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contratação eficiente
Marcelo Bruto
Parte 1
Regimes de Execução
Contratação Integrada
Parte 2
• Estimativa de custos em obras e serviços
de engenharia
• Remuneração variável
• Contratação Simultânea
• Contratos de eficiência
• Critérios de julgamento
Regimes de Execução
Regimes de Execução – Antecedentes Teóricos
Aspectos gerais
Projeto
Orçamento
Objeto
Aceite de propostas
Preço
Tópicos específicos
Escolha de regime
Vantagens e desvantagens – EPG x EPU
Riscos quantitativos
Inovações
Regimes de Execução no RDC – aspectos gerais
PU PG/EI RDCi
Ministro Benjamin Zymler: “Primeiro, que a norma legal impôs um maior grau de
detalhamento do projeto básico para as empreitadas por preço global, o que, por si só,
parece afastar o entendimento de que nessa última modalidade houvesse permissão para
que a contratada escolhesse as metodologias de execução e isso não aconteceria na
empreitada por preço unitário. Segundo, que o projeto básico deve definir adequadamente
o objeto, inclusive conter as metodologias construtivas, o que afastaria a conclusão de que
caberia ao contratado escolher aquela que considerasse mais conveniente.”
“Por isso, era de se esperar que o orçamento do projeto refletisse técnicas construtivas
modernas, necessárias à implantação de todas essas obras de arte especiais, como a previsão
de corte e dobra de aço industrializados, a utilização de fôrmas metálicas, a previsão de
fabricação de concreto por meio de centrais dosadoras e misturadoras, práticas amplamente
adotadas no mercado da construção pesada, e, inclusive, foram as alternativas escolhidas
pelo consórcio executor do referido contrato.”
Contratação Integrada
O que é a contratação integrada no mundo?
Vantagens potenciais
Absorção de metodologias diferenciadas ou tecnologias
Atração de expertise indisponível no órgão contratante
Maior integração entre projeto e execução da obra, com
menores custos de transação
Concentração de responsabilidade em um único
contratado
Melhores incentivos para atendimento a cronogramas e
adoção de metodologias mais eficientes (custo x
benefício)
Maior previsibilidade do orçamento da obra (contratos
“lump sum”)
RDCi – quais são as vantagens e desvantagens teóricas?
Desvantagens potenciais
Perda de controle sobre o objeto contratado – aceitação
de projeto, fiscalização, cronograma de desembolsos
compatível com físico
Risco de deterioração do objeto contratado - definição
do objeto/parâmetros de desempenho e
responsabilidades pós-contratuais
Contrato “lump sum” demanda atribuição de
responsabilidades precisa – matriz de riscos
Imprecisão na definição do orçamento e “preço” da
matriz de riscos
Alocação excessiva de riscos – seleção adversa e
oportunismo
RDCi no mundo
Setor privado
Contratos EPC – engineering, procurement and construction
FIDIC – Federation Internationale des Ingénieurs-Conseils - Silver Book
“Conditions of Contract EPC/Turnkey Projects”
Carta BNDES – concessões 2013
RDCi no mundo
EUA
FAR – Item 36.301 – Pode ser utilizada quando a entidade
entender apropriado, considerando alguns critérios:
o grau em que os pré-requisitos para o projeto
estiverem adequadamente definidos;
a limitação de tempo para a entrega do projeto;
a capacidade e experiência de potenciais contratados;
adequação do projeto para a utilização do método de
“duas fases” de seleção;
a capacidade da agência para gerir o procedimento de
“duas fases”; e
outros critérios estabelecidos pelo chefe da agência
contratante.
