, então:
(1) Existe, pelo menos um ponto C tal que A-C-B;
(2) Existe, pelo menos, um ponto D tal que A-B-D.

Demonstração. Seja  , a recta que passa por A e B e f um


sistemas de coordenadas para  , ponhamos a = fA, b = fB, e
suponhamos sem perda de generalidade, que a < b. Então.
a+b
a< 2 < b < b + 1.
O que implica, por f ser objectiva, a existência de pontos C e D
conforme requerido em (1) em (2).

5.8 Teorema
(a) Se A-B-C e B-C-A, então A-B-D e A-C-D.
(b) Se A-B-C e A-D-C, então A-B-C, A-D-B-C ou B = D.
Convidamos o estudante a demonstra-lo

5.9 Um modelo pombalino


Especialmente interessante para a obtenção de contra – exemplo
é o modelo plano que descrevemos a seguir. Os pontos em recta
são exactamente como para S1 = (iR2, L1), mas a função distancia
em diferentes da Euclidiana. Definimos, para P = (x1, y1), Q = (x2,
y2)

dp(P,Q) = (x1, - x2) + (y2 - y2)

a que chamamos distancia pombalina entre P e Q.


36 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

É claro que x1 = x2 ou y1 = y2 (quer dizer, P, Q estão na mesma


avenida ou rua). Então dp(P,Q) = dp(P,Q) mas, nos outros casos
dp(P,Q) ≠ dp(P,Q). Para rectas verticais ou horizontais não há
qualquer problema em arranjar sistema de coordenadas (os
mesmos que no modelo euclidiano). E para as outras também,
não se atenderemos ao seguinte.

É fácil relacionar do com dE em rectas não


verticais nem horizontais e, a partir dai,
obter sistemas de coordenadas para tais
rectas (exercício), o que prova que (S1dp)
é modelo de (D). De facto, para uma recta
l que não é paralela a nenhum eixo de
coordenada, digamos de equação y = mx
+ b, e sendo P = (x1 + y1) e Q = (x2 + y2)
pontos de l, portanto com x1 ≠ x2 e y1 y2,
tem-se x1 – x2 = m(y1 – y2), donde.

dp(P,Q) = |x1 – x2| + |m(x1 – x2)| = |x1 – x2| (1 + |m|),

Mas por outro lado,

dE(P,Q) = |x1 – x2| 1  m 2 ,


E portanto

1 | m |
dp(P,Q) = d E ( P, Q )
1  m2

5.10 Segmentos e rectas

A relação estar entre permite definir as figuras rectilíneas básicas


que são os segmentos e as semi-rectas e, a partir destas, os
ângulos e triângulos

5.11 Definição
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 37

Para quaisquer dois pontos P e Q, o Segmento de extremos P e q


é o conjunto = {P, Q} {X: P-X-Q}, e a semi-recta com origem

P que passa por Q é o conjunto = {X: P-Q-X}

5. 12 Teorema
Para quaisquer dois pontos P e Q
(a) =
(b) 
(c) = {X ; não X-P-Q}
(d)  
(e) =
(f) =

Demonstração

(b) Existe X tal que X-P-Q, e o tal X está em mas não em .

(c) Ter em conta que, para qualquer X se tem uma e uma só


das condições X-P-Q, X = P, P-X-Q, X = Q, P-Q-X, e

= {P, Q} {X:P-X-Q} {X:P-Q-X}

5.13 Teorema
Os pontos extremos de um segmento bem determinados pelo
segmento, quer dizer, para quaisquer segmentos e , se
= então {A, B} = {C, D}

Demonstração

Suponhamos = mas A CeA D, com


vista a um absurdo. Como A (pois A )
Alem disso, como C e D são pontos de AB
distintos de A, um deles pelo menos, esta entre A e B, quer dizer,
(i) B-C-A. No primeiro caso, em conjunção com (1), isto é B-C-A e
38 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

C-A-D, ou seja por simetria na segunda componente, B-D-A e D-


A-C, tem-se B-D-A-C. Em qualquer dos casos, B = ,
contradizendo a hipótese = . Portanto, tem de ser A = C ou
A = D. a demonstração de que B = C ou B = D é análoga. Como A
≠ B e C ≠ D (definição de segmento) conclui-se {A, B} = {C, D}.

A noção de congruência de segmentos é também uma noção


primitiva na axiomática de Hibert para a geometria euclidiana, mas
podemos defini-la na nossa axiomática e demonstrar algumas das
propriedades fundamentais desta noção utilizando apenas os
axiomas (I, D) de que dispomos ate ao momento.

5.14 Definição

Os momentos e dizem-se congruentes, e escreve-se =


, sse d (A, B) = d (C, D) o numero real AB = d (A, B) chama-se
comprimento do segmento .

Se = , também se diz é congruente com . O teorema


seguinte resulta imediatamente da definição anterior e das
propriedades da igualdade dos números reais.

5.15 Teorema
A relação de congruência de segmentos é uma relação de
equivalência no conjunto dos segmentos.

Quer dizer, a relação é reflexiva ( ), simétrica (se


, então ) e transitiva (se e , então
).
Estes factos são utilizados com tanta frequência que, na maioria
das vezes não são sequer mencionados. Para o estudo de
propriedades de segmentos e semi-rectas podemos tirar partido
da existência de sistemas de coordenadas para as rectas, através
do resultado seguinte.

5.10 Teorema (parametrização das semi-rectas)


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 39

Para cada semi-recta existe um único sistema de coordenadas

f: → IR tal que fP = 0 e


= X  PQ : fX  0 

Demonstração.
Demonstramos primeiramente a existência. Pelo teorema de
colocação da régua, existe um sistema de coordenadas f para a

recta tal que fP = 0 e fQ > 0 e, portanto, 0 = fP < fQ, donde se

conclui facilmente que para qualquer ponto X recta se tem

X sse fX ≥ 0

Falta ver que f nestas condições é único. Suponhamos que

também g é um sistema de coordenadas para tal que gP = 0 e

= (X ):

fX ≥ 0) Ora, para qualquer ponto X da recta , tem-se.

│gX│ = │gX - gP│ = XP = │fX - fP│= │fX│

Se X , então gX = fX ≥ 0, e se X \ tem-se gX < 0, fX


< 0 e │gX│= │fX│, logo também gX = fX. Portanto f e g coincidem

em , isto é, f = g.

5.11 Teorema (da construção de segmentos)

Dados um segmento e uma semi-recta , existe um único

ponto E tal que .

Este enunciado é uma proposição de Euclides e corresponde


geometricamente, `a construção de um
“compasso de pontas” que permite aplicar um
ponto de (C) e numa direcção e sentido dados

( ), um segmento congruente a um segmento dado ( ).


40 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Euclides começa por construir o


triângulo equilátero BCF,
prolongando os lados e ,
como a figura ao lado. Com centro
em B e raio obtém o ponto G no
prolongamento de ; com centro
em F e raio obtém o ponto H no
prolongamento de ; é claro que
(raios de circunferência), e
(mesma razão) donde,
, por conseguinte,

Demonstração. Seja f um sistema de coordenadas para a recta

tal que fC = 0 e = (X: fX ≥ 0). Então, para todo o ponto X da


semi-recta CD tem-se.
│fC – fX│= │fX│ = fX = CX = d(C,X)

E existe um único ponto E tal que fE = CE = AB, isto é tal


que .

5.12 Teorema (“Adição ” e “Subtracção” de segmento)


Sejam A,B,C,D,E,F pontos tais que A-B-C-D-E-F.

(a) Se e , então
(b) Se e , então

Demonstração. (a) a tendo as hipóteses, tem-se AC = AB + BC,


DF = DE + EF, AB = DE e BC = EF, então AC = DF.

O teorema seguinte diz que uma semi-recta fica determinada pela


sua origem e qualquer outro dos seus pontos.

5.13 Teorema

Para qualquer semi-recta e qualquer ponto C, tem-se


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 41

= sse C e C ≠ A.

Demonstração. Dada , o teorema de parametrização diz-nos

que existe um único sistema de coordenadas f: → IR tal que fA

=0e = (X: fX ≥ 0).

Se C ≠ A e C , tem-se fC> 0 e
também AC = (X: fX

x ≥ 0) logo = . Reciprocamente,

se = é evidente que C ≠ A e C

5.14 Definição
Dados dois pontos A e B, um ponto M tal que A-M-B e AM = MB
diz-se um ponto médio de AB.

Por extensão de linguagem no caso A = B dizemos ainda que M =


A = B é um ponto médio de A e B. O teorema seguinte mostra que
podemos referir o ponto médio de um segmento mostra, também
que podemos “duplicar” um segmento dado.

5.15 Teorema (do Ponto Médio)


Para todo o segmento AB existem e são únicos pontos M, N tais
que M é um

ponto médio de AB e B é um ponto


médio de AN.

5.16 Teorema

Se P, Q são pontos de tais que PA = QA e


PB = QB, então P = Q.
42 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Demonstração. Seja f um sistema de coordenadas para AB tal


que f A = 0 e fB = b > 0. Então, para quaisquer pontos P e Q nas
condições das hipóteses, tem-se.
|fP| = PA = QA = |fQ|

Sendo fP = fQ. Se fP = fQ, vem logo P = Q, põe f ser injectiva.


Se fP = - fQ, como
│fP - b│= PB = QB = │fQ - b│

Isto é, fP – b = ± (fQ - b) no caso fP – b vem fP = fQ = - fQ, donde


fP = fQ = 0 = fA, logo P = Q = A. E o outro caso é impossível, pois
resulta fP – b = - (fQ - b) = - fQ + b, donde 2b = 0, ou seja b = 0.

5.17 Definição

O interior de um segmento é o conjunto AB é o conjunto


int( )= \ {A,B}, e o interior de uma simetria AB é o conjunto

int ( )= \ {A}.
Um conjunto de S de ponto diz-se convexo sse para quaisquer
dois pontos P, Q S se tem  S.

Figura-se um conjunto convexo e


um conjunto não convexo (plano).
Observe-se que um conjunto S
não é convexo sse existirem, pelo
menos dois pontos P, Q em S tais
que PQ  S, isto é, tais que
algum ponto entre P e Q não esta
em S.

5.18 Teorema
A intersecção de dois ou mais conjuntos convexos é um conjunto
convexo.

Demonstração
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 43

Mostramos que a intersecção de qualquer família não vazia de


conjuntos convexos é um conjunto convexo. Seja (Si) i I uma tal
família, e S a uma intersecção, isto é, o conjunto dos pontos
comuns a todos membros da família,

S=  S = {X: ( 
i i  I ) X  Si }
iI

Mostremos que S é convexo. Para isso, teremos de atribuir P, Q


em S, distintos, com vista a provar que S. Como P e Q

pertencem a todo o conjunto i I, logo  {S i : I }  S.

5.19 Teorema (separação nas rectas)

Para toda a recta l e o ponto A l, existem conjuntos convexos S1


e S2 tais que:
(i) S1 U S2 =  \ (A)
(ii) Se P S1, Q S2 e P ≠ Q, então A PQ.

Por razoes obvias, dizemos que o ponto A é um ponto separador


dos conjuntos convexos S1 e S2 tais que (i) e (ii).

Demonstração. Sendo B, C l tais que A-B-C, basta tomar para

S1 e S2 os conjuntos int ( ) e int ( ), respectivamente.

É claro que demonstração anterior, também podíamos ter tomado


S1 = int ( ) e S2 = int ( ), respectivamente, de restos os
conjuntos S1 e S2 tais que (i) e (ii) são únicos (exercício).

5.20 Um modelo
No plano de Moulton S10 pode-se definir uma função, distancia dM
de modo a obter um modelo de axioma (D) dM é definido usando a
distância euclidiana usual dE seguinte modo:

dE(P,Q), se P e Q tem
abcissas do mesmo sinal
dM(P,Q)
44 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

dE(P,R), + dE(R,Q), se P e Q tem abcissas de sinal


contrario.

Donde R é o ponto em que a


recta de Moulton m que passa
por P e Q corta o eixo dos yy.
Por exemplo, se P= (-2-1), Q=
(2,2), a resta m = PQ do plano
de Moulton é definido por

 x  1, sex  0

y  x
 2  1, sex  0

E corta o eixo yy no ponto R = (0,1), onde modo que

dM(P, Q) = dE(P, R) + dE(R, Q) = 2 2 + 5

Porem, a recta  de  1 que passa pelo mesmo ponto P e Q tem


3 1
por equação y = 4 x - 1, corta o eixo dos yy no ponto A =(0,2 ), e

dM(P, A) + dM(A, Q) = dE(P, A)+ dE(A, Q) = 5 dM(P, Q),

O que mostra que ( 10 ; dM) não satisfaz a desigualdade triangular


(D4).

Neste modelo, um segmento é como em  1 excepto se os seus


extremos estão numa linha “quebrada”, com abcissas de sinal
contrário. A região escurecida (mais precisamente, a parte da
plano “acima” a figura anterior é um conjunto convexo em ( 10 ;dM),
mas não é um conjunto convexo em ( 10 ;dE)

Exercícios complementos
1. Indique um sistema de coordenadas f para uma recta de
equação y = mx + b no modelo pombalino. Particularize ao caso
da recta AB, onde A = (-1,1), B = (2, - 3), e determine um ponto C,
tal que fC = 5.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 45

2. (a) No plano euclidiano (  1;dE), a circunferência do centro na


origem 0 = (0,0) e raio 1 é o conjunto de todos os pontos P = (x, y)
tais que dE(P,O) = 1. Note que esta noção depende da função
distância dE. Que acontece se substituirmos dE pela função
distancia dp? No plano pombalino (  1;dp), a circunferência de
centro de origem 0 = (x, y) tais que dp(P,Q) = 1.
Represente graficamente esta figura e geométrica.
(b) Represente graficamente o conjunto dos pontos P = (x, y) de
IR2 que são equidistantes, com respeito a distancia euclidiana dE e
com respeito à distancia pombalina dp, dos pontos A = (2,1) e B =
(4,3).
(c) Idem, para os pontos A = (2,1) e C = (6,3).

3. Verdade ou falso?

(a) = somente se A = C ou A = D.
(b) AB = CD sse A = C ou A = D.
(c) Se AB = CD, então {A, B} = {C, D}.
(d) {A, B} é convexo.
(e) E união de dois conjuntos convexos é um conjunto convexo.

4. No plano cartesiano racional  2 = (Q2,  ) pode-se definir uma


função distancia pela fórmula pitagórica.

(P, Q) = ( x1  x 2 ) 2  ( y1  y 2 ) 2

Para quaisquer P = (x1 – x2), Q = (x2,y2) Q2. Todavia, (  2;d) não


é modelo de (D)
Prove que (  2;d) não satisfaz o teorema 5.11.

[Sugestão: considere os pontos A = (0,0), B = (1,1), com C = (0,0)


e D = (1,0) e mostre que não existe nenhum ponto E como na
conclusão do teorema.]

5. Prove que, a parte a ordem, os conjuntos


convexo S1 e S2 tais que (i) e (ii) no enunciado
de teorema 5.19 são únicos.
46 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

6. Reportando-se ao modelo de Moulton (  10; dM):


(a) Determine um sistema de coordenada para cada recta de
(  10; dM), e particularize para a recta de Moulton AB, sendo A =
(-1, -1), B = (2,1)
(b) De um exemplo de um conjunto convexo no modelo
cartesiano real (  10;dM) mas não convexo no modelo Moulton.
(c) Sendo  uma recta de equação x = a no modelo de Moulton,
mostre que o conjunto à “esquerda” de  (quer dizer, o
conjuntos dos pontos de abcissas menor do que a) e o
conjunto dos pontos “direita” de  são ambos convexo (no
modelo de Moulton);
(d) Determine e representa graficamente o círculo unitário com
centro na origem dos eixos O = (0,0), isto é, o conjunto T =
{x  IR 2 : d M ( x,0)  1} ,
(e) Idem, para o conjunto dos pontos P tais que dM((-1,0),P) = 2;
(f) Sendo P = (-2, -1), Q =(2, 2):
(i) Determine todos os pontos X = (x, y) tais que
d M PX  d M XQ  d M PQ
(ii) Determine todos cós pontos N tais que.
d M PQ
d M PN  d M NQ 
2

7. Reportando-se ao modelo pombalino (  1;dp):

(a) Como são os segmentos e as semi-rectas neste modelo?


(b) De um contra-exemplo para a igualdade = {X: PX + XQ =
PQ} neste modelo.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 47

Unidade 06

Ângulos e triângulos

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Domínio do estudo de ângulos e identificar as

Objectivos diferentes situações de igualdade

 Demonstrar alguns teoremas ligados a igualdade


entre ângulos.

Introdução

Nesta secção definimos as noções de ângulo, quadrilátero e


outras, estabelecendo algumas propriedades destas figuras
geométricas planas que têm de ver, de alguma maneira, ou
melhor, com a relação entre, introduzimos igualmente um novo
axioma que permite, em certo sentido, estender o conceito de
ordem ao plano. Para todos os efeitos podemos supor que
estamos trabalhando num plano de incidência que é modelo de
axiomas ou, se quiser, num qualquer plano de um plano de
incidência que é modelo de axiomas.

6.1 Definição

Dados três pontos não colineares A, B, C, o ângulo com vértice B


e lados BA e BC é conjunto
48 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

O ABC, tão, somente, o


conjunto dos pontos que
estão nas semi-recta não
coincidentes nem
opostos (porque?) BA e
BC: não é uma “região”
compreendida entre duas
rectas (qual seria? a
“maior” ou a mas
pequena”?

A que esta ”dentro” ou que esta “fora”? E o que é que este termos
“maior”, “dentro” etc. Significariam, se algumas coisas?), não é um
número real – é, como se disse união de duas semi-rectas não
coincidentes nem opostas. Em matemática se utiliza o termo
“ângulo” como sinonimo de média de certa espécie; falaremos
adiante na mediação de ângulos mas, por ora, os ângulos são
meras entidades ou figuras geométricas. Isto é, certo conjunto de
pontos. Para evitar possíveis confusões, o conceito acima definido
é o conceito de ângulos geométrico. Também em certas áreas de
matemática e da própria geometria se falta em “ângulos dirigidos”,
“ângulo nulo” e “ângulo raso”, conceitos quer, por agora, não
necessitamos e, por isso, não definimos.

6.2 Lema
Se A, B e C são três pontos não colineares, então

Demonstração.

ABC  AB  BC  BC  BA  CBA . Para provar que


ABC  ACB , mostramos que qualquer ponto D tal que C-D-A
(um tal ponto D pertence a ) não pertence ao ABC .

De facto, se um tal ponto D

pertence ao c, então pertence a

ou a e, em qualquer destes
casos, os pontos A, B, C seriam
colineares.

6.3 Lema
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 49

Dados um ABC , um ponto D  int ( ) e um ponto E  int

( ), tem-se ABC = DBE .

Demonstração. Atendendo
às hipóteses tem-se, pelo
teorema 23, BA = BD r BC =
BE, e D, B, E não colinear
(porquê?) onde o resultado,
pela definição se ângulo.

Os dois lemas seguintes são preparatórios para o teorema de que


os vértices e os lados de um ângulo são bem determinados.

6.4 Lema
Se  ABC =  DBE, então BA = BD ou BA= BE.

Demonstração. Como A   ABC =  DBE, tem-se A  ou A

 , e como A  B (porquê?) tem de ser A  ( ) ou A  ( ),

logo = ou = .

6.5 Lema
Se  ABC =  ADC, então B = D

Demonstração

Como B  ABC  ADE , tem de ser B  DA o

B  DC , bastando provar que B  int ( ) e que B  in

( ) para se concluir B = D. Supondo, com vista a um

absurdo, que B  int ( ), vem B  int ( ) e, por outr


lado, existe E tal que B-E-C e E  ABC.

Mas B, E, C são colineares e B, D, A são

colinear logo E  eE , caso contrário


A, B, C seriam colinear. Assim, E  ADC mas
50 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

E  ABC , contra hipótese do lema. Portanto, B  int DA .  


Analogamente (o argumento é “simétrico” em “A” e “C”)
 
B  int DC .

6.6 Teorema

Se ABC  DEF , então B = C e = ou = .

Demonstração. Por hipótese,  =  = ADC e

os pontos do DEF não estão todos em nem então todos em

. Então existem

   
Pontos P  int ED e Q  int ED tais que

(i) P  int ( BA ) e Q  int ( EF ), ou

(ii) P  int( BC ) e Q  int ( BA )

Em qualquer destes casos vem,


PQB  ABC  DEF  PEQ,

Embora possa parecer intuitivamente obvio que vem angulo tem


um inico vertice, este facto tem de ser demostrado a partir dos
exiomas admitindos.

Na figura ao lado está


representada o angulo
ABC no plano de Mouton
 10

; d M e o ponto D sobre

o lado BC . Os pontos A, B, D
são colineares no plano de
Moulton, não existindo o
“ ADC ”.

6.7 Definição
Dado um ABC e pontos D, E tais que A-B-C-E, os angulos
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 51

ABC e ABE dizem-se verticalmente opostos e os angulos


ABC e
DBC dizem-se suplementares adjacentes, ou simplesmente
suplemetares.

O par de angvulos suplementares


adjacentes ABC e DBC tambem se
diz um par linear. É claro que, nas
mesmas condiçoes que na definiçao
acima, tambem ABE e ABC são
suplemetares opostos, e os ângulos
ABC e ABE são suplementares.
Mais exatamente:

6.8 Lema

Dado ABC , BD oposto a BA e BE oposto a BC , tem-se

a) ABC e BDE são verticalmente oposto;


b) BDE e CBD são verticalmente oposto
c) ABC e CBD são suplementares
d) ABC e ABE são suplementares
e) CBD e BDE são suplemetares
f) DBE e EBA EBA são suplementares
Convidamos o estudante a efectuar as demonstrações

6.9 Definiçao
Dados tres pontos não colineares, o triangulo com vertices A,B,C
e lados AB , AC , BC é o conjunto ABC  AB  AC  BC .
Os angulos ABC são os angulos BAC , ABC e
ACB (abreviadamente A , B , C ), respectivamente, se
não houver confusao possivel.
52 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Como é de esperar, os vertices, lados e


angulos de um ttriangulo são bem
determinados, em todo o caso, isto de ser
demostrado. Em virtude de resultados
anterior relativos a segmentos e angulos,
bastara provar que os vertices de um
triangulo são bem determinados.

6.10 Lema
Se A, B e C são tres pontos não colineares, entao:
a) Δ ABC = Δ ACB, e
b) AB = Δ ABC  AB.

Demostraçao.
a) imediato, pela definiçao de triangulo
b) execercio

6.11. teorema

Se Δ ABC = Δ DEF, entao A, B, C   D, E , F .

Demostraçao. Sugestao: por “simetria” de argumento basta


provar, por exemplo, que D  A, B , C . segundo, com vista a um

absurdo, que D  A, B, C , prove que DE = AB ou DE  BC ou

DE  AC e utilize a parte (b) do lema 6.10.

6.12. corolario
Os vertices, os lados e os angvulos de um triangvulo são bem
determinados.

Exemplo
Na gigura seguinte esta representado um triangulo de vertices
 2
A   1,0, D   0, , C  2,2 no modelo de Moulton
 3
 10

;dM .

De notar que os pontos A, C e B = (0, 1) são c olineares, neste


modelo.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 53

Exercicios e complementos
1. demostre o lema 6.8
2. demostre o lema 6.10
3. complete a demonstraçao do teorema 6.11
4. prove que o vertice A do Δ ABC não esta entre dos pontos do
triangulo.
5. represente, no modelo de Moulton, o triangulo Δ ABC, onde

A   2,0 , B  2,3, C  4,1 e determine:


a) os c omptrimentos dos lados
b) os pontos medios dos lados
c) o triangulo cujosa vertices são os pontos medios dos lados do
Δ ABC;

(d) um sistema de coodernadas h para a recta de Moulton AB tal



que AB  X  AB : hX  0 ; ; 
(e) recta de Moulton que é paralela a AB e passa por C.

Unidade 07

Separação no plano

Introdução

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Conhecer e interpretar os axiomas de separação


54 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Objectivos no plano;

 Demonstrar teoremas ligados a separação no


plano.

Continuamos num modelo arbitrário dos axiomas, ou, se quiser,


num qualquer plano dum espaço de incidência que é modelo de
axiomas. É instrutivo, nesta altura, tentar demontrar que uma certa
reta corta um lado de um triângulo num ponto entre vértices que
extremam esse lado, então a recta intersecta um dos outros lados.
Esta propriedade é conhecida por propriedade de Pasch ou
axioma de Pasch mas não será um axioma da nossa axiomática.
Qualquer tentativa de demonstração da refgerida propriedade,
nesta altura, está condenada ao fracaço, como mostra o modelo
da faixa omissa.
7.1 O modelo da faixa omissa

No plano de faixa omissa  8


introduzimos uma funçao d O

definida do seguinte modo, para quaisquer


P x , y ,Q  x , y  (v. exercicio 5):
1 1 2 2

 d P , Q 
d P , Q   
E se x 1 e x
1 2
 1 ou x
1
2
O
 d P , Q   d
E E
P O , Q O

e x 2
2

No caso contrario
Onde

PQ o
 PQ   x, y  : 1  x  2 .
o

Na figura seguinte, a recta DE


corta somente o lado AB do Δ
ABC no ponto D entre A e B.

7.2 Axioma de separaçao no plano (S)


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 55

Para toda a recta l, existem conjuntos convexos H1 e H2 tais


que:
(i) pata todo o ponto P, tem-se P   sse P  H1  H2;
(ii) para quaisquer pontos distintos P e Q, se P  H1 Q  H2,
entao PQ corta l.

observe-se 2que este axioma é


“szimetrico” c om resoeito aos
cojuntos H1 e H2. veremos adiante
que este axioma implica a
propriedade de Pasch, o que
significa que o plano da faixa omissa
não sastifaz o axioma (S) e deixara,
portanto, de nos interessar. Não
deixara nunca de interessar o
modelo cartesiano (  1 ; d E ).

7.3 Um Modelo

mostramos que o plano  ; d  satisfaz o axioma (S). fazemos a


1 E

verificaçao somente para  igual ao eixo dos xx. O caso geral é


mais trabalhoso mas muito mais dificil. Seja H  x, y  : y0  o
1
2
semiplano superior de R , H  x, y  : y 0
2
o semiplano
inferior.

7.4 Definiçao

Dada uma recta  , dois c onjuntos H1 e H2 c omo axioma (S)


dizem-se semiplano limitados ou separados pela recta  , e esta
diz-se uma separadoraa dos semiplanos ou uma recta que limita
cada um dos semiplanos. Um semiplano limitado por uma recta
  AB tambem se diz um semiplano pela semirecta AB e um
semiplano limitado pelo segmento AB .

Algumas consequencias quase imediatas dxo


axioma (S) e da definicao acima estao enunc
iadas no lema seguinte.
56 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

7.5 Lema

Seja  uma linha recta, H1 e H2 dos semiplanos limitados por  .

(a) se A, B são pontos distintos não em  e AB corta  , entao A


e B não estao num mesmzo semiplano limitado por  .
(b) H1 e H2 são não vazios e disjuntos
(c) Todo o ponto P esta num e num so dos conjuntos  , H1, H2 e
(d) Os semiplanos limitados por  são unicos (aparte a ordem) e
para todo o ponto A   , um deles é o conjunto P : P  l e
AP l    e o outro é o conjunto A P : P  l e
AP l   

Demonstraçao.

a) Se A e B estivessem num mesmo semiplano, digamos H1,


estao AB  H 1 , pois H1 é convexo, contrariando a hipotese de
cortar  e o facto [por (S)] de os pontos de  não estarem em
H1.
b) Teremos A   ao arbítrio. Sem perda de generalidade
podemos supor A  H1. Provamos que A  H2 e H2   .

Tomando B   qualquer, seja


C tal que A-B-C. Como
corta  no ponto B, tem-se C
 H2, o que prova que
H2   . Supondo que também

A   varia  H2 por H2 ser


convexo, o que absurdo, pois
B  H 2 . Portanto, A  H 2

7.6 Lema

Rectas distintas limitam pares distintos de semi-planos e uma


recta separadora de dois semi-planos é única.

7.7 Lema
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 57

Se uma recta  não passa por nenhum vértice do Δ ABC, estão 


não corta os três lados do triângulo.

Demonstração.

Suponhamos, com vista a um absurdo, que A, B, C   mas 


corta os três lados do Δ ABC.
Então A e B estão em lados opostos de  , e B e C estão em lados
opostos 

Logo A e C estão do mesmo lado  , o que é absurdo pois, por


hipotipose,  corta AC .

7.8 Teorema

Se uma recta corta um lado de um triângulo num ponto entre os


vértices respectivos, então a recta corta, pelo menos, um dos
outros lados, e se não passar pelo outro vértice corta somente um
dos outros lados.

Demonstração
Pode-se demonstrar que, reciprocamente, o teorema de Pasch, se
tomado como axioma (axioma de Pasch) no lugar de (S), implica
este axioma de separação, mas não fará tal demonstração.

7.9 Teorema (de Plano)

Dado um Δ ABC e pontos D, E tais que B-C-D e A-E-C, existe um


ponto F na recta DE tal que A-F-B.
58 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Demonstração.
Exercícios. [sugestão: prove
que  Δ ABC e DE não
passa por A nem corta BC ,
e aplique o teorema de
Pasch.

7.10 Teorema

Dado um Δ ABC e pontos D, F tais que B-C-D e A-F-B, existe


um ponto E  DF tal que A-E-C e D-E-F.

7.11 Teorema

Dado um Δ ABC, todo o ponto incide com uma recta que corta o
triângulo em exactamente dois pontos.
O estudante é convidado demonstrar

7.12 Lema

Um conjunto não vazio e convexo S que não tem pontos comuns


com uma recta  está contido num semiplano limitado por  .
O estudante é convidado demonstrar

7.13 Corolário

Se S é uma recta, uma semi-recta ou um segmento que não


intersecta a recta  , então S esta contido num semiplano limitado
por  .
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 59

Se  corta AC num
ponto B tal que A-B-C,
   
então int BA e int BC
estão contido em lados
opostos de  , mas
 
int BA e BA estão
contidos no mesmo lado
de  .

7.14 Definição

O interior de um ângulo ABC é o conjunto dos pontos que estão


do mesmo lado de BC que A, e denota-se int  ABC .

Os pontos destes conjuntos dizem-se pontos interiores ao ângulo


ABC , e os pontos que não estão no interior nem nos lados do
ângulo dizem-se exteriores ao ângulo.

7.15 Lema

 
Dado um ABC , tem-se int AC  intABC

O estudante é convidado a demonstrar

7.16 Lema

Se P  int ABC  e AP intersecta BC n o ponto D, então A-P-


D.
60 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Demonstração.

D  AP e D  p , logo o lema
fica demonstrado se provamos
que não é se tem A-D-P. Se
fosse A-D-P, então A e P
estariam em lados opostos de
BC  BD, e portanto P não
estaria do mesmo lado de BC
que A, contra a hipotipose de
ser interior ao ABC .

O resultado seguinte, de simples aparência, é de importância


capital em muitos argumentos. Na realidade, bastante do que
percebe tem em vista a obtenção deste resultado central da
geometria. É um dos resultados cuja formulação ou justificação
não se encontra explicita nos elementos de Euclides mas que este
matemático utilizou vezes sem conta nas suas demonstrações.

7.17 Teorema (da Barra transversal)

 
Se P  int ABC  , então BP corta int AC .

Demonstração.
Seja D tal que D-B-C.
Visto P e C estarem do
mesmo lado de AB e
C e D estarem em
lados opostos de AB .
 
Assim, int AD estão
contidos em lados em
lados opostos de AB ,
pelo corolário 49.
Portanto, BP não corta
 
AD . Mas int AD está
contido no mesmo lado
de BD que P, logo BP
não corta AD .
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 61

 
Portanto, a recta BP corta int AC . em algum ponto Q, pelo

teorema de Pasch aplicado ao Δ ACD e à recta BP . Como P e Q


estão do mesmo lado de BC, Q tem de estar na semirecta BP .

O recíproco do teorema anterior é bem mais fácil de estabelecer.

7.18 Teorema (recíproco do teorema da Barra Transversal)

 
Se BP corta int AC . , então P  int ABC  .

 
Demonstração. Suponhamos que BP corta int AC . , digamos em
Q. Pode ser P=Q, mas em todo o caso A e Q estão do mesmo
lado BC , e Q e P estão do mesmo lado de BC, logo P está do
mesmo lado de BC que A.

