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AUTARQUIA DO ENSINO SUPERIOR DE GARANHUNS (AESGA)

FACULDADES INTEGRADAS DE GARANHUNS (FACIGA)


CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

LAUDERLANE GOMES DAS NEVES

RESUMO: CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

GARANHUNS
2024
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Contratos da Administração são todos os contratos celebrados pela


Administração Pública, sejam regidos pelo Direito Público, sejam regidos pelo
Direito Privado.

Por sua vez, os contratos administrativos consistem na expressão


utilizada para se referir a qualquer acordo de vontades que a Administração
Pública, nessa qualidade, celebre com Pessoa Física ou Jurídica, pública ou
privada, para a consecução de um fim de interesse público, segundo normas
de Direito Público, preponderantemente. De acordo com o art. 89 da Lei n.º
14.133/21, os contratos administrativos regulam-se pelas suas cláusulas e
pelos preceitos de direito público, e a eles serão aplicados, supletivamente, os
princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

Os contratos administrativos tem algumas características que são elas:

Consensualidade: Os contratos consensuais são aqueles que, para que se


tornem perfeitos, apenas é necessário o acordo de vontade – consenso – entre
as partes, de modo que não se exige qualquer outro ato para completar sua
formação.

Formalidade: Os contratos formais ou solenes são aqueles que exigem uma


forma pré-estabelecida em lei para que se tornem válidos. Hoje alguns
doutrinadores defendem o chamado formalismo moderado, em razão dos
efeitos práticos dos chamados contratos verbais.

Nos termos do art. 95, § 2º, é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal
com a Administração, salvo o de pequenas compras ou prestação de serviços
de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$
10.000,00 (dez mil reais).

No entanto, o dispositivo legal supra deve ser interpretado de acordo


com os princípios gerais de Direito e os valores constitucionais. Assim, por
mais que haja um contrato verbal que não se encaixe na exceção legal, a
Administração Pública precisa realizar o pagamento pelos serviços prestados.
Diante disso, caso o particular execute serviço sem a celebração de contrato,
faz-se necessário celebrar um Termo de Ajuste de Contas, que consiste no
instrumento legal que tem por finalidade regularizar os contratos não
formalizados e autorizar o pagamento de despesas contraídas sem o prévio
empenho. Trata-se da concretização dos princípios da boa-fé objetiva, da
moralidade administrativa e da vedação de enriquecimento sem causa.

Bilateralidade: Os contratos bilaterais são aqueles em que há prestação e


contraprestação para as partes envolvidas. Os contratos administrativos,
embora bilaterais, não se caracterizam pela horizontalidade, uma vez que as
partes envolvidas não figuram em posição de igualdade.

Onerosidade: Os contratos onerosos são aqueles em que há direitos e


obrigações para ambas as partes. Em outras palavras, pela onerosidade,
ambas as partes obtêm vantagens, mas suportam um ônus.

Comutatividade: Os contratos comutativos são aqueles em que prestação e


contraprestação já são previamente conhecidas pelas partes.

Adesão: Os contratos de adesão são aqueles em que as cláusulas contratuais


já são pré-definidas por uma das partes, no caso, a Administração Pública, de
modo que a outra parte apenas adere ao contrato.

Presença de Cláusulas Exorbitantes ou Desequilíbrio: Os contratos


administrativos possuem as chamadas cláusulas exorbitantes, aquelas que
colocam a Administração Pública em uma relação superior ao contratado. Na
Lei n.º 14.133/21, as cláusulas exorbitantes vieram previstas no art. 104, no
capítulo das prerrogativas da Administração.

Mutabilidade: A mutabilidade refere-se ao fato de os contratos poderem sofrer


alterações unilaterais determinadas pela Administração Pública. Trata-se, nos
termos do art. 104, I da Lei n.º 14.133/21 prerrogativa da Administração em
relação aos contratados. Assim, a mutabilidade gera certa instabilidade aos
contratos administrativos.

