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PARTE 2

Contrato e Fiscalização
FASE CONTRATUAL

O CONTRATO DA OBRA
deve estabelecer com
clareza as condições para
sua execução.

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CLÁUSULAS MÍNIMAS
(art. 55, Lei 8.666)

- nomes das partes e de seus representantes;


- número do processo da licitação;
- sujeição à Lei 8.666 e legislação aplicável;
- regime de execução (empreitada por preço global,
empreitada por preço unitário, etc.);
- preço e condições de pagamento;

3
(... CLÁUSULAS MÍNIMAS )

- reajustamento de preços: critérios, data-base e periodicidade;


- critérios de atualização monetária;
- prazos: início da execução, conclusão, recebimento provisório,
observação e recebimento definitivo;
- garantia (não obrigatório, mas fortemente recomendável);
- direitos e responsabilidades das partes;
- penalidades cabíveis e valores de multas;
- casos de rescisão;

- vinculação ao edital e à proposta vencedora; do edital, ficam


implícitas: modalidade da licitação (tomada de preços,
concorrência, etc.) e tipo de licitação (menor preço, melhor
técnica, etc.).

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OUTRAS CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS
(Res. 04/2006, TCE-PR, art. 5.º)
- Designação do gestor do contrato;
- Designação do fiscal da obra (profissional cadastrado no
CREA ou no CAU).

PUBLICAÇÃO
- obrigatória a publicação do extrato do contrato e de eventuais
aditamentos na imprensa oficial.
- enviada até o 5.º dia útil do mês seguinte ao da assinatura;
- publicação em até 20 dias após o envio.
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GARANTIA CONTRATUAL
Três modalidades possíveis:
- caução em dinheiro ou títulos da dívida pública;
- seguro-garantia;
- fiança bancária.

Valor: até 5 % do valor do contrato (exceto em caso de obra de


grande vulto, isto é, superior a R$ 37,5 milhões: até 10%)
Em casos de inadimplemento pelo contratado:
a garantia contratual será retida parcial ou totalmente.
Cumprido o contrato normalmente:
a garantia contratual deve ser liberada ou restituída
(atualizada monetariamente, quando em dinheiro).
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IRREGULARIDADES MAIS COMUNS (I)
a) Ausência de parecer jurídico sobre o contrato (exame e
aprovação preliminar por assessoria jurídica da Administração).

b) Divergência entre a descrição do objeto no


contrato e a constante do edital de licitação e
seus anexos.

c) Não vinculação do contrato ao edital de


licitação e à proposta do licitante vencedor.

d) Ausência de indicação formal do gestor do


contrato ou do fiscal da execução da obra.

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ORDEM DE SERVIÇO
Assinado o contrato, a Administração deve emitir a Ordem de
Serviço (O. S.) que autoriza o início da obra. A O. S. conterá:
- nome da obra e sua localização;
- número da licitação;
- número do contrato e seu valor;
- nome da contratada;

- prazo de vigência do contrato e prazo para execução da obra;

- data de início da execução da obra;


- data para conclusão da obra;
- nomes do gestor do contrato e do fiscal da obra;
- data do documento e assinatura da autoridade. 8
9
SUBCONTRATAÇÃO
- A lei n° 8.666 autoriza subcontratar partes da obra.
- Os limites admitidos para a subcontratação devem ser
definidos e previstos no edital da licitação.

- As partes subcontratadas devem corresponder a uma parcela


integral de serviço da obra, a fim de evitar a existência de vários
responsáveis técnicos por um único tipo de serviço.

