E S P E C I A L H U E S K E R B R A S I L 20 A N O S

#HUESKER20ANOS #APAIXAONOSMOVE
R E FO R ÇA N D O I D E I A S 10 A N O S
ÍNDICE

1
 Huesker e Ativo Engenharia:
comprometimento e qualidade na terra de todos os santos
A Ativo Engenharia está situada na cidade de Salvador e de contenção em solo reforçado com geogrelha Fortrac, se o
atende todo o Estado da Bahia, fornecendo todos os produtos cliente (construtora) assim o desejar.”

parceiros
Huesker. Entre as principais obras na região, em que foram De acordo com o Gerente Comercial da Huesker, José
desenvolvidos Muros Terrae, executados em aterro com solo re- Renato Pandolpho, a Ativo está com a

Tese estuda influência da compactação

Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 1 - Nº 3 - outubro/novembro/dezembro/2008 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 2 - Nº 4 - janeiro/fevereiro/março/2008 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 2 - Nº 5 - abril/maio/junho/2009 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 2 - Nº6 - julho/agosto/setembro 2009 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 2 - Nº7 - outubro/novembro/dezembro 2009 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 3 - Nº8 - janeiro/fevereiro/março 2010
Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 1 - Nº 1 - abril/maio/junho/2008 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 1 - Nº 2 - julho/agosto/setembro/2008 forçado com geogrelhas Fortrac, destacam-se a do Condomínio Huesker desde o início de suas atividades

Comunidade Geotécnica discute Engenharia com

Reserva Albalonga, Condomínio Quintas de Sauípe, acesso no Brasil. “Sua equipe é

Huesker Brasil: dez anos Huesker no Cobramseg 2008: em muros de solo reforçado com a Dov Leschchinsky fala Solos moles litorâneos:

foto: eMPreiteira CoNsÓrCio suLCatariNeNse

ao loteamento Alto do Itaigara, estacionamento do Tribunal constituída por profis-

Normas ABNT de Geossintéticos ABPv:

utilização50 anos somando na
de Justiça Federal, entre outras. sionais gabaritados,

deslizamentos em Santa Catarina de modelos físicos geossintéticos é tema

Para o engenheiro e sócio-gerente da Ativo Engenharia, com profundo co-

de sucesso e confiabilidade Geotecnia, Geossintético e “Geochopp” Os geossintéticos são produtos para aplicação na engenharia é feita a elaboração da norma, em geral utilizando como sobre geossintéticos
Vitor José Rodrigues, o elevado nível de qualidade dos produtos
Huesker, associado a uma equipe técnica e administrativa de
nhecimento técnico-
comercial, exercendo um desafio para a engenharia
pavimentação do Brasil de coleção de livros
e, portanto, devem ter suas propriedades e comportamento base as normas ISO. Depois, há discussão, encaminhamento “Estudo da Influência da Compactação em Muros de Solo acopladas nos reforços e a um sistema de aquisição de dados, extrema competência e a um departamento de logística eficiente uma importante
O maior evento da engenharia geotécnica do Brasil chega à sua XIV Reforçado com a Utilização de Modelos Físicos” foi o tema forneceram as tensões que se desenvolviam nesse material ao e ágil, oferecem aos representantes, parceiros e clientes o representatividade no

pesquisa
determinados por métodos de ensaio e procedimentos que para consulta nacional, análise do resultado da consulta e
edição. O Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Participação da Huesker da tese de doutorado do engenheiro civil Robson Palhas longo dos ensaios”, diz Robson. 1) Conte-nos um pouco sobre
permitam comparar produtos e avaliar sua aplicabilidade ao alterações, se necessário. Por fim, faz-se o encaminhamento prazer, a segurança e a tranquilidade de se construir uma obra Estado da Bahia.”
Há dez anos, quando foi estabelecida no Brasil, a a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, são alguns dos pro- sua experiência em reforço de solo
Geotécnica (Cobramseg) será realizado, pela primeira vez, fora de uma O presidente Alberto Sayão relaciona o sucesso projeto. A padronização desses ensaios e procedimentos no da norma para a Gerência de Normalização da ABNT, para Saramago, concluída pela COPPE/UFRJ, em 2002. O objetivo De acordo com o engenheiro, entre as diversas conclusões econômica, segura e dentro do cronograma físico.
Huesker, empresa alemã com sede em Gescher, jetos que comprovam a confiabilidade e a qualidade dos com geossintéticos:

FOTO ABMS DIVULGAÇÃO

das capitais brasileiras. A cidade de Búzios, no Rio de Janeiro, sediará do Cobramseg à participação da empresa. Brasil é de responsabilidade da Associação Brasileira de Normas homologação e publicação”, explica. foi estudar a influência da compactação no comportamento de do trabalho, foi constatado que a tensão vertical induzida pelo Vitor ressalta ainda que com o objetivo de incrementar as
se deparou com um mercado de geogrelhas muito produtos Huesker. muros de solo reforçado. Verificou-se, nos estudos realizados, compactador é determinante no esforço de tração desenvolvido Iniciei minha carreira profissional
o evento, que também terá uma nova periodicidade. A partir deste ano, “Seja como patrocinadora, na equipe de Técnicas – ABNT, que para isso possui uma Comissão de Estudos vendas e consolidar a marca da Huesker e de seus produtos
incipiente. Embora estivesse presente no país, com “Nosso desempenho é medido não só pelos resultados finan- Vitor e Alcindo Rodrigues,
que a tensão vertical induzida pelo compactador é determinante nos reforços. Caso a influência da compactação não seja com análise 3-D de estabilidade de
o Cobramseg será bienal e não mais de quatro em quatro anos. Isso apoio, ou apresentando trabalhos, ministrando específica para geossintéticos, em atividade desde o início da Normas publicadas e em estudo no mercado, há alguns anos, a Ativo Engenharia tomou a frente à sede da Huesker,
produtos fornecidos pela filial norte-americana ceiros, mas pela satisfação dos nossos clientes. Nesses dez no esforço de tração desenvolvido nos reforços. considerada no dimensionamento da estrutura reforçada, pode- taludes.deEntretanto, foi difícil dar conti-
foi decidido no último congresso, em 2006, promovido em Curitiba. palestras e workshops, a Huesker é uma das década passada. Existem 16 normas já publicadas, um projeto de norma em decisão produzir, em Salvador, os blocos de concreto para na Alemanha
que, até então, atendia o mercado brasileiro, anos, conseguimos nos estabelecer como uma empresa De acordo com Robson, foi constatado no trabalho que, se estar contra a segurança, subdimensionando os reforços nuidade às atividades deuma
pesquisa em coligada. “Atualmente,
Durante o evento deste ano, que ocorrerá de 23 a 26 de agosto, empresas com as quais contamos sempre na As normas publicadas definem a terminologia, apresen- fase de publicação e outro em fase de consulta nacional (vide Muros Terrae, através de empresa
a área de geossintéticos para reforço ainda se confiável, séria, ética e que realiza um trabalho responsá- como descrito por Ehrlich e Mitchell (1995), a compactação em determinadas camadas, podendo ocasionar a falência em uma área tãoatéteórica.
oferecemos, mesmo, Felizmente, no
a possibilidade de executar o muro
serão realizados também o III Simpósio Brasileiro de Jovens realização dos encontros.” tam métodos de ensaio para determinação das propriedades tabela na última página). A Comissão de Estudos, composta por
mostrava muito limitada. vel”, afirma Flávio. pode ser considerada um tipo de ‘pré-consolidação’. “O efeito determinado nível de reforço. início dos anos 80, geossintéticos foram
Geotécnicos (Geojovem), o III Simpósio Brasileiro de Investigações O evento está diretamente ligado à trajetória da características dos principais geossintéticos, além de esta- fornecedores, consumidores, pesquisadores e especificadores,
O grande potencial do mercado brasileiro, da compactação não se limita à redução do índice de vazios, Também foi possível concluir que os deslocamentos no introduzidos como materiais de reforço. 2) Na sua opinião, quais são os reforço na base do aterro. Esse material

Fortrac: a melhor solução para reforço de solos

de Campo (BIC) e o Workshop Internacional sobre Infra-Estrutura Huesker no país. “Já em 1998, ano da fundação belecer procedimentos como amostragem e preparação de trabalha atualmente no projeto de norma de recebimento e
que necessita de investimentos em Desafios superados mas propicia, também, um aumento das tensões horizontais muro de solo reforçado, no período pós-construção, variam Havia muito pouco conhecimento principais avanços recentes em produ- precisa ser muito resistente, pois tem
Urbana (TC41 Workshop). da Huesker no Brasil, tivemos a oportunidade corpos de prova, identificação do produto para fornecimento aceitação de geossintéticos em obras geotécnicas e de meio
infra-estrutura, aliado à existência de uma Em 1999, a economia brasileira foi influenciada pela no interior da massa de solo reforçada, gerando um material inversamente proporcionais à tensão vertical induzida pelo relativo à sua utilização em dimensiona- tos e aplicações de reforço? que restringir potenciais rupturas pro-
O presidente da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos (ABMS), de patrocinar o XI Cobramseg, em Brasília, e e instalação. No momento, existem procedimentos para ambiente, bem como na revisão das normas de identificação e
engenharia de alto nível técnico, capaz crise econômica mundial. Cessaram os investimentos pré-tensionado”, explica. compactador. “Quanto maior for a tensão vertical induzida pelo mento. Deíngremes,
Taludes repente, encontrei uma área
aterros sobre As aplicações
solos moles, muros de con- mais recentes e desa-
CONHEÇA fundas,
OS PRODUTOS QUEonde uma grande
FORMAM A LINHAmassa de solo
FORTRAC
Alberto Sampaio Ferraz Jardim Sayão, conta que o congresso existe participar da exposição técnica”, lembra Flávio instalação de filtros em trincheiras drenantes e de geomem- de amostragem e preparação de corpos-de-prova. As reuniões
de absorver novas tecnologias, foram internacionais e o país praticamente parou de investir Os ensaios foram realizados no Laboratório de Modelos compactador, menores serão os deslocamentos na massa emergente
tenção, comsobre
aterros enorme potencial
estacas, parasobre cavidades,
aterros fiadoras são
base Fortrac:sobre solo
em construção Linha standard deageogrelhas
tende de poliéster
se deslocar. Tambémcom tem que

produtos
há mais de 50 anos e que sempre foi promovido pela ABMS. “Naquela Montez, diretor da empresa, que destaca tam- branas em barreiras de fluxo. da Comissão de Estudos ocorrem uma vez por mês, em São deformação de ruptura característica de 12%.
fatores decisivos para a implantação em infra-estrutura. Algo semelhante aconteceu em Físicos, construído em anexo ao Laboratório de Geotecnia da de solo devido à sobrecarga, após a construção do muro”, deaplicações, na qual reforço
pisos industriais, poderiade
utilizar meu lastro
fundações, mole. Tais construções são geralmente
de galerias: ser rígido, para manter a geometria do
época, chamava-se Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos. Na bém a participação da Huesker nos dois eventos De acordo com a Professora Delma Vidal, pesquisadora do Paulo, e são abertas à participação de todos os interessados. Fortrac T:
Linha de geogrelhas de poliéster de alta tenacidade,
da empresa no Brasil em 1998. 2003, quando houve uma insegurança econômica COPPE/UFRJ. Segundo Robson, foram montados cinco mode- acrescenta Robson. a conhecimento sobre mais
linha de geogrelhas análise de estabi-
tradicional muitomundial
no mercado complexas.
– Podem incluir execu- aterroespecial
com tratamento e prevenir extrusão de
e deformação descontrolada
ruptura
década de 70, passou a ser Congresso Brasileiro de Mecânica dos Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e membro atuante
que se seguiram, em São Paulo (2002) e em los físicos de muros de solo reforçado, sendo monitorados as Para o engenheiro Maurício Ehrlich, orientador da tese, trata- lidade de taludes e engenharia. Fiquei característica
ção lenta em etapas e drenos verticais
Fortrac – é o reforço de solos ideal para praticamente qualquer na de 10%. Tais aplicações exigem
fundação.
contRiBui paRa noVa
“A Huesker foi a primeira empresa devido à sucessão presidencial. “Superamos es- da Comissão de Estudos desde a sua criação, o processo de
Solos e Engenharia de Fundações. Só a partir dos anos 90 é que co- Curitiba (2006). Fortrac MP: Linha de geogrelhas de álcool polivílico (PVA) de alta
fabricante de geogrelhas a se ses dois momentos de incerteza e chegamos tensões desenvolvidas ao longo dos reforços e os deslocamen- se de uma tese pioneira. Segundo ele, foram efetuados estudos tão fascinado
aplicação com essas aplicações
e necessidade. para acelerar o adensamento; estacas tenacidade bom entendimento
e resistência química,de engenharia
com deformaçãogeo-
normalização garante ao projetista a possibilidade de especificar
meçou a ser chamado de Cobramseg”, diz. O Cobramseg 2008 contará com tos horizontais internos e da face dos muros. Os deslocamen- em escala natural de muros de solo reforçado com geogrelhas (muros, taludes
Com alta e aterros
resistência reforçados,
à tração, e/ou colunas
alto módulo de rigidez, de ruptura característica
elevadade areia revestidas (com técnica, em de que5%.
é considerada a resis-
estabelecer com uma filial no até aqui de forma consistente e estável”, ava- o produto mais conveniente para a sua obra e controlar a qua-
“O congresso agrega o encontro diversas ações da Huesker, tos verticais do topo do solo arrimado foram obtidos por meio com face de blocos segmentados. Isso sob condições con- interação com
sob carga o solo ee sísmica),
estática baixa deformação,
que con-a geogrelha Fortrac
Ringtrac) Fortrac
paraé possibilitar umaA:melhor
Linha de geogrelhas
tência aodecisalhamento
aramida de altíssima tenacida-ver-
não drenada
país”, conta o Diretor Flávio lia Flávio. lidade dele. “Existe recomendação da ABNT no sentido de que de, com deformação de ruptura característica de 3,5%.
de acadêmicos, universidades, como palestra e apresentação de um medidor de coluna de mercúrio. O solo utilizado nas troladas de laboratório. Desenvolveram-se a instrumentação e produzida com matérias-primas
tinuei pesquisando de baixa
e lecionando sobrefluênciatransferência
e elevada durabi-
de carga do aterro para o sus o tempo e o adensamento do solo
Montez. “Temos uma estrutura “Nossa as normas brasileiras sigam os procedimentos estabelecidos Fortrac 3D: Linha de geogrelhas tridimensionais com alta capa-
empresas de engenharia e de artigos. Engenheiros construções dos modelos foi um quartzo moído bem graduado todo o aparato experimental utilizado. lidade,
esse que
temagarantem maior vida
desde então. Qualútil à obra, além extrato
é minha de torná-la mais
de fundação mais resistente;cidade
uso de ancoragem.
de fundação. Em projetos mais sensíveis,
com engenheiros experientes, área expectativa nas normas internacionais (ISO), sempre que elas possam se
produtos geotécnicos, projetistas também estarão à disposição e o reforço, uma geogrelha flexível de poliéster fornecida pela “Ficou demonstrada a importância da compactação no econômica,
experiênciaprática, rápida edo
na evolução causar menor
reforço de impacto
de ambiental.
aterro leve, como “geofoam” (blocos tem-se adotado o uso de geossintéticos
de logística, finanças, armazenagem de produ- é continuar atuando adaptar às necessidades do país. Isso é muito importante, pois
e construtores. Além disso, é reali- no estande para apresentar Huesker (Fortrac 80/30-20). Em todas as montagens, foi utili- comportamento. Evidenciou-se que sua influência não deve Desde
solo com1994, as geogrelhas
geossintéticos? Fortrac
Trinta anostêm sidodeaplicadas nosexpandido), para reduzir
poliestireno de maior rigidez, tais como os produzidos
tos, marketing, além de representantes que atuam em todos os com qualidade, participando permite uma linguagem universal e maior compatibilidade no
zada a eleição da diretoria nacional e da as novidades da Huesker em zada uma face de blocos pré-moldados (Terrae W). ser negligenciada quando da análise e projeto desse tipo de principais projetosaproximada
é a expectativa de infraestrutura do Brasil. Aa interligação
de vida da essas metodologias
carga. Em todas a partir de fibras de PVA e de Aramida. Por
estados do Brasil. Tudo para oferecer os melhores serviços aos de soluções técnicas e mercado nacional e internacional”, complementa.
assembléia da ABMS.” geogrelhas, geotêxteis e geocompostos. Casas são atingidas por deslizamento no As tensões verticais induzidas pelos compactadores estrutura. As tensões induzidas pela compactação promovem Via Dutra comde
profissional a Carvalho Pinto, quesendo
um ser humano; se utilizoude
deconstrução,
aterro sobreum geossintético de alta outro lado, diria que a aplicação de geos-
clientes brasileiros e sul-americanos.” econômicas que viabilizem Uma norma simples leva, em média, seis meses para ser
Alberto Sayão acredita que o congresso de Búzios será um dos melho- Como já é tradição, após os trabalhos, a município de Rio Cunha, em Santa Catarina foram obtidas com o auxílio de acelerômetros e osciloscópios um acréscimo nas forças mobilizadas nos reforços, além das solo mole,
assim, muro de
é um longo contenção e proteção em
tempo. Petrópolis
resistência quase sempre é usado como sintéticos em muros e taludes reforçados,
projetos de infra-estrutura elaborada (uma mais complexa pode levar anos de discus-
res já realizados e terá participação internacional. “Contaremos com Huesker servirá, em seu “quiosque”, o chopp digitais. Foi possível, com tal aparato, repetirem-se os ensaios de origem meramente geostáticas”, afirma o professor Ehrlich, (RJ), para evitar problemas de cheias e erosão, a recuperação (contnua na pÁGina 4)
Empreendimentos de sucesso no Brasil. Nosso objetivo é são). Antes de ser aprovada e publicada, ela passa por uma
as ilustres presenças do presidente da Sociedade Internacional de Me- artesanal Devassa, em copo personalizado do realizados por D’Appolonia et al (1969), constatando-se, entre que completa: “Tal efeito pode ser entendido como uma espé- de taludes, em Campos do Jordão (SP), após fortes chuvas, e a
A Ferronorte, no Mato Grosso do Sul, o Rodoanel e o Aeroporto de ser referência técnica nesse O Presidente Mundial da Huesker, Ulrich série de etapas, segundo o Engenheiro Paulo Aguiar, diretor
HUESKER ESTÁ AQUI PARCEIROS PESQUISA AQUI ESTÁ A HUESKER
outras coisas, a influência da rigidez da camada de solo sobre PARCEIROS PESQUISA
cie de protensão da massa reforçada e apresenta-se favorável contenção de aterros para a implantação de um condomínio, em PESQUISA AQUI ESTÁ A HUESKER PRODUTOS
Congonhas, em São Paulo, a Via Expressa Sul, em Florianópolis, mercado”, conclui.
von Fransecky, entrega sino personalizado cânica do Solo e de Engenharia Geotécnica, o vice-presidente europeu Cobramseg, para um momento de descontração da Erelys Assessoria e Consultoria e atual coordenador da
HATELIT TEM EXCELENTE DESEMPENHO HUESKER E FIXSOLO: ITA ESTUDA
AQUI ESTÁ A HUESKER
Nova Lima (MG), são alguns dos exemplos bem-sucedidos do
PARCEIROS PESQUISA PESQUISA AQUI ESTÁ A HUSKER PRODUTOS
(símbolo da cidade sede da Huesker na
dessa Sociedade e o vice-presidente da América Latina. Teremos ainda e confraternização. Depois de muita geotecnia, CASO DE SUCESSO EM BIMIG E HUESKER COMEMORAM COMPORTAMENTO DE GEOGRELHAS EM a aceleração do compactador e as tensões verticais induzidas ao comportamento global, Apois
RESTAURAÇÃO DE PAVIMENTOS
resulta na minimização das tESE VERiFica a inFLuÊncia da MuRo tERRaE dE 13,5 MEtRoS dE SaiBa MaiS SoBRE oS
Alemanha) ao Diretor Flávio Montez. O Comissão de Estudos de Geossintéticos da ABNT. “Primeiro, Laboratório acreditado da Huesker - ensaio de tração conforme norma ABNT EtE uBERaBinHa otiMiZa pRocESSoS coM HuESKER E dREnaMac: EStudo contRiBui paRa noVa EStudo contRiBui paRa pRoJEtoS dE atERRoS SoBRE SoLuÇÕES HuESKER MELHoRaM conHEÇa oS
CAMPOS DO JORDÃO UMA DÉCADA DE PARCERIA MURO DE SOLO REFORÇADO É TEMA DE TESE COMO SISTEMA
por cada ANTIRREFLEXÃO
tipo de DE TRINCAS
compactador (placa e sapo). “Células de FOCO
carga NO CLIENTE ASFÁLTICOS COM GEOSSINTÉTICOS
deformações pós-construtivas”. uso das geogrelhas da linha Fortrac. coMpactaÇÃo EM MuRoS dE SoLo REFoRÇado aLtuRa: SEGuRanÇa E EStaBiLidadE BEnEFÍcioS da LinHa FoRtRac
presente foi entregue durante o seminário, que palestrantes do Chile, da Espanha e de Portugal. Um evento de grande geogrelha, geotêxtil e geossintético, nada melhor tEcnoLoGia HuESKER SucESSo no SuL do BRaSiL tEcnoLoGia conStRutiVa SoLoS MoLES REFoRÇadoS coM GEoSSintÉticoS o acESSo a MacaÉ BEnEFÍcioS do Hate
DE DOUTORADO DA PUC-RIO EM CAMPINAS - SP
marcou os dez anos da empresa no Brasil, nível, inclusive com repercussão internacional”, acrescenta Sayão. do que um ‘geochopp’ bem geladinho.
realizado em São José dos Campos.
www.huesker.com.br << www.huesker.com.br <<

ideias ideias
reforçando reforçando
EDIÇÃO ESPECIAL SPECIAL EDITION

Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 3 - Nº10 - julho/agosto/setembro 2010 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 3 - Nº11 - Outubro/Novembro/Dezenbro 2010 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 4 - Nº13 - Julho/Setembro 2011

#15 #16
Bulletin of Huesker do Brasil – Year 3 – Nr. 9 – April/May/June 2010 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 3 - Nº9 - abril/maio/junho 2010 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 4 - Nº12 - Janeiro/Julho 2011 Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 4 - Nº14 - Outubro/Dezembro 2011

REVISTA FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS

I n f o r m at I v o t r I m e s t r a l I n f o r m at I v o t r I m e s t r a l
Janeiro • Fevreiro • Março de 2012 • Ano 5 Abril • Maio • Junho de 2012 • Ano 5

ABMs: 60 anos em solo firme

Guarujá recebe 9ª edição

da Conferência Internacional 150 anos contados em Maior evento de
geossintéticos das
em Geossintéticos
Guarujá hosts 9th edition
of International Conference Evento foi palco
Noite de Gala Américas
EDIÇ ÕES REFORÇ AND O ID E IAS

Filiais da Huesker comemoram a

de encontro e troca de data em evento histórico realizado
on Geosynthetics conhecimentos na Alemanha; companhia atinge Huesker apresenta novos conceitos, produtos e serviços no

reconhecimento internacional ITA comemora 25 anos de

entre participantes do marco alcançado por pouquíssimas Congresso ‘Geoaméricas 2012’ realizado no Peru
Brasil e do Mundo, empresas em todo o mundo. pÁG 4 PÁG 4
MARCOS MIGUEL

como Gerhard Bräu, da

Huesker recebe IGS Award no 9º ICG; Daniele Cazzuffi (à esq.) e Jean Pierre
Giroud (à dir.) entregaram o prêmio a Dimiter Alexiew (ao centro), diretor de
Universidade Técnica de
Munique - Alemanha estudos com geossintéticos ARQUIVO HUESKER GmbH CAPA DIVULGAÇÃO

150 anos de história

engenharia da Huesker na Alemanha parceria...
PROGRAMA DE PALESTRAS ESPECIAIS VOCÊ SABIA? Precursora dos estudos no Instituto, a professora Delma Mattos Vidal é uma das personalidades mais importantes da área visita ilustre...
pesquisa produTo aqui tem eventoS

3 8 2 8
SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE O PROGRAMA DE PALESTRAS CONHEÇA ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE >> ex-diretor da prof. sidnei inovação >> andex é HueSKeR Representantes
ESPECIAIS, PARTICULARMENTE A PALESTRA DE BOAS-VINDAS A CONFERÊNCIA INTERNACIONAL EM GEOSSINTÉTICOS
Huesker eua fala Teixeira da Huesker homenageada excelente vivem
sobre experiência comenta na área de por seus 20 anos desempenho momento de
SOBRE O USO DE GEOSSINTÉTICOS NO BRASIL
AQuI eStÁ A HueSKer PeSQuISA COleÇÃO HueSKer AQUi EsTÁ HUEsKEr pEsQUisA pArCEiros AQUI ESTÁ A HUESKER PARCEIROS PESQUISA PRÊMIOS AQUI ESTÁ A HUESKER PARCEIROS de 40 anos em resultado de engenharia de história. em obra da reconhecimento

pág

pág
pág

pág
KEYNOTE AND SPECIAL LECTURE PROGRAM DID YOU KNOW? STABILENKA GARANTE SUCESSO AO ACESSO ESTUDO INÉDITO DE ATERROS SOBRE SOLOS NOVO LIVRO TRATA DE PISO INDUSTRIAL REFORÇADO TESE DO ITA ANALISA COMPORTAMENTO DE ATUAÇÃO DA FERST NO AQUI ESTÁ A HUESKER PARCEIROS PRODUTO VIA DUTRA CONTA COM SUCESSO E NEGÓCIOS GARANTIDOS ESTUDO APERFEIÇOA CONHECIMENTOS HUESKER E ODEBRECHT IMPORTANTE OBRA REVITALIZA A ECO ENGENHARIA EXPANDE NEGÓCIOS geossintéticos. pÁG 7 tese Hidráulica PÁG 7 CSa (RJ) e integração
LEARN A BIT MORE ABOUT THE PROGRAM OF KEYNOTE AND SPECIAL COM FORNIT NO PARANÁ PAVIMENTO EM TRECHO DA VIA DUTRA PANTANAL MATO-GROSSENSE HATELIT REFORÇA O ACESSO AO CONHEÇA A EMBRE ENGENHARIA, HATE TUBE MUDOU PARA SOLUÇÃO HUESKER NO ESTADO DE SÃO PAULO SOBRE ATERROS ESTAQUEADOS
GET TO KNOW ABOUT SOME CURIOUS FACTS IN DO AEROPORTO DE FLORIANÓPOLIS MOLES TRAZ IMPORTANTES CONTRIBUIÇÕES ATERROS SOBRE SOLOS MOLES RECEBEM PRÊMIO CIDADE DE MARINGÁ DA HUESKER NO NORDESTE
LECTURES, PARTICULARLY THE WELCOME LECTURE ON THE USE OF
PAST INTERNATIONAL CONFERENCES ON GEOSYNTHETICS AEROPORTO DE PORTO ALEGRE(RS) SEDIADA EM BRASÍLIA (DF) SOILTAIN, SAIBA PORQUÊ
GEOSYNTHETICS IN BRAZIL

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agosto 2013
reforçando reforçando reforçando
e diç ão e s p e c ial de anive rs ár io #20 • ago sto 2013

reforçando reforçando reforçando reforçando

#17 #18 #19

reforçando ideias edição especial

I N F O R M AT I V O T R I M E S T R A L I n f o r m at I v o t r I m e s t r a l I n f o r m at I v o t r I m e s t r a l

#21
Janeiro • Fevereiro • Março de 2013 • Ano 6

#22 #23 #24

Julho • Agosto • Setembro de 2012 • Ano 5 Outubro • Novembro • Dezembro de 2012 • Ano 5

InformatIvo trImestral - Outubro • Novembro • Dezembro | 2013 | Ano 6 inFOrmativO trimeStral - Janeiro • Fevereiro • Março | 2014 | Ano 7 InformatIvo trImestral - Abril • Maio • Junho | 2014 | Ano 7 InformatIvo trImestral - Julho • Agosto • Setembro | 2014 | Ano 7

huesker brinda aos

10 anos de ‘geochopp’ Desastres naturais
Empresa reforça as suas ações de relacionamento deixam lições e
incentivam a prevenção
e traz novidades para o ‘Cobramseg 2012’
PÁG 4

artigo vencedor do
Comunidade geotécnica desenvolve
conceitos de análise e classificação
COBRAMSEG 2006
27 a 31 agosto
CURITIBA
‘2º Prêmio de áreas de risco e realiza
intervenções nos municípios, antes
huesker comemora a concurso IGs Brasil
Georreforços 2013 Geossintéticos
e depois dos acidentes PÁG 4

Milton Vargas’ participação em 100 aborda uso de

destaca parceria entre consolidam mercado
Huesker Brasil: 15 anos
Noite de homenagens reúne os melhores de inovação e liderança
obras em rodovias colunas ringtrac®
Brasil e alemanha no país do futebol
profissionias das áreas de geotecnia e fundações Primeira empresa do país a oferecer produtos

federais no Brasil
PÁG 4 geossintéticos de alta resistência, a Huesker
Brasil transformou o mercado e, agora, mira pág. 4

voos ainda mais altos.

EsPECIAl DA huesker especial da HUesKer

Em destaque Em destaque

2 6
HUESKER brinda os 15 anos

2 6 2 4 2 8
CaPa divulgação alameda comunicação ARQUIVO IPT
da filial brasileira na terceira
••• ••• Eng. Luiz Guilherme Rodrigues ••• ••• ••• ••• ••• •••
edição do Georreforços PesquIsa IntercâmBIo de Mello, coordenador-geral PeSQUiSa em deStaQUe PesquIsa esPecIal PesquIsa fenasan
parceria... Nova liderança... parceiro Parceiro Huesker, Eng. engenheiro Alex katz,
PRÊMIO IGS EVENTOS PRêMIO CObRaMseG BOA LEITURA Pesquisa >> Pág. 4 - 5 Engenheiro Alunos da
de Construção Rodoviária do
Estudo pode apri- Eng. José Car- Rafael Lopez, comemora Pesquisa da Projetos em está- parceiro hueSker, 25 anos de
DNIT, fala sobre a aplicação de Durabilidade dos

7 8 7 8 2 3
>> Conheça o Concurso ‘Circuito COsta nunes estande da >> Geomaks Confira dicas Prof. Marcos iraniano desen- Universidade de
geossintéticos em projetos de morar métodos los Vertematti consolidação no UENF estuda dios e aeroportos fala sobre desafios geossintéticos é avanços na área
parceiro da premia caso Huesker’ >> Huesker dá boas parceiro Huesker é ponto comemora de livros que Massao Futai volve pesquisa Aachen visitam de dimensiona- se aposenta e degradação de utilizam geogre- de saneamento e
obras viárias mercado chileno no uruguai tema de mestrado
Huesker no de obra com tem apoio de vindas a Friedrich- da Huesker de encontro 10 anos no são referência apresenta com colunas obras da mento de obras se despede da materiais lhas Fortrac® e no CeFeT-MG meio ambiente
Ringtrac Huesker >> Pág. 4 >> Pág. 8 >> Pág. 8
Amazonas. geogrelha representantes Hans Grandin, novo tem a melhor entre amigos e Rio de Janeiro em todo o estudos de geotécnicas Huesker Brasil geossintéticos HaTelit®
>> Pág. 2 >> Pág. 8
pág

pág
pág

pág

pág

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diretor geral PÁG 2 >> Pág. 2 - 3 >> Pág. 6 - 7
PÁG 8 Fortrac® regionais tese do biênio parceiros PÁG 7 país Livre Docência >> Pág. 2 >> Pág. 6 >> Pág. 2 >> Pág. 4

Reforçando Ideias - JUL-AGO-SET_HUESKER-2012.indd 1 11/09/2012 11:06:16

FOTO DE CAPA / DIVULGAÇÃO facebook.com/hueskerbrasil | www.huesker.com.br FOTO DE CAPA / ArquivO TErminAl EmbrAPOrT facebook.com/hueskerbrasil | www.huesker.com.br FOTO DE CAPA / ArquivO TErminAl EmbrAPOrT facebook.com/hueskerbrasil | www.huesker.com.br foto CAPA / joão mArCos mAssote facebook.com/hueskerbrasil | www.hueSker.com.br foto CAPA / ARquivo ufoP facebook.com/hueskerbrasil | www.huesker.com.br foto CAPA / MDelorenzo facebook.com/hueskerbrasil | www.huesker.com.br Divulgação / SMo facebook.com/hueskerbrasil | www.huesker.com.br Divulgação / HuESKER facebook.com/hueskerbrasil | www.hueSker.com.br

reforçando reforçando reforçando reforçando reforçando reforçando reforçando reforçando

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InformatIvo trImestral - Outubro • Novembro • Dezembro | 2014 | Ano 7 InformatIvo trImestral - Janeiro • Fevereiro • Março | 2015 | Ano 8 InformatIvo trImestral - Abril • Maio • Junho | 2015 | Ano 8 InformatIvo trImestral - Julho • Agosto • Setembro | 2015 | Ano 8 InformatIvo trImestral - Outubro • Novembro • Dezembro | 2015 | Ano 8 InformAtIvo trImestrAL - Janeiro • Fevereiro • Março | 2016 | Ano 9 InfoRmatIvo tRImEStRal - Abril • Maio • Junho | 2016 | Ano 9 InfoRmatIvo tRImEStRal - Julho • Agosto • Setembro | 2016 | Ano 9

HuesKer lança programa de HUesKer Brasil apoia o

dimensionamento estrutural de projeto expedições Inclusivas
Colunas ringtrac® no Brasil pág. 4 e embarca para o deserto do
Jalapão, no tocantins pág. 4

Brasileiros marcaram terminal embraport utilizou

geotêxteis Hate® e geogrelhas HUESKER marca
presença na 10ª Conferência UfoP inaugura ABLP celebra 45 anos e presença em obras
fortrac® durante obras de Centro tecnológico de reafirma seu compromisso HUESKER inaugura
Internacional de Geossintéticos terraplenagem com o aprimoramento
BRT Transolímpica,
uma nova via expressa,
livre de semáforos e das competições nova sede em
Geotecnia aplicada esportivas do Rio
que deverá atender
diariamente cerca de

técnico São José dos Campos

pág. 4 pág. 4 70 mil pessoas na Zona
pág. 4
pág. 4 Oeste do Rio de Janeiro
pág. 4 pág. 4

Em destaque huesker em ação em destaque PESQUISA NOVIDADE PESQUISA

PESQUISA

2 6 2 6 2 8 6 8 7 8 6 8 6 8
•••

6 8
••• ••• ••• ••• ••• ••• ••• ••• ••• ••• ••• ••• ••• ••• •••
pesquisa Engª Paula Martins O Departamento Eng. Thiago Ordonho
PesquIsa PrêmIo em destaque HuesKer Eng. Fernando Spinelli, pesquIsa paralImpíadas O coordenador HUesKer novIdade HUesKer em aÇÃo em destaqUe Eng. Gelmo Chiari
HUesKer em AÇÃo esPecIAL Técnico-Comercial
HUESKER Em aÇÃo Em DEStaqUE Araújo fala sobre a análise
HUESKER Em aÇÃo Em DEStaqUE
O presidente da comissão apresenta estudos
André Silva e em aÇÃo da Drenamac, Estudo sobre monitoramento 2016 técnico comercial em ação Muralex® é utilizado pela com geotêxtil Eng. Romero Cesar Gomes fala Conferência Panamericana
Costa apresenta
da HUESKER Brasil Documentário “Lições de Rio e Deserto”, Saiba mais do comportamento engenheiros da hueSker Brasil Saiba mais sobre
organizadora do COBRAMSEG, Estudo apresenta engenheiro Bruno huesker apresenta estudo com o Concurso fotográfico movimenta a Associações técnico-
Paulo Brugger representante da de muro em solo reforçado HUESKER apoia o projeto da HUESKER Brasil, Participação em feiras primeira vez no Brasil HaTe para sobre o cenário e as perspectivas de Mecânica dos Solos e conta com um novo idealizado pelo projeto Expedições sobre o novo site durante a construção conquistam a 2ª colocação no Concurso a conclusão das
Maurício Sales, fala sobre a edição benefícios do uso Colonese fala sobre novos patrocínios Confira a programação geotêxtil HaTe® empresa, envolvendo funcionários científicas do setor realizam
recebem Prêmio HUESKER no Rio Grande com geogrelhas vence Prêmio Atletas do Futuro - Fundo Eng. Daniel Arnau, e congressos marcam em muro de contenção desaguamento da geotecnia aplicada à Engenharia Geotécnica reforço na equipe: Inclusivas e patrocinado pela HUESKER institucional da de uma estrutura de de Casos de Obras, promovido pela obras na rodovia
2014 que evidenciou a necessidade de geogrelhas em pesquisa em terminal por meio das leis de da huesker para os para a proteção e parceiros, que mostraram cerimônia de homenagem
Milton Vargas do Sul, co-anfitrião do Estudante IGS Brasil, na Paraesportivo Brasil- fala sobre pesquisa o terceiro trimestre em solo reforçado de rejeitos de mineração durante o Ciclo de reúne mais de mil pessoas o engenheiro Pedro Brasil, teve seu lançamento e já está huesker contenção portante IGS Brasil (Associação Brasileira de dos Tamoios
de expansão da infraestrutura revestimentos asfálticos portuário incentivo fiscal eventos de 2015 de taludes contra criatividade no envio de póstuma ao engenheiro
Reforçando Parcerias 2015 categoria Mestrado Alemanha com HaTelit® mineração Palestras Milton Vargas da ABMS em Buenos Aires Henrique Marcondes. disponível para acesso reforçada com geogrelhas Geossintéticos)
>> Pág. 8 >> Pág. 2 >> Pág. 6 >> Pág. 6 >> Pág. 6 >> Pág. 8 erosões aproximadamente 40 fotografias Francisjones Marino Lemes >> Pág. 8 >> Pág. 8
>> Pág. 2 >> Pág. 8 >> Pág. 6 >> Pág. 2 >> Pág. 8 >> Pág. 2 >> Pág. 2 >> Pág. 7 >> Pág. 8 >> Pág. 2 >> Pág. 6 >> Pág. 2 >> Pág. 6
>> Pág. 2 >> Pág. 6 >> Pág. 8

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reforçando reforçando reforçando reforçando reforçando

reforçando

#37 #
#33 #34 #35 #36 #38 #39
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edição especial - Janeiro a Junho | 2018 | Ano 11

Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 1 - Nº 1 - abril/maio/junho/2008

Huesker Brasil: dez anos Huesker no Cobramseg

de sucesso e confiabilidade
Há dez anos, quando foi estabelecida no Brasil, a
Huesker, empresa alemã com sede em Gescher,
se deparou com um mercado de geogrelhas muito
incipiente. Embora estivesse presente no país, com
produtos fornecidos pela filial norte-americana
que, até então, atendia o mercado brasileiro,
a área de geossintéticos para reforço ainda se
mostrava muito limitada.
O grande potencial do mercado brasileiro,
a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, são alguns dos pro-
jetos que comprovam a confiabilidade e a qualidade dos
produtos Huesker.
“Nosso desempenho é medido não só pelos resultados finan-
ceiros, mas pela satisfação dos nossos clientes. Nesses dez
anos, conseguimos nos estabelecer como uma empresa
confiável, séria, ética e que realiza um trabalho responsá-
vel”, afirma Flávio.