Personalíssimo: Os contratos administrativos também são personalíssimos


assim, cabe ao contratado executar o objeto licitado, vedada sua execução por
terceiros. O fato de os contratos administrativos serem personalíssimos não
impede que haja a subcontratação, nos termos do art. 122 da Lei n.º 14.133/21.
Portanto, na execução do contrato e sem prejuízo das responsabilidades
contratuais e legais, o contratado poderá subcontratar partes da obra, do
serviço ou do fornecimento até o limite autorizado, em cada caso, pela
Administração.
O contratado apresentará à Administração documentação que comprove
a capacidade técnica do subcontratado, que será avaliada e juntada aos autos
do processo correspondente. Regulamento ou edital de licitação poderão
vedar, restringir ou estabelecer condições para a subcontratação.
Será vedada a subcontratação de pessoa física ou jurídica, se aquela ou
os dirigentes desta mantiverem vínculo de natureza técnica, comercial,
econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou entidade
contratante ou com agente público que desempenhe função na licitação ou
atue na fiscalização ou na gestão do contrato, ou se deles forem cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral, ou por afinidade, até o terceiro
grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de licitação.
A convocação do licitante vencedor para assinar o contrato ou aceitar o
instrumento equivalente é regulada pelo artigo 90 da Lei n.º 14.133/21. Ao
contrário da legislação anterior, o prazo de convocação agora é determinado
pelo edital de licitação.
Esse prazo pode ser prorrogado uma vez mediante justificativa aceita
pela Administração. Se o vencedor não cumprir as condições, a Administração
pode convocar os licitantes remanescentes. Se nenhum aceitar, a
Administração pode negociar com eles ou adjudicar o contrato diretamente. A
recusa injustificada do vencedor acarreta penalidades e perda da garantia de
proposta. Os remanescentes também podem ser convocados em caso de
rescisão contratual.

O artigo 92 da Lei n.º 14.133/21 estabelece as cláusulas necessárias em


contratos administrativos, incluindo:
1. Descrição do objeto do contrato.
2. Vinculação ao edital de licitação ou à proposta vencedora.
3. Legislação aplicável.
4. Regime de execução ou forma de fornecimento.
5. Preço, condições de pagamento e reajustamento.
6. Critérios de medição, prazos e condições de pagamento.
7. Cronograma de execução.
8. Classificação orçamentária.
9. Matriz de risco (se aplicável).
10. Prazos para repactuação de preços e restabelecimento do equilíbrio
econômico-financeiro.
11. Garantias oferecidas.
12. Prazo de garantia do objeto.
13. Direitos, responsabilidades, penalidades e multas.
14. Condições de importação (se aplicável).
15. Obrigações do contratado em relação à habilitação na licitação.
16. Reservas de cargos para pessoas com deficiência, reabilitados e
aprendizes.
17. Modelo de gestão do contrato.
18. Cláusulas de extinção do contrato.
Além disso, os contratos devem conter cláusula de competência de foro,
exceto em casos específicos como licitações internacionais financiadas por
organismos internacionais ou aquisições realizadas por unidades
administrativas no exterior. Dependendo do objeto e regime de execução, pode
ser incluída cláusula para verificação de pendências antes da emissão da
ordem de serviço.
A Lei n.º 14.133/21 estabelece as modalidades de garantia para contratos
administrativos, que são: caução em dinheiro ou títulos da dívida pública,
seguro-garantia e fiança bancária. O contratado pode escolher uma dessas
opções. Em caso de suspensão do contrato pela Administração, o contratado
não precisa renovar a garantia até a retomada da execução.
Para o seguro-garantia, a lei detalha que sua vigência deve ser igual ou
superior à do contrato principal, mesmo se o contratado não pagar o prêmio
nas datas acordadas. Em contratos contínuos, a apólice pode ser substituída
mantendo as mesmas condições. Em obras e serviços de engenharia, o edital
pode exigir seguro-garantia com cláusula de execução pela seguradora em
caso de inadimplemento do contratado.
A seguradora, se assumir a execução do contrato, fica isenta de pagar a
importância segurada. Se não assumir, deve pagar a integralidade da
importância segurada. Qualquer alteração nas garantias deve ser feita por
acordo entre as partes, não unilateralmente pela Administração.

PERCENTUAL

Nos contratos de obras, serviços e fornecimentos, o percentual padrão


para garantia é de até 5% do valor inicial do contrato. No entanto, há exceções:
 Em situações de complexidade técnica e riscos elevados, a garantia
pode ser de até 10% desse valor, desde que justificada.
 Para obras e serviços de engenharia de grande porte, a garantia pode
chegar a até 30% do valor inicial, quando contratada na modalidade
seguro-garantia.
Para contratos de serviços e fornecimentos contínuos com duração superior
a um ano, ou em prorrogações subsequentes, utiliza-se o valor anual do
contrato para aplicar os percentuais de garantia.
A garantia prestada pelo contratado é liberada ou restituída após a fiel
execução do contrato ou sua extinção por culpa exclusiva da Administração,
sendo o valor em dinheiro atualizado monetariamente.
Em contratos que envolvam a entrega de bens pela Administração, dos
quais o contratado será depositário, o valor desses bens é somado ao valor da
garantia.

