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TRILOGIA: ADAPTAÇÕES
CURRICULARES PARA
ALUNOS COM TRANSTORNOS
NEUROPSIQUIÁTRICOS

APOSTILA 2 – LINHA DO TEMPO: RETOMADA HISTÓRICA, NORMATI-


VA E DOCUMENTAL

Autora: Renata Trefiglio Mendes Gomes


Realização: Apoio:
Conteúdo

Contextualizando4

Linha do Tempo 5

Referências32
4 CONTEXTUALIZANDO

Contextualizando
Como já falamos no primeiro volume dessa trilogia, es-
sas apostilas foram elaboradas a partir da proposta do
Workshop “Adaptação Curricular para alunos com Trans-
tornos Neuropsiquiátricos”. O workshop, em conjunto com
as apostilas, vem para aprofundar, aperfeiçoar e aprimo-
rar os conhecimentos dos profissionais da educação e da
saúde que atuam com crianças e adolescentes que neces-
sitam de apoio especializado.

Na primeira apostila, retomamos conceitos fundamen-


tais. Conceitos que precisavam estar claros e “na ponta
da língua” de qualquer profissional que atue em institui-
ções escolares. Funcionou como um dicionário, um glos-
sário, do processo de adaptação curricular. Foram apre-
sentados conceitos e expressões intrínsecas à prática
inclusiva de adaptação curricular. O objetivo foi, de for-
ma breve e sintetizada, abordar os principais construc-
tos acerca do tema.

Na presente apostila, a apostila 2, abordaremos as ques-


tões de legislação educacional nacional vigente, os prin-
cipais marcos históricos da educação inclusiva e mate-
riais de apoio fornecidos pelo Ministério da Educação e
pelas Secretarias Municipais de Educação. Tudo isso em
forma de uma linha do tempo, pois organizar cronologi-
camente os acontecimentos facilita nosso entendimen-
to de como todo o processo aconteceu. Explicita, ain-
da, as influências que cada acontecimento sofreu. Curta
nossa linha do tempo!

Na última apostila, serão apresentadas metodologias pos-


síveis de aplicação. Será uma apostila voltada mais para a
questão prática, no que tange ao raciocínio necessário e
imprescindível no momento de adaptação curricular.

Vamos lá?
5 LINHA DO TEMPO

Linha do Tempo
A seguir, encontram-se, organizadas em ordem cronoló-
gica, os principais marcos históricos no que tange à edu-
cação inclusiva, aos marcos legais nacionais e materiais
de apoio elaborados e produzidos pelo Ministério de Edu-
cação e Secretaria de Educação. Todos os eventos e acon-
tecimentos citados abaixo fazem parte do processo de
adaptação curricular.

Para organização didática, a linha do tempo foi dividida


em três cores. A cor verde representa os acontecimen-
tos legais, ou seja, aqueles relativos à legislação educa-
cional brasileira. A cor vermelha diz respeito aos aconte-
cimentos relacionados à educação. Por fim, a cor laranja
se refere aos materiais de apoio produzidos e difundidos
pelo Ministério da Educação e Secretaria de Educação.
Divirta-se!

1854 Criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos


É o atual Instituto Benjamin Constant – IBC. Foi criado pelo Im-
perador D. Pedro II, com o objetivo de se dedicar ao ensino de cri-
anças cegas (meninos e meninas).  Seu escopo de ensino ia des-
de o básico–ensinar a ler, a escrever, matemática básica, ciências,
etc.–até um ofício, com o qual o jovem pudesse se desenvolver
profissionalmente. Havia preocupação com a cultura em geral,
mas o foco era o de fornecer instrumentos ao aluno com deficiên-
cia visual de modo que ele pudesse ganhar sua vida sozinho, sem
dependência. Importante marco na educação de crianças e ado-
lescentes com deficiência visual.

1857 Criação do Instituto dos Surdos Mudos


Hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos –
INES. Na época,o Instituto era um asilo, onde só eram aecitos sur-
dos do sexo masculino que vinham de todos os contos do país e
muitos eram abandonados pelas famílias. Importante marco na
educação de crianças e adolescentes com deficiência auditiva.
6 LINHA DO TEMPO

1926 Criação do Instituto Pestalozzi


A atuação desta instituição marcou consideravelmente o campo
da assistência, da educação e da instituicionalização das pessoas
com deficiência intelectual no Brasil (chamada na época de defi-
ciência mental). Contudo, foi essa instituição que introduziu o ter-
mo “excepcional” no lugar das expressões “deficiência mental” e
“retardo mental”. Uma abordagem da instituição que foi se difund-
indo foi a de que a origem da deficiência vinculava-se à condição
de excepcionalidade socieconômica ou orgânica.

1934 Constituição
A partir da Revolução de 1930, consolida-se no país perspectivas
que atribuem um papel de destaque à educação, de modo que, no
final do texto, incorporaram-se os direitos sociais aos direitos dos
cidadãos. Merece destaque, ainda, o artigo 149, no qual a edu-
cação é citada como um direito de todos e o artigo 150 que indi-
ca como competência da União a fixação das normas para a ela-
boração do Plano Nacional de Educação. Apesar de ter vigorado
por apenas três anos, é considerada uma referência fundamental
e opções políticas que aparecem na Constituição são temas de de-
bate até os dias atuais.

