RESUMO

AÇÕES POSSESSÓRIAS

1. AÇÕES POSSESSÓRIAS: ASPECTOS GERAIS; ESPÉCIES DE

AGRESSÕES; ESPÉCIES DE AÇÕES POSSESSÓRIAS; FUNGIBILIDADE.

A POSSE É UM INSTITUTO ESTUDADO EM DIREITO CIVIL, PORÉM

PARA SITUÁ-LOS EM RELAÇÃO A ELA, UMA VEZ QUE ESTUDAREMOS AS
AÇÕES POSSESSÓRIAS, MISTER SE FAZ FAZER ALGUMAS BREVES
CONSIDERAÇÕES.

O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO ADOTOU, EM RELAÇÃO À POSSE, A

TEORIA OBJETIVA DEFENDIDA POR IHERING, O QUAL PONTIFICAVA
QUE POSSUIDOR É AQUELE QUE SE COMPORTA COMO SE
PROPRIETÁRIO FOSSE, SENDO DESNECESSÁRIO QUE ELE TENHA A
VONTADE (ÂNIMO) DE SER PROPRIETÁRIO).

DE ACORDO COM O CÓDIGO CIVIL POSSUIDOR É TODO AQUELE

QUE TEM DE FATO O EXERCÍCIO, PLENO OU NÃO, DE ALGUM DOS
PODERES INERENTES À PROPRIEDADE (ART. 1196 DO CC).

LEMBRANDO-SE QUE O DIREITO DE PROPRIEDADE É O MAIS AMPLO

DOS DIREITOS REAIS, CONFERINDO AO PROPRIETÁRIO, CONSOANTE
DESCREVE CARLOS ROBERTO GONÇALVES, O DIREITO DE USAR,
GOZAR, DISPOR DA COISA E DE REAVÊ-LA. ESTES, SÃO CHAMADOS DE
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA PROPRIEDADE (ART. 1228).

AS AÇÕES POSSESSÓRIAS ESTÃO PREVISTAS DO ART. 554 AO 568

DO CPC.

SÃO TRÊS AS AÇÕES POSSESSÓRIAS OU OS INTERDITOS

POSSESSÓRIOS:

 AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE;

 AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE;
 INTERDITO PROIBITÓRIO.

PARA QUE UMA AÇÃO SEJA CLASSIFICADA COMO POSSESSÓRIA É

NECESSÁRIO QUE ELA ESTEJA FUNDAMENTADA NA POSSE DO AUTOR,
QUE FOI, ESTÁ SENDO OU ENCONTRA-SE EM VIAS DE SER AGREDIDA.

COMO SABER QUAIS DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS VOCÊ

UTILIZARÁ QUANDO A SUA POSSE ESTIVER POSTA EM XEQUE?
 SE VOCÊ ESTIVER DIANTE DE UM ESBULHO DEVE UTILIZAR A AÇÃO
DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.

CASO VOCÊ ESTEJA DIANTE DE UMA TURBAÇÃO DEVE UTILIZAR A

AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE.

TODAVIA, SE O SEU CASO TRATAR-SE DE UMA AMEAÇA À POSSE

VOCÊ DEVERÁ SE VALER DO INTERDITO PROIBITÓRIO.

DIANTE DISSO, TEMOS:

AGRESSÃO AÇÃO PROPOSTA

ESBULHO REINTEGRAÇÃO DE POSSE
TURBAÇÃO MANUTENÇÃO DE POSSE
AMEAÇA INTERDITO PROIBITÓRIO

ENTENDIDO?

MAS PROFESSOR, O QUE SERIAM ESTAS AGRESSÕES? É A

PRIMEIRA VEZ QUE ESCUTO FALAR EM ESBULHO E TURBAÇÃO,
PALAVRAS NÃO COMUNS. O SENHOR PODERIA EXPLICAR? CLARO!