Engenharia
que necessita de investimentos em
infra-estrutura, aliado à existência de uma
engenharia de alto nível técnico, capaz
de absorver novas tecnologias, foram
fatores decisivos para a implantação
da empresa no Brasil em 1998.
“A Huesker foi a primeira empresa
fabricante de geogrelhas a se
estabelecer com uma filial no
país”, conta o Diretor Flávio
Montez. “Temos uma estrutura
com engenheiros experientes, área
de logística, finanças, armazenagem de produ-
tos, marketing, além de representantes que atuam em todos os
estados do Brasil. Tudo para oferecer os melhores serviços aos
clientes brasileiros e sul-americanos.”
Empreendimentos de sucesso
A Ferronorte, no Mato Grosso do Sul, o Rodoanel e o Aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, a Via Expressa Sul, em Florianópolis,
Desafios superados
Em 1999, a economia brasileira foi influenciada pela
crise econômica mundial. Cessaram os investimentos
internacionais e o país praticamente parou de investir
em infra-estrutura. Algo semelhante aconteceu em
2003, quando houve uma insegurança econômica
devido à sucessão presidencial. “Superamos es-
ses dois momentos de incerteza e chegamos
até aqui de forma consistente e estável”, ava-
lia Flávio.
“Nossa
expectativa
é continuar atuando
com qualidade, participando
de soluções técnicas e
econômicas que viabilizem
projetos de infra-estrutura
no Brasil. Nosso objetivo é
ser referência técnica nesse O Presidente Mundial da Huesker, Ulrich
von Fransecky, entrega sino personalizado
mercado”, conclui.
(símbolo da cidade sede da Huesker na
Alemanha) ao Diretor Flávio Montez. O
presente foi entregue durante o seminário, que
marcou os dez anos da empresa no Brasil,
realizado em São José dos Campos.

Basetrac: hidráulica: Huesker Brasil: dez anos

de sucesso e confiabilidade

O grande potencial do mercado brasileiro,

que necessita de investimentos em
infra-estrutura, aliado à existência de uma
engenharia de alto nível técnico, capaz
de absorver novas tecnologias, foram
fatores decisivos para a implantação
da empresa no Brasil em 1998.
“A Huesker foi a primeira empresa
fabricante de geogrelhas a se
estabelecer com uma filial no
Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 1 - Nº 1 - abril/maio/junho/2008

Há dez anos, quando foi estabelecida no Brasil, a

Huesker, empresa alemã com sede em Gescher,
se deparou com um mercado de geogrelhas muito
incipiente. Embora estivesse presente no país, com
produtos fornecidos pela filial norte-americana
que, até então, atendia o mercado brasileiro,
a área de geossintéticos para reforço ainda se
mostrava muito limitada.
a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, são alguns dos pro-
jetos que comprovam a confiabilidade e a qualidade dos
produtos Huesker.
“Nosso desempenho é medido não só pelos resultados finan-
ceiros, mas pela satisfação dos nossos clientes. Nesses dez
anos, conseguimos nos estabelecer como uma empresa
confiável, séria, ética e que realiza um trabalho responsá-
vel”, afirma Flávio.

Desafios superados
Em 1999, a economia brasileira foi influenciada pela
crise econômica mundial. Cessaram os investimentos
internacionais e o país praticamente parou de investir
em infra-estrutura. Algo semelhante aconteceu em
2003, quando houve uma insegurança econômica
devido à sucessão presidencial. “Superamos es-
ses dois momentos de incerteza e chegamos
até aqui de forma consistente e estável”, ava-

Conheça o
país”, conta o Diretor Flávio lia Flávio.
Montez. “Temos uma estrutura “Nossa
com engenheiros experientes, área expectativa

A nova marca
de logística, finanças, armazenagem de produ- é continuar atuando
tos, marketing, além de representantes que atuam em todos os com qualidade, participando

conheça as
estados do Brasil. Tudo para oferecer os melhores serviços aos de soluções técnicas e
clientes brasileiros e sul-americanos.” econômicas que viabilizem
projetos de infra-estrutura
Empreendimentos de sucesso no Brasil. Nosso objetivo é
A Ferronorte, no Mato Grosso do Sul, o Rodoanel e o Aeroporto de ser referência técnica nesse O Presidente Mundial da Huesker, Ulrich
von Fransecky, entrega sino personalizado
Congonhas, em São Paulo, a Via Expressa Sul, em Florianópolis, mercado”, conclui.
(símbolo da cidade sede da Huesker na
Alemanha) ao Diretor Flávio Montez. O
presente foi entregue durante o seminário, que
marcou os dez anos da empresa no Brasil,
realizado em São José dos Campos.

Muros Terrae para reforço soluções da TekToseal aCTive HUESKER Huesker Brasil: dez anos
Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 1 - Nº 1 - abril/maio/junho/2008

completa HUESKER no
de sucesso e confiabilidade
Há dez anos, quando foi estabelecida no Brasil, a
Huesker, empresa alemã com sede em Gescher,
se deparou com um mercado de geogrelhas muito
incipiente. Embora estivesse presente no país, com
produtos fornecidos pela filial norte-americana
que, até então, atendia o mercado brasileiro,
a área de geossintéticos para reforço ainda se
mostrava muito limitada.
O grande potencial do mercado brasileiro,
que necessita de investimentos em
infra-estrutura, aliado à existência de uma
engenharia de alto nível técnico, capaz
de absorver novas tecnologias, foram
fatores decisivos para a implantação
da empresa no Brasil em 1998.
“A Huesker foi a primeira empresa
fabricante de geogrelhas a se
a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, são alguns dos pro-
jetos que comprovam a confiabilidade e a qualidade dos
produtos Huesker.
“Nosso desempenho é medido não só pelos resultados finan-
ceiros, mas pela satisfação dos nossos clientes. Nesses dez
anos, conseguimos nos estabelecer como uma empresa
confiável, séria, ética e que realiza um trabalho responsá-
vel”, afirma Flávio.
Desafios superados
Em 1999, a economia brasileira foi influenciada pela
crise econômica mundial. Cessaram os investimentos
internacionais e o país praticamente parou de investir
em infra-estrutura. Algo semelhante aconteceu em
2003, quando houve uma insegurança econômica
devido à sucessão presidencial. “Superamos es-
ses dois momentos de incerteza e chegamos

BRASIL
estabelecer com uma filial no até aqui de forma consistente e estável”, ava-
país”, conta o Diretor Flávio lia Flávio.

de base da
Montez. “Temos uma estrutura “Nossa
com engenheiros experientes, área expectativa
de logística, finanças, armazenagem de produ- é continuar atuando
tos, marketing, além de representantes que atuam em todos os com qualidade, participando
estados do Brasil. Tudo para oferecer os melhores serviços aos de soluções técnicas e

Mais nova solução da hUeskeR

clientes brasileiros e sul-americanos.”
Empreendimentos de sucesso
A Ferronorte, no Mato Grosso do Sul, o Rodoanel e o Aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, a Via Expressa Sul, em Florianópolis,
econômicas que viabilizem
projetos de infra-estrutura
no Brasil. Nosso objetivo é
ser referência técnica nesse
mercado”, conclui.
O Presidente Mundial da Huesker, Ulrich
von Fransecky, entrega sino personalizado
(símbolo da cidade sede da Huesker na
Alemanha) ao Diretor Flávio Montez. O
presente foi entregue durante o seminário, que
marcou os dez anos da empresa no Brasil,

HUESKER para
realizado em São José dos Campos.

20 anos pág. 4

HUESKER
para proteção ambiental com
20 aNos CoBRAMSEG 2018
este mercado
2
geocompostos ativos
Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 1 - Nº 1 - abril/maio/junho/2008

Huesker Brasil: dez anos

de sucesso e confiabilidade
Há dez anos, quando foi estabelecida no Brasil, a a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, são alguns dos pro-
Huesker, empresa alemã com sede em Gescher, jetos que comprovam a confiabilidade e a qualidade dos

pág. 4
se deparou com um mercado de geogrelhas muito
incipiente. Embora estivesse presente no país, com
produtos fornecidos pela filial norte-americana
que, até então, atendia o mercado brasileiro,
a área de geossintéticos para reforço ainda se
mostrava muito limitada.
O grande potencial do mercado brasileiro,
produtos Huesker.
“Nosso desempenho é medido não só pelos resultados finan-
ceiros, mas pela satisfação dos nossos clientes. Nesses dez
anos, conseguimos nos estabelecer como uma empresa
confiável, séria, ética e que realiza um trabalho responsá-
vel”, afirma Flávio.

pág. 4
que necessita de investimentos em Desafios superados
infra-estrutura, aliado à existência de uma Em 1999, a economia brasileira foi influenciada pela
engenharia de alto nível técnico, capaz crise econômica mundial. Cessaram os investimentos
de absorver novas tecnologias, foram internacionais e o país praticamente parou de investir
fatores decisivos para a implantação em infra-estrutura. Algo semelhante aconteceu em
da empresa no Brasil em 1998. 2003, quando houve uma insegurança econômica
“A Huesker foi a primeira empresa devido à sucessão presidencial. “Superamos es-

pág. 4
fabricante de geogrelhas a se ses dois momentos de incerteza e chegamos
estabelecer com uma filial no até aqui de forma consistente e estável”, ava-

pág. 4
país”, conta o Diretor Flávio lia Flávio.
Montez. “Temos uma estrutura “Nossa
com engenheiros experientes, área expectativa
de logística, finanças, armazenagem de produ- é continuar atuando
tos, marketing, além de representantes que atuam em todos os com qualidade, participando
estados do Brasil. Tudo para oferecer os melhores serviços aos de soluções técnicas e
clientes brasileiros e sul-americanos.” econômicas que viabilizem
projetos de infra-estrutura
Empreendimentos de sucesso no Brasil. Nosso objetivo é
A Ferronorte, no Mato Grosso do Sul, o Rodoanel e o Aeroporto de ser referência técnica nesse O Presidente Mundial da Huesker, Ulrich
von Fransecky, entrega sino personalizado
Congonhas, em São Paulo, a Via Expressa Sul, em Florianópolis, mercado”, conclui.
(símbolo da cidade sede da Huesker na
Alemanha) ao Diretor Flávio Montez. O
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marcou os dez anos da empresa no Brasil,
realizado em São José dos Campos.

pág. 4

Informativo Trimestral da Huesker do Brasil - Ano 1 - Nº 1 - abril/maio/junho/2008

Huesker Brasil: dez anos

de sucesso e confiabilidade

PESQUISA PESQUISA PESQUISA

Há dez anos, quando foi estabelecida no Brasil, a
Huesker, empresa alemã com sede em Gescher,
se deparou com um mercado de geogrelhas muito
incipiente. Embora estivesse presente no país, com
produtos fornecidos pela filial norte-americana
que, até então, atendia o mercado brasileiro,
a área de geossintéticos para reforço ainda se
mostrava muito limitada.
O grande potencial do mercado brasileiro,
que necessita de investimentos em
infra-estrutura, aliado à existência de uma
engenharia de alto nível técnico, capaz
a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, são alguns dos pro-
jetos que comprovam a confiabilidade e a qualidade dos
produtos Huesker.
“Nosso desempenho é medido não só pelos resultados finan-
ceiros, mas pela satisfação dos nossos clientes. Nesses dez
anos, conseguimos nos estabelecer como uma empresa
confiável, séria, ética e que realiza um trabalho responsá-
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Desafios superados
Em 1999, a economia brasileira foi influenciada pela
crise econômica mundial. Cessaram os investimentos

6 8 6 8 2 6 6 8
de absorver novas tecnologias, foram internacionais e o país praticamente parou de investir

2 6
fatores decisivos para a implantação em infra-estrutura. Algo semelhante aconteceu em
da empresa no Brasil em 1998. 2003, quando houve uma insegurança econômica
“A Huesker foi a primeira empresa devido à sucessão presidencial. “Superamos es-
fabricante de geogrelhas a se ses dois momentos de incerteza e chegamos
estabelecer com uma filial no até aqui de forma consistente e estável”, ava-
país”, conta o Diretor Flávio lia Flávio.
Montez. “Temos uma estrutura “Nossa
com engenheiros experientes, área expectativa

••• ••• ••• ••• ••• ••• ••• •••

de logística, finanças, armazenagem de produ- é continuar atuando

••• •••
tos, marketing, além de representantes que atuam em todos os com qualidade, participando

2 12
estados do Brasil. Tudo para oferecer os melhores serviços aos de soluções técnicas e

PESQUISA
clientes brasileiros e sul-americanos.”
Empreendimentos de sucesso
A Ferronorte, no Mato Grosso do Sul, o Rodoanel e o Aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, a Via Expressa Sul, em Florianópolis,
econômicas que viabilizem
projetos de infra-estrutura
no Brasil. Nosso objetivo é
ser referência técnica nesse
mercado”, conclui.
O Presidente Mundial da Huesker, Ulrich
von Fransecky, entrega sino personalizado
(símbolo da cidade sede da Huesker na
Alemanha) ao Diretor Flávio Montez. O
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marcou os dez anos da empresa no Brasil,
realizado em São José dos Campos.

Eng. Seyedhamed
Mirmoradi, vencedor do
prêmio Costa Nunes,
fala sobre a avaliação do
comportamento de muros
Eng.ª Ivonne Alejandra O Engenheiro José Luiz HUESKER EM AÇÃO ••• •••
HUesKer eM aÇÃo esPeCIal HUESKER Em AÇÃo ESPECIAl HUESKER Em aÇÃo ESPECIal espeCial hUeskeR eM ação HUESKER EM AÇÃo ESPECIAl
Gutiérrez Góngora fala Ernandes Dias Filho fala sobre especial HUesKeR 20 aNos
HUESKER Brasil promove Entrevista com André Assis, sobre sua tese de doutorado Reforçando Parcerias 2017 Entrevista com o Eng.º sua tese de doutorado sobre o Fique por dentro dos 20 anos da IGS Brasil. Especialistas comentam Saiba mais sobre Conheça o estudo Confira os principais Associação Brasileira
tour digital de 360º pela Lançamento do selo os desafios, as pesquisas Confira os principais Professores comentam O que nos move?
presidente da Associação “Estradas não pavimentadas reúne representantes e Eduardo Alberto Ricci, Comportamento geomecânico principais acontecimentos da Confira a entrevista com os acontecimentos vencedor do Prêmio acontecimentos que de Geologia
mais alta obra de muro de comemorativo marca o início e os futuros avanços no acontecimentos a importância do apoio Veja os depoimentos
Brasileira de Mecânica reforçadas com geossintéticos: parceiros da HUESKER de novo Diretor-Presidente da e de durabilidade de formas HUESKER Brasil e conheça o Prof. Dr. Ennio Marques que contaram com a Costa Nunes 2018 na contaram com a e engenharia
que contaram com das empresas para os

ED ÇÃO ESPEC AL ANOS

de solos reforçados sob contenção Terrae do país dos Solos e Engenharia influência de propriedades todo o Brasil em São José Associação Brasileira de têxteis tubulares aplicadas em os VideoCasts, novidade Palmeira, primeiro das comemorações dos 20 gerenciamento de áreas participação da HUESKER de quem faz parte da categoria “melhor participação da Ambiental (ABGe)
durante o COBRAMSEG 2016 anos da HUESKER Brasil contaminadas no Brasil a participação dos avanços das pesquisas história da HUESKER
condições de trabalho Geotécnica (ABMS). físicas e mecânicas do reforço” dos Campos Pavimentação (ABPv) obras hidráulicas lançada pela empresa presidente da entidade Brasil tese de doutorado” hueSker celebra 50 anos
profissionais da HUESKER acadêmicas no país Brasil
>> Pág. 2 >> Pág. 6 >> Pág. 8 >> Pág. 2 >> Pág. 6 >> Pág. 8 >> Pág. 2 >> Pág. 6 >> Pág. 8 >> Pág. 8 >> Pág. 2 e 3 >> Pág. 6 e 7 >> Pág. 2 >> Pág. 6 >> Pág. 8
>> Pág. 10 e 11 >> Pág. 2 e 3 >> Pág. 12
 ÍNDICE

PÁG. 06 APRESENTAÇÃO
PÁG. 07 #01 | Pesquisa premiada sobre ferrovias
PÁG. 10 #02 | Pesquisa sobre fluência confinada quebra paradigma
PÁG. 13 #03 | Pesquisa monitora muro de solo reforçado com geogrelhas
PÁG. 17 #04 | Tese estuda o comportamento de um muro de solo reforçado
PÁG. 22 #05 | Pesquisas estudam a restauração de pavimentos asfálticos
com geossintéticos
PÁG. 25 #06 | Dissertação sobre dessecagem de lodo em ETA
PÁG. 29 #07 | Tese estuda influência da compactação em muros de solo reforçado
com a utilização de modelos físicos
PÁG. 33 #08 | Pesquisa analisa estabilidade de aterros sobre solos moles
considerando o tempo como um dos parâmetros
PÁG. 36 #09 | ICG no Hemisfério Sul
PÁG. 39 #10 | Aterros reforçados sobre solos moles levados à ruptura é tema de
estudo inédito
PÁG. 43 #11 | Geossintéticos como reforço de pavimentos é tema de tese do ITA
PÁG. 46 #12 | Tese inova e apresenta o uso de colunas granulares confinadas por
geossintéticos em solos colapsíveis
PÁG. 49 #13 | Aterro estaqueado com geossintéticos é tema de pesquisa
PÁG. 52 #14 | Doutorado no ITA aprimora dimensionamento de colunas granulares
PÁG. 56 #15 | Geogrelhas sujeitas a esforços de arrancamento
PÁG. 61 #16 | Muros reforçados com resíduos de construção
PÁG. 66 #17 | Construção de aterros sobre solos moles
PÁG. 72 #18 | Encontro de pontes sobre solos moles é tema de pesquisas
PÁG. 77 #19 | Estudo da deformação de compatibilidade do reforço em aterros
sobre solos moles
PÁG. 82 #20 | Em 15 anos, pesquisa elevou patamar dos geossintéticos no país
PÁG. 86 #21 | Colunas Ringtrac é tema de pesquisa de doutorado na COPPE
PÁG. 91 #22 | Pesquisa no ita estuda comportamento de aterros reforçados
sobre solos moles
PÁG. 96 #23 | Programa da UENF estuda os geossintéticos há mais de 10 anos
PÁG. 101 #24 | Durabilidade dos geossintéticos é tema de mestrado no CEFET-MG
PÁG. 105 #25 | Pesquisa comprova mecanismo de reforço do HaTelit® C em
pavimentos asfálticos
PÁG. 111 #26 | HUESKER aposta na expansão da área de engenharia hidráulica
PÁG. 116 #27 | Pesquisa vencedora do Prêmio Estudante IGS Brasil monitora muro
de solo reforçado com geogrelhas
PÁG. 121 #28 | Pesquisa de graduação utiliza geogrelha HaTelit® no estudo sobre
reflexão de trincas em camadas asfálticas
PÁG. 126 #29 | Pesquisa apresenta tubos de geotêxtil como opção mais eficaz no
desaguamento de rejeitos de mineração
4
PÁG. 132 #30 | Estudo apresenta alternativa com geossintético para a proteção de
taludes contra erosões
PÁG. 138 #31 | Pesquisa realiza análise numérica tridimensional de um aterro
experimental sobre colunas granulares
PÁG. 144 #32 | Pesquisa tem base na análise do comportamento durante a
construção de uma estrutura de contenção portante
PÁG. 149 #33 | Engenheiro foi vencedor de prêmio conferido pela ABMS ao autor da
melhor tese de doutorado em Geotecnia em 2015/2016
PÁG. 155 #34 | Tese avalia fatores que influenciam o desempenho de estradas não
pavimentadas construídas sobre solos fracos, reforçadas com
geossintéticos
PÁG. 161 #35 | Tese avalia importantes parâmetros de desempenho em longo prazo
de soluções com geossintéticos aplicadas em obras hidráulicas
PÁG. 167 #36 | Avanços tecnológicos para remediação de áreas contaminadas
PÁG. 173 #37 A importância das empresas para o desenvolvimento da ciência no Brasil
#38
PÁG. 181 #39 | Tese de doutorado foi vencedora do prêmio conferido pela ABMS no
Cobramseg 2018
PÁG. 187 #40 | Programa de incentivo à pesquisa apoiado pela HUESKER contribui
para o desenvolvimento da ciência
 APRESENTAÇÃO

Para celebrar os 20 anos de atuação no país

e para comemorar os 10 anos do Reforçando
Ideias, a HUESKER criou esta coletânea especial,
com todas as pesquisas científicas e artigos
acadêmicos divulgados nas 40 edições do
informativo ao longo da década.
Nesta leitura, você terá acesso a algumas das
mais importantes pesquisas desenvolvidas,
em todos os níveis de ensino superior, além
de conferir artigos especiais sobre assuntos
relacionados aos geossintéticos, desenvolvidos
com a colaboração de renomados especialistas.
Ao intercalar matérias e entrevistas, este ebook
levará você ao conhecimento de profissionais
que o contribuíram e contribuem a cada dia com
o desenvolvimento de novas tecnologias que
beneficiam a sociedade e o progresso da ciência.
6
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #01
PESQUISA PREMIADA
SOBRE FERROVIAS
Dentre os quatro mil trabalhos científicos desenvolvidos no Brasil, a tese sobre
geossintéticos, realizada na UnB, recebeu o prêmio Ciência & Inovação do CNPq/MCT
“Comportamento de estruturas de pavi-
mentos ferroviários com utilização de solos
finos e resíduos de mineração de ferro as-
sociados a geossintéticos.” Esse foi o título
da tese de doutorado do professor Gilberto
Fernandes, da Universidade Federal de Ouro
ÍNDICE Preto (UFOP), no programa de Pós-gradua-
TÍTULO: COMPORTAMENTO DE ESTRUTURAS
DE PAVIMENTOS FERROVIÁRIOS COM
UTILIZAÇÃO DE SOLOS FINOS E RESÍDUOS
DE MINERAÇÃO DE FERRO ASSOCIADOS A
GEOSSINTÉTICOS
AUTOR: GILBERTO FERNANDES
INSTITUIÇÃO: UNB
ORIENTADOR: ENNIO MARQUES PALMEIRA
ção de Geotecnia da Faculdade de Tecnolo-
gia da Universidade de Brasília – UnB.
A pesquisa, orientada pelo professor Dr. En-
nio Marques Palmeira, da UnB, teve como
objetivo estudar o aproveitamento de mate-
riais considerados ruins na superestrutura
ferroviária, tais como solos finos e resídu-
7
 os de minério, reforçados com geossintéti-
cos. Uma das etapas da pesquisa consistiu
na construção e no acompanhamento de
um trecho experimental da Estrada de Fer-
ro Vitória-Minas, da Companhia Vale do Rio
Doce, subdividido em sete seções-teste,
concebidas para comparar o desempenho
dos materiais normalmente utilizados com
o dos novos materiais propostos. “O tra-
balho científico utilizou material de rejeito
como sublastro da ferrovia. Esse material,
que é descartado pela Vale do Rio Doce, pode
substituir materiais que seriam retirados na
natureza, auxiliando, assim, na preservação
do meio ambiente”, ressalta o professor En-
nio Palmeira.
ÍNDICE
A geogrelha utilizada na pesquisa foi o For-
trac T, com módulo rigidez de curto pra-
zo superior a 650 kN/m nas duas direções
principais, fornecido pela Huesker.
Após 600 dias de monitoramento, o trecho
executado com mistura de resíduo no su-
blastro e reforçado com a geogrelha apre-
sentou a menor deformação residual acu-
mulada, inferior à deformação medida no
trecho executado com materiais conven-
cionais. Foi concluído que, de forma geral,
o desempenho das seções-teste dos pavi-
mentos ferroviários com solos finos e resí-
duos de minério de ferro e escória de acia-
ria, associados a geossintéticos, foi positivo
e autoriza o emprego desses materiais na
8
 pavimentação ferroviária, com segurança e boa
qualidade técnica. “O geossintético é uma ex-
celente opção de reforço de lastro e sublastro
ferroviário, permitindo a redução de espessura
dessas camadas estruturais nobres, de alto va-
lor agregado”, explica Gilberto Fernandes. “Além
disso, a presença do reforço geossintético via-
biliza o uso de materiais de baixo custo e, ao
mesmo tempo, aumenta a vida útil da ferrovia”,
ESSE MATERIAL, QUE É acrescenta Ennio Palmeira.
DESCARTADO PELA VALE DO Como reconhecimento pelo trabalho, a Asso-
RIO DOCE, PODE SUBSTITUIR ciação Brasileira de Mecânica dos Solos e Enge-
MATERIAIS QUE SERIAM nharia Geotécnica (ABMS) elegeu essa pesqui-
RETIRADOS NA NATUREZA, sa como a melhor tese de doutorado do Brasil,
AUXILIANDO, ASSIM, NA
no biênio 2005-2007, conferindo ao pesquisa-
PRESERVAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE.” dor o prêmio “Costa Nunes”. Essa mesma tese
também foi agraciada com o prêmio Ciência &
Ennio Palmeira,
PROFESSOR
Inovação do Conselho Nacional de Desenvolvi-
mento Científico e Tecnológico – Ministério da
ÍNDICE Ciência e Tecnologia (CNPq/MCT).
9
 PESQUISA NA ÍNTEGRA
PESQUISA SOBRE FLUÊNCIA
CONFINADA QUEBRA PARADIGMA
“Deformações Dependentes do Tempo em
Muros de Solo Reforçado com Geotêxteis”.
Esse foi o título da tese de doutorado da pes-
quisadora Carina Maia Lins Costa, defendida
em 2004, na Escola de Engenharia de São
Carlos (EESC), da Universidade de São Pau-
lo (USP). O objetivo geral da tese foi estu-
dar as deformações dependentes do tempo
ÍNDICE em materiais geotêxteis, considerando pos-
#02
TÍTULO: DEFORMAÇÕES DEPENDENTES DO
TEMPO EM MUROS DE SOLO REFORÇADO
COM GEOTÊXTEIS
AUTOR: CARINA MAIA LINS COSTA
INSTITUIÇÃO: USP/ EESC
ORIENTADOR: BENEDITO BUENO
síveis interações com o solo confinante. A
pesquisa foi realizada para desmistificar a
idéia de que, quando o geotêxtil está confi-
nado dentro do solo, a sua fluência é reduzi-
da ou até mesmo eliminada.
Além de extensa revisão bibliográfica, Cari-
na Costa realizou uma série de ensaios de
laboratório na USP/ EESC e de modelos em
centrífuga na Universidade do Colorado, em
10
 Boulder, nos Estados Unidos.
Em São Carlos, desenvolveu um equipamento pioneiro no Brasil: uma
caixa que permite a colocação de camadas de solo e geotêxtil, com pa-
redes verticais móveis, presas apenas ao geotêxtil. Uma carga vertical é
aplicada ao solo, que tende a deformar-se horizontalmente, sendo res-
tringido pelo geotêxtil. Essa carga vertical é mantida por várias horas
e, ao longo do tempo, são medidos os deslocamentos horizontais e a
carga que chega ao geotêxtil. A grande vantagem desse equipamento é
simular as condições de carregamento em campo, onde o solo tende a
se deformar e é o geossintético que vai tentar impedir essa deformação.
Ao contrário de trabalhos anteriores, a tese concluiu que a presença de
areia confinando o reforço não provoca restrição da fluência do geotêxtil
submetido a um carregamento constante.

“FOI POSSÍVEL CONSTATAR QUE A INTERFERÊNCIA DA TENDÊNCIA À

FLUÊNCIA DO SOLO CONFINANTE NA FLUÊNCIA DO REFORÇO NÃO
OCORRE, NECESSARIAMENTE, COMO DESCRITO NA LITERATURA”,
explica Carina, que em seus ensaios utilizou um geotêxtil tecido de
polipropileno e areia.
ÍNDICE
11
 Para confirmar os resultados obtidos em
laboratório, a pesquisadora construiu uma
série de modelos de muros de solo refor-
çado para serem ensaiados em centrífuga.
A aceleração aplicada em cada ensaio foi
mantida por várias horas, sendo que as de-
formações medidas foram coerentes com
as propriedades de fluência não-confinada
dos geossintéticos utilizados nos modelos.
A pesquisadora diz que, de certa forma,
conseguiu quebrar paradigmas, pois os re-
sultados mostraram situações em que a
fluência do reforço foi significativa, mesmo
com o confinamento do solo.
De acordo com Benedito Bueno, professor
ÍNDICE
doutor da USP/ EESC e orientador da pes-
quisa, a tese é muito rica em discussões.
Além disso, o orientador afirma que algu-
mas idéias presentes na literatura técnica
sobre fluência de geossintéticos devem ser
revistas. “Exemplo disso é a afirmação de
que, se o solo confinante apresenta menor
tendência para mostrar deformações ao
longo do tempo, em relação ao geossinté-
tico, o solo irá restringir a fluência do refor-
ço. A interferência da tendência à fluência
do solo confinante na fluência do reforço
não ocorre necessariamente dessa forma e
deve ser analisada de maneira mais abran-
gente.”
12
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #03
PESQUISA MONITORA MURO DE SOLO
REFORÇADO COM GEOGRELHAS
‘Comportamento de um muro de solo refor-
çado com solos finos tropicais’ foi o título
da tese de doutorado do engenheiro Mario
Vicente Riccio Filho. O estudo, concluído na
COPPE/UFRJ, no ano passado, consistiu em
monitorar um muro de solo reforçado com
geogrelhas que utilizasse solos tropicais com
alta porcentagem de finos (54% do material
ÍNDICE passa na peneira #200), com face constitu-
TÍTULO: COMPORTAMENTO DE UM
MURO DE SOLO REFORÇADO COM
SOLOS FINOS TROPICAIS
AUTOR: MARIO VICENTE RICCIO FILHO
INSTITUIÇÃO: COPPE/UFRJ
ORIENTADOR: MAURICIO EHRLICH
ída por blocos pré-moldados de concreto. A
pesquisa foi realizada na obra de interliga-
ção das rodovias Dutra e Carvalho Pinto, da
Dersa, executada pela Construtura Andrade
Gutierrez, em São José dos Campos.
Os materiais utilizados na execução do muro
e na pesquisa foram os blocos Terrae W e
as geogrelhas Fortrac 35/20-20 e Fortrac
55/30-20.
13
 Foram monitorados os deslocamentos internos e externos
da estrutura e as tensões na fundação, nas geogrelhas e na
face. Além disso, foram feitas medidas de sucção na massa
de solo.