1937 Constituição
De forma ambígua, declarava a gratuidade do ensino apenas aos
mais necessitados. Eram solicitadas contribuições das pessoas
que possuíam melhores condições financeiras para com os que
não tinham tais recursos, com o intuito de que o caixa escolar aju-
dasse no financiamento da educação. Dessa forma, nesta Consti-
tuição é possível identificar a desobrigação do Estado para com a
gratuidade de um direito que já havia sido anunciado na Constitui-
ção de 1934: o direito de todos foi substituído pelo direito a alguns
7 LINHA DO TEMPO

1946 Constituição
Esta Constituição previu por meio do artigo 172 a criação de servi-
ços de assistência educacional para assegurar aos “necessitados”
condições de eficiência escolar. Embora este artigo não designas-
se quem eram os necessitados e tão pouco o tipo de assistência,
nota-se preocupação do sistema educacional em relação às pro-
blemáticas dos alunos.

1954 Criação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE)


Foi fundada a primeira APAE no Brasil, no Rio de Janeiro. Essa or-
ganização constituiu uma rede de atendimento à pessoa com de-
ficiência de expressiva capilaridade na sociedade, que prestas ser-
viços de educação, saúde e assistência social. O atendimento foi
criado para pessoas com deficiência intelectual e múltipla.

1961 Lei nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961 – Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional (LDBEN)
Este projeto de lei visava fixar as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional na época em que foi promulgado, fundamentando o
atendimento educacional às pessoas com deficiência, apontan-
do os direitos dos “excepcionais” à educação, preferencialmente
dentro do sistema geral de ensino. No entanto, na mesma época
de sua aprovação, sofreu vetos importantes por apresentar dis-
positivos (artigos, caputs e parágrafos) contraditórios ao interes-
se nacional.

1967 Constituição
Com a instituição da ditadura decorrente do golpe militar, fez-se
necessário a promulgação de outra Carta Magna, a Constituição
de 1967. Nesta, mantem-se a gratuidade do ensino primário e
ocorre a ampliação do ensino obrigatório dos sete aos quatorze
anos. Não foi alterado o nível de ensino, ou a duração, mas apenas
o período em que este estaria resguardado.
8 LINHA DO TEMPO

1971 Lei nº 5.692 de 11 de Agosto de 1971 – Lei de Diretrizes e Bases


da Educação da Educação Nacional (LDBEN)
Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras
providências, alterando a LDBEN de 1961 ao definir “tratamento
especial” para os estudantescom “deficiências físicas, mentais, os
que se encontram em atraso considerável quanto à idade regu-
lar de matrícula e os superdotados”. Não promove a organização
de um sistema de ensino capaz de atender aos estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habi-
lidades/superdotação e acaba reforçando o encaminhamento dos
estudantes para as classes e escolas especiais.

1973 Criação do Centro Nacional de Educação Especial (CENESP)


Criado pelo MEC, é responsável pela gerência da educação espe-
cial no Brasil, que, sob a égide integracionista, impulsionou ações
educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas
com superdotação, mas ainda configuradas por campanhas assis-
tenciais e iniciativas isoladas do Estado.

1988 Constituição Federal (Constituição Cidadã)


Traz como um dos seus objetivos fundamentais “promover o bem
de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º, inciso IV). De-
fine, no artigo 205, a educação como um direito de todos, garan-
tindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania
e a qualificação para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I, esta-
belece a “igualdade de condições de acesso e permanência na es-
cola” como um dos princípios para o ensino e garante como dev-
er do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).
9 LINHA DO TEMPO

1990 Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do


Adolescente (ECA)
Representou um avanço importante no Brail para reconhecer cri-
anças e adolescentes como cidadãos com direitos e deveres. O
ECA representa um marco jurídico que instaurou a proteção inte-
gral e uma carta de direitos fundamentais à infância e à juventude.
Ele considera criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos e
adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade. A lei estabelece:
“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Hoje o
Estatuto é considerado um dos melhores do mundo, uma referên-
cia internacional em legislação para essa faixa etária e inspirou
legislações semelhantes em vários países.

1990 Declaração Mundial de Educação para Todos


A Conferência Mundial de Educação para Todos, Jomtien/1990,
chama a atenção para os altos índices de crianças, adolescentes
e jovens sem escolarização, tendo como objetivo promover trans-
formações nos sistemas de ensino para assegurar o acesso e a
permanência de todos na escola. Nessa Conferência apresentam a
Declaração que tem por objetivo satisfazer as necessidades bási-
cas de aprendizagem; propõe a universalização da educação e a
promoção da equidade; visa propiciar a construção de um ambi-
ente adequado à aprendizagem; visa o desenvolvimento de políti-
cas e mobilização de recursos para a educação; reitera o direito de
todos à educação.

1992 Lei nº 8.490 de 19 de novembro de 1992 – Criação da Secretaria


de Educação Especial (Seesp)
Esta secretaria foi criada estabelecendo-se como competência a
elaboração da Política de Educação Especial do país, estimular, su-
pervisionar e fomentar sua implantação, e assistir técnica e finan-
ceiramente sua implementação.
10 LINHA DO TEMPO

1993 Plano Decenal de Educação para Todos


Foi concebido e elaborado para ser um instrument-guia na luta pela
recuperação da educação básica do País. Todavia, a sua efetivação
dependeu, de acordo com as palavrasdopróprio document, de es-
forço integrado e compartilhado entre todas as esferas e agentes
do processo educativo, ou seja, a União, os Estados e Municípios,
as escolas, os professores e dirigentes escolares, as famílias e a
sociedade civil. Propõe metas claras para a efetiva valorização e
reconhecimento público do magistério. Essas metas começaram
a ser trabalhadas conjuntamente pela União, Estados e Municípios
no âmbito de suas responsabilidades constitucionais. Tornou-se
necessário, simultaneamente, o fortalecimento institucional das
escolas para que possam elaborar e executar projeto pedagógico
de qualidade, objetivo que requeriu o apoio e participação dos pro-
fessores e dirigentes escolares, das famílias e da comunidade próx-
ima à escola.

