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Comentários à Lei 8.

666/93
Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93

Conhecer os principais dispositivos constantes da Lei nº. 8.666/93; 

reconhecer as principais disposições legais relativas à formalização dos contratos;

avaliar casos e circunstâncias em que se fazem necessárias alterações contratuais;

listar as regras a serem observadas durante a execução dos contratos; e

justificar ocorrências que ensejam rescisão contratual e suas consequências.

Unidade 1 - Disposições Preliminares

“Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-


se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-
se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e
as disposições de direito privado.

§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as


condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os
direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade
com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de


licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da
respectiva proposta.”

O caput do art. 54 faz menção aos preceitos de Direito Público – tema


já abordado no Módulo I. A novidade aqui é que, além das regras já
estudadas, aplicam-se também aos Contratos Administrativos as
regras de Direito Privado (Direito Civil ou, em alguns casos, Direito
Comercial) – claro, desde que não haja conflito com as normas de
Direito Público, pois essas são prioritárias.

Devemos ter em mente que o gestor, sempre que possível, deve


participar de todas as etapas da contratação que ficará sob sua
responsabilidade: descrição detalhada do objeto, elaboração do
Projeto Básico ou Termo de Referência (no caso de pregão), pesquisa
de preço, procedimento licitatório, contratação e, finalmente, a
gestão propriamente dita da contratação.

Atuando dessa maneira, o gestor terá a possibilidade de auxiliar na


instrução da licitação, permitindo o estabelecimento de cláusulas
contratuais claras e precisas, que definam corretamente os direitos,
obrigações e responsabilidades do contratado e da Administração,
facilitando assim a gestão do contrato.

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O art. 54 também obriga a Administração a estar sempre vinculada ao
respectivo processo administrativo que deu origem à contratação, não
sendo permitida a alteração, no decorrer da execução, das condições que
ensejaram a contratação.

“Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e


periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega,


de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação


funcional programática e da categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando


exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e


os valores das multas;

VIII - os casos de rescisão;

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão


administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão,


quando for o caso;

XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a


inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos


casos omissos;

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do


contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas
as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (Vetado)

§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas


físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá
constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no
§ 6º do art. 32 desta Lei.

§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade


comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de
tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores
pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei nº. 4.320, de 17 de março de
1964.”

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Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser
instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante,
conforme o caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de
Referência, contendo, no que couber, as seguintes informações:

a) objeto perfeitamente descrito, com características e quantidades;

b) justificativa da necessidade da contratação;

c) descrição circunstanciada da situação atual e previsão da situação futura;

d) forma e local de execução dos serviços ou recebimento dos bens;

e) prazo para início dos serviços ou de entrega dos bens;

f) condições de recebimento do serviço ou dos bens;


g) formalização e prazo de vigência do contrato;

h) prazo de garantia;

i) previsão dos materiais, instalações ou equipamentos necessários;

j) indicação de pessoal técnico adequado;

k) capacidade técnica necessária;

l) planilha de composição de custos;

m) vistoria técnica e regras pertinentes;

n) obrigações da contratada e do contratante;

o) condições de pagamento;

p) acompanhamento e fiscalização do contrato;

q) estimativa de custo;

r) previsão orçamentária;

s) possibilidade de subcontratação, se for o caso;

t) possibilidade de participação de consórcio, se for o caso; e

t) marcas e modelos de referência, quando aplicável, visando facilitar a


pesquisa de preço.

No caso de Compras a definição das quantidades a serem adquiridas deve


ser estabelecida em função do consumo e da utilização prováveis,
estimados em conformidade com técnicas adequadas.

Um Projeto Básico ou Termo de Referência bem feito se revelará de grande


utilidade na elaboração da minuta de contrato que fará parte do edital da
licitação. Essa minuta deverá conter, no mínimo, as cláusulas estabelecidas
pelo art. 55.

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Vale ressaltar que é fundamental ao gestor conhecer bem o objeto
contratado e suas características principais; a forma de execução, condições
e prazos estabelecidos em contrato; garantias, direitos e responsabilidades
das partes; etc. Nesse sentido, também recomendamos ao gestor o estudo
atento do Projeto Básico ou Termo de Referência, caso não tenha
participado de sua elaboração.

Especificamente no que se refere aos incisos VII e VIII do art. 55, devemos ter em
mente que o gestor deve registrar de forma clara e objetiva os fatos que possam
ensejar a imposição de penalidades ou rescisão do contrato, comunicando-os
prontamente ao setor responsável pela aplicação das sanções.

É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do


contrato firmado com o particular, pois, caso contrário, a Administração não
poderá aplicar sanções à contratada. Vejamos o que diz o prof. Marçal
Justen Filho: “a Lei faculta a aplicação de multa ao contratado inadimplente.
Porém, se o ato convocatório e o contrato forem omissos, a multa será
inaplicável pela impossibilidade de apuração da quantia da penalidade. Não
se admite a remessa à discricionariedade da Administração para aplicar
multa.”

“Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que


prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de
garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de


garantia:

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter


sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema
centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do
Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo
Ministério da Fazenda;

II - seguro-garantia;

III - fiança bancária.

§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco


por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas
condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo.

§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta


complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados
através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o
limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para
até dez por cento do valor do contrato.

§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a


execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.

§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela


Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da
garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.”

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A garantia contratual visa assegurar à Administração o cumprimento da
obrigação assumida pelo contratado, devendo estar prevista no instrumento
convocatório.

O próprio art. 55, inciso VI, determina que é cláusula necessária em todo
contrato a que estabeleça as garantias oferecidas para assegurar sua plena
execução, quando exigidas.

Atenção

Sempre que a Administração entender que não existem riscos que


justifiquem a exigência de garantia, poderá deixar de exigi-la - as
contratações de pequeno valor e entrega imediata são exemplos da
ausência de necessidade de garantia.

