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1. INTERPRETAÇÃO
Os contratos se interpretam a partir de suas cláusulas e a partir de
princípios de Direito Público e, supletivamente, aplica-se a teoria geral
dos contratos, própria do Direito Privado à luz da premissa de que
contrato é gênero e, no universo contratos, existem contratos regidos pelo
Direito Público (contratos administrativos, sendo uma espécie do gênero
contratos) e os regidos pelo Direito Privado.
2. CLAUSULAS NECESSÁRIAS
Essas são cláusulas necessárias, que devem existir, obrigatoriamente,
tem que estar em todos os contratos celebrados pela Administração.
Art. 92.
Se é cláusula necessária, tem que estar em todo contrato. Tem que ser
previsto o reajuste, o índice do reajuste, a data-base na qual o reajuste
acontecerá, os critérios para correção monetária, etc. Primeiro o licitante
faz a proposta, vence a licitação. Depois, a Administração o chama para
assinar o contrato no prazo legal e começa a execução do contrato.
O contrato deve ter como cláusula necessária uma matriz de risco para
antevermos as possibilidades e distribuir as responsabilidades. Isso é tão
importante que será melhor analisado posteriormente.
A lei já deu uma pista de algo muito importante que veremos adiante. A
Administração só paga depois que ela recebe, como regra.
Excepcionalmente é possível pagamento antecipado, em que a
Administração paga para o contratado antes de receber.
A lei, para cautelar o interesse público, diz que pode exigir do contratado
uma garantia de pagamento antecipado, em que o contratado garante
que entregará o objeto do contrato. Não é uma garantia do contrato, é
garantia de pagamento porque o contrato administrativo, como veremos,
tem suas garantias. Aqui é outra coisa que as cláusulas necessárias já
antecipam: tem que ter cláusula de garantia e tem que ter cláusula de
garantia de pagamento se houver pagamento antecipado.
3. GARANTIA
A garantia é a cautela exigida pela Administração do contratado para
garantir a plena execução no contrato. Terminado o contrato e dando
tudo certo, a Administração devolve a garantia. A exigência da garantia é
ato discricionário da administração porque há casos em que a exigência
de garantia afasta os licitantes. Há casos em que o interesse público
enseja que não haja garantia, como na compra de vacinas. A garantia
pode ser exigida se a Administração assim o quiser e a garantia pode
deixar de ser exigida se a Administração quiser. Essa exigência por
garantia deve constar do edital e do contrato porque a lei diz que é
cláusula necessária. Artigo 96, parágrafo primeiro.
Artigos 98 e 99.
Para a seguradora cumprir quando tudo deu errado, ela tinha que estar
no contrato acompanhando o tempo todo. Assim, a seguradora tem que
assinar o contrato e todos os aditivos. Para isso, ela pode:
Tem o step-in right, a seguradora assinou tudo o que tinha que assinar,
acompanhou tudo o que tinha que acompanhar, fez tudo certo. O inciso
II fala do pagamento por parte da Administração, que pode ser feito ao
segurado ou a quem a seguradora indicar, desde que comprovada a
regularidade fiscal.
4. ALOCAÇÃO DE RISCO
Outra coisa importante que a lei nos trouxe de novidade foi a alocação
de riscos. Todo contrato envolve riscos mútuos, recíprocos. Há riscos em
se contratar com o Estado, como o fato de que o Estado pode parar de
pagar e o contratado ter que continuar executando o contrato, a
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Isso tem a ver com o imprevisto. Tem coisa que não podemos prever, como
uma guerra entre Israel e Palestina porque há um risco ali, embora não
saibamos ao certo o que vai acontecer e nem quando vai acontecer,
conseguimos imaginar e antever o risco. Então se prevê e distribui os
riscos, podendo ser dividido.
5. CLÁUSULAS EXORBITANTES
Aqui é como já estudamos anteriormente, cláusulas exorbitantes são
cláusulas que dão à Administração Pública dentro do contrato
administrativo uma posição de supremacia. Se o contrato é o acordo de
vontades entre a Administração para a realização de um fim de interesse
público, a finalidade do contrato é interesse público e, para garantir que
o contrato atenda o interesse público, a lei reconhece à Administração
poderes, prerrogativas que colocam a Administração dentro do contrato
em posição de verticalidade.
A lei diz que a Administração tem poderes, mas, no que toca ao equilíbrio
econômico-financeiro, a sua alteração depende da concordância do
contratado e, por isso, deixa de ser cláusula exorbitante.
A autoridade competente tem que motivar, justificar porque ela vai fazer
esse contrato de 5 anos, em vez de fazer ano a ano. Qual seria a
vantagem para que o contrato dure até 5 anos?
Todo dia isso acontece. Todo dia chega pedido de nota jurídica para
prorrogar a duração do contrato com os Correios. A cada 12 meses, fica
a Administração aditando o contrato com o intuito de prorrogar por mais
12 meses. A cada prorrogação existem formalidades necessárias para a
prorrogação.
O ato tem 5 elementos: sujeito, forma (meio pelo qual o ato administrativo
se exterioriza, aqui é a escrita), objeto, motivo e finalidade. Agora a lei
está trazendo a possibilidade de forma eletrônica. A regra posta pela lei é
a forma escrita, podendo ter forma eletrônica nos termos de um
regulamento do Poder Executivo. Art. 94.
Também já tínhamos visto que o termo é por escrito, mas a lei diz que é
possível que haja contrato verbal com a Administração quando for
pequena compra ou pequeno serviço de pronto pagamento e o valor dele
não exceda R$ 10.000,00. Validade é diferente de eficácia. É nulo e de
nenhum efeito acordo verbal com a Administração, com a ressalva
vista. Se o contrato ultrapassou o valor ou desrespeita qualquer ressalva,
não pode ser verbal. Nem todo documento escrito é um contrato, pode
ser nota de empenho, ordem de pagamento, etc.
A lei vai dizer que a execução do contrato vai ser acompanhada por um
fiscal do contrato. Quem vai ser o fiscal do contrato? Lembra do
princípio da segregação de funções da licitação, que define os
agentes públicos que deverão trabalhar na aplicação desta lei? É
exatamente isso.
§ 1º A inadimplência do contratado em
relação aos encargos trabalhistas, fiscais e
comerciais não transferirá à Administração
a responsabilidade pelo seu pagamento e
não poderá onerar o objeto do contrato nem
restringir a regularização e o uso das obras
e das edificações, inclusive perante o
registro de imóveis, ressalvada a hipótese
prevista no § 2º deste artigo.