1994 Declaração de Salamanca


É considerada um marco e exerceu grande influência no Brasil, so-
bretudo na área da educação especial. O conceito “necessidades
educativas especiais” passou a ser disseminado e as escolas fo-
ram conclamadas a encontrarem uma maneira de educar com êxi-
to a todas as crianças/jovens, inclusive as com deficiência. Iniciou
uma forte tendência em mudar o local de atendimento dessa po-
pulação, sendo a indicação da escola regular, a preferível em detri-
mento das escolas especiais.
11 LINHA DO TEMPO

1994 Política Nacional de Educação Especial


Orienta o processo de “integração instrucional” que condiciona o
acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que “(...) pos-
suem condições de acompanhar e desenvolver as atividades cur-
riculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os
estudantes ditos normais” (p.19). Ao reafirmar os pressupostos
construídos a partir de padrões homogêneos de participação e
aprendizagem, a Política de 1994 não provoca uma reformulação
das práticas educacionais de maneira que sejam valorizados os
diferentes potenciais de aprendizagem no ensino comum, mas
mantém a responsabilidade da educação desses estudantes ex-
clusivamente no âmbito da educação especial.

1996 Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional (LDBEN)
Preconiza, em seu artigo 59 que os sistemas de ensino devem as-
segurar aos estudantes currículo, métodos, recursos e organização
específicos para atender às suas necessidades; assegura a termi-
nalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para
a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiên-
cias; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para
conclusão do programa escolar. Também define, dentre as normas
para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço
nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art.
24, inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consid-
eradas as características do alunado, seus interesses, condições de
vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37).
12 LINHA DO TEMPO

1997 Publicação do documento “Parâmetros Curriculares Nacionais:


Introdução aos parametros curriculares nacionais” (PCN)
Constituem um referencial de qualidade para a educação no En-
sino Fundamental em todo o País. Sua função é orientar e garan-
tir a coerência dos investimentos no sistema educacional, social-
izando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a
participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente
daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato
com a produção pedagógica atual. Foi publicado com o objetivo de
auxiliar o professor na tarefa de reflexão e discussão de aspectos
do cotidiano da prática pedagógica, a serem transformados con-
tinuamente pelo professor; é apontar metas de qualidade que aju-
dem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participati-
vo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.
Os PCN´s estão divididos em Ensino Fundamental 1, da 1ª a 4ª
série, no documento para o Ensino Fundamental 2, da 5ª a 8ª série
e para o Ensino Médio. Não possuem caráter de obrigatoriedade.

1998 Publicação do documento “Parâmetros Curriculares Nacionais:


Adaptações Curriculares” (PCN)
Os PCN´sforam elaborados procurando, de um lado, respeitar di-
versidades regionais, culturais, políticas existentes no país e, de
outro, considerar a necessidade de construir referências nacionais
comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras.
Com isso, pretende-se criar condições, nas escolas, que permitam
aos nossos jovens ter acesso ao conjunto de conhecimentos so-
cialmente elaborados e reconhecidos como necessários ao exer-
cício da cidadania. A adequação curricular ora proposta procura
subsidiar a prática docente propondo alterações a serem desen-
cadeadas na definição dos objetivos, no tratamento e desenvolvi-
mento dos conteúdos, no transcorrer de todo processo avaliativo,
na temporalidade e na organização do trabalho didático-pedagó-
gico no intuito de favorecer a aprendizagem do aluno. Não pos-
suem caráter de obrigatoriedade.
13 LINHA DO TEMPO

1998 Publicação do documento “Referencial Curricular Nacional para


a Educação Infantil” (RCNEI)
São volumes referente às creches, entidades equivalentes e
pré-escolas, que integra a série de documentos dos Parâmetros
Curriculares Nacionais elaborados pelo Ministério da Educação e
do Desporto. Estes volumes pretendem contribuir para o plane-
jamento, desenvolvimento e avaliação de práticas educativas que
considerem a pluralidade e diversidade étnica, religiosa, de gêne-
ro, social e cultural das crianças brasileiras, favorecendo a con-
strução de propostas educativas que respondam às demandas
das crianças e seus familiares nas diferentes regiões do país.

1999 Convenção da Guatemala


Eliminação de todas as formas de discriminação contra pessoas
portadoras de deficiência e o favorecimento pleno de sua inte-
gração à sociedade.

Define a discriminação como toda diferenciação, exclusão ou re-


strição baseada em deficiência, ou em seus antecedentes, con-
seqüências ou percepções, que impeçam ou anulem o reconheci-
mento ou exercício, por parte das pessoas com deficiência, de seus
direitos humanos e suas liberdades fundamentais. Convenção rati-
ficada pelo Brasil: Decreto nº 3.956, de 08 de outubro de 2001.

1999 Decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999 – Política Nacional


para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe so-
bre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras provi-
dências. Define a educação especial como uma modalidade trans-
versal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a
atuação complementar da educação especial ao ensino regular.
14 LINHA DO TEMPO

2001 Lei nº 10.172 de 09 de janeiro de 2001 – Plano Nacional de Edu-


cação (PNE)
Destaca que “o grande avanço que a década da educação deveria
produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta
o atendimento à diversidade humana”. Ao estabelecer objetivos e
metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimen-
to aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desen-
volvimento e altas habilidades/superdotação, aponta um déficit
referente à oferta de matrículas para estudantes com deficiên-
cia nas classes comuns do ensino regular, à formação docente, à
acessibilidade física e ao atendimento educacional especializado.