 ESBULHO: É O DESSAPOSSAMENTO DO BEM. O POSSUIDOR

PERDE A POSSE BEM PARA O AUTOR DA AGRESSÃO. É O QUE
OCORRE QUANDO HÁ UMA INVASÃO E O POSSUIDOR É EXPULSO
DA COISA;
 TURBAÇÃO: NELA HÁ A PRÁTICA DE ATOS MATERIAIS
CONCRETOS DE AGRESSÃO, MAS NÃO HÁ O DESAPOSSAMENTO
DO POSSUIDOR. EX: O AGRESSOR DESTRÓI O MURO DA VÍTIMA
PARA AFUGENTÁ-LA; OU INGRESSA FREQUENTEMENTE NO
IMÓVEL PARA SUBTRAIR FRUTAS E OBJETOS.
 AMEAÇA: NA AMEAÇA NÃO HÁ ATOS MATERIAIS CONCRETOS,
TAMPOUCO O DESAPOSSAMENTO. NELA O AGRESSOR APENAS
MANIFESTA A INTENÇÃO DE CONSUMAR A AGRESSÃO.

É IMPORTANTE SALIENTAR QUE NEM SEMPRE SERÁ FÁCIL

DE IDENTIFICAR QUANDO HÁ ESBULHO, TURBAÇÃO OU AMEAÇA.
HÁ SITUAÇÕES QUE FICAM EM UMA ZONA CINZENTA. POR TAL
MOTIVO, O LEGISLADOR INSCULPIU NO ART. 554 A
FUNGIBILDIADE ENTRE AS AÇÕES POSESSÓRIAS, VEJAMOS: " A
PROPOSITURA DE UMA AÇÃO POSSESSÓRIA EM VEZ DE OUTRA
NÃO OBSTARÁ A QUE O JUIZ CONHEÇA DO PEDIDO E OUTORGUE
A PROTEÇÃO LEGAL CORRESPONDENTE ÀQUELA CUJOS
PRESSUPOSTOS ESTEJAM PROVADOS".

ATÉ AQUI ESTÁ TUDO BEM FÁCIL, NÃO É? ESTE ASSUNTO É BEM
"TRANQUILO".
 2. DOS PEDIDOS FORMULADOS NAS AÇÕES POSSESSÓRIAS:

NOS TERMOS DO ART. 555 DO NCPC, IN VERBIS: "É LÍCITO AO AUTOR

CUMULAR AO PEDIDO POSSESSÓRIO O DE:

I - CONDENAÇÃO EM PERDAS E DANOS;

II - INDENIZAÇÃO DOS FRUTOS;

PARÁGRAFO ÚNICO. PODE O AUTOR REQUERER, AINDA,

IMPOSIÇÃO DE MEDIDA NECESSÁRIA E ADEQUADA PARA:

I - EVITAR NOVA TURBAÇÃO OU ESBULHO;

II - CUMPRIR-SE A TUTELA PROVISÓRIA OU FINAL".

NESSA TOADA, ALÉM DO PEDIDO POSSESSÓRIO, QUAL SEJA: A

REINTEGRAÇÃO, A MANUTENÇÃO OU O INTERDITO CONSISTENTE EM
MULTA COMINATÓRIA EM CASO DA AMEAÇA SER PERPETRADA, A
PARTE AUTORA PODERÁ REQUERER CUMULATIVAMENTE:

A) CONDENAÇÃO EM PERDAS E DANOS: ORA, DA AGRESSÃO À

POSSE PODERÁ ADVIR PREJUÍZO. DESSE MODO, A PARTE
REQUERENTE PODERÁ FORMULAR PEDIDO PARA SER RESSARCIDA.
DIGAMOS QUE O AGRESSOR VENHA DESTRUIR UM MURO, UMA
PLANTAÇÃO, NADA OBSTA QUE O AGREDIDO PEÇA A REPARAÇÃO
DESSES DANOS.

B) INDENIZAÇÃO DOS FRUTOS: SE DURANTE A AGRESSÃO A COISA

TENHA PRODUZIDO FRUTOS, CASO O AGRESSOR VENHA USUFRUIR
DESTES, ELE PODERÁ SER OBRIGADO RESSARCIR O POSSUIDOR
TURBADO OU ESBULHADO.