Analogamente, visto P, Q, B estarem do mesmo lado de BC, P


está do mesmo lado de BA que B, logo P  int ABC 

Juntando o teorema da barra transversal e o seu recíproco


obtemos:

7.19 Teorema

Para quaisquer ABC e o ponto P, são equivalentes:

a) P  int ABC  ;

 
b) PB Corta int AC

7.20 Teorema

a) Se P, C estão do mesmo lado de BA, estão


P  int ABC  sse A, C estão em lados

opostos de BP.
62 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

b) Se A-B-D, então P  int ABC  sse C  int DBP .

c) Se P, C estão do mesmo lado de BA, estão BP  BC, ou P


 int  ABC  ou C  int  DBP .
Demonstração. (a) Se P
 int ABC  , estão BP. corta
 
int AC , pelo teorema da
barra transversal, logo A e C
estão em lados opostos de
BP. reciprocamente, se P, C
estão do mesmo lado de BA
e A, C estão em lados opostos
de BP. , então BP. corta
int AC  pelo axioma (S).
 
Como int AC , e P estão no

mesmo lado de BA , BP. tem


de cortar  
int AC , logo P
 int ABC  pelo teorema
anterior.

b) Suponhamos A-B-D. Como BA = BD , e C, D estão do mesmo


lado de BP. sse A, C estão em lados opostos de BP. , vê-se que
esta alínea é apenas uma reformulação de (a).

c) Resulta de (b): se P, C estão do mesmo lado de BA , A-B-D e


BC  BP , então P  int ABC  ou P  int DBC . mas, por (b)
P  int DBC . implica P  int DBP .

7.21 Definição

O interior de um triângulo é a intersecção dos interiores dos


ângulos do triângulo e os pontos do interior de um triângulo dizem-
se interiores ao triângulo.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 63

O exterior de um triângulo é
o conjunto dos pontos que
não estão no triângulo nem
são interior ao triângulo.

O exterior de um triângulo é o conjunto dos pontos que não estão


no triângulo nem são interior ao triângulo.

7.22 Lema

(a) O interior de um ângulo e o interior de um triângulo são


conjuntos convexos;
(b) O interior de um triângulo é igual à intersecção dos interiores
de quaisquer dois ângulos do triângulo.

7.23 Teorema (da recta – triangulo)

Se uma recta tem, pelo menos, um ponto comum com o interior de


um triângulo, então a recta corta o triângulo em exactamente dois
pontos.

Demonstração.

Seja P  l  int ABC  , logo


P  int  A e P int  B  .
Pelo teorema da barra
 
transversal, BP corta int BC ,
digamos em D, e tem – se
necessariamente A-P-D (pois
P está do mesmo lado de BC
que A).

Se for l  AD, então  intersecta o Δ ABC em,

pelo menos, dois pontos (A e D). Se l  AD ,


 
então, como P  int AD ,  corta AB ou BD , pelo teorema de
Pasch aplicado ao Δ ABD, e  corta AC ou DC pelo mesmo
64 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

teorema aplicado ao Δ ADC (ficando apenas excluída a


possibilidade de  cortar BD ) e DC , caso contrario viria l  BC .
Em qualquer destes casos,  corta o Δ ABC, pelo menos, duas
vezes, e atendendo a que possa por um ponto interior ao Δ ABC,
 não corta este triângulo em mais de dois pontos.

7.24 Definição
Dados quatro pontos A, B, C, D tais que nenhuns três são
colineares e os interiores dos segmentos AB, BC, CD e DA são
disjuntos dois a dois, o conjunto

ABCD  AB  BC  CD  DA

Chama-se um quadrilátero com vértices A, B, C e D, lados ,


, e DA , diagonais AC e BD e ângulos
DAB, ABC , BCD e CDA (abreviadamente A, B , C e
D , respectivamente, se não houver confusão possível). Dois
vértices de um quadrilátero que são extremos de uma diagonal
dizem-se apostos; dois lados com um vértice comum dizem-se
adjacentes, e dois lados sem vértices comum, isto é, não
adjacentes dizem-se opostos. Dois ângulos de um quadrilátero
que contem um lado do quadrilátero dizem-se adjacentes, caso
contrário dizem-se opostos.

As duas primeiras figuras (da esquerda para a direita) seguintes


representam (intencionalmente, no modelo cartesiano real)
quadrilátero e as respectivas diagonais (a tracejado), a terceira
não.

Da definição resulta logo:

7.25 Lema

Dado um o quadrilátero ABCD, tem-se:


a) ABCD = DCBA;
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 65

b) ABCD = BCDA = CDAB = DABC


c) ABDC existe, ABCD  ABDC

7.26 Teorema

Os vértices, os lados, as diagonais e os ângulos de um


quadrilátero são bem determinados.

Demonstração.

Suponhamos ABCD = A’B’C’D. Como A'B' tem, pelo menos,


cinco pontos (porque?) e tais pontos estão em ABCD = A’B’C’D =
AB  BC  CD  DA, dois, pelo menos, desses pontos estão
num lado do ABCD; por “simetria” podemos supor que esse lado é
AB; portanto A', B ' AB .

Nem A' nem B' pode estar fora do lado AB ou


no interior de AB , caso contrario um dos pontos
A, B não pertenceria ao A' B' C ' D' , portanto
A, B  A' , B '; por “simetria” lema 58a 
podemos supor A = A' e B = B'. (A “simetria”
contida no lema 58 já se esgotou.)

7.27 Definição

Um quadrilátero convexo quadrilátero tal que cada lado está


contido num semi-plano limitado pelo lado oposto.

7.28 Lema

Um quadrilátero é um quadrilátero convexo sse


o vértice de cada ângulo é interior ao ângulo
oposto.
66 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Demonstração. Suponhamos ABCD um quadrilátero convexo. Por


simetria, basta mostrar que C int  A  , o que é imediato pois C e

D estão do mesmo lado CD, logo AB esta contido num dos


semi-planos limitados por CD . Analogamente para os outros
vértices. Por consequência, o ABCD é um quadrilátero convexo.

7.29 Teorema

As diagonais de um quadrilátero convexo intersectam-se num


ponto. Reciprocamente se as diagonais de um quadrilátero se
intersectam num ponto, então o quadrilátero é um quadrilátero
convexo.

Demonstração.

Seja ABCD um quadrilátero convexo. AC corta


BD um ponto, digamos P, tal que B-P-D, pelo
teorema da barra transversal. Pela mesma
razão, BD corta AC um ponto, digamos Q, tal
que A-Q-C.

Como AC  BD mas P, Q então em ambas estas rectas, tem de


ser P = Q, que é o ponto de intersecção das duas diagonais.

Reciprocamente, supondo AC  BD  {P} , tem-se A-P-C e B-P-

D, com AC  BD . Mas P  int( C ) , e = , logo


A  int( C ) . Analogamente para os outros vértices.

7.30 Axioma de separação no espaço (S’)

Para cada plano do espaço, o conjunto dos pontos do espaço que


não estão no plano α é igual à união de dois conjuntos convexos
H1 e H2 tais que, para quaisquer pontos P e Q, se P está num dos
conjuntos e Q no outro, então o segmento PQ corta o plano α.

Os conjuntos H1 e H2 descritos no
axioma são os semi-espaços ou lados
do plano α, e este é uma face ou plano
separador de cada um dos semi-
espaços, os quais também se dizem
limitados por α. Aparte a ordem, os
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 67

conjuntos H1 e H2 são bem


determinados pelo plano α pois, se P
 H 1 , então

H  Q  E : Q  Pou PQ     e H
1 2

 Q  E : PQ     

7.31 Teorema

Sejam H1 e H2 dois semi-espaços limitados por um plano α, nas


condições do axioma (S’). Então:

a) Os conjuntos H1 e H2 são não vazios e disjuntos;

b) Cada um dos conjuntos H1, H2 contem, pelo menos, quatro


pontos não complanares;

c) α é bem determinado por qualquer um dos semi-espaços H1,


H2.
A demonstração deste teorema, bem como a demonstração dos
teoremas que seguem às definições seguintes ficam para os
exercícios.

7.32 Definição

Sejam H e H’ dois semi-planos


dos espaços limitados por uma
mesma recta  mas não
contidos num mesmo plano. O
conjunto l  H  H ' diz-se
um ângulo diedro (ou
simplesmente um diedro) com
aresta l e lados  H e l  H '.

7.33 Teorema
68 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Seja H um semiplano limitado


por uma recta  , e seja α um
plano contendo  mas não
contendo H. então H está
contido num lado de α.

7.34 Definição

Se α e α’ são os planos contido os semi-planos H e H’,


respectivamente, o interior do diedro l  H '. é o conjunto.

int l  H  H ' = Intersecção do lado α contendo H’ com o lado


de α’ contendo H

1.35 Teorema 64

a) O interior de um diedro é um conjunto convexo.

b) Se P e Q estão em lados distintos de um diedro, então todo o


ponto entre P e Q está no interior do diedro.

Exercício complementos

1. Seja ξ = (E,  ) um modelo dos axiomas de incidência (I) e


suponha que para cada linha  de ξ existe uma bijecção
f : l  R. Mostre que existe uma função d : ExE  R tal que
(ξ:d) é modelo do axioma (D).

2. Mostre, informalmente, que o plano de Moulton  10


;d M  é
modelo de (S).
3. Já vimos que  10

; d E não é modelo de (D). Mostre, todavia,
que esta estrutura satisfaz o axioma (S) e a propriedade de
Pasch.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 69

*4. Prove que se int  ABC   int  DEF , então


ABC  DEF.

5. Prove que ABC  DEF. e BP intersecta int DE , então  


 
BP n intersecta int AC . [Sugestão: utilize os teoremas 52 e 53].

6. Prove que se r e s são distintas e paralela, então um dos


semiplanos limitados por r está contido num dos semiplanos
limitados por s.
*7. Seja j, k aplicações de R em R definidas por

j x   k x   x se x  Z , j  x   x  2 se x  Z , k  x    x se
x  Z 
2 2
Define-se uma função d ' R x R|  R pondo

| j ( x 2 )  j ( x1 ) | se, y1  y 2

d ' ( P, Q )  | k ( y 2 )  k ( y1 ) | se, x1  x 2
d ( P, Q) se, x  x e, y  y
 E 1 2 1 2

Para quaisquer P  x , y , Q  x , y . Note


1 1 2 2
que j e k são

bijecções e d’ coincide com a distância euclidiana usual d E


excepto para pares de pontos situados na mesma recta vertical ou
na mesma recta horizontal.

a) Prove que (  1
; d ' ) é um modelo de (D). [para rectas
horizontais ou verticais utilize sistemas de coordenadas
definidas à custa de j e k, respectivamente, e para as
restantes utilize sistemas de coordenadas como em
 ; d . 
1 E

(b) prove que (5/2, 0) esta entre (0,0) e (1,0) no


modelo (  ;d1)

(c) Represente graficamente (em R2, mas


utilizando d1);
1 1 1 1
(i) O triângulo com vértices (0, ), ( , ), ( , - 2);
2 2 2 2
70 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

(ii) O triângulo com vértices (6, - 1), (6, -3) (5 - 3);


1
(iii) O ângulo <ABC, onde A = (0, - 2), B = (0, - 1), C = ( – 1);
2
(d) De um exemplo em três (  1; d’), de um triângulo e de uma
recta que corta os três lados do triângulo mas não passa por
nenhum vértice do mesmo.
(e) Conclua, da alínea anterior, que (  1; d’) não é modelo de (S).

8.Tente dar uma definição “razoável” do interior de um


quadrilátero ABCD. De acordo com essa definição, tem-se que
int (ABCD), é convexo sse ABCD é um quadrilátero convexo?
Resolva todos os exercícios (demonstrações de lemas, etc.),
encontrados no contexto.

Teste

1. Prove que a função distância pombalina dp satisfaz a


desigualdade triangular.
2. Considere no plano de Moulton (  10;dM) os pontos A = (2,0), B
= (- 2, - 3).
(a) Determine um sistema de coordenadas h para a recta AB no

plano de Moulton de tal modo que = (X : hx ≥ 0);

(b) Determine o ponto C de tal que hC = 3√5.


(c) Determine a > 0 tal que a distancia de Moulton de E = (a,0) a
origem 0 = (0,0) é igual a dM(A,B).
3.sejam A, B, C, D, E pontos tais que A-B-C e A-D-C- mas D 
BA.
Prove que B-D-C.
4.(a) Mostre, com exemplos, que a união de dois conjuntos
convexos S1, e S2 nem sempre é um conjunto convexo.
5.sejam A, B, C pontos não colineares de um mesmo lado de uma
recta l.

Prove que o triângulo é ABC esta contido num semi-plano limitado


por l.
6.nas condições do enunciado do teorema do Peano (teorema
44), prove que também D-E-F.

7. Sejam e dois planos paralelos, A a e B a . Mostre


que o conjunto dos pontos do espaço tais que P, A estão num
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 71

mesmo semi-espaço limitado por e P, B estão num mesmo


semi-espaço limitado por , é o convexo, e não vazio.
72 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Unidade 08

Medição angular

Introdução

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Domínio das propriedades da congruência de

Objectivos ângulos e de triângulos (critério de congruência)


e de algumas aplicações, nomeadamente, as
questões de perpendicularidade e paralelismo;

Já se disse que a axiomática da geometria euclidiana que


estamos apresentando é motivada pelo conceito de medição;
medição de segmentos, regulada pelos axiomas, e medição de
ângulos regulada pelo axioma a introduzir nesta secção. Para
cada recta existe um sistema de coordenadas que permite medir
as distâncias dos pontos sobre a recta. Os conceitos estar entre e

congruência de segmentos foram definidos e estabelecidos


algumas propriedades fundamentais. Em seguida estudou-se a
separação das rectas e nos planos, com axiomas apropriados.
Nesta secção introduzimos mais um conceito primitivo e o axioma
que regula, a juntar a lista dos axiomas já admitidos.

8.1 Axioma da medição angular

A função m é definida no conjunto A dos ângulos com valores em


]0,  [ tal que:
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 73

(a) Para toda semi-recta AB


limitado um semi-plano H e
todo o numero real x entre 0
л existe uma e uma semi-
recta AP com P Є H tal que
m(  BAP),
m(BAQ) + m(  QAP) =
m(BAP)

8.2 Definição

Os ângulos  BAC e  EDF dizem-se congruentes sse tem a


mesma medida.

8.3 Teorema (da Construção de Ângulos)

Dados um ângulo  BAC, uma semi-recta DE e um semi-plano H


limitado por DE, existe uma única semi-recta DF tal que F He
 FDE =  BAC.

Demonstração.
Pelo axioma (M),
existe uma única

simetria com
F  H, tal que
m(  FDE) = x,
onde x =
m(  BAC).

De notar que o teorema anterior apenas garante a existência e

unicidade de uma semi-recta tal que F  H  FDE = BAC e


não do ponto F.
Mas, se combinarmos isto com o teorema da
construção de segmentos (teorema 21),
podemos garantir que também F fique bem

determinado se exigirmos, por exemplo, que

= . Uma tal combinação dos dois teoremas de construção e


74 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

muito útil na pratica e merece um enunciado próprio. Mais


exactamente, tem-se o seguinte.

8.4 Teorema (da Construção de Ângulos e Segmentos)

Dados os números reais a, x tais que a > 0 e 0 < x <  uma recta

 = e um semi-plano H limitado por  , existe um único ponto

C H tal que m(  BAC) = x e = a.

8.5 Teorema (“Adição” e “subtraíam” de Ângulos)


Sejam D Int (  ABC), D’  int (A’B’C’) tais que  ABD =
 A’B’D’
Então  ABC =  A’B’C’ sse  DBC =  DBC.
Convidamos o estudante a demonstrar o teorema

8.6 Teorema

Se C, D são dois pontos de um lado de e m(  BAC) <


m(  BAD), então C  int(  BAD).

Demonstração. Suponhamos satisfeitas


as hipóteses mas C  int(  BAD), com
vista a um absurdo. Como C, D estão

num mesmo lado de , tem – se C 

ou C, B em lados opostos de AD. É

impossível C  AD, caso contrario =

e m(  BAD) = m(  BAD), logo C, B

estão em lados opostos de e D


int(  BAD), tem – se.

m(  BAD) < m(  BAD) + m(  DAC) = m(  BAC),

8.7 Definição
Uma bissectriz de um ângulo (  CAD) é uma semi-recta AB tal
que B int(  ACB) e  BAC =  BAD.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 75

Resulta imediatamente considerando x = ½ m(  CAD) o resultado


esperado seguinte.

8.8 Teorema
Todo o ângulo possui uma única bissectriz

8.9 Definição

Os ângulos  ABC,  A'B'C' dizem – se suplementares sse


m(  ABC) + m(  A'B'C') = л, e dizem – se complementares sse

m(  ABC ) + m(  A'B'C' ) = .
2

8.10 Teorema

Os ângulos de um par linear são suplementares.

Demonstração.
Sejam  ABC,  CBD os ângulos de um par línea, de modo que

A-B-D, e seja H o semi-plano limitado por a que pertence o


ponto. Sejam ainda
X = m(  ABC), y = m(  CBD)
76 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

E suponhamos x + y ≠  , com
vista a um absurdo.
Se x + y <  , então existe uma

única semi-recta com E  H


tal que m(  ABE) = x + y > x =
m(  ABC), logo C  int(  ABE),
portanto, E  int(  CBD), vem
que x + m(  CBE) = x + y e
m(  DBE) + m(  CBE) = y,
donde m(  DBE) = 0. o que é
absurdo.

8.11 Teorema

Se os pontos A e C estão em lados opostos da recta e os


ângulos  ABD =  CBD são suplementares, então A-B-C.
Convidamos o estudante a demonstrar.

8.12 Teorema (Dos ângulos verticalmente opostos)

Dois ângulos verticalmente são congruentes. Além disso, se A-B-

C e D, E estão em lados opostos de e  ABD =  CBD, então


D – B – E.

Demonstração
A primeira parte resulta do facto de x + y = л e x + y’ = л implicar y
= y’ (V. figura acima). A segunda parte demonstra – se como para
o teorema 8.11 e fica como exercício.

8.13 Definição

Um ângulo cuja medida é л/2 diz – se recto. Um ângulo cuja


medida é inferior a л/2 diz – se Agudo, e um ângulo cuja medida
é maior do que л/2 diz – se obtuso.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 77

8.14 Teorema (Dois ângulos rectos)

Todos os ângulos rectos são congruentes.

8.15 Teorema

Num par linear de ângulos congruentes, cada um dos ângulos é


recto.
Convidamos o estudante a demonstrar.

8.16 Teorema (dos Quatro Ângulos rectos)

Se A’-B-C, C’B-C e o  ABC é recto, então os ângulos  ABA’,


 A’BC e  A’BC’ também são rectos.
Convidamos o estudante a demonstrar.

8.17 Teorema

Se m(  AOB) + m(  BOC) = m(  AOC ), então B  int(  AOC).

Demonstração. Se B, C estão do

mesmo lado de a conclusão é


imediata. Suponhamos B, C em

lados opostos de , com vista a


um absurdo (V. figura), e seja A’ tal
que A’ – O – A. Então A e C não

estão no mesmo lado de , caso


contrario A  int(  BOC), contra o
facto ( implícito na hipótese) de
serem m(  BOC) < m(  AOC).

Por conseguinte, A e C estão em lados opostos de OB e, como A’-


O-A, tem – se A’ e C no mesmo Lado de OB, logo A’ 
int(  BOC) e, portanto,
(  AOC) + m(  BOA’) + m(  A’ OC).

Mas m(  AOC) + m(  BOA’) = л, logo


m(  AOC) = m(  AOB) + m(  BOC)
78 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

= m(  AOB) + m(  BOA’) + m(  A’OC)

= + m( < A’OC) > л.


o que é absurdo.

Definimos as perpendicularidades de rectas e, logo de seguida,


demonstramos a existência de perpendicularidades.

8.18 Definição

Duas rectas r e s dizem – se perpendiculares, sse existe um


ângulo recto contido na união das duas rectas.

8.19 Teorema

Para a recta r e todo o ponto P  r existe uma única a


perpendicular a r passando P.

Demonstração.
Dados P  r, seja A um qualquer outro

ponto de r, de modo que r = .


Demonstramos primeiramente a existência
de uma perpendicular a r passando por P.
Por (M) existe uma única semi-recta PB,
com B num semi-plano limitado por r,
digamos H, tal que.


m(  APB) = 2

De modo que é perpendicular a .

Quanto a unicidade, suponhamos que t é perpendicular a r com P

 t, com vista a provar que t = . Como t corta r no ponto P,


existe C  H tal que C  t e  APC é recto [isto é, m(  APC) =

2 ] mas, por unicidade de PB acima, tem de ser = , de

modo que = = t.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 79

A existência e unicidade de uma perpendicular a r passando por P


 r será estabelecida mais adiante.

8.20 Mediação angular no plano de Moulton

Utilizando a função mE podemos definir uma função mediação


angular mM no conjunto AM dos ângulos do plano de Molton de
modo a obter um modelo (  10; dM, mM).

Defina – se primeiramente, para qualquer ponto P = (x, y) e


qualquer número real b o ponto.

( x,2 y  b ) se x  0, y  b
Pb  
 P nos outros casos

Define-se mM: AM  ] 0, л [ ponto

m E (ABC ) se B  OY

mM (ABC )  
m E (Ab BCb ) se B  (0, b)  OY

Onde OY é o eixo de ordenadas (v. figura seguinte)

Exercícios e complementos

1. Resolva os exercícios (incluindo demonstrações)


encontrados no texto.
2. Prove que um dos ângulos de um par linear é
agudo sse o outro ângulo é obtuso.
3. Em (E1; de, mE), mostre que:
80 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

(a) As rectas r = AB e s = AC são perpendiculares sse (B – A) │(C


– A) = 0;
(b) Supondo A = (x1, y1), r a recta de equação ax + by +c = 0
passando por A, determine uma equação da recta s perpendicular
a r passando por A.

4. Verdade ou falso?

(a) 180 =
(b) Se m(  ABC) < m(  ABD), então C  int(  ABD).

(c) Se m(  ABC) = m(  CBD), então é a bissectriz do


 ABD.
(d) se a união de duas rectas contém um ângulo recto, então essa
união contém três ângulos rectos.

5. (a) Prove que a função : IR2 IR2 que associa a cada ponto
P = (x, y) o ponto P’ = P = ( 3x , y) é uma colineação que
preserva a relação entre (isto é, para quaisquer pontos A, B e C
tem-se A-B-C sse A’-B’-C’), mas não é um auto um automorfismo
de (  1 ; d E ).

(b) Definindo m’: A1  IR por m’ (  ABC) mE(  A’B’C”), prove


que (  1 ; d E , m ' ) é modelo de (M).

(c) Mostre que, em (  1 ; d E , m ' ), duas rectas com declives m1, m2


respectivamente, são perpendiculares sse m1, m2 = -3.
6. (a) Sejam A = (- 1, - 1), b = (0,0), c = (1,1). Determine as
medidas dos ângulos do ∆ ABC no modelo de Moulton.

(b) Determine, no modelo, a perpendicular a recta , que passa


pela origem onde P = (-2, 2), Q = (2, - 2).

7. Tente dar uma definição razoável de “ a semi-recta está

entre as semi-rectas e (cuidado com a semi-recta


opostas!). Que propriedade é que lhe ocorrem para esta nova
relação no conjunto das semi-rectas? [pode utilizar as notações
seguintes: r, s, t, …para semi-recta r – s – t para “ s está entre r e t
”,].
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 81

Unidade 09

Definições de Euclides

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Nesta unidade, vamos definir e demonstrar

Objectivos teoremas ligados a congruência de triângulos,


assim como apresentar corolários ligados `a
congruência de triângulos;

Introdução

Os axiomas já admitidos não permitem relacionar as distâncias


medidas numa dada recta com as distâncias medidas noutra
recta. Para cada recta r há, pelo menos, um sistema de
coordenadas f: r  IR para r, mas não existe nenhuma relação
necessária entre f e um sistema de coordenadas g: s  IR para
uma recta s  r. Observações análogas se podem fazer
relativamente `a medição angular. Para obviar a esta situação
introduzimos um novo axioma fundamental, também no estudo de
questões de simetria.

Necessitamos de alguns preliminares, nomeadamente da


extensão do conceito de congruência e triângulo. Sejam ∆ABC e
∆DEF triângulos, não necessariamente distinto e
seja.

H: {A, B, C}  {D, E, F}
82 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Uma bijecção entre os respectivos conjuntos de vértices. Observe


– se que existem 6 = 3! tais bijeções. Ponhamos

A’ = hA, B’ = hB, C’ = hC

Então {A’, B’ C’} = {D, E, F}, podendo ser ou não A’ = D, etc. Os

lados , e do ∆ABC dizem – se homólogos (ou

correspondentes) dos lados , e do ∆ABC,


respectivamente, e os ângulos  A,  B e  C dizem-se
homólogos (ou correspondentes) dos ângulos A’,  B’ e  C’,
respectivamente, com respectivo a h.
Por exemplo, se
hA = E, hB = D e hC = F

Então a correspondência entre os lados e os ângulos de um e


outro dos triângulos dados pode ser exibida como segue:

↔ A ↔ E

↔ B ↔ D

↔ C ↔ F
9.1 Definição

Os triângulos ∆ABC e ∆DEF, dizem-se congruentes sse existe


uma bijecção entre os respectivos conjuntos de vértices de tal
modo que os lados homólogos são congruentes e ângulos
homólogos são congruentes.

9.2 Lema

A relação de congruência de triângulos é uma relação de


equivalência ao conjunto dos triângulos.

O novo axioma é nada mais a proposição I.4 dos elementos de


Euclides.

9.3 Axioma de congruência de triângulos (LAL)


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 83

Dados os triângulos ∆ABC e ∆DEF, se = , A = D e

= , então ∆ABC = ∆DEF.

9.4 Definição

Um triangulo, diz-se isósceles sse tem dois lados congruentes,


chamando – se base ao outro lado e ângulos da base ao ângulo
contendo a base.

9.5 A proposição

Os ângulos da base de um triângulo isósceles ao são congruentes


(e os ângulos externos adjacentes à base também).
84 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Durante a idade
média era frequente
fazer-se uma
demonstração
diferente da de
Euclides que já
podemos justificar a
nossa axiomática:
dado o ∆ABC com

= , a bissectriz
do  A corta o
interior da de base,
digamos num ponto
D, pelo teorema da
barra transversal.

Atendendo as hipóteses e a definição da bissectriz, facilmente se


conclui (como?), por (LAL), que ∆ABD = ∆ACD, donde  ABD =
 ACD e, portanto (porquê?), ABC=  ACB, isto é,  B =  C.

9.6 Teorema (pons asinorum)

Num ∆ABC, se = , então  B =  C.

Demonstração
Pela objecção entre os vértices A→A, B→C, C→D corresponde-
se os lados e ângulos dos triângulos ∆ ABC e ∆ AB.

→ , → , → , A→  A,  B→  C,  C →  B

Como, por hipótese, = , logo = , e  A≡  A, podemos


concluir, por (LAL), que ∆ABC ≡ ∆ABC, donde  B ≡  C, por
serem ângulos homólogos em triângulos congruentes.

9.7 Lema

Dados um ∆ ABC e um ponto D tal que A-C-D, tem-se m(  BCD)


> m(  B).
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 85

Demonstração

Seja E o ponto médio de e F um ponto tal que A-E-F e ≡

(teorema do ponto médio). Por serem verticalmente opostos,

tem-se  AEB ≡  FEC e por, construção, ≡ , donde, por


(LAL)
∆ AEB ≡ ∆ FCE

Logo  ABE ≡  FCE e, portanto m(  B) ≡ m(  BCF). O


teorema fica demonstrado se provarmos que m(  BCD) >
m(  BCF).

Como por hipótese, A-C-D, os pontos A e D estão em lados

opostos de . Mas também A-E-F e B-E-C, logo A e F estão do

mesmo lado de . Por conseguinte, D e F estão do mesmo lado

de . Alem disso, os pontos B, E e F estão do mesmo lado de

, logo F int(  BCD). Pelo axioma (M), tem-se.


m(  BCD) = m(  DCF) + m(  BCF) > m(  BCF).

9.8 Definição

Dados um ∆ABC e um ponto D tal que A-C-D, o  BCD diz-se um


ângulo externo do ∆ ABC, e os  A,  B dizem-se internos
remotos (relativamente aquele ângulo externo). O  A diz-se
oposto ao lado BC e este diz-se oposto ao ângulo  A.
Um triângulo equilátero é um triângulo com os três lados
congruentes e um triângulo equiângulo é um
triângulo com os três ângulos congruentes.
Um triângulo não isósceles diz-se escaleno.
86 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

9.9 Corolário

Os ângulos da base de um triângulo isósceles são agudos


internos remotos.

Demonstração
Axioma (LAL) é um critério de congruência de triângulos – é o
critério lado-ângulo-lado. Combinados judiciosamente alguns
resultados anteriores facilmente obtemos outros critérios de
congruência de triângulos, normalmente, os conhecidos pelas
siglas.
 (LAL) – ângulo-lado-angulo;
 (LAA) – lado-angulo-angulo;
 (LLL) – lado-lado-lado.

9.10 Teorema (ALA)

Dados os triângulos ∆ ABC e ∆ DEF, se  A ≡  D, ≡ e


 B ≡  E, então ∆ ABC ≡ ∆ DEF.

Demonstração. A ideia de demonstração é prova que ≡ e


aplicar (LAL). Se fosse BC ≠ EF, digamos BC > EF (o outro caso é
análogo, mas trabalhando com o ∆ DEF), existiria C' tal que B-C'-
C e ' ≡ , donde ∆ ABC' ≡ ∆ DEF, por (LAL),e portanto
m(  BAC') ≡ m(  EDF).

Mas C' 
int(  BAC), logo
m(  BAC') <
m(  BAC) e, por
conseguinte, m(  D)
< m(  A),
contradizendo uma
das hipóteses.

9.11 Teorema (LAA)


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 87

Dados os triângulos ∆ ABC e ∆ DEF, se ≡ , B ≡ E e


 C ≡  F, então
∆ ABC ≡ ∆ DEF

Demonstração
A demonstração é análoga a anterior, até a conclusão ∆ ABC’ ≡ ∆
DEF. Então m(  AC'B) = m(  DEF) = m(  C), mas  AC’B é
um ângulo externo do ∆ ACC’ e, por conseguinte, é maior do que
o  C, o que é absurdo.

9.12 Teorema (LLL)

Dados os triângulos ∆ ABC e ∆ DEF, se AB ≡ DE, AC ≡ DF e BC ≡


EF, então ∆ ABC ≡ ∆ DEF.

Demonstração.
A demonstração é um pouco longa. Damos apenas as indicações
pertinentes, deixando alguns pormenores para o leitor.
Primeiramente utilizando o teorema da construção de ângulos e
segmentos, obtêm-se um único ponto C' nas condições seguintes:

C' e C estão em lados opostos de ,  ABC’ ≡  DEF e ’=


, donde se conclui, por (LAL), que ∆ ABC’ ≡ ∆ DEF.
Em seguida, prova que  ABC’ ≡  DEF (v. diante). Supondo isto
já demonstrado, concluiu-se ∆ ABC ≡ ∆ ABC' por (LAL) e,
finalmente ∆ ABC ≡ ∆ DEF, por transitividade da relação ≡.
Para provar que  ACB ≡ AC'B, considera-se que o ponto P em
que CC' corta AB, havendo vários casos a ponderar, conforme as
posições relativas dos pontos P, A e B (v. figuras a seguir):
(i) Caso P = A;
(ii) Caso P = B;
(iii) Caso A-P-B;
(iv) Caso P-A-B;
(v) Caso A-B-P.
88 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

No caso (i) utiliza-se para asinorum;


o caso (ii) é análogo.
Nos casos (ii) e (iv) utiliza-se pons
asinorum e o teorema da “adição”
de ângulos.
O caso (v) é análogo a (iv).

9.13 Existência de paralelas

9.13.1 Teorema

Para toda a recta r e todo o ponto P existe uma única recta s


perpendicular a r passando por P.

Demonstração

Para a existência supondo l = , pelo teorema da construção de


ângulos e segmentos existe um único ponto Q tal que P e Q estão

em lados opostos de r,  BAP ≡ BAQ e ≡ . Sendo C  r tal


que B-A-C, é claro que também  CAP ≡  CAQ (porque? – faça
uma figura acompanhante). Seja R  r o ponto onde PQ corta r.
Se R = A, então os ângulos  BRP e  BRQ formam um par

linear, portanto são ambos rectos e também neste caso,


perpendicular a r, para a unicidade.

9.13.2 Corolário
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 89

Se duas rectas (com planares) são perpendiculares a uma mesma


recta, então as duas rectas são paralelas.

Demonstração.
De facto, se r ‘e perpendicular a t
e s perpendicular a t com r ≠ s,
então r e s não podem ter nenhum
ponto comum, caso contrario
estariam em contradição com a
unicidade da perpendicular a uma
recta por um ponto dado.

9.13.3 Teorema (Existência de paralelas)


Para toda a recta r e todo ponto P  r existe, pelo menos, uma
paralela a r passando por p.