2001 Resolução CNE/CEB nº 2 de 11 de setembro de 2001 – Diretrizes


Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica e determina que “Os sistemas de ensino devem matricular
todos os estudantes, cabendo às escolas organizarem-se para o
atendimento aos educandos com necessidades educacionais espe-
ciais, assegurando as condições necessárias para uma educação de
qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).” As Diretrizes ampliam o
caráter da educação especial para realizar o atendimento educacio-
nal especializado complementar ou suplementar à escolarização,
porém, ao admitir a possibilidade de substituir o ensino regular, não
potencializam a adoção de uma política de educação inclusiva na
rede pública de ensino, prevista no seu artigo 2º.
15 LINHA DO TEMPO

2001 Decreto nº 3.956 de 8 de outubro de 2001 – Promulga a Con-


venção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência
É a promulgação do Decreto da Guatemala (1999) no Brasil e
afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direit-
os humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas,
definindo como discriminação com base na deficiência toda difer-
enciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos
direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. Este Decre-
to tem importante repercussão na educação, exigindo uma rein-
terpretação da educação especial, compreendida no contexto da
diferenciação, adotado para promover a eliminação das barreiras
que impedem o acesso à escolarização.

2002 Resolução CNE/CP nº 1 de 18 de fevereiro de 2002 – Diretrizes


Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Edu-
cação Básica
Na perspectiva da educação inclusiva, estabelece as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Edu-
cação Básica, define que as instituições de ensino superior devem
prever, em sua organização curricular, formação docente voltada
para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos so-
bre as especificidades dos estudantes com deficiência, transtor-
nos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

2002 Lei nº 10.436, de 24 de abril  de 2002–Língua Brasileira de


Sinais (Libras)
Reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio legal
de comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas
formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como
a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currí-
culo nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia
16 LINHA DO TEMPO

2002 Portaria nº 2.678, de 24 de setembro de 2002 – Sistema Braille


Adota para todo o País uma política de diretrizes e normas para
o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em to-
das as modalidades de aplicação, compreendendo especialmente
a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o
território nacional

2003 Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade


Implementado pelo MEC, visa apoiar a transformação dos siste-
mas de ensino em sistemas educacionais inclusivos, promovendo
um amplo processo de formação de gestores e educadores nos
municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de to-
dos à escolarização, à oferta do atendimento educacional espe-
cializado e à garantia da acessibilidade.

2003 Portaria 66 de 12 de maio de 2003 – Plano Nacional de Edu-


cação em Direitos Humanos
Objetiva, dentre as suas ações, contemplar, no currículo da ed-
ucação básica, temáticas relativas às pessoas com deficiência
e desenvolver ações afirmativas que possibilitem acesso e per-
manência na educação superior.

2004 Publicação do documento “O Acesso de Estudantes com Defi-


ciência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”
Publicado pelo Ministério Público Federal, tem o objetivo de dis-
seminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reaf-
irmando o direito e os benefícios da escolarização de estudantes
com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
17 LINHA DO TEMPO

2004 Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004 – Normas gerais e


critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida
Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que
dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098,
de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e cri-
térios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
providências. Nesse contexto, o Programa Brasil Acessível, do Mi-
nistério das Cidades, é desenvolvido com o objetivo de promover a
acessibilidade urbana e apoiar ações que garantam o acesso uni-
versal aos espaços públicos e implementar o decreto.

2005 Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 – Língua Brasile-


ira de Sinais (Libras)
Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe
sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei
no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. De forma geral, regula-
menta quea Libras deve ser inserida como disciplina curricular
obrigatória nos cursos de ensino superior de formação de profes-
sores. Garante, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à co-
municação, à informação e à educação nos processos seletivos,
nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em to-
dos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a edu-
cação infantil até à superior.

2005 Publicação da “Coleção Projeto Escola Viva”


Visando atender a a necessidade de programas de formação e
suporte técnico-científico aos professores que garanta o acesso,
a permanência e um ensino de qualidade aos alunos  nas salas
de aula do ensino regular, a Secretaria de Educação Especial dis-
tribuiu para todos os estados brasileiros um conjunto de mate-
riais que compõe o Projeto Escola Viva. Esta coletânea, recente-
mente reeditada, contém cinco cartilhas e duas fitas de vídeo que
devem ser utilizadas nos programas de formação de professores
e pesquisas educacionais.
18 LINHA DO TEMPO

2006 Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência


A Convenção e seu Protocolo Facultativo são uma referência es-
sencial para o País que queremos e já começamos a construir: um
Brasil com acessibilidade, no sentido mais amplo desse conceito.
Estabelece que os Estados-Partes devem assegurar um sistema
de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes
que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível
com a meta da plena participação e inclusão, adotando medidas
para garantir que: a) As pessoas com deficiência não sejam ex-
cluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência
e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensi-
no fundamental gratuito e compulsório, sob alegação de deficiên-
cia; b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino
fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de
condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem
(Art.24). A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência foi incorporada à legislação brasileira em 2008. Após
uma atuação de liderança em seu processo de elaboração, o Brasil
decidiu, soberanamente, ratificá-la com equivalência de emenda
constitucional, nos termos previstos no Artigo 5º, § 3º da Consti-
tuição brasileira, e, quando o fez, reconheceu um instrumento que
gera maior respeito aos Direitos Humanos.