RDCi no mundo
União Européia
Diretiva n. 25/2014 – Sem preferência de contratação
separada ou conjunta de concepção e execução de obras
“as entidades adjudicantes deverão poder prever tanto a adjudicação
separada como a adjudicação conjunta de contratos de conceção e a
execução das obras. A presente diretiva não tem por objetivo prescrever a
adjudicação conjunta ou separada de contratos”
Vários países se utilizam do modelo integrado (França, UK,
Grécia, Suécia, Croácia)
Diálogo Competitivo como modelo ainda mais avançado de
compartilhamento de riscos
Não se restringe a obras complexas, abrangendo
edificações, creches/escolas, hospitais, rodovias, ferrovias e
instalações industriais (Fonte:
http://www.icoste.org/Roundup1204/Hanscomb-Means-
Oct04.pdf)
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Rodovias (EUA) - Pesquisa FHA - “Design-Build Effectiveness
Study” (2006) - Federal Highway Administration – desempenho
superior em cronograma e custos
Duration Value Cost. Value Quality Value
Dimension Dimension Dimension
Responses 62 Responses 48 Responses 61
Average -14.1% Average -2.6% Average 0.0%
Median -10.0% Median 0.0% Median 0.0%
Mode -0.1% Mode 0.0% Mode .0%
Maximum 50.0% Maximum 65.0% Maximum 10.0%
Minimum -63.0% Minimum -61.8% Minimum -10.0%
Standard 24.4% Standard 20.5% Standard 2.1%
Deviation Deviation Deviation
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Rodovias (EUA), Pramen Prasad Shrestha, Giovanni Ciro Migliaccio, James T.
O’Connor, and G. Edward Gibson, Jr. (2007) - Benchmarking of Large Design–
Build Highway Projects – crescimento de custo menor e estatisticamente
significativo
.
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Edificações (EUA) - Hale, D., Shrestha, P., Gibson, G., Jr., and Migliaccio, G.
(2009), ”Empirical Comparison of Design/Build and Design/Bid/Build Project
Delivery Methods.” J. Constr. Eng. Manage., 135(7), 579–587)
.
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Diversas obras (EUA), Qing Chen; Zhigang Jin; Bo Xia; Peng Wu; and Martin Skitmore
(2015), Time and Cost Performance of Design–Build Projects
Comparison between Project Characteristics – média de 0,15% de atraso, com 75% dos
projetos no prazo; média de 6,9% de aumento de custos, sendo 45% dentro do
planejado. Resultados superiores a literatura comparada em DBB
.
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Diversas obras (EUA), Inha Kang, MS, Somik Ghosh, PhD, Tammy L. McCuen, (2015) -
Performance of Design -Build Projects: Current State and
Comparison between Project Characteristics – em média redução de cronograma e ligeiro
aumento de custos
.
RDCi segundo as pesquisas empíricas – Revisões de Literatura
Hale et al (”Empirical Comparison of Design/Build and Design/Bid/Build Project
Delivery Methods.” J. Constr. Eng. Manage., 135(7), 579–587), 2009):
8 pesquisas analisadas sob as dimensões cronograma e variação de custo
6 identificam uma tendência de contratações integradas (Design-Build)
obterem menores atrasos de cronograma do que os modelos tradicionais
(Design-Bid-Build).
6 revelam que os contratos DB têm menor variação de custo do que os
contratos no modelo DBB.
Goftar et al (A Meta-Analysis of Literature Comparing Project Performance
between Design-Build (DB) and Design-Bid-Build (DBB) Delivery Systems, 2014):
15 pesquisas analisadas sob as dimensões custo (total e variação), cronograma
(total e variação) e qualidade
Custo total – maior parte das pesquisas indica vantagem do modelo DB, com
mediana de 5% de economia
Variação de custo – maior parte indica controle superior do orçamento do
modelo DB, embora haja resultados controversos e estatisticamente não
significativos
Cronograma – pesquisas mostram consistentemente vantagens do modelo DB
Variação de cronograma – resultados não são consistentes ou estatisticamente
significativos
Qualidade – resultados não apontam variações significativas
O que é a contratação integrada do RDC?
