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REINSERÇÃO SOCIAL DAS EGRESSAS NO MERCADO DE

TRABALHO
REINSERTION SOCIAL OF WOMEN CONVICTED OF CRIMES INTO
THE WORK MARKET

Myrella Nascimento Meireles1


Me. Robert Erik Cutrim Campos2

Resumo: Com base no art. 5º, inc. I, da Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza [...] I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”
(BRASIL, 1988), como um sistema prisional que, pensado e desenvolvendo, inicialmente, para homens, como
forma de punição como ideia de privar o detento de liberdade, ingressa uma mulher, ex-detenta, no mercado de
trabalho, tendo em vista que, o processo prisional para uma mulher acaba sendo mais árduo, já que, muitas vezes,
se tem questões de filhos, o estigma e a descriminação por ser mulher, elencada com o fato de ser egressa? Como
a desigualdade entre um o homem e uma mulher afeta, não somente dentro do sistema prisional, como na
reintegração ao mercado trabalhista? Quais as atividades exercidas no sistema presidiário que podem utilizadas
como elementos de reintegração das egressas? No tocante à questão em torno do mote de gênero, o presente artigo,
vem tratar da questão de como, as mulheres, ex-detentas (egressas) do sistema prisional, se respaldam na vida após
o retorno para a sociedade.

Palavras-chave: Desigualdade. Ex-Detenta. Projetos Sociais.

Abstract: Based on article 5º incised I of the Federal Constitution: “All are equal before the law without distinction
of any kind [...]. I - men and women are equal in rights and obligations under this Constitution” (BRASIL, 1988)
as a prison system thought and developed, initially, for men as a form of punishment as an idea of depriving the
detainee of liberty, incorporates women, ex-convictenters, to labor market considering that the prison process for
a woman ends up being more arduous since there are often issues of children, stigma and discrimination for being
a woman summed with the fact of being a ex-convictenters? How does inequality between a man and a woman
affect not only the prison system but also the reintegration into the labor market? What are the activities performed
in the prison system that can be used as elements of reintegration of former prisoners? Regarding the issue around
the theme of gender, this article deals with the question of how women, ex-detainees (egresses) from the prison
system, support themselves in life after returning to society.

Keywords: Inequality. Ex-Inmates. Social Projects.

1
Graduanda em Direito da Universidade CEUMA. E-mail: myrellameirele47@yahoo.com
2
Mestrando em Criminologia pelo Instituto Universitário Atlântico - Universidade Fernando Pessoa - Portugal. -
Especialista em Direito Privado pela Universidade Gama Filho. - Graduação em Direito pela Universidade Federal
do Maranhão (2003). - Atualmente exerce o cargo de Analista Judiciário (Tribunal de Justiça do Estado do
Maranhão) e Professor da Universidade Ceuma. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito. E-
mail: reccutrim@yahoo.com.br
1. INTRODUÇÃO
A ressocialização de egressas, vem sendo utilizada, e implementada, através de projetos
governamentais, entendo em vista, o reestabelecimento do vínculo com o mercado de trabalho
para mulheres que passaram pelo cárcere. Tais projetos, visão o alto índice de detentas no
Brasil.
Segundo o FORGEP Projeto de Formação de Gestores Público “um projeto social é um
plano ou um esforço solidário que tem como objetivo melhorar um ou mais aspectos de uma
sociedade. Estas iniciativas potenciam a cidadania e consciência social dos indivíduos,
envolvendo-os na construção de um futuro melhor” 3 (pag. 7).
À vista disso, apesar dos direitos assegurados por meio do art. 5º, inc. I, da Constituição
Federal4, e demais movimentos para redução das discriminações, e mobilização para a
igualdade, muitas mulheres ainda acabam por se deparar com desigualdades, preconceitos e
discriminações sociais. Ademais, no tocante à questão em torno do mote de gênero, concluísse
que, o sistema penitenciário, presidio, cadeias ou prisões deixam inúmeras marcas em que por
lá passa, desencadeando, consideravelmente e principalmente nas mulheres, prejuízos às
condenadas, refletidos no âmbito físico, psicológico, emocional e social.
Portanto, por meio de projetos instituídos pelo Governo, na forma de aconselhamentos,
palestras, cursos profissionalizantes, programas assistenciais governamentais, práticas de
empreendedorismos, encorajamento, e estimulação, vem-se oportunizando para essas detentas,
formas de não voltarem a cometer crimes. Ademais, essas mulheres passam a ter melhores
oportunidades com a conclusão desses projetos, principalmente, na forma de gerar emprego
que, no geral, é uma das motivações para que essas mulheres se reestabeleçam como cidadãs.
Contudo, apesar de todo o trabalho de desenvolvimento desses projetos, ainda existem
bastantes obstáculos a serem enfrentados no processo de ressocialização, e um dos principais,
e o que passaremos a abordar nesse artigo, é o preconceito da sociedade com relação as
mulheres. As questões relacionadas às mulheres, ainda, estar muito ligada a uma sociedade
patriarcal, onde fica claro o preconceito de gênero, a estigmatização dessa sociedade, em
relação a essas mulheres, leva muitas a se isolarem, dificultando assim sua ressocialização e