A garantia, toda vez que exigida, deverá constar do edital da


licitação, podendo ser apresentada sob forma de caução, seguro-
garantia ou fiança bancária – a modalidade a ser fornecida é uma
escolha do contratado. Como algumas garantias têm prazo de
validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre que necessário,
solicitar sua renovação.
“Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos
relativos:

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas


estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados
se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido
previsto no ato convocatório;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua,


que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos
períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais
vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses.

III - (Vetado).

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de


informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. 

V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art.


24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte)
meses, caso haja interesse da administração. 

§ 1.º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de


entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos,
devidamente autuados em processo:

I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade


das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do
contrato;

III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de


trabalho por ordem e no interesse da Administração;

IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos


limites permitidos por esta Lei;

V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro


reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua
ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente,
impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das
sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

§ 2.º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e


previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o
contrato.

§ 3.º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§ 4.º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante


autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput
deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.”

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O art. 57 trata dos prazos de duração dos contratos e dispõe sobre a
possibilidade de prorrogação de sua execução. De início destacamos a
faculdade da Administração de prorrogar por iguais e sucessivos períodos a
prestação de serviços a serem executados de forma contínua, até o limite
de sessenta meses. Ex.: Contratos de limpeza, conservação, cópias
reprográficas etc.

Atenção

Em caráter excepcional e devidamente justificado, o prazo de sessenta


meses poderá ainda ser prorrogado por mais doze meses, desde que
devidamente autorizado por autoridade superior. Um exemplo de caso
que justificaria tal prorrogação seria o atraso de uma licitação devido à
interposição de mandados de segurança por parte dos licitantes.

As prorrogações contratuais deverão ser sempre realizadas visando à


obtenção comprovada de preços e condições mais vantajosas para a
Administração. Lembramos que o gestor deve sempre ficar atento à
duração do contrato sob sua responsabilidade, e avisar com antecedência à
Administração o término de sua validade, bem como o interesse ou não em
sua prorrogação.

Já o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática


têm sua duração máxima – já consideradas todas as prorrogações –
limitada a 48 (quarenta e oito) meses.

“Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta
Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de


interesse público, respeitados os direitos do contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art.


79 desta Lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,


imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do Contrato Administrativo.

§ 1.º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos


administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do
contratado.

§ 2.º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-


financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o
equilíbrio contratual.”

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Aqui estão dispostas algumas das prerrogativas da Administração que
conhecemos como “Cláusulas Exorbitantes”, já vistas na Unidade I.

Vale atentar para o disposto no § 2º: sempre que a Administração modificar


um contrato unilateralmente para melhor adequação às finalidades de
interesse público, deve verificar se dessa ação derivou algum desequilíbrio
contratual (imposição de encargos excessivos ao contratado), e nessa
hipótese, proceder à revisão das cláusulas econômico-financeiras.

Advertimos que a faculdade de alteração unilateral de um Contrato Administrativo


pela Administração refere-se apenas às chamadas “cláusulas de serviço” (ou
“regulamentares”), que dizem respeito ao objeto e sua execução. Tal faculdade não
alcança as chamadas “cláusulas econômico-financeiras”, que dizem respeito à
remuneração do contratado.

Mais uma vez ressaltamos a importância de o gestor registrar todas as


ocorrências relativas ao contrato, principalmente as que ensejarem
punições à contratada, pois qualquer imposição de sanção deve sempre ser
justificada pela Administração.

“Art. 59. A declaração de nulidade do Contrato Administrativo opera


retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente,
deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de


indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que
ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados,
contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de
quem lhe deu causa.”

O art. 59 estabelece que uma vez declarada a nulidade de um Contrato


Administrativo, é com se ele nunca houvesse existido, desconstituindo todos
os efeitos já produzidos e não permitindo que outros sejam gerados.

Porém, mais uma vez, a Lei determina à Administração indenizar o


particular pelos trabalhos realizados ou bens fornecidos até o momento da
declaração de nulidade – desde que o contratado não tenha sido o causador
da declaração de nulidade e tenha agido de boa-fé.

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Finalizando a lição, vimos que se aplicam aos Contratos


Administrativos as regras de Direito Privado (Direito Civil ou, em alguns
casos, Direito Comercial) – desde que não haja conflito com as normas de
Direito Público, pois essas são prioritárias.

Sempre que possível, o gestor deve participar de todas as etapas do


procedimento do qual resultará a contratação.

A Administração deve estar sempre vinculada ao respectivo processo


administrativo que deu origem à contratação, não sendo permitida a
alteração das condições que ensejaram a contratação no decorrer de sua
execução.

Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser
instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante,
conforme o caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de
Referência contendo o maior número possível de informações que
descrevam detalhadamente a contratação solicitada.

É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do


contrato firmado com o particular, pois caso contrário a Administração não
poderá aplicá-las à contratada.

A garantia contratual de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93, toda vez
que exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo ser apresentada
sob forma de caução, seguro-garantia ou fiança bancária – a modalidade a
ser fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas garantias têm
prazo de validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre que
necessário, solicitar sua renovação.

É faculdade da Administração a prorrogação dos contratos de prestação de


serviços a serem executados de forma contínua, até o limite de sessenta
meses. Em caráter excepcional e devidamente justificado, esse prazo
poderá ainda ser prorrogado por mais doze meses, desde que devidamente
autorizado por autoridade superior.

Os contratos de aluguel de equipamentos e utilização de programas de


informática têm sua duração máxima – já consideradas todas as
prorrogações – limitada a quarenta e oito meses.
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Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos Contratos

“Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições


interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a


Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.”

A regra geral para os Contratos Administrativos é a forma escrita,


devendo os instrumentos contratuais, devidamente assinados, serem
mantidos nas respectivas repartições públicas, bem como seus
posteriores aditamentos. Via de regra, essa não é uma atribuição do
gestor, que deverá manter sob sua guarda apenas cópia do contrato
para posteriores consultas, mas não o original.