“EM TERMOS DE MONITORAÇÃO, FOI PROJETADO UM EQUIPAMENTO RESISTENTE

AOS ESFORÇOS DE COMPACTAÇÃO E À UMIDADE QUE PERMITE A LEITURA DAS
TRAÇÕES ATUANTES NOS REFORÇOS COM ACURÁCIA.”
Mario Vicente Riccio Filho,
ENGENHEIRO

As principais conclusões da pesquisa, segundo Riccio, foram

que a face em blocos absorve parte das trações que atua-
riam na geogrelha; que a geogrelha durante a compactação
é submetida a um pico de tração e que parte desta perma-
nece após a conclusão da obra; que o muro de solo reforça-
do tem comportamento similar ao de um maciço monolíti-
co, com tensões não uniformes na fundação; que a sucção
do solo altera a tração atuante no reforço e que os maiores
ÍNDICE deslocamentos horizontais ocorrem próximos à face.
14
 EMPREGO DE GEOGRELHAS DE ELEVADA RIGIDEZ À TRAÇÃO

Sobre a contribuição da pesquisa para o desenvolvimento da tecnolo-

gia do emprego de geossintéticos, foi possível observar que, para as
solicitações impostas (compactação eficiente) e o tipo de solo empre-
gado (solo fino tropical), a utilização de geogrelhas de elevada rigidez,
conectadas à face em blocos, restringe os deslocamentos horizontais
durante a compactação, melhorando o comportamento do composto
solo-reforço.
Observou-se ainda que, para o tipo de muro estudado, os solos sa-
prolíticos tropicais compactados na umidade ótima, ou ligeiramente
abaixo, apresentam características mecânicas adequadas. “Realmen-
te os resultados mostraram que a utilização desse tipo de solo conduz
a um excelente comportamento mecânico. Em muitos casos pode-se
utilizar o solo proveniente do próprio deslizamento, se for o caso, evi-
tando a necessidade de se buscar solos arenosos em outros locais,
muitas vezes distantes”, explica.

ÍNDICE
15
 PRÊMIO DIRCEU DE ALENCAR VELLOSO

O desenvolvimento de equipamentos para monitorar o comportamen-

to de um muro de solo, além das conclusões relevantes da pesquisa,
renderam a Mario Riccio o Prêmio Dirceu de Alencar Velloso, da Asso-
ciação de Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ). Para o
orientador da pesquisa, o professor da COPPE/UFRJ, Mauricio Ehrlich,
a monitoração da obra foi de elevado padrão e permitiu obter infor-
mações até então indisponíveis. “A monitoração afiançou as grandes
vantagens técnicas e econômicas do emprego de muros de solos re-
forçados com geogrelhas como estruturas de contenção. Ficou de-
monstrado que esse tipo de obra tem grande facilidade executiva e
excelente desempenho técnico/econômico.”
A pesquisa contou com o apoio da Fundação José Bonifácio-UFRJ, do
CNPq, da Dersa, da Construtora Andrade Gutierrez e da Huesker.

ÍNDICE
16
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #04
TESE ESTUDA O COMPORTAMENTO
DE UM MURO DE SOLO REFORÇADO
“Comportamento de geogrelhas em muro de
solo reforçado e em ensaios de arrancamen-
to” foi o tema da tese de doutorado do Enge-
nheiro Civil Leonardo De Bona Becker, atual-
mente Professor da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ). A tese, defendida em
2006, na Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro (PUC–Rio), consistiu no estu-
ÍNDICE do do comportamento de um muro de solo
TÍTULO: COMPORTAMENTO DE
GEOGRELHAS EM MURO DE SOLO
REFORÇADO E EM ENSAIOS DE
ARRANCAMENTO
AUTOR: LEONARDO DE BONA BECKER
INSTITUIÇÃO: PUC-RIO
ORIENTADORA: ANNA LAURA NUNES
reforçado, com 5 metros de altura e 1.700
metros de extensão, construído como parte
do dique que compõe o Depósito de Resídu-
os de Bauxita 7 (DRB#7), da Alcoa Alumínio
S.A., em Poços de Caldas – MG. Nesse muro,
concluido em 2002, foram empregados um
solo residual silto-argiloso, obtido no local, e
geogrelhas de PVA, que é quimicamente re-
sistente ao material a ser depositado (soda
17
 cáustica com PH superior a 12).
A pesquisa envolveu ainda a execução de
um aterro experimental para ensaios de ar-
rancamento e o desenvolvimento de siste-
mas de instrumentação para medir os des-
locamentos horizontais e verticais durante
a construção do muro.
A pesquisa teve como objetivos principais:
observar a interação entre o solo fino e as
geogrelhas empregados na construção do
muro de solo reforçado do DRB#7; estudar
os mecanismos que controlam a mobiliza-
ção da resistência ao arranchamento das
geogrelhas inseridas em solos finos - espe-
cialmente os efeitos da tensão do confina-
mento, rigidez e teor de umidade de com-
pactação; e avaliar o desempenho de um
ÍNDICE
muro reforçado, no que tange à mobilização
da resistência das geogrelhas e ao desen-
volvimento de deformações durante a cons-
trução.
Segundo Becker, as previsões numéricas da
construção do muro e dos ensaios de arran-
camento apresentaram boa concordância
com os resultados medidos em campo. A
pesquisa constatou ainda que a resistên-
cia ao arrancamento medida foi superior às
previsões baseadas em formulações tra-
dicionais da literatura. “O desempenho do
solo fino silto-argiloso reforçado foi exce-
lente, corroborando a experiência nacional e
contradizendo algumas referências de paí-
ses do hemisfério norte, que tratam os solos
finos como indesejáveis”, explica.
18
 DESAFIOS E BENEFÍCIOS NO EMPREGO DE GEOSSINTÉTICOS

A construção do dique para o Depósito de Resíduos de Bauxita apre-

sentava uma dificuldade, pois ele estava localizado próximo a um cór-
rego. Segundo Becker, a solução em aterro compactado sem reforço
em taludes suaves não era viável devido à limitação com espaço. “A
idéia de compor a parte superior do dique com um muro de solo refor-
çado permitiu significativos acréscimos de altura e capacidade, sem
afetar o córrego”, completa.
Sobre a contribuição de sua pesquisa para o desenvolvimento de
tecnologias no emprego de geossintéticos, o engenheiro afirma que
os ensaios de arrancamento no campo e a instrumentação permiti-
ram conhecer o comportamento da obra, comprovar as premissas de
projeto e aferir os níveis de segurança. Além disso, Becker destacou
a possibilidade de realizar os futuros projetos de forma mais econô-
mica, inclusive ampliando as alturas de muro. “Quanto mais conheci-
mento tivermos sobre obras instrumentadas e devidamente analisa-
das, como essa, mais confiantes estaremos a respeito da segurança
e da racionalidade de nossos projetos, e poderemos prever melhor os
ÍNDICE desempenhos.”
19
 PESQUISA CONTRIBUI PARA A REALIZAÇÃO DE OBRAS
MAIS ECONÔMICAS

Para a Professora Anna Laura Nunes, da COPPE-UFRJ, a pesquisa é

inovadora e subsidia avanços tecnológicos na área de reforço de solos
com geossintéticos. Segundo ela, o estudo tem várias características
incomuns. Trata-se de um projeto desenvolvido com a participação de
duas universidades, PUC-Rio e COPPE-UFRJ, e quatro empresas pri-
vadas, Alcoa, LPS Engenharia, Construtora Etapa e Huesker, esta últi-
ma com participação ativa por meio de apoio financeiro e técnico para
o projeto.

“A PARTE EXPERIMENTAL DE CAMPO FOI TOTALMENTE DESENVOLVIDA NO

CANTEIRO DE OBRAS DO LAGO 7 DA ALCOA, EM POÇOS DE CALDAS (MG), AO LONGO
DE SEIS MESES. AS DIFICULDADES E COMPLEXIDADES FORAM MUITAS, TODAS
INERENTES A UM PROJETO DE PESQUISA REALIZADO NO MEIO DE UM IMENSO
CANTEIRO DE OBRAS.”
Alberto Sayão,
ÍNDICE
PROFESSOR
20
 “A experiência inédita, na Alcoa, foi muito importante para a reprodu-
ção exata dos processos construtivos da obra nas várias etapas da
pesquisa.
Por outro lado, o sucesso da empreitada mostrou ser possível a com-
binação entre pesquisa e prática geotécnica, com a colaboração das
empreiteiras”, acrescenta.
“A pesquisa objetivou, principalmente, o maior conhecimento do com-
portamento das estruturas de solo reforçado nas condições tropicais
típicas do nosso país, para, desta forma, contribuir para a realização
de obras mais econômicas, além de expandir as aplicações e os usos
dos solos reforçados com geossintéticos, especialmente geogrelhas”,
explica a Prof. Anna Laura.

ÍNDICE
21
 PESQUISAS NA ÍNTEGRA #05

TÍTULO: ESTUDO DO EFEITO TÍTULO: CONTRIBUIÇÃO PARA A ELABORAÇÃO

DE GRELHAS DE REFORÇO NA
RESTAURAÇÃO DE PAVIMENTOS
AUTOR: AISLAN BÜHLER
INSTITUIÇÃO: ITA
ORIENTADOR: RÉGIS MARTINS
RODRIGUES
DE MÉTODO DE PROJETO DE RESTAURAÇÃO DE
PAVIMENTOS ASFÁLTICOS UTILIZANDO GEOSSINTÉTICOS
EM SISTEMAS ANTI-REFLEXÃO DE TRINCAS
AUTOR: GUILLERMO MONTESTRUQUE
INSTITUIÇÃO: ITA
ORIENTADOR: RÉGIS MARTINS RODRIGUES

PESQUISAS ESTUDAM A RESTAURAÇÃO DE

PAVIMENTOS ASFÁLTICOS COM GEOSSINTÉTICOS
“Contribuição para a elaboração de méto-
do de projeto de restauração de pavimen-
tos asfálticos utilizando geossintéticos em
sistemas antirreflexão de trincas (2002)” e
“Estudo do efeito de grelhas de reforço na
restauração de pavimentos (2007)” foram os
temas das teses de doutorado dos Engenhei-
ros Guillermo Montestruque e Aislan Bühler,
ÍNDICE respectivamente, ambas orientadas pelo
Prof. Dr. Régis Martins Rodrigues, do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O objetivo
das pesquisas foi contribuir para a elabora-
ção de método de projeto de restauração de
pavimentos asfálticos trincados, utilizando
camadas intermediárias de geossintéticos.
Na pesquisa de Guillermo Montestruque, fo-
ram realizados em laboratório ensaios dinâ-
micos de fadiga em vigotas prismáticas de
22

AS GEOGRELHAS ENSAIADAS
BLOQUEIAM A PROPAGAÇÃO
DA TRINCA ORIGINAL,
FAZENDO COM QUE
MICROFISSURAS DE MENOR
SEVERIDADE ESPALHADAS
ALEATORIAMENTE NA MASSA
ASFÁLTICA APAREÇAM,
DECORRENTES DO PROCESSO
DE FADIGA DE MISTURA.”
Guillermo Montestruque,
ÍNDICE ENGENHEIRO
concreto asfáltico, concebidas de modo a simular um pavimento
trincado que tivesse sido restaurado. Foram comparadas vigas, com
e sem a inclusão de geossintéticos, submetidas a carregamentos
cíclicos cisalhantes e de flexão.
Segundo o pesquisador, a geogrelha atua como uma camada inter-
mediária de absorção de parte das tensões (Sistema de Reforço),
enquanto o geotêxtil impregnado com asfalto constitui uma cama-
da de desvio de trincas (Sistema de Alívio). “Para o caso de geogre-
lhas, o padrão de trincamento é totalmente diferente e isso pode ser
visualmente observado nos corpos de prova ensaiados e comprova-
do nas simulações numéricas efetuadas”, acrescenta Montestru-
que, que utilizou em sua pesquisa geogrelhas de poliálcool vinílico
(PVA) e de poliéster (PET), com excelentes resultados. “As geogre-
lhas ensaiadas bloqueiam a propagação da trinca original, fazendo
com que microfissuras de menor severidade espalhadas aleatoria-
mente na massa asfáltica apareçam, decorrentes do processo de
fadiga de mistura”.
O pesquisador Aislan Bühler também realizou em laboratório ensaios
dinâmicos semelhantes, com carregamentos cisalhantes, situação
considerada mais crítica. No seu estudo, foram testados, além dos
23
 geossintéticos já utilizados na pesquisa an-
terior, um geocomposto e uma geogrelha de
fibra de vidro.
Os melhores resultados foram obtidos para
as vigas reforçadas com geogrelhas de PVA
e de PET, nessa ordem, sendo que o desem-
penho das vigas reforçadas com geossinté-
ticos de fibra de vidro foi muito inferior, em
função da baixa resistência à fadiga desses
materiais. “Nestes testes, as grelhas de fi-
bra de vidro foram submetidas a esforços
repetidos e devido às características desse
material seus resultados foram ruins, com a
ruptura do material no final do ensaio”, ob-
servou Aislan, acrescentando ainda que as
grelhas poliméricas (PVA e PET) mantiveram
sua integridade em todos os testes. “O ótimo
desempenho das geogrelhas poliméricas no
combate ao trincamento por reflexão com-
ÍNDICE
prova que a seleção da grelha não depende
apenas da rigidez do material e sim da resis-
tência mobilizada contra o arrancamento na
vizinhança (da trinca) da camada asfáltica”,
conclui.
Para o Prof. Régis Rodrigues, esses trabalhos
ajudaram a compreender o mecanismo de
funcionamento das camadas intermediárias
de geossintéticos em revestimentos asfálti-
cos e a quantificar os benefícios esperados.
“Esse tipo de estudo é muito importante para
a coleta de dados que possam ser utilizados
em projetos de restauração de pavimentos”,
acrescentou.
As pesquisas foram financiadas pela FAPESP
e contaram com o apoio da Huesker, que
forneceu as geogrelhas de PVA e de poliés-
ter (tipo HaTelit ) utilizadas em todos os en-
saios.
24
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #06
DISSERTAÇÃO SOBRE
DESSECAGEM DE LODO EM ETA
“Análise laboratorial do desaguamento do
lodo residual de estação de tratamento de
água por meio de geossintéticos” foi o tema
da dissertação de mestrado do Engenheiro
Eduardo Andrade Guanaes, orientada pela
professora Denise Urashima, para o Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais – CEFET MG. Segundo o engenheiro,
ÍNDICE no Brasil, é comum a ausência do tratamen-
TÍTULO: ANÁLISE LABORATORIAL DO
DESAGUAMENTO DO LODO RESIDUAL DE
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA POR
MEIO DE GEOSSINTÉTICOS
AUTOR: EDUARDO ANDRADE GUANAES
INSTITUIÇÃO: CEFET MG
ORIENTADORA: DENISE URASHIMA
to das águas de lavagem dos filtros e des-
carga dos decantadores das ETA’s, ou seja,
do lodo proveniente do processo de potabili-
zação da água.
Apesar de restrições legais para o seu lança-
mento na natureza, os resíduos são muitas
vezes jogados no próprio corpo hídrico, onde
a captação é feita, acarretando em uma sé-
rie de impactos ambientais, como aumento
25
 de turbidez e sólidos nos cursos d’água, além
de assoreamento e erosão. “A motivação da
pesquisa não foi só o desafio e a contribui-
ção ambiental, mas também a compreensão
dessa nova técnica, possibilitando uma con-
tribuição aos estudos”, explica Eduardo.
Avaliar em laboratório a eficiência de filtra-
ção e infiltração de distintos geossintéticos,
a eficiência de dessecagem do lodo e con-
sequente redução de volume após condicio-
namento químico, simulando condições de
campo, foi o objetivo principal da tese. Além
disso, contribuir para estudos de uma nova
tecnologia construtiva, realizar a caracteri-
zação física e química do lodo da ETA Gua-
ÍNDICE
nhães (MG), analisar e determinar a eficiên-
cia de dessecagem do lodo por meio do uso
de diferentes aditivos poliméricos catiônicos
disponíveis, para o condicionamento quími-
co do lodo, verificar a eficiência de filtração e
infiltração dos geossintéticos envolvidos, em
condições reais, além de verificar a adequa-
ção e concepção do método em estudo, para
compreendê-lo e otimizá-lo, completaram o
foco da pesquisa.
A tese concluiu que a indicação do geossin-
tético mais adequado para a dessecagem de
lodos de ETA requer estudo detalhado das
propriedades funcionais, requerida e índice,
frente ao lodo. Constatou também que as
26

O PRESENTE TRABALHO VEM
CONTRIBUIR PARA O ESTUDO
DO COMPORTAMENTO DE
UMA NOVA TECNOLOGIA
CONSTRUTIVA, POR MEIO DO
EMPREGO DE GEOSSINTÉTICOS,
QUE PERMITE A DESSECAGEM
E A REDUÇÃO DO VOLUME DE
LODO GERADO EM ETA’S.”
Eduardo Andrade Guanaes,
ENGENHEIRO
ÍNDICE
eficiências de filtração, dessecagem e infiltração, de-
pendem, além do geossintético empregado na confec-
ção do sistema de dessecagem e das condições iniciais
do lodo.
“Como visto nesse trabalho, a técnica de dessecagem
por bolsas/tubos têxteis tem a possibilidade de ser
aplicada em diferentes tipos de materiais com distin-
tas composições, e a sua viabilidade econômica e con-
tribuição ambiental são indiscutíveis em vários casos”,
explica Eduardo, que completa: “Como conclusão, po-
de-se afirmar que bolsas de geossintéticos podem ser
utilizadas em processos de dessecagem de lodos de
descargas de limpeza de decantadores de ETA’s, como
sistema único ou melhoria do sistema já existente, a fim
de aumentar o percentual de sólidos, diminuindo o vo-
lume do resíduo, o que traz economia no transporte e na
disposição final.”
27
 SOBRE A PESQUISA

No estudo, o desempenho de sistemas de dessecagem de resíduos pelo

emprego de geossintéticos foi avaliado por meio de ensaios laborato-
riais, cone e bolsa com enchimento pressurizado para lodos gerados na
descarga de decantadores de ETA’s. Os principais parâmetros analisa-
dos durante as campanhas laboratoriais foram o condicionamento quí-
mico, a eficiência de filtração, de dessecagem e de infiltração, segundo
formulações propostas por Moo-Young e Tucker (2002), Moo-Young et
al. (2002) e Muthukumaran e Ilamparuthi (2006) respectivamente, a
variação da umidade do lodo, vazão de dessecagem ao longo do tempo,
pH e turbidez do filtrado.
“Diante dessa temática, o presente trabalho vem contribuir para o es-
tudo do comportamento de uma nova tecnologia construtiva, por meio
do emprego de geossintéticos, que permite a dessecagem e a redução
do volume de lodo gerado em ETA’s”, acrescenta Eduardo.
Para a Professora e orientadora Denise, “a técnica de desaguamento é
um método promissor para a melhoria da qualidade ambiental e desti-
nação das águas residuais provenientes das estações e indústrias”.
ÍNDICE
28
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #07
TESE ESTUDA INFLUÊNCIA DA COMPACTAÇÃO
EM MUROS DE SOLO REFORÇADO COM A
UTILIZAÇÃO DE MODELOS FÍSICOS
“Estudo da Influência da Compactação em
Muros de Solo Reforçado com a Utilização de
Modelos Físicos” foi o tema da tese de dou-
torado do engenheiro civil Robson Palhas
Saramago, concluída pela COPPE/UFRJ, em
2002. O objetivo foi estudar a influência da
ÍNDICE compactação no comportamento de muros
TÍTULO: ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA
COMPACTAÇÃO EM MUROS DE SOLO
REFORÇADO COM UTILIZAÇÃO DE MODELOS
FÍSICOS
AUTOR: ROBSON PALHAS SARAMAGO
INSTITUIÇÃO: COPPE/UFRJ
ORIENTADOR: MAURÍCIO EHRLICH
de solo reforçado. Verificou-se, nos estudos
realizados, que a tensão vertical induzida
pelo compactador é determinante no esfor-
ço de tração desenvolvido nos reforços.
De acordo com Robson, foi constatado no
trabalho que, como descrito por Ehrlich e Mi-
tchell (1995), a compactação pode ser con-
29
 siderada um tipo de ‘pré-consolidação’. “O
efeito da compactação não se limita à redu-
ção do índice de vazios, mas propicia, tam-
bém, um aumento das tensões horizontais
no interior da massa de solo reforçada, ge-
rando um material pré-tensionado”, explica.
Os ensaios foram realizados no Laboratório
de Modelos Físicos, construído em anexo ao
Laboratório de Geotecnia da COPPE/UFRJ.
Segundo Robson, foram montados cinco
modelos físicos de muros de solo reforça-
do, sendo monitorados as tensões desen-
volvidas ao longo dos reforços e os desloca-
mentos horizontais internos e da face dos
muros. Os deslocamentos verticais do topo
ÍNDICE
do solo arrimado foram obtidos por meio de
um medidor de coluna de mercúrio. O solo
utilizado nas construções dos modelos foi
um quartzo moído bem graduado e o refor-
ço, uma geogrelha flexível de poliéster for-
necida pela Huesker (Fortrac 80/30-20). Em
todas as montagens, foi utilizada uma face
de blocos pré-moldados (Terrae W).
As tensões verticais induzidas pelos com-
pactadores foram obtidas com o auxílio de
acelerômetros e osciloscópios digitais. Foi
possível, com tal aparato, repetirem-se os
ensaios realizados por D’Appolonia et al
(1969), constatando-se, entre outras coi-
sas, a influência da rigidez da camada de
30
 solo sobre a aceleração do compactador e
as tensões verticais induzidas por cada tipo
de compactador (placa e sapo). “Células de
carga acopladas nos reforços e a um siste-
ma de aquisição de dados, forneceram as
tensões que se desenvolviam nesse mate-
rial ao longo dos ensaios”, diz Robson.
De acordo com o engenheiro, entre as diver-
sas conclusões do trabalho, foi constatado
que a tensão vertical induzida pelo compac-
tador é determinante no esforço de tração
desenvolvido nos reforços. Caso a influência
da compactação não seja considerada no
dimensionamento da estrutura reforçada,
pode-se estar contra a segurança, subdi-
ÍNDICE
mensionando os reforços em determinadas
camadas, podendo ocasionar a falência em
determinado nível de reforço.
Também foi possível concluir que os des-
locamentos no muro de solo reforçado, no
período pós-construção, variam inversa-
mente proporcionais à tensão vertical indu-
zida pelo compactador. “Quanto maior for a
tensão vertical induzida pelo compactador,
menores serão os deslocamentos na massa
de solo devido à sobrecarga, após a cons-
trução do muro”, acrescenta Robson.
Para o engenheiro Maurício Ehrlich, orienta-
dor da tese, trata-se de uma tese pioneira.
Segundo ele, foram efetuados estudos em
31
 escala natural de muros de solo reforçado com geogre-
lhas com face de blocos segmentados. Isso sob condi-
ções controladas de laboratório. Desenvolveram-se a
instrumentação e todo o aparato experimental utilizado.
“Ficou demonstrada a importância da compactação no
FICOU DEMONSTRADA comportamento. Evidenciou-se que sua influência não
A IMPORTÂNCIA DA deve ser negligenciada quando da análise e projeto desse
COMPACTAÇÃO NO
tipo de estrutura. As tensões induzidas pela compacta-
COMPORTAMENTO.
EVIDENCIOU-SE QUE SUA ção promovem um acréscimo nas forças mobilizadas nos
INFLUÊNCIA NÃO DEVE SER reforços, além das de origem meramente geostáticas”,
NEGLIGENCIADA QUANDO DA afirma o professor Ehrlich, que completa: “Tal efeito pode
ANÁLISE E PROJETO DESSE ser entendido como uma espécie de protensão da mas-
TIPO DE ESTRUTURA.” sa reforçada e apresenta-se favorável ao comportamen-
Maurício Ehrlich, to global, pois resulta na minimização das deformações
ENGENHEIRO pós-construtivas”.

ÍNDICE
32
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #08
PESQUISA ANALISA ESTABILIDADE DE ATERROS
SOBRE SOLOS MOLES CONSIDERANDO O
TEMPO COMO UM DOS PARÂMETROS
“Análise de Estabilidade à Ruptura Global de
Aterros sobre Solos Moles Reforçados com
Geossintéticos Considerando os Efeitos do
Tempo” é o título da dissertação de mestra-
do do engenheiro André Estêvão Ferreira da
Silva, defendida em 2003, no Instituto Tec-
ÍNDICE nológico de Aeronáutica (ITA), de São José
TÍTULO: ANÁLISE DE ESTABILIDADE À
RUPTURA GLOBAL DE ATERROS SOBRE
SOLOS MOLES REFORÇADOS COM
GEOSSINTÉTICOS CONSIDERANDO OS
EFEITOS DO TEMPO
AUTOR: ANDRÉ ESTÊVÃO SILVA
INSTITUIÇÃO: ITA
ORIENTADORA: DELMA VIDAL
dos Campos, sob orientação da Professo-
ra Delma Vidal. O objetivo da pesquisa foi
apresentar uma sugestão de sequência de
análises não complexas, utilizando ferra-
mentas acessíveis e que certamente trou-
xessem ganhos econômicos para projetos
de aterros sobre solos moles, sem perda de
33
 confiabilidade técnica.
O tema é abordado de forma ampla, sendo
discutida com maior ênfase a análise de es-
tabilidade à ruptura global, foco do trabalho.
“Um procedimento de análise que conside-
re o ganho de resistência do solo de funda-
ção pelo adensamento é proposto. Esse ga-
nho gradativo da resistência não drenada do
solo mole é concatenado com a perda de re-
sistência do reforço sintético pela fluência,
considerando-se assim o efeito do tempo”,
explica André. As análises realizadas pelo
pesquisador indicam que o procedimento
proposto mostrou-se adequado para diver-
sas situações típicas em projetos de aterros
sobre solos moles reforçados com geos-
ÍNDICE
sintéticos. É possível observar que os pa-
râmetros das análises que se alteram com
o tempo, sendo eles o ganho de resistência
do solo mole pelo adensamento e a perda de
resistência do geossintético de reforço pela
fluência, têm grande influência nos resulta-
dos finais de dimensionamentos pelo proce-
dimento proposto, mesmo para períodos de
tempo relativamente curtos.
O trabalho foi desenvolvido a partir de aná-
lises paramétricas, o que possibilitou o de-
senvolvimento do procedimento proposto e
a discussão de suas hipóteses e limitações.
“Para todas as análises são apresentados
resultados de dimensionamento de duas
geogrelhas (uma de filamentos de poliéster
34
 e uma de filamentos de polipropileno) com níveis de suscetibilidade à
fluência distintos, para comparação e análise da importância desse fe-
nômeno”, diz o pesquisador.
Segundo André, a economia em termos da resistência necessária por
parte do reforço, pelo emprego do procedimento proposto, mostrou-se,
em geral, muito significativa. Ele chegou também a uma outra conclu-
são do trabalho, a de que o instante ao longo do período de serviço da
estrutura para o qual deve ser efetuado o dimensionamento de um ater-
ro reforçado sobre solo mole é, em geral, diferente dos instantes inicial
e final.
“O trabalho do André foi pioneiro na discussão da consideração da in-
fluência do processo de adensamento na resistência à tração requerida
do reforço. Permite conscientizar os projetistas sobre os processos de
fluência e seu significado em obras sobre solos moles”, avalia a orienta-
dora Delma Vidal. Ao que ela complementa:

“O ESTUDO DO ANDRÉ APRESENTA UM MÉTODO DE CÁLCULO

ACESSÍVEL AOS PROJETISTAS EM GERAL E DISCUTE SUAS
LIMITAÇÕES, PERMITINDO A APLICAÇÃO PRÁTICA DOS CONCEITOS
DISCUTIDOS NA PRIMEIRA PARTE DO TRABALHO.”
ÍNDICE
35
 #09

ICG NO
HEMISFÉRIO SUL
Brasil sedia a 9ª edição do evento

Pela primeira vez, o principal evento internacional sobre geossintéticos

é realizado em um país do Hemisfério Sul. A 9ª edição da Conferência
Internacional em Geossintéticos (ICG) acontece, de 23 a 27 de maio, no
Brasil.
O ICG teve início no ano de 1977, na França, e já foi realizado em diversos
países do Hemisfério Norte. Para o organizador da primeira edição, Dr.
engenheiro Jean Pierre Giroud, “a evolução da Conferência dá uma boa
indicação sobre a evolução da área de geossintéticos”.
Neste ano, o ICG conta com a presença de 75 expositores, mais de 800
participantes e a publicação de 350 artigos, 173 deles selecionados para
apresentação oral em 28 sessões técnicas. Segundo o Coordenador do

ÍNDICE
36
 Comitê Técnico, Dr. Ennio Marques Palmeira, a maior parte dos traba-
lhos submetidos contempla temas relacionados a Muros e Taludes Re-
forçados, Durabilidade e Aplicações Ambientais.

“ENTRETANTO HÁ OUTROS TÓPICOS ENVOLVENDO A UTILIZAÇÃO

DE GEOSSINTÉTICOS, QUE SÃO OBJETOS DE SESSÕES TÉCNICAS
ESPECÍFICAS”,
completa.

O principal objetivo do ICG, que acontece a cada quatro anos, é propor-

cionar a disseminação de novos conhecimentos por meio da partilha de
experiências.
Nesta edição, a discussão permeia inovações tecnológicas em desen-
volvimento de materiais, métodos de análise e investigação e métodos
construtivos.

ÍNDICE
37
 O ICG NO BRASIL

Em sua 9ª edição, a Conferência Internacional em Geossintéticos acon-

tece no Guarujá, cidade litorânea do Estado de São Paulo cuja principal
atividade econômica é o turismo.
Para o Presidente do Comitê Organizador do evento, Dr. Mauricio Ehrlich, a
realização da conferência no Brasil traz grandes benefícios para o país,
especialmente em função da aceleração da economia brasileira em
2010, que impulsiona o aumento de obras neste ano e nos próximos.
“Há uma grande diversidade de obras acontecendo nos dias de hoje e a
expectativa é de que, em breve, haja muito mais. Nesse contexto, o uso
de geossintéticos está constantemente presente”, afirma ele.
A Secretária Geral do 9º ICG, Dra. Delma Vidal, além de ressaltar a qua-
lidade técnica das diversas atividades do evento, destaca a oportuni-
dade que os participantes da conferência terão de conhecer um pou-
co da diversificada cultura brasileira. “As opções de entretenimento
são muito boas e os participantes, cuja maioria vem de várias partes
do mundo, poderão conhecer um pouco mais das belezas naturais do
Brasil.”
ÍNDICE
38
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #10
ATERROS REFORÇADOS SOBRE
SOLOS MOLES LEVADOS À RUPTURA
É TEMA DE ESTUDO INÉDITO
Sob o título “Comportamento de Aterros Re-
forçados Sobre Solos Moles Levados à Rup-
tura”, a tese de doutorado do engenheiro
e professor da UFSC Henrique Magnani de
Oliveira, defendida em 2006 para a COPPE/
UFRJ, analisa os resultados do monitora-
mento detalhado de deslocamentos e de
ÍNDICE esforços de tração gerados no reforço de
TÍTULO: COMPORTAMENTO DE
ATERROS REFORÇADOS SOBRE
SOLOS MOLES LEVADOS À RUPTURA
AUTOR: HENRIQUE MAGNANI DE
OLIVEIRA
INSTITUIÇÃO: COPPE/UFRJ
ORIENTADOR: MÁRCIO ALMEIDA
três aterros experimentais executados so-
bre fundações em argila mole e alteados até
a ruptura. Dois desses aterros foram refor-
çados na base pelo geossintético Stabilenka
200/45, fornecido pela Huesker, e o terceiro
foi construído sem reforço. Um dos aterros
reforçados também contou com geodrenos
verticais. 39

OS DADOS POSSIBILITARAM A
CONFIRMAÇÃO EXPERIMENTAL
DE ALGUMAS TEORIAS E TAMBÉM
UMA GRANDE MELHORIA NA
COMPREENSÃO DOS FENÔMENOS
ENVOLVIDOS NA GERAÇÃO DE
TRAÇÃO NOS REFORÇOS DE
ATERROS EXECUTADOS SOBRE
SOLOS MOLES.”
Henrique Magnani de Oliveira,
ENGENHEIRO
ÍNDICE
De acordo com Henrique, o objetivo da pesquisa foi ge-
rar dados experimentais para o estudo do mecanismo de
mobilização de tração nos reforços e sua influência na
estabilidade dos aterros sobre solos moles. “Os dados
averiguados durante a elaboração das pesquisas foram
muito abrangentes. Eles possibilitaram a confirmação
experimental de algumas teorias e também uma gran-
de melhoria na compreensão dos fenômenos envolvidos
na geração de tração nos reforços de aterros executados
sobre solos moles”, conclui Henrique.
Uma das confirmações mais interessantes foi a eviden-
te diferença dos mecanismos de ruptura entre os dois
aterros reforçados e o não reforçado. Nos primeiros não
houve ruptura do reforço, apenas da fundação, sendo que
os aterros apresentaram trincas longitudinais na super-
fície, porém sem abatimentos significativos. Para o caso
40
 sem reforço, o aterro e a fundação rompe-
ram bruscamente, de forma conjunta e soli-
dária, apresentando um desnível (“degrau”)
da ordem de 70cm. A exumação de um dos
aterros reforçados confirmou que não houve
ruptura dos reforços. Para a condição cor-
respondente aos trincamentos observados
nos aterros, as deformações nos reforços
ficaram entre 2,4% e 3,0%, longe do limite
de ruptura do geossintético utilizado (10%).
Henrique conclui que o mecanismo deter-
minante na geração de esforços de tração
é o cisalhamento da fundação, que produz
deslocamentos relativos que se propagam
ÍNDICE
até o reforço, gerando deformações de ex-
tensão e, consequentemente, esforços de
tração, proporcionais ao módulo de rigidez
do reforço. Assim, o módulo de rigidez do
reforço influencia diretamente a geração
de esforços de tração e, portanto, o fator de
segurança do aterro.
Segundo Henrique, o que impulsionou o de-
senvolvimento da pesquisa foi a crescente
utilização, no Brasil e no mundo, de reforços
geossintéticos para auxiliar a construção de
aterros sobre solos moles. Some-se a isso
a escassa disponibilidade de dados experi-
mentais obtidos em obras reais instrumen-
41
 tadas levadas à condição última de ruptura, “além da necessidade de
desenvolver métodos capazes de projetar obras mais seguras e mais
econômicas”, completa o autor.