Design-Build
Licitante vencedor deverá elaborar o projeto básico e o
executivo com base em um anteprojeto de engenharia
fornecido pela Administração Pública, que conterá todos os
elementos necessários à elaboração de propostas (art. 9º,
LRDC)
Lump Sum
Fica vedada a celebração de termos aditivos, salvo para a
recomposição do equilíbrio econômico financeiro por caso
fortuito/força maior ou por alterações imprescindíveis
solicitadas pela Administração Pública (art. 9, § 4º, LRDC)
.
O que é a contratação integrada do RDC?
.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
Hipóteses de cabimento
O entendimento hiper restritivo a partir da exigência de
técnica e preço (art. 20, §1º) - metodologias e tecnologias
de domínio restrito no mercado
Posição da AGU – Parecer 03/2012 – entendimento
sistemático e não aplicação do art. 20, §1º, no caso da
contratação integrada
Posição do TCU a partir do Acórdão 1510/2013
Tendências ampliativas - Rodovias (Acórdãos 1310/2013
e 1465/2013) aeroportos (Ac. 1510/2013), creches (Ac.
n. 2.600/2013) e dragagem de portos (Ac. 2909/2014)
Tendências restritivas – majoritária – Sinalização de
Rodovias (Ac. 1399/2014), aeroportos regionais (Ac.
3569/2014) e dragagem (Ac. 1388/2016)
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
Novas tendências restritivas: a questão da complexidade
mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
Acórdão 3569/2014 – Ministro Marcos Bemquerer
“Ao optar pela licitação por menor preço num objeto que se
enquadrava - no entender dos interessados - no inciso II e não aplicar
o critério de técnica e preço, deveria o edital prever algum critério
objetivo de julgamento das propostas que contemplasse as vantagens
das diferentes metodologias, o que não se observou no presente caso.
.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
Novas tendências restritivas: a questão da complexidade
mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
Acórdão 1388/2016 – Ministro Benjamin Zymler
“busca-se demonstrar que a justificativa técnica e econômica de que
trata o art. 9º da Lei 12.462/2011 abrange diversos fatores que nem
sempre podem ser expressos monetariamente de per si, embora
alguns, como a redução dos prazos, possam ser expressos
numericamente. Assim, como já sinalizado, creio que somente uma
comparação ampla que confronte contratos já executados
mediante os diversos modelos de contratação poderá permitir
uma análise científica das vantagens e desvantagens da utilização
da contratação integrada de forma a permitir aos gestores
públicos tomarem decisões em bases mais sólidas.”
.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
Novas tendências restritivas: a questão da complexidade
mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
.
Como usar a contratação integrada?
A justificativa técnica e econômica
Histórico: as justificativas genéricas x demonstração
objetiva/matemática de vantagens – case DNIT: mais de 200
contratações integradas
.
Como usar a contratação integrada?
A justificativa técnica e econômica
Acórdão 1388/2016: “a opção pelo regime de contratação integrada
com base no inciso II do art. 9º da Lei 12.462/2011 deve ser
fundamentada em estudos objetivos que a justifiquem técnica e
economicamente e considerem a expectativa de vantagens quanto
a competitividade, prazo, preço e qualidade em relação a outros
regimes de execução, especialmente a empreitada por preço
global, e, entre outros aspectos e quando possível, a prática
internacional para o mesmo tipo de obra, sendo vedadas
justificativas genéricas, aplicáveis a qualquer empreendimento;”
.
O que é o anteprojeto?
EVTEA – etapa preliminar
Acórdão 1884/2016: “adote, para as obras contratadas por meio do
Regime Diferenciado de Contratações Públicas no regime de
contratação integrada, as mesmas regras que obrigam a realização
prévia de estudos de viabilidade técnica e econômica, nesses casos
em momento anterior à elaboração do anteprojeto, de modo a
observar a imposição do art. 3º da Lei 5.917/1973, os §§ 1º e 2º do art.