Por exemplo, na construção de uma escola, pode ser


subcontratado o serviço de paisagismo, mas para apenas uma
empresa (não devem haver duas ou mais subcontratadas em um
mesmo tipo de serviço).
- O contratado continua sendo responsável pela obra como
um todo; o subcontratado é corresponsável pelo seu serviço. 10
FISCALIZAÇÃO
É a atividade sistemática de verificação do cumprimento das
disposições contratuais, técnicas e administrativas:
a) Verificação de cumprimento dos termos do contrato, dos
projetos e eventuais alterações e das especificações de
materiais e serviços;
b) Autorização de pagamentos de faturas após realização de
medições devidamente atestadas;
c) Discussão de solução de problemas executivos (minorados
quando se tem projeto básico completo e compatibilizado).
A atividade de fiscalização é exercida por:
- gestor/fiscal do contrato e
- fiscal da execução da obra. 11
GESTOR DO CONTRATO
É um funcionário da Administração designado para acompanhar
e fiscalizar a execução do contrato. Algumas das atribuições:
- receber do fiscal da obra as informações e documentos
pertinentes a medições, atestar as notas fiscais e encaminhá-las
à unidade competente para pagamento;
- promover o adequado encaminhamento das ocorrências
contratuais constatadas pelo fiscal da obra para fins de
alterações contratuais ou de aplicação de penalidades;
- manter controles dos contratos dos quais constarão todas as
ocorrências relacionadas com a execução, inclusive o controle
do saldo contratual;
- propor medidas que melhorem a execução do contrato,
consideradas as recomendações do controle interno do órgão.
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FISCAL DA OBRA
É um profissional legalmente habilitado
(engenheiro civil ou arquiteto, não
necessariamente servidor público), registrado
no CREA ou no CAU, designado formalmente
para acompanhar e fiscalizar, in loco, em nome
da Administração, a execução da obra ou do
serviço de engenharia. Algumas de suas
atribuições:
- realizar as medições periódicas dos
serviços executados e anotar em planilha
específica (ver Modelo 4 – Boletim de
Medição – no Anexo 1 do Manual de Obras);

13
14
(... FISCAL DA OBRA)

- atestar a prestação de serviço ou a execução da obra


(declaração assinada no próprio Boletim de Medição ou em
documento a ser anexado) e encaminhar os documentos
pertinentes (nota fiscal, Boletim de Medição, etc.) ao gestor do
contrato (este aporá seu “atesto” à nota fiscal);

- confrontar preços e quantidades da nota fiscal com os


estabelecidos no contrato;
- verificar se prazo de entrega, especificações e quantidades
estão de acordo com o contrato;

- comunicar ao gestor do contrato eventuais atrasos nos prazos


de entrega e/ou execução e eventuais pedidos de prorrogação;

15
(... FISCAL DA OBRA)

- acompanhar a execução do serviço ou obra, informando ao


gestor do contrato as ocorrências que possam prejudicar o bom
andamento da obra ou da prestação do serviço;
- informar ao gestor do contrato, em prazo hábil, eventuais
necessidades de acréscimos ou supressões no objeto do
contrato;
- avaliar e aprovar (ou não) etapas concluídas e emitir
autorizações para início de novas etapas.

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O fiscal deve visitar a obra periodicamente, acompanhando no
mínimo o início e o final de todas as etapas.

Atua desde o início dos trabalhos até o recebimento definitivo.

Deve estar presente quando da execução dos serviços de maior


responsabilidade (por exemplo, imediatamente antes de
concretagens).

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DIÁRIO DE OBRA
Todas as ocorrências relacionadas com a execução da obra
devem ser anotadas diariamente pelo representante da
contratada.
O documento próprio para tais anotações é o “Diário de Obra”
(veja o Modelo 9 no Anexo 1 do Manual de Obras).

Cada anotação diária deve ter comprovação de ciência (nome e


assinatura) de todos os envolvidos no contrato (representante da
contratada, responsável técnico pela obra, fiscal da obra etc.).

O Diário de Obra deve permanecer no local da execução até o


término da obra.
Após o recebimento definitivo da obra, o Diário de Obra deve ser
anexado ao processo administrativo da mesma. 18
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ALTERAÇÕES CONTRATUAIS
Os contratos podem ser alterados, com as devidas justificativas,
nos seguintes casos:
- unilateralmente pela Administração ou
- por acordo entre as partes.