Demonstração.
Por p passa uma única perpendicular
a r digamos s, por p também passa
uma única perpendicular a s,
digamos t, as rectas r e t são
distantes e ambas perpendiculares a
s, logo são paralelas, pelo corolário
anterior.

Não é lícito concluir do que precede que a paralela a r passando


por p r é única. De facto, tal unicidade não pode ser
demonstrada com base nos axiomas admitidos. A unicidade da
paralela a uma recta dada passada por um ponto dado último dos
axiomas a admitir (é chamado axioma de paralelismo de Hilbert)
para a geometria euclidiana. Não vamos admiti – lo por enquanto,
pois ainda temos alguns teoremas importantes para cada
estabelecer que não utilizam esse axioma e são, portanto, como
também se diz, geometria neutra) e à geometria
hiperbólica de Bollyai e Lobacthewisk. Todavia,
aproxima-se a altura em que, para obter
resultados mais interessantes, teremos de optar
90 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

por um dos postulados de paralelismo de Hilbert, se queremos


entrar definitivamente na geometria euclidiana, ou o hiperbólico,
se quisermos enveredar pela geometria hiperbólica.

9.13.4 Definição

A mediatriz de um segmento AB é a perpendicular a AB passando


pelo ponto médio de AB.

9.13.5 Teorema

O lugar geométrico dos pontos equidistantes de dois pontos dados


A e B é a mediatriz de AB.

Demonstração.
Há duas coisas a demonstrar, sempre que pretendemos mostrar
que certo conjunto de pontos é caracterizado por certa
propriedade:
(1) Todos os pontos do conjunto têm a referida propriedade; e
(2) Todos os pontos com referida propriedade pertencem ao
conjunto.
No caso em questões, em conjunto em causa é a mediatriz do
segmento , tal como foi definida em 4.3.4, e a propriedade em
questão é a propriedade “P é equidistante de A e B”, isto é, PA =
PB.

Seja r a mediatriz de , M o posto médio de .


Prova de (1): seja P um ponto qualquer de r, com vista a provar
que PA = PB. Se P = M é imediato, pela definição de ponto médio.
Se P ≠ M, tem-se ∆ PAM ≡ ∆ PBM, por (LAL) ( ≡ , os
ângulos com vértice M são rectos e o lado PM é comum). Então,
por serem homólogos em triângulos congruentes, ≡ .

Prova de (2): seja P um ponto qualquer equidistante de A e B, isto


é, tal que PB ≡ PB, com vista a mostrar que P  r. Se, por feliz
acaso, P ≡ M, não há nada mais a fazer, e se P ≠ M, então P 
AB, pois P, A e B não são colineares e ∆ PAM ≡ ∆ PBM, por (LLL),
donde  PMA ≡ PMB; como estes ângulos formam um par linear,
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 91

eles são ambos rectos, o que prova que PM1  AB e, portanto


(unicidade da perpendicular) r = PM, logo P Є r.
A existência de paralelas pode ser obtida por outra via um pouco
mais geral, tal como fez Euclides.

9.13.6 Definição

Sejam, r, s duas rectas e t uma outra recta r e s em pontos


distintos P e Q e se diz uma transversal aquelas duas. Sejam
ainda A, B pontos em r tais que A-P-B e C, D pontos em tais que
C-Q-D, com BD do mesmo lado de t, relativamente ao sistema de
rectas r, s, t, os pares de ângulos.
(i)  APQ,  DQP e  BPQ,  CQP dizem-se alternos
internos.
(ii)  APQ,  CQP e  BPQ,  DQP dizem-se internos do
mesmo lado de t.
(iii) Verticalmente opostos de um par de ângulos alternos
externos.
(iv) Verticalmente opostos de um par de ângulos internos do
mesmo lado de t dizem-se externos do mesmo lado de t.
(v) Um ângulo de um par de ângulos alternos internos e o
verticalmente oposto do outro ângulo do par dizem-se
correspondentes.

9.13.7 Lema

Relativamente a um sistema de duas rectas cortadas por uma


transversal são equivalentes as condições seguintes:
(a) Os ângulos de um par de ângulos alternos internos são
congruentes;
(b) Os ângulos de um par de ângulos alternos internos são
congruentes;
(c) Os ângulos de um par de ângulos correspondentes são
congruentes;
(d) Os ângulos internos de um mesmo lado da transversal são
suplementares;
(e) Os ângulos externos de um mesmo lado da transversal são
suplementares.

9.13.8 Teorema (dos ângulos alternos


internos)
92 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Dados duas rectas cortados por uma transversal, se os ângulos


de um par de ângulos alternos internos forem congruentes, então
as duas rectas são paralelas.

Demonstração.
Um exercício simples, por
redução ao absurdo, utilizando
o teorema do ângulo externo.

9.13.9 Corolário (existência de paralelos)

Duas rectas cortadas por uma transversal perpendicular a ambas


são paralelas.

Demonstração
Constrói-se a perpendicular comum como na demonstração do
teorema 89, existência das paralelas.

Exercícios e complementos

1. Indique os elementos homólogos nos triângulos ∆ ABC e ∆


ABC, mediante a correspondência A↔F, B↔D, C↔E.
2. Enuncie e demonstre o recíproco do teorema pons asinorum
(proposição dos elementos de Euclides). Utilize a (ALA).
3. Prove que as somas das medidas de dois ângulos de um
triangulo é menor do que л.
4. Faça ou complete conforme o caso, as demonstrações
deixadas como exercícios.
5. Considere um modelo arbitrário dos axiomas admitidos
(  ; d , m ' ).

Querendo, pode trabalhar com (  1 ; d E , m ' ). Suponha fixada uma


recta  e defina-se uma nova função distância d' do seguinte
modo: d' coincide com d em toda a parte excepto para pontos de

 , e d'(P, Q) = 2d(P, Q) para P, Q .


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 93

(a) Prove que (  1 ; d E , m ' ) é modelo de (D). Só tem que mostrar


que  , possui um sistema de coordenadas: se f é sistema de
coordenadas para  com respeito a d, defina de maneira natural
um sistema de coordenadas g para  com respeito a d'.
(b) Prove que (  ; d , m ' ) não é modelo de (LAL). Sugestão:
considere dois triângulos congruentes em (  ; d , m ' ), de tal modo
que somente um deles tem um lado contido em  .

6.Prove que o plano (  1 ; d E , m ' ) não é modelo de (LAL)

7.Verdade ou falso?
(a) O axioma (LAL) é i independente dos restantes.
(b) Para quaisquer triângulos ∆ ABC e ∆ DEF, tem-se ∆ ABC ≡ ∆
DEF sse ângulo ∆ ABC ≡ ∆ DEF.
(c) o recíproco do critério (LAL) é o critério (ALA).
(d) Todo o triângulo equilátero é isósceles.
(e) Se  A não é menor que  B, e  B não é maior  A, então
 A =  B.
8. Demonstre a unicidade da perpendicular a r passando por P.
(sugestão: suponha que havia duas: utilize o teorema do ângulo
externo).
9. Prove que duas rectas são cortadas por uma transversal de tal
modo que os ângulos de um par de ângulos correspondentes são
congruentes, então as duas rectas são paralelas.
10. Um ponto A diz-se equidistante de dois pontos P e Q sse AP =
AQ.

Prove no plano e no
espaço, que se A e B são
dois pontos ambos
equidistantes de P e Q,
então todo o ponto C
entre A e B é equidistante
de P e Q.

11. Prove que se uma recta  , passa pelo ponto


médio de e por um outro ponto equidistante

de A e B então  ,  .
94 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 95

Unidade 10

Desigualdades geométricas

Introdução

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Apresentar e demonstrar a validade da

Objectivos desigualdade triangular através de segmentos e


consequentemente a sua aplicação em triângulos,
quadriláteros e outras propriedades com ela
relacionada;

Introdução

Nesta secção obteremos, entre outros, o resultado conhecido por


desigualdade triangular – a propriedade que faz referencia no
início da unidade. Será conveniente, para maior comodidade nos
enunciados, alargar o uso de expressões como “maior”, ‘maior ou
igual”, etc, também a segmentos, conforme os respectivos

comprimentos. Assim, diremos que o segmento é maior do

que o segmento , e escrevemos > , sse AB > CD, etc.

10.1 Teorema

Num triangulo ∆ ABC, tem-se > sse  B


>  C.
96 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Por palavras: num triângulo, a lado maior opõe-se ângulo maior e


vice-versa.
Em particular, ao maior lado (se existir um lado maior do que os
outros) opõe-se o maior ângulo e vice-versa, e ao menor lado (se
existir) opõe-se o menor ângulo e vice-versa.

Demonstração

Suponhamos > , pelo teorema da


construção de ângulos e segmentos existe
um ponto D tal que A-D-C e AD ≡ AB,
donde, pelo teorema do ângulo externo,
 BDA >  C. mas  BDA ≡  DBA, por
pons asinorum, e  DBA <  B, pois D é
interior ao  B, logo  B >  C.

10.2 Teorema

Num triângulo a soma dos comprimentos de dois lados é maior do


que o comprimento do outro lado.

Demonstração, dado o ∆ ABC,


mostramos, por exemplo, que
AB + BC > AC. Seja D tal que A-B-D
e BC = BD. Então
AD = AB + BD = AB + BC.
Donde o resultado, tendo em conta
B int(  ACD), logo, por pons
asinorum,  ACD >  BCD.

O teorema anterior é o caso particular da desigualdade triangular


(D4), precisamente o caso em que os (três) pontos A, B, C não
são colineares mas é, na realidade, equivalente a essa famosa
desigualdade cuja demonstração foi prometida no início do
capítulo.

10.3 Teorema (Desigualdade Triangular)

Para quaisquer pontos A, B, C, tem-se (D4) AB + BC + ≥ AC, alem


disso,

AB + BC = AC sse B AC ou A = B = C, e
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 97

AB + BC > AC sse os pontos A, B, C, não são colineares.

Demonstrações. Se B = A ou B = C, então AB + BC = AC
trivialmente, se A = C mas A ≠ B, então AB + BC > AC.
Trivialmente. Resta o caso em que se não são colineares caímos
na situação do teorema anterior, logo AB + BC = AC sse A-B-C,
são distintos podendo ser colineares ou não.
Se são colineares caímos na situação do teorema anterior, logo
AB + BC > AC (e também, AC + CB > AB e BA + AC > BC).
Se são colineares um e um só dos pontos esta entre os outros
dois. Se A-B-C, então AB + BC = AC, por definição de estar entre;
se B-C-A ou A-C-B, tem-se AB + BC > AC (exercício). Portanto,
tem-se sempre AB + AC ≥ AC e (D4) esta demonstrada.
Alem disso, vimos que com A, B, C distintos se tem a igualdade
AB + BC = AC sse A-B-C e, combinando com o que se mostrou
logo no inicio, concluiu-se a segunda parte.
Quando a terceira parte apenas resta ver que se AB + BC > AC,
então A, B e C não são colineares, o que deixamos como
exercício.

10.4 Corolário

Se AM = BM = ½ AB, então M = A = B ou é o ponto médio de AB.


Alem disso, se A ≠ B, então.

AB = {P:AP + PB = AB} e AB = {P: BP = |AP - AB|}

10.5 Teorema (da Charneira)


98 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Dados dois triângulos ∆


ABC e ∆ DEF, se AB ≡ DE,
AC ≡ DF e  A >  D,
então BC > EF.

10.6 Teorema
Um triângulo tem, quando muito, um ângulo recto. Se um triângulo
tem um ângulo recto ou um ângulo obtuso, então os outros dois
ângulos do triângulo são obtusos.

Demonstração. Exercício (utilizando o teorema do ângulo


externo).

10.7 Definição

Um triângulo com um ângulo recto diz-se um triângulo rectângulo,


o lado oposto ao ângulo recto chama-se hipotenusa e os outros
dois lados são os catetos.
Se r  s, r corta s no ponto Q e P é qualquer outro ponto de r.
Chama-se Q o pé da perpendicular a s tirada por P.
Dos teoremas anterior 94 imediatamente se conclui

10.8 Teorema

A hipotenusa de um triangulo rectângulo é maior


que qualquer dos catetos. Dos segmentos tirados
de um ponto para uma recta, o perpendicular é o
mais pequeno.
Terminamos esta secção com mais um critério de
congruência para triângulos rectângulos – o critério
da hipotenusa-cateto (HC):

10.9 Teorema (HC)


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 99

Triângulos rectângulos com hipotenusa e um cateto de um


congruentes com a hipotenusa e um cateto do outro,
respectivamente, são congruentes.

Demonstração.
Sejam ∆ ABC e ∆ DEF
rectângulos em C e em F,
respectivamente, tais que
AB ≡ DE e AC ≡ DF, e seja
B' Є CB tal que C B' ≡ FE e
B'-C-B.

Como  B'CA também é recto, tem-se ∆ AB'C ≡ ∆ DEF, por


(LAL), logo AB ≡ DE e, portanto AB ≡ AB, donde  B' ≡  B, por
pons asiroum, e também  B' ≡  E (ângulos homólogos); por
simetria e transitividade vem  B ≡  E, donde ∆ AB'C ≡ ∆ DEF,
por (LAL).

Exercícios e complementos

1.seja D um ponto interior ao ∆ AB'C. Prove que BD + DC < BA +


AC e  BDC >  BAC. Sugestões para primeira parte, BD corta
AC num ponto l tal que A-CE-C e B-D-E (porque?); aplique a
desigualdade triangular a ∆ BAE e a ∆ DEC. Para a segunda
parte, note que o  BDC é externo do ∆ DEC e o  DEC é
externo do BAE.
2.Prove que, num ∆ ABC, se A-D-B e BC ≥ AC, então CD < BC.
3. Forneça as justificações para a seguinte demonstração do
teorema da charneira.
(1) Sem perda de generalidade, DE ≥ DF;
(2) Existe G do mesmo lado de DF que E tal que  FDG ≡  CAB
e DG ≡ AB.
(3) ∆ FDG ≡ ∆ CAB;
(4) GF ≡ BC;
(5)  DGE ≡  DEG;
100 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

(6) DE intersecta FG num ponto entre F e G, digamos H;


(7) DH < DG = DE;
(8) D-H-E;
(9) H, F  int(  DGE)
(10)  FGE <  DGE;
(11) H, D  int(  GEF);
(12)  DEG <  GEF;
(13)  FGE <  GEF;
(14) FE < GF;
(15) FE < BC.

4.Demostre e/ou complete as demonstração de todos os outros


teoremas desta secção.
5.seja D o pé da perpendicular tirada de um ponto A para uma
recta BC, e suponha BC o maior lado (ou, pelo menos, maior ou
igual aos outros lados) do ∆ ABC. Prove que B-D-C. [sugestão:
redução ao absurdo]
6.Prove que se P é o pé da perpendicular tirada de A para BC e B-
C-P, então AB > AC.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 101

Unidade 11

Definições de Euclides

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Estudar as particularidades de um quadrilátero a

Objectivos partir da ideia de semelhanças entre triângulos;

 No final desta unidade, o estudante deve ter


capacidade de demonstrar as propriedades em
estudo.

Introdução

Introdução

Recorde-se a definição de quadriláteros. Se os ângulos do


quadrilátero ABCD são todos rectos o quadrilátero diz – se um
rectângulo. Todavia, se tentarmos nesta altura (isto é, sem apelar
no axioma de paralelismo de Euclides ou equivalente) construir
(com justificação) um rectângulo, o melhor que conseguimos fazer
é construir um quadrilátero de saccheri, segundo o qual, Um
quadrilátero ABCD com os ângulos  A e  B ambos rectos e AD
≡ BC; os ângulos  A e  B são chamados os ângulos da base e
os outros dois são chamados os ângulos do topo; os segmentos
AC e BD são as diagonais. Alguns dos resultados referidos e os
respectivos exercícios são obtidos a seguir.
11.1 Lema
As diagonais de um quadrilátero de Saccheri
são congruentes
102 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Demonstração
∆ ABD ≡ ∆ DAC, por (LAL).
O teorema seguinte afirma que um quadrilátero de Saccheri é
determinado pela base e um lado adjacente à base.

11.2 Teorema

Sejam dados os quadriláteros ABCD e A'B'C'D', quadrilátero de

Saccheri com bases AB e A'B', respectivamente. Se ≡ e

≡ , então ≡ ,   C ≡  C' e  D ≡  D'.

Demonstração.
Indicamos os passos da demonstração, deixando as justificações
como exercícios para o leitor:
(1) ∆ ABD ≡ ∆ A'B'C';
(2)  A ≡  A';
(3) C  int(  A) e C'  int(  A');
(4)  DAC   D'A'C'
(5) ≡ ;
(6) ∆ ADC ≡ ∆ A'D'C';
(7)  D ≡  D'.

(8) ≡ ;
(9)  C ≡  C'

11.3 Corolário

Os ângulos do topo de um quadrilátero de Saccheri são


congruentes.

11.4 Propriedades de Arquimedes


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 103

Para quaisquer números reais se 0 < a < b, então existe um


numero natural n tal que na > b.

11.5 Teorema

Num quadrilátero de Saccheri, o topo é maior ou igual a base.

Demonstração.
Seja □ AA1B1B um quadrilátero de Saccheri com base AA1 e topo
BB1. Pretende-se provar que BB1 ≥ AA1. Colocam-se lado a lado n
quadrilátero de Saccheri, conforme as indicações indicadas a
seguir: os pontos A, A 1, A2……, Na, são colineares, os ângulos
 Bi Ai Ai + 1 (i = 1;2, …. n - 1) são rectos.

AA1 = A; A +1 (i = 1;2, …. n - 1)
AB1 = A; 1B +1 (i = 1;…. n - 1)

B B1 B2 Bn-2 Bn-1 Bn

A A1 A2 An-2 An-1 An

11.6 Corolário

Num quadrilátero de Saccheri □ ABCD com base AB, <CBD ≥


<ADB
104 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Demonstração.
Sabemos que AD = BC e BD =
AC. Se fosse CADB >  CBD
seria AB > CD, pelo teorema da
charneira, contradizendo o
teorema 11.5.

11.7 Teorema
Se o triangulo ∆ ABD é rectângulo em A, então m(  B) + m(  D)

≤ .
2

Demonstração.
Pois seja C que o quadrilátero ABCD é um quadrilátero de
Sachheri pelo corolário anterior, m(CBD) ≥ m(CADC) e, como
 ABC é recto, vem

– m(<ABD) = m(<CBD) ≥ m(ADC)
2

11.8 Corolário

Um triângulo rectângulo tem um único ângulo recto e os outros


ângulos são agudos. Alem disso, a hipotenusa é maior do que
qualquer dos catetos.

11.9 Teorema

Dado um ∆ ABD, seja Do pé perpendicular tirada de A para a


recta BC. Seja BC não é exercido por nenhum dos outros lados,
então B-D-C.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 105

Demonstração.
Suponhamos, com vista a um
absurdo, que D não esta entre B e C.
sem perda de generalidade podemos
supor D = A ou D-B-C. No primeiro
caso, o ∆ ABC é rectângulo com

hipotenusa > , pelo corolário

109, contra a hipótese sobre .

No segundo caso, tem-se BC

< DC < AC (pois é a


hipotenusa do triangulo
rectângulo ∆ ADC),
novamente contra a hipótese

sobre .

11.10 Teorema (de Saccheri Legendre)

A soma das medidas dos ângulos de um triângulo é menor ou


igual a CC
A referida soma é chamada a soma (ou medida) angular do
triângulo, e a diferença

 ( ABC) = л- [m(<A) + m(<B) + m(<C)]

É chamada deficiência ou defeito triângulo.


106 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Demonstração.
Seja dado o triângulo ∆ ABC.
Podemos supor, sem perda de
generalidade, que o lado BC não é
exercido por nenhum dos outros dois.

Seja  , com D entre B e C, de


modo que D  int(  BAC).

Pelo teorema 11.7 aplicado a cada um dos triângulos rectângulos


∆ ABC e ∆ ABC tem-se.

 
m(  B) + m(  BAD) ≤ e m(  DAC) + m(  C) ≤
2 2
Donde o resultado, é somando membro a membro.

11.11 Corolário

A medida de um ângulo externo de um triângulo é maior ou igual a


soma das medidas dos dois ângulos internos remotos de
triângulo.

11.12 Corolário

A soma das medidas dos ângulos de um quadrilátero convexo é


menor ou igual a 2

Tarefas

1. Mostre que um quadrilátero ABCD tal que  A e  B são


ambos rectos é um quadrilátero de Saccheri é um quadrilátero
convexo.
2. Seja o quadrilátero ABCD, E um ponto tal que A-B-E, e
suponha prove C, D estão do mesmo lado de AB, AD = BC e
 DAB ≡  CBE prove que ABCD é um quadrilátero convexo.
3. Prove que a propriedade Arquimedes é equivalente a
proposição seguinte: para todo o numero real c > 0 existe um
numero natural n tal que n > c.
4. Enuncie o teorema de Saccheri Legendre em termos de
deficiência.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 107

5. Verdade ou falso?
(a) O teorema de Saccheri Legendre depende da propriedade de
Arquimedes.
(b) O teorema de Saccheri Legendre afirma que uns triângulos
tem a soma angular igual a  enquanto outros tem soma angular
menor que do que  .
(c) Na geometria Neutra existem triângulos com deficiência nula.

(d) Em (  1 ; d E , m ' ) existem triângulos com deficiência nula.

(e) dois triângulos com deficiências iguais são congruentes.


(f) o teorema de Saccheri-Legendre é equivalente a proposição de
que a deficiência de um triângulo não pode ser negativa.
6. Prove que a função § é aditiva no sentido seguinte: no ∆ ADC,
se D é um ponto entre B e C, então.
 (∆ ABC) =  (∆ ADB) +  (∆ ADC)
108 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Unidade 12

Perpendicularidade no espaço

Introdução

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Conhecer e demonstrar situações de

Objectivos perpendicularidade no espaço;

 Conhecer e demonstrar situações de


perpendicularidade no espaço;

Introdução

Nesta unidade desenvolve-se a teoria da perpendicularidade no


espaço mas, para isso, não é necessário introduzir nenhum
axioma novo. Alguns resultados são análogos para o espaço de
teoremas já demonstrados no plano (por exemplo, os relativos ao
plano bissector correspondem aos relativos `a mediatriz de um
segmento) as demonstrações são, em regra, bastante simples.
Para as que são menos simples damos sugestões suficientes.
12.1 Definição

Seja  , recta passando por um ponto P de um plano  . Diz-se


que  é perpendicular a alfa, e escreve-se    sse  é
perpendicular a todas as rectas contidas em passando por P.

12.2 Teorema

Se  é perpendicular a duas rectas r, s contidas em  alfa e


passando por um ponto P   , então    .
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 109

Demonstração.
Exercício. Sugestão seja A,
B   tais que A-P-B e AP =
BP e considere uma terceira
recta ao arbítrio t contida em
alfa e passando por P.

Justifique os passos seguintes.


(1) Existem pontos C  r, D  s em lados opostos de t;
(2) CD corta t, digamos no ponto E ≠ P;
(3) ∆ APC ≡ ∆ BPC;
(4) AC = BC;
(5) Analogamente AD = BD;
(6) AE = BE
(7)   t

12.3 Teorema

Para quaisquer recta e ponto P   , existe um só plano 


passando por P tal que   c.

Demonstração. Exercício

O resultado anterior legítima a definição seguinte.

12.4 Definição

O plano bissector de um segmento é o plano perpendicular a

 , AB passando pelo ponto médio .

12.5 Teorema
110 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

O plano bissector de um
segmento AB é o lugar
geométrico dos pontos do
espaço equidistantes de A e
B.

12.6 Teorema

Quaisquer duas rectas r, s perpendiculares a um memo plano são


complanares.

Demonstração.
Exercícios. Sugestão: P, Q os pontos de interacção de r, s com

alfa, considere o ponto médio M de , a mediatriz  de P, Q, a

mediatriz  de contida em  , dois pontos A, B  


equidistante de M, e prove que tanto os pontos de r com os pontos
de s são equidistantes de A e B, logo pertencem ao plano

bissector de e, portanto, são complanares.

12.7 Teorema

Por um ponto P um dado


plano passa a uma e uma e
uma só recta perpendicular
a alfa.

12.8 Teorema
Por um ponto fora de um plano alfa passa uma e uma só recta
perpendicular a alfa.

Demonstração
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 111

Exercícios. Sugestão: para a existência sejam r uma recta


qualquer contida em  ;  determinado por P e r; s a
perpendicular a r passando por P que corta r num ponto, digamos
Q, t a perpendicular a r passando por P contida em  ; r o plano
determinado por P e t; u a perpendicular a t passando por P e
contida em r (faça uma figura). Prove que u   .

Dos resultados anteriores facilmente se conclui:

12.9 Teorema

Se recta  é perpendicular a um plano P, então contem todas


as rectas passando por P e perpendiculares a  .

Tarefas

Complete a demonstração desta secção.

1.prove que, se  , então os pontos A e C estão em lados


opostos de OB sse  AOC é obtuso ou A-O-C.
2.Diga, justificando, se a relação de perpendicularidade de rectas
é ou não:
(i) reflexiva; (ii) simétrica; (ii) transitiva.
3.Prove que um triangulo equilátero é equiângulo.
4.Demostre que: Dado um ∆ ABC, se P é um ponto do mesmo

lado de que C tal que ≡ e ≡ , então P ≡ C. [Utilize


(LLL)]
5.Prove que, se P  r, então existe um único ponto Q  r tal que r

é a mediatriz de .

6. Dados ABC, DEF tais que ,


e , prove que  A  D. Sugestão:
Redução ao absurdo, utilize (LAL) e o teorema
de charneira.
112 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

7. Dados um ABC e um ponto D entre B e C, prove que o


triângulo ABC tem deficiência nula sse ambos os triângulos
ABC, ADC têm deficiência nula.

Unidade 13

Paralelismo

Introdução

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 O reconhecimento de algumas proposições

Objectivos equivalentes no axioma de paralelismo;

 Os critérios de semelhança de triângulos e


algumas aplicações simples.

Nesta secção formulamos o último dos axiomas da geometria


euclidiana e estabelecemos algumas das equivalências. Bem
entendido, os teoremas de forma Ф  Ψ ou Ф  Ψ desta
unidade, em que Ф e Ψ são ou o axioma de paralelismo (de
Hibert) ou uma outra proposição [por exemplo de entre as
proposições anteriores, são teoremas da geometria neutra (ou
absoluta). É claro que, que se Ф for, por exemplo, o axioma de
paralelismo de Hilbert e Ф  Ψ for um teorema da geometria
neutra, então Ψ é um teorema da geometria euclidiana; todavia,
somente a partir da segunda secção desta unidade é que
entramos, definitivamente, no domínio da geometria euclidiana.

13.1 Postulado de paralelismo de Euclides


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 113

Se C e D são pontos de

um mesmo lado de e
m(  CAB) + m(  DBA)

, então corta .
x +y

13.2 Recíproco do tema dos ângulos alternos internos

Se C e D são pontos de um mesmo lado de AB e CA//BD, então


( .

Esta fórmula é equivalente a que seria


considerado os ângulos alternos
internos
( pois
como facilmente se concluiu.

m(CAB)  m(DBA)   sse CAB 


x + y =   x = y’

13.3 Lema

O axioma de paralelismo de Euclides implica o recíproco do


teorema dos ângulos alternos internos.

Demonstração
Admitamos o postulado de paralelismo de Euclides e
consideremos duas paralelas r, s cortadas por
um transversal t e sejam as medidas de
dois ângulos internos de um mesmo lado t e ’ ’
114 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

as medidas dos ângulos suplementares adjacentes daqueles dois


ângulos, respectivamente pelo referido postulado, como r//s, tem-
se necessariamente ’ ’
mas

’ ’

Donde se concluiu ’ ’

13.4 Lema

O recíproco do teorema dos ângulos alternos internos implica o


postulado de Playfair.

Demonstração
Admitamos o recíproco do teorema dos ângulos alternos internos.
Para demonstrar o postulado de Playfair basta demonstrar a
unidade da paralela a uma recta dada r passando por um ponto P
r, uma vez que a existência já foi estabelecida (secção 4.3) seja
Q o p da perpendicular a r tirada por

Ora, para qualquer recta PA//r tem-se m(<APQ)= , pelo referido

recíproco. O que tem de acontecer, em particular, com A


a perpendicular a PQ passando por Pé única, s é única paralela
passando por P.
Para fechar um primeiro ciclo de equivalência mostramos que:

13.5 Lema

O postulado de Playfair implica o postulado de paralelismo de


Euclides.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 115

Demonstração
Admitamos o postulado de
Playfair e sejam C e D pontos
de um mesmo lado de A, B tais
que m( )+m( )< ,
com vista a mostrar que a AC
corta BD seja E do mesmo lado
de AB que C tal que:

( )+ (

Então pelo teorema dos


ângulos alternos internos

Pelo postulado de Playfair, BE é a única paralela a AC passando


por B como m( ) < m( ) tem-se BE BD logo BD corta
AC, digamos num ponto P, esta do mesmo lado AB que os pontos
C e D. suponhamos, com vista a um absurdo, que P estava do
outro lado de AB (faça uma figura), então o ( ) é um ângulo
externo do ABP e menor do que o ângulo interno remoto
porque o que é absurdo, pelo teorema do ângulo externo.

Exercício e complementos
1. Complete as demonstrações desta acção.
2. Verdade ou falso na geometria neutra.
(a) Se , , são pontos do mesmo lado e então
.
(b) Se , são pontos do mesmo lado e ( )+
então // .
(c) Se , são pontos do mesmo lado de e ( )
+ então corta .
(d) Se , são pontos do mesmo lado e
então corta .
(e) Se , são pontos em lados opostos de e
então corta
.
(f) Duas rectas paralelas têm uma
perpendicular comum.
116 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Um paralelogramo é um quadrilátero tal que as rectas contendo


lados opostos são paralelas e um trapézio é quadrilátero com um
par de lados opostos paralelos. Prove que:
a) Os lados opostos de um paralelogramo são
congruentes:
b) Todo o trapézio é um quadrilátero convexo.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 117

Unidade 14

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 O reconhecimento de algumas proposições

Objectivos equivalentes `as projecções paralelas e


semelhança de triângulos;

 Os critérios de semelhança de triângulos e


algumas aplicações simples.

Projecções paralelas e semelhança


de triângulos

Introdução

Nesta secção admitimos o postulado de paralelismo de Hibert (ou


alguma proposição equivalente, conforme as conveniências).
Estamos em plena geometria euclidiana, pois. O objectivo é obter
(uma versão de) o famoso teorema de Talles e alguns corolários,
entre eles o igualmente famoso teorema de Pitágoras. Entretanto,
faremos um pequeno estudo de semelhança de triângulos.
Continuamos a trabalhar na geometria plana.

14.1 Definição
118 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Sejam r e s duas rectas


cortadas por um
transversal t. a projecção
paralela de r sobre s na
direcção t (ou ao longo de
t) é a função p: r
definida do seguinte
modo: para cada P
’= p(p) é o único
ponto de s em que a recta
paralela a t passando por
P corta s.

14.2 Teorema (teorema básico das projecções paralelas)

Seja r1 r2 r3 três paralelas cortadas


por duas transversais t e t em
pontos A, B, C e A’, B, C’
respectivamente, se A–B–C, logo
(A’-B’-C’), então.

Demonstração

Ponhamos e sejam dois inteiros positivos

arbitrários a demonstração de que tem varias etapas e


utiliza a propriedade 5.2.3.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 119

(1) Dividimos o segmento


AB em segmentos
congruente mediante os
pontos:

Por esta ordem sobre AB, de


modo que o comprimento de
cada um dos segmentos é
AB/
(2) Sobre BC marcamos
segmentos congruentes,
todos com o mesmo
comprimento AB/ ,
mediante os pontos (por
esta ordem)

(3) Projectamos os pontos Ai, Bi sobre t’ segundo r’ obtendo


imagens AiBi, respectivamente. Como todos os
pequenos segmentos obtidos em t são congruentes,
segue-se que

E como as projecções paralelas preservam a


congruência, também os segmentos correspondentes em
t’ são congruentes e

(4) Suponhamos < donde e portanto

Logo B – C – Bn e, como as projecções paralelas


preservam a relação estar entre,
B’-C’-Bn’

Segue-se que B’C’I’ <B’B’ donde


120 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

(5) Analogamente se ve que se


<

Do teorema básico para o teorema geral é um passo, ou melhor,


dois passos.
Primeiro, consideremos quaisquer quatro pontos na transversal t e
os pontos correspondentes noutra transversal t’ por uma
projecção paralela, e sejam a, b, c as distâncias entre eles
conforme a figura seguinte.

14.3 Definição

Os triângulos dizem-se semelhantes sse existe uma


bijecção entre os respectivos conjunto de vórtice de tal modo que
ângulos homólogos são congruentes.