9º da Lei 12.462/2011 e os princípios da eficiência, da economicidade
e da motivação dos atos administrativos; e
Acórdão 2215/2016: “Ante o exposto, entende-se que não se pode
utilizar o projeto apresentado a este Tribunal como anteprojeto de
engenharia para fins de contratação integrada do RDC, pois estão
ausentes: (i) justificativa para contratação integrada; e (ii) estudo de
viabilidade aprofundado, de modo a embasar o anteprojeto de
forma adequada”
O que é o anteprojeto?
Anteprojeto (art. 9o, § 2º, I, LRDC)
a demonstração e a justificativa do programa de
necessidades, a visão global dos investimentos e as
definições quanto ao nível de serviço desejado;
as condições de solidez, segurança, durabilidade e prazo de
entrega;
a estética do projeto arquitetônico; e
os parâmetros de adequação ao interesse público, à
economia na utilização, à facilidade na execução, aos
impactos ambientais e à acessibilidade
.
O que é o anteprojeto?
Exemplo Mcid
Sanamento, habitação, mobilidade urbana
http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosCi
dades/ArquivosPDF/Oficio_CAIXA_-_Orientao_RDC-
Contratao_Integrada.pdf
.
Como estimar custos?
.
Como estimar custos?
Como estimar custos?
Como estimar custos?
Como estimar custos?
Como estimar custos? O que são a taxa e a matriz de risco?
Remuneração do risco
.
O que é a taxa de risco?
Exemplo DNIT: IN 01/2014 DG
.
Critério de julgamento: posso usar o RDCi com menor preço?
Originalmente, a Lei obrigava o critério de técnica e preço no
RDCI, o que foi revogado pela Lei n. 12.980/2014
Para alguns autores, persiste a preferência pela técnica e preço
(Altounian e Cavalcante, 2014), mas a maior parte dos órgãos
públicos tem adotado o menor preço e o TCU já reconheceu essa
possibilidade: .
“Logo, nada obsta, a partir dessa alteração em diante, a
que esse regime de contratação se dê mediante o uso de
outros critérios de julgamento das propostas, não mais
se limitando à "técnica e preço", cujas condicionantes se
encontram previstas no art. 20 da lei, sendo possível que
contratações integradas se concretizem, a partir de
então, também com o julgamento das propostas
segundo o "menor preço". (Acórdão n. 1.399/2014)
Critério de julgamento: posso usar o RDCi com menor preço?
“Menor Preço” permite comparar “ex ante” metodologias através do custo e prazo
das obras, cujos efeitos são percebidos no preço ofertado pelo licitante, mas não na
operação do objeto
Tal distinção foi bem percebida pelo Ministro Benjamin Zymler no Acórdão n.
1850/2015 e no Acórdão 1388/2016:
Decreto 8.080/2013
Infraero
Média de participação de 2,6 consórcios, sem descontos
Duas das três licitações foram inicialmente desertas
Aprovação de projetos não atrasou início de obras
Três obras concluídas (STE Várzea Grande, TPS 3 de Confins/MG e São José do
Pinhais/PR)
Contrasta com baixo nível de conclusão de obras licitadas em outros regimes
(Fortaleza, Galeão, Confins, Florianópolis), com exceção de Manaus
DNIT
Normatização ampla (Anteprojeto, Modelagem de Risco e Aceitação de Projetos)
Média de participação de 4 consórcios, com desconto médio de 3,6%, contra 7 em
Concorrências, com desconto médio de 4,9%
Aprovação de projetos atrasou início de obras em alguns casos (BR-381, BR-163)
Duas obras concluídas com prazo inferior ao previsto (Instalações de Fronteira da
BR-156/AP e Condomínio da BR-319/AM/RO).
Algumas obras com cronograma adiantado (túneis da BR-381/MG, BR-101/PE, BR-
163/MT).