C) IMPOR MEDIDA NECESSÁRIA PARA EVITAR NOVA TURBAÇÃO OU

ESBULHO: O JUIZ AQUI AGE COM O SEU PODER GERAL DE CAUTELA,
PODENDO UTILIZAR QUALQUER MEDIDA QUE EVITE NOVA AGRESSÃO À
POSSE, INCLUSIVE MULTA COMINATÓRIA, QUE É UM INSTRUMENTO DE
PREVENÇÃO. O AUTOR PUGNA QUE O JUIZ FIXE UMA MULTA
SUFICIENTEMENTE ELEVADA PARA ATEMORIZAR O RÉU DE, NO
FUTURO, TENTAR PERPRETAR NOVAS AGESSÕES À POSSE. SEGUNDO
MARCUS VINICIUS RIOS O VALOR DESSA MULTA DEVE SER FIXO, UMA
VEZ QUE ELA NÃO SE CONFUNDE COM AS ASTREINTES. ESTA ÚLTIMA
TRATA-SE DE MULTA DIÁRIA QUE O MAGISTRADO FIXA COMO FORMA
DE COERÇÃO PARA COMPELIR O DEVEDOR A CUMPRIR DETERMINADA
OBRIGAÇÃO.

D) IMPOR MEDIDA NECESSÁRIA PARA CUMPRIMENTO DE TUTELA

PROVISÓRIA OU TUTELA FINAL: NESTE CASO, POR EXEMPLO, PODERÁ
O MAGISTRADO FIXAR ASTREINTE EM CASO DE DESCUMPRIMENTO
TANTO DA TUTELA PROVISÓRIA QUANDO DA TUTELA FINAL
CONCEDIDA POR MEIO DE SENTENÇA.

VAMOS REPETIR PARA FIXAR BEM? TENHO CERTEZA QUE TAIS

PEDIDOS SERÃO OBJETOS DE FUTURAS PROVAS DE CONCURSO E
EXAME DA ORDEM, ATÉ PORQUE ESTE ASSUNTO É BASTANTE
COBRADO. TEMOS ENTÃO COMO PEDIDOS POSSÍVEIS A SEREM
REALIZADOS DE FORMA CUMULATIVA:

1. O PEDIDO POSSESSÓRIO;

2. CONDENAÇÃO POR PERDAS E DANOS

3. A INDENIZAÇÃO PELOS FRUTOS;

4. IMPOSIÇÃO DE MEDIDA NECESSÁRIA PARA EVITAR NOVO

ESBULHO OU TURBAÇÃO. EX: MULTA COMINATÓRIA.

5. IMPOSIÇÃO DE MEDIDA NECESSÁRIA PARA CUMPRIMENTO DE

TUTELA PROVISÓRIA OU DEFINITIVA. EX: ASTREINTE.

3. NATUREZA DÚPLICE:

ESTABELECE O Art. 556 DO CPC: "É LÍCITO AO RÉU, NA

CONTESTAÇÃO, ALEGANDO QUE FOI O OFENDIDO EM SUA POSSE,
DEMANDAR A PROTEÇÃO POSSESSÓRIA E A INDENIZAÇÃO PELOS
PREJUÍZOS RESULTANTES DA TURBAÇÃO OU DO ESBULHO COMETIDO
PELO AUTOR".

CAROS ALUNOS, ANTES DO ADVENTO DO NOVO CPC EU SEMPRE

DIZIA ÀS TURMAS: PRESTEM ATENÇÃO A UMA COISA: NO RITO COMUM
ORDINÁRIO A CONTESTAÇÃO E A RECONVENÇÃO SÃO PEÇAS
AUTÔNOMAS. ISSO NÃO OCORRE COM AS AÇÕES POSSESSÓRIAS,
UMA VEZ QUE A CONTESTAÇÃO NESTAS AÇÕES POSSUI NATUREZA
DÚPLICE, OU SEJA, O RÉU PODERÁ FORMULAR PEDIDO
RECONVENCIONAL DENTRO DA PRÓPRIA CONTESTAÇÃO, SEM
NECESSITAR FORMULÁ-LO EM PETIÇÃO AUTÔNOMA (RECONVENÇÃO).