As alterações contratuais são possibilidades


admitidas para situações eventuais
(imprevistas ou imprevisíveis).

Um projeto básico completo e compatibilizado normalmente


evitará alterações contratuais.
Quando absolutamente necessárias, as alterações contratuais
deverão ser formalizadas por meio de termos aditivos. 20
(... ALTERAÇÕES CONTRATUAIS)

Os termos aditivos devem ser previamente fundamentados e


justificados tecnicamente (parecer técnico e parecer jurídico) e
autorizadas pela autoridade competente.

Limites para alterações contratuais (art. 65, Lei 8.666):

- acréscimos ou supressões nas obras e serviços: até 25%


do valor inicial atualizado do contrato;

- acréscimos para o caso particular de reforma de edifício


ou de equipamento: até 50% do valor inicial atualizado do
contrato (supressões em contratos de reformas não são
limitadas);

- supressões em obras e serviços resultantes de acordo


entre os contratantes não são limitadas.
21
(... ALTERAÇÕES CONTRATUAIS)

Os limites percentuais
citados são referentes
ao valor original
atualizado do contrato
e devem ser
verificados
separadamente para
os totais de valores de
itens suprimidos e para
os totais de valores de
itens acrescidos:

os acréscimos
não compensam
as supressões e
vice-versa.
22
(... ALTERAÇÕES CONTRATUAIS)

Acórdão do TCU n.º 749/2010 - Plenário:

“9.2. ... para efeito de observância dos limites de alterações


contratuais previstos no art. 65 da Lei nº 8.666/1993, passe a
considerar as reduções ou supressões de quantitativos de
forma isolada, ou seja, o conjunto de reduções e o conjunto de
acréscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original
do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos,
individualmente e sem nenhum tipo de compensação
entre eles, os limites de alteração estabelecidos no
dispositivo legal; ”

Tanto as alterações contratuais quantitativas quanto as


qualitativas estão sujeitas aos mencionados limites da Lei de
Licitações (Acórdãos do TCU n.º 1.080/2008 – Plenário, n.º
2.134/2006 – Plenário e n.º 1816/2006 – Plenário).
23
(... ALTERAÇÕES CONTRATUAIS)

Em muitas obras auditadas pelo TCE foram constatadas


extrapolações aos limites legais.
Em algumas obras, foram constatados acréscimos superiores
aos limites. Em outras obras, foram constatadas supressões
superiores aos limites.

As constatações mais complexas são de obras cujos contratos


tiveram aditivos de acréscimos e aditivos de supressões, com
soma superior aos limites.
Em alguns desses casos, tentou-se compensar percentuais
positivos (de acréscimos) com percentuais negativos (de
supressões) como se os limites legais fossem referentes à soma
algébrica (considerados os sinais) de tais percentuais, o que não
é verdadeiro.
Analisemos alguns exemplos:
24
(... ALTERAÇÕES CONTRATUAIS)

Consideremos uma obra nova (não é reforma) com valor original


atualizado de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), submetida
às seguintes alterações isoladas:
a) Pode ser admitido um total de acréscimos resultando
R$ 250.000,00 ?
Sim, porque está no limite de 25%.

b) Pode ser admitido um total de supressões resultando


R$ 300.000,00 ?
Não, porque excede o limite de 25%.

c) Pode se admitido um total de acréscimos de R$ 250.000,00 e


um total de supressões de R$ 300.000,00 ?
Não, porque o percentual de supressão, de 30%, isoladamente
extrapola o limite de 25%.
25
(... ALTERAÇÕES CONTRATUAIS)

Alguém poderia supor que o último caso (total de acréscimos de


R$ 250.000,00 e total de supressões de R$ 300.000,00) seria
admissível (na verdade, não é!), argumentando que a alteração
líquida seria de + 25% (acréscimo) - 30% (supressão) = - 5%,
percentual este menor que o limite de 25% (mesmo em módulo).