Contingenciamento limita achados de 2015/2016
Estimativa de custos em obras e serviços de
engenharia
Das regras para a estimativa dos custos de obras e serviços de engenharia
Antecedentes históricos
Lei n. 8.666/1993
A orçamentação detalhada do custo global da obra, em planilhas que
expressem a composição todos os seus custos unitários, integra o projeto
básico e é condição para a a abertura do procedimento licitatório, aplicando-se
a qualquer regime de empreitada previsto na Lei (art. 6º; IX, “f” e 7º, §2º, II);
O Edital deve prever critério de aceitabilidade de preços unitário e global,
conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos. A Lei veda “faixas de
variação em relação a preços de referência”, mas não estabelece que o critério
de aceitabilidade corresponda necessariamente ao orçamento estimado,
detalhado no projeto básico da obra (art. 40, XI)
As propostas devem guardar conformidade com preços de mercado da obra
(art. 43, IV)
Das regras para a estimativa dos custos de obras e serviços de engenharia
Antecedentes históricos
Entendimentos TCU – orçamento e BDI
Critérios de aceitabilidade: Súmula 259: “...a definição do critério de
aceitabilidade dos preços unitários e global, com fixação de preços máximos
para ambos, é obrigação e não faculdade do gestor” - Obs: Existência de
preços unitários acima de mercado não implica necessariamente sobrepreço se
o preço global estiver de acordo com preços de mercado (Acórdãos n.
1306/2004 2137/2005, 285/2007, 387/2008, 1064/2009)
BDI: Acórdão 325/2007 - O gestor público deve exigir dos licitantes o
detalhamento da composição do BDI e dos respectivos percentuais praticados.
Itens passíveis de inclusão na planilha de custos diretos, tais como
administração local, canteiro de obras, mobilização e desmobilização, não
devem compor o percentual do BDI.
BDI diferenciado: súmula 253: os itens de fornecimento de materiais e
equipamentos de natureza específica que possam ser fornecidos por empresas
com especialidades próprias e diversas e que representem percentual
significativo do preço global da obra devem apresentar incidência de taxa de
(...) BDI reduzida em relação à taxa aplicável aos demais itens.
Acórdãos n. 2369/2011 e 2622/2013 - Parâmetros referenciais de BDI para
diversos tipos e portes de obra
Das regras para a estimativa dos custos de obras e serviços de engenharia
Antecedentes históricos
Entendimentos TCU – aditivos
“existirá o “jogo de planilha” sempre que o conjunto probatório constante dos
autos permita inferir o intuito de burlar a licitação e alterar, em desfavor do
erário, as condições econômico-financeiras originalmente estabelecidas. (...) A
solução jurídica para corrigir as distorções causadas pelo “jogo de planilha”
deriva diretamente do texto constitucional, que preconiza, no art. 37, inciso
XXI, que devem ser mantidas as condições efetivas da proposta contratada
mediante licitação pública.” (Acórdão n. 1755/2004)
Incorporou regras então previstas na LDO, com poucas inovações (ex. EPU/tarefa: itens
materialmente relevantes)
Das regras para a estimativa dos custos de obras e serviços de engenharia
LRDC
§ 3o O custo global de obras e serviços de engenharia deverá ser obtido a partir de
custos unitários de insumos ou serviços menores ou iguais à mediana de seus
correspondentes ao Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil (Sinapi), no caso de construção civil em geral, ou na tabela do
Sistema de Custos de Obras Rodoviárias (Sicro), no caso de obras e serviços
rodoviários.
Art. 42...
§ 4o No caso de adoção do regime de empreitada por preço global ou de
empreitada integral, serão observadas as seguintes condições:
I – no cálculo do valor da proposta, poderão ser utilizados custos unitários
diferentes daqueles previstos nos §§ 3o, 4o ou 6o do art. 8o da Lei no
12.462, de 2011, desde que o valor global da proposta e o valor de cada
etapa prevista no cronograma físico-financeiro seja igual ou inferior ao valor
calculado a partir do sistema de referência utilizado;
II - em situações especiais, devidamente comprovadas pelo licitante em
relatório técnico circunstanciado, aprovado pela administração pública, os
valores das etapas do cronograma físico-financeiro poderão exceder o limite
fixado no inciso I; e
Regulamento RDC – Contratação Integrada
Na contratação integrada, devem ser adotados critérios de aceitabilidade por etapa,
estabelecidos de acordo com o orçamento estimado na forma prevista no
art. 9º da Lei nº 12.462, de 2011, e compatíveis com o cronograma físico do objeto
licitado.