Se a objecção entre
os vértice que torna
ângulos homólogos
congruentes é

e so neste caso
escrevemos.

14.4 Teorema (teorema fundamental da semelhança de


triângulos)

Em triângulos semelhantes, lados homólogos são proporcionais.

Demonstração

Supondo tem-se por definição,


e pretende-se provar que:
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 121

Ou seja, que

Escolhamos B’ sobre de tal modo que = , e seja C’

tal que = , pelo teorema de construção segmentos, Por


(LAL) tem-se ABC DB’C’, e podemos concluir que // .

14.5 Teorema (AA)

Se dois ângulos de um triângulo, são congruentes com dois


ângulos de outro triângulo respectivamente então os triângulos
são semelhantes.

14.6 Teorema (LLL)


Se os comprimentos dos lados de um triângulo são proporcionais
aos comprimentos dos lados de outro triangulo, respectivamente,
então os triângulos são semelhantes.

Demonstração

Dados tais que trata-se de


provar que sem perda de generalidade podemos
supor reportando-nos a figura 5.2.6 e escolhendo B’
como na demonstração do teorema fundamental, tira-se uma
paralela passando por a qual, pelo teorema de Pasch, corta
DF num ponto, digamos C’ que, pelo teorema 128, tem de estar
entre D e F. por (AAA) tem-se
donde se conclui
(exercício). Por (LLL) obtemos
donde o resultado pretendido.

14.7 Teorema (LAL)


122 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Dados se então

Demonstração
Análoga o do teorema anterior mas utilizando (LAL) em vez de
(LLL). Deixamos os pormenores como exercício.

14.8 Definição

Chama-se altitude de um triângulo a qualquer segmento


perpendicular tirado de um vértice para o lado oposto, e altura ao
comprimento de uma altitude

14.9 Teorema

Altitude relativa a hipotenusa divide um triangulo rectângulo em


dois triângulos semelhantes ao triangulo dado.

Demonstração

Seja rectângulo recto. AD a altitude relativa à


hipotenusa. Como (porque?) E
(porque?) vem. Por (AA). Analogamente,

14.10 Teorema de (Pitágoras)


Num triângulo rectângula o quadrado do comprimento da
hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos
catetos.

Demonstração

Dado o rectângulo com recto, trata-se de provar que


BC = AB +AC ou seja, pondo a=BC, b=AC, c=AC, a2=b2+c2.
2 2 2

Pelo teorema precedente. Onde AD é a altitude relativa à


hipotenusa, tem-se
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 123

Donde, pondo d=BD, e=DC, h=AD

2 2
A partir das razoes obtemos = . = donde.

Notando que
2 2 2
+ = =

Exercícios e complementares
1) Complete todas as demonstrações desta secção.
2) Prove que, entre ângulos semelhantes a razão entre dois
lados homólogos é igual a razão entre as alturas
reactivas a esses lados.
3) Onde esta o teorema de Talles?
4) Mostre como aplicar o teorema básico das projecções
paralelas para dividir um segmento dado um numero
natural qualquer de segmentos congruentes. [dado AB,
numa semirecta com marque segmentos
congruentes a partir de , com extremos 0,

1 2… n e, pelos pontos A1…, An-1 tire paralelas a An

B].
5) O teorema fundamental permite a definição das
funções trigonométricas Sem e Cos. Assim, dado um ângulo
agudo construindo um triângulo rectângulo com
retos, definimos.
Sen( )= Cos ( )=
Estas definições são correntes, isto é, independentes do
triângulo rectângulo escolhido, precisamente por causa do
teorema fundamental.
A definição estende-se a outros ângulos do seguinte modo:
se é obtuso e em um seu suplementar definimos.
Sem ( )= Sen ( ), Cos ( )= - Cos ( ’)
Finalmente se é recto, estipulamos
Sem (
a) Demonstre a lei dos senos ,
onde é um triangulo qualquer e a,b
são os comprimentos dos lados opostos
ao respectivamente. Sugestões: [construa uma
altitude CD e mostre que b Sem ]
124 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

b) Demonstre a lei dos cossenos c2= a2 + b2 - 2 ab Cos( )


onde c = AB, deduza daqui o teorema 139.

Unidade 15

Paralelismo no espaço

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Objectivos 

Introdução

Para lidar com paralelismo de rectas e planos no espaço não


necessitamos de nenhum axioma novo. A teoria é, em muitos
aspectos, formalmente semelhante `a teria de paralelismo de
rectas no plano. Por outro lado, as demonstrações dos teoremas
são fáceis e muitas serão deixadas como exercícios. Embora já
conhecida, recorda-se a definição primária de paralelismo de
rectas no espaço.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 125

15.1 Definição

As rectas r e s dizem-se paralelas r//s sse r = s ou r e s são


complanares e não tem ponto comum. Recta r diz-se paralela ao
plano e escreve-se r// sse r e não tem pontos comuns. Os
planos e dizem-se paralelos, escreve-se sse
e não tem pontos comuns.

15.2 Teorema

Se um plano intersecta dois planos paralelos, então intersecta –


os em rectas paralelas

15.3 Teorema
Duas rectas perpendiculares a um mesmo plano são paralelas.

15.4 Teorema
Se uma recta é perpendicular a um de dois planos paralelos então
é perpendicular ao outro.

15.5 Teorema
Quaisquer dois planos perpendiculares a mesma recta são
paralelos.

15.6 Teorema
Quaisquer dois planos de um diedro são congruentes.

Demonstração

Seja dois ângulos planos do diedro onde e


suponhamos (sem perda de generalidade) que A e D estão numa
face, C e F na outras tais
que

conforme a figura seguinte.


126 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Indicamos a seguir os passos da demonstração de que


deixando para o leitor a tarefa de fornecer as respectivas
justificações.

(1) BC//EF e BA//ED;

(2) BCEF e BADE são


paralelogramos;

(3) CF=BE e AD = BE;

(4) CF//BE e AD//BE

(5) CF=AD;

(6) CF//AD;

(7)

(8)

15.7 Teorema

Se uma recta r é perpendicular a um plano , então todo plano


contendo a recta r é perpendicular a

15.8 Teorema

Se dois planos são perpendiculares, então toda recta contida num


deles e perpendicular à recta de intersecção dos planos é
perpendicular a outro plano.

Exercícios e complementos

1. Complete as demonstrações desta secção


2. Prove que duas rectas paralelas a uma terceira são
paralelas
3. A distância de um ponto p de um plano é comprimento do
segmento PQ, onde Q é o pé da perpendicular tirada de
P para o plano, isto é, o ponto onde a perpendicular a
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 127

passando por P corta. Prove que dois planos paralelos


são equidistantes (dizer que, todos os segmentos
perpendiculares tirado do ponto de um plano para o outro
são congruentes).

Unidade 16

Noção de projecção

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Estudar os diferentes tipos de projecções e a sua

Objectivos aplicação prática nos vários tipos de


representação;

 Estudar as projecções de un ponto em cada um


dos diedros do espaço.
128 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Introdução

O campo da Geometria Descritiva, é a representação, num plano


de objectos no espaço e de espaços. Essa representação ‘e feita
através da representação desses objectos num plano. Quando
paramos num sítio, ao sol, vemos a nossa sombra reflectida no
plano onde nos encontramos. Essa sombra, é a projecção de uma
figura sobre o chão; o foco luminoso de projecção é o sol.

A projecção de um objecto num plano resulta resulta numa figura


plana, que se obtém fazendo passar, por alguns dos pontos mais
significativos do seu contorno, rectas que intersectam o plano
determinam as projecções dos pontos pelos quais passam.

16.1 Tipos de projecção

A projecção de um objecto num plano resulta numa figura plana,


que se obtém

fazendo passar, por algum dos pontos mais significativos do seu


contorno, rectas que ao intersectarem o plano determinam as
projecções dos pontos pelos quais passam.

A Geometria Descritiva baseia-se no método de projecções.

Existem três sistemas de projecções:

- Projecção cónica, polar ou central;

- Projecção cónica ou oblíqua;

- Projecção ortogonal.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 129

Quando as rectas projectantes têm origem


num ponto situado a uma distância finita,
ou seja, quando a origem de projecção se
situa a uma distância ao nosso alcance,
trata-se de um sistema de projecção ou
cónica.

16.2 Projecção cónica, polar ou central

16.3 Sistema de projecção paralela ou cilíndrica


130 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

De acordo com que vimos


anteriormente, duas rectas
paralelas são teoricamente
concorrentes no infinito. Se
as rectas projectantes se
cruzam a uma distância
infinita em relação aos
planos de projecção, isto é,
se as projectantes são
paralelas entre si, trata-se
do sistema de projecção
paralela ou cilíndrica

16.4 Projecção ortogonal

O nosso estudo de Geometria Descritiva desenvolver-se-á,


exclusivamente no subsistema de projecção ortogonal com maior
profundidade para a dupla projecção ortogonal.

O método da dupla projecção ortogonal é também conhecido por


sistema de Monge. Consiste em projectar objectos sobre dois
planos perpendiculares entre si, através de rectas projectantes
também perpendiculares entre si e perpendiculares aos planos de
projecção.

16.5 Divisão de espaço em diedros ou quadrantes

Os dois planos de projecção dividem o espaço em quatro diedros


rectos, designadamente:

1. Primeiro diedro de projecção (I D) limitado pelos semi-planos


horizontal anterior e frontal superior.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 131

2. Segundo diedro de projecção (II D) limitado pelos semi-planos


horizontal posterior e frontal superior.
3. Terceiro diedro de projecção (III D) limitado pelos semi-planos
horizontal posterior e frontal inferior.
4. Quarto diedro de projecção (IV D) limitado pelos semi-planos
horizontal anterior e frontal inferior.

16.6 Subdivisão dos diedros de projecção em octantes

São considerados mais dois planos que também se intersectam


no eixo x e que tornam o espaço dividido em oito partes
chamados octantes.

Esses planos dividem cada um dos diedros em duas partes iguais


são chamados planos bissectores, sendo representados pela letra
β.

Ao plano bissector que atravessa o I e III diedros de projecção


chama-se bissector por β1/3, e o que atravessa o II e o IV diedros
designa-se por plano bissector dos diedros de projecção pares ou
simplesmente β2/4.
132 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

16.7 Projecção de ponto sobre dois planos

Verifica-se que todo ponto que estiver sobre a projectante AA1 tem
como projecção o pontoA1. Por isso, para determinarmos a
posição dum ponto, referimo-lo a dois planos de projecção: O
Plano horizontal PH e o Plano vertical PV. A intersecção destes
panos chama-se linha de terra LT.

Assim, A é o ponto do espaço, A1 a sua projecção horizontal e A2


a sua projecção vertical.

Assim para o ponto A seria;

A – ponto do espaço;

A1(a) – projecção horizontal;

A2(a’) – projecção vertical.

A cota de um ponto é a distância desse ponto ao


PH.

O afastamento de um ponto é a distância desse


ponto ao PV.

Na figura ao lado,

Aa – É a cota

Aa’ – É o afastamento
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 133

A projecção vertical a’ é arrastada neste movimento de


rotação, passando assim as duas projecções de ponto,
horizontal a e vertical a’, a pertencer ao mesmo plano e a
constituir os extremos do mesmo segmento rectilíneo a’
ma.

O ponto A do espaço e os lados Aa’ e Aa do rectângulo


Aa’ ma deixam de existir, e consequentemente, o
afastamento Aa’ passará a ser representado pelo
segmento correspondente am e a cota Aa pelo segmento
correspondente a’m.

16.8 Rebatimento do PV

Para se obter a representação em projecção temos de fazer o


rebatimento do PV sobre o PH. Se abrirmos o diedro recto de
projecção de modo que o PV girando 90º em torno da LT, os dois
planos de projecção formarão um único plano.

A operação de levar o PV a deixar a sua posição primitiva para


ficar no prolongamento do PH, transformando-se o diedro recto de
projecção num diedro raso constitui o rebatimento do PV sobre o
PH.

De uma forma esquemática resumiremos a disposição dos sinais


da cota e afastamento nos quatro quadrantes da seguinte forma:

Quadrante Afastamento Cota ou altura


134 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

I Diedro de projecção + +

II Diedro de projecção - +

III Diedro de projecção - -

IV Diedro de projecção + -

Assim, as projecções de um ponto em função dos sinais irão


obedecer o seguinte esquema em relação a LT

cota (+) e afast (-)


L T
cota (-) e afast (+)

Tarefas

1 – Representar as projecções dum ponto do espaço do I diedro.


Dados: distancia ao PH 250mm; distância ao PV 370mm.

Indicar a escala do traçado

2 – Representar as projecções dum ponto que está 20mm para


trás do PV e 35 mm para baixo do PH.

Indicar o quadrante em que se encontra o ponto

3 – Representar as projecções dum ponto simétrico do anterior em


relação ao PH. Indicar as suas coordenadas.

4 – Representar as projecções dum ponto que está 26mm para


frente do PV e 38mm para baixo do PH.

Representar, também as projecções nos diedros em perspectiva e


indicar o rebatimento do PV sobre o PH

5 – Representa as projecções de um ponto que se encontra no


semiplano Vi. Indicar as suas coordenadas. Representar as
mesmas projecções nos diedros em perspectiva.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 135

6 – Indicar quais são os pontos que têm a projecção vertical sobre


a LT. Idem para os que têm a projecção horizontal sobre a LT.

7. Tomando o cm para unidade, determinar as projecções dos


pontos:

A(-3,2) M(0,-5) N(2,-3) P(-4,0) V(0,0)

Considerar a primeira medida como afastamento, e indicar as


posições dos referidos pontos.

8 – Representar as projecções nos bissectores 1/3 e 2/4, dos


pontos a 40mm dos planos de projecção.

9 – Descrever as diversas fases do rebatimento de PV sobre PH.

10 – Representar as projecções de todas as posições do ponto –


alfabeto do ponto – e indicar as suas coordenadas.

11 – Indicar os pontos simétricos dum ponto do II diedro:

a) Em relação ao PV; b) Em relação ao PH; c) Em relação a LT.

Unidade 17

Representação da linha recta

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 O reconhecimento de algumas proposições

Objectivos equivalentes no axioma de paralelismo;

 Os critérios de semelhança de triângulos e


algumas aplicações simples.
136 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

A selhança do que vimos na representação do ponto, a recta


também será representada através de duas projecções (projecção
vertical e horizontal), nos planos vertical e horizontal
respectivamente. Uma vez que a recta cotem uma infinidade de
pontos, apenas iremos tomar dois dos seus pontos como seus
representantes na projecção. Quer dizer, a projecção da recta
besear – se - á na projecção do ponto, embora com
particularidades diferentes.

Estudar os diferentes tipos de projecções e a sua aplicação


prática nos vários tipos de representação;

Estudar as projecções de um plano em cada um dos diedros do


espaço;

Estudar as diferentes posições da recta no espaço.

17.1 Definição da recta

Dois pontos não coincidentes ou um ponto e uma direcção podem


definir uma recta. No plano do desenho, uma recta é representada
pelas suas projecção horizontal e vertical. Com efeito, uma única
projecção não é suficiente para determinar uma recta: temos por
isso, de referir aos dois planos que constituem o diedro de
projecção, os PV e PH obtendo-se duas projecções, a projecção
horizontal e projecção vertical. Uma recta AB fica determinada
quando se conhecem as suas duas projecções, horizontal AA1 e
vertical AA2.

Por exemplo, a projecção da recta que passa pelos pontos A e B,


pode ser encontrada por determinar as projecções de A e depois
as de B. Seguidamente, une-se A2 com B2 para obter a projecção
vertical, e para obter a projecção horizontal da recta, unem-se A1 e
B1. Assim, já estão representadas as projecções da recta.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 137

17.2 Traços de uma recta

Traço de uma recta sobre um plano é o ponto onde a recta corta


esse plano.
138 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

O traço vertical T’ v é um
ponto do PV, portanto, de
afastamento igual a 0
(zero) e, assim, a sua
projecção horizontal Tv
encontra-se sobre a LT. As
suas projecções são, pois,
T’v Tv.

O traço horizontal Th é
um ponto do PH, portanto,
de cota igual a 0 (zero) e,
deste modo, a sua
projecção vertical T’ h
encontra-se sobre a linha
de terra. As suas
projecções são, pois, Th
T’h.

17.3 Linhas visíveis e invisíveis

Quando uma recta atravessa vários diedros, só o segmento que


pertence ao primeiro diedro seria visível e representado, portanto,
a linha contínua grossa; a parte da recta que pertencer a outros
diedros será invisível e representada a linha pontuada.

17.4 Regras para determinar os traços

Para determinar os traços duma recta, podemos considerar dois


casos:
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 139

a) Traço vertical –
prolonga-se a projecção
horizontal do segmento
até a linha de terra, e
pelo ponto Tv de
encontro do
prolongamento com a
LT, levanta-se uma
perpendicular que vai
cortar o prolongamento
da projecção vertical do
segundo no ponto T’v,
traço vertical da recta.

b) Traço horizontal –
prolonga-se a projecção
vertical do segmento até
a linha de terra, e pelo
ponto T’h de encontro do
prolongamento com a
LT, baixa-se uma
perpendicular que vai
cortar o prolongamento
da projecção horizontal
do segundo no ponto Th,
traço vertical da recta.

17.5 Análise duma recta

Analisar uma recta consiste em estuda-la ponto


por no ponto, isto é, em fazer a leitura ou a
interpretação do desenho. Como exemplo, façamos a análise da
recta cujas projecções constam na figura abaixo.
140 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Em primeiro lugar, marcamos diversos pontos n


recta e estudamos a sua posição

mm’ – ponto do diedro posterior-superior;

T’v – traço vertical kmm para baixo da LT;

Th – traço horizontal, xmm para baixo da LT;

nn’ – ponto do diedro anterior-inferior.

Pontos de encontro das rectas com os pontos bissectores

Além dos pontos de intersecção das rectas com os dois planos de


projecção, temos de considerar os pontos de intersecção das
rectas com os planos bissectores isto é, os traços nos planos
bissectores.

O ponto de encontro da
recta com o bissector β 1/3
é o ponto do primeiro plano
bissector, portanto de
afastamento igual a cota:
as projecções são
simétricas em relação `a
LT, horizontal para baixo
da LT e vertical para cima,
no primeiro diedro (b1, b’ 1)
e vice-versa.

O ponto de encontro da
recta com o bissector β 2/4
é um ponto do segundo
plano bissector, tendo as
duas projecções
sobrepostas, para cima da
LT no II diedro, e para
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 141

baixo do IV (b2,b’2)

17.6 Alfabeto da recta

Uma recta no espaço, em relação aos planos ortogonais de


projecção, pode tomar várias posições, e é em função destas
posições que ela recebe nomes específicos.

17.7 Recta de nível ou horizontal

É paralela ao plano horizontal de projecção e obliqua em relação


ao plano vertical. Por ser paralela ao plano horizontal de
projecção, todos os seus pontos têm cotas iguais e,
consequentemente, não tem traço horizontal. A recta horizontal ou
de nível intercepta sempre os planos bissectores; logo, tem
sempre os seus traços nesses planos, bem como o traço vertical.
No plano de desenho, a sua projecção vertical é sempre paralela
ao eixo x, e a sua projecção horizontal é oblíqua ao eixo x.

17.8 Recta frontal ou de frente


142 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

É paralela ao plano vertical, logo, não tem traço vertical. Apenas


tem traços no plano horizontal de projecção e nos planos
bissectores. Em relação, a sua projecção horizontal ela é oblíqua.

No plano do desenho, porque todos os seus pontos têm o mesmo


afastamento, a sua projecção horizontal é paralela ao eixo x. A
projecção frontal de uma recta de frente é oblíqua em relação ao
eixo x.

17.9 Recta fronto - horizontal ou horizontal de frente ou ainda


paralela

A recta fronto – horizontal é paralela aos dois planos de projecção;


logo, não tem nenhum traço nesses planos nem nos planos
bissectores, isto é, não tem nenhum ponto notável.

É uma recta que ocupa apenas um único lugar geométrico.

As suas projecções são paralelas entre si e paralelas ao eixo x.


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 143

17.10 Recta do topo ou projectante frontal

Tal como a recta de nível, esta recta é paralela ao plano horizontal


de projecção designando-se da de nível pelo facto da ser
perpendicular ao plano frontal. Não tem apenas um traço
horizontal. A sua projecção vertical fica reduzida a um ponto e, por
esse facto, a sua representação deverá estar entre parêntesis, por
exemplo, (t2). A sua projecção horizontal é perpendicular ao eixo
x.
144 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

17.11 Recta vertical ou projectante horizontal

É uma recta perpendicular ao plano horizontal de projecção e,


consequentemente, paralela ao plano vertical de projecção. Tem
obviamente, todos os traços, exceptuando o vertical. Aliás, o seu
traço vertical teoricamente encontra-se no ponto inacessível, pois,
duas rectas paralelas cruzam-se no infinito. A sua projecção
vertical é perpendicular ao eixo x, e a sua projecção horizontal
reduz-se a um ponto.

17.12 Recta de perfil

É uma recta contida num plano de perfil (plano perpendicular aos


dois planos de projecção) e é oblíqua em relação aos dois planos
de projecção. Assim, tem pelo menos três traços, mas se não for
paralela a um dos planos bissectores tem os quatro traços.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 145

17.13 Recta oblíqua

Como o próprio nome indica, é uma recta obliqua em relação aos


dois planos de projecção, intersecta sempre os planos de
projecção e, em condições gerais, intersecta também os dois
planos bissectores. Poderá não intersectar um dos planos
bissectores se for paralela ou coincidente a ele. Esta situação
também ocorre na recta de perfil. Recorde-se que a recta de perfil
‘e um caso especial da recta obliqua.

17.14 Recta passante

É uma recta que pode tomar algumas das posições descritas


anteriormente apresentando a característica específica de
intersectar o eixo x.

Sendo assim, as duas projecções são concorrentes no eixo x. As


rectas contidas nos planos de projecção as rectas obliquas
contidas nos planos bissectores também são rectas passantes.
146 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

O quadro que se segue resume as diferentes posições que uma


recta ocupa no espaço

Posição em Designação Representação no plano de desenho


relação ao PV e PH

Recta horizontal ou Projecção frontal paralela ao eixo x


de nível
Projecção horizontal oblíqua ao eixo x

Paralela ao PH Recta do topo ou Projecção frontal reduzida a um ponto


projectante focal
Projecção horizontal perpendicular ao eixo x

Recta fronte- Ambas as projecções paralelas ao eixo x


horizontal

Recta frontal ou de Projecção frontal oblíqua ao eixo x


frente
Projecção horizontal paralela ao eixo x

Recta vertical ou Projecção frontal perpendicular ao eixo x


projectante horizontal
Projecção horizontal reduzida a um ponto

Paralela ao PV Recta fronta- Ambas as projecções paralelas ao eixo x


horizontal

Recta obliqua Ambas as projecções obliquas ao eixo x

Recta de perfil Ambas as projecções perpendiculares ao eixo x


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 147

17.15 Posições relativas de duas rectas

De um modo geral, duas rectas dadas pelas suas projecções são


consideradas paralelas quando as suas projecções mesmo nome
forem paralelas. No entanto, há casos particulares, iremos
aprofundar, em que nem sempre as duas projecções do mesmo
nome são paralelas.

Iremos falar também sobre outra relação de rectas que, de modo


geral, no plano de desenho, são consideradas concorrentes. São
aquelas cujas projecções do mesmo nome se intersectam em
pontos da mesma linha de chamada.

Entretanto, há rectas que, por se encontrarem em certos planos,


já não se apresentam conforme o que acabámos de referir.

Iremos abordar os casos gerais e os casos particulares das rectas


concorrentes e das rectas paralelas.

Duas rectas podem ser paralelas, concorrentes ou enviesadas.


Este último caso, de rectas enviesadas, refere-se a recta que não
podem estar contidas no mesmo plano e, por conseguinte, não
podem cruzar nem podem ser paralelas entre si.

Como sabe, na relação entre duas rectas concorrentes, contacta-


se que elas podem ser perpendiculares ou oblíquas.
148 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

17.16 Rectas paralelas

Duas rectas paralelas são aquelas que, estados no mesmo plano,


não têm nenhum ponto em comum.

As projecções do mesmo nome de duas rectas paralelas,


normalmente, também são paralelas.

No entanto, há casos particulares em que as rectas se situam no


mesmo plano, perpendicular a um ou a ambos, os planos de
projecção.

As rectas paralelas contidas em planos perpendiculares ao plano


frontal de projecção têm as suas projecções frontais coincidentes
numa única linha ou reduzidas a dois pontos.

As rectas paralelas contidas em planos perpendiculares ao plano


horizontal de projecção têm as suas projecções horizontais
reduzidas a uma linha ou a dois pontos.

Duas rectas paralelas contidas num plano que é perpendicular aos


dois planos de projecção podem ter as suas projecções
coincidentes numa única linha ou, por outro lado, coincidentes
numa projecção coincidente e noutra reduzida a dois pontos.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 149

17.17 Rectas concorrentes

Duas rectas concorrentes são aquelas que se cruzam num ponto,


como já o tínhamos dito.

Relativamente a rectas enviesadas, não iremos aprofundar o seu


estudo porque são rectas cuja relação não é muito relevante para
o desenvolvimento do nosso estudo.

As projecções do mesmo nome de duas rectas concorrentes


também são concorrentes, mas pode acontecer, em alguns casos
particulares, que não apresentem estas características.

1. Se as rectas estiverem contidas num plano perpendicular ao


plano frontal de projecção, as suas projecções frontais são
coincidentes ou ficam reduzidas a uma linha e um ponto
contido nessa linha.
150 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2. No caso em que as rectas se encontram num plano


perpendicular a vo, as projecções horizontais são coincidentes
ou ficam reduzidas numa linha e num ponto contido nessa
linha.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 151

3. Quando duas rectas concorrentes estiverem situadas num


plano perpendicular aos dois planos de projecção, as suas
projecções situam-se numa única linha perpendicular ao eixo
x. Esta situação acontece exclusivamente quando se trata da
intersecção de rectas de perfil, de topo e vertical.

4. Quando duas rectas concorrentes estiverem situadas num


plano perpendiculares aos dois planos de projecção, as suas
projecções situam-se numa linha perpendicular ao eixo x. Esta
situação acontece exclusivamente quando se trata de
intersecção de rectas de perfil, de topo e vertical.

Duas rectas paralelas ou concorrentes definem um plano, sendo


por isso complanares. Assim, obviamente, os seus traços
encontram-se sobre os traços do mesmo nome do plano.

A terceira relação entre as rectas é a de serem enviesadas.

Trata-se de duas rectas que não admitem um plano comum, isto


é, de modo algum podem ser complanares.

O estudo dessas rectas não terá


desenvolvimento neste livro.

Exercícios complementares
152 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

1. Represente as projecções de segmentos de recta M (7, -10), N


(-12,15), M0N0 = 50 mm

2. Representar as projecções duma recta que passa pelos pontos:

A (-5, -12), B (10,18), distância entre projectantes 60 mm

3. Representar as projecções da recta: C (0, -15), D (0, -20) C0D0


= 40 mm

4. Determinar os traços de rectas dos exercícios anteriores

5. Representar um ponto do IV diedro e um ponto do II diedro.


Fazer a análise da recta da recta que passa por esses dois
pontos.

6. Determinar os pontos de encontro da recta anterior com os


planos bissectores

7. Traçar uma recta do I diedro paralelo ao PH.

8. Representar as projecções duma recta perpendicular ao PH


na parte posterior do PV

9. Dados os traços, determinar as projecções da recta que os


une.

10. Dadas as projecções duma recta, determinar um ponto de


afastamento tripulo da cota.

11. Verificar se um ponto pertence a uma recta oblíqua.

12. Verificar se um ponto pertence a uma recta de perfil.


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 153

13. Representar as projecções da recta simétrica em relação ao


PV duma frontal do IV diedro.

14. Por um ponto dado, tirar uma recta que se apoie noutra.

15. Por um ponto tirar uma paralela a uma recta dada.

16. O mesmo exercício, encontrando-se a recta de perfil.

Unidade 18

Representação Diédrica do Plano

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Estudar as posções do plano em relação aos dois

Objectivos planos de projecção;

 Estudar pontos e rectas do plano com as suas


respectivas posições no espaço.

Introdução

Nesta unidade iremos dar continuidade no nosso estudo,


concretamente para estudarmos o plano através da sua
representação. Para o efeito, podemos
determinar o plano a partir de três pontos não
colineares, uma recta e um ponto exterior, duas
rectas paralelas, ou por duas rectas concorrentes. As primeiras
154 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

duas condições caem na quarta condição porque é sempre


possível transformar três pontos não colineares ou uma recta e
um ponto exterior em duas rectas concorrentes.

18.1 Definição de plano

Um plano é designado por uma letra minúscula do alfabeto grego.

Cada letra do alfabeto latino tem a sua correspondente no alfabeto


grego, ou seja, também existem 26 letras do alfabeto grego. No
nosso estudo iremos usar com maior frequência as seguintes
letras do alfabeto grego, para a designação dos planos.

Alfa – α Delta – δ Pi - π

Beta – β Teta – τ Fi - φ

Gama - γ Niú - υ Ómiga


–ω

No entanto, poderá ser usada qualquer letra do alfabeto grego,


estes são apenas exemplos.

Um plano pode ser definido de várias maneiras, nomeadamente:

 Através de duas rectas concorrentes.


 Através de duas rectas paralelas.
 Através de uma recta e um ponto exterior a essa recta.
 Através de três pontos não colineares.
 Através dos seus traços.

Sendo assim, é possível um plano ser definido por pontos e


rectas, para a representação de um plano será necessário o
conhecimento de projecção de pontos e rectas que o definem.

Na verdade, as diferentes formas de definição dum plano


convergem em duas rectas, que tanto podem ser concorrentes
como paralelas.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 155

18.2 Traços de um plano

Os traços de um plano são linhas resultantes da intersecção


desse plano com os planos ortogonais de projecção.

Quando um plano α, por exemplo, intersecta o plano frontal de


projecção, o resultado é o seu traço frontal. Este traço designa-se
pela letra minúscula do alfabeto latino, seguida de um índice da
designação do plano. Por exemplo, ƒα’ se o plano fôr α.

Portanto, o traço frontal de um plano é o lugar geométrico em que


todos os pontos desse plano têm afastamento igual a zero.

A linha de intersecção de um plano com o plano horizontal de


projecção denomina-se horizontal desse plano no caso de um
plano α, por exemplo, a designação desse traço será hα’ lugar
geométrico em que todos os pontos têm cota igual a zero.

A representação dos traços de um plano no plano do desenho e


feita directamente, ou seja, não é necessário determinar as
projecções das linhas que constituem esses
traços.

Caso fosse necessário, a projecção frontal do


156 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

traço frontal de um plano seria coincidente com o próprio traço, e


a projecção horizontal desse traço seria coincidente com o eixo x.

Também a projecção horizontal do traço horizontal de um plano


seria coincidente com o próprio traço e a projecção frontal seria
igualmente coincidente com o eixo x.

Como esse exercício não ajuda em nada para a resolução de


problemas de Geometria Descritiva opta-se, como já tinha sido
dito, por representar directamente os traços do plano, no plano do
desenho.

18.3 Rectas de um plano

Qualquer recta que pertence a um plano tem todos os seus pontos


sobre esse plano.

Como é do seu conhecimento, os traços de uma recta nos planos


ortogonais de projecção são pontos de intersecção dessa recta
com os planos de projecção.

Sendo assim, o traço frontal de uma recta de um plano encontra-


se sobre o traço frontal desse plano.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 157

De igual modo, o traço horizontal de uma recta de um plano situa-


se sobre o traço horizontal desse plano.

18.4 Rectas de nível de um plano

Rectas de nível, como já se disse aquando da abordagem do


alfabeto da recta, são rectas paralelas ao plano horizontal de
projecção; logo, não têm traço horizontal.

Por esta razão, as rectas de nível de um plano são paralelas ao


traço horizontal desse plano, ou seja, não intersectam o traço
horizontal do plano que as contém.

Sendo a recta de nível desse paralelo ao traço horizontal do


plano, pode-se concluir que esse traço é uma recta de nível desse
plano de cota nula.

Porque uma recta de nível não intersecta vo’ terá apenas um traço,
o frontal, que se situa sobre o traço vertical do plano.

Como é óbvio, no plano do desenho, uma


recta n, de um plano α, tem a projecção
158 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

frontal do seu traço frontal F2, sobre ƒα’ o traço frontal do plano
que a contém. Por F2 traça-se uma linha paralela ao eixo x, n2,
projecção frontal da recta n.

Porque F é um ponto do plano frontal de projecção, a sua


projecção horizontal, F1, localiza-se no eixo x.