HOJE, DEPOIS DA VIGÊNCIA DO NCPC, A RECONVENÇÃO NÃO

SUMIU DO RITO COMUM, MAS SE O RÉU QUISER CONTESTAR E
RECONVIR ELE DEVERÁ FAZÊ-LO DENTRO DA PRÓPRIA
CONTESTAÇÃO. NADA OBSTA, PORÉM, QUE ELE NÃO QUEIRA
CONTESTAR E ELABORE A SUA RECONVENÇÃO DE MODO AUTÔNOMO,
MAS A REGRA GERAL É: A ALEGAÇÃO E O PEDIDO RECONVENCIONAL
EM QUALQUER AÇÃO DEVERÃO SER DEDUZIDOS DENTRO DA PRÓPRIA
CONTESTAÇÃO. TAL REGRA SEMPRE FOI APLICADA ÀS AÇÕES
POSSESSÓRIAS, POR ISSO DIZER QUE ELAS POSSUEM NATUREZA
DÚPLICE.

4. AÇÕES POSSESSÓRIAS E O LITISCONSÓRCIO MULTIDINÁRIO NO

POLO PASSIVO

SÃO NOTÓRIOS OS CASOS DE INVASÕES PERPETRADAS POR UM

GRANDE NÚMERO DE PESSOAS.

SEGUNDO O NOVEL CÓDIGO NO CASO DE AÇÃO POSSESSÓRIA EM

QUE FIGURE NO POLO PASSIVO GRANDE NÚMERO DE PESSOAS,
SERÃO FEITAS A CITAÇÃO PESSOAL DOS OCUPANTES QUE FOREM
ENCONTRADOS NO LOCAL E A CITAÇÃO POR EDITAL DOS DEMAIS,
DETERMINANDO-SE, AINDA, A INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.

SE O LITÍGIO ENVOLVER PESSOAS EM SITUAÇÃO DE

HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA A DEFENSORIA PÚBLICA TAMBÉM
DEVERÁ SER INTIMADA.

PARA FIM DA CITAÇÃO PESSOAL, O OFICIAL DE JUSTIÇA

PROCURARÁ OS OCUPANTES NO LOCAL POR UMA VEZ, CITANDO-SE
POR EDITAL OS QUE NÃO FOREM ENCONTRADOS.
O JUIZ DEVERÁ DETERMINAR QUE SE DÊ AMPLA PUBLICIDADE À
REFERIDA CITAÇÃO EDITALÍCIA, PODENDO, PARA TANTO, VALER-SE DE
ANÚNCIOS EM JORNAL OU RÁDIO LOCAIS, DA PUBLICAÇÃO DE
CARTAZES NA REGIÃO DO CONFLITO E DE OUTROS MEIOS.

5. VEDAÇÃO DE, NO CURSO DAS POSSESSÓRIAS, SER INTENTADA

AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE DOMÍNIMO

CONSOANTE ADUZ O ART. 557 DO CPC: NA PENDÊNCIA DE AÇÃO

POSSESSÓRIA É VEDADO, TANTO AO AUTOR QUANTO AO RÉU,
PROPOR AÇÃO DE RECONHECIMENTO DO DOMÍNIO, EXCETO SE A
PRETENSÃO FOR DEDUZIDA EM FACE DE TERCEIRA PESSOA".

COMO É CEDIÇO, O OBJETO DE DISCUSSÃO NAS AÇÕES

POSSESSÓRIAS É A POSSE. DESSE MODO, O CPC VEDA NO CURSO
DAS REFERIDAS AÇÕES QUALQUER DISCUSSÃO ACERCA DA
PROPRIEDADE DA COISA.

DESSE MODO, DESDE A PROPOSITURA DA AÇÃO POSSESSÓRIA

ATÉ O SEU TRÂNSITO EM JULGADO NÃO SE ADMITE
RECONHECIMENTO DE DOMÍNIO.

RESSALTE-SE QUE A PROIBIÇÃO ORA ESTUDADA É TEMPORÁRIA.

DESSE MODO, FINDO O INTERDITO POSSESSÓRIO, NADA OBSTA SEJA
PROPOSTA AÇÃO DOMINIAL. CONTUDO, SE DURANTE O CURSO DE
AÇÃO POSSESSÓRIA UMA DAS PARTES AJUIZAREM AÇÃO
QUESTIONANDO A PROPRIEDADE DO IMÓVEL EM DISCUSSÃO, ESTE
ÚLTIMO PROCESSO DEVERÁ SER EXTINTO SEM A RESOLUÇÃO DO
MÉRITO.

