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Comentário

Bíblico de
Matthew Henry

Novo Testamento

Baixado da Internet de www.graciasoberana.com


Em quarta- feira, 16 de janeiro de 2008, 14:21:19

Tradução do espanhol ao português por Daniela Raffo


Terminada em terça- feira, 24 de junho de 2008, 21:51:44

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ÍNDICE........................................... 335
MATEUS

Mateus, apelidado Levi, ant es de sua conversão era um publicano ou cobrador de im post os
subm et idos aos rom anos de Cafarnaum . Com o regra geral, se reconhece que ele escreveu seu
evangelho ant es que qualquer dos out ros evangelist as. O cont eúdo dest e evangelho e a prova dos
escritores ant igos, m ost ram que foi escrit o prim ordialm ent e para o uso da nação j udaica. O
cum prim ent o da profecia era considerado pelos j udeus com o um a prova firm e, port ant o Mat eus usa
est e fat o em form a especial. Aqui há part es da hist ória e dos serm ões de nosso Salvador,
part icularm ent e selecionados por adapt ar- se m elhor para despert ar a nação a t er consciência de
seus pecados; para elim inar suas expect at ivas errôneas de um reino t erreno; para derrubar seu
orgulho e engano para consigo m esm os; para ensinar- lhes a nat ureza e m agnit ude espirit ual do
evangelho; e para prepará- los para admitirem os gentios na Igreja.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 17 A genealogia de Jesus
Versículos 18- 25 Um anjo aparece a José

Versículos 1 - 17
Acerca dest a genealogia de nosso Salvador, observe- se a int enção principal. Não é um a
genealogia desnecessária. Não é por vanglória, com o cost um am ser as dos grandes hom ens.
Dem onst ra que nosso Senhor Jesus é da nação e fam ília da qual ia surgir o Messias. A prom essa da
bênção foi feit a a Abraão e a sua descendência; a do dom ínio, a Davi e a sua descendência. Foi
prometido a Abraão que Crist o desceria dele ( Gn 12.3; 22.18) ; e a Davi que desceria dele ( 2
Sam uel 7.12; Salm o 89.3 e seguint es; 132.11) ; port ant o, a m enos que Jesus sej a filho de Davi, e
filho de Abraão, não é o Messias. I sto se prova aqui com registros bem conhecidos.
Quando aprouve ao Filho de Deus t om ar nossa nat ureza, Ele se aproxim ou de nós em nossa
condição caída, m iserável; m as est ava perfeit am ent e livre de pecado: e enquant o lem os os nom es
de sua genealogia, não esqueçam os quão baixo se inclinou o Senhor da glória para salvar a raça
humana.

Versículos 18- 25
Olhem os as circunst âncias em que ent rou o Filho de Deus a est e m undo inferior, at é que
aprendam os a desprezar as vãs honras dest e m undo, quando com paradas com a piedade e a
santidade.
O m ist ério de Crist o feit o hom em deve ser adorado; não é para pergunt ar acerca dist o por
curiosidade. Foi assim ordenado que Crist o part icipasse de nossa nat ureza, porém puro da
contaminação do pecado original, que tinha sido comunicado a toda a raça de Adão.
At ent e que é ao que reflexiona a quem Deus guiará, não ao que não pensa. O t em po de Deus
para chegar com inst rução a seu povo se dá quando est ão perdidos. Os consolos divinos confort am
mais a alma quando está pressionada por pensamentos que confundem.
É dit o a José que Maria devia t razer o Salvador ao m undo. Devia dar- lhe o nom e de Jesus,
Salvador. Jesus é o m esm o nom e de Josué. A razão dest e nom e é clara, porque aqueles aos que
Crist o salva, são salvos de seus pecados; da culpa do pecado pelo m érit o de sua m ort e e do poder
do pecado pelo Espírit o de Sua graça. Ao salvá- los do pecado, os salva da ira e da m aldição, e de
t oda desgraça, aqui e depois. Crist o veio salvar seu povo não em seus pecados, senão de seus
pecados; e, assim, a redimi- los dentre os homens para si, que é separado dos pecadores.
José fez com o lhe ordenou o anj o do Senhor, rapidam ent e e sem dem ora, j ubilosam ent e, sem
discutir. Aplicando as regras gerais da palavra escrit a, devem os seguir a direção de Deus em t odos
os passos de nossa vida, part icularm ent e em suas grandes m udanças, que são dirigidas por Deus, e
acharemos que isto é seguro e consolador.

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CAPÍTULO 2
Versículos 1- 8 Os magos buscam a Cristo
Versículos 9- 12 Os magos adoram a Jesus
Versículos 13- 15 Jesus levado ao Egito
Versículos 16- 18 Herodes manda matar as crianças de Belém
Versículos 19- 23 Morte de Herodes Jesus trazido a Nazaré

Versículos 1- 8
Os que vivem com plet am ent e afast ados dos m eios de graça cost um am usar a m áxim a diligência
e aprendem a conhecer o m áxim o de Crist o e de sua salvação. Porém , nenhum a art e da curiosidade
nem o puro aprendizado hum ano podem levar os hom ens at é Ele. Devem os aprender de Crist o
atentando à palavra de Deus, como luz que brilha num lugar escuro, e buscando o ensino do Espírito
Santo. Aqueles em cuj o coração se levant a a est rela da m anhã, para dar- lhes o necessário
conhecimento de Cristo, fazem de sua adoração sua atividade preferencial.
Em bora Herodes era m uit o velho, e nunca t inha dem onst rado afet o pela sua fam ília, e era
improvável que vivesse at é que o recém - nascido chegasse à idade adult a, com eçou a t urbar- se com
o temor de um rival. Não compreendeu a natureza espiritual do reino do Messias. Cuidamo- nos da fé
morta. O hom em pode est ar persuadido de m uit as verdades e ainda pode adiá- las, porque
interferem com sua am bição ou licença pecam inosa. Tal crença lhe incom odará, e se decidirá m ais a
opor- se à verdade e à causa de Deus; e pode ser o suficient em ent e néscio com o para esperar t er
êxito nisso.

Versículos 9- 12
Quant o gozo sent iram est es sábios ao ver a est rela, ninguém o sabe t ão bEnquanto aqueles que,
depois de um a longa e t rist e noit e de t ent ação e abandono sob o poder de um espírit o de
escravidão, finalm ent e recebem o Espírit o de adoção, dando t est em unho a seus espírit os de que são
filhos de Deus. Podem os pensar que desilusão foi para eles quando encont raram que um a barraca
era seu palácio, e sua própria e coit ada m ãe era a única servidão que t inha. Cont udo, est es m agos
não se acredit aram im pedidos, pois t endo achado o Rei que buscavam , lhe ofereceram seus
presentes. Quem procura hum ildem ent e a Crist o não t ropeçará se achar Ele e seus discípulos em
casebres escuros, depois de t ê- los procurado em vão nos palácios e cidades populosas. Há um a
alm a ocupada em buscar a Crist o? Quererá adorá- lo e dizer " sim ! , eu sou um a criat ura pobre e
néscia e nada t enho a oferecer? Nada! " Não t em coração, ainda que indigno dEle, escuro, duro e
néscio? Ent regue- o a Ele t al com o é, e se prepare para que Ele o use e dispunha dele com o lhe
apraz; Ele o t om ará e o fará m elhor, e nunca t e arrependerás de t er agido assim . Ele o m oldará a
sua semelhança, e Ele mesmo se entregará a você e será seu para sempre.
Os present es dos m agos eram ouro, incenso e m irra. A providência os enviou com o socorro
oport uno para José e Maria em sua at ual condição de pobreza. Assim nosso Pai celest ial, que
conhece o que necessit am seus filhos, usa a alguns com o m ordom os para suprir as necessidades
dos outros e provê- los ainda desde os confins da terra

Versículos 13- 15
Egit o t inha sido um lar de escravidão para I srael, e part icularm ent e cruel para as crianças de
I srael; m ais será um lugar de refúgio para o sant o m enino Jesus. Quando a Deus lhe apraz, pode
fazer com que o pior dos lugares sirva para o m elhor dos propósit os. Est a foi um a prova de fé para
José e Maria. Mas a fé deles, sendo provada, foi achada firme. Se nós e nossos filhos estivermos em
problem as em qualquer t em po, lem brem os as dificuldades em que est eve Crist o quando era um
menino.

Versículos 16- 18
Herodes m at ou os m eninos varões, não som ent e de Belém , senão de t odas as aldeias dessa
cidade. A ira desenfreada, arm ada com um poder ilícit o, freqüent em ent e leva os hom ens a
crueldades absurdas. Não foi coisa inj ust a que Deus perm it isse ist o; cada vida é ent regue a sua
j ust iça t ão logo com o com eça. As doenças e as m ort es dos pequenos são prova do pecado original.
Mas o assassinat o dest as crianças foi seu m art írio. Que cedo com eçou a perseguição cont ra Crist o e
seu reinado! Herodes acredit ava t er dest ruído as profecias do Ant igo Test am ent o, e os esforços dos
m agos para acharem Crist o; m as o conselho do Senhor perm anecerá, por ast ut as e cruéis que
sejam as artimanhas do coração dos homens.

3
Versículos 19- 23
Egit o pode servir por um t em po com o est adia ou refúgio, m as não para ficar a viver. Crist o foi
enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel, e a elas deve retornar. Se olharmos o mundo como o
nosso Egit o, o lugar de nossa escravidão e exílio, e som ent e o céu com o a nossa Canaã, nosso lar,
nosso repouso, deverem os levant ar- nos logo e part ir daqui quando sej am os cham ados, com o José
quando saiu do Egito.
A fam ília deve est abelecer- se na Galiléia. Nazaré era lugar t ido em pobre est im ação, e Crist o foi
crucificado sob est a acusação, Jesus Nazareno. Onde quer que nos indique a providência os lim it es
de nossa habitação, devemos esperar compartir a admoestação de Cristo; embora possamos gloriar-
nos de serm os cham ados por seu nom e, seguros de que, se sofrem os com Ele, t am bém serem os
glorificados com Ele.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 6 João Batista Sua pregação, seu estilo de vida, e o
batismo
Versículos 7- 12 João reprova os fariseus e os saduceus
Versículos 13- 17 O batismo de Jesus

Versículos 1- 6
Depois de Malaquias, não houve profet a at é João Bat ist a. Apareceu prim eiro no desert o da
Judéia. Não era um desert o desabit ado, senão part e do país, não densam ent e povoado nem m uit o
isolado. Nenhum lugar é tão remoto como para excluir- nos das visitações da graça divina.
Pregava a dout rina do arrependim ent o: " Arrependei- vos". A palavra aqui usada im plica um a
m udança t ot al de m odo de pensar: um a m udança de j uízo, da disposição e dos afet os, um a
inclinação diferent e e m elhor da alm a. Considerem seus cam inhos, m udem seus pensam ent os:
pensaram errado; com ecem de novo e pensem cert o. Os penit ent es verdadeiros t êm pensam ent os
de Deus e de Crist o, do pecado e da sant idade, dest e m undo e do out ro, diferent es dos que t inham .
A m udança do pensam ent o produz um a m udança de cam inho. Est e é o arrependim ent o do
evangelho, o qual se produz ao ver a Crist o, ao capt ar seu am or, e da esperança de perdão por
m eio dEle. É um grande est ím ulo para que nós nos arrependam os; arrependam - se, porque seus
pecados serão perdoados se vocês se arrependem . Voltem- se a Deus pelo cam inho do dever, e Ele,
por m eio de Crist o, se volt ará a vocês pelo caminho da misericórdia. Agora é tão necessário que nos
arrependam os e nos hum ilhem os para preparar o cam inho do Senhor com o o era ent ão. Há m uit o
que fazer para abrir cam inho para Crist o num a alm a, e nada m ais necessário que o descobrim ent o
do pecado, e a convicção de que não podem os ser salvos por nossa própria j ust iça. O cam inho do
pecado e de Sat anás é um cam inho ret orcido, m as para preparar um cam inho para Crist o é
necessário endireitar as veredas (Hebreus 12.13) .
Os que t êm por at ividade cham ar os out ros a lam ent ar o pecado e a m ort ificá- lo, devem levar
uma vida séria, uma vida de abnegação e desprezo do mundo. Dando aos outros este exemplo, João
preparou o caminho para Cristo.
Muit os foram ao bat ism o de João, m as poucos m ant iveram a profissão que fizeram . Talvez haj a
m uit os ouvint es int eressados, m as poucos crent es verdadeiros. A curiosidade e o am or pela
novidade e variedade podem levar a m uit os a ouvir um a boa pregação, sendo afet ados
m om ent aneam ent e m uit os que nunca se subm et em a sua aut oridade. Os que receberam a dout rina
de João t est em unharam seu arrependim ent o confessando seus pecados. Est ão pront os para receber
a Jesus Crist o com o sua Jz som ent e os que são levados com t rist eza e vergonha a reconhecer sua
culpa. Os benefícios do reino dos céus, agora j á m uit o pert o, foram selados pelo bat ism o. João os
purificou com água, em sinal de que Deus os lim paria de t odas suas iniqüidades, dando a ent ender
com ist o que, por nat ureza e cost um e, t odos est avam cont am inados e não podiam ser recebidos no
povo de Deus a m enos que fossem lavados de seus pecados no m anancial que Crist o abriria
( Zacarias 13.1).

Versículos 7- 12
Dar aplicação para as alm as dos ouvint es é a vida da pregação; assim foi a de João. Os fariseus
davam ênfase principal às observâncias ext ernas, descuidando os assunt os de m ais peso da lei
m oral, e o significado espirit ual de suas cerim ônias legais. Out ros eram hipócrit as det est áveis que
faziam , com suas pret ensões de sant idade, um m ant o para a iniqüidade. Os saduceus est avam no

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ext rem o opost o, negando a exist ência dos espírit os e o est ado fut uro. Eles eram os infiéis
zombadores daquela época e daquele país.
Exist e um a grande ira vindoura. O grande int eresse de cada um é fugir da ira. Deus, que não se
deleit a em nossa ruína, j á nos t em advert ido; advert e pela palavra escrit a, pelos m inist ros, pela
consciência. Não são dignos do nome de penitentes, nem de seus privilégios, os que dizem lamentar
seus pecados, porém cont inuam neles. Convém aos penit ent es ser hum ildes e baixos a seus
próprios olhos, agradecer a m ínim a m isericórdia, ser pacient es nas grandes aflições, est ar alert a
contra toda aparência de mal, abundar em todo dever, e ser caridosos ao julgar o próximo.
Aqui há um a palavra de caut ela, não confiar nos privilégios externos. Exist em m uit os cuj os
corações carnais são dados a seguir o que eles mesmos dizem dentro de si, e deixar de lado o poder
da palavra de Deus que convence do pecado, e sua aut oridade. Exist em m ult idões que não chegam
ao céu por descansar nas honras e nas sim ples vant agens de serem m em bros de um a igrej a
externa.
Eis aqui um a palavra de t error para o negligent e e confiado. Nossos corações corrupt os não
podem dar bons frut os a m enos que o Espírit o regenerador de Crist o im plant e a boa palavra de
Deus neles. Cont udo, t oda árvore que t enha m uit os dons e honras, por verde que pareça em sua
profissão e desem penho ext erno, se não der bom frut o, frut os dignos de arrependim ent o, é cort ada
e lançada no fogo da ira de Deus, o lugar m ais apt o para as árvores est éreis; para que out ra coisa
servem? Se não dão fruto, são boas como combustível.
João m ost ra o propósit o e a int enção da aparição de Crist o; a qual eles agora esperavam com
prontidão. Não exist em form as ext ernas que possam lim par- nos. Nenhum a ordenança, sej a quem
for que a m inist re, ou não im port a a m odalidade, pode suprir a necessidade do bat ism o do Espírit o
Sant o e do fogo. Som ent e o poder purificador e lim pador do Espírit o Sant o pode produzir a pureza
de coração, e os sant os afet os que acom panham a salvação. Crist o é quem bat iza com o Espírit o
Santo. I sso fez com os ext raordinários dons do Espírit o enviados aos apóst olos ( At os 2.4) . I st o faz
com as graças e consolações do Espírit o, ent regues aos que as pedem ( Lucas 11.13; João 7.38- 39;
Atos 11.16) .
Observe- se aqui a igrej a ext erna na era de Crist o ( I saias 21.10) . Os crent es verdadeiros são o
t rigo, subst anciais, út eis e valiosos; os hipócrit as são palha, ligeiros e vazios, inút eis, sem valor,
levados por qualquer vent o; est ão m ist urados, bom e m au, na m esm a com unhão ext erna. Vem o
dia em que serão separados a palha do trigo. O juízo final será o dia que faça a diferença, quando os
sant os e os pecadores sej am separados para sem pre. No céu os sant os são reunidos, e não m ais
espalhados; est ão a salvo e não m ais expost os; separados do próxim o corrom pido por fora e com
afet os corrupt os por dent ro, e não há palha ent re eles. O inferno é o fogo inext inguível que
certam ent e será a porção e o cast igo dos hipócrit as e incrédulos. Aqui a vida e a m ort e, o bem e o
mal, são colocados ante nós: segundo somos agora no campo, seremos então na eira.

Versículos 13- 17
As condescendências da graça de Crist o são t ão assom brosas que ainda os crent es m ais firm es
podem apenas acredit ar nelas no princípio; t ão profundas e m ist eriosas que ainda os que conhecem
bem sua m ent e est ão pront os a oferecer obj eções cont ra a vont ade de Crist o. Os que t êm m uit o do
Espírit o de Deus, enquant o est ão aqui vêem que necessit am pedir m ais de Crist o. Não nega que
João t inha necessidade de ser bat izado por Ele, porém declara que deve ser bat izado por João.
Crist o est á agora em est ado de hum ilhação. Nosso Senhor Jesus considerou convenient e, para
cum prir t oda j ust iça, apropriar- se de cada inst it uição divina, e m ost rar sua disposição para cum prir
com todos os preceitos justos de Deus.
Em Crist o e por m eio dEle, os céus est ão abert os para os filhos dos hom ens. Est a descida do
Espírit o sobre Crist o dem onst ra que est ava dot ado sem m edida com seus poderes sagrados. O frut o
do Espírito Santo é amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança.
No bat ism o de Crist o houve um a m anifest ação das t rês Pessoas da Sant a Trindade. O Pai
confirmando o Filho como Mediador; o Filho que solenemente se encarrega da obra; o Espírito Santo
que desce sobre Ele para ser com unicado ao povo por seu int erm édio. NEle são aceit áveis nossos
sacrifícios espirituais, porque Ele é o altar que santifica todo dom (1 Pedro 2.5) . Fora de Cristo, Deus
é fogo consum idor; em Crist o, um Pai reconciliado. Est e é o resum o do evangelho, o qual devem os
abraçar jubilosamente pela fé.

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CAPÍTULO 4
Versículos 1- 11 A tentação de Cristo
Versículos 12- 17 O começo do ministério de Cristo na Galiléia
Versículos 18- 22 O chamado de Simão e dos outros
Versículos 23- 25 Jesus ensina e faz milagres

Versículos 1- 11
Com referência à t ent ação de Crist o, observe- se que foi t ent ado im ediat am ent e depois de ser
declarado Filho de Deus e Salvador do m undo; os grandes privilégios e os sinais especiais do favor
divino não asseguram a ninguém que não será t ent ado. Mas se o Espírit o Sant o dá t est em unho de
que temos sido adotados como filhos de Deus, isso responderá todas as sugestões do espírito mau.
Crist o foi levado ao com bat e. Se fizerm os ost ent ação de nossa própria força, e desafiarm os o
diabo a t ent ar- nos, provocam os que Deus nos deixe livrados a nós m esm os. Out ros são t ent ados,
quando são desviados por sua própria concupiscência, e são seduzidos( Tiago 1.14) ; porém nosso
Senhor Jesus não tinha natureza corrupta, portanto Ele foi tentado somente pelo diabo. Manifesta- se
na t ent ação de Crist o que nosso inim igo é sut il, m al- int encionado e m uit o at revido, m as que
podem os resist i- lo. Consolo para nós é o fat o de que Crist o sofreu sendo t ent ado, pois, assim , se
manifest a que nossas t ent ações, enquant o não cedam os a elas, não são pecado e são som ent e
aflições. Em todas suas tentações, Satanás atacava para que Cristo pecasse contra Deus.
1) O t ent ou a desesperar da bondade de seu Pai, e a desconfiar do cuidado de seu Pai. Um a das
t ret as de Sat anás é t irar vant agem de nossa condição ext erna; e os que são colocados em apert os
devem duplicar sua guarda. Crist o respondeu t odas as t ent ações de Sat anás com um " Est á escrit o" ,
para dar- nos o exem plo ao apelar ao que est á escrit o na Bíblia. Nós devem os adot ar est e m ét odo
cada vez que form os t ent ados a pecar. Aprendam os a não seguir rum os errados a nossa provisão,
quando nossas necessidades são sempre tão urgentes: o Senhor proverá de uma ou de outra forma.
2) Sat anás t ent ou Crist o a que presum isse do poder e prot eção de seu Pai em m at éria de
seguridade. Não há ext rem os m ais perigosos que o desespero e a presunção, especialm ent e no que
diz respeito aos assuntos de nossa alma. Satanás não objeta lugares sagrados como cenário de seus
assaltos. Não baixem os a guarda em lugar nenhum . A cidade sant a é o lugar onde, com a m aior
vant agem , t ent a aos hom ens ao orgulho e à presunção. Todos os elevados são lugares
escorregadios; o avanço no m undo faz do hom em um alvo para que Sat anás dispare suas set as de
fogo. Satanás está tão bem versado nas Escrituras que é capaz de citá- las facilmente? Sim, ele está.
É possível que um hom em t enha sua cabeça cheia de noções das Escrit uras, e sua boca cheia de
expressões das Escrit uras, enquant o seu coração est á cheio de fort e inim izade cont ra Deus e cont ra
t oda bondade. Sat anás cit ou m al as palavras. Se nos sairm os de nosso cam inho, fora da senda de
nosso dever, abandonam os a prom essa e nos colocam os fora da prot eção de Deus. Esta passagem,
Deuteronôm io 8.3, foi feita cont ra o t ent ador, port ant o ele om it iu um a part e. Est a prom essa é firm e
e resiste bem. Mas seguiremos em pecado para que a graça abunde? Não.
3) Sat anás t ent ou a Crist o na idolat ria com o oferecim ent o dos reinos do m undo e a glória deles.
A glória do m undo é a t ent ação m ais encant adora para quem não pensa e não percebe; ist o é o que
mais facilmente vence aos homens. Cristo foi tentado a adorar Satanás. Rejeitou com aborrecimento
a propost a. "Retire- se, Sat anás! " . Algum as t ent ações são abert am ent e m ás; e não são para serem
sim plesm ent e resist idas, senão para serem rej eit adas de im ediat o. Bom é ser rápido e firm e para
resist ir a t ent ação. Se resist irm os o diabo, ele fugirá de nós. Mas a alm a que delibera est á quase
vencida. Encont ram os som ent e uns poucos que podem rej eit ar resolut am ent e t ais iscas, com o as
que oferece Satanás, embora de que aproveita a um homem se ganhar o mundo e perder sua alma?
Crist o foi socorrido depois da t ent ação para est im ulá- lo a cont inuar em seu esforço, e para
estimular- nos a confiarm os nEle, porque soube, por experiência, o que é sofrer sendo t ent ado, de
m odo que sabia o que é ser socorrido na t ent ação; port ant o, podem os esperar não só que sint a por
seu povo tentado, senão que venha com o oportuno socorro.

Versículos 12- 17
Just o é que Deus ret ire o evangelho e os m eios de graça dos que os desprezam e os lançam de
si. Crist o não ficará m uit o t em po onde não sej a bem - vindo. Os que est ão sem Crist o est ão nas
trevas. Estão instalados nessa condição, numa postura comprazida; a escolhem antes que a luz; são
volunt ariam ent e ignorant es. Quando chega o evangelho, vem a luz; quando est e chega a qualquer
parte, quando chega a uma alma, aí se faz o dia. A luz revela e dirige; assim o faz o evangelho.
A dout rina do arrependim ent o é boa dout rina do evangelho. Não som ent e o aust ero João Bat ist a,
senão o bondoso Jesus pregou o arrependimento. Ainda existe a mesma razão para fazê- lo assim.

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Não se reconheceu por com plet o que o Reino dos Céus t inha chegado at é a vinda do Espírit o
Santo, depois da ascensão de Cristo.

Versículos 18- 22
Quando Crist o com eçou a pregar, principiou a reunir discípulos que deviam ser ouvint es, e depois
pregadores, de sua dout rina, que deviam ser t est em unhas de seus m ilagres, e depois t est em unhar
acerca deles. Não foi à cort e de Herodes, nem foi à Jerusalém aos sum os sacerdot es nem aos
anciãos, senão ao m ar da Galiléia, aos pescadores. O m esm o poder que cham ou a Pedro e a André
poderia ter trazido a Anás e a Caifás, porque nada é impossível a Deus. Mas Cristo escolhe o simples
do mundo para confundir o sábio.
A diligência é um chamado honest o a com prazer a Crist o; e não é um obst áculo para a vida
santa. A gent e ociosa est á m ais abert a às t ent ações de Sat anás que aos cham ados de Deus. É coisa
feliz e cheia de esperança ver filhos que cuidam de seus pais e cum prem com seus dever. Quando
Cristo voltar, será bom ser achado agindo assim. Estou em Cristo? É uma pergunta muito necessária
que devemos fazer- nos, e depois dela, estou em meu chamado?
Tinham seguido ant es a Crist o com o discípulos com uns ( João 1.37) ; agora devem deixar seu
ofício. Os que seguem bem a Crist o devem , a seu m andado, deixar t odas as coisas para segui- lo a
Ele, devem estar dispostos a separar- se delas. Esta instância do poder do Senhor Jesus nos exorta a
dependermos de sua graça. Ele fala e está feito.

Versículos 23- 25
Aonde ia Crist o, confirm ava sua m issão divina por m eio de m ilagres, que foram em blem a do
poder curador de sua dout rina e do poder do Espírit o que o acom panhava. Agora não encont ram os
em nossos corpos o m iraculoso poder curador do Salvador, m as se form os curados pela m edicina, o
louvor é igualmente dEle. Aqui se usam três palavras gerais. Ele sanou toda enfermidade ou doença;
nenhum a foi dem asiado m á, nenhum a dem asiado t errível com o para que Crist o não a curasse com
um a palavra. Mencionam- se t rês doenças: a paralisia que é a suprem a debilidade do corpo; a
loucura, que é a doença m aior da m ent e; e a possessão dem oníaca, que é a maior desgraça e
calam idade de t odas elas; porém Crist o curou t odo e, assim , ao curar as enferm idades do corpo,
dem onst rou que sua grande m issão no m undo era curar os m ales espirit uais. O pecado é
enfermidades, doença e tormento da alma; Cristo veio para tirar o pecado e, assim, curar a alma.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 2 O sermão da montanha
Versículos 3- 12 Quem são os bem- aventurados
Versículos 13- 16 Exortações e advertências
Versículos 17- 20 Cristo veio a confirmar a lei
Versículos 21- 26 O sexto mandamento
Versículos 27- 32 O sétimo mandamento
Versículos 33- 37 O terceiro mandamento
Versículos 38- 42 A lei do Talião
Versículos 43- 48 A lei do amor, explicada

Versículos 1- 2
Ninguém achará felicidade nest e m undo ou no vindouro se não buscar em Crist o pelo governo de
sua palavra. Ele ensinou qual era o m al que eles deviam aborrecer, e qual é o bem que deviam
buscar e no qual abundar.

Versículos 3- 12
Aqui nosso Salvador dá oit o caract eríst icas da gent e bem - avent urada que para nós represent am
as graças principais do cristão.
1) Os pobres de espírit o são bem - aventurados. Est es levam suas m ent es a sua condição quando
é baixa. São hum ildes e pequenos segundo seu próprio crit ério. Vêem sua necessidade, se
lament am por sua culpa e t êm sede de um Redent or. O reino da graça é desses t ais; o reino da
glória é para eles.
2) Os que choram são bem - aventurados. Parece ser que aqui se t rat a dessa t rist eza sant a que
opera verdadeiro arrependim ent o, vigilância, m ent e hum ilde e dependência cont ínua para ser aceit o
pela misericórdia de Deus em Cristo Jesus, com busca constante do Espírito Santo para limpar o mal

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residual. O céu é o gozo de nosso Senhor; um m ont e de gozo, rum o ao qual o nosso cam inho
atravessa um vale de lágrimas. Tais doentes serão consolados por seu Deus.
3) Os m ansos são bem - aventurados. Os m ansos são os que se subm et em silenciosam ent e a
Deus; os que podem suport ar insult os; são calados ou devolvem um a respost a branda; os que, em
sua paciência, conservam o domínio de suas almas, quando escassamente têm possessão de alguma
outra coisa. Estes mansos são bem- aventurados ainda neste mundo. A mansidão fomenta a riqueza,
o consolo e a segurança, ainda neste mundo.
4) Os que t êm fom e e sede de j ust iça são bem - aventurados. A j ust iça est á aqui colocada por
t odas as bênçãos espirit uais. Est as são com pradas para nós pela j ust iça de Crist o, confirm adas pela
fidelidade de Deus. Nossos desej os de bênçãos espirit uais devem ser fervorosos. Em bora t odos os
desejos de graça não são graça, contudo, um desejo como este é um desejo dos que são criados por
Deus, e Ele não abandonará a obra de Suas mãos.
5) Os m isericordiosos são bem - aventurados. Devem os não som ent e suport ar nossas aflições com
paciência, senão que devem os fazer t udo o que pudermos por aj udar os que est ej am passando
m isérias. Devem os t er com paixão pelas alm as dos próxim os, e aj udá- los; com padecer- nos dos que
estão em pecado, e tratar de tirá- los como brasas fora do fogo.
6) Os lim pos de coração são bem - avent urados, porque verão a Deus. Aqui são plenam ent e
descrit as e unidas a sant idade e a felicidade. Os corações devem ser purificados pela fé e m ant idos
para Deus. Cria em m im , oh Deus, um coração lim po. Ninguém senão o lim po é capaz de ver a
Deus, nem o céu é prom et ido para o im puro. Com o Deus não t olera olhar para a iniqüidade, assim
eles não podem olhar para Sua pureza.
7) Os pacificadores são bem - aventurados. Eles am am , desej am e se deleit am na paz; e lhes
agrada t er quiet ude. Mant êm a paz para que não sej a perdida e a recuperam quando é
quebrantada. Se os pacificadores são bem- aventurados, aí dos que quebrantam a paz!
8) Os perseguidos por causa da j ust iça são bem - aventurados. Est e dit ado é peculiar do
cristianism o; e se enfat iza com m aior int ensidade que o rest o. Cont udo, nada há em nossos
sofrim ent os que possa ser m érit o ant e Deus, m as Ele verá que os que perdem por Ele, ainda a
própria vida, não percam finalmente por causa dEle.
Bendit o Jesus, quão diferent es são t uas m áxim as das dos hom ens do m undo! Eles cham am
ditoso ao orgulhoso, e adm iram o alegre, o rico, o poderoso e o vit orioso. Alcancem os nós
m isericórdia do Senhor; que possam os ser reconhecidos com o seus filhos, e herdem os o reino. Com
est es deleit es e esperanças, podem os dar as boas- vindas com alegria às circunst âncias baixas e
dolorosas.

Versículos 13- 1 6
Vocês são o sal da t erra. A hum anidade, na ignorância e m aldade, era com o um m ont e enorm e,
prest es a apodrecer, m as Crist o enviou seus discípulos para sazoná- la, por suas vidas e dout rinas,
com o conhecim ent o e a graça. Se não são com o deveriam ser, são com o sal que perdeu seu sabor.
Se um homem pode adotar a confissão de Cristo e, contudo, permanecer sem graça, nenhuma outra
dout rina, nenhum out ro m édio o faz proveit oso. Nossa luz deve brilhar fazendo obras t ais que os
hom ens possam vê- las. O que há ent re Deus e nossas alm as deve ser guardado para nós m esm os,
m as o que, de si m esm o, fica abert o à vist a dos hom ens, devem os procurar que se conform e a
nossa profissão e que seja elogiável. Devemos apontar à glória de Deus.

Versículos 17- 20
Que ninguém ache que Crist o perm it e que seu povo brinque com qualquer dos m andam ent os da
sant a lei de Deus. Nenhum pecador part icipa da j ust iça j ust ificadora de Crist o at é que se arrependa
de suas m ás obras. A m isericórdia revelada no evangelho conduz o crent e a um aborrecim ent o de si
m esm o ainda m ais profundo. A lei é a regra do dever do crist ão, e est e se deleit a nela. Se alguém
que pret ende ser discípulo de Crist o se perm it ir qualquer desobediência à lei de Deus, ou ensinar o
próxim o a fazê- lo, qualquer sej a sua sit uação ou reput ação ent re os hom ens, não pode ser
verdadeiro discípulo. A j ust iça de Crist o, que nos é im put ada pela só fé, é necessária para t odos os
que ent ram no reino da graça ou da glória, m as a nova criação do coração para sant idade produz
uma mudança radical no temperamento e na conduta do homem.

Versículos 21- 26
Os m est res j udeus ensinaram que nada, salvo o hom icídio, era proibido pelo sext o m andam ent o.
Assim , elim inavam seu significado espirit ual. Crist o m ost rou o significado com plet o dest e
mandam ent o; conform e ao qual devem os ser j ulgados no além e, port ant o, deveria ser obedecido
agora. Toda ira precipit ada é hom icídio no coração. Por nosso irm ão, aqui descrit o, devem os
ent ender a qualquer pessoa, ainda que m uit o por em baixo de nós, pois som os t odos feit os de um

8
m esm o sangue. " Néscio" é um a palavra de zom baria que vem do orgulho; " Você é um néscio" é a
palavra depreciat iva que provém do ódio. A calúnia e as censuras m aliciosas são veneno que m at a
secret a e lent am ent e. Crist o disse que por leves que considerassem esses pecados, cert am ent e
seriam cham ados a j uízo por eles. Devem os conservar cuidadosam ent e o am or e a paz crist ãs com
t odos nossos irm ãos; e, se em algum m om ent o há um a briga, devem os confessar nossa falt a,
humilhar- nos a nosso irm ão, fazendo ou oferecendo sat isfação pelo m al feit o de palavra ou obra; e
devem os fazer ist o rapidam ent e, pois at é que não o façam os, não serem os apt os para nossa
com unhão com Deus nas sant as ordenanças. Quando nos est am os preparando para algum exercício
religioso, bom será que façamos disto uma ocasião para refletir e examinarmos com seriedade.
O que aqui se diz é m uit o aplicável ao fat o de serm os reconciliados com Deus por m eio de Crist o.
Enquant o est ej am os vivos, est am os a cam inho de seu t rono de j uízo, e depois da m ort e será
demasiado t arde. Quando consideram os a im port ância do caso, e a incert eza da vida, quão
necessário se torna buscar a paz com Deus sem demora!

Versículos 27- 32
A vit ória sobre os desej os do coração deve ir acom panhada com exercícios dolorosos, m as deve
ser feit a. Toda coisa é dada para salvar- nos de nossos pecados, não neles. Todos nossos sent idos e
faculdades devem evit ar as coisas que conduzem a t ransgredir. Os que levam out rem z t ent ação de
pecar, pela roupa ou em qualquer out ra form a, ou os deixam nisso, ou os expõem a isso, se fazem
culpados de seu pecado, e serão considerados responsáveis de render cont ar por isso. Se alguém se
subm et er às operações dolorosas para salvarm os a vida, de que deveria refrear- se nossa m ent e
quando o que est á em j ogo é a salvação de nossa alm a? Há doce m isericórdia t rás t odos os
requisitos divinos, e as graças e consolos do Espírito nos facultarão para satisfazê- los.

Versículos 33- 37
Não há razão para considerar que sej am m aus os vot os solenes num t ribunal de j ust iça ou em
out ras ocasiões apropriadas, sem pre e quando sej am form ulados com a devida reverência. Mas
t odos os vot os feit os sem necessidade ou na conversação corriqueira são pecam inosos, com o assim
t am bém t odas as expressões que apelam a Deus, em bora as pessoas achem que assim evadem a
culpa por j urar. Enquant o piores sej am os hom ens, m enos com prom et idos est ão pelos vot os;
enquant o m elhores sej am , m enor necessidade há dos vot os. Nosso Senhor não indica os t erm os
precisos com que t em os que afirm ar ou negar, senão que o cuidado const ant e da verdade faz
desnecessários os votos e juramentos.

Versículos 38- 42
A sim ples inst rução é: Suport a qualquer inj úria que possas sofrer por am or à paz, encom endando
t uas preocupações ao cuidado do Senhor. O resum o de t udo é que os crist ãos devem evit ar as
disputas e as questões. Se alguém disser que carne e sangue não podem passar por tal afronta, que
se lem brem que carne e sangue não herdarão o Reino de Deus, e os que agem sobre a base dos
princípios justos terão suma paz e consolo.

Versículos 43- 48
Os m est res j udeus ent endiam por " próxim o" som ent e os que eram de seu próprio país, nação e
religião, aos que se com praziam em considerar am igos. O Senhor Jesus ensina que devem os fazer
t oda a bondade verdadeira que pudermos para t odos, especialm ent e por suas alm as. Devem os orar
por eles. Enquant o m uit os devolverão bem por bem , devem os devolver bem por m al; e ist o falará
de um princípio m ais nobre que no que se baseia a m aioria dos hom ens para agir. Out ros saúdam a
seus irm ãos, e abraçam os de seu próprio part ido, cost um e e opinião, porém nós não devem os
limitar assim nosso respeito.
Dever dos crist ãos é desej ar e apont ar à perfeição, e seguir adiant e em graça e sant idade. Ali
devem os t er a int enção de conform ar- nos no exem plo de nosso Pai celest ial ( 1 Pe 1.15- 16).
Seguram ent e se espera m ais dos seguidores de Crist o que dos out ros; seguram ent e se achará m ais
neles que nos outros. Roguemos a Deus que nos capacite para demonstrar- nos como filhos dEle.

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CAPÍTULO 6
Versículos 1- 4 Contra a hipocrisia de dar esmola
Versículos 5- 8 Contra a hipocrisia ao orar
Versículos 9- 15 Como orar
Versículos 16- 18 Respeitar o jejum
Versículos 19- 24 O mal de pensar mundanamente
Versículos 25- 34 Se ordena confiar em Deus

Versículos 1- 4
Logo, nosso Senhor advert iu cont ra a hipocrisia e a sim ulação ext ernas nos deveres religiosos. O
que deve ser feit o, devem os fazê- lo a part ir de um princípio int erior de serm os aprovados por Deus,
não pela busca do elogio dos hom ens. Nest es versículos se nos advert e cont ra a hipocrisia de dar
esmola. At enção a ist o. É pecado sut il; é a vangloria se infilt ra no que fazem os, ant es de
percebermos. Mas o dever não é m enos necessário nem m enos excelent e porque os hipócrit as
abusam dele para servirem seu orgulho. A condena que Crist o dit a parece prim eiro um a prom essa,
m as é sua recom pensa; não é a recom pensa que prom et e Deus aos que fazem o bem , senão a
recom pensa que os hipócrit as se prom et em a si m esm os, e pobre recom pensa é; eles o fizeram
para serem vist os pelos hom ens, e são vist os por eles. Quant o m enos percebem os nossas boas
obras, Deus as not a m ais. Ele t e recom pensará; não com o am o que dá a seu servo o que se ganha,
e nada mais, senão como Pai que dá abundantemente a seu filho o que lhe serve.

Versículos 5- 8
Se tem como verdadeiro que t odos os que são discípulos de Crist o oram . Pode que sej a m ais
rápido achar um hom em vivo que não respire que um crist ão vivo que não ore. Se não há oração,
ent ão não há graça. Os escribas e fariseus eram culpáveis de duas grandes falt as na oração: a
vangloria e a vã repet ição. " Eu lhes asseguro que eles j á receberam sua plena recom pensa" ; se em
algo t ão grande ent re nós e Deus, quando est am os orando, podem os levar em cont a um a coisa t ão
pobre como a adulação dos homens, justo é que isso seja toda a nossa recompensa. Mas não há um
murmurar secreto e repetido em busca de Deus que Ele não veja. É chamado recompensa, mas é de
graça, não por dívida; que mérito pode haver em mendigar? Se não dá a seu povo o que lhe pedem,
deve- se a que sabe que não o necessit am e que não é para seu bem . Tant o dist a Deus de ser
convencido pela largura ou as palavras de nossas orações, que as int ercessões m ais fort es são as
que se em it em com gem idos inexprim íveis. Est udem os bem o que m ost ra a at it ude m ent al em que
devemos oferecer nossas orações, e aprendamos diariamente de Cristo como orar.

Versículos 9- 15
Crist o viu que era necessário m ost rar a seus discípulos qual deve ser corrent em ent e o t em a e o
m ét odo de sua oração. Não se t rat a de que est ej am os obrigados som ent e a usar a m esm a oração
sem pre, porém , sem dúvida, é m uit o bom orar segundo um m odelo. Diz m uit o em poucas palavras;
se usa em forma aceitável não mais do que se usa com entendimento e sem vãs repetições.
Seis são as petições: as primeiras três se relacionam mais expressamente com Deus e sua honra;
as out ras t rês, com nossas preocupações t em porárias e espirit uais. Est a oração nos ensina a buscar
primeiro o reino de Deus e sua justiça, e todas as outras coisas serão agregadas.
Depois das coisas da glória, do reino e da vont ade de Deus, oram os pelo sust ent o e o consolo
necessário na vida present e. Aqui cada palavra cont ém um a lição. Pedimos pão: isso nos ensina
sobriedade e t em perança; e som ent e pedim os pão, não o que não necessit am os. Pedimos por nosso
pão: isso nos ensina honest idade e t rabalho; não devem os pedir o pão de out rem nem o pão do
engano ( Provérbios 20.17) . Nem o pão do ócio ( Provérbios 31.27) , senão o pão honest am ent e
obtido. Pedim os por nosso pão diário, o que nos ensina a depender const ant em ent e da providência
divina. Rogamos a Deus que no- lo dê: não que o venda ou o empreste, senão que o dê. O maior dos
hom ens deve dirigir- se à m isericórdia de Deus para seu pão diário. Oramos: dá- nos. I sto nos ensina
compaixão pelos pobres. Também que devem os orar com nossa fam ília. Oram os para que Deus no-
lo dê nest e dia, o que nos ensina a renovar os desej os de nossas alm as Enquanto a Deus, com o são
renovadas as necessidades de nossos corpos. Ao chegar o dia, devem os orar a nosso Pai celest ial e
reconhecer que poderíamos passar muito bem o dia sem comida, mas não sem oração.
Se nos ensina a odiar e aborrecer o pecado enquant o esperam os m isericórdia, a desconfiar de
nós, a confiar na providência e na graça de Deus para im pedir- nos pecar, a est arm os preparados
para resistir o tentador, e a não voltar- nos tentadores dos outros.

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Aqui há um a prom essa: se perdoar, t eu Pai celest ial t am bém t e perdoará. Devem os perdoar
porque esperam os ser perdoados. Os que desej am achar m isericórdia de Deus devem m ost rar
misericórdia a seus irmãos. Crist o veio ao m undo com o o grande Pacificador não só para reconciliar-
nos com Deus, senão também os uns com os outros.

Versículos 16- 18
O j ej um religioso é um dever requerido aos discípulos de Crist o, m as não é t ant o um dever em si
mesmo, senão com o m eio para dispor- nos para out ros deveres. Jej uar é hum ilhar a alm a ( Salm o
35.13) ; est a é a face int erna do dever; port ant o, que sej a t eu principal int eresse, e Enquanto à
externa, não permitas que se veja cobiça. Deus vê no secreto, e te recompensará em público.

Versículos 19- 24
A m ent alidade m undana é sint om a fat al e corriqueiro da hipocrisia, porque por nenhum pecado
pode Sat anás t er um suport e m ais seguro e m ais firm e na alm a que sob o m ant o de um a profissão
de fé. Algo terá a alma que olhar como o melhor, aquilo no qual se compraz e confia acima de todas
as dem ais coisas. Há t esouros no céu. Sabedoria nossa é realizar t oda diligência para assegurar
nosso direit o à vida et erna por m eio de Jesus Crist o, e olharm os para t odas as coisas daqui em baixo
com o indignas de serem com paradas com aquelas, e não ficarm os cont ent es com nada inferior a
elas. É felicidade superior e além das mudanças e azares do tempo, é herança incorruptível.
O hom em m undano erra em seu prim eiro princípio; port ant o, t odos seus arrazoam ent os e ações
que daí surgem devem ser maus. I sto se aplica por igual à falsa religião; o que é considerado luz é a
escuridão m ais densa. Est e é um exem plo espant oso, m as com um ; port ant o, devem os exam inar
cuidadosamente nossos princípios diretrizes à luz da palavra de Deus, pedindo com oração fervorosa
o ensino de seu Espírito.
Um hom em pode servir um pouco a dois am os, m as pode consagrar- se ao serviço de não m ais
que um . Deus requer t odo o coração e não o dividirá com o m undo. Quando dois am os se opõem
ent re si, nenhum hom em pode servir am bos. Ele se aferra e am a o m undo, e deve desprezar a
Deus; o que ama a Deus deve deixar a amizade do mundo.

Versículos 25- 34
Escassam ent e há um out ro pecado cont ra o qual m ais advirt a nosso Senhor Jesus a seus
discípulos que as preocupações inquiet ant es, que dist raem e fazem desconfiar pelas coisas dest a
vida. Am iúde ist o enreda t ant o o pobre com o o am or pela riqueza ao rico. Mas há um a
despreocupação pelas coisas t em porárias que é dever, em bora não devam os levar a um ext rem o
estas preocupações licitas.
Não se preocupem por sua vida. Nem pela ext ensão dela, senão refiram - na a Deus para que a
alongue ou encurte segundo lhe apraz; nossos tempos estão em sua mão e estão em boa mão. Nem
pelas comodidades desta vida, deixem que Deus a amargue ou adoce segundo lhe pareça. Deus tem
prometido a comida e o vestido, portanto podemos esperá- los.
Não pensem no am anhã, no t em po vindouro. Não se preocupem pelo fut uro, com o viverão no
ano próxim o, ou quando sej am velhos, ou que vão deixar t rás de si. Com o não devem os j act ar- nos
do am anhã, assim t am pouco devem os preocupar- nos pelo am anhã ou seus acont ecim ent os. Deus
nos t em dado vida e nos t em dado o corpo. E que não pode fazer por nós quem fez isso? Se nos
preocuparm os de nossas alm as e da et ernidade, que são m ais importantes que o corpo e que est a
vida, podem os deixar em m ãos de Deus que nos provej a com ida e vest ido, que são o m enos
importante.
Melhorem isto como exortação a confiar em Deus. Devemos reconciliar- nos com nosso patrimônio
no m undo com o o fazem os com nossa est at ura. Não podem os alt erar as disposições da providência,
port ant o devem os subm et er- nos e resignar- nos a elas. O cuidado considerado por nossas alm as é a
m elhor cura da consideração cuidado pelo m undo. Busquem prim eiro o reino de Deus, e façam da
religião a sua ocupação: não digam que est e é o m odo de passar fom e; não é o j eit o de est ar bem
provido, ainda neste mundo.
A conclusão de t odo o assunt o é que é a vont ade e o m andam ent o do Senhor Jesus, que pelas
orações diárias possam os obt er força para sust ent ar- nos sob nossos problem as cot idianos, e arm ar-
nos cont ra as t ent ações que os acom panham e não deixar que nenhum a dessas coisas nos
comovam.
Bem- avent urados os que t om am o Senhor com o seu Deus, e dão plena prova disso confiando- se
t ot alm ent e a sua sabia disposição. Que t eu Espírit o nos dê convicção do pecado na necessidade
desta disposição e tire o mundano de nossos corações.

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CAPÍTULO 7
Versículos 1- 6 Cristo reprova o juízo apressado
Versículos 7- 11 Exortações à oração
Versículos 12- 14 O caminho estreito e o largo
Versículos 15- 20 Contra os falsos profetas
Versículos 21- 29 Sejam fazedores da palavra, não somente ouvintes

Versículos 1- 6
Devem os j ulgar- nos a nós m esm os, e j ulgar nossos próprios at os, porém sem fazer de nossa
palavra um a lei para ninguém . Não devem os j ulgar duram ent e os nossos irm ãos sem t er base. Não
devem os fazer o pior da gent e. Aqui há um a repreensão j ust a para t odos os que brigam com seus
irm ãos por falt as pequenas, enquant o eles se perm it em as grandes. Alguns pecados são com o
ciscos, enquant o que out ros são com o vigas; alguns são com o um m osquit o, e out ros são com o um
camelo. Não é que haj a pecado pequeno; se for com o um cisco ou um argueiro, est á no olho; se for
um m osquit o, est á na gargant a; am bos são dolorosos e perigosos, e não podem os est ar nem
cômodos até que saiam. O que a caridade nos ensina a chamar não mais que palha no olho alheio, o
arrependim ent o e a sant a t rist eza nos ensinará a cham á- lo de viga no nosso. Est ranho é que um
hom em possa est ar num est ado pecam inoso e m iserável, e não percebê- lo, com o um hom em que
t em um a viga em seu olho e não a leva em cont a; m as o deus dest e m undo lhes cega o
entendimento.
Aqui há uma boa regra para os que julgam: primeiro reformem- se a vocês mesmos.

Versículos 7- 11
A oração é o m eio designado para conseguir o que necessit am os. Orem ; orem freqüent em ent e;
façam da oração sua ocupação e sej am sérios e fervorosos nela. Peçam , com o um m endigo pede
esmola. Peçam como o viajante pergunta pelo caminho. Busquem como se busca uma coisa de valor
que perdem os; ou com o o m ercador que procura por pérolas boas. Cham em com o bat e à port a o
que desej a ent rar em casa. O pecado colocou chave e fechou a port a cont ra nós; pela oração
chamamos.
Sej a o que for pelo que orem , conform e com a prom essa, será dado se Deus vê que é bom para
vocês, e que m ais poderiam desej ar? I st o é para aplicá- lo a t odos os que oram bem ; t odo o que
pede, recebe, sej a j udeu ou gent io, j ovem ou velho, rico ou pobre, alt o ou baixo, am o ou servo,
douto ou inculto, todos por igual são bem- aventurados ao trono da graça, se vão pela fé.
É explicado com parando- o com os pais t errenos e sua apt idão para darem a seus filhos o que
pedem. Os pais cost um am ser nesciam ent e afet uosos, m as Deus é onisciente. Ele sabe o que
necessit am os, o que desej am os, e o que é bom para nós. Nunca achem os que nosso Pai celest ial
nos pediria que oremos e depois se negaria a ouvir ou a dar- nos o que não nos prejudica.

Versículos 12- 14
Crist o veio a ensinar- nos não som ent e o que devem os saber e acredit ar, senão o que devem os
fazer; não só para com Deus, senão para com os hom ens; não só para com os que são de nosso
part ido e denom inação, senão para com os hom ens em geral, com t odos aqueles que nos
relacionemos. Devem os fazer a nosso próxim o o que nós m esm os reconhecem os que é bom e
razoável. Em nossos t rat os com os hom ens devem os colocar- nos no m esm o lugar e nas
circunstâncias daqueles com os que nos relacionamos, e agir em conformidade com isso.
Não há senão dois cam inhos: o corret o e o errado, o bom e o m au; o cam inho ao céu e o
caminho ao inferno; t odos vam os andando por um ou por out ro; não há um lugar int erm édio no
além ; não há um cam inho neutro. Todos os filhos dos hom ens som os sant os ou pecadores, bons ou
maus.
Vej am o cam inho do pecado e dos pecadores, que a port a é larga e est á abert a. Podem ent rar
por est a port a com t odas as luxúrias que a rodeiam ; não freia apet it es nem paixões. É um cam inho
largo; exist em m uit as sendas nele, há opções de cam inhos pecam inosos. Há m ult idões nest e
caminho. Mas que proveit o há em est ar dispost o a ir para o inferno com os out ros, porque eles não
irão ao céu conosco? O cam inho da vida et erna é est reit o. Não est am os no céu t ão logo com o
passam os pela port a est reit a. Devem os negar o enérgico, m ant er o corpo sob cont role, e m ort ificar
as corrupções. Devem os resist ir as t ent ações diárias; devem os cum prir os deveres. Devem os velar
em t odas as coisas e andar com cuidado; e devem os passar por m uit a t ribulação. Não obst ant e,
est e cam inho nos convida a t odos; conduz à vida, ao consolo present e no favor de Deus, que é a
vida da alm a; à bênção et erna, cuj a esperança no final de nosso cam inho deve facilit ar- nos todas as

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dificuldades do cam inho. Est a sim ples declaração de Crist o t em sido descart ada por m uit os que se
deram ao t rabalho de fazê- la desaparecer com explicações, porém em t odas as épocas o discípulo
verdadeiro de Crist o t em sido vist o com o um a personalidade singular, que não est á na m oda; e
t odos os que ficaram do lado da grande m aioria, se foram pelo cam inho am plo rum o a dest ruição.
Se servirm os a Deus, devem os ser firm es em nossa religião. Podem os ouvir repet idas vezes sobre a
port a est reit a e o cam inho apert ado, e que são poucos o que o acham , sem condoer- nos por nós
m esm os ou sem considerar se ent ram os no cam inho est reit o e qual o avanço que est am os fazendo
nele?

Versículos 15- 20
Nada im pede t ant o aos hom ens de passar pela port a est reit a e chegar a ser verdadeiros
seguidores de Crist o com o as dout rinas carnais, apaziguadoras e aduladoras dos que se opõem à
verdade. Estes podem ser conhecidos pelo arrasto e os efeitos de suas doutrinas. Uma parte de seus
temperam ent os e condut as result a cont rária à m ent e de Crist o. As opiniões que levam a pecar não
vêm de Deus.

Versículos 21- 29
Aqui Cristo mostra que não bastará reconhecê- lo como nosso Amo somente de palavra e língua. É
necessário para nossa felicidade que acredit em os em Crist o, que nos arrependam os do pecado, que
vivam os um a vida sant a, que nos am em os os uns aos out ros. Est a é sua vont ade, nossa
santificação.
Tenham os cuidado de não apoiar- nos nos privilégios e obras ext ernas, não sej a que nos
enganem os e pereçam os et ernam ent e com um a m ent ira a nossa direit a, com o o fazem m ult idões.
Que cada um que invoca o nom e de Crist o se afast e de t odo pecado. Exist em out ros cuj a religião
descansa no puro ouvir, sem ir além ; suas cabeças est ão cheias de noções vazias. Essas duas
classes de ouvintes estão representados pelos dois construtores. Esta parábola nos ensina a ouvir os
dit ados do Senhor Jesus: alguns podem parecer duros para carne e sangue, m as devem ser feit os.
Crist o est á colocado com o fundam ent o e t oda out ra coisa fora de Crist o é areia. Alguns const roem
suas esperanças na prosperidade m undana; out ros, num a profissão ext erna de religião. Sobre est as
se avent uram , m as est as são só areia, dem asiado fracas para suport ar um a t ram a com o nossas
esperanças do céu.
Há uma tormenta que vem e provará a obra de todo homem. Quando Deus tira a alma, onde está
a esperança do hipócrit a? A casa desabou na t orm ent a, quando m ais a necessit ava o const rut or, e
esperava que lhe servisse de refúgio. Caiu quando era dem asiado t arde para edificar out ra. O
Senhor nos faça const rut ores sábios para a et ernidade. Ent ão, nada nos separará do am or de Crist o
Jesus.
As m ult idões ficavam at ônit as ant e a sabedoria e o poder da dout rina de Crist o. Est e serm ão, t ão
freqüent em ent e lido, sem pre result a novo. Cada palavra prova que seu Aut or é divino. Sejamos
cada vez m ais decididos e fervorosos, e façam os de um a ou de out ra dest as bem - avent uranças e
graças crist ãs o t em a principal de nossos pensam ent os, por sem anas seguidas. Não descansem os
em desejos gerais e confusos, pelos quais possamos captá- lo tudo, porém sem reter nada.

CAPÍTULO 8
Versículo 1 Multidões seguem a Cristo
Versículos 2- 4 cura de um leproso
Versículos 5- 13 Sanidade do servo de um centurião
Versículos 14- 17 Sanidade da sogra de Pedro
Versículos 18- 22 A promessa entusiasta do escriba
Versículos 23- 27 Cristo numa tempestade
Versículos 28- 34 Cura de dois endemoninhados

Versículo 1
Est e versículo se refere ao final do serm ão ant erior. Aqueles aos que Crist o t em - se dado a
conhecer, desejam saber mais dEle.

Versículos 2- 4
Nest es versículos t em os o relat o da lim peza de um leproso feit a por Crist o; o leproso se
aproximou dEle e o adorou com o a Um invest ido de poder divino. Est a purificação não som ent e nos

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guia a acudirm os a Crist o, que t em poder sobre as doenças físicas, para a sanidade delas; t am bém
nos ensina a m aneira de apelas a Ele. Quando não podem os est ar seguros da vont ade de Deus,
podem os est ar seguros de sua sabedoria e m isericórdia. Por grande que sej a a culpa, no sangue de
Ct há aquilo que a expia; nenhum a corrupção é t ão fort e que não haj a em sua graça o que possa
submetê- la. Para serm os purificados, devem os encom endar- nos a sua piedade; não podem os
demandá- lo como dívida; devemos pedi- lo humildemente como um favor.
Os que pela fé apelam a Crist o por m isericórdia e graça, podem est ar seguros de que Ele est á
dando- lhes livrem ent e a m isericórdia e a graça que eles assim procuram . Bendit as sej am as aflições
que nos levam a conhecer a Cristo, e nos fazem procurar sua ajuda e sua salvação.
Os que são limpos de sua lepra espiritual, vão aos ministros de Cristo e exponham seu caso, para
serem aconselhados, consolados e para que orem por eles.

Versículos 5- 13
Est e cent urião era pagão, um soldado rom ano. Em bora soldado, não obst ant e, era um bom
homem. Nenhum a vocação nem posição do hom em serão desculpa para a incredulidade e o pecado.
Vej am com o expõe o caso de seu servo. Devem os int eressar- nos pelas alm as de nossos filhos e
servos, espirit ualm ent e doent es, que não sent em os m ales espirit uais, e não conhecem o que é
espiritualmente bom; devemos levá- los a Cristo por fé e por oração.
Observe- se sua hum ilhação. As alm as hum ildes se fazem m ais hum ildes pela graça de Crist o no
t rat o com eles. Observe- se sua grande fé. Enquant o m enos os confiem os em nós m esm os, m ais
fort e será nossa confiança em Crist o. Aqui o cent urião lhe reconhece o m ando com poder divino e
pleno sobre todas as criaturas e poderes da natureza, como um amo sobre seus servos. Este tipo de
servos devem os ser t odos para Deus; devem os ir e vir, conform e com os m andados de Sua palavra
e com as disposições de sua providência.
Mas quando o Filho do Hom em vem , encont ra pouca fé, port ant o, acha pouco frut o. Uma
profissão ext erna faz que sej am os cham ados filhos do reino, porém se descarnarm os nisso e nada
mais podemos mostrar, seremos rejeitados.
O servo obt eve a sanidade de sua doença e o am o obt eve a aprovação de sua fé. O que foi dito a
ele, se diz a todos: Crê, e receberás; somente crê. Veja o poder de Cristo e o poder da fé. A cura de
nossas almas é, logo, o efeito e a prova de nosso interesse no sangue de Cristo.

Versículos 14- 17
Pedro t inha um a esposa em bora fosse apóst olo de Crist o, o que dem onst ra que Ele aprovava o
estado do matrimônio, sendo bondoso com a mãe da esposa de Pedro. A igreja de Roma, que proíbe
que seus m inist ros se casem , cont radiz a est e apóst olo, sobre o qual t ant o se apóiam . Tinha sua
sogra consigo em sua fam ília, o que é exem plo de ser bom com nossos pais. Na sanidade espirit ual,
a Escrit ura diz a palavra, o Espírit o dá o t oque, t oca o coração, t oca a m ão. Aqueles que se
recuperam de um a febre cost um am ficar fracos durant e um t em po; m ás para mostrar que esta cura
estava acima do poder da natureza, a manhã ficou tão bem que de imediato se dedicou aos afazeres
da casa.
Os m ilagres que fez Jesus foram publicados am plam ent e, de m odo que m uit os se agruparam
vindo at é Ele, e curou a t odos os que est avam doent es, em bora o pacient e est ivesse fraco dem ais e
o caso fosse do pior. Muitas são as doenças e as calamidades do corpo às que estamos propensos; e
há m ais nest as palavras do evangelho que dizem que Jesus Crist o levou nossas doenças e nossas
dores, para sust ent ar- nos e consolar- nos quando est am os subm et idos a elas, que em t odos os
escrit os dos filósofos. Não nos queixam os pelo t rabalho, o problem a ou o gast o ao fazerm os o bem
ao próximo.

Versículos 18- 22
Um dos escribas se apressou a prometer; se diz seguidor de Cristo. Parece muito resoluto. Muitas
decisões religiosas são produzidas por um a súbit a convicção do pecado, e assum idas sem um a
devida reflexão; est as dão em nada. Quando est e escriba ofereceu seguir a Crist o, se poderia
pensar que Jesus deve t er- se sent ido anim ado; um escriba podia dar m ais crédit o e serviço que
doze pescadores; porém Crist o viu seu coração, e respondeu a seus pensam ent os, e ensina a t odos
com o ir a Crist o. Sua resolução parece surgir de um princípio m undano e cobiçoso; m as Crist o não
t inha onde reclinar sua cabeça, e se ele o seguisse, não devia esperar que lhe iria m elhor. Temos
razão para pensar que este escriba se afastou.
Out ro era dem asiado lent o. A dem ora em fazer e, por um lado, t ão negat iva com o a pressa por
resolver- se por out ro lado. Pediu perm issão para ocupar- se de ent errar seu pai, e que depois se
colocaria ao serviço de Crist o. I st o parecia razoável, em bora não fosse j ust o. Não t inha zelo
verdadeiro pela obra. Ent errar o m ort o, especialm ent e um pai m ort o, é um a boa obra, m as não é

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tua obra neste momento. Se Cristo requer nosso serviço, deve ceder- se ainda o afeto pelos parentes
m ais próxim os e queridos, e pelas coisas que não são nosso dever. Para a m ent e sem disposição
nunca falt am as desculpas. Jesus lhe disse " Siga- m e" e, sem dúvida, saiu poder com est a palavra
para ele com o para os out ros; seguiu a Crist o e se aferrou a Ele. O escriba disse " eu t e seguirei" ; a
est e out ro hom em , Crist o disse " Siga- m e" ; com parando- os, se vê que som os levados a Crist o pela
força de seu chamado pessoal (Romanos 9.16).

Versículos 23- 27
Consolo para os que se lançam ao m ar em barcos, e cost um am passar perigo ali, é reflet ir que
t êm um Salvador em quem confiar e ao qual orar, que sabe que é est ar na água e est ar em
tormentas. Os que estão passando pelo oceano deste mundo com Cristo, devem esperar tormentas.
Sua nat ureza hum ana, sem elhant e a nós em t udo, porém sem pecado, est ava fat igada e
adorm eceu nesse m om ent o para provar a fé de seus discípulos. Eles foram a seu Mest re em seu
temor. Assim é na alm a; quando as luxúrias e as t ent ações se levant am a rugem , e Deus est á
aparentem ent e dorm ido para o que est á acont ecendo, ist o nos conduz à beira do desespero. Então,
se clam a por um a palavra de sua boca: Senhor Jesus, não fiques calado ou est ou acabado. Muitos
que t êm fé verdadeira são fracos nela. Sem discípulos de Crist o eram dados a inquiet ar- se com
t em ores num dia t em pest uoso; atormentavam- se a si mesmos com as coisas que estavam mal para
eles, e com pensam ent os desalent adores de que virá algo pior. As grandes t orm ent as da dúvida e
t em or na alm a, sob o poder do espírit o de escravidão, cost um am acabar num a m aravilhosa calm a,
criada e dirigida pelo Espírito de adoção.
Eles ficaram est upefat os. Nunca t inham vist o que um a t orm ent a fosse de im ediat o acalm ada t ão
perfeitamente. Ele pode fazer isso, pode fazer qualquer coisa, o que est im ula a confiança e o
consolo nEle, no dia mais tempestuoso de dentro ou de fora (Isaias 26.4).

Versículos 28- 34
Os dem ônios nada t êm a ver com Crist o com o Salvador; eles não t êm nem esperam nenhum
benefício dEle. Oh, a profundidade dest e m ist ério do am or divino: que o hom em caído t enha t ant o a
ver com Crist o, quando os anj os caídos nada t êm a ver com Ele! ( Hebreus 2.16) . Seguram ent e que
aqui sofreram um t orm ent o, ao serem forçados a reconhecer a excelência que há em Crist o, e ainda
assim , não t er part e com Ele. Os dem ônios não desej am t er nada a ver com Crist o com o Rei. Veja
que linguagem falam os que não t erão nada a ver com o evangelho de Crist o. Cont udo, não é
verdade que os dem ônios não t enham nada a ver com Crist o com o Juiz, pois t em t udo a ver, e
sabem disso; assim é para com todos os filhos dos homens.
Sat anás e seus inst rum ent os não podem ir além do que o Senhor perm it a; eles devem deixar a
possessão quando Ele ordena. Não podem rom per o cerco de prot eção em volt a de seu povo; nem
sequer podem entrar num porco sem Sua permissão.
Receberam a perm issão. Freqüent em ent e Deus perm it e, por obj et ivos sant os e sábios, os
esforços da ira de Sat anás. Assim , pois, o diabo apressa a gent e a pecar; os apressa ao que t êm
resolvido em cont ra, do qual sabem que será vergonha e dor para eles; m iserável é a condição dos
que são levados cativos por ele a sua vontade.
Exist em m uit os que preferem seus porcos ao Salvador e, assim , não alcançam a Crist o e a
salvação por Ele. Eles desej am que Crist o se vá de seus corações, e não suport am que Sua Palavra
t enha lugar neles, porque Ele e sua palavra dest ruiriam suas concupiscências brut ais, isso que se
ent rega aos porcos com o alim ent o. Just o é que Crist o abandone aos que est ão cansados dEle; e
depois diga: "Apartem- se de mim, malditos", aos que dizem ao Todo Poderoso: "Saí de nós".

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 8 Jesus regressa a Cafarnaum e cura um paralítico
Versículo 9 Chamado de Mateus
Versículos 10- 13 Mateus, ou a festa de Levi
Versículos 14- 17 Objeções dos discípulos de João
Versículos 18- 26 Cristo ressuscita a filha de Jairo Cura o fluxo de sangue
Versículos 27- 31 Cura de dois cegos
Versículos 32- 34 Cristo lança fora um espírito mudo
Versículos 35- 38 Envia os apóstolos

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Versículos 1- 8
A fé dos am igos do paralít ico ao levá- lo a Crist o era um a fé firm e; eles criam firm em ent e que
Jesus Crist o podia e quereria curá- lo. Um a fé fort e não considera os obst áculos ao ir em busca de
Cristo. Era um a fé hum ilde; eles o levaram a esperar em Crist o. Era um a fé at iva. O pecado pode
ser perdoado, m as não ser elim inada a doença; a enferm idade pode ser t irada, m as não ser
perdoado o pecado; porém se t em os o consolo da paz com Deus, com o consola da recuperação da
enfermidade, ist o faz com que, sem dúvida, a sanidade sej a um a m isericórdia. I st o não é exort ação
para pecar. Se você leva seus pecados a Jesus Crist o, com o sua doença e sua desgraça para ser
curado disso, e livrado daqueles, é bom ; porém ir com eles, com o t eus am ores e deleit es, pensando
ainda em ret ê- los e recebê- lo a Ele, é um t rem endo erro, um engano m iserável. A grande int enção
do bendito Jesus na redenção que operou é separar nossos corações do pecado.
Nosso Senhor Jesus t em perfeit o conhecim ent o de t odo o que dizem os dent ro de nós m esm os.
Exist e m uit o m al nos pensam ent os pecam inosos, que result a m uit o ofensivo para o Senhor Jesus. A
Crist o lhe int eressa m ost rar que sua grande m issão para o m undo era salvar seu povo de seus
pecados. Deixou o debate com os escribas e pronunciou as palavras de sanidade para o doente. Não
só não t eve m ais necessidade de que o levassem em seu leit o, senão que t eve forças para levá- lo
ele mesmo. Deus deve ser glorificado em todo o poder que se dá para fazer o bem.

Versículo 9
Mat eus foi em at enção a seu chamado, com o os out ros aos que Crist o cham ou. Com o Sat anás
vem com suas t ent ações ao ocioso, assim vem Crist o com seus cham ados aos que est ão ocupados.
Todos t em os nat ural aversão a t i, oh Deus; cham a- nos a seguir- t e, at rai- nos por t ua poderosa
palavra e correrem os at rás de t i. Fala pela palavra do Espírito a nossos corações, o mundo não pode
reter- nos, Sat anás não pode det er nosso cam inho, nos levant arem os e t e seguirem os. Crist o com o
aut or, e sua palavra com o o m eio, opera um a m udança salvadora na alm a. Nem o cargo de Mat eus
nem seus lucros, puderam det ê- lo quando Crist o o cham ou. Ele o deixou t udo, e em bora depois,
ocasionalm ent e, aos discípulos que eram pescadores os acham os pescando de novo, nunca m ais
acharemos a Mateus em seus ganhos pecaminosos.

Versículos 10- 13
Tem po depois de seu chamado, Mat eus procurou levar seus ant igos sócios a que ouvissem a
Cristo. Sabia por experiência o que podia fazer a graça de Crist o e não desesperou a esse respeit o.
Os que são eficazm ent e levados a Crist o não podem senão desej ar que os out ros t am bém sej am
levados a Ele.
Aqueles que supõem que suas alm as est ão sem doença não acolherão o Médico espirit ual. Este
era o caso dos fariseus; eles desprezaram a Crist o porque se criam ínt egros; m as os pobres
publicanos e pecadores sent iam que lhes falt ava inst rução e em enda. Fácil é, e t am bém corriqueiro,
colocar as piores int erpret ações sobre as m elhores palavras e ações. Pode suspeit ar- se com j ust iça
que os que não têm a graça de Deus não se comprazem com que outros a consigam. Aqui se chama
misericórdia que Crist o converse com os pecadores, porque fom ent ar a conversação das alm as é o
maior ato de misericórdia.
O cham ado do evangelho é um chamado ao arrependim ent o; um cham ado para que m udem os
nosso m odo de pensar e m udem os nossos cam inhos. Se os filhos dos hom ens não fossem
pecadores, não t eria sido necessário que Crist o viesse a eles. Exam inem os se invest igam os nossa
doença e se aprendemos a seguir as ordens de nosso grande médico.

Versículos 14- 17
Nest a época João est ava preso; suas circunst âncias, seu carát er e a nat ureza da m ensagem que
foi enviado a dar, conduziu os que est avam peculiarm ent e afet os a ele a realizarem j ej uns
freqüentes. Cristo os referiu ao testemunho que João dá dEle (João 3.29). Ainda que não há dúvidas
de que Jesus e seus discípulos viveram de form a frugal e econôm ica, seria im próprio que seus
discípulos j ej uassem enquant o t inham o consolo de sua presença. Quando est á com eles, t odo est á
bem. A presença do sol faz o dia, e sua ausência produz a noite.
Nosso Senhor lem bra depois as regras com uns da prudência. Não era cost um e Pager um pedaço
de t ecido de lã crua, que nunca t inha sido preparada, para cost urá- lo num a vest e velha, pois não
ficaria bem ligado nela e o desgarraria ainda m ais, e a rasgadura ficaria pior. Nem t am pouco os
hom ens colocavam vinho novo em odres velhos, que apodreceriam e arrebent ariam pela
fermentação do vinho; ao colocar o vinho novo em odres novos e fortes, ambos seriam preservados.
Requere- se grande prudência e caut ela para que os novos convert idos não recebam idéias som brias
e proibit ivas do serviço de nosso Senhor; ant es deverão ser est im ulados nos deveres a m edida que
sejam capazes de suportá- los.

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Versículos 18- 26
A m ort e de nossos fam iliares deve levar- nos a Crist o, que é nossa vida. Grande honra para os
maiores reis é esperar no Senhor; e os que recebam m isericórdia de Crist o devem honrá- lo. A
variedade de m ét odos que Crist o usou para fazer seus m ilagres t alvez se deveu às diferent es
disposições m ent ais e t em peram ent os com que vinham os que a Ele acudiam ; t udo ist o o conhecia
perfeitamente Aquele que esquadrinha os corações.
Um a pobre m ulher apelou a Crist o e recebeu dEle m isericórdia, ao passar pelo cam inho. Se
somente t ocarm os, com o se assim fosse, a borda da t única de Crist o, pela fé viva, serão sarados
nossos piores m ales; não há out ra cura verdadeira nem devem os t em er que saiba coisas que são
dor e carga para nós, e que não contaríamos a nenhum amigo terreno.
Quando Crist o ent rou na casa do hom em principal disse: " Afast em - se". Às vezes, quando
prevalece a dor do m undo, é difícil que ent rem Crist o e suas consolações. A filha do principal est ava
realm ent e m ort a, m as não para Crist o. A m ort e do j ust o, de m aneira especial, deve ser considerada
somente um dormir.
As palavras e as obras de Crist o podem não ser ent endidas no com eço, e, cont udo, não por isso
devem ser desprezadas. A gent e foi fort alecida. Os escarnecedores que riem do que não ent endem
não são t est em unhas apropriadas das m aravilhosas obras de Crist o. As alm as m ort as não são
ressuscit adas para a vida espirit ual, a m enos que Crist o as t om e pela m ão; foi feit o no dia de seu
poder. Se est e único caso em que Crist o ressuscit ou a um m ort o recent e aum ent ou t ant o sua fama,
que será de sua glória quando t odos os que est ão nos sepulcros ouçam sua voz e saiam ; os que
fizeram o bem , para a ressurreição da vida, e os que fizeram o m al, para a ressurreição da
condenação!

Versículos 27- 31
Nest a época os j udeus esperavam que aparecesse o Messias; est es cegos souberam e
proclamaram nas ruas de Cafarnaum que t inha vindo, e que era Jesus. Os que, pela providência de
Deus, perderam a vista física, pela graça de Deus podem ter plenamente iluminados os olhos de seu
entendimento. Sejam quais forem nossas necessidades e cargas, não necessit am os m ais provisão e
apoio que participar na misericórdia de nosso Senhor Jesus. Em Cristo há suficiente para todos.
Eles o seguiram grit ando em voz alt a. Provaria sua fé, e nos ensinaria a orar sem pre e a não
desm aiar, em bora a respost a não chegue logo. Eles seguiram a Crist o e o seguiram clam ando, m as
a grande pergunt a é: Você crê? A nat ureza pode fazer- nos fervorosos, porém é só a graça a que
pode operar a fé.
Crist o t ocou seus olhos, ele dá visão às alm as cegas pelo poder de sua graça que vá unida à sua
palavra, e repart e a cura sobre a fé deles. Os que apelam a Jesus Crist o serão t rat ados não
conforme a suas fantasias nem a sua profissão, senão conforme a sua fé.
Às vezes Crist o ocult ava seus m ilagres pois não queria dar pé ao engano que prevalecia ent re os
j udeus de que seu Messias seria um príncipe t em poral, e assim , dar ocasião a que o povo t ent asse
tumultos e sedições.

Versículos 32- 34
De am bos, m elhor é um dem ônio m udo que um que blasfem e. As curas de Crist o vão diret o à
raiz, e eliminam o efeito tirando a causa; abrem os lábios rompendo o poder de Satanás na alma.
Nada pode convencer aos que est ão sob o poder do orgulho. Acredit arão em qualquer coisa, por
falsa e absurda que sej a, ant es que nas Sagradas Escrit uras; assim , dem onst ram a inim izade de
seus corações contra o Santo Deus.

Versículos 35- 38
Jesus visit ou não som ent e as cidades grandes e ricas, senão as aldeias pobres e escuras, e ali
pregou e curou. As alm as dos m ais vis do m undo são t ão preciosas para Crist o, e devem sê- lo para
nós, como as almas dos que mais figuram. Havia sacerdotes, levitas e escribas em toda a terra; mas
eram past ores de ídolos ( Zacarias 11.17) ; port ant o, Crist o t eve com paixão do povo com o ovelhas
desam paradas e dispersas, com o hom ens que perecem por falt a de conhecim ent o. Hoj e t am bém há
multidões enormes que são como ovelhas sem pastor, e devemos ter compaixão e fazer tudo quanto
puderm os para aj udá- los. As m ult idões desej osas de inst rução espirit ual form am um a colheita
abundant e que necessit ava m uit os operários at ivos; m as poucos m ereciam esse carát er. Crist o é o
Senhor da seara. Orem os que m uit os sej am levant ados e enviados a t rabalhar para levar am as a
Cristo. É sinal de que Deus est á por conceder algum a m isericórdia especial a um povo quando os
convida a orar por isso. As m issões encom endadas aos operários com o respost a à oração, são as
que mais provavelmente terão êxito.

17
CAPÍTULO 10
Versículos 1- 4 Chamado dos apóstolos
Versículos 5- 15 Os apóstolos são instruídos e enviados
Versículos 16- 42 Instruções para os apóstolos

Versículos 1- 4
A palavra " apóst olo" significa " m ensageiro" ; eles eram os m ensageiros de Crist o enviados a
proclam ar seu reino. Crist o lhes deu poder para sarar t oda classe de doenças. Na graça do
Evangelho há um balsam o para cada chaga, um rem édio para cada doença. Não há enferm idade
espirit ual se não há poder em Crist o para curá- la. Seus nom es est ão escrit os e isso é sua honra;
m as eles t inham m aior razão para regozij ar- se em que seus nom es est ivessem escrit os no céu,
enquanto os nomes elevados e poderosos dos grandes da terra estão soterrados no pó.

Versículos 5- 15
Não se deve levar o evangelho aos gent ios at é que os j udeus o t enham rej eit ado. Est a lim it ação
aos apóstolos foi somente para sua primeira missão.
Onde quer que fossem deviam pregar est a m ensagem : " O Reino dos Céus est á próximo". Eles
pregaram para est abelecer a fé; o reino para anim ar a esperança; dos céus para inspirar o am or às
coisas celest iais e o desprezo pelas t errenas; que est ava próximo, para que os hom ens se
preparassem sem demora.
Crist o lhes deu poder para realizar m ilagres com o confirm ação de sua dout rina. I st o não é
necessário agora que o Reino de Deus veio. Most ra que a int enção da dout rina que pregavam era
curar almas enfermas e ressuscitar os que estavam mortos no pecado.
Ao proclam ar o evangelho da graça nas cidades e povos desconhecidos, o servo de Crist o é
em baixador da paz em qualquer part e aonde sej a enviado., sua m ensagem é at é para os pecadores
m ais vis, em bora lhes corresponda buscar as m elhores pessoas de cada lugar. Não convém orar de
todo coração por todos e conduzirmos cortesmente com todos.
Deu- lhes inst ruções sobre com o agir com os que os rej eit em . Todo o conselho de Deus deve ser
declarado, e aos que não ouçam a m ensagem da graça, se deve dem onst rar que seu est ado é
perigoso. I sto deve ser levado muito a serio por todos os que ouvem o evangelho, não seja que seus
privilégios lhes sirvam somente para aumentar sua condena.

Versículos 16- 42
Nosso Senhor advert e a seus discípulos que se preparem para a perseguição. Eles deviam evit ar
t odas as coisas que dessem vant agem a seus inim igos, t oda int rom issão nos esforços polít icos ou
m undanos, t oda aparência de m al ou egoísm o, e t odas as m edidas clandest inas. Crist o padece
dificuldades não só para que os t ranst ornos não sej am surpresa, senão para que eles possam
confirmar sua fé. Diz- lhes que devem sofrer e de parte de quem. Assim, Cristo nos tem tratado fiel e
eqüitativam ent e, dizendo- nos o pior que podem os achar em seu serviço; e quer que assim nos
tratemos a nós mesmos, ao sentar- nos a calcular o custo.
Os perseguidores são piores que as best as, porque fazem presa dos m esm os de sua espécie. Os
laços de am or e dever m ais sólidos se rom peram por inim izade cont ra Cristo. Os sofrim ent os de
part e de am izades e parent es são m uit o dolorosos; nada fere m ais. Sim plesm ent e parece que t odos
os que desej am viver piam ent e em Crist o Jesus padecerão perseguição; e devem os esperar que
através de muitas tribulações entremos no Reino de Deus.
Nest a predição de problem as, há conselhos e consolo para os m om ent os de provação. Os
discípulos de Cristo são odiados e perseguidos como serpentes, e se procura sua ruína, e necessitam
a sabedoria da serpent e, m as a sim plicidade das pom bas. Não som ent e não danifiquem a ninguém ,
senão que não t enham m á vont ade cont ra ninguém . Deve haver cuidado prudent e, porém não
devem deixar- se dom inar por pensam ent os de angúst ia e confusão; que est a preocupação sej a
lançada sobre Deus. Os discípulos de Crist o devem pensar m ais em realizar o bem que em falar
bem. No caso de grande perigo, os discípulos de Crist o podem sair do cam inho perigoso, ainda
quando não devam sair- se do cam inho do dever. Não se devem usar m eios pecam inosos e ilícit os
para fugir; porque ent ão não se t rat a de um a port a que Deus t enha abert o. O t em or ao hom em lhe
coloca um a arm adilha, um a cilada de confusão que pert urba nossa paz; um a arm adilha que enreda,
pela qual som os at raídos ao pecado; e port ant o, se deve lut ar e orar em sua cont ra. A t ribulação, a
angúst ia e a perseguição não podem elim inar o am or de Deus por eles ou o deles por Ele. Temam
Àquele que pode destruir o corpo e a alma no inferno.

18
Eles devem dar sua mensagem publicamente, porque todos estão profundamente preocupados da
doutrina do Evangelho. Deve dar- se a conhecer t odo o conselho de Deus ( At os 20.27) . Crist o lhes
m ost ra por que devem est ar de bom ânim o. Seus sofrim ent os t est em unham cont ra os que se
opõem a seu Evangelho. Quando Deus nos cham a para falarm os por Ele, podem os depender dEle
para que nos ensine o que dizer. Uma perspectiva fiel do final de nossas aflições será muito útil para
sustentar- nos quando estejamos submetidos a elas. O poder será conforme ao dia. De grande ânimo
para os que estão realizando a obra de Deus é que seja uma obra que certamente será feita.
Veja- se com o o cuidado da providência se est ende a t odas as criat uras, ainda aos pardais. I sto
deve silenciar t odos os t em ores do povo de Deus: Vocês valem m ais que m uit os pardais. Os
próprios cabelos de suas cabeças est ão t odos cont ados. I st o denot a a crist ã que Deus faz e m ant ém
de seu povo. Nosso dever é não só crer em Crist o, senão professar essa fé, sofrendo por Ele,
quando som os cham ados a isso, assim com o t am bém a servi- lo. Aqui som ent e se alude à negação
de Crist o que é persist ent e, e essa confissão só pode t er a bendit a recom pensa aqui prom et ida, que
é a linguagem verdadeira e const ant e do am or e da fé. A religião vale tudo; todos os que crêem sua
verdade, chegarão ao prêmio e farão que todos o resto se renda a isso. Cristo nos conduzirá através
dos sofrim ent os para gloriar- nos nEle. Os m elhores preparados para a vida vindoura são os que
estão mais livres desta vida presente.
Em bora a bondade feit a aos discípulos de Crist o sej a sum am ent e pequena, será aceit a quando
haj a ocasião para ela e não exist a capacidade de fazer m ais. Crist o não diz que m ereçam
recompensa, porque não podem os m erecer nada da m ão de Deus; porém receberão um prêm io da
dádiva grat uit a de Deus. Confessem os ousadam ent e a Crist o e m ost rem os nosso am or por Ele em
todas as coisas.

CAPÍTULO 11
Versículo 1 A pregação de Cristo
Versículos 2- 6 A resposta de Cristo aos discípulos de João
Versículos 7- 15 O testemunho de Cristo acerca de João Batista
Versículos 16- 24 A perversidade dos judeus
Versículos 25- 30 O evangelho revelado ao símplice Convite aos carregados

Versículo 1
Nosso divino Redent or nunca se cansou de sua obra de am or; e nós não devem os cansar- nos de
fazer o bem, pois a seu devido tempo colheremos, se não desfalecermos.

Versículos 2- 6
Alguns pensam que João enviou a pergunt ar ist o para sua sat isfação. Onde há verdadeira fé,
pode ainda restar uma ponta de dúvida. A incredulidade restante nos homens bons pode, na hora da
t ent ação, quest ionar às vezes as verdades m ais importantes. Mas esperam os que a fé de João não
falhasse nest e assunt o, e que ele som ent e desej asse vê- la fort alecida e confirm ada. Out ros pensam
que João enviou seus discípulos a Cristo para satisfação deles.
Crist o ensina o que t êm ouvido e vist o. A condescendência e a com paixão da graça de Crist o
pelos pobres m ost ram que Ele era quem devia t razer ao m undo as doces m isericórdias de nosso
Deus.
As coisas que os hom ens vêem e ouvem , com paradas com as Escrit uras, dirigem o cam inho em
que se deve achar a salvação. Cust a vencer os prej uízos, e é perigoso não vencê- los, m as os que
crêem em Cristo, verão que sua fé será achada muito mais para o louvor, honra e glória.

Versículos 7- 15
O que Crist o disse acerca de João não som ent e foi para elogiá- lo, senão para proveit o do povo.
Os que ouvem a palavra serão cham ados a dar cont a de seu proveit o. Pensam os que se t erm ina o
cuidado quando se termina o sermão? Não, então começa o maior dos cuidados.
João era um hom em abnegado, m ort o para t odas as pom pas do m undo e os prazeres dos
sentidos. Convém que a gente, em todas suas aparências, seja coerente com seu caráter e situação.
João era hom em grande e bom , porém não perfeit o; port ant o, não alcançou a est at ura dos
sant os glorificados. O m enor no céu sabe m ais, am a m ais, e realiza m ais louvando a Deus e recebe
m ais dEle que o m aior dest e m undo. Mas por Reino dos Céus, aqui deve ent ender- se m elhor o reino
da graça, a dispensação do evangelho em seu poder e pureza. Quant a razão t em os para est arm os
agradecidos que nossa sorte corra nos dias do Reino dos Céus, sob tais vantagens de luz e de amor!

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Exist em m ult idões que foram t razidas pelo m inist ério de João e chegaram a ser discípulos dele. E
houve os que lutaram por um lugar neste reino, que ninguém pensaria que tinham direito nem título
por isso, e pareceram serem int rusos. Nos m ost ra quant o fervor e zelo se requer de t odos. É
necessário negar o eu; é m ist er m udar a inclinação, a disposição e o t em peram ent o da m ent e. Os
que t enham um int eresse na salvação grandiosa, o t erão a qualquer cust o, e não pensarão que é
difícil nem a deixarão ir sem um a bênção. As coisas de Deus são de preocupação grande e com um .
Deus não requer m ais de nós que o uso j ust o das faculdades que nos deu. A gent e é ignorant e
porque não quer aprender.

Versículos 16- 24
Crist o reflet e nos escribas e fariseus que t inham um orgulhoso conceit o de sim . Com para a
condut a deles com o j ogo das crianças que, irrit ando- se sem razão, discut em t odas as t ent at ivas de
seus com panheiros por com prazê- los, ou para que se unam a seus j ogos para os quais cost um avam
reunir- se.
As obj eções capciosas dos hom ens m undanos são am iúde zom badoras e dem onst ram grande
m alícia. Algo t êm que crit icar de t odos por excelent e e sant o que sej a. Crist o, que era im aculado e
separado dos pecadores, aqui se apresenta junto com eles e contaminado por eles. A inocência mais
imaculada não sempre será defesa contra a censura.
Crist o sabia que os corações dos j udeus eram m ais resistentes e endurecidos cont ra seus
milagres e doutrinas que os de Tiro e Sidom; portanto, sua condenação será maior. O Senhor exerce
sua onipot ência, m as não cast iga além do que m erecem e nunca ret ém o conhecim ent o da verdade
daqueles que o anelam.

Versículos 25- 30
Corresponde aos filhos serem agradecidos. Quando vam os a Deus com o Pai, devem os lem brar
que Ele é o Senhor do céu e da terra, o qual nos obriga a ir a Ele com reverência Enquanto é Senhor
soberano de t udo; ainda com confiança, com o a Quem é capaz de defender- nos do m al e
proporcionar- nos todo bem.
Nosso bendit o Senhor agregou um a declaração not ável: que o Pai t inha colocado em Suas m ãos
t odo poder, aut oridade e j uízo. Est am os em dívida com Crist o por t oda a revelação que t em os da
vontade e o amor de Deus Pai, ainda desde que Adão pecou.
Nosso Salvador tem convidado a todos os que trabalham forte e estão muito carregados para que
vão a Ele. Em alguns sent idos, t odos os hom ens est ão assim . País hom ens m undanos se
sobrecarregam com preocupações est éreis pela riqueza e as honras; o alegre e sensual se esforço
em pós dos prazeres; o escravo de Sat anás e suas próprias luxúrias é o servo m ais escravizado da
terra. Os que t rabalham duro por est abelecer sua própria j ust iça, t am bém t rabalham em vão. O
pecador convict o est á m uit o carregado de culpa e de t error; e o crent e t ent ado e aflit o t em
t rabalhos duros e cargas pesadas. Crist o convida a rodos a irem a Ele em pós de repouso para suas
almas. Ele som ent e dá est e convit e: os hom ens vão a Ele quando, sent indo sua culpa a m iséria, e
acredit ando em seu am or e poder para socorrer, o buscam com oração fervorosa. Assim , pois, é
dever e int eresse dos pecadores duros e carregados, irem a Jesus Crist o. Est e é o chamado do
evangelho: quem quiser vir, venha. Todos os que assim vão receberão repouso com o present e de
Crist o, e obt erão paz e consolo em seu coração. Mas ao irem a Ele devem t om ar seu j ugo e
submeter- se a sua aut oridade. Devem aprender dEle t odas as coisas acerca de seu consolo e
obediência. Ele aceit a o servo dispost o, por im perfeit os que sej am seus serviços. Aqui podem os
achar repouso para nossas almas, e somente aqui.
Nem temos que temer seu jugo. Seus mandamentos são santos, justos e bons. Requer negar a si
m esm o e t raz dificuldades, m as ist o é abundant em ent e recom pensado, j á nest e m undo, pela paz e
gozo int erior. É um j ugo forrado com am or. Tão poderosos são os socorros que nossa dá, t ão
adequadas as exort ações e t ão fort es as consolações que se encont ram no cam inho do dever, que
podem os dizer verdadeiram ent e que é um j ugo grat o. O cam inho do dever é o cam inho do repouso.
As verdades que ensina Cristo são tais que podemos aventurar por elas nossa alma.
Tal é a m isericórdia do Redent or, e por que deveria o pecador carregado procurar repouso em
algum a out ra part e? Vam os diariam ent e a Ele em busca da liberação da ira e da culpa, do pecado e
de Satanás, de todas nossas preocupações, temores e dores. Mas a obediência forçada, longe de ser
fácil e leviana, é carga pesada. Em vão nos aproxim am os a Jesus com nossos lábios enquant o o
coração está longe dEle. Então, venham a Jesus para achar repouso para suas almas.