“A TESE DO HENRIQUE FOI UMA IMPORTANTE CONTRIBUIÇÃO AO

RELACIONAR O FATOR DE SEGURANÇA NO ATERRO COM O ESFORÇO
MOBILIZADO NO REFORÇO E COM AS MEDIDAS DE INCLINÔMETRO,
ALÉM DE ANALISAR A INFLUÊNCIA DO REFORÇO”, ressalta o
professor Márcio Almeida, da COPPE/UFRJ, um dos orientadores
do trabalho. Segundo ele, esta é a primeira pesquisa de aterros
experimentais reforçados, realizada no Brasil, em que os esforços
de tração do reforço foram adequadamente medidos.

A tese de doutorado de Henrique Magnani resultou em dois artigos em

revistas internacionais e três artigos em congressos internacionais.

ÍNDICE
42
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #11
GEOSSINTÉTICOS COMO REFORÇO DE
PAVIMENTOS É TEMA DE TESE DO ITA
“Avaliação Estrutural de Pavimento Experi-
mental Reforçado com Geogrelha” é o títu-
lo da tese de mestrado da engenheira Carla
Janaina Ferreira, defendida em 2008 para o
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Sob orientação da professora Delma Vidal, a
pesquisa analisa o comportamento de pavi-
mento reforçado com geogrelha num trecho
ÍNDICE de 390 m da Rodovia Presidente Dutra, sen-
TÍTULO: AVALIAÇÃO ESTRUTURAL
DE PAVIMENTO EXPERIMENTAL
REFORÇADO COM GEOGRELHA
AUTORA: CARLA JANAINA FERREIRA
INSTITUIÇÃO: ITA
ORIENTADOR: DELMA VIDAL
tido São Paulo – Rio de Janeiro, próximo às
cidades de Cachoeira Paulista e Cruzeiro, no
estado de São Paulo.“O trecho experimen-
tal foi construído em uma das rodovias mais
importantes do país, com tráfego superior
a 106, o que levou a um dimensionamento
de pavimento com estruturas espessas. No
caso estudado, a estrutura tinha 90 cm de
espessura”, relata Carla Janaina. Segundo
43
 ela, para permitir a comparação, foram exe-
cutadas três seções distintas, sendo que em
duas a geogrelha foi instalada sob a cama-
da de sub-base e em uma não foi utilizado
qualquer reforço geossintético. Foram uti-
lizadas na pesquisa duas geogrelhas Fornit
da Huesker, com módulos de rigidez nomi-
nais superiores a 400kN/m e 600 kN/m.
A autora realizou a análise estrutural por
meio da retro-análise da bacia de deflexão
determinada por ensaios de viga Benkelman
e FWD (Falling Weigth Deflectometer), ava-
liação que mensura a deflexão em um pavi-
mento com a passagem de uma carga.
“No trecho experimental, foi utilizado ra-
chão como sub-base e, a partir dos resulta-
ÍNDICE
dos obtidos, foi possível verificar que a ge-
ogrelha ocasionou o aumento do módulo de
elasticidade efetivo ‘in situ’ da camada de
rachão e do subleito”, completa ela.
Para a engenheira, a presença do reforço
melhorou significativamente a qualidade da
camada compactada em comparação ao
sistema não reforçado. Essa melhoria pode
ser explicada pela rigidez à tração da geo-
grelha, aliada ao intertravamento da cama-
da de sub-base nas suas aberturas. ”Alguns
autores destacam a influência da geogrelha
na melhora da compactação da camada re-
forçada, entretanto o mecanismo de atua-
ção ainda merece mais estudos.”
Na revisão bibliográfica, observou que gran-
44
 de parte dos estudos sobre o tema encontrados na lite-
ratura aborda pesquisas laboratoriais, sendo poucos os
que simulam as condições reais de campo e avaliam a
condição estrutural do pavimento ao longo de sua vida
útil. “A tese da Carla Janaina foi inovadora nesse sen-
tido, pois propôs a criação de um banco de dados para
a obtenção de parâmetros de dimensionamento, colo-
cando em discussão o processo de dimensionamento
O TRECHO EXPERIMENTAL convencional”, avalia Delma Vidal. A professora também
FOI CONSTRUÍDO EM ressalta, como uma importante contribuição da pesqui-
UMA DAS RODOVIAS MAIS sa, a proposta de um método para projeto, execução e
IMPORTANTES DO PAÍS,
COM TRÁFEGO SUPERIOR
acompanhamento de campo que possibilite avaliação
A 106, O QUE LEVOU A adequada em obras permanentes, para que possam
UM DIMENSIONAMENTO compor um banco de dados nacional.
DE PAVIMENTO COM A partir dos resultados obtidos, Carla Janaina conclui
ESTRUTURAS ESPESSAS.” que, “com o uso da geogrelha, há a possibilidade de
Carla Janaina Ferreira, ganho estrutural em rodovias pavimentadas sujeitas a
ENGENHEIRA tráfego intenso”.

ÍNDICE
45
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #12

TÍTULO: ESTUDO EM LABORATÓRIO E

EM CAMPO DE COLUNAS GRANULARES
ENCAMISADAS COM GEOSSINTÉTICOS
AUTOR: GREGÓRIO LUÍS SILVA ARAÚJO
INSTITUIÇÃO: UNB
ORIENTADOR: ENNIO MARQUES PALMEIRA

TESE INOVA E APRESENTA O USO DE

COLUNAS GRANULARES CONFINADAS POR
GEOSSINTÉTICOS EM SOLOS COLAPSÍVEIS
O estudo garantiu ao autor o Prêmio Costa Nunes, de melhor tese de doutorado em
Geotecnia do país, oferecido pela Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Enge-
nharia Geotécnica (ABMS)

Sob o título “Estudo em laboratório e em torado pela Universidade de Brasília (UnB),

campo de colunas granulares encamisadas em 2009.
com geossintéticos”, o engenheiro Gregório A pesquisa objetivou estudar o comporta-
ÍNDICE Luís Silva Araújo defendeu sua tese de dou- mento de colunas granulares preenchidas
46
 com materiais diversos em solos colapsíveis, típicos de Brasília. Para
tanto, foram realizados ensaios de campo e de laboratório e simulações
numéricas desses elementos.

“OS ENSAIOS FORAM DESENVOLVIDOS COM A PRESENÇA OU NÃO

DE CAMISAS DE GEOSSINTÉTICOS DE ALTA RIGIDEZ ENVOLVENDO
AS COLUNAS GRANULARES, A FIM DE AVALIAR SUA INFLUÊNCIA NO
DESEMPENHO DA SOLUÇÃO”, explica o autor.

Segundo Gregório, para os testes em campo, foram instalados quatro

medidores de deslocamento no topo das colunas, além de uma célula
de carga para avaliar o carregamento aplicado e seis medidores de de-
formações verticais ou horizontais no interior da coluna, colocados a 1,0
m, 2,5 m, 4,5 m e 6,5 m de profundidade. “Com isso, foi possível saber
como as colunas se comportam em termos de deformações internas e
transferência de carga, em resposta ao carregamento aplicado.” Para
encamisamento das colunas de areia e solo-cimento, foi utilizado o ge-
otêxtil tecido Ringtrac com módulo de rigidez de 1.000 kN/m.

ÍNDICE
47
 As colunas de brita foram envolvidas com
geogrelha Fortrac de mesma rigidez. Os ma-
teriais geossintéticos foram fornecidos pela
Huesker, e a empresa Embre Engenharia
executou a escavação para instalar as colu-
nas no campo experimental da Universidade
de Brasília.
Em laboratório, foram desenvolvidos en-
saios triaxiais em amostras consideradas
de grandes dimensões (0,30 m x 0,45 m)
quando comparadas às convencionais (ti-
picamente 0,05 m x 0,1 m). “Essa medida
trouxe grande benefício no sentido de re-
duzir os efeitos de escala. Caso os ensaios
tivessem sido feitos de forma convencional,
seriam necessárias técnicas de modelagem
e similitude bastante complicadas na extra-
polação dos resultados”, esclarece.
ÍNDICE
Para o orientador do estudo, engenheiro Dr.
Ennio Marques Palmeira, a tese foi muito
importante, pois proporcionou melhor com-
preensão do comportamento de colunas
granulares encamisadas com geossintéti-
cos. “A pesquisa foi inovadora ao estudar o
desempenho de colunas granulares enca-
misadas em solos colapsíveis. Em Brasília,
são muito comuns os recalques de aterros
em função de colapso do solo poroso de
fundação, particularmente em encontros
de pontes e viadutos, com registros de re-
calques de até 80 cm em alguns casos”. Ele
ainda enfatiza: “Os resultados obtidos mos-
tram claramente a viabilidade de uso des-
se tipo de solução para a estabilização de
aterros sobre solos com baixa capacidade
de carga”.
48
 PESQUISA NA ÍNTEGRA
ATERRO ESTAQUEADO COM
GEOSSINTÉTICOS É TEMA DE PESQUISA
“Aterro estaqueado reforçado instrumenta-
do sobre solo mole”, foi o tema da tese de
doutorado do Engenheiro Civil Alexandre
Pereira Spotti, orientada pelos professores
Márcio de Souza Soares de Almeida e Maurí-
cio Ehrlich, da COPPE (Instituto Alberto Luiz
Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de
ÍNDICE Engenharia) da Universidade Federal do Rio
#13
TÍTULO: ATERRO ESTAQUEADO
REFORÇADO INSTRUMENTADO
SOBRE SOLO MOLE
AUTOR: ALEXANDRE PEREIRA SPOTTI
INSTITUIÇÃO: COPPE/UFRJ
ORIENTADOR: MÁRCIO DE SOUZA DE
ALMEIDA E MAURÍCIO EHLICH
de Janeiro (UFRJ). O estudo foi desenvolvido
com o objetivo de obter resultados de cam-
po que auxiliassem o aprimoramento desta
metodologia construtiva junto à prática de
engenharia, inclusive aperfeiçoando os pro-
cedimentos de dimensionamento e projeto.
Foram analisados dados do monitoramento
de um aterro experimental reforçado com
49
 geogrelhas sobre capitéis estaqueados,
dentro da área de implantação do SESC/SE-
NAC, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Essa região apresenta solos extremamente
moles, compressíveis e com baixa capacida-
de de carga. A instrumentação incluía me-
didas de deslocamentos verticais, tensões
totais, trações e deformações no reforço. O
objetivo principal foi comparar os valores de
esforços medidos em campo com os valores
de esforços estimados através dos diversos
métodos de dimensionamento propostos na
literatura.
No aterro experimental, foram construí-
das três seções de estudo, em configura-
ção bidimensional (aterro sobre vigas) ou
ÍNDICE
tridimensional (aterro sobre capitéis), com
espaçamento entre elementos de 2,5m ou
3,5m, vencido pela geogrelha de reforço bi-
direcional Fortrac R 200/200-30, fornecida
pela Huesker. Em todos os casos, uma parte
do vão entre apoios foi previamente esca-
vada, simulando a perda do solo de apoio da
geogrelha entre capitéis ou vigas. O ater-
ro compactado atingiu a altura máxima de
1,30m e foi construído utilizando-se um rolo
pé-de-carneiro CA-25. A presença da geo-
grelha possibilitou a passagem desse equi-
pamento pesado, mesmo nos locais onde o
terreno tinha sido escavado. A pequena al-
tura de aterro em relação ao espaçamento
entre capitéis evidenciou uma maior trans-
50
 ferência do carregamento do aterro para o
reforço, devido à menor eficácia do efeito do
arqueamento.
Para o pesquisador, ‘a performance de ater-
ros estaqueados reforçados demonstra que
a camada de reforço contribui para a dis-
tribuição do carregamento proveniente do
aterro para o conjunto capitéis/estacas,
apresentando significativa redução dos re-
calques construtivos quando comparados a
obras de aterros convencionais e/ou aterro
com drenos verticais. Este fato é particular-
mente relevante devido aos menores volu-
mes de aterros utilizados para sua constru-
ção, o que acarreta em um menor impacto
ao meio ambiente’ (sic).
“O uso de aterros estaqueados com geos-
ÍNDICE
sintéticos é mais econômico, quando com-
parados aos aterros estaqueados conven-
cionais, que contam somente com o efeito
do arqueamento do solo. No campo experi-
mental, o aterro construído se assemelhou
com as técnicas holandesas, onde os ater-
ros apresentam alturas restritas”, comenta
o Prof. Márcio Almeida. “O estudo é pioneiro
no Brasil, devido aos condicionantes no solo
da Barra da Tijuca. Tivemos algumas dificul-
dades durante o projeto.
O fato do Spotti ser o engenheiro residen-
te da obra do SENAC permitiu que a execu-
ção do aterro experimental fosse bastante
controlada e, consequentemente, apre-
sentasse desempenho adequado, conclui o
orientador.
51
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #14
DOUTORADO NO ITA APRIMORA
DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS GRANULARES
Analysis of Rheologic Processes in Rational
Design of GEC Systems. Essa foi a tese de
doutorado defendida pela engenheira civil
do Ministério Público do Estado de São Pau-
lo, Caroline Tomazoni Santos.
O trabalho apresenta uma série de soluções
analíticas que formam a base de um mode-
ÍNDICE lo racional de previsão do decurso dos re-
TÍTULO: ANALYSIS OF RHEOLOGIC
PROCESSES IN RATIONAL DESIGN OF
GEC SYSTEMS
AUTOR: CAROLINE TOMAZONI SANTOS
INSTITUIÇÃO: ITA
ORIENTADOR: DELMA VIDAL
calques no tempo em sistemas de colunas
granulares encamisadas (GEC). O desen-
volvimento do processo de adensamento é
abordado de acordo com duas fases cons-
trutivas independentes: a instalação das
colunas e o alteamento do aterro.
Para o orientador do projeto, professor Pau-
lo Ivo Braga de Queiroz, do Instituto Tecno-
52
 lógico de Aeronáutica (ITA), a tese oferece
uma importante contribuição para o projeto
desse tipo de obra, cuja técnica, desenvol-
vida na década de 90, é relativamente nova.
“Na revisão bibliográfica do trabalho, encon-
tramos os métodos de cálculo do van Impe e
do Raithel, pioneiros nos cálculos de projeto
de sistemas de colunas encamisadas.
Mas percebemos que existe ainda muito a
ser desenvolvido, para otimizar o uso das
colunas. O objetivo do trabalho foi justamen-
te melhorar o entendimento dos processos
internos do GEC, desde sua instalação, para
desenvolver melhorias nos cálculos de pro-
jeto. O trabalho conjunto da Huesker com
ÍNDICE
a Möbius foi muito importante para a cria-
ção do GEC, pois possibilitou a construção
de aterros sobre solos moles com controle
ativo de recalques, a um preço muito menor
que o de aterros estaqueados”, explica.
A pesquisa demonstra que o adensamento
deflagrado pela instalação das colunas está
associado ao excesso de poropressões ge-
radas pela cravação do tubo-guia (desloca-
mento do solo) e a sua consequente dissi-
pação. Santos mostra que a concepção da
solução analítica voltada para a previsão
dos efeitos causados pela instalação sobre
o processo de consolidação inclui a deter-
minação do perfil inicial do excesso de poro-
53
 pressões. “Isso requeriu o desenvolvimento de um mo-
delo de expansão de cavidade não drenada com base no
conceito de grandes deformações, e a solução do caso
de deformações livres proposto por Barron (1948)”, ex-
plica Caroline, que conclui: “Já o adensamento resultan-
PERCEBEMOS QUE EXISTE te da aplicação da sobrecarga na superfície foi mode-
AINDA MUITO A SER lada considerando a influência da rigidez das colunas
DESENVOLVIDO, PARA
sobre o processo.
OTIMIZAR O USO DAS
COLUNAS. O OBJETIVO Esta solução foi desenvolvida com base no modelo pro-
DO TRABALHO FOI posto por Han e Ye (2001), adaptado para o sistema de
JUSTAMENTE MELHORAR colunas granulares encamisadas (GEC) através da de-
O ENTENDIMENTO DOS terminação da razão de concentração de cargas, que foi
PROCESSOS INTERNOS.” definida através de um modelo baseado na teoria de pe-
Paulo Ivo Braga de Queiroz, quenas deformações, considerando como condição de
PROFESSOR contorno deformações verticais uniformes”.

ÍNDICE
54
 “Ela desenvolveu uma solução analítica
para o desenvolvimento de poropressões
durante a instalação das colunas; estudou
a dissipação destas poropressões; e ainda
estudou as dissipações das poropressões
durante o alteamento do aterro. Além disso,
a convergência radial das colunas atesta a
existência deste processo de adensamen-
to, que ainda não havia sido discutido na
literatura sobre GEC”, indica Paulo Ivo, que
complementa: “A principal relevância do
trabalho é o desenvolvimento de uma fer-
ÍNDICE
ramenta capaz de avaliar o desempenho do
sistema logo no início da construção. Com a
avaliação do processo de adensamento em
campo, pode-se saber se os recalques de
um aterro rodoviário já estão estabilizados,
o que permite a instalação do pavimento
sem o risco de recalques diferenciais. Com
o trabalho da Caroline, pode-se avaliar o
processo de adensamento antes do altea-
mento do aterro, o que deixa mais tempo
para um planejamento efetivo deste tipo de
obra”.
55
 PESQUISA NA ÍNTEGRA
#15
TÍTULO: ESTUDO DA INTERAÇÃO SOLO-
GEOGRELHA EM TESTES DE ARRANCAMENTO
E A SUA APLICAÇÃO NA ANÁLISE E
DIMENSIONAMENTO DE MACIÇOS
REFORÇADOS
AUTOR: SIDNEI TEIXEIRA
INSTITUIÇÃO: USP/ EESC
ORIENTADOR: BENEDITO DE SOUZA BUENO E
JORGE ZORNBERG

GEOGRELHAS SUJEITAS A
ESFORÇOS DE ARRANCAMENTO
O engenheiro Sidnei Teixeira, atualmente
professor de Mecânica dos Solos da Univer-
sidade Federal do Paraná, em Curitiba, de-
fendeu, em 2003, a tese de doutorado “Es-
tudo da interação solo-geogrelha em testes
de arrancamento e a sua aplicação na análi-
ÍNDICE se e dimensionamento de maciços reforça-
dos”, na Escola de Engenharia de São Carlos
– Universidade de São Paulo.
Sidnei estudou em laboratório, o arranca-
mento de geogrelhas em equipamentos de
pequeno e grande porte, ensaiou diversos
tipos de geogrelhas e solos, desenvolveu um
modelo para representar o comportamento
56
 desses materiais durante o arrancamento e ainda conseguiu propor um
método de dimensionamento para estruturas de solo reforçado inova-
dor, que leva em conta parâmetros de rigidez do reforço e da sua inter-
face com o solo.
Confira a entrevista com o pesquisador:

QUAL O OBJETIVO DA PESQUISA?

Eng. Sidnei - A pesquisa teve o propósito inicial de gerar um banco de
dados com valores de parâmetros de resistência ao arrancamento. No
entanto, com o andamento do estudo, decidimos nos aprofundar no
entendimento dos mecanismos de interação entre solo e geogrelha, a
ponto de desenvolvermos um método útil para o dimensionamento de
estruturas em solo reforçado.

ESSE MODELO PODE SER USADO NO DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS

PARA DETERMINAÇÃO DOS ESFORÇOS DE TRAÇÃO NAS GEOGRELHAS.”
Maurício Ehrlich,
ÍNDICE ENGENHEIRO 57
 QUAL A CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO PARA O CONHECIMENTO
CIENTÍFICO?
Eng. Sidnei - A principal contribuição está no desenvolvimento de um
modelo para representar o comportamento de geogrelhas submetidas a
esforços de tração. Esse modelo pode ser usado no desenvolvimento de
métodos para determinação dos esforços de tração nas geogrelhas. O
simples desenvolvimento de um modelo sem apresentar
valores típicos dos parâmetros de entrada faz com que o modelo seja
pouco útil. Por isso, fizemos ensaios com diferentes solos e geogrelhas,
possibilitando gerar um banco de dados com esses parâmetros de en-
trada.

COMO SE DÁ A TRANSMISSÃO DOS ESFORÇOS DO SOLO PARA

A GEOGRELHA? A PRESENÇA DE ELEMENTOS TRANSVERSAIS É
IMPORTANTE?
Eng. Sidnei - A resistência das geogrelhas ao arrancamento se deve a
duas parcelas, que são o atrito entre o solo e a superfície da geogrelha e
a segunda se deve à resistência passiva do solo em frente aos elemen-
ÍNDICE
58
 tos transversais da geogrelha. O atrito entre solo e geogrelha consiste
na primeira parcela de resistência ao arrancamento a ser mobilizada,
pois ela necessita de pequenos deslocamentos para ocorrer. Posterior-
mente, a parcela de resistência passiva passa a contribuir na resistência
ao arrancamento. A presença de elementos transversais é importante
na interação da geogrelha com o solo. Inclusive, observamos que exis-
te um espaçamento ótimo entre elementos transversais que maximi-
za a resistência ao arrancamento. Outro fator importante é a rigidez da
geogrelha. Quanto mais rígida for a geogrelha, incluindo os elementos
longitudinais e transversais, mais homogêneo será o desenvolvimento
de resistência ao arrancamento ao longo da geogrelha, minimizando as
deformações no maciço de solo como um todo. Essa é uma observação
importante para aquelas obras que venham a sustentar estruturas sen-
síveis a recalques.

ÍNDICE
59
 QUAIS SÃO AS PARTICULARIDADES E VANTAGENS DO MÉTODO
PROPOSTO NA SUA TESE PARA O DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS
DE CONTENÇÃO REFORÇADAS?
Eng. Sidnei - O método desenvolvido durante a pesquisa serve para cal-
cular os esforços de tração nas camadas de geogrelha usadas em con-
tenções em solo reforçado. Conhecendo-se os esforços que atuam em
cada camada, pode-se definir a resistência nominal necessária para
cada camada de geogrelha. O que este método tem de diferente dos
demais é o fato de considerar a interação entre a geogrelha e o solo, a
partir de parâmetros obtidos em ensaios de arrancamento e parâme-
tros geotécnicos do solo, como a rigidez da geogrelha à tração, a rigidez
ao arrancamento, a adesão de interface, o ângulo de atrito de interface,
a envoltória de resistência do solo e o peso específico do solo. A confi-
guração de distribuição de esforços nas diversas camadas de geogrelha
obtida pelo método proposto é muito mais próxima da realidade do que
a configuração obtida quando se utilizam os métodos clássicos de di-
mensionamento.

ÍNDICE
60
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #16
MUROS REFORÇADOS COM
RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO
O Engenheiro Eder Santos defendeu, em
2011, a tese de doutorado ‘Avaliação expe-
rimental de muros reforçados executados
com resíduos de construção e demolição
reciclados (RCD-R) e solo fino’, na Univer-
sidade de Brasília. Durante seus estudos,
realizou estágio no Royal Military College of
ÍNDICE Canadá. Para o doutorado, construiu, instru-
TÍTULO: AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DE
MUROS REFORÇADOS EXECUTADOS COM
RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO
RECICLADOS (RCD-R) E SOLO FINO
AUTOR: EDER SANTOS
INSTITUIÇÃO: UNB
ORIENTADOR: ENNIO MARQUES PALMEIRA
mentou e monitorou o comportamento de
três muros experimentais – executados em
escala real – diante de diferentes condições
(carregamento, ação da chuva e inundação
do solo de fundação), o que lhe possibilitou
apresentar resultados que mostram bene-
fícios econômicos e ambientais do uso de
materiais alternativos em estruturas de solo
61
 reforçado. Atualmente, é Professor do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco.
Tem atuado principalmente nos seguintes temas: geossintéticos, solo
reforçado, resíduos de construção e demolição (RCD) e reciclagem.

QUAL O OBJETIVO DA PESQUISA?

Eng. Eder Santos - O principal objetivo da pesquisa foi avaliar experi-
mentalmente o potencial de uso de materiais de aterro alternativos em
estruturas de solo reforçado (ESR). Para isso, foram executados muros
experimentais, construídos em escala real, utilizando-se solo silto--a-
renoso e resíduos de construção e demolição reciclados (RCD-R) como
material de aterro.

COMO PODEM SER CARACTERIZADOS OS MA TERIAIS TIPO RC D?

Eng. Eder Santos - Podemos classificar os resíduos de construção e de-
molição (RCD) em função do tipo de obra e da fase de execução em que
ela se encontra, fatores que contribuem de forma marcante na compo-
sição desses resíduos.
ÍNDICE
62
 Nas usinas de beneficiamento, os RCD podem passar por um processo
de triagem, sendo separados de acordo com as suas fases componen-
tes, a fim de conferir aos RCD-R as propriedades de interesse. Usual-
mente, nessas usinas, os RCD-R são classificados em três categorias:
‘cinza’ (com presença dominante de materiais cimentícios), ‘vermelho’
(composto predominantemente por materiais cerâmicos vermelhos) e
‘misto’ (com participação de diversos materiais, tais como solo, arga-
massa, cerâmica, entre outros). Os muros experimentais da pesquisa
foram executados empregando-se RCD-R misto.

QUAIS OS PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DESENVOLVIDOS NO

TRABALHO?
Eng. Eder Santos - O processo construtivo das estruturas experimentais
seguiu os procedimentos normalmente realizados em campo para mu-
ros reforçados com face envelopada.

ÍNDICE
63
 Após a conclusão da pesquisa, foram feitas algumas recomendações
adicionais, a fim de obter melhores resultados na construção de ESR
com RCD-R. Por outro lado, com o intuito do verificar os efeitos do co-
lapso do solo de fundação, foram desenvolvidos procedimentos para
inundar a base dos muros construídos com RCD-R.

FORAM CONSTRUÍDOS DOIS MUROS EXPERIMENTAIS COM

GEOSSINTÉTICOS, SENDO UM DELES REFORÇADO COM GEOGRELHA
DE ALTO MÓDULO DE RIGIDEZ E OUTRO COM GEOTÊXTIL NÃO TECIDO,
MATERIAIS COM RESISTÊNCIA À TRAÇÃO SEMELHANTE, PORÉM
COM DEFORMAÇÕES MUITO DISTINTAS. COMO ESSA DIFERENÇA
INFLUENCIOU O DESEMPENHO DA S CONTENÇÕES?
Eng. Eder Santos - Apesar de ambos os muros terem apresentado ex-
celentes desempenhos, os níveis de confinamento no material de aterro
e, consequentemente, a rigidez do reforço mostraram-se como fatores
fundamentais condicionantes das deformações dos elementos de re-
forço nas faces dos muros e próximos a elas, lembrando se tratar de
muros com faces envelopadas.
ÍNDICE
64
 QUE BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS PODEM RESULTAR
DA UTILIZAÇÃO DE ESTRUTURAS DE RC D REFORÇADAS COM
GEOSSINTÉTICOS?
Eng. Eder Santos - Dentre os vários benefícios econômicos e ambientais
podemos destacar: a redução da exploração de recursos naturais e da
abertura de novas jazidas de materiais de construção; o incentivo para a
indústria de reciclagem de RCD, uma vez que há uma aplicação mais no-
bre para os RCD-R misto; e a disponibilidade de material de aterro mais
próximo aos grandes centros e com menor custo, dado que as usinas de
beneficiamento de RCD encontram-se instaladas dentro dos perímetros
urbanos das grandes cidades.

FORAM EXECUTADOS MUROS EXPERIMENTAIS, CONSTRUÍDOS EM ESCALA

REAL, UTILIZANDO-SE SOLO SILTO--ARENOSO E RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E
DEMOLIÇÃO RECICLADOS (RCD-R) COMO MATERIAL DE ATERRO.”
Eder Santos,
ENGENHEIRO
ÍNDICE
65
 PESQUISA NA ÍNTEGRA
CONSTRUÇÃO DE ATERROS
SOBRE SOLOS MOLES
A Engenheira Civil Isabella Santini Batis-
ta defendeu, em 2007, a tese de mestrado
‘Aterros Sobre Solos Moles com Soluções
de Melhoramento.’ na UFPE (Universidade
Federal de Pernambuco). Isabella também
concluiu o mestrado ‘A Case Study on the
ÍNDICE Performance of Embankments on Treated
#17
TÍTULO: ATERROS SOBRE SOLOS MOLES COM
SOLUÇÕES DE MELHORAMENTO / CASE
STUDY ON THE PERFORMANCE OF
EMBANKMENTS ON TREATED SOFT SOIL
AUTORA: ISABELLA SANTINI BATISTA
INSTITUIÇÃO: UFPE/MIT
ORIENTADORES: ANDREW J. WHITTLE E
ROBERTO QUENTAL COUTINHO
Soft Soil’ no MIT (Massachusetts Institute
of Technology) nos EUA, em 2003 com ênfa-
se na área de solos moles analisando cinco
técnicas de aterros experimentais, o que lhe
gerou resultados que mostram benefícios
técnicos e econômicos para a técnica do
uso de colunas encamisadas com Geotéxtil
66
 para aterros sobre solos moles. Atualmen-
te, é doutoranda em Mecânica dos Solos e
Engenharia Geotécnica na UFPE em pesqui-
sas de Estacas de Hélice de Deslocamento
Total (omega). Atua como Diretora Técnica
da área de Fundações Especiais da empresa
Solossantini, além de ser Presidente do Nú-
cleo Nordeste da ABMS, biênio 2011-2012.
Os orientadores de Isabella foram: – An-
drew J. Whittle, na tese do MIT em 2003 e
Roberto Quental Coutinho, na tese da UFPE
em 2007.

SEU TRABALHO DE MESTRADO FOI BASEADO NO PROGRAMA ‘NO-

RECESS’ DESENVOLVIDO NA HOLANDA. EM QUE CONSISTE?
Isabella Santini - O projeto entitulado ‘New Options for Rapid and Easy
Construction of Embankments on Soft Soils’ (No-Recess) consiste em
uma série de aterros experimentais construídos na região The Hoeksche
Waard Polder, na Holanda. Em 1997, cinco técnicas de construção de
aterros sobre solos moles inéditas no país foram selecionadas por uma
banca de especialistas internacionais, para demonstrar sua viabilidade
para estabilização de aterros ferroviários em linhas de alta velocidade.
Os aterros experimentais foram monitorados por dois anos após seu tér-
mino, sendo feitas comparações de seu desempenho em campo. As tec-
ÍNDICE
67
 nologias escolhidas foram: aterro convencional com drenos pré-fabrica-
dos, colunas de solo estabilizadas com cal, paredes estabilizadas de solo,
colunas de areia encamisadas com geotêxtil e aterro estaqueado.

QUAIS SÃO OS FATORES RELEVANTES PARA ESCOLHA DAS TÉCNICAS

CONSIDERADAS ADEQUADAS À APLICAÇÃO? QUAIS AS ALTERNATIVAS
EFETIVAMENTE ANALISADAS EM SEU ESTUDO?
Isabella Santini - Os principais requisitos básicos para o projeto eram
curto tempo de construção (menor que 18 meses), recalques residuais
baixos (menor que 3cm em 30 anos após a conclusão do aterro), míni-
mo volume de solo mobilizado e comportamento rígido da construção
sob carregamento dinâmico.
Para este estudo, foram analisados um aterro sem melhoramento de
solo, um aterro convencional com drenos verticais e um aterro sobre
colunas de areia encamisadas com geotêxtil (Ringtrac).

ÍNDICE
68
 QUAL A CONFIGURAÇÃO DO ATERRO EXPERIMENTAL COM COLUNAS
RINGTRAC?
Isabella Santini - Foram executadas colunas Ringtrac com diâmetro de
80cm e profundidade de 9m, de forma a atingir a camada inferior de
areia. Sobre as colunas, construíram-se um aterro com 5m (parte alta)
e outro aterro com 1m (parte baixa). Somente para a parte baixa, foi
usada uma sobrecarga adicional de 1m de areia. As colunas foram dis-
postas em malha triangular com distância entre eixos de 2,4m a 3,4m
para a parte baixa do aterro e de 2,0m a 2,4m para a parte alta. Sobre as
colunas, foram instaladas geogrelhas Fortrac®, de forma a prover uma
maior estabilidade horizontal e compor a plataforma de transferência
de cargas verticais.

OS ATERROS EXPERIMENTAIS FORAM MONITORADOS POR DOIS

ANOS APÓS SEU TÉRMINO, SENDO FEITAS COMPARAÇÕES DE
SEU DESEMPENHO EM CAMPO.”
Isabella Santini,
ENGENHEIRA
ÍNDICE
69
 COMO FOI O DESEMPENHO DO ATERRO SOBRE COLUNAS
RINGTRAC, APÓS SUA CONCLUSÃO COM RELAÇÃO A RECALQUES E
DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS?
Isabella Santini - Ao final do período de construção de 180 dias, o ex-
cesso de poropressão no centro do aterro era de 2 kPa e o recalque re-
manescente observado em mil dias foi de 5cm. Os aterros sobre drenos
verticais e sobre colunas Ringtrac mostraram redução nos valores máxi-
mos de deslocamentos horizontais, quando comparados à situação sem
tratamento da fundação. No caso do aterro sobre colunas, observou-se
uma redução nesse parâmetro de quase 68%, passando de 0,62m (con-
vencional) 0,20m (sobre colunas). Pode-se perceber que, após a con-
clusão do aterro, o acréscimo dos valores é pequeno devido ao aumento
da rigidez da fundação.

COM BASE NOS RESULTADOS DA SUA PESQUISA, QUAIS AS

PRINCIPAIS VANTAGENS DE ATERROS SOBRE COLUNAS RINGTRAC EM
COMPARAÇÃO COM OUTRAS TÉCNICAS?
Isabella Santini - Após analisar todas as vantagens e limitações dos ater-

ÍNDICE
70
 ros em questão, pode-se concluir que, diante dos requisitos do projeto
‘No Recess’, o aterro com as colunas de areia reforçadas mostrou-se ser
a opção mais favorável de solução de melhoramento de solo. O geotêxtil
confina a areia e atua como um filtro prevenindo que a areia se misture
com a argila adjacente. O geotêxtil também garante a integridade das
estacas de areia. Estas características permitem que as colunas ajam
como estacas, diminuindo consideravelmente o recalque e as deforma-
ções devidas a cargas dinâmicas.
Outra vantagem da técnica das colunas de areia é o seu curto tempo de
construção. Muitos benefícios foram encontrados com o uso das colu-
nas de areia em solos moles como o aumento da capacidade de carga
para estruturas de revestimento ou aterros, acelerando o processo de
adensamento da camada ao redor das colunas granulares, e melhoran-
do as características de carga--recalque das fundações. A inclusão das
colunas reduz o caminho de drenagem no solo e, consequentemente,
acelera a dissipação do excesso de poro-pressão.

