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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
Aposentadoria por invalidez concedida pela via judicial sem que o segurado tenha feito prévio
requerimento administrativo deverá retroagir à data da citação do INSS
Súmula 576-STJ: Ausente requerimento administrativo no INSS, o termo inicial para a implantação
da aposentadoria por invalidez concedida judicialmente será a data da citação válida.
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 22/06/2016, DJe 27/06/2016.
A aposentadoria deverá ser concedida desde que data? Qual é a data inicial do benefício (DIB)?
A aposentadoria deverá ser concedida de forma retroativa à data do requerimento administrativo (no
caso, 04/04). Esta é a DIB.
Para o STJ, “o termo inicial da concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez é a
prévia postulação administrativa ou o dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença.” (AgRg no REsp
1418604/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 11/02/2014).
A aposentadoria deverá ser concedida desde que data? Qual é a data inicial do benefício (DIB)?
A aposentadoria deverá ser concedida de forma retroativa à data da citação (no caso, 05/05). Esta é a DIB.
Segundo o STJ, a citação válida informa a parte ré sobre a existência do litígio, constitui em mora o INSS e
deve ser considerada como termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida na
via judicial quando ausente a prévia postulação administrativa.
Recurso repetitivo
Importante destacar que o STJ decidiu esse tema sob a sistemática do recurso repetitivo, tendo sido firmada a
seguinte regra de jurisprudência, que será aplicada para os demais casos semelhantes (art. 543-C do CPC):
“A citação válida informa o litígio, constitui em mora a autarquia previdenciária federal e deve ser
considerada como termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida na via
judicial quando ausente a prévia postulação administrativa”.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.369.165-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 26/2/2014 (Info 536).
Segundo decidiu o STF, em regra, o segurado/dependente somente pode propor ação pleiteando a
concessão do benefício previdenciário se anteriormente formulou requerimento administrativo junto ao
INSS e este foi negado. Caso seja ajuizada a ação sem que tenha havido prévio requerimento
administrativo e sem que este pedido tenha sido indeferido, deverá o juiz extinguir o processo sem
resolução do mérito por ausência de interesse de agir, considerando que havia a possibilidade de o pedido
ter sido atendido pelo INSS na via administrativa.
Este tema foi polêmico até 2014, mas restou pacificado no RE 631240/MG, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 27/8/2014 (repercussão geral) (Info 756).
O próprio STJ já aderiu a este entendimento: STJ. 1ª Seção. REsp 1.369.834-SP, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 24/9/2014 (recurso repetitivo) (Info 553).
Logo, desde 2014, não há mais dúvidas de que é obrigatório o prévio requerimento administrativo, não
podendo, em regra, o segurado propor diretamente a ação judicial. Obs: se quiser recordar o tema,
inclusive as exceções, consulte o Info 756-STF ou o Info 553-STJ.
Como conciliar a Súmula 576 do STJ com a decisão do STF que impõe o prévio requerimento
administrativo (RE 631240/MG)?
Se formos analisar os precedentes que deram origem à Súmula 576-STJ, iremos perceber que eles envolvem
processos judiciais iniciados antes da decisão do STF no RE 631240/MG, ou seja, na época em que a
jurisprudência majoritária não exigia o prévio requerimento administrativo para que o segurado pudesse
ingressar com a ação. Portanto, os debates que envolveram a Súmula 576-STJ ocorreram em processos
surgidos em dado momento histórico em que o segurado ainda podia escolher se primeiro iria tentar
requerer o benefício na via administrativa ou se já queria propor diretamente a ação judicial pleiteando a
aposentadoria por invalidez. Assim, a Súmula 576-STJ surgiu principalmente para dirimir estes processos.
Percebe-se, portanto, que os casos em que a Súmula 576-STJ irá ser aplicada são muito restritos, o que nos
faz refletir se havia realmente necessidade de se editar um enunciado para tratar sobre o tema.
Em virtude dessa peculiaridade do sistema, alguns advogados e autores defendem que não existe
requerimento administrativo de aposentadoria por invalidez no INSS e que, portanto, a parte poderia
ajuizar diretamente a ação previdenciária pleiteando este benefício. Esta posição, contudo, não é aceita
pela doutrina e jurisprudência majoritárias.
O segurado, caso entenda que possui uma invalidez total e permanente, deverá requerer o auxílio-doença
e, se a perícia constatar que realmente ele apresenta esta enfermidade, o INSS é obrigado a conceder a
aposentadoria por invalidez.
Logo, esta "peculiaridade" do sistema de agendamento do INSS não dispensa que seja feito requerimento
administrativo e não permite que a parte ajuíze diretamente ação pleiteando aposentadoria por invalidez.