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CAPÍTULO 12
Versículos 1- 8 Jesus defende seus discípulos por espigar no dia de repouso
Versículos 9- 13 Jesus cura no dia de repouso ao homem da mão ressequida
Versículos 14- 21 Malícia dos fariseus
Versículos 22- 30 Jesus cura um endemoninhado
Versículos 31- 32 Blasfêmia dos fariseus
Versículos 33- 37 As mas palavras procedem de um coração mau
Versículos 38- 45 Escribas e fariseus repreendidos por pedirem sinais
Versículos 46- 50 Os discípulos de Cristo são seus irmãos mais próximos

Versículos 1- 8
Est ando nos cam pos de t rigo, os discípulos com eçaram a t irar t rigo: a lei de Deus o perm it ia
( Deut eronôm io 23.25) . Est a era um a m agra provisão para Crist o e seus discípulos, porém se
cont ent avam com isso. Os fariseus não discut iram com eles por cort ar o t rigo de out ro hom em ,
senão por fazê- lo no dia de repouso. Crist o veio para libert ar seus seguidores, não só das
corrupções dos fariseus, senão de suas regras ant i- bíblicas, e j ust ificou o que eles fizeram . O m aior
não verá satisfeit as suas concupiscências, m as o m enor verá que há consideração por suas
necessidades. Os trabalho no dia do repouso são legítimos se necessários, e o dia de repouso é para
fom ent ar, e não para obst aculizar a adoração. Deve ser feit a a provisão necessária para a saúde e a
com ida, m ás o caso é m uit o diferent e quando se t êm servos na casa, e as fam ílias viram cenário de
apressam ent os e confusão no dia do Senhor, para dar um fest im aos visit ant es ou para dar- se um
gost o eles m esmos. Cabe condenar coisas com o essas e m uit as out ras que são com uns ent re os
professantes. O descanso do dia do repouso foi ordenado para bem do hom em ( Deut eronôm io v
14). Não deve entender- se nenhum a lei em form a t al que cont radiga sua própria finalidade. Como
Cristo é o Senhor do dia do repouso, é apropriado que dedique para sim o dia e sua obra.

Versículos 9- 13
Crist o dem onst ra que as obras de m isericórdia são lícit as e próprias para fazê- las no dia do
Senhor. Exist em out ras m aneiras de fazer o bem nos dias de repouso além dos deveres da
adoração: at ender o doent e, aliviar o pobre, aj udar os que necessit am alívio urgent e, ensinar os
j ovens a cuidar suas alm as; est as obras fazem o bem ; e devem fazer- se por am or e caridade, com
humildade e abnegação, e serão aceitas (Gênesis 4.7).
I st o t em um significado espirit ual, com o out ras sanidades que operou Crist o. Por natureza nossas
m ãos est ão ressequidas e por nós m esm os som os incapazes de fazer nada que sej a bom . Somente
Crist o nos cura com o poder de sua graça; Ele cura a m ão ressequida dando vida na alm a m ort a;
opera em nós tanto o querer como o fazer: porque, com o mandamento, há uma promessa de graça
dada pela palavra.

Versículos 14- 21
Os fariseus fizeram consult a para achar algum a acusação cont ra Jesus para condená- lo a m ort e.
Ciente da intenção deles, Ele se retirou desse lugar, pois seu tempo não tinha chegado.
O rost o não corresponde m ais exat am ent e ao rost o reflet ido na água que o carát er de Crist o
esboçado pelo profet a se corresponde com seu t em peram ent o e condut a, descrit os pelos
evangelistas. Encom endem os com alegre confiança nossas alm as a um Am igo t ão bom e fiel. Longe
de rom pê- lo, fort alecerá o caniço rachado; longe de apagar o pavio fum egant e, ou quase ext int o,
antes Ele soprará para avivar a chama. Afastemos as contendas e os debates irados; recebamos- nos
uns a out ros com o Crist o nos recebe. E enquant o est ej am os anim ados pela bondade da graça de
nosso Senhor, devem os orar para que seu Espírit o repouse em nós e nos faça capazes de im it ar seu
exemplo.

Versículos 22- 30
Um a alm a subm et ida ao poder de Sat anás e cat ivada por ele, est á cega para as coisas de Deus e
m uda ant e o t rono da graça; nada vê e nada diz a propósit o. Sat anás cega os olhos com a
incredulidade; e sela os lábios da oração. Quant o m ais gent e m agnificava a Crist o, m ais desej osos
de inj uriá- lo est avam os fariseus. Era evident e que se Sat anás aj udava a Jesus a expulsar
dem ônios, o reino do inferno est ava dividido cont ra si m esm o, ent ão, com o poderia resist ir! E se
diziam que Jesus expulsava dem ônios pelo príncipe dos dem ônios, não podiam provar que seus
filhos os expulsassem por algum out ro poder. Há dois grandes int eresses no m undo; e quando os
espírit os im undos são expulsos pelo Espírit o Sant o, na conversão dos pecadores a um a vida de fé e

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obediência, t em chegado a nós o reino de Deus. Todos os que não aj udam nem se regozij am com
essa classe de mudança, estão contra Cristo.

Versículos 31- 32
Eis aqui um a bondosa cert eza do perdão de t odo pecado nas condições do evangelho. Cristo
assent a aqui o exem plo para que os filhos dos hom ens est ej am dispost os a perdoar as palavras que
se dizem cont ra eles. Mas os crent es hum ildes e cient es são t ent ados, às vezes, para que pensem
que com et eram o pecado imperdoável, enquant o os que m ais se aproxim am a isso rara vez t êm
algum t em or por isso. Podem os t er a cert eza de que os que indubit avelm ent e se arrependem e
crêem no evangelho, não com et eram est e pecado ou algum out ro da m esm a classe; porque o
arrependim ent o e a fé são dons especiais de Deus que não out orgaria a nenhum hom em se est iver
decidido a não perdoá- lo; os que temem ter cometido este pecado, somente por isso já dão um bom
sinal de que não é assim . O pecador t rem ent e e cont rit o t em em si m esm o o t est em unho de que
não é assim em seu caso.

Versículos 33- 37
O idiom a do hom em descobre de que país procede, igualm ent e de que classe de espírit o é. O
coração é a font e, as palavras são os riachos. Um a font e t urva e um a corrent e corrupt a devem
produzir riachos lam acent os e desagradáveis. Nada curará as águas, sazonará a fala nem purificará
a com unicação corrupt a senão o sal da graça, lançado na corrent eza. O hom em m au t em um m al
tesouro em seu coração, do qual o pecador t ira as m ás palavras e as m ás ações para desonrar a
Deus e ferir o próxim o. Vigiem os cont inuam ent e sobre nós m esm os para que possam os falar
palavras conformes ao caráter cristão.

Versículos 38- 45
Em bora Crist o est ej a sem pre prest e a ouvir e responder os desej os e as orações sant as, os que
pedem m al, pedem e, cont udo, não obt êm . Foram dados sinais aos que os desej avam para
confirmar sua fé, como a Abraão e a Gideão; porém foram negados aos que os exigiam para escusar
sua incredulidade. A ressurreição de Crist o dent re os m ort os por seu poder aqui é cham ada de sinal
de Jonas, o profet a, e é a grande prova de que Crist o era o Messias. Com o Jonas est eve t rês dias e
t rês noit es no grande peixe, e depois t ornou a sair vivo, assim est aria Crist o esse t em po no t úm ulo
e ressuscitaria.
Os ninivit as envergonhariam os j udeus por não se arrependerem ; a rainha de Sabá os
envergonharia por não acredit ar em Crist o. Nós não t em os esses im pedim ent os, não vam os a Crist o
com essas inseguranças. Est a parábola represent a o caso da igrej a e a nação j udaica. Tam bém é
aplicável a t odos os que ouvem a palavra de Deus e se reform am em part e, porém não se
convert em de verdade. O espírit o im undo se vá por algum t em po, m as quando volt a, encont ra que
Crist o não est á ali para im pedi- lo de ent rar; o coração est á varrido pela reform a ext erna, porém
enfeit ado pelos preparat ivos para cum prir as m ás sugest ões, e o hom em se t orna inim igo m ais
decidido da verdade. Todo coração é a residência de espírit os im undos, salvo os que são t em plo do
Espírito Santo, pela fé em Cristo.

Versículos 46- 50
A pregação de Crist o era sim ples e fam iliar, e adequada para seus ouvint es. Sua m ãe e seus
irm ãos est avam dent ro, desej ando ouvi- lo. Freqüent em ent e os que est ão m ais pert o dos m eios de
conhecim ent o e de graça são os m ais negligent es. Som os bons para descuidar o que pensam os que
podem os t er um dia, esquecendo que o am anhã não é nosso. Am iúde nos encont ram os com
obstáculos a nossa obra, de part e de am igos que nos rodeiam , e som os t irados dos cuidados pelas
coisas desta vida, das preocupações de nossa alma.
Crist o est ava t ão dedicado a sua obra que nenhum poder nat ural ou de out ra índole o afast ava
dela. Não se t rat a de que, sob pret ext o de religião, sej am os insolent es com os pais ou m aus com
eles, senão que o m enor dever deve ficar à espera enquant o se realiza o m aior. Deixem os os
hom ens e aferrem o- nos a Crist o; olhem os a t odo crist ão, em qualquer condição de vida, com o
irm ão, irm ã, ou m ãe do Senhor da glória; am em os, respeit em os e sej am os am áveis com eles por
amor dEle e seguindo seu exemplo.

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CAPÍTULO 13
Versículos 1- 23 A parábola do semeador
Versículos 24- 30; 36- 43 A parábola do joio
Versículos 31- 35 As parábolas da semente de mostarda e do fermento
Versículos 44- 52 As parábolas do tesouro escondido, a pérola preciosa, a rede
lançada no mar e o dono de casa
Versículos 53- 58 Jesus é novamente rejeitado em Nazaré

Versículos 1- 23
Jesus em barcou num barco para ser m enos pressionado e para que a gent e ouvisse m elhor. Com
ist o nos ensina, nas circunst âncias ext ernas da adoração, a não desej ar o que é m aj est oso, senão
fazer o m elhor das facilidades que Deus nos designa em sua providência. Crist o ensinava com
parábolas. Por m eio delas sim plificava e facilit ava as coisas de Deus para os dispost os a serem
ensinados, e mais difíceis e escuras para os dispostos a permanecerem ignorantes.
A parábola do sem eador é clara. A sem ent e plant ada é a palavra de Deus. O sem eador é nosso
Senhor Jesus Crist o, por si ou por seus m inist ros. Pregar a um a m ult idão é sem ear o grão; não
sabem os onde brot ará. Um a classe de t erreno, ainda que nos t om em os m uit o t rabalho, não dá frut o
adequado, enquanto a boa t erra dá frut o em abundância. Assim acontece nos corações dos homens,
cujos diferentes caracteres estão aqui descritos como quatro classes de terreno.
Os ouvint es negligent es e frívolos são presas fáceis para Sat anás que, com o o grande hom icida
das alm as, é o grande ladrão de serm ões, e com cert eza est ará pront o para roubar- nos a palavra se
não temos o cuidado de obedecê- la.
Os hipócrit as, com o o t erreno pedregoso, cost um am t er o com eço dos crist ãos verdadeiros em
sua dem onst ração de profissão de fé. Muit os dos que se alegram de ouvir um bom serm ão são os
que não se beneficiam . Muit o lhes é falado da salvação grat uit a, dos privilégios dos crent es, e da
felicidade do céu; e, sem m udança do coração, sem convicção perm anent e de sua própria
depravação, de sua necessidade do Salvador ou da excelência da sant idade, logo professam um a
cert eza sem fundam ent os. Mas quando um a provação pesada os am eaça ou podem levar um a
vantagem pecaminosa, se rendem ou ocultam sua profissão ou tornam a um sistema mais fácil.
Os esforços do m undo são apropriadam ent e com parados com os espinhos, pois vieram com o
perdão e são frut o da m aldição; são bons em seu lugar para encher o vazio, m as deve est ar bem
arm ado o hom em que t enha m uit o a ver com eles; enredam , afligem , aranham e seu fim é serem
queim ados ( Hebreus 6.8) . Os esforços do m undo são grandes obst áculos para t er proveit o da
palavra de Deus. O enganoso das riquezas opera o m al; não se pode dizer que nos enganam os a
menos que depositemos nossa confiança nelas, então afogaremos a boa semente.
O que dist inguiu o bom t erreno foi a frut ificação. Por isso se dist inguem os crist ãos verdadeiros
dos hipócrit as. Crist o não diz que a boa t erra não t enha pedras e espinhos, senão que nada pode
im pedir que dê frut o. Todos não são iguais; devem os apont ar m ais alt o para dar m ais frut o. O
sent ido do ouvido não pode ser m elhor usado que para ouvir a palavra de Deus; olhem o- nos a nós
mesmos para que saibamos que classe de ouvintes somos.

Versículos 24- 30; 36- 43


Est a parábola represent a o est ado present e e o fut uro da I grej a do evangelho; o cuidado de
Cristo por ela, a inimizade do diabo contra ela; a mistura de bons e maus que tem neste mundo, e a
separação ent re eles no out ro m undo. Tão propenso a pecar é o hom em caído que se o inim igo
semeia, pode cont inuar seu cam inho, e o j oio brot ará e fará dano; enquant o que quando se sem eia
boa sem ent e, deve cuidar- se, regar- se e prot eger- se. Os servos se queixam a seu am o: " O senhor
não sem eou boa sem ent e em seu cam po?" . Sem dúvida que sim ; o que sej a que est á errado na
igrej a podem os t er a cert eza de que não é de Crist o. Em bora os t ransgressores grosseiros, e out ros
que se opõem abert am ent e ao evangelho, deveriam ser separados da sociedade dos fiéis; cont udo,
não há dest reza hum ana que possa efet uar um a separação precisa. Os que se opõem não devem
ser t irados senão inst ruídos, e com m ansidão. E ainda que os bons e os m aus est ej am j unt os nest e
m undo, cont udo, no dia grande do j uízo serão separados; ent ão serão claram ent e conhecidos o
just o e o ím pio; às vezes aqui cust a m uit o dist inguir ent re eles. Não façam os iniqüidade se
conhecemos o temor do Senhor.
Na m ort e os crent es brilharão por si m esm os; no grande dia, brilharão ant e t odo o m undo.
Brilharão por reflexo, com luz em prest ada da Font e de Luz. A sant ificação deles será aperfeiçoada e
sua justificação, publicada. Que sejamos achados nesse feliz número.

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Versículos 31- 35
O alcance da parábola da sem ent e de m ost arda é m ost rar que os com eços do evangelho são
pequenos, m as seu final será grande; dest e m odo será execut ada a obra da graça no coração, o
Reino de Deus dent ro de nós. Na alm a onde verdadeiram ent e est á a graça, crescerá em realidade,
ainda que, talvez no começo, não seja discernida, mas afinal terá grande força e utilidade.
A pregação do evangelho opera como fermento no coração dos que o recebem. O fermento opera
cert am ent e, assim o faz a palavra, porém gradat ivam ent e. Opera silenciosam ent e e sem vist o, m as
sem falhar. Assim foi com o mundo. Os apóst olos, pregando o evangelho, esconderam um pouco de
ferm ent o na grande m assa da hum anidade. Foi feit o poderoso pelo Espírit o de Jeová dos Exércit os,
que opera e nada pode im pedi- lo. No coração é assim . Quando o evangelho chega a alm a, opera
um a m udança radical; se espalha a t odos os poderes e faculdades da alm a, e alt era a propriedade
ainda dos m em bros do corpo ( Rom anos 6.13) . Nest as parábolas se nos ensina a esperar um
processo gradual; port ant o, pergunt em os, est am os crescendo em graça e nos sant os princípios e
costumes?

Versículos 44- 52
Eis aqui quatro parábolas:
1) A do t esouro escondido no cam po. Muit os levam com leveza o evangelho porque olham
som ent e a superfície do cam po. Mas t odos os que esquadrinham as Escrit uras, para achar nelas a
Crist o e a vida et erna ( João v 39) , descobrirão t al t esouro, que t orna est e cam po indizivelm ent e
valioso; se apropriam dele a qualquer cust o. Em bora nada possa dar- se com o preço pela salvação,
contudo, muito deve dar- se por amor a ela.
2) Todos os filhos dos hom ens est ão ocupados; um será rico, out ro será honorável, ainda um
out ro será dout o; porém a m aioria est á enganada e t om am as falsificações por pérolas legít im as.
Jesus Crist o é a pérola de grande preço; t endo a Ele t em os suficient e para fazer- nos felizes aqui e
para sem pre. O hom em pode com prar ouro m uit o caro, m as não est a Pérola de grande preço.
Quando o pecador convict o vê a Crist o com o o Salvador da graça, t udo o rest o perde valor para
seus pensamentos.
3) O m undo é um m ar largo, e em seu est ado nat ural os hom ens são com o os peixes. Pregar o
evangelho é lançar um a rede nest e m ar para pescar algo para glória de Quem t em a soberania
sobre est e m ar. Os hipócrit as e os crist ãos verdadeiros serão separados; desgraçada é a condição
dos que, então, serão lançados fora.
4) O fiel e dest ro m inist ro do evangelho é um escriba bem versado nas coisas do evangelho e
capaz de ensiná- las. Crist o o com para com um bom dono de casa, que t raz os frut os da colheit a do
ano ant erior e o recolhido est e ano, abundant e e variado, para at ender a seus am igos. Todas as
experiências antigas e as observações novas têm sua utilidade. Nosso lugar está aos pés de Cristo, e
devemos aprender diariamente de novo as velhas lições, e também as novas.

Versículos 53- 58
Crist o repet e seu oferecim ent o aos que o rej eit aram . Eles o repreendem : Não é est e o filho do
carpint eiro? Sim , é verdade que t inha fam a de sê- lo; e não é desgraça ser o filho de um
comerciant e honest o; deviam t ê- lo respeit ado m ais porque era um deles m esm os; t dv, por isso
mesmo o desprezaram.
Não fez m uit as obras poderosas ali devido à incredulidade deles. A incredulidade é o grande
est orvo para os favores de Crist o. Mantenhamo- nos fiéis a Ele com o o Salvador que fez nossa paz
com Deus.

CAPÍTULO 14
Versículos 1- 12 A morte de João Batista
Versículos 13- 21 Cinco mil pessoas são alimentadas miraculosamente
Versículos 22- 33 Jesus caminha sobre o mar
Versículos 34- 36 Jesus cura o enfermo

Versículos 1- 12
O t error e a adm oest ação da consciência que Herodes, com o out ros ofensores ousados, não
puderam t irar- se de cim a, são prova e advert ência de um j uízo fut uro e de sua m iséria fut ura. Mas
pode haver t error pela convicção de pecado onde não est á a verdade da conversão. Quando os
hom ens pret endem favorecer o evangelho, m as ainda vivem no m al, não devem os perm it ir que se

24
iludam a si m esm os, senão livrar nossa consciência com o fez João. O m undo pode dizer que ist o é
rudeza e zelo cego. Os professant es falsos ou os crist ãos t ím idos podem censurá- lo com o falt a de
civilização, m as os inim igos m ais poderosos não podem ir além de onde ao Senhor lhe apraz
permitir.
Herodes t em ia que m andar m at ar a João pudesse levant ar um a revolt a no povo, o que est e não
fez; m as nunca t em eu que pudesse despert ar sua própria consciência em sua cont ra, o que sim
aconteceu. Os hom ens t em em ser enforcados pelo que não t em em ser condenados. As épocas de
alegria e j úbilo carnal são t em poradas convenient es para execut ar m aus desígnios cont ra o povo de
Deus.
Herodes recom pensou profusam ent e um a dança indigna, enquant o a prisão e a m ort e foram a
recom pensa para o hom em de Deus que procurava salvar sua alm a. Mas havia um a verdadeira
maldade cont ra João após seu consent im ent o ou, do cont rário, Herodes t eria achado form as de
livrar- se de sua promessa.
Quando os past ores de em baixo são derrubados, as ovelhas não t êm que dispersar- se, enquant o
t enham o Grande Past or ao qual acudir. É m elhor ser levado a Crist o por necessidade e por perda
que deixar de ir a Ele completamente.

Versículos 13- 21
Quando se ret iram Crist o e sua palavra, é m elhor para nós segui- lo, procurando os m édios de
graça para nossa alm a ant es que qualquer vant agem m undana. A presença de Crist o e de seu
evangelho, não só fazem suportável o deserto, senão também desejável.
A pequena provisão de pão foi aum ent ada pelo poder criador de Crist o, at é que t oda a m ult idão
se satisfez. Ao buscar o bem - est ar para a alm a dos hom ens, devem os t er com paixão igualm ent e de
seus corpos. Tam bém lem brem os de anelar sem pre um a bênção para nossa com ida, e aprendam os
a evit ar t odo desperdiço, porque a frugalidade é a font e apropriada da generosidade. Veja- se nest e
m ilagre um em blem a do Pão de vida que desceu do céu para sust ent ar nossa alm a que perecia. As
providências do Evangelho de Crist o parecem m agras e escassas para o m undo, porém sat isfazem a
todos os que por fé se alimentam dEle em seus corações com ação de graças.

Versículos 22- 23
Não são seguidores de Crist o os que não podem desfrut ar o est ar a sós com Deus e seus
corações. Em ocasiões especiais, e quando acham os alargados nossos corações, é bom cont inuar
orando secretamente por longo tempo, e derramar nossos corações ante o Senhor.
Não é coisa nova para os discípulos de Crist o encont rar- se com t orm ent as no cam inho do dever,
t odavia, por isso Ele se m ost ra com m aior graça e favor a eles. Ele pode t om ar o cam inho que lhe
apraz para salvar a seu povo. Mas at é as aparências de liberação ocasionam às vezes problem as e
perplexidade ao povo de Deus pelos erros que t êm acerca de Crist o. Nada deveria assust ar os que
têm a Cristo junto deles e que sabem que é seu; nem a mesma morte.
Pedro cam inhou sobre a água, não por diversão nem por vanglória, senão para ir a Jesus, e nisso
foi sust ent ado m aravilhosam ent e. É prom et ido sust ent o especial, e deve esperar- se, m as só nas
em presas espirit uais; t am pouco podem os sequer ir a Jesus a m enos que sej am os sust ent ados pelo
seu poder. Crist o lhe disse a Pedro que fosse a Ele, não só para que pudesse andar sobre a água, e
assim conhecer o poder de seu Senhor, senão para que conhecesse sua própria fraqueza.
Freqüent em ent e o Senhor perm it e que seus servos t enham o que escolhem , para hum ilhá- los e
prová- los, e para mostrar a grandeza de seu poder e de sua graça.
Quando deixam os de olhar a Crist o para m irar a grandeza das dificuldades que se nos opõem ,
com eçam os a desfalecer, m as quando O invocam os, Ele est ende seu braço e nos salva. Crist o é o
grande Salvador; os que serão salvos devem ir a Ele e clam ar pedindo salvação; nunca som os
levados a este ponto, senão até que nos achamos naufragando: o sentido da necessidade nos leva a
Ele.
Repreendeu a Pedro. Se puderm os acredit ar m ais, sofreríam os m enos. A fraqueza da fé e o
predom ínio de nossas dúvidas desagradam a nosso Senhor Jesus, porque não há um a boa razão
para que os discípulos de Crist o t enham dúvidas. Ainda num dia t em pest uoso, Ele é para eles um a
ajuda muito presente.
Ninguém senão o Criador do m undo podia m ult iplicar os pães, ninguém senão seu Governador
poderia andar sobre as águas do m ar: os discípulos se renderam à evidência e confessaram sua fé.
Eles foram apropriadam ent e afet ados e adoraram a Crist o. O que vá a Deus deve crer; e o que crê
em Deus irá a Ele (Hebreus 11.6).

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Versículos 34- 36
Onde quer que fosse, Crist o fazia o bem . Eles levavam ante Ele a t odos os que est avam doent es.
Acudiam hum ildem ent e im plorando sua aj uda. As experiências do próxim o podem conduzir- nos e
estimular- nos a buscar a Crist o. A t ant os com o t ocou, fez perfeit am ent e ínt egros. Aos que Crist o
Sara, os Sara perfeit am ent e. Se os hom ens est ivessem m ais fam iliarizados com Crist o e com o
est ado enferm o de suas alm as, se am ont oariam para receber seu poder curador. A virt ude curadora
não estava no dedo, mas na fé deles; ou, melhor, estava no Cristo ao qual se aferrou a fé deles.

CAPÍTULO 15
Versículos 1- 9 Jesus fala das tradições humanas
Versículos 10- 20 Adverte contra as coisas que realmente contaminam
Versículos 21- 28 Sara a filha de uma manhã siro- fenícia
Versículos 29- 39 Jesus cura o enfermo e alimenta miraculosamente a quatro
mil

Versículos 1- 9
As adições às leis de Deus desacredit am sua sabedoria, com o se Ele t iver deixado fora algo
necessário que o hom em possa suprir; de um a ou de out ra form a, levam sem pre a que os hom ens
desobedeçam a Deus. Quão agradecidos devem os est ar pela palavra escrit a de Deus! nunca
pensem os que a religião da Bíblia pode ser m elhorada por algum agregado hum ano, sej a em
doutrina ou na prática.
Nosso bendit o Senhor falou de suas t radições com o invent os próprios deles, e indicou um
exem plo em que ist o era m uit o claro: as t ransgressões do quint o m andam ent o. Quando se pedia a
eles que aj udassem às necessidades de um pai, eles alegavam que t inham dedicado ao t em plo
aquilo de que podiam dispor para aj udá- los, ainda quando não se separavam dessas coisas, e
port ant o seus pais não deviam esperar nada deles. I st o era anular a efet ividade do m andam ent o de
Deus.
A sina dos hipócrit as est á num pequeno parênt ese: " Em vão m e adoram " . Não com prazerá a
Deus nem aproveitará a eles; eles confiam na vaidade, e a vaidade será sua recompensa.

Versículos 10- 20
Crist o m ost ra que a cont am inação que deviam t em er não era a que ent rava pela boca com o
alim ent o, senão o que saia de suas bocas, que dem onst rava a m aldade de seus corações. Nada
durará na alm a, senão a graça regeneradora do Espírit o Sant o; e nada deve ser adm it ido na igrej a,
senão o que é do alt o; port ant o, não devem os perturbar- nos por quem se ofenda pela afirm ação
clara e oportuna da verdade.
Os discípulos pedem que lhes ensine m elhor sobre est a m at éria. Onde um a cabeça débil duvida
de uma palavra de Cristo, o coração reto e a mente disposta buscam instrução.
O coração é perverso ( Jerem ias 17.9) , porque não há pecado em palavra e obra que não est ej a
prim eiro no coração. Saem t odos do hom em , e são frut os da m aldade que est á no coração, e ali
opera. Quando Crist o ensina, m ost ra aos hom ens o engano e a m aldade de seus corações; ensina-
lhes a hum ilhar- se e buscar serem purificados de seus pecados e de sua im undícia no m anancial
aberto.

Versículos 21- 28
Os m ais longínquos e escuros cant os do país recebem as influências de Crist o; depois, os confins
da terra verão sua salvação.
A angúst ia e o t ranst orno de sua fam ília levou a um a m anhã a Crist o; em bora sej a a necessidade
a que nos em purra a Crist o, cont udo, não serem os rej eit ados por Ele. Ela não lim it ou a Crist o a
nenhum caso part icular de m isericórdia, m as m isericórdia, m isericórdia, foi o que ela rogou: ela não
aduz m érit os, senão que depende da m isericórdia. Dever dos pais é orar pelos filhos, e serem
fervorosos para orar por eles, especialm ent e por suas alm as. Vocês t êm um filho ou um a filha,
dolorosam ent e afligidos por um dem ônio de orgulho, ou um dem ônio im undo, um dem ônio de
m aldade, que est ão cat ivos por sua vont ade? Est e é um caso m ais deplorável que o da possessão
corporal, e vocês devem levá- los por fé e oração a Cristo, que somente Ele é capaz de sará- los.
Muit os m ét odos da providência de Crist o para t rat ar com seu povo, e especialm ent e de sua
graça, que result am escuros e confundem , podem ser explicados por est e relat o, que ensina que
pode haver am or no coração de Crist o ainda que seu rost o est ej a carrancudo; e nos anim a a confiar

26
todavia nEle, em bora pareça pront o para m at ar- nos. Aos que Crist o pensa honrar m ais, os hum ilha
para que sint am sua indignidade. Um coração orgulhoso sem humilhar não suport aria isso; ela o
converteu em argumento para validar sua petição.
O estado desta mulher é um emblema do estado do pecador, profundamente ciente da miséria de
sua alm a. O m ínim o de Crist o é precioso para um crent e, at é as m esm as m igalhas do Pão da vida.
De t odas as graças, é a fé a que m ais honra a Crist o; port ant o, de t odas as graças, Crist o honra
m ais a fé. Ele sarou a filha. Ele falou e foi feit o. Daqui, os que buscam a aj uda do Senhor e não
recebem respost a de graça, aprendam a convert er ainda sua indignidade e desalent o em rogos de
misericórdia.

Versículos 29- 39
Qualquer sej a nosso caso, a única m aneira de achar bem - est ar e alívio é deixá- lo aos pés de
Crist o, subm et ê- lo a Ele e referi- lo a sua disposição. Os que desej am saúde espirit ual de Crist o,
devem ser governados com o Ele se agrada. Veja- se o t rabalho que t em feit o o pecado: a quant a
variedade de doenças est ão subm et idos os corpos hum anos. Aqui havia t ais enferm idades que a
fant asia não podia sequer suport ar sua causa nem sua cura; cont udo, est avam suj eit as ao m ando
de Crist o. As curas espirit uais que opera Crist o são m aravilhosas. Quando faz que as alm as cegas
enxerguem pela fé, que o m udo fale pela oração, o coxo e o m anco andem em sant a obediência, é
para maravilhar- se.
Seu poder também foi demonstrado à multidão na abundante provisão que fez para eles: a forma
é m uit o sem elhant e à ant erior. Todos comeram e ficaram satisfeitos. Cristo enche aos que alimenta.
Com Crist o há pão suficient e e para guardar; provisões de graça de m ais para os que as procuram ,
e para os que as buscam mais.
Crist o despediu a gent e. Embora os havia alim ent ado duas vezes, não devem esperar m ilagres
para encont rar seu pão diário. Volt em a casa, a suas ocupações e a suas m esas. Senhor, aum ent a
nossa fé, e perdoa nossa incredulidade, ensinando- nos a viver de t ua plenit ude e t ua abundância
para todas as coisas que pertencem a esta vida e a vindoura.

CAPÍTULO 16
Versículos 1- 4 Os fariseus e os saduceus pedem um sinal
Versículos 5- 12 Jesus adverte contra a doutrina dos fariseus
Versículos 13- 20 O testemunho de Pedro de que Jesus era o Cristo
Versículos 21- 23 Cristo prediz seus sofrimentos e repreende Pedro
Versículos 24- 28 A necessidade de negar a si mesmo

Versículos 1- 4
Os fariseus e os saduceus se opunham uns a out ros em princípios e condut a, m as se uniram em
cont ra de Crist o. Todavia, desej avam um sinal de sua própria eleição: desprezaram os sinais que
aliviavam a necessidade do enferm o e angust iado, e pediram out ra coisa que grat ificasse a
curiosidade do orgulhoso. Grande hipocrisia é buscar sinais de nossa própria invenção, quando
passamos por alto os sinais indicados por Deus.

Versículos 5- 12
Crist o fala de coisas espirit uais com um sím ile e os discípulos o ent endem errado, com o de coisas
carnais. Levou a m al que eles pensassem que Ele se preocupava t ant o do pão com o eles; que
est ivessem t ão pouco fam iliarizados com sua form a de pregar. Ent ão ent enderam eles o que queria
dizer. Crist o ensina pelo Espírit o de sabedoria no coração, abrindo o ent endim ent o ao Espírit o de
revelação na palavra.

Versículos 13- 20
Pedro disse, por si m esm o e por seus irm ãos, que est avam seguros de que nosso Senhor era o
Messias prom et ido, o Filho do Deus vivo. I st o m ost ra que criam que Jesus eram m ais que hom em .
Nosso Senhor afirm a que Pedro era bem - avent urado, porque o ensinam ent o de Deus o fazia
diferente de seus compatriotas incrédulos.
Crist o agrega que o cham a Pedro, aludindo a sua est abilidade ou firm eza para professar a
verdade. A palavra t raduzida com o " pedra" não é a m esm a palavra " Pedro" , senão um a de
significado sim ilar. Nada pode ser m ais errôneo que supor que Crist o significou que a pessoa de
Pedro era a rocha. Sem dúvida que o próprio Cristo é a Rocha, o fundamento provado da Igreja; e aí

27
daquele que t ent ar colocar out ro! A confissão de Pedro é est a rocha Enquanto dout rina. Se Jesus
não for o Crist o, os que Ele possui não são da I grej a, m as enganadores e enganados. Nosso Senhor
declara depois a aut oridade com que Pedro seria invest ido. Ele falou em nom e de seus irm ãos e ist o
o relacionava a eles com Ele. Eles não tinham conhecimento certeiro do caráter dos homens, e eram
propensos a erros e a pecados em sua condut a; porém eles foram guardados livres de erro ao
estabelecer o cam inho de aceit ação e de salvação, a regra da obediência, o carát er e a experiência
do crent e, e a condenação final dos incrédulos e hipócrit as. Em t ais m at érias sua decisão era ret a e
confirm ada no céu. Mas t odas as pret ensões de qualquer hom em , sej am de desat ar ou de am arrar
os pecados dos hom ens, são blasfem as e absurdas. Ninguém pode perdoar pecados, senão somente
Deus. E est e am arrar e desam arrar na linguagem corriqueira dos j udeus significava proibir e
permitir, ou ensinar o que é legal ou ilegal.

Versículos 21- 23
Crist o revele paulat inam ent e seu pensam ent o a seu povo. Desde essa época, quando os
apóstolos fizeram a confissão com plet a de Crist o, que era o Filho de Deus, com eçou a falar- lhes de
seus sofrim ent os. Disse ist o para corrigir os erros de seus discípulos sobre a pom pa e poder
externos de seu reino. Os que sigam a Cristo não devem esperar grandes coisas nem elevadas neste
mundo. Pedro queria que Crist o aborrecesse o sofrim ent o t ant o com o ele, m as erram os se m edim os
o am or e a paciência de Crist o pelos nossos. Não lem os de nada que t enha dit o ou feit o nenhum de
seus discípulos, em algum m om ent o, que deixasse ver que Crist o se ressent iu t ant o com o quando
ouviu ist o. Qualquer um que nos t ire do que é bom e nos faça t em er que est am os fazendo
dem asiado por Deus, fala a linguagem de Sat anás. Os que renunciam a sofrer por Crist o, saboreiam
mais as coisas do homem que as coisas de Deus.

Versículos 24- 28
Um verdadeiro discípulo de Crist o é aquele que o segue no dever e o seguirá à glória. É um que
anda no m esm o cam inho que andou Crist o, guiado por seu Espírit o, e anda em suas pegadas, onde
quer que vá. " Negue- se a si m esm o" . Se negar- se a si m esm o é lição dura, não é m ais do que
aprendeu e prat icou nosso Mest re, para redim ir- nos e ensinar- nos. " Tom e sua cruz" . Aqui se coloca
cruz por t odo problem a que nos sobrevenha. Som os bons para pensar que poderíam os levar m elhor
a cruz alheia que a própria; porém melhor é o que nos foi designado, e devemos fazer nosso melhor
nisso. Não devem os, por nossa precipit ação e t orpeza, acarret ar- nos cruzes sobre nossas cabeças,
senão tomá- las quando estejam em nosso caminho.
Se um hom em t em o nom e e crédit o de um discípulo, segura a Crist o na obra e o dever do
discípulo. Se t odas as coisas do m undo nada valem quando com paradas com a vida do corpo, quão
fort e o m esm o argum ent o acerca da alm a e seu est ado de felicidade ou m iséria et erna! Milhares
perdem suas alm as pela ganância m ais frívola ou a indulgência m ais indigna, sim, amiúde só por
preguiça ou negligência. Qualquer que sej a o obj et o pelo qual os hom ens deixam a Crist o, esse é o
preço com o qual Sat anás com pra suas alm as. Mas um a alm a é m ais valiosa que t odo o m undo.
Est e é o j uízo de Crist o para a m at éria; conhecia o preço das alm as, porque as resgat ou; nem t eria
super- valorizado o m undo, porque o fez. O t ransgressor m oribundo não pode com prar um a hora de
alívio para buscar misericórdia para sua alma que perece. Então, aprendamos justamente a valorizar
nossa alma, e a Cristo como o único Salvador delas.

CAPÍTULO 17
Versículos 1- 13 A transfiguração de Cristo
Versículos 14- 21 Jesus expulsa um espírito surdo- mudo
Versículos 22- 23 Novamente prediz seus sofrimentos
Versículos 24- 27 Ele opera um milagre para pagar o dinheiro de seu tributo

Versículos 1- 13
Agora, os discípulos cont em plaram algo da glória de Crist o, com o do unigênit o do Pai. Tinha o
propósit o de sust ent ar a fé deles quando t ivessem que presenciar sua crucifixão; lhes daria um a
idéia da glória preparada para eles, quando fossem t ransform ados por seu poder e fossem feit os
como Ele.
Os apóst olos ficaram surpreendidos pela visão gloriosa. Pedro pensou que era m ais desej ável
continuar ali, e não tornar a descer para encontrar- se com os sofrimentos, dos quais tinha tão pouca
disposição para ouvir. Nist o não sabia o que dizia. Erram os se esperam os um céu aqui na t erra.

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Sej am quais forem os t abernáculos que nos proponham os fazer para nós nest e m undo, sem pre
devem os lem brar- nos de pedir perm issão a Crist o. Ainda não t inha sido oferecido o sacrifício sem o
qual as almas dos homens pecadores não podem ser salvas; havia serviços importantes que Pedro e
seus irmãos deviam cumprir.
Enquanto Pedro falava, um a nuvem brilhant e os cobriu, sinal da presença e glória divina. Desde
que o hom em pecou, e ouviu a voz de Deus no j ardim , as aparências desacost um adas de Deus t êm
sido t erríveis para o hom em . Caíram prost rados por t erra at é que Jesus lhes deu ânim os; quando
olharam em volt a viram som ent e seu Senhor com o o viam corrent em ent e. Devem os passar por
diversas experiências em nosso cam inho à glória, e quando regressam os ao m undo depois de
participar num m eio de graça, devem os t er cuidado de levar a Crist o conosco, para que assim sej a
nosso consolo saber que Ele está conosco.

Versículos 14- 21
O caso dos filhos afligidos deve apresent ar- se a Deus com oração fervorosa e fiel. Crist o curou o
menino. Em bora a gent e era perversa e Crist o era provocado, de qualquer j eit o at endeu a criança.
Quando falham todas as outras ajudas e socorros, somos bem- vindos a Cristo, podemos confiar nEle
e em seu poder e bondade.
Veja- se aqui um sinal do esforço de Crist o com o nosso Redent or. Dá alent o aos pais para que
levem seus filhos a Crist o, cuj as alm as est ão sob o poder de Sat anás. Ele é capaz de sará- los e est á
t ão dispost o com o poderoso w. Não só levai- os a Crist o com oração, senão levem - nos à palavra de
Cristo; aos médios pelos quais se derrubam as fortalezas de Satanás na alma.
Bom é que desconfiem os de nós m esm os e de nossa força, m as é desagradável para Crist o
quando desconfiam os de qualquer poder derivado dEle ou out orgado por Ele. Tam bém havia algo na
doença que dificult ava a cura. O poder ext raordinário de Sat anás não deve desalent ar nossa fé,
senão estimular- nos a um m aior fervor ao orar a Deus para que sej a aum ent ada. Nos maravilhamos
ao ver que Satanás tinha a possessão corporal deste jovem, desde criança, quando tem a possessão
espiritual de todo filho de Adão desde a queda!

Versículos 22- 23
Crist o sabia perfeit am ent e t odas as coisas que lhe acont eceriam , m as em preendeu a obra de
nossa redenção, o qual dem onst ra fort em ent e seu am or. Que hum ilhação ext erior e glória divina foi
a vida do Redent or! Toda sua hum ilhação t erm inou em sua exalt ação. Aprendam os a suport ar a
cruz, a desprezar as riquezas e as honras mundanas e a estar contentes com sua vontade.

Versículos 24- 27
Pedro est ava seguro de que seu Mest re est ava pront o para fazer o j ust o. Crist o falou prim eiro de
dar- lhe provas de que não se podia esconder dEle nenhum pensamento. Nunca devemos renunciar a
nosso dever por t em or a ofender, m as às vezes devem os negar- nos a nós m esm os em nossos
interesses mundanos para não ofender.
Contudo, o dinheiro estava no peixe; unicamente Aquele que conhece todas as coisas podia saber
disso, e só o poder onipotente podia levá- lo ao anzol de Pedro.
O poder e a pobreza de Crist o devem m encionar- se juntos. Se formos chamados pela providência
a serm os pobres com o nosso Senhor, confiem os em seu poder e nosso Deus sat isfará t oda nossa
necessidade, conform e a suas riquezas em glória por Crist o Jesus. Na senda da obediência, no
curso, t alvez, de nossa vocação habit ual, com o aj udou a Pedro, assim nos aj udará. Caso se
apresent ar um a em ergência repent ina, que não est ej am os preparados para enfrent ar, não
recorramos ao próximo sem antes buscar a Cristo.

CAPÍTULO 18
Versículos 1- 6 A importância da humilde
Versículos 7- 14 Advertência contra as ofensas
Versículos 15- 20 A remoção das ofensas
Versículos 21- 35 Conduta para com os irmãos A parábola do servo sem
misericórdia

Versículos 1- 6
Crist o falou m uit as palavras sobre seus sofrim ent os, m as som ent e um a de sua glória; cont udo,
os discípulos se aferraram dela e esqueceram as out ras. Muit os dos que gost am de ouvir e de falar

29
em privilégios e em glória, est ão dispost os a passar por alt o os pensam ent os acerca de t rabalhos e
problemas. Nosso Senhor pôs diant e deles um a criancinha, assegurando- lhes com solenidade que
não poderiam entrar em seu reino se não eram convertidos e feitos como os pequenininhos. Quando
os m eninos são m uit o pequenos não desej am a aut oridade, não consideram as dist inções ext ernas,
est ão livres de m aldade, são ensináveis e dispost os a confiar em seus pais. Verdade é que logo
com eçam a m ost rar out ras disposições e em idade precoce aprendem out ras idéias, m as são
característ icas da infância as que os convert em em exem plos adequados da m ent e hum ilde dos
verdadeiros crist ãos. Cert am ent e necessit am os serm os renovados diariam ent e no espírit o de nossa
m ent e para que cheguem os a ser sim ples e hum ildes com o os pequeninos, e dispost os a serm os os
menores de todos. Estudemos diariamente este tema e examinemos nosso espírito.

Versículos 7- 14
Considerando a espert eza e m aldade de Sat anás, e a fraqueza e depravação dos corações dos
hom ens, não é possível que não há senão ofensas. Deus as perm it e para fins sábios e sant os, para
que sej am dados a conhecer os que são sinceros e os que não o são. Tendo- nos avisado que haverá
sedutores, t ent adores, perseguidores e m aus exem plos, perm aneçam os em guarda. Devemos
afastar- nos, t ão licit am ent e com o pudermos, do que pode enredar- nos no pecado. Devem os evit ar
as ocasiões externas do pecado.
Se viverm os conform e com a carne, devem os m orrer. Se m ort ificarm os, at ravés do Espírit o, as
obras da carne, viverem os. Crist o veio ao m undo a salvar alm as e t rat ará severam ent e os que
est orvam o progresso de out ros que est ão orient ando seus rost os ao céu. E, quem de nós recusará
at ender os que o Filho de Deus veio buscar e salvar? Um pai cuida de t odos seus filhos, m as é
particularmente brando com os pequenos.
Versículos 15- 20
Se alguém faz m al a um crist ão confesso, est e não deve queixar- se a out rem , com o cost um a
fazer- se, senão ir de form a privada àquele que o ofendeu, rat ar do assunt o com am abilidade, e
repreender sua condut a. I st o t erá no crist ão verdadeiro, em línea geral, o efeit o desej ado e as
part es se reconciliarão. Os princípios dest a regras podem prat icar- se em t odas part es e em t odas as
circunstâncias, em bora sej am dem asiado descuidados por t odos. Quão poucos são os que provam o
método que Crist o m andou expressamente a t odos seus discípulos! Em t odos nossos procedim ent os
devemos buscar a direção orando; nunca poderemos apreciar demasiado as promessas de Deus. Em
qualquer t em po ou lugar que nos encont rem os no nom e de Crist o, devem os considerar que Ele est á
presente em meio de nós.

Versículos 21- 35
Ainda que vivam os t ot alm ent e da m isericórdia e do perdão, dem oram os em perdoar as ofensas
de nossos irmãos. Esta parábola indica quanta provocação vê de sua família na terra e quão indóceis
somos seus servos.
Existem três coisas na parábola:
1) A m aravilhosa clem ência do am o. A dívida do pecado é t ão enorm e que não som os capazes de
pagá- la. Veja- se aqui o que m erece t odo pecado; est e é o salário do pecado, ser vendidos com o
escravos. I napt idão de m uit os que est ão fort em ent e convencidos de seus pecados é fant asiar que
podem dar satisfação a Deus pelo mal que fizeram.
2) A severidade irracional do servo para com seu conservo, apesar da clem ência de seu senhor
com ele. Não se t rat a de que nos t om em os levianam ent e o fazer m al a nosso próxim o, j á que
tam bém é pecado ant e Deus, senão que não devem os aum ent ar o m al nosso próxim o nos faz nem
pensar na vingança. Que nossas queixas, t ant o da m aldade do m alvado e das aflições dos afligidos,
sejam levadas ante Deus e deixadas com Ele.
3) O am o reprovou a crueldade de seu servo. A m agnit ude do pecado acrescent a as riquezas da
m isericórdia que perdoa; e o sent ido consolador da m isericórdia que perdoa faz m uit o para dispor
nossos corações a perdoar a nossos irmãos.
Não t em os que supor que Deus perdoa realm ent e os hom ens e que, depois, reconhece suas
culpas para condená- los. A últ im a part e dest a parábola m ost ra as conclusões falsas a que chegam
muitos Enquanto a que seus pecados est ão perdoados, em bora sua condut a post erior dem onst ra
que nunca ent raram no espírit o do evangelho nem dem onst raram com sua vivencia a graça que
santifica. Não perdoam os ret am ent e nosso irm ão ofensor se não o perdoarm os de t odo coração.
Porém ist o não bast a; devem os procurar o bem - est ar at é daqueles que nos ofendem . Com quant a
j ust iça serão condenados os que, ainda levando o nom e de crist ãos, persist em em t rat ar a seus
irm ãos sem m isericórdia! O pecador humilhado confia som ent e na m isericórdia abundant e e grat uit a
at ravés do resgat e da m ort e de Crist o. Busquem os m ais e m ais a graça de Deus que renova, para
que nos ensine a perdoar o próximo como esperamos perdão dEle.

30
CAPÍTULO 19
Versículos 1- 2 Jesus entra em Judéia
Versículos 3- 12 A pergunta dos fariseus sobre o divórcio
Versículos 13- 15 Os pequenos levados a Jesus
Versículos 16- 22 A indagação que faz o jovem rico
Versículos 23- 30 A recompensa dos seguidores de Cristo

Versículos 1- 2
Grandes m ult idões seguiam a Crist o. Quando Ele part e, o m elhor para nós é segui- lo. Em t odas
partes o achavam tão capaz e disposto a ajudar, como tinha sido na Galiléia; onde quer que saísse o
Sol de Justiça, era com saúde em suas asas.

Versículos 3- 12
Os fariseus desej avam surpreender a Jesus em algo que pudessem apresent ar com o ofensa à lei
de Moisés. Os casos m at rim oniais eram num erosos e, às vezes, paradoxais; feit o assim não pela lei
de Deus mas pelas injúrias e torpezas dos homens, a gente costuma resolver o que quer fazer antes
de pedir conselho. Jesus replicou pergunt ando se não haviam lido o relat o da criação, e o prim eiro
exemplo do matrimônio; deste modo, indica que todo desvio disto era má.
A melhor condição para nós, que devemos escolher e manter em forma coerente, é o melhor para
nossas almas, e é a que tencione a preparar- nos melhor para o Reino dos Céus.
Quando se abraça em realidade o evangelho, faz bons pais e am igos fiéis dos hom ens; ensina-
lhes a levar a carga e a suport ar as doenças daqueles com os que se relacionam , a considerar a paz
e a felicidade deles m ais que as próprias. ENQUANTO às pessoas ím pias, é próprio que sej am
refreadas por leis para que não rom pam a paz da sociedade. Aprendem os que o est ado do
matrimônio deve assumir- se com grande seriedade e com oração fervorosa.

Versículos 13- 15
É bom quando acudim os a Crist o e levam os nossos filhos. Os pequenos podem ser levados a
Cristo porque necessitam e podem receber bênçãos dEle, e por ter um interesse em sua intercessão.
Nós não podem os senão pedir um a bênção para eles: som ent e Crist o pode m andar a bênção. Bom
para nós é que Cristo tenha mais amor e ternura em si dos que tem o melhor de seus discípulos.
Aprendam os dEle a não descart ar nenhum a alm a dispost a e bem - int encionada em sua busca de
Crist o, em bora não sej am senão fracos. Os que se dão a Crist o com o part e de sua com pra, não os
lançará fora de j eit o nenhum . Port ant o, não gost a dos que proíbem e t rat am de deixar fora os que
Ele t em recebido. Todos os crist ãos devem levar seus filhos ao Salvador para que os abençoe com
bênçãos espirituais.

Versículos 16- 22
Crist o sabia que a cobiça era o pecado que m ais facilm ent e incom odava a est e j ovem ; em bora
t iver obt ido honest am ent e que possuía, não podia, contudo, separar- se daquilo com alegria, e assim
dem onst rava sua falt a de sinceridade. As prom essas de Crist o facilit am seus preceit os e fazem que
seu j ugo sej a ligeiro e m uit o consolador; m as est a prom essa foi t ant o um j uízo da fé do j ovem ,
com o o preceit o o foi de sua caridade e desprezo do m undo. É- nos requerido seguir a Crist o
at ent ando devidam ent e suas ordenanças, seguindo est rit am ent e seu padrão e subm et endo- nos
alegrem ent e a suas disposições, e ist o por am or dEle e por dependerm os dEle. Vender t udo e dá- lo
aos pobres não servirá se não vamos seguir a Cristo.
O evangelho é o único rem édio para os pecadores perdidos. Muit os dos que se abst êm de vícios
grosseiros são os que não at ent am sua obrigação para com Deus. Milhares de casos de
desobediência de pensam ent o, palavra e obra são regist rados cont ra eles no livro de Deus. Assim,
pois, são m uit os os que abandonam a Crist o por am ar est e m undo present e: eles se sent em
convict os e desej osos, porém se afast am t rist es, t alvez t rem endo. Nos convém provar- nos nest es
assuntos porque o Senhor nos julgará.

Versículos 23- 30
Em bora Crist o falou com t ant a força, poucos dos que t êm riqueza confiam em suas palavras.
Quão poucos dos pobres não são t ent ados e criar dívidas! Mas o fervor do hom em nest e assunt o é
com o se t rat assem de edificar um m uro elevado para encerrar a si m esm os e seus filhos longe do

31
céu. Deve ser sat isfat ório para os que est am os em condição baixa o não est arm os expost os à
tentação de um a sit uação próspera e elevada. Se eles vivem com m aior dureza que o rico nest e
mundo, se vão com maior facilidade a um mundo melhor, não terão razão de queixar- se.
As palavras de Crist o m ost ram que cust a m uit o que um rico sej a um bom crist ão e sej a salvo. O
cam inho ao céu é cam inho est reit o para t odos, e a port a que ali conduz, é port a apert ada;
particularm ent e para a gent e rica. Esperam- se m ais deveres deles que dos out ros, e os pecados os
acossam com m ais facilidade. Cust a não ser fascinado por um m undo sorrident e. A gent e rica t em
por sobre o rest o um a grande cont a a pagar por suas oport unidades. É absolut am ent e im possível
que um homem que deposita seu coração em suas riqueza vá para o céu.
Crist o usou um a expressão que denot a um a dificuldade absolut am ent e insuperável pelo poder do
homem. Nada m enos que a t odo- poderosa graça de Deus fará que um rico supere est a dificuldade.
Então, quem poderá ser salvo? Se as riquezas estorvam a gente rica, não são achados o orgulho e a
concupiscência pecam inosa nos que não são ricos, e result am t ão perigosos para eles? Quem pode
ser salvo?, dizem os discípulos. Ninguém , diz Crist o, por nenhum poder criado. O com eço, a
profissão e o aperfeiçoam ent o da obra de salvação dependem int eiram ent e da onipot ência de Deus,
para Quem t odas as coisas são possíveis. Não se t rat a de que a gent e rica sej a salva em seu
mundanismo, senão que sejam salvos de seu mundanismo.
Pedro disse: Nós t em os deixado t udo. Ai! Não era senão um pobre, som ent e com uns poucos
barcos e redes, m as observe- se com o fala Pedro, com o se t ivesse ent regado grande coisa. Somos
dem asiado capazes de dar o valor m áxim o a nossos serviços e sofrim ent os, nossas perdas e gast os
por Crist o. Todavia, Crist o não os repreende porque era pouco o que eles t inham deixado, pois era
t udo o que t inham , e t ão querido para eles com o se t ivesse sido m ais. Crist o levou a bem que eles
deixassem tudo para segui- lo; aceita segundo o que tem o homem.
A prom essa de nosso Senhor para os apóst olos é que quando o Filho do hom em se assent ar no
trono de sua glória, fará novas todas as coisas, e eles se assentaram com Ele em juízo contra os que
serão j ulgados conform e a sua dout rina. I st o est abelece a honra, a dignidade e a aut oridade do
ofício e m inist ério deles. Nosso Senhor agrega que qualquer que t enha deixado casa ou possessões
ou com odidades por Ele e pelo Evangelho, seria recom pensado no final. Que Deus nos dê fé para
que nossa esperança descanse nest a prom essa Sua; ent ão, est arem os dispost os para t odo serviço e
sacrifício.
Nosso Salvador, no últ im o versículo, elim ina o erro de alguns. A herança celest ial não é ent regue
com o as t errenas, senão conform e com o beneplácit o de Deus. Não confiem os em aparências
prom issórias, nem na profissão ext erna. Out ros podem chegar a ser em inent es em fé e sant idade,
até onde nos toca saber.

CAPÍTULO 20
Versículos 1- 16 A parábola dos trabalhadores da vinha
Versículos 17- 19 Jesus anuncia de novo seus sofrimentos
Versículos 20- 28 A ambição de Tiago e João
Versículos 29- 34 Jesus dá a vista a dois cegos perto de Jericó

Versículos 1- 16
O obj et o diret o dest a parábola parece ser dem onst rar que, em bora os j udeus foram cham ados
prim eiro à vinha, em longo prazo o evangelho será pregado aos gent ios, que devem ser recebidos
com os privilégios e vantagens em igualdade com os judeus. A parábola pode aplicar- se também em
forma mais geral e mostra que:
1) Deus não é devedor de nenhum homem.
2) Muit os que com eçam no final, e prom et em pouco em m at éria de religião, às vezes, pela
bênção de Deus, chegam a muito conhecimento, graça e utilidade.
3) A recom pensa será dada aos sant os, m as não conform e ao t em po de sua conversão. Descreve
o estado da igreja visível e explica a declaração de que os últimos serão os primeiros e os primeiros,
os últimos, em suas diversas referências.
Enquant o não sej am os cont rat ados no serviço de Deus, est am os t odo o dia ociosos: um est ado
pecam inoso, e em bora para Sat anás sej a um est ado de escravidão, pode cham ar- se est ado de
ociosidade. O m ercado é o m undo e dele fom os cham ados pelo evangelho. Venham , saiam desse
mercado. O t rabalho para Deus não adm it e barganhas. O hom em pode ir ocioso para o inferno, m as
que vá para o céu deve ser diligente.

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O centavo romano eram sete centavos, pagava então o suficiente para o sustento diário. I sto não
prova que a recompensa de nossa obediência a Deus seja de obras ou de dívida; quando temos feito
t udo, ainda som os servos inút eis; significa que há um a recom pensa colocada diant e de nós, m as
que ninguém , por est a suposição, post ergue o arrependim ent o at é a velhice. Alguns foram enviados
à vinha na hora undécim a, m as ninguém os t inha cont rat ado ant es. Os gent ios ent raram na hora
undécim a; o evangelho não t inha sido pregado ant es a eles. Os que t iveram a ofert a do evangelho
na hora t erceira ou sext a, e a rej eit aram , não poderão dizer na hora undécim a, com o est es,
"Ninguém nos contratou".
Port ant o, não para desanim ar a ninguém senão para acordar a t odos, é que nos é lem brado que
agora é o tempo aceitável.
As riquezas da graça divina são obj et adas em voz alt a pelos fariseus orgulhosos e pelos crist ãos
nominais. Há em nós um a grande inclinação a pensar que t em os dem asiado pouco, e os out ros
muit o dos sinais do favor de Deus; e que fazem os dem asiado e os out ros m uit o pouco na obra de
Deus. Porém se Deus dá graça a out rem , é bondade para eles, e não inj ust iça para conosco. As
criat uras m undanas carnais est ão de acordo com Deus Enquanto a sua riqueza nest e m undo, e
opt am por sua porção nest a vida. Os crent es obedient es est ão de acordo com Deus Enquanto a sua
riqueza no out ro m undo, e devem lem brar que est iveram de acordo. Não acordou você t om ar o céu
com o porção sua, com o seu t odo, e busca agora sua felicidade na criat ura? Deus não cast iga m ais
do merecido, e premia cada serviço feito por Ele e para Ele; portanto, não faz mal algum ao mostrar
graça extraordinária a outrem.
Veja- se aqui a nat ureza da invej a. É um a avareza descont ent e pelo bem dos out ros e que desej a
seu m al. É um pecado que não t em prazer, proveit o nem honra. Deixem os part ir t odo reclam o
orgulhoso e procurem os a salvação com o dádiva grat uit a. Não invej em os nem m urm urem os;
regozijemo- nos e louvemos a Deus por sua misericórdia para com os outros e conosco.

Versículos 17- 19
Aqui Crist o é m ais det alhado que ant es para predizer seus sofrim ent os. Aqui, como antes, agrega
a m enção de sua ressurreição e sua glória à de sua m ort e e seus sofrim ent os, para dar ânim o a
seus discípulos, e consolá- los. Um a m aneira de ver a nosso Redent or um a vez crucificado e agora
glorificado com fé, é boa para hum ilhar a disposição orgulhosa que se j ust ifica a si m esm a. Quando
consideram os a necessidade da hum ilhação e sofrim ent os do Filho de Deus para a salvação dos
pecadores perecíveis, cert am ent e devem os perceber a liberalidade e as riquezas da graça divina em
nossa salvação.

Versículos 20- 28
Os filhos de Zebedeu usaram m al o que Crist o dizia para consolar os discípulos. Alguns não
podem t er consolo; o t ransform am e ut ilizam para um m au propósit o. O orgulho é o pecado que
m ais facilm ent e nos acossa; é um a am bição pecam inosa de superar os dem ais em pom pa e
grandeza. Para abat er a vaidade e a am bição de seu pedido, Crist o os guia a pensar em seus
sofrimentos. Cálice amargo é o que deve beber- se; cálice de tremor, mas não o cálice do ímpio. Não
é senão um cálice, ainda que t alvez seca e am arga, porém logo se esvazia; é um cálice na m ão do
Pai ( João 18.11) . O bat ism o é um a ordenança pela qual som os unidos ao Senhor em aliança e
com unhão, e assim é o sofrim ent o por Crist o ( Ezequiel 20.37; I saias 48.10) . O bat ism o é sinal
ext erno e visível de um a graça espirit ual int ; assim é o padecim ent o por Crist o, que a nós é
concedido ( Filipenses 1.29) . Mas não sabiam que era o cálice de Crist o, nem que era seu bat ism o.
Com um ent e os m ais confiados são os que são m enos fam iliarizados com a cruz. Nada faz m ais m al
ent re os irm ãos que o desej o de grandeza. Nunca encont ram os disput ando os discípulos de Crist o
sem que algo dist o est ej a no fundo da quest ão. O hom em que com m aior diligência labut a, e com
m aior paciência sofre, buscando fazer o bem a seus irm ãos, e fom ent ar a salvação das alm as, m ais
evoca a Cristo, e recebera mais honra dEle para toda a eternidade.
Nosso Senhor fala de sua m ort e nos t erm os aplicados aos sacrifícios de ant igam ent e. É um
sacrifício pelos pecados dos hom ens, e é aquele sacrifício verdadeiro e essencial, que os da lei
represent avam débil e im perfeit am ent e. Era um resgat e de m uit os, suficient e para t odos, obrando
sobre muitos; e, se por muitos, então a pobre alma tremente pode dizer "Por que não por mim?".

Versículos 29- 34
Bom é que os subm et idos à m esm a provação ou enferm idade do corpo e da m ent e se unam para
orar a Deus por alívio, para que possam estimular- se e exort arem - se uns aos out ros. Há suficient e
m isericórdia em Crist o para t odos os que pedem . Eles oravam com fervor. Clam avam com o hom ens
pressionados. Os desej os frios m endigam negações. Foram hum ildes para orar, colocando- se a
mercê da m isericórdia do m ediador e referindo- se alegrem ent e a ela. Most ram fé ao orar pelo t ít ulo

33
que deram a Crist o. Com cert eza foi pelo Espírit o Sant o que t rat aram de Senhor a Jesus.
Perseveraram na oração. Quando iam em busca da m isericórdia não havia t em po para a t im idez ou
a vacilação; clamavam com fervor.
Crist o os anim ou. Nos sensibilizam os rapidam ent e ant e as necessidades e as cargas do corpo, e
podem os relacionar- nos com elas pront am ent e. Oh, que nos queixem os com t ant o sent im ent o de
nossas doenças espirit uais, especialm ent e de nossa cegueira espirit ual! m uit os est ão
espiritualment e cegos, m as dizem que vêem . Jesus curou a est es cegos e quando receberam a
visão, o seguiram . Ninguém segue cegam ent e a Crist o. Primeiro, por graça Ele abre os olhos dos
hom ens, e assim at rai a Ele seus corações. Est es m ilagres são nosso chamado a Jesus; podem os
ouvi- lo e fazê- lo nossa oração diária para crescer em graça e no conhecimento do Senhor e Salvador
Jesus Cristo.

CAPÍTULO 21
Versículos 1- 11 Cristo entra em Jerusalém
Versículos 12- 17 Expulsa do templo os que o profanavam
Versículos 18- 22 Maldição da figueira estéril
Versículos 23- 27 O sermão de Jesus no templo
Versículos 28- 32 A parábola dos dois filhos
Versículos 33- 46 A parábola do pai de família

Versículos 1- 11
Est a vinda de Crist o foi descrit a pelo profet a Zacarias ( 9.9) . Quando Crist o aparecer em sua
glória, é em sua m ansidão e não em m aj est ade, em m isericórdia, para operar salvação. Com o a
mansidão e a pobreza ext erna foram vist as plenam ent e no Rei de Sião, e m arcaram sua ent rada
t riunfal em Jerusalém , quão errados est avam a cobiça, a am bição e a soberba da vida nos cidadãos
de Sião! Eles levaram o j um ent inho, m as Jesus não o usou sem o consent im ent o do dono. Os
elem ent os para m ont ar foram os que est avam à m ão. Não devem os pensar que são m uit o caras as
roupas que vest im os com o para abandoná- las pelo serviço de Crist o. Os sum os sacerdot es e os
anciãos depois se uniram à m ult idão que o t rat ou m al na cruz; porém nenhum deles se uniu à
m ult idão que lhe rendeu honras. Os que t om am a Crist o com o Rei deles, devem deposit ar a seus
pés t udo o que t êm . Hosana significa: " Salva agora, t e rogam os! " Bendit o o que vem em nom e do
Senhor! Mas de quão escasso valor é o aplauso da gent e! A m ult idão inst ável se une ao clam or do
dia, sej a " Hosana! " ou " Crucifica- o! " Freqüent em ent e, as m ult idões parecem aprovar o evangelho,
mas poucos chegam a ser discípulos coerentes.
Quando Jesus ia ent rar em Jerusalém , t oda a cidade se com oveu; t alvez alguns foram m ovidos
pelo gozo, os que esperavam o Consolo de I srael; out ros, dos fariseus, foram m ovidos pela invej a.
Assim de variadas são as motivações da mente dos homens Enquanto a cercania do Reino de Cristo.

Versículos 12- 17
Crist o encont rou part e do át rio do t em plo convert ido em m ercado de gado e de coisas que se
usavam nos sacrifícios, e parcialm ent e ocupados pelos cam bist as de dinheiro. Nosso Senhor os
lançou fora, com o t inha feit o ao iniciar seu m inist ério ( João 2.13- 17). Suas obras t est em unhavam
dEle m ais que os Hosanas, e as curas que fez no t em plo foram cum prim ent o da prom essa de que a
glória da últ im a casa seria m aior que a glória da prim eira. Se Crist o viesse agora a m uit as part es de
sua igrej a visível, quant os m ales secret os descobriria e lim paria! Quant as coisas que se prat icam a
diário sob o m ant o da religião Ele dem onst raria que são m ais adequadas para um a cova de ladrões
que para uma casa de oração!

Versículos 18- 22
A m aldição da figueira estéril represent a o est ado dos hipócrit as em geral, e assim nos ensina
que Crist o busca o poder da religião nos que a professam , e o saber dela nos que dizem t ê- la. Suas
j ust as expect at ivas dos professos que florescem cost um am frust rar- se; vem a m uit os procurando
frut o e encont ra som ent e folhas. Um a profissão falsa m urcha corrent em ent e nest e m undo, e é o
efeit o da m aldição dada por Crist o. A figueira que não t inha frut o logo perdeu suas folhas. I sto
represent a em part icular o est ado da nação e povo j udaico. Nosso Senhor Jesus não achou neles
nada senão folhas. Depois que rej eit aram Crist o, a cegueira e a dureza se acrescent aram neles at é
que foram lançados fora, e desarraigados de seu lugar e de sua nação. O Senhor foi j ust o nisso,
temamos muito a condena pronunciada para a figueira estéril.

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Versículos 23- 27
Como agora nosso Senhor se manifestou abertamente como o Messias, os sumos sacerdotes e os
escribas se ofenderam muito, em especial porque expôs e eliminou os abusos que eles estimulavam.
Nosso Senhor pergunt ou que pensavam eles do m inist ério e bat ism o de João. Muit os se assust am
m ais da vergonha que produz a m ent ira que do pecado, e, port ant o, não t êm escrúpulos para dizer
o que sabem que é falso, com o seus próprios pensam ent os, afet os e int enções ou suas lem branças
e esquecim ent os. Nosso Senhor recusou responder sua pergunt a. Melhor é evit ar as disput as
desnecessárias com os ímpios oponentes.

Versículos 28- 32
As parábolas que repreendem se dirigem claram ent e aos ofensores e os j ulgam por suas próprias
bocas. A parábola dos dois filhos enviados a t rabalhar na vinha é para m ost rar que os que não
sabiam que o bat ism o de João era de Deus, foram envergonhados pelos que o sabiam e o
reconhecem. Toda a raça hum ana é com o crianças as que o Senhor t em criado, m as eles se
rebelaram em Sua cont ra, só que alguns são m ais convincent es em sua desobediência que out ros.
Freqüent em ent e acont ece que o rebelde at revido é levado ao arrependim ent o e chega a ser um
servo do Senhor, enquanto o formalista se endurece em orgulho e inimizade.

Versículos 33- 46
Est a parábola expressa claram ent e o pecado e a ruína da nação j udaica; e o que se diz para
acusá- los se diz para advert ir a t odos os que gozam dos privilégios da igrej a ext erna. Assim com o
os hom ens t rat am o povo de Deus, t rat ariam o próprio Crist o se est iver com eles. Com o podem os,
se som os fiéis a sua causa, esperar um a recepção favorável de part e de um m undo ím pio ou dos
ím pios que professam o crist ianism o! Pergunt em o- nos se nós que t em os a vinha e t odas suas
vantagens, dam os frut o na t em porada devida, com o povo, fam ília ou indivíduos. Nosso Salvador
declara, em sua pergunt a, que o Senhor da vinha virá, e que quando venha dest ruirá os m aus com
toda certeza.
Os sum os sacerdot es e os anciãos eram os const rut ores e não reconheciam sua dout rina nem
suas leis; os rej eit aram com o pedra desprezada. Mas o que foi descart ado pelos j udeus, foi
abraçado pelos gent ios. Crist o sabe quem dará frut os do evangelho no uso dos m édios do
evangelho. A incredulidade dos pecadores será sua ruína, em bora Deus t enha m uit as form as de
refrear os remanescent es da ira, com o t em t am bém m uit as m aneiras de fazer que isso que
quebrant a redunde em louvor Seu. Que Crist o chegue a ser m ais e m ais precioso para nossas
alm as, com o firm e Fundam ent o e Pedra angular de sua I grej a. Sigamo- lo ainda que sej am os
odiados e desprezados por amor a Ele.

CAPÍTULO 22
Versículos 1- 14 A parábola da festa de bodas
Versículos 15- 22 Os fariseus perguntam a Jesus sobre o imposto
Versículos 23- 33 A pergunta dos saduceus sobre a ressurreição
Versículos 34- 40 A essência dos mandamentos
Versículos 41- 46 Jesus interroga os fariseus

Versículos 1- 14
A provisão feita para as almas perecíveis no evangelho está representada por uma festa real feita
por um rei, com prodigalidade orient al, em ocasião do m at rim ônio de seu filho. Nosso Deus
misericordioso não som ent e t em provido o alim ent o, senão um fest ej o real para as alm as que
perecem de suas rebeldes criat uras. Na salvação de seu Filho Jesus Crist o há suficient e e de sobra
de tudo o que se possa agregar a nosso consolo presente e felicidade eterna.
Os prim eiros convidados foram os j udeus. Quando os profet as do Ant igo Test am ent o não
prevaleceram , nem João Bat ist a, nem o próprio Crist o, que lhes disse que o Reino de Deus est ava
pert o, foram enviados os apóst olos e m inist ros do evangelho, depois da ressurreição de Crist o, a
dizer- lhes que viria, e a persuadi- los para a aceit assem a ofert a. A razão do m ot ivo pelo que os
pecadores não vão a Crist o e à salvação por Ele não é que não possam , senão que não querem .
Tom ar com leviandade a Crist o e a grande salvação operada por Ele é o pecado que condena o
mundo. Eles foram indiferent es. As m ult idões perecem para sem pre por pura indiferença, sem
m ost rar aversão diret a, m as são negligent es acerca de suas alm as. Além disso, as at ividades e o

35
proveit o das ocupações m undanas est orvam a m uit os para fechar t rat o com o Salvador.
Cam poneses e m ercadores devem ser diligent es, m as qualquer sej a a coisa do m undo que
tenhamos em nossas mãos, devemos ter cuidado de mantê- la fora de nossos corações, não seja que
se coloque entre nós e Cristo.
A ext rem a ruína que sobreveio à igrej a e à nação j udaica est á represent ada aqui. A perseguição
dos fiéis m inist ros de Crist o enche a m edida da culpa de t odo povo. Não se esperava a ofert a de
Crist o e a salvação dos gent ios; foi t ant a a surpresa com o seria que se convidasse um cam ponês a
um a boda real. O desígnio do evangelho é recolher alm as para Crist o; a t odos os filhos de Deus
espalhados por todas partes (João 10.16; 11.52).
O exem plo dos hipócrit as est á represent ado pelo convidado que não t inha vest e de boda. Nos
concerne a t odos preparar- nos para o j uízo; e som ent e os que se vist am do Senhor Jesus, que
t enham o t em peram ent o m ent al crist ão, que vivam pela fé em Crist o e para os quais Ele é o t udo
em t odo, t êm a vest im ent a para a boda. A j ust iça de Crist o que nos é im put ada e a sat isfação do
Espírit o são, am bas, igualm ent e necessárias. Ninguém t em as roupas de boda por nat ureza nem
pode fazê- las por si m esm o. Chega o dia em que os hipócrit as serão cham ados a render cont as de
t odas suas int rusões presunçosas nas ordenanças do evangelho e da usurpação dos privilégios do
evangelho. Lancem- no nas t revas de fora. Os que andam em form a indigna do crist ianism o,
abandonam toda a felicidade que proclamam presunçosamente.
Nosso Salvador passa aqui desde a parábola a seu ensinam ent o. Os hipócrit as andam à luz do
Evangelho o mesmo caminho da extrema escuridão. Muitos são chamados à festa de bodas, isto é, à
salvação, m as poucos t êm as roupas da boda, a j ust iça de Crist o, a sant ificação do Espírit o. Então,
examinemo- nos se estamos na fé, e procuremos sermos aprovados pelo Rei.

Versículos 15- 22
Os fariseus enviaram seus discípulos aos herodianos, um part ido dos j udeus que apoiava a
subm issão t ot al ao im perador rom ano. Em bora eram cont rários ent re si, se uniram cont ra Crist o. O
que disseram de Crist o est ava bem ; sej a que o soubessem ou não, bendit o sej a Deus que nós o
sabemos. Jesus Cristo foi um mestre fiel, um que reprova diretamente.
Crist o viu sua iniqüidade. Qualquer sej a a m áscara que se coloque o hipócrit a, nosso Senhor
Jesus vê at ravés dela. Crist o não int erveio com o j uiz em m at érias dest a nat ureza, porque seu reino
não é dest e m undo, m as inst a a suj eit ar- se pacificam ent e aos poderes que há. Reprovou seus
adversários e ensinou a seus discípulos que a religião cristã não é inimiga do governo civil.
Crist o é e será a m aravilha não só de seus am igos, senão de seus inim igos. Eles adm iram sua
sabedoria, mas não serão guiados por ela, e seu poder, mas não se submeterão a ele.

Versículos 23- 33
As dout rinas de Crist o desagradam aos infiéis saduceus e aos fariseus e herodianos. Ele leva as
grandes verdades da ressurreição e o est ado fut uro além do que t inha revelado at é ent ão. Não há
m odo de deduzir do est ado de coisas nest e m undo o que acont ecerá no além . A verdade sej a
colocada na luz clara e se m anifest e com t oda sua força. Tendo- os silenciado dest e j eit o, nosso
Senhor procedeu a m ost rar a verdade da dout rina da ressurreição a part ir dos livros de Moisés.
Deus declarou a Moisés que era o Deus dos pat riarcas que t inham m orrido m uit o t em po ant es; ist o
dem onst ra que eles est avam ent ão num est ado do ser capaz de desfrut ar de seu favor e prova que
a dout rina da ressurreição é claram ent e ensinada no Ant igo Test am ent o e no Novo. Mas est a
dout rina est ava reservada para um a revelação m ais plena depois da ressurreição de Crist o, prim ícia
dos que dormiram. Todos os erros surgem de não conhecer as Escrituras e o poder de Deus.
Nest e m undo a m ort e se leva a um após out ro e assim t erm ina com t odas as esperanças, os
gozes, as penas e as relações terrenas. Que desgraçados são os que não esperam nada melhor além
do túmulo!

Versículos 34- 40
Um int érpret e da lei pergunt ou algo a nosso Senhor para provar não t ant o seu conhecim ent o
com o seu j uízo. O am or de Deus é o prim eiro e grande m andam ent o, e o resum o de t odos os
mandamentos da primeira tábua. Nosso amor por Deus deve ser sincero, não só de palavra e língua.
Todo nosso amor é pouco para dá- lo a Ele, portanto todos os poderes da alma devem comprometer-
se com Ele e ser executados para Ele.
Am ar a nosso próxim o crist ianism o a nós m esm os é o segundo grande m andam ent o. Há um
am or próprio que é corrom pido e raiz dos pecados m aiores e deve ser deixado e m ort ificado; m as
há um am or próprio que é a regra do dever m aior: devem os t er o devido int eresse pelo bem- estar
de nossa alm a e de nosso corpo. Devem os am ar a nosso próxim o t ão verdadeira e sinceram ent e

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como nos amamos a nós mesmos; em muitos casos devemos negar- nos a nós mesmos pelo bem do
próximo. Por estes dois mandamentos se molda o nosso coração.

Versículos 41- 46
Quando Crist o deixou perplexos seus inim igos, pergunt ou que pensavam do Messias prom et ido.
Com o podia Ele ser o Filho de Davi e, cont udo, ser seu Senhor? Cit a o Salm o 110.1. Se o Crist o
seria um sim ples hom ens, que som ent e exist iria m uit o t em po depois da m ort e de Davi, com o podia
seu ant epassado t rat á- lo de Senhor? Os fariseus não puderam responder a isso. Nem t am pouco
resolver a dificuldade, a m enos que reconheçam que o Messias sej a o Filho de Deus e o Senhor de
Davi t ant o com o o Pai. Ele t om ou nossa nat ureza hum ana e assim se m anifest ou Deus na carne;
neste sentido é o Filho do homem e o Filho de Davi.
Nos convém sobre t udo indagar seriam ent e: " Que pensam os de Crist o?" É Ele com plet am ent e
glorioso a nossos olhos e precioso a nossos corações? Que Crist o sej a nosso gozo, nossa confiança,
nosso tudo. Que diariamente sejamos feitos mais como Ele, e mais dedicados a seu serviço.

CAPÍTULO 23
Versículos 1- 12 Jesus repreende os escribas e os fariseus
Versículos 13- 33 Delitos dos fariseus
Versículos 34- 39 A culpa de Jerusalém

Versículos 1- 12
Os escribas e fariseus explicavam a lei de Moisés e obrigavam a obedecê- la. São acusados de
hipocrisia na religião. Som ent e podem os j ulgar conform e às aparências ext ernas, porém Deus
esquadrinha o coração. Eles faziam filact erias que eram rolos de papel ou pergam inho onde
escreviam quat ro art igos da lei, para am arrá- los na t est a ou no braço esquerdo ( Êxodo 13.2- 16; Dt
6.4- 9; 11.13- 21). Faziam est as filact erias ext ensas, para que pensassem que eram m ais zelosos da
lei que os out ros. Deus m andou os j udeus a colocar franj as em suas vest es ( Nm 15.38) , para
lembrá- los que são seu povo part icular, m as os fariseus as faziam m aiores que o com um , com o se
por isso fossem m ais religiosos que os out ros. O orgulho era o pecado am ado reinant e ent re os
fariseus, o pecado que m ais facilm ent e os assalt ava, e cont ra o qual o Senhor Jesus t inha
aproveit ado t odas as ocasiões. Para aquele que é ensinado na palavra, é digno de elogio que honre
ao que ensina; m as para o que ensina é pecam inoso exigir essa honra e encher- se por isso. Quão
cont rário ao espírit o do crist ianism o é ist o! Ao discípulo coerent e de Crist o result a penoso ser
colocado nos lugares principais, m as quando se olha em volt a na igrej a visível, quem pensará que
esse é o espírit o requerido? Result a claro que algum a m edida dest e espírit o ant i- crist ão predom ina
em toda sociedade religiosa e no coração de cada um de nós.

Versículos 13- 33
Os escribas e os fariseus eram inim igos do evangelho de Crist o e, port ant o, da salvação das
alm as dos hom ens. É ruim m ant er- nos afast ados de Crist o, m as pior ainda é m ant er os out ros
afastados dEle.
Todavia, não é novidade que a aparência e a form a da piedade se usem com o m ant o para as
maiores enormidades. Mas a piedade hipócrita será considerada como dupla iniqüidade.
Est avam m uit o ocupados em ganhar alm as para seu part ido. Não para a glória de Deus, nem
para o bem das alm as, senão para t er o m érit o e a vant agem de fazer prosélit os. Sendo a ganância
sua piedade, eles, com m ilhares de est rat agem as fizeram que a religião cedesse seu lugar a seus
interesses mundanos. Eram muito estritos e precisos em matérias mínimas da lei, mas negligentes e
conseqüent es nas m at érias de m aior peso. Não é o escrúpulo de um pecadinho o que Crist o reprova
aqui; se for um pecado, ainda com o um m osquit o, havia que filt rá- lo, m as faziam isso e, depois,
engoliam um camelo, quer dizer, cometiam um pecado maior.
Em bora pareciam ser sant os, não eram sóbrios nem j ust os. Realm ent e som os o que som os por
dentro. Os m ot ivos ext ernos podem m ant er lim po o de fora enquant o o int erior est á im undo; porém
se o coração e o espírit o são feit os novos, haverá vida nova; aqui devem os com eçar por nós
mesmos. A j ust iça dos escribas e dos fariseus era com o os adornos de um t úm ulo ou o sudário de
um cadáver, som ent e para o espet áculo. O enganoso dos corações dos pecadores se m anifest a em
que navegam corrent eza em baixo pelas t orrent es de pecados de seu próprio t em po, enquant o se
vangloriam de t er- se opost o aos pecados de dias ant eriores. Às vezes pensam os que se nós
t ivéssem os vivido quando Crist o est eve na t erra, não o t eríam os desprezado nem rej eit ado, com o

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então fizeram os homens; mas Cristo em seu Espírito, em sua Palavra, em seus ministros ainda hoje
não é m elhor t rat ado. Just o é que Deus ent regue à luxúria de seus corações a est es que se
obstinam em satisfazer- se a si mesmos. Cristo dá aos homens seu caráter verdadeiro.

Versículos 34- 39
Nosso Senhor declara as m isérias que est avam por acarret ar a si m esm os os habit ant es de
Jerusalém , m as não prest a at enção aos sofrim ent os que Ele passaria. Um a galinha que j unt a seus
pintinhos sob suas asas, é um em blem a adequado do t enro am or do Salvador por aqueles que
confiam nEle, e seu fiel cuidado por eles. Ele cham a os pecadores para que se refugiem em sua
carinhosa proteção, os mantém a salvo e os nutre para a vida eterna.
Aqui se enunciam a dispersão e a incredulidade present es dos j udeus, e sua fut ura conversão a
Cristo. Jerusalém e seus filhos t inham grande part e da culpa e seu cast igo t inha sido um sinal.
Todavia, não ant es de m uit o, a vingança m erecida cairá sobre cada igrej a que é crist ã som ent e de
nome. Enquant o isso, o Salvador est á pront o para receber a t odos os que vão a Ele. Nada há ent re
os pecadores e a felicidade eterna, senão seu orgulho e sua incrédula falta de vontade.

CAPÍTULO 24
Versículos 1- 3 Cristo anuncia a destruição do templo
Versículos 4- 28 Desastres prévios à destruição de Jerusalém
Versículos 29- 41 Cristo anuncia outros sinais e desgraças do fim do mundo
Versículos 42- 51 Exortações a vigiar

Versículos 1- 3
Crist o prediz a t ot al ruína e a dest ruição fut ura do t em plo. Um a crédula visão em fé da
desaparição de t oda glória m undana, nos servirá para que evit em os adm irá- la e valorizá- la
excessivamente. O corpo m ais belo será logo com ida para os verm es, e o edifício m ais m agnífico,
um m ont e de escombros. Não vê est as coisas? Nos fará bem que as olhem os com o vendo at ravés
delas e vendo o fim delas.
Nosso Senhor, t endo ido em bora com seus discípulos ao Mont e das Oliveiras, pôs ant e eles a
ordem dos tempos Enquanto aos judeus, até a destruição de Jerusalém, e Enquanto aos homens em
geral até o fim do mundo.

Versículos 4- 28
Os discípulos pergunt aram acerca dos t em pos. Quando serão est as coisas? Crist o ao lês
respondeu isso, mas eles também tinham perguntado: Qual será o sinal? Esta pergunta a respondeu
plenamente. A profecia t rat a prim eiro dos acont ecim ent os próxim os, a dest ruição de Jerusalém , o
fim da igrej a e do est ado j udeus, o chamado aos gent ios, e o est abelecim ent o do reino de Crist o no
mundo; mas também olha o juízo geral; e no próximo, aponta mais em detalhe a este último. O que
Crist o disse a seus discípulos t endia m ais a fom ent ar a caut ela que a sat isfazer sua curiosidade;
mais a prepará- los para os acontecimentos que aconteceriam que lhes dar uma idéia clara dos fatos.
Est e é o bom ent endim ent o dos t em pos que t odos devem os cobiçar, para disso inferir o que I srael
deve fazer.
Nosso Salvador advert e a seus discípulos que est ej am em guarda cont ra os falsos m est res.
Anuncia guerras e grandes com oções ent re as nações. Desde o t em po em que os j udeus rej eit aram
a Crist o e Ele deixou sua casa desolada, a espada nunca se afast ou deles. Vej a o que acont ece por
rej eit ar o Evangelho. Aos que não ouçam os m ensageiros da paz, serão obrigados a ouvir os
mensageiros da guerra. Mas onde est ej a deposit ado o coração, confiando em Deus, se m ant ém a
paz e não se assust a. Contrário à mente de Cristo é que seu povo tenha corações perturbados ainda
em tempos turbulentos.
Quando olham os adiant e, à et ernidade da m iséria que est á ant e os obst inados que rej eit am a
Crist o e seu Evangelho, podem os dizer em verdade: os j uízos t errenos m aiores são som ent e o
princípio das dores. Consola que alguns perseverem até o fim.
Nosso Senhor prediz a pregação do evangelho em t odo o m undo. O fim do m undo som ent e virá
quando o evangelho tenha feito sua obra.
Crist o anuncia a ruína que sobrevirá ao povo j udeu; e o que aqui diz, servirá a seus discípulos
para sua condut a e para consolo. Se Deus abrir um a port a de escape, devem os fugir, do cont rário
não confiam os em Deus, senão que o t ent am os. Em t em pos de t ranst orno público corresponde aos
discípulos de Crist o est ar orando m uit o: isso nunca é inoport uno, porém se t orna especialm ent e

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oportuno quando estamos angustiados por todas partes. Embora devemos aceitar o que Deus envia,
ainda podem os orar cont ra os sofrim ent os; e algo que prova m uit o ao hom em bom é ser t irado por
um a obra de necessidade do serviço e adoração solenes de Deus no dia do repouso. Mas aqui há
um a palavra de consolo, que por am os dos escolhidos esses dias serão encurt ados em relação ao
que conceberam seus inim igos, que os t eriam cort ado a t odos se Deus, que usou est es inim igos
para servir a seus propósitos, não tiver colocado um limite à ira deles.
Cristo anuncia a rápida difusão do evangelho no mundo. É visto simplesmente como o raio. Cristo
pregou abert am ent e seu evangelho. Os rom anos eram com o a águia e a insígnia de seus exércit os
era est a ave. Quando um povo, por seu pecado, se t ransform a em noj ent os esquelet os, nada pode
esperar- se, senão que Deus envie inim igos para dest ruí- lo. I st o é m uit o Aplicável ao dia do j uízo, à
vinda de nosso Senhor Jesus Crist o nesse dia ( 2 Tessalonicenses 2.1- 2). Apliquemo- nos para
assegurar nossa eleição e vocação; ent ão poderem os saber que nenhum inim igo nem enganador
prevalecerá contra nós.

Versículos 29- 41
Crist o prediz sua segunda vinda. É habit ual que os profet as falem de coisas próxim as e à m ão
para expressar a grandeza e cert eza delas. ENQUANTO à segunda vinda de Crist o, se anuncia que
haverá um a grande m udança para fazer novas t odas as coisas. Ent ão verão o Filho do hom em que
vem nas nuvens. Em sua prim eira vinda foi colocado com o sinal que seria cont radit o, porém em sua
segunda vinda, um sinal que deve ser admirado.
Tarde ou cedo, todos os pecadores se lamentarão, mas os pecadores arrependidos olham a Cristo
e se doem de m aneira sant a; e os que sem eiam com lágrim as colherão com gozo dent ro de pouco.
Os pecadores im penit ent es verão Àquele que t raspassaram que, em bora agora riem , ent ão
lamentarão e choraram com horror e desesperação intermináveis.
Os eleit os de Deus est ão dispersos em t odas part es; os há em t odo lugar e em t odas as nações,
m as quando chegue esse grande dia de reunião não haverá nem um só deles que falt e. A dist ância
do lugar não deixará a ninguém fora do céu. Nosso Senhor declara que os judeus nunca cessarão de
ser um povo dist int o at é que se cum pram t odas as coisas que t inha predit o. Sua profecia chega at é
o dia do j uízo final; port ant o, aqui, versículo 34, anuncia que Judá nunca deixará de exist ir com o
povo distinto, enquanto durar este mundo.
Os hom ens do m undo conspiram e planej am de geração em geração, m as não planej am com
referência ao fat o m ais seguro da segunda vinda de Crist o, que se aproxim a pavorosam ent e, o qual
t erm inará com t odo est rat agem a hum ana, e fará a um lado para sem pre t odo o que Deus proíbe.
Esse dia será um dia tão assombroso como o dilúvio para o mundo antigo.
Aplique- se ist o, prim eiro, aos j uízos t em porários, part icularm ent e o que ent ão chegava
apressadam ent e à nação e povo dos j udeus. Segundo, ao j uízo et erno. Aqui Crist o m ost ra o est ado
do m undo ant igo quando chegou o dilúvio; e eles não acredit avam . Se nós soubéssem os com
cert eza que t odas as coisas t errenas devem passar daqui a pouco, não colocaríam os nossos olhos e
nosso coração nelas t ant o assim com o fazem os. Que palavras podem descrever com m aior força o
súbit o da chegada de nosso Salvador! Os hom ens est arão em suas respect ivas ocupações e
repentinament e se m anifest ará o Senhor da glória. As m ulheres est arão em suas t arefas
dom ést icas, e esse m om ent o t oda out ra obra será deixada de lado, e t odo coração se volt ará para
dent ro e dirá " É o Senhor! Est ou preparado para encont rá- lo? Posso est ar diant e dEle?" E, de fat o,
que é o dia do juízo para todo o mundo, senão o dia da morte de cada um?

Versículos 42- 51
Vigiar pela vinda de Crist o é m ant er o t em peram ent o m ent al em que desej am os que nos
encont re nosso Senhor. Sabem os que t em os pouco t em po para viver, não podem os saber se t em os
longo tempo para viver; muito menos conhecemos o tempo fixado para o juízo.
A vinda de nosso Senhor será feliz para os que est ej am preparados, m as será m uit o espant osa
para os que não est ej am . Se um hom em , que professa ser servo de Crist o, é incrédulo, cobiçoso,
am bicioso ou am ant e do prazer, será cort ado. Os que escolhem por porção o m undo nest a vida,
t erão o inferno com o porção na out ra. Que nosso Senhor, quando vir, nos sent encie bem -
avent urados e nos apresent e diant e do Pai, lavados em seu sangue, purificados por seu Espírit o, e
aptos para sermos participes da sorte dos santos em luz.