3
Elaboração de Projetos Sociais. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em:
<https://flacso.org.br/files/2016/08/forgep_elaboracaodeprojeto.pdf>. Acesso em: 17 out. 2022.
4
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 10 out. 2022.
2
causado espelho no mercado de trabalho, onde, além do estigma já caraterístico de ofertas de
salários mais baixos, existe ainda o fato de que a sociedade se impõe, sobre a pessoa que já
passou pelo cárcere, onde empregadores negam trabalho por preconceito. Assim, com todos
esses fatores, muitas acabam por voltarem para a vida do crime.
Esta pesquisa, tem por norteamento, o objetivo primário de discutir o trabalho de
ressocialização, apresentando a importância dos projetos sociais brasileiros com as mulheres
egressa. Ademais, será abordado uma reflexão sobre o que é ressocialização, e assim,
demonstrar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres para se reestabelecerem na sociedade.
Além disso, demonstrar a importância dos projetos sociais na ressocialização das egressas.
Assim, portanto, às contribuições dos resultados juntados por esta pesquisa, ajudaram,
e acrescentaram para desmistificação de que egressas do sistema prisional não tem espaço para
voltar a fazer parte da sociedade, bem como de que não podem reestabelecer sua cidadania,
visto que a pesquisa mostra que com a ajuda da sociedade, existe certa facilidade para que essas
mulheres consigam sair da vida do crime.

2. RESSOCIALIZAÇÃO DAS EGRESSAS


Instituído na Lei nº Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, conhecida como LEP (Lei de
Execução Penal), em seu capitulo 8, Art. 26, incisos I e II, delibera que, para efeitos da lei,
considera-se egressos “I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do
estabelecimento; II - o liberado condicional, durante o período de prova” (Brasil, 1984).
Dessa maneira, a ressocialização, tem como objetivo, desenvolver habilidades sociais
que possibilitem a reinserção das detentas no meio social e busquem se reestabelecer no
mercado de trabalho, recriando suas vidas e assim vivam de uma forma digna. Essas habilidades
sociais adquiridas nos projetos buscam preparar as mulheres para voltarem para a sociedade
como cidadãs e não reincidirem na vida do crime. Além disso, o ambiente carcerário,
desencadeia inúmeros prejuízos aos condenados, prejuízos esses refletidos no âmbito físico,
psicológico, emocional e social. Sendo assim, a ressocialização destes indivíduos tem o
propósito de oferecer dignidade, tratamento humanizado, conservando a honra e a autoestima.
Um dos principais fatores na ressocialização é estimular as pessoas a trabalharem, com
isso, são criados projetos sociais que visam ajudar e amparar as ex-detentas nesse contexto.
Entretanto é comum surgirem dificuldades em conseguir adentrar no mercado de
trabalho e até mesmo de serem vistas como cidadãs pelo alto preconceito existente na
sociedade.