2006 Publicação do documento “Experiências educacionais inclusiv-


as: Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade”
É composto por vinte artigos que trazem relatos de boas práti-
cas de ensino, pensadas para propiciar condições de aprendiza-
gem que não excluam nenhum aluno; de educadores que buscam
dar respostas às necessidades educacionais especiais, valorizan-
do as diversas formas de aprender, compreender o mundo e dar
significado a ele.
19 LINHA DO TEMPO

2006 Publicação da série “Saberes e Práticas da Inclusão”


Considerando a importância da formação de professores e a ne-
cessidade de organização de sistemas educacionais inclusivos
para a concretização dos direitos dos alunos com necessidade ed-
ucacionais especiais a Secretaria de Educação Especial do MEC
entregou a coleção “Saberes e Práticas da Inclusão”, que abordou
as seguintes temáticas: (1) Caderno do Coordenador e Forma-
dor de Grupo; (2) Recomendações para a construção de escolas
inclusivas; (3) Desenvolvendo Competências para o Atendimen-
to às Necessidades Educacionais Especiais de Alunos Surdos; (4)
Desenvolvendo Competências para o Atendimento às Necessi-
dades Educacionais Especiais de Alunos com Deficiência Física/
neuro-motora; (5) Desenvolvendo Competências para o Atendi-
mento às Necessidades Educacionais Especiais de Alunos com
Altas Habilidades/Superdotação; (6) Desenvolvendo Competên-
cias para o Atendimento às Necessidades Educacionais Especiais
de Alunos Cegos e de Alunos com Baixa Visão; (7) Avaliação para
Identificação das Necessidades Educacionais Especiais.

2006 Publicação dos “Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Edu-


cação Infantil”
“Parâmetros Nacionais de Qualidade para a educação Infantil –
Volume 1 e 2” é uma publicação com referências de qualidade para
a Educação Infantil a serem utilizadas pelos sistemas educaciona-
is como creches, pré-escolas e centros de educação infantil para
a promoção da igualdade de oportunidades educacionais e que
levem em conta as diferenças, diversidades e desigualdades de
território e das culturas.

2007 Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e


programas
Tem como eixos a formação de professores para a educação es-
pecial, a implantação de salas de recursos multifuncionais, a aces-
sibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e a per-
manência das pessoas com deficiência na educação superior e o
monitoramento do acesso à escola dos favorecidos pelo Beneficio
de Prestação Continuada – BPC. Para a implementação do PDE é
publicado o Decreto nº 6.094/2007.
20 LINHA DO TEMPO

2007 Portaria Normativa nº 13 de 24 de abril de 2007 – Programa de


Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais (SRM)
Tem o objetivo de apoiar os sistemas públicos de ensino na orga-
nização e oferta do atendimento educacional especializado e con-
tribuir para o fortalecimento do processo de inclusão educacional
nas classes comuns de ensino; designa a Secretaria de Educação
Especial para desenvolver o Programa.

2007 Decreto nº 6.094 de 24 de abril de 2007 – Plano de Desenvolvi-


mento da Educação (PDE)
Visando a implementação do PDE, este decreto estabelece nas
diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, a garantia do
acesso e permanência no ensino regular e o atendimento aos es-
tudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimen-
to e altas habilidades/superdotação, fortalecendo seu ingresso
nas escolas públicas. Propõe a atuação em regime de colaboração
das famílias e da comunidade, em proveito da melhoria da qual-
idade da educação básica. Fortalece a inclusão educaçcional nas
escolas públicas.
21 LINHA DO TEMPO

2008 Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educa-


ção Inclusiva (PNEE-IN)
Visa constituir políticas públicas promotoras de uma educação de
qualidade para todos os estudantes. A Política Nacional de Edu-
cação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como
objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos estu-
dantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientan-
do os sistemas de ensino para promover respostas às necessi-
dades educacionais, garantindo: (1) Transversalidade da educação
especial desde a educação infantil até a educação superior; (2)
Atendimento educacional especializado; (3) Continuidade da es-
colarização nos níveis mais elevados do ensino; (4) Formação de
professores para o atendimento educacional especializado e de-
mais profissionais da educação para a inclusão escolar; (5) Partic-
ipação da família e da comunidade; (6) Acessibilidade urbanística,
arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes,
na comunicação e informação; e (7) Articulação intersetorial na
implementação das políticas públicas.

2008 Decreto Legislativo n°186 de 9 de julho de 2008 – Aprova o tex-


to da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
e de seu Protocolo Facultativo
O Congresso Nacional decretal a aprovação do texto da Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo
Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.
Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

2008 Nota Técnica nº 13 de 22 de dezembro de 2008 – MEC/SEESP/


DPEE – A educação especial e sua operacionalização pelos siste-
mas de ensino
22 LINHA DO TEMPO

2008 Publicação do “Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem na


área da Deficiência Intelectual” (RAADI)
O “Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem na área da Deficiên-
cia Intelectual” foi elaborado pela Secretaria Municipal de Educação
de São Paulo, por meio da Diretoria de Orientação Técnica – Edu-
cação Especial e especialistas em Deficiência Intelectual dos Centros
de Formação e Acompanhamento à Inclusão – CEFAI, das Diretorias
Regionais de Educação. A proposta de avaliação apresentada neste
documento, a ser realizada pelos professores, está organizada com
instrumentos que visam identificar os processos de desenvolvimen-
to e aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual.