Se tal raciocínio fosse correto, teríamos que admitir as seguintes


alterações na mesma obra: acréscimo de R$ 990.000,00 (+ 99%) e
supressão de R$ 980.000,00 (- 98%). A “justificativa” (inválida!)
seria de uma alteração líquida de apenas 1% (+ 99% - 98%).

Esse argumento jamais seria admitido, pois as alterações desse


exemplo praticamente resultam na substituição do objeto do
contrato. O que fazer se tais alterações realmente fossem
necessárias? Rescindir o contrato e licitar o novo objeto!

26
IRREGULARIDADES MAIS COMUNS (II)
a) Ausência de parecer jurídico sobre eventuais termos aditivos
(exame e aprovação preliminar por assessoria jurídica da
Administração).

b) Ausência de parecer técnico (emitido por


engenheiro ou arquiteto a serviço da
Administração) justificando os eventuais
termos aditivos de contrato.
c) Ausência de aditivos contratuais para
contemplar eventuais alterações de projeto ou
do cronograma físico-financeiro.
d) Ausência de novo cronograma físico-
financeiro em correspondência a aditivo de
prazo (Modelo 2, Anexo 1, Manual de Obras). 27
28
(... IRREGULARIDADES MAIS COMUNS II)

e) Extrapolação dos limites para acréscimos ou supressões de


serviços.

Estudo de caso real:

- Obra do eixo viário da Av. XXX em XXX-PR, com reciclagem do


pavimento asfáltico.

- A licitação foi vencida pelo consórcio XXX. Em 05/2010 foi


assinado o contrato XXX com valor de R$ 17.914.619,90 .

- Em 02/2011 foi enviada uma Informação para a Controladoria


citando uma necessidade de supressão e acréscimo “conforme
Primeiro Relatório de Revisão elaborado pela empresa
supervisora XXX ...”:

29
(... IRREGULARIDADES MAIS COMUNS II)

- Em 04/2011 a empresa supervisora emitiu a Readequação do


Primeiro Relatório de Revisão em Fase de Obra, sugerindo que a
reciclagem de pavimento deveria ser substituída por
reaproveitamento do pavimento existente com repavimentação
tradicional em 73% da extensão da obra viária, mantendo
reciclagem somente em 27% da extensão da obra.

- Em 05/2011 foi assinado o Aditivo Contratual n.º 2 (de valor),


com acréscimo de R$ 7.309.985,93 (40,80458% do valor inicial
do contrato: R$ 17.914.619,90) e supressão de R$ 7.309.991,36
(40,80461% do valor inicial), “... com base no artigo 65 da lei
federal n.º 8666/93 ... resultando em supressão efetiva no valor
de R$ 5,43 ... representando um percentual de supressão de
-0,00003%”.

30
(... IRREGULARIDADES MAIS COMUNS II)

... acréscimo de R$ 7.309.985,93 (40,80458% do valor


inicial do contrato: R$ 17.914.619,90) e supressão de
R$ 7.309.991,36 (40,80461% do valor inicial), “...
supressão efetiva ... de R$ 5,43 ... representando um
percentual de supressão de -0,00003%”.

Frente aos dados reais citados, cabe refletir:

- O percentual de acréscimo é admissível?

- O percentual de supressão é admissível?

- A compensação entre acréscimo e supressão, isto é,


“supressão efetiva no valor de R$ 5,43 ... representando um
percentual de supressão de - 0,00003%” é admissível?
- Qual foi o verdadeiro percentual de alteração de valor do
contrato?
31
Continuação
[ IRREGULARIDADES MAIS COMUNS (II) ]

f) Subcontratação não admitida no edital e no contrato.


g) Pagamentos adiantados sem previsão em contrato.

Estudo de caso real:

Obra de creche em que o primeiro pagamento foi realizado com


adiantamento não previsto em contrato.

32
Contrato assinado
em 25/06/2008:

33
ART de
execução da
obra em que
está
registrada a
data de início
da construção
em
1.º/07/2008:

34
Nota fiscal referente
ao pagamento
(R$ 37.579,43) da
1.ª medição da obra;
nota datada de
03/07/2008, dois
dias após o início da
obra.

