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ANDRÉ BARRETO

CHARLES BRUNO
MARCOS VINICIUS CAVALCANTE CORREIA

BIBLIOLOGIA

OSASCO 2015
ANDRÉ BARRETO
CHARLES BRUNO
MARCOS VINICIUS CAVALCANTE CORREIA

BIBLIOLOGIA
OS APÓCRIFOS DA BÍBLIA E PSEUDOEPÍGRAFOS

Trabalho apresentado no curso


de Bacharel em Teologia no
Centro Educacional IETEB,
como requisito para o
cumprimento da disciplina de
Bibliologia.

OSASCO 2015
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Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5
2. COMENTÁRIO .................................................................................................................. 5
2.1 Primeiro Comentário ........................................................................................................ 5
2.2 Segundo Comentário ........................................................................................................ 6
3. ANÁLISES.......................................................................................................................... 6
3.1 Valor Histórico ............................................................................................................ 7
3.2 Valor Literário ............................................................................................................. 7
4. CONFRONTO .................................................................................................................... 8
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 9
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1. INTRODUÇÃO

Os livros apócrifos foram escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs


onde a sua maioria não foi aceita pelos pais da igreja por conterem além de
absurdos, muitas heresias. Existem também os apócrifos encontrados após o
cânone bíblico porém também contendo absurdos assim como os já existentes.
Há uma curiosidade imensa pela crítica, sociedade enfim, pois é algo de muito
debate sobre até onde o Cristianismo é verdadeiro. Muitos desses apócrifos e
pseudoepígrafos foram fontes inspiradoras para obras de ficção e romance,
simpósios e debates, matérias jornalísticas. O estudo deles pode vir a ser
importante de uma visão teológica para ajudar-nos a combater teses e visões
oriundas desses textos no qual venha causar maledicências à igreja cristã no
dias de hoje.

2. COMENTÁRIO

2.1 Primeiro Comentário

“Atenção! Foi encontrado esta semana no porão de uma casa


abandonada em São João del Rei, Minas Gerais, o testamento de Joaquim
Silvério dos Reis. Segundo o documento, foi o próprio Joaquim José da Silva
Xavier, ou “Tiradentes,” que havia pedido ao então amigo, Joaquim Silvério,
que o traísse. O motivo seria para provocar com o martírio de Tiradentes uma
reação entre o povo que levaria a revolta da Inconfidência Mineira a uma
dimensão nacional. O documento, datado pelas autoridades competentes entre
os anos 1890 e 1900, é considerado uma descoberta de valor incalculável, pois
poderá levar à revisão de alguns princípios importantes da história do Brasil.
Será que o Joaquim Silvério, ao invés de ser o traidor de Tiradentes, teria sido
seu fiel colaborador? Será que a condenação desta figura foi de fato um erro
trágico da história? Mais detalhes na próxima edição de sua revista eletrônica
semanal!” Dennis Downing

Essa analogia acima feita pelo Dennis Downing expressa muito bem o
meu sentimento sobre o Evangelho de Judas. Acho incabível um documento
escrito anos depois da morte de seu autor expressar tanto sensacionalismo
como aconteceu quando esse evangelho do Pseudo-Judas. Vejo esse apócrifo
diferente de outros que pegam dogmáticas de outras religiões para enriquecer
seu conteúdo, no caso desse evangelho tenho a impressão de que é uma outra
religião que toma emprestada o nome de Cristo e Seu ministério para enfeitar
suas dogmáticas tamanha são as discrepâncias das narrativas comparando
com os outros evangelhos. A forma como o Pseudo-Jesus descreve a
cosmologia do universo beira ser infantil, anjos, estrelas, nuvens todos se auto
criando elevados a semideuses e deuses. A forma como o Pseudo-Cristo trata
com indiferença os outros apóstolos, sendo totalmente contraditório aos
ensinos do verdadeiro Jesus, assim também como a exclusividade de que o
Pseudo-Judas teve. Por fim, mostra-se dentro do conteúdo é bem provável de
que o autor desse livro (?) não tem conhecimentos fundamentais sobre a
Tanach e muito provavelmente conheceu Cristo de ouvir falar. E ouvir boatos
na verdade.
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2.2 Segundo Comentário