ÍNDICE
71
 PESQUISA NA ÍNTEGRA
#18
TÍTULO: INSTABILIDADE E PROBLEMAS
CONSTRUTIVOS EM OBRAS REFORÇADAS
COM GEOSSINTÉTICOS / DESEMPENHO DE
ENCONTROS DE PONTES REFORÇADOS COM
GEOGRELHAS SOBRE SOLOS MOLES
AUTOR: ANDRÉ FAHEL
INSTITUIÇÃO: UNB
ORIENTADORES: ENNIO MARQUES PALMEIRA
E ALBERTO ORTIGÃO

ENCONTRO DE PONTES SOBRE

SOLOS MOLES É TEMA DE PESQUISAS
Nos últimos anos, o engenheiro André Fahel,
realizou importantes pesquisas sobre a
aplicação de geossintéticos na execução de
aterros sobre solos moles.
Em 1998, André concluiu o mestrado com o
tema ‘Instabilidade e Problemas Construti-
ÍNDICE vos em Obras Reforçadas com Geossintéti-
cos’ na Universidade de Brasília. Já em 2003,
o engenheiro concluiu o doutorado com a
apresentação da tese ‘Desempenho de En-
contros de Pontes Reforçados com Geogre-
lhas sobre Solos Moles”, também na UnB.
Atualmente, André atua como engenheiro
especialista, na empresa Samarco Minera-
72
 ção, localizada na cidade de Mariana em Minas Gerais.
O Orientador de André em ambas as pesquisas foi o Professor Ennio Mar-
ques Palmeira. Na tese de doutorado, André contou ainda com o apoio
do Coorientador Professor Alberto Ortigão.

QUAL O ESCOPO DAS SUAS PESQUISAS DE MESTRADO E DOUTORADO?

André Fahel - A pesquisa de mestrado teve como objetivo o diagnós-
tico de problemas ocorridos nos encontros de pontes reforçados com
geossintéticos da rodovia Linha Verde na Bahia, que apresentavam di-
ferenças de comportamento conforme a solução de fundação adotada
(alguns foram executados diretamente sobre o solo mole, outros so-
bre lajes estaqueadas e outros ainda sobre estacas com capitéis). Na
tese de doutorado, foram instrumentadas as fundações de encontros de
pontes nas obras de duplicação da rodovia BR 101 em Santa Catarina,
que tiveram aterros de aproximação reforçados com geogrelhas, cons-
truídos diretamente sobre o solo mole.

ÍNDICE
73
 COMO VOCÊ VERIFICOU QUE A PRESENÇA DE REFORÇOS NA BASE DE
ATERROS AFETA OS DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS EM CAMADAS DE
SOLOS MOLES?
André Fahel - Este comportamento da fundação em solo mole foi si-
mulado em modelo numérico (diferenças finitas) em meu trabalho de
mestrado, mostrando que a distribuição das tensões, quando se trata
de um aterro reforçado, é mais uniforme, minimizando o deslocamen-
to de massa lateralmente, desde que os carregamentos sejam contro-
lados. O mesmo efeito não é observado em aterros convencionais não
reforçados, tendo uma concentração de tensões em sua porção central.
Na tese de doutorado, tive a oportunidade de estudar o comportamento
real, através da instrumentação das fundações dos aterros reforçados.
Os valores medidos foram similares aos obtidos na simulação numérica,
comprovando o efeito da distribuição de tensões e a redução dos deslo-
camentos horizontais do solo de fundação quando o reforço adequado é
aplicado na base e os carregamentos são feitos de forma gradual.

ÍNDICE
74
 QUAL A RELAÇÃO ENTRE A RIGIDEZ DOS REFORÇOS E O DESEMPENHO
DOS ATERROS REFORÇADOS?
André Fahel - Os reforços com maior rigidez tendem a apresentar meno-
res deformações já que as resistências nominais são mais rapidamente
atingidas. Os reforços com menor rigidez, tendem a apresentar maiores
deformações, independente do tipo de fundação (solo mole ou não).

NOS CASOS ESTUDADOS, COMO AS ESTRUTURAS EM SOLO

REFORÇADO SE COMPORTARAM DIANTE DE RECALQUES DIFERENCIAIS
SIGNIFICATIVOS?
André Fahel - As estruturas reforçadas se comportaram como um blo-
co único, distribuindo as tensões na fundação e reduzindo os recalques
diferenciais, promovendo um adensamento em praticamente toda a ex-
tensão da estrutura. No caso de aterros não reforçados, há uma maior
concentração de tensões nas porções centrais, sendo necessária a cor-
reção da geometria devido ao deslocamento de massa na fundação.

ÍNDICE
75
 QUAIS AS SUAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES QUANTO AOS CUIDADOS
QUE DEVEM SER OBSERVADOS NO PROJETO E EXECUÇÃO DE ATERROS
SOBRE SOLOS MOLES REFORÇADOS COM GEOSSINTÉTICOS?
André Fahel - Em projetos com geossintéticos, deve-se considerar to-
dos os fatores que podem comprometer a resistência dos materiais,
bem como o tipo de polímero constituinte do reforço ou de outra apli-
cação. As propriedades constantes em catálogos, sempre que possível
devem ser reavaliadas através de novos ensaios simulando as condições
de trabalho, e as interações com o solo da obra. Durante a execução,
deve-se observar a forma correta de aplicação das camadas de refor-
ço, as emendas caso existam e os comprimentos de ancoragem, que
vão garantir o funcionamento correto do elemento de reforço aplicado.
Outro ponto importante é o monitoramento da obra para aferir os des-
locamentos e recalques previstos em projeto e controlar a velocidade
de carregamento, reduzindo a possibilidade de ruptura por expulsão de
massa da fundação.

ÍNDICE
76
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #19
ESTUDO DA DEFORMAÇÃO DE COMPATIBILIDADE
DO REFORÇO EM ATERROS SOBRE SOLOS MOLES
O engenheiro Marcos Massao Futai é pro-
fessor e coordenador de pós-graduação
em Engenharia Civil da Escola Politécni-
ca da USP. Pesquisador atuante na área de
geossintéticos e de solos reforçados, Futai
tornou-se livre docente pela USP, em 2010,
ÍNDICE com a tese intitulada “Considerações sobre
PESQUISA DE LIVRE DOCÊNCIA
TÍTULO: CONSIDERAÇÕES SOBRE
A INFLUÊNCIA DO ADENSAMENTO
SECUNDÁRIO E DO USO DE REFORÇOS EM
ATERROS SOBRE SOLOS MOLES
AUTOR: MARCOS MASSAO FUTAI
INSTITUIÇÃO: POLI/USP
a Influência do Adensamento Secundário e
do Uso de Reforços em Aterros sobre Solos
Moles”.
Neste trabalho, ele analisa o comportamen-
to do conjunto solo-reforço e propõe uma
forma de considerar as deformações admis-
síveis no solo e no reforço como parâmetros
77
 de dimensionamento em obras de aterros reforçados sobre solos moles.
A seguir, apresentamos trechos de sua entrevista sobre essa pesquisa.

QUAIS FORAM AS OBSERVAÇÕES SOBRE A INFLUÊNCIA DO USO DE

REFORÇOS EM ATERROS SOBRE SOLOS MOLES?
Futai - A introdução do elemento de reforço na base do aterro sobre
solos moles gera uma resistência adicional, tornando possível construir
aterros com alturas maiores, dentro de certos limites. Normalmente, o
dimensionamento baseia-se apenas na resistência estrutural do refor-
ço, por isso, ela é muitas vezes considerada sua propriedade mais rele-
vante. Porém, nossa pesquisa mostrou que a rigidez à tração do reforço
é tão ou mais importante, pois o solo pode romper antes que o reforço
consiga mobilizar a força esperada. Também foi demonstrado que a mi-
noração da resistência por meio de fatores parciais ou a limitação de
uma deformação máxima do reforço não pode ser única para todos os
solos.

ÍNDICE
78
 O QUE MOTIVOU ESTE ESTUDO?
Futai - Os pontos de partida foram os estudos desenvolvidos por Rowe
e seus colaboradores. Em vários artigos, eles mostraram que é impor-
tante considerar a deformação do reforço para escolha adequada do
geossintético. Medições de carga em alguns aterros reforçados instru-
mentados, levados à ruptura, mostraram baixa mobilização no reforço.
Constatamos que grande parte dos dimensionamentos usuais de ater-
ros reforçados ignorava esse conhecimento.
Por isso, criamos uma linha de pesquisa na Poli-USP para investigar
esse tema.

NOSSA PESQUISA MOSTROU QUE A RIGIDEZ À TRAÇÃO DO REFORÇO

É TÃO OU MAIS IMPORTANTE, POIS O SOLO PODE ROMPER ANTES
QUE O REFORÇO CONSIGA MOBILIZAR A FORÇA ESPERADA.”
Marcos Massao Futai ,
ENGENHEIRO

ÍNDICE
79
 QUE CUIDADOS DEVEM SER TOMADOS NA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE
EQUILÍBRIO LIMITE PARA CALCULAR A ESTABILIDADE DESSE TIPO DE
ATERRO?
Futai - O Método de Equilíbrio Limite é o mais usado nos cálculos de
estabilidade porque a maioria dos programas comerciais permite a in-
clusão da força estabilizante decorrente do reforço. O procedimento de
cálculo é similar ao da estabilidade de aterros não reforçados, sendo que
no ponto em que a superfície de ruptura intercepta o reforço se introduz
uma força estabilizante, fornecida ao programa pelo usuário.
O fator de segurança calculado depende da força introduzida pelo refor-
ço. O problema está na definição dessa força. O procedimento conven-
cional seria minorar a resistência à tração do geossintético pelos fato-
res de redução parciais de fluência, danos de instalação e degradação
ambiental. A deformação no reforço não é avaliada. Essa atitude pode
gerar erros que podem levar o aterro à ruptura, visto que o solo de fun-
dação pode romper a uma deformação horizontal muito inferior àquela
necessária para mobilizar a força no reforço.

ÍNDICE
80
 COMO SE PODE CONSIDERAR A DEFORMAÇÃO DO REFORÇO EM UM
DIMENSIONAMENTO?
Futai - Uma das formas de se considerar integralmente a interação solo-
-reforço é realizar as análises pelo Método dos Elementos Finitos.
Entretanto, isso requer programas e parâmetros mais sofisticados, nem
sempre disponíveis.
A pesquisa que desenvolvemos tem uma aplicação prática, pois permite
que o resultado de uma ampla investigação teórica forneça subsídios
para escolher o reforço com base em uma deformação, designada de
deformação de compatibilidade do reforço, sem a necessidade de de-
senvolver análises numéricas. Uma vez definida a deformação e a rigi-
dez, é possível saber qual a força mobilizada. E o mais importante é que
essas informações podem ser usadas para calcular o Fator de Seguran-
ça pelo Método de Equilíbrio Limite. Os detalhes estão na minha tese de
livre docente e que pode ser baixada no site www.futai.com.br.

ÍNDICE
81
 #20

EM 15 ANOS, PESQUISA
ELEVOU PATAMAR DOS
GEOSSINTÉTICOS NO PAÍS
Universidades são responsáveis pela maior
aceitação dos geossintéticos no mercado

Há 15 anos, o panorama dos geossintéticos no Brasil era muito diferente

do atual. Suas aplicações estavam praticamente limitadas aos produtos
disponíveis na época – geotêxteis (principalmente não tecidos) e geo-
membranas.
Produtos com rigidez e resistência elevadas, como as geogrelhas, eram
pouco incorporados aos projetos.
“Desde então, as aplicações dos geossintéticos começaram a aumen-
tar de forma significativa, em parte por iniciativa e atuação da própria
indústria, mas também em decorrência de atividades de pesquisas em
ÍNDICE
82
 universidades”, lembra Dr. Ennio Palmeira, professor da UnB (Universi-
dade de Brasília) e primeiro presidente da IGS-Brasil (Associação Brasi-
leira de Geossintéticos), fundada em 1997.
Outra profissional de grande experiência na área, Dra. Delma Vidal, tam-
bém associa o crescimento de aplicações de geossintéticos à atuação
de novos fabricantes e distribuidores. Professora do ITA (Instituto de
Tecnologia Aeronáutica) e ex-presidente da IGS -Brasil, ela destaca o
papel da Huesker Brasil nesse contexto.
“A entrada da Huesker no mercado brasileiro representou um estímulo
à utilização de produtos que permitiram avanços nos projetos de enge-
nharia geotécnica”, lembra.

“NESTE INTERIM, TAMBÉM AUMENTARAM AS APLICAÇÕES NA ÁREA

AMBIENTAL DE PRODUTOS COM CARACTERÍSTICAS DE RESISTÊNCIA
E RIGIDEZ QUE ANTES NÃO ERAM FACILMENTE OBTIDOS NO PAÍS”,
completa.

ÍNDICE
83
 A pesquisa acadêmica tem sido fundamental para o desenvolvimento
dos geossintéticos no Brasil, principalmente no que tange a confiabili-
dade e divulgação.
Os dois professores reconhecem que o investimento em pesquisa tem
aumentado no país, e a tendência é de expansão. “Nos dias atuais, prati-
camente todas as principais instituições de pesquisa no Brasil possuem
pelo menos um pesquisador desenvolvendo pesquisas sobre geossinté-
ticos”, acrescenta Ennio.
Enfim, os cenários atual e futuro são muito promissores. “Os geossinté-
ticos oferecem soluções rápidas, de grande versatilidade, e só tendem
a crescer a medida que o mundo exige maior qualidade e eficiência da
engenharia”, conclui Delma.

ÍNDICE
84
 RECONHECIMENTO

Merecido tributo deve ser feito ao Professor Dr. Benedito de Souza

Bueno, pesquisador que dedicou grande parte de sua carreira ao es-
tudo dos geossintéticos.
Foi ele o responsável pelo planejamento e construção do Laboratório
de Geossintéticos - prédio de 600m², reservado apenas para o estudo
de geossintéticos.
Situado na Escola de Engenharia de São Carlos da USP (Universida-
de de São Paulo), o Laboratório completa 12 anos em 2013. Entre as
contribuições, foram mais de 60 ensaios normatizados e dezenas de
teses de mestrado e doutorado na área.
O Professor Benedito, como é carinhosamente chamado por seus alu-
nos, foi também presidente da IGS-Brasil.

ÍNDICE
85
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #21
COLUNAS RINGTRAC É TEMA DE
PESQUISA DE DOUTORADO NA COPPE
O projeto é resultado da parceria da HUESKER com a CSA –
Companhia Siderúrgica Atlântico ThyssenKrupp e a COPPE da UFRJ
O engenheiro civil iraniano, Iman Hos-
seinpour, é estudante de doutorado em En-
genharia Geotécnica na Universidade Federal
do Rio de Janeiro – UFRJ e está trabalhan-
do na tese ‘Aterro experimental sobre solos
moles estabilizados com colunas reforça-
ÍNDICE das com geossintéticos em área teste da
TÍTULO: ATERRO EXPERIMENTAL
SOBRE SOLOS MOLES ESTABILIZADOS
COM COLUNAS REFORÇADAS COM
GEOSSINTÉTICOS EM ÁREA DE TESTE
DA CSA THYSSENKRUPP
AUTOR: IMAN HOSSEINPOUR
INSTITUIÇÃO: COPPE/UFRJ
ORIENTADORES: MÁRCIO ALMEIDA E
MARIO RICCIO
CSA ThyssenKrupp’. Hosseinpour graduou-
se em 2005 pela Mazandaran University, no
Irã, onde também concluiu a especialização
em Geotecnia em 2008.
Sob a orientação do professor Márcio Al-
meida e do pós-doutorando Eng. Mario Ric-
cio, sua pesquisa compara os resultados de
86
 campo com as soluções analíticas encontradas na literatura e com os
resultados obtidos através de simulações em programas numéricos,
utilizando em particular os softwares Plaxis 2D e 3D.
A ideia é contribuir para uma evolução na interpretação e no entendi-
mento dos mecanismos que governam o desempenho dessa solução e
calibrar um modelo numérico para futuras aplicações.
O projeto é resultado da parceria da HUESKER com a CSA – Companhia
Siderúrgica Atlântico ThyssenKrupp e a COPPE da UFRJ.
Segundo a Eng. da HUESKER, Cristina Schmidt, que acompanhou o pro-
cesso, a CSA executou 36 colunas
Ringtrac preenchidas com brita reforçadas com geossintético Ringtrac
em uma área teste ao lado dos pátios de matérias primas. As colunas
estão dispostas em uma malha quadrada com espaçamento médio en-
tre elas de 2m, possuem diâmetro de 78 cm e atingiram a profundidade
de cerca de 11m.
Em entrevista ao informativo ‘Reforçando Ideias’, o pesquisador conta
mais detalhes sobre suas observações e resultados obtidos.

ÍNDICE
87
 QUAL O OBJETIVO DA PESQUISA?
Iman Hosseinpour - Monitorar um depósito de solo mole estabilizado
por um grupo de colunas granulares encamisadas com geossintético
visando aferir métodos de cálculos analíticos e numéricos. As colunas
foram instaladas ao lado dos pátios de matérias primas da CSA Thys-
senkrupp, no Rio de Janeiro.

QUAIS AS ETAPAS E METODOLOGIAS ADOTADAS?

Iman Hosseinpour - Inicialmente, foram realizados ensaios ‘in situ’ nos
solos e amostragem utilizando o conceito de ilhas de investigação. En-
saios de laboratório também foram conduzidos. A instrumentação de
precisão foi instalada contando com leitores de deformação, piezôme-
tros, sensores de recalque e inclinômetros posicionados a diferentes
profundidades e locais para medir a variação de recalques e tensões ao
longo do processo de carregamento do aterro experimental. O aterro foi
construído com uma altura de 5,35m utilizando-se material denomina-
do Sinter (subproduto do processo de fabricação do aço).
Ao todo foram executados quatro estágios de carregamento em parale-
lo ao monitoramento.
ÍNDICE
88
 E QUAL O ESTÁGIO ATUAL DOS ESTUDOS?
Iman Hosseinpour - Estão sendo analisados os resultados do monitora-
mento de campo e iniciadas as análises numéricas. A pesquisa já gerou
um artigo indexado recentemente e publicado no jornal “Geosyntheti-
cs International” onde foi comparado o modelo numérico adotado com
métodos analíticos de colunas encamisadas.

QUAL FOI A PARTICIPAÇÃO DA HUESKER NO TRABALHO?

Iman Hosseinpour - O projeto foi desenvolvido com a cooperação entre
a COPPE - UFRJ, a CSA ThyssenKrupp e a HUESKER que financiou os
materiais geossintéticos, a instalação da instrumentação e a bolsa de
estudo para o doutorando.

A PESQUISA JÁ GEROU UM ARTIGO INDEXADO RECENTEMENTE E

PUBLICADO NO JORNAL “GEOSYNTHETICS INTERNATIONAL” ONDE
FOI COMPARADO O MODELO NUMÉRICO ADOTADO COM MÉTODOS
ANALÍTICOS DE COLUNAS ENCAMISADAS.”
Iman Hosseinpour,
ÍNDICE ENGENHEIRO
89
 QUAL CONTRIBUIÇÃO A PESQUISA PODE OFERECER PARA O
APRIMORAMENTO DA TÉCNICA?
Iman Hosseinpour - O uso de colunas granulares reforçadas por geossin-
téticos é uma das novas técnicas utilizadas para a estabilização de solos
moles em locais onde há baixa capacidade de suporte podendo amea-
çar a estabilidade da estrutura construída num terreno mole. Devido às
dificuldades de ordem prática, custo e prazo, a maioria das pesquisas
sobre geossintéticos são realizadas em pequena escala e modelos de
laboratório. No entanto, neste trabalho prático, o comportamento real
do solo mole foi monitorado e pode ser utilizado como linha de orienta-
ção confiável para a futura aplicabilidade da solução em áreas de solos
moles. O trabalho também busca preencher uma lacuna com relação a
dados de monitoramento de médio e longo prazos.

ÍNDICE
90
 PESQUISA NA ÍNTEGRA
#22
TÍTULO: ATERROS REFORÇADOS COM
GEOSSINTÉTICOS SOBRE SOLOS MOLES: ANÁLISE
NUMÉRICA DA MOBILIZAÇÃO DE DEFORMAÇÕES
NO REFORÇO NA RUPTURA, CONDIÇÃO DE
SERVIÇO E NA COSNTRUÇÃO POR ETAPAS
AUTOR: EDWIN FERNANDO RUIZ BLANCO
INSTITUIÇÃO: ITA
ORIENTADOR: PAULO SCARANO HENSI E
DELMA VIDAL

PESQUISA NO ITA ESTUDA COMPORTAMENTO DE

ATERROS REFORÇADOS SOBRE SOLOS MOLES
Nova abordagem de dimensionamento é proposta para futuros projetos

O engenheiro civil, Fernando Ruiz, coorde-
nador Técnico-Comercial da Huesker
Brasil, deu sua contribuição aos estudos na
área de geossintéticos com a dissertação
de mestrado do programa de Engenharia de
Infraestrutura Aeronáutica do Instituto Tec-
nológico de Aeronáutica (ITA), em 2013.
ÍNDICE A dissertação estudou o comportamento de
aterros reforçados sobre solos moles, me-
diante um conjunto de análises numéricas
por elementos finitos para alguns estudos
de casos específicos.
Foram realizadas várias análises feitas em
programas de computador e os resultados
podem ser aplicados para aprimorar méto-
dos de dimensionamento de obras geotéc-
91
 nicas futuras, levando em consideração elementos fundamentais que
não são habitualmente considerados nos procedimentos tradicionais,
como a deformação mobilizada no reforço geossintético, por exemplo.
Na entrevista ao Reforçando Ideias, o engenheiro conta mais detalhes
sobre o estudo.

QUAIS FORAM OS OBJETIVOS DA PESQUISA?

Fernando Ruiz - A pesquisa tinha como objetivo principal estudar o com-
portamento de aterros reforçados sobre solos moles na condição não
drenada e parcialmente drenada mediante a realização de um conjunto
de análises numéricas por elementos fi nitos para alguns estudos de
casos específi cos. Especial atenção foi dada à avaliação da deformação
mobilizada no reforço geossintético no estado de ruptura do aterro, na
condição de serviço no curto e no longo prazo e durante o procedimento
de construção por etapas; considerando a influência do tempo no sis-
tema em termos da velocidade de construção, dissipação de excesso
de poro-pressões e deformações viscosas no solo de fundação (creep).
Os efeitos da rigidez do reforço e do modelo constitutivo adotado foram
igualmente abordados.
ÍNDICE
92
 QUAIS FORAM AS ETAPAS DO TRABALHO E AS METODOLOGIAS
ADOTADAS?
Fernando Ruiz - Foi utilizado o programa de elementos finitos Plaxis 2D
(V.8.6) para o desenvolvimento de um amplo conjunto de simulações
numéricas. Em primeiro lugar, um caso representativo foi selecionado
para analisar numericamente o comportamento de um aterro reforçado
na condição de ruptura. Adotando uma configuração geométrica, uma
malha de elementos predeterminada e um procedimento de construção
instantânea (não drenada), foi avaliada a deformação de compatibili-
dade no reforço considerando parâmetros geotécnicos característicos
de solos moles brasileiros e o uso do modelo constitutivo de Mohr-Cou-
lomb. A referida deformação foi comparada com os resultados obtidos
da aplicação de dois métodos analíticos disponíveis para a previsão da
deformação no reforço no estado de ruptura global.
A condição de serviço desse mesmo caso foi igualmente abordada. As-
sim, uma comparação entre os resultados dos dois Estados Limite foi
realizada, estudando o efeito da velocidade de construção do aterro e do
processo de adensamento primário na deformação mobilizada no refor-
ço durante o período de vida útil da estrutura. Continuando com a aná-
ÍNDICE lise de serviço, foi simulado o caso histórico do aterro piloto Skå Edeby,
93
 executado na Suécia em 1961. Uma validação primária foi obtida me-
diante a comparação dos resultados do programa de monitoramento e
instrumentação disponíveis com os resultados das análises numéricas.
Considerando a presença de um reforço basal e empregando dois mo-
delos constitutivos avançados (Soft Soil Model e Soft Soil Creep Model),
foi mensurada a importante influencia do fenômeno de creep do solo
mole na mobilização de deformações no reforço ao longo do tempo.
Na parte final, foram simulados dois casos de aterros reforçados cons-
truídos por etapas. Um procedimento aproximado vinculado ao uso de
análises de estabilidade por equilíbrio limite e os resultados de simula-
ções numéricas foi desenvolvido para levar em consideração a depen-
dência do tempo no sistema e a adequada reprodução da ruptura e da
condição de trabalho.

QUAL FOI A PARTICIPAÇÃO DA HUESKER NO TRABALHO?

Fernando Ruiz - A Huesker apoiou financeiramente grande parte do pro-
grama de mestrado mediante uma bolsa de estudo. Da mesma manei-
ra, a empresa facilitou a compatibilização dos períodos laborais com as

ÍNDICE
94
 tarefas acadêmicas requeridas para o desenvolvimento da dissertação.
Adicionalmente, várias ideias e sugestões para o melhoramento do tra-
balho surgiram depois de produtivas discussões técnicas com os cole-
gas da empresa.

QUAL A CONTRIBUIÇÃO QUE A PESQUISA PODE OFERECER PARA O

APRIMORAMENTO DA TÉCNICA?
Fernando Ruiz - Os resultados obtidos ratificaram a importância da cor-
reta determinação da deformação admissível de compatibilidade no re-
forço na condição de ruptura e da consideração dessa interação solo-
-reforço no dimensionamento desse tipo de estruturas. De igual forma,
as observações numéricas permitiram verificar a significativa influência
do processo de adensamento e das deformações por creep do solo mole
de fundação no desempenho do aterro na condição de trabalho, par-
ticularmente na mobilização da deformação no reforço geossintético.
Finalmente, um novo método de dimensionamento foi proposto como
contribuição, destacando a adequada defi nição de estados limite para
as etapas consideradas e os efeitos do tempo no comportamento do
aterro.
ÍNDICE
95
 #23

PROGRAMA DA UENF ESTUDA OS

GEOSSINTÉTICOS HÁ MAIS DE 10 ANOS
Soiltain® e HaTe® são algumas das soluções
fornecidas pela Huesker que são estudadas pela equipe

O professor da UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense –

Eng. Paulo Maia coordena um programa de pesquisas sobre degrada-
ção de geossintéticos com o objetivo de contribuir com o entendimento
dos fatores que podem influenciar a durabilidade destes materiais e a
magnitude da degradação ocasionada por distintos agentes químicos
ou ambientais.
Isto deve servir de subsídio para projetos que contemplem soluções que
ÍNDICE envolvam a exposição de geossintéticos a distintos agentes degradan-
96
 tes. A iniciativa envolve alunos de graduação, através de projetos de ini-
ciação científica, mestrado e doutorado.
Numa parceria exclusiva, mantida por meio de convênio com a univer-
sidade, a Huesker incentiva esses estudos há mais de 10 anos. O apoio
prevê suporte financeiro, técnico e suprimentos de materiais.
A avaliação da degradação de geossintéticos, principalmente geotêxteis,
considera diversos agentes, como água, soluções químicas, tempera-
tura, umidade, raios ultravioleta, entre outros. Os resultados das pes-
quisas já foram tema de muitos trabalhos científicos, incluindo artigos
técnicos, relatórios de iniciação científica, dissertações de mestrado e
uma tese de doutorado que está em desenvolvimento.
Entre as soluções fornecidas pela Huesker ao mercado e estudadas
pela equipe estão o Soiltain® e as linhas de geotêxteis e geocompostos
HaTe®.

QUAL O OBJETIVO DAS PESQUISAS?

Paulo Maia - Pesquisamos a durabilidade de materiais utilizados em
obras geotécnicas. Especialmente com a colaboração da Huesker esta-
mos nos dedicando ao estudo da durabilidade dos Geossintéticos quan-
ÍNDICE do expostos à degradação provocada pelo meio ambiente. Normalmente
97
 os materiais que pesquisamos são aplicados em projetos de engenharia,
mas não estamos estudando uma obra em particular.

QUEM SÃO OS ENVOLVIDOS NA INICIATIVA?

Paulo Maia - Em termos institucionais, a UENF e a Huesker são as res-
ponsáveis pela pesquisa. Na UENF, dois professores, eu e o professor
Gustavo Xavier lideramos um grupo de vários alunos. Os alunos são de
graduação, através de programas de iniciação científica, de mestrado e
doutorado.
Existem ainda técnicos e estagiários engajados neste trabalho.
Como estamos nesta pesquisa há mais de 10 anos, tivemos um grande
número de alunos participantes. Dos trabalhos mais importantes, tive-
mos duas dissertações de mestrado concluídas e uma de doutorado que
encontra-se em andamento.

QUAIS AS ETAPAS E METODOLOGIAS ADOTADAS?

Paulo Maia - A metodologia empregada envolve diversos procedimentos
de ensaios de laboratório e campo e um número significativo de meto-
dologias de análise. Apesar disso, posso resumir que as pesquisas que
ÍNDICE estamos desenvolvendo nessa área, procuram comparar o comporta-
98
 mento do material que é degradado de forma natural no campo com
o comportamento do material que é degradado de forma acelerada no
laboratório. Os procedimentos de degradação no laboratório procuram
simular as mesmas condições de degradação no campo, mas de manei-
ra mais intensa.
Assim, os resultados de laboratório permitem uma previsão do compor-
tamento do material em longo prazo e, consequentemente, a definição
da vida útil da obra.

QUAL O ESTÁGIO ATUAL DOS ESTUDOS?

Paulo Maia - Hoje estamos dedicados ao estudo de materiais utilizados
para contenção de obras costeiras, particularmente as geoformas. Para
isso um sistema complexo de ensaios está sendo preparado para simu-
lar as condições de degradação durante as solicitações que o material
sofre no campo e que podem leva-lo a ruptura, seja por tração ou por
puncionamento.

ÍNDICE
99
 QUAL FOI A PARTICIPAÇÃO DA HUESKER NO TRABALHO?
Paulo Maia - A Huesker vem dando todo o apoio logístico e de custeio
para permitir o bom andamento das pesquisas. Especialmente, vários
dos experimentos foram fomentados pela Huesker, além do forneci-
mento de material para ensaio.

QUAL CONTRIBUIÇÃO AS PESQUISAS PODEM OFERECER PARA O

APRIMORAMENTO DAS TÉCNICAS ENVOLVENDO OS GEOSSINTÉTICOS?
Paulo Maia - A pesquisa por si só vai dar importantes informações a res-
peito da durabilidade dos materiais. Isso está diretamente relacionado
à maneira com que o projetista deve encarar a vida útil da obra onde o
material será empregado.

OS ESTUDOS RESULTAM EM PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS?

Paulo Maia - Sim, além das dissertações e tese mencionadas, vários ar-
tigos foram publicados no meio científico neste período.

ÍNDICE
100
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #24
DURABILIDADE DOS GEOSSINTÉTICOS
É TEMA DE MESTRADO NO CEFET-MG
Pesquisa estudou o comportamento dos materiais
frente a fatores climáticos e químicos
A crescente utilização dos geossintéticos em
situações de maior agressividade em obras
geotécnicas e civis despertou o interesse
da engenheira Mag Guimarães, professora
efetiva do CEFET-MG, Unidade Varginha. A
ÍNDICE durabilidade de geotêxteis tecidos de poli-
TÍTULO: DURABILIDADE DE GEOT ÊXTEIS
EXPOSTOS A FATORES CLIMÁTICOS E QUÍMICOS
SIMULADOS EM LABORAT ÓRIO
AUTORA: MAG GUIMARÃES
INSTITUIÇÃO: CEFET-MG
ORIENTADORA: PROFA. DRA. DENISE DE
CARVALHO URASHIMA
CO-ORIENTADORA: PROFA . PH.D MARIA DE
LURDES COSTA LOPES
propileno e poliéster/ p o l i a m i -da frente
a alguns fatores de degradação climáticos
e químicos foi avaliada em sua pesquisa de
mestrado.
O tema da pesquisa surgiu a partir de uma
conversa com a Profa. Dra. Denise Urashi-
101
 ma, orientadora do Mestrado em Engenha-
ria Civil do Programa de Pós-Graduação do
Centro Federal de Educação Tecnológica de
Minas Gerais, CEFET-MG, no período de 2011
e 2012. O objetivo da pesquisa foi compre-
ender como os geossintéticos se compor-
tam frente aos agentes de degradação.
Radiação solar, temperaturas elevadas, oxi-
gênio, ambientes com pH ácido ou alcalino
e também a presença de água, por exemplo,
são alguns dos principais agentes de degra-
dação dos materiais poliméricos.
A pesquisa vem somar aos estudos sobre o
tema, pois a durabilidade dos geotêxteis, e
também dos demais geossintéticos, é um
assunto complexo e que ainda necessita de
estudos complementares, tendo em vista
a heterogeneidade do comportamento das
ÍNDICE
cadeias poliméricas e a sua resistência e
compatibilidade com o meio no qual serão
inseridos.
A parceria com a HUESKER Brasil teve início
ainda em 2008 com a realização de inicia-
ção científica a nível de graduação no CEFE-
T-MG também acompanhada pela professo-
ra Denise. Durante o mestrado, a empresa
forneceu materiais para o desenvolvimento
da pesquisa.
Atualmente Mag é aluna de doutorado em
Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica
do Instituto Tecnológico de Aeronáutica –
ITA, sob a orientação da Profa. Delma Vidal
e co-orientação da Profa. Denise Urashima.
A pesquisa de doutorado, iniciada em 2013,
também é na temática Durabilidade de Ge-
ossintéticos.
102
 QUAIS AS ETAPAS DO TRABALHO E AS METODOLOGIAS ADOTADAS?
Mag Guimarães - Inicialmente, foi realizada uma revisão da literatura
sobre o assunto, compreendendo o que já vinha sendo pesquisado nos
diversos institutos de pesquisas e a importância do tema na engenharia
geotécnica e civil.
Foram escolhidos quais seriam os geossintéticos estudados, no caso
geotêxteis tecidos com distintas matrizes poliméricas (um de polipropi-
leno e o outro de poliéster/ poliamida) e a sua posterior caracterização
física, química e mecânica.
Na sequência, iniciaram-se as campanhas experimentais em laborató-
rio, mediante planejamento experimental visando a uma inferência es-
tatística dos resultados que seriam obtidos na pesquisa. Foram reali-
zados ensaios nos Departamentos de Engenharia Civil, Engenharia de
Materiais, Química do CEFET-MG, Belo Horizonte, e Mecatrônica (Uni-
dade Varginha), visando a uma análise física, mecânica e química dos
geotêxteis intactos e após os ciclos de envelhecimento estudados.
A pesquisa também contou com o apoio e experiência da Profa. Ph.D.
Maria de Lurdes Lopes, especialista em durabilidade dos geossintéticos,
e do Prof. Dr. Carlos Castro, do CEFET-MG, na discussão do tema para
ÍNDICE realização dos ensaios mecânicos.
103
 QUAL FOI A PARTICIPAÇÃO DA HUESKER NO TRABALHO?
Mag Guimarães - A participação da HUESKER se deu pelo contínuo apoio,
que vem sendo realizado desde 2007 no CEFET-MG, e fornecimento de
geotêxteis para a realização da pesquisa, além de discussões e troca de
conhecimentos com a equipe técnica da HUESKER, que ajudaram bas-
tante para o enriquecimento da pesquisa.