35
Recibo do pagamento
da 1.ª medição
realizado em
04/07/2008, três dias
após o início da obra e
nove dias após a
assinatura do
contrato.

36
Continuação
[IRREGULARIDADES MAIS COMUNS (II)]
h) Contrato encerrado com objeto inconcluso.

i) Omissão da Administração em multar ou executar a garantia


contratual em ocorrências de descumprimento de cláusulas
contratuais.
j) Pagamento de serviços não executados.

k) Pagamento de serviços não aprovados pela fiscalização.


l) Pagamento de serviços relativos a contrato de supervisão de
obra paralisada.

m) Ausência de “Termo de Paralisação” da obra, quando for o


caso (Modelo 7, Anexo 1, Manual de Obras). 37
38
REAJUSTAMENTO DE PREÇOS
É o procedimento para assegurar que os preços contratuais
sejam compensados devido a variações dos preços dos insumos
(materiais, mão de obra e equipamentos) em determinado
período.
O contrato deve conter cláusula prevendo o reajustamento de
preços caso sua execução tenha duração superior a um ano (e
de correção monetária).

Em licitações que envolvam recursos federais (mesmo em


convênios), o contrato da obra deve ter cláusula regulando o
reajustamento mesmo se o prazo for menor do que um ano
(Acórdão 73/2010 TCU - Plenário).
Sendo necessária, a concessão de reajustamento não é
discricionária: é obrigação da Administração. 39
ATUALIZAÇÃO FINANCEIRA
Admitida nos casos de atrasos de pagamento
pela Administração (se o contratado não for
responsável).
O período de atualização inicia na data limite
para o pagamento fixada no contrato
(geralmente 30 dias após o “atesto” da
medição) e termina na data do efetivo
pagamento da parcela.
A atualização será realizada por critérios estabelecidos no
Edital da Licitação e no contrato da obra.
Não é cabível a correção monetária das propostas de licitação
(é aplicável apenas para parcelas atrasadas de pagamento de
serviços já prestados). 40
REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
Consiste na manutenção das condições originais de pagamento
estabelecidas no contrato.

Tem o objetivo de garantir a estabilidade da relação entre as


obrigações do contratado e a retribuição da Administração, para
a justa remuneração da obra ou do serviço.

41
(... REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO)

O acordo de reequilíbrio é admitido nos seguintes casos:


a) Fato imprevisível (ou previsível, mas de consequências
incalculáveis). Exemplo: a escavação de uma estaca atinge um
grande matacão não detectado na sondagem do solo.

b) Caso de força maior: evento humano, imprevisível e inevitável,


que interfere na execução da obra. Exemplos: greve, falta de
insumos no mercado.

c) Caso fortuito: evento da natureza, imprevisível e inevitável,


que interfere na execução da obra. Exemplos: inundação,
incêndio de causas naturais.
d) Fato do príncipe: ato governamental, sem relação direta com a
obra, que torna sua execução demasiadamente onerosa ou
impossível. Exemplo: aumento de tributo aplicado a materiais
com grande peso no orçamento da obra.
42
(... REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO)

Antes de firmar o acordo, a Administração deve verificar:

- a ocorrência do fato justificador (um dos


quatro anteriores);

- a planilha de custos, elaborada pela


contratada, demonstrando quais itens
requerem reequilíbrio.

A formalização do reequilíbrio econômico-financeiro altera a


data-base, que passa a ser a data da recomposição.

43
Resumindo os três últimos tópicos:

REAJUSTAMENTO DE ATUALIZAÇÃO REEQUILÍBRIO


PREÇOS FINANCEIRA ECONÔMICO-
FINANCEIRO
a) Fato imprevisível
b) Caso de força maior:
Variações dos preços Atrasos de pagamento evento humano
dos insumos. pela Administração c) Caso fortuito: evento
da natureza
d) Fato do príncipe: ato
governamental
Período superior a um Período entre data
ano (a menos que limite para o Altera a data-base
envolva verbas pagamento e data do
federais). efetivo pagamento.