3
3. FIGURA FEMININA NA PRISÃO
A primeira penitenciária feminina do Brasil, teve origem em Porto Alegre, e foi
5
chamada de Penitenciária Madre Palletier. Dados coletados do livro Presos que Menstruam
falam que:

“(...) foi fundada apenas em 1937, e não pelo Estado, mas por freiras da Igreja
Católica. Até então, mulheres condenadas do Brasil inteiro cumpriam pena em cadeias
mistas, onde frequentemente dividiam celas com homens, eram estupradas pelos
detentos e forçadas à prostituição para sobreviver. Depois de muitas denúncias e
discussões de penitenciaristas, o Brasil, tardiamente, passou a construir presídios
apenas para mulheres, começando pelo Rio Grande do Sul e espalhando-se pelo resto
do país.” (QUEIROZ, 2015, p. 112).

Originalmente, as penitenciaras, eram uma casa destinada a criminosas, assim como


também a mulheres prostitutas, que cometiam atos de rebeldia, histeria, suspeita de bruxaria e
paixão. Em outras palavras, as mulheres consideradas criminosas eram as que apresentavam
comportamentos fora do padrão de “ideal feminino”, visto que disseminavam um modelo de
liberdade e sexualidade, indo muito além do que realmente seria o desajuste. Por muito tempo,
teve-se, que tais atos deveriam ser eliminado para evitar a repetição por outras mulheres.
Conforme Queiroz:

“[...] Era uma casa destinada a criminosas, mas também a prostitutas, moradoras de
rua e mulheres “desajustadas”. E “desajustadas”, naquela época, podia significar uma
série de coisas muito distantes do desajuste. Eram mandadas para lá, por exemplo,
mulheres “metidas a ter opinião”, moças que se recusavam a casar com os
pretendentes escolhidos pelos pais ou até “encalhadas” que, por falta de destreza nas
tarefas do lar, tinham dificuldades em arrumar marido. — Era um processo de
“domesticação”. Eram mulheres que não cometiam crimes necessariamente, mas que
deixavam maridos ou eram rejeitadas pela família — conta Maria José Diniz,
assessora de Direitos Humanos da Secretaria de Segurança Pública do governo do Rio
Grande do Sul. — Lá, as ensinavam a bordar, cozinhar e depois as mandavam de volta
para a sociedade, para arrumar um bom partido para casar.” (QUEIRO, 2015, págs.
112 e 113)

5
QUEIROZ, Nana. PRESOS QUE MENSTRUAM: A brutal vida das mulheres – tratadas como homens – nas
prisões brasileiras. Rio de Janeiro: Record, 2015. Disponível em:
<https://ler.amazon.com.br/?asin=B0106KU5LC&ref_=dbs_t_r_kcr>. Acesso em: 22 ago. 2022.
4
Nota-se que, as mulheres, durante bastante tempo, foram tratadas pela sociedade como
quase inexistentes, sem pensar em suas necessidades. Um sistema deveras esquematizado para
o masculino, que não estava preparado para os dilemas femininos. Fato é que já houveram
bastante evolução nos últimos anos, e muitos campos, contudo, ainda existe uma longa e árdua
caminhada a percorrer.