A regra pode ser estendida por analogia a todos os fatos relativos à


gestão dos Contratos Administrativos. Deve o gestor registrar por
escrito todas as ocorrências relativas à gestão, inclusive
correspondências trocadas com o contratante. Deve-se evitar ao
máximo comunicações verbais com o particular, a regra é TUDO POR
ESCRITO.

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

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Atenção
Quanto à obrigatoriedade de formalização dos contratos, a Lei nº.
8.666/93 abre exceção apenas para as pequenas compras de pronto
pagamento, desde que em valor não superior a R$ 8.800,00. Exemplo
típico dessa situação são os gastos efetuados por suprimento de fundos.

“Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de


seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para
sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do
mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias
daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus,
ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.”

O caput art. 61 trata das informações básicas que devem constar de um


Contrato Administrativo, enquanto o parágrafo único cuida da
obrigatoriedade de atendimento de um dos princípios basilares da
Administração Pública: A Publicidade.

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

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Nesse diapasão, a lei determina que a Administração deve enviar o extrato
para a imprensa oficial até o quinto dia do mês seguinte ao da assinatura do
contrato. A partir daí, a imprensa oficial dispõe de 20 dias para publicar o
extrato do contrato.

“Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência


e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de
licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-
lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de
serviço.

§ 1.º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato


convocatório da licitação.
§ 2.º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de
compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei.

§ 3.º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas


gerais, no que couber:

I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder


Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido,
predominantemente, por norma de direito privado;

II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço


público.

§ 4.º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista


neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor,
nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos,
dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.”

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

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A tabela abaixo apresenta os limites definidores da modalidade de licitação
a ser praticada pela Administração, nos termos do art. 23 da Lei nº.
8.666/93:

Modalidade Obras e Serviços de Compras e Serviços


Eng.ª

Convite Até R$ 330.000,00 Até R$ 176.000,00

Tomada de Preços Até R$ 3.300.000,00 Até R$ 1.430.000,00

Concorrência Acima de R$ 3.300.000,00 Acima de R$


1.430.000,00

Valores alterados de acordo com o Decreto Nº 9.412, de 18 de junho de 2018.

Buscando o informalismo e a agilidade, o legislador facultou à


Administração substituir em alguns casos o contrato por outros
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
Todas essas modalidades substitutas, no entanto, devem, no que couber,
possuir cláusulas ou itens que indiquem as obrigações e os direitos das
partes.

A possibilidade de substituição do instrumento contratual fica restrita


às contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de
Dispensas e Inexigibilidades até os valores de R$ 330 mil para Obras
e Serviços de Engenharia, e R$ 176 mil para Compras e Demais
Serviços.

Devemos nos lembrar, entretanto, da obrigatoriedade de publicação em


extrato desses documentos substitutivos no Diário Oficial, nos termos do
art. 61 da Lei nº. 8.666/93.

Para o gestor, que infelizmente na maior parte das vezes recebe a


contratação já concluída, vale o dispositivo para alertá-lo sobre possíveis
equívocos que possam ter ocorrido na fase pré-contratual, e que, uma vez
conhecidos, deverão ser informados à Administração.

“Art. 63.  É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e  do


respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de  cópia
autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.”

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

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Mais uma vez aqui vemos a preocupação do legislador com a Publicidade
dos atos e fatos públicos. Porém, deve o gestor tomar algumas precauções
com relação ao fornecimento indiscriminado de cópias dos autos. Vejamos o
caso do Senado, cuja questão é regulamentada pelo Ato da Comissão
Diretora nº. 16/2005.

Nos termos desse normativo, para o atendimento do disposto no art. 63,


deve o interessado formalizar requerimento acompanhado de cópia
autenticada da carteira de identidade, comprovante de residência,
motivação detalhada do pedido, termo de responsabilidade devidamente
assinado e autenticado, além de, sendo o interessado pessoa jurídica,
procuração se o requerente atuar como representante legal, e cópia do
contrato social da empresa, ambos obrigatoriamente reconhecidos em
cartório.

Assim, deve o gestor se inteirar das normas de seu órgão que


regulamentem o fornecimento de cópias de autos a particulares. Caso tais
normas não existam, é de bom tom colher autorização de seu superior
hierárquico para o atendimento do pleito.

Por fim, “pagamento dos emolumentos devidos“ refere-se aos custos de


reprografia das cópias.

“Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para


assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente,
dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à
contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual


período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo


de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições
propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados
de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação
independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem


convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos
compromissos assumidos.”

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

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O artigo 64 descreve a etapa final do procedimento licitatório, qual seja,
convocar o licitante vencedor para a assinatura do contrato, nos prazos
estabelecidos.

Caso o licitante vencedor assine a avença, inicia-se a etapa da gestão e


fiscalização do contrato. Somos nós, gestores, assumindo as rédeas do
processo com zelo e profissionalismo.
Se o contrato não for assinado, poderá a Administração convocar os
licitantes remanescentes para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas
condições propostas pelo primeiro classificado. Os convocados poderão
aceitar ou rejeitar a contratação.

A seguir transcrevemos o art. 81 da Lei nº. 8.666/93, que trata de


eventuais sanções pela recusa do licitante vencedor em assinar o contrato:

“Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato,


aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido
pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação
assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes


convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a
contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário,
inclusive quanto ao prazo e preço.“

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

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“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para


melhor adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de


acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei;

II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou


serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição


de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada
a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado,
sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre


os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,
ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,
configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.

§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições


contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços
ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do
contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento,
até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites


estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:

I - (VETADO)

II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.

§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para


obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.

§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já


houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão
ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que
regularmente comprovados.

§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos,


bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a
data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,
conforme o caso.

§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos


do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o
equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7º (VETADO)

§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços


previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou
penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele
previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares
até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo,
podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de
aditamento.”