O evangelho de Judas, em seu relato é um tanto quanto deturpado e por


demais suspeitos em seus ensinamentos explicitamente místicos. Diante das
várias linhas perdidas deste evangelho conspurcado, provavelmente nada de
interessante se perdera. A primeira leitura já nós faz enxergar de forma
grotesca a imagem de Jesus onde ele aparecia aos seus discípulos como
criança, conforme o texto “frequentemente ele não aparecia como ele mesmo,
mas ele se achava entre eles como uma criança.”. Não somente a narrativa
com um conto miraculoso sobre Jesus como criança, mas também de uma
forma nova nos mostra um traço que não vemos nos evangelhos canônicos o
de Jesus com umas risadas de escárnio aparente diante da “ignorância” dos
seus discípulos “Eu não estou rindo de vocês. Vocês estão fazendo isto devido
...” e depois diante da suposta visão de Judas ao perguntar a respeito da visão
que tivera Jesus também “riu”. Esses traços de personalidade não aparecem
de forma alguma nos evangelhos canônicos, o Jesus dos evangelhos entende
a ignorância dos seus discípulos que lhe explica as coisas de uma forma
objetiva para não permanecer ignorantes, e claro que não há relatos desse
milagre de Jesus aparecendo como criança a seus discípulos. Jesus disse-
lhes,”como vocês me conhecem? Verdadeiramente [eu] digo a vocês, nenhum
membro da geração das pessoas, que estão entre vocês, me conhecerá.”. Até
os diálogos de Jesus, não contém uma semelhança com o novo testamento,
este evangelho é como se fosse um conto aleatório sobre Jesus sem o menor
significado com seu ensinamento, revelações, canonizados. Uma obra literária
distante. Não vejo uma tendenciosa insinuação de Jesus preferir Judas para
revelar “alguns segredos ou revelações extraordinária”; no evangelho se narra
o porquê dessa possível preferência de Jesus por Judas. Na Narrativa também
tem um novo relato da criação humana, com os personagens Adão e Eva,
entretanto os seres celestiais ou divinos são diferentes, talvez nem possível
chamar de divindade ou divindades; são seres angelicais que também tem
participação neste evangelho. “Então Saklas disse a seus anjos criamos um ser
humano segundo a semelhança e imagem”. O diálogo entre Judas e Jesus não
é de simples interpretação, devido também a danificação do documento, e não
se tem uma narrativa que se pareça com as mensagens dos evangelhos. Jesus
neste evangelho fala a respeito de anjos e seres muito estranhos com
autoridades de até gerar a humanidade. O evangelho mostra o lado de Judas,
de forma diferente dos evangelhos canônicos que o mostram como “possuído
pelo demônio, ganancioso”; enfim os evangelhos canônicos possui uma visão
distinta sobre Judas, dando a entender que os escritores do Novo Testamento
não sabia quem era de fato Judas Iscariotes. O evangelho de Judas mostra que
ele ajudou a Jesus e não de fato o traiu, contradizendo os ensinamentos dos
canônicos que também não especificam de uma maneira clara; o que aparenta
de fato é que a morte de Jesus foi ocorrida e Judas teve “um dedo”; ver Judas
como um bom discípulo e uma ajuda ao mestre Jesus é o que aparenta neste
evangelho um tanto duvidoso; devido sua data, sua forma escrita (copta eg),
seus ensinamentos provavelmente gnósticos.

3. ANÁLISES
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3.1 Valor Histórico

Quando mostrado ao público, o evangelho do Pseudo-Judas, falaram-se


muito sobre autenticidade dos textos, porém a única coisa em que os
historiadores e arqueólogos podem autenticar é sobre a veracidade da data. E
nessa autenticidade, prova que o documento foi redigido há pelo menos uns
duzentos anos após vida (ou morte) do autor. Mas provar que é cópia de um
escrito de Judas não contém. Com relatos históricos que nós temos de Santo
Irineu de Lyon, esse documento não é nem original, pois Irineu o cita dizendo
que possivelmente foi elaborado no século II e em grego. Em uma de suas
obras Irineu explicitamente acusa-a de conter diversas heresias e
desconformidade com o que a comunidade cristã à época estava propagando.
Acredita-se que esse manuscrito foi encontrado por volta de 1950 passando de
mãos e mãos entre bibliotecários, comerciantes e colecionadores até parar em
mãos das autoridades. Os evangelhos apócrifos e pseudoepígrafos eram
normais no começo da igreja primitiva, onde os escritores queriam que suas
obras tivessem uma certa autenticidade. Como por exemplo temos também o
evangelho de Pseudo-Thiago, evangelho da Pseudo-Maria Madalena,
evangelho do Pseudo-Filipe entre muitos outros.