44
RECEBIMENTO DA OBRA
Concluída a obra ou o serviço de engenharia, conforme medição
final realizada pelo fiscal da execução, este emitirá o Termo de
Recebimento Provisório (Modelo 5, Anexo 1 do Manual).
Antes de receber a obra, o fiscal deve verificar se os itens do
projeto relacionados com acessibilidade foram realmente
executados (verificação semelhante deve ter sido realizada
antes do recebimento do projeto). Essa verificação deve ser
realizada à luz da legislação relativa à pessoa com deficiência e
das normas de acessibilidade vigentes:
- Lei Federal nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência),
principalmente os artigos de n.os 3, 25, 32, 54, 55, 56, 58, 93 e 112).
- PL-0158/2006 do CONFEA: cumprimento do decr. Fed. n.º 5296, art. 11.
- ABNT NBR 9050:2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos
45
(... RECEBIMENTO DA OBRA)

Ao preencher a ART de projeto ou de execução ou e fiscalização, o


profissional recebe o alerta quanto ao cumprimento desse normativo:

46
47
(... RECEBIMENTO DA OBRA)

Após a emissão do Termo de Recebimento Provisório, inicia-se o


prazo de observação de até 90 dias, em que defeitos ou vícios
poderão ser constatados pela fiscalização, casos em que a
contratada deverá fazer as correções.

Ao final desse prazo, corrigidos defeitos anteriormente


apontados e não detectados novos, após uma vistoria final, será
emitido o Termo de Recebimento Definitivo por servidor ou
comissão formalmente designados (Modelo 6, Anexo 1 do
Manual).

O recebimento provisório ou definitivo não reduz as


responsabilidades civil e ético-profissional do contratado.

48
49
50
IRREGULARIDADES MAIS COMUNS (III)
a) Ausência de Termo de Recebimento Provisório da obra assinado
pelas partes.

b) Ausência de Termo de Recebimento Definitivo


da obra assinado pelas partes, após prazo de
observação ou vistoria que comprove a
adequação do objeto aos termos contratuais.

c) Recebimento da obra com falhas visíveis de


execução ou executada em desacordo com o
projeto.

51
(... IRREGULARIDADES MAIS COMUNS III)

Estudo de caso real:


Obra de escola em que
parte da estrutura de
concreto armado foi
executada em desacordo
com o projeto estrutural.

Projeto arquitetônico em
que era previsto apenas
um pilar central (seta
verde) no oitão do pátio
coberto (esquerda).
Houve erro de locação de
2 m do bloco administrativo
(seta vermelha):
52
(... IRREGULARIDADES MAIS COMUNS III)

Projeto estrutural
em que também
era previsto
apenas um pilar
central (seta
verde) no oitão do
pátio coberto.
Houve erro de
locação de 2 m do
bloco
administrativo
(seta vermelha):

53
Pilar central (seta
vermelha) conflitando
com acesso ao bloco
administrativo:

Acrescentados dois
pilares laterais
(setas azuis) :

54
(... IRREGULARIDADES MAIS COMUNS III)

Pilar central original removido


(linhas vermelhas):

Mantidos os dois pilares


laterais anteriormente
acrescentados (setas azuis):

55
Outra situação:

Projeto estrutural
original: prescritas 30
vigas transversais
inclinadas.

Novo projeto estrutural:


prescritas 3 vigas
transversais Executadas 36 vigas
horizontais: transversais inclinadas:

56
FASE POSTERIOR À
CONCLUSÃO DA OBRA

O recebimento definitivo da obra marca o fim de sua execução e


início de sua utilização.

Nessa fase devem ser previstas ações de operação e


manutenção das condições técnicas definidas em projeto, para
que a vida útil do imóvel seja a maior possível.