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

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O presente artigo traz uma das “Cláusulas Exorbitantes” que estudamos na
Unidade I de nosso curso: a Alteração Unilateral do Contrato.

Lembremos:

A alteração unilateral do contrato é prerrogativa prevista no art. 58, inciso


I, da Lei nº. 8.666/93, que permite à Administração modificar o contrato,
unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado.

Além da prerrogativa de alterações unilaterais, o artigo também apresenta


possibilidades de alterações por acordo entre as partes. Lembremos que
qualquer alteração, seja unilateral ou acordada, deve sempre estar
justificada nos autos. Vamos a elas:

Unilateralmente:

· quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor


adequação técnica do projeto a uma nova realidade;

· quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de


acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei.

Em ambos os casos, há que se observar os limites fixados pelo parágrafo


primeiro, que estabelece: “O contratado fica obrigado a aceitar, nas
mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem
nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor
inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou
de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus
acréscimos.”

Portanto, o gestor deve sempre ter em mente esses limites, de forma que
as alterações que se fizerem necessárias não ultrapassem os 25% do valor
do contrato, para mais ou para menos.

O ideal é que o Projeto Básico ou Termo de Referência que originou a


contratação seja feito com técnica e rigor, de forma a dimensionar
adequadamente os quantitativos, evitando assim aditamentos ao longo da
execução.

Por fim, a Administração deve considerar que um aumento quantitativo dá


ao contratado o direito de obter a prorrogação do prazo contratual, de modo
a viabilizar a execução da obra, o fornecimento dos bens ou a execução dos
serviços.

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

pág. 9
Por Acordo Entre as Partes:

· quando conveniente a substituição da garantia de execução. Por exemplo,


se a instituição financeira que emitiu a garantia em favor da contatada
sofrer uma intervenção por parte do Banco Central. Nesse caso, deve o
gestor solicitar que a contratada substitua a garantia por outra à escolha do
particular.

· quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou


serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários. Nos termos
do art. 10 da Lei nº. 8.666/93, as obras e serviços poderão ser executados
nas seguintes formas:

I - execução direta (quando é realizada pela própria Administração);

II - execução indireta (quando a Administração contrata um terceiro), nos


seguintes regimes:

· empreitada por preço global (quando se contrata a execução da obra ou


do serviço por preço certo e total);
· empreitada por preço unitário (quando se contrata a execução da obra ou
do serviço por preço certo de unidades determinadas);

· tarefa (quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço


certo, com ou sem fornecimento de materiais);

· empreitada integral (quando se contrata um empreendimento em sua


integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e
instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a
sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação,
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições
de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas
às finalidades para que foi contratada).

Aqui o gestor terá um papel preponderante, pois é de sua responsabilidade


avaliar os critérios técnicos que atestem a inadequação da forma original de
execução contratual, comprovando, ainda, que a solução anteriormente
contratada se mostra antieconômica, ineficaz e inviável. Enfim, deve
demonstrar objetivamente que a solução original não atende aos interesses
da Administração.

· quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição


de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado.
Devemos observar que a Lei veda a antecipação do pagamento sem a
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de
obra ou serviço.

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

pág. 10
A lei procura prever uma ocorrência relativamente comum em obras ou
serviços de grande valor, permitindo que se adapte o contrato a
circunstâncias posteriores à sua assinatura que obriguem a alteração do
cronograma de pagamento inicialmente pactuado. Como exemplo temos um
atraso na obra decorrente de uma greve geral ou de eventos climáticos
imprevisíveis – não há dolo ou negligência do contratado.

Mais uma vez o gestor desempenhará papel fundamental nessa hipótese,


pois caberá a ele relatar e comprovar a ocorrência da circunstância
superveniente.

· para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os


encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato. O citado reequilíbrio
será necessário na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
impeditivos da execução do ajustado.

A Unidade 3 do Módulo 1 de nosso curso já tratou com a profundidade


adequada a questão do reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato.
Vale destacar novamente que a atuação do gestor nesses casos será
fundamental no restabelecimento da equação original.

Por fim, quando se tratar de mero reajuste de preços com previsão


contratual, tal como a recomposição de índices econômicos, não se pode aí
falar em alteração contratual, devendo o caso ser tratado por simples
apostilamento (anotação ou registro administrativo, que pode ser realizado
no verso do próprio termo de contrato, ou por termo ato separado, juntado
aos autos do processo administrativo respectivo).

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos


Contratos

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Ao final da lição, você aprendeu que a regra geral para os Contratos


Administrativos é a forma escrita, devendo os instrumentos contratuais,
devidamente assinados, serem mantidos nas respectivas repartições
públicas, bem como seus posteriores aditamentos. No caso de pequenas
compras de pronto pagamento, desde que em valor não superior a R$
8.800,00, pode ser dispensada a formalização de contrato.

Atenção

Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus


representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, e a sujeição dos
contratantes às normas da Lei e às cláusulas contratuais.

A Administração deve enviar o extrato para a imprensa oficial até o quinto


dia do mês seguinte ao da assinatura do contrato – a partir daí, a imprensa
oficial dispõe de 20 dias para publicar o extrato do contrato.
O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e
de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades
cujos preços estejam compreendidos nos limites dessas duas
modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a
Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis
(contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de Dispensas
e Inexigibilidades até os valores de R$ 330 mil para Obras e Serviços
de Engenharia, e R$ 176 mil para Compras e Demais Serviços).

Os contratos podem ser alterados:

unilateralmente:

. quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor


adequação técnica do projeto a uma nova realidade;

. quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de


acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto.

por acordo entre as partes:

. quando conveniente a substituição da garantia de execução;

. quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou


serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

. quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição


de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado;

. para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de


acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo
cada uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.

Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos


requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho.”