ALOCAÇÃO DE RISCOS

Conforme o artigo 103 da Lei n.º 14.133/21, os contratos administrativos


podem identificar os riscos previsíveis e presumíveis e estabelecer uma matriz
de alocação de riscos, dividindo-os entre contratante e contratado ou
compartilhando-os.
A alocação considera a natureza do risco, quem se beneficia das
prestações e a capacidade de cada setor para gerenciá-lo. Riscos cobertos por
seguradoras são transferidos ao contratado, e sua alocação é quantificada para
projetar custos no valor estimado da contratação.
A matriz define o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em
relação a eventos futuros e deve ser considerada na resolução de disputas. O
equilíbrio é mantido, salvo em casos de alterações unilaterais pela
Administração ou mudanças legislativas nos tributos pagos pelo contratado.
Métodos e padrões comuns podem ser usados na alocação de riscos,
com os ministérios e secretarias definindo detalhes dos procedimentos
necessários.

PRAZO

A Lei n.º 14.133/21 estabelece regras para a duração dos contratos


administrativos, inicialmente limitados a 12 meses, correspondentes à vigência
do crédito orçamentário. No entanto, há exceções que permitem prazos
maiores:
 Contratos de até 5 anos para serviços e fornecimentos contínuos,
aluguel de equipamentos e uso de programas de informática, sujeitos a
avaliação econômica e disponibilidade orçamentária, com opção de
extinção sem ônus.
 Contratos de até 10 anos para bens ou serviços de alta tecnologia e
defesa nacional, materiais das Forças Armadas, contratação relacionada
à inovação e pesquisa científica, segurança nacional, transferência de
tecnologia para o SUS e aquisição de insumos estratégicos para saúde.
 Contratos de prazo indeterminado para serviços públicos em regime de
monopólio, desde que haja disponibilidade orçamentária.
 Contratos de até 15 anos para operações contínuas de sistemas de
tecnologia da informação.
 Contratos que gerem receitas ou de eficiência com prazos variados, até
35 anos nos casos com investimento.
 Contratos por escopo, que serão prorrogados automaticamente até a
conclusão do objeto, com medidas em caso de não conclusão.
 Contratos de fornecimento e serviço associado, com vigência máxima
determinada pela soma do prazo de fornecimento inicial com o de
operação e manutenção, limitado a 5 anos.
Essas exceções permitem flexibilidade na duração dos contratos
administrativos, considerando diferentes necessidades e objetivos.
CLÁUSULAS EXORBITANTES

As cláusulas exorbitantes conferem poderes à Administração Pública em


contratos, colocando o contratado sujeito às suas decisões. Na Lei nº
14.133/21, essas prerrogativas são estabelecidas no art. 104. Elas podem ser
aplicadas em contratos de direito privado celebrados pela Administração,
desde que haja previsão expressa. Nos contratos administrativos, as cláusulas
exorbitantes são aplicáveis independentemente de previsão expressa,
bastando a previsão na legislação para sua incidência.

Fiscalização do Contrato

No contexto da fiscalização do contrato, é fundamental garantir a


execução fiel das obrigações estabelecidas, conforme o art. 115 da Lei n.º
14.133/21. Ambas as partes são responsáveis pela inexecução total ou parcial
do contrato. A Administração não pode retardar injustificadamente a execução
do contrato, mesmo em casos de mudança de liderança. Em contratos de
obras e serviços de engenharia, se a responsabilidade pelo licenciamento
ambiental for da Administração, isso deve ser obtido antes da divulgação do
edital. Em situações de impedimento, paralisação ou suspensão do contrato, o
cronograma de execução é automaticamente prorrogado. Se a paralisação
durar mais de um mês, a Administração deve divulgar publicamente as razões
e a data prevista para o reinício da execução, em sítio eletrônico oficial e em
placa visível na obra.

Do fiscal do contrato

De acordo com o art. 117 da Lei n.º 14.133/21, a execução do contrato


deve ser acompanhada e fiscalizada por fiscais designados pela
Administração, que podem receber assistência de terceiros. Os fiscais devem
registrar as ocorrências e tomar medidas para corrigir falhas ou defeitos. Eles
devem comunicar aos superiores situações que ultrapassem sua competência
e contar com apoio jurídico e de controle interno da Administração.
Se terceiros forem contratados para auxiliar, eles devem assumir
responsabilidade pelas informações fornecidas e não podem exercer
exclusivamente a função de fiscal. A responsabilidade do fiscal do contrato não
é eximida pela contratação de terceiros.
Quanto ao preposto, conforme o art. 118, o contratado deve manter um
representante aceito pela Administração no local da obra ou serviço para atuar
na execução do contrato.

Das obrigações do contratado na execução do contrato

De acordo com a Lei n.º 14.133/21:

1. Reparação de vícios: O contratado deve corrigir quaisquer vícios, defeitos ou


incorreções no objeto do contrato, assumindo os custos necessários para
reparar, remover, reconstruir ou substituir total ou parcialmente o objeto
afetado.