3.2 Valor Literário

O manuscrito que agora foi traduzido não data do século II, mas do
século IV. Especula-se que é uma tradução para o copta de uma obra mais
antiga escrita em grego, que por sua vez dataria de meados do século II. Daí a
inferir a autoria de Judas o Iscariotes, que morreu na primeira parte do século
I, vai uma grande distância. A seita dos Cainitas, segundo Irineu em Contra as
Heresias, era especialista em reabilitar personagens bíblicas malignas, como
Caim, os sodomita e Judas. A produção de um evangelho reabilitando o traidor
se encaixa perfeitamente no perfil da seita. O Copta, o dialeto do chamado
“Evangelho de Judas” começou a ser usado no Egito em torno do ano 200. Foi
em copta que os manuscritos gnósticos de Nag Hammadi foram escritos. Estes
são datados seguramente entre o terceiro e quarto séculos. O professor
Stephen Emmel, destacou a semelhança entre o estilo de escrita do “Evangelho
de Judas” e os documentos gnósticos de Nag Hammadi. A evidência científica,
portanto, indica que o documento pode ser ainda mais distante dos dias de
Jesus, talvez de um período entre os anos 300 e 400. Ou seja, o documento
sobre o qual tanta especulação a respeito do “verdadeiro Judas” está sendo
levantada, possivelmente teve sua origem cerca de 200 anos depois que Judas
morreu.
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4. CONFRONTO

Concernente ao conteúdo do suposto evangelho do Pseudo-Judas


faremos uma comparação com os Evangelhos da Bíblia. Há várias
características do suposto evangelho do Pseudo-Judas que estão em pleno
conflito com os relatos históricos sobre Jesus e o Judas histórico. Vale lembrar
que, diferente do suposto evangelho do Pseudo-Judas, os quatro Evangelhos
da Bíblia foram escritos e circularam entre pessoas que viviam nos dias de
Jesus e que podiam contestar os relatos e informações neles contidos. Estes
Evangelhos foram lidos e comentados por teólogos da época que também
podiam contestar os relatos sobre Jesus e o próprio Judas. No entanto, toda a
evidência existente da época indica que os quatro Evangelhos foram bem
aceitos por testemunhos oculares dos eventos históricos e por outras pessoas
que ouviram os relatos dos mesmos. Há, portanto, motivos de sobra para
confiar nos Evangelhos da Bíblia. Vejamos algumas discordâncias:

 No evangelho do Pseudo-Judas, Jesus frequentemente não


apareceu como si mesmo, mas, como uma criança. “Frequentemente
ele não apareceu aos discípulos como si mesmo, mas, foi achado
entre eles como uma criança.” (Não há nenhum relato nos outros
quatro Evangelhos, nem dos outros autores do resto do Novo
Testamento inteiro que seja remotamente semelhante a tal afirmação
estranha.)
 No evangelho do Pseudo-Judas várias vezes Jesus ri dos discípulos.
Uma vez ele ri de uma oração que os discípulos fazem, provocando-
os à ira. O Jesus dos Evangelhos da Bíblia seria incapaz de insultar
ou desprezar a fé de seus seguidores. Quando os discípulos
discutem entre si quem é o maior no Reino, uma postura que merecia
ser criticada por Jesus, ele dá uma demonstração da humildade que
precisam, colocando uma criança no seu colo e ensinando com toda
paciência (Mc 9:33-37).

Uma das insinuações mais equivocadas do alegado evangelho do


Pseudo-Judas diz respeito à morte de Jesus. Consistente com o pensamento
gnóstico, o documento dá a ideia de que Jesus queria “escapar” do seu corpo
físico. O gnosticismo ensinava um dualismo, provavelmente procedente da
filosofia grega, que via o corpo e o espírito como duas realidades em conflito.
Tudo que era material, como o corpo, era mal e tudo que era “espiritual”, como
a alma, era bom. Segundo o suposto “Evangelho”, Jesus diz a Judas “Mas,
você ultrapassará todos eles. Pois você irá sacrificar o homem que me reveste.”
De acordo com o pensamento gnóstico, a alma de Jesus (o bom) queria se
livrar do corpo (o material e, portanto, mal).
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BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA de Jerusalém, SÃO PAULO: Paulus, 2002.

CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e


Filosofia, Volume 2, 13 Ed.- SÃO PAULO: Editora Hagnos, 2011

SINGLES, Donna. A Glória de Deus é o Homem Vivo – A profissão de


fé de Santo Irineu. SÃO PAULO: Editora Paulus, 2010

PROENÇA, Eduardo. Apócrifos da Bíblia e pseudo-epígrafos 6 Ed. –


SÃO PAULO: Fonte Editorial, 2005.

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