Neste ponto iniciamos os estudos relativos à execução dos contratos,


que balizam a atuação do gestor, sempre vinculada à lei e aos termos
do contrato.

“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e


fiscalizada por um representante da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio


todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou
defeitos observados.

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do


representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo
hábil para a adoção das medidas convenientes.”

O art. 58 da Lei nº. 8.666/93 estabelece ser uma prerrogativa da


Administração fiscalizar a execução de seus contratos. Portanto, para
a execução desse poder-dever, o art. 67 determina a designação de
um representante da Administração para acompanhar e fiscalizar a
execução contratual.

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

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No Senado, em complementação ao dispositivo da lei, o Ato da Comissão
Diretora nº. 2, de 13 de fevereiro de 2008, em seu art. 3º, expressa que tal
representação deverá ser exercida por um gestor e um substituto. Vejamos:

“Art. 3º Para todo e qualquer contrato celebrado pelo Senado Federal será
designado um gestor titular e um gestor substituto, nos termos deste Ato.”
Porém, não está excluída a possibilidade de a gestão ser exercida por mais
de um servidor, especialmente porque a lei fala em “representante”,sem
restringir o termo a um único servidor. Esse também é o entendimento da
Advocacia do Senado, que assim se manifestou:

“A Lei nº. 8.666/93 impõe à Administração a prerrogativa e o dever de


fiscalizar a execução dos contratos (art. 58, III), sendo que o art. 67
determina o acompanhamento e a fiscalização por um representante da
Administração, especialmente designado para a gestão, bem como autoriza
a contratação de terceiros para assisti-lo ou subsidiá-lo com informações.

O fato da literalidade do caput do art. 67 da referida lei estabelecer que um


representante da Administração, especialmente designado, acompanhará a
execução do contrato, não nos parece ser um impedimento para que esse
acompanhamento seja feito por uma comissão representante, isto é, nada
impede que a fiscalização seja realizada por uma comissão de servidores,
desde que especialmente designados para exercer a fiscalização.

O que importa fundamentalmente a nosso ver é que a Administração


cumpra a finalidade do que a doutrina chama de ‘poder-dever de
acompanhar atentamente a atuação do particular’, fiscalizando de perto a
execução do contrato, tal como estabelecido no art. 58, III, da Lei de
Licitações e Contratos.

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

pág. 3
Portanto, se a Administração entender ser conveniente que em alguns
contratos, em razão da complexidade, especialidade e/ou quantidade das
obrigações decorrentes do objeto, a fiscalização será melhor exercida por
uma comissão de representantes, ao invés de apenas um, não vemos
qualquer óbice legal impedindo que possa fazê-lo, desde que entenda
conveniente e oportuno.” (Informação nº. 130/2006 – Proc. Nº.
015.902/06-4)

A fiscalização dos contratos de que trata o art. 67, além de poder ser
exercida por mais de um servidor, também pode ser assistida ou subsidiada
por terceiros estranhos aos quadros do órgão, devidamente contratados
para tal. Tal prerrogativa deve estar devidamente justificada nos autos do
processo, como no caso de uma contratação com objeto muito técnico, que
requeira conhecimentos específicos que o gestor ou outro servidor do Órgão
não possua.

Mais uma vez devemos frisar a necessidade de o gestor, sempre que


possível, registrar por escrito todas as ocorrências relativas ao contrato,
bem como evitar comunicações informais com a contratada, procurando
sempre fazê-lo por meio de correspondências oficiais.

Por fim, nada impede que o gestor recorra ao seu superior hierárquico ou a
técnicos especialistas de seu Órgão para dirimir eventuais dúvidas que
porventura surjam ao longo da gestão contratual.

“Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração,


no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.”

Da mesma forma que a Administração designa um representante para


acompanhar a execução do contrato, o particular também deverá indicar um
preposto para representá-lo, formando assim um canal de comunicação
entre a Administração e o contratado.

Cabe ao gestor avaliar e referendar a indicação do representante da


empresa, pois, se justificadamente recusado, deverá o contratado indicar
novo preposto.

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

pág. 4
“Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato
em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da
execução ou de materiais empregados.”

Novamente constatamos a responsabilidade do gestor, pois recai sobre seus


ombros a obrigação de verificar a correta execução do contrato,
determinando o reparo e correção de eventuais problemas constatados.

Alertamos também que cabe ao gestor firmar os termos de recebimento


provisório ou definitivo, entendidos como:

Recebimento Provisório - É o recebimento preliminar do objeto contratado,


que deverá ser examinado em confronto com as exigências legais e
contratuais. Deve ser feito de forma expressa, por termo circunstanciado,
discriminando pormenorizadamente o objeto recebido. O recebimento
provisório não exonera a contratada de suas responsabilidades contratuais e
legais, nem lhe dá quitação de suas obrigações.

Recebimento Definitivo - É o reconhecimento da Administração, mediante


termo circunstanciado, da correta execução e da entrega total do objeto do
contrato. Isto se dá após o recebimento provisório, sempre precedido de
todas as verificações, medições, testes, vistorias, ou seja, todos os exames
que atestem a exata correspondência entre o contratado e o objeto
recebido.

“Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à


Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo órgão interessado.”

O art. 70, de certo modo de maneira redundante, atribui ao contratado a


responsabilidade por danos causados à Administração ou a terceiros,
decorrentes da execução do contrato, mesmo que de forma involuntária.

A lei ainda esclarece que o fato de a Administração acompanhar e fiscalizar


a execução do contrato não pode ser considerado como atenuante da falha
do particular. Em outras palavras, a contratada não pode alegar que a
fiscalização efetuada pela Administração a exime de eventuais erros
observados posteriormente.

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

pág. 5
Porém, deve o gestor se esforçar ao máximo para prevenir a ocorrência de
falhas durante a execução da obra ou serviço, pois, nos termos de
entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, o Estado responde
perante terceiros, solidariamente com o contratante, pelos danos causados
na execução de obra ou serviço.

“Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,


previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos


trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do
contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações,
inclusive perante o Registro de Imóveis.

§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado


pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos
termos do art. 31 da Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991.

§ 3º (Vetado)”

Atenção

O art. 71 exime a Administração das dívidas da contratada que não


guardem relação com o contrato, porém a responsabiliza, de modo
solidário com o particular, por eventuais débitos previdenciários
gerados pela execução do Contrato Administrativo.

Isso significa que somente determinadas dívidas relacionadas ao contrato


poderão ser cobradas da Administração, e mesmo assim após o insucesso
da cobrança direta do contratado. Primeiro tenta-se receber do particular, e
somente em caso de insucesso da cobrança é que a Administração pode ser
acionada para efetuar os devidos recolhimentos.

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

pág. 6
Vale destacar que o artigo fala somente em débitos previdenciários, mas o
Tribunal Superior do Trabalho já sumulou a questão, definindo que os
débitos trabalhistas também devem ser incluídos na responsabilidade
solidária da Administração, caso se constate que houve falha na fiscalização
do cumprimento das obrigações contratuais e legais da contratada:

“Súmula Nº. 331 do TST.

...

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do


empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços
quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial.

V - Os entes integrantes da administração pública direta e indireta


respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso
evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei
nº. 8.666/93, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

VI - A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as


verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação
laboral.”

Novamente constatamos a importância da atuação do gestor, pois a


responsabilidade solidária da Administração citada na lei somente ocorrerá
em caso de falha na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais
e legais da contratada.

Portanto, especialmente nos casos de contratos de terceirização de mão-de-


obra, deve o gestor, antes de autorizar o pagamento de qualquer fatura,
verificar se a empresa realizou o recolhimento de todos os encargos
trabalhistas e previdenciários (INSS, FGTS, salário, 13º. salário, vale-
transporte, vale-refeição etc.).

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

pág. 7
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra,
serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração.

A subcontratação é permitida em lei, mas só será admitida nos limites e


condições previstas no edital, e quando a execução da prestação envolver
objeto complexo, de difícil execução por uma única pessoa. Além disso,
exige-se a comprovação de capacitação da subcontratada para a execução
de sua parte do contrato. É o caso da maioria das obras de grande porte,
como a construção de um edifício público.

Ressaltamos que na hipótese de subcontratação, a Administração não


estabelece nenhuma relação jurídica direta com a subcontratada, mas a
responsabilidade desta é solidária com a contratada na execução do
contrato.

“Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I - em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e


fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até
15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade


competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;

II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do


material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do


material e consequente aceitação.

§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o


recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais,
mediante recibo.

§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade


civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional
pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei
ou pelo contrato.

§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá
ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente
justificados e previstos no edital.

§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se


refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro
dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados
à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.”

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

pág. 8
O art. 73, a princípio, parece fazer uma diferenciação entre os responsáveis
pelo recebimento provisório (pelo responsável por seu acompanhamento e
fiscalização) e pelo recebimento definitivo (por servidor ou comissão
designada pela autoridade competente).

Tal diferenciação pode existir, mas não invalida a possibilidade de um único


servidor – no caso o gestor – realizar ambos os recebimentos, como
normalmente ocorre na maioria dos Órgãos da Administração Pública.

Todavia, sempre que o gestor se sentir inseguro para firmar o recebimento


definitivo devido à complexidade do objeto, deve solicitar formalmente ao
seu superior hierárquico a formação de comissão especial destinada a tal.

O importante, para a própria segurança do gestor do contrato, é que o


objeto seja recebido definitivamente nos prazos estabelecidos, pois, caso
isso não aconteça, tal circunstância poderá caracterizar inexecução
contratual, motivo para a rescisão unilateral do contrato.

Porém, isso não significa que o gestor deve receber definitivamente algo em
desconformidade com o contrato. Lembramos que nessa hipótese deve o
gestor determinar a correção das eventuais desconformidades, e só após os
devidos reparos receber definitivamente o objeto do contrato.

O recebimento definitivo tem, entre suas consequências, a liberação das garantias


contratuais de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93 – quando existentes -, bem
como o início da contagem dos prazos de garantia técnica e, também, de prescrição e
de decadência para possíveis ações judiciais.

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

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“Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes
casos:

I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;

II - serviços profissionais;

III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a",
desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante
recibo.”

O art. 74 traz alguns objetos contratuais que dispensam o recebimento


provisório, mas não o recebimento definitivo – em muitos casos é
praticamente impossível o recebimento provisório. Nesses casos o gestor
deve registrar o recebimento do bem, obra ou serviço, de forma
simplificada, mediante recibo.

Alertamos, porém, que o art. 74 é autorizativo - se o gestor entender que


cabe recebimento provisório, pode assim proceder.

“Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou


de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas
técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por
conta do contratado.”

O art. 75 alerta para a obrigatoriedade do particular custear todos os testes


e exames necessários ao recebimento do objeto do contrato. Porém, tais
provas técnicas deverão estar especificadas no ato convocatório, até porque
farão parte da planilha de custos para a formação do preço do licitante.

Convém destacar que os ensaios, testes e demais provas a que se refere a


lei não são cláusulas obrigatórias dos editais, podendo ser exigidos ou não,
segundo conveniência da Administração. Mas, se forem exigidos, devem
estar presentes no edital.

“Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou


fornecimento executado em desacordo com o contrato.”

O art. 76 se refere à faculdade da rejeição do objeto contratado pelo gestor,


fato que ensejará inúmeras consequências que apresentaremos na lição
seguinte.

Importante salientar que tanto o recebimento como a rejeição do objeto são


de competência do gestor. Deve o gestor analisar e avaliar o objeto que
está sendo entregue, recebendo integralmente, parcialmente, ou
rejeitando-o, sempre de forma fundamentada.