2009 Parecer CNE/CEB nº 13 de 3 de junho de 2009 – Diretrizes Op-


eracionais para o atendimento educacional especializado na Ed-
ucação Básica, modalidade Educação Especial
Os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiên-
cia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/
superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Aten-
dimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de
recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Edu-
cacional Especializado da rede pública ou de instituições comu-
nitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. O AEE
tem como função complementar ou suplementar a formação do
aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de aces-
sibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena
participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendiza-
gem. A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas
e modalidades de ensino, tendo o AEE como parte integrante do
processo educacional.

2009 Decreto nº 6.949 de 25 de agosto de 2009 – Convenção Interna-


cional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em
Nova York, em 30 de março de 2007.
23 LINHA DO TEMPO

2009 Resolução nº 4 de 2 de outubro de 2009 – Diretrizes Operacio-


nais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação
Básica, modalidade Educação Especial
Com a finalidade de orientar a organização dos sistemas educa-
cionais inclusivos, o Conselho Nacional de Educação – CNE publica
a Resolução CNE/CEB, 04/2009, que institui as Diretrizes Opera-
cionais para o Atendimento Educacional Especializado – AEE na
Educação Básica. Este documento determina o público alvo da ed-
ucação especial, define o caráter complementar ou suplementar
do AEE, prevendo sua institucionalização no projeto político ped-
agógico da escola. O desenvolvimento inclusivo da educação in-
fantil consiste em um dos pilares da qualidade educacional. Esta
construção explicita-se no Projeto Político Pedagógico — PPP das
instituições escolares, que deve prever, também, o Atendimento
Educacional Especializado, assim como os demais serviços da ed-
ucação especial.

2009 Resolução CNE/CEB nº 05 de 11 de novembro de 2009 – Dire-


trizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI)
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil ar-
ticulam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Básica e reúnem princípios, fundamentos e procedimentos defini-
dos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Ed-
ucação, para orientar as políticas públicas na área e a elaboração,
planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e
curriculares

2009 Nota Técnica nº 17 de 9 de dezembro de 2009 – MEC/SEESP/


GAB – Projeto de Emenda à Constituição Federal (PEC 347)
Projeto de Emenda à Constituição Federal – PEC 347 – A, de 2009,
que altera o inciso III, do art. 208, propondo a seguinte redação: III
– atendimento educacional especializado aos portadores de defi-
ciência, preferencialmente na rede regular de ensino, em qualquer
faixa etária e nível de instrução.
24 LINHA DO TEMPO

2010 Decreto nº 7.084 de 27 de janeiro de 2010 – Programas de Ma-


terial Didático (Programa Nacional do Livro Didático – PNLD)
Ao dispor sobre os programas nacionais de materiais didáticos,
estabelece no artigo 28, que o Ministério da Educação adota-
rá mecanismos para promoção da acessibilidade nos programas
de material didático destinado aos estudantes da educação espe-
cial e professores das escolas de educação básica públicas. O Pro-
grama Nacional do Livro Didático (PNLD) tem como principal ob-
jetivo subsidiar o trabalho pedagógico dos professores por meio
da distribuição de coleções de livros didáticos aos alunos da edu-
cação básica. O programa é executado em ciclos trienais alterna-
dos. Assim, a cada ano o MEC adquire e distribui livros para todos
os alunos de um segmento, que pode ser: anos iniciais do ensino
fundamental, anos finais do ensino fundamental ou ensino mé-
dio. À exceção dos livros consumíveis, os livros distribuídos deve-
rão ser conservados e devolvidos para utilização por outros alunos
por um período de três anos. O PNLD também atende aos alunos
que são público-alvo da educação especial. São distribuídas obras
didáticas em Braille de língua portuguesa, matemática, ciências,
história, geografia e dicionários.

2010 Nota Técnica nº 09 de 9 de abril de 2010 – MEC/SEESP/GAB –


Orientações para a Organização de Centros de Atendimento Ed-
ucacional Especializado

2010 Nota Técnica nº 11 de 7 de maio de 2010–MEC/SEESP/GAB –


Orientações para a institucionalização da oferta do Atendimento
Educacional Especializado em Salas de Recursos Multifuncionais

2010 Nota Técnica nº 15 de 2 de julho de 2010 – MEC/CGPEE/GAB


– Orientações sobre Atendimento Educacional Especializado na
Rede Privada
25 LINHA DO TEMPO

2010 Resolução nº 4 de 13 de julho de 2010 – Diretrizes Currculares


Nacionais da Educação Básica
O caráter não substitutivo e transversal da educação especial é rat-
ificado por esta Resolução que institui Diretrizes Curriculares Na-
cionais da Educação Básica e preconiza em seu artigo 29, que os
sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiên-
cia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/su-
perdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimen-
to Educacional Especializado–AEE, complementar ou suplementar
à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou
em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias,
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

2010 Nota Técnica nº 19 de 8 de setembro de 2010 – MEC/ SEESP/


GAB – Profissionais de apoio para alunos com deficiência e tran-
stornos globais do desenvolvimento matriculados nas escolas
comuns da rede pública de ensino