2. Responsabilidade por danos: O contratado é responsável por danos


causados à Administração ou a terceiros durante a execução do contrato,
independentemente da fiscalização do contratante.

3. Encargos trabalhistas e fiscais: O contratado é exclusivamente responsável


pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da
execução do contrato.

4. Responsabilidade da Administração em serviços contínuos: Em contratos de


serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a
Administração é solidariamente responsável pelos encargos previdenciários e
subsidiariamente pelos encargos trabalhistas em caso de falha na fiscalização
do cumprimento das obrigações do contratado.

5. Medidas para assegurar obrigações trabalhistas: Em contratos de serviços


contínuos, a Administração pode adotar medidas para garantir o cumprimento
das obrigações trabalhistas pelo contratado, como exigir caução, fiança
bancária, contratação de seguro-garantia, entre outras.

6. Reserva de cargos para pessoas com deficiência, reabilitados e aprendizes:


O contratado deve cumprir a reserva de cargos prevista em lei para pessoas
com deficiência, reabilitados da Previdência Social ou aprendizes, e comprovar
esse cumprimento quando solicitado pela Administração.

Em suma, o contratado deve reparar vícios, assumir responsabilidade


por danos, pagar encargos trabalhistas e fiscais, enquanto a Administração tem
responsabilidade solidária ou subsidiária em alguns casos específicos, como
em serviços contínuos. Além disso, é obrigação do contratado cumprir a
reserva de cargos conforme a legislação vigente.

Aplicação de Sanções ao Contratado

A Lei n.º 14.133/21 estabelece as infrações passíveis de


responsabilidade administrativa do licitante ou contratado, tais como
inexecução parcial ou total do contrato, apresentação de documentação falsa,
fraude na licitação ou execução do contrato, entre outras. As sanções
aplicáveis incluem advertência, multa, impedimento de licitar e contratar, e
declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
A aplicação das sanções não exclui a obrigação de reparação integral do
dano causado à Administração Pública, e as informações sobre as sanções
aplicadas devem ser mantidas atualizadas para publicidade no Cadastro
Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) e no Cadastro Nacional
de Empresas Punidas (CNEP). O Poder Executivo regulamentará as
consequências da soma de sanções aplicadas a uma mesma empresa
provenientes de contratos distintos.

A Lei n.º 14.133/21 estabelece as seguintes penalidades:

 Advertência: Aplicada exclusivamente em caso de inexecução parcial do


contrato quando não justificada a imposição de penalidade mais grave.
 Multa: Calculada conforme o edital ou contrato, variando de 0,5% a 30%
do valor do contrato e podendo ser aplicada isolada ou cumulativamente
com outras penalidades. Se exceder o valor devido à contratada, a
diferença será descontada da garantia prestada ou cobrada
judicialmente.
 Impedimento de licitar e contratar: Aplicado em casos de inexecução
parcial grave do contrato, inexecução total, entre outras infrações.
Impede o responsável de participar de licitações ou contratar com a
Administração Pública por até 3 anos.

 Declaração de inidoneidade: será aplicada nas seguintes infrações


administrativas:
Apresentar declaração ou documentação falsa, fraudar a licitação ou
praticar atos ilícitos para frustrar os objetivos da licitação. Comportar-se
de modo inidôneo ou cometer fraude de qualquer natureza.
Praticar atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção. A pena impede o
responsável de contratar com a Administração Pública por 3 a 6 anos. A
aplicação é precedida de análise jurídica e varia conforme a autoridade
aplicadora, abrangendo apenas relações jurídicas futuras.

 Processo de responsabilidade: Para sanções como impedimento ou


declaração de inidoneidade para licitar ou contratar, é necessário
instaurar um processo de responsabilização. Uma comissão composta
por 2 ou mais servidores estáveis ou empregados públicos avaliará os
fatos e intimará o licitante ou contratado para apresentar defesa escrita e
especificar as provas em até 15 dias úteis. Se deferido, novas provas
podem ser produzidas, seguidas por alegações finais em igual prazo. A
comissão pode indeferir provas ilícitas, impertinentes ou protelatórias. A
prescrição ocorre em 5 anos, interrompida pela instauração do processo,
suspensa por acordo de leniência ou decisão judicial.

A Lei n.º 14.133/21 estabelece a possibilidade de aplicação de multa de


mora em caso de atraso injustificado na execução do contrato, sem impedir sua
conversão em multa compensatória ou a extinção unilateral do contrato com
outras sanções.
Além disso, prevê a reabilitação do licitante ou contratado mediante
reparação do dano, pagamento da multa e cumprimento de condições
específicas após um período de impedimento de licitar e contratar ou
declaração de inidoneidade.
A ocupação provisória de bens e pessoal vinculados ao contrato é
permitida em casos de risco à prestação de serviços essenciais ou para
acautelar apuração administrativa de faltas contratuais.
Quanto à aplicação diferida da exceptio non adimpleti contractus, o
contratado tem direito à extinção do contrato em casos de suspensão superior
a três meses, repetidas suspensões totalizando 90 dias úteis ou atraso de
pagamentos superior a dois meses, com exceções em situações específicas
como calamidade pública.

FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

A formalização dos contratos administrativos segue um procedimento


que inclui a elaboração de um procedimento prévio, a convocação do
interessado para assinar o contrato e a elaboração de um termo ou instrumento
contratual. Segundo a Lei n.º 14.133/21, o contrato e seus aditamentos devem
ser por escrito, exceto em casos de pequenas compras ou prestação de
serviços de pronto pagamento, limitados a R$ 10.000,00.
A Administração poderá substituir o instrumento de contrato por outros
hábeis, como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
compra ou ordem de execução de serviço, em casos de dispensa de licitação
por valor ou compras com entrega imediata e integral dos bens.

Publicação do extrato do contrato

Os contratos administrativos devem ser divulgados em sítio eletrônico


oficial, salvo nos casos em que o sigilo seja essencial à segurança da
sociedade e do Estado, conforme legislação de acesso à informação. A
celebração dos contratos e termos aditivos pode ser realizada de forma
eletrônica.
A divulgação dos contratos no Portal Nacional de Contratações Públicas
(PNCP) é indispensável para sua eficácia, com prazos de 20 dias úteis para
licitação e 10 dias úteis para contratação direta. Contratos celebrados em caso
de urgência têm eficácia a partir da assinatura e devem ser publicados sob
pena de nulidade.
Nos casos de contratação de profissionais do setor artístico, os custos
devem ser identificados na divulgação. Para obras, os quantitativos e preços
devem ser divulgados até 25 dias úteis após a assinatura do contrato e os
quantitativos executados em até 45 dias úteis após a conclusão. Contratos
relativos a direitos reais sobre imóveis devem ser formalizados por escritura
pública e divulgados em sítio eletrônico oficial.

ÁLEAS

Os contratos administrativos visam manter o equilíbrio econômico-financeiro


por meio de três institutos: reajuste, revisão e repactuação.

1. Reajuste: É um mecanismo para corrigir o valor do contrato com base na


variação efetiva do custo de produção, geralmente relacionada à inflação. Deve
haver previsão no edital, indicando o índice de correção monetária. O reajuste
deve respeitar um prazo mínimo de 1 ano e dispensa a celebração de termo
aditivo.

2. Revisão: Utilizada para reequilibrar contratos devido a eventos imprevisíveis


ou previsíveis de consequências incalculáveis, que comprometam a execução
contratual conforme pactuado. A revisão não depende de previsão contratual e
deve ser realizada por meio de termo aditivo.

3. Repactuação: Mantém o equilíbrio econômico-financeiro de contratos de


serviços contínuos com dedicação exclusiva ou predominância de mão de
obra. A análise dos custos contratuais é feita através de planilha de preços.
Assim como o reajuste, a repactuação deve observar um prazo mínimo de 1
ano e dispensa a celebração de termo aditivo.

Esses mecanismos visam assegurar que o contrato se mantenha justo para


ambas as partes diante de mudanças nas condições econômicas ou
imprevistos durante sua execução.

Álea ordinária refere-se ao risco comum a qualquer empreendimento,


sendo os prejuízos dela decorrentes de responsabilidade do contratado.
Já a álea extraordinária engloba as alterações unilaterais nos contratos,
que podem ser qualitativas ou quantitativas. Essas alterações devem respeitar
as cláusulas econômico-financeiras e monetárias do contrato, podendo ocorrer
acréscimos ou supressões de até 25% do valor inicial do contrato, ou até 50%
no caso de reforma de edifício ou equipamento.
As alterações não devem transfigurar o objeto do contrato e devem ser
formalizadas por meio de termo aditivo. Caso haja aumento ou diminuição dos
encargos do contratado, a Administração deve restabelecer o equilíbrio
econômico-financeiro inicial. A formalização do termo aditivo é condição para a
execução das prestações determinadas pela Administração, salvo em casos de
justificada necessidade de antecipação de seus efeitos.