5. O PRECONCEITO SOCIAL
Como restou demonstrado acima, as questões relacionadas às mulheres, ainda, estar
muito ligada a uma sociedade patriarcal, onde fica claro o preconceito de gênero que “é a ideia
de que uma pessoa, por pertencer a um determinado gênero, possui menos valores ou
capacidades do que outras”6. Neste caso, em específico, por se tratar de egressas, existe ainda
uma intolerância da sociedade em relação a elas quanto ao que diz respeito a convivência, onde
essa sociedade, tão pouco, chega a crer nas transformações de ex-detentas.
A segunda edição da pesquisa “Mulheres na Liderança”, realizada pelos jornais Valor,
“O Globo” e pelas revistas “Época Negócios” e “Marie Claire”, em parceria com a ONG WILL
(Women in Leadership in Latin America), mostra como se tem tido muitos avanços nos últimos
tempos em muitos campos, como demonstrado a seguir:

6
NOVO, Benigno Núñez. Crime de Preconceito. Empório do Direito.com.br. 2019. Disponível em:
<https://emporiododireito.com.br/leitura/crime-de-preconceito>. Acesso em: 17 out. 2022.
5
Figura 1 – Percepção de igualdade de gênero

Fonte: Global @dvisor International Women's Day 2020 - Ipsos Public Affairs. 7

Contudo, ainda é preciso percorrer um longo caminho, haja visto que, em alguns
campos, como no sistema penitenciário, parece que ainda estamos paradas em milênios atrás.
Nesse sentido Cerneka (2009, p.61 a 78, apud SANTOS, 2019, p. 6) nos mostra que:

7
BIGARELLI, Stela Campos e Barbara. Pesquisa indica avanço da igualdade de gênero nas empresas brasileiras.
Econômico Valor, 2020. Disponível em:
<https://valor.globo.com/publicacoes/suplementos/noticia/2020/12/14/agenda-ampliada.ghtml>. Acesso em: 11
nov. 2022

6
“O fato de a porcentagem de mulheres no sistema prisional ser baixa (6,3% no
Brasil e entre 0% e 29,7% no mundo) faz com que suas necessidades não sejam
consideradas quando se pensa em políticas públicas e construções de unidades
prisionais. Até o presente momento, a situação da mulher nocárcere não foi tratada de
forma adequada às suas especificidades, que vão muito além da menstruação e
gravidez. O que se observa é uma tentativa de adaptações e “adequações”. No
entanto, no Brasil, 6,3% é um número considerável de quase 30.000 mulheres.”
(CERNEKA, 2009, p.61 a78).

Os dados são de 2009 e anualmente o número de mulheres encarceradas vem crescendo.


Do ano de 2000 a 2022, o número de mulheres privadas de liberdade, saltou de cerca de 6.000
para 28.699, de acordo com SISDEPEN0, o aumento de mais de 600% da população carcerária
feminina ultrapassou em ritmo a taxa masculina, que cresceu aproximadamente 500% (de
137.000 em 2000 para 626.005 em 2022)8.
Cada vez mais fica clara a necessidade de pensar em políticas específicas para as
mulheres. Em 2009, por determinação do Conselho Nacional de Justiça, nasceu o Projeto
Começar de Novo9 (resolução nº 96/2009-CNJ) “com a finalidade de promover ações de
reinserção social de presos, egressos do sistema carcerário e de cumpridores de medidas e penas
alternativas” (TJPA, 2014).
Com a liberdade, as egressas deparam-se com um novo desafio, recuperar uma posição
na sociedade, para então atingir o primeiro passo de poder reinserir-se no mercado de trabalho.
Helpes (2020, p. 103, apud CARNEIRO E COL, 2021, p.5) comenta sobre essa dificuldade:

“As péssimas condições de trabalho vivenciadas antes e durante o período em que


cumpriam pena privativa de liberdade não terminam quando a detenta recebe seu
alvará de soltura. Agora ela tem um novo desafio: retomar sua vida com o estigma de
ser uma mulher ex-presidiária. Para uma mulher que já acumula diversas
desvantagens ao colocar-se no mercado de trabalho, tais como, baixa escolaridade,
falta de apoio financeiro de membros da família, única responsável pelos filhos etc.,
a passagem pela prisão pode apresentar-se enquanto elemento definitivo na sua
permanência nas fileiras mais baixas do precariado.”