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CAPÍTULO 25
Versículos 1- 13 Parábola das dez virgens
Versículos 14- 30 Parábola dos talentos
Versículos 31- 46 O juízo

Versículos 1- 13
As circunst âncias da parábola das dez virgens foram t om adas dos cost um es das núpcias dos
j udeus e explica o grande dia da vinda de Crist o. Veja- se a nat ureza do crist ianism o. Com o crist ãos
professam os at ender a Crist o, honrá- lo e est arm os à espera de sua vinda. Os crist ãos sinceros são
as virgens prudent es, e os hipócrit as são as néscias. São verdadeiram ent e sábios ou néscios os que
assim agem nos assuntos de sua alma. Muitos têm uma lâmpada de profissão em suas mãos, porém
em seus corações não t êm o conhecim ent o sadio nem a resolução, que são necessários para levá-
los através dos serviços e das provas do estado presente. Seus corações não foram providos de uma
disposição sant a pelo Espírit o de Deus que cria de novo. Nossa luz deve brilhar ant e os hom ens em
boas obras; m as não é provável que ist o se faça por m uit o t em po, a m enos que exist a um princípio
ativo de fé em Cristo e amor por nossos irmãos no coração.
Todos t osquenej aram e dorm iram . A dem ora represent a o espaço ent re a conversão verdadeira
ou aparent e dest e professant es e a vinda de Crist o, para levá- los pela m ort e ou para j ulgar o
mundo. Mas ainda que Cristo demore mais que a nossa época, não demorará mais do tempo devido.
As virgens sábias mantiveram ardendo suas lâmpadas, mas não ficaram acordadas. Demasiados são
os crist ãos verdadeiros que ficam rem issos e negligenciam sua at uação. Os que se perm it em
cabecear, escassamente evitam dormir; portanto tema o começo do deterioro espiritual.
Se ouvir um cham ado surpreendent e, saiam a recebê- lo; é um cham ado para os que est ão
preparados. A not ícia da vinda de Crist o e o chamado para sair a recebê- lo vão acordá- los. Ainda os
que est ej am preparados da m elhor form a para a m ort e t em t rabalho a fazer para est ar
verdadeiramente preparados (2 Pedro 3.14). Será um dia de busca e de perguntas; nos corresponde
pensar como seremos achados então.
Algum as levaram óleo para abast ecer suas lâm padas ant es de sair. As que não alcançam a graça
verdadeira certamente acharão sua falta em um ou em outro momento. Uma profissão externa pode
alum iar a um hom em nest e m undo, m as as fum aças do vale da som bra da m ort e ext inguirão sua
luz. Os que não se preocupam por viver a vida, m orrerão de t odos m odos a m ort e do j ust o. Mas os
que serão salvos devem t er graça própria; e os que t êm m ais graça não t êm nada que poupar. O
m elhor necessit a m ais de Crist o. Enquant o a pobre alm a alarm ada se dirige, no leit o do enferm o, ao
arrependim ent o e à oração com espant osa confusão, vem a m ort e, vem o j uízo, a obra é desfeit a, e
o coit ado pecador é dest ruído para sem pre. I st o provém de t er necessit ado sair a com prar óleo
quando devíam os queim á- lo, obt er graça quando devíam os usá- la. Os que irão ao céu do além , e
unicamente eles, estão sendo preparados para o céu aqui. O súbito da morte e da chegada de Cristo
a nós então não estorvará nossa felicidade se nos tivemos preparado.
A port a foi fechada. Muit os procurarão serem recebidos no céu quando sej a dem asiado t arde. A
vã confiança dos hipócritas os levará longe das expectativas de felicidade. A convocatória inesperada
da m ort e pode alarm ar o crist ão m as, procedendo sem dem ora a acender sua lâm pada, suas graças
cost um am brilhar m ais fort e; enquant o a condut a do sim ples professant e m ost ra que sua lâm pada
está se apagando. Portanto, vigiem, atendam o assunto de suas almas. Estejam todo o dia no temor
do Senhor.

Versículos 14- 30
Crist o não t em servos para que fiquem ociosos: eles t êm recebido seu t odo dEle e nada t êm que
possam cham ar de próprio, salvo pecado. O que recebam os de Crist o é para que t rabalhem os por
Ele. A m anifest ação do Espírit o é dada a t odo hom em para proveit o. O dia de render cont as chega
por fim . Todos devem os ser exam inados Enquanto ao bom que t enham os conseguido para a nossa
alm a e para nosso próxim o, pelas vant agens que desfrut am os. Não significa que o realce dos
poderes nat urais possa dar m érit o a um hom em para a graça divina. É liberdade e privilégio do
crist ão verdadeiro ser em pregado com o servo de seu Redent or, fom ent ando sua glória, e o bem de
seu povo: o am or de Crist o o const range a não viver m ais para si, senão para Aquele que m orreu e
ressuscitou por ele.
Os que pensam que é im possível com prazer a Deus, e é em vão servi- lo, nada farão para o
propósit o da religião. Se queixam de que Ele exige deles m ais do que são capazes, e que os cast iga
pelo que não podem evit ar. Qualquer coisa que sej a o que pret endam , o fat o é que não gost am do
caráter nem da obra do Senhor.

40
O servo preguiçoso está sentenciado a ser privado de seu talento. I sto pode aplicar- se às bênçãos
dest a vida, porém m uit o m ais aos m eios da graça. Os que não conhecem o dia de sua visit ação,
t erão ocult as de seus olhos as coisas que convêm a sua paz. Sua condena é ser lançados às m ais
profundas t revas. É um a form a acost um ada de expressar as m isérias dos condenados no inferno.
Aqui, no falado aos servos fiéis, nosso Salvador passa da parábola à coisa significada por ela, e isso
serve com o chave para o t odo. Não devem os invej ar os pecadores nem cobiçarm os nada de suas
possessões perecíveis.

Versículos 31- 46
Est a é um a descrição do j uízo final. É um a explicação das parábolas ant eriores. Há um j uízo
vindouro em que cada hom em será sent enciado a um est ado de felicidade ou m iséria et erna. Cristo
virá, não só na glória de seu Pai senão em sua própria glória, com o Mediador. O ím pio e o sant o
habit am aqui j unt os nas m esm as cidades, igrej as, fam ílias e nem sem pre são diferenciados uns dos
outros; t ais são as habilidades dos sant os, t ais as hipocrisias dos pecadores; e a m ort e os leva a
am bos: m as nesse dia serão separados para sem pre. Jesus Crist o é o grande Past or; Ele distinguirá
dent ro de pouco t em po ent re os que são seus e os que não. Todas as out ras dist inções serão
eliminadas; mas a maior entre santos e pecadores, santos e ímpios, permanecerá para sempre.
A felicidade que possuirão os sant os é m uit o grande; a possessão m ais valiosa na t erra; m as ist o
não é senão um pálido parecido do est ado bem - avent urado dos sant os no céu. É um reino
preparado. O Padre o proveu para eles na grandeza de sua sabedoria e poder; o Filho o com prou
para eles; e o Espírit o bendit o, ao prepará- los a eles para o reino, está preparando- o para eles. Está
preparado para eles: em t odos os aspect os est á adapt ado à nova nat ureza da alm a sant ificada. Está
preparado desde a fundação do m undo. Est a felicidade é para os sant os, e eles para ela, desde t oda
a et ernidade. Virão e a herdarão. Aquilo que herdam os não o conseguim os por nós m esm os. É Deus
que faz os herdeiros do céu.
Não devemos supor que atos de generosidade dão direito à felicidade eterna. As boas obras feitas
por amor de Deus, por meio de Jesus Cristo, se comentam aqui como marcas do caráter dos crentes
feitos santos pelo Espírito de Cristo, e como os efeitos da graça concedida aos que as fazem.
O ím pio nest e m undo foi cham ado com freqüência a ir a Crist o em busca de vida e repouso, m as
rejeit ou seus cham ados; e j ust am ent e são os que preferiram afast ar- se de Crist o os que não irão a
Ele. Os pecadores condenados oferecerão desculpas vãs. O castigo do ímpio será um castigo eterno;
seu est ado não pode ser m udado. Assim , a vida e a m ort e, o bem e o m al, a bênção e a m aldição,
est ão colocadas diant e de nós para que possam os escolher nosso cam inho, e com o nosso cam inho,
assim será o nosso fim.

CAPÍTULO 26
Versículos 1- 5 Os governantes conspiram contra Cristo
Versículos 6- 13 Cristo ungido em Betânia
Versículos 14- 16 Judas negocia para trair a Cristo
Versículos 17- 25 A Páscoa
Versículos 26- 30 Cristo institui a Santa Ceia
Versículos 31- 35 Advertência a seus discípulos
Versículos 36- 46 Agonia no jardim
Versículos 47- 56 Traído
Versículos 57- 68 Cristo ante Caifás
Versículos 69- 75 A negação de Pedro

Versículos 1- 5
Nosso Senhor falou freqüent em ent e de Seus sofrim ent os com o dist ant es; agora fala deles com o
imediatos. Ao m esm o t em po, o concílio j udeu consult ava com o poderiam m at á- lo em form a secret a.
Mas agradou a Deus derrot ar a int enção deles. Jesus, o verdadeiro cordeiro pascoal, seria
sacrificado por nós nesse mesmo momento, e sua morte e ressurreição seria públicas.

Versículos 6- 13
O ungüent o derram ado sobre a cabeça de Crist o era um sinal do m aior respeit o. Onde há am or
verdadeiro por Jesus Crist o no coração, nada será considerado dem asiado bom para dá- lo a Ele.
Enquant o m ais reparos se façam aos servos de Crist o e a seus serviços, m ais m anifest a Ele sua
aprovação. Est e at o de fé e am or foi t ão not ável que seria regist rado com o m onum ent o à fé e am or

41
de Maria para t odas as eras fut uras, e em t odos os lugares onde se pregara o evangelho. Esta
profecia se cumpre.

Versículos 14- 16
Não há senão doze apóst olos cham ados, e um deles era com o um diabo; com t oda cert eza nunca
devem os esperar que nenhum a sociedade sej a absolut am ent e pura dest e lado do céu. Enquanto
m ais grandiosa sej a a profissão da religião que façam os hom ens, m aior será a oport unidade que
t enham de fazer o m al se seus corações não est ão bem com Deus. Observe- se que o próprio
discípulo de Crist o, que conhecia t ão bem sua dout rina e est ilo de vida, foi falso com Ele, e não o
pôde acusar de nenhum delit o, ainda que t ivesse servido para j ust ificar sua t raição. Que queria
Judas? Não era bem recebido onde quer que ia seu Mest re? Não andava com o andava Crist o? não é
a falt a de senão o am or ao dinheiro o que e a raiz de t odo m al. Depois que fez essa m alvada
t ransação, Judas t eve t em po de arrepender- se e revogá- la; m as quando a consciência se t em
endurecido com ações m enores de desonest idade, os hom ens fazem sem duvidar o que é m ais
vergonhoso.

Versículos 17- 25
Observe- se que o lugar para comer a Páscoa foi indicado por Cristo a seus discípulos. Ele conhece
a gent e, que, escondida, favorece sua causa e visit a por graça a t odos os que est ão dispost os a
recebê- lo. Os discípulos fizeram com o indicou Jesus. Os que desej am t er a presença de Crist o na
Páscoa do Evangelho, devem fazer o que Ele diz.
Corresponde que os discípulos de Crist o sej am sem pre zelosos de si m esm os, especialm ent e nos
t em pos de prova. Não sabem os com quant a força podem os ser t ent ados, nEnquanto pode Deus
deixar- nos livrados a nós m esm os; port ant o, t em os razão para não serm os alt ivos, senão para
temer. O exam e que esquadrinha o coração e a oração fervorosa é especialm ent e apropriado ant es
da Ceia do Senhor, para que, j á que Crist o, nossa Páscoa, é agora sacrificado por nós, possam os
guardar est a fest a, e renovar nosso arrependim ent o, nossa fé em seu sangue e render- nos a seu
serviço.

Versículos 26- 30
A ordenança da Ceia do Senhor é para nós a ceia da Páscoa, pela qual com em oram os um a
liberação m uit o m aior que a de I srael do Egit o. " Tom em , com am " ; aceit e a Crist o com o lhe é
oferecido; receba a expiação, aprove- a, subm et a- se a sua graça e m ando. A carne que só se olha,
por m uit o bem apresent ada que est ej a no prat o, não alim ent a; deve ser com ida: assim deve
acont ecer com a dout rina de Crist o. " I st o é m eu corpo" , ist o é, que significa e represent a
espirit ualm ent e seu corpo. Part icipam os do sol não t endo o sol colocado em nossas m ãos, senão
seus raios lançados para abaixo, sobre nós; assim , part icipam os de Crist o ao part iciparm os de sua
graça e de seus frut os bendit os da part ição de seu corpo. O sangue de Crist o est á significado e
represent ado pelo vinho. Ele deu graças, para ensinar- nos a olhar a Deus em cada aspect o da
ordenança. Este cálice o deu a seus discípulos com o mandamento de "Bebam todos dele". O perdão
do pecado é uma grande bênção que se confere na Ceia do Senhor a todos os crentes verdadeiros; é
o fundam ent o de t odas as out ras bênçãos. Ele aproveit a a com unhão para assegurar a feliz reunião
de novo no final: " Até aquele dia em que o beba novo convosco" , o que pode ent ender- se com o as
delícias e as glórias do est ado fut uro, do qual part iciparão os sant os com o Senhor Jesus. Esse será
o reino de seu Pai; o vinho do consolo será sem pre novo ali. Enquant o olharm os os sinais ext ernos
do corpo de Crist o part ido e seu sangue derram ado pela rem issão de nossos pecados, lem bremos
que a fest a lhe cust ou t ant o que t eve de dar, lit eralm ent e, sua carne com o com ida e seu sangue
como nossa bebida.

Versículos 31- 35
A confiança im própria em si m esm o, com o a de Pedro, é o prim eiro passo rum o a um a queda.
Todos som os inclinados a serm os dem asiado confiados, m as caem m ais cedo e pior os que m ais
confiados est ão em si m esm os. Os que se acham m ais seguros são os que est ão m enos a salvo.
Sat anás est á at ivo para descam inhar os t ais; eles são os que est ão m enos em guarda: Deus os
deixa a si mesmos para humilhá- los.

Versículos 36- 46
O que fez expiação pelos pecados da hum anidade, se subm et eu no j ardim do sofrim ent o à
vontade de Deus, cont ra a qual t inha- se rebelado o hom em no j ardim dos prazeres. Crist o levou
consigo, àquela part e do j ardim onde sofreu sua agonia, som ent e aos que t inham presenciado sua
glória em sua t ransfiguração. Est ão m elhor preparados para sofrer com Crist o os que, pela fé, t êm

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contemplado sua glória. As palavras usadas denotam a rejeição, assombro, angústia e horror mental
mais completos; o estado de um rodeado de dores, abrumado por misérias, e quase consumido pelo
terror e o desânimo.
Agora com eçou a ent rist ecer- se e nunca deixou de est ar assim at é que disse: " Est á consum ado" .
Ele orou que, se possível, o cálice fosse afast ado dEle. Mas t am bém m ost rou sua perfeit a vont ade
de levar a carga de seus sofrim ent os; est ava dispost o a subm et er- se a t odo por nossa redenção e
salvação. Conform e a est e exem plo de Crist o, devem os beber da copa m ais am arga que Deus
coloque em nossas m ãos; em bora nossa nat ureza se oponha, deve subm et er- se. Devem os cuidar
m ais de fazer que nossas t ribulações sej am sant ificadas, e nossos corações se sat isfaçam
submetidos a elas, que lograr que os problemas sejam eliminados.
Bom é para nós que nossa salvação est á na m ão de Um que não t oscanej a nem dorm e. Todos
som os t ent ados, m as devem os t er grande t em or de ent rar em t ent ação. Para est ar a salvo dist o
devem os vigiar e orar e olharm os cont inuam ent e para o Senhor, para que nos sust ent e e est ej am os
a salvo.
Indubit avelm ent e nosso Senhor t inha um a visão com plet a e clara dos sofrim ent os que ainda
devia suport ar e, ainda assim , falou com a m aior calm a at é esse m om ent o. Crist o é o garant e que
decidiu ser responsável de render as cont as por nossos pecados. Em conseqüência, foi feit o pecado
por nós, e sofreu por nossos pecados, o Just o pelo inj ust o; e a Escrit ura at ribui seus sofrim ent os
m ais int ensos à m ão de Deus. Ele t inha pleno conhecim ent o do infinit o m al do pecado e da im ensa
magnit ude da culpa pela qual devia fazer expiação; com visões horrorosas da j ust iça e sant idade
divina, e do cast igo m erecido pelos pecados dos hom ens, t ais que nenhum a língua pode expressar
nem m ent e conceber. Ao m esm o t em po, Crist o sofreu sendo t ent ado; provavelm ent e Sat anás
sugeriu horríveis pensam ent os t odos t endent es a t irar um a conclusão som bria e espant osa: est es
devem t er sido os m ais difíceis de suport ar por sua perfeit a sant idade. E a carga do pecado
imputado pesou tanto na alma dAquele, de quem foi dito "Sustenta todas as coisas com a palavra de
seu poder"? Em que miséria então devem afundar aqueles cujos pecados pesam sobre suas próprias
cabeças! Como escaparão os que descuidam uma salvação tão grande?

Versículos 47- 56
Não há inimigos que sejam tão aborrecíveis como os discípulos que traem a Cristo com um beijo.
Deus não necessit a de nossos serviços, m uit o m enos de nossos pecados, para realizar seus
propósitos. Ainda que Crist o foi crucificado por debilidade, foi debilidade volunt ária; subm et eu- se à
morte. Se não tiver estado disposto a sofrer, eles não o teriam vencido.
Foi um grande pecado dos que deixaram t udo para seguir a Jesus deixá- lo agora pelo que não
sabiam. Que t orpeza fugir dEle, ao qual conheciam e reconheciam com o o Manancial da vida, por
medo da morte!

Versículos 57- 68
Jesus foi levado apressadam ent e a Jerusalém . Luze m al, e pressagia o pior, que os dispost os a
serem discípulos de Crist o não est ej am dispost os a serem reconhecidos com o t ais. Aqui com eça a
negação de Pedro: porque seguir a Crist o desde longe é com eçar a retirar- se dEle. Nos concerne
m ais preparar- nos para o fim , qualquer que sej a, que pergunt ar curiosos qual será o fim . O fat o é
de Deus, mas o dever é nosso.
Agora foram cum pridas as Escrit uras que dizem : " Se levant aram cont ra m im t est em unhas
falsas". Cristo foi acusado, para que nós não fossemos condenados; e, se em qualquer momento nós
sofrem os assim , lem brem os que não podem os t er a expect at iva de que nos vá m elhor que a nosso
Mestre. Quando Crist o foi feit o pecado por nós, ficou calado e deixou que seu sangue falasse. Até
ent ão rara vez t inha confessado Jesus, expressam ent e, ser o Crist o, o Filho de Deus; o t eor de sua
dout rina o diz e seus m ilagres o provavam , m as por enquant o om it iria fazer um a confissão diret a.
Teria parecido que renunciava a seus sofrimentos. Assim confessou Ele, com o exem plo e est ím ulo
para que seus seguidores o confessem perant e os hom ens, qualquer sej a o perigo que corram . O
desdém , a zom baria cruel e o aborrecim ent o são a porção segura do discípulo, com o o foram do
Mest re, de part e dos que desej avam bat er e rir com zom baria do Senhor da glória. No capít ulo
cinqüent a de I saias se predizem exat am ent e est as coisas. Confessem os o nom e de Crist o e
suportemos a recriminação, e Ele nos confessará diante do trono de seu Pai.

Versículos 69- 7 5
O pecado de Pedro é relat ado com veracidade, porque as Escrit uras t rat am com fidelidade. As
m ás com panhias levam a pecar: os que se int roduzem desnecessariam ent e nisso podem fazer- se a
expect at iva de serem t ent ados e capt urados, com o Pedro. Apenas podem desprender- se dessas
com panhias sem culpa ou dor, ou am bas. Grande falt a é t er vergonha de Crist o e negar que o

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conhecem os quando som os cham ados a reconhecê- lo e, em efeit o, isso é negá- lo. O pecado de
Pedro foi com agravant es; m as ele caiu em pecado por surpresa, não em form a int encional, com o
Judas. A consciência deveria ser para nós com o o cant o do galo para lem brar- nos dos pecados que
temos esquecido.
Pedro foi assim deixado cair para abat er sua confiança em si m esm o e t orná- lo m ais m odest o,
hum ilde, com passivo e út il para os out ros. O fat o t em ensinado, desde ent ão, m uit as coisas aos
crent es e se os infiéis, os fariseus e os hipócrit as t ropeçam nist o ou abusam daquilo, é por seu
próprio risco. Apenas saberíam os com o agir em sit uações m uit o difíceis, se deixados a nós m esm os.
Port ant o, que o que se crê firm e, t enha cuidado que não caia; desconfiem os t odos de nossos
corações e confiemos totalmente no Senhor.
Pedro chorou am argam ent e. A pena pelo pecado não deve ser ligeira senão grande e profunda.
Pedro, que chorou t ão am argam ent e por negar a Crist o, nunca t ornou a negá- lo, senão que o
confessou freqüent em ent e frent e ao perigo. O arrependim ent o verdadeiro de qualquer pecado se
dem onst rará pela graça e o dever cont rário; esse é o sinal de nosso pesar não som ent e am argo,
mas sincero.

CAPÍTULO 27
Versículos 1- 10 Cristo entregue a Pilatos
Versículos 11- 25 Cristo ante Pilatos
Versículos 26- 30 Barrabás liberado Cristo escarnecido
Versículos 31- 34 Cristo levado a ser crucificado
Versículos 35- 44 Crucificado
Versículos 45- 50 A morte de Cristo
Versículos 51- 56 Fatos da crucifixão
Versículos 57- 61 O sepultamento de Cristo
Versículos 62- 66 O sepulcro selado

Versículos 1- 10
Os ím pios pouco vêem das conseqüências de seus delit os quando os perpet ram , m as devem
render cont as por t udo. Judas reconheceu da form a m ais com plet a ant e os principais sacerdot es,
que ele t inha pecado e t raído a um a pessoa inocent e. Est e foi um t est em unho t ot al do carát er de
Crist o; porém os governant es est avam endurecidos. Judas foi em bora, j ogando fora o dinheiro, e se
enforcou por ser incapaz se suport ar o t error da ira divina, e a angúst ia da desesperação. Pouca
dúvida cabe de que a morte de Judas foi anterior a nosso bendito Senhor.
Mas, foi nada para eles t er t ido sede dest e sangue, e t er cont rat ado a Judas para t raí- lo, e que a
t ivessem condenado a ser derram ada inj ust am ent e? Assim fazem os néscios que zom bam do
pecado. Assim fazem m uit os que levam à ligeira a Crist o crucificado. E é casso corriqueiro do
enganoso de nossos corações levar à ligeira nosso próprio pecado insist indo nos pecados do
próximo. Mas o juízo de Deus é segundo a verdade.
Muit os aplicam est a passagem da com pra do cam po com o dinheiro que Judas devolveu para
significar o favor concedido pelo sangue de Crist o para com os est ranhos e os pecadores gent ios.
I sso cumpriu uma profecia (Zacarias 11.12).
Judas avançou m uit o no arrependim ent o, m as não foi para a salvação. Confessou, m as não a
Deus; ele não acudiu a Ele e disse: " Pai, pequei cont ra o céu" . Ninguém se sat isfaça com as
convicções parciais que possa ter um homem, se continua cheio de orgulho, inimizade e rebeldia.

Versículos 11- 25
Não t endo m aldade cont ra Jesus, Pilat os o inst ou para aclarar as coisas, e se esforçou por
declará- lo sem culpa. A m ensagem de sua esposa foi um a advert ência. Deus t em m uit as form as de
advert ir aos pecadores sobre suas em presas pecam inosas, sendo um a grande m isericórdia t er t ais
rest rições de part e da Providência, de part e de am igos fiéis e de nossas próprias consciências. Oh,
não faças est a coisa abom inável que o Senhor odeia! É algo que podem os ouvir que se nos diz
quando estamos entrando em tentação, se quisermos considerá- lo.
Sendo dom inado pelos sacerdot es, o povo opt ou por Barrabás. As m ult idões que escolhem o
mundo ant es que a Deus, com o rei e porção deles, escolhem assim seu próprio engano. Os j udeus
insist iam t ant o na m ort e de Crist o que Pilat os pensou que recusar seria perigoso, e est a lut a m ost ra
o poder da consciência ainda nos piores hom ens. Mas t odo est ava ordenado para deixar em
evidência que Crist o sofreu não por falt as próprias senão pelos pecados de seu povo. Que vão foi

44
que Pilat os esperasse livrar- se da culpa do sangue inocent e de um a pessoa j ust a, a qual est ava
obrigado a prot eger por seu ofício! A m aldição dos j udeus cont ra eles m esm os t em sido
espantosamente cont est ada nos sofrim ent os de sua nação. Ninguém pode levar o pecado de
out rem , salvo aquele que não t inha pecado próprio pelo qual responder. E não est am os t odos
int eressados? Não foi Barrabás preferido a Jesus quando os pecadores rej eit aram a salvação para
conversar seus am ados pecados, que roubam sua glória a Deus, e assassinam as alm as deles?
Agora o sangue de Cristo está sobre nós, para sempre por meio da misericórdia, dado que os judeus
a rejeitaram. Oh, fujamos a ela para refugiar- nos!

Versículos 26- 30
A crucifixão era um a m ort e em pregada som ent e pelos rom anos; m uit o t errível e m iserável.
Colocava- se no chão a cruz, na qual se pregavam mãos e pés, então as levantavam e afirmavam em
forma vert ical, de m odo que o peso do corpo pendesse dos pregos at é que o sofredor m orresse com
t rem enda dor. Crist o corresponde assim ao t ipo da serpent e de bronze levant ada no pau do
estandarte. Crist o passou por t oda a m iséria a vergonha aqui relat ada para adquirir para nós a vida
eterna, gozo e glória.

Versículos 31- 34
Crist o foi levado com o Cordeiro ao m at adouro, com o Sacrifício ao alt ar. At é as m isericórdias dos
ím pios são realm ent e cruéis. Tirando- lhe a cruz, eles obrigaram a um t al Sim ão a carregá- la.
Prepara- nos, Senhor, para levarm os a cruz que Tu nos designas, para t om á- la diariam ent e com
j úbilo e seguir- te. Houve algum a vez dor com o a sua dor? Quando cont em plam os o t ipo de m ort e
que a qual Ele m orreu, nisso cont em plem os com que t ipo de am or Ele nos am ou. Com o se a m ort e,
uma morte tão dolorosa, não for suficiente, eles agregaram várias coisas a sua amargura e terror.

Versículos 35- 44
Costumava- se envergonhar os m alfeit ores com um a placa que not ificava o delit o pelo qual
sofriam. Assim , colocaram um a sobre a cabeça de Crist o. A conceberam para recrim inação dEle,
mas Deus a passou por alto, pois ainda a acusação foi em sua honra.
Havia dois ladrões crucificados com Ele ao m esm o t em po. Em sua m ort e, foi cont ado com os
pecadores para que, em nossa m ort e, sej am os cont ados com os sant os. As burlas e afront as que
recebeu est ão aqui regist radas. Os inim igos de Crist o t rabalham fort e para fazer que os out ros
acreditem coisas da religião e do povo de Deus que eles mesmos sabem ser falsas.
Os principais sacerdot es e escribas, e os anciãos, zom baram de Crist o por ser o Rei de I srael.
Muit a gent e poderia gost ar m uit o do Rei de I srael, se t ivesse descido da cruz; se eles pudessem t er
seu reino sem a t ribulação at ravés da qual devem ent rar agora. Porém , se não há cruz, não há
Crist o nem coroa. Os que irão reinar com Ele devem est ar dispost os a sofrer com Ele. Assim , pois,
nosso Senhor Jesus, t endo em preendido a sat isfação da j ust iça de Deus, o fez subm et endo- se ao
pior cast igo dos hom ens. E em cada regist ro m inuciosam ent e det alhado dos sofrim ent os de Crist o,
achamos cumprida alguma predição dos profetas ou dos salmos.

Versículos 45- 50
Durant e as t rês horas que cont inuaram as t revas, Jesus est eve em agonia, lut ando com as
potest ades das t revas e sofrendo o desagrado de seu Pai cont ra o pecado do hom em , pelo qual
agora oferecia sua alm a. Nunca houve t rês horas com o essas desde o dia em que Deus criou o
hom em na t erra, nunca houve um a cena t ão t enebrosa e espant osa; foi o pont o sem ret orno desse
grande assunt o, a redenção e salvação do hom em . Jesus expressou um a queixa no Salm o 22.1. Aí
nos ensina o út il que é a palavra de Deus para dirigir- nos em oração, e nos recom enda usar as
expressões das Escrit uras para orar. O crent e pode t er saboreado algum as got as de am argura, m as
somente pode fazer- se um a idéia m uit o fraca da grandeza dos sofrim ent os de Crist o. Cont udo, daí
aprende algo acerca do amor do Salvador pelos pecadores; dali obtém uma convicção mais profunda
da vileza e m al do pecado, e do que ele deve a Crist o, que o livra da ira vindoura. Seus inim igos
ridicularizaram perversam ent e seu lam ent o. Muit as das reprovações lançadas cont ra a palavra de
Deus e o povo de Deus surgem, como aqui, de erros grosseiros.
Cristo falou com toda sua força, justo antes de expirar, para demonstrar que sua vida não lhe era
t irada, senão que a ent regava livrem ent e em m ãos de seu Pai. Teve forças para desafiar às
potestades da m ort e; e para m ost rar que pelo Espírit o et erno se ofereceu a si m esm o, sendo o
Sacerdot e e o Sacrifício, e clam ou a grande voz. Ent ão, ent regou o espírit o. O Filho de Deus, na
cruz, m orreu pela violência da dor a que foi subm et ido. Sua alm a foi separada de seu corpo e,
assim , seu corpo ficou real e verdadeiram ent e m ort o. Foi verdade que Crist o m orreu porque era

45
necessário que m orresse. Tinha- se com prom et ido a fazer- se ofert a pelo pecado e o fez quando
entregou voluntariamente sua vida.

Versículos 51- 56
A rasgadura do véu significou que Crist o, por sua m ort e, abriu um cam inho a Deus. Agora t em os
o cam inho abert o at ravés de Crist o ao t rono da graça, o t rono da m isericórdia, e ao t rono da glória
do além . Quando consideram os devidam ent e a m ort e de Crist o, nossos corações endurecidos e
em pedernidos deveriam rasgar- se; o coração, não as roupas. O coração que não se rende, que não
se derret e onde sem apresent a claram ent e a Jesus Crist o crucificado, é m ais duro que um a pedra.
Os sepulcros se abriram , e se levant aram m uit os corpos de sant os que dorm iam . Não se nos diz a
quem se apareceram , de que m odo e com o desapareceram ; e não devem os desej ar saber m ais do
que está escrito.
As aparições at erradoras de Deus em sua providência às vezes operam est ranham ent e para a
convicção e o despert ar dos pecadores. I st o foi expressado no t error que caiu sobre o cent urião e o
soldados rom anos. Podem os reflet ir com consolo nos abundant es t est em unhos dados do carát er de
Jesus; e procurando não dar causa j ust a de ofensa, deixar em m ãos do Senhor que absolva nossos
caracteres se vivermos para Ele. Nós, com os olhos da fé, contemplemos a Cristo, e este crucificado,
e sej am os afet ados com o grande am or com que nos am ou. Todavia, seus am igos não puderam
m ais que lançar uns olhares; eles o cont em plaram , m as não puderam aj udá- lo. Nunca foram
expost os em form a t ão t rem enda a nat ureza e os efeit os horríveis do pecado com o naquele dia, em
que o Filho do Pai pendeu da cruz, sofrendo pelo pecado, o Just o pelo inj ust o, para levar- nos a
Deus. Rendamo- nos voluntariamente a seu serviço.

Versículos 57- 61
Nada de pom pa nem de solenidades houve no sepult am ent o de Crist o. Com o não t eve casa
própria onde reclinar sua cabeça enquant o viveu, t am pouco assim t eve t úm ulo próprio onde
repousar seu corpo enquant o est eve m ort o. Nosso Senhor Jesus, que não t eve pecado próprio, não
t eve t úm ulo próprio. Os j udeus det erm inaram que devia t er sepult ura com os m aus, que devia ser
enterrado com os ladrões com os que foi crucificado, porém Deus passou por alt o isso, para que
pudesse estar com os ricos em sua morte (Isaias 53.9). Embora ao olho humano possa causar terror
contemplar o funeral, deveria causar- nos regozijo se lembramos como Cristo, por seu sepultamento,
m udou a nat ureza do t úm ulo para os crent es. Devem os im it ar sem pre o sepult am ent o de Crist o
estando continuamente ocupados no funeral espiritual de nossos pecados.

Versículos 62- 66
Os principais sacerdot es e fariseus est avam em t rat os com Pilat os para assegurar o sepulcro,
quando deveriam t er est ado dedicados a suas devoções por ser o dia do repouso j udeu. I st o foi
perm it ido para que houvesse prova cert a da ressurreição de nosso Senhor. Pilat os lhes disse que
podiam segurar o sepulcro t ão cuidadosam ent e com o achassem . Eles selaram a pedra, colocaram
guardas e se sat isfizeram com que t udo o necessário fosse realizado. Mas era néscio resguardar
assim o sepulcro cont ra os coit ados e fracos discípulos, por desnecessário; ao t em po que era
absurdo pensar em resguardá- lo cont ra o poder de Deus, por fút il e insensat o; cont udo, eles
pensaram que agiam sabiam ent e. O Senhor prende o sábio em sua sabedoria. Assim será feit o que
toda a ira e os planos dos inimigos de Cristo fomentem sua glória.

CAPÍTULO 28
Versículos 1- 8 A ressurreição de Cristo
Versículos 9- 10 Aparece às mulheres
Versículos 11- 15 Confissão dos soldados
Versículos 16- 20 A comissão de Cristo para seus discípulos

Versículos 1- 8
Crist o se levant ou no t erceiro dia depois de sua m ort e; esse era o t em po do qual t inha falado
freqüentemente. O prim eiro dia da prim eira sem ana Deus m andou que das t revas brilhasse a luz.
Nest e dia o que é a Luz do m undo saiu resplandecendo desde as t revas do t úm ulo; e est e dia é,
desde ent ão, m encionado am iúde no Novo Test am ent o com o o dia em que os crist ãos celebraram
religiosamente assembléias solenes para honrar a Cristo.

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Nosso Senhor Jesus poderia t er t irado a pedra por seu poder, m as opt ou por fazê- lo por m eio de
um anjo.
A ressurreição de Cristo é o gozo de seus amigos e o terror e a confusão de seus inimigos. O anjo
exort a às m ulheres cont ra seus t em ores. Os pecadores de Sião é que devem t em er. Vocês não
t em am pois sua ressurreição será seu consolo. Nossa com unhão com Ele deve ser espirit ual, por fé
em sua palavra; quando est ej am os pront os para fazer dest e m undo nosso lar, e a dizer " É bom
est ar aqui" , lem brem os ent ão que nosso Senhor Jesus não est á aqui. Ele ressuscit ou, port ant o, que
nossos corações se elevem, e busquem as coisas de cima.
Ressuscit ou, com o disse. Nunca pensem os que é est ranho o que a palavra de Crist o nos disse
para esperar; sej am os sofrim ent os dest e t em po present e ou a glória que será revelada. Pode t er
bom efeito em nós ilharmos por fé o lugar onde jaz o Senhor.
Vão logo. Foi bom est ar ali, m as os servos de Deus t êm designada out ra obra. A ut ilidade pública
t em prioridade sobre o prazer da com unhão secret a com Deus. Digam aos discípulos que eles
podem ser consolados em suas tristezas.
Crist o sabe onde m oram seus discípulos e os visit ará. Ele se m anifest ará, por graça, ainda a
aqueles que estão gente da abundância dos meios da graça.
O t em or e o gozo unidos aceleraram seu passo. Os discípulos de Crist o devem ser est im ulados a
dar- se a conhecer m ut uam ent e suas experiências de com unhão com seu Senhor, e devem cont ar a
outrem o que Deus tem feito por suas almas.

Versículos 9- 10
As visitas da graça de Deus costumam achar- nos no caminho do dever; e mais será dado aos que
usam o que t êm para proveit o do próxim o. Est a ent revist a com Crist o era inesperada, m as Ele
estava pert o deles e ainda est á pert o de nós na Palavra. O saúdo fala da boa vontade de Cristo para
com o hom em , ainda depois de t er ent rado a seu est ado de exalt ação. É a vont ade de Crist o que
seu povo seja um povo alegre e jubiloso, e sua ressurreição dá abundante material para o gozo.
Não t em am . Crist o ressuscit ou dent re os m ort os para silenciar os t em ores de seu povo e há
suficient e nisso para acalm á- los. Os discípulos o haviam abandonado, vergonhosam ent e, em seus
sofrim ent os, m as para m ost rar que pode perdoar, e para ensinar- nos a assim fazê- lo, os cham a de
irmãos. Apesar de sua majestade e pureza, e de nossa baixeza e indignidade, Ele ainda condescende
em chamar de seus irmãos aos crentes.

Versículos 11- 15
Que m aldade os hom ens não com et erão por am or do dinheiro! Aqui se deu m uit o dinheiro aos
soldados para dizer, a sabendas, um a m ent ira, m as m uit os resm ungaram porque é pouco o dinheiro
por dizer o que sabem que é verdade. Nunca deixem os m orrer um a boa causa quando vem os aos
m alvados t ão generosam ent e sust ent ados. Os sacerdot es se dedicaram a prot eger- se da espada de
Pilatos, mas não protegeram os soldados da espada da justiça de Deus, que pende sobre as cabeças
dos que am am e falam um a m ent ira. Prom et em m ais do que podem fazer os que t rat am de t irar
sem mácula a um homem que comete pecado voluntário.
Mas est a falsidade refut a- se a si m esm a. Se t odos os soldados t ivessem est ado dorm indo, não
t eriam podido saber o que acont eceu. Se algum deles t ivesse est ado acordado, t eria despert ado aos
out ros e im pedido o roubo; se est avam dorm idos, cert am ent e que nunca se t eriam at revido a
confessá- lo, porque os governant es j udeus t eriam sido os prim eiros em pedir seu cast igo. De novo,
se houver algo de verdade no informe, os dirigentes teriam julgado com severidade os apóstolos por
isso. O conjunto demonstra que a história era falsa por completo. Não devemos culpar de tais coisas
a fraqueza do entendimento, senão a maldade do coração. Deus os deixou delatar seu próprio curso.
O grande argum ent o para provar que Crist o é o Filho de Deus é sua ressurreição; e ninguém
podia dar provas m ais convincent es da verdade que aquela dos soldados; m as eles aceit aram o
suborno para im pedir que out ros cressem . A evidência m ais clara não afet ará os hom ens, sem a
obra do Espírito Santo.

Versículos 16- 20
Est e evangelist a passa por alt o out ras aparições de Crist o regist radas por Lucas e João, e se
apressa a relat ar a m ais solene; um a est abelecida desde ant es de sua m ort e, e depois de sua
ressurreição. Todos os que olham para o Senhor Jesus com os olhos da fé, o adorarão. Mas a fé do
sincero pode ser m uit o fraca e inst ável. Todavia, Crist o deu provas bem convincent es de sua
ressurreição, para fazer que sua fé triunfasse sobre as dúvidas. Agora encarrega solenem ent e aos
apóst olos e a seus m inist ros que vão para t odas as nações. A salvação que iam pregar é salvação
comum; quem a quiser, que venha e tome o benefício; todos são bem- vindos em Cristo Jesus.

47
O crist ianism o é a religião de um pecador que pede salvação da m erecida ira e do pecado;
recorre à m isericórdia do Pai por m eio da expiação feit a pelo Filho encarnado e pela sant ificação do
Espírit o Sant o, e se ent rega a ser adorador e servo de Deus, com o Pai, Filho e Espírit o Sant o, t rês
Pessoas, mas um só Deus, em todas suas ordenanças e mandamentos.
O bat ism o é um sinal ext erno do lavam ent o int erno ou sant ificação do Espírit o, que sela e
dem onst ra a j ust ificação do crent e. Examinemo- nos se realm ent e possuím os a graça espiritual
int erna da m ort e para o pecado e o novo nascim ent o para a j ust iça, pelos quais os que eram filhos
da ira chegam a ser filhos de Deus.
Os crent es t erão sem pre a presença const ant e de seu Senhor; t odos os dias, cada dia. Não há
dia, nem hora do dia, em que nosso Senhor Jesus não est ej a present e em suas igrej as e com seus
ministros; se houver, nesse dia, naquela hora, eles seriam desfeitos. O Deus de Israel, o Salvador, é
às vezes um Deus que se esconde, m as nunca é um Deus dist ant e. A essas preciosas palavras se
agrega o Am ém . Ainda assim , Senhor Jesus, sej a conosco e com t odo seu povo; faça que seu rost o
brilhe sobre nós, que seu cam inho sej a conhecido na t erra, sua saúde salvadora ent re t odas as
nações.

MARCOS

Marcos era filho de um a irm ã de Barnabé ( Colossenses 4.10) . At os 12.12 m ost ra que era filho de
Maria, um a m ulher piedosa de Jerusalém , em cuj a casa se reuniam os apóst olos e os prim eiros
cristãos. Supõe- se que o evangelist a se convert eu pelo t est em unho do apóst olo Pedro, porque o
t rat a de filho seu ( 1 Pedro v 13) . Assim pois, Marcos est ava m uit o unido aos seguidores de nosso
Senhor, se é que ele mesmo não era um do grupo.
Marcos escreveu em Rom a; alguns supõem que Pedro dit ava para ele, em bora o t est em unho
geral diz que, t endo pregado o apóst olo em Rom a, Marcos, que era o com panheiro do apóst olo, e
que com preendia claram ent e o que pregou Pedro, t eve o desej o de pôr por escrit o os det alhes.
Podem os com ent ar que a grande hum ildade de Pedro é m uit o evident e onde quer que se fale dele.
Apenas se é m encionada um a ação ou obra de Crist o na qual est e apóst olo não est ivera present e, e
o esmero demonstra que os fatos foram relatados por uma testemunha ocular.
Est e Evangelho regist ra m ais os m ilagres que os serm ões de nosso Senhor, e ainda que em
muit os aspect os relat a as m esm as coisas que o evangelho segundo Mat eus, podem os colher
vant agens do repasso dos m esm os sucessos, apresent ados por cada evangelist a desde o pont o de
vista que mais afetara sua própria mente.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 8 O ofício de João Batista
Versículos 9- 13 O batismo e a tentação de Cristo
Versículos 14- 22 Cristo prega e chama discípulos
Versículos 23- 28 Expulsa um demônio imundo
Versículos 29- 39 Sara muitos doentes
Versículos 40- 45 Cura um leproso

Versículos 1- 8
Isaias e Malaquias falaram sobre o com eço do evangelho de Jesus Crist o no m inist ério de João.
Do que dizem est es profet as podem os observar que Crist o, num evangelho, vem a nós t razendo
consigo um t esouro de graça e um cet ro de governo. Tal é a corrupção do m undo que há um a
grande oposição a seu avanço. Quando Deus enviou seu Filho ao m undo, e quando o m anda ao
coração, se ocupou, e se ocupa, de preparar- lhe caminho.
João se crê indigno do ofício m ais vil ant e Crist o. Os sant os m ais em inent es sem pre foram os
mais hum ildes. Sent em , m ais que out rem , sua necessidade do sangue expiat ório de Crist o e do
Espírit o sant ificador. A grande prom essa que faz Crist o em seu Evangelho aos arrependidos e cuj os
pecados t em sido perdoados, é que serão bat izados com o Espírit o Sant o; purificados por sua graça,
e renovados por seu consolo. Usam os as ordenanças, a palavra e os sacram ent os em sua m aior
part e sem proveit o nem consolo, porque não t em os a luz divina dent ro de nós; e não a t em os

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porque não a pedimos; porque diz sua palavra que não pode falhar, que nosso Pai celestial dará esta
luz, seu Espírito Santo. Aos que a peçam.

Versículos 9- 13
O bat ism o de Crist o foi sua prim eira aparição pública depois de t er vivido m uit o t em po ignorado.
Quant o valor ocult o há que não é conhecido nest e m undo! Porém , m ais cedo ou m ais t arde, será
conhecido, como o foi Cristo. Tomou sobre si a semelhança da carne do pecado, e assim, por nós, se
sant ificou a si m esm o para que t am bém nós fossem os sant ificados e bat izados com Ele ( João
17.19). Vej a com quant a honra o reconheceu Deus, quando o subm et eu ao bat ism o de João. Viu o
Espírit o que descia sobre Ele com o um a pom ba. Podem os ver que se nos abre o céu quando vem os
o Espírit o que desce e opera em nós. A boa obra de Deus em nós é prova cert a de sua boa vontade
para conosco, e de seus preparativos para conosco.
Marcos com ent a da t ent ação de Crist o que est ava no desert o e que est ava com as best as
selvagens. Era um exem plo do cuidado que seu Pai t inha dEle, o qual o anim ava m ais Enquanto à
provisão que seu Pai lhe daria. As prot eções especiais são prim ícias de provisões oport unas. A
serpent e t ent ou o prim eiro Adão no j ardim , o segundo Adão no desert o; sem dúvida que com
diferent e result ado, e desde ent ão, cont inua t ent ando os filhos de am bos em t odo lugar a condição.
A com panhia e a conversação t êm suas t ent ações; e est ar a sós, ainda num desert o, t am bém t em
as suas. Nenhum lugar nem est ado exim e, nenhum a ocupação, nenhum t rabalho licit o, com er ou
beber, e at é j ej uar e orar; a m aioria dos assalt os cost um am acont ecer nest es deveres, m as neles
está a vitória mais doce.
O m inist ério dos anj os bons é coisa de grande consolo em cont rast e com os desígnios m aus dos
anj os m alvados; m as consola m uit o m ais que nossos corações sej am a m orada de Deus Espírit o
Santo.

Versículos 14- 22
Jesus com eçou a pregar na Galiléia, depois que João foi encarcerado. Se alguém é rej eit ado,
out ros serão levant ados para execut ar a m esm a obra. Observem- se as grandes verdades que
pregou Cristo. Pelo arrependimento damos glória a nosso Criador a quem ofendemos; pela fé damos
glória a nosso Redent or, que veio salvar- nos de nossos pecados. Crist o t em unido am bas ( a fé e o
arrependimento) e que nenhum homem pense em separá- las.
Cristo dá honra aos que são diligentes em suas coisas e amáveis uns com outros ainda que sejam
pouca coisa nest e m undo. A laboriosidade e a unidade são boas e agradáveis, e o Senhor Jesus
manda uma bênção. Aos que Cristo chama devem deixar todo para segui- lo, e por sua graça faz que
eles desej em fazê- lo assim . Não que t enham os que sair do m undo, senão que devem os solt ar o
m undo; abandonar t odo o que sej a cont rário a nosso dever com Crist o, e não se pode conservar
sem danificar nossas alm as. Jesus guardou est rit am ent e o dia de repouso aplicando- se a isso e
abundando na obra do dia do repouso para a qual foi designado esse dia. Há m uit o na dout rina de
Cristo que é assombroso; e quanto mais a escutamos, mais causa vemos para admirá- la.

Versículos 23- 28
O diabo é um espírit o im undo porque perdeu t oda a pureza de sua nat ureza, devido a que age
em oposição diret a ao Espírit o Sant o de Deus, e por suas sugest ões que cont am inam os espírit os
dos hom ens. Em nossas assem bléias há m uit os que silenciosam ent e at endem a m est res puram ent e
form ais, m as se o Senhor chega com m inist ros fiéis e a sant a dout rina, e por Seu Espírit o há
convicção, eles est ão preparados para dizer, com o est e hom em : " O que queres conosco, Jesus de
Nazaré?". Nenhum t ranst orno capacit a o hom em para saber que Jesus é o Sant o de Deus. Não quer
ter nada a ver com Jesus, porque não espera ser salvo por Ele e teme ser destruído por Ele. Veja- se
a linguagem que falam os que dizem ao Todo Poderoso: " Afast a- t e de nós" . Est e espírit o im undo
odeia e t em e a Crist o porque sabe que Ele é sant o, porque a m ent e carnal é inim izade cont ra Deus,
especialmente contra sua santidade.
Quando Crist o, por sua graça, libera alm as das m ãos de Sat anás, não é sem t um ult o na alm a;
porque esse inim igo m aligno alvoroçará e inquiet ará os que não pode dest ruir. I st o faz que t odos os
que o viram pensem : Que é est a nova dout rina? Agora se faz um a obra t ão grande, m as os hom ens
a t rat aram com desprezo e descuido. Se assim não for, a conversão de um hom em not oriam ent e
m alvado a um a vida sóbria, j ust a e sant a, pela pregação do Salvador crucificado, faria que m uit os
se perguntassem: Que doutrina é esta?

Versículos 29- 39
Onde quer que Crist o chega, vem para fazer o bem . Cura para que possam os m inist rá- lo a Ele e
ao próxim o que é seu e por am or dEle. Os que não podem ir às ordenanças públicas por est ar

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doent es ou por out ros im pedim ent os verdadeiros, podem esperar a graça da presença do Salvador;
Ele acalm ará suas t rist ezas, e abat erá suas dores. Observe- se quão num erosos eram os pacient es.
Quando outros andam bem com Cristo deveria instar- nos a ir em pós dEle.
Crist o saiu para um lugar desert o. Em bora não corria perigo de dist rair- se ou de t ent ação de
vanglória, de t odos m odos se ret irava. Os que desem penham em público a m aior part e de sua
atividade, e da melhor classe, às vezes devem, não obstante, estar a sós com Deus.

Versículos 4- 45
Aqui t em os que Crist o lim pa um leproso. Nos ensina a recorrer ao Salvador com grande
humildade e com subm issão t ot al a sua vont ade, dizendo: " Senhor, se queres" , sem duvidar do
ânim o pront o de Crist o para socorrer o angust iado. Veja- se t am bém que se deve esperar de Crist o:
que conforme a nossa fé será feito. O coitado leproso disse: Se queres. Cristo dispensa prestamente
favores aos que prontamente se encomendam a sua vontade. Cristo não faz nada que possa parecer
com o que busca o louvor da gente. Mas agora não há razão para que duvidem os em difundir os
louvores de Cristo.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 12 Cristo cura um paralítico
Versículos 13- 17 O chamado a Levi, e a hospitalidade que dá a Jesus
Versículos 18- 22 Por que não jejuavam os discípulos de Cristo
Versículos 23- 28 Justifica seus discípulos por recolher grão no dia do repouso

Versículos 1- 12
Era a desgraça dest e hom em que t ivessem que t ransport á- lo dest e m odo, e que m ost ra o est ado
de sofrim ent o da vida hum ana; foi um a am ost ra de bondade dos que assim o levavam e ensina a
com paixão que deveria haver no hom em para seus congêneres que t êm dificuldades. A fé
verdadeira e a fé firm e podem operar de diversas m aneiras, m as será aceit a e aprovada por Jesus
Cristo. O pecado é a causa de t odas nossas dores e enferm idades. A m aneira de elim inar o efeit o é
eliminando a causa. O perdão do pecado golpeia a raiz de todas as doenças. Cristo provou seu poder
para perdoar o pecado m ost rando seu poder para curar o hom em doent e de paralisia. A cura das
doenças era figura do perdão do pecado, porque o pecado é a doença da alm a; quando é perdoado,
é curada. Quando vem os o que Crist o faz ao sarar alm as, devem os reconhecer que nunca vim os
algo igual.
A m aioria dos hom ens se acham ínt egros; não sent em necessidade de um m édico, port ant o
desprezam ou rej eit am a Crist o e seu Evangelho. Mas o pecador hum ilde e convict o, que desespera
de toda ajuda, exceto o Salvador, mostrará sua fé recorrendo a Ele sem demora.

Versículos 13- 17
Mateus não era uma boa pessoa, ao contrário, pois sendo judeu nunca deveria ter sido publicano,
ist o é, cobrador de im post os para os rom anos. Cont udo, Crist o cham ou a est e publicano para que o
seguisse. Com Deus, at ravés de Crist o, há m isericórdia para perdoar os pecados m ais grandes, e
graça para m udar os m aiores pecadores e fazê- los sant os. Um publicano fiel que t rat ara com
equidade era coisa rara. Devido a que os j udeus t inham um ódio part icular por um ofício que
demonst rava que eles est avam subm et idos aos rom anos, deram um m al nom e aos cobradores de
impostos. Porém nosso bendit o Senhor não vacilou em conversar com os t ais quando se m anifest ou
em sem elhança de carne de pecado. Não é novidade que o que est á bem feit o e bem desenhado,
seja caluniado e convertido em recriminação para os melhores homens e mais sábios.
Cristo não se desdiria ainda que se ofendessem os fariseus. Se o mundo tiver sido justo, não teria
havido ocasião para sua vinda nem para pregar o arrependim ent o ou com prar o perdão. Não
devem os cont inuar em com panhia dos ím pios por am or a sua conversão vã; porém devem os
mostrar amor por suas almas, lembrando que nosso bom Médico tinha em si o poder de sarar, e que
não corria perigo de cont agiar- se a doença, m as não acont ece assim conosco. Ao tratar de fazermos
o bem ao próximo, tenhamos cuidado de não fazer mal a nós mesmos.

Versículos 18- 22
Os professant es est rit os são bons para achar falt a em t udo o que não concorda plenam ent e com
seus pont os de vist a. Crist o não escapou das calúnias; nós devem os est ar dispost os a suport á- las e

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t er cuidado de não m erecê- las; devem os at ender cada part e de nosso dever em sua ordem e
m omento apropriado.

Versículos 23- 28
O dia do descanso é um a inst it uição divina sagrada; privilégio e benefício, não é t arefa nem
escravidão. Deus nunca o concebeu para que fosse um a carga para nós; port ant o, não devem os
fazer com que sej a assim . O dia do repouso foi inst it uído para o bem da hum anidade, por quant o
vive em sociedade t endo m uit as necessidades e problem as, e se prepara para um est ado de
felicidade ou infelicidade. O hom em não foi feit o para o dia do repouso com o se guardá- lo pudesse
ser um serviço para Deus, nem lhe foi ordenado que guardasse suas form as ext ernas para seu
prejuízo real. Toda obediência a este respeito deve interpretar- se pela regra da misericórdia.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 5 Sanidade da mão ressequida
Versículos 6- 12 A gente recorre a Cristo
Versículos 13- 21 Chamado dos apóstolos
Versículos 22- 30 A blasfêmia dos escribas
Versículos 31- 35 Os familiares de Cristo

Versículos 1- 5
O caso dest e hom em era t rist e; sua m ão seca que o incapacit ava para t rabalhar e ganhar sua
vida; os que t êm est e t ipo de problem a, são os obj et os m ais apropriados para a caridade. Os que
não podem valer- se por si m esm os devem ser socorridos. Mas os infiéis obcecados, quando nada
podem dizer contra a verdade, ainda assim não se rendem. Ouvimos o que foi dito errado e vemos o
que foi feit o errado, m as Crist o olha a raiz da am argura do coração, sua cegueira e dureza, e fica
triste. Trem am os pecadores de coração duro ao pensar na ira com que os olhará dent ro de pouco
tempo, quando chegue o dia de sua ira.
O grande dia de sanidade é agora, o dia do repouso, e o lugar da sanidade é a casa de oração,
m as o poder curador é o de Crist o. O m andado do evangelho é com o o regist rado aqui: apesar de
que as nossas m ãos est ej am secas, cont udo, se não as est enderm os, é por nossa falt a que não
somos curados. Porém, se formos curados, Cristo, seu poder e graça, devem ter toda a glória.

Versículos 6- 12
Todas nossas enfermidades e calam idades vêm da ira de Deus cont ra nossos pecados. Sua
eliminação ou sua t ransform ação em bênçãos para nós foi adquirida para nós pelo sangue de Crist o.
Porém devem os dever principalm ent e as pragas e enferm idades de nossa alm a, de nosso coração;
ele pode curá- las t am bém por um a palavra. Que m ais e m ais gent e se apressem a ir a Crist o para
serem sarados destas pragas e ser liberados dos inimigos de suas almas.

Versículos 13- 21
Crist o cham a a quem quer, porque a graça e sua. Tinha pedido aos apóst olos que se afast assem
da m ult idão e que fossem com Ele. Agora lhes deu poder para curar doenças e expulsar dem ônios.
Que o Senhor envie a m uit os m ais dos que est iveram com Ele, e que aprenderam dEle a pregar seu
evangelho, para ser instrumentos de sua obra bendita.
Os que t êm um coração que cresceu na obra de Deus, podem t olerar facilm ent e o que é
inconvenient e para eles, e preferirão perder- se um a com ida ant es que um a oport unidade de fazer o
bem. Os que andam com zelo na obra de Deus devem esperar est orvos do ódio dos inim igos e dos
afetos errados dos amigos, e devem cuidar- se de ambos.

Versículos 22- 30
Era claro que a dout rina de Crist o t endia diret am ent e a rom per o poder do diabo; e t am bém era
claro que sua expulsão dos corpos da gent e confirm ava essa dout rina; em conseqüência, Sat anás
não podia suport ar esse desígnio. Crist o deu um a advert ência espant osa cont ra dizer palavras t ão
perigosas com o essas. Verdade é que o evangelho prom et e perdão para os pecados e pecadores
m aiores, porque Crist o o com prou; m as por est e pecado, eles se opõem aos dons do Espírit o Sant o
depois da ascensão de Crist o. Tal é a inim izade do coração, que os inconversos pret endem que os
crent es est ão fazendo a obra de Sat anás, quando os pecadores são levados ao arrependim ent o e à
vida nova.

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Versículos 31- 35
É de grande consolo para t odos os crist ãos verdadeiros saber que são m ais queridos por Crist o
que m ãe, irm ão ou irm ã com o t ais, se são sant os, sim plesm ent e com o seriam os fam iliares na
carne. Bendit o sej a Deus, est e privilégio grande e de graça é nosso j á agora; porque em bora não
possamos desfrutar da presença corporal de Cristo, não nos é negada sua presença espiritual.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 20 A parábola do semeador
Versículos 21- 34 Outras parábolas
Versículos 35- 41 Cristo acalma a tempestade

Versículos 1- 20
Est a parábola cont inha inst ruções t ão im port ant es que t odos os capazes de ouvir est avam
obrigados a atender. Há m uit as coisas que devem os saber, e se não ent endem os as verdades claras
do evangelho, com o aprenderem os as m ais difíceis? Nos servirá valorizar os privilégios que
desfrutam os com o discípulos de Crist o, se m edit am os seriam ent e no est ado deplorável de t odos os
que não t êm t ais privilégios. No grande cam po da I grej a, se dispensa a t odos a Palavra de Deus.
Dos m uit os que ouvem a Palavra do Evangelho, uns poucos a recebem com o para dar frut o. Muitos
que são m uit o afet ados por est a palavra m om ent aneam ent e não recebem um benefício perdurável.
A palavra não deixa impressões permanentes na mente dos homens porque seus corações não estão
devidam ent e dispost os a recebê- la. O diabo est á m uit o ocupado com os ouvint es negligent es, com o
as aves do ar o est ão com a sem ent e que est á sobre o solo. Muit os seguem um a profissão falsa e
estéril, e vão para o inferno. As im pressões que não são profundas, não durarão. A m uit os não lhes
im port a a obra de coração sem a qual a religião é nada. A abundância do m undo im pede que out ros
sej am beneficiados pela palavra de Deus. Os que t êm pouco do m undo, podem ser dest ruídos ainda
por dar gost o ao corpo. Deus espera e requer frut o daqueles que desfrut am do evangelho, um
tem peram ent o m ent al e as graças crist ãs exercidos diariam ent e, os deveres crist ãos devidam ent e
desempenhados. Olhem os para o Senhor para que por sua graça regeneradora, nossos corações
possam chegar a ser boa t erra, e que a boa sem ent e da palavra produza em nossa vida essas boas
palavras e obras que vêm por meio de Jesus Cristo para louvor e glória de Deus Pai.

Versículos 21- 34
Est as declarações est avam concebidas para at rair a at enção dos discípulos à palavra de Crist o.
Por est e t ipo de inst rução, foram capacit ados para inst ruir out rem ; com o as velas se acendem , não
para serem cobertas, senão para serem colocadas num candeeiro para que dêem luz na habitação.
Est a parábola da boa sem ent e, m ost ra a form a em que o Reino de Deus avança no m undo. Que
nada senão a palavra de Crist o t enha o lugar que deve t er na alm a, e se dem onst rará na boa
conversação. Cresce paulat inam ent e: prim eiro o brot o, depois a folha, depois disso, o t rigo m aduro
a espiga. Depois que brot ou, cont inuará crescendo. A obra de graça na alm a é, prim eiro, som ent e o
dia das pequenas coisas; cont udo, j á t em produt os poderosos, enquant o cresce; m as o que será
quando seja aperfeiçoada no céu!

Versículos 35- 41
Crist o est ava dorm ido durant e a t orm ent a para provar a fé de seus discípulos, e inst á- los a orar.
A fé deles se m ost rou débil, e suas orações, poderosas. Quando nosso coração m alvado é com o o
m ar t em pest uoso que não t em repouso, quando nossas paixões são ingovernáveis, pensem os que
ouvim os a lei de Crist o dizendo: " Cala, em udece" . Quando fora há pleit os, e dent ro, t em ores, e os
espírit os est ão inquiet os, sem ele dizer " paz, t enha calm a" , haverá grande calm a de im ediat o. Por
que est ão assim am edront ados? Ainda que há causa para t em er, de t odos m odos não é para t er um
sem elhant e t error. Poderiam suspeit ar de sua fé os que pensam que a Jesus não lhe im port ava
muit o que sua gent e perecesse. Quão im perfeit os são os m elhores sant os! A fé e o t em or se
revezam enquant o est ej am os nest e m undo, porém , daqui a pouco, o t em or será vencido e a fé se
perdera na vista.

52
CAPÍTULO 5
Versículos 1- 20 Sanidade do endemoninhado
Versículos 21- 34 Sanidade de uma mulher
Versículos 35- 43 A filha de Jairo é ressuscitada

Versículos 1- 2 0
Alguns pecadores francam ent e int encionados são com o est e m aluco. Os m andam ent os da lei são
como corrent es e grilhões para refrear os pecadores em seus m aus rum os; m as eles rom pem esses
freios, e isso é prova do poder do diabo neles.
Um a legião de soldados est ava com post a por seis m il hom ens ou m ais. Quant as m ult idões de
espírit os caídos deve haver, e t odos inim igos de Deus e do hom em , quando aqui havia um a legião
num único coit ado infeliz! Muit os há que se levant am cont ra nós. Não som os adversários que
possam os enfrent ar os inim igos espirit uais com nossa própria força, m as no Senhor, e com o poder
de sua força, seremos capazes de resisti- los ainda que haja legiões deles,.
Quando o t ransgressor m ais vil é libert ado da escravidão de Sat anás pelo poder de Jesus, sent a-
se feliz aos pés de seu Libert ador e ouve sua palavra, que libera os desdit ados escravos de Sat anás,
e os conta entre seus santos e servos.
Quando a gente soube que seus porcos tinham- se perdido, já não gostaram de Cristo. A paciência
e a m isericórdia podem ver- se ainda nas m edidas corret ivas pelas quais os hom ens perdem seus
pertences, e salvam as vidas, e são advertidos de que busquem a salvação de suas almas.
O hom em proclam ou j ubilosam ent e as grandes coisas que Jesus t inha feit o por ele. Todos os
hom ens se m aravilharam , m as poucos o seguiram . Muit os que não podem senão m aravilhar- se
pelas obras de Cristo, não ficam prendados dEle como deveriam.

Versículos 21- 34
Um evangelho desprezado ira para onde sej a m elhor recebido. Um dos dirigent es de um a
sinagoga procurou fervorosamente a Cristo porque sua filinha, de uns doze anos, estava morrendo.
A cam inho Ele realizou out ra sanidade. Devem os fazer o bem não só quando est am os em casa,
senão quando vam os pelo cam inho ( Deut eronôm io 6.7) . Com um é que a gent e não recorra a Crist o,
senão quando j á t enham experim ent ado em vão t odas as out ras aj udas e acharam , com o
certament e cost um a acont ecer, que eram m édicos sem valor. Alguns correm em direção das
diversões e das com panhias alegres; out ros m ergulham nos negócios e at é na em briaguez; out ros
se dedicam a est abelecer sua própria j ust iça ou se at orm ent am com vãs superst ições. Muitos
perecem em t ais cam inhos, m as ninguém achará j am ais repouso para a alm a com t ais m ét odos; ao
t em po que aqueles aos quais Crist o cura da enferm idade do pecado, acham em si m esm o um a
m udança t ot al para m elhor. Com o os at os secret os do pecado, assim os at os secret os de fé são
conhecidos pelo Senhor Jesus. A m ulher disse t oda a verdade. É a vont ade de Crist o que seu povo
sej a consolado e Ele t em o poder para m andar consolo aos espírit os t urvados. Enquant o m ais
claram ent e dependam os dEle, e esperem os grandes coisas dEle, m ais encont rarem os em nós
m esm os que Ele t em chegado a ser nossa salvação. Os que por fé são sarados de suas doenças
espirituais têm razão para ir em paz.

Versículos 35- 43
Podem os supor que Jairo vacilou acerca se devia ou não pedir a Crist o que fosse para sua casa
quando lhe disseram que sua filha est ava m ort a. Mas, não t em os a m esm a oport unidade para a
graça de Deus, e o consolo de seu Espírit o, para as orações de nossos m inist ros e am igos crist ãos,
quando a m ort e est á na casa, com o quando ali est á a doença? A fé é o único rem édio cont ra a
tristeza e o temor em momentos como esses. Crês na ressurreição e então não temes.
Ressuscit ou a m enina m ort a por um a palavra de poder. Tal é o cham ado do evangelho para os
que por nat ureza est ão m ort os em delit os e pecados. Pela palavra de Crist o é que se dá a vida
espiritual. Todos os que viram e ouviram , se m aravilharam ant e o m ilagre e dAquele que o fez.
Ainda que não possam os esperar que nossos filhos ou fam iliares m ort os sej am ressuscit ados,
podemos esperar consolo quando estamos em provações.

53
CAPÍTULO 6
Versículos 1- 6 Cristo é desprezado em seu próprio país
Versículos 7- 13 Comissão dos apóstolos
Versículos 14- 29 João Batista é condenado a morte
Versículos 30- 44 Regresso dos apóstolos Milagre da alimentação dos cinco
mil
Versículos 45- 56 Cristo caminha sobre o mar Cura os que o tocam

Versículos 1- 6
Os com pat riot as de nosso Senhor t rat aram de prej udicar a gent e em sua cont ra. Não é est e o
carpint eiro? Nosso Senhor Jesus t inha t rabalhado, provavelm ent e, nesse ofício com seu pai. Assim
honrou o t rabalho m anual e est im ula a t oda pessoa a com er do t rabalho de suas m ãos. Convém aos
seguidores de Crist o cont ent ar- se com a sat isfação de fazer o bem , em bora lhes sej a negado um
elogia por isso. De quant o se perderam est es nazarenos por seu prej uízo obst inado cont ra Jesus!
Que a graça divina nos livre dessa incredulidade, que faz a Cristo como cheiro de morte mais que de
vida para a alm a. Vam os, com o nosso Mest re, e ensinem os o cam inho da salvação a cam poneses e
aldeãos.

Versículos 7- 13
Ainda que os apóst olos est avam cient es de sua grande debilidade e não esperavam vant agens
m undanas, por obediência a seu Mest re e dependendo de sua força saíram apesar de t udo. Não
divert iras a gent e com m at érias curiosas; falavam para eles que deviam arrepender- se de seus
pecados e volt ar- se a Deus. Os servos de Crist o esperam levar a m uit os das t revas para Deus, e
sarar almas pelo poder do Espírito Santo.

Versículos 14- 29
Herodes t em ia a João enquant o est e vivia, e t em eu ainda quando João m orreu. Herodes fez
muit as dessas coisas que João em sua pregação lhe m ost rou, porém não bast a com fazer muitas
coisas; devem os respeit ar todos os m andam ent os. Herodes respeit ou a João at é que est e o t ocou
em sua Herodias. Deste modo, muitos amam a boa pregação sempre que fique longe do pecado que
eles am am . Mas é m elhor que os pecadores persigam agora os m inistros por sua fidelidade a que os
am aldiçoem et ernam ent e por sua infidelidade. Os cam inhos de Deus são inescrut áveis; m as
podem os est ar cert os de que nunca considerará perda o recom pensar seus servos pelos que
suport am ou perdem por am or dEle. A m ort e não podia chegar com o um a surpresa t ão grande a
este homem santo; o triunfo do ímpio durou pouco.

Versículos 30- 44
Os m inist ros não devem fazer nem ensinar coisa nenhum a, senão o que est ej am dispost os a
contar a seu Senhor.
Crist o not a em seus discípulos o m edo de alguns e os t rabalhos de out ros, e dá repouso aos que
estão fatigados, e refúgio para os que estão atemorizados. A gente procurou o alimento espiritual na
palavra de Cristo e então Ele cuidou que não carecessem de comida para seu corpo.
Se Crist o e seus discípulos suport aram coisas vis, com cert eza nós porem os. Est e m ilagre
dem onst ra que Crist o veio ao m undo não só a rest aurar senão a preservar e nut rir a vida espirit ual;
nEle há suficient e para t odos os que acudam . Ninguém é enviado vazio por Crist o, senão os que vão
a Ele cheios de si mesmos.
Em bora Crist o t inha bast ant e pão ao dar a ordem , nos ensina que não desperdiçar nada da
generosidade de Deus, lem brando quant os padecem necessidade. Podem os chegar a necessit ar os
pedaços que agora jogamos fora.

Versículos 45- 56
Freqüent em ent e a igrej a é com o um barco no m ar, sacudida por t orm ent as e sem consolo:
podem os t er a Crist o por nós, m as o vent o e a m aré em cont ra. É um consolo para os discípulos de
Crist o em m eio de um a t orm ent a que seu Mest re est ej a no m ont e celest ial int ercedendo por eles.
Não há dificuldades que possam im pedir a m anifest ação de Crist o a favor de seu povo, quando
chega o t em po fixado. Ele aquiet ou seus t em ores dando- se a conhecer a eles. Nossos t em ores se
satisfazem logo se nossos erros são corrigidos, especialm ent e os erros acerca de Crist o. Se os
discípulos t êm a seu Mest re com eles, t odo est á bem . Por falt a de um ent endim ent o adequado das
obras ant eriores de Crist o, é que vem os suas obras at uais com o se nunca t ivesse havido iguais. Se

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os m inist ros de Crist o pudessem agora curar as doenças corporais, que m ult idões se aj unt ariam em
volta deles! Triste é pensar que muitos se preocupam mais pelos seus corpos que por suas almas.

CAPÍTULO 7
Versículos 1- 13 As tradições dos anciãos
Versículos 14- 23 O que contamina o homem
Versículos 24- 30 Cura da mulher cananéia
Versículos 31- 37 Cristo restaura o ouvido e a fala de um homem

Versículos 1- 13
Um grande obj et ivo da vinda de Crist o era pôr de lado a lei cerim onial; para dar lugar a isto,
rej eit a as cerim ônias que os hom ens agregam à lei de Deus. As m ãos lim pas e o coração puro que
Crist o dá aos discípulos, e que requer deles, são m uit o diferent es das form alidades ext ernas e
supersticiosas dos fariseus de toda época.
Jesus os reprova por rej eit ar o m andam ent o de Deus. Fica claro que é dever dos filhos, se os
padres são pobres, aliviá- los na m edida que possam ; e se m erecem m orrer os filhos que
amaldiçoam seus pais, muito mais os que os deixam passar fome. Mas se um homem se conformava
às tradições dos fariseus, eles encontravam uma forma de liberá- lo do cumprimento deste dever.

Versículos 14- 23
Nossos m aus pensam ent os e afet os, palavras e ações, nos cont am inam , e som ent e isso nos
contamina. Com o um m anancial podre sort e de águas corrom pidas, assim é o coração corrupt o que
produz arrazoam ent os corrom pidos, apet it es e paixões pervert idas, e t odas as m ás obras e ações
que deles surgem. O entendimento espiritual da lei de Deus, e a consciência do ruim do pecado, fará
que o hom em busque a graça do Espírit o Sant o para suprim ir os m aus pensam ent os e afet os que
operam por dentro.

Versículos 24- 30
Crist o nunca despediu ninguém que caísse a seus pés, coisa que um a coit ada alm a t rem ent e
pode fazer. Com o ela era um a boa m ulher, assim era um a boa m ãe. I st o a fez vir at é Crist o. O fat o
de dizer: que os filhos se saciem prim eiro, m ost ra que havia m isericórdia para os gent ios, e não
est ava longe. Ela falou, não com o se levasse à ligeira a m isericórdia, senão m agnificando a
abundância das curas m iraculosas feit as aos j udeus, as quais faziam com que est a, em cont rast e,
não fosse senão um a m igalha. Assim , pois, enquant o os orgulhosos fariseus são abandonados pelo
bendit o Salvador, Ele m anifest a sua com paixão pelos coit ados pecadores hum ildes, que olham para
Ele pelo pão dos filhos. Ele ainda continua buscando e salvando o que estava perdido.

Versículos 31- 37
Aqui há um a cura de um surdo- mudo. Os que t rouxeram est e coit ado a Crist o, lhe rogaram que
examinasse o caso e usasse seu poder. Nosso Senhor usou mais atos externos que de costume para
realizar est a cura. Estes eram só sinais do poder e Cristo para curar o homem, para exortar sua fé e
a dos que o t raziam . Em bora achem os grande variedade nos casos e nos m odos de aliviar os que
recorreram a Crist o, t odos, contudo, obt iveram o alívio que procuravam . Assim continua sendo a
grande preocupação de nossas almas.

CAPÍTULO 8
Versículos 1- 10 O milagre da alimentação dos quatro mil
Versículos 11- 21 Advertência de Cristo contra os fariseus e os herodianos
Versículos 22- 26 Sanidade de um cego
Versículos 27- 33 O testemunho de Pedro sobre Cristo
Versículos 34- 38 Cristo deve ser seguido

Versículos 1- 10
Nosso Senhor Jesus exort ou os m ais vis que acudiram a Ele em busca de vida e graça. Cristo
conhece e considera nosso est ado de ânim o. A generosidade de Crist o est á sem pre preparada; para
m ost rar ist o repet e est e m ilagre. Seus favores se renovam , com o acont ece com nossas carências e

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necessidades. Não deve t em er a escassez o que t em a Crist o para viver por fé, e deve dar ação de
graças.

Versículos 11- 21
A incredulidade obst inada t erá algo a dizer ainda que sej a m uit o irracional. Crist o recusou
responder a dem anda deles. Se não sent em convicção de pecado, nunca se convencerão. Ai, quanta
razão t em os para lam ent ar- nos pelos que nos rodeiam , e se dest roem a si m esm os e aos out ros
com sua incredulidade perversa e obcecada, e por sua inim izade com o evangelho! Quando
esquecem os as obras de Deus e desconfiam os dEle, devem os repreender- nos severam ent e com o
Crist o repreende aqui a seus discípulos. Com o é que t ão freqüent em ent e erram os com sua
significação, rejeitamos suas advertências e desconfiamos de sua providência?

Versículos 22- 26
Eis aqui um cego levado a Crist o por seus am igos. Daí se dem onst ra a fé dos que o t rouxeram.
Se os que est ão espirit ualm ent e cegos não oram por si m esm os, de t odos m odos suas am izades e
parent es devem orar por eles, para que Crist o queira t ocá- los. A sanidade foi operada em form a
paulat ina, o que est ava fora do padrão com um dos m ilagres de nosso Senhor. Crist o dem onst ra seu
método comum para sarar por sua graça aos que, por natureza, estão espiritual cegos. Primeiro, seu
conhecim ent o é confuso, t odavia, com o a luz da aurora vai em aum ent o at é o dia ser perfeit o e,
ent ão, eles enxergam claram ent e t odas as coisas. Tom ar à ligeira os favores de Crist o é renunciar a
eles; e aos que assim agem , lhes dará a conhecer o valor de seus benefícios por m eio da
necessidade.

Versículos 27- 33
Est as coisas est ão escrit as ´ ç que acredit em os que Jesus é o Crist o, o Filho de Deus. Os milagres
de nosso Senhor nos asseguram que não foi vencido, senão que foi vencedor. Agora, os discípulos
est ão convencidos de que Jesus é o Crist o; est ão em condições de suport ar se conhecem seus
sofrim ent os, os quais Crist o com eça aqui a dar a conhecer a eles. Ele vê o errado no que dizem os e
fazem os, do qual nós m esm os não t em os consciência, e sabe de que espírit o som os, ainda quando
nós não. A sabedoria do hom em é coisa néscia se pret ende lim it ar os conselhos divinos. Pedro não
entendia corretamente a natureza do Reino de Cristo.

Versículos 34- 38
Se dá not ícia freqüent e da grande aglom eração que havia em volt a de Crist o para que aj udasse
em diversos casos. A t odos corresponde saber dist o, se esperam que cure suas alm as. Eles não
devem ser indulgent es para a com odidade da carne. Com o a felicidade do céu com Crist o é
suficient e para com pensar a perda da própria vida por am or a Ele, assim , se ganhar t odo o m undo
por m eio do pecado não com pensa a dest ruição da alm a pelo pecado. Chega o dia em que a causa
de Crist o aparecerá t ão gloriosa, com o agora alguns acredit am pouca coisa e desprezível. Pensemos
nessa época e vejamos todo objeto terreno como o veremos naquele grande dia.

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 13 A transfiguração
Versículos 14- 29 Expulsão de um espírito maligno
Versículos 30- 40 Repreensão aos apóstolos
Versículos 41- 50 Deve preferir- se a dor ao pecado

Versículos 1- 13
Eis aqui um a predição da proxim idade im ediat a do Reino de Crist o. Um a olhada desse reino foi
dada na t ransfiguração de Crist o. Bom é afast ar- se do m undo e est ar a sós com Crist o; que bom é
est ar com Crist o glorificado no céu com t odos os sant os! Mas quando as coisas se dão bem , som os
dados a não preocupar- nos pelo próxim o, e na plenit ude de nossos deleit es, esquecem os as m uit as
necessidades de nossos irm ãos. Deus reconhece a Jesus e o aceit a com o seu am ado Filho, e est á
dispost o a aceit ar- nos nEle. Port ant o, devem os reconhecê- lo e aceit á- lo com o a nosso am ado
Salvador, e devemos render- nos para que Ele nos mande.
Crist o não deixa a alm a quando o gozo e os consolos a deixam . Jesus explica aos discípulos a
profecia sobre Elias. I sto se prestava para mal- interpretar a João Batista.

56
Versículos 14- 29
O pai do j ovem at orm ent ado m ost rou a falt a de poder dos discípulos; m as Crist o faz que at ribua
sua desilusão à falta de fé. Muito se promete se crermos. Se você não pode acreditar, é possível que
seu duro coração sej a am olecido, curadas suas doenças espirit uais, e, fraco com o você é, possa
resistir até o fim.
Os que se queixam de incredulidade, devem olhar para Crist o pedindo a graça que os aj uda
cont ra isso, e sua graça será suficient e para eles. A quem Crist o Sara, o cura eficazm ent e. Contudo,
Sat anás não quer ser expulso dos que foram seus escravos por t ant o t em po, e quando não pode
enganar ou destruir o pecador, lhes provoca todo o terror que pode. Os discípulos não devem pensar
que sem pre farão a obra com a m esm a facilidade; alguns serviços exigem algo m ais que dores
comuns.

Versículos 30- 40
O tempo do sofrimento de Cristo se aproximava. Se tiver sido entregue nas mãos dos demônios e
eles t ivessem feit o isso, não t eria sido t ão est ranho; cont udo, result a surpreendent e que sej am
hom ens os que t rat em t ão vergonhosam ent e o Filho do Hom em , quem veio a redimi- los e salvá- los.
Note- se que quando Crist o falava de sua m ort e sem pre falava de sua ressurreição, a qual t irava de
si a censura da m ort e e deveria elim inar a t rist eza de seus discípulos. Muit os cont inuam ignorant es
porque t êm vergonha de pergunt ar. Que coisa! Em bora o Salvador ensina t ão claram ent e as coisas
que correspondem a seu amor e graça, os homens estão tão cegados que não entendem sua fala.
Serem os cham ados a render cont as do que falam os, e a dar cont as de nossas disput as,
especialm ent e sobre quem é o m aior. Os m ais hum ildes e abnegados se parecem m ais com Crist o e
Ele os reconhecerá m as docem ent e. I st o lhes ensinou Jesus por m eio de um sinal: Aquele que
receber um menino como este, a mim recebe.
Muit os t êm sido com o os discípulos, dispost os a silenciar os hom ens que conseguiram pregar o
arrependim ent o em nom e de Crist o aos pecadores, porque não seguem com eles. Nosso Senhor
culpa os apóst olos, lem brando- os que quem opera m ilagres em seu nom e não pode danificar sua
causa. Se conduzir pecadores ao arrependim ent o, a crer no Salvador e a levar vidas sóbrias, j ust as
e santas, então vemos que o Senhor opera por meio do pregador.

Versículos 41- 50
É dit o repet idam ent e sobre o ím pio que seu verm e não m orre, com o t am bém que o fogo nunca
se apaga. Sem dúvida o rem orso de consciência e a aguda reflexão em si m esm as são o verm e que
nunca m orre. Fica, cert am ent e, fora de com paração se é m elhor passar por t oda dor, dificuldade e
negação de si m esm o aqui, e ser feliz para sem pre no além , que desfrut ar de t oda classe de
prazeres m undanos t em porários e ser desgraçados para sem pre. Nós devem os ser salgados com
sal, com o os sacrifícios; nossos afet os corrupt os devem ser subm et idos e m ort ificados pelo Espírit o
Santo. Os que t êm o sal da graça devem dem onst rar que t êm um princípio vivo de graça em seus
corações, o qual elim ina as disposições corrupt as da alm a que ofendem a Deus ou a nossas próprias
consciências.

CAPÍTULO 10
Versículos 1- 12 Pergunta dos fariseus sobre o divórcio
Versículos 13- 16 O amor de Cristo pelos pequeninos
Versículos 17- 22 Conversação de Cristo com o jovem rico
Versículos 23- 31 O incômodo das riquezas
Versículos 32- 45 Cristo anuncia seus sofrimentos
Versículos 46- 52 Sanidade de Bartimeu

Versículos 1- 12
Onde est iver Jesus o seguiam m ult idões, e Ele ensinava- lhes. Pregar era cost um e const ant e de
Jesus. Aqui indica que a razão pela qual a lei de Moisés perm it iu o divórcio, era de t al nat ureza que
eles não deviam usar essa perm issão; era som ent e pela dureza de seus corações. Deus próprio uniu
m arido e m ulher; os preparou para que fossem de consolo e aj uda m út uos. O que Deus uniu não
deve ser desam arrado levianam ent e. Os que est ão por rej eit ar suas esposas, pensem que seria
deles se Deus os tratasse do mesmo modo.

57
Versículos 13- 16
Alguns pais ou babás t rouxeram crianças pequenas a Crist o para que Ele os t ocasse com o
símbolo de sua bênção sobre eles. Não parece que necessit assem sanidade corporal nem que
fossem capazes de ser ensinados; porém , os encarregados de cuidá- los acredit avam que a bênção
de Crist o fariam bem a suas alm as; port ant o, os levaram a Ele. Jesus m andou que os deixassem vir
a Ele e que nada devia dizer- se ou fazer- se para im pedi- lo. As crianças devem ser conduzidas ao
Salvador t ão logo com o sej am capazes de ent ender suas palavras. Além do m ais, devem os receber
o Reino de Deus com o crianças pequenas; devem os ser afet uosos com Crist o e sua graça, com o os
meninos com seus pais, babás e mestres.

Versículos 17- 22
Est e j ovem rico m ost rou grande honest idade. Pergunt ou que devia fazer agora para ser feliz para
sempre. A m aioria pede bens para tê- los nest e m undo; qualquer bem ( Salm o 4.6) ; est e pede que
deve fazer- se nest e m undo para desfrut ar do bem m aior no out ro. Crist o est im ula est a pergunt a
assistindo sua fé e guiando sua prática.
Cont udo, aqui há um a separação penosa ent re Jesus e est e j ovem . Pergunt a a Crist o que deve
fazer além do que j á fez para obt er a vida et erna; e Crist o lhe pergunt a se ele t em , com o parece
sem dúvida, essa fé firm e na vida et erna, e se lhe dá elevado valor; est á dispost o a suport ar um a
cruz present e com a expect at iva de um a coroa fut ura? O j ovem lam ent ou não poder ser um
seguidor de Crist o em condições m ais fáceis; que não pudesse obt er a vida et erna e ret er t am bém
suas possessões m undanas. Foi em bora t rist e. Vej a Mat eus 6.24: Não se pode servir a Deus e a
Mamom.

Versículos 23- 31
Crist o aproveit a est a ocasião para falar a seus discípulos sobre a dificuldade da salvação dos que
t êm abundância nest e m undo. Os que assim buscam ansiosam ent e a riqueza do m undo, nunca
valorizarão em j ust iça a Crist o e sua graça. Além disso, fala da grandeza da salvação dos que t êm
pouco dest e m undo e o deixam por Crist o. A prova m aior da const ância de um hom em bom se
produz quando o am or a Jesus lhe pede que renuncie ao am or aos am igos e aos fam iliares. Embora
vencedores por Crist o, ainda devem esperar sofrer por Ele at é chegarem ao céu. Aprendam os a
contentar- nos em uma situação má e a estar alerta contra o amor às riquezas em uma situação boa.
Orem os para serm os capazes de deixá- lo t udo se for necessário pelo serviço de Crist o, e para usar
em seu serviço todo o que nos seja permitido reter.

Versículos 32- 45
Crist o cont inua adiant e com sua em presa para a salvação da hum anidade, coisa que foi, é e será
o assom bro de t odos seus discípulos. A honra m undana t em um brilho com o qual podem t er- se
deslumbrado m uit as vezes os olhos dos discípulos m esm os de Crist o. Cuidemosde t er sabedoria e
graça para saber sofrer com Ele; e que possam os confiar em que Ele proverá os graus de nossa
glória.
Crist o lhe m ost ra que geralm ent e se abusa do poder no m undo. Se Jesus nos concedesse t odos
os desej os, logo seria evident e que desej am os fam a ou poder, e que não querem os beber seu cálice
nem passar por seu bat ism o; com freqüência seria um a ruína que respondesse nossas orações.
Contudo, nos ama e dará a seu povo somente o que é bom para eles.

Versículos 46- 52
Bart im eu, que t inha ouvido de Jesus e seus m ilagres, e sabido que passaria por ali, esperava
recuperar a vist a. Ao ir a Crist o a pedir aj uda e saúde, devem os olhar para Ele com o Messias
prometido. Os cham ados de graça que Crist o nos faz para que vam os a Ele, anim am nossa
esperança de que se vam os a Ele t erem os aquilo para o qual fom os a Ele. Os que vão a Jesus
devem desprezar a roupagem de sua própria suficiência, devem livrar- se de t odo peso, e do pecado
que, com o longas vest es, os assediam m ais facilm ent e ( Hb 12.1) . Ele roga que seus olhos sej am
abertos. Muit o desej ável é ser capaz de ganhar nosso pão; e onde Deus deu aos hom ens suas
ext rem idades e sent idos, é vergonhoso que, por t orpeza e preguiça, se façam Efraim cegos e coxos.
Seus olhos foram abertos. Tua fé t e salvou: a fé em Crist o com o o Filho de Davi, e em sua
compaixão e poder; não tuas palavras repetidas, sena tua fé; Cristo coloca tua fé a trabalhar.
Os pecadores Sej as cham ados a im it ar o cego Bart im eu. Jesus passa por onde se prega o
evangelho ou circulam as palavras escrit as da verdade, e est a é a oport unidade. Não bast a com ir a
Crist o por saúde espirit ual, senão que, quando est ej am os sarados, devem os cont inuar seguindo- o,
para que possam os honrá- lo e receber inst rução dEle. Os que t êm vist a espirit ual vêem em Crist o
essa beleza atrativa que os fará corres trás Ele.

58
CAPÍTULO 11
Versículos 1- 11 Entrada triunfal de Cristo em Jerusalém
Versículos 12- 18 Maldição da figueira estéril Purificação do templo
Versículos 19- 26 Oração de fé
Versículos 27- 33 Os sacerdotes e os anciãos interrogados sobre João Batista

Versículos 1- 11
A chegada de Crist o a Jerusalém m ost ra em form a not ável que Ele não t em ia o poder nem a
maldade de seus inim igos. I st o alent aria seus discípulos que est avam cheios de m edo. Além disso,
não o inquiet avam os pensam ent os sobre seus sofrim ent os que se aproxim avam . Todavia, t odo
m arcava sua hum ilhação; e est es assunt os nos ensinam a não preocupar- nos por alcançar as coisas
de alt o nível, senão a condescender com as de baixo nível. Que m al faz aos crist ãos dar- se
cat egorias elevadas, quando Crist o est eve t ão longe de reclam á- las! Deram as boas- vindas a sua
pessoa: Bendito o que vem! O que devia vir: tão freqüentemente prometido; tanto tempo esperado;
vem em nom e do Senhor. Que t enha nossos m elhores afet os; Ele é um Salvador bendit o e nos t raz
bênçãos, e bendit o sej a o que o enviou. Os louvores sej am a nosso Deus que est á nos céus m ais
altos, e por sobre todo é bendito para sempre.

Versículos 12- 18
Crist o olhou buscando algum frut o, porque o t em po de colher figos, em bora pert o, não t inha
ainda chegado, m as não achou nenhum . Fez da figueira um exem plo, não para as árvores, senão
para os hom ens dessa geração. Era um a figura da condenação para a igrej a j udaica, à qual veio em
busca de frutos sem achar nenhum.
Crist o foi ao t em plo e com eçou a reform ar os abusos de seus át rios, para indicar que quando o
Redent or vier a Sião, elim inaria a im piedade de Jacó. Os escribas e os principais sacerdot es
procuravam , não com o puder t er paz com Ele, senão com o dest ruí- lo. Um a t ent at iva desesperada
na qual somente podiam temer, porque era pelejar contra Deus.

Versículos 19- 26
Os discípulos não podiam pensar por que a figueira m urchou t ão de repent e, m as t odos os que
rej eit am a Crist o m urcham : isso represent a o est ado da igrej a j udia. Não devem os descansar em
nenhum a religião que não nos faça fért eis em boas obras. A part ir disso, Crist o lhes ensinou a orar
com fé. Pode aplicar- se à fé poderosa de que são dot ados t odos os crist ãos verdadeiros e que faz
m aravilhas nas coisas espirit uais. Nos j ust ifica, e assim elim ina m ont anhas de culpa, que nunca
volt arão a levant ar- se em j uízo cont ra nós. Purifica o coração e, assim , elim ina m ont anhas de
corrupção, e as aplana ante a graça de Deus.
Um a diligencia grande ant e o t rono da graça é orar pelo perdão de nossos pecados; e preocupar-
se por isto deveria ser nosso esforço diário.

Versículos 27- 33
Nossos Salvadores dem onst ram quant o t inham a ver sua dout rina e seu bat ism o com os de João;
t inham o m esm o desígnio e t endência: t razer o evangelho do reino. Est es anciãos não m ereciam
que lhes ensinassem; porque estava claro que não contendiam pela verdade senão pela vitória; nem
tampouco precisou dizê- lo, porque as obras que Ele fez diziam claramente que tinha a autoridade de
Deus; j á que nenhum hom em podia fazer os m ilagres que fazia a m enos que Deus est ivesse com
ele.

CAPÍTULO 12
Versículos 1- 12 A parábola da vinha e dos trabalhadores
Versículos 13- 17 Pergunta sobre o tributo
Versículos 18- 27 Referente à ressurreição
Versículos 28- 34 O grande mandamento da lei
Versículos 35- 40 Cristo o Filho e, não obstante, o Senhor de Davi
Versículos 41- 44 Elogio da viúva pobre

59
Versículos 1- 12
Crist o m ost rou em parábolas que deixaria de lado a igrej a j udaica. Ent rist ece pensar o m alt rat o
que acharam os fiéis m inist ros de Deus em t odas as épocas, de part e de quem desfrut aram os
privilégios da igreja, mas que não deram o fruto requerido.
Deus enviou, finalm ent e, seu Filho, seu bem - am ado; e poderia t er- se esperado que eles t am bém
respeit assem e am assem o am ado de seu Senhor; não obst ant e, em lugar de honrá- lo porque era o
Filho e herdeiro, o odiaram . Mas a exalt ação de Crist o foi obra do Senhor; e é sua obra exalt á- lo em
nossos corações, e est abelecer ali seu t rono; e se isso é feit o, não pode senão ser m aravilhoso ant e
nossos olhos. As Escrit uras e os pregadores fiéis, e a próxim a vinda de Crist o encarnado, nos
cham am a render o devido louvor a Deus em nossa vida. Os pecadores devem cuidar- se do espírit o
orgulhoso e carnal; se eles inj uriam ou desprezam os pregadores de Crist o, o fariam t am bém com o
seu Senhor se tivessem vivido quando Ele esteve na terra.

Versículos 13- 17
Poderia se pensar que os inim igos de Crist o desej ariam conhecer seu dever, quando realm ent e
esperavam que t om asse qualquer part ido para acusá- lo. Nada result a m ais provável para capt urar
os seguidores de Crist o que levá- los a m et er- se nos debat es da polít ica mundana. Jesus evit ou a
arm adilha referindo- se à subm issão que eles j á t inham efet uado com o nação. Muit os elogiarão as
palavras de um sermão, mas sem obedecer a suas doutrinas.