6. PROCEDIMENTOS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS

EXISTEM DOIS TIPOS DE PROCEDIMENTOS REFERENTES ÀS

AÇÕES POSSESSÓRIAS, OS QUAIS SÃO DENOMINADOS: AÇÃO
POSSESSÓRIA DE FORÇA NOVA E AÇÃO POSSESSÓRIA DE FORÇA
VELHA. O QUE AS DISTINGUE É O PROCEDIMENTO.

A AÇÃO POSSESSÓRIA DE FORÇA NOVA SEGUIRÁ O RITO

ESPECIAL.

A AÇÃO POSSESSÓRIA DE FORÇA VELHA SEGUIRÁ O RITO COMUM.

PROFESSOR, E O QUE SERIA ESSA FORÇA NOVA E ESSA FORÇA

VELHA?

 AÇÃO DE FORÇA NOVA É AQUELA INTENTADA DENTRO DE UM

ANO E DIA, A CONTAR DA DATA DO ESBULHO OU DA
TURBAÇÃO.
 AÇÃO DE FORÇA VELHA É AQUELA INTENTADA HÁ MAIS DE
UM ANO E DIA, TAMBÉM CONTADO DA DATA DO ESBULHO OU
DA TURBAÇÃO.

GRANDE PARTE DA DOUTRINA CONSIDERA UM ANO E DIA IGUAL UM

ANO E UM DIA.

A DIFERENÇA PROCEDIMENTAL ENTRE A AÇÃO DE FORÇA

NOVA E AÇÃO DE FORÇA VELHA É QUE NA PRIMEIRA É POSSÍVEL A
CONCESSÃO DE LIMINAR PRÓPRIA COM REQUISITOS ESPECÍFICOS.

VOU EXEMPLIFICAR: DIGAMOS QUE UM POSSUIDOR SEJA

ESBULHADO DE SUA POSSE. CASO ELE INGRESSE COM A
REINTEGRAÇÃO DE POSSE NO PRAZO DE ATE UM ANO E UM DIA,
CONTADOS DA DATA DO ESBULHO ELE PODERÁ SE VALER DO RITO
ESPECIAL CONFERIDO À AÇÃO DE FORÇA NOVA. CONTUDO, SE ELE
INGRESSAR COM A AÇÃO APÓS UM ANO E UM DIA, CONTADO DA
DATA DO ESBULHO, TAL AÇÃO SERÁ DE FORÇA VELHA. ASSIM, ELE
NÃO PODERÁ UTILIZAR O RITO ESPECIAL. NESSE ÚLTIMO CASO, A
AÇÃO QUE ELE PROPUSER EMBORA POSSESSÓRIA SEGUIRÁ O RITO
COMUM.

COMO JÁ AFIRMADO A DIFERENÇA DO RITO ESPECIAL PARA O

RITO COMUM É A POSSIBILDADE DA CONCESSÃO DE UMA LIMINAR
 PRÓPRIA. APÓS A CONCESSÃO OU NÃO DA ALUDIDA LIMINAR, O
PROCEDIMENTO SEGUIRÁ O RITO COMUM.

SENDO A AÇÃO DE FORÇA NOVA A PETIÇÃO INICIAL DEVERÁ

PREENCHER TODOS OS REQUISITOS NO ART. 319 DO CPC. O AUTOR
DEVERÁ INDICAR COM PRECISÃO O BEM OBJETO DA PRETENSÃO
PARA QUE, EM CASO DE ACOLHIMENTO DO PEDIDO, SEJA POSSÍVEL
O CUMPRIMENTO DO MANDADO.

O VALOR DA CAUSA DEVE SER O VALOR DO BEM RECLAMADO.

COMO JÁ DITO, O QUE TORNA ESPECIAL O PROCEDIMENTO

DAS POSSESSÓRIAS DE FORÇA NOVA É A LIMINAR PRÓPRIA.
CONSISTE NA POSSIBILIDADE DE O JUIZ DETERMINAR, DE PLANO, A
REINTEGRAÇÃO OU A MANUTENÇÃO DE POSSE, OU AINDA FIXAR DE
PLANO MULTA PREVENTIVA, NO CASO DE INTERDITO PROBITÓRIO.