8
DÉBORA RIBEIRO LOPES. SISDEPEN. Departamento Penitenciário Nacional. Disponível em:
<https://www.gov.br/depen/pt-br/servicos/sisdepen>. Acesso em: 17 out. 2022
9
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Projeto começar de novo. Disponível em:
<http://www.cnj.jus.br/campanhas-page/16884-comecar-de-novo-artigo>.Acesso em: 17 out. 2022
7
Por esse motivo, muitas egressas não procuram se especializar em nenhuma ocupação
que possam exercer fora da prisão porque, depois de saírem do presidio, estão sujeitos a um
mercado de trabalho duro e preconceituoso. Segundo Leandro, Córdova, Castro e Kern (2018):
“Quanto a contextualização biográfica do público encarcerado, trata-se de
pessoas cuja experiência do aprisionamento acumula consequências que agravam o
processo de estigmatização e exclusão social. Se para os cidadãos, moradores de
periferias, com baixa escolaridade e baixa renda, o acesso a políticas públicas e a
oportunidades de ascensão social já são insuficientes e desiguais, em relação ao
egresso do sistema prisional, esse contexto de vulnerabilidades é complementado e
agravado pelo rótulo de condenado, pela perda da subjetividade, pelo distanciamento
dos vínculos familiares e comunitários, pelo atestado de antecedentes criminais e pelo
preconceito social que praticamente transforma uma pena temporária de privação de
liberdade em pena de perpétua.” (Leandro, Córdova, Castro & Kern, 2018, p. 127,
apud CARNEIRO E COL, 2021, p.5).

Por norma, já é algo estruturado que, mulheres que passaram pelo sistema carcerário,
por vezes, somatizam outros estigmas sociais, onde, geralmente, está ligado a extrema pobreza,
falta de instrução, cultura territorial, e principalmente o ambiente em que vivem, o que leva a
aumentar preconceito e a discriminação social, tornando-os mais cruéis O que pode se tornar
ainda mais dificultoso, caso essa mulher não possua qualificações profissionais, sofrendo com
a incerteza do mercado de.
Uma outra dificuldade encontrada e talvez o fator de maior sofrimento para as
presidiárias, é a forma como são tratadas, pois, mais do que os homens, são moral e socialmente
condenadas, pela sociedade e principalmente pela família (Ribeiro, 2017). O que pode gerar
problemas de autoestima e abandono e desconforto social.

6. DA REINSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO E DOS PROJETOS


VOLTADOS A REINTEGRAÇÃO
De início, vale ressaltar que, após a saída de uma pessoa privada de liberdade, existe um
logo caminho a ser percorrido até que a pessoa consiga chegar a um emprego.
O Artigo 1º, da Lei de Execução Penal 10, traz em seu caput o objetivo de efetivar as
disposições da sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica

10
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar
condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
LEI DE EXECUÇÃO PENAL: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7210.htm>. Acesso
em 15 nov. 2022.
8
integração social do condenado e do internado, e assim, garantindo a dignidade e a humanidade
tanto dentro de um presídio, quanto após sua saída.
Ademais, a Lei de Execução Penal, traz ainda diversos outros artigos relacionados a
assistência ao egresso, sendo eles:

“Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a


formação profissional do preso e do internado.
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a
obtenção de trabalho.
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade
humana, terá finalidade educativa e produtiva.” (LEI DE EXECUÇÃO PENAL,
1984)

Considerando a necessidade da reinserção social das presas, além de fazer valer a Lei
de Execução Penal, o Conselho Nacional de Justiça, como já mencionado, instituiu do Projeto
Começar de novo, com o objetivo de promover ações educativas, de capacitação profissional e
de reinserção no mercado de trabalho.
Segundo documento apresentado pelo Ministério da Cidadania do Governo Federal 11,
que apresenta uma espécie de Guia para elaboração de projetos sociais “é uma forma de
organizar ações para transformar uma determinada realidade social ou institucional. Projetos
sociais são ferramentas (instrumentos) de trabalho, articuladas de forma a melhorar as ações e
resultados desenvolvidos por alguma organização” (p.11).
Dessa forma, os projetos sociais não é só um mero trabalho, ou mera passa tempo,
entendesse como um conjunto de proposição de ações estruturadas e intencionais, de um grupo
ou organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada
problemática e buscam contribuir, em alguma medida, para “um outro mundo possível”.