Das regras para a estimativa dos custos de obras e serviços de engenharia
Porém... Decreto n. 7.983/2013 prevê exceção no caso de EPU e EI: “... a diferença
(...) poderá ser reduzida para a preservação do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato em casos excepcionais e justificados, desde que os custos unitários dos
aditivos contratuais não excedam os custos unitários do sistema de referência
utilizado na forma deste Decreto, assegurada a manutenção da vantagem da
proposta vencedora ante a da segunda colocada na licitação”
Critério de preço unitário Aplica para cada Aplica por etapa, Depende do nível de
custo unitário podendo haver detalhamento
materialmente variações em cada
relevante etapa
Regra do desconto em Aplica Aplica, com exceção Aplica, mas há dúvida sobre
aditivos do art. 14, Parág. exceções – analogia com art.
Único do Dec. 14?
7.983/2013
Remuneração variável
Da utilização da remuneração variável
Antecedentes históricos
Concessões de serviços público
Objetivo de estimular desempenho do contratado sem vínculo a processo
sancionatório
Remuneração vinculada a desempenho (descontos de reequilíbrio nas
concessões rodoviárias)
Marçal Justen Filho: “uma solução adequada para as hipóteses em que a natureza e as
circunstâncias comportem níveis variados de satisfação ao interesse administrativo” (p.
207)
Prevenções
Remuneração variável pode substituir ineficácia de processo sancionatório, porém,
há o risco, em tese, de admissão de níveis de serviço mais baixos sem rescisão do
respectivo contrato – risco de seleção adversa
Créditos orçamentários devem ser suficientes para suprir valor com nota máxima do
contratado
Problemas comuns
Dotações genéricas para certo tipos de contratos, com empenho insuficiente
Dotações insuficientes para o conjunto de obrigações, com recurso a
remanejamento como forma de alocar recursos a contratos que tenham adequado
andamento
Exemplo: concessão de rodovias federais
Nota é aplicável sobre parcela variável, não sobre a remuneração total, formada por
parcela fixa necessária ao cumprimento das obrigações de financiamento da
concessionária
Exemplo: DNIT Supervisão
Exemplo Supervisão DNIT
Edital n. 258/2012 – pagamento vinculado a desempenho da contratada, sem
parcela fixa. Posteriormente, definição de equipe fixa
“O valor mensal a preços iniciais (PI) a ser medido pela supervisora, será sempre
igual ao percentual obtido pela relação entre o valor total proposto pela
consultora a preços iniciais (PI) para supervisionar a(s) obra(s) e o valor total pro
posto pela construtora a preços iniciais (PI) para executar as obras do objeto
contratado, multiplicado pelo valor mensal a preços iniciais (PI) correspondente
aos serviços executados e medidos, no período, pela construtora.”
Análise TCU (Ac. 3341/2012)
“a 1ª Secex concluiu que é inadequado o modelo de remuneração estabelecido
no edital. Entendeu ser considerável o risco de que não haja isenção na
fiscalização dos trabalhos executados, tendo em vista que a condição para a
remuneração da supervisora é a aprovação dos serviços realizados pela
construtora” ... ”Concordo que existem riscos inerentes ao novo modelo
adotado pelo Dnit. Entretanto, conforme relatou a própria autarquia, sua
formulação decorreu de uma série de problemas gerados pelo formato
anteriormente utilizado na maioria das licitações dessa natureza. Anoto que
algumas dessas falhas foram apontadas pelo próprio TCU, como é o caso da
continuidade de pagamentos à supervisora, mesmo com a diminuição do ritmo
ou paralisação da obra fiscalizada.”