57
GARANTIA E RESPONSABILIDADE CIVIL
O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do
contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções
resultantes da execução ou dos materiais empregados (Art. 69,
Lei n.º 8.666).
(Art. 618, Código Civil) - “Nos contratos de empreitada de edifícios
ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e
execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos,
pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos
materiais, como do solo.”
(Parágrafo único) – “Decairá do direito assegurado neste artigo o
dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos
cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.”
58
(... GARANTIA E RESPONSABILIDADE CIVIL)

(Art. 445, Código Civil) – “O adquirente decai do direito de obter


a redibição (anulação de uma venda por proposta do comprador,
quando a coisa vendida apresenta defeito) ou abatimento no preço
no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for
imóvel, contado da entrega efetiva ...”.

No caso de edificações, observe os períodos de garantias


adotados no Manual de Garantias do SINDUSCON/PA (2010) :

59
60
Fonte: Manual de Garantias do SINDUSCON/PA (2010)
Fonte: Manual de Garantias do SINDUSCON/PA (2010) 61
Fonte: Manual de Garantias do SINDUSCON/PA (2010)
62
Fonte: Manual de Garantias do SINDUSCON/PA (2010)
63
Fonte: Manual de Garantias do SINDUSCON/PA (2010)
64
MANUTENÇÃO
Atividades técnicas e administrativas para garantir a
preservação das características de desempenho técnico da
edificação.
Manutenção preventiva: atividades prévias ao surgimento dos
problemas.
Manutenção corretiva: realizada após o aparecimento das falhas.

O órgão público deve elaborar um programa de manutenção


periódica (preventiva): inspeções rotineiras com frequência em
função do tipo de empreendimento, dos tipos de materiais e
equipamentos empregados.
No caso de viadutos, pontes e passarelas: inspeção no máximo a
cada 2 anos (NBR 9452 – ABNT).
65
(... MANUTENÇÃO)

No caso de edificações, observe as periodicidades de inspeções


sugeridas no Manual do Proprietário do SINDUSCON/PE (2007),
citado pelo eng. civil Francisco Cláudio Morato Leite em Curso a
Distância do CREA-PR (Programa de Excelência – Módulo Manual
de Operação, Uso e Manutenção de Edificações):

66
(... MANUTENÇÃO)

Fonte: Manual do Proprietário do SINDUSCON/PE (2007) 67


(... MANUTENÇÃO)

Fonte: Manual do Proprietário do SINDUSCON/PE (2007)


68
(... MANUTENÇÃO)

Fonte: Manual do Proprietário do SINDUSCON/PE (2007) 69


(... MANUTENÇÃO)

Fonte: Manual do Proprietário do SINDUSCON/PE (2007)

70
(... MANUTENÇÃO)

Ainda no caso de edificações, observe as periodicidades de


inspeções sugeridas no Manual de Garantias do SINDUSCON/PA
(2010) :

71
(... MANUTENÇÃO)

Fonte: Manual de Garantias do SINDUSCON/PA (2010) 72


Fonte: Manual de Garantias do SINDUSCON/PA (2010) 73
IRREGULARIDADES MAIS COMUNS (IV)
a) Omissão da Administração, quando do surgimento de defeitos
construtivos durante o período de responsabilidade legal da
construtora.
b) Não realização de vistorias dos órgãos
públicos competentes para a emissão do
“Habite-se”.
Com relação à execução orçamentária:
a) Não inclusão da obra no Plano Plurianual ou em
lei que autorize sua inclusão, no caso de execução
superior a um exercício financeiro.
b) Ausência de previsão de recursos
orçamentários que assegurem o pagamento das
etapas a serem executadas no exercício
74
financeiro corrente.
Endereço eletrônico em que se pode obter o presente arquivo de
apresentação:

http://moacyrmolinari.pbworks.com/w/file/fetch/
101148832/MANUALOBRASTCEPR.pdf
(temporário)

e no sítio eletrônico da EGP

http://www1.tce.pr.gov.br/egp/

75
PARTE 2
Contrato e Fiscalização

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