“Art. 2º, §1º O Projeto será implementado com a participação da Rede de


Reinserção Social, constituída por todos os órgãos do Poder Judiciários e pelas
entidades públicas e privadas, inclusive Patronatos, Conselhos da Comunidade,

11
STEPHANOU, Luis e col. Guia para elaboração de projetos sociais. São Leopoldo, RS: Sinodal, Porto
Alegre/RS: Fundação Luterana de Diaconia, 2003 Disponível em: <https://fld.com.br/wp-
content/uploads/2019/07/guia-para-elaboracao-de-projetos-sociais.pdf>. Acesso em: 22 out. 2022.
9
Universidades e Instituições de Ensino Fundamental, Médio e Técnico-
Profissionalizantes;
§2º Os Tribunais de Justiça deverão celebrar parcerias com as instituições
referidas no parágrafo anterior a implementação do Projeto no âmbito da sua
jurisdição, com encaminhamento de cópia do instrumento ao Conselho Nacional de
Justiça.
§3º Os demais tribunais que detenham competência criminal, deverão
promover ações de reinserção compatíveis com as penas que executa.
§4º Todos os demais tribunais, ainda que não detenham competência
criminal, poderão também promover ações de reinserção, sobretudo no tocante à
contratação de presos, egressos e cumpridores de medidas e penas alternativas com
base na Recomendação nº21, do Conselho Nacional de Justiça.” (RESOLUÇÃO DE
Nº 96, 2009).

Dessa forma, passasse a analisar alguns projetos em âmbito nacional, levantados através
de pesquisas, que contribuem para a ressocialização das egressas. Esses projetos tem o intuito
de fornece, as ex-detentas, oportunidades de qualificação profissional, autonomia, melhores
condições de vida, autoestima e inserção em cooperativas de trabalho. A seguir, trataremos
sobre alguns desses projetos.

6.1. Projeto detentas “Digitalizar Já”


Implementado pela Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), o
Projeto “Digitalizar Já”, foi criado em 2019, e realizado em parceria com a Secretaria Estadual
de Administração Penitenciária (SEAP), a OAB-MA e o Sindjus, com o intuito de auxiliar o
processo de migração dos processos em papel para o ambiente digital.
Em 2020, a parceria entre o Governo do Maranhão, por meio da SEAP e com o TJMA,
possibilitou a inclusão de 20 detentas em atividade de trabalho, com o objetivo de
ressocialização de egressas do sistema penitenciário do Maranhão.
Através do projeto, essas mulheres trabalham na digitalização, limpeza e organização
de processos físicos, que tramitam nas varas cíveis da comarca de São Luís, para assim, fazer a
migração ao sistema de Processo Judicial Eletrônico (PJe).
“Com a ampliação do projeto entre a Seap e o TJMA, contamos agora com 20 internas
aprendendo uma nova profissão. Em breve, a intenção é que alcancemos o quantitativo de 30