PARA QUE SEJA CONCEDIDA A LIMINAR INCUMBE AO AUTOR

PROVAR: I - A SUA POSSE; II - A TURBAÇÃO OU O ESBULHO PRATICADO
PELO RÉU; III - A DATA DA TURBAÇÃO OU DO ESBULHO;IV - A
CONTINUAÇÃO DA POSSE, EMBORA TURBADA, NA AÇÃO DE
MANUTENÇÃO, OU A PERDA DA POSSE, NA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO.

VERIFIQUEM QUE O CPC NÃO FALA QUE PARA A CONCESSÃO

DESTA LIMINAR É NECESSÁRIO O PERIGO NA DEMORA. POR ISSO, TAL
LIMINAR NÃO É CONSIDERÁVEL UMA TUTELA DE URGÊNCIA. ALGUNS
DOUTRINADORES DIZEM QUE, NA VERDADE, TRATA-SE DE UMA
TUTELA DE EVIDÊNCIA.

O QUE TORNA ESPECIAL O PROCEDIMENTO NAS AÇÕES

POSSESSÓRIAS DE FORÇA NOVA É A POSSIBILIDADE DO MAGISTRADO
DETERMINAR LIMINARMENTE A REINTEGRAÇÃO DE POSSE,
MANUTENÇÃO OU FIXAR MULTA PREVENTIVA NO CASO DE INTERDITO
PROIBITÓRIO.

NO ENTANTO, ESSA LIMINAR PODE SER DEFERIDA:

 DE PLANO: ASSIM QUE APRESENTADA A INICIAL, DESDE QUE

ESTEJA DE TAL FORMA INSTRUÍDA QUE O JUIZ, EM
COGNAÇÃO SUMÁRIA, SE CONVENÇA DO PREENCHIMENTO
DOS REQUISITOS. A LIMINAR SERÁ DADA ANTES DA CITAÇÃO
DO RÉU.
 APÓS A AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO: SE O JUIZ QUISER
MAIORES ESCLARECIMENTOS PARA APRECIAR A LIMINAR,
SERÁ DESIGNADA UMA AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO. A SUA
FINAIDADE É DAR AO AUTOR A OPORTUNIDADE DE PRODUZIR
PROVAS DOS REQUISITOS DA MEDIDA. DESIGNADA A
AUDIÊNCIA, O JUIZ DETERMINARÁ A CITAÇÃO DO RÉU,
INTIMANDO-O PARA QUE COMPAREÇA AO ALUDIDO ATO
PROCESSUAL NÃO É LÍCITO QUE ELA SE REALIZE SEM QUE O
 RÉU TENHA SIDO CITADO, POIS CONQUANTO ELE NÃO POSSA
PRODUZIR PROVAS, TEM O DIREITO DE ACOMPANHÁ-LAS.
CONQUANTO O RÉU SEJA CITADO ANTES DA AUDIÊNCIA O
PRAZO PARA RESPOSTA AINDA NÃO ESTARÁ CORRENDO,
POIS ESTE PASSARÁ A FLUIR DA INTIMAÇÃO DA DECISÃO
QUE CONCEDER OU NÃO A LIMINAR. ESTA INTIMAÇÃO
GERALMENTE SE DÁ NA PRÓPRIA AUDIÊNCIA DE
JUSTIFICAÇÃO.

APÓS A DECISÃO QUE CONCEDE OU NÃO A LIMINAR, O

PROCESSO SEGUIRÁ O RITO COMUM.

É IMPORTANTE DESTACAR QUE, NAS AÇÕES POSSESSÓRIAS

CONTRA AS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO NÃO SERÁ
DEFERIDA A MANUTENÇÃO OU A REINTEGRAÇÃO LIMINAR SEM PRÉVIA
AUDIÊNCIA DOS RESPECTIVOS REPRESENTANTES JUDICIAIS, ISTO É,
NÃO CABERÁ A CONCESSÃO SEM ANTES A FAZENDA PÚBLICA SER
OUVIDA.

COMPETÊNCIA PARA O AJUIZAMENTO DA AÇÃO

POSSESSÓRIA: FORO DA SITUAÇÃO DA COISA.