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©ABMS, 2018
RESUMO: Este trabalho aborda o tema de Práticas Contratuais do ITA (International Tunnelling
Association – Working Groups). Será executada uma análise das matrizes de risco para obras
subterrâneas realizadas pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre), em contrato
a preço global, em comparativo às mesmas obras a contratos a preço unitário. Os documentos de o
ITA fornecem embasamento para estabelecer diretrizes para procedimentos em contratos de
construção no âmbito das obras subterrâneas e suas boas práticas. Dessa forma, os documentos
estabelecem que, para o ambiente subterrâneo as incertezas inerentes à geologia, geotecnia,
hidrogeologia devem ser inseridos nos contratos; Assim, dentro deste contexto estão envolvidas a
natureza e a extensão das incertezas do meio, que impactam diretamente nos custos geotécnicos.
Partindo-se das recomendações e analisando-se os tipos de contrato previstos pela associação
internacional de túneis fez-se uma análise da implementação desta para os contratos que envolviam
obras de túneis executadas pelo DNIT.
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possuir uma atenção especial. Dessa forma, os • Em função dos altos custos de projetos em
documentos da ITA citam as seguintes subsuperfície é essencial para todas as partes
diretrizes: que o capital seja eficiente e eficazmente
• Devem-se garantir as incertezas inerentes à redistribuído no projeto e que esteja de acordo
geologia, à geotécnica, desempenho com o trabalho que realmente foi conduzido e
hidrogeológico e estrutural da subsuperfície – as suas demandas.
portanto o espaço deve ser devidamente tratado
no contrato;
• As ocorrências e a extensão das incertezas 4. RESPONSABILIDADES E
de custos geotécnicos devem ser geridas por um PROCEDIMENTOS E RESOLUÇÃO DE
nível adequado de investigações geotécnicas e DISPUTAS
ensaios de campo e laboratório.
• Necessidade de mobilização e aquisição de
mão de obra especializada, assim com A responsabilidade deverá ser definida
equipamentos que podem ser necessários para a por meio de uma metodologia na qual
eficiência dos trabalhos de construção. determine a divisão desta de acordo com
• Deve ser respeitada a agenda de atividades determinadas circunstâncias onde
para testes e o comissionamento de qualquer deverão estar inclusos os procedimentos
instalação de sistemas elétricos e mecânicos. para o fornecimento de recursos e para o
Mesmo representando uma pequena parcela dos pagamento das atividades. Caso não
riscos estes representam uma proporção do risco definidos de forma clara haverá,
total do projeto. inevitavelmente, custos excedentes,
• Necessidade de implementação de atrasos e disputas.
procedimentos de identificação dos riscos e a A resolução de disputas é efetuada
sua resolução efetiva entre as partes envolvidas. através de mecanismos que podem
• Os descritivos de Especificação, Qualidade variar desde arbitragens às mediações.
e Desempenho devem ser claros e exigidos em Independentemente do tipo de
todos os elementos do projeto descritos, mecanismo deve-se identificar
incluindo a forma como serão avaliados e como rapidamente os problemas com a
as disputas serão resolvidas. necessidade de resolução.
• Devem ser tomadas disposições devidas Há a necessidade de se minimizar ou
para as conseqüências de custos de quaisquer evitar ambigüidades relativas às
circunstâncias contratualmente imprevistas. conseqüências dos comportamentos ou
Estas podem ser substanciais devido à natureza circunstâncias que podem surgir durante
da construção subterrânea. O mecanismo para a construção.
alocar especificamente esses riscos deve estar Os termos de pagamentos e de disputas
contido no contrato. devem estar contidos e bem definidos
• Devem-se adotar processos especializados nos contratos, para que possam fornecer
para a resolução de litígios, incluindo o uso de mecanismos de resolução que devem
especialistas acostumados a problemas em incluir um direcionamento na tomada de
ambientes subterrâneos. A construção é ações, concessão de danos e rescisões.
recomendada como meio de gestão disputas. Ao serem definidos esses mecanismos
pode-se evitar ou minimizar
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ambigüidades que dizem respeito das Amberg (2016) define os riscos de acordo
conseqüências dos comportamentos ou com duas ocorrências: de superfície e
circunstâncias que podem surgir durante subterrâneos:
a construção. Dentro destes termos, Os riscos na superfície são devidos à
devem ser abrangidos no contrato escavação do túnel e/ou devidos ao método de
questões administrativas como escavação e/ou devido a presença de água.
permissão, instalações, padrões de Recalque de prédios e infra-estruturas
conduta profissional, obras e existentes;
equipamentos e prever que possam Recalque das instalações
ocorrer mudanças nas legislações e (eletricidade, gás, água etc.);
regulamentações. Vibrações excessivas.
Em última análise, é a atenção a esses Riscos no subterrâneo devidos aos
assuntos que fornece a estrutura para a métodos de escavação e/ou às condições
entrega mais eficiente do projeto e, em existentes no solo ou maciço podem ser devido
ocasiões, a modificação ou mesmo a a:
remoção de partes de um projeto. Deformações excessivas;
Os projetos de túnel exigem que as Instabilidade na seção transversal
decisões sejam tomadas rapidamente, e/ou da face;
capital para fluxo e mobilização e Desmoronamento;
desmobilização de equipes Queda de blocos de rocha.
especializadas e Segundo Oliveira (2017), que cita em seu
equipamento. trabalho que uma das formas mais eficazes de
se reduzir tantos os custos quanto os riscos é o
monitoramento do maciço durante sua
construção. Portanto, é necessária uma análise
5. A ANÁLISE DE RISCO da instrumentação mais rápida e eficiente,
assim, pode-se prever problemas futuros.