Contratação simultânea
Contratação simultânea
Lei RDC
Art. 11. A Administração Pública poderá, mediante justificativa expressa, contratar mais
de uma empresa ou instituição para executar o mesmo serviço, desde que não implique
perda de economia de escala, quando:
I - o objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e simultânea
por mais de um contratado; ou
II - a múltipla execução for conveniente para atender à Administração Pública.
§ 1o Nas hipóteses previstas no caput deste artigo, a Administração Pública deverá
manter o controle individualizado da execução do objeto contratual relativamente a
cada uma das contratadas.
§ 2o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos serviços de engenharia.
Regulamento não inova, mas define que requisitos dos incisos I e II são cumulativos:
Art. 71. A administração pública poderá, mediante justificativa, contratar mais de
uma empresa ou instituição para executar o mesmo serviço, desde que não implique
perda de economia de escala, quando:
I - o objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e simultânea
por mais de um contratado; e
II - a múltipla execução for conveniente para atender à administração pública.
Parágrafo único. A contratação simultânea não se aplica às obras ou serviços de
engenharia.
Contratação simultânea - requisitos
Justificativa expressa
Requisitos: possibilidade de prestações concorrentes e simultânea e conveniência da
Administração
Embora não haja fracionamento do objeto, justificativa é similar: não deve haver
economia de escala (redução do custo marginal no caso de produção por um único
fornecedor – casos com elevado custo fixo)
Alguns critérios
Custos – custos fixos baixos, atendimento mais econômico com múltiplos
prestadores
Prazo – garantia de fornecimento com múltiplos prestadores
Acesso a diferentes fornecedores – possibilidade de estimular concorrência
entre fornecedores
Alguns exemplos
Telefonia fixa de longa distância, permitindo o uso de diferentes tarifas em
horários determinados
Passagem aérea
Contrato de eficiência
Contrato de eficiência
Lei RDC
Art. 23. No julgamento pelo maior retorno econômico, utilizado exclusivamente para a
celebração de contratos de eficiência, as propostas serão consideradas de forma a
selecionar a que proporcionará a maior economia para a administração pública
decorrente da execução do contrato.
§ 1o O contrato de eficiência terá por objeto a prestação de serviços, que pode incluir a
realização de obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia
ao contratante, na forma de redução de despesas correntes, sendo o contratado
remunerado com base em percentual da economia gerada.
§ 2o Na hipótese prevista no caput deste artigo, os licitantes apresentarão
propostas de trabalho e de preço, conforme dispuser o regulamento.
§ 3o Nos casos em que não for gerada a economia prevista no contrato de eficiência:
I - a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida será descontada da
remuneração da contratada;
II - se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida for superior à
remuneração da contratada, será aplicada multa por inexecução contratual no valor da
diferença; e
III - a contratada sujeitar-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis caso a diferença entre a
economia contratada e a efetivamente obtida seja superior ao limite máximo
estabelecido no contrato.
Contrato de eficiência
Regulamento
Art. 36.
Art. 37. Nas licitações que adotem o critério de julgamento pelo maior retorno econômico,
os licitantes apresentarão:
I - proposta de trabalho, que deverá contemplar:
a) as obras, serviços ou bens, com respectivos prazos de realização ou fornecimento; e
b) a economia que se estima gerar, expressa em unidade de medida associada à obra, bem
ou serviço e expressa em unidade monetária; e
II - proposta de preço, que corresponderá a um percentual sobre a economia que se estima
gerar durante determinado período, expressa em unidade monetária.