Versículos 18- 27
O ret o conhecim ent o da Escrit ura, com o font e de onde flui agora t oda a religião revelada, e o
fundam ent o sobre o qual se const rói, é o m elhor preservat ivo cont ra o erro. Crist o rej eit ou a
objeção dos saduceus, que eram infiéis caluniadores da religião daquela época, afirmando a doutrina
do estado futuro sob a luz verdadeira.
A relação ent re m arido e m ulher, em bora est ipulada no paraíso t erreno, não se conhecerá no
celestial. Não é para m aravilhar- se se nos confundim os com erros néscios, quando nos form am os
nossas idéias do m undo dos espírit os pelos acont ecim ent os dest e m undo dos sent idos. Absurdo é
pensar que o Deus vivo sej a a porção e a felicidade de um hom em se est e est á m ort o para sem pre;
port ant o, é cert o que a alm a de Abraão exist e e at ua ainda que separada t em porariam ent e do
corpo. Aqueles que negam a ressurreição erram m uit o e ist o deve ser- lhes m ost rado. Procuremos
passar por est e m undo m oribundo com a esperança j ubilosa da felicidade et erna, e da ressurreição
gloriosa.

Versículos 28- 34
Os que desej am sinceram ent e que o dever lhes sej a ensinado, Crist o os guiará em Jz e lhes
ensinará o cam inho. Diz o escriba que o maior m andam ent o, que indubit avelm ent e inclui t udo, é
am ar a Deus de t odo nosso coração. Onde est e é o princípio reit or da alm a, ali há um a disposição
para todo outro dever. Amar a Deus com todo o nosso coração nos compromete com tudo o que Lhe
compraz. Os sacrifícios som ent e represent avam a expiação das t ransgressões da lei m oral
perpet radas pelos hom ens; não t inham poder excet o ao expressar o arrependim ent o e a fé no
prometido Salvador, e Enquanto levassem à obediência moral. Como nós não amamos assim a Deus
nem ao hom em , senão precisam ent e o cont rário, som os pecadores condenados; necessit am os
arrependim ent o e necessit am os m isericórdia. Crist o aprovou o que o escriba disse que o anim ou.
Ficou para ult erior conselho, porque est e conhecim ent o da lei conduz à convicção de pecado, ao
arrependim ent o, a descobrir nossa necessidade de m isericórdia, e a ent ender o cam inho da
justificação por Cristo.

Versículos 35- 40
Quando at ent am os para o que declaram as Escrituras, Enquanto à pessoa e os ofícios de Crist o,
serem os guiados a confessá- lo com o nosso Senhor e Deus; a obedecê- lo com o nosso Redent or
exaltado. Se a gent e com um ouve alegrem ent e est as coisas, enquant o os educados e dist inguidos
se opõem , aqueles são dit osos e est es devem ser com padecidos. E com o o pecado disfarçado com
aparência de piedade, e dupla iniqüidade, assim sua condena será duplamente pesada.

Versículos 41- 44
Não esqueçam os que Jesus ainda observa a arca das ofert as. Ele sabe quant o e por que m otivos
dão para sua causa os hom ens. Ele at ent a para o coração, e quais são as nossas opiniões ao dar
esm ola; e se o fizerm os com o para o Senhor ou som ent e para serm os vist os pelos hom ens. É t ão
raro achar alguém que não culpe a est a viúva, que não podem os esperar achar a m uit os que façam
com o ela; não obst ant e, nosso Salvador a elogia; port ant o, est am os seguros que ela agiu bem e

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sabiamente. Os fracos esforços do pobre para honrar a seu Salvador serão elogiados no dia quando
as ações esplêndidas dos incrédulos sejam expostas ao desprezo.

CAPÍTULO 13
Versículos 1- 4 Anúncio da destruição do templo
Versículos 5- 13 Discurso profético de Cristo
Versículos 14- 23 A profecia de Cristo
Versículos 24- 27 Declarações proféticas
Versículos 28- 37 Exortação a vigiar

Versículos 1- 4
Observe- se em quão pouco valoriza Crist o a pom pa ext erna, onde não há verdadeira pureza de
coração. Olha com com paixão a ruína de alm as preciosas, e chora por elas, m as nós não o
encont ram os olhando com pena a ruína de um a casa formosa. Ent ão, lem brem os quão necessário é
que t enham os um a habit ação m ais perdurável no céu e est arm os preparados para ela pela obra do
Espírito Santo, buscada no uso fervoroso de todos os meios de graça.

Versículos 5- 13
Nosso Senhor Jesus, ao responder a pergunt a dos discípulos, não faz t ant o para sat isfazer sua
curiosidade com o para dirigir suas consciências. Quando m uit os são enganados, devem os por isso
ser despert ados para exam inar- nos a nós m esm os. Os discípulos de Crist o, se não é sua própria
falta, podem desfrut ar de sant a seguridade e paz m ent al quando t odo em sua volt a est á
desordenado. Mas eles devem cuidar de não ser afast ados de Crist o e de seu dever para Ele pelos
sofrim ent os com que se encont raram por am or dEle. Serão odiados por t odos os hom ens: problem a
m ais que suficient e! Mas a obra para a qual eles foram cham ados deve cont inuar avançando e
prosperar. Em bora eles sej am esm agados e derrubados, o Evangelho não pode sê- lo. A salvação
prometida é mais que liberação do mal, é bênção eterna.

Versículos 14- 23
Os j udeus apressaram o rit m o de sua ruína ao rebelar- se cont ra os rom anos e perseguir os
cristãos. Aqui temos uma predição da destruição que lhes sobreveio uns quarenta anos depois disto;
um a dest ruição e um est rago com o não t inham acont ecido em sua hist ória. As prom essas de poder
para perseverar e as advert ências cont ra um afast am ent o concordam bem um as com out ras. Mas
enquant o m ais considerem os est as coisas, verem os m ot ivos m ais abundant es para fugir sem
demora a refugiar- nos em Crist o, e a renunciar a t odo obj et o t erreno pela salvação de nossas
almas.

Versículos 24- 27
Os discípulos t inham confundido a dest ruição de Jerusalém com o fim do m undo. Crist o corrigiu
est e erro e dem onst rou que o dia da vinda de Crist o e o dia do Jz serão depois daquela t ribulação.
Aqui anuncia a dissolução final do m arco e da t ram a present es do m undo. Além disso, prediz a
aparição visível do Senhor Jesus que vem nas nuvens, e a reunião de todos os eleitos com Ele.

Versículos 28- 37
Tem os a aplicação do serm ão profét ico. ENQUANTO à dest ruição de Jerusalém , esperem que
chegue dent ro de m uit o pouco t em po. ENQUANTO ao fim do m undo, não pergunt em quando virá,
porque o dia e a hora nenhum hom em os conhece. Crist o, com o Deus, não podia ignorar nada, pelo
que a sabedoria divina que habit ava em nosso Senhor se com unicava a sua alm a hum ana conform e
ao beneplácit o divino. Nosso dever a respeit o das duas é est ar alert as e orar. Nosso Senhor Jesus,
quando ascendeu no alt o, deixou algo para que t odos seus servos façam . Sem pre devem os est ar
vigilant es esperando seu regresso. I st o se aplica à vinda de Crist o a nós em nossa m ort e e t am bém
ao j uízo geral. Não sabem os se nosso Senhor virá nos dias da j uvent ude, na idade m ediana ou na
velhice, porém , t ão logo com o nascem os, com eçam os a m orrer e, port ant o, devem os esperar a
morte. Nosso grande afã deve ser que, quando volt e o Senhor, não nos encont re confiados, dando-
nos o gosto em comodidade e preguiça, despreocupados de nossa obra e do dever. A todos lhes diz:
Vigiem, para que sejam achados em paz, sem mácula e irrepreensíveis.

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CAPÍTULO 14
Versículos 1- 11 Cristo ungido em Betânia
Versículos 12- 21 A Páscoa Jesus declara que Judas o trairá
Versículos 22- 31 Instituição da Ceia do Senhor
Versículos 32- 42 A agonia de Cristo no jardim
Versículos 43- 52 Traído e apreendido
Versículos 53- 65 Cristo ante o Sumo Sacerdote
Versículos 66- 72 Pedro nega a Cristo

Versículos 1- 11
Derram ou Crist o at é m orrer por nós, e pensarem os que há algo dem asiado precioso para Ele?
Damos- lhe o ungüent o precioso de nossos m elhores fet os? Am em o- lo com t odo o coração em bora é
com um que o zelo e o afet o sej am m al- ent endidos e culpados; e lem brem os que a caridade para
com o pobre não será escusa de nenhum at o part icular de piedade para com o Senhor Jesus. Cristo
elogiou a piedosa at enção dest a m ulher para que o saibam os crent es de t odas as épocas. Aos que
honram a Crist o, Ele os honrará. A cobiça era a luxúria principal de Judas e isso o t raiu para que
pecasse t raindo a seu Mest re; o diabo adapt ou sua t ent ação a isso e, assim , o venceu. Veja- se
quant as t ret as enganosas t êm m uit os em seus esforços pecam inosos; m as o que parece progredir
em seus planos, afinal resultará ser maldição.

Versículos 12- 21
Nada poderia ser m enos result ado da previsão hum ana que os acont ecim ent os aqui relat ados.
Mas nosso Senhor conhece t odas as coisas sobre nós ant es que acont eçam . Se o recebem os,
habitará em nossos corações.
O Filho do Hom em vai, com o est á escrit o dEle, com o cordeiro ao m at adouro; porém , ai daquele
hom em por quem é ent regue! Se Deus perm it e os pecados dos hom ens, e se glorifica neles, não os
obriga a pecar; nem é escusa para sua culpa, nem diminuirá o castigo.

Versículos 22- 31
A Ceia do Senhor é alim ent o para a alm a, port ant o, bast a com m uit o pouco em com paração com
o que é para o corpo em tanto sirva de sinal. Foi instituída pelo exemplo e a prática de nosso Mestre
para que seguisse vigent e at é sua segunda vinda. Foi inst it uída com bênção e ação de graças para
ser um m em orial da m ort e de Crist o. Menciona- se freqüent em ent e seu precioso sangue com o o
preço de nossa redenção. Quão consolador é ist o para os coit ados pecadores arrependidos, que o
sangue de Crist o sej a derram ado por m uit os! Sem por m uit os, por que não por m im ? Foi sinal do
traspasso dos benefícios adquiridos para nós por sua m ort e. Apliquem- se à dout rina de Crist o
crucificado a vocês m esm os; que sej a a carne e a bebida para vossas alm as, fort alecendo e
refrescando vossa vida espirit ual. Seria um a prim ícia e um sabor ant ecipado da felicidade do céu e,
por isso, nos tira o gosto dos prazeres e deleites dos sentidos. Todo o que tem saboreado as delicias
espirituais, diretamente deseja as eternas.
Em bora o grande Past or passou por seus sofrim ent os sem dar um passo em falso, seus
seguidores t êm sido, cont udo, espalhados freqüent em ent e pela pequena m edida dos sofrim ent os
designados a eles. Quão dados som os a pensar bem de nós m esm os e a confiar em nossos
corações! Foi m au que Pedro respondesse assim a seu Senhor, sem t em or nem t rem or. Senhor, dá-
me graça para evitar que te negue.

Versículos 32- 42
Os sofrim ent os de Crist o com eçaram com os m ais dolorosos, os de sua alm a. Com eçou a
entristecer- se e a angust iar- se; palavras não ut ilizadas em Mat eus, porém m uit o cheias de sent ido.
Os t errores de Deus o com bat eram , e Ele lhe perm it iu cont em plá- los. Nunca houve dor com o sua
dor at é agora. Ele foi feit o m aldição por nós; as m aldições da lei foram lançadas sobre Ele com o
nossa prenda. Agora Ele saboreou a m ort e em t oda sua am argura. I sto era esse medo do que fala o
apóstolo, o m edo nat ural à dor e à m ort e, ant e o qual se sobressalt a a nat ureza hum ana.
Poderem os algum a vez t er pensam ent os favoráveis ou sequer levianos sobre o pecado, quando
vem os os penosos sofrim ent os que o pecado t rouxe ao Senhor Jesus, ainda que lhe foram
reconhecidos? Será leve para nossas alm as o que foi t ão gravoso para a Sua? Est eve Crist o em t al
agonia por nossos pecados, e nós nunca agonizarem os por eles? Com o deveríam os olhar para
Aquele que t raspassam os, e com o deveríam os doer- nos! Nos corresponde excessivam ent e
entristecer- nos pelo pecado, porque Ele esteve assim e nunca riu disso.

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Crist o, com o Homem rogou que, se possível, passassem dEle seus sofrim ent os. Como Mediador
se subm et eu à vont ade de Deus, dizendo: Mas não o que eu quero, senão o que t u queres, eu
aceito.
Veja- se com o volt a a pecam inosa debilidade dos discípulos de Crist o e os vence. Que last res t ão
pesados são nossos corpos para nossas alm as! Mas quando vej am os o problem a na port a, devem os
preparar- nos para isso. Ai, at é os crent es cost um am olhar de form a t urva os sofrim ent os do
Redent or, e em lugar de est ar pront os para m orrer com Crist o, nem sequer est ão preparados para
vigiar com Ele durante uma hora.

Versículos 43- 52
Devido a que Crist o não se m anifest ou com o um príncipe t em poral, senão que pregou o
arrependim ent o, a reform a e a vida sant a, e dirigiu os pensam ent os, afet os e propósit os dos
homens a outro mundo, por isso, os dirigentes judeus procuraram destruí- lo.
Pedro feriu a um da part ida. É m ais fácil pelej ar por Crist o que m orrer por Ele. Mas exist e um a
enorm e diferença ent re os discípulos falíveis e os hipócrit as. Est es últ im os cham am a Crist o de
Mest re, pressurosos e sem pensar, e expressam grande afet o por Ele, m as o ent regam a seus
inimigos. Assim aceleram sua própria destruição.

Versículos 53- 65
Aqui t em os a condena de Crist o ant e o grande conselho dos j udeus. Pedro os seguiu, m as o fogo
da casa do Sumo Sacerdote não era o lugar apropriado, nem seus servos eram companhia adequada
para Pedro: era uma entrada na tentação.
Empregou- se grande diligência para conseguir t est em unhas falsas cont ra Jesus, porque o
testem unho deles não era equivalent e a um a acusação de delit o capit al, por m uit o que eles
est icassem a lei. Foi- lhe pergunt ado: Você é o Filho do Bendit o? I st o é, o Filho de Deus. Ele se
refere a sua segunda vinda para provar que é o Filho de Deus.
Temos nestas afrontas muitas provas da inimizade do homem para com Deus, e do amor gratuito
e indizível de Deus pelo homem.

Versículos 66- 72
A negação de Crist o por part e de Pedro com eçou por m ant ê- lo afast ado dEle. Os que se
envergonham da santidade estão bem avançados no caminho de negar a Cristo. Os que pensam que
é perigoso andar em com panhia dos discípulos de Crist o, porque daí podem ser levados a sofrer por
Ele, encont rarão m uit o m ais perigoso est ar na com panhia de seus inim igos, porque aí serão levados
a pecar contra Ele.
Quando Crist o era adm irado e o seguiam , Pedro o confessou com pront idão; m as não reconhece
sua relação com Ele agora que é abandonado e desprezado. Contudo, observe- se que o
arrependimento de Pedro foi muito rápido.
Quem pensa est ar firm e, olhe que não caia; e o que caiu, pense nest as coisas, e em suas
próprias ofensas, e volt e ao Senhor com choro e suplicas, buscando o perdão para ser levant ado
pelo Espírito Santo.

CAPÍTULO 15
Versículos 1- 14 Cristo ante Pilatos
Versículos 15- 21 Cristo é levado a ser crucificado
Versículos 22- 32 A crucifixão
Versículos 33- 41 A morte de Cristo
Versículos 42- 47 Seu corpo é enterrado

Versículos 1- 14
Eles am arraram a Crist o. Bem é para m undo lem brar freqüent em ent e as at aduras do Senhor
Jesus, com o que est am os am arrados com o que foi at ado por nós. Ao ent regar o Rei, de fat o, eles
ent regaram o Reino de Deus que, port ant o, lhes foi t irado com o por próprio consent im ent o deles, e
foi entregue e outra nação.
Cristo deu uma resposta direta a Pilatos, mas não quis responder às testemunhas porque se sabia
que as coisas que alegaram eram falsas, at é o próprio Pilat os est ava convencido que era assim . Ele
pensou que podia apelar desde os sacerdot es ao povo, e que eles libert ariam a Jesus das m ãos dos
sacerdot es, porém eles foram m ais e m ais pressionados pelos sacerdot es, e grit aram : Crucifica- o!

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Crucifica- o! Julguem os as pessoas e coisas por seus m érit os e a norm a da palavra de Deus, e não
pelo saber com um . O pensam ent o de que nunca ninguém foi t rat ado t ão vergonhosam ent e com o a
única Pessoa que é perfeitamente excelente, santa e sábia e que tenha aparecido sobre a terra, leva
à m ent e séria a form ar- se um a firm e opinião da m aldade do hom em e sua inim izade com Deus.
Aborreçamos mais e mais as disposições ruins que marcaram a conduta desses perseguidores.

Versículos 15- 21
Crist o encont rou a m ort e em seu aspect o m ais t errífico. Foi a m ort e dos m alfeit ores m ais vis.
Assim , se reúnem a cruz e a vergonha. Deus t inha sido desonrado pelo pecado do hom em , Crist o
deu sat isfação subm et endo- se à m aior desgraça com que a nat ureza hum ana podia ser carregada.
Era um a m ort e m aldit a; assim foi m arcada pela lei j udaica ( Dt 21.23) . Os soldados rom anos
zom baram de nosso Senhor Jesus com o Rei; com o os servos t inham caçoado dEle com o Profet a e
Salvador no pát io do sum o sacerdot e. Será um m ant o púrpura ou escarlat e um a quest ão de orgulho
para um cristão, se foi questão de repreensão e vergonha para Cristo? Ele levou a coroa de espinhos
que nós m erecíam os, para que nós pudéssem os levar a coroa de glória que Ele m erece. Nós fom os,
pelo pecado, condenados à vergonha e o desprezo et ernos. Ele foi levado com os execut ores de
iniqüidade, ainda que Ele não pecou. Os sofrim ent os do m anso e sant o Redent or são sem pre um a
font e de inst rução para o crent e, da qual não pode esgot ar- se em suas m elhores horas. Sofreu
Jesus assim e eu, vil pecador, m e esforçarei ou ficarei descont ent e? Consent irei com a ira ou
emitirei recriminações e ameaças devido aos problemas e injúrias?

Versículos 22- 32
O lugar onde foi crucificado nosso Senhor Jesus era cham ado o lugar da Caveira; era o lugar
com um para as execuções, porque Ele foi em t odo aspect o cont ados ent re os t ransgressores. Cada
vez que olhem os a Crist o crucificado, devem os lem brar o escrit o colocado sobre sua cabeça: Ele é
um Rei e nós devemos render- nos para sermos seus súbditos, sem dúvida, como israelitas.
Crucificaram a dois ladrões com Ele, e Ele no m eio; com isso pret endiam desonrá- lo m uit o,
porém est ava profet izado que seria cont ado com os t ransgressores, porque Ele foi feit o pecado por
nós.
Ainda os que passavam por ali o insult avam . Diziam- lhe que descesse da cruz, e que
acreditariam , m as não creram ainda que lhes deu o sinal m ais convincent e quando se levant ou de
seu t úm ulo. Com que fervor buscará a salvação o hom em que crê firm em ent e na verdade, com o é
dada a conhecer pelos sofrim ent os de Crist o! com quant a grat idão receberá a esperança nascent e
do perdão e da vida et erna, adquiridos pelos sofrim ent os e a m ort e do Filho de Deus! e com que
piedosa tristeza se doerá pelos pecados que crucificaram o Senhor da glória!

Versículos 33- 41
Houve um a densa escuridão sobre a t erra, desde o m eio- dia at é as t rês da t arde. Os j udeus
estavam fazendo o m ais que podiam para apagar o Sol de Just iça. As t revas significavam a nuvem
sob a qual estava a alma humana de Cristo quando a estava apresentando como oferta pelo pecado.
Ele não se queixou de que seus discípulos o abandonassem , senão de que seu Pai o desam parasse.
Especialm ent e nisso foi Ele feit o pecado por nós. Quando Paulo ia ser oferecido com o sacrifício no
serviço dos sant os, se gozava e se regozij ava ( Fp 2.17) ; m as é out ra coisa ser oferecido com o
sacrifício pelo pecado dos pecadores.
No m esm o inst ant e em que Jesus m orreu, foi rasgado de alt o a baixo o véu do t em plo. I sto
provocou t error aos j udeus incrédulos, e foi sinal da dest ruição de sua igrej a e nação. Expressa
consolo para t odos os crist ãos crent e, porque significava abrir um cam inho novo e vivo ao Lugar
Santíssimo pelo sangue de Jesus.
A confiança com que Crist o t inha t rat ado francam ent e a Deus com o seu Pai, encom endando sua
alm a em suas m ãos, parece t er afet ado m uit o o cent urião. Os pont os de vist a corret os sobre Crist o
crucificado reconciliam o crent e com o pensam ent o da m ort e; anela cont em plar, am ar e louvar,
como devido, a esse Salvador que foi ferido e traspassado para salvá- lo da ira vindoura.

Versículos 42- 47
Aqui assist im os ao ent erro de nosso Senhor Jesus. Oh, que nós possam os, pela graça, serm os
plant ados em sua sem elhança! José de Arim at éia foi um dos que esperava o Reino de Deus. Os que
esperam por um a quot a de seus privilégios devem confessar a causa de Crist o quando parece est ar
esmagada. A est e hom em levant ou Deus para seu serviço. Houve um a providência especial: que
Pilat os fosse t ão est rit o em sua pesquisa para que não houvesse pret ensão de dizer que Jesus
estava vivo.

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Pilat os deu a José perm issão para descer o corpo, e fazer o que m elhor achasse com ele.
Algumas das mulheres viram onde foi colocado Jesus, para poder ir depois do dia do repouso a ungir
o corpo m ort o, pois não t iveram t em po de fazê- lo ant es. Olharam especialm ent e no sepulcro de
Crist o porque Ele ia levant ar- se de novo. Ele não abandonará os que confiam nEle, e o invocam . A
morte, privada de seu aguilhão, logo terminará as penas do crente, como terminou as do Salvador.

CAPÍTULO 16
Versículos 1- 8 A ressurreição de Cristo revelada as mulheres
Versículos 9- 13 Cristo aparece a Maria Madalena e a outros discípulos
Versículos 14- 18 Sua comissão para os discípulos
Versículos 19- 20 A ascensão de Cristo

Versículos 1- 8
Nicodemos t rouxe um a grande quant idade de especiarias, m as est as boas m ulheres não
acreditaram que fossem suficient es. O respeit o que out ros m ost ram a Crist o não nos deve im pedir
que m ost rem os nosso respeit o. Os que são guiados pelo zelo sant o a buscar com diligência a Crist o,
encont rarão que os t ropeços do cam inho desaparecem com rapidez. Quando nos expom os a
problem as e gast os por am or a Crist o, som os aceit os em bora nossos esforços não t enham êxit o. A
vist a do anj o podia t ê- las anim ado, com j ust iça, m as elas se assust aram . Assim , pois, m uit as vezes
o que deveria ser nosso consolo, provoca t error devido a nosso próprio erro. " Ele foi crucificado,
porém está glorificado. Ressuscit ou, não est á aqui. Não est á m ort o, e vive no novo; m as adiant e o
verão, m as aqui podem ver o lugar onde foi colocado" . Assim , se enviará o consolo oport uno aos
que choram pelo Senhor Jesus. Pedro é mencionado em particular: "Digam a Pedro"; isto o receberá
m uit o bem , porque est á t rist e pelo pecado. Ver a Crist o é algo m uit o bem recebido por um
verdadeiro arrependido, e o penit ent e verdadeiro é m uit o bem recebido quando quer ver a Crist o.
Os hom ens correram a t oda pressa at é onde est avam os discípulos; porém os t em ores inquiet ant es
costumam impedir- nos realizar o serviço que poderíamos fazer a Cristo e às almas dos homens, se a
fé e o gozo da fé fossem firmes.

Versículos 9- 13
Melhores not ícias não poderiam t er sido levadas aos discípulos que choravam , que cont á- lhes da
ressurreição de Crist o. Nós deveríam os est udar para consolar os discípulos aflit os. Dizendo- lhes o
que temos visto de Cristo. Foi uma sábia providência que as provas da ressurreição de Cristo fossem
dadas gradualm ent e, e recebidas com caut ela, para que a seguridade com que os apóst olos
pregaram est a dout rina depois fosse m ais sat isfat ória. Cont udo, quão lent os som os para adm it ir os
consolos que a palavra de Deus t em ! Ent ão, enquant o Crist o consola a seu povo, vê que,
freqüent em ent e, é necessário repreendê- los e corrigi- los pela dureza de coração que desconfia de
sua promessa, assim como que não obedece seus santos preceitos.

Versículos 14- 18
As provas da verdade do evangelho são t ão com plet as que os que não as aceit am , podem ser
justamente repreendidos por sua incredulidade.
Nosso bendit o Senhor renova a eleição dos onze com o apóst olos seus e os encarrega da m issão
de ir a t odo o m undo e pregar o Evangelho a t oda criat ura. Somente o que é verdadeiro cristão será
salvo por m eio de Crist o. Sim ão o m ago professou crer, e foi bat izado, porém se declarou que
estava nos laços da iniqüidade: leia- se sua hist ória em At os 8.13- 15. Sem dúvida est a é um a
declaração solene da fé verdadeira que recebe a Crist o em t odos seus caract eres e ofícios, e para
t odos os propósit os da salvação, e produz seu bom efeit o no coração e a vida; não o sim ples
assentimento, que é fé morta e não dá proveito.
A com issão dos m inist ros de Crist o se est ende a t oda criat ura de t odo o m undo, e as decisões do
evangelho cont êm não só verdades, exort ações e preceit os, senão t am bém advert ências t em íveis.
Observe- se com que poder foram dot ados os apóst olos, para confirm ar a dout rina que pregariam.
Est es foram m ilagres para confirm ar a verdade do evangelho, e m eios para difundi- lo nas nações
que não o haviam ouvido.

Versículos 19- 20
Depois que o Senhor falou, subiu ao céu. Sentar- se é uma postura de repouso; tinha acabado sua
obra; é post ura de governo: t om ou possessão de seu reino. Sent ou à dest ra de Deus, o que denot a

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sua soberana dignidade e poder universal. O que Deus faça conosco, nos dê ou nos aceite, é por seu
Filho. Agora Ele está glorificado com a glória que teve antes que o mundo fosse.
Os apóstolos foram e pregaram em todas partes, longe e perto. Embora a doutrina que pregaram
era espirit ual e celest ial, diret am ent e cont rária ao espírit o e t em peram ent o do m undo, ainda que
acharam m uit a oposição, e foram absolut am ent e desprovidos de t odos os apoios e vant agens do
m undo, ainda assim , em uns quant os anos, sua voz ecoou at é o últ im o da t erra. Os m inist ros de
Crist o não necessit am agora operar m ilagres para provar sua m ensagem ; est á dem onst rado que as
Escrituras são de origem divina, e isto faz que os que as rejeitam ou desprezam não tenham escusa.
Os efeit os do Evangelho, quando se prega fielm ent e e se crê verdadeiram ent e, e quando m uda os
t em peram ent os e o carát er da hum anidade, são um a prova const ant e, um a prova m iraculosa, de
que o evangelho é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.

LUCAS

Em geral se supõe que est e evangelist a foi m édico e com panheiro do apóst olo Paulo. O est ilo de
seus escrit os, e sua fam iliaridade com os rit uais e usos dos j udeus, dem onst ram
inquestionavelment e que era j udeu, enquant o que seu conhecim ent o do grego e seu nom e falam de
sua origem gent io. É m encionado pela prim eira vez em At os 16.10- 11, com Paulo em Trôade, desde
onde o at endeu at é Jerusalém , e est eve com ele em sua viagem , e durant e seu encarceram ent o em
Roma. Est e evangelho parece concebido para superar as m uit as narrações defeit uosas e não
aut ênt icas em circulação, e para dar um relat o genuíno e inspirado da vida, m ilagres e dout rinas de
nosso Senhor, aprendidas dos que ouviram e presenciaram seus sermões e milagres.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 4 Prefácio
Versículos 5- 25 Zacarias e Isabel
Versículos 26- 38 Anunciação do nascimento de Cristo
Versículos 39- 56 Encontro de Maria e Isabel
Versículos 57- 66 nascimento de João Batista
Versículos 67- 80 O cântico de Zacarias

Versículos 1- 4
Lucas não escreve sobre coisas acerca das quais possam diferir ent re si os crist ãos, e t er
vacilações, senão das coisas que são e devem ser cridas com toda certeza. A doutrina de Cristo é no
que os m ais sábios e m elhores hom ens t êm avent urado suas alm as com confiança e sat isfação. Os
grandes acont ecim ent os dos que dependem nossas esperanças, foram narrados por escrit o pelos
que, desde o com eço, foram t est em unhas visuais e m inist ros da Palavra, e foram aperfeiçoados em
seu entendimento por meio da inspiração divina.

Versículos 5- 25
O pai e a mãe de Jesus Cristo eram pecadores como todos somos e foram justificados e salvos da
m esm a form a que os out ros, m as foram em inent es por sua piedade e int egridade. Não t inham
filhos, e não podia esperar- se que Isabel os tivesse em sua avançada idade.
Enquant o Zacarias queim ava o incenso no t em plo, t oda a m ult idão orava fora. Todas as orações
que oferecem os a Deus são aceit as e bem - sucedidas som ent e pela int ercessão de Crist o no t em plo
de Deus no alt o. Não podem os t er a expect at iva de possuir um int eresse ali se não oram os, se não
oram os com nosso espírit o, e se não oram os com fervor. Tam pouco podem os esperar que o m elhor
de nossas orações sejam aceitas e tragam uma resposta de paz, se não é a mediação de Cristo, que
sempre vive fazendo intercessão.
As orações que Zacarias oferecia freqüent em ent e receberam um a respost a de paz. As orações de
fé são arquivadas no céu e não se esquecem. As orações feitas quando éramos jovens e entravamos
no m undo, podem ser respondidas quando sej am os velhos e est ej am os saindo do m undo. As
misericórdias são duplamente doces quando são dadas como respostas à oração.

66
Zacarias t erá um filho em idade avançada, o qual será inst rum ent o para a conversão de m uit as
alm as a Deus, e para sua preparação para receber o evangelho de Crist o. Se apresent ará ant e Ele
com coragem , zelo, sant idade e um a m ent e m ort a aos int eresses e prazeres m undanos. Os
desobedient es e os rebeldes seriam convert idos à sabedoria de seus ant epassados j ust os, ou
melhor, levados a atentar à sabedoria do Justo que viria a eles.
Zacarias ouviu t udo o que disse o anj o, m as falou com incredulidade. Deus o t rat ou justamente
ao deixá- lo m udo, pois ele t inha obj et ado a palavra de Deus. Podem os adm irar a paciência de Deus
para conosco. Deus o t ratou amavelmente, porque assim lhe im pediu de falar m ais coisas afast adas
da fé e em incredulidade. Assim , t am bém , Deus confirm ou sua fé. Se pelas repreensões a que
est am os subm et idos por nosso pecado, som os guiados a dar m ais crédit o à palavra de Deus, não
t em os razão para queixar- nos. Ainda os crent es verdadeiros são dados a desonrar a Deus com
incredulidade; e suas bocas são fechadas com silêncio e confissão, quando pelo cont rário, t eriam
devido estar louvando a Deus com gozo e gratidão.
Nos t rat os da graça de Deus devem os observar suas considerações bondosas para conosco. Ele
nos olhou com compaixão e favor e, portanto, assim nos tratou.

Versículos 26- 38
Aqui t em os um relat o da m ãe de nosso Senhor; em bora não devam os orar a ela, de t odos m odos
devem os louvar a Deus por ela. Crist o devia nascer m iraculosam ent e. O discurso do anj o som ent e
significa: " Salve, t u que és a escolhida e favorecida especial do Alt íssim o para t er a honra que as
mães judias desejaram por tanto tempo".
Est a aparição e saúdo prodigiosos at ordoaram a Maria. O anj o lhe assegurou ent ão que ela t inha
achado favor com Deus e que seria a m ãe de um filho cuj o nom e ela devia cham ar de Jesus, o Filho
do Alt íssim o, um em nat ureza e perfeição com o Senhor Deus. Jesus! o nom e que refresca os
espírit os desfalecent es dos pecadores hum ilhados; doce para pronunciar e doce para ouvir, Jesus, o
Salvador. Não conhecem os sua riqueza e nossa pobreza, port ant o, não correm os a Ele; não
percebem os que est am os perdidos e perecendo, em conseqüência, Salvador é palavra de pouco
deleite. Se est iverm os convencidos da im ensa m assa de culpa que há em nós, e a ira que pende
sobre nossas cabeças, preste a cair sobre nós, seria nosso pensamento contínuo: É meu o Salvador?
Para que possam os achá- lo, devem os pisot ear t odo o que est orva nosso cam inho a Ele. A respost a
de Maria ao anj o foi a linguagem da fé e hum ilde adm iração, e ela não pediu sinal para confirm ar
sua fé. Sem cont rovérsia, grande foi o m ist ério da sant idade, Deus m anifest ado em carne ( 1 Tm
3.16). A nat ureza hum ana de Crist o devia produzir- se dessa form a, para que fosse adequada para
Aquele que seria unido com a natureza divina. Devemos, como Maria aqui, guiar nossos desejos pela
palavra de Deus. Em t odos os conflit os devem os lem brar que nada é im possível para Deus; e ao
lerm os e ouvirm os suas prom essas, convert am o- las em orações: " Eis aqui a serva do Senhor;
cumpra- se em mim segundo a tua palavra".

Versículos 39- 56
Muit o bom é que aqueles em cuj as alm as t em com eçado a obra da graça se com uniquem ent re
si. I sabel est ava cient e, quando chegou Maria, de que se aproxim ava a que seria a m ãe do grande
Redentor. Ao m esm o t em po, foi cheia do Espírit o Sant o, e sob sua influência declarou que Maria e
ela esperavam filhos que seriam alt am ent e abençoados e felizes, e part icularm ent e honrados e
queridos pelo Deus Altíssimo.
Maria, anim ada pelo discurso de I sabel, e t am bém sob a influência do Espírit o Sant o, prorrom peu
em gozo, adm iração e grat idão. Sabia- se pecadora que necessit ava um a Salvador, e que, caso
cont rário, não poderia regozij ar- se em Deus m ais que com o int eressada em sua salvação por m eio
do Messias prom et ido. Os que capt am sua necessidade de Crist o, e que est ão desej osos de t er
j ust iça e vida nEle, a est es enche com coisas boas, com as coisas m elhores; e são abundantemente
satisfeit os com as bênçãos que dá. Ele sat isfará os desej os do pobre de espírit o que anseia bênçãos
espirituais, enquanto que os auto- suficientes serão lançados longe.
Versículos 57- 66
Nest es versículos t em os um relat o do nascim ent o de João Bat ist a, e do grande gozo de t odos os
familiares. Se cham aria João ou " cheio de graça" , pois int roduziria o evangelho de Crist o, no qual
brilha mais a graça de Deus.
Zacarias recuperou a fala. A incredulidade fechou sua boca e ao crer volt ou a ser abert a: crê,
port ant o fala. Quando Deus abre nossos lábios, as bocas devem m ost rar seu louvor; e m elhor est ar
m udo que não usar a fala para louvar a Deus. Diz- se que a m ão do Senhor est ava operando em
João. Deus t em form as de operar nas crianças, em sua infância, que nós não podem os ent ender.
Devemos observar os tratos de Deus e esperar o acontecimento.

67
Versículos 67- 80
Zacarias pronuncia um a profecia acerca do reino e a salvação do Messias. O Evangelho t raz luz
consigo: nele clareia o dia. Em João Bat ist a com eçou a nascer e sua luz foi aum ent ando at é que o
dia foi perfeit o. O evangelho é conhecimento; m ost ra aquilo no qual est ávam os com plet am ent e em
t revas; é para dar luz aos que se sent em a escuras, a luz do conhecim ent o da glória de Deus na
face de Jesus Crist o. Revive; t raz luz aos que se sent am em som bra de m ort e, com o prisioneiros
condenados na m asm orra. Conduz, encam inha nossos passos pelo cam inho da paz, a esse cam inho
que nos trará finalmente a paz (Rm 3.17). João deu provas de fé firme, afetos fortes e piedosos e de
est ar acim a do m edo e do am or pelo m undo. Assim , ele am adureceu para o serviço, m as levou um a
vida ret irada, at é que sai à cena, abert am ent e, com o o precursor do Messias. Cont inuem os a paz
com t odos os hom ens, e procurem os a paz com Deus e com nossas próprias consciências. Se é a
vontade de Deus que vivamos desconhecidos para o mundo, ainda assim busquemos diligentemente
crescer firmes na graça de Jesus Cristo.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 7 O nascimento de Cristo
Versículos 8- 20 Dado a conhecer aos pastores
Versículos 21- 24 Apresentação de Cristo no templo
Versículos 25- 35 Simeão profetiza acerca de Jesus
Versículos 36- 40 Ana profetiza sobre Ele
Versículos 41- 52 Cristo com os sábios no templo

Versículos 1- 7
A plenit ude do t em po est ava agora para chegar, quando Deus enviaria seu Filho, nascido de
m ulher e subm et ido à lei. As circunst âncias de seu nascim ent o foram m uit o vis. Crist o nasceu num a
pousada; veio ao m undo a est ar aqui por um t em po, com o num a pousada, e a ensinar- nos a fazer o
mesmo. O pecado nos faz com o um infant e abandonado, indefeso e solit ário; e assim foi Crist o. Ele
soube bem quão pouca vont ade há para que nos aloj em , nos vist am , nos alim ent em pobrem ent e;
quant o desej am os t er nossos filhos at aviados e consent idos; quão dados são os pobres a invej ar o
rico, e quant o t endem os ricos a desprezar os pobres. Mas quando pela fé vem os o Filho de Deus
que é feit o hom em e j az num a m anj edoura, nossa vaidade, am bição e invej a são freadas. Não
podem os buscar grandes coisas para nós m esm os ou para nossos filhos t endo est e obj et o j ust o
diante de nós.

Versículos 8- 20
Os anj os foram araut os do recém - nascido Salvador, m as foram enviados som ent e a uns past ores
pobres, hum ildes, piedosos, t rabalhadores, que est avam ocupados em sua vocação, vigiando seus
rebanhos. Não est am os fora do cam inho das visit as divinas quando est am os em pregados em um a
vocação honest a e perm anecem os com Deus nisso. Que Deus t enha a honra dest a obra; glória a
Deus nas alt uras. A boa vont ade de Deus para com os hom ens, m anifest ada no envio do Messias,
redunda para sua glória. Out ras obras de Deus são para sua glória, m as a redenção do m undo é
para sua glória no alt o. A boa vont ade de Deus ao enviar o Messias t rouxe a paz a est e m undo
inferior. A paz é aqui colocada para t udo o de bom que flui a nós desde que Crist o assum iu nossa
natureza. Dit ado fiel é est e, avaliado por um a com panhia incont ável de anj os, e bem digno de t oda
aceit ação: que a boa vont ade de Deus para com os hom ens é glória para Deus no alt o, e paz na
terra.
Os pastores não perderam tempo; partiram pressurosos para o lugar. Ficaram satisfeitos e deram
a conhecer por todas partes acerca deste menino, que era o Salvador, Cristo o Senhor.
Maria observa cuidadosam ent e e pensa em t odas est as coisas, que eram t ão boas para vivificar
seus piedosos afet os. Deverem os ser m ais livrados dos erros de j uízo e prát ica se sopesarm os m ais
plenam ent e est as coisas em nossos corações. Ainda se proclama em nossos ouvidos que nos nasceu
um Salvador, Cristo o Senhor. Esta deve ser a boa nova para todos.

Versículos 21- 24
Nosso Senhor Jesus não nasceu em pecado e não necessit ou a m ort ificação de um a nat ureza
corrupt a ou a renovação para sant idade, que significava a circuncisão. Est a ordenança foi, em seu
caso, um a prenda de sua fut ura obediência perfeit a de t oda a lei, em m eio de sofrim ent os e
tentações, ainda até a morte por nós.

68
No final dos quarent a dias,Maria foi ao t em plo a oferecer os sacrifícios est abelecidos para sua
purificação. José apresent a t am bém ao sant o m enino Jesus, porque com o prim ogênit o, devia ser
apresent ado ao Senhor, e ser rem ido conform e com a lei. Apresent em os nossos filhos ao Senhor
que nos o deu, rogando- lhe que os resgate do pecado e da morte, e os faça santos para Ele.

Versículos 25- 35
O m esm o Espírit o que proveu para sust ent ar a esperança de Sim eão, proveu para seu gozo. Os
que desej am ver a Crist o devem ir a seu t em plo. Eis aqui um a confissão de sua fé, que o Menino
que tem nos braços era o Salvador, a salvação mesma, a salvação planificada por Deus. Despede- se
dest e m undo. Quão pobre lhe parece est e m undo ao que t em a Crist o em seus braços, e a salvação
à vist a! Vej a- se aqui quão consoladora é a m ort e de um hom em bom ; vai- se em paz com Deus, em
paz com sua consciência, em paz com a morte. Os que deram as boas- vindas a Cristo, podem dar as
boas- vindas à morte.
José e Maria se m aravilhavam ant e as coisas que se diziam do Menino. Sim eão lhes m ost ra
igualm ent e quant a razão t inham para regozij ar- se com t rem or. Ainda se fala cont ra Jesus, sua
doutrina e seu povo; ainda se nega e se blasfema sua verdade e sua santidade; sua palavra pregada
cont inua sendo a pedra de t oque do carát er dos hom ens. Os bons afet os secret os das m ent es de
alguns serão revelados ao abraçar a Crist o; as corrupções secret as dos out ros serão reveladas por
sua inim izade com Crist o. Os hom ens serão j ulgados pelos pensam ent os de seus corações em
relação a Crist o. Ele será um Jesus sofredor; sua m ãe sofrerá com Ele devido à proxim idade da
relação e ao afeto dela.

Versículos 36- 40
Então havia muito mal na I grej a, e cont udo, Deus não ficou sem t est em unho. Ana sempre estava
ali ou, pelo m enos ia ao t em plo. Est ava sim sem pre em espírit o de oração; entregava- se à oração e
em t odas as coisas servia a Deus. Aqueles aos que Crist o se dá a conhecer, t êm m uit os m otivos
para dar graças ao Senhor. Ela ensinava aos out ros acerca dEle. Que o exem plo dos veneráveis
sant os, Sim eão e Ana, dêem valor àqueles cuj as cabeças brancas, com o as deles, são coroa de
glória, caso se encontrem no caminho da justiça. Os lábios que logo se silenciarão no túmulo, devem
dar louvores ao Redentor.
Em t odas as coisas conveio a Crist o ser feit o sem elhant e a seus irm ãos, port ant o, passou a
infância e a m eninice com o as out ras crianças, porém sem pecado e com provas evident es da
natureza divina nEle. Pelo Espírito de Deus todas suas faculdades desempenharam os ofícios de uma
forma não vista em mais ninguém. Out ras crianças t êm abundant e t orpeza em seus corações, o que
se advert e no que dizem ou fazem , m as Ele est ava cheio de sabedoria pelo poder do Espírit o Sant o;
t udo o que disse ou fez foi dit o e feit o sabiam ent e, por acim a de sua idade. Out ros m eninos
mostram a corrupção de sua natureza; nada senão a graça de Deus estava sobre Ele.

Versículos 41- 52
Pela honra de Crist o é que as crianças devem assist ir ao serviço público de adoração. Seus pais
não volt aram at é que t ivessem perm anecido os set e dias da fest a. Bom e perm anecer at é o fim de
um a ordenança com o corresponde aos que dizem : Bom é est arm os aqui. Os que perderam suas
consolações em Crist o, e as provas de que t inham part e nEle, devem reflet ir onde e quando e com o
as perderam , e devem volt ar. Os que recuperem sua perdida fam iliaridade com Crist o devem ir ao
lugar em que Ele tem colocado seu nome; ali podem esperar achá- lo.
Eles o acharam em algum a part e do t em plo, onde os dout ores da lei t inham suas escolas; est ava
sent ado ali, ouvindo sua inst rução, apresent ando pergunt as e respondendo int errogant es, com t al
sabedoria que os que o ouviam se deleit avam com Ele. As pessoas j ovens devem procurar o
conhecim ent o da verdade divina, assist ir ao m inist ério do evangelho e fazer t ais pergunt as a seus
anciãos e mestres que tendam a incrementar seu conhecimento.
Os que buscam a Crist o com choro, o acharão com o gozo m aior. Não sabiam que devia ocupar-
me dos negócios de m eu Pai? Devo est ar na casa de m eu Pai; na obra de m eu Pai; devo ocupar- me
no negócio de m eu Pai. Eis aqui um exem plo, pois convém aos filhos de Deus, de conform idade com
Crist o, assist ir o negócio de seu Pai celest ial e fazer que t odos os out ros int eresses lhe cedam o
lugar.
Ainda que era o Filho de Deus, cont udo, est eve subm et ido a seus pais t errenos; ent ão, com o
responderão os filhos dos hom ens, fracos e néscios, que desobedecem a seus pais? Com o sej a que
rej eit em os os dit ados dos hom ens, porque são escuros, não devem os pensar assim dos dit ados de
Deus. O que ao princípio é escuro pode, depois, volt ar- se claro e fácil. Os m aiores e m ais sábios, os
m ais em inent es, podem aprender dest e adm irável Menino Divino, que conhecer nosso lugar e ofício

69
é a grandeza m ais verdadeira da alm a; para negar- nos as diversões e prazeres que não condizem
com nosso estado e vocação.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 14 O ministério de João Batista
Versículos 15- 20 João Batista testifica de Cristo
Versículos 21- 22 O batismo de Cristo
Versículos 23- 38 A genealogia de Cristo

Versículos 1- 14
O alcance e desígnio do ministério de João eram levar o povo desde seus pecados a seu Salvador.
Veio a pregar, não um a seit a nem um part ido polít ico, senão um a profissão de fé; o sinal ou
cerimônia era o lavam ent o com água. Pelas palavras aqui ut ilizadas, João pregou a necessidade do
arrependim ent o para a rem issão dos pecados, e que o bat ism o de água era um sinal ext erno da
purificação int erna e a renovação do coração que acom panha, ou são os efeit os do arrependim ent o
verdadeiro e profissão de arrependim ent o. Aqui no m inist ério de João est á o cum prim ent o das
Escrituras ( I saias 40.3) . Quando no com se faz cam inho para o evangelho, abat endo os
pensamentos altivos e levando- os à obediência de Cristo, aplanando a alma e eliminando todo o que
nos est orve no cam inho de Crist o e de sua graça, ent ão se efet uam os preparat ivos para dar as
boas- vindas à salvação de Deus.
Aqui há advert ências e exort ações gerais que deu João. A culpável raça corrupt a da hum anidade
chegou a ser um a geração de víboras; odiavam a Deus e se odiavam uns a out ros. Não há m aneira
de fugir da ira vindoura, senão pelo arrependim ent o, e a m udança de nossa condut a deve
demonstrar a m udança de nossa m ent alidade. Se não form os igualm ent e sant os, de coração e de
vida, nossa profissão de religião e relação com Deus e sua I grej a não nos servirá para nada em
absoluto; mais penosa será nossa destruição se não darmos frutos dignos de arrependimento.
João Bat ist a deu inst ruções a várias classes de pessoas. Os que professam e prom et em
arrependim ent o devem dem onst rá- lo por sua reform a, segundo sua ocupação e sua condição. O
evangelho requer m isericórdia, não sacrifício; e seu obj et ivo é com prom et er- nos a t odos a fazer
t odo o bem que pudermos, e a serm os j ust os com t odos os hom ens. O m esm o princípio que leva os
homens a renunciar aos ganhos injustos, os leva a restaurar o lucrado em forma errada.
João indica seu dever aos soldados. Deve- se advert ir aos hom ens cont ra as t ent ações de seus
empregos. As respost as declaram o dever present e dos que pergunt avam e, de im ediat o, se
constit uíam em um a prova de sua sinceridade. Com o ninguém pode ou quer aceit ar a salvação de
Crist o sem arrependim ent o verdadeiro, assim de indicam aqui a evidência e os efeit os do
arrependimento.

Versículos 15- 20
João Bat ist a reconhece que não é o Crist o; m as confirm a as expect at ivas da gent e sobre o t ão
longam ent e prom et ido Messias. Som ent e podia exort á- los a arrepender- se e assegurar o perdão
pelo arrependim ent o, m as não podia operar o arrependim ent o neles nem conferi- lhes a rem issão.
Assim nos corresponde falar elevadam ent e de Crist o e hum ildem ent e de nós m esm os. João não
podia fazer m ais que bat izar com água, com o sinal de que deviam purificar- se e lim par- se, mas
Crist o pode e quer bat izar com o Espírit o Sant o; Ele pode dar o Espírit o para que lim pe e purifique o
coração, não som ent e com o a água lava a im undícia por fora, senão com o o fogo lim pa a escoria
interna e funde o metal para que seja jogado num novo molde.
João era um pregador afetuoso: suplicava, ia diret o ao coração dos ouvint es. Era um pregador
prático: os despert ava para cum prir com seu dever e os dirigia a eles. Era um pregador popular:
dirigia- se as pessoas segundo a capacidade deles. Era um pregador evangélico: em t odas suas
exort ações guiava a gent e a Crist o. Quando pressionam os a gent e com o dever, devem os conduzi-
los a Crist o, por j ust iça e por força. Foi um pregador abundante: não deixava de declarar t odo o
conselho de Deus, m as quando est ava na m et ade de sua vida út il, foi dado um repent ino final à
pregação de João. Sendo Herodes, por suas muitas maldades, reprovado por ele, encarcerou a João.
Os que fazem dano aos servos fiéis de Deus, agregam culpa maior ainda a seus outros pecados.

Versículos 21- 22
Crist o não confessou pecado, com o os out ros, pois não t inha nada a confessar; senão que orou,
como o resto, e manteve a comunhão com seu Pai.

70
Veja- se que as t rês palavras do céu, pelas quais o Pai deu t est em unho de seu Filho, foram
pronunciadas enquanto orava ou pouco depois (Lc 9.35; Jo 12.28).
O Espírit o Sant o desceu sobre Ele em form a corpórea com o um a pom ba, e veio um a voz do céu,
desde Deus Pai, desde a m agnífica glória. Assim , no bat ism o de Crist o se deu prova da Sant a
Trindade, das Três Pessoas da Divindade.

Versículos 23- 38
A list a que dá Mat eus dos ant epassados de Jesus m ost ra que Crist o era o filho de Abraão, em
quem são abençoadas t odas as fam ílias da t erra, e herdeiro do t rono de Davi; porém Lucas
demonst ra que Jesus era a Sem ent e da m ulher que esmagaria a cabeça da serpente, e remonta sua
linhagem a Adão, com eçando com Eli, o pai, não de José, senão de Maria. As evident es diferenças
ent re am bos evangelist as nas list as de nom es foram solucionadas por hom ens dout os. Mas nossa
salvação não depende de que sej am os capazes de resolver est as dificuldades, nem a aut oridade
divina dos evangelhos é enfraquecida por elas.
A list a de nom es t erm ina assim : " ...e Set e de Adão, e Adão de Deus" , ist o é, a prole de Deus por
criação. Crist o foi o filho de Adão e Filho de Deus, para que fosse o Mediador apropriado ent re Deus
e os filhos de Adão, e pudesse levar os filhos de Adão, por m eio dEle, a serem filhos de Deus. Toda
carne, por descender do prim eiro Adão, é com o erva, e m urcha com o a flor do cam po, m as o que
part icipa do Espírit o Sant o da vida do Segundo Adão t em esse gozo et erno que, pelo evangelho, nos
é pregado.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 13 A tentação de Cristo
Versículos 14- 30 Cristo na sinagoga de Nazaré
Versículos 31- 44 Expulsão de um espírito imundo e cura de um doente

Versículos 1- 13
Ao ser levado ao desert o, Crist o deu vant agem ao t ent ador; porque est ava sozinho, ninguém
est ava com Ele para que, pelas orações e conselhos deles, t ivesse recebido aj uda na hora da
tentação. Ele, que conhecia sua força, podia dar vant agem a Sat anás, m as não assim nós, que
conhecem os nossa fraqueza. Sendo em t odas as coisas sem elhant e a seus irm ãos, Jesus com o os
out ros filhos de Deus, viveria em dependência da providência e a prom essa divina. A palavra de
Deus é a nossa espada, e a fé na palavra, o nosso escudo. Deus t em m uit as form as de prover a seu
povo e, portanto, devemos depender dEle em todo tempo no caminho do dever.
Todas as prom essas de Sat anás são m ent irosas; e se lhe é perm it ido o poder de dispor dos
reinos do mundo e a glória deles, os usa como isca para capturar homens para destruí- los. Devemos
rejeitar de imediato, e com aborrecimento, toda oportunidade de lucro ou avanço pecaminoso, como
preço oferecido por nossa alm a; devem os procurar as riquezas, as honras e a felicidade som ent e na
adoração e o serviço a Deus. Crist o não adora a Sat anás; nem t olera que rest em vest ígios da
adoração ao diabo para quando seu Pai lhe entregue o reino do mundo.
Sat anás t am bém t ent ou a Jesus para que fosse seu próprio assassino por um a confiança
incorreta na proteção de seu Pai, da qual não tinha garantia.
Nenhum m al da Escrit ura de part e de Sat anás ou dos hom ens abat a a nossa est im a, ou no faça
abandonar sua ut ilidade; cont inuem os est udando- a, procurando conhecê- la, e buscando nossa
defesa nela cont ra t oda classe de at aques. A palavra habit e em nós em abundância, pois é a nossa
vida. Nosso Redent or vit orioso venceu, não som ent e por Ele, senão t am bém por nós. O diabo
t erm inou t oda t ent ação. Crist o o deixou provar t oda sua força e o derrot ou. Sat anás viu que não
fazia sent ido at acar a Crist o, que nada havia nEle onde se pregassem seus dardos de fogo. Se
resistirmos ao diabo, ele fugirá de nós.
Apesar de t er ido em bora, o fez t em poralm ent e at é quando de novo seria solt o sobre Jesus, não
com o t ent ador para levá- lo ao pecado, senão com o perseguidor para conduzir a Crist o a sofrer, e
assim ferir seu calcanhar, que foi o que lhe disseram que deveria fazer, e desej aria fazer, ainda que
significasse ferir sua própria cabeça ( Gn 3.15). Ainda que Sat anás vá em bora por um a t em porada,
nunca estaremos fora de seu alcance até que seja tirado deste presente mundo malvado.

Versículos 14- 30
Crist o ensinou nas sinagogas, os lugares de adoração pública, onde se reuniam a ler, expor e
aplicar a palavra, a orar e louvar. Todos os dons e as graças do Espírit o est avam sem m edida sobre

71
Ele e nEle. Por Crist o os pecadores podem ser livrados das at aduras da culpa e, por seu Espírit o e
sua graça, das at aduras da corrupção. Ele veio pela palavra de seu Evangelho a t razer luz aos que
est avam nas t revas e, pelo poder de sua graça, a dar vist a aos que est avam cegos. PREGou o ano
aceit ável do Senhor. Os pecadores devem ouvir o convit e do Senhor quando se proclam a a
liberdade.
O nom e de Crist o era Maravilhoso; em nada o foi m ais que na Palavra de sua graça, e o poder
que ia com ela. Bem podem os m aravilhar- nos que dissesse as palavras de graça a infelizes
desditados com o a hum anidade. Algum prej uízo cost um a apresent ar um a obj eção cont ra a dout rina
da cruz que hum ilha; e ainda que sej a a Palavra de Deus que incit a à inim izade dos hom ens, eles
culparão a condut a ou as m aneiras do orador. A dout rina da soberania de Deus, seu direit o a fazer
sua vont ade, provoca os hom ens orgulhosos. Eles não procuram seu favor a sua m aneira; e ficam
irados quando os out ros t êm os favores que eles rej eit am . Ainda cont inua sendo Jesus rej eit ado
pelas m ult idões que ouvem a m esm a m ensagem de suas palavras. Embora o crucificam de novo em
seus pecados, podem os honrá- lo com o Filho de Deus, o Salvador dos hom ens, e procurar m ost rar
por nossa obediência que assim o fazemos.

Versículos 31- 44
A pregação de Crist o afet ava m uit o as pessoas; e um poder que operava ia com ela à consciência
dos homens. Os milagres demonstravam que Cristo é quem domina e vence a Satanás, e o que cura
as doenças. Onde Crist o dá vida nova, na recuperação de um a doença, deve ser um a vida nova
dedicada m ais que nunca a seu serviço, a sua glória. Nossa ocupação deve ser difundir am plam ent e
a fam a de Crist o em t odo lugar, buscá- lo por cont a dos doent es de corpo e m ent e, e usar nossa
influência para conduzir a Ele os pecadores, para que suas m ãos possam ser im post as sobre eles, a
fim que sej am sarados. Ele expulsa os dem ônios de m uit os que est avam possuídos. Não fom os
enviados ao mundo para viver somente para nós, senão para glorificar a Deus e fazer o bem à nossa
geração. A gent e o buscava e ia a Ele. Um desert o não é desert o se est am os com Crist o. Ele
continuará conosco, por sua palavra e seu Espírito, e estenderá as mesmas bênçãos a outras nações
at é que, por t oda a t erra, os servos e adoradores de Sat anás sej am levados a lem brá- lo com o o
Cristo, o Filho de Deus, e achem redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 11 A pesca miraculosa Chamado de Pedro, Tiago e João
Versículos 12- 16 Limpeza de um leproso
Versículos 17- 26 Sanidade de um paralítico
Versículos 27- 39 Chamado de Levi A resposta de Cristo aos fariseus

Versículos 1- 11
Quando Crist o t erm inou de pregar disse a Pedro que se dedicasse a sua ocupação habit ual. O
t em po passado nos exercícios públicos da religião durant e os dias da sem ana não deve ser est orvo
Enquanto ao t em po, m as pode ser de grande aj uda Enquanto à disposição m ent al a respeit o de
nossa ocupação secular. Com que alegria podem os ocupar- nos dos deveres de nossa ocupação
quando est ivem os com Deus e, assim , sant ificam os o t rabalho pela palavra e a oração! Em bora não
t inham pescado nada, Crist o lhes disse que lançassem de novo suas redes. Não devem os deixar
abruptamente nossa ocupação, porque não obtemos nela o êxito que desejamos. Provavelmente nos
vá bem quando continuemos a direção da palavra de Cristo.
A pesca de peixes foi um m ilagre. Todos devem os, com o Pedro, reconhecer- nos como pecadores,
e, port ant o, Jesus Crist o poderia afast ar- se de nós com t oda j ust iça. Melhor roguem os- lhe que
venha e m ore em nosso coração pela fé, para que possa t ransform á- lo e lim pá- lo. Os pescadores
abandonaram t udo e seguiram a Jesus, quando prosperou seu t rabalho. Quando as riqueza
aumentam, e somos tentados a depositar nelas nosso coração, deixá- las então por Cristo é digno de
gratidão.

Versículos 12- 16
Diz- se que est e hom em est ava cobert o de lepra; t inha essa doença em alt o grau, o que
represent a nossa cont am inação nat ural com o pecado; est am os cheios de lepra, desde o t opo da
cabeça at é a plant a dos pés não há coisa sã em nós. A confiança fort e e a hum ilde profunda est ão
unidas nas palavras dest e leproso. Se qualquer pecador diz, por um sent ido profundo de vileza: " Eu
sei que o Senhor pode m e lim par, m as, olhará para um com o eu? Aplicará seu precioso sangue para

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m inha lim peza e saúde?" . Sim , ele quererá. Não fales com o se duvidasses, senão hum ildem ent e
refere a questão a Cristo. Tendo sido salvos da culpa e do poder de nossos pecados, difundamos por
todas partes a fama de Cristo e levemos a outros a ouvi- lo e a serem sarados.

Versículos 17- 26
Quantos há em nossas assembléias, onde se prega o evangelho, que não se submetem à Palavra,
senão que a evit am ! Para eles é com o cont o que lhes é cont ado, não um a m ensagem enviada a
eles.
Observem- se os deveres que nos são ensinados e recom endados pela hist ória do paralít ico. Ao
apelar a Crist o devem os ser m uit o insist ent es; isso é prova de fé, e m uit o agradável a Crist o, e
prevalece ant e Ele. Dá- nos, Senhor, a m esm a classe de fé a respeit o de t ua habilidade e vont ade
para curar nossas alm as. Dá- nos o desej o do perdão de pecado m ais que de bênçãos t errenas ou a
vida m esm a. Capacita- nos para crer em t eu poder de perdoar pecados; ent ão nossas alm as se
levantarão alegremente e irão aonde te agradar.

Versículos 27- 39
Foi um prodígio da graça de Crist o que cham asse a um publicano para que fosse seu discípulo e
seguidor. Foi um prodígio de sua graça que o cham ado fosse feit o t ão eficazm ent e. Foi um prodígio
de sua graça que viesse a cham ar pecadores ao arrependim ent o e que lhes assegure o perdão. Foi
um prodígio de sua graça que suport asse com t ant a paciência a cont radição de pecadores cont ra si
m esm o e cont ra seus discípulos. Foi um prodígio de sua graça que fixasse serviços de seus
discípulos segundo sua força e posição. O Senhor prepara gradualm ent e seu povo para as provas
designadas a eles; devem os im it ar seu exem plo ao t rat ar com os fracos na fé ou com o crent e em
tentação.

CAPÍTULO 6
Versículos 1- 5 Os discípulos cortam trigo no dia de repouso
Versículos 6- 11 Podem- se fazer obras de misericórdia no dia de repouso
Versículos 12- 19 Eleição dos apóstolos
Versículos 20- 26 Bênçãos e ais
Versículos 27- 36 Cristo exorta à misericórdia
Versículos 37- 49 Exortação à humildade, à justiça e à sinceridade

Versículos 1- 5
Crist o j ust ifica a seus discípulos em um a obra necessária para eles m esm os no dia de repouso;
era t irar t rigo quando t inham fom e, m as devem os cuidar de não confundir est a liberdade com um a
perm issão para pecar. Crist o quer que saibam os e lem brem os que est e é seu dia e, port ant o, deve
dedicar- se a seu serviço e a sua honra.

Versículos 6- 11
Crist o não se envergonha nem t em e reconhecer os propósit os de sua graça. Sara o pobre ainda
que sabia que seus inim igos iam ut ilizá- lo em sua cont ra. Nenhum a oposição nos afast e de nosso
dever ou de serm os út eis. Bem poderem os assom brar- nos de que os filhos dos hom ens sej am t a
maus.

Versículos 12- 19
Freqüent em ent e pensam os que m eia hora é m uit o t em po para passar m edit ando e orando em
secret o, m as Crist o passava noit es int eiras dedicado a est es deveres. Ao servir a Deus nossa m aior
preocupação deve ser não perder o t em po, senão fazer que o final de um bom dever sej a o com eço
de outro.
Aqui se m encionam os doze apóst olos; nunca houve hom ens t ão privilegiados, m as um deles
t inha um demônio, e resultou ser traidor.
Os que não t êm pert o deles um a pregação fiel, é m elhor que viagem um a longa dist ância, m as
que não fiquem sem ela. I ndubit avelm ent e t em valor ir a grande dist ância para ouvir a palavra de
Crist o, e sair- se do cam inho de out ras ocupações para isso. Vieram ser curados por Ele e os curou.
Há graça plena e virt ude curadora em Crist o, dispost as a sair dEle, que bast am para t odos, e
bast am para cada um . Os hom ens consideram que as doenças do corpo são m ales m aiores que os
da alma; porém a Escritura nos ensina de forma diferente.

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Versículos 20- 26
Aqui com eça um serm ão de Crist o, cuj a m aior part e est á t am bém em Mat eus 5 a 6. Contudo,
alguns pensam que est e foi pregado em out ro t em po e out ro lugar. Todos os crent es que t om am os
preceitos do evangelho para sim e vivem por eles, podem t om as as promessas do evangelho para
sim e viver sobre a base delas. Pronunciam- se ais cont ra pecadores prósperos, dado que são gent e
m iserável, em bora o m undo os invej a. Sem dúvida abençoados são os que Crist o abençoa, m as
devem ser horrorosam ent e m iseráveis os que caem sob seu ai e sua m aldição! E que definição
am pla haverá em suas recom pensas, por m uit o que aqui possa prosperar o pecador e o sant o ser
afligido!

Versículos 27- 36
Est as são lições duras para carne e sangue, m as se est am os bem fundados na fé do am or de
Crist o, ist o fará que seus m andam ent os nos sej am fáceis. Todo aquele que vai a Ele para lavar- se
em seu sangue e conhecer a grandeza da m isericórdia e do am or que há nEle, pode dizer, veraz e
sinceram ent e: Senhor, que queres que faça? Ent ão, sej a nosso propósit o serm os m isericordiosos
segundo a misericórdia de nosso Pai celestial para conosco.

Versículos 37- 49
Crist o usava am iúde t odos est es dit ados e era fácil aplicá- los. Devem os ser m uit o cuidadosos
quando culpamos o próximo; porque nós mesmos necessitamos fiança. Se formos de espírito que dá
e perdoa, colheremos o benefício. Embora no outro mundo se paga com medida cheia e exata, não é
assim neste mundo; não obstante, a Providência faz o que deve estimular- nos para fazer o bem.
Os que seguem a gent e para fazer o m al, vão pelo cam inho largo que leva à perdição. A árvore
se conhece por seus frut os; que a palavra de Crist o sej a enxert ada de t al m odo em nossos corações
que possam os ser frut íferos em t oda boa palavra e obra. O que a boca fala com um ent e concorda
com o que abunda no coração.
Fazem um t rabalho seguro para suas alm as e para a et ernidade, e seguem o rum o que lhes será
de benefício no tempo de provação, somente os que pensam, falam e agem conforme às palavras de
Cristo. Os que se esforçam na religião, encont ram sua esperança em Crist o, que é a Rocha dos
séculos, e ninguém pode colocar out ro fundam ent o. Na m ort e e no j uízo, eles est ão a salvo se são
sustentados pelo poder de Cristo, por meio da fé para salvação, e nunca perecerão.

CAPÍTULO 7
Versículos 1- 10 Sanidade do servo do centurião
Versículos 11- 18 Ressurreição do filho da viúva
Versículos 19- 35 Pergunta de João Batista sobre Jesus
Versículos 36- 50 Cristo é ungido na casa do fariseu A parábola dos
devedores

Versículos 1- 10
Os servos devem pensar em afeiçoar- se a seus am os. Os am os devem cuidar part icularm ent e a
seus servos quando adoecem. Ainda podem os, pela oração fiel e fervorosa, recorrer a Crist o, e
devem os fazê- lo assim quando há doença em nossa fam ília. Edificar lugares para a adoração
religiosa é boa obra, e um exem plo de am or a Deus e a seu povo. Nosso Senhor Jesus se agradou
com a fé do centurião; nunca deixa de responder as expectativas da fé que honra seu poder e amor.
A cura foi prontamente operada e perfeita.

Versículos 11- 18
Quando o Senhor viu a viúva pobre seguindo seu filho ao t úm ulo, t eve com paixão dela. Veja- se
aqui o poder de Crist o sobre a m ort e m esm a. O Evangelho cham a a t oda a gent e, em part icular aos
jovens: Levantem- se dent re os m ort os, e Crist o os alum iará. Quando Cristo lhe deu vida, viu- se que
o jovem se sentou. Temos a graça de Cristo? Mostremo- la.
Começou a falar: cada vez que Crist o dá vida espirit ual, abre os lábios em oração e louvor.
Quando as alm as m ort as são levant adas para a vida espirit ual pelo poder divino do evangelho,
devem os glorificar a Deus, e considerá- lo com o um a visit a de graça a seu povo. Procurem os t er um
interesse tal em nosso Salvador compassivo, que possamos esperar com gozo a época em que a voz
do Redent or cham ará a t odos os que est ão nos sepulcros. Que sej am os cham ados à ressurreição da
vida, não à de condenação.

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Versículos 19- 35
A seus milagres no reino da natureza, Cristo agrega este no reino da graça. Se prega o evangelho
aos pobres. I ndica claram ent e a nat ureza espirit ual do Reino de Crist o, com o o araut o que enviou a
preparar seu caminho o fez ao pregar o arrependimento e a mudança de coração e de vida.
Aqui se rem arca com j ust iça a responsabilidade dos que não foram at raídos pelo m inist ério de
João Bat ist a ou do Pai Jesus Crist o. Zom baram dos m ét odos que Deus adot ou para fazê- lhes bem .
Est a é a ruína de m ult idões: não são sérios nos int eresses de suas alm as. Pensem os no m odo de
mostrar- nos com o filhos da sabedoria at ent ando às inst ruções da Palavra de Deus e venerando os
mistérios e a boa nova que os infiéis e os fariseus ridicularizam e blasfemam.

Versículos 36- 50
Ninguém pode perceber verdadeiram ent e quão precioso é Crist o, e a glória do evangelho, salvo o
quebrant ado de coração. Ainda que o sint am , est es não podem expressar suficient e aborrecim ent o
de sim pelo pecado, nem adm iração por Sua m isericórdia, m as o aut o- suficient e se aborrecerá
porque o evangelho anim a os pecadores arrependidos. O fariseu lim it a seus pensam ent os ao m au
com portamento ant erior da m ulher, em vez de regozij ar- se pelos sinais de seu arrependim ent o.
Sem perdão grat uit o nenhum de nós pode escapar da ira vindoura; nosso bondoso Salvador o
comprou com seu sangue para dá- lo gratuitamente a todo aquele que crê nEle.
Crist o, por um a parábola, obrigou a Sim ão a reconhecer que a grande pecadora que foi est a
m ulher devia dem onst rar am or m aior por Ele quando lhe foram perdoados seus pecados. Aprendam
aqui que o pecado é um a dívida e que t odos são pecadores e devedores do Deus Todo Poderoso.
Alguns pecadores são devedores m aiores, m as sej a nossa dívida m ais ou m enos grande, é m ais do
que somos capazes de pagar. Deus está preste a perdoar, e tendo adquirido seu Filho o perdão para
os que crêem em seu Evangelho, o promete, e seu Espírito sela os pecadores arrependidos e lhes dá
consolo. Mantenhamo- nos longe do espírit o orgulhoso do fariseu e dependam os sim plesm ent e só de
Crist o, e regozij em o- nos nEle e, assim , est ej am os preparados para obedecê- lo com m ais zelo e
recomendá- lo com m ais força a nossa volt a. Assim que m ais expressem os nossa dor pelo pecado e
nosso am or a Crist o, m ais clara será a prova que t em os do perdão de nossos pecados. Que
mudança m aravilhosa efet ua a graça no coração e a vida de um pecador e em seu est ado perant e
Deus, pela completa remissão de todos seus pecados pela fé no Senhor Jesus!

CAPÍTULO 8
Versículos 1- 3 O ministério de Cristo
Versículos 4- 21 A parábola do semeador
Versículos 22- 40 Cristo acalma a tempestade e expulsa demônios
Versículos 41- 56 Ressurreição da filha de Jairo

Versículos 1- 3
Aqui se nos diz que Crist o fez do ensino do evangelho a at ividade const ant e de sua vida. As
notícias do Reino de Deus são boas notícias, e é o que Cristo veio trazer.
Algum as m ulheres o assist iam e lhe m inist ravam de sua subst ância. I sto mostra a baixa condição
à qual se hum ilhou o Salvador, que necessit ava da bondade delas, e sua grande hum ildade para
aceitá- las. Sendo rico, se fez pobre por nós.

Versículos 4- 21
Na parábola do sem eador há m uit as regras e excelent es advert ências m uit o necessárias para
ouvir a palavra, e aplicá- la. Bem- avent urados som os, e por sem pre em dívida com a livre graça, se
o que para out ros é som ent e um cont o que divert e, é um a verdade clara para nós, pela qual se nos
ensina e governa. Devemos cuidar- nos das coisas que nos impeçam receber proveito da palavra que
ouvim os; cuidar- nos, não sej a que ouçam os com negligência e ligeireza; não sej a que alberguem os
prej uízos cont ra a palavra que ouvim os; e cuidar de nossos espírit os depois que ouvim os a palavra,
não sej a que percam os o que ganham os. Os dons que t em os nos serão ou não cont inuados,
segundo os usem os para a glória de Deus e o bem de nossos irm ãos. Tam pouco bast a sust ent ar a
verdade com inj ust iça; devem os desej ar t er em alt o a palavra de vida, e que resplandeça
ilum inando t odo nosso ent orno. Se dá grande ânim o aos que são ouvidores fiéis da palavra e
fazedores da obra. Crist o os reconhecerá como seus familiares.

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Versículos 22- 40
Os que se lançam ao m ar quando est á em calm a, com a palavra de Crist o, cont udo, devem
preparar- se para um a t orm ent a e para grande perigo em m eio dela. Não há alívio para as alm as
subm et idas ao sent ido de culpa, e ao t em or da ira, se não acodem a Crist o, o cham am de Senhor, e
lhe dizem : " Est ou acabado se não m e socorres" . Quando acabam nossos perigos, nos corresponde
reconhecer a vergonha de nossos temores, e dar a Cristo a glória por nossa liberação.
Podem os aprender m uit o nest e relat o a respeit o do m undo dos espírit os m alignos infernais,
porque em bora não operem exat am ent e da m esm a form a agora que ent ão, t odos devem os
resguardar- nos deles. Os espírit os m alignos são m uit o num erosos. Têm inim izade com o hom em e
com t odas suas consolações. Os que se subm et em ao governo de Crist o são docem ent e guiados
com laços de am or; os que se subm et em ao governo do diabo são obrigados com furor. Ah, que
consolo é para o crent e que t odas as pot est ades das t revas est ej am subm et idas ao dom ínio do
Senhor Jesus! m ilagre de m isericórdia é se os possuídos por Sat anás não são levados à dest ruição e
ruína eternas.
Crist o não perm anecerá com os que o t om am levianam ent e; pode ser que não volt e m ais a eles,
enquanto outros esperam, felizes, para recebê- lo.

Versículos 41- 56
Não nos queixem os da gent e, nem de um a m ult idão, nem do urgent e se est am os no cam inho de
nosso dever e fazendo o bem , porém do cont rário, t odo hom em sábio se m ant erá o m ais afast ado
que possa de t ais coisas. Mais de um a coit ada alm a curada, socorrida e salva por Crist o est á ocult a
ent re a gent e e ninguém a percebe. Est a m ulher veio t rem endo, m as sua fé a salvou. Pode que há
tremor onde ainda há fé salvadora.
Observe as consoladoras palavras de Crist o para Jairo: " Não t em as, som ent e crê, e t ua filha será
salva". Não era m enos duro não chorar a perda de um a filha única que não t em er a cont inuação
dessa dor; m as na fé perfeit a não há t em or; quant o m ais t em or, m enos acredit am os. A m ão da
graça de Cristo vai com o chamado de sua palavra para fazê- la eficaz.
Crist o m andou dar- lhe som ent e carne. Com o bebes recém - nascidos, assim desej am alim ent o
espiritual os recém- ressuscitados do pecado, para crescer.

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 9 Envio dos apóstolos
Versículos 10- 17 A multidão miraculosamente alimentada
Versículos 18- 27 A confissão de Pedro Exortação à abnegação
Versículos 28- 36 A transfiguração
Versículos 37- 42 Expulsão de um espírito imundo
Versículos 43- 50 Cristo freia a ambição de seus discípulos
Versículos 51- 56 Repreensão pelo zelo errado deles
Versículos 57- 62 Renunciar a todo por Cristo

Versículos 1- 9
Crist o enviou a seus doze discípulos, aos que ent ão j á eram capazes de ensinar ao próxim o o que
tinham recebido do Senhor. Não devem estar ansiosos por esperar a estima da gente pela aparência
externa. Devem ir como estão.
O Senhor Jesus é a font e de poder e aut oridade à qual devem subm et er- se t odas as criat uras de
um a ou out ra form a; e se Ele vai com a palavra de seus m inist ros em poder, para livrar pecadores
da escravidão de Satanás, podem ter certeza de que Ele se ocupará de suas necessidades. Quando a
verdade e o am or vão unidos, e ainda assim a gent e rej eit a e despreza a m ensagem de Deus, deixa
sem escusa os homens e se torna testemunho contra eles.
A consciência culpável de Herodes est ava pront a para concluir que Jesus foi levant ado dos
mortos. Desej ava ver a Jesus, e por que não foi e o viu? Provavelm ent e por pensar que est ava por
em baixo dEle ou porque não desej ava t er m ais repreensões por seu pecado. Ao post ergá- lo se
endureceu seu coração e quando viu a Jesus, est ava t ão prej udicado cont ra Ele com o o rest o ( Lc
23.11).

Versículos 10- 17
A gente seguiu a Jesus e embora era inoportuno naquele momento, lhes deu o que necessitavam.
Ele lhes falou do Reino de Deus. Sarou os que necessit avam saúde. Com cinco pães e dois peixes,

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Crist o alim ent ou a cinco m il hom ens. Ele cuida que nada de bom falt e aos que o t em em e o servem
fielmente. Quando recebem os consolo por m eio de criat uras, devem os reconhecer que o recebem os
de Deus, e que som os indignos de recebê- lo; que t udo, e t odo o consolo que t enham os nisso, o
devem os à m ediação de Crist o, por quem t em sido t irada a m aldição. A bênção de Crist o fará que
pouco serva para m uit o. Ele sat isfaz a t oda alm a fam int a, a sat isfaz abundant em ent e com a
abundância de sua casa.
Foram recolhidas as sobras: na casa de nosso Pai há pão suficient e e para guardar. Não est am os
limitados nem escassos em Cristo.

Versículos 18- 27
Consolo indizível é que nosso Senhor Jesus sej a o Ungido de Deus; ist o significa que foi
designado para ser o Messias e que est á qualificado para isso. Jesus fala de seus sofrim ent os e
morte. Tão longe com o devem est ar seus discípulos de pensar em evit ar seus sofrim ent os, assim
devem preparar- se para sofrer eles m esm os. Am iúde nos encont ram os com cruzes no cam inho do
dever; e ainda que não devam os lançá- las sobre nossas cabeças, quando est ão colocadas para nós
devem os t om á- las e levá- las com o Crist o. Algo é bom ou ruim para nós segundo sej a bom ou ruim
para nossas almas. O corpo não pode est ar feliz se a alm a est ará infeliz no out ro m undo, m as a
alm a pode est ar feliz ainda que o corpo est ej a sum am ent e afligido e oprim ido nest e m undo. Nunca
devemos envergonhar- nos de Cristo e seu evangelho.

Versículos 28- 3 6
A t ransfiguração de Crist o foi um a am ost ra da glória com que virá a j ulgar o m undo; e foi um
chamado a seus discípulos a sofrerem por Ele. A oração é um dever t ransfigurador, t ransform ador,
que faz brilhar o rost o. Nosso Senhor Jesus, em sua t ransfiguração, est ava dispost o a falar de sua
m ort e e de seus sofrim ent os. Nas glórias m aiores na t erra lem brem os que nest e m undo não t em os
cidade permanente. Quanta necessidade temos de orar a Deus pedindo a graça vivificadora! Embora
os discípulos poderiam ser as t est em unhas de est e sinal do céu, depois de um m om ent o foram
despert ados para dar um relat o com plet o do que acont ecera. Não sabem o que dizem os que falam
em fazer tabernáculos na terra para os santos glorificados no céu.

Versículos 37- 42
Quão deplorável é o caso dest e m enino! Est ava sob o poder de um espírit o m aligno. As doenças
dessa nat ureza são m ais at erradoras que as que surgem de sim ples causas nat urais. Quanta
maldade faz Sat anás quando t om a possessão de um a pessoa! Porém , bem - avent urados são os que
t em acesso a Crist o! Ele pode fazer por nós o que não podem os discípulos. Um a palavra de Crist o
sarou um m enino e quando nossos filhos se recuperam da enferm idade, consola recebê- los com o
curados pela mão de Cristo.

Versículos 43- 50
Est a predição dos sofrim ent os de Crist o era bast ant e clara, porém os discípulos não a
entenderam pois não concordava com únicas idéias. Um pequenino é o sím bolo pelo qual Crist o nos
ensina a simplicidade e a humildade. Que honra maior pode obter um homem neste mundo que a de
ser recebido pelos hom ens com o m ensageiro de Deus e Crist o, e que Deus e Crist o se reconheçam
recebidos e bem - vindos nele? Se algum a sociedade de crist ãos dest e m undo t eve m ot ivos para
silenciar os que não são de sua própria com unhão, a t iveram os doze discípulos nesse t em po; m as
Crist o os advert iu que não o fizessem de novo. Ainda que não sigam conosco, podem ser achados
seguidores fiéis de Cristo e ser aceitos por Ele.

Versículos 51- 56
Os discípulos não consideravam que a condut a dos sam arit anos fosse m ais efeit o do prej uízo e
fanat ism o nacional do que da inim izade cont ra a Palavra e a adoração de Deus; em bora se negaram
a receber a Crist o e seus discípulos, não os m alt rat aram nem inj uriaram , assim que o caso era
com plet am ent e diferent e do de Acazias e Elias. Tam bém não perceberam que a dispensação do
Evangelho seria m arcada por m ilagres de m isericórdia. Mas, por sobre t udo, ignoravam os m ot ivos
dominant es em seus próprios corações, que eram o orgulho e a am bição carnal. Nosso Senhor os
advert iu a esse respeit o. Nos result a fácil dizer: Venham , vej am nosso zelo pelo Senhor! , e pensar
que som os m uit o fiéis em sua causa, quando est am os seguindo nossos próprios obj et ivos e at é
fazendo mal e não bem ao próximo.

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Versículos 57- 62
Aqui há um que se apresent a para seguir a Crist o, m as parece ter- se apressado e precipit ado
sem calcular o cust o. Se quiserm os seguir a Crist o, devem os deixar de lado os pensam ent os de
grandes coisas do m undo. Não t ent em os fazer profissão de crist ianism o quando andam os em busca
de vantagens mundanas.
Tem os um out ro que parece resolvido em seguir a Crist o, m as pede um a curt a post ergação.
Crist o lhe deu prim eiro a est e hom em o chamado: Segue- me. A religião nos ensina a ser benignos e
m isericordiosos, a m ost rar piedade em casa e respeit ar a nossos pais, m as não devem os convert ê-
los em desculpa para descuidar nossos deveres para com Deus.
Out rossim aqui há um out ro dispost o a seguir a Crist o, m as pede t em po para falar com seus
amigos a esse respeit o, pôr em ordem seus assunt os dom ést icos, e dar ordens a esse respeit o.
Parecia ter mais preocupações do mundo em seu coração do que deveria, e estava disposto a aceder
à t ent ação que o afast aria de seu propósit o de seguir a Crist o. Ninguém pode fazer algo em devida
forma se estiver atentando a outras coisas. Os que entram na obra de Deus devem estar dispostos a
seguir ou de nada servirão. Olhar para t rás conduz a recuar, e ret roceder é a perdição. Som ent e o
que persevera até o fim será salvo.

CAPÍTULO 10
Versículos 1- 16 Setenta discípulos enviados
Versículos 17- 24 A bênção dos discípulos de Cristo
Versículos 25- 37 O bom samaritano
Versículos 38- 42 Jesus na casa de Marta e Maria

Versículos 1- 16
Crist o enviou set ent a discípulos, em duplas, para que se fort alecessem e est im ulassem
mutuamente. O m inist ério do evangelho pede aos hom ens que recebam a Crist o com o Príncipe e
Salvador; e seguram ent e Ele irá no poder de seu Espírit o a t odos os lugares onde m anda a seus
servos fiéis; m as a condena dos que recebem em vão a graça de Deus será t em ível. Os que
desprezam os fiéis m inist ros de Crist o, os que pensam m al deles e zom bam deles, serão
reconhecidos como os que desprezaram a Deus e a Cristo.

Versículos 17- 24
Todas nossas vit órias sobre Sat anás são logradas pelo poder derivado de Jesus Crist o, que deve
t er t odo o louvor. Cuidemo- nos do orgulho espiritual que tem causado a destruição de tantos. Nosso
Senhor se regozij ou na perspect iva da salvação de m uit as alm as. Era apropriado que se t om asse
not a det alhada dessa hora de gozo; houve m uit as poucas, pois era varão de dores: nessa hora na
qual viu cair a Sant o e ouviu o bom result ado de seus m inist ros, nessa hora se regozij ou. Sempre
t em resist ido ao orgulhoso e deu graça ao hum ilde. Quant o m ais claram ent e dependam os do
ensinam ent o, aj uda e bênção do Filho de Deus, m ais conhecidos serem os do Pai e do Filho; m ais
abençoados serem os ao ver a glória, e ouvir as palavras do Salvador divino; e m ais út eis serem os
para o progresso de sua causa.

Versículos 25- 37
Se falarm os em form a descuidada da vida et erna e do cam inho a ela, t om am os em vão o nom e
de Deus. Ninguém ama a Deus nem a seu próximo com uma medida de puro amor espiritual, se não
part icipa da graça da conversão. O orgulhoso coração hum ano se resist e m uit o cont ra t ais
convicções.
Crist o dá o exem plo de um pobre j udeus em apuros, socorrido por um bom sam arit ano. Este
coit ado caiu nas m ãos de ladrões que o deixaram ferido e quase m oribundo. Os que deveriam ser
seus am igos o ignoraram , e foi at endido por um est rangeiro, um sam arit ano, da nação que os
j udeus m ais desprezavam e det est avam , com os que não queriam t er t rat os. É lam ent ável observar
quant o dom ina o egoísm o nest es níveis; quant as escusas dão os hom ens para poupar- se problem as
ou gast os em aj udar o próxim o. O verdadeiro crist ão t em escrit a em seu coração a lei do am or. O
Espírit o de Crist o m ora nele; a im agem de Crist o se renova em sua alm a. A parábola é um a bela
explicação da lei de amar ao próximo como a um mesmo, sem acepção de nação, partido nem outra
distinção. Tam bém est abelece a bondade e o am or de Deus nosso Salvador para com os m iseráveis
pecadores. Nós éramos como este coitado viajante em apuros. Satanás, nosso inimigo, nos roubou e
nos feriu: t al é o m al que nos faz o pecado. O bendit o Jesus se com padeceu de nós. O crent e

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considera que Jesus o am ou e deu sua vida por ele quando éram os inim igos e rebeldes; e t endo
m ost rado m isericórdia, o exort a a ir a fazer o m esm o. É o nosso dever, em nosso t rabalho e
segundo a nossa capacidade, socorrer, aj udar e aliviar a t odos os que est ej am em apert os e
necessitados.

Versículos 38- 42
Um bom serm ão não é pior por ser pregado num a casa; e as visit as de nossos am igos devem ser
de t al m odo adm inist radas com o para fazer que procurem o bem de suas alm as. Sent ar aos pés de
Crist o significa disposição pront a para receber sua Palavra, e subm issão a sua direção. Mart a est ava
preocupada em at ender a crist ão e os que vinham com Ele. Aqui havia respeit o para com nosso
Senhor Jesus na at enção corret a de seus afazeres dom ést icos, m as havia algo de errado. Ela est ava
m uit o dedicada a servir: abundância, variedade e exat idão. A at ividade m undana é um a arm adilha
para nós quando nos im pede servir a Deus e obt er o bom para nossas alm as. Quant o t em po se
desperdiça desnecessariam ent e e, volt a e m eia, se acum ulam gast os para at ender aos que
professam o evangelho! Em bora Mart a era culpável nest a ocasião, era, cont udo, crent e verdadeira e
sua condut a geral não descuidava a coisa necessária. O favor de Deus é necessário para nossa
felicidade: a salvação de Cristo é necessária para nossa seguridade. Onde se atentar para isto, todas
as out ras coisas assum irão seu corret o lugar. Crist o declarou: Maria t em escolhido a boa coisa.
Porque um a coisa é necessária, e est a coisa fez ela, render- se à direção de Crist o. As coisas dest a
vida nos serão t iradas por com plet o quando nós sej am os t irados dela, m as nada nos separará do
am or de Crist o e de t erm os part e nesse am or. Os hom ens e os dem ônios não podem t irá- lo de nós,
e Deus e Cristo não o farão. Preocupemo- nos com mais diligência da única coisa necessária.

CAPÍTULO 11
Versículos 1- 4 Ensina a orar a seus discípulos
Versículos 5- 13 Cristo exorta a ser fervorosos na oração
Versículos 14- 26 Cristo expulsa a um demônio
Versículos 27- 28 A verdadeira felicidade
Versículos 29- 36 Cristo repreende os judeus
Versículos 37- 54 Aos fariseus

Versículos 1- 4
"Senhor, ensina- nos a orar", é uma boa oração, e muito necessária, porque Jesus Cristo é o único
que pode ensinar- nos a orar por sua palavra e seu Espírit o. Senhor, ensina- m e a orar; Senhor,
estimula- m e e vivifica- m e para o dever; Senhor, dirige- m e sobre que orar; ensina- m e que devo
dizer. Crist o lhes ensinou um a oração, em form a m uit o parecida à que t inha dado ant es em seu
serm ão da m ont anha. Há algum as palavras que diferem ent re o Pai Nosso de Mat eus e o de Lucas,
porém não são de grande importância. Em nossos pedidos pelo próximo e por nós mesmos, vamos a
nosso Pai celestial, confiando em seu poder e bondade.

Versículos 5- 13
Crist o alent a o fervor e a const ância na oração. Devem os ir pelo que necessit am os, com o faz o
hom em que açude a seu vizinho ou am igo, que é bem com ele. Vam os por pão; porque é o
necessário. Se Deus não responde rapidam ent e as nossas orações, o fará a seu devido t em po, se
continuamos orando.
Vej am acerca de que orar: devem os pedir o Espírit o Sant o, não só por necessário para orar bem ,
senão porque todas as bênçãos espirituais estão incluídas nisso. Porque pelo poder do Espírito Santo
se nos conduz a Deus e ao arrependim ent o, a crer em Crist o e a am á- lo; assim som os consolados
nest e m undo, e dest inados para a felicidade no próxim o. Nosso Pai celest ial est á pront o para
outorgar t odas est as bênçãos a cada um que as peça, m ais que um pai ou m ãe t erreno est á
dispost o a dar com ida a um m enino fam int o. Est a é a vant agem da oração de fé: que acalm a e fixa
o coração em Deus.

Versículos 14- 26
A expulsão de dem ônios que fez Crist o foi realm ent e a dest ruição do poder deles. O coração de
t odo pecador inconverso é o palácio do diabo, onde est e habit a e onde m anda. Há um a espécie de
paz do coração da alm a inconversa que o diabo cust odia com o hom em fort e arm ado. O pecador
sente- se seguro, não t em dúvidas da bondade de seu est ado, nem t em or nenhum dos j uízos

79
vindouros. Cont udo, observe- se a m udança m aravilhosa efet uada na conversão. A conversão da
alm a a Deus é a vit ória de Crist o sobre o diabo e seu poder nessa alm a, rest aurando a alm a a sua
liberdade e recuperando seu int eresse nela e seu poder sobre ela. Todos os dons do corpo e da
mente são agora empregados para Cristo.
Est a é a condição do hipócrit a. A casa é varrida dos pecados corriqueiros por um a confissão
forçada, com o a de Faraó; por um a condição fingida com o a de Acabe; ou por um a reform a parcial
com o a de Herodes. A casa est á varrida, m as não lavada; o coração não est á sant ificado. O varrido
t ira som ent e o pó solt o, enquant o o pecado que acossa o pecador est á incólum e. A casa est á
enfeitada com graças e dons comuns. Não está provida de nenhuma graça verdadeira; todo é tinta e
verniz, nada duradouro nem real. Nunca foi ent regue a Crist o nem habit ada pelo Espírit o. Cuidemo-
nos de não descansar no que possa t er um hom em e assim ficar sem alcançar o céu. Os espírit os
m alignos ent ram sem dificuldade; são recebidos e m orar ali; ali labut am , ali m andam . Peçamos
t odos com fervor sermos livrados de tão horrendo estado.