Contratação Integrada e Contratação Semi-integrada

Na contratação integrada ou semi-integrada, conforme o art. 133 da Lei


n.º 14.133/21, a alteração dos valores contratuais é vedada, exceto nos
seguintes casos:

I. Restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro por caso fortuito ou


força maior;
II. Necessidade de alteração do projeto ou especificações para melhor
adequação técnica, desde que não decorra de erros do contratado;
III. Necessidade de alteração do projeto nas contratações semi-integradas;
IV. Ocorrência de evento superveniente atribuído à Administração na matriz de
riscos.
Além disso, os contratos podem ser alterados por acordo entre as partes
nas seguintes situações, de acordo com o art. 124, II:

a) Substituição da garantia de execução;


b) Modificação do regime de execução da obra ou serviço, ou do modo de
fornecimento, por verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
originários;
c) Modificação da forma de pagamento por imposição de circunstâncias
supervenientes, mantendo o valor inicial atualizado e vedada a antecipação do
pagamento sem contraprestação;
d) Restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro em caso de força
maior, caso fortuito, fato do príncipe ou fatos imprevisíveis ou previsíveis de
consequências incalculáveis, respeitando a repartição objetiva de risco
estabelecida no contrato.
Este último caso se aplica às obras e serviços de engenharia quando a
execução for prejudicada por atrasos em procedimentos de desapropriação,
desocupação, servidão administrativa ou licenciamento ambiental,
independentemente da responsabilidade do contratado.

O fato do príncipe, previsto no art. 134 da Lei n.º 14.133/21, refere-se à


alteração dos preços contratuais em decorrência de criação, alteração ou
extinção de tributos ou encargos legais após a apresentação da proposta,
mantendo o equilíbrio econômico-financeiro. Pode ser positivo ou negativo e é
resolvido por aditamento contratual.

Por outro lado, o fato da Administração, conforme o art. 137, § 2º, pode
levar à extinção do contrato nas seguintes situações:

I. Supressão de obras, serviços ou compras que modifique o valor inicial do


contrato além dos limites legais;
II. Suspensão da execução contratual por mais de 3 meses;
III. Repetidas suspensões totalizando 90 dias úteis;
IV. Atraso superior a 2 meses no pagamento das despesas contratadas;
V. Não liberação pela Administração de área, local ou objeto para execução do
contrato nos prazos estabelecidos.

Essas hipóteses de extinção não se aplicam em casos de calamidade


pública, perturbação da ordem interna ou guerra, nem quando o contratado
contribuiu para a situação. O contratado tem direito de suspender suas
obrigações até a normalização da situação, com possibilidade de
restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato. As garantias
devem ser notificadas em caso de descumprimento contratual.
Álea econômica refere-se a circunstâncias externas ao contrato,
imprevisíveis e que causam desequilíbrio significativo no contrato, aplicando-se
a teoria da imprevisão. A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro é um
direito do contratado, conforme estabelecido pela cláusula rebus sic stantibus e
pelo art. 37, XXI da Constituição.
Casos fortuitos e força maior também podem romper o equilíbrio
contratual, resultando na rescisão do contrato conforme o art. 137, V da Lei n.º
14.133/21.
A dispensa de termo aditivo, conforme o art. 136 da mesma lei, pode ocorrer
em casos como variação do valor contratual para reajuste ou repactuação de
preços, atualizações financeiras, alterações na razão social do contratado e
empenho de dotações orçamentárias.

EXTINÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

A Lei nº 14.133/21 estabelece diversos motivos para a extinção do


contrato, os quais devem ser formalmente motivados nos autos do processo,
garantindo-se o contraditório e a ampla defesa. Esses motivos incluem o não
cumprimento de normas contratuais, alterações na empresa contratada, casos
fortuitos, entre outros.
A extinção do contrato pode ocorrer de três formas: unilateral,
consensual e por decisão arbitral ou judicial.
Na extinção unilateral, determinada pela Administração, podem ser
aplicadas diversas medidas, como a assunção do objeto do contrato pela
Administração, ocupação e utilização de instalações, execução da garantia
contratual, entre outras.
A extinção consensual ocorre por acordo entre as partes, mediante
conciliação, mediação ou comitê de resolução de disputas, desde que haja
interesse da Administração.
Por fim, a extinção determinada por decisão arbitral ou judicial acontece
quando não há acordo entre as partes, sendo a extinção contratual
determinada por meio de decisão arbitral ou judicial, conforme o caso.

DO RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO

O recebimento do objeto do contrato pode ocorrer de forma provisória ou


definitiva, conforme o tipo de contrato. No caso de obras e serviços, o
recebimento provisório é realizado pelo responsável pela fiscalização,
enquanto o definitivo é feito por servidor ou comissão designada pela
autoridade competente. No caso de compras, o recebimento segue um
processo similar. O objeto do contrato pode ser rejeitado se estiver em
desacordo com o contrato.
O recebimento não exime o contratado de responsabilidades, como a
responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou serviço e a
responsabilidade ético-profissional pela perfeita execução do contrato. Os
prazos e métodos para os recebimentos são definidos em regulamento ou
contrato.
Em geral, os ensaios, testes e provas para aferir a boa execução do
contrato são por conta do contratado, salvo disposição em contrário. No caso
de obras, o contratado fica responsável pela solidez e segurança dos materiais
e serviços executados por um prazo mínimo de cinco anos, e, em caso de
vícios ou defeitos, deve arcar com as devidas correções ou reparos.