Contrato de eficiência
O tempo para a obtenção dos ganhos importa, devendo-se aferir o valor presente da
economia obtida;
Caso Hipotético: duas propostas realizadas em uma licitação que visa a reduzir a
despesa com energia uma determinada repartição, que atualmente é de 100 mil
unidades monetárias (para simplificar, o tempo para redução dos custos é igual):
2) Proposta “b”: o licitante propõe reduzir em 40% a conta anual com a reforma
da rede elétrica e melhoria na sua manutenção (proposta de trabalho), sendo
remunerado em 50% da economia gerada (proposta de preço). O resultado
proposto é de uma economia de 40 mil unidades monetárias, que será apropriada
em 50% pelo licitante (20 mil unidades monetárias) e em 50% pelo Poder Público
(20 mil unidades monetárias). O retorno obtido é de 20 mil unidades monetárias.
Contrato de eficiência
Neste caso, o risco inteiro de variação dos R$ 85 mil foi alocado ao contratado
Critérios de julgamento
Critérios de julgamento
Técnica e preço
Art. 20. No julgamento pela melhor combinação de técnica e preço, deverão
ser avaliadas e ponderadas as propostas técnicas e de preço apresentadas
pelos licitantes, mediante a utilização de parâmetros objetivos
obrigatoriamente inseridos no instrumento convocatório.
§ 1o O critério de julgamento a que se refere o caput deste artigo será utilizado
quando a avaliação e a ponderação da qualidade técnica das propostas que
superarem os requisitos mínimos estabelecidos no instrumento convocatório
forem relevantes aos fins pretendidos pela administração pública, e destinar-
se-á exclusivamente a objetos:
I - de natureza predominantemente intelectual e de inovação tecnológica ou
técnica; ou (engenharia consultiva?)
II - que possam ser executados com diferentes metodologias ou tecnologias de
domínio restrito no mercado, pontuando-se as vantagens e qualidades que
eventualmente forem oferecidas para cada produto ou solução.
§ 2o É permitida a atribuição de fatores de ponderação distintos para valorar as
propostas técnicas e de preço, sendo o percentual de ponderação mais
relevante limitado a 70% (setenta por cento).
Critérios de julgamento
Técnica e preço
Caput privilegia ponderação técnica de propostas, em oposição a praxis
administrativa – pontuação de atestados;
Inciso I estreita aplicação da Lei 8.666 (natureza predominantemente
intelectual + inovação tecnológica ou técnica), mas inciso II amplia
consideravelmente (diferentes metodologias ou tecnologias de domínio
restrito no mercado), em especial pela interpretação conferida pelo TCU
através do Acórdão 1510/2013:
“Digo isso primeiramente porque, em termos literais, considerar que o
“domínio restrito de mercado” se reporte, também, aos objetos capazes
de serem executados por “diferentes metodologias”, levaria a uma técnica
redacional de conclusões um tanto contraditórias. Existiriam certos tipos
de objetos capazes de serem feitos por “diferentes metodologias de
domínio restrito de mercado”. Não que exista uma incompatibilidade
definitiva entre a tecnologia de caráter restrito e a viabilidade de se
utilizar diferentes metodologias”
§2º resolve antiga polêmica sobre % máximo de ponderação técnica de
propostas
Critérios de julgamento
Técnica e preço
Nem a Lei nem o Decreto estabeleceram um procedimento que obrigue a
precedência da análise técnica à de preço, sendo admissível, por conseguinte, que
a análise da proposta de preços seja anterior à proposta técnica. DNIT e EPL
adotaram a sequência preço – técnica em algumas licitações;
Técnica – Preço: maior crivo entre os licitantes que terão seus preços
examinados;
Preço – Técnica:
caso a técnica seja analisada no início do procedimento, a análise dos
recursos apenas ao final da habilitação pode afetar a ordem de
classificação das propostas, demandando a reclassificação dos licitantes
e, no limite, o refazimento de etapas anteriores, inclusive de eventual
etapa de lances;
não oferecer um incentivo para que os licitantes com menor nota
técnica mergulhem caso adotada disputa aberta, por já estarem cientes
de suas notas técnicas.
Critérios de julgamento
Técnica e preço
Critérios de julgamento
Técnica e preço
Critérios de julgamento