2011 Nota Técnica nº 03 de 28 de fevereiro de 2011 – MEC/SEESP/GAB


–  Atendimento de estudantes com deficiência com 18 anos ou
mais

2011 Nota Técnica nº 06 de 11 de março de 2011 – MEC/SEESP/GAB


–  Avaliação de estudante com deficiência intelectual
26 LINHA DO TEMPO

2011 Resolução nº 14, de 25 de março de 2011 – Programa Rede Na-


cional de Formação Continuada de Professores da Educação
Básica (RENAFOR)
Tem por objetivo apoiar a formação continuada de professores
para atuar nas salas de recursos multifuncionais e em classes co-
muns do ensino regular, em parceria com Instituições Públicas de
Educação Superior – IPES. Sua ação está relacionada à oferta de
cursos no nível de aperfeiçoamento e especialização, na modali-
dade à distância, por meio da Universidade Aberta do Brasil – UAB
e na modalidade presencial e semipresencial. Os cursos geridos
pela Secretaria de Educação Básica (RENAFOR SEB) promovem
essa formação nas seguintes áreas do conhecimento: alfabet-
ização e linguagem, educação matemática e científica, ensino de
ciências humanas e sociais, artes e educação física. Já os cursos
geridos pela SECADI (RENAFOR SECADI) destinam-se a formar
professores para o desenvolvimento de práticas educacionais in-
clusivas, que valorizem a diversidade humana, os ecossistemas
naturais, com respeito ao meio ambiente e às diferenças culturais,
geracionais, étnicas, raciais, de gênero, físicas, sensoriais, intelec-
tuais, linguísticas, dentre outras.

2011 Nota Técnica nº 08 de 20 de abril de 2011 – MEC/SEESP/GAB


–  Orientação para promoção de acessibilidade nos exames
nacionais

2011 Nota Técnica nº 05 de 19 de maio de 2011 – MEC/SEESP/GAB –


Implementação da Educação Bilíngue
27 LINHA DO TEMPO

2011 Decreto nº 7.611 de 17 de novembro de 2011 – Atendimento


Educacional Especializado (AEE)
Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional
especializado e dá outras providências. Institui a política pública
de financiamento no âmbito do Fundo de Manutenção e Desen-
volvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profission-
ais da Educação–FUNDEB, estabelecendo o duplo cômputo das
matriculas dos estudantes com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Visando
ao desenvolvimento inclusivo dos sistemas públicos de ensino,
este Decreto também define o atendimento educacional especial-
izado complementar ou suplementar à escolarização e os demais
serviços da educação especial, além de outras medidas de apoio
à inclusão escolar

2011 Decreto n°7612 de 17 de novembro de 2011 – Plano Nacional


dos Direitos da Pessoa com Deficiência: Plano Viver sem Limite
A fim de promover políticas públicas de inclusão social das pes-
soas com deficiência, dentre as quais, aquelas que efetivam um
sistema educacional inclusivo, nos termos da Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, instituiu-se o Plano Nacion-
al dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite. Tem
a finalidade de promover, por meio da integração e articulação de
políticas, programas e ações, o exercício pleno e equitativo dos di-
reitos das pessoas com deficiência.

2012 Lei nº 12.764 de 27 de dezembro de 2012 – Política Nacional


de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espec-
tro Autista
Além de consolidar um conjunto de direitos, esta lei em seu arti-
go 7º, veda a recusa de matrícula à pessoas com qualquer tipo de
deficiência e estabelece punição para o gestor escolar ou autori-
dade competente que pratique esse ato discriminatório.
28 LINHA DO TEMPO

2012 Publicação do “Caderno de Educação Especial – a alfabetização


de crianças com deficiência: uma proposta inclusiva”
Os objetivos deste caderno são: (1) compreender e desenvolver
estratégias de inclusão de crianças com deficiência visual, audi-
tiva, motora e intelectual, no cotidiano da sala de aula; (2) criar
um ambiente alfabetizador, que favoreça a aprendizagem das cri-
anças em espaços comuns; (3) conhecer a importância do uso de
jogos e brincadeiras no processo de apropriação do sistema al-
fabético de escrita, analisando jogos e planejando aulas em que os
jogos sejam inclusivos, aplicados como recursos didáticos.

2013 Publicação das “Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação


Básica” (DCNEB)
Nesta publicação, estão reunidas as novas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Básica. São estas diretrizes que esta-
belecem a base nacional comum, responsável por orientar a or-
ganização, articulação, o desenvolvimento e a avaliação das pro-
postas pedagógicas de todas as redes de ensino brasileiras. A
necessidade da atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais
surgiu da constatação de que as várias modificações – como o
Ensino Fundamental de nove anos e a obrigatoriedade do ensi-
no gratuito dos quatro aos 17 anos de idade – deixaram as ante-
riores defasadas. Estas mudanças ampliaram consideravelmente
os direitos à educação das nossas crianças e adolescentes e tam-
bém de todos aqueles que não tiveram oportunidade de estudar
quando estavam nessa fase da vida. Por etapa e por modalidade, o
documento apresenta o que o Ministério da Educação o Conselho
Nacional de Educação e a Câmara de Educação Básica instituiram
como OBRIGATÓRIO (diferente do PCN).
29 LINHA DO TEMPO

2013 Publicação do “Plano de desenvolvimento individual para o


atendimento educacional especializado” (PDI e PPE)
Este livro representou o primeiro passo de um processo contín-
uo de construção cotidiana do fazer pedagógico. Ou seja, indicou
o início da caminhada, que precisa ser construída pelo docente do
Atendimento Educacional Especializado (AEE) durante seu exercício
profissional. Pensando nesse desafio de garantir um ambiente ed-
ucacional acolhedor que efetivamente promova a escolarização do
aluno e considerando a necessidade de orientar a prática pedagógi-
ca dos professores especialistas regentes da Sala de Recursos Mul-
tifuncional (SRM), as autoras apresentaram nesta obra um docu-
mento que pretendia orientar a organização do trabalho pedagógico
realizado pelo professor do AEE. Tal documento denominado Pla-
no de Desenvolvimento Individual (PDI) constitui-se em um roteiro
de avaliação e intervenção pedagógica para alunos que frequentam
a SRM. O PDI proposto pelas autoras é composto, na sua primei-
ra parte, de um roteiro de avaliação e, na segunda parte, de outro
para elaboração da intervenção pedagógica especializada – o Plano
Pedagógico Especializado, o qual deve enfocar, além de proposições
para o atendimento pedagógico do aluno, considerando seu poten-
cial de aprendizagem, propostas de ações necessárias para atender
as suas necessidades educacionais especiais no âmbito da escola,
da sala de aula, da família e dos serviços de apoio.
30 LINHA DO TEMPO