É sempre prudente que o gestor, ao pretender rejeitar no todo ou em parte


obra, serviço ou fornecimento executado, permita que o contratado
apresente suas contra-razões, que devem ser avaliadas e julgadas à luz dos
dispositivos contratuais.

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

pág. 10

Vimos nesta lição que a execução dos Contratos Administrativos deve ser
acompanhada e fiscalizada por um gestor/fiscal ou comissão especialmente
designada para a tarefa, permitida a contratação de terceiros para auxiliá-
los. De forma análoga, o contratado deve indicar um preposto para
representá-lo perante a Administração.

O gestor, sempre que possível, deve registrar por escrito todas as


ocorrências relativas ao contrato, bem como evitar comunicações informais
com a contratada, procurando sempre fazê-lo por meio de correspondências
oficiais.

O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou


substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em
que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução
ou de materiais empregados.

Recebimento Provisório - É o recebimento preliminar do objeto contratado,


que deverá ser examinado em confronto com as exigências legais e
contratuais. Deve ser feito de forma expressa, por termo circunstanciado,
discriminando pormenorizadamente o objeto recebido.

Recebimento Definitivo - É o reconhecimento da Administração, mediante


termo circunstanciado, da correta execução e da entrega total do objeto do
contrato.

Recai sobre o contratado a responsabilidade por danos causados à


Administração ou a terceiros, decorrentes da execução do contrato, mesmo
que de forma involuntária.

Antes de autorizar o pagamento de qualquer fatura, deve o gestor verificar


se o contratado realizou o recolhimento de todos os encargos trabalhistas e
previdenciários (INSS, FGTS, salário, 13º salário, vale-transporte, vale-
refeição etc.), pois a Administração responde subsidiariamente, nas
mesmas condições do contratado, caso evidenciada sua conduta culposa na
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da
prestadora de serviço como empregadora.

A subcontratação da execução de parte de um contrato é permitida em lei,


mas só será admitida nos limites e condições previstas no edital, e quando
a execução da prestação envolver objeto complexo, de difícil execução por
uma única pessoa.

A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou


fornecimento executado em desacordo com o contrato. É sempre prudente
que o gestor, ao pretender rejeitar no todo ou em parte obra, serviço ou
fornecimento executado, permita que o contratado apresente suas contra-
razões, que devem ser avaliadas e julgadas à luz dos dispositivos
contratuais.

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“Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua


rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei ou
regulamento.”

Aqui a lei passa a tratar os casos de inexecução contratual e


desfazimento do contrato. O dispositivo em comento estabelece que a
inexecução total ou parcial enseja rescisão.

Entretanto, a sua interpretação não pode ser literal, a ponto de se


pretender rescindir o contrato por qualquer violação contratual. Deve
o gestor, tendo em mente o princípio da razoabilidade – a sanção
aplicada à irregularidade deve ser proporcional à infração cometida
pelo particular –, realizar uma avaliação séria das ocorrências
contratuais, avaliando o risco ao interesse público.

Vale, mais uma vez, lembrar que a fiscalização contratual não é


somente uma prerrogativa da Administração, mas sim um dever,
cabendo inclusive ao gestor a responsabilização por desídia no
cumprimento dessa tarefa. Esse é o princípio da responsabilidade
pessoal do agente público estabelecido no art. 37, §6º, da CF/88:

“Art. 37. ...

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

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“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou


prazos;

II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,


projetos e prazos;

III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar


a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos
prazos estipulados;

IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e


prévia comunicação à Administração;

VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do


contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem
como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade


designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de
seus superiores;

VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na


forma do § 1º do art. 67 desta Lei;

IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da


empresa, que prejudique a execução do contrato;

XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,


justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera
administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo
administrativo a que se refere o contrato;

XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou


compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;

XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração,


por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por
repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do
pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente
imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado
ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do
cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a
situação;

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela


Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;

XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto


para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais,
bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente
comprovada, impeditiva da execução do contrato;

XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo


das sanções penais cabíveis.

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente


motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla
defesa.”

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De acordo com a doutrina normalmente aceita pela maioria dos juristas, a
rescisão de um Contrato Administrativo pode ocorrer de quatro formas, a
saber:

Rescisão Administrativa ou Unilateral – realizada por ato unilateral da


Administração.

Rescisão Amigável – acontece por acordo entre as partes.

Rescisão Judicial – determinada pelo Judiciário motivado por ação movida


por qualquer das partes.

Rescisão de Pleno Direito – ocorre de forma independente de vontade de


ambas as partes. Seria o caso do falecimento do contratado, por exemplo,
ou ainda da falência da empresa.

Mais uma vez devemos ter em mente o princípio da razoabilidade antes de


determinar a rescisão de um Contrato Administrativo. Pequenas falhas que
não colocam em risco a execução do objeto não são motivos suficientes
para a rescisão de um contrato. O que provoca a rescisão é inexecução que
coloque em risco o interesse público.

É interessante observar neste dispositivo o desequilíbrio em favor da


Administração que a lei estabelece. Nos motivos de rescisão elencados no
art. 78, somente os incisos XIII à XVI constituem casos de rescisão
provocados pela Administração.
As hipóteses contidas no inciso IX (decretação de falência ou a instauração
de insolvência civil) devem ser previamente decretadas pelo Judiciário, ou
seja, pressupõem a existência de sentença judicial de declaração de falência
ou, na hipótese de insolvência civil, de declaração judicial que determina o
vencimento antecipado das dívidas da empresa e a arrecadação dos bens
passíveis de penhora.

As razões de interesse público mencionadas no inciso XII podem ser


entendidas como situações de significativa relevância, amplamente
conhecidas, nas quais a autoridade superior considere inviável a
continuação da execução do contrato. (exemplos: estado de calamidade,
frustração de receitas públicas que inviabilizem os pagamentos, grave crise
cambial etc.).