DOS PAGAMENTOS

O processo de pagamento pela Administração deve observar a ordem


cronológica, subdividida por categorias de contratos, como fornecimento de
bens, locações, prestação de serviços e realização de obras. Essa ordem só
pode ser alterada em casos específicos, como situações de emergência,
pagamento a microempresas, empresas de pequeno porte, entre outros,
devidamente justificados.
A liquidação da despesa consiste na verificação do direito do credor,
baseada em documentos comprobatórios. A remuneração variável pode ser
estabelecida vinculada ao desempenho do contratado, com base em metas,
padrões de qualidade, entre outros critérios.
Não é permitido pagamento antecipado, exceto em casos de sensível
economia de recursos ou condição indispensável para a obtenção do bem ou
serviço, devidamente justificados e com prestação de garantia adicional se
necessário. Em caso de não execução do objeto dentro do prazo contratual, o
valor antecipado deve ser devolvido.

DA NULIDADE DOS CONTRATOS

O tema da nulidade dos contratos administrativos é disciplinado nos arts.


147 a 150 da Lei n.º 14.133/21. De acordo com o art. 147, caso seja
constatada irregularidade no procedimento licitatório ou na execução contratual
e não seja possível o saneamento, a decisão sobre a suspensão da execução
ou anulação do contrato só será adotada se revelar medida de interesse
público.
Essa decisão deve levar em consideração diversos aspectos, como
impactos econômicos, riscos sociais e ambientais, custo da deterioração das
parcelas executadas, entre outros. Se a paralisação ou anulação não for
medida de interesse público, o poder público deve optar pela continuidade do
contrato, solucionando a irregularidade por meio de indenização por perdas e
danos.
Por outro lado, caso seja necessária a anulação do contrato, deve-se
observar o disposto no art. 147. A declaração de nulidade do contrato
administrativo requer análise prévia do interesse público envolvido e operará
retroativamente, desconstituindo os efeitos jurídicos produzidos. Caso não seja
possível retornar à situação anterior, a nulidade será resolvida pela indenização
por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de responsabilidade e aplicação
de penalidades cabíveis.
Além disso, o art. 150 estabelece que nenhuma contratação será feita
sem a caracterização adequada do objeto e indicação dos créditos
orçamentários para pagamento das parcelas contratuais vincendas no
exercício em que realizada a contratação, sob pena de nulidade do ato e
responsabilização de quem lhe tiver dado causa.

DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

A Lei n.º 14.133/21 estabelece meios alternativos de resolução de


controvérsias nos contratos administrativos, como conciliação, mediação,
comitê de resolução de disputas e arbitragem. Esses meios podem ser
aplicados a questões relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como o
restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato e o
inadimplemento de obrigações contratuais.
O rol de questões passíveis de resolução por esses meios é
exemplificativo, sendo necessário apenas que a controvérsia esteja relacionada
a direitos patrimoniais disponíveis.
O art. 153 permite a inclusão desses meios por meio de aditivos nos
contratos que originalmente não os estabeleçam. O entendimento de permitir
aditivos para incluir métodos alternativos de resolução de conflitos é reiterado
em enunciados da I Jornada de Direito Administrativo do Conselho da Justiça
Federal.