Segundo (Rabensteiner, 2016), o ideal é
5.1 Práticas atuais da análise de risco medir os deslocamentos absolutos em
detrimento aos relativos e geralmente devemos
O monitoramento do comportamento do maciço monitorar:
hoje é visto como parte essencial na análise de Deformação longitudinal e
risco (resultados como forma de controle do convergência do túnel;
método construtivo), assim pode-se promover a Deformação de estruturas
verificação do comportamento dos parâmetros, subterrâneas e vias públicas;
deslocamentos, etc.. Estes dados irão fornecer Deformação de prédios, pontes e
os indicadores de falha e o estabelecimento de demais estruturas na superfície;
valores limites, nos quais deve-se obter a Movimentos do terreno (horizontal e
probabilidade desses de se excederem e quais vertical);
serão as suas conseqüências. Movimento relativo em juntas e
falhas;
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convocatório. Tem raiz constitucional. Portanto, CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
a ausência de previsão ou de autorização é Direito Administrativo. 27ª Edição, 2014.
CARVALHO, M., 2015. Manual de Direito
irrelevante‖. Administrativo. 2ª Edição.
DNIT, DEPARTAMENTO NACIONAL DE
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (2007)
6° Relatório de Revisão de Projeto na Fase de
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Obras, Volume III – BR-101/RS - Divisa SC/RS-
Osório.
DNIT, DEPARTAMENTO NACIONAL DE
Comparando-se as tabelas 1 e 2, referentes as
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (2009).
Obras Construção de Túneis nas Rodovias BR- 7° Relatório de Revisão de Projeto na Fase de
101/RS, BR-101/SC e BR-381/MG, conclui-se Obras, Volume II – BR-101/RS - Divisa SC/RS-
a agilidade da execução dos contratos sobre o Osório.
Regime Diferenciado de Contratações, por meio DNIT, DEPARTAMENTO NACIONAL DE
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES 2009).
da Contratação Integrada-RDCi.
Análise e Parecer sobre o 7° Relatório de Revisão
Nos Contratos regidos pela Lei de Licitações de Projeto na Fase de Obras – BR-101/RS - Divisa
houve Revisões de Projetos em Fase de Obras, SC/RS-Osório.
aditivando, em alguns casos, prazos com DNIT, DEPARTAMENTO NACIONAL DE
períodos superiores a 100% do inicialmente INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES 2008).
Análise e Parecer sobre o 7° Relatório de Revisão
pactuado, bem como grande impacto financeiro de Projeto na Fase de Obras – BR-101/SC – Palhoça
no valor do empreendimento. – Divisa SC/RS.
A nova legislação, para contratar com o DNIT, DEPARTAMENTO NACIONAL DE
Poder Publico, permitiu o desenvolvimento da INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES 2014).
Matriz de Riscos, possibilitando a distribuição Análise e Parecer sobre o 2° Relatório de Revisão
de Projeto na Fase de Obras – BR-101/SC – Divisa
destes proporcionalmente as responsabilidades PR/SC – Divisa SC/RS.
assumidas no contrato, visto que são de DNIT, DEPARTAMENTO NACIONAL DE
identificados, quantificados e remunerados os INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (2013).
riscos na concepção da obra ser implementada. Ficha Contratual nº 00 00815/2013 – BR-381/MG –
Construção dos Túneis Rio Piracicaba (Pista da
direita e da esquerda) extensão 825 m.
DNIT, DEPARTAMENTO NACIONAL DE
AGRADECIMENTOS INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (2013).
Ficha Contratual nº 00 00816/2013 – BR-381/MG –
Construção dos Túneis Antônio Dias e Prainha
Os autores agradecem o suporte financeiro extensão 1280 m.
fornecido pelo CNPq (Conselho Nacional de DNIT, DEPARTAMENTO NACIONAL DE
Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (2008).
Análise e Parecer sobre o 7° Relatório de Revisão
ao DNIT (Departamento Nacional de
de Projeto na Fase de Obras – BR-101/SC – Palhoça
Infraestrutura Terrestre) pela colaboração. – Divisa SC/RS.
DNIT (2013). Guia de Gerenciamento de Riscos de
Obras Rodoviárias – Fundamentos. 1ª Edição.
REFERÊNCIAS DNIT (2017). Edital de Licitação 0392/16-00. Disponível
em:
http://www1.dnit.gov.br/editais/consulta/resumo.asp
ABNT (2009) NBR ISO 31000. Gestão de riscos — ?NUMIDEdital=6190. Acessado em 03/11/2017.
Princípios e diretrizes, Rio de Janeiro, Brasil, 24 p. ITA (1995). Conctractual sharing of risks. Contractual
Practices. International Tunneling and Underground
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
©ABMS, 2018