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666/93
Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93
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O art. 54 também obriga a Administração a estar sempre vinculada ao
respectivo processo administrativo que deu origem à contratação, não
sendo permitida a alteração, no decorrer da execução, das condições que
ensejaram a contratação.
§ 1º (Vetado)
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Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser
instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante,
conforme o caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de
Referência, contendo, no que couber, as seguintes informações:
h) prazo de garantia;
o) condições de pagamento;
q) estimativa de custo;
r) previsão orçamentária;
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Vale ressaltar que é fundamental ao gestor conhecer bem o objeto
contratado e suas características principais; a forma de execução, condições
e prazos estabelecidos em contrato; garantias, direitos e responsabilidades
das partes; etc. Nesse sentido, também recomendamos ao gestor o estudo
atento do Projeto Básico ou Termo de Referência, caso não tenha
participado de sua elaboração.
Especificamente no que se refere aos incisos VII e VIII do art. 55, devemos ter em
mente que o gestor deve registrar de forma clara e objetiva os fatos que possam
ensejar a imposição de penalidades ou rescisão do contrato, comunicando-os
prontamente ao setor responsável pela aplicação das sanções.
II - seguro-garantia;
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A garantia contratual visa assegurar à Administração o cumprimento da
obrigação assumida pelo contratado, devendo estar prevista no instrumento
convocatório.
O próprio art. 55, inciso VI, determina que é cláusula necessária em todo
contrato a que estabeleça as garantias oferecidas para assegurar sua plena
execução, quando exigidas.
Atenção
III - (Vetado).
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O art. 57 trata dos prazos de duração dos contratos e dispõe sobre a
possibilidade de prorrogação de sua execução. De início destacamos a
faculdade da Administração de prorrogar por iguais e sucessivos períodos a
prestação de serviços a serem executados de forma contínua, até o limite
de sessenta meses. Ex.: Contratos de limpeza, conservação, cópias
reprográficas etc.
Atenção
“Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta
Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
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Aqui estão dispostas algumas das prerrogativas da Administração que
conhecemos como “Cláusulas Exorbitantes”, já vistas na Unidade I.
Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser
instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante,
conforme o caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de
Referência contendo o maior número possível de informações que
descrevam detalhadamente a contratação solicitada.
A garantia contratual de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93, toda vez
que exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo ser apresentada
sob forma de caução, seguro-garantia ou fiança bancária – a modalidade a
ser fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas garantias têm
prazo de validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre que
necessário, solicitar sua renovação.
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Atenção
Quanto à obrigatoriedade de formalização dos contratos, a Lei nº.
8.666/93 abre exceção apenas para as pequenas compras de pronto
pagamento, desde que em valor não superior a R$ 8.800,00. Exemplo
típico dessa situação são os gastos efetuados por suprimento de fundos.
“Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
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Nesse diapasão, a lei determina que a Administração deve enviar o extrato
para a imprensa oficial até o quinto dia do mês seguinte ao da assinatura do
contrato. A partir daí, a imprensa oficial dispõe de 20 dias para publicar o
extrato do contrato.
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A tabela abaixo apresenta os limites definidores da modalidade de licitação
a ser praticada pela Administração, nos termos do art. 23 da Lei nº.
8.666/93:
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Mais uma vez aqui vemos a preocupação do legislador com a Publicidade
dos atos e fatos públicos. Porém, deve o gestor tomar algumas precauções
com relação ao fornecimento indiscriminado de cópias dos autos. Vejamos o
caso do Senado, cuja questão é regulamentada pelo Ato da Comissão
Diretora nº. 16/2005.
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O artigo 64 descreve a etapa final do procedimento licitatório, qual seja,
convocar o licitante vencedor para a assinatura do contrato, nos prazos
estabelecidos.
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“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - (VETADO)
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O presente artigo traz uma das “Cláusulas Exorbitantes” que estudamos na
Unidade I de nosso curso: a Alteração Unilateral do Contrato.
Lembremos:
Unilateralmente:
Portanto, o gestor deve sempre ter em mente esses limites, de forma que
as alterações que se fizerem necessárias não ultrapassem os 25% do valor
do contrato, para mais ou para menos.
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Por Acordo Entre as Partes:
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A lei procura prever uma ocorrência relativamente comum em obras ou
serviços de grande valor, permitindo que se adapte o contrato a
circunstâncias posteriores à sua assinatura que obriguem a alteração do
cronograma de pagamento inicialmente pactuado. Como exemplo temos um
atraso na obra decorrente de uma greve geral ou de eventos climáticos
imprevisíveis – não há dolo ou negligência do contratado.
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Atenção
unilateralmente:
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No Senado, em complementação ao dispositivo da lei, o Ato da Comissão
Diretora nº. 2, de 13 de fevereiro de 2008, em seu art. 3º, expressa que tal
representação deverá ser exercida por um gestor e um substituto. Vejamos:
“Art. 3º Para todo e qualquer contrato celebrado pelo Senado Federal será
designado um gestor titular e um gestor substituto, nos termos deste Ato.”
Porém, não está excluída a possibilidade de a gestão ser exercida por mais
de um servidor, especialmente porque a lei fala em “representante”,sem
restringir o termo a um único servidor. Esse também é o entendimento da
Advocacia do Senado, que assim se manifestou:
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Portanto, se a Administração entender ser conveniente que em alguns
contratos, em razão da complexidade, especialidade e/ou quantidade das
obrigações decorrentes do objeto, a fiscalização será melhor exercida por
uma comissão de representantes, ao invés de apenas um, não vemos
qualquer óbice legal impedindo que possa fazê-lo, desde que entenda
conveniente e oportuno.” (Informação nº. 130/2006 – Proc. Nº.