Versículos 27- 28
Ao t em po que os escribas e os fariseus desprezavam e blasfem avam dos discursos de nosso
Senhor Jesus, est a boa m ulher os adm irava, assim com o a sabedoria e o poder com que falava.
Crist o conduziu à m ulher a um a consideração m ais elevada. Em bora sej a um grande privilégio ouvir
a palavra de Deus, som ent e são abençoados de verdade os bendit os do Senhor, que a ouvem , a
mantêm em sua memória e a obedecem como seu caminho e lei.
Versículos 29- 36
Crist o prom et e dar m ais um sinal, o sinal do profet a Jonas; explica- se em Mat eus que significa a
ressurreição de Crist o; e foi- lhes advert ido que deviam obt er proveit o de t al sinal. Mas ainda que o
m esm o Crist o fosse o pregador est ável de um a congregação qualquer, e operasse m ilagres
diariam ent e ent re eles, ainda assim , a m enos que sua graça hum ilhe os corações, eles não se
beneficiariam de sua palavra. Não desej em os m ais provas nem um ensino m ais com plet o que o que
apraz ao Senhor perm it ir- nos. Devem os orar sem cessar que nossos corações e ent endim ent os
sej am abert os, que possam os aproveit ar a luz de que desfrut am os. Cuidemo- nos de que a luz que
est á em nós não sej am t revas, porque se nossos princípios diret rizes sal ruins, nosso j uízo e
conduta serão maus.

Versículos 37- 54
Todos devem os olhar em nossos corações, para que sej am purificados e criados de novo;
enquant o at ent am os às grandes coisas da lei e do Evangelho, não devem os descuidar as coisas
pequenas indicadas por Deus. Quando alguém espreit a para caçar- nos em algo que dizem os, oh,
Senhor, dá- nos t ua prudência e t ua paciência, e desbarat a seus m aus propósit os. Prove- nos de t al
m ansidão e paciência que possam os gloriar- nos nas repreensões, por am or a Crist o, e que seu
Espírito Santo repouse sobre nós.

CAPÍTULO 12
Versículos 1- 12 Cristo repreende aos intérpretes da lei
Versículos 13- 21 Advertência contra a avareza A parábola do rico
Versículos 22- 40 Condenação das preocupações mundanas
Versículos 41- 53 Chamado a vigiar
Versículos 54- 59 Chamado a reconciliar- se com Deus

Versículos 1- 12
Um a firm e crença na dout rina da providência universal de Deus e sua m agnit ude deveria bast ar-
nos quando est am os em perigos, e est im ular- nos a confiar em Deus no cam inho do dever. A
providência atenta nas criaturas mais baixas, até nos pardais, e em conseqüência, nas preocupações
m enores dos discípulos de Crist o. Os que agora confessem a Crist o serão reconhecidos por Ele no
dia grande, diant e dos anj os de Deus. Para dissuadir- nos de negar a Crist o, e desert ar de suas
verdades e cam inhos, aqui se nos assegura que os que negam a Crist o, ainda que possam assim
salvar a vida m esm a, e ainda que possam ganhar um reino, serão os grandes perdedores afinal;
pois Crist o não os conhecerá, não os reconhecerá, nem lhes m ost rará favor. Mas que nenhum
descaminhado penitente e tremente duvide que obterá o perdão. I sto é muito diferente da inimizade
franca que é blasfêm ia cont ra o Espírit o Sant o, a qual não será perdoada j am ais porque dela nunca
haverá arrependimento.

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Versículos 13- 21
O Reino de Cristo é espiritual, e não é deste mundo. O cristianismo não se entremete em política;
obriga a t odos a obrar com j ust iça, m as o poder m undano não se fundam ent a na graça. Não
estimula as expect at ivas de vant agens m undanas por m eio da religião. A recom pensa dos discípulos
de Cristo é de outra natureza.
A avareza é um pecado do qual t em os que est ar const ant em ent e precavidos, porque a felicidade
e o consolo não dependem da riqueza dest e m undo. As coisas do m undo não sat isfazem os desej os
da alm a. Aqui há um a parábola que m ost ra a t orpeza dos m undanos carnais enquant o vivem , e sua
m iséria quando m orrem . O carát er descrit o é exat am ent e o de um hom em m undano prudent e que
não t em grat idão para a providência de Deus, nem um pensam ent o ret o sobre a incert eza dos
assuntos hum anos, o valor de sua alm a ou a im port ância da et ernidade. Quant os, ainda ent re
crist ãos professos, indicam a personagens sem elhant es com o m odelos para im it ar, e pessoas com
as quais seria bom relacionar- se! Erramos se acharmos que os pensamentos podem ser ocultados, e
que os pensam ent os são livres. Quando viu um a grande colheit a em seu t erreno, em lugar de dar
graças a Deus por ela, ou de regozij ar- se por t er m aior capacidade para fazer o bem , se aflige. Que
farei agora? Que faço agora? O m endigo m s pobre do país não poderia t er falado nada com m aior
ansiedade. Enquant o m ais t enham os hom ens, m ais confusão t êm . Foi néscio não pensar em usar
de out ro j eit o a riqueza, senão em dar- se gost os carnais e sat isfazer os apet it es sensuais, sem
pensar em fazer o bem a out rem . Os m undanos carnais são néscios; e chega o dia em que Deus os
cham ará por nom e próprio, e eles se cham arão assim . A m ort e de t ais pessoas é m iserável em si e
t errível para eles. Pedirão t ua alm a. Ele det est a separar- se de seus bens, m as Deus o requererá,
requererá um a rendição de cont as, o requererá com o de alm a culpável, para ser cast igada sem
demora. Tolice da m aioria dos hom ens é preocupar- se e perseguir o que é som ent e para o corpo e
para o tempo, e não para a alma e para a eternidade.

Versículos 22- 40
Crist o insist e m uit o em que est a caut ela não dê lugar a preocupações confusas e inquiet ant es ( Mt
6.25- 34). Os argum ent os aqui ut ilizados são para anim ar- nos a lançar sobre Deus nossa
preocupação, que é a form a corret a de obt erm os t ranqüilidade. Com o em nossa est at ura, assim em
nossa condição é sábio aceit á- la com o é. Um a busca angust iosa e ansiosa das coisas dest e m undo,
ainda das necessárias, não vão com os discípulos de Crist o. Os temores não devem dominar quando
nos assust am os com pensam ent os de um m al vindouro, e nos dispom os a preocupações
desnecessárias sobre com o evit á- lo. Se valorizarm os a beleza da sant idade, não cobiçarem os os
luxos da vida. Então, examinemos se pertencemos a este pequeno rebanho.
Crist o é nosso Mest re, e nós, seus servos; não som ent e servos que t rabalham , senão servos que
esperam. Devem os ser com o hom ens que esperam a seu senhor, que sent am a esperar enquant o
ele cont inua fora, preparados para recebê- lo. Nist o alude Crist o a sua ascensão ao céu, sua vinda
para reunir j unt o dEle seu povo pela m ort e, e a segunda vinda para j ulgar o m undo. Não t em os
cert eza da hora de sua vinda; port ant o, devem os est ar sem pre preparados. Se os hom ens cuidam
diligent em ent e de suas casas, sej am os nós igualm ent e sábios para com nossas alm as. Destarte,
estej am vocês t am bém preparados; vigiando com o o faria um bom pai de fam ília, se souber a que
hora vem o ladrão.

Versículos 41- 53
Todos devem levar a sério o que Crist o diz em sua palavra e indagar a esse respeit o. Ninguém é
deixado em t ant a ignorância com o para não saber que m uit as coisas que faz e despreza são boas;
portanto, ninguém tem escusa em seu pecado.
I nt roduzir a dispensação do evangelho pode produzir desolação. Não é que sej a a t endência da
religião de Crist o, que é pura, pacífica e am ável; m as seu efeit o é ser cont rária ao orgulho e à
luxúria do homem.
Haverá um a am pla difusão do evangelho, m as ant es Crist o t em um bat ism o com o qual ser
batizado, muito diferente do da água e do batismo do Espírito Santo. Deve suportar os sofrimentos e
a m ort e. Não est ava em seu plano o pregar o evangelho m ais am plam ent e at é t er passado esse
batismo. Nós deveríam os ser zelosos para dar a conhecer a verdade, pois em bora se suscit em
divisões e a própria fam ília do hom em sej a sua inim iga, ainda assim , os pecadores se convert erão e
Deus será glorificado.

Versículos 54- 59
Crist o quer que a gent e sej a t ão sábia Enquanto aos int eresses de sua alm a com o com os
assunt os ext eriores. Que se apressem a t er paz com Deus ant es que sej a dem asiado t arde. Se um
homem acha que Deus está contra ele por seus pecados, invoque a Deus em Cristo, que reconcilia o

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m undo consigo m esm o. Enquant o est ej am os vivos, est am os no cam inho, e agora é a nossa
oportunidade.

CAPÍTULO 13
Versículos 1- 5 Cristo exorta ao arrependimento a partir do caso dos galileus
e outros
Versículos 6- 9 Parábola da figueira estéril
Versículos 10- 17 Sanidade da mulher doente
Versículos 18- 22 A parábola da semente de mostarda e do fermento
Versículos 23- 30 Exortação para entrar pela porta estreita
Versículos 31- 35 Cristo repreende a Herodes e ao povo de Jerusalém

Versículos 1- 5
Falam a Crist o da m ort e de uns galileus. Est a t rágica hist ória se relat a brevem ent e aqui e não a
m encionam os hist oriadores. Ao responder, Crist o fala de out ro fat o que era com o est e, out ro caso
de gent e afet ada por um a m ort e repent ina. As t orres, que se const roem para segurança, cost um am
ser a dest ruição dos hom ens. Os advert e que não culpem os grandes sofredores com o se t ivessem
sido grandes pecadores. Como nenhum posto nem emprego pode assegurar- nos em contra do golpe
da m ort e, devem os considerar as part idas súbit as dos out ros com o advert ência para nós. Nestes
relat os, Crist o fundam ent o um cham ado ao arrependim ent o. O próprio Jesus que nos pede
arrependim ent o, porque o Reino dos Céus est á à port a, nos pede para que nos arrependam os, pois
do contrário pereceremos.

Versículos 6- 9
A parábola da figueira est éril t em o propósit o de reforçar a advert ência recém dada: a figueira
estéril, a menos que dê fruto, será cortada. Esta parábola se refere, em primeiro lugar, à nação e ao
povo j udeu. Porém , sem dúvida, é para despert ar a t odos os que desfrut am dos m eios de graça, e
aos privilegiados da igreja visível. Quando Deus tenha suportado por muito tempo, podemos esperar
que nos tolere mais um pouco, mas não podemos ter a esperança de que sempre suportará.

Versículos 10- 17
Nosso Senhor Jesus assist ia ao serviço público de adoração os dias de repouso. Ainda as doenças
corporais, a m enos que sej am m uit o graves, não devem im pedir- nos ir ao serviço público de
adoração os dias de repouso. Esta mulher veio para ser ensinada por Cristo e para receber bem para
sua alm a, e ent ão Ele aliviou sua doença corporal. Quando as alm as t ort as se endireit am , o
demonstram glorificando a Deus.
Crist o sabia que est e príncipe t inha um a verdadeira inim izade cont ra Ele e seu Evangelho, e que
som ent e o ocult ava com um zelo fingido pelo dia do repouso; realm ent e ele não desej ava que
fossem sarados em nenhum dia; m as se Jesus diz a palavra, e dá seu poder curador, os pecadores
são deixados em liberdade. Est a liberação cost um a operar- se no dia do Senhor, e qualquer sej a a
tarefa que se coloque aos homens no caminho da bênção, concorda com o objeto desse dia.

Versículos 18- 22
Aqui t em os o progresso do evangelho anunciado em duas parábolas, com o em Mat eus 13. O
reino do Messias é o Reino de Deus. Que a graça cresça em nossos corações; que nossa fé e am or
cresçam abundantemente para dar prova indubitável de sua realidade. Que o exemplo dos santos de
Deus sej a de bênção ent re os que vivem ; e que sua graça flua de coração a coração, at é que o
pequeno se torne milhares.

Versículos 23- 30
Nosso Salvador veio guiar a consciência dos hom ens, não a sat isfazer sua curiosidade. Não
pergunt es " Quant os serão salvos?" senão " Serei salvo?" . Não pergunt es " Que será de t al e t al
pessoa?", senão "Que farei eu e que será de mim?". Esforça- te por entrar pela porta estreita. I sto se
m anda a cada um de nós: Esforça- te. Todo o que será salvo deve ent rar pela port a est reit a, deve
empreender uma mudança de todo o homem. Os que entrem por ela, devem esforçar- se por entrar.
Eis aqui considerações vivificadoras para reforçar est a exort ação. Oh, sej am os t odos despert ados
por elas! Eles respondem a pergunt a, são poucos os que se salvam ? Mas que ninguém despreze a si
m esm o ou aos out ros, pois há últ im os que serão prim eiros, e prim eiros que serão últ im os. Se

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chegarm os ao céu, encont rarem os a m uit os lá aos que não pensam os encont rar, e estranharemos
de não ver a muitos que esperávamos achar.

Versículos 31- 35
Crist o, ao t rat ar de raposa a Herodes, deu- lhe seu carát er verdadeiro. Os m aiores hom ens eram
responsáveis de render cont as a Deus, port ant o, lhes correspondia cham ar a est e rei orgulhoso por
seu nom e próprio, m as não é exem plo para nós. " Sei" , disse nosso Senhor, " que eu devo m orrer
daqui a pouco; quando m orrer, serei aperfeiçoado, t erei com plet ado m inha t arefa" . Bom é olharm os
o t em po que t em po diant e de nós com o m uit o curt o, para que isso nos est im ule para realizar a obra
do dia em seu dia.
A m aldade das pessoas e dos lugares que m ais que out ros professam a religião e relação com
Deus, desagrada e ent rist ece especialm ent e o Senhor Jesus. O j uízo do grande dia convencerá os
incrédulos, m as aprendam os com agradecim ent o a acolher bem , e beneficiar- nos, de t odos os que
vêm em nome do Senhor a chamar- nos para participar de sua grande salvação.

CAPÍTULO 14
Versículos 1- 6 Cristo cura um homem no dia de repouso
Versículos 7- 14 Ensina humildade
Versículos 15- 24 Parábola do grande banquete
Versículos 25- 35 A necessidade de consideração e abnegação

Versículos 1- 6
Est e fariseu, com o out ros, parece que t eve m á int enção ao receber a Jesus em sua casa, m as a
nosso Senhor isso não lhe im pede de curar um hom em , em bora sabia que suscit aria um m urm úrio
por fazê- lo no dia do repouso. Requer cuidado ent ender a relação apropriada ent re a piedade e a
caridade ao observar o dia do descanso, e a dist inção ent re obras de necessidade real e hábit os de
dar- se o gosto a um mesmo. A sabedoria do alto ensina a paciente perseverança em fazer o bem.

Versículos 7- 14
Ainda nas ações corriqueiras da vida Crist o m arca o que fazem os, não só em nossas assem bléias
religiosas, senão em nossas m esas. Vem os em m uit os casos que o orgulho de um hom em o
rebaixará e que ant es da honra est á a hum ildade. Nosso Salvador nos ensina aqui que as obras de
caridade são m elhores que as obras feit as para serem vist os. Mas seu Senhor não significou que
um a generosidade orgulhosa e incrédula deva ser recom pensada, senão que seu preceit o de fazer o
bem ao pobre e ao aflito deve obedecer- se por amor a Ele.

Versículos 15- 24
Nest a parábola olhe para a graça e m isericórdia grat uit a de Deus que brilha no evangelho de
Crist o, o qual será com ida e banquet e para a alm a do hom em que conhece suas próprias
necessidades e m isérias. Todos encont raram um pret ext o para rej eit ar o convit e. I st o reprova a
nação j udaica por rej eit ar o oferecim ent o da graça de Crist o. Tam bém m ost ra a relut ância que há
para unir- se ao chamado do evangelho. A ingrat idão dos que t om am com leviandade a ofert a do
evangelho, e o desprezo que fazem do Deus do céu, o provocam com j ust iça. Os apóst olos t inham
que volt ar- se aos gent ios, quando os j udeus rej eit aram a ofert a; e com isso se encheu a I grej a. A
provisão feit a para alm as preciosas no Evangelho de Crist o não foi feit a em vão; porque se alguns o
rej eit am , out ros aceit am agradecidos a ofert a. Os m uit o pobres e baixos do m undo serão t ão bem
acolhidos por Cristo como os ricos e grandes; e, muitas vezes, o evangelho tem maior êxito entre os
que labut am baixo desvant agens m undanas e com doenças corporais. A casa de Crist o se encherá
no final; será assim quando se completar o número dos eleitos.

Versículos 25- 35
Em bora os discípulos de Crist o não são t odos crucificados, cont udo, t odos levam sua cruz e
devem carregá- la no cam inho do dever. Jesus convida a cont ar com isso e, depois, a considerá- lo.
Nosso Salvador explica ist o com dois sím iles: o prim eiro que m ost ra que devem os considerar os
cust os de nossa religião; o segundo, que devem os considerar os perigos dela. Sent em e calculem o
cust o; considerem o que cust ará a m ort ificação do pecado, das luxúrias m ais apreciadas. O pecador
m ais orgulhoso e at revido não pode resist ir a Deus, porque quem conhece a força de sua ira? Nos
int eressa buscar a paz com Ele, e não devem os m andar a pergunt ar as condições da paz, porque

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nos são oferecidas e nos são proveit osas. O discípulo de Crist o será provado de algum a form a. Sem
vacilar, procurem os ser discípulos, e sej am os cuidadosos para não relaxar- nos em nossa profissão,
nem assust ar- nos ant e a cruz; que possam os ser o bom sal da t erra, para sazonar aos que nos
rodeiam com o sabor de Cristo.

CAPÍTULO 15
Versículos 1- 10 Parábolas da ovelha e da peça de prata perdidas
Versículos 11- 16 O filho pródigo, sua maldade e angústia
Versículos 17- 24 Arrependimento e perdão
Versículos 25- 32 O irmão mais velho ofendido

Versículos 1- 10
A parábola da ovelha perdida é m uit o aplicável à grande obra da redenção do hom em . A ovelha
perdida represent a o pecador afast ado de Deus e expost o a um a ruína segura se não for conduzido
de volta a Ele, embora não deseje regressar. Cristo é ardoroso para levar a casa os pecadores.
Na parábola da peça de prat a perdida, o que est á perdido é um a peça de pequeno valor,
comparada com o resto. Porém , a m ulher procura diligent em ent e at é achá- la. I st o represent a os
variados m eios e m ét odos que usa Deus para levar as alm as perdidas a casa, a si m esm o, e o gozo
do Salvador pelo ret orno daqueles a Ele. Quão cuidadosos devem os ser ent ão com nosso
arrependimento, que seja para salvação!

Versículos 11- 16
A parábola do filho pródigo m ost ra a nat ureza do arrependim ent o e a pront idão do Senhor para
acolher bem e abençoar a t odos os que volt am a Ele. Expõe plenam ent e as riquezas da graça do
evangelho; e t em sido e será, enquant o durar o m undo, de ut ilidade indizível para os coit ados
pecadores, para guiá- los e alentá- los a arrepender- se e a voltar a Deus.
Ruim é, e é o pior com eço, quando os hom ens consideram os dons de Deus com o dívida. A
grande t olice dos pecadores, e o que os est raga, é ficarem felizes com receber suas coisas boas
durant e sua vida. Nossos prim eiros pais se dest ruíram , a si m esm os e a t oda a raça, pela néscia
am bição de serem independent es, e ist o est á no fundo da persist ência dos pecadores em seu
pecado.
Todos podem os discernir alguns rasgos de nosso próprio carát er nos do filho pródigo. Um est ado
pecam inoso é um est ado de separação e afast am ent o de Deus. Um estado pecaminoso é um estado
de desperdiço: os pecadores volunt ários em pregam m al seus pensam ent os e os poderes de sua
alm a, gast am m al seu t em po e t odas as oport unidades. Um est ado pecam inoso é um est ado de
necessidade. Os pecadores carecem das coisas necessárias para suas alm as; não t êm com ida nem
roupa para eles, nem nenhum a perversão para o além . Um est ado pecam inoso é um vil est ado de
escravidão. O negócio dos servos do dom ínio é fazer provisão para a carne, cum prir suas luxúrias e
isso não é m elhor que alim ent ar os porcos. Um est ado pecam inoso é um est ado de
descontentam ent o constante. A riqueza do m undo e os prazeres dos sent idos nem sequer
sat isfazem nossos corpos, m as que são em com paração com o valor das alm as! Um est ado
pecam inoso é um est ado que não pode buscar alívio de nenhum a criat ura. Em vão choram os o
m undo e a carne; t êm o que envenena a alm a, m as que nada t êm que a alim ent e e nut ra. Um
est ado pecam inoso é um est ado de m ort e. O pecador est á m ort o em delit os e pecados, desprovido
de vida espirit ual. Um est ado pecam inoso é um est ado perdido. As alm as que est ão separadas de
Deus, se sua m isericórdia não o evit ar, logo est arão perdidas para sem pre. O desgraçado est ado do
filho pródigo som ent e é um a pálida som bra da horrorosa ruína do hom em pelo pecado, m as quão
poucos são sensíveis a seu próprio estado e caráter!

Versículos 17- 24
Tendo vist o o filho pródigo em seu abj et o est ado de m iséria, devem os considerar em seguida sua
recuperação. I sto começa quando volta em si. Esse é um ponto de retorno na conversão do pecador.
O Senhor abre seus olhos e o convence de pecado; ent ão, se vê a si m esm o, e a t odo obj et o,
em baixo de um a luz diferent e da ant erior. Assim , o pecador convict o percebe que o servo m ais
pobre de Deus é mais ditoso que ele. Olhar a Deus como Pai, e nosso Pai, será muito útil para nosso
arrependim ent o e regresso a Ele. O filho pródigo se levant ou e não se det eve at é que chegou em
sua casa. Assim , o pecador arrependido deixa resolut am ent e a at adura de Sat anás e suas luxúrias,
e regressa a Deus por m eio da oração, apesar de seus t em ores e desalent os. O Senhor sai a

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encontrá- lo com m ost ras inesperadas de seu am or perdoador. Novam ent e, a recepção do pecador
hum ilhado é com o a do pródigo. É vest ido com o m ant o da j ust iça do Redent or, feit o part icipe do
Espírit o de adoção, preparado pela paz de consciência e a graça do evangelho para andar nos
cam inhos da piedade, e fest ej ado com consolações divinas. Os princípios da graça e a sant idade
operam nele, para fazer e para querer.

Versículos 25- 32
Na últ im a part e dest a parábola t em os o carát er dos fariseus, em bora não deles sozinhos.
Estabelece a bondade do Senhor e a soberba com que se recebe sua bondade de graça. Os j udeus,
em geral, m ost raram o m esm o espírit o para os gent ios convert idos; e quant idades de eles em t oda
época obj et am o evangelho e seus pregadores sobre a mesma base. Como será esse temperamento
que incit a o hom em a desprezar e aborrecer aqueles por quem derram ou seu precioso sangue o
Salvador, esses que são obj et os da eleição do Pai, e t em plos do Espírit o Sant o! I sso brot a do
orgulho, a preferência do si mesmo e a ignorância própria do coração do homem.
A m isericórdia e a graça de nosso Deus em Crist o brilham quase com t ant o fulgor em sua t enra e
gent il t olerância para com os sant os beligerant es com o para receber os pecadores pródigos que se
arrependem. Gozo indizível de t odos os filhos de Deus, que se m ant êm pert o da casa de seu Pai, e
que est ão e est arão sem pre com Ele. Deleit e será para os que aceit em agradecidos o convit e de
Cristo.

CAPÍTULO 16
Versículos 1- 12 A parábola do mordomo injusto
Versículos 13- 18 Cristo repreende a hipocrisia dos fariseus cobiçosos
Versículos 19- 31 O rico e Lázaro

Versículos 1- 12
Qualquer coisa que t enham os, sua propriedade é de Deus; nós som ent e t em os seu uso conform e
o que m anda nosso grande Senhor, e para sua honra. Est e m ordom o esbanj ou os bens de seu
senhor. Todos som os responsáveis da m esm a acusação; não obt em os o proveit o devido do que
Deus nos t em encom endado. O m ordom o não pode negá- lo; deve render cont as e ir em bora. I sto
pode ensinar- nos que a m ort e virá e nos provará das oport unidades que t em os agora. O m ordom o
ganhará am igos dos devedores e inquilinos de seu senhor, elim inando um a part e considerável da
dívida deles com seu senhor. O senhor ao qual se alude nest a parábola não elogiou a fraude, senão
a polít ica do m ordomo. Som ent e se dest aca nest e aspect o. Os hom ens m undanos, ao escolher seus
objet ivos são néscios, m as em sua at ividade e perseverança são usualm ent e m ais sábios que os
crentes. O m ordom o inj ust o não é colocado com o exem plo de engano a seu am o, nem para
just ificar a desonest idade, senão para indicar o cuidado que t êm os hom ens m undanos. Bom seria
que os filhos da luz aprendessem sabedoria dos homens do mundo, e seguissem com igual diligência
seu melhor objetivo.
As riquezas verdadeiras significam bênçãos espirit uais; e se um hom em gast a em si m esm o ou
acum ula o que Deus lhe confiou, Enquanto as coisas externas, que prova pode ter de que é herdeiro
de Deus por m eio de Crist o? As riquezas dest e m undo são enganosas e incert as. Convençamo- nos
que são ricos verdadeiram ent e, e m uit o ricos, os que são ricos em fé, e ricos para com Deus, ricos
em Crist o, nas prom essas; ent ão acum ulem os nosso t esouro no céu e esperem os nossa porção de
lá.

Versículos 13- 18
Nosso Senhor agrega a est a parábola um a advert ência solene: Vocês não podem servir a Deus e
ao m undo, pois assim de separados são os dois int eresses. Quando nosso Senhor falou assim , os
fariseus cobiçosos receberam com desprezo suas inst ruções, porém Ele os advert iu que o que eles
cont endiam com o se fosse a lei, era um a lut a sobre seu significado: ist o m ost ra a nosso num
exem plo referido ao divórcio. Exist em m uit os advogados cont um azes e cobiçosos que favorecem a
form a de piedade e que são os inim igos m ais acérrim os de seu poder, e t rat am de pôr os out ros em
contra da verdade.

Versículos 19- 31
Aqui as coisas espirit uais est ão represent adas por um a descrição do est ado diferent e do bom e o
m au nest e m undo e no out ro. Não se nos diz que o rico obt eve sua fort una por fraude ou opressão,

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porém Crist o m ost ra que um hom em pode t er um a grande quant idade de riqueza, pom pa e prazer
dest e m undo, e ainda perecer para sem pre sob a ira e a m aldição de Deus. O pecado dest e rico era
que som ent e provia para sim . Aqui há um sant o varão nas profundezas da adversidade e angúst ia
que será dit oso para sem pre no além . Freqüent em ent e a sort e de alguns dos sant os e servos m ais
am ados de Deus é a de ser afligido grandem ent e nest e m undo. Não se noz diz que o rico lhe fizesse
nenhum dano, porém não achamos que se tivesse interessado por ele.
Eis aqui a diferent e condição dest e pobre sant o, e dest e rico ím pio, em e depois da m ort e. O rico
no inferno levant ou a vist a, est ando nos t orm ent os. Não é provável que haj a conversações ent re os
sant os glorificados e os pecadores condenados, m as est e diálogo m ost ra a m iséria e desesperança,
e os desej os infrut íferos aos quais ent ram os espírit os condenados. Vem o dia em que os que hoj e
odeiam e desprezam o povo de Deus receberão alegrem ent e a bondade deles, m as o condenado no
inferno não terá o menos alívio de seu tormento.
Os pecadores são cham ados agora a repensar, m as não o fazem , não querem fazê- lo e acham
form as de evit á- lo. Com o a gent e m alvada t em coisas boas som ent e nest a vida, e na m ort e são
para sem pre separados de t odo bem , assim a gent e sant a t em coisas m ás som ent e nest a vida, e na
m ort e são para sem pre separados delas. Bendit o sej a Deus que nest e m undo não há um abism o
insondável ent re o est ado nat ural e a graça; podem os passar do pecado a Deus, porém se
morremos em nossos pecados, não há saída.
O rico t inha cinco irm ãos e t eria querido det ê- los em seu rum o pecam inoso; que eles chegassem
a esse lugar de t orm ent o pioraria sua desgraça, ele havia aj udado a m ost rá- lhes o cam inho a esse
lugar. Quant os desej ariam agora desdizer- se ou desfazer o que escreveram ou fizeram ! Os que
desejam que o rogo do rico a Abraão justificasse orar aos santos já mortos, chegam assim tão longe
em busca de provas, quando o erro do pecador condenado é t udo o que podem achar com o
exem plo. Seguro que não há est ím ulo para seguir o exem plo quando t odas suas pet ições foram
feitas em vão.
Um m ensageiro desde os m ort os não poderia dizer m ais que o j á falado nas Escrit uras. A m esm a
força da corrupção que irrom pe at ravés das convicções da palavra escrit a, t riunfaria sobre um a
test em unha dos m ort os. Busquem os a lei e o t est em unho ( I s 8.19- 20) , porque essa é a palavra
cert a da profecia, sobre a qual podem os t er m ais cert eza ( 2 Pedro 1.19) . As circunst âncias de cada
época mostram que os terrores e os argumentos não podem dar o verdadeiro arrependimento sem a
graça especial de Deus que renova o coração do pecador.

CAPÍTULO 17
Versículos 1- 10 Evitar as ofensas Orar pelo aumento da fé Ensino sobre a
humildade
Versículos 11- 19 Dez leprosos, limpados
Versículos 20- 37 O Reino de Cristo

Versículos 1- 10
Não há desculpa para os que com et em um a ofensa, nem dim inuirá o cast igo o fat o de que deve
haver ofensas. A fé na m isericórdia de Deus que perdoa nos capacit ará para superar as dificuldades
m aiores que haj a para perdoar a nossos irm ãos. Com o para Deus nada é im possível, assim t odas as
coisas são possíveis para o que pode crer. Nosso Senhor mostrou a seus discípulos a necessidade de
t er um a profunda hum ildade. O Senhor t em direit o sobre t oda criat ura com o nenhum hom em pode
tê- lo sobre out ro; Ele não pode est ar endividado com eles por seus serviços, nem eles m erecem
nenhuma recompensa sua.

Versículos 11- 19
A consciência de ser leprosos espirit uais deveria fazer- nos m ais hum ildes cada vez que nos
aproxim am os de Crist o. Bast a que nos subm et am os à com paixão de Crist o, pois não falham .
Podem os esperar que Deus nos sat isfaça com m isericórdia quando sej am os achados no cam inho da
obediência. Som ent e um dos curados volt ou para agradecer. Nos corresponde, com o a ele, ser
m uit o hum ildes nas ações de graças e nas orações. Crist o dest acou ao que assim se dist inguiu: era
um samaritano. Os outros obtiveram a cura externa, mas somente este teve a bênção espiritual.

Versículos 20- 37
O Reino de Deus est ava ent re os j udeus ou, m elhor, em alguns. Era um reino espirit ual,
estabelecido no com pelo poder da graça divina. Atentem com o t inha sido ant eriorm ent e com os

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pecadores, e em que est ado os acharam os j uízos de Deus, dos quais t inham sido advert idos. Aqui
se m ost ra que surpresa t em ível será est a dest ruição para o seguro e o sensual. Assim será no dia
em que se revele o Filho do Hom em . Quando Crist o veio a dest ruir a nação j udaica por m eio dos
exércit os rom anos, essa nação foi achada em t al est ado de falsa segurança com o o aqui
mencionado. De form a sim ilar, quando Jesus Crist o veia j ulgar o m undo, os pecadores serão
achados t ot alm ent e descuidados, pois, de form a sem elhant e, os pecadores de t oda época vão com
cert eza por seus m aus cam inhos, sem lem brar seu final últ im o. Onde quer que est ej am os ím pios,
marcados para a ruína eterna, serão alcançados pelos juízos de Deus.

CAPÍTULO 18
Versículos 1- 8 A parábola da viúva inoportuna
Versículos 9- 14 O fariseu e o publicano
Versículos 15- 17 Crianças levadas a Cristo
Versículos 18- 30 O rico estorvado por suas riquezas
Versículos 31- 34 Cristo anuncia sua morte
Versículos 35- 43 Um cego recebe a vista

Versículos 1- 8
Todo o povo de Deus é povo de oração. Aqui se ensina a fervorosa const ância para orar pedindo
m isericórdias espirit uais. O fervor da viúva prevaleceu com o j uiz inj ust o: ela podia t em er que se
t ornasse m ais em sua cont ra; porém nossa oração fervorosa agrada a nosso Deus. Ainda at é o fim
haverá base para a mesma queixa de debilidade da fé.

Versículos 9- 14
Est a parábola era para convencer a alguns que confiavam em si m esm os com o j ust os e
desprezavam o próxim o. Deus vê com que disposição e propósit o vam os a Ele nas sant as
ordenanças. O que disse o fariseu dem onst ra que ele t inha confiança em si m esm o de ser j ust o.
Podem os supor que est ava isent o de pecados grosseiros e escandalosos. Tudo isso era m uit o bom e
elogiável. Miserável é a condição dos que não alcançam a j ust iça desse fariseu, em bora ele não foi
aceit o e, por que não? I a orar no t em plo, m as est ava cheio de si m esm o e de sua própria bondade;
não pensava que valia a pena pedir o favor e a graça de Deus. Cuidemo- nos de apresent ar orações
orgulhosas ao Senhor e de desprezar ao próximo.
A oração do publicano est ava cheia de hum ildade e de arrependim ent o pelo pecado, e desej o de
Deus. Sua oração foi breve, m as com um obj et ivo: Deus, sé propício a m im , pecador. Bendit o sej a
Deus, que t em os regist rada est a oração curt a com o oração respondida; e que t em os a cert eza de
que aquele que a disse volt ou j ust ificada a casa; assim será conosco sem orarm os com o ele por
meio de Jesus Cristo. Reconheceu- se pecador por natureza e costume, culpável diante de Deus. Não
dependia de nada senão da m isericórdia de Deus, som ent e nela confiava. Glória a Deus é resist ir o
soberbo e dar graça ao humilde. A justificação é de Deus em Cristo; portanto, o que se condena a si
mesmo, não o que se justifica a si mesmo, é justificado ante Deus.

Versículos 15- 17
Ninguém é dem asiado pequeno, dem asiado j ovem para ser levado a Crist o. Ele sabe m ost rar
bondade aos incapazes de fazê- lhe um serviço. A idéia de Cristo é que os pequenos sejam levados a
Ele. A prom essa é para nós e para nossa descendência; port ant o, Ele os receberá bem conosco.
Devem os receber seu reino com o crianças, não com prá- lo, e devem os considerá- lo um present e de
nosso Pai.

Versículos 18- 30
Muit os t êm m uit as coisas elogiáveis em si, m as perecem por falt a de um a coisa; est e rico não
podia aceit ar as condições de Crist o que o separariam de seu pat rim ônio. Muit os que det est am
deixar a Crist o, cont udo, o deixam . Depois de longa lut a com suas convicções e suas corrupções,
ganham as corrupções. LAMENTAM- SE m uit o de não poder servir am bos, m as se devem deixar a
um , deixarão a seu Deus, ao seu lucro m undano. A obediência de que se j act am result a ser puro
espetáculo; o amor ao mundo está, de um ou de outro jeito, na raiz disto.
Os homens são dados a falar demais do que deixaram e perderam, do que fizeram e sofreram por
Crist o, com o fez Pedro. Ant es, devem os envergonhar- nos que exist a algum a dificuldade para fazê-
lo.

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Versículos 31- 34
O Espírit o de Crist o nos profet as do Ant igo Test am ent o t est ificava de ant em ão de seus
sofriment os, e da glória que seguiria ( 1 Pe 1.11) . Os prej uízos dos discípulos eram t ão fort es que na
entendiam lit eralm ent e est as coisas. Est avam t ão concent rados nas profecias que falavam da glória
de Cristo, que esqueceram das que falavam de seus sofrimentos. A gente comete erros porque lêem
suas Bíblias parcialm ent e, e som ent e gost am das coisas lindas. Som os t ão resist ent es a aprender a
lições dos sofrim ent os, a crucifixão e a ressurreição de Crist o com o o eram os discípulos aos que
lhes disse sobre est es fat os; e, pela m esm a razão, o am or próprio e o desej o de obj et os m undanos
nos fecham o entendimento.

Versículos 35- 43
Est e coit ado cego est ava a um lado do cam inho, m endigando. Não só era cego, senão pobre,
digno sím bolo da hum anidade que Crist o veio curar e salvar. A oração de fé é guiada pelas
alent adoras prom essas de Crist o e, baseada nelas, não são em vão. A graça de Crist o deve
reconhecer- se com grat idão para a glória de Deus. É para a glória de Deus se seguim os a Jesus,
com o o farão aqueles cuj os olhos sej am abert os. Devem os louvar a Deus por suas m isericórdias
com o próxim o, e pelas nossas. Se desej arm os ent ender com j ust iça est as coisas, devem os ir a
Crist o, com o o cego, rogando fervorosam ent e que nos abra os olhos, e nos m ost re claram ent e a
excelência de seus preceitos e o valor de sua salvação.

CAPÍTULO 19
Versículos 1- 10 A conversão de Zaqueu
Versículos 11- 27 A parábola do nobre e seus servos
Versículos 28- 40 Cristo entra em Jerusalém
Versículos 41- 48 Cristo chora sobre Jerusalém

Versículos 1- 10
Os que, com o Zaqueu, desej am sinceram ent e ver a Crist o, vencerão qualquer obst áculo e se
esforçarão para vê- lo.
Crist o oferece visit ar a casa de Zaqueu. Aonde Crist o vai, abre o coração e o inclina para recebê-
lo. Quem quer conhecer a Crist o, será conhecido dEle. Aqueles aos que Crist o cham a, devem
humilhar- se e descer. Bem podem os receber com gozo ao que t raz t odo o bom com ele. Zaqueu
publicam ent e deu provas de t er chegado a ser um verdadeiro converso. Não busca ser j ust ificado
por suas obras com o o fariseu, m as por suas boas obras dem onst rará a sinceridade de sua fé e o
arrependimento pela graça de Deus.
Zaqueu é considerado feliz, agora que se volt ou do pecado a Deus. Agora que é salvo de seus
pecados, de sua culpa, do poder deles, são seus t odos os benefícios da salvação. Crist o veio a sua
casa, e aonde Crist o vai, leva consigo a salvação. Veio a est e m undo perdido a buscá- lo e salvá- lo.
Seu obj et ivo era salvar, onde não havia salvação em nenhum out ro. Ele busca os que não o buscam
e nem perguntam por Ele.

Versículos 11- 27
Est a parábola é com o a dos t alent os ( Mat eus 25) . Os que são cham ados a Crist o, são providos
dos dons necessários para sua at ividade; e espera serviço daqueles aos que dá poder. A
manifestação do Espírit o é dada a t odo hom em para que a aproveit e ( 1 Co 12.7) . Com o cada um
t em recebido o dom , que o m inist re ( 1 Pe 4.10) . O relat o requerido lem bra o da parábola dos
t alent os; e indica o cast igo dos inim igos j urados de Crist o, e o dos falsos professant es. A diferença
principal est á em que a m ina dada a cada um parece apont ar à dádiva do Evangelho, que é a
m esm a para t odos os que o ouvem ; m as os t alent os repart idos em m ais e em m enos, parecem
indicar que Deus dá diferent es capacidades e vant agens aos hom ens, pelas quais possam m elhorar
de forma diferente este dom único do evangelho.

Versículos 28- 40
Crist o t em dom ínio sobre t odas as criat uras e pode usá- las com o lhe apraz. Tem os corações de
todos os hom ens sob seu olho e em sua m ão. Os t riunfos de Crist o, e os j ubilosos louvores de seus
discípulos, afligem os orgulhosos fariseus que são inim igos seus e de seu reino. Com o Crist o
despreza o desdém dos soberbos, aceit a os louvores do hum ilde. Os fariseus quiseram silenciar os
louvores a Crist o, m as não podem j á que Deus pode levant ar filhos de Abraão ainda das pedras, e

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volt ar o coração de pedra para Ele, para obt er louvor das bocas das crianças. Com o serão os
sentimentos dos homens quando o Senhor regresse em glória a julgar o mundo!

Versículos 41- 48
Quem pode cont em plar o sant o Jesus olhando ant ecipadam ent e as m isérias que aguardavam a
seus assassinos, chorando pela cidade onde se derram aria seu sangue precioso, e não ver que a
im agem de Deus no crent e consist e em grande m edida em boa vont ade e com paixão? Cert am ent e
não podem ser bons os que tomam as doutrinas da verdade em forma tal que se endurecem até seu
próxim o pecador. Cada um lem bre que, apesar de que Jesus chorou por Jerusalém , vai execut ar
um a vingança espant osa nela. Em bora não se goze na m ort e do pecador, com t oda cert eza fará que
se concretizem suas ameaças temíveis nos que rejeitaram sua salvação. O Filho de Deus não chorou
com lágrim as vãs e sem causa, por um assunt o leviano nem por si m esmo. Ele conhece o valor das
lágrim as, o peso da culpa e quant o oprim e e afunda à hum anidade. Venha ent ão Ele e lim pe nossos
corações por Seu Espírito, de todo aquilo que o contamina. Que os pecadores em todo lugar prestem
atenção às palavras de verdade e salvação.

CAPÍTULO 20
Versículos 1- 8 Os sacerdotes e os escribas questionam a autoridade de
Cristo
Versículos 9- 19 A parábola da vinha e do proprietário
Versículos 20- 26 Sobre dar tributo
Versículos 27- 38 Acerca da ressurreição
Versículos 39- 47 Os escribas, silenciados

Versículos 1- 8
Repet idas vezes, os hom ens pret endem exam inar as provas da revelação e da verdade do
evangelho, quando som ent e andam buscando escusas para sua própria incredulidade e
desobediência. Crist o responde a est es sacerdot es e escribas com um a sim ples pergunt a sobre o
bat ism o de João, que a gent e com um podia responder. Todos sabiam que era do céu, nada nele
t inha algum a t endência t errena. Aos que ent erram o conhecim ent o que t êm , lhes é negado com
j ust iça um conheciment o superior. Foi j ust o que Crist o recusasse dar cont as de sua aut oridade aos
que sabiam que o batismo de João era do céu, mas não criam nele nem reconheciam o que sabiam.

Versículos 9- 19
Crist o disse est a parábola cont ra os que resolveram não reconhecer sua aut oridade, apesar de
ser t ão com plet a a prova dela. Quant os se parecem com os j udeus que assassinaram os profet as e
crucificaram a Crist o, em sua inim izade cont ra Deus e a aversão a seu serviço, porque desej am
viver descont roladam ent e em conform idade com suas concupiscências! Que t odos os favorecidos
com a palavra de Deus a olhem para usar proveit osam ent e suas vant agens. Espant osa será a
condena dos que rej eit am o Filho e dos que professam reverenciá- lo, m as não dão os frut os a seu
devido tempo.
Apesar de que não podiam senão reconhecer t al pecado, o cast igo era j ust o, porém eles não
puderam suport ar ouvi- lo. A t orpeza dos pecadores é que perseveram nos cam inhos pecam inosos
ainda que temam a destruição no final desses caminhos.

Versículos 20- 26
Os que são muito espertos em seus desígnios contra Cristo e seu Evangelho não podem ocultá- lo.
Não deu respost a diret a, porém os repreendeu por oferecer im por- se por acim a dEle; e não
puderam achar nada com que incit ar o governador ou o povo em sua cont ra. A sabedoria que é do
alt o dirigirá a t odos os que ensinam verdadeiram ent e o cam inho de Deus, para que evit em as
armadilhas t endidas cont ra eles pelos hom ens ím pios; e ensinarão nosso dever para com Deus aos
nossos governantes e a todos os homens, tão claramente que os opositores não terão nada de mal a
dizer de nós.

Versículos 28- 38
É comum que os que concebem a sabotagem da verdade de Deus, a carreguem com dificuldades.
Erram os e danificam os a verdade de Crist o quando form am os nossas idéias do m undo dos espírit os
pelo m undo dos sent idos. Exist em m ais m undos que o m undo visível at ual e o m undo invisível

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futuro; que t odos com parem est e m undo e esse m undo e dêem preferência, em seus pensam ent os
e interesses, ao que os mereça.
Os crent es t erão a ressurreição dos m ort os; essa é a ressurreição bendit a. Não podem os
expressar nem conceber qual será o est ado afort unado dos habit ant es desse m undo ( 1 Co 2.9) . Os
que ent ram no gozo de seu Senhor, est ão t ot alm ent e ent usiasm ados com isso; quando sej a perfeit a
a sant idade, não haverá ocasião para as previsões cont ra o pecado. Quando Deus se diz Deus dos
pat riarcas, quer dizer que foi o Deus absolut am ent e suficient e para eles ( Gn 17.1) ; o excelent e
galardão deles ( Gn 15.1) . Ele nunca fez isso por eles nest e m undo, o qual respondia à plena
magnitude de seu esforço; port ant o, deve haver out ra vida na que Ele fará isso por eles, que
cumprirá com pletamente a promessa.

Versículos 39- 47
Os escribas elogiaram a respost a de Crist o aos saduceus sobre a ressurreição, porém foram
silenciados por uma pergunta sobre o Messias. Cristo, como Deus, era o Senhor de Davi, mas Cristo,
como homem, era Filho de Davi.
Os escribas receberam o juízo mais severo por enganar as viúvas pobres e por abusar da religião,
em part icular da oração, que usavam com o pret ext o para execut ar planos ím pios e m undanos. A
piedade fingida é duplo pecado. Ent ão, roguem os a Deus que nos im peça o orgulho, a am bição, a
cobiça e toda coisa má; e que nos ensine a buscar essa honra que somente vem dEle.

CAPÍTULO 21
Versículos 1- 4 Cristo elogia a uma viúva pobre
Versículos 5- 28 Sua profecia
Versículos 29- 38 Cristo exorta a estar alertas

Versículos 1- 4
Da ofert a dest a viúva pobre aprendam os que o que dam os em j ust iça para aj uda do pobre, e
para o sust ent am ent o do cult o de Deus, se dá a Deus; e que nosso Salvador vê com agrado o que
t emos em nossos corações quando damos para ajuda de seus membros ou para seu serviço. Bendito
Senhor! O m ais pobre de t eus servos t em dois cent avos, eles t êm um a alm a e um corpo; convence-
nos e capacita- nos para oferecer ambos a Ti; quão ditosos seremos se os aceitas!

Versículos 5- 19
Os m ais próxim os de Crist o pergunt am com m uit a curiosidade quando será a grande desolação.
Ele responde clara e com plet am ent e na m edida que era necessário para ensiná- lhes seu dever; pois
t odo conhecim ent o é desej ável na m edida que sej a para ser colocado por obra. Em bora os j uízos
espirit uais são os m ais corriqueiros dos t em pos do Evangelho, Deus t am bém faz uso dos j uízos
tem porais. Crist o lhes diz que coisas duras vão sofrer por am or de seu nom e e os exort a a suport ar
suas provações, e continuar com sua obra, apesar da oposição que acharão.
Deus est ará com vocês, e os reconhecerá e assist irá. I st o se cum priu not avelm ent e depois do
derram am ent o do Espírit o Sant o, pelo qual Crist o deu sabedoria e eloqüência a seus discípulos.
Em bora sej am os perdedores por Crist o, não serem os nem poderm os ser perdedores para Ele no
final. Nosso dever e int eresse em t odo t em po, especialm ent e nos perigos de provações, é garant ir a
seguridade de nossas alm as. Mant em os a possessão de nossas alm as pela paciência crist ã e
deixamos fora todas aquelas impressões que nos fariam perder o caráter.
Versículos 20- 28
Podemos ver ante nós uma profecia muito parecida às do Antigo Testamento que, juntas com seu
grande obj et o, abrangem ou dão um a luz a um obj et o m ais próxim o de im port ância para a I grej a.
Tendo dado um a idéia dos t em pos dos seguint es t rint a e oit o anos, Crist o m ost ra que t odas essas
coisas t erm inarão na dest ruição de Jerusalém e a com plet a dispersão da nação j udaica; o qual será
tipo e figura da segunda vinda de Jesus Cristo.
Os j udeus dispersos a nosso redor pregam a verdade do crist ianism o e dem onst ram que as
palavras de Jesus não passarão, em bora o céu e a t erra passarão. Tam bém nos lem bram que
orem os pelos t em pos em que a verdadeira Jerusalém e a espirit ual não serão j á m ais pisot eadas
pelos gentios, e quando judeus e gentios sejam voltados ao Senhor.
Quando Crist o veio a dest ruir os j udeus, veio redim ir os crist ãos que eram perseguidos e
oprimidos por eles; e ent ão t iveram repouso as igrej as. Quando venha a j ulgar o m undo, redim irá
de suas t ribulações a t odos os seus. Tão com plet am ent e caíram os j uízos divinos sobre os j udeus

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que sua cidade é colocada com o exem plo ant e nós para m ost rar que os pecados não passarão sem
cast igo; e que os t errores do Senhor e t odas suas am eaças cont ra os pecadores que não se
arrependeram serão executados, assim como sua palavra sobre Jerusalém foi verdade, e grande sua
ira contra ela.

Versículos 29- 38
Crist o diz a seus discípulos que observem os sinais dos t em pos para que j ulguem por eles. Os
encarrega para que considerem próxim a a ruína da nação j udaica. Cont udo, est a raça e fam ília de
Abraão não será desarraigada; sobreviverá com o nação e será achada segundo foi profet izado,
quando seja revelado o Filho do Homem.
Os advert e cont ra est ar confiados em sua sensualidade. Est e m andam ent o é dado a t odos os
discípulos de Crist o. Cuidem- se de não ser abrum ados pelas t ent ações nem t raídos por suas
próprias corrupções. Não podem os est ar a salvo se est am os carnalm ent e seguros. Nosso perigo é
que nos sobrevenha o dia da m ort e e o j uízo quando não est ej am os preparados. Não sej a que
quando sej am os cham ados a encont rar- nos com nosso Senhor, o que deveria est ar m ais pert o de
nossos corações sej a o que est á m ais longe de nossos pensam ent os. Pois assim será para a m aioria
dos hom ens que habit am a t erra e que unicam ent e pensam nas coisas t errenas e não t êm
comunicação com o céu. Será terror e destruição para eles.
Veja- se aqui a que deveria ser nossa m ira para serm os t idos por dignos de escapar de t odas
essas coisas; para que quando os j uízos de Deus est ej am por t odas part es, nós não est ej am os na
calam idade com um , ou que não sej a para nós o que é para os out ros. Você se pergunt a com o pode
ser achado digno de com parecer ant e Crist o naquele dia? Os que nunca t êm buscado a Crist o, que
agora vão a Ele; os que nunca se hum ilharam por seus pecados, que com ecem agora; os que j á
com eçaram , que cont inuem e se conservem hum ildes. Port ant o, vigiem e orem sem pre. Estejam
alert a cont ra o pecado; alert as em t odo dever, e aproveit em ao m áxim o t oda oport unidade de fazer
o bem . Orem sem pre: serão t idos por dignos de viver um a vida de louvor no out ro m undo os que
vivem um a vida de oração nest e m undo. Com ecem os, ut ilizem os e concluam os cada dia at endendo
a palavra de Crist o, obedecendo seus preceit os, e seguindo seu exem plo, para que quando Ele
chegue, nós sejamos achados vigiando.

CAPÍTULO 22
Versículos 1- 6 A traição de Judas
Versículos 7- 18 A Páscoa
Versículos 19- 20 Instituição da Ceia do Senhor
Versículos 21- 38 Cristo admoesta os discípulos
Versículos 39- 46 A agonia de Cristo no jardim
Versículos 47- 53 Cristo traído
Versículos 54- 62 A queda de Pedro
Versículos 63- 71 Cristo reconhece ser o Filho de Deus

Versículos 1- 6
Crist o conhecia t odos os hom ens e t eve fins sábios e sant os ao aceit ar que Judas fosse seu
discípulo. Aqui se nos diz com o aquele que conhecia t ão bem a Crist o chegou a t raí- lo: Sat anás
entrou em Judas. Custa muito dizer se fazem mais dano ao Reino de Cristo o poder de seus inimigos
declarados ou a t raição de falsos am igos, m as sem esses, os inim igos não poderiam fazer t ant o m al
como o que fazem.

Versículos 7- 18
Cristo guardou as ordenanças da lei, particularmente a da Páscoa, para ensinar- nos a observar as
inst it uições do evangelho e, m ais que nada, a da Ceia do Senhor. Os que andam pela Palavra de
Crist o não devem t em er desilusões. Segundo as inst ruções que lhes deu, t odos os discípulos se
prepararam para a Páscoa.
Jesus expressa sua alegria por celebrar est a Páscoa. A desej ava, ainda que sabia que depois
viriam seus sofrim ent os, porque t inha com o obj et ivo a glória de seu Pai e a redenção do hom em .
Despede- se de t odas as Páscoas significando que t erm inam as ordenanças da lei cerim onial, da qual
a Páscoa era um a das prim eiras e a principal. O t ipo foi deixado de lado, porque agora no Reino de
Deus tinha chegado a substância.

91
Versículos 19- 20
A Ceia do Senhor é um sinal ou com em oração de Crist o que j á veio, que nos libert ou m orrendo
por nós; sua m ort e se põe ant e nós de form a especial nest a ordenança, pela qual a lem bram os.
Aqui o part ir do pão nos lem bra o quebrant am ent o do corpo de Crist o em sacrifício por nós. Nada
pode ser melhor alimento e mais satisfatório para a alma que a doutrina da expiação do pecado feita
por Crist o, e a cert eza de t erm os part e nessa expiação. Destarte, fazem os ist o em m em ória do que
Ele fez por nós quando m orreu por nós; e com o lem brança do que fazem os, ao unir- nos a Ele na
aliança et erna. O derram am ent o do sangue de Crist o, pelo qual se faz a expiação, se represent a
pelo vinho no cálice.

Versículos 21- 38
Que inconvenient e para o carát er do seguidor de Jesus é a am bição m undana de ser o m aior,
sabendo que Crist o assum iu a form a de servo e se hum ilhou at é a m ort e de cruz! No cam inho à
felicidade et erna, devem os esperar ser at acados e sacudidos por Sat anás. Se não puder dest ruir-
nos, t rat ará de fazer- nos infelizes ou de angust iar- nos. Nada precede com m aior cert eza a queda de
um seguidor confesso de Crist o, que a confiança em si m esm o, com desconsideração pelas
advertências e desprezo do perigo. Amenos que vigiemos e oremos sempre, podemos ser arrastados
no curso do dia àqueles pecados cont ra os quais est ávam os m ais decididos na m anhã. Se os crentes
fossem deixados a si m esm os, cairiam , porém são m ant idos pelo poder de Deus e a oração de
Cristo.
Nosso Senhor anuncia a aproxim ação de um a m udança m uit o grande de circunst âncias. Os
discípulos não devem esperar que seus am igos sej am am áveis com eles com o ant es. Port ant o, o
que t enha dinheiro, que o leve consigo porque pode necessit á- lo. Agora devem esperar que seus
inimigos sej am m ais ferozes que ant es, e necessit arão arm as. Nessa época, os apóst olos
ent enderam que Crist o queria dizer arm as reais, m as Ele som ent e falava das arm as da guerra
espiritual. A espada do Espírito é a espada com que devem armar- se os discípulos de Cristo.

Versículos 39- 46
Cada descrição que dão os evangelist as da disposição m ent al com que nosso Senhor enfrent a
est e conflit o, prova a t errível nat ureza do at aque, e o perfeit o conhecim ent o ant ecipado de seus
terrores que possuía o m anso e hum ilde Jesus. Aqui há t rês coisas que não est ão nos out ros
evangelistas:
1) Quando Crist o agoniza, se apresent a um anj o do céu que o fort alece. Part e de sua hum ilhação
foi ter de ser fortalecido por um espírito ministrador.
2) Est ando em agonia orou m ais fervorosam ent e. A oração, ainda que nunca é inoport una, é
especialmente oportuna quando agonizamos.
3) Nest a agonia seu suor foi com o grandes got as de sangue que caiam . I st o m ost ra o sofrim ent o
de sua alm a. Devem os orar t am bém para serm os capacit ados para resist ir at é derram ar nosso
sangue na luta contra o pecado, se alguma vez formos chamados a isso.
A próxim a vez que em sua im aginação se det enha a deleitar- se em algum pecado favorit o, pense
em seus efeit os com o os que vê aqui! Olhe para seus t erríveis efeit os no j ardim de Get sêm ani e
desej e profundam ent e odiar e abandonar esse inim igo, com a aj uda de Deus, e resgat ar pecadores
pelos quais o Redentor orou, agonizou e sangrou.

Versículos 47- 53
Nada pode ser m aior afront a ou dor para o Senhor Jesus que ser t raído pelos que professam ser
seus seguidores, e dizem que o am am . Muit os exem plos há de Crist o sendo t raído por quem , sob a
aparência de piedade, lut am cont ra seu poder. Aqui Jesus deu um exem plo ilust re de sua regra de
fazer o bem aos que nos odeiam , com o depois o deu sobre orar pelos que nos t rat am
depreciativamente. A nat ureza corrom pida envolve nossa condut a at é o ext rem o; devem os buscar a
direção do Senhor ant es de agir em circunst âncias difíceis. Crist o est eve dispost o a esperar seus
t riunfos at é que sua guerra est iver consum ada, e assim devem os fazer nós t am bém . A hora e o
poder das trevas foram curtos, e sempre será assim com os triunfos dos ímpios.

Versículos 54- 62
A queda de Pedro foi negar que conhecia a Crist o e que era seu discípulo; o negou devido à
angúst ia e ao perigo. O que um a vez diz um a m ent ira, é t ent ado fort em ent e a persist ir: o com eço
desse pecado, como nas lutas, é como deixar correr a água. O Senhor se volta e olha para Pedro:
1) Foi um olhar acusador. Jesus se voltou e o olhou como dizendo "Pedro, não me conheces?"
2) Foi um olhar de recriminação. Pensem os com que aspect o de repreensão nos olha Crist o, com
justiça, quando pecamos.

92
3) Foi um olhar de admoestação. " Você era o m ais dispost o a confessar- m e com o Filho de Deus,
e prometeu solenemente não negar- me jamais!"
4) Foi um olhar compassivo. "Pedro, quão caído e desarmado estás se não te ajudo!"
5) Foi um olhar de mando. "Vai e reflexiona".
6) Foi um olhar significativo. Significava a t ransm issão de graça ao coração de Pedro para
capacitá- lo, para que se arrependesse. A graça de Deus opera na palavra de Deus e por ela, a traz à
ment e e a faz chegar at é a consciência, e assim dá a alm a o feliz regresso. Crist o olhou aos
principais sacerdot es, m as não os im pressionou com o a Pedro. Não foi som ent e o olhar de Crist o o
que restaurou a Pedro, senão sua graça divina nela.

Versículos 63- 71
Os que condenaram a Jesus por blasfem o eram os m ais vis blasfem os. Os referiu a sua segunda
vinda com o prova com plet a de que era o Crist o, para confusão deles, j á que não reconheceriam a
prova que os deixaria convencidos. Se reconhece Filho de Deus em bora saiba que deverá sofrer por
isso. Eles basearam nist o sua condena. Cegados seus olhos, se precipit aram . Medit em os nest a
assom brosa t ransação e considerem os Àquele que suport ou t al cont radição dos pecadores cont ra si
mesmo.

CAPÍTULO 23
Versículos 1- 5 Cristo ante Pilatos
Versículos 6- 12 Cristo ante Herodes
Versículos 13- 25 Barrabás preferido a Cristo
Versículos 26- 31 Cristo fala da destruição de Jerusalém
Versículos 32- 43 A crucifixão O malfeitor arrependido
Versículos 44- 49 A morte de Cristo
Versículos 50- 56 O enterro de Cristo

Versículos 1- 5
Pilat os t inha bem clara a diferença ent re suas forças arm adas e os seguidores de nosso Senhor.
Mas, em vez de suavizar- se pela declaração de inocência dada por Pilat os, e de considerar se não
est avam lançando sobre sim a culpa de sangue inocent e, os j udeus se iraram m ais. O Senhor leva
seus desígnios a um glorioso final, ainda por m eio dos que seguem as invenções de seu próprio
coração. Assim , t odos os part idos se uniram , com o para provar a inocência de Jesus, que era o
sacrifício expiatório por nossos pecados.

Versículos 6- 12
Herodes t inha ouvido m uit as coisas de Jesus na Galiléia e, por curiosidade, anelava vê- lo. O
m endigo m ais pobre que t enha pedido um m ilagre para alívio de sua necessidade, nunca foi
rejeitado; m as est e príncipe orgulhoso, que pedia um m ilagre só para sat isfazer sua curiosidade, é
rejeitado. Poderia t er vist o a Crist o e seus prodígios na Galiléia e não Quis; port ant o, se diz que
j ust iça: Agora que desej a vê- los, não os verá. Herodes m andou a Crist o de volt a a Pilat os: as
am izades dos hom ens ím pios se form am comumente da união na m aldade. Em pouco est avam de
acordo, salvo na inimizade contra Deus e no desprezo por Cristo.

Versículos 13- 25
O t em or ao hom em m et e a m uit os na arm adilha de fazer algo inj ust o ainda cont ra sua
consciência, para não encrencar- se. Pilat os declara inocent e a Jesus e t em a int enção de deixá- lo
livre, porém , para com prazer o povo, o cast iga com o a m alfeit or. Se não achou falt a nEle, por que
castigá- lo? Pilat os se rendeu, finalm ent e; não t eve o valor de ir cont ra um a corrent e t ão fort e.
Deixou a Jesus livrado à vontade deles para ser crucificado.

Versículos 26- 31
Aqui t em os o bendit o Jesus, o Cordeiro de Deus, levado com o cordeiro ao m at adouro, ao
sacrifício. Em bora m uit os o censuraram e xingaram , alguns se com padeceram , m as a m ort e de
Crist o foi sua vit ória e t riunfo sobre seus inim igos: foi nossa liberação, a com pra da vida et erna para
nós. Assim sendo, não choremos por Ele senão por nossos próprios pecados, e os pecados de nossos
filhos, que causaram sua m ort e; e chorem os por t em os às m isérias que nos acarret am os se

93
t om arm os seu am or com leviandade, e rej eit am os sua graça. Se Deus o deixou livrado a
sofrim ent os com o est es, pois era o sacrifício pelo pecado, que fará com os pecadores m esm os que
se fizeram árvore seca, geração corrupt a e m á, e boa para nada! Os am argos sofrim ent os de nosso
Senhor Jesus devem deixar- nos pasm ados ant e a j ust iça de Deus. Os m elhores sant os, com parados
com Crist o, são árvores secas; sem Ele sofreu, por que eles t eriam a expect at iva de não sofrer?
Com o será, ent ão, a condenação dos pecadores! At é os sofrim ent os de Crist o pregam t error aos
transgressores obstinados.

Versículos 32- 43
Tão pront o com o Crist o foi pregado na cruz, orou pelos que o crucificaram . Ele m orreu para
com prar- nos e conseguir- nos a grande coisa que é o perdão dos pecados. Por isso orou.
Jesus foi crucificado ent re dois ladrões; neles se m ost ram os diferent es efeit os que a cruz de
Cristo tem sobre os filhos dos homens pela pregação do evangelho. Um malfeitor se endureceu até o
fim. Nenhum a aflição m udará de por sim um coração endurecido. O out ro am oleceu finalm ent e: foi
t irado com o brasa da figueira e foi feit o m onum ent o à m isericórdia divina. I st o não est im ula a
ninguém a post ergar o arrependim ent o at é o leit o de m ort e, ou esperar achar ent ão m isericórdia.
Cert o é que o arrependim ent o verdadeiro nunca acont ece dem asiado t arde, m as t am bém é cert o
que o arrependim ent o tardio rara vez é verdadeiro. Ninguém pode est ar seguro de t er t em po para
arrepender- se na m ort e, m as ninguém pode t er a cert eza de t er as vant agens que t eve est e ladrão
penitente.
Verem os que est e caso é único se observam os os efeit os nada com uns da graça de Deus nest e
homem. Ele repreendeu o out ro por rir de Crist o. Reconheceu que m erecia o que lhe faziam. Creu
que Jesus sofria inj ust am ent e. Observe sua fé nest a oração. Crist o est ava sum ido no profundo da
desgraça, sofrendo com o um enganador sem ser livrado por seu Pai. O ladrão fez est a profissão
ant es de ver os prodígios que deram honra aos sofrim ent os de Crist o, e assom braram o cent urião.
Acredit ou num a vida vindoura, e desej ou ser feliz nessa vida; não com o o out ro ladrão, que
soment e queria ser salvado da cruz. Veja- se sua hum ildade nest a oração. Todo o que pede é
" Senhor, lem bra- t e de m im " , deixando int eiram ent e em m ãos de Jesus o com o lem brá- lo. Assim foi
humilhado no arrependim ent o verdadeiro, e deu t odos os frut os do arrependim ent o que perm it iram
suas circunstâncias.
Crist o na cruz m ost ra será com o Crist o no t rono. Em bora est ava na lut a e agonia m aiores, ainda
assim t eve piedade de um pobre penit ent e. Por est a aliança de graça t em os que com preender que
Jesus Cristo morreu para abrir o céu a todos os crentes penitentes e obedientes. É um único caso na
Escrit ura; deve ensinar- nos a não desesperar de nada, e que ninguém deveria desesperar; porém ,
para que não se com et a abuso, é colocado em cont rast e com o est ado espant oso do out ro ladrão,
que se endureceu na incredulidade, m esm o que t inha t ão pert o dele o Salvador crucificado. Pode- se
ter a certeza de que, em geral, os homens morrem como vivem.

Versículos 44- 49
Aqui t em os a m ort e de Crist o m agnificada pelos prodígios que a acom panharam , e sua m ort e
explicada pelas palavras com que expirou sua alm a. Est ava dispost o a oferecer- se. Procuremos
glorificar a Deus pelo arrependim ent o verdadeiro e a conversão; prot est ando cont ra os que
crucificaram o Salvador; por um a vida sant a, j ust a e sóbria; e ut ilizando nossos t alent os no serviço
dAquele que morreu e ressuscitou por nós.

Versículos 50- 56
Em bora não se vangloriem de um a profissão de fé ext erna, há m uit os que, com o José de
Arimat éia, quando se apresent a a ocasião est ão m ais dispost os que out ros que fazem m uit o barulho
a efetuar um serviço verdadeiro.
Crist o foi sepult ado com pressa, pois se aproxim ava o dia de descanso. Chorar não deve
incomodar o sem ear. Em bora est avam chorando a m ort e de seu Senhor, ainda assim deviam
preparar- se para m ant er sant o o dia do repouso. Quando se aproxim a o dia do repouso deve haver
preparativos. Nossos assunt os m undanos devem ser ordenados de form a t al que não nos im peçam
fazer a obra do dia do descanso; e nossos afet os sant os devem ser t ão est im ulados que nos
conduzam a cum pri- la. Qualquer sej a a obra que em preendam os, ou com o sej am afet ados nossos
corações, não falhem os em preparar- nos para o sant o dia do repouso e para m ant ê- lo sant o, pois é
o dia do Senhor.

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CAPÍTULO 24
Versículos 1- 12 A ressurreição de Cristo
Versículos 13- 27 Se aparece a dois discípulos no caminho a Emaús
Versículos 28- 35 Se dá a conhecer a eles
Versículos 36- 49 Cristo se aparece a outros discípulos
Versículos 50- 53 Sua ascensão

Versículos 1- 12
Veja- se o afet o e o respeit o que as m ulheres dem onst raram para com Crist o, depois que m orreu
e foi sepult ado. Observe- se a surpresa quando encont raram a pedra rem ovida e o t úm ulo vazio. Os
crist ãos cost um am ficar confundidos com o que deveria consolá- los e anim á- los. Esperavam achar a
seu Mest re em seu sudário, em vez de anj os em roupagens refulgent es. Os anj os lhes asseguraram
que t inha ressuscit ado dent re os m ort os; ressuscit ou por seu poder. Est es anj os do céu não t razem
um evangelho novo, porém lembram às mulheres as palavras de Cristo, e lhes ensinam a aplicá- las.
Podem os m aravilhar- nos dest es discípulos, que criam que Jesus era o Filho de Deus e o Messias
verdadeiro, aos que t ão freqüent em ent e t inha- lhes falado que devia m orrer e ressuscit ar, e depois
ent rar em sua glória, e que em m ais de um a ocasião o t inham vist o ressuscit ar m ort os, pudessem
dem orar t ant o em acredit ar em sua ressurreição por seu poder. Todos nossos erros na religião
surgem de ignorar ou esquecer as palavras que Cristo disse.
Agora Pedro corre ao sepulcro, ele que t ão recent em ent e t inha fugido de seu Mest re. Estava
assombrado. Há m uit as coisas que nos causam est upefação e confusão, e que seriam claras e
proveitosas se entendêssemos corretamente as palavras de Cristo.

Versículos 13- 27
Est a aparição de Jesus aos dois discípulos que iam para Em aús acont eceu no m esm o dia em que
ressuscit ou dent re os m ort os. Muit o bem corresponde aos discípulos de Crist o falar de sua m ort e e
ressurreição, quando est ão j unt os; dest e m odo podem beneficiar- se do conhecim ent o m út uo,
refrescar- se m ut uam ent e a m em ória e est im ular- se uns a out ros em seus afet os devot os. Onde há
som ent e dois que est ej am ocupados nest e t ipo de obra, Ele virá a eles e será o t erceiro. Os que
buscam a Cristo o acharão: Ele se manifestará aos que perguntam por ele; e dará conhecimento aos
que usam as ajudas que têm por o conhecimento.
Não im port a com o foi, m as acont ece que eles não o conheceram ; Ele o ordenou assim para que
eles pudessem conversar m ais livrem ent e com Ele. Os discípulos de Crist o cost um am ent rist ecer- se
e apenar- se apesar de t erem razão para regozij ar- se, m as pela debilidade de sua fé, não podem
t om ar o consolo oferecido. Ainda que Crist o ent rou em seu est ado de exalt ação, ainda percebe a
tristeza de seus discípulos e se aflige de suas aflições.
São forast eiros em Jerusalém os que não sabem da m ort e e dos padecim ent os de Jesus. Os que
t êm o conhecim ent o de Crist o crucificado devem t rat ar de difundir esse saber. Nosso Senhor Jesus
lhes recrim inou a debilidade de sua fé nas Escrit uras do Ant igo Test am ent o. Se soubermos mais dos
conselhos divinos segundo t êm sido dados a conhecer nas Escrit uras, não est aríam os suj eit os às
confusões nas que volt a e m eia nos enredam os. Mostra- lhes que os padecim ent os de Crist o era,
realm ent e, o cam inho designado a sua glória, m as a cruz de Crist o era aquilo no que eles não se
podiam reconciliar por si m esm os. Com eçando por Moisés, o prim eiro escrit or inspirado do Ant igo
Test am ent o, Jesus lhes expõe coisas acerca de si m esm o. Há m uit as passagens em t odas as
Escrituras com referência a Crist o, e é m uit o proveit oso reuni- las. Não nos adent ram os em nenhum
t ext o sem achar algo referido a Crist o, um a profecia, um a prom essa, um a oração, um t ipo ou out ra
coisa. O fio de ouro da graça do evangelho recorre t oda a t ram a do Ant igo Test am ent o. Crist o é o
m elhor exposit or da Escrit ura e, ainda depois de sua ressurreição, conduziu as pessoas a conhecer o
mistério acerca de si m esm o; não pela apresent ação de noções novas, senão m ost rando- lhes com o
se cumpriu a Escritura, e voltando- os ao estudo fervoroso delas.

Versículos 28- 35
Se desej arm os t er a Crist o habit ando em nós, devem os ser honest os com Ele. Os que t êm
experim ent ado o prazer e o proveit o da com unhão com Ele, som ent e podem desej ar m ais de sua
companhia. Tomou o pão, o abençoou e o deu a eles. I sto fez com a autoridade e afeto costumeiros,
na mesma forma, talvez com as mesmas palavras. Aqui nos ensina a desejar uma bênção para cada
comida. Veja- se com o Crist o, por seu Espírit o e sua graça,se dá a conhecer às alm as de seu povo.
Abre as Escrit uras para eles. Reúne- se com eles em sua m esa, na ordenança da Ceia do Senhor; se
dá a conhecer a eles ao part ir o pão, m as a obra se com plet a abrindo- lhes os olhos do

95
entendiment o; t em os breves visões de Crist o nest e m undo, m as quando ent rem os no céu o
veremos para sem pre.
Eles t inham encont rado poderosa a pregação, em bora não reconheceram o pregador. As
Escrituras que falam de Crist o farão arder os corações de seus verdadeiros discípulos.
Provavelm ent e nos faça o m aior bem o que nos afet a com o am or de Jesus ao m orrer por nós. É
dever daqueles aos que se t em m ost rado, dar a conhecer ao próxim o o que Ele t em feit o por suas
almas. De grande ut ilidade para os discípulos de Crist o é com parar suas experiências e cont á- las
uns a outros.

Versículos 36- 49
Jesus se apareceu de m aneira m iraculosa, assegurando aos discípulos sua paz, em bora eles
t inham- no esquecido t ão recent em ent e, e prom et endo- lhes paz espirit ual com cada bênção. Muitos
pensam ent os conflit ant es que surgem em nossos corações em qualquer m om ent o são conhecidos
pelo Senhor Jesus, e lhe desagradam . Falou com eles sobre sua incredulidade irracional. Nada t em
acontecido, senão o anunciado pelos profet as, e o necessário para a salvação dos pecadores. Agora,
deve ser ensinada a t odos os hom ens a nat ureza e a necessidade do arrependim ent o para o perdão
de seus pecados. Devem- se procurar est as bênçãos por fé no nom e de Jesus. Crist o, por seu
Espírit o, opera nas m ent es dos hom ens. At é os hom ens bons necessit am que se abra seu
ent endim ent o, m as para que pensem bem de Crist o, nada é m ais necessário que ent endam as
Escrituras.

Versículos 50- 53
Crist o ascendeu desde Bet ânia, pert o do Mont e das Oliveiras. Ali est ava o j ardim onde
começaram seus sofrim ent os; ali est eve sua agonia. Os que vão ao céu devem ascender desde a
casa dos sofrim ent os e das dores. Os discípulos não o viram sair do t úm ulo; sua ressurreição pôde
ser provada vendo- o vivo depois; porém o viram ascender ao céu; do cont rário, não t eriam t ido
provas de sua ascensão.
Levant ou as m ãos e os abençoou. Não part iu descont ent e, senão com am or, deixando um a
bênção após de sim. Como ressuscitou, assim ascendia, por seu poder.
Eles o adoraram . Est a nova m ost ra da glória de Crist o t irou deles novos reconhecim ent os.
Voltaram a Jerusalém com grande gozo. A glória de Cristo é o gozo de todos os crentes verdadeiros,
j á nest e m undo. Enquant o esperam os as prom essas de Deus, devem os sair a recebê- las com
louvores. Nada prepara m elhor a m ent e para receber o Espírit o Sant o. Os t em ores são silenciados,
as penas adoçadas e aliviadas, e se conservam as esperanças. Est a é a base da confiança do crist ão
ante o trono da graça; sim, o trono do Pai é o trono da graça para nós, porque também é o trono de
nosso Mediador, Jesus Crist o. Descansem os em suas prom essas, e invoquem o- las. At endam os a
suas ordenanças, louvem os e abençoem os a Deus por suas m isericórdias, coloquem os nossos afet os
nas coisas de cim a, e esperem os a vinda do Redent or para com plet ar nossa felicidade. Amém. Sim,
Senhor Jesus, vem logo.

JOÃO

O apóst olo e evangelist a João parece t er sido o m ais j ovem dos doze. Foi especialm ent e
favorecido com a consideração e confiança de nosso Senhor, a pont o de ser cham ado com o o
discípulo que Jesus am ava. Est ava sinceram ent e ligado a seu Mest re. Exerceu seu m inist ério em
Jerusalém com m uit o êxit o, e sobreviveu à dest ruição dessa cidade, segundo a predição de Crist o
( capít ulo 21.22) . A hist ória narra que depois da m ort e da m ãe de Crist o, João viveu principalm ent e
em Éfeso, onde se crê que escreveu seu evangelho e as epíst olas, por volt a do 97 d.C., e m orreu
pouco depois.
O obj et ivo dest e evangelho parece ser a t ransm issão ao m undo crist ão de noções j ust as da
natureza, o ofício e o carát er verdadeiro do Divino Mest re, que veio para inst ruir e redim ir a
humanidade. Com est e propósit o, João foi guiado a escolher, para sua narração, as passagens da
vida de nosso Salvador que m ost ram m ais claram ent e sua aut oridade e seu poder divino; e aqueles
discursos nos que falou m ais claram ent e de sua nat ureza, e do poder de sua m ort e com o expiação
pelos pecados do m undo. Om it indo ou m encionando brevem ent e os sucessos regist rados pelos
out ros evangelist as, João dá t est em unho de que seus relat os são verdadeiros, e deixa lugar para as

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declarações dout rinárias j á m encionadas, e para det alhes om it idos em out ros evangelhos, m uit os
dos quais têm enorme importância.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 5 A divindade de Cristo
Versículos 6- 14 Sua natureza divina e humana
Versículos 15- 18 O testemunho de Cristo por João Batista
Versículos 19- 28 O testemunho público de João sobre Cristo
Versículos 29- 36 Outros testemunhos de João sobre Cristo
Versículos 37- 42 André e outro discípulo seguem a Jesus
Versículos 43- 51 Chamado de Filipe e Natanael

Versículos 1- 5
A razão m ais sim ples do por quê se cham a Verbo ao Filho de Deus parece ser que com o nossas
palavras explicam nossas idéias aos out ros, assim foi enviado o Filho de Deus para revelar o
pensamento de Seu Pai ao mundo.
O que diz o evangelist a acerca de Crist o prova que Ele é Deus. Afirm a sua exist ência no com eço;
sua co- exist ência com o Pai. O Verbo est ava com Deus. Todas as coisas foram feit as por Ele, e não
com o inst rum ento. Sem Ele nada do que exist e foi feit o, desde o anj o m ais elevado at é o verm e
m ais baixo. I st o m ost ra quão bem qualificado est ava para a obra de nossa redenção e salvação. A
luz da razão, e a vida dos sent idos, deriva dEle, e depende dEle. Est e Verbo et erno, est a Luz
verdadeira, resplandece, m as as t revas não a com preenderam . Oremos sem cessar para que nossos
olhos sej am abert os para cont em plar est a luz, para que andem os nEle; e assim sej am os feit os
sábios para salvação por fé em Jesus Cristo.

Versículos 6- 14
João Bat ist a veio dar t est em unho de Jesus. Nada revela com m aior plenit ude as t revas da m ent e
dos hom ens que quando apareceu a Luz que houve necessidade de um a t est em unha para cham ar a
atenção a ela. Cristo era a Luz verdadeira; essa grande Luz que merece ser assim chamada. Por seu
Espírit o e graça ilum ina a t odos os que est ão ilum inados para salvação; e os que não est ão
iluminados por Ele, perecem nas t revas. Crist o est eve no m undo quando assum iu nossa nat ureza e
habit ou conosco. O Filho do Alt íssim o est eve aqui nest e m undo inferior. Esteve no m undo, m as não
era do m undo. Veio salvar um m undo perdido, porque era um m undo de Sua própria feit ura.
Cont udo, o m undo não o conheceu. Quando venha com o Juiz, o m undo o conhecerá. Muit os dizem
que são de Crist o, em bora não o recebem porque não deixam seus pecados nem perm it em que Ele
reine sobre eles.
Todos os filhos de Deus são nascidos de novo. Est e novo nascim ent o é por m eio da palavra de
Deus ( 1 Pe 1.23) , e pelo Espírit o de Deus Enquanto a Aut or. Por sua presença divina, Crist o sem pre
est eve no m undo, porém , agora que chegaria o cum prim ent o do t em po, Ele foi, de out ra form a,
Deus m anifest ado na carne. Observem- se, não obst ant e, os raios de sua glória divina que
perfuraram est e véu de carne. Em bora est eve na form a de servo, no que diz respeit o às
circunst âncias ext ernas, a respeit o da graça sua form a foi a do Filho de Deus cuj a glória divina se
revela na sant idade de sua dout rina e em seus m ilagres. Foi cheio de graça, com plet am ent e
aceit ável a seu Pai, port ant o, apt o para int erceder por nós; e cheio de verdade, plenam ent e cient e
das coisas que revelaria.

Versículos 15- 18
Cronologicam ent e e na ent rada em sua obra, Crist o veio depois de João, m as em t oda out ra
form a, foi ant es dele. A expressão m ost ra claram ent e que Jesus t inha exist ência ant es de aparecer
na t erra com o hom em . NEle habit a t oda plenit ude, de quem só os pecadores caídos t êm , e
receberão por fé, todo o que os faz sábios, fortes, santos, úteis e ditosos. Todo o que recebemos por
Crist o se resum e nest a só palavra: graça. Recebem os " graça sobre graça" , um dom t ão grande, t ão
rico, t ão inapreciável; a boa vont ade de Deus para conosco, e a boa obra de Deus em nós. A lei de
Deus é sant a, j ust a e boa; e devem os fazer uso apropriado dela. Mas não podem os derivar dela o
perdão, a justiça ou a força. Nos ensina a enfeitar a doutrina de Deus nosso Salvador, mas não pode
t om ar o lugar dessa dout rina. Com o nenhum a m isericórdia procede de Deus para os pecadores
senão por m eio de Jesus Crist o, nenhum hom em pode ir ao Pai senão por Ele; ninguém pode
conhecer a Deus salvo que Ele o dê a conhecer no Filho unigênito e amado.

97
Versículos 19- 28
João nega ser o Crist o esperado. Veio no espírit o e o poder de Elias, m as não era a pessoa de
Elias. João não era aquele Profet a do qual Moisés falou, que o Senhor levant aria de seus irm ãos
com o para Ele. Não era o profet a que eles esperavam os resgat aria dos rom anos. Se apresent ou de
t al m odo que poderia t ê- los despert ado e est im ulado para que o ouvissem . Bat izou a gent e com
água com o profissão de arrependim ent o e com o sinal ext erno das bênçãos espirit uais que lhes
conferiria o Messias, que est ava em m eio deles, em bora não o reconhecessem , Aquele ao qual ele
era indigno de prestar o serviço mais vil.

Versículos 29- 36
João viu a Jesus que vinha a ele, e o indicou com o o Cordeiro de Deus. O cordeiro pascoal, no
derram am ent o e no aspergir de seu sangue, o assar e com er sua carne e t odas as dem ais
circunst âncias da ordenança, represent avam a salvação dos pecadores por fé em Crist o. Os
cordeiros sacrificados a cada m anhã e cada t arde podem referir- se som ent e a Crist o m ort o com o
sacrifício para redim ir- nos para Deus por seu sangue. João veio com o pregador de arrependim ent o,
apesar de que disse a seus seguidores que deviam buscar o perdão de seus pecados som ent e em
Jesus e em sua m ort e. Concorda com a glória de Deus perdoar a t odos os que dependem do
sacrifício expiat ório de Crist o. Ele t ira o pecado do m undo; adquire perdão para t odos os que se
arrependem e crêem no evangelho. I sto estimula nossa fé; se Cristo tira o pecado do mundo, então,
por quê não meu pecado? Ele levou o pecado por nós, e, assim , o t ira de nós. Deus poderia t er
t irado o pecado elim inando o pecador, com o t irou o pecado do velho m undo, porém eis aqui um a
m aneira de t irar o pecado salvando o pecador, fazendo pecado a seu Filho, ist o é, fazendo- o ofert a
pelo pecado por nós. Vej am os a Jesus t irando o pecado, e que isso nos faça odiar o pecado e
decidir- nos em sua contra. Não nos aferremos daquilo que o Cordeiro de Deus veio eliminar.
Para confirm ar seu t est em unho de Crist o, João declara suas aparição em ocasião de seu bat ism o,
coisa que o próprio Deus t est ificou. Viu e t om ou not a de que era o Filho de Deus. Est e é o fim e o
obj et ivo do t est em unho de João: que Jesus era o Messias prometido. João aproveit ou t oda
oportunidade que lhe foi oferecida para guiar a gente a Cristo.

Versículos 37- 42
O argum ent o m ais fort e e dom inant e de um a alm a vivificada para seguir a Crist o é que Ele é o
único que t ira o pecado. Qualquer sej a a com unhão que exist a ent re nossas alm as e Crist o, Ele é
quem com eça a conversação. Pergunt ou, " Que buscam ?" A pergunt a que lhes faz Jesus é a que
deveríam os fazer- nos t odos quando com eçam os a segui- lo: que querem os e que desej am os? Ao
seguir a Crist o, buscam os o favor de Deus e a vida et erna? Os convida a acudir sem dem ora. Agora
é o tempo aceitável (2 Co 6.2). Bom é para nós estar onde esteja Cristo, onde quer que seja.
Devem os t rabalhar pelo bem - est ar espirit ual de nossos parent es, e procurar levá- los a Ele. Os
que vão a Crist o devem ir com a resolução fixa de ser firm es e const ant es nEle, com o pedra, sólida
e firme; e é por sua graça que são assim.

Versículos 43- 51
Veja- se a nat ureza do crist ianism o verdadeiro: seguir a Jesus, dedicar- nos a Ele e seguir suas
pegadas. Olhem para a obj eção que fez Nat anael. Todos os que desej am aproveit ar a palavra de
Deus devem cuidar- se dos prej uízos cont ra lugares ou denom inações dos hom ens. Devem
examinar- se por si m esm os e, às vezes, acharão o bem onde não o procuraram . Muit a gent e se
m ant ém fora dos cam inhos da religião pelos prej uízos irracionais que concebem . A m elhor m aneira
de eliminar as falsas noções da religião é julgá- la.
Não havia engano em Nat anael. Sua profissão não era hipócrit a. Não era um sim ulador nem
desonest o; era um carát er sadio, um hom em realm ent e ret o e piedoso. Crist o sabe, sem dúvida, o
que são os hom ens. Nos conhece? Desej em os conhecê- lo. Procurem os e orem os para serm os um
verdadeiro israelit a no qual não há engano, crist ãos verdadeiram ent e aprovados pelo próprio Crist o.
Algum as coisas débeis, im perfeit as e pecam inosas encont ram - se em t odos, m as a hipocrisia não
corresponde ao carát er do crent e. Jesus deu t est em unho do que acont eceu quando Nat anael est ava
em baixo da figueira. Provavelm ent e, ent ão, est avam orando com fervor, buscando direção acerca
da Esperança e do Consolo de I srael, onde nenhum olho hum ano o visse. I st o dem onst rou que
nosso Senhor conhecia os segredos de seu coração.
Por m eio de Crist o t em os com unhão com os sant os anj os e nos beneficiam os deles; e se
reconciliam e unem as coisas do céu e as coisas da terra.

98
CAPÍTULO 2
Versículos 1- 11 O milagre de Caná
Versículos 12- 22 Cristo expulsa do templo os compradores e vendedores
Versículos 23- 25 Muitos crêem em Cristo

Versículos 1- 11
É m uit o desej ável que quando haj a um m at rim ônio Crist o o reconheça e abençoe. Os que
queiram t er a Crist o com eles em seu m at rim ônio devem convidá- lo por m eio da oração e Ele virá.
Enquant o est am os nest e m undo nos encont ram os, às vezes, em apert o ainda quando crem os est ar
na abundância. Havia um a necessidade na fest a de bodas. Os que são dados a preocupar- se pelas
coisas do m undo devem esperar problem as e cont ar com o desencant o. Quando falam os a Crist o
devem os expor com hum ildade nosso caso ant e Ele e, depois, encomendar- nos a Ele para que faça
como lhe apraz.
Não houve desrespeit o na respost a de Crist o a sua m ãe. Usou a m esm a palavra quando lhe falou
com afet o desde a cruz, m as é t est em unho present e cont ra a idolat ria das épocas post eriores que
rende honras indevidas a sua mãe.
Sua hora chega quando não sabem os que fazer. A dem ora da m isericórdia não é um a negação
das orações. Os que esperam os favores de Crist o devem obedecer suas ordens com pront idão. O
caminho do dever é o caminho à misericórdia, e não se devem objetar os métodos de Cristo.
O prim eiro dos m ilagres de Moisés foi convert er água em sangue ( Êx 7.20) ; o com eço dos
milagres de Crist o foi convert er água em vinho, o qual pode fazer- nos lem brar a diferença que
exist e ent re a lei de Moisés e o evangelho de Crist o. Ele dem onst ra que beneficia com consolos da
criação a t odos os crent es verdadeiros e que a eles convert e em verdadeiro consolo. As obras de
Cristo são todas para bem. Tem convertido tua água em vinho, te deu conhecimento e graça? É para
aproveitá- lo; portanto, tira agora e usa dele. Era o melhor vinho. As obras de Cristo se recomendam
por si m esm as ainda ant e os que não conhecem a seu Aut or. O que é produzido por m ilagre sem pre
t em sido o m elhor de seu t ipo. Em bora com ist o Crist o perm it e o uso correto do vinho, não anula no
m ais m ínim o sua advert ência de que nossos corações, em m om ent o nenhum devem carregar- se
com glut onaria ou em briaguez ( Lc 21.34) . Apesar de que não t em os de ser m elindrosos para
festej ar com nossas am izades em ocasiões apropriadas, de t odos m odos, t oda reunião social deve
realizar- se de modo tal que possamos convidar a reunir- se conosco ao Redentor, se agora estiver na
terra; toda leviandade, luxúria e excesso o ofendem.

Versículos 12- 22
A prim eira obra pública na que acham os a Crist o é expulsar do t em plo os cam bist as que os
cobiçosos sacerdotes e dirigentes apoiavam para que convertessem em mercado seus átrios. Os que
agora fazem da casa de Deus um m ercado são os que t êm suas m ent es cheias com o int eresse
pelos negócios do mundo quando assistem aos exercícios religiosos, ou os que desempenham ofícios
divinos por amor a um lucro.
Tendo purificado o t em plo, Crist o deu um sinal aos que lhe pediram que provasse sua aut oridade
para agir: Anuncia sua m ort e pela m aldade dos j udeus. Dest ruam est e t em plo. Eu perm it irei que o
destruam. Anuncia sua ressurreição por seu próprio poder: em t rês dias o levant arei. Cristo voltou à
vida por seu poder. Os hom ens erram quando ent endem lit eralm ent e nos casos em que as
Escrituras falam figuradam ent e. Quando Jesus ressuscit ou dent re os m ort os, seus discípulos
lem braram que t inha falado isso. Muit a aj uda a nosso ent endim ent o da palavra divina é que
observemos o cumprimento das Escrituras.

Versículos 23- 25
Nosso Senhor conhecia a t odos os hom ens, sua nat ureza, suas disposições, seus afet os e suas
int enções, de um a m aneira que nós não conhecem os a ninguém , nem sequer a nós m esm os.
Conhece seus ast ut os inim igos, e t odos seus proj et os secret os; a seus falsos am igos e seu
verdadeiro caráter. Ele sabe quem são verdadeiram ent e seus, conhece sua ret idão, e conhece suas
fraquezas. Sabem os o que os hom ens fazem ; Crist o sabe o que há neles, Ele prova seu coração.
Cuidado com um a fé m ort a ou um a profissão de fé form al: Não se deve confiar nos professant es
carnais e vazios, e não obst ant e que os hom ens se im ponham a out ros ou a si m esm os, não podem
impor- se ao Deus que esquadrinha o coração.