Arbitragem

A arbitragem na administração pública, regida pela Lei n.º 9.307/96,


permite resolver conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. A
autoridade competente para celebrar convenções de arbitragem é a mesma
para realizar acordos ou transações.
A arbitragem é sempre de direito, vedada a arbitragem por equidade, e
deve observar o princípio da publicidade. A Administração Pública deve
promover a publicidade das arbitragens das quais seja parte, conforme a Lei de
Acesso à Informação. Mesmo na ausência de previsão editalícia, é possível
celebrar compromisso arbitral em conflitos de contratos administrativos.
O processo de escolha de árbitros deve seguir critérios isonômicos,
técnicos e transparentes. A indicação e aceitação de árbitros pela
Administração não exigem seleção pública formal, mas devem ser
fundamentadas por escrito, considerando os elementos relevantes.
A Lei n.º 9.307/96 estabelece que as partes interessadas podem recorrer
à arbitragem por meio da cláusula compromissória ou do compromisso arbitral.
A cláusula compromissória é a convenção pela qual as partes em um contrato
concordam em submeter à arbitragem os litígios que possam surgir. Deve ser
estipulada por escrito, podendo estar no próprio contrato ou em documento
apartado. Já o compromisso arbitral é a convenção na qual as partes
submetem um litígio à arbitragem, podendo ser judicial ou extrajudicial.
A mediação, regida pela Lei n.º 13.140/15, é conduzida por um terceiro
imparcial sem poder decisório, escolhido pelas partes para auxiliá-las na
identificação de soluções consensuais. O conciliador atua preferencialmente
em casos sem vínculo anterior entre as partes e pode sugerir soluções para o
litígio, sem utilizar qualquer tipo de constrangimento.
O comitê de resolução de disputas, também conhecido como Dispute
Board (DB), é um mecanismo alternativo de solução de controvérsias
comumente utilizado em contratos de longa duração, como os de infraestrutura.
Consiste em um comitê composto por profissionais especialistas e
independentes, nomeados para acompanhar a execução contratual e sugerir
ou decidir soluções para eventuais controvérsias técnicas. Pode ser dividido
em categorias recomendatória, adjudicatória e mista, dependendo do seu
funcionamento e da natureza das decisões tomadas.
O processo de escolha dos comitês de resolução de disputas deve
observar critérios isonômicos, técnicos e transparentes, conforme estabelecido
pelo art. 154.

DO CONTROLE DAS CONTRATAÇÕES

O artigo 169 da Lei n.º 14.133/21 estabelece que as contratações


públicas devem ser submetidas a práticas contínuas de gestão de riscos e
controle preventivo, além de estarem sujeitas a linhas de defesa que incluem: a
primeira linha, composta pelos servidores e autoridades do órgão ou entidade;
a segunda linha, formada pelas unidades de assessoramento jurídico e de
controle interno; e a terceira linha, integrada pelo órgão central de controle
interno da Administração e pelo tribunal de contas.
A responsabilidade pela implementação das linhas de defesa é da alta
administração, e os órgãos de controle devem ter acesso irrestrito aos
documentos e informações necessários.

No que diz respeito ao Tribunal de Contas, o artigo 170 determina que


ele adote critérios como oportunidade, materialidade, relevância e risco na
fiscalização dos atos previstos na Lei. Os órgãos de controle devem considerar
as razões apresentadas pelos responsáveis pelas contratações, encaminhadas
até a conclusão da fase de instrução do processo.
A omissão na prestação de informações não impedirá as deliberações
dos órgãos de controle, que desconsiderarão documentos impertinentes.
Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica pode representar
contra irregularidades na aplicação da Lei.
A fiscalização de controle deve viabilizar a manifestação dos gestores
sobre possíveis propostas de encaminhamento, adotar procedimentos objetivos
e imparciais, e definir objetivos nos regimes de contratação. O Tribunal de
Contas pode suspender cautelarmente o processo licitatório e, ao ser intimado,
o órgão ou entidade deve informar as medidas adotadas para cumprir a
decisão.
O descumprimento enseja apuração de responsabilidade e reparação de
prejuízo ao erário. A decisão que examina o mérito da medida cautelar deve
definir as medidas necessárias e adequadas para o saneamento do processo
licitatório.
Por fim, o artigo 173 determina que os tribunais de contas promovam
eventos de capacitação para os servidores envolvidos nas contratações
públicas.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS DA LEI N.º 14.133/21

O artigo 181 da Lei n.º 14.133/21 estabelece a instituição de centrais de


compras pelos entes federativos com o objetivo de realizar compras em grande
escala para atender diversos órgãos e entidades sob sua competência. Para
municípios com até 10.000 habitantes, a preferência é constituir consórcios
públicos para isso.
O Poder Executivo federal atualizará anualmente, no dia 1º de janeiro,
os valores fixados pela Lei n.º 14.133/21 de acordo com o IPCA-E ou índice
substituto, divulgando-os no PNCP.
O artigo 183 determina a contagem dos prazos previstos na lei,
excluindo o dia inicial e incluindo o dia final. Os prazos em dias corridos são
contínuos, em meses ou anos são de data a data, e nos prazos em dias úteis,
apenas os dias de expediente administrativo são contados. O prazo é
prorrogado para o próximo dia útil se o vencimento cair em dia sem expediente
ou em caso de indisponibilidade da comunicação eletrônica.
O artigo 184 estabelece a aplicação subsidiária da Lei n.º 14.133/21 aos
convênios, acordos e ajustes da Administração Pública na ausência de norma
específica. Em relação às licitações e contratações das empresas estatais
regidas pela Lei n.º 13.303/16, a aplicação é restrita na parte penal. Para
concessões de serviço público, a Lei n.º 14.133/21 tem aplicação subsidiária
em relação à Lei Geral de Concessões e à Lei das Parcerias Público-Privadas.

REFERENCIAS

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