A projecção horizontal de uma recta de nível de um plano é


sempre paralela ou coincidente ao traço horizontal do plano que a
contém. É coincidente com o traço horizontal do plano quando o
plano for perpendicular ao plano horizontal de projecção.

A projecção horizontal de uma recta de nível de um plano e


sempre paralela ou coincidente ao traço horizontal do plano que a
contém. É coincidente com o traço horizontal do plano quando o
plano for perpendicular ao plano horizontal de projecção.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 159

18.5 Rectas de frente de um plano

Rectas de frente são rectas paralelas ao plano frontal de


projecção, por esta razão, não se intersectam com o plano frontal
de projecção, isto é, não possuem traço frontal.

Uma recta de frente de um plano é sempre paralela ao traço


frontal desse plano, ou seja, o traço frontal de um plano que
contêm uma recta de frente é uma recta de frente de afastamento
nulo desse plano.

O traço horizontal de uma recta de frente, H1, único traço que tem
sobre os planos de projecção, situa-se sobre o traço horizontal do
plano que a contêm, e a sua projecção horizontal é sempre
paralela ao eixo x.
160 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

A projecção formal de uma recta é frente oblíqua ao eixo x e


paralela ao coincidente com o traço frontal do plano que acontece.

18.6 Determinação dos traços de um plano definido de duas


rectas com correntes

Dadas duas rectas a e b, com correntes obliquas no ponto,


determinamos o0s traços do plano b, definido por essas duas
rectas.

1º Passo

Considerando as rectas dadas, com correntes em c, determinam –


se em primeiro lugar, os seus traços sobre os planos de
projecção, Fa, Fb, Ha e Hb.

2º Passo:

Unem-se as projecções frontais dos traços frontais das rectas de


modo a obter – se o traço do plano, ƒβ.

A união das projecções horizontais dos traços horizontal das


rectas resulta em hβ,

18.7 Determinação de um plano por duas rectas paralelas.

Como se sabe, duas rectas paralelas podem definir um plano.

Consideremos duas rectas paralelas c e d, que definem, um plano


y. Determinemos o plano pelos seus traços.

1º Passo

Determinam – se os traços das rectas do c e d, nos planos


ortogonais de projecção, no caso, Fc, Fb, Hc e Hd.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 161

2º Passo

Unem – se as projecções frontais dos traços frontais das rectas c


e d, designadamente Fc2 e Fd2, dando – se origem ao traço frontal
do plano, ƒy.

Estes são apenas alguns exemplos da representação, pelos seus


traços de um plano definido por duas rectas paralelas ou
concorrentes. Há vários casos particulares, que serão analisados
ao longo da resolução de exercícios e também tipos da
abordagem do alfabeto do plano; por exemplo, plano definido por:

1. Duas rectas de topo.


2. Duas rectas de verticais.
3. Uma rectas de topo e outra de frente.
4. Uma recta de nível e outra de topo, etc.

Nestes casos particulares, nem sempre será possível encontrar


os dois traços de cada uma das rectas que definem o plano, como
vimos no caso das rectas de nível de frente e de frente, entre
outras.

18.8 Alfabeto do plano

Um plano pode tomar varias posições em relação aos planos


ortogonais de projecção.

A essas diferentes posições que um plano toma no espaço chama


– se alfabeto do plano.

Em seguida, apresentamos os diferentes tipos


de planos, em relação localização espacial.

18.9 Plano oblíquo


162 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Este plano é oblíquo em relação aos dois planos de projecção e


ao eixo x.

No plano do desenho, os seus traços são oblíquos e3m relação ao


eixo x.

18.10 Plano horizontal ou de nível

Este plano é paralelo ao plano horizontal de projecção, isto é,


todos os seus pontos tem a mesma cota.

Por ser paralelo v o, ele tem apenas um traço nos planos


ortogonais de projecção, nomeadamente o frontal, que é a recta
da sua intercessão com o plano frontal de projecção. Sendo um
plano com um único traço, a sua designação entre parênteses: (
ƒv).

Este plano pode atravessar dois diedros de projecção,


nomeadamente o primeiro e o segundo, que a sua cota for
positivo. Neste caso, no plano de desenho, o seu traço situa – se
para cima do eixo x.

Caso do plano de nível tenha cota negativa, estará a atravessar


os terceiros e o quarto diedros de projecção. Do plano do
desenho, este plano representa – se por uma linha paralela ao
eixo x, situando - se para baixo desta.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 163

As figuras assentes no plano de nível tem projecção horizontal, a


sua verdadeira grandeza, isto é, a projecção horizontal de uma
figura de nível é igual a si próprio.

18.11 Plano de frente

O lugar geométrico onde toca os pontos de afastamento igual em


um plano de frente, porque este é paralelo ao plano frontal de
projecção.

Tem um único traço e, por seguinte, a sua designação é feita em


parênteses: (hγ).

Qualquer figura situada nestes tipo de plano encontra - se em


projecção frontal, a sua verdadeira grandeza, ou seja, encontra
uma figura igual a si próprio.

Um plano de frente pode atravessar o I e IV diedros de projecção,


isto quando o seu afastamento for positivo. No plano de desenho,
o seu traço plano de desenho, o seu traço localiza – se para baixo
do eixo x.

Se um plano atravessa os II e III diedros de


projecção, porque tem afastamento negativo.
164 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Neste caso, no plano de desenho, o seu traço, o lugar onde se


encontra as projecções horizontais de todos os seus pontos, em
uma linha paralela ao eixo x que se situa para baixo deste.

18.12 Plano de topo ou projectante frontal

É plano perpendicular ao plano frontal e obliquo em relação ao


plano horizontal de projecção.

É chamado projectante frontal, porque os seus pontos são


projectado para o plano frontal por rectas desse plano, sendo
assim, essas projecções encontram – se sobre o seu traço frontal.

Para conheço – lo basta apenas sabermos a amplitude do ângulo


diedro que ele faz, em relação ao plano horizontal de projecção.
Esta amplitude, no plano de desenho é obviamente determinada
pelo eixo x e o traço frontal do plano.

O traço horizontal de um plano de topo é sempre perpendicular de


sempre x e, pelo facto pode se omiti – los, representando apenas
o traço frontal entre parênteses: (ƒπ ).

18.13 Plano vertical ou projectante horizontal

É um perpendicular ao plano horizontal de projecção oblíquo em


relação ao plano ao plano frontal de projecção.

Para conhece – lo, basta saber a amplitude do ângulo que ele faz
em relação ao plano frontal de projecção, amplitude esta que no
plano de desenho é determinada pelo seu traço horizontal e o eixo
x.

Tendo em conta que o seu traço frontal é sempre perpendicular ao


eixo x, pode – se dispensa – lo, sendo representada apenas pelo
traço horizontal, cuja designação fica entre parênteses: (hy).
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 165

É chamado projectante horizontal. Porque todos dos seus pontos


são projectado para o plano horizontal por recta desse plano e,
sendo assim, encontram – se sobre o seu traço horizontal.

18.14 Plano de perfil

Este plano é ao mesmo tempo perpendicular aos dois planos de


projecção e também ao eixo x, o que faz com que no plano do
desenho, os seus traços sejam conscientes e perpendiculares ao
eixo x.

Sendo um plano duplamente projectante, isto é, projectante


frontante e projectante horizontal, todas as figuras nela assentes
tem as suas projecções situadas sobre a linha perpendicular ao
eixo x, e os seus traços são conscientes.

18.15 Plano de rampa

Tal como o plano de obliquo, o plano de rampa é obliquo em


relação aos dois planos de projecção, distinguindo – se desse
pelo facto de ser paralelo ao eixo x. O plano de rampa atravessa
sempre três diedros de projecção.

Os seus traços também são paralelos ao eixo x, tanto pode estar


para cima do eixo x ou para baixo do mesmo, bem como um pode
estar para cima e outro para baixo ou até conscientes dependente
dos diedros e os planos atravessam e dos ângulos que ele faz
com os planos ortogonais de projecção.
166 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

18.16 Plano passante

É um plano oblíquo aos dois planos de projecção, tal como o


plano de rampa. Diferença com o de rampa que reside no facto de
este conter o eixo e, consequentemente, si9tua - se em apenas a
dois diedro de projecção.

Os seus traços são coincidentes com o eixo x, e sendo assim,


eles, só por si, não podem defini – lo. Este os planos poderá ser
definido pelos seu traço e um seu ponto exterior ao eixo x.

Os planos bissectores, 1/3 e 2/4, também são planos passantes.

18.17 Ponto pertencente a um plano

Considera – se que um ponto pertencente a um plano que este


estiver contido numa recta pertencente a esse plano. Assim, o
ponto a pertence ao plano α, porque está contido na recta r, cujos
traços se encontram sobre os traço do mesmo nome do plano.

Seja dado um plano β, obliquo, cujos traços frontais e horizontais,


fazem com o eixo x respectivamente, ângulos de 60º e 30º, de
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 167

abertura para a direita. Determinemos as projecções do ponto a


(1,5; 3,5), que lhe pertence. Para a determinação das projecções
do ponto a do β, há necessidade de se recorrer a rectas de frente
e de nível desse plano, pois através da recta de frente com
afastamento igual ao do ponto pode – se facilmente encontrar a
produção horizontal do Ponto.

Para encontra a projecção do ponto, uma recta de nível com a


cota do ponto é fundamental.

1º Passo

A uma distancia de 1,5 cm


para baixo do eixo, traça – se
uma linha paralela a esse
eixo, ƒ1 cuja intersecção com
h β, origina Hƒ1, traço
horizontal da recta de frente
pertencente ao plano β. Hƒ1,
projecção frontal de traço
horizontal da recta ƒ, situa –
se no eixo x e, por ele traça -
se ƒ2, paralelo a ƒβ.

2º Passo
168 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Traça – se uma linha


auxiliar paralela ao eixo x,
com cota igual a 3,5 cm a
cota de ponto procurado.
A intersecção dessa recta
com ƒβ origina Hn1, situa –
se no eixo x e, determina –
ser a projecção horizontal
de n, n1, paralela ao traço
horizontal do plano, hβ.

3º Passo

O ponto de intersecção de n2 com ƒ2 é A2, projecção frontal do


ponto procurado, cuja projecção horizontal A1 localize – se - á no
ponto de intersecção n1 com ƒ1

Exercícios complementares

1. Quantas e quais as formas que um plano pode ser definido?

2. Quando é que se diz que uma recta pertence a um plano?

3. “Dadas as rectas a, obliqua e b, de frente, concorrentes no

ponto C, determine os traços do plano , que elas definem:

O ponto C tem abcissa, afastamento e cota iguais a 0 cm, 3,5 cm


e 2cm respectivamente;

Para além do ponto C, a recta a é também definida pelo ponto A (-


2,5,0,5,5);

A projecção frontal da recta b faz, com o eixo x, um ângulo de 75º


de abertura para a direita, e o seu traço horizontal tem 3,5 cm de
afastamento.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 169

4. Um plano , é definido por duas rectas frontais, e e f, paralelas,


e que formam um ângulo de 30º com o plano horizontal de
projecção, de abertura para a direita. A recta e cotem o ponto A
(0,2,1) e a recta f contém o ponto B (4,3,3).

Determine os traços do plano .

5. Assinale com (V) as afirmações verdadeiras

A. O plano oblíquo é perpendicular aos planos ortogonais de


projecção.

B. o plano de rampa é obliquo em relação aos dois planos de


projecção.

C. Um plano de nível pode atravessar I, II, e III diedros de


projecção.

D. O plano de frente é um lugar geométrico em que tos os pontos


têm afastamentos iguais.

E. A um plano paralelo ao eixo x, chama-se plano de rampa.

F. Um plano de topo é perpendicular ao plano frontal de


projecção.

G. O traço horizontal de qualquer plano de topo é perpendicular


ao eixo x.

H. O plano projectante horizontal pode ser representado pelo seu


plano horizontal com a designação entre parêntesis.

I. Todos os pontos do plano de nível têm a mesma cota.

J. O plano de perfil é ortogonal aos planos de projecção.

K. Todos os pontos do plano de perfil têm a mesma abcissa.

L. O plano de nível é perpendicular a v0.

M. Qualquer figura assente no plano de topo tem


a sua projecção frontal coincidente com o traço
frontal do plano.
170 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

N. Todas as figuras assentes no plano de frente têm a projecção


frontal igual a si própria.

O. O traço do plano de frente designa-se entre parênteses porque


é o único traço.

P. As projecções horizontais de figuras assentes em plano de


nível apresentam-se na sua verdadeira grandeza.

6. Dado um plano oblíquo, cujos traços frontal e obliquo fazem,


respectivamente, ângulos de 45º e 60º de abertura para a
direita, determine as projecções do ponto K (4,4,5) desse
plano.
7. Considere o ponto A (4,3,5) e por ele faça passar um plano.
a) Vertical, fazendo um ângulo de 45 com v0, de abertura
para a direita.
b) Horizontal ou de nível.
c) Obliquo.
d) De perfil.

Unidade 19

Processos geométricos auxiliares

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Estudar os processos de mudança do diedro de

Objectivos projecção ou mudança dos planos de projecção;


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 171

 Estudar os processos rotação e de rebatimento.

Introdução

A projecção de um segmento de recta ou de uma figura plana


sobre um plano ao qual é paralelo apresenta – se em verdadeira
grandeza. Ou seja se um .Quadrado [ABCD] for paralelo ao plano
frontal de projecção, a sua projecção sobre esse plano, [A2 B2C2
D2] é geometricamente igual ao quadrado [ABCD].

Uma projecção de um segmento da recta ou duma figura plana


apresenta – se verdadeira grandeza também se estiver contida
num dos de projecção.

Se uma plana ou um segmento de recta não estiverem contidos


num dos planos de projecção ou plano paralelo a uma dos planos
de projecção, as suas projecções estarão deformadas em ambos
os planos de projecção. Essa deformação poderá ser maior ou
menor, de acordo com os ângulos que o plano que contem o
segmento da recta ou figuras plana, faz com os planos de
projecção.

A deformação máxima num segmento de recta acontece quando a


sua projecção horizontal dum segmento vertical.

No caso de uma figura plana, a deformação máxima acontece


quando a sua projecção fica reduzida a um segmento de recta,
nomeadamente se estiver contida num plano perpendicular a um
dos planos de projecção.

É nas circunstâncias em que nenhuma das projecções se


apresenta em verdadeira grandeza que se recorre aos processos
ou métodos geométricos auxiliares, de modo
que se conheça a verdadeira grandeza da
figura, tornando – a paralela ou coincidente com
um dos planos de projecção.
172 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Portanto, recorre – se aos processos ou métodos geométricos


auxiliares para dar ao objecto (segmento de recta ou figura plana),
uma posição mais adequada para um determinado estudo.

19.1 Os processos geométricos auxiliares são três,


nomeadamente:

1. Mudança do diedro de projecção ou mudança de planos.


2. Rotação
3. Rebatimento.

19.2 Mudança do diedro de projecção ou mudança dos planos


de projecção

A mudança do diedro de projecção consiste em introduzir novos


planos em substituição dos já existentes, de modo a coloca – lo
numa posição mais conveniente para um determinado estudo. A
mudança dos planos de projecção implica também a mudança de
diedros, mantendo sempre a ortogonalidade (perpendicularidade)
entre os dois planos de projecção.

Se mudar a posição do plano horizontal de projecção, as


projecções frontais mantém – se, mudam – se as cotas e mantém
– se os afastamentos. É de destacar que, neste processo todo, a
ortogonalidade entre os planos mantém – se. Na mudança da
posição de um plano de projecção, muda também a posição do
eixo x.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 173

Passemos a analisar alguns exemplos da aplicação deste método


na resolução de exercícios, começando por determinar a
verdadeira grandeza (V.G.) de um segmento de recta oblíquo.

Um segmento de recta oblíquo, no espaço, é também oblíquo em


relação aos dois planos de projecção, pelo que nenhuma das suas
projecções se apresenta em verdadeira grandeza.

Para se determinar uma verdadeira grandeza, é necessário mudar


a posição de um dos planos de projecção, de
modo a torna – lo paralelo ao segmento da
recta. Como se sabe, uma projecção apresenta -
se em verdadeira grandeza no plano de projecção paralelo ao
objectivo.
174 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

No plano de desenho, uma recta oblíqua tem suas posições


oblíquas em relação ao eixo x.

Para torna – la paralela a um dos planos de projecção, por


exemplo ao plano frontal de projecção torna – la de frente, é
necessário em primeiro lugar visualizar, não só a posição da recta
de frente no espaço, mas também as posições das suas
projecções no plano do desenho.

Em relação ao eixo x, a projecção frontal da recta de frente é


oblíqua e a projecção horizontal é paralela.

Na base deste conhecimento, que diz respeito ao alfabeto da


recta, pode – se, muito facilmente, determinar a verdadeira
grandeza do segmento da recta [AB], obliquo.

1º Passo

Iremos tornar o plano frontal paralelo ao segmento de recta, o


significa que o novo eixo x, x’, será paralelo a projecção horizontal
[A1B1], do segmento de recta [AB].

2º Passo

Por A1 e B1, traçam – se linhas de chamadas perpendiculares ao


novo eixo x, sobre as quais se determinam as novas projecções
frontais [A4B4], do segmento da recta [AB].

Onde as cotas se mantém, pois a relação dos pontos A e B com o


plano horizontal de projecção não se alterou.

Nota: em principio, tratando – se de uma projecção num terceiro


plano de projecção, as designações A4 e B4 deveriam ser com
índice 3, mas tal não acontece porque parte – se do principio de
que o índice 3 é usado para projecção no plano referencial de
perfil, π.

Se pretendesse tornar fronto – horizontal, esse mesmo segmento


de recta era só uma questão de traçar um outro novo eixo x’’,
paralelo à nova projecção [A4B4], do segmento de recta [AB]
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 175

3º Passo

Seguidamente,
traçam – se linhas de
chamada a partir de
A4 e B4,
perpendiculares ao
’’
eixo x, sobre os
quais se marcam os
afastamentos desses
dois pontos, que são
os mesmos e de igual
distancias, sendo as
suas designações A5
e B5.

Transformemos uma recta de nível em recta do topo. Como sabe,


tanto como a recta de nível como a do topo são paralelas ao plano
horizontal de projecção, pelo que, para transformar uma recta de
nível em recta de topo, basta mudar a posição do plano frontal de
projecção e torna – lo perpendicular a recta.

1º Passo

Deste modo, mantêm – se as projecções horizontais da recta e as


cotas dos pontos da recta, e alteram – se a projecção frontal da
recta e os afastamentos dos seus pontos.

Trata – se um novo eixo x, x’, perpendicular a projecção horizontal


n1, da recta dada e marca – se um ponto de recta, neste caso o
ponto A, o qual servirá de referencia para o
traçado da nova projecção frontal da recta n.

2º Passo
176 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

A nova linha de
chamada do ponto A
é perpendicular ao
eixo x e coincidente
com n1. Transporta –
se a cota do ponto A
para a nova linha de
chamada. Esta
projecção frontal, e
coincide com a
projecção frontal da
recta n, n4, no novo
plano frontal de
projecção.

Passemos a transformação de elementos definidores de planos

Para obter uma recta ou um segmento de recta num novo diedro


de projecção é necessária obter, em primeiro lugar, as projecções
de um ou dois dos seus pontos, nos planos de projecção.

Com base nesse conhecimento, pode – se, através de um


raciocínio lógico, efectuar as transformações de planos.

Dado um triângulo escaleno, contido num plano de topo,


determinemos a sua verdadeira grandeza.

Vamos usar, para tal, o processo de mudança de planos de


projecção.

Para determinar a verdadeira grandeza do triângulo, é necessário


que o plano frontal de projecção ou plano horizontal de projecção
seja paralelo ao plano que o contêm.

1º Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 177

O plano de topo é perpendicular ao plano frontal de projecção,


pelo que é projectante frontal, ou seja, todos os seus pontos tem a
sua projecção frontal sobre o seu traço frontal. Sendo projectante
frontal, para que seja paralelo a um dos planos de projecção, a via
mais rápida é torna – lo de nível, pois o plano de nível é também
um plano perpendicular ao plano frontal de projecção, distinguindo
– se do outro pelo facto de ter todos os seus pontos a mesma
distancia do plano horizontal de projecção, sendo – lhe paralelo.

Portanto, transformemos o plano em topo de nível, traçando em


primeiro lugar um novo eixo x, x’, paralelo ao traço frontal ƒα, do
plano de topo, α..

2º Passo

Traçam – se as linhas de chamadas perpendiculares a x’, partindo


das projecções frontais dos vértices do triângulos, A2, B2, e C2.

Transportam – se os afastamentos dos três vértices para as novas


linhas de chamada, ou seja para o novo plano horizontal de
projecção e destacam – se A4, B4, C4. A união das projecções
desses três pontos no novo plano horizontal de é verdadeira
grandeza do triangulo.
178 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

No novo diedro de projecção, mantêm – se as projecções frontais


dos pontos e traço frontal do plano α(manteve – se manteve – se
o plano projecção), mantendo – se também os afastamentos dos
vértices do triangulo. Mudaram as suas cotas, que passaram a ser
iguais entre si e iguais à cota do novo traço frontal do plano.

19.3 Rotação

A rotação tem o mesmo objectivo que; a mudança do diedro de


projecção, quer é a de colocar o objecto numa posição mais
conveniente para o estudo a efectuar, destituindo – se do
processo anterior pelo facto de neste processo ser o objecto que
muda de posição, mantendo – se fixos os planos ortogonais de
projecção.

Este processo geométrico auxiliar consiste em rodar o objecto em


torno de uma recta (eixo de rotação ou charneira) de modo a que
tome a posição desejada.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 179

Quanto a este processo, não irem, os desenvolver o seu estudo


nesta classe. Apenas quisemos dar uma informação generalizada
de modo a saber que afinal os processos geométricos são três e
quais são os seus objectivos e as suas principais características.

19.4 Rebatimento

O rebatimento, tal como a rotação, também consiste em rodar


objecto (segmento de recta ou figura plana), em torno dum eixo de
rotação (charneira de rebatimento), mantendo igualmente fixos os
paralelos de projecção.

A diferença entre os dois processos, rotação e rebatimento, reside


no facto de no rebatimento o eixo de rotação pertencer ao mesmo
plano que o objecto e na rotação na rotação o eixo ser uma recta
exterior no plano que contém o objecto. Portanto, como o
rebatimento se efectua exclusivamente nos planos, tal acontece
apenas com objecto uni e bidimensionais, diferentemente dos dois
processos anteriores v (mudança de diedro e rotação), que são
independentes da natureza bi ou tridimensional do objecto
projectado.

No processo de rebatimento, os planos giram em torno de uma


recta (charneira de rebatimento), de modo a torna – los paralelos
ou coincidentes com um dos planos de projecção. Nesse
processo, os arcos de rebatimentos estão sempre contidos em
planos perpendiculares à charneira de rebatimento.

Assim, um plano pode ser rebatido Paralelamente sobre o plano


frontal de projecção, ou sobre o plano horizontal de projecção. E,
em relação a cada plano para onde se rebate,
pode ser rebatido para o lado directo ou directo.

No nosso estudo ao longo do nosso Ensino


Secundário Geral, iremos tratar de
180 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Rebatimento de apenas de planos projectantes, incluindo o plano


de perfil. Comecemos

por rebatimento de plano de topo.

Efectuaremos o rebatimento de um plano de topo definido pelos


seus traços e um triângulo nele contido, sobre o plano horizontal
de projecção.

Pretendendo rebater o plano do topo γ, sobre o plano horizontal


de projecção, tal significa que ele irá rodar sobre o seu traço
horizontal hγ, até coincidir com o v0, Portanto, hγ é charneira do
rebatimento.

Quando o plano gira, os seus pontos também giram, incluindo o


seu traço frontal, até coincidirem com o eixo x, ƒγ = x,. Como pode
ver, a designação do traço frontal rebatido é percebido pelo índice
r, que significa rebatido. Deste modo, relativamente a todos os
pontos e rectas rebatidos, a sua designação será precedida pela
letra r, por exemplo, Ar, Br, ar, nr, hαr, etc.

1º Passo

Os arcos de rebatimento, neste caso, estão contidos em planos


frontais e, naturalmente, representam a sua verdadeira grandeza
no plano frontal de projecção. Os arcos rebatidos de cada um dos
pontos que definem o triangulo [ABC] têm o seu centro a charneira
de rebatimento que coincide com o traço horizontal do plano γ.
Todos os centros de rebatimento dos vértices de triângulos [ABC]
têm a sua projecção frontal coincidente com a projecção frontal
(e2), da charneira de rebatimento.

Para evitar muitas designações, as projecções dos centros de


rebatimento de cada ponto serão dispensadas, ficando apenas a
designação da charneira do rebatimento.

Com a ponta seca do compasso em (e2), e abertura até à


projecção de um dos vértices do triangulo, neste caso, a projecção
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 181

frontal do ponto C, traça – se um arco até ao eixo x e prolonga –


se através de uma semi – recta perpendicular a esse eixo.

2º Passo

Por C1, traça – se uma linha paralela ao eixo x, cuja intersecção


com a semi – recta, que se acabou de traçar, origina C, ponto C
rebatido. Essa linha paralela ao eixo x é a projecção horizontal do
arco de rebatimento do ponto C, cuja projecção frontal, é o arco
que se traçou a partir de C2, e com o centro em (e2).

Para efectuar o rebatimento dos pontos A e B, o procedimento é


similar ao ponto C. Com centro em (e2) e abertura do compasso
até A2 ou B2, traça – se um arco até ƒγ = x e prolonga – se sob a
forma de uma semi – recta, que se intersecta com a paralela a ƒγ
= x, que passa pela projecção horizontal do mesmo ponto, em Ar
ou Br.

Como dissemos anteriormente, o rebatimento pode ser efectuado


sobre um plano de projecção sobre um plano paralelo a um dos
planos de projecção.

Neste caso, consideremos os mesmos dados do exercício anterior


e efectuemos o rebatimento do plano γ, sobre um plano paralelo
ao plano horizontal de projecção, um plano de nível.

O rebatimento sobre o plano de nível apresenta vantagens se


esse plano contiver um dos pontos a rebater, um dos vértices do
triângulo [ABC]. Assim, reduzir – se – iam os traços,
nomeadamente os que dizem respeito ao arco de rebatimento do
ponto auxiliar, de nível, sobre o qual se pretende rebater o
triângulo.

Neste rebatimento, a charneira do rebatimento é a recta de


intersecção do plano de nível, v, com o plano
que contem o triângulo, γ. O plano γ é de topo e
o plano v é de nível. A intersecção desses dois
planos, origina [uma recta de topo; portanto a charneira do
182 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

rebatimento é uma recta de topo. A projecção frontal do charneira


de rebatimento (e2) é logicamente um ponto e situa – se no ponto
de intersecção dos traços frontais dos planos γ e v.

1º Passo

O ponto situado na charneira gira sobre si próprio, isto é, C = Cr,


pelo que o qual pretendemos efectuar o rebatimento do plano de
tipo. O plano de nível contém o ponto C, logo C1 = Cr.

2º Passo

Os procedimentos seguintes são os mesmos que foram seguidos


no rebatimento sobre o plano horizontal de projecção, bastando,
para isso, fazer de conta que x é (ƒv).

Assim, com centro em (e2) e abertura do compasso até A2, traça –


se um arco até (ƒv), que se prolonga em semi – recta. Por A1,
traça – se uma paralela a (ƒv), cuja intersecção com a semi – recta
origina o ponto procurado, Ar.

3º Passo

Seguem – se os mesmos procedimentos para se obter Br.

Unindo Ar, Br, e Cr, obtém – se a verdadeira grandeza do triangulo


[ABC].

O plano de topo também pode ser rebatido sobre o plano frontal


de projecção ou sobre um plano paralelo ao plano frontal de
projecção.

Trataremos de considerar o triângulo e o plano do caso anterior e


efectuemos o rebatimento sobre o plano frontal de projecção.

1º Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 183

Neste caso a charneira do rebatimento será ƒγ, traço frontal do


plano γ, cuja a projecção horizontal coincide com o ]eixo x, pois é
uma linha pertencente ao plano frontal da projecção.

Como se sabe, os traços dum plano de topo, no espaço, são


perpendiculares entre si, logo a sua verdadeira grandeza também
o são.

Traça – se uma linha perpendicular a ƒγ ≡ e2 ≡ ƒγr, ƒγr, traço


horizontal do plano γ rebatido.

Pelas projecções horizontais dos vórtices do triangulo, traçam – se


linhas paralelas ao eixo, x. Comecemos, neste caso, com o ponto
A. O centro no ponto de intersecção dos dois traços do plano de
topo, e abertura até ao ponto de intersecção da paralela ao eixo x
com hγ, traça – se um arco até hγ, que se prolonga numa semi –
recta, perpendicular ao traço rebatido do plano do topo. O ponto
de intersecção dessa semi – recta com uma perpendicular a ƒγ ≡

e2 ≡ ƒγr, ƒγr,, passando por A2 é o ponto procurado, Ar, ponto A


rebatido.

2º Passo
184 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Repetindo os passos
dados para obtenção
do ponto Ar, obtêm –
se Br e Cr, como mãe
pode verificar na
figura da página
seguinte.

3º Passo

O triângulo [Ar,
Br, Cr,] é a
verdadeira
grandeza do
triângulo [ABC],
que se obteve
através do
rebatimento do
plano que o
contém, o plano
de tipo, sobre o
plano frontal de
projecção.

Uma análise atenta permite – se nós observar que o que está


acontecer no plano de desenho é transportar os afastamentos dos
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 185

vértices do triângulo para as linhas perpendiculares ao traço


frontal do rebatido do plano de topo.

Ou seja, uma vez que os pontos no espaço se situam sobre o


plano de topo, quando esse for rebatido, tal acontece com os
pontos nele contidos, pelo que a distancia da separação dos
pontos com a charneira se mantém e situa – se sobre as linhas
projectantes frontais.

A linha perpendicular a ƒγr, que contém Ar, por exemplo, é uma


projectante frontal, rebatida, isto é, é a linha que determinou a
projecção frontal de A, em φ0. Sendo assim, podem – se
dispensar algumas linhas auxiliares passando – se ao transporte
directo dos afastamentos para as projectantes frontais rebatidas.

Determinemos a verdadeira grandeza do mesmo triangulo [ABC],


contido no mesmo plano do topo, através do seu rebatimento
sobre o plano de frente, φ.

1ºPasso

Neste caso, a charneira de rebatimento é uma recta de frente,


resultante de intersecção do plano de topo γ, com o plano de
frente, hφ, coincide com a projecção horizontal da charneira, hγ ≡
e2.

Para simplificar a resolução em relação ao caso anterior, faremos


com que o plano φ de frente contenha o vértice B do triangulo, e
não só, transportando as distancias dos pontos ao plano de frente
para as perpendiculares a ƒγr.
186 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Tudo o que se efectuou


com o plano do topo pode
ser pode se realizado com
o plano vertical, usando o
mesmo raciocínio. O plano
vertical ou projectante
horizontal pode ser
rebatido sobre o plano
frontal de projecção ou
sobre o plano horizontal
de projecção, ou ainda
sobre planos paralelos aos
planos de projecção.

Iremos dar apenas um exemplo para estabelecer uma


comparação de modo a que se possa, a partir dai resolver
qualquer outro exercício ligado ao rebatimento do plano vertical.

Determinemos a verdadeira grandeza de um triangulo escaleno


situado num plano vertical β, definindo pelos seus traços,
.Efectuando um rebatimento sobre o plano da projecção.

A charneira do rebatimento, e, é uma linha do plano frontal de


projecção e é perpendicular a v0, ou seja, a charneira do
rebatimento coincide com o traço frontal do plano vertical β, ƒβ ≡
e2.

1º Passo

O plano rebatido tem o seu traço horizontal coincidente com o eixo


x, hβr,≡ x. Os traços de um plano vertical rebatido são
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 187

perpendiculares entre si, o que corresponde o seu relacionamento


no seu espaço.

Comecemos por rebater


o ponto A. fixando a
ponta seca do compasso
em (e2), abrindo – o, até
A1 e traçando um arco
até hβr. Esse arco
prolonga – se em semi –
recta origina Ar, o ponto
procurado.

Faz – se o mesmo em
relação aos pontos B e
C, para obter os seus
rebatimentos,
designadamente Br e Cr.

19.5 Rebatimento de planos de perfil

No rebatimento do plano de perfil, a charneira é sempre umas


recta perpendicular a um dos planos de projecção, quer se trate v
de rebatimento sobre os planos de projecção, quer se trate dos
rebatimentos de planos de topo e verticais em que a charneira do
rebatimento pode ser perpendicular ou obliqua ao eixo x.

Vejamos um caso concreto de determinação da verdadeira


grandeza de um triangulo [ABC], contido num plano de perfil, π.