2014 Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014 – Plano Nacional de Edu-


cação (PNE)
Institui o Plano Nacional de Educação – PNE com vigência de 10
anos. São 20 metas para melhorar a qualidade da Educação Bási-
ca, sendo que quatro delas tratam da Base Nacional Comum Cur-
ricular. Determina, ainda, que os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios garantam o atendimento as necessidades específicas
na educação especial, assegurado o sistema educacional inclu-
sivo em todos os níveis, etapas e modalidades. Com base neste
pressuposto, a meta 4 e respectivas estratégias objetivam uni-
versalizar, para as pessoas com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, na faixa
etária de 04 a 17 anos, o acesso à educação básica e ao atendi-
mento educacional especializado. O AEE é ofertado preferencial-
mente na rede regular de ensino, podendo ser realizado por meio
de convênios com instituições especializadas, sem prejuízo do
sistema educacional inclusivo

2015 Nota Técnica Conjunta nº 02 de 4 de agosto de 2015 – Orienta-


ções para a organização e oferta do Atendimento Educacional
Especializado na Educação Infantil

2015 Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC)


É um compromisso formal assumido pelos governos federal, do
Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas
as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao fi-
nal do 3º ano do ensino fundamental.
31 LINHA DO TEMPO

2015 Criação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)


Em 2015, o I Seminário Interinstitucional para a elaboração da
Base é realizado e reúne assessores e especialistas. A Portar-
ia 592 institui a Comissão de Especialistas para a Elaboração de
Proposta da BNCC. Em outubro, tem início a consulta pública para
a construção da primeira versão da BNCC com contribuições da
sociedade civil, de organizações e entidades científicas. A base
é um documento de caráter normativo que define o conjunto
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica. 

2016 Elaboração e Consultas Públicas da Base Nacional Comum Cur-


ricular (BNCC)
Em março de 2016, após 12 milhões de contribuições, a primeira
versão do documento é finalizada. Em junho, seminários com pro-
fessores, gestores e especialistas abertos à participação pública
são realizados por todo o Brasil já para debater a segunda versão
da BNCC. Em agosto, começa a ser redigida a terceira versão, em
um processo colaborativo com base na versão 2.

2017 3ª versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)


Em abril de 2017, o MEC entregou a versão final da Base Nacio-
nal Comum Curricular (BNCC) ao Conselho Nacional de Educação
(CNE). O CNE irá elaborar parecer e projeto de resolução sobre a
BNCC, que serão encaminhados ao MEC. A partir da homologação
da BNCC começa o processo de formação e capacitação dos pro-
fessores e o apoio aos sistemas de Educação estaduais e munici-
pais para a elaboração e adequação dos currículos escolares.

Esta linha do tempo visou a elucidação do caminho brasi-


leiro no que diz respeito à discussão e implantação de po-
líticas públicas educacionais, principalmente no que tange
à educação especial.
32 REFERÊNCIAS

Referências
BRASIL. Decreto n. 1.428, de 12 de setembro de 1854. Cria nesta Cor-
te um instituto denominado Imperial Instituto dos Meninos Cegos.
Coleção das leis do Império do Brasil, Rio de Janeiro, v. 1, parte 1,
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lares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais.
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Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria
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prensa Oficial, 1988.

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educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.

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venção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de
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BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei nº 8.069,


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33 REFERÊNCIAS

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MEC; SEEP; 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Constituição Federal. Brasília; Im-


prensa Oficial,1988.

BRASIL. Ministério da Educação. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro


de 2008. MEC; SEEP; 2008.

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te. MEC; 1990.

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ção Nacional. LDB 4.024, de 20 de dezembro de 1961.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educa-


ção Nacional. LDB 5.692, de 11 de agosto de 1971.

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ção Nacional. LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

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ro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras
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cação: razões, princípios e programas. Brasília: MEC, 2007.

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çoes_2002/por2678_24092002.dochome/estatistica/popula-
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BRASIL. Ministério da Educação. Sala de Recursos Multifuncionais.


MEC/SEEP; MEC; SEEP, 2006

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei


Nº. 7.853, de 24 de outubro de 1989.

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lítica Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994.

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creto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999.

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retrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
Brasília: MEC/SEESP, 2001.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei


Nº. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira
de Sinais – LIBRAS e dá outras providências.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. De-


creto Nº 5.296 de 02 de dezembro de 2004.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. De-


creto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei Nº
10.436, de 24 de abril de 2002.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Espe-


cial. Direito à educação: subsídios para a gestão dos sistemas
35 REFERÊNCIAS

educacionais – orientações gerais e marcos legais. Brasília: MEC/


SEESP, 2006.

BRASIL. Ministério Público Federal. O acesso de estudantes com de-


ficiência às escolas e classes comuns da rede regular de ensino.
Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva( Orgs). 2ª ed. ver.
e atualiz. Brasília: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão,
2004.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os Direitos


das Pessoas com Deficiência, 2006.

UNESCO, Jomtiem/Tailândia, 1990.


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