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As reduções contratuais superiores a 25% (inciso XIII) – ou 50% no caso
de reforma de edifício ou equipamento – também configuram motivos para
a rescisão contratual.

Por fim, o inciso XVIII faz menção à proibição constitucional de trabalho


noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos.

“Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos


enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da


licitação, desde que haja conveniência para a Administração;

III - judicial, nos termos da legislação;

IV - (Vetado).

§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de


autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.

§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos
prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda
direito a:

I - devolução de garantia;

II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;

III - pagamento do custo da desmobilização.

§ 3º (Vetado).

§ 4º (Vetado).

§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o


cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual
tempo.”

Nos termos do art. 79, a rescisão por ato unilateral ocorrerá nas hipóteses
contidas nos incisos I a XII e XVII do art. 78, exercendo a Administração
suas prerrogativas.

Já nos casos de rescisão motivada por atos da Administração, o término da


relação contratual poderá ocorrer segundo acordo entre as partes ou por
meio de decisão judicial.

A lei estabelece ainda que caso o particular não tenha sido o causador da
rescisão, terá direito de ser ressarcido de todos os seus prejuízos, inclusive
devolução da garantia, recebimento de pagamentos devidos até a data da
rescisão, além do custo de desmobilização.

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O custo de desmobilização é aquele que o particular já despendeu em
função do início da execução do objeto contratado. Por exemplo, é o caso
de uma obra em que o contrato é rescindido logo no seu início, tendo a
empresa montado o canteiro de obra. Todo o custo de montagem e
desmontagem do canteiro e outros que comprovadamente tenham sido
realizados para o início da execução do contrato deverão ser ressarcidos.

Vale mais uma vez repisar o tema responsabilidade pessoal do gestor, pois
a sua atuação concreta poderá levar a uma rescisão contratual por culpa da
Administração, dando margem a pedido indenizatório par parte do
particular. Como exemplo temos o pagamento com atraso pela desídia do
gestor; a oposição do gestor, sem justificativa plausível, ao pagamento de
qualquer direito do particular; ou ainda, entre tantas possibilidades,
qualquer atitude do gestor que dificulte ou impeça o particular de executar
suas obrigações.

Marçal Justen Filho assevera que “Essas considerações são imperiosas, para
evitar que decisões individuais desastrosas desemboquem em condenações
judiciais milionárias. Tem-se verificado, na experiência dos Tribunais, que
decisões meramente subjetivas do agente público produzam o nascimento
de pretensões indenizatórias de montante vultosíssimo. Encerrado o
processo, os orçamentos públicos sofrem grande oneração. O particular
recebe indenizações extraordinárias. E, não obstante tal, o agente público
que atuou para produzir tal resultado não sofre qualquer consequência. É
imperioso, portanto, que o agente público tome consciência de que o
equívoco em suas decisões poderá produzir consequências pelas quais ele
responderá pessoalmente – essa é uma das vias para evitar a situação
alarmante que ora se verifica.”

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“Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as
seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:

I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se


encontrar, por ato próprio da Administração;

II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e


pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua
continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;

III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração,


e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos


causados à Administração.

§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a


critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço
por execução direta ou indireta.

§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado,


manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades
de serviços essenciais.

§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de


autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário
Estadual ou Municipal, conforme o caso.

§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à


Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste
artigo.”

O art. 80 estabelece uma série de consequências que se apresentam nos


casos de rescisão por ato unilateral, fortalecendo o primado da supremacia
do interesse público sobre o privado.

Apesar de terem aparência de punição, tais consequências não têm natureza


sancionatória, sendo a efetiva punição por inadimplemento tratada em outros
dispositivos da lei. O que o artigo busca é limitar os possíveis prejuízos da
Administração com a rescisão do contrato.

Dessa forma, o art. 80 permite à Administração assumir o objeto em


execução, no estado e local em que se encontrar, passando a executá-lo de
maneira direta ou contratando outra empresa para a execução (execução
indireta).

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Vimos nesta lição, que a inexecução total ou parcial do contrato enseja a
sua rescisão, porém deve o gestor, tendo em mente o princípio da
razoabilidade, realizar uma avaliação séria das ocorrências contratuais.
Pequenas falhas que não colocam em risco a execução do objeto não são
motivos suficientes para a rescisão de um contrato. O que provoca a
rescisão é inexecução que coloque em risco o interesse público.

A rescisão de um Contrato Administrativo pode ocorrer de quatro formas, a


saber:

Rescisão Administrativa ou Unilateral – realizada por ato unilateral da


Administração.

Rescisão Amigável – acontece por acordo entre as partes.

Rescisão Judicial – determinada pelo Judiciário motivado por ação movida


por qualquer das partes.
Rescisão de Pleno Direito – ocorre de forma independente de vontade de
ambas as partes. Seria o caso do falecimento do contratado, por exemplo,
ou ainda da falência da empresa.

A rescisão de um Contrato Administrativo por ato unilateral ocorrerá nas


hipóteses contidas nos incisos I a XII e XVII do art. 78 da Lei nº. 8.666/93.
Já nos casos de rescisão motivada por atos da Administração, o término da
relação contratual poderá ocorrer segundo acordo entre as partes ou por
meio de decisão judicial.

Caso o particular não tenha sido o causador da rescisão, terá direito de ser
ressarcido de todos os seus prejuízos, inclusive devolução da garantia,
recebimento de pagamentos devidos até a data da rescisão, além do custo
de desmobilização.

O gestor deve sempre atuar de modo responsável e vinculado à lei, pois a


sua atuação concreta poderá levar a uma rescisão contratual por culpa da
Administração, dando margem a pedido indenizatório por parte do
particular.

Exercícios de Fixação - Módulo II

Parabéns! Você chegou ao final do Módulo II de estudo do


curso Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público.

Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você


faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de
Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas
servirá como oportunidade de avaliar o seu domínio do
conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a
correção imediata das suas respostas!

Para ter acesso aos Exercícios de Fixação

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