1º Passo

O rebatimento desse triângulo pode ser


efectuado sobre o plano frontal de projecção ou
188 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

sobre o plano horizontal de projecção, neste caso sobre este


ultimo caso.

A charneira do rebatimento é o traço horizontal do plano, hπ, que


gira sobre si próprio quando rebatido. O Traço frontal rebatido fica
coincidindo consigo próprio quando rebatido, O traço frontal
rebatido fica coincidente com o eixo x, hπr ≡ x.

No plano de desenho, a projecção.

No plano de desenho, a projecção horizontal de charneira é


coincidente com o traço horizontal do plano rebatido, que coincide
com o traço frontal do plano, ou seja h≡ ƒ π≡e1≡ hπrr.

A projecção frontal da charneira fica então reduzida a um ponto e


situa – se no eixo x.

2º Passo

Os arcos de rebatimento que cada um dos pontos faz situam – se


em plano de frente, perpendiculares a charneira e projectam – se
em verdadeira grandeza sobre o plano frontal da projecção.

Comecemos pelo rebatimento do ponto A, fixando a ponta seca do


compasso em (e2). Com raio até A2, traçamos um arco até ƒπr,
que intersecta. Por A1, traça – se uma paralela à ƒπr, é a
projecção horizontal do arco de rebatimento do ponto A, que,
como se disse, situa – se num plano de frente.

Novamente com centro em (e2)


e raio, desta vez, até C2, traça –
se um arco de circunferência
que intersecta ƒπr e se prolonga
em forma de semi – recta, até
intersectar a paralela ao eixo x
que contem C1, no ponto
procurado, C1.

O procedimento é precisamente
o mesmo relativamente ao ponto
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 189

B, para obter o Br.

Finalmente, unem – se o três


pontos para se obter o triangulo
na sua verdadeira grandeza.

19.6 Rebatimento da recta de perfil e projecções de pontos


nela contidos

Com base, a recta de perfil tem as suas projecções coincidentes


entre si e os traços entre do plano de perfil que a contem numa
recta que perpendicular ao eixo x. Essa posição, no plano de
desenho, não é favorável a uma percepção dos ângulos que a
recta de perfil faz com os planos de projecção e a determinação
das projecções dos pontos nela contidos.

Para ultrapassar essa limitação, pode – se recorrer ao processo


de rebatimento do plano de perfil que contem a recta.
190 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Dada uma recta de perfil p,


definida pelos pontos A e B,
efectuemos o seu rebatimento
sobre o plano frontal de
projecção. A charneira do
rebatimento coincide com o traço
frontal do plano.

A projecção horizontal da
charneira, (e2), é um ponto
situado no eixo x. Com a ponta
seca do compasso em (e2) e uma
abertura atéA1, traça – se um
arco até ao eixo x e prolonga – se
em forma de semi – recta.

Por A2, traça – se uma paralela ao eixo x cuja intersecção com a


semi – recta que acabamos de traçar origina Ar, o ponto A
rebatido.

Faz – se o mesmo em relação ao ponto B, para obter Br. Unindo


Ar, com Br, obtêm – se pr, a recta p rebatida.

Determinemos as projecções num ponto k, dessa recta de perfil,


com una dada cota.

1º Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 191

Marca – se para cima do eixo


x a cota de k, que se designa
por K2.

Uma vez rebatida a recta p,


por K2, traçam – se as
paralelas do eixo x, cuja
intersecção com o eixo pr,
origina Kr, o ponto K rebatido.

A partir do ponto rebatido,


podem – se determinar as
suas projecções efectuando a
inverso do rebatimento ou
contra – rebatimento, que
consiste em efectuar o
contrario do rebatimento.

Assim, a partir de Kr, trata – se uma perpendicular ao eixo x que


se prolonga em arco de centro (e2), até intersectar as projecções
da recta em Kr, a projecção procurada.

Se tivesse sido dada o afastamento do ponto k, o raciocínio seria


o mesmo: efectuar o rebatimento da recta, encontrar o k rebatido
da recta e seguidamente efectuar i contra – rebatimento. Para não
confundirmos os pontos, determinemos as projecções do ponto W,
contido na recta p, do qual se conhece apenas o afastamento.

Como se efectuou para o caso anterior, em primeiro lugar e


necessário conter a recta P num plano de perfil e seguidamente
escolher a charneira do rebatimento. Vamos manter a charneira
anterior, que coincide com traço frontal do plano
auxiliar.

Uma vez rebatida a recta P, com centro em (e1)


e raio ate w1, traça-se o arco de rebatimento ate
192 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

o eixo x e prolonga-se-lhe sob a forma de uma semi-recta ate


intersectar Pr, em Wr, i ponto W rebatido.

Por Wr, traça-se uma recta perpendicular aos traços do plano


auxiliar, π , cuja intersecção origina o ponto procurado, projecção
frontal de W, W2.

19.7 Pontos notáveis de uma recta de perfil

Os pontos notáveis de uma recta são, como sabe, os seus traços


sobre os planos ortogonais de projecção e sobre os planos
bissectores.

A partir das projectores de uma recta de perfil não e possível


determinar directamente os seus pontos notáveis, pois as suas
projecções ficam reduzidas a uma linha perpendicular ao eixo X.

Para determinar os pontos notáveis de uma recta de perfil e


necessário recorrer aos processo geométrico auxiliares, neste
caso o rebatimento

Dada a recta P, definida pelos pontos A e B, determinemos os


seus pontos notáveis.

1º. Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 193

Em primeiro lugar, como nos


casos anteriores, e necessários
conter a recta num plano auxiliar
de perfil e escolher a charneira
do rebatimento que, neste caso,
coincide com o traço frontal do
plano. Assim, e necessário que
haja clareza de que o
rebatimento será efectuado para
o plano frontal de projecção, pelo
que o traço frontal do plano gira
por si próprio e o traço horizontal
rebatido coincide com o eixo X.

Efectua-se o rebatimento da recta e procura-se os seus traços


rebatidos. Comecemos por determinar os traços nos planos
ortogonais de projecção.

O traço frontal de plano e o lugar geométrico em que todos os


pontos desse planam tem afastamento nulo. Assim, porque a
recta P pertence ao plano π, o seu ponto de afastamento nulo
situa-se sobre o traço frontal do plano. Portanto, o traço frontal
rebatido da recta P, Fpr situa-se no ponto de intersecção do traço
frontal do plano π rebatido, ƒπr, com a recta P rebatida Pr.

O traço horizontal de um plano e o lugar geométrico em que todos


os seus planos tem recta nula, pelo que uma recta que lhe
pertence tem o seu traço horizontal sobre o traço horizontal do
plano. O traço horizontal rebatido da recta P, Hpr, situa-se no
ponto de intersecção da recta Rebatida com o
traço horizontal rebatido do plano π, ƒπr,.
Recorde que uma recta pertence a um plano
quando esta tem os seus traços sobre os traços homónimos do
plano.
194 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2º. Passo

Passa-se então a fase de efectuar o contra-rebatimento dos traços


horizontal e frontal, para se obter as suas projecções nos planos
ortogonais de projecção.

O traço frontal da recta P, Hpr, situa-se sobre o traço frontal do


plano π, traço esse que gira sobre si próprio; logo, o traço frontal
rebatido da recta coincide com o próprio traço e com a sua
projecção frontal, ou seja, Fpr ≡ Fp ≡ Fp2. Sendo um ponto de
afastamento nulo, a sua projecção horizontal, Fp1 situa-se no eixo
X.

O traço horizontal rebatido da recta P, Hpr, situa-se sobre o traço


horizontal do plano rebatido, pelo que para determinar a projecção
horizontal, Hp1, que se situa sobre o traço horizontal do plano π, e
necessário desenhar o seu arco de rebatimento, no sentido
contrario, de hπr para hπ. A projecção frontal de Hp, Hp2 porque se
trata de um ponto de conta nula, situa-se no eixo X r coincide as
projecções horizontal do traço frontal da recta e a projecção
horizontal da charneira do rebatimento, ou seja Hp2 ≡ Fp1≡(e1).

3º Passo

O traço nos planos bissectores, nomeadamente Qp, no 1/3 e 1p,


2/4, encontra-se nos pontos de intersecção d recta com os
respectivos planos bissectores. Traça-se duas rectas i e i’, que
bissectam os quatro ângulos formados traços do plano rebatido,
nomeadamente, hπr e ƒπr.

Considerando que os pontos A e B se situam no 1º diedro, a recta


i, passa pelos quadrantes ímpares pelo que, o seu cruzamento
com pr, obtêm – se Qpr, traço em ƒ1/3, da recta. O traço em, β2/4,
situa – se no ponto de intersecção directa p rebatida, pr, com pr.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 195

Passa-se a efectuar o contra-rebatimento dos pontos Qpr, para


obter suas projecções nos planos de projecção dos dois pontos,
nomeadamente Qrp. Qp1. 1p2 e 1p1.

Exercícios complementares

1. Quais são os processos geométricos auxiliares que conhece?


2. Em que é consiste na mudança de planos?
3. Qual é a diferença entre o processo de mudança de planos e o
processo auxiliar de rebatimento?
4. Em que é a rotação se distingue do rebatimento?
5. Assinale com um v as afirmações correctas.
A. a mudança de planos consiste em movimentar um objecto ate
tomar a posição conveniente.
B. O rebatimento consiste em rodar o plano que conte um objecto
sobre um dos planos de projecção ou sobre
um plano paralelo a um dos planos de
projecção.
C. A rotação é um dos métodos geométricos auxiliares.
196 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

D. No processo de mudança de planos são os planos ortogonais


de projecção que se movimentam até tomarem uma posição
desejada.
E. No processo de rebatimento, os objectos mantêm-se fixos e
são os planos ortogonais de projecção e os objectos no
espaço.

6.dada uma recta de nível, de 2 cm de cota, fazendo 30º po, de


abertura para a esquerda, transformem a, em recta de topo.

7.considera a recta de nível do exercício anterior e transforme-


a em recta horizontal de frente.

8.considere uma recta oblíqua, definidas pelos pontos A (0;


0,5; 1,5) e B (3,5; 1; 3).

Transforme essa recta em horizontal de frente

9.Considere a recta do exercício anterior e transforme-a,


primeiro em recta de frente e depois em recta projectante
horizontal.

10.E dada uma recta de frente com 2,5 cm de afastamento,


que faz com o plano horizontal de projecção, um ângulo 40º de
abertura para a direita.

Transforme a recta de frente em recta vertical ou projectante


horizontal

11.Com o recurso ao processo de mudança de planos,


determine a verdadeira grandeza do segmento de recta [AB],
obliquo. A (-5;2;25) e B (0,5 ;5 ;3,5)

12.Dado um plano projectante horizontal que faz um diedro de


30º com o plano frontal de projecção de abertura para a
direita, determine a verdadeira grandeza de um segmento de
recta [AB], nele contido. A (1;4) e B (2;0)

13.Atraves do rebatimento, determine a verdadeira grandeza


de um segmento de perfil, definidos pelos pontos. A (1;4) e B
(3;1)
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 197

14.Com o recurso ao rebatimento, determine a verdadeira


grandeza de um segmento de recta de perfil definidos pelos
pontos, E (6,5; 5; 2) e F (1,5).

15.Usando o processo de mudança de planos, determine a


verdadeira grandeza 96do triangulo A, B, C, situado num plano
de topo, que faz com o plano horizontal de projecção um
diedro de 45º, de abertura para a direita. As coordenadas de
ponto que definem os triângulos são: A (7; 2,5), B (0,5; 4) e C
(4; 1,5).

16.Mudando a posição plano frontal de projec♪5ao, determina


a verdadeira grandeza do triângulo [A, B, C], considerandos os
seguintes dados:

O triangulo esta contido no plano projectante horizontal, que


faz com o plano frontal de projecção um diedro de 30º, de
abertura para direita.

As coordenadas dos vértices do triângulo são A (2,5; 5) B (1;


3) e C (3,5; 0)

17. Determine as projecções de um ponto K de afastamento


igual a 4 cm contido numa recta de perfil π.

A recta do perfil é definida pelos pontos C (6; 2) e D (3; 2,5).

18. Dado um ponto P (3; 6), desenhe as suas projecções.


Desenha as projecções e escorva as coordenadas de um
outro ponto R, simétrico ao ponto P em relação ao eixo x.

19.Determine os traços nos planos ortogonais de projecção de


uma recta de perfil definido pelos pontos E (0,5; 5,5) e F (4,5;
1)

20.Determine os pontos notáveis de uma recta de perfil que


contem o ponto A (2; 3) e que faz com o plano frontal de
projecção um ângulo de 60º.
198 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Unidade 20

Representação diédrica de figuras


planas

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Representar de figuras geométricas localizadas

Objectivos em diferentes posições do espaço;

Introdução

Figuras planas são aquelas que ocupam apenas duas dimensões,


isto é, não tem altura. No nosso estudo de figuras planas, iremos
tratar de polígonos e de círculo.

A projecção plana tem como base a projecção de pontos e de


segmento de rectas, pois um polígono não é mais do que um
conjunto de segmento de rectas de pontos comuns, enquanto o
círculo é constituído por uma circunferência, que é também um
conjunto de pontos, e o seu centro. Em ambas as figuras existem
a respectiva superfície, que não determinante para definir as
projecções.

Quando uma figura plana esta assente num plano de projecção ou


num plano paralelo ou plano de projecção, a sua projecção nesse
plano é igual a si própria, ou seja, a sua projecção nos planos
apresenta-se em verdadeira grandeza.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 199

Para uma melhor compreensão do que se acabou de dizer, vamos


seguidamente passar a representação diédrica de diferentes
figuras planas, assentes em diferentes planos.

20.1 Polígonos assentes no plano horizontal de projecção

De acordo com os conhecimentos adquiridos nos capítulos


anteriores, toda figura assente em v 0 tem cota igual a zero. Isso
significa que todas as projecções frontais de qualquer figura
nessas condições, encontram-se no eixo de x, ou na linha de
terra.

A projecção horizontal de projecção, é a sua verdadeira grandeza,


ou seja apresenta as proporções iguais `as do objecto real sem
sofrer nenhuma deformação, isto é, é igual a si própria.

Observemos agora no espaço o que acabamos de dizer.

A projecção horizontal do triângulo [A, B, C], coincide como


podemos dizer com o próprio triângulo.

Em seguida aprendemos nos planos do desenho as duas


projecções do triângulo que acabamos de ver.

Na resolução de exercícios não designaremos


os pontos os passos, mas sim apenas as suas
projecções.
200 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Em seguida, representemos pelas suas funções um hexágono


regular assente no plano horizontal de projecção.

O hexágono está escrito numa circunferência de raio igual a 2,5


cm. O afastamento do centro da circunferência circunscrita ao
hexágono é de 3 cm dois dos lados da figura são perpendiculares
ao plano frontal de projecção.

Para iniciarmos a resolução devem recordar-nos do que é um


hexágono regular. Como é do seu conhecimento, o hexágono
regular é uma figura plana constituída por 6 lados iguais e 6
ângulos internos também iguais.

Conhecendo a figura que se pretende projectar, segue-se passos


da sua representação no plano do desenho.

1º Passo

Como em qualquer representação, através de projecções no plano


de desenho começa-se por traçar o eixo x e uma linha de
referência ou linha de chamada.

Sobre a linha de chamada marca-se o afastamento do centro igual


a 3 cm que determina-se a sua projecção horizontal, 01.
Seguidamente, traça-se a sua projecção frontal 02 que,
naturalmente estará sobre o eixo x. De chamada que 01.

2 Passo

Com centro em 01, traça-se uma


circuivan.nhantumbo@gmail.comrnferência de raio igual a 2,5 cm.
Na circunferência, constrói-se um hexágono, cuja posição devera
satisfazer o descrito no enunciado, ou seja, dois dos lados do
hexágono deverão ser perpendicular ao eixo x.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 201

Em seguida, designa-se os vértices do


hexágono, como é óbvio, por letra
maiúscula do alfabeto latino, seguidas
pelo índice 1, nomeadamente, A 1, B1,
C1, D1, E1 e F1.

3º Passo

Fazendo passar pelas projecções


horizontais do pentágono linhas
perpendiculares ao eixo x, ou seja
linhas de interferência na sua
intersecção com o referido eixo x,
surge as posições frontais do
vértice da figura pretendida. A2, B2,
C2, D2, E2 e F2

4º Passo

Ate aqui, todo o desenho foi feito a traço fino, exceptuando as


designações, que foram representados a traço médio, a partir
desta parte do processo, vamos distinguir os traços do desenho
de modo a facilitar a sua leitura.
202 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Assim, as projecções dos


hexágonos ficam representadas a
passo grosso, pois trata-se da
solução do nosso exercício, ou seja,
o pedido.

O eixo x, como sempre, representa-


se a traço médio e as linhas de
chamada também são sempre
representadas a traço fino, portanto,
não necessário passar o lápis sobre
o traço fino.

20.2 Círculos assentes no plano horizontal de projecção

Dado um círculo, contido em v0, cujo raio mede 2 cm e cujo


afastamento do centro 0 é igual a 2,5 cm, determine as suas
projecções.

As resoluções desses exercícios requererem o segmento de


alguns passos, sendo o primeiro aplicável em qualquer exercício
em que se pretende representar algo pelas suas projecções no
plano do desenho.

1º Passo

Representar a linha de terra ou o eixo x, e a respectiva linha de


chamada, e são perpendiculares entre si. De referir que a primeira
linha de chamada que se traça devera localizar-se mas ou menos
ao meio do eixo x.

Determinar a projecção horizontal do ponto 0,01, centro do círculo,


a 2,5 cm abaixo do eixo x, sobre a linha de referências e a
respectiva projecção frontal, 02, que devera localizar-se no ponto
de intersecção e da linha de referência no eixo x. Recorde-se que
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 203

as projecções de um ponto encontram-se na mesma linha de


chamada.

2º Passo

Fixar a ponta seca do compasso em 01 e, como a abertura igual a


4.5 cm, que é a medida do raio do círculo, traçar uma
circunferência.

3º Passo

Traçar a projecção horizontal do diâmetro do círculo, paralelo ao


eixo x. Pelos extremos A 1 e B1 da projecção horizontal no
diâmetro, traça-se linhas de referência que, ao interceptarem o
eixo x, determina os extremos da projecção frontal de círculo A2, e
B2.

4º Passo

Distinguir os traços do desenho, de modo a sua leitura seja clara


assim, o eixo x, ou linha de terra fica a qual bem como todas as
designações do desenho. As projecções do círculo representam-
se a passo grosso para puderem destacar-se, pois constituem a
solução do exercício.
204 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

De ora em diante a explicação deste


último passo será omissa, pois
qualquer desenho será considerado
concluído depois da utilização de
vida de cada tipo de traço.

20.3 Polígonos assentes em planos de nível.

Qualquer polígono assente num plano de nível tem a sua


projecção horizontal em verdadeira grandeza, isto é a sua
projecção horizontal é igual ao próprio polígono.

A projecção frontal fica reduzida a um segmento de recta paralelo


ao eixo x.

Neste estudo, há a necessidade de conhecer as posições que


uma recta ocupa no espaço, pois alguns dados de exercícios
farão referência a segmentos de rectas que constituem lados dos
polígonos.

Por outro lado, é necessário rever as construções geométricas de


polígonos, quer a partir do lado, quer a partir da circunferência
nele circunscrita.

Consideremos os seguintes pentágonos:

 O polígono está assente num plano de nível de cota igual 2


cm.
 Está inscrito numa circunferência cujo raio mede 2,5 cm e o
seu centro tem afastamento igual a 3 cm.
 Um dos seus lados, o situado mais a esquerda, é do topo.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 205

Antes de tudo, traça-se a linha de terra, ou eixo, x, e a respectiva


linha de chamada ou de referência e, em seguida, executa-se os
seguintes passos:

1º Passo

Antes de mais, ler atentamente todo o enunciado do exercício, de


modo a visualizar a figura no espaço.

Seguir os dados, nomeadamente,


por marcação de 3 cm, para baixo
do eixo x e a respectiva
designação 01, projecção
horizontal do centro do pentágono.

Na mesma linha de chamada de


01, marca-se 2 cm para cima do
eixo x, correspondente a cota do
eixo da circunferência circunscrita
ao pentágono, designa-se 02.

2º Passo

Abrir em 2 cm o compasso, medida de raio da circunferência


circunscrita ao polígono que se pretende projectar. Sem alterar a
abertura do compasso, fixar a ponta seca do mesmo em 0 1 e
traçar uma circunferência.
206 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Efectuar a construção do pentágono


respeitando a posição referida no
enunciado deste exercício. Tratando-se
da projecção horizontal da figura, as
designações deverão ser seguidas pelo
número 1, ficando A1, B1, C1, D1, e E1.
Unem-se os cinco vértices e obtêm-se a
projecção horizontal do pentágono
desejado

3º Passo

Traçar linhas de referência que passam pelas projecções


horizontais dos cinco pontos e encontrar as respectivas
projecções frontais a 2 cm da cota. Recorde-se que as projecções
de um ponto encontram-se na mesma linha de chamada. Assim,
A2 estará na mesma linha de chamada deA1, B2 na mesma linha
de referência de B1, e assim sucessivamente; e em seguida
unem-se as projecções frontais dos pontos para dar origem a
projecção frontal do mesmo pentágono. Um vez determinadas as
projecções do polígono, para concluir o desenho designa-se os
traços, ou seja, define-se o traço grosso a sua linha de contorno.

20.4 Polígonos assentes em planos de topo

Construamos as projecções de um rectângulo, conhecendo os


seguintes dados:

 O rectângulo está assente num plano projectante


frontal que faz um ângulo de 40º com v0, de abertura
para a esquerda.
 Os lados de maior comprimento medem 5 cm e são
paralelos ao plano horizontal de projecção. Situa - se
a 4 cm deste.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 207

 O lado de menor comprimento mede 3,5 cm, e o mais


próximo do plano frontal de projecção dista deste 1
cm.

1º Passo

Traça-se uma linha, que deve fazer


40º em relação ao eixi x, de
aabertura para a esquerda; este é o
traço frontal de plano de topo que

contém o rectângulo ƒ .

Seguidamente, traça-se o traço

horizontal do plano , h , recta


perpendicular ao eixo x.

Numa linha de chamada marca-se 4


cm de cota e determina-se a
projecção frontal do lado de maior
cota, A2 = B2. Para baixo do eixo x,
na linha de chamada de A e B,
mantém-se 1 cm de afastamento e
designa-se A1, projecção horizontal
do ponto A.

De A1, marca-se para baixo 5 cm correspondentes ao


comprimento dum lado de maior comprimento designa-se B1
208 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2º Passo

Sobre o traço frontal do plano a


partir de A1 B2, marcam – se
para a esquerda 3,5 cm, que
correspondem o comprimento dos
lados e designa – se C2 D2.

Seguindo os passos anteriores,


determina – se a projecção
horizontal dos dois pontos, C1
D1, com os memos afastamentos
de A e B.

A união dos quatros pontos em


cada uma das projecções
determina as projecções do
triângulo.

Efectuemos agora as projecções de um hexágono regular situado


no primeiro diedro, sabendo que

O polígono está contido no plano projectante frontal que faz um


ângulo de 30º com o plano horizontal da projecção de abertura
directa.

 Está inscrito numa circunferência de Centro ( 3,1,5).


 O raio da circunferência circunscrita ao hexágono mede
2,5 cm.
 Dois dos lados do hexágono são de frente.

Passemos para a resolução de exercício


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 209

1º Passo

Representa – se pelo plano de topo pelos seus traços, no plano


do desenho, traçando uma linha que faz 30º, com eixo x de

abertura para direita, ƒ , cujo ponto do seu cruzamento, esse é

também horizontal, h que é perpendicular a esse eixo numa de


referencia marca 1,5 cm da cota. Nesse ponto traça – se uma

paralela ao eixo x, cuja intersecção com ƒ , origina O2,

Projecção frontal da circunferência circunscrita ao hexágono. Na

Linha de referencia de 0, marca - se 3 cm de afastamento e


designa – se 01, projecção horizontal no centro da circunferência.

A posição do plano que contem


hexágono não permite construi – lo
directamente, pelo que se efectua
o rebatimento do centro do
hexágono sobre o plano de
projecção e um polígono, tendo em
conta a posição da escrita no
enunciado, traça – se uma
circunferência de raio igual a 0,5
cm. Constrói o hexágono com dois
lados paralelos ao eixo x e designa
– se os seus vértices,
nomeadamente Ar, Br, Cr,Dr,Er e Fr.

2º Passo
210 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Em seguida, efectua – se a inversão


do rebatimento dos seus pontos para
obter as suas projecções, unem – se
as projecções do mesmo nome e
distinguem – se os traços do
desenho.

20.5 Círculos assentes no plano projectantes frontais

Vamos desenhar as projecções de um círculo situado no I D,


assim posicionado:

 O circulo situa – se em plano de topo, que faz o diedro

de 60º,V0, abertura para a direita.


 O centro do circulo tem cota igual a 4 cm e o afastamento
é igual a 2,5 cm.
 O raio mede 2 cm.

1º Passo

Representam-se os traços de topo que faz 60º com o plano


horizontal de projecção, de abertura para 7direita e determinam-se
as projecções do ponto O, o centro do círculo.

Determina-se a projecção feron9tal do ponto O, O2, tendo em


consideração a sua cota, igual a 5 cm.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 211

Para construção da circunferência será


necessária a mudança do plano
horizontal de projecção, em que
mudam as cotas dos pontos do circulo
e mudam também as projecções
horizontais, matando-se as projecções
frontais e os afastamentos.

Para o efeito, traça-se o novo eixo;


sobre elas marca-se então, o
afastamento do centro O e designa-se
O4.
212 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2º. Passo

Com centro em O4, e raio


igual a 2 cm, traça-se uma
circunferência e marca-se
sobre ela oito pontos
distribuídos
equilibradamente, com o
auxílio de um quadrado
envolvente, como mostra o
desenho. Designa-se os oito
pontos, A4,B4, c4,D4, E4, F4,G4,
e H4.

3º. Passo

Em seguida, traçam-se
linhas de chamada
perpendiculares ao eixo X 1,
cuja a intersecção com o
traço frontal do plano α
origina as projecções
frontais dos oito pontos,
A2,B2,C2, D2,F2,G2, e H2.
Traçando linhas de
chamadas perpendiculares
ao eixo X, marca-se sobre
elas os afastamentos dos
oito pontos e designa-se os
pontos das projecções do
mesmo nome.

20.6 Polígonos assentes em planos verticais ou projectantes


horizontais
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 213

Um plano vertical ou projectante horizontal e, como já se disse no


alfabeto do plano, um plano perpendicular ao plano horizontal de
projecção e obliquo em relação ao plano frontal de projecção. O
seu traço frontal e sempre perpendicular ao eixo X e o seu traço
horizontal e obliquo em relação ao eixo X.

Assim sendo, o que varia entre os diferentes planos vértice


verticais e o ângulo que eles fazem em relação ao plano frontal de
projecção.

Todos os polígonos assentes em planos projectantes horizontais


têm as suas projecções horizontais sobre o traço horizontal do
plano que os contem. Assim sendo, ficam reduzidas nos
segmentos de recta, isto e, a deformação de um polígono.

A projecção frontal de um polígono contido num plano vertical ou


projectante horizontal e uma deformação do objecto área. A
deformação acentuar-se-á tanto mais quanto maior for o anulo
que o plano que contem o polígono faz com o plano frontal de
projecta.

A medida que o ângulo for maior, menos se torna a abcissa dos


pontos que determinam os seus vértices; esta próximo de um
segmento de recta quando o plano for quase de perfil.

Desenhemos pelas suas projecções dum quadrado, considerando


o seguinte:

 O polígono esta assente num plano vertical, que faz um


ângulo de 70º de abertura para direita.
 Um dos lados do quadrado tem cota nula I outra tem
afastamento nulo.
 O seu lado mede 4,5 cm

Na resolução deste exercício será dispensado o


uso de um método geométrico auxiliar, pois,
pelo facto de dois lados do quadrado serem de
frente, a sua projecção a sua projecção horizontal estará em
verdadeira grandeza. Por outro lado, porque os outros dois lados
214 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

são de topo e, assim, as suas projecções frontais apresenta - se


em verdadeira grandeza.

1º.passo

Como e obvio, antes de projectar o quadrado, representa-se pelos


seus traços o plano que o contem.

No ponto de intersecção dos traços do plano α representa-se B1,


projecção horizontal de um dos extremos do lado [AB] situado no
plano horizontal de projecção.

A partir de B1, e sobre há, marcam-se 4.5 cm correspondente ao


comprimento do lado quadrado e representa-se A1- Determinam-
se então, às projecções frontais dos dois pontos que, como se
disse, tem cota nula.

2.º Passo

A partir de B1, e sobre fa, marcam-se 4.5 cm para cima do eixo x e


representa-se C2, cuja projecção horizontal C1 é coincidente com
B1. Por A1, prolonga-se a linha de chamada, marcam-se 4,5cm de
cota e representam-se D2, cuja projecção horizontal D1 é
coincidente com a projecção horizontal A1.

Desenhemos também as projecções de outros polígonos, no caso,


um pentágono regular localizado no primeiro diedro de projecção,
tendo em consideração o seguinte posicionamento no espaço:

 O polígono esta assente num plano , projectante


horizontal, que faz um diedro de 40º cop o plano frontal
de projecção, tendo 40º de abertura para a esquerda.
 O centro do pentágono é u ponto O (4;5).
 O raio da circunferência circunescrita ao pentágono
mede 4,5 cm.
 Um dos lados do pentágono o de maior cota, é de nível.

1º Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 215

Traça-se uma linha que faz um ângulo de 40º com o eixo x, de


abertura para a esquerda, traço horizontal do plano projectante

horizontal o pretendido, h .

Traça-se o traço frontal do plano, , f , é perpendicular ao eixo z e

cruza-se com h nesse eixo.

Numa linha de chamada, marcam-se 4 cm de afastamento e

traça-se uma linha paralela ao eixo x, cuja intersecção com h


origina a projecção horizontal do centro da circunferência
circunscrita ao pentágono, O1.

Na linha de chamada do centro, marcam-se 5 cm de cota e


representam-se O2, projecção frontal do centro da circunferência
circunscrita ao pentágono.

2º Passo

A partir deste passo é necessário recorrer-se a um método


geométrico auxiliar para ser proceder à construção do pentágono
que se pretende projectar.

Escolhemos a mudança de planos para encontramos a solução do


exercício. Neste caso será a mudança do plano frontal de
projecção, o que significa que as projecções horizontais vão
manter-se fixas, mudando apenas os afastamentos, e mantendo
também as cotas.

Neste caso, o plano será paralelo ao plano frontal de projecção.

Traça-se um novo eixo x, x’, paralelo ao traço horizontal do plano

Sendo assim, o plano passara a ser frente e, portanto, definido

por um único traço (h ).


216 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

3º Passo

Por O1 traça-se uma linha


perpendicular do eixo x’,
marca-se a cota desse ponto,
5cm e designa-se O4 (a nova
projecção frontal de O).

Por O4 traça-se a
circunferência de raio igual a
4,5 cm, conforme os dados que
constam do enunciado deste
exercício.

4º Passo

Constrói o pentágono,
posicionando—o de modo que
o lado de maior cota seja
paralela ao plano horizontal de
projecção, ou seja, que os
pontos que o definem tenham
a mesma cota.

Seguidamente, representam-se
os cinco vértices do pentágono,
nomeadamente A4, B4,
C4,D4,E4, sendo o lado [CD], o
lado paralelo ao plano
horizontal de projecção.

Unem-se então os vértices, de


modo a obter-se o pentágono
na sua verdadeira grandeza.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 217

5º Passo

Traçando-se linhas
perpendiculares ao eixo x’ e
passando-se pelos vértices
218 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Este processo de transporte das cotas dos vértices do pentágono


repetirem-se à até completarem os vértices; em seguida,
procedem-se às respectivas representações, nomeadamente, B 2,
C2,D2e E2.

Unindo as projecções do mesmo nome obtêm-se as projecções do


pentágono.

Como se sabe, é necessário estar-se atento ao uso adequado dos


traços, d modo a que haja a necessária clareza na leitura do
desenho.

20.7 Círculos assentes em planos projectantes horizontais

Os círculos contidos projectantes horizontais têm as suas


projecções horizontais situadas no traço horizontal do plano,
reduzindo-se, portanto, a um segmento de recta.

A projecção frontal de u circulo contido neste tipo de elipses é


sempre uma elipse.

Construamos as projecções de um círculo situado no perímetro


diedro de projecção, assente num plano vertical que faz um

ângulo de 40º com de abertura para a 4 cm e o centro de


círculo tem cota e afastamento iguais a 4 cm e 2,5 c,
respectivamente. O raio do círculo mede 2,5 cm.