99
CAPÍTULO 3
Versículos 1- 21 Conversação de Cristo com Nicodemos
Versículos 22- 36 O batismo de João e o de Cristo Testemunho de João

Versículos 1- 21
Nicodemos temia, ou se envergonhava, de ser visto com Cristo, portanto acudiu de noite. Quando
a religião est á fora de m oda, há m uit os Nicodemos, m as a despeit o que veio de noit e, Jesus o
recebeu, e por isso nos ensina a anim ar os bons com eços, em bora fracos. Ainda que est a vez veio
de noit e, depois reconheceu publicam ent e a Crist o. Não falou com Crist o de assunt o de est ado,
apesar de ser um governant e, senão dos int eresses de sua própria alm a e de sua salvação, falando
a esse respeito de uma vez só.
Nosso Salvador fala da necessidade e nat ureza da regeneração ou novo nascim ent o e, de
imediat o levou a Nicodemos à font e de sant idade do coração. O nascim ent o é o com eço da vida;
nascer de novo é com eçar a viver de novo, com o os que viveram m uit o errados ou com escasso
sentido. Devem os t er um a nova nat ureza, novos princípios, novos afet os, novas m iras. Por nosso
prim eiro nascim ent o som os corrupt os, form ados no pecado; port ant o, devem os ser feit os novas
criaturas. Não poderia t er- se escolhido um a expressão m ais fort e para significar um a m udança de
est ado e de carát er t ão grande e not ável. Devem os ser int eiram ent e diferent e do que fom os ant es,
com o aquilo que com eça a ser em qualquer m om ent o, não é, e não pode ser o m esm o que era
antes. Est e novo nascim ent o é do céu ( capít ulo 1.13) , e t ende para o céu. É um a grande m udança
realizada no coração do pecador pelo poder do Espírit o Sant o. Significa que algo é feit o em nós e a
favor de nós, que não podem os fazer por nós m esm os. Algo opera, pelo que com eça um a vida que
durará por sem pre. De out ra m aneira, não podem os esperar um benefício de Crist o; é necessário
para nossa felicidade aqui e no além.
Nicodemos ent endeu errado o que disse Crist o, com o se não houvesse out ra form a de regenerar
e m oldar de novo um a alm a im ort al que volt ar a dar um m arco ao corpo. Cont udo, reconheceu sua
ignorância, o que m ost ra o desej o de ser m elhor inform ado. Ent ão, o Senhor Jesus explica m ais.
Most ra o Aut or dest a bendit a m udança. Não é obra de nossa sabedoria ou poder próprios, senão do
poder do bendit o Espírit o. Som os form ados em iniqüidade, o que faz necessário que nossa nat ureza
sej a m udada. Não t em os que m aravilhar- nos disso, pois quando consideram os a sant idade de Deus,
a depravação de nossa nat ureza, e a felicidade colocada diant e de nós, não devem os pensar que é
estranho que se faça tanto ênfase sobre isso.
A obra regeneradora do Espírit o Sant o se com para com a água. Tam bém é provável que Crist o
tenha- se referido à ordenança do bat ism o. Não se t rat a de que sej am salvos t odos aqueles
batizados, e som ent e eles; porém , sem o novo nascim ent o operado pelo Espírit o, e significado pelo
batismo, ninguém será súbdito do Reino dos Céus.
A m esm a palavra significa vent o e Espírit o. O vent o sopra de onde quer para nós; Deus o dirige.
O Espírit o envia suas influências ocult as aonde, e quando, e a quem , e na m edida e grau que lhe
apraz. Em bora as causas sej am ocult as, os efeit os são evident es, quando a alm a é levada a
lamentar- se pelo pecado e a respirar segundo Cristo.

Versículos 9- 13
A exposição feit a por Crist o da dout rina e a necessidade da regeneração parece não t er ficado
clara para Nicodemos. Assim , as coisas do Espírit o de Deus são t olice para o hom em nat ural. Muitos
pensam que não pode ser provado o que não podem crer.
O discurso de Crist o sobre as verdades do evangelho, versículos 11- 13, m ost ra a t orpeza
daqueles que fazem que est as coisas sej am est ranhas para eles; e nos recom enda que as
investiguemos. Jesus Crist o é capaz em t oda form a de revelar- nos a vont ade de Deus; porque
desceu do céu, e ainda est á no céu. Aqui t em os um a not a das duas nat urezas dist int as de Crist o
numa pessoa, de modo que é o Filho do Homem, apesar de estar no céu. Deus é "O QUE É", e o céu
é a habitação de sua santidade. Este conhecimento deve vir do alto e somente pode ser recebido por
fé.

Versículos 14- 18
Jesus Crist o veio a salvar- nos curando- nos, com o os filhos de I srael picados por serpent es
ardent es foram curados e viveram ao olharem para a serpent e de bronze ( Nm 21.6- 9). Observe- se
nisto a natureza mortal e destruidora do pecado. Pergunte- se a consciências vivificadas, pergunte- se
a pecadores condenados, os que dirão que, por encant adoras que sej am as seduções do pecado,
afinal m ordem com o serpent es. Veja- se o rem édio poderoso cont ra est a doença fat al. Crist o nos é

100
propost o claram ent e no evangelho. Aquele ao qual ofendem os é nossa Paz, e a m aneira de solicit ar
a cura é acreditar. Se algum até agora toma levianamente a doença do pecado ou o método de cura
de Crist o, e não O recebe nas condições que Ele propõe, sua ruína pende sobre sua cabeça. Ele
disse: Olhem e sej am salvos, olhem e vivam ; alcem os olhos da fé a Crist o crucificado. Enquanto
não t enham os a graça para fazer ist o, não serem os curados, m as cont inuarem os feridos pelos
aguilhoes de Satanás e em estado moribundo.
Jesus Crist o veio a salvar- nos perdoando- nos, para que não m orrêssem os pela sent ença da lei.
Eis aqui o evangelho, a verdade, a boa nova. Eis aqui o am or de Deus ao dar seu Filho pelo m undo.
Tant o am ou Deus o m undo, t ão verdadeiram ent e, t ão ricam ent e. Olhem e m aravilhem - se de que o
grande Deus ame um mundo tão indigno!
Aqui, t am bém , est á o grande dever do evangelho: crer em Jesus Crist o. Tendo- o dado Deus para
que fosse nosso Profet a, Sacerdot e e Rei, nós devem os dar- nos para serm os governados e
ensinados, e salvos por Ele. Eis aqui o grande benefício do evangelho, que quem quiser que creia
em Crist o não perecerá, m as t erá a vida et erna. Deus est ava em Crist o reconciliando o m undo
consigo m esm o, e desse m odo, o salvava. Não podia ser salvo senão por m eio dEle; em nenhum
outro há salvação.
Dist o t udo se m ost ra o prazer do crent e verdadeiro: o que crê em Crist o não é condenado.
Embora tenha sido um grande pecador, não é tratado segundo o merecem seus pecados.

Versículos 18- 21
Quão grande é o pecado dos incrédulos! Deus enviou a Um que era o m ais am ado por Ele, por
salvar- nos; e não será o m ais am ado para nós? Quão grande é a m iséria dos incrédulos! Já foram
condenados, o que fala de um a condenação certa; um a condenação presente. A ira de Deus agora
se desat a sobre eles; e os condenam seus próprios corações. Tam bém exist e um a condenação
baseada em sua culpa ant erior; eles est ão expost os à lei por t odos seus pecados; porque não est ão
int eressados por fé no perdão do evangelho. A incredulidade é um pecado cont ra o rem édio. Brota
da inim izade do coração do hom em para com Deus, do am or ao pecado em algum a form a. Leia- se
t am bém a condenação dos que não querem conhecer a Crist o. As obras pecadoras são as obras das
trevas. O m undo ím pio se m ant ém longe dest a luz com o pode, não sej a que suas obras sej am
reprovadas. Crist o é odiado porque am am o pecado. Se não odiassem o conhecim ent o da salvação,
não ficariam contentes na ignorância condenadora.
Por out ro lado, os corações renovados dão as boas- vindas à luz. Um hom em bom age
verdadeiram ent e e sinceram ent e em t odo o que faz. Teve lugar um a m udança em t odo seu carát er
e conduta. O am or a Deus é derram ado em seu coração pelo Espírit o Sant o, e chega a ser o
princípio reit or de suas ações. Na m edida em que cont inue sob um a carga de culpa não perdoada,
som ent e pode t er um t em or servil a Deus; porém , quando suas dúvidas se dissipam , quando vê a
base j ust a sobre a qual se edifica seu perdão, o assum e com o se fosse próprio, e se une com Deus
por um amor sem fingimento. Nossas obras são boas quando a vontade de Deus é a regra delas, e a
glória de Deus, sua finalidade; quando se fazem em Seu poder e por am or a Ele; a Ele, e não aos
homens.
A regeneração, ou o novo nascim ent o, é um t em a do qual o m undo t em aversão; cont udo, é o
grande ganho em com paração com o qual t odo o rest o não é senão ninharias. Que pode significar
que t enham os com ida para com er em abundância, e um a variedade de roupas para usar, se não
form os nascidos de novo? se depois de um as quant as m anhãs e t ardes passadas em alegria
irracional, prazer carnal e desordem , m orrem os em nossos pecados e j azem os na dor? De que vale
que sej am os capazes de desem penhar nossa part e na vida, em t odo out ro aspect o, se no final
ouvim os de part e do Juiz Suprem o: " Afast ai- vos de m im , não vos conheço, operadores de
maldade"?

Versículos 22- 36
João se sat isfez por com plet o com o lugar e a obra designados, m as Jesus veio para um a obra
m ais im port ant e. Ele sabia que Jesus cresceria em honra e influência, porque seu reino e sua paz
não t eriam fim , enquant o que a ele o seguiriam cada vez m enos. João sabia que Jesus veio do céu
com o o Filho de Deus, enquant o ele era um hom em m ort al e pecador, que som ent e podia falar das
coisas m ais sim ples da religião. As palavras de Jesus eram a palavra de Deus; Ele t inha o Espírit o,
não segundo a m edida com o os profet as, senão em t oda sua plenit ude. A vida et erna pode t er- se
som ent e pela fé nEle, e assim só pode ser obt ida; m as não podem part icipar da salvação t odos os
que não crêem no Filho de Deus, e a ira de Deus está sobre eles para sempre.

101
CAPÍTULO 4
Versículos 1- 3 A partida de Cristo a Galiléia
Versículos 4- 26 Sua conversação com a mulher samaritana
Versículos 27- 42 Os efeitos da conversação de Cristo com a mulher de
Samaria
Versículos 43- 54 Cristo sara o filho do nobre

Versículos 1- 3
Jesus se dedicou m ais a pregar, que era m ais excelent e, que a bat izar ( 1 Co 1.17) . Honraria a
seus discípulos ut ilizando- os para bat izar. Nos ensina que o benefício dos sacram ent os não depende
da mão de quem os ministra.

Versículos 4- 26
Havia m uit o ódio ent re sam arit anos e j udeus. O cam inho de Crist o desde a Judéia at é a Galiléia
passava por Sam aria. Não devem os m et er- nos em lugares de t ent ação, senão quando devem os e,
então, não devemos permanecer neles, mas apressar- nos a passar por eles.
Aqui t em os a nosso Senhor Jesus suj eit o à fadiga norm al dos viaj ant es. Assim vem os que era
verdadeiro hom em . O t rabalho cansat ivo veio com o pecado; port ant o Crist o, t endo- se feit o
maldição por nós, est eve suj eit o a ele. Além disso, era pobre e realizou t odas suas viagens a pé.
Cansado, pois, sent ou- se no poço; não t inha um t ravesseiro onde repousar. Dest e m odo se sent ou,
como senta alguém cansado de viajar. Com certeza devemos submeter- nos rapidamente a ser como
o Filho de Deus em coisas como essas.
Crist o pediu água à m ulher. Ela se surpreendeu porque Ele não dem onst rou a ira de sua nação
cont ra os sam arit anos. Os hom ens m oderados de t odas part es são os hom ens que assom bram .
Crist o aproveit ou a ocasião para ensinar- lhe coisas divinas: convert eu a est a m ulher dem onst rando-
lhe suas ignorância e concupiscência e sua necessidade de um Salvador. Se alude ao Espírit o com a
água viva. Com est a com paração t inha sido prom et ida a bênção do Messias no Ant igo Test amento.
As graças do Espírit o e suas consolações sat isfazem a alm a sedent a que conhece sua própria
natureza e necessidade.
O que Jesus disse figuradam ent e, ela o ent endeu lit eralm ent e. Crist o indica que a água do poço
de Jacó dava um a sat isfação de breve duração. Não im port a quais sej am as águas de consolação
que bebam os, t erem os sede de novo. Mas o que part icipa do Espírit o de graça, e do consolo do
evangelho, nunca est ará falt o do que lhe dará st f a sua alm a. Os corações carnais não olham m ais
alt o que as m et as carnais. Dá- m e, disse ela, não para que eu t enha a vida et erna propost a de
Cristo , senão para que não deva mais vir aqui a buscar água.
A m ent e carnal é m uit o engenhosa para m udar as convicções e im pedir que pressionem , porém
nosso Senhor Jesus dirige m uit o cert eiram ent e a convicção de pecado à consciência dela! A
repreendeu severamente por seu presente estado de vida.
A m ulher reconheceu que Crist o era profet a. O poder de sua palavra para esquadrinhar o coração
e convencer de coisas secretas a consciência é prova de autoridade divina.
Pensar que desaparecem as coisas pelas quais lut am os deveria esfriar nossas cont endas. O
objet o de adoração cont inuará sendo o m esm o: Deus, com o Pai; porém se dará fim a t odas as
diferenças sobre o lugar e adoração. A razão nos ensina a considerar a decência e a conveniência
nos lugares de nosso serviço de adoração, m as a religião não dá preferência a um lugar a respeit o
de outro Enquanto à santidade e a aprovação de Deus.
Os j udeus t inham , cert am ent e, a razão. Os que obt iveram um cert o conhecim ent o de Deus pelas
Escrit uras, sabem a quem adoram . A palavra de salvação era dos j udeus. Chegou a out ras nações
através deles. Cristo preferiu, com justiça, a adoração judaica antes que a samaritana, mas aqui fala
do ant erior com o de algo que logo t erm inará. Deus est ava a pont o de ser revelado com o o Pai de
t odos os crent es de t oda nação. O espírit o ou alm a do hom em , influenciado pelo Espírit o Sant o,
deve adorar a Deus e ter comunhão com Ele. Os afetos espirituais, como demonstrados nas orações,
súplicas e ações de graças fervorosas, const it uem a adoração de um coração ret o, no qual Deus se
deleita e é glorificado.
A m ulher est ava dispost a a deixar a quest ão sem decidir at é a vinda do Messias, porém Crist o
disse: " Eu sou, o que fala cont igo" . Ela era um a sam arit ana est rangeira e host il; o sim ples fat o de
falar com ela era considerado como desprestigio para nosso Senhor Jesus. Contudo, Ele se revelou a
esta mulher com mais plenitude do que tinha feito com qualquer de seus discípulos. Nenhum pecado
passado pode im pedir que sej am os aceit os por Ele, se nos hum ilharm os diant e dEle, crendo nEle
como o Cristo, o Salvador do mundo.

102
Versículos 27- 42
Os discípulos se surpreenderam de que Crist o conversasse com um a sam arit ana, em bora sabiam
que era por um a boa razão e para um propósit o bom . Assim , pois, quando aparecem dificuldades
em det alhes na palavra e na providência de Deus, é bom que nos sat isfaçam os com que t odo o que
Jesus Cristo diz e faz está certo.
Duas coisas afet aram à m ulher. A m agnit ude de seu conhecim ent o: Crist o conhece t odos os
pensam ent os, palavras e ações de t odos os filhos dos hom ens. E o poder de sua palavra: Ele falou
com poder de seus pecados secret os. Ela se aferrou daquela part e do discurso de Crist o, que muitos
poderiam pensar que ela seria resist ent e a repet ir, porém o conhecim ent o de Crist o, ao qual som os
guiados pela convicção do pecado, é muito provável que seja sadio e salvador.
Eles foram a Ele: os que desej em conhecer a Crist o devem achá- lo onde Ele regist re seu nome.
Nosso Mest re nos deixou um exem plo para que aprendam os a fazer a vont ade de Deus com o Ele a
fez; com diligência como os que fazem dela sua atividade; com deleite e prazer nela. Cristo compara
sua obra com a sega. A sega est á det erm inada e se cuida dela ant es que chegue; assim foi com o
evangelho. O tempo de colher é tempo de muito trabalho; então, todos devem estar nas lavouras. O
t em po da sega é curt o e a obra da colheit a deve realizar- se ent ão, ou não será feit a; assim , pois, o
t em po do evangelho é um a t em porada que não pode recuperar- se se j á passou. Às vezes Deus usa
inst rum ent os m uit o fracos e im prováveis para com eçar e cont inuar a boa obra. Nosso Salvador
difunde conhecim ent o em t odo um povo ensinando- lhe a um a coit ada m ulher. Bendit os são os que
não se ofendem com Crist o. Desej am verdadeiram ent e aprender m ais aqueles aos que Deus ensina.
Muito agrega ao louvor de nosso amor por Cristo e sua palavra se vencer prejuízos.
A fé deles cresceu. ENQUANTO a isso, eles creram que Ele era o Salvador não som ent e dos
j udeus, senão do m undo. Com essa cert eza sabem os que Crist o é verdadeiram ent e Aquele, e sobre
essa base, porque nós mesmos o ouvimos.

Versículos 43- 54
O pai era um oficial do rei, m as o filho est ava doent e. As honras e os t ít ulos não são garant ia
cont ra a doença e a m ort e. Os m aiores hom ens devem ir a Deus, devem t ornar- se m endigos. O
nobre não se det eve em sua pet ição at é que prevaleceu, m as prim eiram ent e descobriu a fraqueza
de sua fé no poder de Crist o. Cust a convencer- nos de que a dist ância de t em po e lugar não
obstaculizam o conhecimento, a misericórdia nem o poder de só Senhor Jesus.
Crist o deu um a respost a de paz. Se Crist o diz que a alm a viva, viverá. O pai seguiu seu caminho,
o que dem onst rou a sinceridade de sua fé. Sat isfeit o, não se apressou a volt ar a sua casa naquela
noit e; regressou com o quem est á em paz com sua consciência. Seus servos saíram a seu encont ro
com a not ícia da recuperação de seu filho. A boa nova sairá ao encont ro dos que esperam na
palavra de Deus. Confirm a nossa fé que com parem os diligent em ent e as obras de Jesus com sua
Palavra. E levar a cura à fam ília t rouxe a salvação. Assim , pois, experim ent ar o poder de um a
palavra de Crist o pode est abelecer a aut oridade de Crist o na alm a. Toda a fam ília creu igualm ent e.
O m ilagre fez que desej assem a Jesus para eles. O conhecim ent o de Crist o ainda se difunde pelas
famílias, e os homens acham saúde e salvação para suas almas.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 9 A cura no tanque de Betesda
Versículos 10- 16 O descontento dos judeus
Versículos 17- 23 Cristo reprova os judeus
Versículos 24- 27 O sermão de Cristo

Versículos 1- 9
Por nat ureza t odos som os im pot ent es em m at érias espirit uais, cegos, coxos e m urchos; porém a
provisão plena para nossa cura est á feit a, se at ent arm os a ela. Um anj o descia e revolvia as águas,
que curavam t oda doença, porém som ent e se beneficiava aquele que era o prim eiro em ent rar nela.
I st o nos ensina a serm os cuidadosos para que não deixem os escapar um a ocasião que não pode
voltar.
O hom em t inha perdido o uso de suas ext rem idades fazia t rint a e oit o anos. Nos queixarem os de
um a not e fat igant e, nós que, t alvez por m uit os anos, apenas t em os sabido o que é est ar doent e por
um dia, quando muitos outros, melhores que nós, apenas se souberam o que é estar bem um dia?
Crist o separou a est e do rest o. Os que t êm passado m uit o t em po afligidos, podem consolar- se
com que Deus leva a cont a do t em po t ranscorrido. Note- se que est e hom em fala da falt a de

103
amabilidade dos que o rodeiam , sem reflet ir raiva. Assim com o devem os ser agradecidos, t am bém
devemos ser pacientes. Nosso Senhor Jesus o cura, embora ele não o pediu nem pensou. Levanta- te
e anda. A ordem de Deus: Volt a e vive, faz- t e um novo coração, não pressupõe em nós m ais poder
sem a graça de Deus, sua graça que dist ingue, do que est a ordem supôs poder no hom em
incapacit ado: foi pelo poder de Crist o e Ele deve t er t oda a glória. Que surpresa gozosa para o
coit ado aleij ado achar- se repent inam ent e t ão bem , t ão fort e, t ão capaz de aj udar- se a si m esm o! a
prova da sanidade espirit ual é que nos levant am os e cam inham os. Se Crist o curou nossas doenças
espirituais, vamos aonde nos mande e levemos o que Ele nos imponha, e andemos diante dEle.

Versículos 10- 16
Os aliviados do castigo do pecado correm o risco de voltar a pecar quando se termina o terror e a
rest rição, a m enos que a graça divina seque a font e de seu pecado. A m iséria desde a qual são
feitos íntegros os crentes, nos adverte que não pequemos mais, tendo sentido o aguilhão do pecado.
Est a é a voz de cada providência: Vai e não peques m ais. Crist o viu que era necessário dar est a
advert ência, porque é m uit o freqüent e que a gent e prom et a muito quando est á doent e; e apenas
curados, cum prem som ent e algo, porém depois de um t em po, esquecem tudo. Crist o fala da ira
vindoura, a qual supera a com paração com as m uit as horas, sim , com as sem anas e anos de dor
que devem sofrer alguns hom ens ím pios, com o conseqüência de suas indulgências ilícit as, e se t ais
aflições são severas, quão temível será o castigo eterno do ímpio!

Versículos 17- 23
O poder divino do milagre demonstra que Jesus é o Filho de Deus, e Ele declara que operava com
seu Pai, e com o para Ele, segundo lhe parece corret o. Os ant igos inim igos de Crist o o ent enderam e
ficaram ainda m ais violent os, acusando- o não só de quebrant ar o dia de descanso, senão de
blasfem ar ao cham ar Pai a Deus, e igualar- se com Deus. Cont udo, t odas as coisas est avam
encomendadas ao Filho, agora e no j uízo final, int encionalm ent e para que t odos os hom ens honrem
o Filho, com o honram o Pai; e t odo aquele que não honre deste modo ao Filho, pense ou pret enda o
que for, não honra ao Pai que o enviou.

Versículos 24- 29
Nosso Senhor declara sua aut oridade e carát er com o Messias. Chegaria o t em po em que os
mort os ouviriam sua voz com o Filho de Deus e viveriam . Nosso Senhor se refere a que, pelo poder
de seu Espírit o, prim eiro levant a a um a vida nova aos que est avam m ort os em pecado e, depois,
levant a os m ort os desde seus sepulcros. O ofício de Juiz de t odos os hom ens pode ser exercido
som ent e por Quem t enha t odo o conhecim ent o e o poder onipot ent e. Acredit em os nós em seu
t est em unho: assim , nossa fé e esperança serão em Deus e não ent rarem os em condenação. Que
sua voz chegue aos corações dos que est ão m ort os em pecado, para que possam realizar as obras
do arrependimento, e preparar- se para o dia solene.

Versículos 30- 38
Nosso Senhor regressa a sua declaração do com plet o acordo ent re o Pai e o Filho, e se declara
Filho de Deus. Tinha um t est em unho superior ao de João; suas obras davam t est em unho de t udo
quant o falava. Mas a palavra divina não t inha lugar perm anent e em seus corações, porque eles se
negavam a acredit ar nEle, a quem o Pai t inha enviado, segundo suas ant igas prom essas. A voz de
Deus, acom panhada pelo poder do Espírit o Sant o, feit a eficaz para a conversão dos pecadores,
ainda proclam ava que est e é o Filho am ado em quem se com praz o Pai. Mas não há lugar para que
a palavra de Deus perm aneça neles quando os corações dos hom ens est ão cheios de orgulho,
ambição e amor ao mundo.

Versículos 39- 44
Os j udeus consideravam que a vida et erna lhes era revelada em suas Escrit uras, e que a t inham
porque tinham a palavra de Deus em suas mãos. Jesus os insta a esquadrinhar essas Escrituras com
m ais diligência e at enção. " Esquadrinham as Escrit uras" , e fazem bem em fazê- lo. Sem dúvida
esquadrinhavam as Escrit uras, m as com um enfoque em sua própria glória. É possível que os
hom ens sej am m uit o est udiosos da let ra das Escrit uras, e t odavia que est ej am alheios a seu poder.
Ou " Esquadrinhem as Escrit uras" , e assim lhes foi falado da nat ureza da aplicação. Vocês professam
receber e crer nas Escrit uras, deixem que elas j ulguem vocês, o que se nos diz precavendo ou
mandando a t odos os crist ãos a esquadrinhar as Escrit uras. Não só lê- las e ouvi- las, senão
esquadrinhá- las, o qual denota diligência para examiná- las e estudá- las.
Devem os esquadrinhar as escrit uras em busca do céu com o nosso grande obj et ivo. Porque nelas
lhes parecem que vocês t êm vida et erna. Devem os esquadrinhar as Escrit uras em busca de Crist o,

104
com o o Cam inho novo e vivo, que conduz a est e obj et ivo. Crist o agrega a est e t est em unho as
repreensões à incredulidade e iniqüidade deles; a rejeição de sua pessoa e sua doutrina. Além disso,
lhes reprova sua falt a de am or a Deus. Mas com Jesus Crist o há vida para as pobres alm as. Muitos
que fazem um a grande profissão de religião m ost ram , cont udo, que lhes falt a o am or de Deus por
sua rej eição de Crist o e o desprezo por seus m andam ent os. O am or de Deus em nós, o am or que é
princípio vivo e ativo no coração, é o que Deus aceitará. Eles desprezaram e valorizaram em pouco a
Crist o porque se adm iravam e se sobre- valorizavam a si m esm os. Com o podem acredit ar os que
fazem sua idolat ria do elogio e o aplauso dos hom ens. Quando Crist o e seus seguidores são hom ens
admirados, como podem crer aqueles cuja suprema ambição é dar um bom espetáculo carnal!

Versículos 45- 47
Muit os dos que confiam em algum a form a de dout rina ou part ido, não penet ram m ais que os
j udeus nas de Moisés, o verdadeiro significado das dout rinas, ou dos pont os de vist a das pessoas
cuj os nom es levam . Esquadrinhem os as Escrit uras e orem os sobre elas, com o t ent at iva de achar a
vida et erna; observem os com o Crist o é o grande t em a delas e acudam os diariam ent e a Ele em
busca da vida que outorga.

CAPÍTULO 6
Versículos 1- 14 Cinco mil alimentados miraculosamente
Versículos 15- 21 Jesus caminha sobre o mar
Versículos 22- 27 Indica a comida espiritual
Versículos 28- 65 Seu sermão à multidão
Versículos 66- 71 Muitos dos discípulos vão embora

Versículos 1- 14
João narra o m ilagre de alim ent ar à m ult idão para referir- se ao serm ão que segue. Observe- se o
efeit o dest e m ilagre sobre a gent e. At é os j udeus com uns esperavam que o Messias viesse ao
mundo e fosse um grande Profet a. Os fariseus o desprezavam por não conhecer a lei, m as eles
sabiam m ais dAquele que é o fim da lei. Não obst ant e, os hom ens podem adm it ir que Crist o é esse
Profeta e ainda fazer ouvidos surdos.

Versículos 15- 21
Aqui est avam os discípulos de Crist o no cam inho do dever, e Crist o ora por eles; cont udo, est ão
afligidos. Pode haver perigos e aflições dest e t em po present e onde há int eresse em Crist o. As
nuvens e as trevas costumam rodear os filhos da luz e do dia.
Vêem a Jesus cam inhando sobre o m ar. Ainda quando se aproxim am o consolo e a liberação,
cost um am ent endê- lo t ão m al que se convert em em ocasião para t em er. Nada é m ais fort e para
convencer a pecadores que a palavra " Eu sou Jesus, o que persegues" ; nada m ais fort e para
consolar os sant os que ist o: " Eu sou Jesus a quem am as" . Se t em os recebido a Crist o Jesus, o
Senhor, em bora a noit e sej a escura e o vent o, fort e, ainda assim podem os consolar- nos que
estaremos na margem antes que passe muito tempo.

Versículos 22- 27
Em vez de responder à pergunt a de com o chegou ali, Jesus os repreende por pergunt ar. A m aior
seriedade deveria ut ilizar- se para buscar a salvação no uso dos m eios indicados, m as deve buscar-
se som ent e com o dom do Filho do hom em . Ao que o Pai t em selado, lhe prova que é Deus. Ele
declara que o Filho do homem é o Filho de Deus com poder.

Versículos 28- 35
O exercício const ant e da fé em Crist o é a part e m ais im port ant e e difícil da obediência exigida de
nós, Enquanto a pecadores que buscam salvação. Quando som os capacit ados por sua graça para
levar um a vida de fé no Filho de Deus, seguem os t em peram ent os sant os e podem fazer- se serviços
aceitáveis.
Deus, seu próprio Pai, que deu esse alimento do céu a seus antepassados para sustentar sua vida
natural, agora lhes deu o Pão verdadeiro para a salvação de suas almas.
I r a Jesus e crer nEle significa o m esm o. Crist o m ost ra que Ele é o Pão verdadeiro; é para a alm a
o que o pão é para o corpo, nut re e sust ent a a vida espirit ual. É o Pão de Deus. O pão que dá o Pai,
é o que tem feito para alimento de nossas almas. O pão nutre somente pelos poderes do corpo vivo,

105
porém Crist o m esm o é o Pão vivo e nut re por seu próprio poder. A dout rina de Crist o crucificado é
agora tão fortalecedora e consoladora para o crente como sempre tem sido.
Ele é o Pão que veio do céu. Denot a a divindade da pessoa de Crist o e sua aut oridade; além
disso, a origem divina de t odo o de bom que nos chega por m eio dEle. Digam os, com int eligência e
fervor: Senhor, dá- nos sempre deste Pão.

Versículos 36- 46
O descobrim ent o da culpa, perigo e rem édio para eles, por m eio do ensino do Espírit o Sant o, faz
que os hom ens se disponham e alegrem de ir, e rendam t udo o que im pede ir a Ele em busca de
salvação. A vont ade do Pai é que nenhum dos que foram dados ao Filho sej am rej eit ados ou
perdidos por Ele. Ninguém irá at é que a graça divina o subj ugue e, em part e, m ude seu coração;
portant o, ninguém que acuda será lançado fora. O evangelho não acha a ninguém dispost o a ser
salvado na form a sant a e hum ilhant e que aqui se dá a conhecer, porém Deus at rai com sua palavra
e o Espírit o Sant o; e o dever do hom em é ouvir e aprender; ist o é, receber a graça oferecida e
assentir à promessa.
Ninguém viu o Pai senão seu am ado Filho; e os j udeus devem esperar ser ensinados por seu
poder interior exercido sobre sua mente, e por sua palavra e os ministros que lhes mande.

Versículos 47- 5 1
A vant agem do m aná era pouca, som ent e servia para est a vida; m as o Pão de vida é t ão
excelent e que o hom em que se alim ent a dele nunca m orrerá. Est e pão é a nat ureza hum ana de
Crist o que t om ou para apresent ar ao Pai com o sacrifício pelos pecados do m undo; para adquirir
t odas as coisas correspondent es à vida e à piedade, para que se arrependam e creiam nEle os
pecadores de toda nação.

Versículos 52- 59
A carne e o sangue do Filho do Hom em denot am o Redent or em sua nat ureza hum ana; Crist o, e
Ele crucificado, e a redenção operada por Ele, com t odos os benefícios preciosos da redenção: o
perdão do pecado, a aceit ação de Deus, o cam inho ao t rono de graça, as prom essas da aliança, e a
vida et erna. São cham ados carne e sangue de Crist o, porque foram com prados devido a que seu
corpo foi part ido e seu sangue, derram ado. Além disso, porque são com ida e bebida para a nossa
alma. Com er est a carne e beber est e sangue significa crer em Crist o. Part icipam os de Crist o e seus
benefícios por fé. A alm a que conhece corret am ent e seu est ado e sua necessidade, encont ra no
Redent or, em Deus m anifest ado em carne, t odas as coisas que podem acalm ar a consciência e
foment ar a sant idade verdadeira. Medit ar na cruz de Crist o dá vida a nosso arrependim ent o, am or e
gratidão. Vivem os por Ele, assim com o nossos corpos vivem pela com ida. Vivem os por Ele com o as
extremidades dependem da cabeça, os ramos da raiz: porque Ele vive, nós também vivemos.

Versículos 60- 65
A natureza humana de Cristo não tinha estado antes no céu, porém, sendo Deus e homem, se diz
com veracidade que essa m aravilhosa Pessoa desceu do céu. O reino do Messias não era dest e
m undo; eles deviam ent ender por fé o que disse de um viver espirit ual nEle e em sua plenit ude.
Assim com o sem a alm a do hom em , a carne não vale de nada, do m esm o m odo, sem o Espírit o de
Deus que vivifica, t odas as form as de religião são m ort as e nulas. O que fez est a provisão para
nossas alm as é o único que pode ensinar- nos est as coisas e at rair- nos a Crist o para que vivam os
pela fé nEle. Acudamos a Cristo, agradecidos que tenha sido declarado que todo aquele que quiser ir
a Ele será recebido.

Versículos 66- 71
Quando adm it im os em nossa m ent e duros pensam ent os acerca das palavras e obras de Jesus,
entramos na tentação de modo que, se o Senhor não o evitasse em sua misericórdia, terminaríamos
retrocedendo. O coração corrupt o e m au do hom em faz com que o que é m at éria de m aior consolo
seja uma ocasião de ofensa. Nosso Senhor tinha prometido vida eterna a seus seguidores no sermão
ant erior; os discípulos aderiram a essa palavra sim ples e resolveram aferrar- se a Ele, quando os
outros se aderiram às palavras duras e o abandonaram.
A dout rina de Crist o é a palavra de vida et erna, port ant o, devem os viver e m orrer por ela. Se
abandonarmos a Cristo, abandonamos nossas próprias misericórdias.
Eles acredit aram que est e Jesus era o Messias prom et ido a seus pais, o Filho do Deus vivo.
Quando sej am os t ent ados a descam inhar- nos, bom é que lem brem os os princípios ant igos e nos
m ant enham os neles. Lem brem os sem pre a pergunt a de nosso Senhor. Nos afast arem os e
abandonarem os a nosso Redent or? A quem poderem os acudir? Som ent e Ele pode dar salvação pelo

106
perdão dos pecados. I st o só dá confiança, consolo e gozo, e faz que o t em or e o abat im ent o fuj am .
Ganha a única alegria firme neste mundo e abre o caminho à felicidade do próximo.

CAPÍTULO 7
Versículos 1- 13 Cristo vai à festa dos tabernáculos
Versículos 14- 39 Seu sermão na festa
Versículos 40- 53 O povo discute acerca de Cristo

Versículos 1- 13
Os irm ãos ou parent es de Jesus desgostaram- se m uit o quando perceberam que não t inham
possibilidades de conseguir vant agens m undanas dEle. Os hom ens ím pios com eçam , às vezes, a
aconselhar os ocupados na obra de Deus, porém som ent e aconselham o que parece provável para
fomentar as vantagens neste mundo.
A gent e discrepou acerca de sua dout rina e de seus m ilagres, enquant o os que o favoreciam não
se at reveram a reconhecer abert am ent e seus sent im ent os. Os que consideram que os pregadores
do evangelho são t rapaceiros, dizem o que pensam , enquant o que m uit os que os favorecem t em em
ser recriminados por reconhecer que os consideram bons.

Versículos 14- 24
Todo m inist ro fiel pode adot ar hum ildem ent e as palavras de Crist o. Sua dout rina não é de sua
própria invenção, m as é da Palavra de Deus, por m eio do ensino de seu Espírit o. E em m eio das
disput as que pert urbam o m undo, se um hom em de qualquer nação procura fazer a vont ade de
Deus, saberá se a dout rina é de Deus ou se os hom ens falam de si m esm os. Som ent e os que
odeiam a verdade serão entregues a erros que lhes resultarão fatais.
Certamente restaurar a saúde do aflito concorda com o propósito do dia do descanso, assim como
o m inist rar um rit ual ext erno. Jesus lhes disse que decidissem sobre sua condut a segundo a
import ância espirit ual da lei divina. Não devem os j ulgar a ninguém por seu aspect o ext erno, senão
por seu valor e pelos dons e a graça do Espírito de Deus nele.

Versículos 25- 30
Crist o proclam ou em voz alt a que est avam errados no que pensavam sobre sua origem . Foi
enviado por Deus, quem se m ost rou fiel a suas prom essas. Est a declaração, de que eles não
conheciam a Deus, com sua pret ensão de t er um conhecim ent o peculiar, provocou os ouvint es; e
procuraram det ê- lo, m as Deus pode am arrar as m ãos dos hom ens em bora não convert a seus
corações.

Versículos 31- 36
Os sermões de Jesus convenceram a muitos de que Ele era o Messias, mas não tinham o valor de
reconhecê- lo. Consolo para os que est ão neste m undo, m as que não são deste m undo, e, port ant o,
são odiados e estão cansados dele, é que não estarão para sempre no mundo, nem por muito tempo
mais. Bom é que nossos dias sej am poucos, por serem m aus. Os dias de vida e de graça não duram
m uit o; e quando os pecadores est ej am em desgraça, se alegrarão da aj uda que agora desprezam .
Os homens discutem sobre suas palavras, mas quando se produza, todo será explicado.

Versículos 37- 39
No últ im o dia da fest a dos t abernáculos, os j udeus t iravam água e a derram avam perant e o
Senhor. Supõe- se que Crist o alude a isso. Se qualquer desej a ser feliz verdadeiram ent e para
sempre, que venha a Crist o e se subm et a a Ele. A sede significa o fort e desej o de bênçãos
espirit uais, que nenhum a out ra coisa pode sat isfazer; assim , pois, as influências sant ificadoras e
consoladoras do Espírit o Sant o est ão represent adas pelas águas, as quais Jesus convida para que
vão e bebam . O consolo flui abundant e e const ant e com o um rio; fort e com o um a t orrent e para
derrubar a oposição das dúvidas e dos t em ores. Há em Crist o um a plenit ude de graça sobre graça.
O Espírit o que habit a e opera nos crent es é com o um a font e de água viva, corrent e da qual fluem
riachos abundant es, que refrescam e lim pam com o a água. Não esperem os os dons m iraculosos do
Espírit o Sant o, porém podem os solicit ar suas influências m ais com uns e m ais valiosas. Est es riachos
t êm fluido desde nosso Redent or glorificado at é o present e, e at é os cant os m ais rem ot os da t erra.
Desejemos dá- los a conhecer ao próximo.

107
Versículos 40- 53
A m aldade dos inim igos de Crist o sem pre é irracional e, às vezes, não se pode cont ar com que
sej a refreada. Nunca um hom em falou com sua sabedoria, poder, graça, essa claridade convincent e
e doçura com as quais falava Crist o. Ai, m uit os dos que est iveram por um t em po refreados e que
falaram bem da palavra de Jesus, perderam rapidam ent e suas convicções e seguiram em seus
pecados! A gent e é t olam ent e m ot ivada em m at érias de peso et erno por m ot ivos ext ernos, est ando
dispost os at é a serem condenados por am or à m oda. Com o a sabedoria de Deus escolhe
freqüentem ent e coisas que os hom ens desprezam , assim a best eira dos hom ens despreza
correntemente aos que Deus tem escolhido. O Senhor faz avançar a seus discípulos tímidos e fracos,
e às vezes os usa para derrotar os desígnios de seus inimigos.

CAPÍTULO 8
Versículos 1- 11 Os fariseus e a adúltera
Versículos 12- 59 A conversação de Cristo com os fariseus

Versículos 1- 11
Crist o não achou defeit o na lei nem escusou a culpa da m ulher prisioneira; t am pouco levou em
cont a o pret endido zelo dos fariseus. Condenam- se a si m esm os os que j ulgam out rem e, ainda
assim, fazem o mesmo. Todos os que de alguma forma são chamados a culpar as faltas do próximo,
est ão especialm ent e preocupados em olhar- se a si m esm os e m ant er- se puros. Nest e assunt o,
Crist o assist iu a grande obra pela qual veio ao m undo, a qual era levar os pecadores ao
arrependiment o, não para dest ruir, m as para salvar. Ele apontava levar ao arrependimento não só o
acusado, m ost rando- lhe sua m isericórdia, senão t am bém nos acusadores, dem onst rando- lhes seus
pecados; eles pensaram montá- lhe uma arapuca; Ele procurou convencê- los e convertê- los.
Ele recusou im iscuir- se no ofício de j uiz. Muit os delit os m erecem um cast igo m ais severo que o
recebido, m as não devem os deixar nossa própria obra para assum ir aquela para a qual não t em os
sido cham ados. Quando Crist o m andou ela ir em bora, foi com est a precaução: Vai e não peques
mais. Os que ajudam a salvar a vida de um delinqüente devem ajudar a salvar a alma com o mesmo
cuidado.
São verdadeiram ent e felizes aqueles aos que Crist o não condena. O favor de Crist o para nós ao
perdoar os pecados passados deve prevalecer em nós: Vai, e não peques mais.

Versículos 12- 16
Cristo é a luz do mundo. Deus é luz, e Cristo é a imagem do Deus invisível. Um sol ilumina todo o
mundo; assim o faz um só Cristo e não se necessita mais. Que masmorra escura seria o mundo sem
o sol! Assim seria sem Jesus, por quem veio a luz ao mundo.
Os que seguem a Crist o não andarão nas t revas. Não serão deixados sem as verdades
necessárias para im pedir o erro dest ruidor, nem sem as inst ruções no cam inho do dever,
necessárias para guardá- los do pecado condenador.

Versículos 17- 20
Se conhecêssem os m elhor a Crist o conheceríam os m elhor o Pai. Tornam- se vãos em suas
imaginações acerca de Deus os que não aprendem de Crist o. Os que não conhecem sua glória nem
sua graça, não conhecem o Pai que o enviou. O t em po de nossa part ida dest e m undo depende de
Deus. Nossos inim igos não podem apressá- lo m ais, nem nossos am igos dem orá- lo, a respeit o do
t em po designado pelo Pai. Todo crent e verdadeiro pode olhar para acim a e dizer com prazer: Meus
tempos estão em tua mão, e melhor nelas que nas minhas. Para todos os propósitos de Deus há um
tempo.

Versículos 21- 29
Os que vivem em incredulidade est ão acabados para sem pre se m orrem na incredulidade. Os
j udeus pert enciam a est e m undo at ual, m as Jesus era de nat ureza divina e celest ial, de m odo que
sua doutrina, seu reino e duas bênçãos não se adaptariam ao gosto deles. Porém a maldição da lei é
t irada para t odos os que se subm et em à graça do Evangelho. Nada, senão a dout rina da graça de
Crist o, será um argum ent o suficient em ent e poderoso para fazer- nos t ornar do pecado a Deus; e
esse espírit o é dado, e essa dout rina est á dada, para operar som ent e nos que crêem em Crist o.
Alguns dizem : Quem é est e Jesus? Eles o reconhecem com o um profet a, m est re excelente. E ainda
com o algo além de um a criat ura, m as não podem reconhecê- lo, por sobre t udo, com o Deus bendit o

108
pelos séculos. Não bast ará isso? Aqui Jesus responde à pergunt a: É isso para honrá- lo com o Pai?
Reconhece que Jesus é a Luz do mundo e a Vida dos homens, um com o Pai? Todos saberão por sua
conversão ou em sua condenação que Ele sem pre falou e fez o que agradava ao Pai, ainda quando
reclamava para sim as honras mais excelsas.

Versículos 30- 36
Um poder t al acom panhava as palavras de nosso Senhor que m uit os se convenceram e
professaram crer nEle. Ele os est im ulou para que ouvissem seus ensinam ent os, a confiar em suas
promessas, e a obedecer a seus m andam ent os apesar de t odas as t ent ações do m al. Seriam
verdadeiram ent e seus discípulos fazendo isso, e aprenderiam pelo ensino de sua palavra e de seu
Espírito, onde estão a esperança e a força deles.
Crist o falou de liberdade espirit ual, m as os corações carnais não sent em out ros pesares além doa
que incom odam o corpo e pert urbam seus assunt os m undanos. Se lhes falar de sua liberdade e
propriedade, do desperdiço perpetrado em suas terras ou do dano infligido a suas casas, entenderão
m uit o bem , porém se lhes falar da escravidão do pecado, do cat iveiro com Sat anás e da liberdade
com Crist o, do m al feit o a suas preciosas alm as, e do risco de seu bem - est ar et erno, ent ão você
levará coisas raras a seus ouvidos. Jesus os lem brou claram ent e que o hom em que prat ica qualquer
pecado é, efet ivam ent e, um escravo do pecado, com o era o caso de t odos eles. Crist o nos oferece
liberdade no evangelho; t em poder para dá- la, e aqueles aos que Crist o libert a, realm ent e são
livres. Cont udo, m uit as vezes vem os as pessoas que debat em sobre liberdades de t oda classe
enquanto são escravas de alguma luxúria pecaminosa.

Versículos 37- 40
Nosso Senhor resist e o orgulho e a vã confiança dest es j udeus, m ost rando- lhes que sua
descendência desde Abraão não aproveit a os de espírit o cont rário a Ele. Aonde a Palavra de Deus
não tem espaço, não deve esperar- se nada de bom; aí se dá lugar a toda iniqüidade.
Um doent e que regressa de ver um m édico e não t om a nenhum rem édio nem com e, t em perdido
a esperança de recuperar- se. A verdade cura e nut re os corações dos que a recebem . A verdade
ensinada pelos filósofos não t em est e poder nem est e efeit o, senão som ent e a verdade de Deus. Os
que reclamam os privilégios de Abraão devem realizar as obras de Abraão; devem ser estrangeiros e
peregrinos nest e m undo; m ant er a adoração de Deus em sua fam ília e andar sem pre diant e de
Deus.

Versículos 41- 47
Sat anás dispõe os hom ens a excessos pelos quais se assassinam a si m esm os e ao próxim o,
enquant o o que coloca na m ent e t ende a dest ruir as alm as dos hom ens. Ele é o grande promotor de
t oda classe de falsidade. É m ent iroso, efet ua t odas suas t ent ações cham ando bom o que é ruim e
m au o que é bom , e prom et endo liberdade no pecar. Ele é o aut or de t odas as m ent iras; a ele se
parecem e evocam os m ent irosos, com os que t erá sua porção para sem pre, com o t odos os
mentirosos. As luxúrias especiais do diabo são a m aldade espirit ual, as luxúrias da m ent e e os
arrazoam ent os corrupt os,a soberba e a invej a, a ira e a m alícia, a inim izade para com o bom , e
est im ular o próxim o ao m al. Aqui a verdade é a vont ade revelada de Deus para salvação dos
hom ens por Jesus Crist o, a verdade que agora estava pregando Crist o e à qual se opuseram os
judeus.

Versículos 48- 53
Observe- se o desprezo de Crist o pelos aplausos dos hom ens. Os que est ão m ort os para os
elogios dos hom ens podem t olerar o desprezo deles. Deus procura a honra de t odos os que não
procuram o seu próprio.
Nestes versículos temos a doutrina do gozo eterno dos crentes. Temos o caráter do crente; este é
o que guarda as palavras do Senhor Jesus. O privilégio do crent e é que não verá para sem pre a
m ort e de j eit o nenhum . Em bora agora não possam evit ar a m ort e e t am bém devam passar por ela,
contudo, daqui a pouco estarão onde para sempre não haverá mais morte (Êx 14.13).

Versículos 54- 59
Crist o e t odos os seus dependem de Deus Enquanto a honra. Os hom ens podem ser capazes de
debat er sobre Deus apesar de não conhecê- lo. Os que não conhecem a Deus são colocados j unt o
com os que não obedecem ao evangelho de Crist o ( 2 Ts 1.8) . Todos os que conhecem ret am ent e
algo de Crist o, desej am fervorosam ent e saber m ais dEle. Os que discernem o clarear da luz do Sol
de Justiça desejam ver seu levante.

109
" EU SOU ant es que Abraão" . I st o fala de Abraão com o um a criat ura e de nosso Senhor com o o
Criador; port ant o, bem pode Ele engrandecer- se m ais que Abraão. EU SOU é o nom e de Deus ( Êx
3.14) ; fala Ed sua exist ência em si m esm o e por si m esm o; Ele é o Prim eiro e o Últ im o, sem pre o
m esm o ( Ap 8.23) . Assim , pois, não só era ant es que Abraão, senão ant es que t odos os m undos ( Pv
8.23; capít ulo 1.1) . Com o Mediador foi o Messias ungido m uit o ant es de Abraão; o Cordeiro im olado
desde a fundação do m undo ( Ap 13.8) . O Senhor Jesus foi feit o Sabedoria, Just iça, Sant ificação e
Redenção de Deus para Adão e Abel, e para t odos os que ant es de Abraão viveram e m orreram por
fé nEle.
Os j udeus est avam a pont o de lapidar a Jesus por blasfem ar, m as Ele se ret irou; por seu poder
miraculoso passou ileso através deles. Professemos constantemente o que sabemos e cremos acerca
de Deus; e se som os herdeiros da fé de Abraão, nos regozij arem os esperando o dia em que o
Salvador se aparecerá em glória para confusão de seus inim igos, e para com plet ar a salvação de
todos os que acreditam nEle.

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 7 Cristo dá vista a um cego de nascimento
Versículos 8- 12 O relato do cego
Versículos 13- 17 Os fariseus interrogam o homem que tinha sido cego
Versículos 18- 23 Lhe perguntam acerca dEle
Versículos 24- 34 O expulsam
Versículos 35- 38 As palavras de Cristo ao homem que tinha sido cego
Versículos 39- 41 Repreende aos fariseus

Versículos 1- 7
Crist o curou a m uit os que eram cegos por doença ou acident e; aqui sara a um que nascera cego.
Assim m ost rou seu poder para socorrer nos casos m ais desesperados, e a obra de sua graça nas
alm as dos pecadores, que dá vist a aos que são cegos por nat ureza. Est e coit ado hom em não podia
ver a Crist o, porém Crist o o viu a ele. E se sabem os ou capt am os algo de Crist o, deve- se a que
prim eiram ent e fom os conhecidos por Ele. Crist o fala de calam idades ext raordinárias, que nem
sem pre devem considerar- se com o cast igos especiais do pecado; às vezes, são para a glória de
Deus e para manifestar suas obras.
Nossa vida é nosso dia no que nos corresponde fazer o t rabalho do dia. Devem os est ar ocupados
e não desperdiçar o t em po do dia; o t em po de repouso será quando nosso dia est iver t erm inado,
porque não é senão um dia. A aproximação da morte deveria estimular- nos para aproveitar todas as
oport unidades de fazer e receber o bem . Devem os fazer rapidam ent e o bem que t enham os
oportunidade de fazer. E aquele que nunca faz um a boa obra at é que não haj a nada que obj et ar
contra ela, deixará mais de uma boa obra sem ser feita (Ec 11.4).
Crist o m agnificou seu poder ao fazer que um cego enxergasse, fazendo o que alguém pensaria
com o m ais provável para cegar a um que vê. A razão hum ana não pode j ulgar os m ét odos do
Senhor, que usa m eios e inst rum ent os que os hom ens desprezam . Os que serão sarados por Crist o
devem ser governados por Ele. Regressou desde o t anque m aravilhando- se e m aravilhado; foi
em bora vendo. I st o represent a os benefícios de prest ar at enção às ordenanças indicadas por Crist o;
as almas chegam fracas e partem fortalecidas; chegam duvidando e vão embora satisfeitas; chegam
de luto e partem jubilosas; chegam cegas e se retiram enxergando.

Versículos 8- 12
Sabe- se que aqueles cuj os alhos são abert os e seus corações lim pados pela graça, são as
mesmas pessoas, mas de caráter completamente diferente, e vivem como monumentos da glória do
Redentor e recomendam sua graça a todos os que desejam a mesma preciosa salvação. Bom é olhar
no cam inho e no m ét odo das obras de Deus, e se verão m ais m aravilhosas. Aplique- se ist o
espiritualmente. Na obra de graça operada na alma vemos a mudança, mas não vemos a mão que a
efetua: o cam inho do Espírit o é com o o do vent o, do qual a gent e ouve o som , m as não pode dizer
de onde vem nem para onde vai.

Versículos 13- 17
Crist o não som ent e operou m ilagres no dia de descanso, m as seu m odo fez com que se
ofendesses os j udeus, pois pareceu não ceder ant e os escribas e fariseus. O zelo deles pelos puros
rit os consum iu os assunt os im port ant es da religião; port ant o, Crist o não quis dá- lhes cabida. Além

110
do mais, se permitem as obras de necessidade e de misericórdia e o repouso sabático deve guardar-
se para a obra do dia de descanso. Quant os olhos cegados t êm sido abert os pregando o evangelho
no dia do Senhor! Quant as alm as im pot ent es são curadas nesse dia! Muit os j uízos ím pios e
im piedosos vêm dos hom ens que agregam suas próprias fant asias aos desígnios de Deus. Que
perfeito em sabedoria e santidade é nosso Redentor, quando seus inimigos não puderam achar nada
em sua cont ra, senão a acusação de violent ar o dia de repouso, t ão freqüent em ent e refut ada!
Sejamos capazes de silenciar a ignorância dos homens néscios fazendo o bem,

Versículos 18- 23
Os fariseus esperaram em vão refut ar est e not ável m ilagre. Esperavam a um Messias, m as não
t oleravam pensar que est e Jesus fosse Aquele, pois seus preceit os eram de t odo cont rários às
tradições deles, e porque t inham à expect at iva de um Messias com pom pa e esplendor ext ernos. O
t em or do hom em colocará laço ( Pv 29.25) e, freqüent em ent e, faz que gent e negue e desconheça a
Crist o, suas verdades e cam inhos, e at ue cont ra suas consciências. O incult o e pobre, que são de
coração sim ples, ext raem prest em ent e inferências apropriadas das provas da luz do evangelho, m as
aqueles cujos desejos são de outro caminho, apesar de estarem sempre aprendendo, nunca chegam
ao conhecimento da verdade.

Versículos 24- 34
Com o as m isericórdias de Crist o são de valor suprem o para os que percebem suas necessidades,
eram cegos e agora vêem ; assim , os afet os m ais poderosos e duradouros por Crist o surgem de
conhecê- lo verdadeiramente.
Em bora não possam os dizer quando, com o e por quais passos se operou a m udança bendit a da
obra de graça na alm a, ainda assim podem os t er o consolo, sem por graça podem os dizer: Eu era
cego, m as agora enxergo. Eu levava um a vida m undana sensual, m as agora, graças a Deus, é o
cont rário ( Ef 5.8) . I ndubit avelm ent e prodigiosa é a incredulidade dos que desfrut am os m eios de
conhecimento e convicção. Todos os que sentiram o poder e a graça do Senhor Jesus se maravilham
ant e a disposição volunt ária de out ros que a rej eit am . Est e lhes discut e com força que nosso só
Jesus não era pecador, senão que era de Deus. Que cada um de nós possa saber por isso se som os
ou não de Deus: Que fazem os? Que fazem os por Deus? Que fazem os por nossa alm a? Que fazem os
mais que outros?

Versículos 35- 38
Crist o reconhece aos que o reconhecem a Ele, sua verdade e seus cam inhos. Nota- se em
particular os que sofrem na causa de Cristo e do testemunho de uma boa consciência. Nosso Senhor
Jesus se revela por graça ao homem. Agora este foi feito sensato; que misericórdia inexpressável foi
ser curado de sua cegueira, para que pudesse ver o Filho de Deus. Ninguém senão Deus deve ser
adorado; assim que, ao adorar a Jesus, o reconheceu com o Deus. O adorarão t odos os que crêem
nEle.

Versículos 39- 41
Crist o veio ao m undo a dar vist a aos espirit uais cegos. Além disso, para que os que vêem sej am
cegados; para que os que têm um elevado conceito de sua própria sabedoria, sejam selados em sua
ignorância. A pregação da cruz era considerada loucura pelos que não conheceram a Deus pela
sabedoria carnal. Nada fort ifica os corações corrupt os dos hom ens cont ra as convicções da palavra
m ais que a elevada opinião que os out ros t êm deles; com o se t udo o que os hom ens aplaudem
devesse ser aceito por Deus.
Crist o os silenciou, no ent ant o persist e o pecado do vaidoso e do que confia em si m esm o; eles
rej eit am o evangelho da graça, port ant o, a culpa de seu pecado cont inua sem ser perdoada, e o
poder de seu pecado continua intacto.

111
CAPÍTULO 10
Versículos 1- 5 A parábola do bom pastor
Versículos 6- 9 Cristo, a Porta
Versículos 10- 18 Cristo, o Bom pastor
Versículos 19- 21 A opinião dos judeus sobre Jesus
Versículos 22- 30 Seu sermão na festa da dedicação
Versículos 31- 38 Os judeus tratam de lapidar a Jesus
Versículos 39- 42 Saída de Jerusalém

Versículos 1- 5
Eis aqui um a parábola ou sím ile t om ado dos cost um es do Orient e para o m anej o das ovelhas. Os
hom ens, com o criat uras que dependem de seu Criador, são cham ados ovelhas de seu past o. A
Igrej a de Deus no m undo é com o um redil de ovelhas, expost o aos enganadores e aos
perseguidores. O grande Past or das ovelhas conhece a t odas as suas, as cuida por sua providência,
as guia por seu Espírit o e sua palavra, e vai adiant e delas, com o os past ores orient ais iam adiant e
de suas ovelhas para encam inhá- las t rás seus passos. Os m inist ros devem servir as ovelhas em
suas preocupações espirit uais. O Espírit o de Crist o lhes colocará por diant e um a port a abert a. As
ovelhas de Crist o obedecerão a seu Past or e serão caut elosas e t ím idas com os est ranhos que
desejam tirá- lhes a fé nEle e levá- las às fantasias sobre Ele.

Versículos 6- 9
Muitos que ouvem a palavra de Crist o não a ent endem porque não querem , m as nós acharem os
que uma passagem explica a outra, e o Espírito bendito dá a conhecer ao bendito Jesus.
Crist o é a Port a, e que m aior seguridade t em a I grej a de Deus que o Senhor Jesus est ej a ent re
ela e t odos seus inim igos? Ele é um a port a abert a para passar e com unicar. Eis aqui inst ruções
claras sobre com o ent rar no aprisco; devem os ent rar por Jesus Crist o Enquanto é a Port a. Por fé
nEle com o o grande Mediador ent re Deus e o hom em . Além disso, t em os prom essas preciosas para
os que obedecem a est a inst rução. Crist o dá t odo o cuidado a sua I grej a e a cada crent e, assim
com o um bom past or dá a seu rebanho; e Ele espera que a I grej a, e cada crent e, at ent em para Ele
e se mantenham em sua pastagem.

Versículos 10- 18
Crist o é o Bom Past or; m uit os não eram ladrões, t odavia foram negligent es com seu dever, e o
rebanho foi muito danificado por seu descuido. Os maus princípios são a raiz dos maus costumes.
O Senhor Jesus sabe aos que t em escolhido e est á seguro deles; t am bém eles sabem em quem
confiaram e estão seguros dEle.
Veja- se aqui a graça de Crist o: j á que ninguém podia t irá- lhe a vida, Ele a ent rega, por si
mesm o, para nossa redenção. Ele se ofereceu para ser o Salvador: Eis aqui, Eu venho. A
necessidade de nosso caso o pedia, e Ele se ofereceu para ser o sacrifício. Foi o que oferece e a
ofert a, de m odo que a ent rega de sua vida foi a ofert a de si m esm o. Daí fica claro que Ele m orreu
no lugar e com o subst it ut o dos hom ens para lograr que eles fossem liberados do cast igo do pecado,
para obt er o perdão do pecado para eles; e para que sua m ort e adquirisse esse perdão. Nosso
Senhor não entregou sua vida por sua doutrina, senão por suas ovelhas.

Versículos 19- 21
Sat anás dest rói a m uit os t irando- lhes o int eresse pela palavra e as ordenanças. Os hom ens não
toleram que riam deles por seu alimento necessário, porém toleram que riam deles pelo que é muito
m ais necessário. Se nosso zelo e fervor na causa de Crist o, especialm ent e na bendit a obra de levar
suas ovelhas a seu aprisco, nos acarret a m á fam a, não o escut em os, m as lem brem os que assim
recriminaram a nosso Mestre antes que a nós.

Versículos 22- 30
Todos os que t êm algo a dizer a Crist o, podem encont rá- lo no t em plo. Crist o nos fará crer; nós
nos fazem os duvidar. Os j udeus ent enderam seu significado, m as não puderam dar form a a suas
palavras como acusação completa em sua contra. Ele descreveu a disposição de graça e o estado de
felicidade de suas ovelhas; elas ouviram e acredit aram em sua palavra, o seguiram com o seus fiéis
discípulos e nenhum a delas perecerá,porque o Filho e o Pai eram um . Assim , pois, pôde defender
suas ovelhas cont ra t odos seus inim igos, o qual prova que pret endeu t er poder e perfeição divinos
iguais ao Pai.

112
Versículos 31- 38
As obras de poder e m isericórdia de Crist o o proclam am ser Deus bendit o por t odos os séculos,
para que t odos saibam e acredit em que Ele é no Pai, e o Pai nEle. Aos que o Pai envia, sant ifica. O
sant o Deus recom pensará e, port ant o, em pregará som ent e aos que Ele faça sant os. O Pai era no
Filho, de m odo que pelo poder divino, Aquele operou seus milagres; o Filho era no Pai, de modo que
conhecia t oda sua m ent e. Nós não podem os achar nisso a perfeição buscando- o, m as devem os
conhecer e acreditar nestas declarações de Cristo.

Versículos 39- 42
Não prosperará nenhum a arm a forj ada cont ra nosso Senhor Jesus. Não escapou porque t ivesse
t em or de sofrer, senão porque sua hora não t inha chegado. Aquele que sabia livrar a si m esm o,
sabe livrar de suas t ent ações aos sant os, e fazer- lhes um cam inho para que escapem . Os
perseguidores podem expulsar a Crist o e seu evangelho da cidade ou país deles, m as não podem
lançá- los do m undo. Quando por fé em nossos corações conhecem os a Crist o, encont ram os que é
verdade todo o que a Escritura diz dEle.

CAPÍTULO 11
Versículos 1- 6 A enfermidade de Lázaro
Versículos 7- 10 Cristo regressa a Judéia
Versículos 11- 16 A morte de Lázaro
Versículos 17- 32 Cristo chega a Betânia
Versículos 33- 46 Ressuscita a Lázaro
Versículos 47- 53 Os fariseus se confabulam contra Jesus
Versículos 54- 57 Os judeus o buscam

Versículos 1- 6
Est ar doent es não é nada novo para os que Crist o am a; as doenças corporais corrigem a
corrupção e provam as graças do povo de Deus. Ele não veio a resguardar a seu povo dest as
aflições, senão a salvá- los de seus pecados, e da ira vindoura; não obstante, nos corresponde apelar
a Ele por cont a de nossos am igos e parent es quando est ão doent es e afligidos. Que ist o nos
reconcilie com o lado m ais escuro da Providência, que t odo é para a glória de Deus: assim são
doença, perda, desilusão; e devem os sat isfazer- nos se Deus é glorificado. Jesus am ava a Mart a, a
sua irm ã e a Lázaro. Favorecidas grandem ent e são as fam ílias nas quais abundam o am or e a paz,
m as são felizes at é o sum o aquelas as quais Jesus am a, e pelas quais Ele é am ado. Ai, est e raras
vezes é o caso das pessoas, ainda em famílias pequenas.
Deus t em int enções boas ainda quando parece dem orar. Quando t arda a obra de libert ação
tem poral ou espiritual, pública ou pessoal, deve- se a que espera o momento oportuno.

Versículos 7- 10
Crist o nunca põe em perigo a seu povo se não vai com eles. Som os dados a pensar que som os
zelosos pelo Senhor quando, em realidade, som os zelosos som ent e pela nossa riqueza, crédit o,
com odidade e segurança; port ant o, necessit am os provar nossos princípios. Nosso dia será
prolongado at é que nossa obra sej a feit a, e finalizado nosso t est em unho. O hom em t em consolo e
satisfação enquant o vai no cam inho de seu dever, segundo o est ipule a palavra de Deus, e est ej a
det erm inado pela providência de Deus. Aonde quer que Crist o foi, andou no dia, e assim nós
andarem os, se seguirmos seus passos. Se um hom em anda no cam inho de seu coração, conform e o
rum o dest e m undo, se considerar m ais seus razoam ent os carnais que a vont ade e a glória de Deus,
cai em t ent ações e arm adilhas. Tropeça porque não há luz nele, porque a luz em nós é a nossas
ações morais como a luz em torno a nós é a nossas ações naturais.

Versículos 11- 16
Já que est am os seguros de ressuscit ar no final, por que a esperança que crê na ressurreição para
a vida eterna não nos facilita o tirar- nos o corpo e morrer, como se fosse tirar a roupa e ir a dormir?
Quando m orre o crist ão verdadeiro não faz senão dorm ir; descansa das lavouras do dia passado.
Sim , daqui que a m ort e sej a m elhor que dorm ir, porque dorm ir é som ent e um descanso breve, m as
a m ort e é o fim de t odas as preocupações e esforços t errenos. Os discípulos pensavam que agora
não era necessário que Crist o fosse onde Lázaro e expusesse a Ele j unt o com eles. Assim,
freqüent em ent e esperam os que a boa obra a qual som os cham ados a fazer sej a feit a por algum a

113
out ra m ão, se houver riscos para fazê- la. Mas quando Crist o ressuscit ou a Lázaro dent re os m ort os,
muit os foram levados a crer nEle; e se fez m uit o para aperfeiçoar a fé dos creram . Vam os a Ele; a
morte não pode separar- nos do amor de Cristo nem colocar- nos fora do alcance de seu chamado.
Com o Tom ás, os crist ãos devem anim ar- se uns a out ros em t em pos difíceis. A m ort e do Senhor
Jesus deve dar- nos a disposição de morrer quando Deus nos chame.

Versículos 17- 32
Aqui havia um a casa onde est ava o t em or de Deus e sobre a qual repousava sua bênção, m as foi
feita casa de luto. A graça evita o luto no coração, mas não o da casa.
Quando Deus, por sua graça e providência, vem a nós por cam inhos de m isericórdia e consolo,
nós, com o Mart a, devem os sair pela fé, esperança e oração a encont rá- lo. Quando Mart a saiu a
encont rar a Jesus, Maria ficou t ranqüila em casa; ant eriorm ent e est e t em peram ent o foi vant aj oso
para ela, quando a colocou aos pés de Cristo para ouvir sua palavra, mas no dia da aflição, o mesmo
t em peram ent o a dispôs à m elancolia. Sabedoria nossa é vigiar cont ra a t ent ação e usar as
vantagens de nosso temperamento natural.
Quando não sabem os que pedir ou esperar em part icular, encom endem o- nos a Deus; deixem o- lo
fazer o que lhe apraz. Para aum ent ar as expect at ivas de Mart a, nosso Senhor declara que Ele é a
Ressurreição e a Vida. É a ressurreição em t odo sent ido: font e, subst ância, prim ícia e causa da
ressurreição. A alm a rem ida vive feliz depois da m ort e e, depois da ressurreição, o corpo e a alm a
são resguardados de todo mal para sempre.
Quando leiam os ou ouçam os a palavra de Crist o sobre as grandes coisas do out ro m undo,
devem os pergunt ar- nos: acredit am os nest a verdade? As cruzes e os consolos dest a época não nos
im pressionariam t ão profundam ent e com o o fazem , se acredit ássem os com o devem os nas coisas da
eternidade.
Quando Crist o, nosso Mest re, vem , nos cham a. Ele vem em sua palavra e ordenança, e nos
cham a a elas, nos cham a por elas, e nos cham a a si m esm o. Os que, num dia de paz, se põem aos
pés de Crist o para que lhes ensine, podem , com consolo, lançar- se a seus pés para encont rar seu
favor num dia de inquietude.

Versículos 33- 46
A t enra sim pat ia de Crist o por est es am igos aflit os se m anifest ou pela angúst ia de seu Espírit o.
Ele é afligido em t odas as aflições dos crent es. Sua preocupação por eles é dem onst rada em sua
bondosa pergunt a pelos rest os de seu am igo falecido. Ele age na form a e do j eit o dos filhos dos
hom ens, ao ser achado a sem elhança de hom em . I sso o dem onst rou por suas lágrim as. Era varão
de dores e experim ent ado no quebrant o. As lágrim as de com paixão se parecem às de Crist o, m as
est e nunca aprovou essa sensibilidade da qual se orgulham t ant os dos que choram por sim ples
relatos de problemas, e todavia se endurecem ante o ai de verdade. Nos dá o exemplo ao afastar- se
das cenas de hilaridade frívola, para que consolem os o aflit o. Não t em os um sum o sacerdot e que
não possa compadecer- se de nossas debilidades.
É um bem passo para elevar uma alma para a vida espiritual, quando é tirada a pedra, quando se
elim inam e superam os prej uízos, dando lugar para que a palavra ent re ao coração. Se recebemos a
palavra de Crist o, e confiam os em seu poder e fidelidade, verem os a glória de Deus e nos
alegrarem os de vê- la. Nosso Senhor Jesus nos ensina, com seu exem plo, a cham ar Pai a Deus na
oração e a aproxim ar- nos dEle com o filhos ao pai, com reverência hum ilde, m as com sant a ousadia.
Falou diret am ent e a Deus com os olhos alçados e em voz alt a, para que eles se convencessem de
que o Pai o havia enviado ao mundo como seu Filho amado.
Ele podia ressuscit ar a Lázaro pelo exercício silencioso de seu poder e vont ade, e a obra invisível
do Espírit o de vida, porém o fez em voz alt a. Era um t ipo do chamado do evangelho pelo qual se
tiram as almas mortas do túmulo do pecado; tipo de som da trombeta do arcanjo do último dia, com
que serão acordados t odos os que dorm em no pó, e serão convocados a com parecer ant e o grande
tribunal. O t úm ulo do pecado e est e m undo não são lugar para aqueles que Crist o reviveu; eles
devem sair. Lázaro foi revivido com plet am ent e e regressou, não só à vida, senão à saúde. O
pecador não pode reviver sua própria alm a, senão que deve usar os m eios de graça; o crent e não
pode sant ificar a si m esm o, senão que deve deixar de lado t odo peso e est orvo. Não podem os
converter a nossos parentes e amigos, porém devemos instruí- los, precavê- los e convidá- los.

Versículos 47- 53
Dificilm ent e haj a um descobrim ent o m ais claro da loucura do coração do hom em e de sua
inimizade acerbada cont ra Deus que o aqui regist rado. As palavras da profecia na boca não são
prova clara de um princípio de graça no coração. Pelo pecado t om am os o rum o m a eficaz para
lançar- nos acim a de nós a calam idade, da qual procuram os escapar, com o fazem os que crêem que

114
fom ent am seu próprio int eresse m undano opondo- se ao reino de Crist o. O que o ím pio t em e, lhe
sobrevirá. A conversão das alm as é a reunião delas com Crist o com o seu rei e refúgio; Ele m orreu
para efet uar isso. Ao m orrer as com prou para si m esm o, e adquiriu o dom do Espírit o Sant o para
elas: Seu amor ao morrer pelos crentes deve uni- los estreitamente.

Versículos 54- 57
Devem os renovar nosso arrependim ent o ant es da Páscoa do evangelho. Assim , por um a
purificação voluntária e por exercícios religiosos, muitos, mais devotos que seu próximo, passam um
t em po em Jerusalém ant es da Páscoa. Quando esperam os reunir- nos com Deus devem os preparar-
nos com solenidade. Nenhum art ifício do hom em pode alt erar os propósit os de Deus, e ainda que os
hipócrit as se divirt am com form as e disput as, e os hom ens m undanos procurem seus próprios
planos, Jesus continua ordenando todas as coisas para sua glória e para a salvação de seu povo.

CAPÍTULO 12
Versículos 1- 11 Maria unge a Cristo
Versículos 12- 19 Entra em Jerusalém
Versículos 20- 26 Uns gregos querem ver a Jesus
Versículos 27- 33 Uma voz desde o céu dá testemunho de Cristo
Versículos 34- 36 Seu sermão para o povo
Versículos 37- 43 Incredulidade dos judeus
Versículos 44- 50 O discurso de Cristo para eles

Versículos 1- 11
Crist o t inha repreendido a Mart a ant eriorm ent e porque se esforçava com m uit o serviço, m as ela
não deixou de servir, com o alguns que, com belicosidade, vão ao out ro ext rem o quando são
achados em falt a por exagerar um a coisa; ela cont inuou servindo, m as dent ro do alcance das
palavras da graça de Cristo.
Maria deu um sinal de am or a Crist o, que lhe t inha dado verdadeiros sinais de seu am or por ela e
por sua fam ília. O Ungido de Deus será nosso Ungido. Com o Deus derram ou o óleo da alegria sobre
Ele, mais ainda que aos seus com panheiros, assim nós derram em os o ungüent o de nossos m elhores
afetos sobre Ele.
O pecado néscio é em belezado com um pret ext o crível por Judas. Não devem os pensar que os
que não fazem o serviço a nosso jeito não o fazem de forma aceitável. O amor ao dinheiro que reina
é roubo de coração. A graça de Crist o faz com ent ários bondosos das palavras e ações piedosas,
obt endo o m elhor do que est á errado, e o m áxim o do bom . Devem- se aproveit ar as oport unidades;
e primeiro e com maior vigor as que provavelmente sejam as mais breves.
Confabular- se para im pedir o efeit o ult erior do milagre, m at ando a Lázaro, é t ant a iniqüidade,
m alícia e t olice que não se podem ent ender, salvo pela inim izade acérrim a do coração hum ano
cont ra Deus. Eles resolveram que devia m orrer o hom em que o Senhor havia ressuscit ado. O êxit o
do Evangelho cost um a irrit ar t ant o os ím pios que falam e agem com o se esperassem t riunfar sobre
o mesmo Todo Poderoso.

Versículos 12- 19
A entrada triunfal de Cristo em Jerusalém é registrada por todos os evangelistas.
Os discípulos não ent endem m uit as coisas excelent es da palavra e da providência de Deus, na
prim eira inst ância de seu conhecim ent o das coisas de Deus. O ent endim ent o ret o da nat ureza
espiritual do Reino de Cristo impede que apliquemos mal as Escrituras que falam a respeito.

Versículos 20- 26
O grande desej o de nossa alm a será ver a Jesus ao part icipar nas sant as ordenanças, em
particular da Páscoa do evangelho; vê- lo com o nosso, t endo com unhão com Ele e derivando graça
dEle.
O cham ado aos gent ios m agnificou o Redent or. Um a sem ent e de t rigo não produz a m enos que
sej a sepult ada. Assim Crist o poderia t er possuído som ent e sua glória celest ial sem t ornar- se
homem. Ou, depois de t er assum ida a nat ureza hum ana, poderia t er ent rado sozinho no céu, por
sua justiça perfeita, sem sofrimentos nem morte; mas então, nenhum pecador da raça humana teria
podido ser salvo. A salvação de nossas alm as at é agora e daqui em diant e at é o final do t em po,
deve- se à m ort e desse grão de t rigo. Busquem os se Crist o é em nós a esperança de glória;

115
roguemos- lhe que nos faça indiferent es aos esforços t riviais dest a vida, para que sirvam os o Senhor
Jesus com mente disposta, e para seguir seu santo exemplo.

Versículos 27- 33
O pecado de nossas almas foi a angústia da alma de Cristo quando empreendeu nossa redenção e
salvação, fazendo de sua alm a a ofert a pelo pecado. Crist o est ava dispost o a sofrer, m as orou
pedindo ser salvado de sofrer. A oração pedindo ser livrado da tribulação pode concordar bem com a
paciência que há trás eles, e com a submissão à vontade de Deus neles. Nosso Senhor Jesus decidiu
sat isfazer a honra de Deus inj uriado, e o fez hum ilhando- se a si m esm o. A voz do Pai desde o céu,
que o t inha declarado seu am ado Filho, em seu bat ism o e na t ransfiguração, se ouviu proclam ando
que havia glorificado seu nome e que o voltaria a glorificar.
Reconciliando o m undo com Deus pelo m érit o de sua m ort e, Crist o rom peu o poder da m ort e, e
lançou fora a Sat anás com o dest ruidor. Levando o m undo a Deus pela dout rina de sua cruz, Crist o
quebrant ou o poder do pecado e expulsou a Sat anás com o enganador. A alm a que est ava
distanciada de Crist o é levada a am á- lo e a confiar nEle. Agora Jesus ia para o céu, e levaria para lá
os corações dos hom ens. Há poder na m ort e de Crist o para at rair as alm as a Ele. Tem os ouvido do
evangelho o que enalt ece a livre graça, e t am bém t em os ouvido o que cham a ao dever; devem os
aceitar ambos de todo coração sem separá- los.

Versículos 34- 36
A gent e t irou noções falsas das Escrit uras porque passaram por alt o as profecias que falam dos
sofrim ent os e da m ort e de Crist o. Nosso Senhor os advert iu que a luz não seguiria com eles por
m uit o t em po m ais, e os exort ou a cam inhar nela ant es que a escuridão os alcançasse. Os que
desej am andar na luz devem crer nela e seguir as inst ruções de Crist o. Mas os que não t êm fé, não
podem cont em plar o que se apresent a em Jesus, levant ado na cruz, e são alheios a sua influência,
como o dá a conhecer o Espírito Santo; acham milhares de objeções para escusar sua incredulidade.

Versículos 37- 43
Observe- se o m ét odo de conversão aqui im plicado. Os pecadores são levados a ver a realidade
das coisas divinas e a t er um cert o conhecim ent o delas; para que se convert am e se t ornem
verdadeiram ent e do pecado a Crist o, com o sua Alegria e Porção. Deus os curará, os j ust ificará e
santificará; perdoará seus pecados, que são com o feridas que sangram , e m ort ificará as corrupções,
que são como doenças que espreitam.
Veja- se aqui o poder do m undo para am ort içar a convicção de pecado, levando em cont a o
aplauso ou a censura dos hom ens. o am or ao elogio dos hom ens, com o subprodut o do bom , fará
hipócrit a ao hom em quando a religião est á de m oda e por ela se obt ém m érit o; o am or ao elogio
dos hom ens, com o princípio vil do m au, fará um apóst at a do hom em quando a religião caia em
desgraça e se perca o mérito por ela.

Versículos 44- 50
Nosso Senhor proclam ou publicam ent e que t odo aquele que cresse nEle, com o seu discípulo
verdadeiro, não acredit aria som ent e nEle, senão no Pai que o enviou. Cont em plando em Jesus a
glória do Pai, aprendem os a obedecer, am ar e confiar nEle. Olhando diariam ent e Àquele que veio
com o Luz ao m undo, som os liberados crescent em ent e das t revas da ignorância, do erro, do pecado
e da m iséria; aprendem os que o m andam ent o de Deus nosso Salvador é vida et erna, em bora a
mesma palavra selará a condenação de todos os que a desprezam ou a rejeitam.

CAPÍTULO 13
Versículos 1- 17 Cristo lava os pés dos discípulos
Versículos 18- 30 Anúncio da traição de Judas
Versículos 31- 38 Cristo manda os discípulos que se amem uns a outros

Versículos 1- 17
Nosso Senhor Jesus t em um povo no m undo que é seu; o com prou e pagou caro por eles, e os
separou para sim ; eles se rendem a Ele com o povo peculiar. Aos que Crist o am a, os am a at é o
sumo. Nada pode separar do amor de Cristo o crente verdadeiro.
Não sabem os quando chegará nossa hora, por isso, o que devem os fazer com o preparat ivo
const ant e para ela, nunca deve ficar sem ser feit o. Não podem os saber que cam inho de acesso aos

116
corações dos hom ens t em o diabo, m as alguns pecados são t ão excessivam ent e pecam inosos, e é
t ão pouca a t ent ação a eles de part e do m undo e a carne, que é evident e que vêm diret am ent e de
parte de Satanás.
Jesus lavou os pés dos discípulos para ensinar- nos a pensar que nada nos rebaixa se podemos
fom ent ar a glória de Deus e o bem de nossos irm ãos. Devemos dirigir- nos ao dever e deixar de lado
t odo o que im pede o que devem os fazer. Crist o lavou os pés dos discípulos para represent á- lhes o
valor do lavamento espiritual, e a limpeza da alma das contaminações do pecado.
Nosso Senhor Jesus faz m uit as coisas cuj o significado nem seus discípulos sabem no present e,
m as o saberão depois. Ao final vem os que era o bom dos fat os que pareciam piores. Não é
humildade, senão incredulidade rejeitar a oferta do evangelho como se fossem demasiado ricos para
que seja para nós, ou notícia demasiado boa para ser verdadeira.
Todos os que são espirit ualm ent e lavados por Crist o t êm part e nEle, e som ent e eles. A t odos os
que Crist o reconhece e salva, os j ust ifica e santifica. Pedro se subm et e m ais do requerido; roga ser
lavado por Crist o. Quão fervoroso é pela graça purificadora do Senhor Jesus, e o efeit o t ot al dela,
at é em suas m ãos e cabeça! Os que desej am verdadeiram ent e ser sant ificados, desej am ser
santificados por com plet o, e que sej a purificado t odo o hom em , em t odas suas part es e poderes. O
crent e verdadeiro é assim lavado quando recebe a Crist o para sua salvação. Ent ão, vej a- se qual
deve ser o afã diário dos que, pela graça, est ão num est ado j ust ificado, ist o é, lavar seus pés;
lim par a culpa diária, e est ar alert as cont ra t oda coisa cont am inant e. I st o deve fazer- nos
sum am ent e caut os. Desde o perdão de ont em devem os ser fort alecidos cont ra a t ent ação dest e dia.
Quando se descobrem hipócritas, não deve ser surpresa nem causa de tropeço para nós.
At ent em na lição que ensina aqui Crist o. Os deveres são m út uos; devem os aceit ar aj uda de
nossos irm ãos e devem os dar- lhes aj uda. Quando vem os que nosso Mest re serve, não podem os
senão ver quão inconveniente é dominar para nós.
E o m esm o am or que levou a Crist o a resgat ar e reconciliar a seus discípulos, quando eram
inimigos, ainda influi sobre Ele.

Versículos 18- 30
Nosso Senhor t inha falado, freqüent em ent e, de seus sofrim ent os e m ort e, sem essa t urvação de
espírit o com o a que agora revela quando fala de Judas. Os pecados dos crist ãos são a t rist eza de
Cristo.
Não devem os lim it ar nossa at enção a Judas. A profecia de sua t raição pode aplicar- se a t odos os
que part icipam das m isericórdias de Deus e as recebem com ingrat idão. Veja- se o infiel que
soment e at ent a às Escrit uras com o desej o de elim inar sua aut oridade e dest ruir sua influência; o
hipócrit a que professa crer nas Escrit uras, m as não se governa por elas; e o apóst at a que se afast a
de Cristo por uma ninharia. Assim, pois, a humanidade, sustentada pela providência de Deus, depois
de com er pão com Ele, alça cont ra Ele seu calcanhar! Judas saiu com o um cansado de Jesus e de
seus apóstolos. Aqueles cujas obras são más amam as trevas mais que a luz.

Versículos 31- 35
Crist o t inha sido glorificado em m uit os m ilagres que operou, porém fala de ser glorificado, agora,
em seus sofrim ent os, com o se isso fosse m ais que t odas suas out ras glórias em seu est ado de
humilhação. Assim foi feit a sat isfação pelo m al feit o a Deus por causa do pecado do hom em . Não
podem os seguir a nosso Senhor a sua felicidade celest ial, m as se crerm os verdadeiram ent e nEle, o
seguiremos no além; nesse ínterim, devemos esperar seu tempo e fazer sua obra.
Ant es que Crist o deixasse os discípulos, lhes daria um novo m andam ent o. Eles deviam am ar- se
uns a out ros por am or a Crist o e, conform e com seu exem plo, buscar o que beneficia o próxim o, e
fom ent a a causa do evangelho, com o um só corpo anim ado por um a só alm a. Est e m andam ent o
ainda parece novo para muitos professantes. Em geral, os homens percebem qualquer outra palavra
de Cristo antes destas. Por isto é revelado, que se os seguidores de Cristo não se demonstram amor
uns a outros, dão causa para suspeitar de sua sinceridade.

Versículos 36- 38
Pedro passou por alt o o que Crist o dissera sobre o am or frat ernal, m as falou daquilo sobre o qual
Crist o os m ant eve ignorant es. Com um é t er m ais zelo por saber coisas secret as, que correspondem
som ent e a Deus, que por coisas reveladas que nos correspondem a nós e a nossos filhos; t er m ais
desej o de sat isfazer nossa curiosidade que dirigir nossa consciência; saber o que se faz no céu m ais
do que devem os fazer nós para chegar lá. Quão logo se deixa de falar sobre o que é claro e
edificant e, enquant o se cont inua o debat e duvidoso com o lut a int erm inável de palavras! Som os
dados a levar a m al que nos digam que não podem os fazer ist o ou aquilo, em bora sem Crist o nada
podem os fazer. Crist o nos conhece m elhor que nós m esm os, e t em m uit as m aneiras de descobrir

117
aos que am a, e esconder o orgulho para eles. Dediquemo- nos a m ant er a unidade do Espírit o no
vínculo da paz, a amar- nos fervorosamente uns a outros com coração puro, e a andar humildemente
com nosso Deus.

CAPÍTULO 14
Versículos 1- 11 Cristo consola a seus discípulos
Versículos 12- 17 Mais consolo para seus discípulos
Versículos 18- 31 Continua consolando a seus discípulos

Versículos 1- 11
Aqui há t rês palavras sobre as quais pode colocar- se t oda a ênfase: a palavra " t urbe". Não se
deprim am nem se angust iem . A palavra " coração" . Que seu coração est ej a guardado com t oda
confiança em Deus. A palavra " vosso" . Por m ais que o próxim o est ej a abrum ado pelas penas dest a
época at ual, vocês não devem est ar assim . Os discípulos de Crist o devem m ant er sua m ent e em
paz, m ais que o próxim o, quando t odo o rest o est á t urbado. Eis aqui o rem édio cont ra este
t ranst orno da m ent e, " Creiam " . Crendo em Crist o com o Mediador ent re Deus e o hom em ,
recebem os consolo. Se fala da felicidade do céu com o est ar na casa do pai. Exist em m uit as
m ansões, porque há m uit os filhos para serem levados à glória. As m ansões são m oradas que
duram . Crist o será o Consum ador daquilo do qual é o Aut or ou I niciador; se t em preparado o lugar
para nós, nos preparará para isso.
Crist o é o Cam inho ao Pai que os pecadores t êm em sua pessoa com o Deus m anifest ado em
carne, em seu sacrifício expiat ório, e com o nosso Advogado. Ele é a Verdade, que cum pre t odas as
profecias do Salvador; crendo nisso, os pecadores vão por Ele, o Cam inho. Ele é a Vida, por seu
Espírit o vivificador recebem vida os m ort os em pecado. Ninguém que não sej a vivificado por Ele a
Vida , e ensinado por Ele a Verdade , pode aproxim ar- se a Deus com o Pai por Ele o Cam inho.
Por Cristo, o Caminho, nossas orações vão a Deus e suas bênçãos vêm a nós; este é o Caminho que
leva ao repouso, o bom Cam inho ant igo. Ele é a Ressurreição e a Vida. Todo o que vê a Crist o pela
fé, vê ao Pai nEle. À luz da dout rina de Crist o viram a Deus com o Pai das luzes e, nos m ilagres de
Crist o, viram a Deus com o o Deus do poder. A sant idade de Deus brilhou na pureza im aculada da
vida de Crist o. t em os que crer a revelação de Deus ao hom em em Crist o; porque as obras do
Redentor mostram sua glória, e a Deus nEle.

Versículos 12- 17
Qualquer coisa que peçam os em nom e de Crist o, que sej a para nosso bem e adequada para
nosso est ado, nos será dada. Pedir no nom e de Crist o é invocar seus m érit os e sua int ercessão, e
depender dest es argum ent os. O dom do Espírit o é um frut o da m ediação de Crist o, com prado por
seu m érit o e recebido por sua int ercessão. A palavra aqui em pregada significa advogado,
conselheiro, m onit or e consolador. Ele perm anece com os discípulos at é o fim do t em po; seus dons
e graças alent am seus corações. As expressões usadas, aqui e em out ras passagens, denot am um a
pessoa, e o ofício mesmo inclui todas as perfeições divinas.
O dom do Espírit o Sant o é dado aos discípulos de Crist o, e não ao m undo. Est e é o favor que
Deus dá a seus eleit os: com o font e de sant idade e alegria, o Espírit o Sant o perm anecerá com cada
crente para sempre.

Versículos 18- 24
Crist o prom et e que cont inuará conduzindo a seus discípulos. Não vos deixarei órfãos ou sem pai,
porque, em bora vos deixe, de t odos m odos vos deixo est e consolo: Volt arei a vós. Virei
prontament e a vós em m inha ressurreição. Virei diariam ent e a vós em m eu Espírit o; nos sinais de
seu am or e nas visit as de sua graça. Cert am ent e virei no final do t em po. Som ent e os que vêem a
Crist o com os olhos da fé o verão para sem pre: o m undo não o vê m ais at é sua segunda vinda,
porém os discípulos t êm com unhão com Ele em sua ausência. Est es m ist érios serão plenam ent e
conhecidos no céu. É um ato ulterior de graça que eles o saibam e tenham este consolo.
Tendo os m andam ent os de Crist o, devem os obedecê- los. E ao t ê- los sobre nossa cabeça,
devem os guardá- los em nosso coração e em nossa vida. A prova m ais segura de nosso am or a
Crist o é a obediência às leis de Crist o. Há sinais espirit uais de Crist o e seu am or dados a t odos os
crentes. Quando o am or sincero a Crist o est á no coração, haverá obediência. O am or será um
princípio que m anda e const range; e aonde há am or, o dever se desprende de um princípio de
gratidão. Deus não só am ará os crent es obedient es, senão que se com prazerá em am á- los,

118
repousará em am or a eles. Est ará com eles com o em sua casa. Est es privilégios est ão lim it ados aos
que t êm a fé que opera por am or, e cuj o am or a Jesus os leva a obedecer seus m andam ent os. Os
tais são participes da graça do Espírito Santo que os cria de novo.

Versículos 25- 27
Se desej arm os saber est as coisas para nosso bem , devem os orar por elas e depender do ensino
do Espírit o Sant o; assim serão t razidas a nossa m em ória as palavras de Jesus, e m uit as dificuldades
serão esclarecidas, até as que não são claras para outrem. O Espírito de graça é entregue a todos os
sant os para que lhes faça lem brar, e devem os encom endar- lhe, por fé e orando, que m ant enha o
que ouçam os e saibam os. A paz é dada para t odo bem , e Crist o nos t em guiado a t odo o que é real
e verdadeiram ent e bom , a t odo o de bom prom et ido: a paz m ent al a part ir de nossa j ust ificação
ante Deus. Crist o cham a sua paz disso, porque Ele m esm o é nossa paz. A paz de Deus difere
am plam ent e da dos fariseus ou hipócrit as, com o se dem onst ra por seus afet os baixos e
humilhantes.

Versículos 28- 31
Crist o eleva as expect at ivas de seus discípulos a algo que est á além do que pensavam era sua
maior felicidade. Agora seu t em po era escasso, port ant o, lhes falou largam ent e. Quando cheguemos
a adoecer, e a m orrer, podem os ser incapazes de falar m uit o aos que nos rodeiam ; o bom conselho
que devem os dar, dem o- lo enquant o est iverm os sadios. At ent e para a perspect iva de um conflit o
im inent e que t inha Crist o, não som ent e com os hom ens, senão com as pot est ades das t revas.
Satanás t em algo em nós com que nos deixa perplexos, porque t odos pecam os, m as quando quer
perturbar a Crist o, nada de pecam inoso acha que lhe serva. A m elhor prova de nosso am or ao Pai é
que façam os com o Ele nos m anda. Regozijemo- nos nas vit órias do Salvador sobre Sat anás, o
príncipe deste mundo. Copiemos o exemplo de seu amor e obediência.