QUAL CONTRIBUIÇÃO A PESQUISA PODE OFERECER PARA O

APRIMORAMENTO DAS TÉCNICAS ENVOLVENDO GEOSSINTÉTICOS?
Mag Guimarães - Dado o aumento na utilização destes materiais na
engenharia geotécnica e civil, torna-se fundamentalmente importante
compreender o comportamento destes materiais às distintas condi-
ções de utilização, contribuindo, portanto para uma melhor estimativa
da vida de serviço requerida destes materiais e maior confiabilidade dos
cálculos e da segurança de projeto, além de agregar conhecimentos aos
estudos de durabilidade que já vem sendo realizados no meio científico.

ÍNDICE
104
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #25

TÍTULO: PERFORMANCE OF FLEXIBLE

PAVEMENTS ENHANCED USING GEOGRID
-REINFORCED ASPHALT OVERLAYS
AUTORA: NATÁLIA DE SOUZA CORREIA
INSTITUIÇÃO: USP DE SÃO CARLOS
ORIENTADOR: PROF. BENEDITO DE SOUZA
BUENO E PROF. JORGE GABRIEL ZORNBERG

PESQUISA COMPROVA MECANISMO DE REFORÇO

DO HATELIT® C EM PAVIMENTOS ASFÁLTICOS
Pesquisa de Doutorado na USP de São Carlos estuda os benefícios estruturais
da inclusão de geogrelha no revestimento asfáltico para a melhora do
desempenho do pavimento e a resposta tensão-deformação da geogrelha

As estradas e rodovias brasileiras preci- A pesquisa de doutorado da engenheira Na-

sam passar constantemente por obras de
reparos e reconstrução, já que o tráfego de
veículos, principalmente os de carga, é in-
ÍNDICE tenso.
tália Correia estudou os benefícios estru-
turais no desempenho de pavimentos fle-
xíveis reforçados com HaTelit® C de PVA no
revestimento asfáltico.
105
 Com a crescente necessidade de melho-
ria da rede rodoviária nacional, o estudo de
pavimentos tem grande importância para a
engenharia geotécnica. Dessa forma, o de-
senvolvimento e a aplicação de novas téc-
nicas são necessários, principalmente no
âmbito econômico.
Segundo Natália, a técnica do uso de refor-
ços geossintéticos em revestimento asfál-
tico é identificada como uma alternativa ao
aumento da vida útil do pavimento através
da mitigação de trincas por fadiga e de re-
flexão. No entanto, a maioria das aplicações
desta técnica não correlaciona os benefí-
cios estruturais da inclusão dos geossinté-
ticos no revestimento asfáltico para a me-
lhoria do desempenho global do pavimento,
e este foi o objetivo de sua pesquisa.
Confira todos os detalhes do trabalho na
entrevista.

QUAIS FORAM OS OBJETIVOS DA PESQUISA?

Natália Correia - A pesquisa estudou os benefícios estruturais no de-
sempenho de pavimentos flexíveis trazidos pelo reforço de geogrelhas
em revestimentos asfálticos e a resposta tensão-deformação da geo-
grelha sobre condições de tráfego, através do uso de ensaios acelerados
de pavimento. Este estudo teve como principal objetivo avaliar o meca-
nismo de reforço presente nesta técnica, além de mostrar que as geo-
ÍNDICE
106
 grelhas em revestimentos asfálticos mobilizam tensões no pavimento e
podem atuar estruturalmente.
Isso traz benefícios estruturais a longo prazo, exigindo ações restaura-
doras com menor frequência.

QUAIS AS ETAPAS E METODOLOGIAS ADOTADAS NO TRABALHO?

Natália Correia - Primeiramente foi necessário construir um equipa-
mento acelerador de cargas de tráfego de forma que os protótipos de
pavimento pudessem ser avaliados em laboratório.
O equipamento consiste em uma caixa metálica de grande porte em que
seções de pavimento em grande escala podem ser construídas com si-
mulação de cargas de tráfego. Em seguida, buscou-se materiais para a
composição das camadas dos pavimentos que incluem: solo de subleito,
brita graduada simples, concreto betuminoso usinado a quente e geo-
grelha. A Hatelit® C de PVA foi escolhida por ser uma geogrelha promis-
sora na área de reforço de pavimentos. A emulsão asfáltica de ruptura
rápida foi utilizada como ligante. Para os ensaios, foram construídas se-

ÍNDICE
107
 ções de pavimento com diferentes configurações, com e sem o uso da
geogrelha, além de estruturas de pavimento com diferentes capacida-
des estruturais. Sensores foram instalados nas camadas do pavimen-
to medindo tensões e deformações, além de deslocamentos plásticos e
elásticos na superfície. Deslocamentos horizontais ao longo da geogre-
lha foram monitorados utilizando o sistema tell-tales. Os ensaios foram
realizados no Laboratório de Geossintéticos da USP de São Carlos.

QUAL FOI A PARTICIPAÇÃO DA HUESKER NESTA PESQUISA?

Natália Correia - A participação da HUESKER foi completa e iniciou-se
em 2010. Primeiramente com o fornecimento da geogrelha HaTelit® C de
PVA, e posteriormente com apoio financeiro, e contínuo apoio da equipe
técnica do Brasil e dos EUA através de discussões técnicas e apresen-
tações, que além de divertidas, ajudaram bastante para enriquecer esta
pesquisa.

ÍNDICE
108
 QUAIS OS RESULTADOS DO ESTUDO?
Natália Correia - Como resultado desta pesquisa, mecanismos de refor-
ço foram identificados nesta técnica. O uso da
geogrelha polimérica reduziu consideravelmente as deformações na fi-
bra inferior das camadas asfálticas, assim como as tensões verticais
nas camadas subjacentes das seções de pavimentos.
Resistência à formação de trilhas de roda e solevamentos laterais foram
também evidenciadas. As medidas de deslocamentos ao longo da ge-
ogrelha forneceram entendimento da distribuição de deformações du-
rante o carregamento.
Além disso, a força no reforço pôde ser quantificada durante a aplicação
do carregamento de roda. Foi identificado o comprimento de geogrelha
mobilizado durante os ensaios, mostrando que a aderência entre a geo-
grelha e as camadas asfálticas e a rigidez da geogrelha asseguraram o
desempenho satisfatório das seções de pavimento.

ÍNDICE
109
 QUAL A PRINCIPAL CONTRIBUIÇÃO O TRABALHO PODE OFERECER PARA
O APRIMORAMENTO DAS TÉCNICAS DE REFORÇO DA CAPA ASFÁLTICA
ENVOLVENDO GEOSSINTÉTICOS?
Natália Correia - A principal contribuição desta pesquisa foi mostrar um
dos mecanismos de reforço que atuam nesta técnica: o mecanismo de
restrição lateral.
Este mecanismo governa a melhoria no desempenho da resposta da
camada asfáltica através do desenvolvimento de resistência ao cisa-
lhamento. Diante de diversas dúvidas com relação ao real benefício da
inclusão de geogrelhas em revestimentos asfálticos, principalmente ge-
ogrelhas poliméricas, esta pesquisa vem somar aos estudos já realiza-
dos, pois permitiu concluir que a geogrelha na camada asfáltica atua
como reforço, levando a um aumento no desempenho da resposta es-
trutural do pavimento, não apenas reduzindo a reflexão de trincas e po-
tencial de trincamento.

ÍNDICE
110
 PESQUISA NA ÍNTEGRA
#26
TÍTULO: APLICAÇÃO DO MODELO SCBR NO
GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS -
ESTUDO DE CASO: TERMINAL DE PETRÓLEO DE SÃO
SEBASTIÃO
AUTOR: BRUNO COLONESE
INSTITUIÇÃO: UFSC
ORIENTADOR: PROF. DR. HENRY XAVIER CORSEUIL
CO-ORIENTADORA: DRª. CRISTINA CARDOSO
NUNES

HUESKER APOSTA NA EXPANSÃO DA

ÁREA DE ENGENHARIA HIDRÁULICA
Engenheiro civil, Bruno Colonese, recentemente contratado para liderar a área
de Eng. Hidráulica da Huesker na América do Sul, apresenta estudo de mestrado
sobre aplicação do modelo SCBR no Terminal de Petróleo de São Sebastião

A HUESKER reforçou a sua equipe técnica com
a chegada do engenheiro civil Bruno Colone-
se. Formado pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), com ênfase em recursos
ÍNDICE hídricos, e mestre em engenharia ambiental,
com ênfase em gerenciamento e remedia-
ção de áreas contaminadas, pela Universida-
de Federal de Santa Catarina (UFSC), Bruno
atua há 10 anos com engenharia.
Participou do planejamento e execução de
111
 obras de construção civil e também esteve
envolvido na gestão e desenvolvimento de
estudos e projetos de engenharia hidráulica
e áreas afins.
A relação com a HUESKER começou há três
anos, durante o desenvolvimento de um pro-
jeto portuário que gerenciou para um grande
cliente da indústria de mineração no Brasil.
“Esse projeto contemplava algumas solu-
ções em geossintéticos da HUESKER e tive a
oportunidade de conhecer melhor suas so-
luções e parte de seus profissionais”, conta
o engenheiro.
No ano passado, Bruno aceitou o desafio de
contribuir para a expansão da área de en-
genharia hidráulica da HUESKER. “O desafio
de contribuir para a expansão e estrutura-
ção de uma área de negócios da empresa
com grande potencial foi o principal fator
ÍNDICE
para que aceitasse o convite para ingressar
à equipe. Penso que desafios nos permitem
aprender e o aprendizado nos permite cres-
cer profissionalmente”, acredita.
Em sua dissertação de mestrado, defendida
em 2010, o engenheiro estudou a aplicação
do modelo Solução Corretiva Baseada no
Risco - SCBR – a uma área potencialmente
contaminada.
Para isto, realizou um estudo de caso no
Terminal de Petróleo de São Sebastião (SP).
Apesar de o escopo do trabalho não ter con-
templado a utilização de geossintéticos
como medidas mitigatórias do problema
estudado, Bruno avalia que esses materiais
seriam uma boa alternativa de solução para
alguns dos problemas correlatos ao objeto
do estudo.
Saiba mais sobre o trabalho na entrevista.
112
 QUAL O OBJETIVO DA SUA DISSERTAÇÃO?
Bruno Colonese - O objetivo geral do trabalho foi aplicar o modelo SCBR
a uma área potencialmente contaminada, na fase de planejamento
(antes da contaminação), apresentar possíveis cenários de risco (após
a contaminação) e suas correspondentes medidas emergenciais. Para
isto, foi realizado um estudo de caso no Terminal de Petróleo de São
Sebastião (SP). A metodologia foi baseada no Manual de Gerenciamen-
to de Áreas Contaminadas da Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo.
O SCBR é um modelo computacional bidimensional para simulação do
transporte e transformação de poluentes, além de avaliação de risco,
desenvolvido pela UFSC para auxiliar a tomada de decisão no geren-
ciamento ambiental de áreas contaminadas.

COMO A APLICAÇÃO DO MODELO SCBR NO GERENCIAMENTO DE ÁREAS

CONTAMINADAS PODE PRESERVAR OS AQUÍFEROS?
Bruno Colonese - O gerenciamento de áreas contaminadas é composto
por uma sequência lógica de procedimentos e decisões a serem toma-
das, desde a suspeita da contaminação até a definição de estratégias
ÍNDICE de gerenciamento do risco causado à saúde humana. Esse processo
113
 requer profundo entendimento das condições subsuperficiais e hidro-
geológicas, juntamente com a natureza da contaminação.
A customização de um modelo computacional, antes do evento de
contaminação, pode ter grande contribuição para acelerar o processo
decisório e mitigatório, uma vez que os dados necessários estariam
compilados de maneira antecipada.

QUAIS OS RESULTADOS DO ESTUDO?

Bruno Colonese - Os principais resultados obtidos foram: a customiza-
ção do SCBR à área; o conhecimento do modelo de fluxo subterrâneo
da área; a identificação de um local de perigo para um possível cená-
rio de contaminação; o conhecimento do comportamento do contami-
nante; o mapeamento da área de risco; redução do risco a níveis acei-
táveis pela medida emergencial proposta; e identificação das etapas
necessárias para customização do SCBR a uma área qualquer.

DE QUE MANEIRA A SUA PESQUISA PODERIA SER APLICADA NO

CONTEXTO DA ENGENHARIA COM GEOSSINTÉTICOS?
Bruno Colonese - As soluções HUESKER correlatas são aplicadas em
ÍNDICE situações onde é desejado proteger ou evitar infiltração de água su-
114
 perficial com características não compatíveis ao meio receptor (re-
vestimentos, impermeabilização, selagem).
O estudo realizado contempla a contaminação de água subterrânea
decorrente de vazamento de uma fonte de óleo/derivados presente na
zona não saturada do solo. A tecnologia de remediação analisada se
refere a uma barreira física vertical. Não foi objetivo especificar a tec-
nologia ou material da barreira, apenas o estudo conceitual da influên-
cia da mesma sobre o fluxo subterrâneo.
No entanto, diversas opções envolvendo geossintéticos podem ser
contempladas para tal finalidade.
As soluções HUESKER poderiam ser aplicadas, por exemplo, nos pro-
jetos de bacias de contenção de tanques superficiais de armazena-
mento. Essas bacias devem ter baixa permeabilidade para conter um
possível vazamento superficial.
Barreiras de contenção com cortinas confeccionadas com geotêxteis
apropriados ou mesmo geocompostos com carvão ativado também
têm aplicação como solução mitigatória de acidentes similares ao ob-
jeto de estudo desse trabalho.
ÍNDICE
115
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #27
PESQUISA VENCEDORA DO PRÊMIO
ESTUDANTE IGS BRASIL MONITORA MURO
DE SOLO REFORÇADO COM GEOGRELHAS
Estudo foi feito numa obra de condomínio residencial no Rio de Janeiro
A dissertação de mestrado do engenheiro
civil, Janssen Moratori, sobre monitoração
de muro de solo reforçado com geogrelhas
de PVA foi a vencedora do Prêmio Estudante
IGS Brasil no triênio 2013–2016 na catego-
ÍNDICE ria Mestrado. O prêmio é um reconhecimen-
TÍTULO: MONITORAÇÃO DE UM MURO
DE SOLO REFORÇADO COM GEOGRELHAS
AUTOR: JANSSEN MORATORI
INSTITUIÇÃO: COPPE/UFRJ
ORIENTADOR: PROFESSO R
MAURÍCIO EHRLICH
to aos jovens pesquisadores brasileiros que
se destacaram no período.
Em seus estudos, Janssen analisou os fato-
res capazes de influenciar o comportamen-
to de uma estrutura de solo reforçado uti-
lizando solo residual fino como material de
116
 aterro. Para isso, realizou o monitoramen-
to da obra do condomínio residencial Magic
Garden Houses, no Rio de Janeiro.
O foco principal da pesquisa foi verificar as
tensões máximas induzidas pela compacta-
ção e as deformações provenientes da com-
pactação no interior do maciço reforçado.
Segundo o engenheiro, o fato de participar
de projetos que envolviam em sua maioria,
obras de contenção, o levou a querer en-
tender melhor os mecanismos básicos as-
sociados à interação solo-reforço. “Foi um
trabalho árduo no qual foram exigidos esfor-
ços físicos e mentais, porém sendo realiza-
do com muito profissionalismo e dedicação
gerou resultados positivos de aprendizado e
crescimentos pessoal e profissional”, conta
Moratori.

QUAIS AS ETAPAS E METODOLOGIAS ADOTADAS NA PESQUISA?

Janssen Moratori - A pesquisa foi dividida em quatro etapas. A primeira
se deu pela aquisição de peças e equipamentos necessários para fa-
bricação e montagem da instrumentação de campo, e também efetu-
ada a calibração de todas as células. Na segunda etapa realizou-se o
monitoramento da obra em muro em solo reforçado com medições das
trações atuantes nos reforços e deslocamentos internos durante o pe-
ríodo construtivo. Os deslocamentos da face foram mensurados após a
construção do muro. A terceira etapa ficou caracterizada pela análise
ÍNDICE dos resultados obtidos em campo e, por fim, a última etapa consistiu no
117
 cotejamento efetuado entre as medições de campo com previsões te-
óricas para avaliação de tensões e deformações atuantes na estrutura.
A metodologia aplicada se deu pelo desenvolvimento de uma instrumen-
tação projetada, construída e implantada em campo visando à determi-
nação das trações máximas atuantes nos reforços e os deslocamentos
internos da estrutura durante a sua construção. A instrumentação foi es-
pecialmente projetada e fabricada no laboratório de Geotecnia da COPPE/
UFRJ, consistindo na instalação de tubos de inclinômetro e placas de re-
calque para acompanhar a evolução das movimentações e seis diferentes
níveis de reforços instrumentados para medição dos esforços de tração.
A seção instrumentada teve 4,20m de altura. Foram utilizados 20 con-
juntos de células de carga, duas por conjunto, totalizando 40 células para
medição de cargas nos reforços. Em cada seção foram colados exten-
sômetros elétricos permitindo-se determinar as tensões atuantes nos
reforços durante o período executivo. Posteriormente, foi apresentada
comparação entre as medições de campo e previsões teóricas. Nas aná-
lises teóricas, parâmetros de resistência do solo para o estado de defor-
mação plana em condições saturada e não saturada foram estimados
mediante resultados de ensaios triaxiais na condição de simetria axial e
ÍNDICE correlacionados com a literatura técnica.
118
 QUAL A PARTICIPAÇÃO DA HUESKER NO TRABALHO?
Janssen Moratori - A HUESKER forneceu o apoio financeiro ao projeto
de pesquisa. A verba repassada compreendeu todas as despesas que
incidiram diretamente e indiretamente na realização do projeto.

QUAIS OS RESULTADOS DO ESTUDO?

Janssen Moratori - A comparação entre os valores medidos e calculados
teoricamente proporcionaram resultados distintos em relação ao valor
da tração máxima atuante nos reforços e a forma de distribuição destas
com a profundidade.
Os cálculos indicaram que a coesão aparente desenvolvida no solo pela
não saturação é capaz de promover uma redução considerável na tração
dos reforços. As trações medidas nos reforços apresentaram magnitu-
de bem abaixo da resistência máxima nominal das inclusões, possuindo
valor máximo equivalente a 7% da resistência de projeto.
Através da inclinometria constatou-se que os deslocamentos horizon-
tais próximos à face ocorreram no sentido do paramento frontal. As mo-
vimentações no interior do maciço apresentaram resultados em função
da magnitude da compactação e foram maiores nas camadas nas quais
ÍNDICE a compactação foi menos efetiva.
119
 As análises teóricas indicaram que a maior contribuição para a defor-
mação total no topo do muro foi devido à distensão dos reforços.

QUAL CONTRIBUIÇÃO A PESQUISA PODE OFERECER PARA O

APRIMORAMENTO DA TÉCNICA?
Janssen Moratori - A pesquisa pode contribuir no aprimoramento de no-
vas formas de cálculo e adaptação de equipamentos de instrumentação
geotécnica a fim de verificar o desempenho de obras em solos refor-
çados, como por exemplo, utilização de extensômetros elétricos com
resistências elétricas suficientes, capazes de reduzirem os intervalos de
tempo necessário à estabilização da voltagem. Essa é uma exigência
para trabalhos de campo onde várias vezes não se dispõem de tempo, e
também emprego de termopares acoplado à células de carga, de forma
a registrar as variações instantâneas da temperatura ao longo do tem-
po sem necessidade de posteriores compensações. Ficou comprovado
que a forma de cálculo das deformações horizontais por meio de tubos
de inclinômetro deverá ser efetuada tomando-se como referência para
cada uma das camadas as leituras quando da construção da anterior, e
não calculada em relação à referência original.
ÍNDICE
120
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #28
PESQUISA DE GRADUAÇÃO UTILIZA GEOGRELHA
HATELIT® NO ESTUDO SOBRE REFLEXÃO DE
TRINCAS EM CAMADAS ASFÁLTICAS
Tese tem autoria do engenheiro Daniel Arnau, coordenador
técnico comercial da HUESKER
O engenheiro da HUESKER Brasil, Daniel
Arnau, estudou a reflexão de trincas em
camadas asfálticas em sua pesquisa de
graduação na Universidade Tecnológica Na-
ÍNDICE cional (UTN) e Faculdade Regional do Para-
TÍTULO: ESTUDO DE UMA GEOGRELHA
PARA REFORÇO ASFÁLTICO ATRAVÉS
DA COMPRESSÃO DIAMETRAL
AUTORES: DANIEL FERNÁNDEZ
ARNAU E HECTOR LUIS DELBONO
INSTITUIÇÃO: UTN E FRP
ORIENTADOR: LUIS AUGUSTIN RICCI
ná (FRP), na Argentina.
A pesquisa realizou ensaios em corpos de
prova de asfalto com HaTelit®, reforço ge-
ossintético para alívio de tensões em reca-
pes asfálticos.
121
 Atualmente, Daniel integra a equipe técnico comercial da HUESKER
atendendo países da América do Sul.
Segundo ele, conheceu a empresa quando ainda estava no quarto ano da
faculdade, através de uma palestra de um engenheiro da HUESKER Itá-
lia. Entre 2010 e 2011, durante um intercâmbio acadêmico na Alemanha
se candidatou a uma vaga de estágio na companhia. “Foram seis meses
de estágio inesquecíveis, fiz amizade com muitas pessoas da empresa
e conheci o diretor da HUESKER Brasil, Flávio Montez. O contato ficou,
voltei para Argentina, comecei a pesquisa e pouco antes de me formar,
quando ainda estava fechando a pesquisa, eu já estava trabalhando na
filial brasileira”, conta.
Durante o trabalho, foi implementado um ensaio que gera tração no pla-
no do material de reforço, colocando em evidência a interação do siste-
ma mistura betuminosa e geogrelha.
Os valores da tensão de tração foram determinados indiretamente por
meio de cálculos, com a aplicação de cargas conhecidas de compressão
diametral em corpos de prova cilíndricos de dimensões definidas, pre-
parados a partir de mistura betuminosa com propriedades mecânicas
estudadas.
ÍNDICE
122
 QUAL O OBJETIVO DA PESQUISA?
Daniel - A pesquisa tinha o objetivo de avaliar o tipo de resposta e nível de
sensibilidade obtido em ensaios com configurações do corpo de prova
do qual não havia registro na bibliografia. O fenômeno que desejava-se
estudar é conhecido como “reflexão de trincas em camadas asfálticas”.
Realizei ensaios em corpos de prova de asfalto com HaTelit®, deixando o
reforço na direção desejada em função da solicitação do ensaio.
Dois tipos de ensaios foram efetuados em corpos de prova com e sem
reforço; Tração indireta por compressão diametral, variando a tempera-
tura e Módulo resiliente, variando a temperatura e a frequência da apli-
cação da carga dinâmica. O equipamento para determinação do módulo
resiliente ou módulo dinâmico é relativamente novo e complexo.
Na época só havia dois desses instrumentos habilitados na Argentina.

QUAIS AS ETAPAS E METODOLOGIAS ADOTADAS?

Daniel - As etapas foram realizadas segundo o padrão de metodologia
científica, na seguinte ordem: revisão bibliográfica e detecção de uma
necessidade científica, planejamento e preparação dos itens necessá-
rios, fabricação dos corpos de prova e execução dos ensaios, e por fim a
ÍNDICE interpretação e elaboração do relatório.
123
 A primeira etapa foi realizada com a ajuda da área de pavimentos da
HUESKER. Os ensaios aconteceram no Centro de Pesquisas Rodoviárias
(LEMaC) e na Faculdade Regional La Plata (FRLP), da Universidade Tec-
nológica Nacional (UTN). As outras etapas se deram na Faculdade Re-
gional do Paraná (FRP). A primeira grande dificuldade foi a fabricação
dos corpos de prova, pois não existiam fôrmas para conseguir a confi-
guração desejada. Portanto, foi necessário fabricar fôrmas especiais, o
que aumentou custo e tempo da pesquisa.

QUAIS OS RESULTADOS DO ESTUDO?

Daniel - Nem toda pesquisa científica chega ao resultado esperado e é
por isso mesmo que o estudo deve ser feito. O próprio processo da pes-
quisa já é uma grande experiência para trabalhos futuros. Uma resposta
favorável ao fenômeno era desejada. Mas, os resultados não consegui-
ram demonstrar exatamente aquilo que era esperado conhecer.
Mesmo assim foi possível extrair diversas conclusões, que permitiram
entender muito melhor o fenômeno de reflexão de trincas em recape-
amentos asfálticos. Foi possível determinar faixas de temperaturas e
frequências nos quais os reforços são mais solicitados. Novas questões
ÍNDICE apareceram, o que é muito interessante para pesquisas futuras.
124
 QUAL A CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO PARA O APRIMORAMENTO DA
TÉCNICA?
Daniel - Os resultados obtidos podem ser extrapolados para situações
de controle de qualidade e avaliação de patologias nos pavimentos. Tam-
bém servem de base para critérios de projeto de dimensionamento.

A HUESKER TEVE ALGUMA PARTICIPAÇÃO NO SEU TRABALHO?

Daniel - A HUESKER fez possível o desenvolvimento das atividades, pri-
meiramente fornecendo um grande número de informações requeridas
nas etapas iniciais do processo, orientando e assessorando com muita
neutralidade.
O processo de confecção das fôrmas não só requereu muito trabalho
intelectual, mas também teve custos associados que eu não conseguiria
assumir sem apoio financeiro externo. A HUESKER foi quem cobriu estes
custos para viabilizar a minha pesquisa.
Uma vez terminada a pesquisa, já engenheiro e membro da família
HUESKER, tive a grande oportunidade de fazer a divulgação da pesquisa
em congressos internacionais, o que me trouxe ainda mais satisfação
pelo esforço realizado.
ÍNDICE
125
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #29
PESQUISA APRESENTA TUBOS DE
GEOTÊXTIL COMO OPÇÃO MAIS EFICAZ NO
DESAGUAMENTO DE REJEITOS DE MINERAÇÃO
Estudo utilizou o geotêxtil HaTe, da HUESKER, para confecção dos
protótipos avaliados
Há tempos o destino final de rejeitos gera-
dos pela mineração vem recebendo atenção
das empresas do setor, pois o descarte ina-
dequado destes subprodutos pode ser res-
ÍNDICE ponsável por grandes consequências para o
TÍTULO: UTILIZAÇÃO DE TUBOS
GEOTÊXTEIS PARA O DESAGUAMENTO
DE REJEITOS DE MINERAÇÃO
AUTOR: PAULA DE MELLO MARTINS
INSTITUIÇÃO: ITA
ORIENTADORA: PROFA. DELMA DE
MATTOS VIDAL
meio ambiente.
Neste contexto, os estudos sobre estrutu-
ras de acondicionamento desses rejeitos e
a garantia de sua estabilidade se mostram
cada vez mais importantes.
126
 A engenheira Paula de Mello Martins, gradu-
ada pela Universidade Federal de Ouro Preto
(UFOP) e mestre pelo Instituto Tecnológico
de Aeronáutica (ITA), estudou a ‘Utilização
de tubos geotêxteis para o desaguamen-
to de rejeitos de mineração’ em sua tese de
mestrado, sob a orientação da professora
Delma de Mattos Vidal.
De acordo com a engenheira, os geossin-
téticos têm contribuído grandemente para
a economia no uso de materiais naturais
oriundos de exploração de jazidas, muitas
vezes não disponíveis nas proximidades do
empreendimento.
“Além deste benefício ambiental, vanta-
gens em relação à velocidade de aplicação
e facilidade de manuseio, permitem que os
cronogramas de obra sejam atendidos com
segurança. O fato de serem materiais com
controle de fábrica nos garante maior segu-
rança da estabilidade a longo prazo das es-
truturas”, completou.

QUAL O OBJETIVO DA PESQUISA?

Paula Martins - Frente aos diversos métodos aplicados na disposição de
rejeitos gerados pela mineração, a pesquisa propõe, com base em estu-
dos centrados no comportamento quanto à eficiência da filtração e do
desaguamento nas interfaces rejeitos/geotêxteis, a aplicação de tubos
de geotêxtil no processo de desaguamento e contenção de rejeitos de
mineração, apresentando as análises feitas quanto às solicitações hi-
ÍNDICE dráulicas e mecânicas impostas ao sistema.
127
 QUAIS AS ETAPAS E METODOLOGIAS ADOTADAS?
Paula Martins - A metodologia seguida reuniu tanto ensaios de labora-
tório, quanto ensaios realizados em campo, bem como análises quanto
à forma e solicitações em tração para a escolha do geotêxtil adequado
para tal aplicação. Em laboratório foram realizados ensaios de caracte-
rização das amostras de rejeito e do geotêxtil utilizados, bem como en-
saios de comportamento do sistema rejeito/geotêxtil quanto à eficiência
ao desaguamento e filtração em diferentes tipos de rejeitos de fosfato,
além de ensaios de permeabilidade vertical e horizontal com as compo-
sições rejeito/ geotêxtil. Em campo, foram realizados ensaios de bolsa
suspensa de geotêxtil (“hanging bag test”), variando a configuração dos
tipos de geotêxteis (tecido, não-tecido e tecido + não-tecido) utilizados
para a confecção das bolsas e ensaiados tanto com os rejeitos finos,
quanto com os granulares muitas vezes utilizados na construção das
barragens de contenção de rejeitos. Durante o trabalho também foram
apresentadas diversas discussões sobre a técnica de desaguamento
com tubos geotêxteis, fazendo uma análise das solicitações hidráulicas
e mecânicas a que estão submetidos considerando a possibilidade de
superposição dos tubos.
ÍNDICE
128
 QUAL FOI A PARTICIPAÇÃO DA HUESKER NO TRABALHO?
Paula Martins - A HUESKER participou com o fornecimento dos geotêx-
teis tecidos HaTe utilizados e com a confecção das bolsas para o ensaio
de bolsa suspensa de geotêxtil.

QUAL O RESULTADO DO ESTUDO?

Paula Martins - A técnica de desaguamento de rejeitos de mineração
utilizando tubos de geotêxtil mostra-se de grande importância para o
país, devido ao constante aumento na produção e à escassez de áreas
para disposição de rejeitos. É importante lembrar que esta técnica pode
representar uma solução interessante particularmente para a disposi-
ção de lamas, inclusive as muito finas resultantes de alguns dos proces-
sos de mineração no Brasil.
O benefício ambiental desta técnica fica evidenciado principalmente pe-
las altas porcentagens de sólidos do material retido pelo geotêxtil, atin-
gidos em curto prazo de tempo muitas vezes sem a adição de produ-
tos químicos para tal fim, o que é vantajoso também economicamente
quando se compara a outras técnicas de disposição de rejeitos finos.
ÍNDICE
129
 A análise dos resultados mostra um excelente desempenho destes sis-
temas para o rejeito considerado mais problemático (fino, com baixo
teor de sólidos e deposição lenta). A presença da camada de geotêxtil
não-tecido permitiu reduzir o tempo de desaguamento, sendo este efei-
to bem mais relevante no caso do rejeito granular.

COMO A PESQUISA PODE CONTRIBUIR PARA O APRIMORAMENTO DA

TÉCNICA?
Paula Martins - O uso de tubos e bolsas de geotêxteis teve início durante
os anos 70 e 80 e primeiramente foi empregado com o propósito estru-
tural, principalmente, em obras costeiras. Porém, desde 1980 a técnica
de utilização de tubos de geotêxtil, preenchidos com sedimentos dra-
gados, tem sido aplicada em diversos tipos de obras. O método envol-
ve o bombeando do material dragado, lama ou lodo dentro de tubos de
geotêxteis, os quais permitem que a água seja percolada pelas abertu-
ras de filtração do geotêxtil, enquanto os tubos retêm os sedimentos e
promovem um efetivo desaguamento, reduzindo o volume e aumentan-
do a porcentagem de matéria sólida. Em alguns casos o efluente pode

ÍNDICE
130
 ser lançado no meio ambiente ou reaproveitado, ou, quando necessário,
pode ser encaminhado para tratamento.
A partir de 2003 são encontrados os primeiros relatos sobre a aplicação
da técnica com rejeitos de mineração, sendo importante destacar que
este trabalho estabelece os primeiros passos para uma nova concepção
de disposição de rejeitos em nosso país, vindo para somar com os mé-
todos de disposição já existentes e é pioneiro quando se trata do estudo
e aplicação da técnica de desaguamento de rejeitos com tubos de geo-
têxtil.