1º Passo

Representa-se o plano vertical pelos seus traços e sobre h


determina-se O1, projecção horizontal do centro da sua projecção
frontal O1

Escolhe-se um método geométrico auxiliar para construir o círculo,


neste caso o rebatimento do plano vertical sobre o plano de
intersecção dos traços do plano com o eixo x, traça-se uma

perpendicular a h e designa-se f r’ traço vertical do plano

rebatido. Como o plano gira sobre o seu traço horizontal, esse


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 219

traço não se desloca para sitio algum, sendo a charneira do


rebatimento e.
220 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Por O1 traça-se uma

perpendicular a h , na qual se
marcam –se o Or’ centro
rebatido do circulo. Por Or’
traça-se uma circunferência,
que se envolve num quadrado,
no qual se traçam diagonais e
medianas, que determinam os
oitos pontos da circunferência.

2º Passo

Pelo oito pontos traçam-se

perpendiculares a , cuja
intersecção com esse traço
origina as projecções
horizontais desses,
nomeadamente G1, F1 H1,
A1 E , B1 D1 e C1. Pela linhas
de chamada desses pontos
determinam-se as suas
projecções frontais, registando-
se a distância do ponto rebatido

a e marcado como cota


desse ponto.

A união dos pontos em cada


das projecções resulta em
projecções do círculo
pretendido.

Por O1 traça-se uma perpendicular a h , na qual se marcam – se


o Or’ centro rebatido do círculo. Por Or’ traça-se uma
circunferência, que se envolve num quadrado, no qual se traçam
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 221

diagonais e medianas, que determinam os oitos pontos da


circunferência.

2º Passo

Pelo oito pontos traçam-se perpendiculares a , cuja intersecção


com esse traço origina as projecções horizontais desses,
nomeadamente G1, F1 H1, A1 E , B1 D1 e C1. Pela linhas de
chamada desses pontos determinam-se as suas projecções

frontais, registando-se a distância do ponto rebatido a e


marcado como cota desse ponto.

A união dos pontos em cada das projecções resulta em


projecções do círculo pretendido.

Exercícios complementares

1. Represente pelas suas projecções um circulo no


semiplano horizontal anterior, sabendo que: o seu raio é
de 5 cm.
2. Represente, pelas suas projecções, um quadrado
contido no semiplano horizontal anterior, cujo lado mede
6 cm. Dois dos lados do quadrado são de topo, e os
seus extremos mais próximos do plano frontal de
projecção distam dele 2 cm.
3. Desenhe as projecções de pentágono regular numa
circunferência de 4,5 cm de raio, assente em v o. O
centro da circunferência tem 5 cm de afastamento, e o
lado pentágono mais distante de é paralela ao eixo
x.
4. Represente, pelas suas projecções, um
triângulo equilátero em v o. Os lados do
triângulo medem 8 cm e o mais próximo
do plano frontal de projecção é paralelo ao mesmo,
distando dele 3 cm.
222 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

5. Determina as projecções de um heptágono regular


assente no semi - plano anterior, sabendo-se:
O heptágono está inscrito numa circunferência de raio
igual a 5 cm.
O ponto O, circunferência, dista 6 cm do plano frontal de
projecção.
Um dos lados do heptágono, o situado mais à direita, é
de topo.
6. Represente, pelas suas projecções, um circulo de nível,
cuja é igual a 4 cm. O raio do círculo mede 6,5 cm, e o
seu centro afastamento igual a 7 cm.
7. Represente, pelas suas projecções, um círculo situado
no primeiro diedro de projecção, considerado os
seguintes dados:

O círculo está contido num plano de nível d cota igual a 2,5


cm.

O centro do círculo dista 6 cm do plano frontal de projecção.

O raio da circunferência que determina o contorno do círculo é


de 4,5 cm.

8. Construa as projecções de um quadrado situado num


plano de nível de 2,5 cm de cota. Dados:
A diagonal do quadrado mede 5 cm.
As diagonais intersectam-se num ponto de 3 cm de
afastamento e um deles de topo.
9. Construa as projecções de um heptágono regular de
nível considerando os seguintes dados:

O lado [AB] do heptágono tem cm de cota, mede 4cm, é fronto


- horizontal e pertence ao plano bissector dos quadrantes
ímpares.

10. Desenhe as projecções de um pentágono regula de nível,


cujo centro O da circunferência nele circunstância
apresenta as seguintes coordenadas: O (6,5;3,5). o raio
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 223

da circunferência é de 4,5 cm, o lado de menor


afastamento do pentágono é horizontal de frente.
11. Desenhe as projecções de um quadrado pertencente ao
plano frontal de projecção, cujos lados medem 6 cm,
sendo que um deles pertence ao eixo x. o quadrado
situa-se no semi - plano vertical superior.
12. Construa as projecções de um pentágono regular em
conta os seguintes dados:
O pentágono situa-se no lugar geométrico onde os
pontos têm afastamento nulo.
O centro da circunferência circunescrita ao pentágono é
o ponto O (0;7).
O raio da circunferência mede 5,5 cm.
O lado de menor cota do pentágono é paralelo vo.
13. Desenhe as projecções de um hexágono regular, cujos
vértices têm afastamentos nulos. Dois dos lados do
hexágono são paralelos ao plano horizontal de projecção
e medem 4,5 cm. O centro hexágono é o ponto O de 5,5
cm de cota.
14. Construa as projecções de um triângulo isósceles,
considerando os seguintes dados:
O triângulo tem a base vértice.
Os extremos A e B da base têm as seguintes
coordenadas: A (0;7) e B (0;0;1);
15. Construa as projecções de um círculo de frente, tendo
em conta os dados que se seguem:
O círculo situa-se num plano de frente de afastamento

igual a 3,5 cm.


O centro do círculo é um ponto do 1/3.

O raio do círculo mede 3 cm.


16. Construa as projecções de um equilátero
situado no primeiro diedro e contido num
plano de frente. Dois dos lados do triângulo estão
224 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

igualmente inclinados em relação ao eixo x, e o outro


lado é o mais distante de v 0. Sabe-se também que o
centro da circunferência circunescrita ao pentágono é o
ponto O (4,5;5) que o raio mede 4;5 cm.
17. Represente pelas suas projecções um heptágono regular
situado num plano de frente, sabendo que:
O centro da circunferência circunescrita ao heptágono é
um ponto que dista 4;5 cm do plano frontal de projecção
e pertencente ao plano bissector dos quadrantes
ímpares.
O raio da circunferência circunscrita ao heptágono mede
4 cm. Dois dos lados do polígono são e topo.
O lado mais à esquerda do pentágono é vertical.
18. Construa as projecções de octógono regular contido num
plano de perfil. O octógono situa-se no I D, distanciando-
se o seu centro, 6 cm de v 0. O afastamento do centro é
igual a 4,5 cm e o raio da circunferência circunscritas
octógonas é igual a 4 cm. Dois dos lados do polígono são
de topo.
19. Construa as projecções de um círculo com as seguintes
características:
O círculo esta assente num plano de topo que fez com v0
um diedro de 60º de abertura para a esquerda.
O raio do círculo é igual a 4 cm.
O círculo pertence ao I D tem um ponto em v0 e outro em
0.

20. Construa as projecções de um triangulo isósceles, no


primeiro diedro de projecção, tendo em conta que:
O triangulo esta contido num plano de topo, que faz um
diedro de 45º com v 0, de abertura para a esquerda. A
base do triângulo mede 6 cm, é de frente e dista 8 cm do
plano frontal de projecção.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 225

O vértice do triângulo tem 3 cm de cota e pertence ao


plano bissector dos diedros ímpares.
21. Represente, pelas suas projecções, um pentágono
regular situado no I D, assente num plano de topo que
faz um ângulo de 30º com v0, de abertura para esquerda.
O centro da circunferência circunescrita ao pentágono é
o ponto O (4;3), e o raio da circunferência mede 3,5 cm.
O lado mais distância de v 0 é de topo.
22. Construa as projecções dum circulo, sabendo que:
O círculo está contido num plano vertical que faz com 0

u diedro de 30º de abertura para a esquerda.


O centro tem afastamento e cota iguais a 2 cm,
respectivamente.
O raio do círculo mede 3,5 cm.
23. Represente, pelas suas projecções, um triângulo
equilátero situado no primeiro diedro de projecção e
assente num plano projectante horizontal, que faz um
ângulo de 45º de abertura para a esquerda.
Dois dos lados do triângulo estão igualmente inclinados
em relação ao eixo x, e o de nível é o de menor cota. O
centro do triângulo é ponto O (4;6), e o da circunferência
circunscrita ao polígono mede 5 cm.
226 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Unidade 21

Intersecção de dois planos

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Estudar alguns casos particulares de intersecção

Objectivos de dois planos;

 Estudar a intersecção de uma recta com um


plano;

Introdução

Sabemos da geometria que a intersecção de dois planos


resulta numa recta que é comuns dos dois planos,
denominada intersecção de dois planos ou traço de um
plano sobre o outro. Portanto, para determinarmos a
projecção da intersecção de dois planos não temos mais que
conhecer as projecções de dois pontos da recta de
intersecção, ou então, as projecções dum ponto e da
direcção da recta.
No caso do plano definido pelos seus traços, como a recta
de intersecção pertence simultaneamente aos dois planos,
os traços da recta têm de estar sobre os traços homónimos
dos dois planos, logo, na intersecção dos seus traços.

21.1 Caso geral


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 227

Os pontos de uma recta pertencente a um determinado


plano situam-se sobre os traços homónimos desse plano.
No caso geral, a determinação da recta de intersecção de
um definido pelos seus traços consiste em identificar os
pontos de intersecção dos traços do mesmo dos dois planos.
Em erguida tendo como base essa identificação, determinar
a recta de intersecção.
O ponto de intersecção dos traços frontais de dois planos é
a projecção frontal do traço frontal da recta de intersecção
desses dois planos, cuja projecção horizontal situa-se no
eixo x, pois é um ponto do plano frontal de projecção.
O ponto de intersecção dos traços horizontais dos dois
planos, é a projecção horizontal do traço horizontal da recta
de intersecção dos dois planos, cuja projecção frontal situa-
se no eixo x, já que se trata de um ponto de cota igual a
zero.
Dados os pontos e oblíquos, definidos pelos seus traços,
determinados a recta i, da sua intersecção.

O ponto de intersecção de f com f é a projecção frontal do


traço frontal da recta de intersecção dos planos e , Fi1. A
projecção horizontal de Fi, tendo em conta que é um ponto
do plano frontal de projecção, situa-se no eixo x.
228 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

A intersecção de h com h , é projecçã


horizontal do traço horizontal da recta i, d
intersecção dos planos e , Hi1. A projecç fronta
do ponto H, Hi2, tendo em conta que é um pont
do plano horizontal de projecção, situa-se no eix
x.

Unindo Fi1 com Hi1 obtêm-se i1, projecç frontal d


recta de intersecção dos planos e , cuja projec
horizontal i1 resulta da união de Fi1 com Hi1.

21.2 Intersecção entre planos projectantes

Determinamos a recta de intersecção de dois planos


projectantes, o plano , projectante frontal e o plano ,
projectante horizontal.

1º Passo

A projecção frontal da recta fi,


de intersecção dos planos e
é coincidente com o traço
frontal do plano de topo, F
i2, uma vez que todas as rectas
pertencentes a um plano de
topo têm a sua projecção
frontal sobre o seu traço
frontal.

2º Passo

A projecção horizontal da
recta i, i1, coincide com o traço
horizontal do plano, h , h
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 229

i1, pois todas as rectas dum


plano projectante horizontal
têm a sua projecção horizontal
coincidente com o traço
horizontal desse plano.

21.3 Determinamos agora a recta de intersecção de dois


planos de topo.

Considerando que qualquer recta contida num plano de topo


tem a sua projecção frontal sobre o seu traço frontal, a
projecção frontal da recta intersecção de dois planos de topo
situa-se na intersecção dos seus traços frontais.
A recta de intersecção de dois planos de topo é,
invariavelmente, uma recta de topo; portanto, como
sabemos, tem a sua projecção frontal reduzidas a um ponto
situado no plano de intersecção dos traços frontais dos
planos.
(De igual maneira, acrescente-se, a intersecção de dois
planos verticais resulta numa recta vertical).
Passamos à determinação da recta de intersecção d um
plano vertical, , copm um plano de frente, .
230 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

1º Passo

Estes são dois planos


perpendiculares ao plano
horizontal de projecção é uma
recta perpendicular ao plano
horizontal de projecção, isto é,
uma recta vertical ou
projecção horizontal, i.

A projecção horizontal, (i1), da


recta de intersecção de e

coincide com o ponto de


intersecção do traço do plano
de frente com o traço
horizontal do plano vertical.

2º Passo

A projecção frontal da
recta de intersecção
desses dois planos, i2,
é um alinha
perpendicular ao eixo
x, que contém o ponto
H, seu traço
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 231

horizontal.

21.4 Intersecção entre planos não definidos

E possível determinar as projecções da recta de intersecção de


dois planos não definidos pelos seus traços, bastando para isso
recorrer aos conhecimentos que acabamos de adquirir e as rectas
de plano definido por duas rectas.

Consideremos um plano δ, definido por duas rectas a e b,


concorrentes, e o plano y, definido por duas rectas, c e d,
paralelas.

O recurso auxiliares, particularmente de nível ou de frente, como


aconteceu nos casos antepores, e uma via para encontrar a
solução deste exercício.

1º Passo

Utilizemos um plano de nível, V, como plano auxiliar.

A intersecção do plano de nível, com o plano δ, definido pelas


rectas A e B origina a recta m, definidas pelos pontos C e D , e a
recta de intersecção.

Entre o plano auxiliar V, e o plano Y, definida por recta paralelas,


C e D.

A intersecção das rectas m e n e o 1, o primeiro ponto da recta de


intersecção dos planos δ e Y.
232 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2 º Passo

Como e fácil perceber, o


ponto 1nao e suficiente
para definir a recta I de
interacção dos dois
planos dados. É
necessário, tal como nos
outros casos, utilizar um
segundo plano auxiliar
para encontrar o segundo
ponto da recta de
intersecção de dois
planos.

Utilizemos igualmente um
outro plano de nível, v 1,
como o segundo plano
auxiliar, a intersecção do
plano V1, com o plano B,
origina a recta m1 sendo
que a intersecção entre
os planos V1 e Y, tem
como resultado a recta n’.

O ponto I’, de intersecção


das rectas m’ com a recta
n’, é o segundo ponto da
recta de intersecção dos
planos S e Y, dados.

Exercícios propostos

1ªdetermine a recta resultante da interacção de um plano de nível


de 3 cm de cota com um plano de frente 1,5cm de afastamento.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 233

2.Dados dois planos, sendo um de frente e o outro projectante


horizontal, determine a recta da sua intersecção. O plano de frente
dista 5 cm do plano frontal de projecção um ângulo de 60º, de
abertura para esquerda.

3.Considere dois planos de topo, assim posicionados. Um tem


abertura para a direita, faz com V0 um diedro de 30º, e os seus
traços cruzam-se num ponto de abcissa igual a 0 cm. O outro
plano de topo, tem abertura para esquerda, fazendo 45º e os seus
traços se cruzam num ponto de 5 cm de abcissa.

4. Determinar a intersecção de um plano de topo com um plano de


nível, sabendo que:

O plano de topo faz com o plano horizontal de projecção, um


ângulo de 60º, de abertura para a direita.

O plano de nível dista 4 cm do plano horizontal de projecção.

5.um plano oblíquo faz 30º e 60º, respectivamente com o plano


horizontal de projecção e plano frontal de projecção de abertura
para a direita. Um outro plano, de frente, tem afastamento igual a
3 cm.

Represente os planos acima descritos e determine a sua recta de


intersecção.

6.Determine a recta de intersecção entre um plano de rampa e um


plano de topo, posicionados da seguinte maneira:

O traço horizontal e o plano de rampa dista 3 cm para baixo do


eixo x, e o seu traço frontal dista 4 cm para cima do mesmo eixo x.

O plano de topo tem abertura para a direita e faz com o plano


horizontal de projecção de um diedro de 60º.

7.determine a recta de intersecção de um plano de rampa com um


plano de nível, tendo em conta que:

Os traços horizontal e frontal do plano de rampa


tem, respectivamente, 3 cm de afastamento e 6
cm de cota de plano de nível 4 cm do plano
horizontal de projecção.
234 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

8.Determine a recta de intersecção entre um plano oblíquo e um


plano em frente. Os traços horizontais e frontais do plano oblíquo
fazem, respectivamente, com o eixo x, ângulos de 45º e 75º, de
abertura para a direita. O plano de frente tem 3 cm de
afastamento.

Unidade 22

Intersecção de rectas com planos

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Principal: Que cada estudante adquira

Objectivos conhecimentos e capacidades, com os quais seja


capaz de representar posições relactivas de rectas
e planos, diferentes situações descriminadas.

Introdução

Nesta unidade vamos estudar as várias posições que uma recta


pode tomar no espaço em relação um plano. Para o efeito, no
caso do plano não vamos tomar todo ele na sua generalidade,
iremos apenas uma das suas rectas ou os seus traços. Como os
conteúdos estão sequenciados logicamente, aqui manifesta-se
muinta integração de conhecimentos adquiridos até então. Nesta
unidade estudaremos os seguintes assuntos:

1 – Paralelismo e

2 – Perpendicularidade.

22.1 - Definição
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 235

Uma recta intersecta um plano num ponto. Esse ponto é um ponto


do plano e também as rectas, ou seja é um elemento comum a
recta e ao plano.

Em geral a determinação do ponto de observação de uma recta


com um plano segue os seguintes passos.

1º Conter a recta num plano auxiliar (geralmente um plano


projectante)

2º Determinar a recta da intersecção do plano dado com auxiliar.

2º Determinar o ponto de intersecção a recta dada coma recta de


intersecção dos dois planos, que é o plano de intercessão
procurado.

1º Passo

Em primeiro lugar, conduz-se pela recta r um plano auxiliar a y


projectante frontal. A preferência por um plano auxiliar projectante
prende-se com o facto de a sua obtenção ser directa; ou seja,
para que a recta dada pertença a um plano auxiliar projectante,
não há necessidades de uso de muitos traços auxiliares,
236 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

senão fazer coincidir o traço


do plano auxiliar com uma
projecção de recta onde o
plano auxiliar é projectante.
Por exemplo se o plano
auxiliar for projectante frontal,
faz-se coincidir o seu traço
frontal com a projecção frontal
da recta. Se fôr projectante
horizontal, faz-se por
projectante horizontal, coincidir
o traço horizontal do plano
com a projecção horizontal da
recta.

2º Passo

Determina-se a recta de
projecção dos planos a e
y. onde se interceptam os
traços frontais dos planos
obtêm-se o traço frontal da
recta de intersecção dos
dois planos, cujo o traço
horizontal se encontra no
ponto de intersecção dos
traços horizontais dos dois
planos.

3º Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 237

Determina-se o ponto I, de intersecção da recta r


com a recta i, auxiliar. O ponto I é o pont
procurado, o ponto de intersecção da recta r, com
o plano.

Por vezes, a determinação do ponto d


intersecção de uma recta com um plano é directa
dispensando deste modo, a aplicação do métod
geral, como acontece por exemplo com os caso
que se seguem.

Determinemos o ponto I, de intersecção de uma recta a, oblíqua


com um plano B, vertical os seja um plano projectante horizontal

1º Passo

Os pontos de intersecção da recta a, com o plano obliquo obtêm-


se directamente, pois a intersecção do traço horizontal do plano
com a projecção horizontal da recta origina directamente a
projecção horizontal do ponto I, de intersecção de recta com o
plano dado.
238 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Uma vez que o ponto I, para alem


de pertencer o plano ao plano
também pertence a recta a, a sua
projecção frontal situa-se sobre a
projecção frontal da recta.
Recorda-se certamente, de que
um ponto pertence a uma recta se
o ponto tem s suas projecções
sobre as projecções homónimas
da recta.

De igual modo, podem determinar-se as projecções dos pontos de


intersecção de uma recta com um plano projectante frontal.

Determinemos, desta vez, o ponto de intersecção de uma recta v,


vertical, com um plano y, de topo

1º Passo

A intersecção de f, traço frontal do plano de topo, com V 2,


projecção frontal da recta vertical, origina a projecção frontal I2, do
ponto de intersecção da recta com o plano.

A projecção horizontal de todos pontos de uma recta vertical


coincide com a sua própria projecção horizontal, que fica reduzida
a um ponto. Assim sendo, a projecção horizontal do ponto I
coincide com a projecção horizontal da recta v, ou seja, I1 = v 1

Exercícios complementares
1. Dados um plano de nível com 2,5 cm de cota e uma
recta vertical (ou projectante horizontal), com 3 cm de
afastamento, determine o ponto I, da sua intersecção.
2. Determine o ponto I, de intersecção, de uma recta de
nível com um plano projectante horizontal. A recta de
nível tem a cota igual a 3 cm, faz um ângulo de 45º
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 239

com 0, de abertura para a direita, e o seu traço

frontal tem 1 cm de abcissa. O plano projectante


horizontal faz com o plano frontal de projecção um
diedro de 30º, de abertura para a esquerda, e os seus
traços cruzam-se num ponto de 7 cm de abcissa.
3. Determine o ponto I, ponto de intersecção de uma
recta com um plano projectante frontal. A recta
oblíqua pertence ao 1/3, é concorrente com o eixo x

num ponto com -3 cm de abcissa e faz, com o plano


frontal de projecção, um ângulo de 60º, de abertura
para a esquerda. Os traços do plano de topo
interceptam-se num ponto de 2 cm de abcissa e faz,
com o plano horizontal de projecção, um diedro de
30º, de abertura para a esquerda.
4. Dado um plano de rampa, e uma recta projectante

horizontal, y, determine o ponto da sua intersecção,


tendo em conta os dados que se seguem. Os traços
verticais e frontais do plano têm, respectivamente, 5
cm de afastamento e 3 cm de cota. A recta
projectante horizontal tem 3 cm de afastamento.
5. Sendo dados uma recta obliqua e um plano de rampa,
determine o ponto comum entre eles, tendo em conta
que:
A recta cote o ponto A (4; 2) e a sua projecção
horizontal faz com o eixo x um ângulo de 45º, de
abertura para a esquerda.
O traço horizontal da recta tem -2,5 cm de
afastamento.
Os traços do plano de rampa têm 4
cm de afastamento e 3 cm de cota,
sendo respectivamente o traço
horizontal e traço frontal.
240 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Unidade 23

Projecções de sólidos geométricos

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Cada estudante no fim deverá ser capaz de fazer

Objectivos projectos e representações dos diferentes sólidos


geométricos, recomendados neste m’odulo, ser
capaz de ir implementando estes conhecimentos
onde for preciso.

Introdução

Esta é a última unidade da Geometria Descritiva. A


semelhança dos conteúdos anteriores, esta também exige
muito esforço por parte do estudante. Na verdade esta
cadeira é de natureza prática. Por isso é preciso fazer-se um
estudo interactivo, buscado em muita exercitação e não
deixar ficar dúvidas. Para esta unidade estão previstas 09
(sub - unidades).
23.1 Invisibilidade

Todos os contornos visíveis de um objecto são


representados a traços grossos e os contornos invisíveis a
traços interrompido ou ponteado.
São invisíveis aqueles contornos ou partes de contorno que
são cobertas por outros.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 241

Dos pontos situado na


mesma projectante
0horizontal, só e visível
aquele que tiver maior
cota, sendo, portanto
invisíveis todos outros.
Todos pontos situados na
mesma o projectante
frontal são invisíveis,
exceptuando aquele que
estiver próximo do
observador, o maior
afastamento.

Portanto, nas projecções


de sólidos geométricos
necessário ter em conta
as partes que; conter que
façam parte da mesma
projectante.

23.2 Contorno aparente

O contorno em linha ou a superfície que delimita a forma de


um objecto ou seja, que limita exteriormente o objecto.
O contorno aparente, numa dada projecção, e que separa a
parte visível da parte invisível dos objectos projectantes.
242 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

O contorno aparente horizontal


de solo geométrico e a linha
que determina os limites dessa
projecção, isto e, a linha que
separa, em projecção
horizontal, a parte visível da
parte invisível do sólido.

O contorno aparente frontal de


um sólido; geométrico e a linha
que em projecção frontal
separa a parte visível da parte
invisível do solo, ou seja, a
linha que determina os limi9tes
da projecção frontal.

23.3 Sólidos assentes em planos paralelos aos planos


de projecção
No caso dos sólidos geométricos que possuem bases
assentes em planos paralelos aos planos de projecção, a
sua base; projecta – se em verdadeira grandeza no plano de
projecção a que a base e paralelo, sendo altura dos sólido e
perpendicular a esse plano de projecção.

23.4 Pirâmides

Uma pirâmide e um sólido geométrico, constituído por uma


base e por faces laterais que apresentam formas
triangulares.
Estas faces partem da base e convergem no ponto chamado
verso da pirâmide.
Se a base de uma pirâmide for um polígono regular, essa
pirâmide e regular.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 243

Uma pirâmide regular e aquela cuja linha que o centro da


base ou vértice e igual a altura ou seja, e perpendicular a
base. designa – se por pirâmide regular recta e tem as
faces laterais; iguais.

23.5 Projecções de pirâmides assentes em planos


horizontais ou de nível.

Uma pirâmide assente num plano de nível tem a projecção


horizontal da sua base em verdadeira grandeza. A sua altura
projecta – se em verdadeira grandeza no plano frontal de
projecção.
Vamos determinar as projecções de uma pirâmide
pentagonal regular recta, assente pela sua base num plano
de nível de cota igual a 1 cm.
A base da pirâmide esta circunscrita a uma circunferência de
raio igual 2,5 cm, cujo centro de 3 cm de afastamento. O
lado Ada base de menor afastamento e fronto – horizontal. O
vértice da pirâmide tem cota igual 6 cm.

1º Passo
Representa – se pelas suas projecções o pentágono regular,
base da pirâmide. Este passo da resolução do exercício
corresponde ao capitulo de projecções de figura planas, que
e certamente do seu domínio.
244 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2ºpasso

Uma vez projectada a base do


sólido, resta projectar o seu vértice,
ao que se seque a união deste com
os vértices da base.

Considerando que se trata de uma


pirâmide regular recta, o vértice
situa-se numa linha perpendicular a
base, que passa pelo centro desta,
sendo assim, este vértice encontra-
se na mesma projectante horizontal
que o centro da base, portanto v 1 é
coincidente com O1.

Sobre a linha da chamada do centro do pentágono marcam-


se 6 cm da cota e representa-se por V2, projecção frontal do
vértice do pentágono

3º Passo

Para que as projecções da


pirâmide sejam consideradas
concluídas, resta apenas unir
as projecções da base com as
projecções do mesmo nome do
vértice da pirâmide

23.6 Projecções de cilindros com bases de nível

Determinemos as projecções de um cilindro de revolução assente


pela sua base de menor cota num plano de nível de 1,5 cm de
cota
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 245
O primeiro passo da resolução
deste exercício consiste em
representar o traço do plano de
base de menor cota e determinar
as projecções do centro desta
base, cujo afastamento é igual a 2
cm e cota igual a1,5 cm.

Aos 5,5 cm de cota, marca-se a


altura do cilindro, traçando uma

O raio de base mede 2 cm, e uma das suas geratrizes é do plano


frontal de projecção. O outro plano de base situa-se a 5,5 cm do
plano horizontal de projecção.

paralela ao eixo x, cuja intersecção com as linhas de chamada


dos extremos de projecção de base de menor cota origina a
projecção frontal do cilindro. A projecção horizontal de base de
maior cota é coincidente com a projecção horizontal de base da
menor cota.

Representemos, pelas suas projecções, um outro cilindro, obliquo,


situado no I D e assente pela base no plano horizontal de
projecção.

Sabemos que o centro da base de cota nula tem 2,5 cm de


afastamento, e o raio dessa base é igual a 2 cm. As geratrizes do
cilindro são de frente, fazem com v0 ângulos de 75º de abertura
para a esquerda e medem 4,5 cm.

1º Passo

Inicialmente, representa-se pelas suas


projecções o centro da base descrita, cujo afastamento é igual a
2,5 cm e cota igual a 0 cm. Por O1 traça-se uma circunferência de
246 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

raio 2 cm, conforme nos diz o enunciado do exercício.


Seguidamente, representa-se - a projecção frontal do círculo, que
se situa sobre o eixo x.

2º Passo

Traça-se então duas geratrizes que partem dos extremos da


protecção frontal da base de cota nula com a inclinação de 75
grau para a esquerda, em relação ao eixo X, traça-se igualmente
o eixo que parte da projecção frontal da base de cota nula com a
mesma inclinação que as geratrizes.

Sobre essas geratrizes e o eixo marcam-se 4.5 correspondentes


ao seu comprimento deste modo obtém-se a projecção frontal da
outra base do cilindro.

O ponto da intersecção da projecção frontal do eixo do cilindro


com projecção frontal da base de maior cota é O2 protecção frontal
do centro da base de maior cota.

3º Passo

Tendo em conta que uma das geratrizes do cilindro pertence ao


plano frontal da projecção, o raio da base é igual ao afastamento
do centro, 2cm. Desde modo determina-se as projecções da base
menor do cilindro. Assim, por O1 traça-se uma paralela ao eixo X,
cuja intersecção com a linha de chamada o centro de maior cota
original da projecção horizontal desse centro O1
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 247

Por O1 traça-se uma circunferência,


cujo raio é igual ao da outra base,
seguidamente, unem-se as
projecções do mesmo nome ilustra o
desenho

Projecção de uma das bases do


cilindro (a esquerda) e protecções do
cilindro oblíqua com seu contorno
aparente (a direita)

23.7 Projecção de Cilindro com Base de Frente

O contorno aparente da projecção horizontal de um cilindro com


base de frente é um quadrilátero, ou seja um paralelogramo. As
projecções frontais das bases de frente de cilindro são iguais se
as projecções frontais forem coincidentes, trata-se de um cilindro
de revolução, caso contrário, trata-se de um cilindro obliqua.

Para uma visualização do que se acabou de dizer, convêm que


sejam resolvidos pelo menos dois exercícios, sendo um de um
cilindro de revolução e outro de um cilindro oblíqua.

Determinemos as projecções de um cilindro oblíqua ni ID e com


bases de frente.

O eixo do cilindro e de nível e tem com igual a 4cm. Os


afastamentos dos centros das bases são de 5 cm as linhas de
chamadas dos centros da base distam entre si 4 cm. e a base de
menor afastamento situa-se mais a direita. O
raio das bases do cilindro e de 3cm.

1º Passo
248 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Representa-se pelas suas projecções o eixo do cilindro, de cota


igual a 4 cm, e os seus extremos com afastamentos de 5 e 1 cm.
As linhas de chamadas dos extremos estão separadas a 4 cm.

Desenhou-se as projecções de uma das do cilindro, neste caso a


de maior afastamento, com raio igual a 3 cm.

2º Passo

Representa-se pelas suas projecções a base menor afastamento.

Unem-se as projecções do mesmo nome das duas bases e


distinguem-se os contornos visíveis das invisíveis em cada uma
projecção.

23.8 Projecções de sólidos geométricos assentes em planos


de perfil, de topo e vertical.

Conforme vimos na unidade temática sobre projecções de


polígonos, os que estivessem contidos em planos de perfil, de
topo e vertical não apresentam a sua verdade grandeza em
nenhuma das projecções, pelo menos que na maioria dos casos e
necessário recorrer processo geométricos auxiliares para a
construção.

O mesmo acontece com as projecções d sólidos geométricos, pois


as suas bases são polígonos, pelo que os processo geométrico
auxiliares serão o recurso para a resolução de muitos dos
problema ligados a esta unidade temática.

23.8 Projecções de pirâmides assentes em planos de perfil.

Os contornos aparentes frontais e horizontais de uma pirâmide


com bases de perfil são invariavelmente triângulos sobre as
tracções do plano. Isto é são dois segmentos de rectas que se
encontram na mesma linha perpendicular ao eixo X.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 249

Representamos as projecções de uma pirâmide oblíqua que esta


assente pela base num plano de perfil Y

A base é a um pentágono regular inscritos numa circunferência


de 3cm de raio, cujo centro é o ponto O (0,4,3) o lado do
pentágono mais próximo de Vo é de topo. O vértice da pirâmide é
ao ponto V (6,1,5)determinar as suas projecções.

1º Passo

Representa-se o plano Y pelos seus traços e sobre eles


determinam-se as projecções do centro da base.

Escolhe-se um método geométrico auxiliar, neste caso


a mudanças do plano frontal de projecções. Assim, o
novo eixo X, X’ é perpendicular ao eixo. No novo
planos frontal de projecções mantém – se a projecções
horizontal, O1 do centro da base da pirâmide, muda o
seu afastamento e mantêm – se a sua cota.

