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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES

METROPOLITANAS UNIDAS FMU

BIANCA DA SILVA RODRIGUES


R.A: 3872776

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS


BENS PUBLICOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

São Paulo
2023
Apresentação uma resenha crítica sobre as de penalidades administrativas
a serem aplicadas ao contratado em contratos administrativos, nos termos
da Lei 8.666 de 1993, com especial enfoque sobre a controvérsia
jurisprudencial e doutrinária acerca das penalidades de declaração de
inidoneidade e suspensão temporária de participação em licitação e
impedimento de contratar com a Administração

A Lei 8.666 de 1993 regula as licitações e contratos da Administração


Pública, essa norma visa estabelecer as diretrizes, requisitos e as sanções
aplicadas aos atos de improbidade administrativa ou não cumprimento da
obrigação diante da Administração Pública pelos contratados.
O procedimento de aplicação de sanções decorrente de comportamentos
que resultem em infrações administrativas tem, regra geral, caráter preventivo,
educativo e repressivo. Outra finalidade é a reparação de danos pelos
responsáveis que causem prejuízos ao órgão ou entidade, bem como afastar um
contexto de abuso de direito proveniente de entidades privadas em desfavor da
Administração, objetivando, em última análise, a proteção ao erário e ao
interesse público.
Diante uma suposta ocorrência de falhas, fraude ou outro tipo de infração
à licitação ou ao contrato, que poderá ser identificada diretamente pelo
pregoeiro, fiscal ou gestor do Contrato, pelo recebimento de uma denúncia ou
reclamação de usuários dos serviços ou outro meio, é indispensável que haja a
abertura de processo administrativo específico para apurar as ocorrências, em
que se garanta o exercício do contraditório e da ampla defesa, inclusive mediante
a produção de provas, em observância ao disposto no art. 5º, inciso LV, da
CR/1988.
Assim, a aplicação de quaisquer das sanções administrativas elencadas
no art. 87, da Lei nº 8.666, de 1993, somente é possível mediante instauração,
processamento e julgamento pela autoridade competente de processo
administrativo, podendo resultar na aplicação de sanções administrativas,
vejamos as sanções previstas:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes
sanções:
I - Advertência;
II – Multa na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV – Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da
punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o
contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

As penalidades administrativas podem ser aplicadas tanto durante a


execução do contrato quanto após a sua conclusão, e visam garantir o
cumprimento das obrigações assumidas pelo contratado, bem como a
efetividade do serviço prestado ao Estado.
No entanto, a aplicação das penalidades de declaração de inidoneidade
e suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração tem sido alvo de controvérsia tanto na jurisprudência
quanto na doutrina, isto porque a lei não determina expressamente os
pressupostos necessários para a aplicação de tais penalidades que se
diferenciam quanto ao prazo, gravidade e competência, gerando ainda
controversa quanto aos seus limites, percebe-se que não há unanimidade
quanto aos seus efeitos e abrangência, o que certamente deixa os contratados
em posição de vulnerabilidade.
Algumas das críticas, principalmente que tangem sobre as sanções em
relação a penalidades de declaração de inidoneidade e suspensão temporária
de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração,
incluem a falta de critérios claros para sua aplicação, a possibilidade de
aplicação indiscriminada, sem considerar a gravidade da conduta do contratado,
e a ausência de mecanismos eficazes de controle e revisão da decisão
administrativa.
A declaração de inidoneidade é a penalidade mais grave prevista na Lei
8.666/93. Ela implica na proibição do contratado de participar de licitações e
contratar com a Administração Pública, podendo ser aplicada quando o
contratado comete atos ilícitos graves, como fraude em licitação, corrupção,
entre outros. A controvérsia jurisprudencial e doutrinária reside na questão da
proporcionalidade da sanção, já que a declaração de inidoneidade pode ter
consequências extremamente severas para a empresa e seus colaboradores.
Já a suspensão temporária de participação em licitação é uma penalidade
mais branda, que impede o contratado de participar de licitações por um
determinado período. Essa sanção pode ser aplicada quando o contratado
comete irregularidades menos graves, como atraso na entrega de produtos ou
serviços. A controvérsia em relação a essa penalidade está relacionada à sua
eficácia como meio de dissuasão para a prática de irregularidades.
O impedimento de contratar com a Administração é outra penalidade
prevista na Lei 8.666/93 e consiste na proibição de celebrar contratos com a
Administração Pública por um determinado período. Essa sanção pode ser
aplicada quando o contratado descumpre obrigações previstas em contratos
anteriores. A controvérsia relacionada a essa penalidade diz respeito à sua
efetividade, já que é comum que empresas que são impedidas de contratar com
a Administração acabem atuando de forma indireta, através de empresas
coligadas ou terceirizadas.
Em suma, é consenso na doutrina que as penalidades devem ser
aplicadas de forma proporcional à gravidade das irregularidades cometidas pelo
contratado, no entanto, a definição do que é considerado proporcional varia de
acordo com o entendimento de cada juiz ou tribunal, o que pode levar a
divergências jurisprudenciais. Por isso, é importante que as sanções sejam
aplicadas com base em critérios objetivos e transparentes, a fim de garantir a
segurança jurídica e a efetividade das medidas punitivas.
BIBLIOGRAFIA:

As penalidades administrativas de acordo com a lei de licitações. Disponível


em<https://www.migalhas.com.br/depeso/241312/as-penalidades-
administrativas-de-acordo-com-a-lei-de-licitacoes>. Acesso em 26 de abril de
2023.

Direito punitivo estatal: as sanções aplicáveis pela administração pública


no âmbito dos contratos administrativos. Disponível
em<https://jus.com.br/artigos/59179/direito-punitivo-estatal-as-sancoes-
aplicaveis-pela-administracao-publica-no-ambito-dos-contratos-
administrativos>.Acesso em 26 de abril de 2023.

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em 26 de
abril de 2023.

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