O MÉTODO ENVOLVE O BOMBEANDO DO MATERIAL DRAGADO, LAMA

OU LODO DENTRO DE TUBOS DE GEOTÊXTEIS, OS QUAIS PERMITEM
QUE A ÁGUA SEJA PERCOLADA PELAS ABERTURAS DE FILTRAÇÃO
DO GEOTÊXTIL, ENQUANTO OS TUBOS RETÊM OS SEDIMENTOS E
PROMOVEM UM EFETIVO DESAGUAMENTO, REDUZINDO O VOLUME
E AUMENTANDO A PORCENTAGEM DE MATÉRIA SÓLIDA”
Paula Martins,
ENGENHEIRA
ÍNDICE
131
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #30
ESTUDO APRESENTA ALTERNATIVA COM
GEOSSINTÉTICO PARA A PROTEÇÃO DE
TALUDES CONTRA EROSÕES
Pesquisa utilizou o HaTe® acoplado a telas metálicas para controle de erosão
Não é nada difícil encontrar encostas de
grandes obras, especialmente em estradas,
rodovias ou plantas de mineração, com ta-
ludes apresentando sinais de carreamento
de materiais ou precária cobertura vegetal.
ÍNDICE O resultado disso é a grande frequência de
TÍTULO: PROTEÇÃO DE TALUDES
CONTRA EROSÃO SUPERFICIAL POR
MEIO DE TELA METÁLICA COM FAIXAS
DE RETENÇÃO EM GEOSSINTÉTICO
AUTOR: GELMO CHIARI COSTAS
INSTITUIÇÃO: CEFET-MG
ORIENTADORA: PROF. DRA.
DENISE DE CARVALHO URASHIMA
erosões hídricas e transporte de sedimen-
tos, indiretamente potencializando proble-
mas de estabilidade.
Foi observando esta realidade que o enge-
nheiro agrônomo e de produção civil Gelmo
Chiari Costa apresentou como tese de seu
132
 mestrado no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
(CEFET-MG) uma pesquisa voltada ao controle da erosão no contexto de
taludes com problemas de revegetação por processos convencionais.
Com funcionalidade de controle de erosão a partir do fornecimento de
condições para o estabelecimento de uma cobertura vegetal, o produto
desenvolvido foi caracterizado por uma tela metálica soldada, produzida
em arames galvanizados com liga de zinco e alumínio, munido de faixas
de retenção de substrato e sementes confeccionadas a partir do geo-
têxtil tecido da HUESKER, o HaTe®.

QUAL O OBJETIVO DO ESTUDO?

Gelmo - Explorar uma plataforma tecnológica consagrada, telas de aço
galvanizado, incrementada com algo novo, faixas de retenção de solo
confeccionadas a partir de geossintéticos para atender simultanea-
mente as funções de proteção superficial de taludes, do apelo estético e
dos critérios de sustentabilidade, principalmente em situações onde as
soluções convencionais apresentam restrições de uso e/ou de desem-
penho. Os objetivos específicos do estudo foram: caracterizar, avaliar
ÍNDICE
133
 e escolher o tipo de tela metálica; testar a resistência à corrosão das
malhas metálicas; avaliar o geossintético para a confecção das faixas
de retenção de solos; definir as características geométricas e os proce-
dimentos para confecção das células da faixa de retenção; determinar
a forma de fixação das faixas de retenção à malha metálica a partir de
prototipagem; identificar as facilidades e dificuldades quanto à instala-
ção e condições de contorno para o uso do produto e avaliar a eficiência
do sistema construtivo proposto na proteção contra erosão.

QUAIS AS ETAPAS E METODOLOGIAS ADOTADAS NA PESQUISA?

Gelmo - O desdobramento metodológico do trabalho de pesquisa com-
preendeu as seguintes fases: escolha dos materiais; prototipagem do
produto; testes de resistência à corrosão; montagem do experimento de
campo com instalação dos protótipos; estudo das condições de contor-
no pelo ensaio de rampa e avaliação de performance da técnica cons-
trutiva. Todas as etapas foram realizadas segundo o padrão de metodo-
logia científica.

ÍNDICE
134
 QUAL FOI A PARTICIPAÇÃO DA HUESKER NO TRABALHO?
Gelmo - Temos um excelente relacionamento com a equipe da HUESKER
Brasil e estamos cientes da posição de vanguarda mundial dos produ-
tos da empresa na área de geossintéticos. A partir da definição do mo-
delo conceitual do novo produto, nos reunimos com especialistas da
HUESKER em São José dos Campos para discutir os objetivos do projeto
e receber deles o input quanto ao melhor produto geossintético para a
produção das faixas de retenção.
Na fase de prototipagem do produto, recebemos por doação para fins
experimentais, uma bobina do produto geotêxtil tecido HaTe® 25/25
(polipropileno – 25 KN/m abertura aparente de poros 0,25 mm).

MUITO MAIS QUE O FORNECIMENTO DA AMOSTRA EXPERIMENTAL,

A HUESKER ACOMPANHOU OS DESDOBRAMENTOS EXPERIMENTAIS
E REALIZOU ENCONTROS EM CONGRESSOS, REVERBERANDO O
PROJETO NO SETOR.

ÍNDICE
135
 QUAIS OS RESULTADOS DO ESTUDO?
Gelmo - Pela jornada de ensaios de laboratório e esforços de prototipa-
gem foi possível definir claramente as características ideais do produto
e formas de produção industrial do mesmo.
Por intermédio dos ensaios de campo pudemos avaliar aspectos cons-
trutivos quanto à instalação do produto no talude.
O novo produto revelou-se prático de ser instalado. Além disso, foi pos-
sível avaliar a efetividade do produto quanto ao reestabelecimento de
uma cobertura vegetal e efetiva proteção contra erosão e transporte de
sedimentos e, comprovar o bom desempenho do geotêxtil tecido sele-
cionado (HaTe 25/25), que apresentou excelente trabalhabilidade nas
etapas de prototipagem e aplicação.

QUAL A CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA PARA O APRIMORAMENTO DA

TÉCNICA?
Gelmo - O projeto de pesquisa comprovou a singularidade do modelo
conceitual proposto. A inovação é capaz de aglutinar, num único pro-
duto, funcionalidades antes oferecidas por alternativas dissociadas. Os
impactos negativos de processos erosivos e transporte de sedimentos
ÍNDICE
136

DECORRIDOS CERCA DE SETE
ANOS, O TALUDE EXPERIMENTAL
CONTINUA REVESTIDO COM
O PRODUTO, OS MATERIAIS
CONTINUAM ÍNTEGROS E SOB
PLENA FUNCIONALIDADE.”
Gelmo Chiari Costa,
ENGENHEIRO
ÍNDICE
são recorrentes em grandes obras civis e áreas
de mineração. Prover uma técnica construtiva ca-
paz de condicionar o processo de revegetação de
taludes problemáticos neste quesito implica em
mais uma alternativa para a solução destes pro-
blemas no âmbito da gestão ambiental de empre-
endimentos do mesmo tipo. O modelo proposto é
potencialmente indicado para revegetação de su-
perfícies fortemente inclinadas (eficiente até 60°,
passível de uso até 80º). Decorridos cerca de sete
anos, o talude experimental continua revestido
com o produto, os materiais continuam íntegros
e sob plena funcionalidade. As “bolsas” de HaTe®
25/25 dispostas nas faixas de retenção se mos-
tram muito adaptadas à condição de exposição ao
tempo, cumprindo a função de células de acúmulo
de substratos.
137
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #31
PESQUISA REALIZA ANÁLISE NUMÉRICA
TRIDIMENSIONAL DE UM ATERRO
EXPERIMENTAL SOBRE COLUNAS GRANULARES
Estudo abordou a utilização do geotêxtil Ringtrac®
no encamisamento de colunas granulares
É comum solos muito moles receberem co-
lunas granulares convencionais. Entretanto,
estas colunas podem ter deformações ra-
diais excessivas pela falta do confinamento
ÍNDICE necessário por parte da argila. Uma das so-
TÍTULO: ANÁLISE NUMÉRICA TRIDIMENSIONAL
DE UM ATERRO EXPERIMENTAL SOBRE
COLUNAS GRANULARES ENCAMISADAS
AUTOR: CRISTIAN YAIR SORIANO CAMELO
INSTITUIÇÃO: COPPE / UFRJ
ORIENTADOR: PROF. DR. MÁRCIO DE
SOUZA SOARES DE ALMEIDA E DSC. IMAN
HOSSE IN POUR BABAEI
luções para superar esta dificuldade é o en-
camisamento das colunas granulares com
um geossintético de alto módulo de rigidez.
Apesar desta técnica ser bastante difundida,
poucos trabalhos avaliam a influência com-
138
 binada da plataforma de trabalho e do reforço basal no comportamento
do aterro no desempenho das colunas. Foi o que propôs averiguar a pes-
quisa do engenheiro civil, Cristian Yair Soriano Camelo, em sua tese de
mestrado na COPPE – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação
e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ).
O pesquisador realizou simulações numéricas - análises computacio-
nais por elementos finitos - para verificar o comportamento teórico de
um campo experimental de colunas Ringtrac® executado na CSA (Com-
panhia Siderúrgica do Atlântico), localizada no RJ e, comparar suas
conclusões com os resultados de medidas diretas em campo feitas por
outro pesquisador, Iman Hossein Pour Babaei, que foi um de seus orien-
tadores neste trabalho.

QUAL O OBJETIVO DA PESQUISA?

Cristian - A pesquisa tem como objetivo estudar o comportamento de
um aterro-teste sobre colunas granulares encamisadas em termos de
recalques, tensões verticais no topo das colunas e deslocamentos hori-
zontais no solo.
ÍNDICE Foram avaliados parâmetros tais como: a espessura do aterro de con-
139
 quista, a rigidez da geogrelha de reforço da base do aterro e a rigidez do
geossintético de encamisamento. Para isto, foram propostos dois mo-
delos numéricos 2D e 3D, respectivamente.
Os resultados foram comparados para conferir e identificar vantagens e
limitações de cada modelo proposto.

QUAIS FORAM AS ETAPAS DO TRABALHO E AS METODOLOGIAS

ADOTADAS?
Cristian - Este estudo dá continuidade ao trabalho do Dr. Iman Hos-
seinpour, que realizou a instrumentação e o monitoramento de um ater-
ro teste, localizado no pátio de estocagem de minério da empresa Thys-
senKrupp CSA, em Santa Cruz (RJ). A primeira etapa consistiu em validar
os modelos numéricos propostos a partir das medições da instrumen-
tação de campo, em termos de recalque, tensões verticais, deformações
horizontais e os excessos de poro-pressão com o tempo. Em uma se-
gunda etapa realizaram-se os estudos paramétricos.
Finalmente a última etapa foi a análise dos resultados. A metodologia
utilizada consistiu em desenvolver modelos numéricos 2D e 3D, aplican-
do o método de elementos finitos, com uso do software PLAXIS 3D.
ÍNDICE
140
 QUAIS OS RESULTADOS DA PESQUISA?
Cristian - Influência do aterro de conquista: Os resultados mostraram
que um acréscimo da espessura do aterro de conquista, inicialmente
com 1 m de espessura, pode reduzir o máximo recalque embaixo do
aterro. Uma redução desta espessura acarreta maiores forças de ten-
são mobilizada na geogrelha de reforço da base do aterro. Em termos
da transferência do carregamento vertical do aterro, uma redução da
espessura do aterro de conquista representa maiores tensões verticais
no topo das colunas encamisadas.
Influência do reforço basal: A presença do reforço na base do aterro é re-
levante na redução de excessivos deslocamentos laterais do solo. Inde-
pendente da rigidez da geogrelha de reforço na base do aterro, as ten-
sões verticais no topo da coluna não apresentaram maiores variações.
Influência da rigidez do encamisamento: os resultados dos modelos nu-
méricos mostraram que um acréscimo da rigidez do encamisamento
reduz os recalques após a construção do aterro.

ÍNDICE
141
 Foi observada também uma relação entre as forças desenvolvidas na
geogrelha da base e a variação do módulo de rigidez do encamisamento.
Em relação às tensões verticais no topo das colunas, o encamisamento
fornece um confinamento adicional, fazendo com que as colunas adqui-
ram um ganho de rigidez. As deformações horizontais após a construção
do aterro também foram reduzidas na medida em que foi aumentada a
rigidez do material de encamisamento.
Comparação dos resultados dos modelos numéricos: Os resultados das
análises de elementos finitos mostraram que os modelos de faixa 3D fo-
ram mais adequados para estudar máximos recalques, forças de tensão
na geogrelha da base, recalques diferenciais na base do aterro, forças
radiais no encamisamento, análises de estabilidade (método da redu-
ção de parâmetros) e geração de perfis de deslocamentos horizontais
abaixo do aterro. Por outro lado, o modelo de célula unitária tem limita-
ção no cálculo das forças radiais da geogrelha na base, na obtenção dos
perfis de deslocamentos horizontais e nas análises de estabilidade.

ÍNDICE
142
 COMO O ESTUDO PODE CONTRIBUIR PARA O APRIMORAMENTO
TÉCNICO?
Cristian - Em solos muito moles, uma das soluções para superar a defi-
ciência da capacidade de suporte é o encamisamento das colunas gra-
nulares com um geossintético de alto módulo de rigidez. Apesar das co-
lunas granulares encamisadas serem uma técnica bastante difundida,
poucos trabalhos avaliam a influência combinada do aterro de conquis-
ta e do reforço basal no comportamento geral da estrutura apoiada em
colunas.

A HUESKER TEVE ALGUMA CONTRIBUIÇÃONO SEU ESTUDO?

Cristian - Este projeto foi o resultado da parceria da HUESKER com a CSA
– Companhia Siderúrgica Atlântico,
ThyssenKrupp e com a COPPE, da UFRJ. As colunas granulares utilizadas
no aterro teste foram encamisadas com o geossintético Ringtrac® da
HUESKER. Todas as modelagens numéricas realizadas utilizaram os pa-
râmetros fornecidos pela HUESKER para seus produtos (inclusive For-
trac® e Stabilenka ®). Além disso, tive a oportunidade de ser convidado
para a edição do Georreforços 2015 em São Paulo, cujo tema abordado
ÍNDICE tinha relação com o do meu estudo.
143
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #32

TÍTULO: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

DURANTE A CONSTRUÇÃO DE UMA
ESTRUTURA DE CONTENÇÃO PORTANTE
REFORÇADA COM GEOGRELHAS
AUTOR: THIAGO ORDONHO ARAÚJO
INSTITUIÇÃO: ITA
ORIENTADORA: PROFA. DRA. DELMA
DE MATTOS VIDAL

PESQUISA TEM BASE NA ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO DURANTE A CONSTRUÇÃO
DE UMA ESTRUTURA DE CONTENÇÃO PORTANTE
Entre os principais conceitos abordados, destacam-se os de funcionamento
dos geossintéticos e de estruturas portantes em solo reforçado
A verticalização de encostas de solo, com in- ou de um novo empreendimento no local.
clinações superiores ao seu ângulo natural Essa necessidade recorrente, via de regra,
de repouso, é uma situação que pode surgir, impõe aos projetos de obras de infraestru-
por exemplo, durante o corte de uma encos- tura o dimensionamento e detalhamento de
ÍNDICE ta para a implantação de uma nova rodovia muros de contenção.
144
 Em algumas situações particulares, na qual
uma estrutura civil deve ser anexada a de
contenção, pode ser interessante prever
que sua fundação seja diretamente apoiada
na contenção. Essa solução é chamada de
muro de contenção portante.
Para compreender os processos, o dimen-
sionamento e o comportamento de uma es-
trutura de solo reforçado portante, à luz dos
procedimentos propostos pela BS 8006-1
(2010) e a sua aplicação a um caso real, o
engenheiro Thiago Ordonho Araújo desenvol-
veu o seu trabalho de graduação pelo Institu-
to Tecnológico de Aeronáutica - ITA, em São
José dos Campos (SP), centrado no estudo
de um projeto executado com essa técnica.
O pesquisador realizou uma revisão biblio-
ÍNDICE
gráfica para embasar os principais concei-
tos envolvidos na pesquisa e estudou os re-
sultados de uma instrumentação realizada
em um caso de obra real, para obter os da-
dos de deslocamento do muro e deformação
das geogrelhas. O caso de obra escolhido foi
uma estrutura portante em solo reforçado
com blocos segmentais (Blocos Terrae) na
face como componente de um viaduto so-
bre uma ferrovia, localizada no município
catarinense de Jaguaruna.
A partir daí, Araújo simulou o dimensiona-
mento da estrutura de acordo com a BS
8006-1 (2010), considerando cada uma das
etapas construtivas, para prever o compor-
tamento da estrutura e comparar com os
dados de instrumentação da obra.
145
 QUAL O OBJETIVO DA PESQUISA?
Thiago - O objetivo principal da pesquisa foi compreender os processos
relacionados ao projeto, dimensionamento e, sobretudo, comportamen-
to durante a construção de uma estrutura de solo reforçado portante à
luz dos procedimentos propostos pela BS 8006-1 (2010) e sua aplica-
ção a um caso real.

QUAIS FORAM AS ETAPAS DO TRABALHO E AS METODOLOGIAS

ADOTADAS?
Thiago - O trabalho baseou-se inicialmente na realização de uma re-
visão bibliográfica para embasar os principais conceitos envolvidos na
pesquisa.
Dentre os principais conceitos e conhecimentos abordados, destacam-
-se os de funcionamento dos geossintéticos, funcionamento de estru-
turas portantes em solo reforçado e metodologia de dimensionamento
apresentada pela BS 8006-1 (2010), norma britânica usada como re-
ferência no âmbito internacional para aplicação de geossintéticos com
função de reforço. Em seguida, foram estudados os resultados de uma
instrumentação realizada em um caso de obra real para obter os dados
ÍNDICE de deslocamento do muro e deformação das geogrelhas.
146
 O caso de obra escolhido foi o de uma estrutura portante em solo refor-
çado com blocos segmentais (Blocos Terrae) na face como componente
de um viaduto sobre uma ferrovia, localizada no município catarinense
de Jaguaruna.
Munido dos conceitos fundamentais, simulei o dimensionamento da
estrutura conforme preconiza a BS 8006-1 (2010), considerando cada
uma das etapas construtivas, para verificar analiticamente o que seria o
comportamento da estrutura e, então, comparar com os dados de ins-
trumentação da obra.

QUAIS OS RESULTADOS DA PESQUISA?

Thiago - Os resultados da pesquisa resumiram- se à verificação do di-
mensionamento realizado na estrutura. A partir das análises realizadas
foi possível estimar a tração e as deformações mobilizadas em cada
reforço, além de prever os deslocamentos frontais da estrutura para a
configuração adotada no projeto.
Adicionalmente, a análise dos dados de instrumentação que foi reali-
zada proporcionou a avaliação do comportamento de toda a estrutura
ao longo do período construtivo em termos das cargas mobilizadas nos
ÍNDICE reforços e dos deslocamentos sofridos pela contenção.
147
 COMO O ESTUDO PODE CONTRIBUIR PARA O APRIMORAMENTO
TÉCNICO?
Thiago - Os resultados extraídos da pesquisa permitiram constatar a
diferença entre os resultados obtidos quando se consideram etapas an-
teriores e posteriores à execução do viaduto. Isso mostra como a ado-
ção de uma estrutura portante frente àquela que não desempenha essa
função tem diferença em termos de seu dimensionamento e desempe-
nho estrutural. Além disso, os valores calculados para tração mobilizada
foram menores do que os medidos nos reforços instrumentados, de-
monstrando a adequabilidade da estrutura em termos de sua estabili-
dade última. Foi constatado também que a estrutura apresentou níveis
de deslocamento e deformação dentro dos limites recomendados pela
norma britânica utilizada no trabalho, mostrando a adequação da solu-
ção aplicada frente à estabilidade de serviço.

A HUESKER TEVE ALGUMA CONTRIBUIÇÃO NO SEU ESTUDO?

Thiago - Além do ambiente intelectualmente estimulante e do conheci-
mento adquirido por meio do meu estágio ao longo do mesmo ano em
que o trabalho foi desenvolvido, a HUESKER também colaborou com a
ÍNDICE minha pesquisa ao disponibilizar dados do caso de obra estudado.
148
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #33

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE

MUROS DE SOLOS REFORÇADOS SOB CONDIÇÕES
DE TRABALHO (EVALUATION OF THE BEHAVIOR
OF REINFORCED SOIL WALLS UNDER WORKING
STRESS CONDITIONS)
AUTOR: SEYEDHAMED MIRMORADI
INSTITUIÇÃO: COPPE / UFRJ
ORIENTADOR: PROF. DR. MAURICIO EHRLICH

ENGENHEIRO FOI VENCEDOR DE PRÊMIO

CONFERIDO PELA ABMS AO AUTOR DA
MELHOR TESE DE DOUTORADO EM
GEOTECNIA EM 2015/2016
Pesquisa avaliou os efeitos combinados de diferentes fatores
no comportamento de muros de solo reforçado (MSR)

Criado em 1998 pela ABMS - Associação de engenharia civil e geotecnia realizada

Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenha- dentro de em uma instituição brasileira no
ria Geotécnica, o prêmio Costa Nunes des- biênio. Esse importante reconhecimento foi
ÍNDICE taca a melhor tese de doutorado nas áreas conferido ao engenheiro civil Seyedhamed
149
 Mirmoradi, durante o Geojovem em Belo Horizonte/ MG, no dia 20 de ou-
tubro de 2016.
Mirmoradi desenvolveu a tese intitulada “Avaliação do Comportamento
de Muros de Solos Reforçados sob Condições de Trabalho (Evaluation of
the Behavior of Reinforced Soil Walls under Working Stress Conditions)”
em seu doutorado pela Coppe - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-
-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).
Com a orientação do professor Dr. Mauricio Ehrlich, o engenheiro avaliou
os efeitos combinados de diferentes fatores no comportamento de mu-
ros de solo reforçado (MSR) com blocos Terrae, como restrição às movi-
mentações da base do faceamento, rigidez e inclinação da face, tensões
induzidas pela compactação, tipo e rigidez do reforço, altura do muro,
bem como carregamentos externos.

QUAL O OBJETIVO DA TESE?

Mirmoradi - Utilizando modelagem física e numérica, foram avaliados
os efeitos combinados de diferentes fatores no comportamento de mu-
ros de solo reforçado (MSR), tais como restrição às movimentações da
ÍNDICE base do faceamento, rigidez e inclinação da face, tensões induzidas
150
 pela compactação, tipo e rigidez do reforço, altura do muro, bem como
carregamentos externos. Os resultados obtidos foram cotejados com
valores calculados utilizando métodos convencionais de projeto, obje-
tivando a verificação da acurácia destes procedimentos. Além disso, foi
desenvolvido um método de projeto simplificado para cálculo de carga
máxima em reforços baseado no procedimento estabelecido por Ehrlich
e Mitchell (1994).

QUAIS FORAM AS ETAPAS E AS METODOLOGIAS ADOTADAS?

Mirmoradi - A pesquisa pode ser sumarizada em três partes:
1) Quinze modelos físicos bem instrumentados foram construídos no La-
boratório de Geotecnia da COPPE/ UFRJ. Geogrelhas de poliéster, Fortrac
55/25-20/30 MPT, foram empregadas como reforço. Foram monitoradas
as cargas nos reforços, os carregamentos mobilizados no pé do muro
quando da restrição à movimentação lateral da base de blocos, os des-
locamentos laterais na face, as tensões horizontais na face interna do
blocos do paramento e os deslocamentos verticais no topo dos muros.
2) Análises numéricas foram efetuadas utilizando o programa Plaxis 2D;
considerando o efeito combinado da resistência da base de blocos e as
ÍNDICE tensões induzidas pela compactação do solo de aterro e fatores outros
151
 tais como: as características da fundação e a altura do muro, tipo e rigi-
dez dos reforços, a rigidez e a inclinação da face.
3) Com base nos resultados experimentais, numéricos e estudos de ca-
sos disponíveis na literatura, buscou-se desenvolver um novo método
para projeto de estruturas de solo reforçado.

QUAIS OS RESULTADOS?
Mirmoradi - O efeito combinado entre a rigidez da face e a restrição da
base da estrutura reduz-se significativamente com o aumento da altura
do muro.
Além disso, a forma da distribuição das cargas nos reforços com a pro-
fundidade é função do efeito combinado entre a altura do muro, a rigidez
dos reforços, a restrição às movimentações laterais da base e a rigi-
dez da face. Ademais, as cargas mobilizadas nos reforços variam com
a magnitude das tensões induzidas pela compactação e a inclinação da
face. Não obstante, o carregamento lateral mobilizado na base do face-
amento independe destes fatores.

ÍNDICE
152
 COMO O ESTUDO PODE CONTRIBUIR PARA O APRIMORAMENTO
TÉCNICO?
Mirmoradi - Os resultados mostraram que a capacidade de predição
dos métodos para projetos de muros de solo reforçado, tais como os da
AASHTO, FHWA, K-stiffness e o de EM (1994), é significativamente in-
fluenciada pelo efeito combinado da rigidez e inclinação do faceamento,
restrição lateral da base, esforços induzidos pela compactação, altura
do muro e rigidez dos reforços. Em geral, a depender das condições, os
métodos podem superestimar ou subestimar os carregamentos máxi-
mos nos reforços. Portanto, os projetistas precisam estar cientes das li-
mitações dos procedimentos que venham adotadar, de forma a garantir
projetos seguros e econômicos.

VOCÊ FOI VENCEDOR DO COSTA NUNES, PRÊMIO CONFERIDO AO

AUTOR DA MELHOR TESE DE DOUTORADO EM GEOTECNIA. QUAL A SUA
AVALIAÇÃO SOBRE ESSE RECONHECIMENTO?
Mirmoradi - Eu estou muito feliz e tenho agora maior motivação para
continuar seguindo meu caminho. Este prêmio foi um tipo de reconhe-
cimento de um longo e duro trabalho efetuado quando do meu doutora-
ÍNDICE mento, juntamente com o valioso suporte dado pelo orientador Maurício
153
 Ehrlich. Está sendo, para mim, uma grande experiência trabalhar com
ele. Aproveito a oportunidade para mais uma vez agradecer publicamen-
te por tudo que vem fazendo.
A parte mais importante de ter recebido este prêmio foi ter dado alegria
à minha família. Estou satisfeito por, de alguma forma, recompensá-los,
especialmente aos meus pais, que continuamente vem dando suporte
ilimitado para que eu atinja meus objetivos.
Por último, não menos importante, eu gostaria de agradecer aos mem-
bros da banca da minha tese e do Laboratório de Geotecnia da COPPE/
UFRJ, assim como a meus amigos, em especial ao Cid Almeida Dieguez,
Iman Hosseinpour e Mario Nacinovic.

A HUESKER TEVE ALGUMA CONTRIBUIÇÃO NO SEU ESTUDO?

Mirmoradi - Sim. Na parte experimental da minha tese, construímos vá-
rios modelos físicos de grande escala e as
geogrelhas utilizadas nos testes foram cedidas pela HUESKER. Eu gos-
taria de agradecer à empresa pelo apoio, nas pessoas de Flávio Montez e
André Estêvão Silva. Espero que tenhamos outras parcerias pela frente.

ÍNDICE
154
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #34
TESE AVALIA FATORES QUE INFLUENCIAM
O DESEMPENHO DE ESTRADAS NÃO
PAVIMENTADAS CONSTRUÍDAS SOBRE SOLOS
FRACOS, REFORÇADAS COM GEOSSINTÉTICOS
O reforço de estradas não pavimentadas com geossintéticos
ainda é um tema pouco estudado no Brasil
Para avaliar os fatores que influenciam o
desempenho de estradas não pavimentadas
construídas sobre solos fracos e reforçadas
ÍNDICE com geossintéticos, a Engenheira Civil Ivon-
TÍTULO: ESTRADAS NÃO PAVIMENTADAS
REFORÇADAS COM GEOSSINTÉTICOS:
INFLUÊNCIA DE PROPRIEDADES FÍSICAS
E MECÂNICAS DO REFORÇO
AUTOR: IVONNE ALEJANDRA
GUTIÉRREZ GÓNGORA
INSTITUIÇÃO: UNB
ORIENTADOR: PROF. DR. ENNIO
MARQUES PALMEIRA
ne Alejandra Gutiérrez Góngora desenvolveu
como tese de Doutorado a pesquisa “Es-
tradas não pavimentadas reforçadas com
geossintéticos: influência e propriedades
155
 físicas e mecânicas do reforço”, pela Uni-
versidade de Brasília (UnB), com orientação
do Professor Dr. Ennio Marques Palmeira.
A partir dos testes realizados na pesquisa,
a Engenheira constatou que o emprego de
reforços geossintéticos nas estradas não
pavimentadas simuladas contribuiu para
aumentar o número de repetições de car-
ga suportados, inclusive após restaurações
na superfície. Sob condições reais, tais be-
nefícios provocam aumentos da vida útil da
estrada.

QUAL O OBJETIVO DA TESE?

Ivonne - A pesquisa teve como objetivo avaliar os fatores que influen-
ciam o desempenho de estradas não pavimentadas construídas sobre
solos fracos e reforçadas com geossintéticos. Assim sendo, esta tese
estudou o comportamento de estradas não pavimentadas reforçadas
com diferentes tipos de reforço, simuladas num equipamento de gran-
de porte construído especialmente para a pesquisa. Doze tipos de ge-
ogrelha (6 encontradas comercialmente e 6 fabricadas em laboratório
especialmente para a pesquisa) foram utilizadas como reforço, além de
um geotêxtil tecido. As geogrelhas avaliadas apresentaram diferentes
características, tais como dimensões das aberturas, rigidez à tração,
ÍNDICE
156
 módulo de estabilidade da abertura (ASM, Aperture Stability Modulus) e
resistência à tração, dentre outras.

QUAIS FORAM AS ETAPAS E AS METODOLOGIAS ADOTADAS?

Ivonne- As etapas seguidas para a execução da pesquisa foram as se-
guintes: primeiramente foram escolhidos e ensaiados os geossintéticos
usados na tese, levando em consideração que alguns deles podem ser
encontrados comumente no mercado, e outros foram fabricados espe-
cificamente para a pesquisa, a partir de tiras plásticas. O propósito de
fabricar as grelhas foi o de se tentar manter algumas propriedades fixas,
tais como rigidez à tração, abertura da malha e módulo de estabilidade
à abertura (ASM), variando-se outras propriedades ou características
relevantes.
O principal objetivo foi estabelecer quais propriedades da geogrelha
eram as mais relevantes no desempenho de uma estrada não pavimen-
tada sobre subleito compressível. O material de aterro foi uma brita de
origem calcária.

ÍNDICE
157
 Na seguinte etapa foram realizados testes de carregamento cíclico em
grande escala, os quais visaram simular o comportamento de uma es-
trada em condições reais quando submetida a passagem de veículos.
Cada um dos ensaios foi monitorado por meio de células de tensões to-
tais, célula de carga e medidores de deslocamento linear.
Posteriormente, os resultados obtidos foram analisados e identificadas
as propriedades do geossintético que mais influenciam no comporta-
mento mecânico da estrada.

QUAIS OS RESULTADOS DO ESTUDO?

Ivonne - A partir dos testes realizados na pesquisa, foi possível observar
que o emprego de reforços geossintéticos nas estradas não pavimen-
tadas simuladas contribuiu para aumentar o número de repetições de
carga suportados, inclusive após restaurações na superfície. Sob con-
dições reais, tais benefícios provocam aumento da vida útil da estrada.
Além disso, foi observado que o ASM (módulo de estabilidade à aber-
tura) das grelhas não teve influência no comportamento mecânico da
estrada. Estes resultados contrastam com a relevância atribuída a este

ÍNDICE
158
 parâmetro por alguns autores. Finalmente, foi encontrado nos ensaios
que o que garante um bom desempenho da estrada é uma combinação
de propriedades mecânicas e físicas, particularmente a rigidez à tração
da geogrelha e a relação entre dimensões dos grãos do aterro e abertura
da grelha. Estudos subsequentes às atividades da tese (Palmeira & Gón-
gora 2016 e Góngora & Palmeira 2016) mostraram boa correlação entre
o TBR (Traffic Benefit Ratio) e um fator dependente de características
físicas e mecânica da geogrelha.

QUAIS AS CONTRIBUIÇÕES DA TESE PARA O APRIMORAMENTO DA

TÉCNICA?
Ivonne - No Brasil, aproximadamente 88% das estradas do país são con-
sideradas estradas não pavimentadas, muitas delas em péssimo estado
de conservação.
Estas estradas constituem acesso à serviços essenciais disponíveis nos
grandes centros urbanos, tais como saúde, educação, lazer, entre outros.
Além de permitir o transporte de mercadorias provenientes de ativida-
des do agronegócio, produção mineral, etc.

ÍNDICE
159
 Sendo assim, o assunto investigado é de grande relevância social e eco-
nômica para o país. Destaca-se que o estudo de reforço de estradas
não pavimentadas com geossintéticos no Brasil ainda é um tema pouco
estudado. As pesquisas realizadas permitiram determinar a importância
relativa de diferentes propriedades e características físicas de geogre-
lhas. Acredita-se que os resultados obtidos permitirão melhores utili-
zações e especificações de geogrelhas como elementos de reforço em
estradas não pavimentadas.

QUAL A CONTRIBUIÇÃO DA HUESKER PARA O SEU ESTUDO?

Ivonne - A HUESKER contribuiu de forma importante, com a doação dos
geossintéticos comerciais usados como reforço na tese e fornecimento
de informações técnicas sobre os produtos.
Isso foi de grande ajuda para a pesquisa, porque permitiu complementar
de forma eficiente as variáveis de geogrelhas sob estudo na pesquisa,
com a utilização de produtos consagrados na prática de reforço de solos
com geossintéticos.

ÍNDICE
160
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #35

TÍTULO: COMPORTAMENTO GEOMECÂNICO E DE

DURABILIDADE DE FORMAS TÊXTEIS TUBULARES
APLICADAS EM OBRAS HIDRÁULICAS
AUTOR: JOSÉ LUIZ ERNANDES DIAS FILHO
INSTITUIÇÃO: UENF
ORIENTADORES: PROF. DR PAULO CÉSAR
DE ALMEIDA MAIA E PROF. DR GUSTAVO DE
CASTRO XAVIER

TESE AVALIA IMPORTANTES PARÂMETROS

DE DESEMPENHO EM LONGO PRAZO DE
SOLUÇÕES COM GEOSSINTÉTICOS APLICADAS
EM OBRAS HIDRÁULICAS
Análise mostrou ser uma ferramenta importante para previsão da durabilidade
desses materiais quando expostos a distintos agentes degradantes

Utilizadas em obras hidráulicas para prote- costurados, transversalmente e longitudi-

ção costeira ou ribeirinha, as Formas Têxteis nalmente, com formato de um grande tubo.
Tubulares (FTTs) são estruturas constituí- Com a finalidade de avaliar o comportamen-
ÍNDICE das, normalmente, por geotêxteis tecidos e to geomecânico e de durabilidade de FTTs,
161
 o Engenheiro Civil José Luiz Ernandes Dias Filho desenvolveu a tese de
doutorado “Comportamento geomecânico e de durabilidade de formas
têxteis tubulares aplicadas em obras hidráulicas”, pela Universidade Es-
tadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), com orientação dos
professores Dr. Paulo César de Almeida Maia e Dr. Gustavo de Castro
Xavier.

QUAL O OBJETIVO DA TESE?

José Luiz - A tese teve como objetivo avaliar o desempenho de geo-
têxteis tecidos, utilizados na construção de Formas Têxteis Tubulares
- FTTs, sob ações do meio ambiente exógeno. Para isso, foram estabe-
lecidos mecanismos para definição de ensaios visando a determinação
das características de degradação destes materiais. A proposta princi-
pal consistiu em utilizar procedimentos experimentais de laboratório,
entre eles, ensaios de tração e punção,
com e sem fluência, usando técnicas de degradação acelerada simul-
taneamente aos ensaios que simulam as solicitações de campo e obter
modelos que representem a durabilidade.