015.902/06-4)
A fiscalização dos contratos de que trata o art. 67, além de poder ser
exercida por mais de um servidor, também pode ser assistida ou subsidiada
por terceiros estranhos aos quadros do órgão, devidamente contratados
para tal. Tal prerrogativa deve estar devidamente justificada nos autos do
processo, como no caso de uma contratação com objeto muito técnico, que
requeira conhecimentos específicos que o gestor ou outro servidor do Órgão
não possua.
Por fim, nada impede que o gestor recorra ao seu superior hierárquico ou a
técnicos especialistas de seu Órgão para dirimir eventuais dúvidas que
porventura surjam ao longo da gestão contratual.
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“Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato
em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da
execução ou de materiais empregados.”
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Porém, deve o gestor se esforçar ao máximo para prevenir a ocorrência de
falhas durante a execução da obra ou serviço, pois, nos termos de
entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, o Estado responde
perante terceiros, solidariamente com o contratante, pelos danos causados
na execução de obra ou serviço.
§ 3º (Vetado)”
Atenção
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Vale destacar que o artigo fala somente em débitos previdenciários, mas o
Tribunal Superior do Trabalho já sumulou a questão, definindo que os
débitos trabalhistas também devem ser incluídos na responsabilidade
solidária da Administração, caso se constate que houve falha na fiscalização
do cumprimento das obrigações contratuais e legais da contratada:
...
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Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra,
serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração.
§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá
ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente
justificados e previstos no edital.
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O art. 73, a princípio, parece fazer uma diferenciação entre os responsáveis
pelo recebimento provisório (pelo responsável por seu acompanhamento e
fiscalização) e pelo recebimento definitivo (por servidor ou comissão
designada pela autoridade competente).
Porém, isso não significa que o gestor deve receber definitivamente algo em
desconformidade com o contrato. Lembramos que nessa hipótese deve o
gestor determinar a correção das eventuais desconformidades, e só após os
devidos reparos receber definitivamente o objeto do contrato.
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“Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes
casos:
II - serviços profissionais;
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a",
desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante
recibo.”
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Vimos nesta lição que a execução dos Contratos Administrativos deve ser
acompanhada e fiscalizada por um gestor/fiscal ou comissão especialmente
designada para a tarefa, permitida a contratação de terceiros para auxiliá-
los. De forma análoga, o contratado deve indicar um preposto para
representá-lo perante a Administração.
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“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
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De acordo com a doutrina normalmente aceita pela maioria dos juristas, a
rescisão de um Contrato Administrativo pode ocorrer de quatro formas, a
saber:
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As reduções contratuais superiores a 25% (inciso XIII) – ou 50% no caso
de reforma de edifício ou equipamento – também configuram motivos para
a rescisão contratual.
IV - (Vetado).
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos
prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda
direito a:
I - devolução de garantia;
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado).
Nos termos do art. 79, a rescisão por ato unilateral ocorrerá nas hipóteses
contidas nos incisos I a XII e XVII do art. 78, exercendo a Administração
suas prerrogativas.
A lei estabelece ainda que caso o particular não tenha sido o causador da
rescisão, terá direito de ser ressarcido de todos os seus prejuízos, inclusive
devolução da garantia, recebimento de pagamentos devidos até a data da
rescisão, além do custo de desmobilização.
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O custo de desmobilização é aquele que o particular já despendeu em
função do início da execução do objeto contratado. Por exemplo, é o caso
de uma obra em que o contrato é rescindido logo no seu início, tendo a
empresa montado o canteiro de obra. Todo o custo de montagem e
desmontagem do canteiro e outros que comprovadamente tenham sido
realizados para o início da execução do contrato deverão ser ressarcidos.
Vale mais uma vez repisar o tema responsabilidade pessoal do gestor, pois
a sua atuação concreta poderá levar a uma rescisão contratual por culpa da
Administração, dando margem a pedido indenizatório par parte do
particular. Como exemplo temos o pagamento com atraso pela desídia do
gestor; a oposição do gestor, sem justificativa plausível, ao pagamento de
qualquer direito do particular; ou ainda, entre tantas possibilidades,
qualquer atitude do gestor que dificulte ou impeça o particular de executar
suas obrigações.
Marçal Justen Filho assevera que “Essas considerações são imperiosas, para
evitar que decisões individuais desastrosas desemboquem em condenações
judiciais milionárias. Tem-se verificado, na experiência dos Tribunais, que
decisões meramente subjetivas do agente público produzam o nascimento
de pretensões indenizatórias de montante vultosíssimo. Encerrado o
processo, os orçamentos públicos sofrem grande oneração. O particular
recebe indenizações extraordinárias. E, não obstante tal, o agente público
que atuou para produzir tal resultado não sofre qualquer consequência. É
imperioso, portanto, que o agente público tome consciência de que o
equívoco em suas decisões poderá produzir consequências pelas quais ele
responderá pessoalmente – essa é uma das vias para evitar a situação
alarmante que ora se verifica.”
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“Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as
seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
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Vimos nesta lição, que a inexecução total ou parcial do contrato enseja a
sua rescisão, porém deve o gestor, tendo em mente o princípio da
razoabilidade, realizar uma avaliação séria das ocorrências contratuais.
Pequenas falhas que não colocam em risco a execução do objeto não são
motivos suficientes para a rescisão de um contrato. O que provoca a
rescisão é inexecução que coloque em risco o interesse público.
Caso o particular não tenha sido o causador da rescisão, terá direito de ser
ressarcido de todos os seus prejuízos, inclusive devolução da garantia,
recebimento de pagamentos devidos até a data da rescisão, além do custo
de desmobilização.