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Senadores gastaram R$ 21 milhões

com viagens, restaurantes e combustível


O recordista em gastos foi o MDB, que tem 19 senadores e usou R$ 4,6 milhões,
seguido pelo PSDB (13 senadores e R$ 3,3 milhões) e pelo PT (oito senadores e
R$ 2,7 milhões)

BB Bernardo Bittar (https://www.em.com.br/busca?autor=Bernardo Bittar)

postado em 18/01/2019 07:42 / atualizado em 18/01/2019 07:47

(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os senadores gastaram R$ 21,2 milhões, no ano passado, com a Cota para o Exercício
da Atividade Parlamentar (Ceaps). O dinheiro é usado para despesas diversas, que
incluem viagens, gastos com restaurantes e abastecimento dos carros oficiais.
Juntos, MDB, PSDB e PT usaram mais de metade do dinheiro. O recordista em gastos
foi o MDB, que tem 19 senadores e usou R$ 4,6 milhões, seguido pelo PSDB (13
senadores e R$ 3,3 milhões) e pelo PT (oito senadores e R$ 2,7 milhões). Três
emedebistas — Eunício Oliveira (CE), Luiz Carlos do Carmo (GO) e Zé Santana (PI)
— dispensaram a cota. Os dados são do Portal da Transparência, do Senado

Os petistas tiveram o maior gasto proporcional entre os partidos: R$ 340 mil por
parlamentar. A média dos tucanos foi R$ 258 mil e a do MDB, de R$ 242,7 mil. Eleito
pelo DF, o senador Reguffe (sem partido) dispensou o benefício. “O Congresso
Nacional brasileiro é um dos mais caros do mundo, e isso não se muda só com
palavras, é preciso cortar na carne e dar exemplo. A tese que defendo e pratico no
meu gabinete é a de que um mandato pode ser de qualidade custando muito menos
ao contribuinte do que custa hoje”, ponderou o parlamentar.

Entre os partidos menores (com apenas um senador eleito), gastaram mais o PTC
(R$ 435,9 mil) a Rede (R$ 367,9 mil) e o Pros (R$ 252 mil). Chama a atenção, no
entanto, a quantia usada pela senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), de R$ 514,9
mil — o recorde de gasto individual. “Todos os gastos realizados no mandato são
auditados e verificados, e estão em estrita concordância com a legislação e com as
normas federais e procedimentos estabelecidos”, justificou a equipe da senadora. As
legendas que fizeram uso moderado da Ceaps foram o PSL (R$ 36,3 mil) e o PPS (R$
32,4 mil).

Penduricalhos

A justificativa do Senado é de que a Ceaps serve para pagar as contas inerentes ao


trabalho parlamentar. Em nota, a Casa informou que “os senadores não têm cartão
corporativo”. Por isso, existe o benefício. A cota varia de estado para estado, levando
em conta a distância de Brasília. Os parlamentares eleitos pelo Amazonas são os
recordistas, tendo à disposição R$ 44.270 por mês. Quem menos recebe são os
eleitos pelo DF e por Goiás: R$ 21.045.

O dinheiro serve para comprar gasolina e passagens aéreas, alugar imóveis,


contratar segurança particular, além de incluir gastos com alimentação. Cada
parlamentar gastou, em média, R$ 291 mil nos últimos 12 meses. Não é permitido
usar o dinheiro da Ceaps com ressarcimento de despesas prestadas por empresas que
tenham sócios com relação de parentesco com os senadores.
“Quando se coloca à mesa o gasto individual, vê-se senadores que usam R$ 200 ou
R$ 300 mil com estrutura de gabinete. É mais um indício de que os penduricalhos
não são prerrogativa do Judiciário. O Legislativo está cheio deles. E é necessário
colocar fim nessas mordomias”, afirma o cientista político André Garcia, analista da
HC7 Investimentos.

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