ÍNDICE
162
 QUAIS FORAM AS ETAPAS E AS METODOLOGIAS ADOTADAS?
José Luiz - A primeira delas foi a obtenção do material de estudo. Em
seguida, a produção de amostras com alteração induzida de forma ace-
lerada no laboratório e com alteração natural no campo.
Depois da degradação das amostras, determinaram-se as propriedades
que definem o comportamento característico do material: físico, mecâ-
nico, hidráulico e desempenho. E, por último, a análise dos resultados e
previsão do comportamento do material em longo prazo. Deve-se des-
tacar que o material no campo está sujeito a solicitações mecânicas e
aos efeitos da degradação natural de forma simultânea.
A utilização das FTTs, em particular, faz com que essa sobreposição de
efeitos seja significativa e, portanto, não pode ser desconsiderada na
avaliação mecânica e de durabilidade desses materiais.
Assim, a metodologia proposta, utilizada e difundida no meio acadêmico
para ensaios de laboratório necessitou de uma adaptação que incluiu os
procedimentos de solicitações mecânicas e de durabilidade de forma
simultânea.
Particularmente, a sobreposição de efeitos influencia fundamentalmen-
te o comportamento em fluência, de resistência a solicitações de tração
ÍNDICE ou de puncionamento, quando associados ao efeito da degradação pro-
163
 vocado por ciclos de saturação e secagem. Neste sentido, foi construído
um equipamento especial para a pesquisa: um pórtico de reação aco-
plado ao equipamento de degradação para realização dos ensaios de fl
uência acelerada em 16 amostras realizados de forma simultânea.

QUAIS OS RESULTADOS DO ESTUDO?

José Luiz - A análise da durabilidade mostrou ser uma ferramenta im-
portante para previsão do comportamento em longo prazo desses ma-
teriais. Os procedimentos utilizados para exposição à fl uência, à de-
gradação no campo e no laboratório, degradação acelerada simultânea
à solicitação mecânica apresentaram resultados similares e indicaram
que, entre os materiais estudados, os polipropilenos tendem a ser mais
adequados que os poliésteres como matéria-prima para geotêxteis uti-
lizados na fabricação de FTTs.

QUAIS AS CONTRIBUIÇÕES DA TESE PARA O APRIMORAMENTO DA

TÉCNICA?
José Luiz - O extenso programa experimental permitiu não só a cons-
trução de um equipamento de grande porte e variedades de análises
ÍNDICE sugeridas, mas a consolidação de uma metodologia para avaliação da
164
 alterabilidade de geossintéticos. A metodologia garantiu a simulação,
de forma acelerada no laboratório, da alteração natural no campo dos
geotêxteis tecidos através do equipamento de condensação e radiação
ultravioleta. Foi apresentado também um procedimento de laboratório
onde o material sofre fluência acelerada simulando a condição de solici-
tação de campo através de ciclos de saturação e secagem. Fez-se então
a apresentação de modelo para estimativa do comportamento de mate-
riais devido aos processos de degradação no meio ambiente. Nele foram
propostos dois parâmetros relacionados às características de durabili-
dade e da alterabilidade do material. Pela aplicação da proposta, seria,
então, possível estimar o tempo de vida útil do geossintético em projeto.
A utilização dos equipamentos e dos ensaios em laboratório adequa-
dos possibilitaria esta análise e previsão em curto período de tempo.
E assim, finalmente, seria possível uma caracterização mais efi ciente
e realista dos novos geossintéticos que surgem no mercado para apli-
cações em projetos hidráulicos em cada região geográfica e condições
específicas de obra.

ÍNDICE
165
 QUAL A CONTRIBUIÇÃO DA HUESKER PARA O SEU ESTUDO?
José Luiz - O pontapé inicial do contato com a HUESKER começou no fi-
nal do meu mestrado. O desejo de fazer o doutorado estava próximo e o
tema da pesquisa já vinha sendo discutido com o professor Paulo Maia.
No COBRAMSEG de 2012, foi possível consolidar a ideia principal com a
empresa e o desafio de realizar análises de durabilidade em condições
de utilização de formas têxteis tubulares. A partir daí, a pesquisa ganhou
forma e o apoio da empresa, que forneceu os quatro geossintéticos es-
tudados, financiou alguns equipamentos (lâmpadas UV-B e 64 relógios
comparadores) e ofereceu todo o suporte necessário. Além disso, o la-
boratório ainda conta com dois bolsistas financiados pela HUESKER, que
foram fundamentais para a execução das atividades planejadas.

NO COBRAMSEG DE 2012, FOI POSSÍVEL CONSOLIDAR A IDEIA PRINCIPAL

COM A EMPRESA E O DESAFIO DE REALIZAR ANÁLISES DE DURABILIDADE EM
CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DE FORMAS TÊXTEIS TUBULARES”
José Luiz ,
ENGENHEIRO
ÍNDICE
166
 #36

AVANÇOS TECNOLÓGICOS PARA

REMEDIAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS
Especialistas comentam os desafios e os futuros avanços no
gerenciamento de áreas contaminadas no Brasil

Solos e águas subterrâneas podem ser contaminados a partir de diversas

fontes, como atividades industriais e descarte inadequado de resíduos.
No Estado de São Paulo, o gerenciamento de áreas contaminadas é rea-
lizado com base na Lei nº 13.577/2009 e em seu regulamento, aprovado
pelo Decreto nº 59.263/2013, e na Decisão de Diretoria nº 038/2017/C,
que contém os procedimentos que passaram a vigorar após a publica-
ção no Diário Oficial do Estado, em 10 de fevereiro de 2017.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) é a responsá-
vel pelo planejamento e gestão dos processos de identificação e reabi-
litação de áreas contaminadas no estado de São Paulo, estabelecendo
ÍNDICE procedimentos e diretrizes, e fiscalizando as ações executadas pelos
167
 responsáveis por essas áreas. “A ação de fiscalização é desenvolvida
com o objetivo de verificar a adequação das ações executadas pelo res-
ponsável pelas áreas contaminadas.
A aplicação das penalidades decorrentes da constatação de irregulari-
dades é orientada pela Instrução Técnica 039/2017, da Diretoria de Con-
trole e Licenciamento Ambiental”, afirma Geraldo do Amaral
Filho, diretor de Controle e Licenciamento Ambiental da Cetesb.
A investigação, o estudo, a capacitação profissional e o desenvolvimen-
to de novas tecnologias são essenciais para prevenir a contaminação e
remediar o passivo ambiental. De acordo com o
Engenheiro Civil e Professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA) Paulo Scarano Hemsi, existem diversas técnicas disponíveis para
remediação de áreas contaminadas.

“NO ESTADO DE SÃO PAULO, A MAIOR PORCENTAGEM DAS ÁREAS

CONTAMINADAS ABRIGA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS, O QUE FAZ COM
QUE AS SOLUÇÕES MAIS FREQUENTES ENVOLVAM O BOMBEAMENTO
E TRATAMENTO, RECUPERAÇÃO DE FASE LIVRE, EXTRAÇÃO
MULTIFÁSICA, EXTRAÇÃO DE VAPORES E ASPERSÃO DE AR”, afirma.
ÍNDICE
168
 Hemsi também destaca a existência de li-
nhas de pesquisas no campo da remedia-
ção, que visam aprimorar técnicas que uti-
lizem reagentes naturais e de baixo custo
- de preferência resíduos-, processos na-
turais e, muitas vezes, biológicos, que não
gerem produtos nocivos ao meio ambiente.
“Entre as pesquisas podemos citar a adsor-
ção de contaminantes por resíduos lignoce-
lulósicos, precipitação biológica de metais
pesados e oxidação de poluentes orgânicos
em processos bacterianos diversos, como a
redução de nitrato, redução do ferro (III) e
redução de sulfato, entre outros”, diz.
De acordo com Geraldo do Amaral Filho,
toda solução para remediação de uma área
contaminada é aceita pela Cetesb, que exige
apenas que ela alcance os resultados e efi
ÍNDICE
ciência. “Novas tecnologias são bem-vindas
desde que sua eficiência e seus resultados
sejam alcançados e demonstrados dentro
dos cronogramas de remediação propostos.
Há a necessidade de estabelecer incenti-
vos à pesquisa, de modo a identificar pro-
cedimentos de investigação e remediação
adequados à realidade do país ou mesmo
adaptar aqueles existentes, cuja aplicação
tem se mostrado viável em outros países”,
ressalta.
Os projetos de pesquisa podem envolver a
realização de diversos tipos de ensaios em
laboratório, revisão de dados obtidos em
estudos semelhantes e o monitoramento
de ensaios piloto realizados em campo. “Es-
tudar o comportamento dos nossos solos
perante o desempenho de técnicas como a
169

ESTUDAR O COMPORTAMENTO
DOS NOSSOS SOLOS PERANTE
O DESEMPENHO DE TÉCNICAS
COMO A BIORREMEDIAÇÃO
ESTIMULADA, POR EXEMPLO, É UM
DESAFI O MUITO IMPORTANTE.”
Paulo Hemsi,
ENGENHEIRO
ÍNDICE
biorremediação estimulada, por exemplo, é um de-
safi o muito importante”, afirma Paulo Hemsi.
O professor reforça que é importante notar que
as características da maioria dos solos brasileiros
os tornam com um comportamento diferente dos
solos dos países de clima temperado, como Esta-
dos Unidos, Canadá e países europeus, onde gran-
de parte da bibliografi a da área de remediação foi
produzida.
“Nos solos tropicais, é comum ocorrer uma zona
não-saturada espessa e camadas de permeabili-
dade mais baixa do que no caso das frequentes ca-
madas de areia dos países da América do Norte. Os
solos tropicais apresentam a laterização da cama-
da superficial, e grande heterogeneidade na cama-
da saprolítica. Possuem pH mais ácido e compor-
tamento especial na adsorção, com influência dos
óxidos de ferro e alumínio”, diz.
170
 MERCADO DE SERVIÇOS DE GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS

O mercado de serviços de áreas contaminadas se expande na medi-

da em os órgãos ambientais locais expandem seus conhecimentos
técnicos e aumentam a criticidade e periodicidade das fiscalizações.
“O mercado é mais intensificado e atuante partindo da região sudes-
te para o norte do país, havendo maior atuação de serviços de áreas
contaminadas nos grandes centros metropolitanos, ou seja, principal-
mente nas capitais dos estados por todo o país”, afirma Flávio Gutier-
res, Coordenador de Projetos – DMA, da Arcadis Logos S/A.
Com a publicação do decreto Nº 8.468 de 8 de setembro de 1976, que
dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente,
a partir de meados da década de 1980 surgiram as primeiras empre-
sas de consultoria ambiental no país na prestação de serviços no ge-
renciamento de áreas contaminadas. Desde então, o mercado vem se
desenvolvendo no setor de áreas contaminadas. “No cenário nacional
é possível identificar menos que dez empresas de consultaria ambien-
tal de grande porte que possuem representatividade no mercado de
áreas contaminadas. A maioria das oportunidades de serviços de ge-
ÍNDICE renciamento de áreas contaminadas está concentrada nos grandes
171
 polos industriais, portos e centros urbanos de cada estado no país.
Entretanto, existem algumas demandas isoladas em função das loca-
lidades das instalações das empresas”, afirma Gutierres.
Para o coordenador, as principais soluções buscadas pelos clientes no
cenário nacional são aquelas que possuem a resolução dos problemas
ambientais com maior agilidade e curto prazo, além de apresentarem
os menores custos das alternativas disponíveis no mercado de áreas
contaminadas.
De acordo com Gutierres, os futuros avanços no gerenciamento de
áreas contaminadas se darão, principalmente, pelo cumprimento e
pelas melhorias das leis ambientais municipais, estaduais e federais.
A formação de profissionais capacitados nas mais diversas disciplinas
também é considerada essencial, segundo o coordenador, para que
esses avanços ocorram de fato. “Com as estruturas de governo aper-
feiçoadas e criadas, haverá a necessidade de profissionais habilitados,
apresentando alto nível técnico de conhecimento para discussões e
fiscalizações em relação aos casos de passivos ambientais existente
no Brasil”, conclui.

ÍNDICE
172
 #37 e #3 8

A IMPORTÂNCIA DAS EMPRESAS

PARA O DESENVOLVIMENTO DA
CIÊNCIA NO BRASIL
Pesquisadores comentam o quanto as iniciativas
privadas contribuem para a formação de profissionais
e para o avanço do conhecimento

É notório que parcerias entre pesquisadores e empresas geram impac-

tos positivos para todos os envolvidos, sendo um mecanismo importante
para o desenvolvimento de novas soluções e contribuindo diretamente
para a formação dos profissionais e progressão das instituições.
Para Mauricio Ehrlich, professor titular da COPPE/Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), a colaboração universidade-empresa pode ser
muito positiva para ambos. “A Universidade não deve se isolar, em parti-
cular, a engenharia, que não pode ficar apartada do que ocorre no mun-
ÍNDICE do real. As empresas nos colocam desafios e nos proporcionam meios,
173
 que são muito importantes para a formação dos alunos e avanço do co-
nhecimento”, afirma.
Para Márcio Almeida, professor titular da COPPE/Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), as empresas têm um papel fundamental, pois são
as responsáveis por fazer a relação entre a universidade e a indústria.

“AS UNIVERSIDADES PESQUISAM PARA A SOCIEDADE E AS

INDÚSTRIAS APLICAM OS RESULTADOS DESSAS PESQUISAS. POR
ISSO, É PRIMORDIAL.
NO CONTEXTO DE GEOSSINTÉTICOS, A HUESKER, EM PARTICULAR,
TEM UM HISTÓRICO MUITO BONITO DE APOIO À PESQUISA, POIS
CONSEGUE DETECTAR AS NECESSIDADES E INTERESSES QUE VÃO
DESDE PESQUISAS LABORATORIAIS A PESQUISAS DE CAMPO”,
ressalta.

Para quem trabalha com pesquisas na área dos geossintéticos e, por-

tanto, com pesquisas aplicadas, a participação das empresas é fun-
damental em vários níveis de atuação. “Na área de geossintéticos é
notória a necessidade de parceria entre empresas/fabricantes e pes-
quisadores. A tendência é que a universidade abra ainda mais as portas
ÍNDICE
174
 para o incentivo privado, firmando parce-
rias efetivas e duradouras. A minha expec-
tativa é que tenhamos centros de pesqui-
sas e empresas cada vez mais próximos
com o objetivo de avaliar os geossintéticos
nas suas mais variadas formas de aplica-
ção. Não seria possível, por exemplo, che-
garmos a este ponto de conhecimento e de
utilização dos geossintéticos no Brasil sem
a interação existente entre as empresas e
a universidade ao longo desses 20 anos”,
ressalta Jefferson Lins da Silva, professor
efetivo da Escola de Engenharia de São Car-
los (EESC), da Universidade de São Paulo
(USP) e pertencente ao Departamento de
Geotecnia (SGS).
Essas contribuições privadas para o desen-
volvimento de pesquisas acontecem em va-
riadas formas, como destaca o professor
ÍNDICE
titular da Universidade de Brasília (UnB),
Ennio Marques Palmeira. “Primeiro, com a
divulgação das empresas de seus produtos
e aplicações para a comunidade técnica.
Segundo, com interações e financiamentos
de pesquisas em universidades e institutos
de pesquisas. Além disso, com patrocínio
em publicações, cursos e eventos científi-
cos sobre geossintéticos”, complementa.
Jefferson destaca outro ponto importante
dessa cooperação. “Outra colaboração im-
portante das empresas é o fortalecimento
das entidades que lidam com os geossinté-
ticos, como a IGS-Brasil, a ABMS, a ABINT,
a ABNT por meio da CEE-175 (Comissão de
Estudos Especiais em Geossintéticos da
ABNT) e também com o apoio efetivo em to-
dos os eventos sobre os geossintéticos, em
âmbito local, regional e nacional”, afirma.
175
 DESENVOLVIMENTO DOS GEOSSINTÉTICOS

O apoio às pesquisas acadêmicas foi fundamental para o avanço do

geossintéticos ao longo do tempo. “Esse apoio permite viabilizar es-
tudos de aplicações de geossintéticos em condições mais próximas
da realidade das obras. Além disso, coloca pesquisadores em conta-
to com reais necessidades da indústria de geossintéticos, permitindo
avanços relativos ao estudo do comportamento de produtos existen-
tes e desenvolvimento de novos produtos e aplicações”, avalia o pro-
fessor Ennio Palmeira.
Os geossintéticos têm tido um desenvolvimento continuo nos últi-
mos 35 anos no país e se aceleraram com chegada da HUESKER. “A
HUESKER percebeu as vocações naturais dos diversos grupos de pes-
quisa acadêmicos e se aproximou de cada um deles realizando con-
vênios e fomentando pesquisas experimentais em laboratório e em
campo”, destaca o professor Márcio Almeida.
De acordo com o professor Ehrlich, hoje quase todos os projetos ge-
otécnicos incluem geossintéticos. Um dos motivos é a facilidade exe-
cutiva e redução de custos que, em geral, faz com que esse tipo de
ÍNDICE
176
 solução mostre-se sempre presente. “O uso dos geossintéticos pro-
moveu um grande avanço na prática de projeto e execução das obras.
Hoje não somos tão dependentes dos materiais naturais que, cada vez
mais, não estão disponíveis na especificação necessária, devido a res-
trições ambientais e custos. Por outro lado, a indústria de geossinté-
ticos pode, com facilidade e a custos competitivos, prover soluções
com características necessárias a qualquer tipo de obra”, afirma.
Sobre o aumento dos estudos acerca dos geossintéticos nas univer-
sidades brasileiras, o professor Jefferson destaca uma passagem de
sua trajetória acadêmica que reafirma este dado. “Há 15 anos, quando
me tornei engenheiro civil na Universidade Federal do Alagoas (UFAL),
realizei meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na área de geos-
sintéticos. Naquela época, meus colegas me indagavam sobre que
material era aquele que estava estudando. Hoje, a IGS-Brasil realiza
um concurso nacional no qual premia os melhores TCCs na área de ge-
ossintéticos. Na graduação, a temática dos geossintéticos já ‘pegou’.
Por conta da multifuncionalidade, inevitavelmente os professores de
engenharia ministram conceitos sobre os geossintéticos. Os novos
engenheiros sabem muito mais sobre os geossintéticos do que os en-
ÍNDICE
177
 genheiros formados há 15, 20 anos”, destaca.
Para Delma Vidal, professora associada do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA), as empresas cola-
boram para esse desenvolvimento ao apoiar as pes-
quisas por meio de diversas ações, todas elas im-
portantes, como doação de produtos para ensaios
de campo e laboratório, debates sobre comporta-
A HUESKER TEM UM HISTÓRICO
mentos observados e bolsas de pesquisa em Ini-
MUITO BONITO DE APOIO À
PESQUISA, POIS CONSEGUE
ciação Científica, Mestrado e Doutorado. “Creio que
DETECTAR AS NECESSIDADES foi justamente a política de apoio às instituições de
E INTERESSES QUE VÃO DESDE pesquisa de algumas das empresas atuando no país
PESQUISAS LABORATORIAIS A que levou o Brasil à sua relevância internacional,
PESQUISAS DE CAMPO” com participação ativa das universidades nos even-
Márcio Almeida, tos técnicos e um capítulo da associação interna-
PROFESSOR cional de geossintéticos dos mais atuantes”, afirma.

ÍNDICE
178
 PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

“O Brasil tem imensos desafios em infraestrutura nas áreas de trans-

porte, saneamento e energia. Os geossintéticos têm sido cada vez
mais utilizados em todas estas áreas, inclusive porque a nova geração
de engenheiros, muitas vezes, toma conhecimento de suas vantagens
dentro da universidade. Portanto, são extremamente promissoras as
perspectivas futuras do uso de geossintéticos no país”, destaca Már-
cio Almeida.
Sobre o futuro, Ehrlich acredita em avanços. “Nos últimos tempos, o
Brasil avançou muito em organização política e institucional. Estamos
muito melhores do que em um passado não muito distante. Recursos
naturais, conhecimento e potencial humano: temos tudo para ampliar
nossa participação e sermos referência importante no cenário inter-
nacional”, diz.

ÍNDICE
179
 Por proporcionarem soluções simples e rápidas de serem implemen-
tadas, e com custos reduzidos, para o professor Ennio Palmeira o fu-
turo dos geossintéticos também é promissor.

“À MEDIDA QUE O CONHECIMENTO SOBRE GEOSSINTÉTICOS É

DISSEMINADO E CONSOLIDADO, AS PERSPECTIVAS FUTURAS SÃO DE
UM CRESCIMENTO CONTÍNUO NA UTILIZAÇÃO DESSES MATERIAIS
EM OBRAS GEOTÉCNICAS E DE PROTEÇÃO AMBIENTAL NO PAÍS,
APROXIMANDO-SE, CADA VEZ MAIS, DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO
OBSERVADOS EM PAÍSES MAIS DESENVOLVIDOS”, conclui.

ÍNDICE
180
 PESQUISA NA ÍNTEGRA #39

TÍTULO: MODELAGEM CENTRÍFUGA DE

ATERROS ESTRUTURADOS
AUTOR: DIEGO DE FREITAS FAGUNDES
INSTITUIÇÃO: COPPE / UFRJ
ORIENTADORES: MÁRCIO DE SOUZA
SOARES DE ALMEIDA E LUC THOREL

TESE DE DOUTORADO FOI VENCEDORA DO PRÊMIO

CONFERIDO PELA ABMS NO COBRAMSEG 2018
Pesquisa estudou o comportamento das deformações e dos mecanismos
de transferência de carga que ocorrem em aterros estruturados com e
sem a presença do reforço de geossintético na base do aterro
Criado em 1998 pela Associação Brasileira de engenharia civil e geotecnia realizada
de Mecânica dos Solos e Engenharia Geo- dentro de uma instituição brasileira no biê-
técnica (ABMS), o prêmio Costa Nunes des- nio. Durante o Cobramseg deste ano, reali-
ÍNDICE taca a melhor tese de doutorado nas áreas zado em Salvador/BA, o reconhecimento foi
181
 conferido ao engenheiro Diego de Freitas
Fagundes, que desenvolveu a tese “Mode-
lagem Centrífuga de Aterros Estruturados”,
em seu doutorado pela Coppe - Instituto
Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e
Pesquisa de Engenharia, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O aterro estruturado é uma solução geotéc-
nica utilizada no Brasil para construção de
diferentes tipos de obras sobre solos mo-
les. As deformações e os mecanismos de
transferência de carga que envolvem essa
técnica são complexos e ainda geram in-
ÍNDICE
certezas nos valores obtidos na literatura,
motivando a avaliação das diferentes vari-
áveis que envolvem esse problema. Com a
orientação dos professores Marcio Almei-
da e Luc Thorel, Fagundes desenvolveu um
estudo paramétrico utilizando modelos fí-
sicos centrífugos de aterros estruturados,
com e sem o reforço basal de geossintético,
apresentando uma avaliação dos métodos
analíticos preditivos para o dimensiona-
mento de aterros estruturados utilizados
nas principais normas e recomendações da
literatura.
182
 QUAL O OBJETIVO DA TESE?
Diego - O objetivo principal da pesquisa foi o estudo do comportamen-
to das deformações e dos mecanismos de transferência de carga que
ocorrem em aterros estruturados com e sem a presença do reforço de
geossintético na base do aterro. Para tal, resultados obtidos com mo-
delagem física centrífuga, métodos analíticos e modelagem numérica
foram analisados de forma a avaliar a melhor forma de prever satisfato-
riamente o comportamento de construções deste tipo, acarretando em
projetos com melhor desempenho e menor custo.

QUAIS FORAM AS ETAPAS E AS METODOLOGIAS ADOTADAS?

Diego - A parceria existente entre Coppe/UFRJ e o IFSTTAR (Institut Fran-
çais dês Sciences et Technologies dês Transports, de L’Aménagement et
des Réseaux), Nantes na França, viabilizou a realização da campanha de
modelos físicos utilizando um sistema de platô metálico móvel embar-
cado na centrífuga de braço do IFSTTAR. A modelagem física centrífuga
consistiu no estudo paramétrico com 68 ensaios onde foram avaliadas
cinco alturas de aterro (H), dois diâmetros de estaca (d), três espaça-
mentos (s), quatro confi gurações geométricas, três taxas de cobertura
ÍNDICE (α), a inserção do reforço de geossintético e a aplicação da sobrecarga.
183
 Uma análise comparativa entre os resultados experimentais e os obti-
dos por meio dos métodos analíticos avaliou as metodologias de projeto
propostas pelas principais normas e recomendações da literatura. Por
fim, foram executadas análises numéricas 3D visando validar os mo-
delos numéricos com os resultados experimentais de forma permitir a
análise de parâmetros não observados nos modelos físicos ampliando
então a capacidade de análise do problema.

QUAIS OS RESULTADOS DO ESTUDO?

Diego - Os ensaios sem geossintético mostram que a escolha adequada
da configuração geométrica do aterro estaqueado é fundamental para
uma boa qualidade do projeto. Os resultados mostram que a eficiên-
cia do arqueamento aumenta com a elevação da altura do aterro, taxa
de cobertura, diâmetro das estacas e redução do espaçamento entre
estacas. Já os ensaios com geossintético mostram que a presença do
reforço na base do aterro potencializa a transferência de carga e a efici-
ência do arqueamento sempre atinge 100%. As medidas dos recalques
realizadas no topo do aterro durante os ensaios permitiram avaliar a
altura crítica e ocorrência de recalques diferenciais no topo do aterro.
ÍNDICE
184
 Para as taxas de cobertura estudadas (5% a 20%) a relação de H/(s − d)
> 2,5 e H/s > 1,2 devem ser mantidas para que se evitem os recalques
diferenciais no topo do aterro. Avaliando os métodos analíticos propos-
tos nas recomendações e normas europeias, de maneira geral, os resul-
tados obtidos pela EBGEO (2011) foram os que apresentaram a melhor
concordância entre previsão e observação dos valores de eficiência e
deflexão máxima. A validação das análises numéricas 3D através dos re-
sultados experimentais permitiu a análise do comportamento de parâ-
metros que não puderam ser avaliados nos modelos físicos centrífugos
como valores de tração, deflexão no reforço, distribuição de tensões no
solo, entre outros.

QUAIS AS CONTRIBUIÇÕES DA TESE PARA O APRIMORAMENTO DA

TÉCNICA?
Diego - Acredito que as principais contribuições da tese foram as rela-
cionadas aos benefícios que a inclusão do reforço basal de geossintéti-
co trazem para a técnica de aterros estruturados. O efeito de membrana
do geossintético, somado ao arqueamento do solo, melhoram a trans-
ferência de carga para as estacas, reduzem as cargas no solo mole, os
ÍNDICE recalques diferencias na superfície e possíveis rupturas do aterro.
185
 QUAL A CONTRIBUIÇÃO DA HUESKER PARA O SEU ESTUDO?
Diego - Durante o desenvolvimento da tese, surgiram dúvidas acerca de
materiais, metodologias de projeto e das práticas executivas adotadas
na técnica de aterros estruturados aqui no Brasil, e a HUESKER sempre
foi muito solícita em contribuir. Fica um agradecimento
à engenheira Cristina Schmidt, que, entre outras informações, forne-
ceu um histórico de projetos nos quais a HUESKER Brasil atuou. Estas
informações foram importantíssimas para a defi nição do programa de
ensaios e a escolha das características dos modelos físicos estudados.

DURANTE O DESENVOLVIMENTO DA TESE, SURGIRAM DÚVIDAS ACERCA

DE MATERIAIS, METODOLOGIAS DE PROJETO E DAS PRÁTICAS EXECUTIVAS
ADOTADAS NA TÉCNICA DE ATERROS ESTRUTURADOS AQUI NO BRASIL, E A
HUESKER SEMPRE FOI MUITO SOLÍCITA EM CONTRIBUIR.”
Diego Freitas Fagundes,
ENGENHEIRO

ÍNDICE
186
 #40

PROGRAMA DE INCENTIVO À PESQUISA

APOIADO PELA HUESKER CONTRIBUI
PARA O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA
Parceria com o CEFET-MG já resultou em 31
pesquisas em diferentes níveis de ensino

O incentivo à pesquisa e aos pesquisadores é um dos principais valores

da HUESKER. Nesses 20 anos de trajetória no país, a empresa já apoiou
inúmeras pesquisas, muitas divulgadas no Reforçando Ideias ao longo
dos 10 anos do informativo. Um dos destaques desse incentivo é o pro-
grama de pesquisa com alunos do Centro Federal de Educação Tecnoló-
gica de Minas Gerais, CEFET-MG.
A parceria entre HUESKER e o CEFET-MG teve início em 2006, com o
ingresso da professora Dra. Denise Urashima na instituição. A docente
propôs um Acordo de Cooperação Técnica, tendo em vista o trabalho que
ÍNDICE já desenvolvia com a HUESKER. “A primeira cooperação de pesquisa foi
187
 sobre estudos de eficiência de filtros têxteis para o desaguamento de resíduos gerados
em Estações de Tratamento de Água (ETAs). Posteriormente, pesquisas de desaguamento
de resíduos finos gerados na mineração, estudos de técnicas de contenção e proteção de
taludes contra erosão de solos. Nos últimos anos, também têm sido realizadas pesquisas,
com aporte da HUESKER, direcionadas à durabilidade/degradação de geossintéticos, por
ataques químicos e por intempéries, tanto de campo quanto acelerado, pesquisas dire-
cionadas ao mecanismo de fluência por tração de geossintéticos submetidos a intempé-
ries de campo e acelerados em laboratório com condições controladas”, destaca Denise
Urashima.
Desde 2006, a HUESKER apoiou diretamente 31 pesquisas de discentes do CEFET-MG. To-
das as pesquisas estão vinculadas ao grupo de pesquisa Geossintéticos aplicados em obras
civis e ambientais, sob liderança da professora Denise. Dessas pesquisas, duas estão em
andamento, totalizando 9 estudos em nível técnico, 15 em graduação, 4 em mestrado, 1
em doutorado e 2 em pós-doutorado.

“É IMPORTANTE RESSALTAR QUE PARA 2019, TEMOS A EXPECTATIVA DO INÍCIO DE

QUATRO NOVAS PESQUISAS COM APORTE DA HUESKER, SENDO 2 EM NÍVEL DE
GRADUAÇÃO E 2 DE PÓS-GRADUAÇÃO”, ressalta.

ÍNDICE
188
 O apoio às pesquisas e aos pesquisadores
não seria possível sem a participação ativa
das docentes Denise e Mag Guimarães, que
evidenciam suas atuações no programa. “Por
meio de orientação de trabalhos de pesqui-
sas acadêmicas, venho trabalhando com a
capacitação de recursos humanos há quase
duas décadas e ainda me emociono em cada
descoberta realizada no âmbito da pesqui-
sa. É imensurável o deleite do aprendizado
continuado. Nós pesquisadores podemos,
conjuntamente com empresas, contribuir de
forma promissora para o emprego de novas
tecnologias, produtos e processos que tra-
gam respostas para demandas necessárias
ÍNDICE
e inerentes aos seres humanos, mas de for-
ma sustentável, visando a mitigação dos im-
pactos ambientais. Tenho convicção que o
emprego dos geossintéticos, de forma cor-
reta, traz esse benefício. E para que os re-
sultados sejam cada vez mais promissores,
pesquisadores têm de estar engajados na
formação de recursos humanos”, diz Denise.
Já para Mag, que orienta pesquisas no CE-
FET-MG, nos níveis técnico e graduação, com
co-orientação de Denise Urashima, desde
2015, novos desafios vêm surgindo a cada
ano e as pesquisas vem de encontro à ob-
tenção de respostas a essas demandas.
“Em âmbito geral, as pesquisas têm sido di-
189
 recionadas a estudos de durabilidade de ge-
ossintéticos por distintos fatores, incluindo
os efeitos de degradação por agentes cli-
máticos, de campo e acelerados, termo-o-
xidação, fluência à tração, tanto por análises
destes separadamente quanto por efeitos de
sinergia de degradação. Todas as pesquisas
realizadas são apresentadas anualmente no
evento Institucional de Semana de Ciência e
Tecnologia, bem como são realizados relató-
rios de pesquisas. Além disso, foi publicado
um artigo no Cobramseg 2018 e feita uma
apresentação oral de pesquisa desenvolvida
com contribuição da HUESKER”, destaca.
Além do apoio técnico, a HUESKER contribui
ÍNDICE
para a continuidade das pesquisas por meio
da disponibilização de bolsas de estudos,
materiais, apoio para participação em even-
tos nacionais, além de aquisição e manuten-
ção de infraestruturas necessárias para a
continuidade das pesquisas. Outro aspecto
relevante é a participação da equipe técnica
da HUESKER em eventos acadêmicos, como
simpósios e a Semana da Engenharia, com
apresentações de produtos e de casos re-
ais de obras relevantes do ponto de vista da
engenharia moderna, com novas soluções e
tecnologias, motivando os discentes a inte-
ragirem com o grupo de pesquisa e fazerem
parte mesmo que de forma voluntária.
190
 RESULTADOS CONQUISTADOS PELO PROGRAMA

Os resultados das pesquisas desenvolvidas já foram publicados em

diversos modos, como artigos em revistas indexadas - incluindo a Ge-
osynthetics International (Qualis A1) e a Soils and Rocks (Qualis B1).
Seis artigos foram apresentados em eventos internacionais, 12 arti-
gos em eventos nacionais, sendo quatro deles no Cobramseg 2018 e
19 resumos publicados em Semanas de Ciência e Tecnologia.
Além de publicações, as pesquisas também deram origem a dois Tra-
balhos de Conclusão de Curso, quatro dissertações, duas teses de
pós-doutorado e premiações pelo reconhecimento da importância das
pesquisas realizadas sob a orientação da Profa. Dra. Denise Urashima:
• Primeiro lugar no 1º Encontro de Jovens Pesquisadores do CETEC, na
categoria Ensino Superior, em 2009 - Prêmio FIEMG/CETEC
• Menção honrosa no Prêmio Brasil de Engenharia 2010 na Temáti-
ca Meio Ambiente e Recursos Hídricos, na categoria Graduação, pelo
SENGE/DF e Instituto Atenas de Pesquisa e Desenvolvimento Brasil
• Primeiro lugar na 13ª Semana de Ciência e Tecnologia, em 2017, no
CEFET-MG Campus Varginha, pelo trabalho “Degradação de Geossin-
ÍNDICE téticos Expostos”
191
ÍNDICE