CAPÍTULO 15
Versículos 1- 8 Cristo, a Videira verdadeira
Versículos 9- 17 Seu amor pelos discípulos
Versículos 18- 25 Anúncio de ódio e perseguição
Versículos 26- 27 Promessa do Consolador

Versículos 1- 8
Jesus Crist o é a Videira, a Videira verdadeira. A união da nat ureza divina com a hum ana, e a
plenitude do Espírito que há nEle, lembram a raiz da vida que frutifica pela umidade da boa terra. Os
crent es são os ram os dest a Videira. A raiz não se vê e nossa vida est á escondida com Crist o; a raiz
sust ent a a árvore, lhe difunde a seiva, e em Crist o est ão t odos os sust ent os e provisões. Os ram os
da videira são m uit os, m as ao unificar- se na raiz Enquanto a lugar e opinião, se unem em Crist o. Os
crentes, como os ramos da videira, são fracos e incapazes de permanecer, senão como nasceram.
O Pai é o Dono da videira. Nunca houve um dono t ão sábio, t ão cuidadoso com sua vinha com o
Deus por sua I grej a que, por isso, deve prosperar. Devem os ser frut íferos. Esperam os uvas de um a
videira, e do crist ão esperam os um t em peram ent o, um a disposição e um a vida crist ã. Devemos
honrar a Deus e fazer o bem , ist o é, levar frut o. Os est éreis são cort ados. At é os ram os frut íferos
necessitam poda porque, no m elhor dos casos, t em os idéias, paixões e hum ores que requerem ser
elim inados, coisa que Crist o t em prom et ido fazer por sua Palavra, Espírit o e Providência. Se são
usados meios drásticos para avançar a santificação dos crentes, eles estarão agradecidos por eles. A
palavra de Crist o se dá a t odos os crent es; e há nessa palavra um a virt ude que lim pa ao operar a
graça e desfazer a corrupção. Quant o m ais frut o dem os, m ais abundarem os no que é bom , e m ais
glorificado será nosso Senhor.
Para frut ificar, devem os perm anecer em Crist o, devem os est ar unidos a Ele pela fé. O grande
interesse de todos os discípulos de Cristo é manter constante a dependência de Cristo e a comunhão
com Ele. Os crist ãos verdadeiros acham , por experiência, que t oda int errupção o exercício da fé faz
com que m ingúem os afet os sant os, revivam suas corrupções e adoeçam suas consolações. Os que
não perm anecem em Crist o, em bora floresçam por um t em po na profissão ext erna, chegam , não
obst ant e, a nada. O fogo é o lugar m ais adequado para os ram os m urchos; não são bons para out ra
coisa. Procuremos viver mais simplesmente da plenitude de Cristo, e crescer mais frutíferos em todo
bom dizer e fazer, para que seja pleno nosso gozo nEle e em sua salvação.

119
Versículos 9- 17
Aqueles aos que Deus ama como Pai podem desprezar o ódio de todo o mundo. Como o Pai amou
a Crist o que foi digno at é o sum o, assim am ou a seus discípulos, que eram indignos. Todos os que
am am ao Salvador devem perseverar em seu am or por Ele, e aproveit ar t odas as ocasiões para
demonstrá- lo. O gozo do hipócrit a dura som ent e um m om ent o, m as o gozo dos que perm anecem
em Crist o é um a fest a cont ínua. Devem dem onst rar seu am or por Ele obedecendo a seus
mandamentos. Se o m esm o poder que prim eiro derram ou o am or de Crist o em nossos corações,
não nos mantiver nesse amor, não permaneceríamos nesse amor por muito tempo.
O am or de Crist o por nós deve levar- nos a am ar- nos m ut uam ent e. Ele fala com o se est iver a
ponto de encarregar muitas coisas, mas menciona somente esta: abranja muitos deveres.

Versículos 18- 25
Que pouco pensam m uit as pessoas que ao opor- se à dout rina de Crist o com o Profet a, Sacerdot e
e Rei, se m ost ram ignorant es do único Deus vivo e verdadeiro, ao qual professam adorar! O nom e
no qual são bat izados os discípulos de Crist o é aquele pelo qual viverão e m orrerão. Consolo é para
os grandes doent es se sofrem por am or ao nom e de Crist o. A ignorância do m undo é a causa
verdadeira de seu ódio pelos discípulos de Jesus. Enquant o m ais claros e plenos sej am os
descobrim ent os da graça e verdade de Crist o, m aior é nosso pecado se não lhe am am os nem
acreditamos nEle.

Versículos 26- 27
O Espírit o bendit o m ant erá a causa de Crist o no m undo, apesar da resist ência que encont ra. Os
crentes ensinados e exortados por suas influências devem testificar de Cristo e de sua salvação.

CAPÍTULO 16
Versículos 1- 6 Anúncio de perseguição
Versículos 7- 15 A promessa do Espírito Santo, e seu ofício
Versículos 16- 22 Partida e regresso de Cristo
Versículos 23- 27 Exortação a orar
Versículos 28- 33 As revelações de Cristo sobre si mesmo

Versículos 1- 6
Nosso Senhor Jesus, ao dar a seus discípulos a not ícia de t ribulações, se propôs que o t error não
fosse um a surpresa para eles. Pode que os inim igos reais, que est ão ao serviço de Deus, finj am zelo
por Ele, o que não dim inui o pecado dos perseguidores; as vilanias nunca m udam por endossá- lhes
o nom e de Deus. Com o Jesus em seus sofrim ent os, do m esm o m odo seus seguidores nos seus
devem at ent ar ao cum prim ent o da Escrit ura. Não lhes disse ant es, porque est ava com eles para
ensiná- lhes, guiá- los e consolá- los; ent ão eles não necessit avam est a prom essa da presença do
Espírito Santo.
Nos silencia perguntar- nos: De onde vêm os problemas? Nos satisfará perguntar- nos: Aonde vão?
Porque sabem os que operam para bem . Falt a e t olice com uns dos crist ãos t rist es é olhar som ent e o
lado escuro da nuvem , fazendo ouvidos surdos à voz do gozo e j úbilo. O que encheu de pena os
corações dos discípulos era um afet o dem asiado grande para est a vida present e. Nada obst aculiza
mais nosso gozo em Deus que o amor ao mundo, e a tristeza do mundo que vem com ele.

Versículos 7- 15
A part ida de Crist o era necessária para a vinda do Consolador. Enviar o Espírit o seria o frut o da
m ort e de Crist o, que foi sua part ida. Sua presença corporal podia estar somente em um lugar à vez,
m as seu Espírit o est á em t odas part es, em t odos os lugares, em t odos os t em pos, onde quer que
dois ou três estejam reunidos em seu nome.
Veja- se nisto o ofício do Espírito, primeiro reprovar, ou convencer de pecado. A obra de convicção
de pecado é obra do Espírit o, que pode fazê- la eficazm ent e, e ninguém senão Ele só. O Espírit o
Sant o adot a o m ét odo de condenar prim eiro o pecado, e depois Consolar. O Espírit o convencerá o
mundo do pecado; sim plesm ent e não se lim it ará a dizê- lo. O Espírit o convence de que o pecado é
um fat o; da falt a de pecado; da t olice do pecado; da im undícia do pecado, que por isso chegam os a
ser aborrecidos por Deus; da font e do pecado: a nat ureza corrupt a; e, por últ im o, do frut o do
pecado cuj o fim é a m ort e. O Espírit o Sant o dem onst ra que t odo o m undo é culpável perant e Deus.
Ele convence o m undo da j ust iça; que Jesus de Nazaré foi Crist o, o j ust o; além disso, da j ust iça de

120
Crist o que nos é im put ada para j ust ificação e salvação. Ele lhes m ost ra de onde se obt ém e com o
podem ser aceit os por j ust os segundo o crit ério de Deus. A ascensão de Crist o prova que o resgat e
foi aceit o e consum ada a j ust iça por m eio da qual os crent es seria j ust ificados. Do j uízo porque o
príncipe dest e m undo é j ulgado. Todo est ará bem quando sej a rom pido o poder do que t em feit o
t odo o m al. Com o Sat anás é vencido por Crist o, ist o nos dá confiança, porque nenhum out ro poder
pode resistir ante Ele.
E do dia do j uízo. A vinda do Espírit o ia ser um a vant agem indizível para os discípulos. O Espírit o
Sant o é nosso Guia, não só para m ost rar- nos o cam inho, senão para ir conosco com aj udas e
influências cont ínuas. Ser guiados a um a verdade é m ais que apenas conhecê- la; não é t er sua
noção t ão só em nossa cabeça, senão deu deleit e, seu sabor e seu poder em nossos corações. Ele
ensinará t oda a verdade sem ret er nada que sej a proveit oso, porque m ost rará coisas vindouras.
Todos os dons e as graças do Espírit o, t odas as línguas e m ilagres, eram para glorificar a Crist o.
Corresponde a cada um perguntar- se se o Espírito tem começado a boa obra em seu coração. Sem a
revelação clara de nossa culpa e perigo nunca ent enderíam os o valor da salvação de Crist o, m as
quando se nos dá a conhecer corret am ent e, com eçam os a ent ender o valor do Redent or. Teríamos
visões m ais plenas do Redent or e afet os m ais vivos por Ele se orássem os m ais pelo Espírit o Sant o e
dependêssemos mais dEle.

Versículos 16- 22
Bom é considerar quão pert o de seu final est ão nossas t em poradas de graça para que sej am os
est im ulados a t er proveit o delas, porque a dor dos discípulos será logo convert ida em gozo, com o a
da m ãe quando vê seu recém - nascido bebê. O Espírit o Sant o será o Consolador deles e nem os
hom ens nem os dem ônios, nem os sofrim ent os da vida e da m ort e, lhes arrebat arão para sem pre
seu gozo. Os crent es t êm gozo ou pena segundo sua visão de Crist o e os sinais de sua presença.
Vem uma dor ao ímpio que nada pode diminuir; o crente é herdeiro do gozo que ninguém pode tirar.
Onde está agora o gozo dos assassinos de nosso Senhor e a dor de seus amigos?

Versículos 23- 27
Pedir ao Pai m ost ra a percepção das necessidades espirit uais, e o desej o de bênçãos espirit uais
com o convencim ent o de que devem obt er- se só de Deus. Pedir no nom e de Crist o é reconhecer
nossa indignidade para receber favores de Deus, e demonstra nossa total deportação de Cristo como
Jeová justiça nossa.
Nosso Senhor t inha falado at é aqui com frases curt as e de peso, ou com parábolas, cuj a
magnitude não captavam plenamente os discípulos, porém depois de sua ressurreição tinha pensado
ensiná- lhes claram ent e coisas referidas ao Pai e do cam inho dEle, por m eio de sua intercessão. A
freqüência com que nosso Senhor põe em vigência a ofert a de pet ições em seu nom e, indica que o
grande fim da m ediação de Crist o é im prim ir em nós o profundo sent ido de nossa devassidão e do
m érit o e poder de sua m ort e, pelo qual t em os acesso a Deus. Lem brem os sem pre que é o m esm o
dirigir- nos ao Pai em nom e de Crist o que dirigir- nos ao Filho Enquanto Deus que m ora na nat ureza
humana, e reconcilia o mundo consigo, já que o Pai e o Filho são um.

Versículos 28- 33
Eis aqui um a clara afirm ação da vinda de Crist o desde o Pai e de seu regresso a Ele. Em sua
vinda, o Redent or foi Deus m anifest o em carne, e em sua part ida foi recebido em glória. Os
discípulos aproveit aram o conhecim ent o dizendo isso, t am bém , em fé: " agora est am os seguros" .
Sim! Não conheciam sua própria debilidade.
A nat ureza divina não desert ou da nat ureza hum ana, m as a sust eve e deu consolo e valor aos
sofrim ent os de Crist o. Enquant o cont em os com a presença favorável de Deus est arem os felizes e
devemos estar tranqüilos, ainda que todo o mundo nos abandone.
A paz em Cristo é a única paz verdadeira, os crentes a têm nEle somente. Através dEle temos paz
com Deus e, assim , nEle t em os paz em nossa m ent e. Devem os anim ar- nos porque Crist o t em
vencido o m undo ant e nós, m as enquant o pensem os que resist im os, cuidem os de não cair. Não
sabem os com o devem os agir e ent ram os em t ent ação: est ej am os alert a e orando sem cessar para
que não sejamos deixados sozinhos.

121
CAPÍTULO 17
Versículos 1- 5 Oração de Cristo por si mesmo
Versículos 6- 10 Oração por seus discípulos
Versículos 11- 26 Sua oração

Versículos 1- 5
Nosso Senhor orou com o hom em e com o Mediador de seu povo, em bora falou com m aj est ade e
aut oridade, com o um e igual com o Pai. A vida et erna não podia ser dada aos crent es a m enos que
Crist o, seu fiador, glorificara o Pai e fosse glorificado por Ele. Est e é o cam inho do pecador à vida
et erna e quando est e conhecim ent o sej a aperfeiçoado, se desfrut arão plenam ent e a sant idade e a
felicidade. A sant idade e a felicidade dos rem idos são, em especial, a glória de Crist o e de seu Pai,
que foi o gozo colocado diant e dEle, pelo qual suport ou a cruz e desprezou a vergonha; est a glória
era o fim do pesar de sua alm a e ao obt ê- la se satisfez completamente. Assim somos ensinados que
é necessário que glorifiquem os a Deus com o prova de nosso int eresse em Crist o, por quem a vida
eterna é a livre dádiva de Deus.

Versículos 6- 10
Crist o ora pelos que são seus. Tu m os dest e, com o ovelhas ao past or, para ser cuidados; com o
um pacient e é levado ao m édico, para ser curado; com o crianças ao aio, para serem ensinados;
dest e m odo Ele ent regará sua carga. Para nós é um a grande sat isfação em nossa confiança em
Crist o que Ele pert ença a Deus, e t odo o que Ele é e t em , e t odo o que disse e fez, t odo o que est á
fazendo e fará. Cristo ofereceu esta oração por seu povo só Enquanto a crentes; não pelo mundo em
geral. Apesar de que ninguém que desej e ir ao Pai e sej a cient e de que é indigno de ir em seu
próprio nom e, deve desanim ar pela declaração do Salvador, porque Ele é capaz e est á dispost o a
salvar ao m áxim o a t odos os que vão a Deus por Ele. As convicções e os desej os fervorosos são
sinal esperançoso de um a obra j á efet uada no hom em ; com eçam a dem onst rar que t em sido
escolhido para salvação através da santificação do Espírito e a crença da verdade.
Eles são t eus, e os t eus são m eus. I sto diz que Pai e Filho são um. Todo o meu é teu. O Filho não
considera a ninguém como seu que não seja dedicado ao serviço do Pai.

Versículos 11- 16
Crist o não ora para que eles sej am ricos e grandes no m undo, senão para que sej am
resguardados do pecado, fort alecidos para seu dever, e levados ao céu a salvo. A prosperidade da
alm a é a m elhor prosperidade. Rogou a seu sant o Pai que os cuidasse por seu poder e para sua
glória, para que eles se unissem em afeto e trabalho ainda conforme com a união de Pai e Filho.
Não orou para que seus discípulos fossem t irados do m undo, para que pudessem escapar da ira
dos hom ens, porque t inham um a grande obra que fazer para a glória de Deus, e para benefício da
humanidade. Ele orou para que o Pai os resguardasse do m al, de serem corrom pidos pelo m undo,
pelos rest os de pecado em seus corações, e pelo poder e ast úcia de Sat anás. Assim , pois, eles
passariam pelo m undo com o cruzando t errit ório inim igo, com o Ele t inha feit o. Eles não são deixados
aqui para procurar os m esm os obj et ivos que os hom ens que os rodeiam , senão para glorificar a
Deus e servir a sua geração. O Espírit o de Deus nos crist ãos verdadeiros se opõe ao espírit o do
mundo.

Versículos 17- 19
Crist o orou em seguida pelos discípulos para que não som ent e fossem resguardados do m al,
senão fossem feit os bons. A oração de Jesus por t odos os seus é que sej am feit os sant os. At é os
discípulos devem orar pedindo a graça santificadora.
O m eio de dar est a graça é " na t ua verdade; a t ua palavra é a verdade" . Santifica- os, separa- os
para ti mesmo e para teu serviço. Recebe- os no ofício; que tua mão vá com eles.
Jesus se consagrou por int eiro a sua t arefa, e a t odas as part es dela, especialm ent e ao oferecer-
se im aculado a Deus pelo Espírit o et erno. A real sant idade de t odos os crist ãos verdadeiros é o frut o
da m ort e de Crist o, pela qual foi adquirido o dom do Espírit o Sant o; Ele se deu por sua I grej a para
santificá- la. Se nossos pont os de vist a não t êm est e efeit o em nós, não são verdade divina, ou não
os recebemos por uma fé ativa e viva, senão como simples noções.

Versículos 20- 23
Nosso Senhor orou especialm ent e para que t odos os crent es forrem com o um corpo sob um a
cabeça, anim ado por um a única alm a, por sua união com Crist o e o Pai nEle, por m eio do Espírit o

122
Sant o que habit a neles. Enquant o m ais discut am sobre assunt os m enores, m ais lançam dúvidas
sobre o crist ianism o. Vam os propor- nos m ant er a unidade do Espírit o no vínculo da paz, rogando
que t odos os crent es se unam m ais e m ais num propósit o e um crit ério. Assim convenceríam os o
m undo da verdade e da excelência de nossa religião e encont raríam os um a com unhão m ais doce
com Deus e seus santos.

Versículos 24- 26
Crist o, com o Um com o Pai, ora por cont a de t odos os que t inham - lhe sido dados e que, em seu
devido m om ent o, acredit ariam nEle, para que sej am levados ao céu; e que aí t oda a com panhia dos
rem idos possa cont em plar sua glória com o Am igo e I rm ão am ado, e nisso achar a alegria. Tinha
declarado, e declararia depois, o nom e e o carát er de Deus, por sua dout rina e seu Espírit o, que
sendo um com Ele, t am bém possa perm anecer com eles o am or do Pai por Ele. Assim , est ando
unidos com Ele por um Espírit o, sej am cheios com a plenit ude de Deus e desfrut em da bênção da
qual não podemos formar- nos uma idéia correta em nosso estado atual.

CAPÍTULO 18
Versículos 1- 12 Cristo detido num jardim
Versículos 13- 27 Cristo entre Anás e Caifás
Versículos 28- 40 Cristo ante Pilatos

Versículos 1- 12
O pecado com eçou no j ardim do Éden, ali se pronunciou a m aldição, ali se prom et eu o Redent or;
e num j ardim essa Sem ent e prom et ida ent rou em conflit o com a ant iga serpent e. Crist o foi
sepultado t am bém num j ardim . Ent ão, quando passem os por nossos j ardins, m edit em os nos
sofrimentos de Cristo num jardim.
Nosso Senhor Jesus, sabendo t odas as coisas que lhe sobreviriam , se adiant ou e pergunt ou: A
quem buscam ? Quando o povo quis obrigá- lo a levar um a coroa, Ele se ret irou ( capít ulo 6.15) , m as
quando viram para obrigá- lo a levar a cruz, Ele se ofereceu, porque veio a este mundo a sofrer, e foi
ao out ro m undo a reinar. Ele dem onst rou claram ent e o que poderia t er feit o quando os derrubou;
poderia t ê- los deixado m ort os, m as não fez assim . Deve de t er sido o efeit o do poder divino que fez
com que os oficiais e os soldados deixassem que os discípulos part issem t ranqüilam ent e depois da
resistência que ofereceram.
Cristo nos dá o exemplo de mansidão nos sofrimentos e a pauta da submissão à vontade de Deus
em toda coisa que nos concerna.
É som ent e o cálice, coisa de pouca im port ância. É o cálice que nos é dado; os sofrim ent os são
dádivas. Nos é dado pelo Pai que t em a aut oridade de pai e não nos faz m al; o afet o de um pai, e
não t em int enção de ferir- nos. Do exem plo de nosso Salvador devem os aprender a receber nossas
aflições m ais leves e pergunt ar- nos se devem os resist ir a vont ade de nosso Pai ou desconfiar de seu
amor.
Est am os am arrados com a corda de nossas iniqüidades, com o j ugo de nossas t ransgressões.
Crist o, feit o ofert a do pecado por nós, para livrar- nos dessas am arras, se subm et eu a ser am arrado
por nós. Devemos nossa liberdade a suas ataduras: assim o Filho nos liberta.

Versículos 13- 27
Sim ão Pedro nega a seu Mest re. Os det alhes t êm sido com ent ados nos out ros evangelhos. O
com eço do pecado é com o deixar correr a água. O pecado de m ent ir é um pecado fért il: um a
m ent ira necessária de out ra para apoiar- se, e essa, outra. Se o cham ado a expor- nos a um perigo é
claro, podem os esperar que Deus nos dê poder para honrá- lo; de não ser assim , podem os t em er
que Deus perm it irá que sej am os envergonhados. Eles nada disseram acerca dos m ilagres de Jesus,
pelos quais t inha realizado t ant o bem , e que provavam sua dout rina. Desse m odo, os inim igos de
Crist o, ainda que pelej am cont ra a verdade, fecham volunt ariam ent e seus olhos ant e ela. Ele apela
aos que lhe ouvem . A dout rina de Crist o pode apelar com cert eza a t odos os que a conhecem e os
que julgam segundo verdade dão testemunho dela. Nunca deve ser apaixonado nosso ressentimento
pelas injúrias. Ele arrazoou com o homem que o injuriou e nós também podemos.

Versículos 28- 32
Era inj ust o m andar à m ort e a um que t inha feit o t ant o bem , port ant o, os j udeus est avam
dispost os a salvar- se de t oda recrim inação. Muit os t em em m ais o escândalo que o pecado de algo

123
mau. Crist o t inha dit o que seria ent regue aos gent ios e que eles o m at ariam ; aqui vem os que isso
se cum priu. Tinha dit o que seria crucificado, levant ado. Se os j udeus o t ivessem j ulgado conform e a
sua lei, o t eriam lapidado; a crucifixão nunca foi usada pelos j udeus. Embora não se nos t enha
revelado, est á det erm inado no que nós concerne, de que m ort e m orrerem os: ist o deveria livrar- nos
da inquietude relativa a esse assunto. Senhor, que seja quando e como tens designado.

Versículos 33- 40
Tu És o Rei dos j udeus, esse Rei dos j udeus que t em sido esperado t ant o t em po? Messias, o
Príncipe, és Tu? Te cham as assim e desej as que assim se pende de t i? Crist o respondeu est a
pergunt a com out ra, não para evadi- la, senão para que Pilat os considerasse o que fez. Ele nunca
assumira nenhum poder terreno; nunca houve princípios nem costumes traiçoeiros atribuídos a Ele.
Crist o dá cont a da nat ureza de seu reino. Sua nat ureza não é dest e m undo; é um reino dent ro
dos hom ens, inst alado em suas consciências e corações; suas riquezas são espirit uais, seu poder é
espirit ual, e sua glória é int erior. Seus sust ent os não são m undanos; suas arm as são espirit uais;
não necessit a nem usa força para m ant er- se e avançar, nem se opõe a nenhum reino, senão ao do
pecado e Sat anás. Seu obj et ivo e desígnio não são dest e m undo. Quando Crist o disse: Eu sou a
Verdade, disse efet ivam ent e: Eu sou o Rei. Ele vence pela evidência da verdade que convence; Ele
reina pelo poder autoritário da verdade. Os súbditos deste reino são súbditos da verdade.
Pilat os fez um a boa pergunt a quando disse: Que é a verdade? Quando esquadrinham os as
Escrit uras e at endem os ao m inist ério da Palavra, deve ser com esse int errogant e, que é a verdade?
e com est a oração: Guia- m e a t ua verdade; a t oda a verdade. Cont udo, m uit os dos que form ulam
est a pergunt a não t êm paciência para perseverar na busca da verdade nem t êm a hum ildade
suficiente para recebê- la.
Dest a solene declaração da inocência de Crist o surge que, em bora o Senhor Jesus foi t rat ado
com o o pior dos m alfeit ores, nunca m ereceu esse t rat am ent o. Mas isso m ost ra o obj et ivo de sua
mort e: que Ele m orreu com o Sacrifício por nossos pecados. Pilat os queria com prazer am bos os
bandos e era governado mais pela sabedoria mundana que pelas regras da justiça.
O pecado é um ladrão, m as é t olam ent e escolhido por m uitos em vez de Crist o, que
verdadeiram ent e nos enriquece. Vam os propor- nos envergonhar a nossos acusadores, com o o fez
Cristo, e cuidemos de não voltar a crucificar a Cristo.

CAPÍTULO 19
Versículos 1- 18 Cristo, condenado e crucificado
Versículos 19- 30 Cristo na cruz
Versículos 31- 37 Seu lado é atravessado
Versículos 38- 42 O sepultamento de Jesus

Versículos 1- 18
Pilat os não im aginou com que sant a consideração est es sofrim ent os de Crist o seriam m at éria de
reflexão e conversação ent re os m elhores e m ais grandes hom ens. Nosso Senhor Jesus saiu adiant e
dispost o a expor- se a sua zom baria. Bom para t odos os que t êm fé é cont em plar a Jesus Crist o em
seus sofrim ent os. Contempla- o e am a- o; cont inua olhando a Jesus. Seu ódio est im ulou seus
esforços em sua cont ra, e nosso am or por Ele não est im ulará nossos esforços em favor dEle e seu
reino?
Parece que Pilat os pensou que Jesus podia ser um a pessoa superior à m édia. At é a consciência
natural faz que os homens se assustem de serem encontrados pelejando contra Deus.
Com o nosso Senhor sofreu pelos pecados de j udeus e gent ios, foi um a part e especial do conselho
da sabedoria divina que os j udeus prim eiro propusessem sua m ort e e que os gent ios a execut asse
efetivamente. Se Crist o não t ivesse sido rej eit ado pelos hom ens, nós t eríam os sido rej eit ados para
sempre por Deus.
Agora era entregue o Filho do homem em mãos de homens malvados e irracionais. Foi levado em
nosso lugar, para que escapássem os. Foi pregado na cruz com o Sacrifício at ado ao alt ar. A Escritura
se cum priu: Não m orreu no alt ar ent re os sacrifícios, senão ent re delinqüent es sacrificados à j ust iça
pública. Agora, façam os um a pausa e olhem os com fé a Jesus. Tivem os algum a vez um a t rist eza
com o a sua? Vej am - no sangrando, vej am - no m orrendo, vej am - no e am em - no! Am em - no e vivam
por Ele!

124
Versículos 19- 30
Eis aqui algum as circunst âncias not áveis da m ort e de Jesus narradas em form a m ais com plet a
que ant es. Pilat os não sat isfez os principais sacerdot es perm it indo que se t rocasse a placa; o que
indubit avelm ent e se referia a um poder secret o de Deus em seu coração, para que est a declaração
do carát er e aut oridade de nosso Senhor cont inuasse. Muit as coisas feit as pelos soldados rom anos
foram cumprimento de profecias do Antigo Testamento. Todas as coisas ali escritas se cumprirão.
Crist o proveu com t ernura para sua m ãe quando m orria. Às vezes, quando Deus nos t ira um
consolo, levant a out ro para nós onde não o procuram os. O exem plo de Crist o ensina aos hom ens a
honrar seus pais na vida e na m ort e; a prover para suas necessidades, e a fom ent ar seu bem - estar
por todos os meios a seu alcance.
Note- se especialm ent e a palavra de m oribundo com que Jesus ent regou seu espírit o: Consum ado
é; isto é, os conselhos do Pai Enquanto a seus sofrimentos estavam agora cumpridos. Consumado é:
foram cum pridos t odos os t ipos e as profecias do Ant igo Test am ent o que apont avam aos
sofrimentos do Messias. Consumado é: a lei cerimonial é ab- rogada; agora veio a substância e todas
as som bras se dissipam . Consum ado é: se deu fim à t ransgressão e se int roduziu a j ust iça et erna.
Seus sofrim ent os est avam agora t erm inados, t ant o os de sua alm a com o os de seu corpo.
Consum ado é: a obra da redenção e salvação do hom em est á agora com plet ada. Sua vida não lhe
foi tirada pela força; livremente foi entregue.

Versículos 31- 37
Foi provado que Jesus est ava m ort o. Morreu em m enos t em po que o com um pelas pessoas
crucificadas. I sso m ost ra que t inha ent regado sua vida. A lança rom peu as font es m esm as da vida:
nenhum corpo hum ano t eria podido sobreviver a essa ferida, porém o t er sido t est em unhado
solenem ent e dem onst ra que houve algo de peculiar nisso. O sangue e a água que brot aram
representavam esses dois grandes benefícios dos quais part icipam t odos os crent es at ravés de
Cristo: justificação e santificação: sangue para a expiação, água para a purificação. Ambos brotaram
do lado traspassado de nosso Redent or. A Cristo crucificado devemos o mérito de nossa justificação,
e o Espírit o e a graça para nossa sant ificação. Que ist o silencie os t em ores dos crist ãos débeis e
alent e suas esperanças; do lado at ravessado de Jesus brot aram água e sangue, am bas para
justificá- los e santificá- los.
A Escrit ura se cum priu ao não perm it ir Pilat os que lhe quebrassem as pernas ( Salm o 34.20) .
Havia um tipo disso no cordeiro pascoal (Êx 12.46). Olhemos sempre para Aquele que traspassamos
com nossos pecados, ignorant es e desconsiderados, sim , às vezes cont ra as convicções e as
misericórdias; e que derram ou água e sangue de seu lado ferido para que nós fossem os j ust ificados
e santificados em seu nome.

Versículos 38- 42
José de Arim at éia era discípulo secret o de Crist o. Os discípulos deveriam reconhecer- se
francam ent e com o t ais, porém , alguns que t êm sido t em erosos em provas m enores, foram
valorosos nas m aiores. Quando Deus t em obra para fazer, pode achar os que são apt os para ela. O
embalsamam ent o foi feit o por Nicodemos, am igo secret o de Crist o, em bora não um seguidor
constante. Essa graça que prim eiro é com o caniço rachado, pode, m ais adiant e, lem brar um cedro
firme. Eis aqui a est es dois ricos que m ost raram o valor que davam à pessoa e dout rina de Crist o e
que não foi dim inuído pelo opróbrio da cruz. Devem os cum prir nosso dever conform e ao que sej am
o dia e a oport unidade present es, deixando a Deus que cum pra suas prom essas a sua m aneira e a
seu devido t em po. Tinha sido det erm inado que o sepult am ent o de Jesus fosse com os ím pios, com o
acont ecia com os que sofriam com o delinqüent es, m as com os ricos foi em sua m ort e, conform e o
profet izado ( I saias 53.9) ; era m uit o im provável que est as duas circunst âncias se j unt assem na
m esm a pessoa. Foi sepult ado num sepulcro novo, port ant o, não se podia dizer que não era Ele,
senão um out ro, o que havia ressuscit ado. Tam bém aqui se nos ensina que não devem os ser
m elindrosos com referência ao lugar de nosso sepult amento. Ele foi ent errado no sepulcro que
estava mais perto.
Aqui está o Sol de Justiça, oculto por um tempo, para voltar a sair com maior glória e, então, não
voltar a pôr- se.

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CAPÍTULO 20
Versículos 1- 10 O sepulcro vazio
Versículos 11- 18 Cristo se aparece a Maria
Versículos 19- 25 Aparece aos discípulos
Versículos 26- 29 Incredulidade de Tomás
Versículos 30- 31 conclusão

Versículos 1- 10
Se Crist o t ivesse dado sua vida em resgat e sem volt ar a t om á- la, não se t eria m anifest ado que
sua oferta tinha sido aceita como satisfação.
Foi um a grande prova para Maria que o corpo t ivesse desaparecido. Os crent es fracos cost um am
fazer m at éria de lam ent o precisam ent e daquilo que é fundam ent o j ust o de esperança, e m at éria de
gozo. Est á bem que os m ais honrados que out ros com os privilégios dos discípulos sej am m ais
ativos nos deveres dos discípulos: m ais dispost os a aceit ar dores e correr riscos em um a boa obra.
Devem os fazer o m elhor que pudermos sem invej ar os que podem fazer m elhor, nem desprezar os
que, ainda fazendo o melhor que podem, ficam para trás.
O discípulo a quem Jesus amava de maneira especial e que, portanto, amava de maneira especial
a Jesus, chegou prim eiro. O am or de Crist o nos fará abundar em t odo dever m ais que em qualquer
out ra coisa. O que ficou para t rás foi Pedro, que t inha negado a Crist o. O sent ido de culpa nos
obstaculiza no serviço de Deus.
Ainda os discípulos não conheciam a Escrit ura; não consideravam nem aplicavam o que
conheciam da Escritura: que Cristo devia ressuscitar dentre os mortos.

Versículos 11- 18
Provavelm ent e busquem os e encont rem os quando procuram os com afet o e buscam os com
lágrimas. Cont udo, m uit os crent es se queixam das nuvens e t revas sob as quais est ão, que são
m ét odos da graça para hum ilhar suas alm as, m ort ificar seus pecados e fazê- lhes am ar a Crist o. Não
bast a com ver anj os e seus sorrisos, sem ver a Jesus e o sorriso de Deus nEle. Ninguém , senão o
que as t êm saboreado, conhece as penas de um a alm a abandonada, que t eve as consoladoras
provas do am or de Deus em Crist o, e esperanças de céu, porém que, agora, as perdeu e anda nas
trevas; quem pode suportar esse espírito ferido?
Ao manifestar- se aos que o buscam, Cristo ultrapassa freqüentemente suas expectativas. Veja- se
com o o coração de Maria anelava encont rar a Jesus. O m odo de Crist o para dar- se a conhecer a seu
povo é sua palavra que, aplicada a suas alm as, lhes fala em part icular. Poderia ler- se: É m eu
Mest re? Vej a- se com quant o prazer os que am am a Jesus falam de sua aut oridade sobre eles. Ele
lhes im pede esperar que sua presença corporal cont inue, não est ando Ele m ais nest e m undo; ela
deve olhar para acima e além do estado presente das coisas.
Note- se a relação com Deus pela união com Crist o. Ao part icipar nós da nat ureza divina, o Pai de
Crist o é nosso Pai; e, ao part icipar Ele da nat ureza hum ana, nosso Deus é seu Deus. A ascensão de
Crist o ao céu para int erceder por nós ali é com o um consolo inexplicável. Que eles não pensem que
est a t erra será seu lar e repouso; seus olhares e suas m iras e seus desej os anelant es devem est ar
em out ro m undo e ainda at é em seus corações: Eu ascendo, port ant o, devo procurar as coisas que
est ão no alt o. E que os que conhecem a palavra de Crist o se proponham que out ros obt enham o
benefício de seu conhecimento.

Versículos 19- 25
Est e era o prim eiro dia da sem ana e, depois, est e dia é m encionado repet idas vezes pelos
escritores sagrados, porque foi evident em ent e separado com o o dia de descanso crist ão em
m em ória da ressurreição de Crist o. Os discípulos t inham fechado as port as por m edo aos j udeus; e
quando não t inham essa expect at iva, o próprio Jesus veio e ficou em pé em m eio deles, t endo
abert o as port as em form a m iraculosa, apesar de silenciosa. Consolo para os discípulos de Crist o é
que nenhuma porta pode deixar fora a presença de Cristo, quando suas assembléias podem realizar-
se som ent e em privado. Quando Ele m anifest a seu am or pelos crent es por m eio das consolações de
seu Espírit o, lhes assegura que, devido a que Ele vive, t am bém eles viverão. Ver a Crist o alegrará o
coração do discípulo em qualquer m om ent o, e quant o m ais vej am os a Crist o, m ais nos
regozijaremos.
Ele disse: recebam o Espírit o Sant o, dem onst rando assim que sua vida espirit ual e sua habilidade
para fazer a obra, derivará e dependerá dEle. Toda palavra de Crist o que sej a recebida por fé no

126
coração, vem acom panhada desse sopro divino; e sem Ele não há luz nem vida. Nada se vê,
conhece, discerne nem sente de Deus, senão por meio deste.
Crist o m andou, depois disso, aos apóst olos a que anunciassem o único m ét odo pelo qual será
perdoado o pecado. Est e poder não exist ia em absolut o nos apóst olos Enquanto a poder para em it ir
j uízo, senão som ent e com o poder para declarar o carát er daqueles aos que Deus aceit ará ou
rejeitará no dia do j uízo. Eles assent aram claram ent e as caract eríst icas por m eio das quais pode
discernir- se um Filho de Deus e ser dist inguido de um falso professant e e, conform e ao que eles
tenham declarado, cada caso será decidido no dia do juízo.
Quando nos reunim os no nom e de Crist o, especialm ent e em seu dia sant o, Ele se encont rará
conosco e nos falará de paz. Os discípulos de Crist o devem em preender a edificação de sua
sant íssim a fé de uns a out ros, repet indo aos que est iveram ausent es o que ouviram , e dando a
conhecer o que experimentaram. Tomás limitou o Santo de Israel, quando queria ser convencido por
seu próprio m ét odo, e não de out ro j eit o. Poderia t er sido deixado, cruz j ust iça, em sua
incredulidade, depois de rej eit ar t ão abundant es provas. Os t em ores e as dores dos discípulos
costumam ser prolongadas para castigar sua negligência.

Versículos 26- 29
Desde o princípio ficou est abelecido que um dos set e dias devia ser religiosam ent e observado. E
que no reino do Messias o prim eiro dia da sem ana seria esse dia solene, foi indicado em que nesse
dia Crist o se reuniu com seus discípulos em assem bléia religiosa. O cum prim ent o religioso desse dia
nos tem chegado através de toda a era da Igreja.
Não exist e em nossa língua um a palavra de incredulidade nem pensam ent o em nossa m ent e que
não sej am conhecidos pelo Senhor Jesus; e lhe aprouve acom odar- se ainda a Tom ás em vez de
deixá- lo em sua incredulidade. Devem os suport ar assim ao fraco ( Rm 15.1- 2). Est a advert ência é
dada a todos. Se formos infiéis, estamos sem Cristo, infelizes, sem esperanças e sem gozo.
Tomás se envergonhou de sua incredulidade e clamou: Senhor meu e Deus meu! Os crentes sãos
e sinceros serão aceit os de graça pelo Senhor Jesus apesar de serem lent os e fracos. Dever dos que
lhe ouvem e lêem o evangelho é crer e aceitar a doutrina de Cristo e o testemunho acerca dEle (1 Jo
2.11).

Versículos 30- 31
Houve outros sinais e provas da ressurreição de nosso Senhor, mas estes foram escritos para que
t odos acredit em que Jesus era o Messias prom et ido, o Salvador de pecadores e o Filho de Deus;
para que, por est a fé, recebam a vida et erna, por sua m isericórdia, verdade e poder. Acreditemos
que Jesus é o Cristo, e, crendo, tenhamos vida em seu nome.

CAPÍTULO 21
Versículos 1- 14 Cristo se aparece a seus discípulos
Versículos 15- 19 Sua conversação com Pedro
Versículos 20- 24 A declaração de Cristo acerca de João
Versículo 25 Conclusão

Versículos 1- 14
Crist o se dá a conhecer a seu povo habit ualm ent e em suas ordenanças m as, às vezes, por seu
Espírit o os visit a quando est ão ocupados em suas at ividades. Bom é que os discípulos de Crist o
est ej am j unt os na conversação e nas at ividades corriqueiras. Ainda não t inha chegado a hora para
que ent rassem em ação. Cont ribuiriam para sust ent ar- se a si m esm os a fim de não ser carga para
ninguém.
O t em po de Crist o para dar- se a conhecer a seu povo é o m om ent o em que eles est ão m ais
perdidos. Ele conhece as necessidades t em porais de seu povo e lhes t êm prom et ido não só graça
suficient e, senão alim ent o convenient e. A providência divina se est ende às coisas m ais m inuciosas,
e felizes são os que reconhecem a Deus em t odos seus cam inhos. Os hum ildes, diligent es e
pacient es serão coroados apesar de que suas lavouras sej am t erríveis; às vezes, vivem para
obedecer as ordens de Crist o; é lançar a rede ao lado direit o da barca. Jesus se m anifest a a seu
povo fazendo por eles o que ninguém m ais pode fazer, e o que eles não esperavam . Ele cuidará que
aos que deixaram t odo por Ele, não lhes falt e nenhum bem . E os favores t ardios devem t razer à
memória os favores prévios, para que não se esqueça o pão comido.

127
Aquele a quem Jesus am ava foi o prim eiro em dizer: É o Senhor. João t inha- se aferrado m ais
estreitamente a seu Mestre em seus sofrimentos e o conheceu muito antes. Pedro era o mais zeloso,
e alcançou prim eiro a Crist o. Com que variedade dispensa Deus as dádivas e quant a diferença pode
Haber ent re um e out ro crent e em seu m odo de honrar a Crist o, e, t odavia, t odos são aceit os por
Ele! out ros ficaram na barca, arrast am a rede e t razem a pesca at é a praia, e não devem os culpar
de m undanas a essas pessoas, porque eles, em seus post os, est ão servindo verdadeiram ent e a
Cristo, como o resto.
O Senhor Jesus t inha provisão pront a para eles. Não devem os bisbilhot ar inquirindo de onde
proveio, porém consolem o- nos com o cuidado de Crist o por seus discípulos. Ainda que havia t ant os
peixes e t ão grandes, não perderam nenhum nem danificaram sua rede. A rede do evangelho t em
capturado multidões, mas é tão forte como sempre para levar almas a Deus.

Versículos 15- 19
Nosso Senhor se dirigiu a Pedro por seu nom e original, com o se t ivesse deixado o de Pedro
quando o negou. Agora respondeu: Tu sabes que t e am o, m as sem declarar que am a a Jesus m ais
que aos out ros. não devem os surpreender- nos com que nossa sinceridade sej a quest ionada quando
nós m esm os t em os feit o o que a t orna duvidosa. Toda lem brança de pecados passados, ainda de
pecados perdoados, renova a t rist eza do penit ent e verdadeiro. Cient e de sua sinceridade, Pedro
apelou solenem ent e a Crist o, que conhece t odas as coisas, at é os segredos de seu coração. Bom é
que nossas quedas e erros nos tornem mais humildes e alertas. A sinceridade de nosso amor a Deus
deve ser post a a prova. E nos convém rogar com oração perseverant e e fervorosa ao Deus que
esquadrinha os corações, que nos exam ine e nos prove para ver se som os capazes de resist ir est a
prova. Ninguém que não am e o bom Past or m ais que t oda vant agem ou obj et o t erreno pode ser
apto para apascentar as ovelhas e os cordeiros de Cristo.
O grande int eresse de t odo hom em bom , qualquer sej a a m ort e e que m orra, é glorificar a Deus
nela, porque, qual é nosso objetivo principal senão este: morrer pelo Senhor quando o pedir?

Versículos 20- 24
Os sofrim ent os, as dores e a m ort e parecem form idáveis ainda ao crist ão experim ent ado; m as,
na esperança de glorificar a Deus, de deixar um m undo pecador, e est ar present e com seu Senhor,
aquele se torna preste a obedecer ao chamado do Redentor e segui- lo até a glória através da morte.
A vont ade de Crist o é que seus discípulos se ocupem de seu dever sem andar bisbilhot ando fat os
futuros, sej a acerca de sim ou do próxim o. Som os bons para ficarm os ansiosos por m uit as coisas
que nada t êm a ver conosco. Os assunt os de out ras pessoas nada são para que nos ent rem et am os;
devem os t rabalhar t ranqüilam ent e e ocupar- nos de nossos assunt os. Se fazem m uit as pergunt as
curiosas sobre os conselhos de Deus, e o est ado do m undo invisíveis, às quais podem os responder:
Que t êm a ver conosco? Se at ent arm os ao dever de seguirm os a Crist o, não acharem os coração
nem tempo para meter- nos no que não nos corresponde.
Quão pouco se pode confiar nas t radições orais! Que a Escrit ura se int erpret e e se explique a si
m esm a; porque em grande m edida, é evidência e prova em si m esm a, porque é luz. Note- se a
facilidade de em endar erros, com o aqueles, pela própria palavra de Crist o. A linguagem da Escrit ura
é o canal m ais seguro para a verdade da Escrit ura: as palavras que ensina o Espírit o Sant o ( 1 Co
2.13). Os que não concordam nos m esm os t erm os da art e, e sua aplicação, podem , não obst ant e,
estar de acordo nos mesmos termos da Escritura, e amar- se uns a outros.

Versículo 25
Foi escrit a som ent e um a pequena part e dos at os de Jesus; m as abençoem os a Deus por t udo o
que est á nas Escrit uras e agradeçam os que haj a t ant o em t ão pouco espaço. Suficient e ficou escrit o
para dirigir nossa fé, e reger nossa prática; mais, teria sido desnecessário.
Muit o do escrit o é passado por alt o, m uit o se esquece, e m uit o é feit o quest ão de cont rovérsias
duvidosas. Cont udo, podem os esperar o gozo que receberem os no céu do conhecim ent o m ais
com pleto de t udo o que Jesus fez e disse, e da condut a de sua providência e graça em seus t rat os
com cada um de nós. Sej a est a nossa felicidade. Porém essas foram escrit as para que acredit em
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; e para que crendo, tenham vida em seu nome.

128
ATOS DOS APÓSTOLOS

Est e livro une os evangelhos com as epíst olas. Cont ém m uit os det alhes sobre os apóst olos Pedro
e Paulo, e da I grej a crist ã desde a ascensão de nosso Senhor at é a chegada de Paulo a Rom a,
período de uns t rint a anos. Lucas é o aut or dest e livro; est eve present e em m uit os dos
acont ecim ent os relat ados e at endeu a Paulo em Rom a. Mas o relat o não ent rega um a hist ória
com plet a da I grej a durant e o período a que se refere, nem sequer da vida de Paulo. Tem sido
considerado que os objetivos do livro são:
1) Relatar a forma em que foram comunicados os dons do Espírito Santo no dia de Pentecostes, e
os m ilagres realizados pelos apóst olos para confirm ar a verdade do crist ianism o, porque m ost ram
que se cumpriram realmente as declarações de Cristo.
2) Provar a pret ensão dos gent ios de t er sido adm it idos na I grej a de Crist o. Grande part e do
conteúdo deste livro demonstra isso.
Um a grande part e dos At os o ocupam os discursos ou serm ões de diversas pessoas, cuj as
linguagens e m aneiras diferem , e t odos os quais se verá que são conform e às pessoas que os
deram , e às ocasiões em que foram pronunciados. Parece que a m aioria dest es discursos são
som ent e a subst ância do que foi dit o no m om ent o. Não obst ant e, se relacionam int eiram ent e a
Jesus como o Cristo, o Messias ungido.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 5 Provas da ressurreição de Cristo
Versículos 6- 11 A ascensão de Cristo
Versículos 12- 14 Os apóstolos se reúnem orando
Versículos 15- 26 Matias é escolhido em lugar de Judas

Versículos 1- 5
Nosso Senhor disse aos discípulos a obra que t inham que fazer. Os apóst olos se reuniram em
Jerusalém , t endo- lhes m andado Crist o que não saíssem dali, senão que esperassem o
derram am ent o do Espírit o Sant o. I st o seria um bat ism o pelo Espírit o Sant o, que lhes daria poder
para fazer m ilagres e ilum inaria e sant ificaria suas alm as. I st o confirm a a prom essa divina e nos
anim a para dependerm os dela, porque a ouvim os de Crist o e nEle t odas as prom essas de Deus são
sim e amém.

Versículos 6- 11
Apressaram- se para pergunt ar o que seu Mest re nunca lhes m andou nem os anim ou a procurar.
Nosso Senhor sabia que sua ascensão e o ensino do Espírit o Sant o logo dariam fim a essas
expectativas e, portanto, somente os repreendeu; todavia isto é uma advertência para sua Igreja de
t odos os t em pos: cuidar- se de desej ar conhecim ent os proibidos. Tinha dado inst ruções a seus
discípulos para que cum prissem seu dever, t ant o ant es de sua m ort e e desde sua ressurreição, e
est e conhecim ent o bast a para o crist ão. Bast a que Ele t enha- se propost o dar aos crent es um a força
igual a suas provações e serviços; que, sob o poder do Espírit o Sant o, sej am de um a ou de out ra
form a t est em unhas de Crist o na t erra, enquant o no céu Ele cuida com perfeit a sabedoria, verdade e
amor de seus interesses.
Quando ficam os olhando e preocupados em ninharias, que o pensar na segunda vinda de nosso
Mest re nos est im ule e acorde: quando fiquem os olhando e t rem endo, que nos consolem e anim em .
Que nossa expect at iva assim sej a const ant e e j ubilosa, t endo diligência para serm os achados
irrepreensíveis por Ele.

Versículos 12- 14
Deus pode achar lugares de refúgio para seu povo. Eles suplicaram . Todo o povo de Deus é um
povo de oração. Agora era o m om ent o dos problem as e perigos para os discípulos de Crist o;
contudo, se alguém est á afligido, ore; isso silenciará suas preocupações e t em ores. Agora t inham
uma grande obra que fazer e, antes que a começassem, oraram fervorosamente a Deus pedindo sua
presença. Esperando o derram am ent o do Espírit o e abundando em oração. Os que est ão orando são
os que est ão em m elhor sit uação para receber bênçãos espirit uais. Crist o t inha prom et ido enviar
logo o Espírit o Sant o; essa prom essa não devia elim inar a oração, senão vivificá- la e alent á- la. Um

129
grupo pequeno unido em amor, de conduta exemplar, fervoroso para orar, e sabiamente zeloso para
o progresso da causa de Cristo, provavelmente cresça com rapidez.

Versículos 15- 26
A grande coisa da que os apóst olos deviam t est ificar ant e o m undo era a ressurreição de Crist o,
porque era a grande prova de que Ele era o Messias, e o fundam ent o de nossa esperança nEle. Os
apóstolos foram ordenados não para assumirem dignidades e poderes mundanos, senão para pregar
a Cristo e o poder de sua ressurreição.
Foi feit a um a apelação a Deus: " Tu, Senhor, que conheces os corações de t odos" , coisa que nós
não, e é m elhor que eles conheçam o seu. É adequado que Deus escolha seus servos e, na m edida
em que Ele, pelas disposições de sua providência ou os dons do Espírit o, m ost ra a quem t em
escolhido, ou que t em escolhido para nós, devem os adequar- nos a sua vont ade. Reconheçam os sua
m ão na det erm inação de cada coisa que nos sobrevenha, especialm ent e em algum a com issão que
nos seja encarregada.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 4 A descida do Espírito Santo nos dia de Pentecostes
Versículos 5- 13 Os apóstolos falam em diferentes línguas
Versículos 14- 36 O sermão de Pedro aos judeus
Versículos 37- 41 Três mil almas convertidas
Versículos 42- 47 A piedade e o afeto dos discípulos

Versículos 1- 4
Não podemos esquecer com quanta freqüência, apesar de que seu Mestre estava com eles, houve
discussões ent re os discípulos sobre qual seria o m aior, porém agora t odas essas discórdias haviam
terminado. Tinham orado j unt os m ais que ant es. Se desej arm os que o Espírit o sej a derram ado
sobre nós desde o alt o, t enham os unanim idade. Pese às diferenças de sent im ent os e int eresses,
com o havia ent re esses discípulos, fiquem os de acordo para am ar- nos uns a out ros, porque onde os
irmãos habitam juntos em unidade, ali manda o Senhor sua bênção.
Um vent o pot ent e chegou com m uit a forca. I st o era para significar as influências e a obra
poderosa do Espírito de Deus nas mentes dos homens, e por meio deles, no mundo. Deste modo, as
convicções do Espírito dão lugar a suas consolações; e as rachadas rigorosas desse vento abençoado
preparam a alm a para seus zéfiros suaves e am áveis. Houve um a aparência de algo com o cham as
de fogo, que ilum inou a cada um deles, segundo o que João Bat ist a dizia de Crist o: Ele os bat izará
com o Espírit o e com fogo. O Espírit o, com o fogo, derret e o coração, queim a a escória e acende
afet os piedosos e devot os na alm a, na qual, com o o fogo do alt ar, são oferecidos os sacrifícios
espirituais.
Foram cheios do Espírit o Sant o m ais que ant es. Foram cheios das graças do Espírit o, e m ais que
ant es, colocados sob sua influência sant ificadora; m ais separados dest e m undo, e m ais
familiarizados com o out ro. Foram cheios m ais com as consolações do Espírit o, e se regozij aram
m ais que ant es no am or de Crist o e na esperança do céu: nisso foram absorvidos t odos seus
t em ores e suas penas. Foram cheios dos dons do Espírit o Sant o; t iveram poderes m iraculosos para
o avanço do evangelho. Falaram, não de pensamentos ou meditações prévios, senão como o Espírito
lhes dava que falassem.

Versículos 5- 13
A diferença de línguas que surgiu em Babel t em incom odado m uit o a difusão do conhecim ent o e
da religião. Os inst rum ent os que o Senhor em pregou prim eiro para difundir a religião crist ã, não
poderiam ter progredido sem este dom, o qual provou que sua autoridade era de Deus.

Versículos 14- 21
O serm ão de Pedro m ost ra que est ava com plet am ent e recuperado de sua queda e cabalm ent e
rest aurado ao favor divino; porque o que t inha negado a Crist o, agora o confessava ousadam ent e.
Seu relat o do derram am ent o m iraculoso do Espírit o Sant o est ava concebido para est im ular a seus
ouvint es a que abraçassem a fé de Crist o e se unissem a sua I grej a. Foi cumprimento da Escritura e
frut o da ressurreição e ascensão de Crist o, e prova de am bos. Em bora Pedro est ava cheio do
Espírit o Sant o e falava em línguas conform e o Espírit o lhe dava que falasse, não pensou em deixar
de lado as Escrit uras. Os sábios de Crist o nunca aprendem m ais que sua Bíblia; e o Espírit o é

130
ent regue não para suprim ir as Escrit uras, senão para capacit ar- nos para ent endê- las, aprová- las e
obedecê- las. Com t oda seguridade ninguém escapará da condenação do grande dia, salvo os que
invocarem o nom e do dinheiro, em e por m eio de seu Filho Jesus Crist o, com o o Salvador de
pecadores, e o Juiz de toda a humanidade.

Versículos 22- 26
A part ir dest e dom do Espírit o Sant o, Pedro lhes prega a Jesus: e eis a hist ória de Crist o. Há aqui
um relat o de sua m ort e e seus sofrim ent os, que eles presenciaram um as poucas sem anas ant es.
Sua m ort e é considerada com o at o de Deus, e de m aravilhosa graça e sabedoria. De m odo que a
j ust iça divina deve ser sat isfeit a, Deus e o hom em reunidos de novo, e Crist o m esm o glorificado,
conform e o conselho et erno que não pode ser m odificado. ENQUANTO à ação das pessoas, foi um
at o de pecado e t olice horrendos deles. A ressurreição de Crist o suprim e a reprim enda de sua
mort e; Pedro fala m uit o disso. Crist o era o Sant o de Deus, sant ificado e separado para seu serviço
na obra da redenção. Sua m ort e e sofrim ent o devem ser a ent rada a um a vida abençoada para
sem pre j am ais, não só para Ele senão para t odos os seus. Est e fat o t eve lugar segundo est ava
profetizado e os apóstolos foram testemunhas.
A ressurreição não se apoiou som ent e sobre ist o; Crist o t inha derram ado dons m iraculosos e
influências divinas sobre seus discípulos e eles foram t est em unhas de seus efeit os. Mediant e o
Salvador se dão a conhecer os cam inhos da vida e som os exort ados a esperar a presença de Deus e
seu favor para sem pre. Tudo isso surge da crença segura de que Jesus é o Senhor e o Salvador
ungido.

Versículos 37- 4 1
Desde a prim eira ent rega da m ensagem divina foi vist o que nele havia poder divino; m ilhares
foram levados à obediência da fé. Porém , nem as palavras de Pedro nem o m ilagre presenciado
puderam produzir t ais efeit os se não t ivesse sido ent regue o Espírit o Santo. Quando os olhos dos
pecadores são abert os, não podem sent ir senão cont rição de coração pelo pecado, não podem
m enos que sent ir um a inquiet ude int erior. O apóst olo os exort a a arrepender- se de seus pecados e
confessar abert am ent e sua fé em Jesus com o o Messias, e a serem bat izados em seu nom e. Assim,
pois, professando sua fé nEle, receberiam a rem issão de seus pecados, e part icipariam dos dons e
graças do Espírito Santo.
Separar- se da gent e ím pia é a única m aneira de salvar- nos deles. Os que se arrependem de seus
pecados e se ent regam a Jesus Crist o, devem provar sua sinceridade desem baraçando- se dos
ím pios. Devem os salvar- nos deles, o qual supõe evit á- los com horror e sant o t em or. Pela graça de
Deus, t rês m il pessoas aceit aram o convit e do evangelho. Não pode exist ir dúvida de que o dom do
Espírit o Sant o, que t odos receberam , e do qual nenhum crent e verdadeiro t em sido j am ais
excetuado, era esse Espírit o de adoção, essa graça que convert e, guia e sant ifica, a qual se dá a
t odos os m em bros da fam ília de nosso Pai celest ial. O arrependim ent o e a rem issão dos pecados
ainda se pregam aos principais dos pecadores em nom e do Redent or; o Espírit o Sant o ainda sela a
bênção no coração do crent e; as prom essas alent adoras ainda são para nós e para nossos filhos; e
ainda se oferecem as bênçãos a todos os que estão longe.

Versículos 42- 47
Nest es versículos t em os a hist ória da igrej a verdadeiram ent e prim it iva, de seus prim eiros
tem pos; seu est ado de verdadeira infância, m as com o aquele, seu est ado de m aior inocência.
Mantiveram- se pert o das ordenanças sant as e abundaram em piedade e devoção; porque o
crist ianism o, um a vez que se adm it e em seu poder, dispõe a alm a à com unhão com Deus em t odas
essas form as est abelecidas para que nos encont rem os com Ele, e em que t em prom et ido reunir- se
conosco.
A grandeza do acont ecim ent o os elevou por acim a do m undo, e o Espírit o Sant o os encheu com
t al am or que fez que cada um fosse para out ro com o para si m esm o e, assim , fez que t odas as
coisas foram em com um , sem dest ruir a propriedade, senão suprim indo o egoísm o e provocando o
amor. Deus, que os m oveu a isso, sabia que eles seriam rapidam ent e expulsos de suas possessões
na Judéia. O Senhor, de dia em dia, inclinava m ais os corações a abraçar o evangelho; não sim ples
professant es, senão os que eram realm ent e levados a um est ado de aceit ação ant e Deus, sendo
part ícipes da graça regeneradora. Os que Deus t em designado para a salvação et erna, serão
eficazmente conduzidos a Cristo até que a terra seja enchida do conhecimento de sua glória.

131
CAPÍTULO 3
Versículos 1- 11 Um coxo sarado por Pedro e João
Versículos 12- 26 O discurso de Pedro aos judeus

Versículos 1- 11
Os apóstolos e os primeiros crentes assistiam ao serviço de adoração no templo à hora da oração.
Parece que Pedro e João foram levados por direção divina a operar um m ilagre em um hom em de
m ais de quarent a anos, inválido de nascim ent o. Em nom e de Jesus de Nazaré, Pedro lhe ordena
levantar- se e andar. Assim , se t ent arm os com bem propósit o a sanidade das alm as dos hom ens,
devemos ir no nom e e no poder de Jesus Crist o, cham ando os pecadores incapacit ados a que se
levant em e andem no cam inho da sant idade pela fé nEle. Quão doce para nossa alm a é pensar que
o nom e de Jesus Crist o de Nazaré pode fazer- nos ínt egros, a despeit o de t odas as faculdades
paralisadas de nossa nat ureza caída! Com quant o gozo e arrebatamento sant os andarem os pelos
átrios santos quando Deus Espírito nos faça entrar neles por seu poder!

Versículos 12- 18
Note- se a diferença no m odo de fazer os m ilagres. Nosso Senhor sem pre fala com o t endo poder
onipot ent e, sem vacilar j am ais para receber a honra m aior que lhe foi conferida por seus m ilagres
divinos. Porém , os apóst olos referiam t udo ao Senhor e se negavam a receber honra, salvo com o
seus inst rum ent os sem m érit os. I st o m ost ra que Jesus era um com o Pai, e igual com Ele; enquant o
os apóst olos sabiam que eram hom ens fracos e pecadores, dependent es em t odo de Jesus, cuj o
poder era o que curava. Os hom ens út eis devem ser m uit o hum ildes. Não a nós, Senhor, não a nós,
senão a teu nome dá glória. Toda coroa deve ser colocada aos pés de Cristo.
O apóst olo m ost ra aos j udeus a enorm idade de seu delit o, m as sem querer irrit á- los nem
desesperá- los. Com t oda cert eza os que rej eit am , recusam ou negam a Crist o o fazem por
ignorância, mas isso não se pode apresentar como escusa em nenhum caso.

Versículos 19- 21
A absolut a necessidade do arrependim ent o deve carregar- se solenem ent e na consciência de
t odos os que desej am que seus pecados sej am apagados e que possam t er part icular no refrigério
que nada pode dar, senão o sent ido do am or perdoador de Crist o. Bem- avent urados os que
sent iram isso. Não era necessário que o Espírit o Sant o desse a conhecer os t em pos e as sazões
dest a dispensação. Est es t em as ainda permanecem no escuro, t odavia, quando os pecadores
t enham convicção de seus pecados, clam arão perdão ao Senhor; e ao penit ent e convert ido e crent e
chegarão t em pos de refrigério da presença do Senhor. Num est ado de t ribulação e prova, o glorioso
Redentor estará fora da vista, porque devemos viver pela fé nEle.

Versículos 22- 26
Eis aqui um discurso fort e para advert ir aos j udeus das conseqüências t em íveis de sua
incredulidade, com as m esm as palavras de Moisés, seu profet a preferido, dado o zelo fingido dos
que est avam prest es a rej eit ar o crist ianism o e t rat ar de dest ruí- lo. Crist o veio ao m undo a t razer
uma bênção consigo e enviou a seu Espírito para que fosse a grande bênção. Cristo veio a abençoar-
nos convert endo- nos de nossas iniqüidades e salvando- nos de nossos pecados. Por nat ureza, nós
nos aferram os ao pecado; o desígnio da graça divina é fazer- nos t ornar disso para que não só
possam os abandoná- lo, senão odiá- lo. Que ninguém pense que pode ser feliz cont inuando em
pecado quando Deus declara que a bênção est á em afast ar- se de t oda a iniqüidade. Que ninguém
pense que ent ende ou crê no evangelho se procura liberação do cast igo do pecado, m as não espera
felicidade ao ser liberado do pecado m esm o. Ninguém espere ser separado de seu pecado a não ser
que creia em Cristo, o Filho de Deus, e o receba como sabedoria, justiça, santificação e redenção.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 4 Pedro e João encarcerados
Versículos 5- 14 Os apóstolos testificam de Cristo com intrepidez
Versículos 15- 22 Pedro e João recusam calar- se
Versículos 23- 31 Os crentes se unem em oração e louvor
Versículos 32- 37 A caridade santa dos cristãos

132
Versículos 1- 4
Os apóst olos pregaram a ressurreição dos m ort os por m eio de Jesus. I nclui t oda a felicidade do
estado futuro; eles pregaram isto através de justiça, porque somente por meio dEle pode ser obtida.
Miserável é o caso daqueles para os quais é um a dor a glória do Reino de Crist o, porque, j á que a
glória desse reino é eterna, a dor deles também será eterna.
Os servos inofensivos e út eis de Crist o, com o os apóst olos, cost um am ver- se afligidos por seu
t rabalho de fé e obra de am or, quando os ím pios escaparam . At é o present e não falt am casos em
que a leit ura das Escrit uras, a oração em grupo e a conversação sobre t em as religiosos encont ram
caras carrancudas e restrições, porém, se obedecermos aos preceitos de Cristo, Ele nos sustentará.

Versículos 5- 14
Est ando cheio do Espírit o Sant o, Pedro desej ava que t odos com preendessem que o m ilagre t inha
sido operado no nom e e no poder de Jesus de Nazaré, o Messias, ao qual eles haviam crucificado; e
isso confirm ava o t est em unho de sua ressurreição dent re os m ort os, o qual provava que era o
Messias. Est es dirigent es deviam ser salvos por esse Jesus ao que haviam crucificado, ou perecer
para sem pre. O nom e de Jesus é dado aos hom ens de t oda idade e nação, porque os crent es são
salvos da ira vindoura som ent e por Ele. Ent ret ant o, quando a cobiça, o orgulho ou qualquer paixão
corrupt a reina por dent ro, os hom ens fecham seus olhos e seus corações, com inim izade cont ra a
luz, considerando ignorant es e incult os a t odos os que desej am não saber nada se não é Crist o
crucificado. Os seguidores de Crist o agirão dessa form a para que t odos os que falem com eles
saibam que t êm est ado com Jesus. I st o o faz sant os, celest iais, espirit uais e j ubilosos, e os eleva
por acima deste mundo.

Versículos 15- 22
Todo o interesse dos governantes é que a doutrina de Cristo não se difunda entre o povo, embora
não possam dizer que sej a falsa ou perigosa ou de algum a m á t endência; e se envergonham de
reconhecer a razão verdadeira: que t est ifica cont ra sua hipocrisia, iniqüidade e t irania. Os que
sabem valorar com j ust iça as prom essas de Crist o, sabem desprezar, com j ust iça, as am eaças do
mundo. Os apóst olos olham preocupados as alm as que perecem e sabem que não podem fugir da
ruína eterna senão por Jesus Cristo; portanto, são fiéis ao advertir e mostrar o caminho reto.
Ninguém desfrut ará de paz m ent al nem agirá ret am ent e at é que t enha aprendido a conduzir sua
condut a pela norm a da verdade, e não pelas opiniões e fant asias vacilant es dos hom ens. Cuidem- se
especialm ent e da vã t ent at iva de servir a dois am os, a Deus e ao m undo; o final será que não se
pode servir fielmente a nenhum.

Versículos 23- 31
Os seguidores de Crist o andam em m elhor form a quando vão em com panhia, sem pre e quando a
com panhia sej a a de out ros com o eles. Est im ula aos servos de Deus t ant o ao realizar a obra com o
ao sofrer o t rabalho, saber que servem ao Deus que fez t odas as coisas e, port ant o, dispõe t odos os
acont ecim ent os; e que as Escrit uras devem cum prir- se. Jesus foi ungido para ser Salvador;
portant o, est ava det erm inado que fosse sacrifício expiat ório pelo pecado. Mas o pecado não é o m al
menor para que Deus obtenha bem dele.
Nas épocas am eaçadoras, nosso int eresse não deve ser t ant o evit ar os problem as com o poder
cont inuar adiant e com j úbilo e valor em nossa obra e dever. Eles não oram : " Senhor, deixa- nos
afastar- nos de nossa t arefa agora que se t ornou perigosa" , senão: " Senhor, dá- nos rua graça para
seguir adiant e com const ância em nossa obra, e não t em er o rost o do hom em " . Aqueles que
desej am aj uda e exort ação divinas, podem depender de que as t êm , e devem sair e seguir
avançando no poder do Senhor Deus.
Ele deu um sinal de aceit ar suas orações. O lugar t rem eu para que a fé deles se est abilizasse e
não fosse vacilant e. Deus lhes deu m aior grau de seu Espírit o e t odos eles foram cheios com o
Espírito Santo mais que nunca; por isso não só foram estimulados, senão capacitados para falar com
ousadia a Palavra de Deus. Quando acham que o Senhor Deus os aj uda por seu Espírit o, sabem que
não serão confundidos (Is 50.7).

Versículos 32- 37
Os discípulos se am avam uns a out ros. I st o era o bendit o frut o do preceit o da m ort e de Crist o
para seus discípulos, e sua oração por eles quando est ava a pont o de m orrer. Assim foi ent ão e
assim será out ra vez, quando o Espírit o sej a derram ado sobre nós desde o alt o. A dout rina pregada
era a ressurreição de Crist o; um fat o cum prido que, quando explicado devidam ent e, é o resum o de
t odos os deveres, privilégios e consolos dos cristãos. Havia frut os evident es da graça de Crist o em
todo o que diziam e faziam.

133
Est avam m ort os para est e m undo. I st o era um grande prova da graça de Deus neles. Não se
apoderavam da propriedade alheia, senão que eram indiferent es a ela. Não o chamavam de próprio,
porque com afet o t inham abandonado t udo por Crist o, e esperavam ser despoj ados de t udo para
aferrar- se a Ele. Não assom bra, pois, que fossem de um só coração e um a só alm a, quando se
desprenderam desse j eit o da riqueza dest e m undo. Em efeit o, t inham t odo em com um , de m odo
que não havia ent re eles nenhum necessário, e cuidavam da provisão para eles. O dinheiro era
colocado aos pés dos apóst olos. Deve- se exercer grande cuidado na dist ribuição da caridade pública
para dar aos necessitados, já que não são capazes de procurar- se o sustento para si mesmos; deve-
se prover aos que est ão reduzidos à necessidade por fazer o bem , e pelo t est em unho de um a boa
consciência. Eis aqui um m encionado em part icular, not ável por est a caridade generosa: era
Barnabé. Como quem é nomeado para ser um pregador do evangelho, ele se desembaraçou e soltou
os assunt os dest a vida. Quando prevalecem t ais disposições, e são exercidas conform e às
circunstâncias dos tempos, o testemunho terá um poder muito grande sobre o próximo.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 11 A morte de Ananias e Safira
Versículos 12- 16 O poder que acompanhava a pregação do evangelho
Versículos 17- 25 Os apóstolos são encarcerados, mas um anjo os liberta
Versículos 26- 33 Os apóstolos testificam de Cristo ante o concílio
Versículos 34- 42 O conselho de Gamaliel O concílio deixa que os apóstolos
vão embora

Versículos 1- 11
O pecado de Ananias e Safira era que am bicionavam que se pensasse que eles eram discípulos
em inent es, quando não eram discípulos verdadeiros. Os hipócrit as podem negar a si m esm os,
podem deixar suas vant agens m undanas em um caso, se t êm a perspect iva de encont rar benefícios
em out ra coisa. Am bicionavam a riqueza do m undo e desconfiavam de Deus e de sua providência.
Pensavam que podiam servir a Deus e a Mam om . Pensavam enganar aos apóst olos. O Espírit o de
Deus em Pedro viu o princípio de incredulidade que reinava no coração de Ananias. Qualquer t enha
sido a sugest ão de Sat anás, est e não poderia t er enchido seu coração com est a m aldade se Ananias
não t iver consent ido. A falsidade foi um a t ent at iva de enganar o Espírit o da verdade que falava e
agia t ão m anifest am ent e por m eio dos apóst olos. O delit o de Ananias não foi que ret ivesse part e do
preço do t erreno; poderia t er ficado com t udo, se assim desej ava; seu delit o foi t rat ar de im por- se
sobre os apóst olos com um a m ent ira espant osa, com o desej o de ser vist o, unido à cobiça. Se
pensarmos que podemos enganar a Deus, enganaremos fatalmente nossa própria alma. Que triste é
ver as relações que deveriam est im ular- se m ut uam ent e às boas obras, com o se endurecem
mutuament e no que é m au! Est e cast igo foi, em realidade, um a m isericórdia para m uit íssim as
pessoas. Faria que se exam inassem est rit am ent e a si m esm as, com oração e t error da hipocrisia,
cobiça e vanglória, e deveria cont inuar fazendo- o assim . I m pediria o aum ent o dos falsos
professantes. Aprendam os dist o quão odiosa é a falsidade para o Deus da verdade, e não só
t rat em os de evit ar a m ent ira diret a, senão t odas as vant agens obt idas de usar expressões
duvidosas, e duplo significado em nossa fala.

Versículos 12- 16
A separação dos hipócrit as por m eio de j uízos discrim inat órios deve fazer que os sinceros se
aferrem m ais est reit am ent e uns a out ros e ao m inist ério do evangelho. Todo o que t ender à pureza
e reput ação da I grej a, fom ent a seu crescim ent o, m as som ent e aquele poder, que operava t ais
milagres por m eio dos apóst olos, é o que pode resgat ar pecadores do poder do pecado e de
Sat anás, e agregar novos crent es à com panhia de seus adoradores. Crist o opera por m eio de t odos
seus servos fiéis e todo o que recorrer a Ele, será curado.

Versículos 17- 25
Não existe cárcere tão escuro nem tão seguro que Deus não possa visitar sua gente nele, e se lhe
apraz, t irá- los dali. A recuperação das doenças, a libert ação dos problem as, são concedidos, não
para que desfrut em os das consolações da vida, senão para que Deus sej a honrado com os serviços
de nossa vida. Não é próprio que os pregadores do evangelho de Crist o se escondam nos cant os
quando t êm a oport unidade de pregar a um a grande congregação. Devem pregar aos m ais vis,
cuj as alm as são t ão preciosas para Crist o com o as alm as dos m ais nobres. Falem a t odos, porque

134
t odos est ão incluídos. Falem com o os que decidem defender, viver e m orrer por algo. Digam t odas
as palavras desta vida celestial divina, comparada com a qual não merece o nome de vida esta atual
vida t errena. As palavras de vida que o Espírit o Sant o coloca em suas bocas, as palavras do
evangelho, são palavra de vida; palavras pelas quais podemos ser salvos.
Quão infelizes são os que se sent em angust iados pelo êxit o do evangelho! Não podem deixar de
ver que a palavra e o poder do Senhor estão contra eles, e, tremendo pelas conseqüências, de todos
modos, continuam adiante!

Versículos 26- 33
Muit os fazem ousadam ent e algo errado, porém , depois não t oleram ouvir falar nisso ou ser
acusados daquilo. Não podem os esperar ser rem idos e curados por Crist o se não nos ent regarm os
para serm os m andados por Ele. A fé aceit a o Salvador em t odos seus ofícios, porque Ele veio não a
salvar- nos em nossos pecados, senão a salvar- nos de nossos pecados. Se Crist o t iver sido
enalt ecido para dar dom ínio a I srael, os principais sacerdot es t eriam lhe dado as boas- vindas. Não
obst ant e, o arrependim ent o e a rem issão dos pecados são bênçãos que eles não valorizaram nem
viram sequer que necessitavam; portanto, não reconheceram sua doutrina em absoluto.
Onde se opera o arrependimento, sem falta se outorga remissão.
Ninguém se libera da culpa e do cast igo do pecado, senão os que são liberados do poder e
domínio do pecado; os que se afast am do pecado e se volt am em sua cont ra. Crist o dá
arrependim ent o por seu Espírit o que opera pela palavra para despert ar a consciência, para operar
aflição pelo pecado e um a m udança eficaz do coração e da vida. Dar o Espírit o Sant o é um a prova
evident e de que a vont ade de Deus é que Crist o sej a obedecido. Com t oda seguridade dest ruirá aos
que não querem que Ele reine sobre eles.

Versículos 34- 42
O Senhor ainda t em t odos os corações em sua m ão e, às vezes, dirige a prudência do sábio
mundano para frear os perseguidores. O sent ido com um nos diz que sej am os caut os, j á que a
experiência e a observação indicam que t em sido m uit o breve o êxit o das fraudes em m at éria de
religião. A recrim inação por Crist o é a preferência verdadeira, porque faz que nos conform em os a
sua pauta e sirvamos seu interesse.
Eles se regozij aram nisso. Se sofrerm os o m al por fazer o bem , sem pre e quando o sofram os
bem , com o devem os, deverem os regozij ar- nos nessa graça que nos capacit ou pó agir assim . Os
apóst olos não se pregavam a si m esm os, senão a Crist o. Est a era a pregação que m ais ofendia os
sacerdotes. PREGar a Crist o deve ser a at ividade const ant e dos m inist ros do evangelho: a Crist o
crucificado, a Crist o glorificado; nada fora disso, senão o que se refira a isso. Qualquer sej a nossa
situação ou categoria na vida, devemos procurar tê- lo conhecido e glorificar seu nome.

CAPÍTULO 6
Versículos 1- 7 A nomeação dos diáconos
Versículos 8- 15 Estevão é acusado falsamente de blasfêmia

Versículos 1- 7
At e agora os discípulos t inham sido unânim es; repet idas vezes ist o t inha sido not ado para honra
deles, m as agora que est avam se m ult iplicando, com eçaram as reclam ações. A palavra de Deus era
suficient e para cat ivar t odos os pensam ent os, os int eresses e o t em po dos apóst olos. As pessoas
escolhidas para servir as m esas devem est ar devidam ent e qualificadas. Devem est ar cheias com
dons e graças do Espírito, necessários para ministrar retamente este cometido; homens verazes que
odeiem a cobiça.
Todos os que est ão ao serviço da I grej a, devem ser encom endados à graça divina pelas orações
da igrej a. Eles os abençoaram em nom e do Senhor. A palavra e a graça de Deus se engrandecem
enormemente quando trabalham nas pessoas que parecem menos prováveis para isso.

Versículos 8- 15
Quando não puderam cont est ar os argum ent os de Est evão com o polem ist a, o j ulgaram com o
delinqüente e trouxeram testemunhas falsas contra ele. Quase é um milagre da providência que não
t enha sido assassinado no m undo um m aior núm ero de pessoas religiosas por m eio do perj úrio e os
pret ext os legais,quando t ant os m ilhares as odeiam e não t êm consciência de j urar em falso. A

135
sabedoria e a sant idade fazem que brilhe o rost o de um hom em , em bora não garant a aos hom ens
que não serão m alt rat ados. Que direm os do hom em , um ser racional, m as que, ainda assim , t ent a
sust ent ar um sist em a religioso por m eio de falsos t est em unhos e assassinat os! E isso t em sido feit o
em inúmeros casos. A culpa não reside tanto no entendimento como no com da criatura caída, que é
enganoso sobre t odas as coisas e perverso. Mas o servo do Senhor, que t em a consciência lim pa,
uma esperança jubilosa e os consolos divinos, pode sorrir em meio do perigo e da morte.

CAPÍTULO 7
Versículos 1- 50 A defesa de Estevão
Versículos 51- 53 Estevão recrimina aos judeus pela morte de Cristo
Versículos 54- 60 O martírio de Estevão

Versículos 1- 16
Est evão foi acusado de blasfem ar cont ra Deus e de apóst at a da igrej a; em conseqüência,
dem onst ra que é filho de Abraão e se valoriza a si m esm o com o t al. Os passos lent os com que
avançava a seu cum prim ent o a prom essa feit a a Abraão m ost ram claram ent e que t inha um
significado espiritual e que a terra aludida era a celestial.
Deus reconheceu a José em suas tribulações, e esteve com ele pelo poder de seu Espírito, dando-
lhe consolo em sua m ent e, e dando- lhe favor ant e os olhos das pessoas com que se relacionava.
Est evão lem bra aos j udeus seu pequeno com eço com o um freio para seu orgulho pelas glórias
desert a nação. Tam bém os lem bra das m aldades dos pat riarcas de suas t ribos, ao t erem invej a de
seu irmão José; o mesmo espírito ainda operava neles acerca de Cristo e seu ministros.
A fé dos pat riarcas, ao desej ar serem ent errados na t erra de Canaã, dem onst ra claram ent e que
eles t inham consideração pela pát ria celest ial. Bom é recorrer à prim eira m anifest ação de cost um es
ou sent im ent os, quando se pervert eram . Se desej arm os conhecer a nat ureza e os efeit os da fé
justificadora, devem os est udar o carát er do pai dos fiéis. Seu chamado m ost ra poder e a grat uidade
da graça divina, e a nat ureza da conversão. Aqui t am bém vem os que as form as e dist inções
externas são como nada comparadas com a separação do mundo e a consagração de Deus.

Versículos 17- 29
Não desanim em os pela lent idão com que se cum prem as prom essas de Deus. Os t em pos de
sofrim ent os são volt a e m eia t em pos de crescim ent o para a I grej a. Quando o m om ent o deles é o
m ais escuro e m ais profunda sua angúst ia, Deus est á preparando a libert ação de seu povo. Moisés
era m uit o agradável " foi agradável a Deus" ; é a beleza da sant idade que t em grande preço aos
olhos de Deus. Foi preservado m aravilhosam ent e em sua infância, porque Deus cuida em form a
especial aos que tem destinado para um serviço especial; e se assim protegeu o menino Moisés, não
assegurará m uit o m ais os int eresses de seu sant o m enino Jesus, cont ra os inim igos que se reúnem
em sua contra?
Eles perseguiram a Est evão por argum ent ar em defesa de Crist o e de seu evangelho: em sua
cont ra levant aram a Moisés e sua lei. Poderiam ent ender, se não fechassem volunt ariam ent e seus
olhos à luz, que Deus os livrará por m eio dest e Jesus de um a escravidão pior que a do Egit o.
Embora os hom ens prolongam suas m isérias, o Senhor cuidará, não obst ant e, de seus servos e
concretizará seus desígnios de misericórdia.

Versículos 30 - 41
Os hom ens se enganam se pensam que Deus não pode fazer o que vê que é bom em algum a
part e; pode levar ao desert o a seu povo, e ali lhes falar de consolo. Se apareceu a Moisés num a
cham a de fogo, m as a sarça não se consum ia, o qual represent ava o est ado de I srael no Egit o,
onde, apesar de que est avam no fogo da aflição, não foram consum idos. Tam bém pode olhar- se
como tipo da assunção da natureza humana por Cristo, e da união da natureza divina e humana.
A morte de Abraão, Isaque e Jacó não pôde romper a relação da aliança entre Deus e eles. Nosso
Salvador prova, por isso, o est ado fut uro ( Mt 22.31) . Abraão m orreu, m as Deus ainda é seu Deus;
port ant o, Abraão ainda vive. Agora bem , est a é a vida e a im ort alidade que é t irada à luz pelo
evangelho.
Est evão m ost ra aqui que Moisés foi t ipo em inent e de Crist o, com o libert ador de I srael. Deus se
com padece dos problem as de sua I grej a e dos gem idos de seu povo perseguido; e a liberação deles
brota de sua compaixão. Essa liberação é tipo do que fez Cristo quando desceu desde o céu por nós,
os homens, e para nossa salvação. Este Jesus, ao qual agora rejeitaram como seus pais rejeitaram a

136
Moisés, é o m esm o que Deus levant ou para ser Príncipe e Salvador. Nada rest a da j ust a honra de
Moisés ao dizer que ele foi só um instrumento e que é infinitamente escurecido por Jesus.
Ao afirm ar que Jesus devia m udar os cost um es da lei cerim onial, Est evão dist ava t ant o de
blasfem ar cont ra Moisés que, em realidade, o honrava, dem onst rando com o se cum prira a profecia
de Moisés, que era t ão clara. Deus, que lhes deu esses cost um es m ediant e seu servo Moisés, podia
sem dúvida m udar o cost um e por m eio de seu Filho Jesus. Porém I srael desprezou a Moisés e
desej ava volt ar à escravidão; desse m odo, em geral os hom ens não obedecerão a Jesus porque
amam este presente mundo mau e se regozijam em suas obras e invenções.

Versículos 42- 50
Est evão recrim inou aos j udeus a idolat ria de seus pais a qual Deus os ent regou com o cast igo por
tê- lo abandonado ant es. Não foi um a desonra, senão honra para Deus que o t abernáculo cedesse
passo ao t em plo; agora é assim , que o t em plo t erreno dê passo ao espirit ual; e assim será quando,
finalm ent e, o t em plo espirit ual ceda passo ao t erreno. Todo o mundo é o templo de Deus, onde está
present e em t odas part es, e o enche com sua glória; ent ão, que necessidade t em de um t em plo
onde m anifest ar- se? Est as coisas m ost ram seu et erno poder e deidade. Mas com o o céu é seu t rono
e a t erra é est rado de seus pés, nenhum de nossos serviços beneficiam ao que fez t odas as coisas.
Depois da nat ureza hum ana de Crist o, o coração quebrant ado e espirit ual é o t em plo m ais valioso
para Ele.

Versículos 51- 53
Parece que Est evão prosseguiria dem onst rando que o t em plo e o serviço do t em plo deviam
chegar a seu fim , e que ceder o passo à adoração do Pai em espírit o e em verdade seria para glória
de am bos, m as percebeu que eles não o suport ariam . Port ant o, calou- se, e pelo Espírit o de
sabedoria, valor e poder, repreendeu fort em ent e a seus perseguidores. Quando argum ent os e
verdades claras provocam aos oposit ores do evangelho, deve m ost rar- se a eles sua culpa e perigo.
Eles, com o seus pais, eram obcecados e soberbos. Em nossos corações pecam inosos há o que
sem pre resist e o Espírit o Sant o, um a carne cuj o desej o é cont ra o Espírit o, e bat alha cont ra seus
m ovim ent os; t odavia, no coração dos eleit os de Deus, essa resist ência é vencida quando chega a
plenit ude do t em po. Agora o evangelho era oferecido, não por anj os, senão pelo Espírit o Sant o, m as
eles não o abraçaram porque estavam resolvidos a não cumprir com Deus, tanto fosse em sua lei ou
em seu evangelho. A culpa deles lhes pregou o coração, e buscaram alivio assassinando a quem os
repreendia, em lugar de chorar e pedir misericórdia.

Versículos 54- 60
Nada é t ão consolador para os sant os m oribundos, ou t ão anim ador para os sant os que sofrem ,
que ver a Jesus à dest ra de Deus: bendit o sej a Deus, pela fé podem os vê- lo ali. Est evão ofereceu
duas breves orações em seus m om ent os de agonia. Nosso Senhor Jesus é Deus, ao qual devem os
buscar, e em quem devem os confiar e consolar- nos, vivendo e m orrendo. Se ist o t em sido nosso
cuidado enquanto vivemos, será nosso consolo quando morrermos.
Aqui há um a oração por seus perseguidores. Em bora o pecado foi m uit o grande, se a eles lhes
pesasse no coração, Deus não o colocaria na conta deles.
Est evão m orreu t ão pressionado com o nunca m orreu hom em algum , m as ao m orrer, se diz que
dorm iu; ele se dedicou à t arefa de m orrer com t ant a com post ura com o se t ivesse ido a dorm ir.
Acordará de novo na m anhã da ressurreição para ser recebido na presença do Senhor, onde há
plenitude de gozo, e para compartir os prazeres que estão a sua destra para sempre.

CAPÍTULO 8
Versículos 1- 4 Saulo persegue a Igreja
Versículos 5- 13 O êxito de Felipe em Samaria Simão o mago é batizado
Versículos 14- 25 A hipocrisia de Simão é detectada
Versículos 26- 40 Felipe e o etíope

Versículos 1- 4
Em bora a perseguição não deve afast ar- nos de nossa obra, pode, não obst ant e, enviar- nos a
trabalhar a out ra part e. Onde sej a levado o crent e est ável, leva consigo o conhecim ent o do
evangelho e dá a conhecer o precioso de Crist o em t odo lugar. Onde o sim ples desej o de fazer o

137
bem influa sobre o coração, será im possível im pedir que o hom em não use t odas as oport unidades
para servir.

Versículos 5- 13
Enquanto o evangelho prevalece, são desalojados os espíritos malignos, em particular os espíritos
imundos. Est es são t odas as inclinações às luxúrias da carne que bat alham cont ra a alm a. Aqui se
m encionam os t ranst ornos que m ais cust a curar seguindo o curso da nat ureza e os que m elhor
expressam a doença do pecado.
Orgulho, am bição e desej os de grandeza sem pre t êm provocado abundant e m al ao m undo e à
igreja.
A gent e dizia de Sim ão: " Est e hom em t em grande poder de Deus" . Veja- se nist o em que form a
ignorant e e irreflexiva erra a gent e, m as quão grande é o poder da graça divina, pela qual são
levados a Crist o, que é a Verdade m esm a! A gent e não som ent e ouvia o que dizia Felipe; foram
plenam ent e convencidos de que era de Deus, e não dos hom ens, e se deixaram ser dirigidos por
isso. At é os hom ens m aus, e esses com corações que ainda andam em pós da cobiça, podem ir
perant e Deus com o vai seu povo, e por um t em po, cont inuar com eles. Muit os que se assom bram
ant e as provas das verdades divinas, nunca experim ent aram o poder delas. O evangelho pregado
põe efetuar uma operação comum numa alma onde nunca produziu santidade interior. Nem todos os
que professam crer no evangelho são convertidos para salvação.

Versículos 14- 25
O Espírit o Sant o ainda não t inha sido derram ado sobre nenhum desses convert idos, com os
poderes ext raordinários t ransm it idos pelo derram am ent o do Espírit o no dia de Pent ecost es. Nós
podem os cobrar ânim o dest e exem plo, orando a Deus que de as graças renovadoras do Espírit o
Sant o a t odos aqueles por cuj o bem - est ar espirit ual est am os int eressados, porque elas incluem
t odas as bênçãos. Nenhum hom em pode dar o Espírit o Sant o im pondo suas m ãos, m as devem os
usar os melhores esforços para instruir àqueles pelos quais oramos.
Sim ão o m ago am bicionava t er a honra de um apóst olo, mas não estava em absoluto interessado
em t er o espírit o e a disposição do Crist o. Desej ava m ais t er honra para sim que fazer o bem ao
próximo. Pedro lhe censura seu delit o. Est im ava a riqueza dest e m undo com o se correspondessem
com as coisas que se relacionam com a out ra vida, e desej ava com prar o perdão do pecado, o dom
do Espírit o Sant o e a vida et erna. Est e era um erro condenat ório de t al m agnit ude que de nenhum a
m aneira harm oniza com um est ado de graça. Nossos corações são o que são ant e os olhos de Deus,
que não pode ser enganado e, se não podem ser j ust os ant e seus olhos, nossa religião é vã e de
nada nos serve. O coração orgulhoso e cobiçoso não pode ser j ust o diant e de Deus. Pode que um
hom em cont inue sob o poder do pecado m esm o que se revist a de um a form a de sant idade. Quando
sej as t ent ado com dinheiro a fazer o m al, vê quão perecível é o dinheiro e despreza- o. Não penses
que o cristianismo é um ofício do qual viver neste mundo.
Exist e m uit a m aldade no pensam ent o do coração, noções falsas, afet os corrupt os, e m aus
projet os dos quais um deve arrepender- se ou est am os acabados. Mas ao arrepender- nos serão
perdoados. Aqui se duvida da sinceridade do arrependimento de Simão, não de seu perdão, se o seu
arrependimento foi sincero. Concede- nos, Senhor, um a classe de fé diferent e da que fez som ent e
assombrar- se a Simão, sem santificar seu coração. Faze que aborreçamos todo pensamento de fazer
que a religião sirva aos propósit os do orgulho ou da am bição. Guarda- nos cont ra esse veneno sut il
do orgulho espirit ual que busca a glória para si m esm o ainda por m eio da hum ildade. Faze que
somente procuremos a honra que vem de Deus.

Versículos 26- 40
Felipe recebeu inst ruções de ir ao desert o. Às vezes, Deus abre um a port a de oport unidade a
seus m inist ros nos lugares m enos prováveis. Não devem os ser t ão t ím idos com os est ranhos, com o
alguns afet am sê- lo. ENQUANTO a esses, dos quais nada sabem os, sabem os ist o: t êm alm as.
Sabedoria dos hom ens de negócios é redim ir o t em po para os deveres sant os; encher cada m inut o
com algo que resultará ser uma boa conta que render.
Ao ler a palavra de Deus devem os fazer freqüent es pausas para pergunt ar de quem e de que
falam os escrit ores sagrados, m as nossos pensam ent os devem ocupar- se especialm ent e do
Redentor. O et íope foi convencido pelos ensinam ent os do Espírit o Sant o, do cum prim ent o exat o da
Escrit ura; foi- lhe feit o com preender a nat ureza do reino do Messias e sua salvação, e desej ou ser
contado entre os discípulos de Cristo. Os que buscam a verdade e dedicam tempo para esquadrinhar
as Escrit uras, est arão seguros de colher vant agens. A aceit ação do et íope deve ent ender- se com o
que expressa um a confiança sim ples em Crist o para a salvação, e um a devoção sem lim it es a Ele.
Não nos bast a obt erm os fé, com o o et íope, por m eio do est udo diligent e das Sagradas Escrit uras, e

138
o ensino do Espírito de Deus; não nos demos por satisfeitos até ter estabelecido em nossos corações
seus princípios. Tão logo com o o et íope foi bat izado, o Espírit o de Deus levou a Felipe, e não t ornou
a vê- lo. Porém isso aj udou a confirm ar sua fé. Quando o que busca a salvação chega a fam iliarizar-
se com Jesus e seu evangelho, ira por seu cam inho regozij ando- se, e desem penhará seu post o na
sociedade, cum prindo seus deveres, por out ros m ot ivos e de out ra m aneira que at é ent ão. Embora
estej am os bat izados com água no nom e do Pai, do Filho e do Espírit o Sant o, não é suficient e sem o
Bart olom eu do Espírit o Sant o. Senhor, concede ist o a cada um de nós; ent ão irem os por nosso
caminho regozijando- nos.