10
recuperadas da UPFEM trabalhando na digitalização”, disse o secretário de Estado de
Administração Penitenciária, Murilo Andrade 12.
No período de 2021, o projeto contou com atuação de sete profissionais do Fórum
Desembargador Sarney Costa, 25 estagiários(as) do curso de Direito, além de cinco detentas do
regime semiaberto que trabalharam na Central de Digitalização do Fórum do Calhau. E, em 5
salas da Unidade Prisional de Ressocialização Feminina (UPFEM) 33 detentas do regime
fechado, realizavam a limpeza e digitalização dos documentos.
O corregedor-geral do TJMA, desembargador Paulo Velten, avaliou positivamente os
trabalhos de digitalização, com destaque ao compromisso e dedicação das mulheres presas
envolvidas. “No Brasil não temos prisão perpétua nem pena de morte. Então, se nós queremos
que essas pessoas voltem para a sociedade reeducadas e capazes de conviver em sociedade, nós
temos responsabilidade de criar todas as condições para a ressocialização” 13.
Conforme determina a Lei de Execução Penal, as internas recebem, como remuneração
pelos serviços prestados, o valor de três quartos do salário mínimo vigente no país.
A diretora do presídio, Maíra Dutra, enfatizou a geração de renda para elas e suas
famílias e restituição das despesas carcerárias para o estado. “Elas estão criando senso de
responsabilidade, trabalhando, aprendendo e sabendo que vão retornar (à sociedade), tendo
oportunidade. Gerar essa oportunidade a elas de se sentirem úteis traz uma mudança de
mentalidade necessária ao processo de reintegração social.” (TJMA, 2022)

6.2. Projeto “Reeducar”


Criado em 2009, em parceria com a Defensoria Pública do Estado, Ministério Público,
OAB-AM, e Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, com o intuito de desenvolver, fora
do sistema penitenciário, ações de responsabilidade social, elaborou o Projeto “Reeducar”.
O Projeto “Reeducar”, segundo o próprio site do TJAM14, diz que:

12
GOVERNO. Internas da UPFEM iniciam digitalização de processos para a justiça maranhense |
Secretaria de Administração Penitenciária. Governo do Estado do Maranhão. Disponível em:
<https://seap.ma.gov.br/noticias/internas-da-upfem-iniciam-digitalizacao-de-processos-para-a-justica-
maranhense>. Acesso em 11 nov. 2022.
13
BARBOSA. Helena. Projeto de digitalização de processos por detentas é ampliado. Maranhão: Portal do
Poder Judiciário do Estado do Maranhão, 03 ago. 2021. Disponível em:
<https://www.tjma.jus.br/midia/cgj/noticia/504360/projeto-de-digitalizacao-de-processos-por-detentas-e-
ampliado>. Acesso em: 11 nov. 2022.
14
História - TJAM. Tjam.jus.br. Disponível em: <https://www.tjam.jus.br/index.php/sobre-
monitoramento/origem-e-historia-reeducar?showall=1>. Acesso em: 11 nov. 2022.
11
“(...) numa moderna visão do Direito Penal, busca sensibilizar inicialmente
o próprio beneficiado com a liberdade provisória que, amparado por sua família, pelos
profissionais multidisciplinares engajados no projeto, juízes de direito, promotores de
justiça, defensores públicos, advogados, organizações governamentais e não
governamentais congregações religiosas, empresários e outros parceiros voluntários
que acreditam no seu potencial, encontrem condições de retorno digno ao convívio
social e ao mercado de trabalho.”(TJAM, 2019)

Dessa forma, o projeto visa realizar aconselhamentos, palestras cursos


profissionalizantes, programas assistenciais governamentais e das práticas do
empreendedorismo, com intuito também de amenizar o problema da superpopulação dos
presídios. O Art. 1º, da Resolução n° 14, de 27 de maio de 2010, institui “o Projeto Reeducar
[...], com o objetivo de promover ações de reinserção social de liberados provisórios do sistema
carcerário, com o apoio da Defensoria Pública do Estado do Amazonas” (Amazonas, 2010, p.
1).
Através do art. 6º, da Carta da República15, foi estabelecida a condições de direito social
do cidadão, com base nisso, pode se entende que o objetivo geral do projeto é promover amparo
social aos liberados provisoriamente, abrangente família, trabalho, educação, cultura dentre
outros, e assim oferecendo alternativas para que suas para que possa viver uma vida digna.
Portanto, fica claro que o projeto trabalha para que estes egressos possam alcançar a
ressocialização através de ações como aconselhamentos, palestras, cursos profissionalizantes,
programas assistenciais governamentais e das práticas do empreendedorismo, visando assim,
remover os obstáculos criados pela privação da liberdade.

