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a importancia dos otás nos assentamentos

Hoje, vamos homenagear todos os orixás explicando a importância dos OTÁS nos
assentamentos.

Em nagô, pedra. No candomblé, é basicamente uma pedra, mas com função especialíssima
nos rituais. É o receptáculo natural para a força energética dos orixás, uma espécie de pára-
raios com a capacidade de atrair e, sendo submetido a diversos rituais, armazenar parte dessa
energia. É o elemento principal do "assentamento" de um orixá em um terreiro ou em uma
fonte natural de energia (uma cachoeira para Oxum, por exemplo, um ponto da natureza onde
haja vento permanente para Iansã).

As pedras que podem ser transformadas pelos sacerdotes em otás não são escolhidas
aleatoriamente. Cada orixá tem seu otá específico: a pedra deverá vir de um rio, na forma de
um seixo submerso na corrente, se for servir de assentamento para uma Oxum ou para uma
Obá; deverá vir do mar se for servir para assentamento de Yemanjá; da mata se for empregada
num assentamento de Oxóssi; de minério de ferro se for empregada para assentar um Ogum;
um pedaço de mármore ou qualquer outra substância tão resistente quanto ele, e também
branca, para assentamento de Oxalá, etc. Se a pedra deve ser lisa ou rugosa, se precisa ser
retirada de dentro da terra sem nunca ter tido contato com o oxigênio livre ou se deve ter
estado obrigatoriamente à exposição do vento, tudo isso vai depender também das exigências
próprias de cada orixá. Os otás ficam no peji do terreiro, dentro de vasilha especial, de louça
ou barro, eternamente mergulhada em substâncias líquidas que variam de orixá para orixá:
pode ser mel, azeite doce ou azeite de dendê, etcf. Junto às pedras, ficam outros
"receptáculos" de axé, miniaturas de símbolos dos orixás (usados na dança em tamanho
maior), como espadas, cobras, o ibiri, os espelhos, etc. Em frente a essa vasilha são oferecidas
as "comidas de santo" nos ossés semanais ou quando um filho de santo do terreiro faz uma
oferenda. Depois de um tempo, que varia conforme a ocasião, o alguidar com a comida de
santo é retirado do peji e levado pelo sacerdote e pelo filho de santo para o local da natureza
onde a comida será definitivamente entregue.

DICIONÁRIO DO CANDOMBLÉ

ASSENTAMENTO - Processo ritualístico pelo qual se liga a um corpo material o axé, a força
mística de uma energial imaterial. Por redução, o termo é utilizado para designar o objeto
(pedra, árvore, símbolo de metal) que representa o orixá, depois de um ritual (secreto) faz
com que as energias místicas sejam concentradas no objeto. O fetiche mais comum para esse
efeito é o otá, uma pequena pedra que fica no peji, guardada em vasilhas tampadas (ou não),
mergulhadas em sustâncias ou líquidos, dependendo de cada orixá. Por extensão, o termo
também pode se referir ao processo de iniciação de um filho de santo, eventualmente se usado
assentamento de santo para designar o momento em que a força mística do orixá é fixada na
cabeça (ori) de um iawò.
PEJI - Espécie de altar presente no roncó dos terreiros de candomblé, onde ficam os símbolos,
otás e assentamentos de boa parte dos orixás cultuados na casa. Os iawòs só podem entrar
quando forem devidamente autorizados, ou, então, quando acompanhados pelo babalorixá. É
na frente do peji que ficam as comidas de santo, desde o momento em que são oferecidas ao
orixá até a ocasião de serem despachadas nos pontos da natureza correspondentes a cada
divindade-vibração. Segundo Olga Cacciatore, "antigamente era uma espécie de mesa
coberta, onde ficavam, visíveis, as imagens dos santos católicos, para disfarce ante as
perseguições policiais, e, na parte de baixo, escondidos, os otás, vasilhas, etc." Na umbanda, o
peji fica na sala grande do terreiro (abassá).

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