A partir de O4 traças –se uma circunferência de 3 cm


de raio e nele constrói-se um pentágono com o lado
mais próximo de X’ paralelo a ele ,e obtém-se A4 B4 C4
e E4.
250 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2º Passo

Por A4 B4 C4 D4 e E4 traçam-
se paralelo ao eixo X cuja
intersecção com Vy=Hy
traços plano de base,
original as projecções
horizontais da base da
pirâmides, A2,B2,C2D2 e E2 e
unem-se-lhes

Tirando as cotas do novo


plano frontal de projecções
marcando – as sobre o
plano frontal de projecções
inicial obtêm-se as
projecções frontais dos
vértices da bases A2,B2,
C2, D2 e E2.

Determinem-se as projecções do ponto V vértice da pirâmides, e


une-se as projecções do mesmo nome dos vértices da base do
polígonos. a distancia das arestas que são visíveis completa a
resolução do exercícios ,definindo assim o seu contorno aparente
,como podemos ver na figura da paginas seguinte.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 251

23.9 Projecções de Cones Assentes Em Planos De Perfil

Como é do seu conhecimento para obter a verdadeira grandeza


do círculo que constitui a base do cone e necessário recorrer a um
método geométrico auxiliar.

No entanto, se apenas se pretender as projecções do cone, o uso


de um n metro geométrico a estudar pode ser dispensado uma,
vez que a medida de diâmetro da base corresponde a medida das
projecções da base do cone, sedo ponto médio de cada um das
projecções a projecção de respectivo centro.

Representamos pelas suas projecções um cone de resolução


situado no ID com base no perfil.

Um ponto da base mede 2,5cm e a altura e de 5cm estando o


vértice no ponto a direita da base.

1º Passo

Representa-se pela sua projecções o centro da base tendo


encontra que tem um ponto Vo e outro em Qo e o raio mede 2,5 cm,
isto significa que a cota e o afastamento da base do cone são
iguais e medem 2.5cm.

O segmento, que parte do eixo X para cima dele, é a projecções


frontal da base do cone o segmento que parte do eixo para baixo
do mesmo e a projecções horizontal da base do pentágono.
Centro O da base do cone tem 2.5 cm decota e também 2.5cm
afastamento, isto é pertence ao B1/2.

2º Passo
252 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Pelas projecções do
centro da base traçam-se
para a direita linhas
paralelas ao eixo x e aos
5 cm. Em seguida,
representam-se as
projecções do vértice do
cone, v1 e v 2.

Unindo os extremos das


projecções da base com
as projecções do mesmo
nome do vértice do cone,
obtendo-se as
projecções do cone

2º Passo

Uma vez projectada a base situada mais a esquerda, traçam-se


para a direita perpendiculares aos traços dos planos e aos 5 cm,
traçam então o plano da segunda base a intercessão das
perpendiculares com os traços do primeiro plano da com traços do
segundo plano da base da origem as projecções ortogonais da
segunda base.

Um prisma triangular obliqua no primeiro diedro de projecções tem


as bases de perfil

O centro de uma das bases é o ponto O(5;3,5,3,5) e o centro da


base é o ponto O(0,5,5) o raio da base mede 3,5 cm e o lado de
maior cota do triangulo equilátero é o topo .

1º Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 253

Determinam-se as
projecções do centro

o utilizando –se um
método geométrico auxiliar
que , neste caso é a
mudanças do plano frontal
de projecções e constrói-
se a base do prisma
,respeitando a posição
descrita no anunciado .

Seguidamente,
determinam-se as
projecções ortogonais do
triângulo equilátero, que
constitui uma das bases do
prisma triangular oblíquo.

2º Passo

Determinam-se as projecções do centro da base O, e por elas


fazem-se passar os traços do segundo plano da base que de
acordo com os dados do enunciados, esta a esquerda da primeira
base,

Traça-se o eixo (0.0) em ambas as projecções. Partindo das


projecções dos vértices da base de maior abcissa, traçam-se
linhas paralelas ao eixo do prisma, cuja intersecção com os traços
da base mais a esquerda determina as projecções das bases que
tem menor abcissa.

Por último, distinguem as arestas do sólido.

23.10 Projecções De Cilindros Com Bases De


Perfil
254 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Nenhuma das projecções de bases de perfil de um cilindro


apresenta a sua verdadeira grandeza, pelo contrário, quatro
segmentos de recta definem as projecções das duas bases de um
cilindro.

Esses segmentos num cilindro, tem sempre a mesma a medida, a


verdadeira grandeza do diâmetro da base por essa razão,
conhecendo o centro da base e seu raio, determinam-se
directamente as suas projecções.

Tratemos de representar pelas suas projecções um cilindro de


revolução situado no primeiro diedro de projecções, com as bases
de perfil, de 2,5 cm de raio.

O centro de um das bases do cilindro e o ponto O(3,4) e a altura


do cilindro mede 7cm represente-se pelas suas projecções .

1º Passo

A resolução destes exercícios não requer o uso de qualquer


método geométrico auxiliar pelo que basta determinar as
projecções do centros e marcar para cima e para baixo, 2.5cm de
raio, o que ira dar origem a dois segmentos de 5 cm cada,
correspondentes as projecções de uma das bases do cilindro em
ambos os planos de projecções.

Representa-se o segundo plano de perfil a 5 cm do primeiro onde


se Projectara a segunda base. Essa segunda base tanto poderá
estar direita como a esquerda pois que noutros casos, à figura é a
mesma.

Faz-se exactamente o mesmo que faz coma primeira base para


obter as projecções da segunda base do cilindro

Finalmente são apenas uma questão de um entre si os extremos


das projecções do mesmo nome das bases.

Como vê as projecções de um cilindro de revolução situado no ID,


com bases assente em plano de perfil são dois rectângulos iguais.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 255

Um outro cilindro desta vez obliqua tem as bases também de perfil


uma das bases tem centro em (0;5;2,5) e a outra tem centro em
O(5,5;2.5;4,5) o raio das bases do cilindro mede 2 cm.
Determinemos a projecções destes cilindros.

1º Passo

Representa-se pelas suas projecções o centro O e a respeitavas


base, como mostra a figura seguintes desenham-se as projecções
da base do cilindro, de acordo com as coordenadas do seu centro
e a medida do seu raio, para terminar, unem-se os exames das
projecções das mesmas as bases do cilindro.

Projecções do cilindro oblíquo distinguindo-se o contorno aparente


do sólido.

23.11 Projecções de Pirâmides com Bases de Topo

Para determinar projecções de uma pirâmide basta projectar todos


pontos que a constituem nomeadamente só vértices da base e os
vértices superior da pirâmide. Unindo as projecções do mesmo
nome desses vértices obtém projecções do sólido

Passe mos a representar pelas suas projecções uma pirâmide


quadrangular recta situada no primeiro diedro de projecções
sabendo que:

 A pirâmide esta assente pela base num plano projectante


frontal que faz um diedro 60 grau com Vo de abertura
para direita.
 Os lados da base fazem 45 grau com Qo e o seu vértice
A de menor afastamento dista 1 cm desse plano frontal
de projecções e 3cm do plano horizontal
de projecção.
 O lado do quadrado mede 3,5 cm e a
altura da pirâmide mede 6 cm.
256 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

1º Passo

Representa-se o plano de topo pelos seus traços e determinam-se


projecções dos vértices da base de menor afastamento. Este
vértice a base tem cota igual a 3 cm. Portanto para efectuar asa
suas projecções, começa-se por localizar um ponto de 3 cm de
cota, sobre o traço frontal do plano de topo.

Recorde-se que todos os pontos de um plano projectante frontal


têm as suas projecções frontais sobre o traço frontal do plano.

Seguidamente determina – se a projecções horizontal desse


vértice da base, ao que se segue a escolha de um método
geométrico auxiliar para a construção do quadrado na sua
verdadeira grandeza.

2º Passo

Escolhemos o rebatimento do plano de topo sobre o plano


horizontal de projecções. Com centro no ponto de intersecção dos
traços do plano da base e abertura do compasso ate A 2 traça-se
um arco ate ao eixo de X que prolonga através duma
perpendicular vai intersectar com uma paralela ao eixo X que
passa por A1 dando origem a Ar ponto A rebatido.

Em seguida, traçam-se por Ar linhas que fazem 45 grau com eixo


X e medem – se só 3,5 cm do comprimento do lado do quadrado.
Completa-se a construção do polígono e representam-se os seus
três restantes pontos.

Efectua-se os contra-rebatimentos, que é um processo de sentido


inverso ao rebatimento e determinam-se as projecções da base da
pirâmide.

3º Passo

Traçam-se agora as projecções horizontais das diagonais do

quadrado, para obter a projecção horizontal do seu centro e,


seguidamente, determina-se a projecção frontal desse ponto.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 257

Por traça-se uma


perpendicular ao traço frontal
desse ponto.

Por traça uma


perpendicular ao traço frontal
do plano. Sobre ela, a partir
dessa projecção frontal do
centro da base, marcam-se
6cm, correspondente à altura
do sólido, e representa-se

,.

a projecção horizontal do
ponto de vista V encontram
se numa linha paralela ao

eixo X que passa por

Em seguida, une-se os vértices da base ao vértice do mesmo


nome da pirâmide e distinguem se os traço, de modo a
representar o seu contorno.
258 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Desenhamos as
projecções de uma
pirâmide octogonal
oblíqua, situada no
primeiro diedro de
projecção, considerando
que:

 A base da pirâmide
é um octógono
regular assente pela
base num plano de
topo que faz um
diedro de , de
abertura para
esquerda.

 A circunstância
circunscreve à base
mede 2,5 cm de raio
e o seu centro é o
ponto 0 (3:3,5).

 Dois dos lados da base da pirâmide são de frente.

 O vértice da pirâmide é o ponto V (6,5:0,5), cuja linha de


chamada situa se 5 cm à direita da linha de chamada do
centro 0 da base.

1º Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 259

Representam-se os traços do plano e desenham-se as


projecções do ponto 0, o centro da base, tendo em conta que a
sua projecção frontal deverá estar sobre o traço frontal do plano.

Em seguidamente, escolhe-se um método geométrico auxiliar cuja


opção, neste caso, foi pela mudança do plano horizontal de
projecção.

2º Passo

Mantém se a projecção frontal o e obtêm-se a sua projecção


horizontal novo plano horizontal de projecção, , cujo
afastamento se mantém igual a 3 cm.
Em seguida, traça se a circunferência, com centro em
Raio igual a 4 cm, e constrói se octógono com dois lados
paralelos a , ou seja, os seus lados afrente.
Efectua se a projecção frontal do octógono, através do
traçado de perpendicular és pelas projecções horizontais
dos seus pontos no novo plano horizontal de projecção, cuja
intervenção com o traçado frontal do plano origina as
projecções frontais do ponto octógonos.
Determina-se a projecção horizontal da base da pirâmide, no
plano horizontal inicial, transportando os afastamentos dos
pontos da base da pirâmide resta apenas representar o seu
vértice pelas suas projecções e uni-los às projecções do
mesmo nome da base. Finalmente distingue se os traços do
desenho.
260 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

23.12 Pirâmides assentes em planos projectantes


horizontais

A projecção de pirâmides, com base em planos projectantes


horizontais pode ser feita na base do conhecimento que foi
sendo desenvolvido até aqui.
O que acontece com a projecção horizontal de uma pirâmide
com base de topo é exactamente o mesmo que acontece
com a projecção frontal da mesma pirâmide com base
projectante horizontal de um pirâmide com base de topo é
exactamente o mesmo que acontece a projecção frontal da
mesma pirâmide com base projectante horizontal, no que
respeita nada melhor do que visualizar uma nova situação
na pratica, resolvendo um exercício, nomeadamente o da
determinação das projecções de uma pirâmide pentagonal
obliquo, com os dados que em seguida apresentamos.
 A pirâmide situa se no primeiro diedro de projecção, e a
sua é projectante horizontal, fazendo um ângulo de
com , de abertura para esquerda.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 261

 O seu centro da base pentagonal regular é o ponto


(2,5:3), e o raio da circunferência a ela circunscrita mede
2,5cm.
 A resta de menor cota da base da pirâmide é de nível
 O vértice da pirâmide é o ponto V, situado em com 6

cm de cota, cuja linha de referência se situa 6 cm à


directa da linha de referência do centro da base.

1º Passo

Representa se pelas suas projecções o centro da base e as


respeitavas projecções da base do sólido através de um método
geométrico auxiliar que, neste caso, é a mudança do plano frontal
de projecção.

Efectua se a projecção frontal a base da pirâmide em verdadeira


grandeza num novo plano frontal de projecção frontal da base da
pirâmide em verdadeira grandeza num novo plano frontal de
projecção, na base da qual se volta ao plano frontal de projecção
inicial, obtendo se deste modo, as projecções do pentágono
regular.
262 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

2º Passo

Traça-se uma linha de


chamada, que dista 6 cm à
direita da linha de chamada do
centro da base da pirâmide e
sobre ela marcam-se 10 cm de
cota e afastamento do vértice da
pirâmide.

Para concluir, unem-se as


projecções da base com as
projecções do mesmo nome do
vértice do sólido e distinguem-
se as arestas visíveis das
invisíveis.

23.13 Projecções de Cones com bases de Topo

Como noutros casos, o desenvolvimento dos conteúdos é


baseado na resolução de exercícios, de modo a que não se trate
as situações de uma forma meramente abstracta.

Projectemos, neste caso, u cone de recolocação de base de topo.

O plano da base faz um ângulo de com V abertura para


esquerda. O centro da base é o ponto O pertencente ao plano
bissector dos quadrantes impares e tem afastamento igual a 3cm,
o raio da base mede 2.5 cm em e a altura do cone é 6cm.

1º Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 263

A recolocação deste exercício segue os mesmos passos que


consistem em representar os traços do plano e a respectiva do
centro da base do sólido

Escolheu se o método de rebatimento que permitiu construir o


círculo em verdadeira vedação e encontrar na circunferência um
número mínimo suficiente de ponto para definir as projecções
desta figura plana. Assim, escolheu-se rebatimento do plano de
topo sobre o plano horizontal de projecção, para que se possa
construir a circunferência da base na sua verdadeira grandeza e a
posterior inversão n do rebatimento obtendo, deste modo, as
projecções da do cone,

2º Passo

Pela projecção frontal do


centro da base do cone,
traça-se uma perpendicular
ao traço frontal do plano da
base, e sobre ela marca se
6 cm correspondentes à
altura da pirâmide e

designa-se , projecção
frontal do vértice do cone.

a projecção horizontal do
cone encontra se sobre
uma linha paralela ao eixo

por enquanto o eixo do


cone é de frente, ou seja,
qualquer linha
perpendicular ao plano de
topo é de frente.

Finalmente une se a base ao vértice do cone e


distingue se as linhas visíveis da invisíveis.
264 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Passemos ao desenho das projecções de um cone oblíquo, com


base assente num plano de topo.

1º Passo

O plano de base faz ângulo de de abertura para esquerda. O


centro da base do cone tem cota igual a 3cm.

A base do cone tem um ponto no plano horizontal de projecção. O


vértice do cone é um ponto do eixo x e situa se 5-5 cm à distancia
do ponto do cruzamento dos traços do plano da base.

Após a representação dos básicos para iniciar a projecção do

sólido, nomeadamente o eixo os traços do plano da base,


determina-se a projecção frontal do centro da base.

O recurso ao método geométrico auxiliar é a via que vai permitir


construir com uma certa precisão as projecções deste cone.
Efectuemos com rebatimento do plano d base sobre o plano
horizontal de projecção.

Traça-se a circunferência e
Marra-se sobre ela um certo
numero de pontos, suficientes
para determinar as suas
projecções na base do quadrado
envolvente, as suas diagonais e
medianas, efectua se o contra-
rebatimento para obter as
projecções da circunferência.

É necessário ter em conta que a


medida do raio é igual à medida
do afastamento do centro, uma
vez que a circunferência tem u
ponto no plano frontal de
projecção. A circunferência
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 265

também tem um ponto no plano


horizontal de projecção, ou seja,
tem um ponto no traço horizontal
do plano.

2º Passo

No eixo , a partir do ponto de


cruzamento dos traços do plano,
marca se 5,5 cm à directa e
designa-se as projecções do vértice

do cone, a partir de = e une-se


os extremos da projecção frontal da

base com = .

O traço grosso representa se o


contorno aparente frontal e
horizontal e o traço interrompido
serão representados a parte da
base não visível em projecção
horizontal.

23.14 Projecção dos Cones com Bases Assenta em Planos


Verticais

Se girarmos a graus uma folha de desenho com projecções


de u cone de base de topo, obtermos projecções dum cone de
base assente num plano projectante horizontal.

Isto significa eu a protecção de cones de bases


verticais não traz praticamente nada de novo em
266 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

termos de conteúdos, trata-se apenas de mais uma oportunidade


para aplicar os conhecimentos adquiridos na resolução de um
problemas concretas do dia a dia.

Para efeito, nada melhor do que determinar as projecções de um


obliquo assente pela base num plano vertical situado no I,D, tendo
em consideração que:

 O plano da base faz u ângulo diedro de a com de


abertura para directa,
 O centro da base é o ponto 0 (3:3) e o raio mede 3cm.
 O vértice da base é o ponto V(1,5: 7,5), cuja linha de
referências se 4,5 cm à esquerda do ponto de
intervenção dos traços do plano da base,

1º Passo

Primeiramente, desenham-se as projecções da base do cone,


com o recurso a um método geométrico auxiliar que neste caso é
a mudança do plano frontal de projecção.
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 267

Mantém se as cotas e
mudam as projecções
frontais. Em relação às
projecções horizontais,
como é do seu
conhecimento,
mantém, mudando os
afastamentos.

Determina se as
projecções do vértice
da base, cuja linha de
chamada situa se 4,5
cm à esquerda do
ponto de cruzamento
dos traços do plano da
base do cone.

Completa se a
resolução do exercício
conforme se pode
observar no desenho
que se segue, não
esquecendo de aplicar
traços grosso no
contorno visível do
sólido,

23.15 Projecções de Prismas Assentem em Plano de Topo

Já tem experiência em traçar projecções de prisma assentes em


planos de projecção ou planos a eles paralelos
ou ainda, em plano de planos duplamente
projectante também já sabe determinar as
projecções de polígono contidos em planos projectante frontais.
268 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

A associação desses conhecimentos entre outros permite-nos


resolver qualquer exercício relacionado com a projecção de
prismas de bases de topo, é pois nas projecções de prismas de
bases de topo que nos iremos de ter em seguida.

Representemos pelas suas projecções um prisma ortogonal recto


situado no I D.

O sólido esta assente por uma das bases projectante frontal que

faz com um ângulo de de abertura para a esquerda. O

centro da base mais próxima de é o ponto o (4,3,5). E o raio da


circunferência circunscrita a base mede 4cm.

Duas das restas da base de menor afastamento são diferente e a


altura do prisma é de 6cm.

1º Passo

Representa se pelas suas projecções o octógono regular, uma


das bases do prisma que se pretende construir. Na construção do
octógono, é necessário ter em consideração de 2 dos seus lados
de verão, é projecção horizontal, se paralelos ao eixo X. efectua
se o rebatimento do centro da base, constrói se a base, faz-se a
inversão do rebatimento para se obter as projecções dessa base
do prisma.

Pelas projecções frontais dos 8 vértices da base, traça-se


perpendicular ao traço frontal do plano dessa base e, aos 6 cm,
correspondentes a altura do sólido, passa-se o segundo plano da
base, logicamente paralelo ao primeiro, cuja intervenção com as
perpendicular determina as projecções frontais dos, vértices da
segunda base.

Tendo em conta que as rectas laterais do prisma são diferentes


porque são perpendiculares ao plano de todo, pelas projecções

horizontais dos vértices da base mais próxima de , traça-se


linhas paralelas ao eixo x. a intervenção destas paralelas com as
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 269

linhas de chamada da segunda base origina as projecções


horizontais dessa segunda base.

Resta apenas unir as projecções do mesmo das bases e dos seus


pontos, com um traço de espessura adequada para concluir a
resolução deste exercício.

Projecções de Prismas Assentes em Planos Projectante


Horizontais

Como já estudamos casos suficientes para o entendimento deste


tipo de projecções, vamos directamente a projecção de um prisma
pentagonal oblíquo, cujos dados as seguir se descreve:

 o prisma tem as bases pentagonais regulares assentes


em planos projectantes horizontais que fazem com o
plano frontal de projecção ângulos diedros de de
abertura para a directa.

 o centro da base é o ponto o (3,5), e o raio da base


mede 3cm
 o lado mais próximo do plano horizontal de projecção,
da base mais próxima do plano frontal de projecção é de
nível
 as arestas laterais são horizontais diferente, e a altura
do prisma é igual a 6 cm.

1º Passo
Uma vez que os dados relativos ao plano e ao centro da
base estão claramente expressos, representa se de
imediato. Com recursos a um método geométrico auxiliar
constrói se o pentágono, é verdadeira grandeza e,
posteriormente, determina se as sãs
projecções neste exercício a opção foi pela
mudança do plano frontal de projecção,
como se pode ver no desenho.
270 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Na construção do
pentágono, é
necessário estar se
atento a sua posição
discreta no enunciado,
pós é a partir do
segundo plano de
projecção que tudo é
definido.

Pelas projecções
horizontais dos vértices
das bases traça-se
linhas paralelas ao
eixo, que se
intercentarao com o
segundo plano da
base, que dista do
primeiro 6 cm e que lhe
é paralelo. Recorde se
que a distancia entre
dois plano paralelo
mede se através uma
linha recta
perpendicular a ambos
os planos.

As projecções frontais dos vértices da segunda base


encontra se ao em linhas paralelas ao eixo x e que parte
das projecções frontais dos vértices da primeira base.

23.16 Projecções de Cilindros Assentem em Planos de


Topo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 271

O cilindro é um sólido que já conhece perfeitamente, bem


como conhece um plano de topo ou projectante frontal.
Logo a partida, sabemos que as projecções frontais das
duas bases de topo de um cilindro são dois seguimentos de
recta que se liga entre si, através de outros dois seguintes
de rectas, que se liga entre si através de outros dois
seguimentos de rectas, as directrizes do contorno aparenta
frontal do cilindro. O contorno aparente horizontal é
constituído por outras duas geratrizes e dois arcos.
Para a visualização do que acabamos de descrever vamos
determinar as projecções de um cilindro obliquo, situado no
ID, de bases de topo, sabendo que:
 O diâmetro de frente da base mais próxima de é

seguimento de recta [AC], com as seguintes


coordenadas: a( 0,3,5) E C(2:3:1),
 A altura do cilindro é de 3cm eas projeccoes frontais das
suas geratrizes são perpendicular ao plano da base.
 As projeccos horizontais das geratrizes do cilindro fazem
com o eixo X ângulos de .

1º passo

As projecções do diâmetro da base mais próxima do plano


horizontal de projecção permitam conhecer a amplitude dos
ângulos diedros que os planos das bases fazem com o plano
horizontal de projecção.

O ponto mediato do diâmetro é centro da circunferência, na base


do qual ele é traçado, após o uso de um método geométrico
auxiliar, que, neste caso é o rebatimento.

2 º Passo

Pelos extremos da projecção frontal do cilindro


traça-se duas perpendiculares sobre as quais se marca a altura do
sólido e se determina a projecção frontal da 2ª base.
272 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Em seguida, pelos
extremos da projecção
frontal dessa segunda base
traça-se duas linhas de
chamada, que interceptarão
as tangentes a projecção
horizontal a primeira base.

Essas tangentes fases


com o eixo X. alem das
tangentes, serão
projectados pontos que
garante o maior rigor no
traçado da projecção
horizontal da segunda
base.

23.17 Projeções de Cilindros com Bases Verticais

Represetemos pelas seus projeccoes, um cilindro obliquo


com bases assentes em planos projentante horizontais.
O cilindro obliquo que vamos projectar posiciona se da
seguinte maneira:
 os planos das bases fazem com um plano frontal dee
projeccao ângulos diedros de de abertura a
esquerda.
 O centro de uma das bases tem afastamente e conta
respeitivamente iguais 3 a cm e 3,5 cm, e o raio é igual a
3cm.
 As geratrizes do cilindro são de nível e fazem com o
plano frontal ângulos de de abertura para à a directa
e mede 5cm.

1º Passo
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 273

A projecção da base do cilindro é uma tarefa facial pois já foi feito


a quando das projecções de figuras planas, bem quando se falou
de projecções de cones com bases projectantes horizontais.

Antes da determinação
das projecções da base
dada do cilindro, é
necessário ter em
consideração que
deveram estar em
verdadeira grandeza para
garantir o necessário rigor
que caracteriza o
desenho geómetra em
geral, e a geometria
descritiva neste caso
particular.

Após as projecções da
base do sólido, pelos
extremos da projecção
horizontal da base mais
próxima do plano frontal
traça - se linhas que

fazem com , de
abertura direita, sob as
quais se marca 5cm, o
comprimento das
geratrizes.

Seguidamente, pelas provações frontais da base, traça-se linhas


paralelas ao eixo x, as quais ao cruzar-se com as linhas de
chamada da segunda base determina a projecção frontal dessa
base.

23.18 As esferas
274 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Uma esfera é um sólido geométrico constituído por uma superfície


esférica. Para a sua representação, é geometria descritiva, basta
conhecer seu centro e o seu raio.

23.19 Projecções de Esferas

Uma esfera é um sólido geométrico mais simples de projectar.

Qualquer que seja o plano onde, ela se situe, as suas projecções


são invariavelmente círculos, quer sobre o plano frontal projecção,
quer sobre o plano horizontal de projecção.

Sendo assim não serão feitas as suas projecções é diferentes


planos como temos vindo a fazer com outros sólidos geométricos
pôs, como já se disse, independentemente do plano onde uma
esfera esteja assente, as suas projecções serão sempre círculos.

Portanto, daremos apenas um exemplo incidindo sobre um


exercício de representação esfera pelas suas projecções.

Esses são os dados da esfera:

 A esfera situa se no primeiro diedro de projecao, o seu


tem conta igual a 3cm e pertece a plano bicetor dos
quadrantes impares.
 O seu raio é 2,5 cm.

1º Passo

Representa se pelas suas projecções o centro da esfera que


como se pode entender, tem conta afastamento iguais entre si e,
neste caso iguais a 3cm.

Com abertura do compasso igual a 2,5cm medida do raio da


esfera, traça-se dois círculos o primeiro com centro na projecção
frontal do centro e o segundo com centro na projecção horizontal
do centro da esfera,
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 275

Tarefas

1-Uma pirâmide triangular recta, de base de nível é 6cm de altura


e 4 cm de lado da base.

A base situa se 1,5 cm acima do plano horizontal de projecção e


vértice da pirâmide esta mais distante deste plano.

Determine as suas projecções, sabendo que aresta da base mais


a esquerda é de topo e o seu extremo mais próximo do plano
frontal dista deste 1cm

2 -Construa as projecções de uma pirâmide hexagonal obliquo,


tendo em conta em seguintes dados:

A base é hexágono regular de 4,5cm de lado, assente no plano


horizontal de projecção

O centro da base tem 5 cm de afastamento, e dois dos lados


dessa base aos paralelos ao eixo x.

O vértice da pirâmide é o ponto V(0,7), cuja linha de chamada


coincide com a linha de chamada do centro da base.

3-desenhe as projecções de uma pirâmide quadrangular recta


situada no ID, sabendo que:

A pirâmide esta assente pela sua base no plano de frente e A


(0.5,5.2,5) e B (3.3.5,5.0) são vértices da base [ABCD],

O vértice da pirâmide é o ponto situado no plano frontal de


projecção.

4, construa as projecções de um cone de revolução situado no 1º


diedro de projecção:

)base do cone esta contida no plano de nível de 0,5 cm de cota .

O centro da base tem 4 cm de afastamento de e o raio mede 3


cm. A altura do cone é 6cm.

A) Determine as projeções horizontais das


geratrizes do contorno aparente frontal.
B) Represente pelas suas projeções a
276 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

geratrizes do ponto da base do cone de menor


afastamento.

5 Desenhe as projecções de um cone de revolução situado 1º


diedro de projecção assente no plano de frente de dois cm de
afastamento. O centro da base do cone tem 4cm de cota e o raio
mede 3cm, a altura do cone é 6cm.

A) Represente as projeções das geratrizes do cone dos


ontos da base de 5,5 cm de cota.
B) Desenhe as projeções frontais das geratrizes do contorno
aprente horizontal

6 Construa as projecções de um cone obliquo situado no I D,


tendo em conta que:

A base do cone é de frente e o centro é o ponto o pertencente a

com afastamento a 4 cm. O raio da base mede 3cm

O vértice do cone é um ponto do eixo X, e a sua linha de chamada


é a mesma a do centro do cone.

7 Construa as projecções de um prisma quadrangular sabendo


que:

O prisma situa se no I e D esta assente por uma das bases no


plano de nível cota 0,5 cm.

As bases são quadrados de 6 cm de lado, cujos lados estão


igualmente inclinados em relação ao eixo x.

Uma das arestas laterais do prisma pertence ao plano frontal de


projecção mede 7 cm de comprimento.

8 Representa pelas suas projecções um prisma hexagonal oblíquo


situado ID, com as bases assentes em planos de frente. Dados;

Os planos das bases têm afastamentos iguais a 2 cm e 6 cm


respectivamente,

As bases estão escritas em circunferência de 4,5 cm de raio e


duas das arestas de ma das bases são verticais
GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 277

o eixo do prisma é um seguimento de nível que faz com ,


abertura para a directa e tem conta igual a 5 cm.

9 Represente pelas suas projecções um cilindro obliquo situado


no ID, assente por um das bases no plano de nível. O eixo do
cilindro é obliquo e o centro de uma das bases é o ponto (0.5.0,5)
o raio das bases mede 4 cm e o centro da outra base é o ponto
(4.7,5.7,5)

A) Desenhe as projeções horizontais das geratrizes do


contorno aparente frontal
B) Represente pelas suas projeções as geratrizes do
contorno aparente horizontal do cilindro

10. Construa as projecções de um cilindro de revolução de bases


deferentes, sabendo que:

Uma das geratrizes do cilindro pertence ao plano horizontal de


projecção sendo que os centros das bases têm 4 cm de ponta

A base de maior afastamento tem 8 cm de afastamento e altura do


cilindro é de 6,5 cm

11. Desenhe as projecções de um cilindro obliquo, sabendo que:

As bases circulares de 2,5cm de raio estão contidas é e no


plano de frente 5cm de afastamento.

O centro da base contida em é um ponto de 4cm de cota.

As projecções das geratrizes fazem com um eixo X ângulos


de abertura para a esquerda.

A) Desenhe as projeções das geratrizes do contorno


aparente frontal.
B) Represente pelas suas projcoes as geratrizes do
contorno aparente horizontal

12. Desenhe as projecções de uma pirâmide


quadrangular regular, n situada no ID, tendo em
conta que:

A base da pirâmide pertence um plano de perfil.


278 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

Um dos vértices da base da pirâmide situa se no plano frontal de


projecção e tem 2,5 cm cota. Um outro vértice da base, que o
segue pertence a ,.

O lado da base pirâmide mede 6 cm.

A altura da pirâmide mede 8 cm, e o vértice V da pirâmide situa se


a esquerda da base.

13 Represente pelas suas projecções um cone de revolução de


base de perfil situado no ID, considerando que:

O centro da base do cone e o ponto de afastamento 5,5 cm e


pertencente a

O raio da base do cone mede 4 cm e vértice situa-se à esquerda


da base. A altura do cone é de 6 cm.

Construa as projecções do cone obliquo ID, sabendo que:

A base é de perfil, o seu centro é o ponto O (0.5,5.5,5) e o seu


raio mede 4,5 cm.

O vértice é o ponto V(7.0,5.1)

15 Represente pelas suas projecções um prisma quadrangular


regular recto de bases de perfil, sabendo que:

O centro de uma das bases é um centro do e tem 5 cm de


afastamento.

Uma das arestas bateras do prisma situa se no plano horizontal


de projecção.

As arestas da bases estão igualmente inclinadas em relação a


, e mede 4 cm.

A altura do prisma é 6 cm.

16 Desenhe as projecções do prisma pentagonal obliquo, situado


no primeiro diedro de projecção, tendo em conta que:

Uma das bases de perfil, escreve se numa circunferência de


centro o ( 5.7,5).

Um dos vértices dessa base tem 3 cm de cota e o raio mede 5 cm.


GEOMETRIA EUCLIDIANA E DESCRITICA 279

As arestas laterais do prisma são seguimentos de frente de 7 cm


de comprimento.

A outra base situa se a esquerda e tem um ponto no plano


horizontal de projecção.

17 Representa pelas suas um cilindro obliquo tendo em conta os


seguintes dados as bases estão assentes em planos de perfil o
centro das suas bases são os pontos O(0.6,) e
280 Manual de Geometria Euclidiana e Descritiva – UCM – CED

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