6.3. Projeto “Maria Marias”


O Projeto “Maria Marias”, é de iniciativas do Ministério da Justiça, através do
Departamento Nacional do Sistema Penitenciário (DEPEN), e de desenvolvido pela Secretaria
de Justiça do Estado do Espírito Santo, e foi a primeira atividade, no Brasil, voltada para
detentas.

15
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 10 out. 2022.

12
Seu objetivo é “ações socioeducativas, profissionalizantes, culturais e empreendedoras
que permitam as detentas o resgate da cidadania e do seu valor produtivo, contribuindo para a
reinserção destas na sociedade”16
Assim como o Projeto “Reeducar”, o Projeto “Maria Marias”, visa realizar
aconselhamentos, palestras cursos profissionalizantes, programas assistenciais governamentais
e das práticas do empreendedorismo, com intuito também de amenizar o problema da
superpopulação dos presídios.
Este projeto tem o foco propriamente dito em mulheres com o intuito de oferecer cursos
profissionalizantes a fim de promover oportunidades de trabalho para as mesmas visto que em
suas condições atuais as chances de conseguir sozinha na sociedade seriam menores. Além
desses cursos, são oferecidas palestras com temas sociais.

7. CONCLUSÃO
O trabalho, dentro deste contexto, serve como uma ponte para a diminuição do
preconceito existente na sociedade, porém é capaz de se observar o desafio enfrentado por essas
mulheres quando se trata desta questão. Por não terem profissionalização e principalmente por
carregarem consigo o estigma de serem ex-detentas, é possível fazer a verificação de que o
principal fator desencadeante de desafios pode se tornar um ciclo vicioso, no qual a mulher não
consegue trabalho por conta do preconceito e, não consegue tirar de si o estigma pelo fato da
sociedade não dar oportunidades para que estas consigam sair da vida do crime.
Consequentemente, se faz refletir na importância dos projetos sociais, no qual têm sua
relevância neste âmbito pelo fato de terem uma abordagem acolhedora, buscando dar suporte
para seu público-alvo, tendo como finalidade a reinserção destes na sociedade de forma menos
agressiva, sobretudo dando oportunidades de saírem da vida do crime e quebrarem o estigma
de que não é real a ideia da ressocialização. Destaca-se ainda a importância deste ponto, pois é
por meio destes projetos que essas mulheres recebem o apoio, assistência que necessitam, além
de receberem oportunidades que talvez não pudessem encontrar de outra maneira, como os

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Maria Marias: projecto de trabajo con las mujeres detenidas de la Penitenciaría Estatal Femenina de
Espírito Santo. SENAC-ES. Brasil. OIT/Cinterfor. Disponível em:
<https://www.oitcinterfor.org/experiencia/maria-marias-projecto-trabajo-mujeres-detenidas-
penitenciar%C3%ADa-estatal-femenina-esp%C3%ADrito->. Acesso em: 02 nov. 2022.

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cursos disponibilizados e a maior facilidade de serem inseridas no mercado de trabalho, por
exemplo.
Portanto, está investigação visa levantar reflexões sobre a luta pelos direitos dessas
mulheres que são tão oprimidas perante a sociedade, para que estas, por serem hoje o que são e
estarem privadas de benefícios sociais, pelo preconceito da maioria, não percam sua vida desta
forma tão trágica, como é a invisibilidade social. Para além deste estudo, existem vários outros
pontos a serem debatidos ou a serem aprofundados sobre o tema em si, como a importância dos
projetos sociais com mulheres ainda em cárcere e como isso pode facilitar no processo de
ressocialização quando essas mulheres se tornarem egressas, bem como no levantamento
estatístico dos benefícios que os Projetos Sociais podem trazer para egressas e para a sociedade
em si.
REFERÊNCIAS

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