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 9 A conversão de Saulo
Versículos 10- 22 Saulo convertido, prega a Cristo
Versículos 23- 31 Saulo é perseguido em Damasco e vai a Jerusalém
Versículos 32- 35 Cura de Enéias
Versículos 36- 43 Ressurreição de Dorcas

Versículos 1- 9
Tão m al inform ado estava Saulo que pensava que devia fazer todo o que puder contra o nome de
Crist o, e que com isso lhe fazia um serviço a Deus; parecia que nist o est ava em seu elem ent o. Não
percam os a esperança da graça renovadora para a conversão dos piores pecadores, nem deixemos
que eles percam a esperança na m isericórdia do Deus que perdão os m aiores pecados. É sinal de
favor divino im pedir- nos, por m eio da obra int erior de sua graça ou pelos acont ecim ent os ext ernos
de sua providência, cont inuar ou execut ar obj et ivos pecaminosos. Saulo viu o Just o ( capít ulo 22.14
e capít ulo 26.13) . Quão pert o de nós est á o m undo invisível! Se Deus som ent e correr o véu, os
obj et os se apresent am à vist a, com parados com os quais, o que m ais se adm ira na t erra result a vil
e desprezível. Saulo se subm et eu sem reservas, desej oso de saber o que queria o Senhor Jesus que
ele fizesse. As revelações de Crist o às pobres alm as são hum ilhant es; as abat em profundam ent e
com pobres pensamentos sobre si mesmas.
Saulo não com eu durant e t rês dias, e agradou a Deus deixá- lo sem alívio durant e esse t em po.
Agora seus pecados foram colocados em ordem diant e dele; est ava em t revas acerca de seu próprio
est ado espirit ual, e ferido no espírit o pelo pecado. quando o pecador é levado a um a percepção
adequada de seu est ado e condut a, se lança t ot alm ent e à m isericórdia do Salvador, pergunt ando
que desej a que faça. Deus dirige o pecador hum ilhado, e apesar de que não cost um e levar os
transgressores ao gozo e à paz de crer sem dor nem int ranqüilidade de consciência, sob as quais a
alm a é profundam ent e com prom et ida com as coisas et ernas, de t odos m odos são bem - aventurados
os que semeiam com lágrimas, porque colherão com gozo.

Versículos 10- 22
Um a boa obra foi com eçada em Saulo quando foi levado aos pés de Crist o com est as palavras:
" Senhor, que queres que eu faça?" Nunca Cristo deixou a ninguém chegar a esse ponto. Contemple-
se o fariseu orgulhoso, o opressor desapiedado, o blasfem o at revido, orando! Ainda agora acont ece
o m esm o com o infiel orgulhoso e o pecador abandonado. Que novas felizes são aquelas para t odos
os que ent endem a nat ureza e o poder da oração, de um a oração com o a que apresent a o pecador
hum ilhado rogando as bênçãos da salvação grat uit a! Agora com eçou a orar de um a form a diferent e
do que ant es fazia; ent ão dizia suas orações, porém agora as ora. A graça regeneradora faz orar a
gent e; m ais fácil é que ache a um hom em vivo que não respira que a um crist ão vivo que não ora.
Mas at é os discípulos em inent es com o Ananias vacilam , às vezes, ant e as ordens de seu Senhor.
Cont udo, é a glória do Senhor superar nossas baixas expect at ivas e m ost rar que são vasos de sua
misericórdia os que consideramos objetivos de sua vingança.
O ensino do Espírito Santo elimina do entendimento as escamas de ignorância e orgulho; então, o
pecador chega a ser um a nova criat ura e se dedica a recom endar ao Salvador ungido, o Filho de
Deus, a seus companheiros de antes.

Versículos 23- 31
Quando ent ram os no cam inho de Deus devem os esperar provações; m as o Senhor sabe livrar o
santo e também dará, junto com a provação, a saída. Embora a conversão de Saulo foi e é prova da
verdade do crist ianism o, ainda assim não podia, por si só, convert er um a alm a inim izada com a
verdade; porque nada pode produzir fé verdadeira senão esse poder que cria de novo o coração.

139
Os crent es são dados a suspeit ar dem asiado daqueles em cont ra dos quais t êm prej uízos. O
m undo est á cheio de engano e é necessário ser caut o, m as devem os exercer caridade ( 1 Co 13.5) .
O Senhor esclarece o carát er dos crent es verdadeiros, os une a seu povo, e freqüent em ent e lhes dá
a oport unidade de dar t est em unho de sua verdade, ant e os que foram t est em unhas de seu ódio.
Agora Crist o se apareceu a Saulo e o m andou que saísse rapidam ent e de Jerusalém , porque devia
ser enviado aos gent ios ( vej a- se o capít ulo 22.21) . as t est em unhas de Crist o não podem ser m ort as
enquanto não tenham acabado de dar seu testemunho.
As perseguições foram suport adas. Os professant es do evangelho est iveram ret am ent e e
gozaram de m uit o consolo de part e do Espírit o Sant o na esperança e a paz do evangelho, e out ros
foram ganhos para eles. Viveram do consolo do Espírit o Sant o não só nos dias de t ranst orno e
aflição, senão nos dias de repouso e prosperidade. É m ais provável que cam inhem gozosam ent e os
que caminham com cautela.

Versículos 32- 35
Os crist ãos são sant os ou povo sant o; não só os em inent es com o são Pedro e são Paulo, senão
t odo sincero professant e da fé em Crist o. Crist o escolheu a pacient es com doenças incuráveis
segundo o curso natural, para mostrar quão desesperada é a situação da humanidade caída. Quando
éram os com plet am ent e fracos, com o est e coit ado hom em , Ele m andou sua palavra para curar- nos.
Pedro não pretende sarar por poder próprio, mas dirige a Enéias a olhar a Cristo em busca de ajuda.
Ninguém diga que por quant o é Crist o o que pelo poder de sua graça opera t odas nossas obras em
nós, não t em os obra que fazer, nem dever que cum prir; porque, em bora Jesus Crist o sej a ínt egro,
tu deves levantar- te, e usar o poder que Ele te dá.

Versículos 36- 43
Muit os dos que est ão cheios de boas palavras est ão vazios e est éreis de boas obras; porém
Tabit a era um a grande feit ora, não um a grande conversadora. Os crist ãos que não t em propriedade
para dar com o caridade podem , ainda, ser capazes de fazer obras de caridade , t rabalhando com
suas m ãos ou indo com seus pés para o bem do próxim o. São cert am ent e m elhor elogiados aqueles
cujas obras os elogiam, seja que as palavras dos outros o façam ou não. Sem dúvida são ingratos os
que não reconhecem o bem que se lhes faz m ost rando a bondade feit a a eles. Enquant o vivem os da
plenit ude de Crist o para nossa plena salvação, devem os desej ar est ar cheios de boas obras para
glória de seu nom e e para benefício de seus sant os. Caract eres com o Dorcas são út eis onde m orem ,
porque mostram a excelência da palavra da verdade por meio de suas vidas. Quão vis são, então, as
preocupações de t ant as m ulheres que não buscam dist inção senão no ornam ent o ext erno, e
desperdiçam suas vidas ns frívola busca de vestidos e vaidades!
O poder se uniu à palavra e Dorcas volt ou à vida. Assim é na ressurreição das alm as m ort as à
vida espirit ual: o prim eiro sinal de vida é abrir os olhos da m ent e. Aqui vem os que o Senhor pode
com pensar t oda perda; que Ele governa cada fat o para o bem dos que confiam nEle, e para glória
de Seu nome.

CAPÍTULO 10
Versículos 1- 8 Cornélio recebe ordem de mandar buscar a Pedro
Versículos 9- 18 A visão de Pedro
Versículos 19- 33 Pedro vai a casa de Cornélio
Versículos 34- 43 Seu sermão a Cornélio
Versículos 44- 48 Derramamento de dons do Espírito Santo

Versículos 1- 8
At é agora ninguém t inha sido bat izado na I grej a crist ã salvo j udeus, sam arit anos e os prosélit os
que t inham sido circuncidados, e observavam a lei cerim onial; apesar disso, agora, os gent ios eram
chamados a participar de todos os privilégios do povo de Deus sem ter que se fazer judeus primeiro.
A religião pura e sem cont am inação est á, às vezes, onde m enos a esperam os. Onde quer que o
t em or de reine no coração, se m anifest ará em obras de caridade e da piedade sem que um a sej a
escusa da out ra. Sem dúvida, Cornélio t inha verdade fé na palavra de Deus, na m edida que a
ent endia, em bora ainda não t inha um a fé clara em Crist o. est a foi a obra do Espírit o de Deus, pela
m ediação de Jesus, ainda ant es que Cornélio o conhecesse, com o acont ece com t odos nós, que
ant es est ávam os m ort os no pecado, quando som os vivificados. Por m eio de Crist o t am bém foram

140
aceit as suas orações e esm olas que, de out ro m odo, t eriam sido rej eit adas. Cornélio foi obedient e,
sem debate nem demora, à visão celestial. Não percamos tempo nos assuntos de nossas almas.

Versículos 9- 18
Os prejuízos de Pedro contra os gentios teriam lhe impedido ir à casa de Cornélio se o Senhor não
o tivesse preparado para este serviço. Dizer a um judeu que Deus tinha ordenado que esses animais
fossem reconhecidos com o lim pos, quando at é ent ão eram considerados im undos, era dizer
efetivam ent e que a lei de Moisés est ava t erm inada. Logo se deu a conhecer a Pedro seu significado.
Deus sabe quais serviços t em os por diant e e sabe preparar- nos, e nós ent enderem os o significado
do que nos foi ensinado, quando achemos a ocasião para usá- lo.

Versículos 19- 33
Quando vem os claram ent e nosso cham ado a um serviço. Não devem os confundir- nos com
dúvidas e escrúpulos de prejuízos ou de idéias anteriores. Cornélio havia reunido a seus amigos para
que part icipassem com ele da sabedoria celest ial que esperava de Pedro. Não cobicem os com er a
sós nossos bocados espirituais. Devemos considerá- los como dados e recebidos em sinal de bondade
e respeit o para com nossos parent es e am izades para convidá- los a unir- se conosco nos exercícios
religiosos. Cornélio declara a ordem que Deus lhe deu de m andar a buscar a Pedro. Est am os no
corret o em nossos obj et ivos ao assist ir a um m inist ério do evangelho, quando o fazem os com
reverência pela cit a divina, que nos pede que ut ilizem os essa ordenança. Com quão pouca
freqüência se pede aos m inist ros que falem a est es grupos, por pequenos que sej am , dos que pode
dizer- se que est ão t odos present es, à vist a de Deus, para ouvir t odas as coisas que Deus m anda!
Contudo, estes estavam prontos para ouvir o que Deus mandou dizer a Pedro.

Versículos 34- 43
A aceit ação não pode obt er- se sobre out ro fundam ent o que não sej a o da aliança de m isericórdia
pela expiação feit a por Crist o, porém onde quer que est ej a a religião verdadeira, Deus a aceit ará
sem consideração de denom inações ou seit as. O t em or de Deus e as obras de j ust iça são a
substância da religião verdadeira, os efeit os da graça especial. m esm o que est es não sej am a causa
da aceit ação do hom em , no ent ant o, a indicam ; e, falt e- lhes o que lhes falt ar em conhecim ent o ou
fé, lhes será dado no momento devido por Aquele que a começou.
Eles conheciam em geral a palavra, ist o é, o evangelho que Deus enviou aos filhos de I srael. A
int enção dest a palavra era que Deus publicasse por seu int erm édio a boa nova da paz por Jesus
Crist o. eles conheciam os diversos fat os relacionados com o evangelho. Conheciam o bat ism o de
arrependim ent o que João pregou. Saibam eles que est e Jesus Crist o, por quem se faz a paz ent re
Deus e o hom em , é Senhor de t udo; não som ent e sobre t udo, Deus bendit o pelos séculos, senão
com o Mediador. Toda pot est ade no céu e na t erra é colocada em sua m ão, e t odo j uízo lhe foi
encarregado. Deus irá com os que Ele ungir; estará com aqueles aos que tenha dado seu Espírito.
Ent ão, Pedro declara a ressurreição de Crist o dent re os m ort os, e suas provas. A fé se refere a
um t est em unho, e a fé crist ã est á edificada sobre o fundam ent o dos apóst olos e profet as, sobre o
testemunho dado por eles.
Veja- se o que deve crer- se acerca dele: que t odos são responsáveis de render cont as a Crist o,
Enquanto é nosso Juiz; assim cada um deve procurar seu favor e t ê- lo com o nosso Am igo. Se
crem os nEle, t odos serem os j ust ificados por Ele com o Just iça nossa. A rem issão dos pecados coloca
o fundam ent o para t odos os out ros favores e bênçãos, t irando do cam inho t odo o que obst aculizar
sua concessão. Se o pecado é perdoado, tudo está bem e terminará bem para sempre.

Versículos 44- 48
O Espírit o Sant o caiu sobre out ros depois que foram bat izados, para confirm á- los na fé, m as
sobre est es gent ios desceu ant es que fossem bat izados para dem onst rar que Deus não se lim it a a
sinais ext ernos. O Espírit o Sant o desceu sobre os que nem sequer est avam circuncidados nem
batizados; o Espírit o é o que vivifica, a carne de nada aproveit a. Eles m agnificaram a Deus, e
falaram de Crist o e dos benefícios da redenção. Qualquer sej a o dom com que sej am os dot ados,
devem os honrar a Deus com ele. Os j udeus crent es que est avam present es ficaram at ônit os de que
o dom do Espírit o Sant o fosse derram ado t am bém sobre os gent ios. Devido a noções errôneas das
coisas nos criamos dificuldades acerca dos métodos da providência e da graça divina.
Com o foram inegavelm ent e bat izados com o Espírit o Sant o, Pedro concluiu que não deviam
recusar- lhes o bat ism o de água, e a ordenança foi m inist rada. O argum ent o é conclusivo: podem os
negar o sinal aos que t êm recebido as coisas significadas pelos sinal? Os que est ão fam iliarizados
com Crist o não podem senão desej ar m ais. Ainda os que receberam o Espírit o Sant o devem ver sua
necessidade de aprender diariamente mais da verdade.

141
CAPÍTULO 11
Versículos 1- 18 A defesa de Pedro
Versículos 19- 24 O êxito do evangelho em Antioquia
Versículos 25- 30 Os discípulos são chamados cristãos Socorro enviado a
Judéia

Versículos 1- 18
O est ado im perfeit o da nat ureza hum ana se m anifest a com m uit a força, quando pessoas sant as
se incomodam até de ouvir que se tem recebido a Palavra de Deus, porque não se prestou atenção a
seu m ét odo. Som os m uit o dados a desesperar de fazer o bem aos que, ao prová- los, m ost ram que
t êm desej os de serem ensinados. Causa da ruína e dano da igrej a é excluir dela, e do benefício doa
m eios da graça, aos que não são com o nós em t udo. Pedro cont ou t odo o acont ecido. Em t odo
m om ent o devem os suport ar as debilidades de nossos irm ãos e, em lugar de ofender- nos ou de
responder com tibieza, devemos explicar os motivos e mostrar a natureza de nossos procedimentos.
Cert am ent e é corret a a predição com a que se dá o Espírit o Sant o. Ainda que os hom ens sej am
m uit o zelosos de seus próprios regulam ent os, devem cuidar- se de não resist ir a Deus; e os que
am am ao Senhor o glorificarão quando se assegurem de t erem out orgado arrependim ent o para a
vida a t odos seus congêneres pecadores. O arrependim ent o é dom de Deus; não só o aceit a sua
livre graça; sua graça onipot ent e opera em nós, a graça elim ina o coração de pedra e nos dá um de
carne. O sacrifício de Deus é um espírito quebrantado.

Versículos 19- 24
Os prim eiros pregadores do evangelho na Ant ioquia foram dispersados desde Jerusalém pela
perseguição; deste modo o que pretendia danificar a Igreja, se fez que operasse para seu bem. A ira
do homem se converte em louvor a Deus.
Que devem pregar os m inist ros de Crist o senão a Crist o? A Crist o, e crucificado? A Crist o, e
glorificado? A pregação deles foi acom panhada do poder divino. A m ão do Senhor est ava com eles
para levar aos corações e as consciências dos hom ens o que som ent e se podia dizer ao ouvido
externo. Eles acreditaram, foram convencidos da verdade do evangelho. Converteram- se desde uma
form a de viver carnal e indolent e a um a vida sant a, espirit ual e celest ial. Convert eram - se de adorar
a Deus para serem vistos e por formalismo a adorá- lo em Espírito e em verdade. Converteram- se ao
Senhor Jesus que chegou a ser t udo em t odo para eles. Est a foi a obra de conversão realizada neles
e a que deve efet uar- se em cada um de nós. Foi frut o de sua fé; t odos os que crêem sinceram ent e,
se convert erão ao Senhor. Quando se prega o Senhor Jesus com clareza, e conform e às Escrit uras,
Ele dará êxit o; e quando os pecadores são dest e m odo conduzidos ao Senhor, os hom ens realm ent e
bons que est ão cheios de fé e do Espírit o Sant o, adm irarão e se regozij arão na graça de Deus
concedida a eles. Barnabé est ava cheio de fé; cheio da graça da fé, e cheio dos frut os da fé que
opera por amor.

Versículos 25- 30
At é agora os seguidores de Crist o eram cham ados discípulos, ist o é, aprendizes, est udant es, m as
desde essa época foram cham ados crist ãos. O significado apropriado dest e nom e é seguidor de
Crist o; denot a a um que, com pensam ent o sério, abraça a religião de Crist o, crê em suas
prom essas, e faz que sua principal t arefa sej a form ar sua vida pelos preceit os e o exem plo de
Crist o. Daqui, pois, result a claro que exist am m ult idões que adot am o nom e de crist ãos, às quais
não lhes corresponde corret am ent e, porque o nom e sem a realidade som ent e agrega a nossa culpa.
Enquant o a só profissão de fé não outorga proveito nem deleite, a possessão dela da promessa para
a vida present e a vindoura. Concede, Senhor, que os crist ãos se esqueçam de out ros nom e e
dist inções e se am em uns a out ros com o devem fazer os seguidores de Crist o. os crist ãos
verdadeiros sentirão compaixão por seus irmãos que passam por aflições. Assim se leva o fruto para
o louvor e a glória de Deus. se t oda a hum anidade fosse verdadeiram ent e crist ã, com quant o j úbilo
se aj udariam uns a out ros! Toda a t erra seria com o um a grande fam ília, esforçando- se cada
membro por cumprir seu dever e ser bondoso.

142
CAPÍTULO 12
Versículos 1- 5 Martírio de Tiago, e encarceramento de Pedro
Versículos 6- 11 Pedro livrado do cárcere por um anjo
Versículos 12- 19 Pedro vai embora A fúria de Herodes
Versículos 20- 25 A morte de Herodes

Versículos 1- 5
Tiago era um dos filhos de Zebedeu, a quem Crist o disse que beberia do cálice que Ele beberia, e
que seria bat izado com o bat ism o com que Ele seria bat izado ( Mt 20.23) . agora se cum priram bem
nele as palavras de Cristo: se sofrermos com Cristo, reinaremos com Ele.
Herodes m andou encarcerar a Pedro: o cam inho da perseguição é em declive, com o o de out ros
pecados; quando os hom ens est ão nele não podem det er- se com facilidade. Se convertem em presa
fácil para Sat anás os que se ocupam em com prazer aos hom ens. assim t erm inou Tiago sua carreira,
m as Pedro, est ando dest inado a novos serviços, est ava a salvo em bora agora parecesse indicado
para um próximo sacrifício.
Aos que vivem os num a geração fria que não ora, nos cust a m uit o t rabalho form ar- nos um a idéia
do fervor dos sant os hom ens de ant igam ent e. Mas se o Senhor t rouxer à I grej a um a perseguição
horrorosa, como a de Herodes, os fiéis de Cristo aprenderiam o que é orar com toda a alma.

Versículos 6- 11
A consciência t ranqüila, a esperança viva e a consolação do Espírit o, podem m ant er em paz os
hom ens ant e a perspect iva t ot al da m ort e; at é as m esm as pessoas que est avam m uit o confundidas
com os terrores dela. Quando as coisas são levadas ao último extremo, chega o tempo de Deus para
aj udar. Pedro t inha a cert eza de que o Senhor daria fim a est a prova na form a em que desse m a
glória a Deus.
Os que são livrados do encarceram ent o espirit ual devem seguir a seu Libert ador, com o os
israelit as quando saíram da casa da escravidão. Não sabiam para onde iam , porém sabiam a quem
seguiam . Quando Deus opera a salvação de seu povo, superam - se t odos os obst áculos de seu
cam inho, at é as port as de ferro se abrirão por si sós. Est a libert ação de Pedro represent a nossa
liberação por m eio de Crist o, quem não só proclam a liberdade aos cat ivos, senão que os t ira da
prisão. Pedro capt ou quão grandes coisas t inha feit o Deus por ele quando recuperou sua
consciência. Dest e m odo, as alm as livradas da escravidão espirit ual não percebem num princípio o
que Deus t em operado nelas; m uit os que t êm a verdade da graça necessit am provas dela. Quando
vem o Consolador, enviado pelo Pai, lhes fará saber, cedo ou t arde, que m udança bendit a foi
operada.

Versículos 12- 19
A providência de Deus dá lugar para a ut ilização de nossa prudência, em bora Ele t enha
empreendido a execução e aperfeiçoamento do que começou. Estes cristãos continuaram orando por
Pedro, pois eram verdadeiram ent e fervorosos. Dest e m odo, os hom ens devem orar sem pre sem
desfalecer. Na m edida que nos sej a m ant ida a espera de um a m isericórdia, devem os cont inuar
orando por ela. Às vezes, o que desej am os com m aior fervor é o que m enos crem os. A lei crist ã de
negar- se e sofrer por Crist o não ab- roga a lei nat ural de cuidar nossa seguridade por m eios lícit os.
Nas épocas de perigo público, t odos os crent es t êm com o refúgio a Deus, que é t ão secret o que o
m undo não pode achá- los. Além disso, os m esm os inst rum ent os da perseguição est ão expost os a
perigo; a ira de Deus pende sobre t odos os que se dedicam a est a aborrecível obra. A ira dos
perseguidores costuma ventilar- se sobre tudo o que acham em seu caminho.

Versículos 20- 25
Muit os príncipes pagãos reclam aram e receberam honras divinas, m as a im piedade de Herodes,
que conhecia a palavra e a adoração do Deus vivo, foi m uit o pior que t udo quando aceit ou honras
idólat ras sem repreender a blasfêm ia. Os hom ens com o Herodes que se inflam am com orgulho e
vaidade, est ão am adurecendo rapidam ent e para a vingança para a qual est ão dest inados. Deus é
m uit o zeloso de sua honra e será glorificado em aqueles por quem não é glorificado. Note- se que
corpos vis t em os conosco; t êm neles a sem ent e de sua dissolução pela qual logo serão dest ruídos,
basta que Deus diga uma simples palavra.
Aprenda sabedoria da gent e de Tiro e Sidom , porque t em os ofendido o Senhor com nossos
pecados. Dependem os dEle para viver, respirar e para t odas as coisas; cert am ent e nos corresponde
humilhar- nos diant e dEle, para que, por m eio do Mediador designado que sem pre est á pront o para

143
ser nosso Am igo, possam os ser reconciliados com Ele, não sej a que a ira nos caia com t odo seu
rigor.

CAPÍTULO 13
Versículos 1- 3 Missão de Paulo e Barnabé
Versículos 4- 13 Elimas, o feiticeiro
Versículos 14- 41 Discurso de Paulo em Antioquia
Versículos 42- 52 Prega aos gentios e é perseguido pelos judeus

Versículos 1- 3
Que t im e t em os aqui! Vem os nest e nom es que o Senhor levant a inst rum ent os para sua obra de
diversos lugares e est ados sociais; o zelo por sua glória induz aos hom ens a renunciarem a relações
e perspect ivas baj uladoras para fom ent ar sua causa. Os m inist ros de Crist o est ão capacit ados e
dispost os para seu serviço por seu Espírit o, e lhes são ret irados out ros int eresses que os est orvam .
Os ministros de Cristo devem dedicar- se à obra de Cristo é, debaixo da direção do Espírito, agir para
a glória de Deus Pai. São separados para em preender t rabalhos com dor e não para assum ir
categorias.
Buscaram a bênção para Paulo e Barnabé em sua presente empresa, para que fossem cheios com
o Espírito Santo em sua obra. Não importa que meios se usem ou que regras se observem, somente
o Espírito Santo pode equipar os ministros para sua importante obra, e chamá- los a ela.

Versículos 4- 13
Sat anás est á especialm ent e ocupado com os grandes hom ens e os hom ens que est ão no poder
para impedir que sejam religiosos, porque seu exemplo influi a muitos.
Aqui por prim eira vez Saulo é cham ado Paulo, e nunca m ais de Saulo. Quando era hebreu, seu
nom e era Saulo; com o cidadão de Rom a, seu nom e era Paulo. Sob a influência diret a do Espírit o
Sant o, deu a Elim as seu carát er verdadeiro, m as não em form a apaixonada. A plenit ude do engano
e a m aldade reunidas podem fazer, sem dúvida, que um hom em sej a filho do diabo. Os que são
inim igos da dout rina de Jesus são inim igos de t oda j ust iça, porque nela se cum pre t oda j ust iça. Os
cam inhos do Senhor Jesus são os únicos cam inhos ret os ao céu e à felicidade. Exist em m uit os que
não só se descam inham dessas sendas, senão que t am bém colocam o próxim o cont ra esses
caminhos. Eles est ão freqüent em ent e t ão endurecidos que não cessarão de fazer o m al. O pró-
cônsul ficou assom brado pela força da dout rina em seu Pai coração e consciência, e pelo poder de
Deus com que foi confirm ada. A dout rina de Crist o deixa at ônit o; e quant o m ais sabem os dela, m ais
razão veremos para maravilhar- nos dela.
Os que colocam sua mão no arado e olham para trás, não são aptos para o reino de Deus. os que
não est ão preparados para enfrent ar oposição e suport ar dificuldades, não são apt os para a obra do
ministro.

Versículos 14- 31
Quando nos reunim os para adorar a Deus devem os fazê- lo não só com oração e louvor, senão
para ler e ouvir a palavra de Deus. Não bast a a só leit ura das Escrit uras nas assem bléias públicas;
elas devem ser expost as e deve- se exort ar à gent e com elas. I st o é aj udar a que a gent e faça o
necessário para obter proveito da palavra, para aplicá- la a si mesmos.
Nest e serm ão se t oca t udo quant o deveria convencer da m elhor form a aos j udeus para receber e
abraçar a Crist o com o o Messias prom et ido. Toda opinião, não im port a quão breve ou fraca sej a,
sobre os t rat os do Senhor com sua I grej a, nos lem bra sua m isericórdia e paciência, e a ingrat idão e
perversidade do homem.
Paulo vai desde Davi até ao Filho de Davi, e demonstra que este Jesus é sua Semente prometida;
o Salvador que faz por eles, seus piores inim igos, o que não podiam fazer os j uízes de ant es, para
salvá- los de seus pecados. Quando os apóst olos pregavam a Crist o com o o Salvador, dist avam
muito de ocultar sua morte, tanto que sempre pregavam a Cristo crucificado.
Nossa com plet a separação do pecado a represent a o fat o de que som os sepult ados com Crist o.
mas Ele ressuscitou dentre os mortos e não viu corrupção: esta era a grande verdade que havia que
pregar.

144
Versículos 32- 37
A ressurreição de Crist o era a grande prova de que é o Filho de Deus. não era possível que fosse
retido pela morte, porque era o Filho de Deus e, portanto, tinha vida em si mesmo, a qual não podia
ent regar sem o propósit o de volt ar a t om á- la. A seguridade das m isericórdias de Davi é a vida
eterna, da qual era sinal seguro a ressurreição; e as bênçãos da redenção em Cristo são um primícia
cert a ainda nest e m undo. Davi foi um a grande bênção para a época em que viveu. Não nascem os
para nós m esm os, senão que em ao nosso redor vive gent e, aos que devem os t er present es para
servir. Mas aqui radica a diferença: Crist o serviria a t odas as gerações. Olhem os Àquele que é
declarado ser Filho de Deus por sua ressurreição dent re os m ort os para que, por fé nEle, possam os
andar com Deus, e servir a nossa geração segundo sua vont ade; e quando chegar a m ort e,
durmamos nEle com a esperança gozosa de uma bendita ressurreição.

Versículos 38- 41
Todos os que ouvem o evangelho de Cristo saibam estas duas coisas:
1) Que at ravés dest e Hom em , que m orreu e ressuscit ou, se prega o perdão do pecado. seus
pecados, apesar de m uit os e grandes, podem ser perdoados, e podem sê- lo sem prej uízo da honra
de Deus.
2) Por Crist o só, e por ninguém m ais, são j ust ificados de t odas as coisas os que crêem nEle;
just ificados de t oda a culpa e m ácula do pecado do qual não puderam ser j ust ificados pela lei de
Moisés. O grande int eresse dos pecadores convict os é ser j ust ificados, ser exonerados de t oda sua
culpa e aceit os com o j ust os ant e os olhos de Deus, porque se algo rest ar a cargo do pecador, est ará
acabado. Por Jesus Cristo podemos obter a justificação completa; porque por Ele foi feita a completa
expiação pelo pecado. som os j ust ificados não só por Ele com o nosso Juiz, senão por Ele com o Jeová
Just iça nossa. O que era lei não podia fazer por nós, porquant o era fraco, o que faz o Evangelho de
Cristo. esta é a bênção mais necessária que traz todas as outras.

Versículos 42- 52
Os j udeus se opunham à dout rina que pregavam os apóstolos e, quando não puderam achar o
que obj et ar, blasfemaram de Crist o de seu evangelho. Corrent em ent e os que com eçam por
contradizer, t erm inam por blasfem ar. Quando os adversários da causa de Crist o são ousados, seus
advogados devem ser ainda m ais at revidos. Enquant o m uit os não se j ulgam dignos da vida et erna,
outros que parecem menos prováveis, desejam ouvir mais da boa nova da salvação.
I sso é conform e ao que foi anunciado no Ant igo Test am ent o. Que luz, que poder, que t esouro
t raz consigo est e evangelho! Quão excelent es são suas verdades, seus preceit os, suas prom essas!
Vieram a Crist o aqueles aos que t rouxe o Pai, e aos que o Espírit o fez o chamado eficaz ( Rm 8.30) .
Todos os que est avam ordenados para a vida et erna, t odos eles acredit aram em Crist o, em quem
Deus tinha guardado a vida, e é o único Caminho a ela; e foi a graça de Deus a que operou neles.
Bom é ver que m ulheres devot as nobres, quant o m enos t enham a fazer no m undo, m ais devem
fazer por suas próprias alm as, e as alm as do próxim o, porém ent rist ece que elas t rat em de m ost rar
ódio a Crist o sob o m at iz da devoção a Deus. Quant o m ais nos deleit em os com as consolações e
exort ações que acham os no poder da sant idade, e quant o m ais cheios est ej am nosso corações com
isso, melhor preparados estaremos para enfrentar as dificuldades da profissão de santidade.

CAPÍTULO 14
Versículos 1- 7 Paulo e Barnabé em Icônio
Versículos 8- 18 Um paralítico sarado em Listra A gente quer fazer
sacrifícios para Paulo e Barnabé
Versículos 19- 28 Paulo apedrejado em Listra Nova visita às igrejas

Versículos 1- 7
Os apóst olos falavam com t ant a sim plicidade, com t ant a dem onst ração e provas do Espírit o e
com t al poder, t ão calidam ent e e com t o int eresse pelas alm as dos hom ens, que os que os
escutavam não podiam dizer senão que Deus est ava com eles. Mas o êxit o não devia at ribuir- se a
seu est ilo de pregar, senão ao Espírit o de Deus que usava esse m édio. A perseverança para fazer o
bem em m eio de perigos e dificuldades é um a bendit a m ost ra de graça. Onde quer que sej am
levados os servos de Deus, devem t rat ar de dizer a verdade. Quando iam em nom e e pelo poder de
Crist o, Ele não deixava de dar t est em unho da Palavra de sua graça. Nos assegura que é a Palavra
de Deus e que podem os j ogar nossas alm as por ela. Os gent ios e os j udeus est avam inim izados uns

145
com out ros, porém unidos cont ra os crist ãos. Se os inim igos da I grej a se unem para dest ruí- la, não
se unirão seus am igos para preservá- la? Deus t em um refúgio em caso de t orm ent a: Ele é e será
seu refúgio. Nas épocas de perseguição os crent es podem t er m ot ivos para sair de um lugar, apesar
que não deixem a obra de seu Mestre.

Versículos 8- 18
Todas as coisas são possíveis para o que crê. Quando t em os fé, dom t ão precioso de Deus,
serem os livrados da falt a de defesa espirit ual em que nascem os, e do dom ínio dos hábit os
pecam inosos desde que se form aram ; serem os capacit ados para ficar em pé e andar j ubilosos nos
caminhos do Senhor.
Quando Cristo, o Filho de Deus, se manifestou em semelhança de homens, e fez muitos milagres,
os hom ens dist avam t ant o de fazer- lhe sacrifícios, que o fizeram sacrifício a Ele para a soberba e
m aldade deles. Cont udo, Paulo e Barnabé foram t rat ados com o deuses por t erem feit o um m ilagre.
O m esm o poder do deus dest e m undo, que fecha a m ent e carnal cont ra a verdade, faz que sej am
facilmente admitidos os erros e os equívocos.
Não lem os que t enham rasgado suas vest es quando o povo falou em lapidá- los, senão quando
falaram em adorá- los; eles não puderam t olerá- lo, est ando m ais preocupados pela honra de Deus
que pela própria. A verdade de Deus não necessit a dos serviços da falsidade do hom em . Os servos
de Deus podem obt er facilm ent e honras indevidas se cedem aos erros e os vícios dos hom ens, m as
devem aborrecer e detestar esse respeito mais que toda repreensão.
Quando os apóst olos pregaram aos j udeus que odiavam a idolat ria, som ent e t iveram que pregar
a graça de Deus em Crist o, m as quando t iveram que pregar aos gent ios, deveram corrigir os erros
da religião nat ural. Com pare- se a condut a e a declaração deles com opiniões dos que pensam
falsam ent e que a adoração de Deus, sob qualquer nom e ou de qualquer form a, é igualm ent e
aceitável para o Senhor Todo Poderoso.
Os argum ent os de m aior força, os discursos m ais fervorosos e afet uosos, at é com m ilagres,
apenas bast am para resguardar aos hom ens de absurdos e abom inações; m uit o m enos podem , sem
a graça especial, voltar os corações dos pecadores a Deus e à santidade.

Versículos 19- 28
Note- se quão incansável era a fúria dos judeus contra o evangelho de Cristo. A gente apedrejou a
Paulo num t um ult o popular. Tão fort e é a inclinação do coração corrupt o e carnal, que com sum a
dificuldade os hom ens se refreiam do m al, por um a part e, assim com o com grande facilidade são
persuadidos a fazer o m al pela out ra. Se Paulo t iver sido Mercúrio, poderia t er sido adorado, m as se
for o m inist ro fiel de Crist o, será apedrej ado e lançado fora da cidade. assim , pois, os hom ens que
se submetem facilmente a fortes ilusões, detestam receber a verdade com amor.
Todos os que são convert idos devem ser confirm ados na fé; t odos os que são plant ados devem
criar raízes. A obra dos m inist ros é est abelecer os sant os e despert ar os pecadores. A graça de
Deus, e nada m enos, est abelece eficazm ent e as alm as dos discípulos. é verdade que podem os
contar com muita tribulação, mas é estimulante que não estejamos perdidos nem pereçamos nela.
A Pessoa a cuj o poder e graça est ão encom endados os convert idos e as igrejas recém
estabelecidas, era claramente o Senhor Jesus, "em quem todos creram". Foi um ato de adoração.
Todo o elogio do pouco bom que fazem os em qualquer m om ent o deve ser at ribuído a Deus,
porque Ele é quem não só opera em nós o querer com o o fazer, senão t am bém opera conosco para
que alcance o êxit o. Todos os que am am o Senhor Jesus se regozij arão ao ouvir que t em abert o de
par em par a port a da fé aos que eram alheios a Ele e a sua salvação. Com o os apóst olos,
habitemos com os que conhecem e amam o Senhor.

CAPÍTULO 15
Versículos 1- 6 A disputa suscitada pelos mestres judaizantes
Versículos 7- 21 O concílio de Jerusalém
Versículos 22- 35 A carta do concílio
Versículos 36- 41 Paulo e Barnabé se separam

Versículos 1- 6
Uns da Judéia ensinavam aos gent ios convert idos da Ant ioquia que não poderiam ser salvos a
m enos que observassem t oda a lei cerim onial, t al com o fora dada por Moisés; dest e m odo
procuravam dest ruir a liberdade crist ã. Tem os um a est ranha t endência a pensar que os que não

146
fazem com o nós, fazem t udo errado. Sua dout rina era m uit o desalent adora. Os hom ens sábios e
bons desej am evit ar as cont endas e os debat es at é onde possam , m as quando os falsos m est res se
opõem às principais verdades do evangelho ou t razem dout rinas nocivas, não devem os deixar de
resisti- lhes.

Versículos 7- 21
Das palavras " purificando pela fé seus corações" , do serm ão de Pedro, ent endem os que não se
podem separar a j ust ificação pela fé e a sant ificação pelo Espírit o Sant o, e que am bas são de Deus.
t em os m uit a razão para abençoar a Deus porque ouvim os o evangelho. Tenham os essa fé que
aprova o grande Esquadrinhador dos corações, e cert ifica o selo do Espírit o Sant o. Ent ão, serão
purificados da culpa do pecado nossos corações e nossas consciências, e serem os liberados das
cargas que alguns tratam de lançar sobre os discípulos de Cristo.
Paulo e Barnabé demonstraram por fatos comprovados que Deus reconhecera a pregação do puro
evangelho aos gent ios, sem a lei de Moisés; port ant o, im por- lhes essa lei era desfazer o que Deus
tinha feit o. A opinião de Tiago era que os convert idos gent ios não deviam ser incom odados pelos
rituais judaicos, porém deviam abster- se de carnes oferecidas aos ídolos, para mostrar seu ódio pela
idolat ria. Além disso, que deviam ser advert idos cont ra a fornicação, que não era aborrecida pelos
gent ios com o devia ser, e que at é form ava part e de alguns de seus rit uais. Foram aconselhados de
abster- se de com er anim ais afogados, e de com er sangue; ist o era proibido pela lei de Moisés e
t am bém aqui, por reverência ao sangue dos sacrifícios, que sendo ent ão oferecido, insult aria
desnecessariam ent e aos convert idos j udeus e a prej udicar ainda m ais aos j udeus inconversos.
Porém , com o faz m uit o t em po que cessou o m ot ivo, nós som os livres disso, com o em m at érias
semelhant es. Os convert idos sej am precavidos para evit ar t oda aparência dos m ales que ant es
prat icavam ou pelos que, provavelm ent e, sej am t ent ados; e sej am advert idos que usem a liberdade
cristã com moderação e prudência.

Versículos 22- 35
Tendo a garantia de declarar- se dirigidos pelo poder imediato do Espírito Santo, os apóstolos e os
discípulos t iveram a cert eza de que parecia bem a Deus Espírit o Sant o, e a eles, im por aos
convertidos, sej a por cont a própria ou pelas circunst âncias present es, out ra carga senão as coisas
necessárias já mencionadas.
Foi um consolo ouvir que j á não lhes seriam im post as as ordenanças carnais, que confundiam
suas consciências, sem poder purificá- las nem pacificá- las; e foram silenciados os que pert urbavam
suas m ent es, de m odo que foi rest aurada a paz da igrej a, e se suprim iu o que era am eaça de
divisão. tudo isso foi consolo pelo qual abençoaram a Deus.
Havia m uit os m ais na Ant ioquia. Onde m uit os t rabalham na palavra e na dout rina, pode ainda
haver oport unidade para nós: o zelo e a ut ilidade do próxim o deve est im ular- nos, não adorm ecer-
nos.

Versículos 36- 41
Aqui t em os um a briga em privado de dois m inist ros, nada m enos que Paulo e Barnabé, m as feit a
para t erm inar bem . Barnabé desej ava que seu sobrinho João Marcos fosse com eles. Devem os
suspeit ar que som os parciais, e cuidar- nos disso, quando colocam os prim eiro a nossos parent es.
Paulo não pensava que era digno da honra nem apt o para o serviço, quem t inha- se separado deles
sem que o soubessem ou sem o consent im ent o deles ( ver capít ulo 13.13) . Nenhum cedia, e assim
sendo, não rest ou senão separar- se. Vem os que os m elhores hom ens não são senão hom ens,
suj eit os a paixões com o nós. Talvez houve falt as de am bas as part es, com o é cost um eiro em t ais
cont endas. Som ent e o exem plo de Crist o é im aculado. Mas não devem os pensar que é raro que
exist am diferenças ainda ent re hom ens bons e sábios. Assim será enquant o est ej am os nest e est ado
im perfeit o; nunca serem os t odos unânim es at é que cheguem os ao céu. Cont udo, quant a m aldade
fazem no mundo, e na igreja, os remanescentes do orgulho e da paixão que se encontram ainda nos
melhores homens! muitos dos que moravam na Antioquia, que pouco ou nada souberam da devoção
e piedade de Paulo e Barnabé, souberam sim de sua disput a e separação; assim nos acont ecerá se
cederm os à discórdia. Os crent es devem orar const ant em ent e que não sej am nunca conduzidos a
com prom et er a causa que realm ent e desej am servir pelos vest ígios do t em peram ent o ím pio. Paulo
fala com est im a e afet o de Barnabé e Marcos, em suas epíst olas escrit as depois dest e
acont ecim ent o. Todos os que professam Teu nom e, oh am ant e Senhor, sej am com plet am ent e
reconciliados por esse am or derivado de Ti, que não se deixa provocar a facilidade e que esquece
logo e enterra as injúrias.

147
CAPÍTULO 16
Versículos 1- 5 Paulo leva a Timóteo para que seja seu assistente
Versículos 6- 15 Paulo passa à Macedônia A conversão de Lídia
Versículos 16- 24 Expulsado um espírito imundo Paulo e Silas são açoitados e
encarcerados
Versículos 25- 34 A conversão do carcereiro de Filipos
Versículos 35- 40 Paulo e Silas são liberados

Versículos 1- 5
A I grej a bem pode esperar m uit o serviço de m inist ros j ovens que t enham o m esm o espírit o que
Timóteo. Contudo, quando os homens não se sujeitam em nada nem se obrigam a nada, parece que
falt assem os principais elem ent os do carát er crist ão; e há m uit a razão para acredit ar que não
ensinarão com êxit o as dout rinas e os preceit os do evangelho. Sendo o desígnio do decret o deixar
de lado a lei cerim onial, e suas ordenanças na carne, os crent es foram confirm ados na fé crist ã
porque est abeleceu um a form a espirit ual de servir a Deus, adequada para a nat ureza de Deus e do
homem. Assim, a Igreja crescia diariamente em número.

Versículos 6- 15
O it inerário dos m inist ros e seu t rabalho na dispensação dos m eios de graça est ão subm et idos
part icularm ent e à condução e direção divinas. Devem os seguir a providência e qualquer coisa que
procuremos fazer, se nos Faraó permitida, devemos submeter- nos e crer que é para melhor.
A gent e necessit a m uit a aj uda para suas alm as e é seu dever buscá- la e convidar dent re os
m inistros aos que possam ajudá- los. Os chamados de Deus devem cumprir- se com presteza.
Os adoradores de Deus devem t er, se possível, um a assem bléia solene no dia de descanso. Se
não t em os sinagoga devem os agradecer os lugares m ais privados e recorrer a eles sem abandonar
as reuniões segundo sejam nossas oportunidades.
Ent re os ouvint es de Paulo havia um a m ulher de nom e Lídia. Tinha um t rabalho honest o que o
hist oriador regist ra para elogio dela. Apesar de t er que desem penhar esse t rabalho, achava t em po
para aproveit ar as vant agens para sua alm a. Não nos desculpará dos deveres religiosos dizer que
t em os um negócio que adm inist rar, porque, não t em os t am bém um Deus que servir, e alm as que
cuidar? A religião não nos t ira de nossos negócios no m undo, senão que nos dirige neles. O orgulho,
o prej uízo e o pecado deixam fora as verdades de Deus at é que sua graça lhes abre cam inho no
entendimento e nos afetos; somente o Senhor pode abrir o coração para que recebas e acredites em
sua Palavra. Devem os crer em Jesus Crist o; não há acesso a Deus com o Pai senão pelo Filho com o
Mediador.

Versículos 16- 24
Em bora sej a o pai das m ent iras, Sat anás declara as verdades m ais im port ant es quando delas
pose se servir para seus propósit os. Muit a m aldade fazem aos servos verdadeiros de Crist o os
ím pios e falsos pregadores do evangelho, que são confundidos com aqueles pelos observadores
indiferentes. Os que fazem o bem tirando o pecado dos homens, podem esperar ser insultados como
agitadores da cidade. enquanto ensinem aos homens a temer a Deus, a crer em Cristo, a abandonar
o pecado e a levar vidas santas, serão acusados de ensinar maus costumes.

Versículos 25- 34
Não são poucos nem pequenos os consolos de Deus para seus servos que sofrem . Quant o m ais
felizes são os crist ãos verdadeiros que seus prósperos inim igos! Desde o profundo e desde as t revas
devem os clam ar a Deus. Não há lugar, nem há t em po que sej am m aus para orar se o coração vai
ser elevado a Deus. nenhum problem a, por penoso que sej a, deve im pedir- nos de louvar. Fica
demonstrado que o cristianismo é de Deus em que nos obriga a sermos retos com nossa vida.
Paulo grit ou fort e para que o carcereiro o ouvisse, e para fazê- lo obedecer, dizendo: " Não t e
facas dano" . Todas as advert ências da Palavra de Deus cont ra o pecado e t odas suas aparências, e
t odas suas aproxim ações, t êm est a t endência. Hom em , m ulher, não t e facas dano; não t e firas,
porque ninguém m ais pode ferir- t e; não peques, porque nada pode prej udicar- t e senão isso. ainda
com referência ao corpo, somos advertidos contra os pecados que o danificam. A graça que converte
muda a linguagem da gente para a linguagem das boas pessoas e dos bons ministros.
Quão grave é a pergunta do carcereiro! Sua salvação se converte em seu grande interesse; o que
j az m ais pert o de seu coração é o que ant es dist ava m ais de seus pensam ent os. Est á preocupado
por sua alm a preciosa. Os que est ão int eiram ent e convencidos de seu pecado e verdadeiram ent e

148
int eressados em sua salvação, se ent regarão a Crist o. aqui est á o resum o de t odo o evangelho, a
aliança de graça em poucas palavras: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa".
O Senhor abençoou t ant o a palavra que o carcereiro foi de im ediat o am olecido e hum ilhado. Os
t rat ou com bondade e com paixão, e ao professar fé em Crist o foi bat izado nesse nom e, com sua
fam ília. O Espírit o de graça operou um a fé t ão fort e neles, que dissipou t oda dúvida ult erior; e Paulo
e Silas souberam pelo Espírit o que Deus t inha feit o um a obra neles. Quando os pecadores assim se
convert em , am arão e honrarão aos que ant es desprezavam e odiavam , e procurarão dim inuir os
sofrim ent os que ant es desej avam acrescent ar. Quando os frut os da fé com eçam a aparecer, os
terrores serão substituídos pela confiança e o gozo em Deus.

Versículos 35- 40
Apesar de que Paulo est ava dispost o a sofrer pela causa de Crist o, e sem nenhum desej o de
vingar- se, preferiu não part ir levando a acusação errada de t er m erecido um cast igo; port ant o,
pediu ser despedido de form a honorável. Não foi um a m era quest ão de honra na qual o apóst olo
insist iu, senão de j ust iça, e não para ele t ant o com o para sua causa. Quando se dá a desculpa
apropriada, os crist ãos nunca devem expressar raiva pessoal nem insist ir est rit am ent e nas
reparações pessoais. O Senhor os fará m ais que vencedores em t odo conflit o; em vez de serem
esmagados por seus sofrimentos, eles se tornarão consoladores de seus irmãos.

CAPÍTULO 17
Versículos 1- 9 Paulo em Tessalônica
Versículos 10- 15 A nobre conduta dos bereanos
Versículos 16- 21 Paulo em Atenas
Versículos 22- 31 Prega ali
Versículos 32- 34 A conduta zombadora dos atenienses

Versículos 1- 9
A tendência e o âmbito da pregação e argumentos de Paulo eram provar que Jesus é o Cristo. Ele
devia sofrer por nós, porque não pode adquirir de out ro m odo a ressurreição por nós, e devia
ressuscit ar, porque de out ro m odo não pode aplicar- nos a redenção a nós. Tem os que pregar de
Jesus que Ele é o Crist o; port ant o, podem os esperar ser salvados por Ele e est am os ligados a
sermos m andados por Ele. os j udeus incrédulos est avam irados, porque os apóst olos pregavam aos
gentios e estes podiam ser salvos. Que raro é que os homens invejem de outros o privilégio que eles
mesm os não aceit am ! Tam pouco deveriam pert urbar- se os governant es nem o povo pelo aum ent o
dos crist ãos verdadeiros, apesar de que os espírit os pert urbadores farão da religião um pret ext o
para as m ás int enções. Dos t ais devem os cuidar- nos, porque deles devem os dist anciar- nos para
dem onst rar o desej o de agir ret am ent e da sociedade, enquant o reclam am os nosso direit o de adorar
a Deus segundo nossa consciência.

Versículos 10- 15
Os j udeus de Beréia se aplicaram seriam ent e ao est udo da palavra pregada a eles. Não som ent e
ouviam pregar a Paulo o dia do repouso; diariam ent e esquadrinhavam as Escrit uras, e com paravam
o que liam com os fat os que lhes eram relat ados. A dout rina de Crist o não t em e a pesquisa; os
advogados de sua causa não desej am m ais que a gent e exam ine com plet a e eqüit at ivam ent e se as
coisas são ou não assim . São verdadeiram ent e nobres, e provavelm ent e o sej am m ais e m ais, os
que fazem das Escrit uras sua regra, e as consult am regularm ent e. Tom ara que t odos os ouvint es do
evangelho chegassem a ser com o os de Beréia, recebendo a Palavra com agilidade m ent al e
investigando diariam ent e as Escrit uras, para descobrir se as coisas que lhes são pregadas são assim
em verdade.

Versículos 16- 21
Naquela época At enas era fam osa por sua refinada erudição, sua filosofia e as belas art es; porém
ninguém é m ais infant il e superst icioso, m ais ím pio ou m ais crédulo que algum as pessoas,
consideradas eminentes por seu saber e habilidade. Estavam totalmente entregues à idolatria.
O advogado zeloso da causa de Crist o est á dispost o a alegar em seu favor t oda classe de
companhia, segundo se ofereça a ocasião. A m aioria dest es hom ens dout os não prest aram at enção
a Paulo, m as alguns, cuj os princípios eram os que m ais diret am ent e cont rariavam o crist ianism o,
fizeram com ent ários sobre ele. O apóst olo sem pre t rat ava dois pont os que, sem dúvida, são as

149
dout rinas principais do crist ianism o: Crist o e o est ado fut uro. Crist o, nosso cam inho, e o céu, nosso
dest ino final. Eles consideraram ist o com o m uit o diferent e do conhecim ent o ensinado e professado
em At enas por m uit os séculos; desej aram saber m ais a respeit o, m as só porque era novidadeiro e
raro. O levaram ao lugar onde est avam os j uízes que indagavam dest as m at érias. Pergunt aram
sobre a dout rina de Paulo, não porque fosse boa, senão porque era nova. Os grandes conversadores
sem pre são curiosos. Os que assim gast am o t em po em m ais nada, t êm um a cont a m uit o
desagradável que render pelo t em po que desse j eit o desperdiçaram . O t em po é precioso e devem os
utilizá- lo bem porque a et ernidade depende disso, m as m uit o se desperdiça em conversações que
não aproveitam.

Versículos 22- 31
Aqui t em os um serm ão para os pagãos que adoravam deuses falsos e est avam no m undo sem o
Deus verdadeiro; e para eles o alcance dest e discurso era diferent e do que o apóst olo pregava aos
j udeus. Nest e últ im o caso, sua t arefa era guiar os ouvint es por profecias e m ilagres at é o
conhecim ent o do Redent or e a fé nEle; no ant erior, era levá- los a conhecer o Criador pelas obras
comuns da providência, e a que o adorassem.
O apóst olo se referiu a um alt ar que t inha vist o, o que t inha a inscrição: "Ao Deus desconhecido".
Est e fat o est á t est em unhado por m uit os escrit ores. Depois de m ult iplicar ao m áxim o seus ídolos,
algum as pessoas de At enas pensaram que havia um out ro deus, do qual nada sabiam . E agora, não
há muitos que se dizem cristãos, que são zelosos em suas devoções, embora o grande objeto de sua
adoração é para eles um Deus desconhecido?
Not em- se as coisas gloriosas que diz Paulo aqui desse Deus ao que servia, e desej ava que eles
servissem . O Senhor t inha t olerado por m uit o t em po a idolat ria, porém agora est avam chegando a
seu fim os t em pos dessa ignorância, e por seus servos agora m anda a t odos os hom ens de t odas
part es que se arrependam de sua idolat ria. Toda a seit a dos hom ens dout os deve t er- se sent ido
sum am ent e afet ada pelo discurso do apóst olo, que t endia a dem onst rar o vazio ou a falsidade de
suas doutrinas.

Versículos 32- 34
O apóstolo foi tratado com maior civismo externo em Atenas que em outras partes, mas ninguém
desprezou m ais sua dout rina ou a t rat ou com m ais indiferença. O t em a que m ais m erece a at enção,
ent re t odos, é o que m enos se at ende. Os que se burlam , deverão sofrer as conseqüências, porque
a palavra nunca volt ará vazia. Se achará que alguns se aferram ao Senhor e escut am seus servos
fiéis.
Considerar o juízo vindouro, e a Cristo como nosso Juiz, deveria instar a todos a arrepender- se do
pecado e a volt ar- se a Ele. qualquer sej a o t em a t rat ado, t odos os discursos devem levar a Ele, e
mostrar sua autoridade: nossa salvação e ressurreição vem de e por Ele.

CAPÍTULO 18
Versículos 1- 6 Paulo em Corinto, com Áquila e Priscila
Versículos 7- 11 Continua pregando em Corinto
Versículos 12- 17 Paulo ante Gálio
Versículos 18- 23 Visita a Jerusalém
Versículos 24- 28 Apolo ensina em Éfeso e na Acaia

Versículos 1- 6
Em bora t inha direit o de ser sust ent ado pelas igrej as que plant ou, e pelas pessoas as quais
pregava, Paulo t rabalhava em seu ofício. Ninguém deve olhar com desprezo o ofício honest o, pelo
qual um hom em pode obt er seu pão. Em bora lhes davam fort una ou conhecim ent os, os j udeus
t inham por cost um e fazer que seus filhos aprendessem um ofício. Paulo t eve cuidado de evit ar
prej uízos, at é os m ais irracionais. O am or de Crist o é o vínculo perfeit o dos sant os; e a com unhão
dos santos entre si adoça o trabalho, o desprezo e até a perseguição.
A maioria dos judeus persistiu em contradizer o Evangelho de Cristo e blasfemaram. Eles mesmos
não acreditavam e faziam tudo quanto podiam para impedir que outros cressem. Paulo os deixou ali.
Não renunciou a sua obra, porque apesar de que I srael não for reunido, Crist o e seu evangelho são
gloriosos. Os j udeus não podem queixar- se, porque t iveram a prim eira ofert a. Quando alguém se
resist e ao evangelho, devem os volt ar- nos a out ras pessoas. O pesar porque m uit os persist am na
incredulidade não deve impedir a gratidão pela conversão de alguns a Cristo.

150
Versículos 7- 11
O Senhor conhece os que são Seus, sim , e os que o serão, porque por sua obra neles é que
chegam a serem Seus. Não desesperem os acerca de algum lugar, porque Crist o t inha a m uit os
ainda na m alvada Corint o. Reunirá seu rebanho escolhido desde os lugares onde est ão espalhados.
Assim animado, o espirituais continuou em Corinto e cresceu uma igreja numerosa e florescente.

Versículos 12- 17
Paulo estava por demonstrar que ele não ensinava aos homens que adorar a Deus era contrário à
lei, m as o j uiz não perm it iu que os j udeus se queixassem ant e ele do que não est ava dent ro de seu
ofício. Era corret o que Gálio deixasse os j udeus livrados a si m esm os em m at érias relacionadas com
sua religião, m as não deveria t er perm it ido que perseguissem a out ros com esse pret ext o. Era ruim
que falasse com leviandade de uma lei e religião que poderia ter sabido que eram de Deus, e com as
quais deveria t er- se fam iliarizado. Em que m odo deve adorar- se a Deus, sem Jesus for o Messias, e
se o Evangelho é revelação divina, não são quest ões de palavra e de nom es; são quest ões de
trem enda im port ância. Gálio fala com o se j act ando- se de sua ignorância das Escrit uras, com o se a
lei de Deus não fosse digna de que ele a levasse em conta.
Gálio não se int eressou em nenhum a dessas coisas. Se não se int eressar nas afront as feit as aos
hom ens m alvados, isso seria elogiável, porém , se não se int eressar nos abusos com et idos com os
hom ens bons, sua indiferença era exagerada. Os que vêem e ouvem os sofrim ent os do povo de
Deus e não sentem nada por eles, ou não se interessam por eles, ou não os compadecem nem oram
por eles, são do mesmo espírito que Gálio, que não se interessava por nenhuma dessas coisas.

Versículos 18- 23
Enquant o Paulo achava que seu t rabalho não era em vão, cont inuava t rabalhando. Nossos
tem pos est ão na m ão de Deus; nós propom os, m as Ele dispõe; port ant o, devem os prom et er em
sujeição com à vontade de Deus; não somente se a providência o permite, senão se Deus não dirigir
nossos movimentos de outro modo.
Um refrigério muito grato para o ministro fiel é ter a companhia de seus irmãos por um tempo.
Os discípulos est ão cercados pela doença; os m inist ros devem fazer o que possam para fort alecê-
los, dirigindo- os a Crist o, que é a Força deles. Procurem os fervorosam ent e em nossos diversos
post os lograr o avanço da causa de Crist o, fazendo planos que nos pareçam os m ais apropriados,
mas confiando em que o Senhor fará que se concretizem segundo lhe aprouver.

Versículos 24- 28
Apolo ensinava o evangelho de Crist o at é onde o m inist ério de João o havia deixado, e não além
disso. Não podem os deixar de pensar que sabia da m ort e e ressurreição de Crist o, m as não est ava
inform ado acerca de seu m ist ério. Mesm o que não t inha os dons m iraculosos do Espírit o, com o os
apóst olos, usava os dons que t inha. A dispensação do Espírit o, qualquer que sej a sua m edida, é
dada a cada hom em para proveit o int eiro. Era um pregador vivaz e afet uoso, de espírit o fervoroso.
Est ava cheio de zelo pela glória de Deus e a salvação de alm as preciosas. Aqui havia um hom em de
Deus completo, cabalmente dotado para a obra.
Áquila e Priscila anim aram seu m inist ério e o assist iram . Não desprezaram a Apolo nem o
valorizaram em pouco diant e de out ros, m as consideraram as desvant agens sob as quais
t rabalhava. Tendo eles m esm os obt ido conhecim ent o das verdades do Evangelho por sua longa
relação com Paulo, lhe disseram o que sabiam . Os est udant es j ovens podem ganhar m uit o
conversando com cristãos velhos.
Os que crêem por m eio da graça cont inuam necessit ando aj uda. Na m edida em que est ej am
nest e m undo, haverá vest ígios de incredulidade e algo que falt a em sua fé para ser aperfeiçoada e
para completar o trabalho da fé.
Se os j udeus se t iverem convencido de que Jesus era o Crist o, at é sua própria lei os t eria
ensinado a ouvi- lo. o t rabalho dos m inist ros é pregar a Crist o. não só pregar a verdade, senão
prová- la e defendê- la, com mansidão, ainda que com poder.

151
CAPÍTULO 19
Versículos 1- 7 Paulo instrui os discípulos de João em Éfeso
Versículos 8- 12 Ensina ali
Versículos 13- 20 Os exorcistas judeus caem em desgraça
Versículos 21- 31 O tumulto em Éfeso
Versículos 32- 41 O tumulto apaziguado

Versículos 1- 7
Paulo achou em Éfeso algumas pessoas religiosas que consideravam a Jesus como o Messias. Não
t inham sido levados a esperar os poderes m iraculosos do Espírit o Sant o, nem os haviam inform ado
que o evangelho era, especialm ent e, a m inist ração do Espírit o. Cont udo, pareciam dispost os a
receber bem esta notícia. Paulo lhes demonstra que João nunca pretendeu que aqueles aos quais ele
bat izava ficassem ali, senão que lhes dizia que deviam crer nAquele que viria depois dele, ist o é, em
Crist o Jesus. Eles aceit aram , agradecidos, essa revelação e foram bat izados no nom e do Senhor
Jesus.
O Espírit o Sant o desceu a eles de m odo surpreendent e e arrepiant e: falaram em línguas e
profet izaram , com o faziam os apóst olos e os prim eiros convert idos gent ios. Em bora agora não
esperam os poderes m iraculosos, t odos os que professam ser discípulos de Crist o devem ser
cham ados a exam inar se t êm recebido o selo do Espírit o Sant o com suas influências sant ificadoras,
para a sinceridade de sua fé. Muit os não parecem t er ouvido que há um Espírit o Sant o, e m uit os
consideram que é um a ilusão t odo o que se diz de sua graça e de suas consolações. Dos t ais pode
perguntar- se com propriedade: " Em que, pois, fost es bat izados?" . Porque, evident em ent e,
desconhecem o significado deste sinal externo do qual tanto dependem.

Versículos 8- 12
Quando as discussões e as persuasões som ent e endurecem aos hom ens na incredulidade e na
blasfêm ia, devem os separar- nos, nós e out ros, dessa ím pia com panhia. Agradou a Deus confirm ar o
ensino desses sant os varões de ant igam ent e para que, caso seus ouvint es não acredit assem neles,
pudessem acreditar por suas obras.

Versículos 13- 20
Era com um , em especial ent re os j udeus, que as pessoas t rat assem de expulsar espírit os
malignos. Se resist irm os ao diabo pela fé em Crist o, ele fugirá de nós; porém se pensam os em
resisti- lo usando o nom e de Crist o, ou suas obras com o conj uro ou encant am ent o, Sat anás nos
vencerá. Onde há verdadeira cont rição do pecado, haverá um a livre confissão de pecado a Deus em
t oda oração; e confissão à pessoa que t enham os ofendido, quando o caso assim o requer. Se a
palavra de Deus t em prevalecido ent re nós, com t oda cert eza que m uit os livros licenciosos, infiéis e
m aus serão queim ados por seus donos. Est es convert idos de Éfeso não se levant arão em j uízo
contra os professantes que traficam com tais obras por amor a um lucro ou que se permitem ter tais
livros? Se desej arm os ser honest os na grande obra da salvação, devem os renunciar a t oda em presa
e desejo que estorve o efeito do evangelho na mente ou que amoleça seu domínio no coração.

Versículos 21- 31
A gent e que vinha desde longe a render cult o no t em plo de Éfeso com prava pequenos sant uários
de prat a ou m aquet es do t em plo, para levá- los a sua casa. Not e- se aqui com o os art esões se
aproveit am da superst ição da gent e, e servem a seus propósit os m undanos com isso. os hom ens
são zelosos daquilo pelo qual obt êm suas riquezas, e m uit os são em cont ra do evangelho de Crist o
porque t ira os hom ens de t odas as m ás art es, por m uit o que sej a o lucro que obt enham com elas.
Há pessoas que defendem o que é m ais grosseiram ent e absurdo, irracional e falso pelo sim ples fat o
de que sust ent a o int eresse m undano, com o nest e caso o era o fat o de que se t rat ava de deuses
feit os com suas próprias m ãos. Toda a cidade est ava cheia de confusão, que é o efeit o com um e
natural do zelo pela falsa religião.
O zelo pela honra de Crist o e o am or pelos irm ãos exort a aos crent es zelosos a correrem riscos.
Freqüent em ent e surgem am igos dent re aqueles que são alheios à verdadeira religião, m as que
viram a conduta honesta e coerente dos cristãos.

Versículos 32- 41
Os j udeus passaram à frent e nest e t um ult o. Os que assim se preocupam em dist inguir- se dos
servos de Cristo agora, temendo serem confundidos com eles, terão sua correspondente condenação

152
no grande dia. Um que t inha aut oridade fez silenciar, finalm ent e, o barulho. Muit o boa regra em
t odo t em po, t ant o nos assunt os públicos com o privados, é não se apressar em agir, senão t om ar- se
tempo para pensar e manter sempre controladas nossas paixões. Devemos conservar a serenidade e
não fazer nada com aspereza, nem precipit ação, do que venham os a arrepender- nos depois. Os
m ét odos habit uais da lei sem pre devem det er os t um ult os populares, coisa que assim será nas
nações bem governadas. A m aioria da gent e se m aravilha ant e os j uízos dos hom ens m ais que do
j uízo de Deus. que bom seria se silenciássem os dest e m odo nossas paixões e apet it es
desordenados, considerando a cont a que devem os render daqui a pouco ao Juiz do céu e da t erra!
Note- se com o m ant ém a paz pública a providência suprem a de Deus, por um poder inexplicável
sobre os espírit os dos hom ens. assim se m ant ém ao m undo com cert a ordem e se refreia aos
hom ens para que não se com am uns a out ros. apenas olham os a nosso redor sem verm os hom ens
que se com port am com o Dem et rio e os art ífices. Cont ender com best as selvagens é t ão seguro
com o fazê- lo com os hom ens enfurecidos pelo zelo part idário e a cobiça desencant ada, que pensam
que t odos os argum ent os ficam sem respost a, quando se t êm dem onst rado que eles se enriquecem
por m eio das prát icas às quais surgiu a oposição. Qualquer que sej a o bando que est e espírit o adot e
nas disput as religiosas, ou qualquer que sej a o nom e que assum a, é t ão m undano que deve ser
repudiado por todos os que guardam a verdade e a piedade. Não desfaleçamos: o Senhor, do alto, é
mais poderoso que o barulho de muitas águas; Ele pode acalmar a fúria da gente.

CAPÍTULO 20
Versículos 1- 6 As viagens de Paulo
Versículos 7- 12 Êutico é restaurado para a vida
Versículos 13- 16 Paulo viaja através de Jerusalém
Versículos 17- 27 O sermão de Paulo aos anciãos de Éfeso
Versículos 28- 38 A despedida deles

Versículos 1- 6
Os t um ult os ou a resist ência podem const ranger o crist ão para sair de seu local de t rabalho ou
m udar seu propósit o, porém sua obra e seu prazer serão os m esm os onde quer que vá. Paulo
pensou que valia a pena empregar cinco dias para ir a Trôade, apesar de que deveu permanecer por
set e dias, m as sabia, e assim deveríam os sabê- lo nós, redim ir at é o t em po de sua viagem , fazendo
que se tornasse em algo proveitoso.

Versículos 7- 12
Em bora os discípulos liam , e m edit avam , e oravam e cant avam a sós, e assim m ant inham sua
com unhão com Deus, de t odos m odos se reuniam para adorar a Deus e assim m ant er a com unhão
de uns com out ros. Reuniam - se no prim eiro dia da sem ana, o dia do Senhor. Deve ser observado
religiosam ent e por t odos os discípulos de Crist o. ao part ir o pão se com em ora não só o Corpo de
Crist o part ido por nós, para ser sacrifício por nossos pecados; represent a o corpo de Crist o part ido
para nós com o alim ent o e fest a para nossas alm as. Nos prim eiros t em pos era cost um e receber a
Ceia do Senhor a cada dia do Senhor, celebrando assim a memória da morte de Cristo.
Paulo pregou nest a assem bléia. A pregação do evangelho deve ir unida aos sacram ent os. Eles
estavam dispostos a ouvir, ele viu que era assim, e alargou seu sermão até a meia- noite.
Dormir- se quando se escut a a palavra é m au indício, sinal de pouca est im a da palavra de Deus.
devem os fazer o que pudermos para não dorm ir; não dorm ir, senão lograr que nosso coração sej a
afet ado pela palavra que ouvim os de form a que lancem os fora de nós o sono. a doença requer
ternura, m as o desprezo m erece severidade. I nt errom peu a pregação do espirit ual, m as para
confirmar sua pregação.
Êut ico foi devolvido à vida. Com o não sabiam quando t eriam novam ent e a com panhia de Paulo, a
aproveit aram o m elhor que puderam e reconheceram que perder um a noit e de sono era bom para
t al propósit o. Quão raram ent e se perdem horas de repouso com o propósit o da devoção, m as com
quant a freqüência se faz pela m era diversão ou passat em po pecam inoso! Tant o cust a que a vida
espiritual floresça no coração do homem, e tão natural é que ali floresçam os costumes carnais!

Versículos 13- 16
Paulo se apressou a part ir para Jerusalém , m as t rat ou de fazer o bem no cam inho, quando iam
de lugar em lugar, com o deve fazer t odo hom em bom . Muit o freqüent em ent e devem os cont rariar

153
nossa vont ade e a de nossos am igos ao fazer a obra de Deus; não devem os perder t em po com eles
quando o dever nos chama a outro lugar.

Versículos 17- 27
Os anciãos sabiam que Paulo não era homem interessado em si mesmo nem manipulador. Os que
servem o Senhor em algum ofício em form a aceit ável e proveit osa para o próxim o, devem fazê- lo
com hum ildade. Ele era um pregador simples, um que dizia a m ensagem para que fosse ent endida.
Ele era um pregador poderoso, pregava o Evangelho com o t est em unho em favor deles se o
recebiam , e t am bém com o t est em unho cont ra eles se o rej eit avam . Era um pregador de proveit o,
que tinha o alvo de informar seus juízos e reformar seus corações e vidas. Era um pregador fiel, que
não escondia as repreensões quando eram necessárias, nem deixava de pregar a cruz. Era um
pregador verdadeiram ent e cristão evangélico, que não pregava acerca de t em as ou noções
duvidosas, nem dos assunt os de est ado ou do governo civil; pregava a fé e o arrependim ent o. Não
pode dar- se um melhor resumo dessas coisas sem as quais não há salvação: o arrependimento para
com Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Crist o, com seus frut os e efeit os. Nenhum pecador pode
escapar sem eles, e ninguém ficará fora da vida eterna com eles. Que não se pense que Paulo partiu
da Ásia por m edo da perseguição; ele est ava esperando problem as, porém resolveu seguir
avançando bem seguro de que era por m andado divino. Graças a Deus que não sabem os as coisas
que nos acont ecerão durant e o ano, a sem ana, ou o dia que com eçou. Para o filho de Deus bast a
com saber que sua força será igual a seu dia. Não sabe nem quer saber que lhe t rará o dia por
diant e. As influências poderosas do Espírit o Sant o enlaçam o crist ão verdadeiro com seu dever.
Em bora espere perseguição e aflição, o am or de Crist o o const range a seguir. Nenhum a dest as
coisas t irou a Paulo de sua t arefa; não o privaram de seu consolo. A at ividade de nossa vida é
prover para uma morte gozosa.
Crendo que est a era a últ im a vez que o veriam , ele apela a sua int egridade. Tinha- lhes pregado
t odo o conselho de Deus. Ao pregá- lhes puram ent e o evangelho, o havia pregado assim , com plet o;
ele fez fielmente sua obra, já fosse que os homens o suportassem ou o rejeitassem.

Versículos 28- 38
Se o Espírit o Sant o t em feit o m inist ros supervisores do rebanho, ist o é, past ores, eles devem ser
leais a seu com et ido. Que considerem o int eresse de seu Mest re pelo rebanho encarregado a seu
cuidado: é a I grej a que Ele com prou com seu sangue. O sangue era o seu Enquanto Hom em ; t ão
ínt im a é a união da nat ureza divina e a hum ana, que aqui é cham ado de sangue de Deus, porque
era o sangue dAquele que é Deus. Isso lhe confere t al valor e dignidade com o para resgat ar os
crentes de todo mal e adquirir todo o bom. Paulo falou de suas almas com afeto e preocupação.
Est avam m uit o preocupados pelo que seria deles. Paulo os conduz a olhar a Deus com fé, e os
encom enda à palavra da graça de Deus, não só com o fundam ent o de sua esperança e sua font e de
gozo, senão com o a regra de seu andar. Os crist ãos m ais am adurecidos são capazes de crescer e
acharão que a palavra de graça aj uda a seu crescim ent o. Com o os que não est ão sant ificados não
podem ser hóspedes bem - vindos para o sant o Deus, assim o céu não será céu para eles, m as est á
assegurado para t odos os que nasçam de novo, e nos quais se t em renovado a im agem de Deus, j á
que o poder onipot ent e e a verdade et erna assim o fazem . Ele se coloca a si m esm o com o exem plo
para eles, em não preocupar- se pelas coisas dest e m undo at ual; acharão que isso os aj udará para
um passo cômodo através dele. Poderia parecer um ditame duro, pelo o que Paulo agrega um ditado
de seu Mest re, que desej a que sem pre lem brem : " Mais bem - avent urado é dar que receber" . Parece
que eram palavras usadas com freqüência pelos discípulos. a opinião dos filhos dest e m undo é
cont rária a isso; eles t em em dar, a m enos que esperem receber. O ganho claro é para eles a coisa
m ais bendit a que posa exist ir; porém Crist o nos diz que é m ais bem - avent urado, m ais excelente.
Nos faz m ais com o Deus, que dá a t odos e não recebe de ninguém ; e com o o Senhor Jesus, que
andava fazendo o bem. Que também esteja em nós o sentir que havia em Cristo Jesus.
Quando os am igos se separam , é bom que se separem orando. Os que exort am e oram , os uns
pelos out ros, podem t er m uit as t em poradas de choro e separações dolorosas, m as se reunirão
perant e o t rono de Deus para nunca m ais separar- se. Para t odos foi consolo que a presença de
Cristo fosse com ele e ficasse com eles.

154
CAPÍTULO 21
Versículos 1- 7 A viagem de Paulo a Jerusalém
Versículos 8- 18 Paulo em Cesaréia A profecia de Agabo Paulo em
Jerusalém
Versículos 19- 26 Convencido para cumprir com as cerimônias
Versículos 27- 40 Ameaçado a causa dos judeus, é resgatado pelos romanos

Versículos 1- 7
Devem os reconhecer a providência quando as coisas dão cert o. Onde quer que for Paulo,
pergunt ava quant os discípulos havia ali e os procurava. Prevendo seus problem as, por am or dele, e
preocupação pela igrej a, eles pensaram , erroneam ent e, que seria m ais para a glória de Deus que
continuasse livre, mas seu zelo para dissuadi- lo tornou mais ilustre sua santa resolução. Ele nos tem
ensinado com o exem plo e pela regra, a orar sem cessar. O últ im o adeus deles foi adoçado com
oração.

Versículos 8- 18
Paulo t inha sido expressam ent e advert ido de seus problem as para que, quando chegassem , não
fossem surpresa nem t error para ele. devem os dar o m esm o uso à not ícia geral que se nos dá de
que devem os ent rar no Reino de Deus at ravés de m uit a t ribulação. O choro deles com eçou a
enfraquecer e desanim ar a resolução deles. Não nos disse nosso Mest re que t om em os nossa cruz?
Para ele foi um problem a que eles o pressionassem com t ant a insist ência para fazer aquilo com que
não podia sat isfazê- los sem prej udicar sua própria consciência. Quando vem os que se aproxim am
problem as, não som ent e nos corresponde dizer: deve cum prir- se a vont ade do Senhor, e não há
m ais rem édio, senão: cumpra- se a vont ade do Senhor, porque sua vont ade e sua sabedoria e Ele
faz t udo conform e a seu conselho. Deve acalm ar nosso pesar que se cum pre a vont ade do Senhor
quando chega um problem a; deve silenciar nossos t em ores quando vem os vir o problem a, que se
cumprirá a vontade do Senhor, e devemos dizer: amém, seja cumprida.
Honroso é ser um discípulo velho de Jesus Crist o, t er sido capacit ado pela graça de Deus para
seguir por longo t em po no curso do dever, const ant e na fé, crescendo m ais, e m ais experim ent ado
num a boa velhice. A pessoa deveria opt ar por habit ar com est es discípulos velhos, porque a
multidão de seus anos ensinará sabedoria.
Muit os irm ãos de Jerusalém receberam alegrem ent e a Paulo. Pensam os que, t alvez se o t iverm os
conosco, o receberíam os com gozo, m as não faríam os assim se, t endo a sua dout rina, não a
recebemos com gozo.

Versículos 19- 26
Paulo at ribui t odo seu êxit o a Deus e a Deus dá o louvor. Deus o havia honrado m ais que a
nenhum dos apóst olos, apesar de que eles não o invej avam , m as pelo cont rário, glorificavam o
Senhor. Eles não podiam fazer m ais que exort ar a Paulo para que seguisse alegrem ent e em sua
obra. Tiago e os anciãos da igrej a de Jerusalém pediram a Paulo que sat isfizesse os j udeus crent es
com o cum prim ent o de algum requisit o da lei cerim ônia. Eles pensaram que era prudent e que se
conform asse at é esse pont o. Foi um a grande fraqueza querer t ant o a som bra quando t inha chegado
a substância.
A religião que Paulo pregava não t endia a dest ruir a lei, senão a cum pri- la. Ele pregava a Crist o,
o fim da lei pela justiça, o arrependimento e a fé, pelo que devemos usar muito a lei. A fraqueza e a
m aldade do com hum ano aparecem repet idas vezes, quando consideram os quant os, sendo
discípulos de Crist o, não t iveram a devida consideração para com o m inist ro m as em inent e que
t enha vivido j am ais. Nem a excelência de seu carát er, nem o êxit o com que Deus abençoou suas
t arefas puderam ganhar a est im a e o afet o deles, que viam que ele não rendia o m esm o respeit o
que eles às observâncias cerim oniais. Quão cuidadosos devem os ser com os prej uízos! Os apóst olos
não est iveram livres de culpa em t udo o que fizeram , e seria difícil defender a Paulo da acusação de
ceder dem asiado nest a m at éria. Vão é t rat ar de conseguir o favor dos zelot es ou fanát icos de um
part ido. Est e cum prim ent o de Paulo não serviu, pelo m esm o, no que esperava apaziguar os j udeus,
senão que os provocou e o encrencou, m as o Deus oniscient e passou por alt o o conselho deles e o
cum prim ent o de Paulo, para servir a um propósit o m elhor do que se pensava. Era vão t rat ar de
comprazer aos hom ens que não se agradariam com nada senão com a dest ruição do crist ianism o. É
m ais provável que a int egridade e a ret idão nos preservem m ais que os cum prim ent os m ent irosos.
I st o deveria advert ir- nos para não pressionar os hom ens para que façam o cont rário a seu próprio
juízo para comprazer- nos.

155
Versículos 27- 40
No t em plo, onde Paulo deveria t er est ado prot egido por ser lugar seguro, foi violent am ent e
atacado. O acusaram falsam ent e de m á dout rina e de m au cost um e cont ra as cerim ônias m osaicas.
Não era nada novo para os que não t êm int enções honest as e agem conform e com a regra, que os
acusem de coisas que não conhecem e nas que nunca pensaram . Com um é para o sábio e bom que
a gente má o acuse daquilo com que acreditou agradá- los.
Deus cost um a fazer com que prot ej am seu povo os que não o querem , m as que som ent e se
com padecem dos que sofrem e se preocupam pela paz pública. Vej a- se aqui com que noções falsas
e errôneas da gent e boa e dos bons m inist ros m uit os se afast am . Porém Deus int ervém
oportunam ent e para assegurar a seus servos cont ra os hom ens m alvados e irracionais; e lhes dá
oportunidades para que falem defendendo o Redent or e difundindo am plam ent e seu glorioso
Evangelho.

CAPÍTULO 22
Versículos 1- 11 Paulo relata sua conversão
Versículos 12- 21 Paulo é dirigido a pregar aos gentios
Versículos 22- 30 A fúria dos judeus Paulo alega que é cidadão romano

Versículos 1- 11
O apóst olo se dirigiu à m ult idão enfurecida com seu est ilo cost um eiro de respeit o e boa vont ade.
Paulo relat a com m uit o det alhe a hist ória de sua vida ant erior, com ent a que sua conversão foi por
com plet o um at o de Deus. Os pecadores condenados são cegados pelo poder das t revas, e a
cegueira é perdurável, com o a dos j udeus incrédulos. Os pecadores em convicção de pecado são
cegados, com o Paulo, não pelas t revas senão pela luz. Por um t em po são levados a perda dent ro de
si m esm os, m as é para que seu ser sej a ilum inado. O sim ples relat o dos t rat am ent os do Senhor
conosco, levando- nos da oposição a professar e fom ent ar seu evangelho, se for feit o com um
espírit o e m odo corret os, cost um a im pressionar m ais que os discursos elaborados, m esm o que não
equivalha a uma prova plena da verdade, como se demonstra na mudança operada no apóstolo.

Versículos 12- 21
O apóst olo passa a relat ar com o foi confirm ado na m udança que t inha acont ecido. Tendo
escolhido o Senhor o pecador, para que conheça sua vont ade, é hum ilhado, ilum inado e levado ao
conhecim ent o de Crist o e de seu bendit o Evangelho. Aqui se cham a a Crist o de Just o, porque é
Jesus Cristo o Justo. Os que Deus escolhe para que conheçam sua vontade, devem olhar para Jesus,
porque por Ele Deus nos deu a conhecer sua boa vontade.
O grande privilégio do evangelho, selado em nós pelo bat ism o, é o perdão dos pecados. Bat izem -
se e lavem- se de seus pecados, isto é, recebam o consolo do perdão de seus pecados em e por meio
de Jesus Crist o, recebam sua j ust iça para esse fim , e recebam poder cont ra o pecado, para
mortificação de suas corrupções. Bat izem - se, m as não se apóiem nesse sinal, m as assegurem - se da
coisa significada, da elim inação da im undícia do pecado. o grande dever do evangelho, ao qual
est am os ligados por nosso bat ism o, é buscar o perdão de nossos pecados em nom e de Crist o,
dependendo dEle e de sua justiça.
Deus designa a seus t rabalhadores seu dia e lugar, e é apropriado que eles desem penhem sua
designação, apesar de ser cont rária à sua vont ade. A providência nos adm inist ra m elhor que nós
m esm os; devem os encom endar- nos à direção de Deus. se Crist o m andar alguém , seu Espírit o vai
com ele e lhe concede que vej a o frut o de seus t rabalhos, m as nada pode reconciliar o coração do
homem com o evangelho fora da graça especial de Deus.

Versículos 22- 30
Os j udeus ouviram o relat o que Paulo fez de sua conversão, m as a m enção de que era enviado
aos gent ios era t ão crist ã a t odos seus prej uízos nacionais que não quiseram ouvir m ais. A frenét ica
condut a deles assom brou ao oficial rom ano, que supôs que Paulo t inha perpet rado um t errível
delito.
Paulo alegou seu privilégio de cidadão rom ano que o exim ia de t odos os j uízos e cast igos que
pudessem forçá- lo a confessar- se culpável. Sua m aneira de falar dem onst ra claram ent e quant a
seguridade santa e serenidade mental desfrutava.
Com o Paulo era j udeu em circunst âncias adversas, o oficial rom ano o int errogou acerca de com o
t inha obt ido t ão valiosa dist inção, m as o apóst olo lhe disse que t inha nascido livre. Valorem os a

156
liberdade na qual nascem t odos os filhos de Deus, que nenhum a som a de dinheiro, por grande que
sej a, pode com prar para os que cont inuam sem ser regenerados. I st o logo deu fim a seu problem a.
Dest e m odo, a m uit os lhes é im pedido fazer coisas m ás por t em or ao hom em , quando não seriam
im pedidos pelo t em or a Deus. O apóst olo pergunt a, sim plesm ent e, " É lícit o?" . Sabia que o Deus ao
qual servia o sust ent aria em t odos os sofrim ent os por am or de Seu nom e, porém se não era lícito, a
religião do apóstolo o dirigia a evitá- lo, se possível. Ele nunca se retraiu de uma cruz que seu Mestre
divino lhe colocasse em seu cam inho para frent e; e nunca deu um passo fora desse cam inho para
tomar outra.

CAPÍTULO 23
Versículos 1- 5 A defesa de Paulo ante o concílio dos judeus
Versículos 6- 11 A defesa de Paulo Recebe a garantia divina de que irá a
Roma
Versículos 12- 24 Os judeus conspiram para matar a Paulo - Lísias o envia à
Cesaréia
Versículos 25- 35 A carta de Lísias a Felix

Versículos 1- 5
Veja- se aqui o carát er de um hom em honest o. Coloca a Deus perant e si e vive com o diant e de
sua vist a. Tom a consciência do que diz e faz, e se resguarda do ruim conform e ao m elhor de seu
discernim ent o, e se aferra ao bom . É cient e de t odas suas palavras e de sua condut a. Os que vivem
assim diant e de Deus podem , com o Paulo, t er confiança em Deus e no hom em . Em bora a respost a
de Paulo cont inha um a j ust a repreensão e um anúncio, parece t er est ado dem asiado irado pelo
tratament o que recebeu ao dá- la. Aos grandes hom ens pode- se falar de suas falt as, e podem ser
feit as queixas públicas de um a m aneira apropriada, m as a lei de Deus requer respeit o pelos que
estão na autoridade.

Versículos 6- 11
Os fariseus est avam no cert o acerca da fé da igrej a j udaica. Os saduceus não eram am igos da
Escrit ura nem da revelação divina; eles negavam o est ado fut uro; não t inham a esperança da
felicidade et erna, nem t em or da m iséria et erna. Quando Paulo foi quest ionado por ser crist ão, pôde
dizer sinceram ent e que t inha sido quest ionado pela esperança da ressurreição dos m ort os. Nele foi
justificável, por est a confissão de sua opinião sobre est e pont o debat ido, fazer que os fariseus
cessassem de persegui- lo e levá- los a que o prot egessem dest a violência ilícit a. Com quant a
facilidade pode Deus defender sua própria causa! Em bora os j udeus pareciam est ar perfeit am ent e
de acordo em sua conspiração cont ra a religião, cont udo, est avam influenciados por m ot ivos m uit o
diferent es. Não há am izade verdadeira ent re os m aus, e num inst ant e e com grande facilidade Deus
pode tornar sua união em inimizade declarada. As consolações divinas sustentaram a Paulo na maior
paz; o capít ulo chefe o resgat ou das m ãos dos hom ens cruéis, m as não pôde dizer o por quê. Não
devem os t em er quem est ej a em cont ra de nós se o Senhor é conosco. A vont ade de Crist o é que
seus servos fiéis est ej am sem pre j ubilosos. Podia pensar que nunca m ais veria Rom a, t odavia Deus
lhe diz que até nisso ele será satisfeito, já que deseja ir lá pela honra de Cristo e para fazer o bem.

Versículos 12- 24
Os falsos princípios religiosos adot ados pelos hom ens carnais inst am a um a t al m aldade, que
dificilm ent e pode- se supor que a nat ureza hum ana sej a capaz dela. Porém o Senhor desbarat a
prontam ent e os planos de iniqüidade m elhor concert ados. Paulo sabia que a providência divina age
por m eios razoáveis e prudent es e que, se ele descuidava o uso dos m eios em seu poder, não podia
esperar que a providência de Deus operasse por cont a dele. Quem não se aj uda a si m esm o
conform e com seus m édios e poder, não t em razão nem revelação para assegurar- se que receberá
aj uda de Deus. Crendo no Senhor serem os resguardados de t oda m á obra, nós e os nossos, e
serem os guardados para seu reino. Pai celest ial, dá- nos est a fé preciosa por t eu Espírit o Sant o, por
amor a Cristo.

Versículos 25- 35
Deus t em inst rum ent os para t oda obra. As habilidades nat urais e as virt udes m orais do pagão
t êm sido freqüent em ent e ut ilizadas para prot eger seus servos perseguidos. At é os hom ens do
mundo podem discernir ent re a condut a cient e dos crent es ret os e o zelo dos falsos professant es,

157
mesmo que rejeitem ou não entendam seus princípios doutrinários. Todos os corações estão na mão
de Deus, e são abençoados os que depositam sua confiança nEle e lhe encomendam seus caminhos.

CAPÍTULO 24
Versículos 1- 9 O discurso de Tértulo contra Paulo
Versículos 10- 21 A defesa de Paulo ante Felix
Versículos 22- 27 Felix treme diante do razoamento de Paulo

Versículos 1- 9
Aqui vemos a infelicidade dos grandes homens, e é uma grande desgraça que os louvem por seus
serviços além de t oda m edida, sem que nunca se fale fielm ent e de suas falt as; por isso, se
endurecem e at revem no m al, com o Felix. Os profet as de Deus foram acusados de ser os
pert urbadores da t erra, e nosso Senhor Jesus Crist o, de pervert er a nação; as m esm as acusações
foram formuladas contra Paulo. As perversas paixões egoístas dos homens os impelem para frente e
as graças e o poder da fala t êm sido ut ilizados freqüent em ent e para dirigir m al e prej udicar os
homens cont ra a verdade. Quão diferent es serão os caract eres de Felix e Paulo no dia do j uízo,
segundo são representados no discurso de Tértulo! Que os cristãos não valorizem o aplauso e não se
t urvem pelas repreensões dos hom ens ím pios, que apresent am quase com o deuses os m ais vis da
raça humana, e como pestes e promotores de sedição aos excelentes da terra.

Versículos 10- 21
Paulo dá um j ust o relat o de si m esm o que o exonera do delit o e igualm ent e m ost ra a verdadeira
razão da violência cont ra ele. não sej am os t irados de um bom cam inho porque t enha m á fam a. Ao
adorar a Deus é m uit o consolador considerá- lo com o o Deus de nossos pais, sem est abelecer
nenhum a out ra regra de fé ou condut a que não sej am as Escrit uras. ist o m ost ra aqui que haverá
uma ressurreição para o juízo final. Os profetas e duas doutrinas deviam provar- se por seus frutos.
O alvo de Paulo era t er um a consciência desprovida de ofensa. Seus int eresse e finalidade eram
abster- se de m uit as coisas e abundar em t odos os m om ent os nos exercícios da religião com Deus e
com o hom em . Se form os culpados de serm os m ais zelosos nas coisas de Deus que nosso próxim o,
que cont est arem os? Nos encolherem os diant e da acusação? Quant os há no m undo que preferem
serem acusados de qualquer fraqueza, sim , at é de m aldade, e não de um sent im ent o de am or,
fervoroso e anelant e pelo Senhor Jesus Crist o, e de consagração a seu serviço! Podem os t ais
pensar que os confessará quando volt ar em sua glória e diant e dos anj os de Deus? se há um a visão
prazerosa para o Deus de nossa salvação, e um a visão ant e a qual se regozij am os anj os, é
cont em plar a um seguidor devot o do Senhor, aqui na t erra, que reconhece ser culpável, se for
crim e, de am ar com t odo seu coração, alm a, m ent e e força o Senhor que m orreu por ele. não pode
perm anecer calado ao ver que se despreza a Palavra de Deus ou escut a que se profana Seu nom e.
Est e se arriscará, m elhor, ao ridículo e ao ódio do m undo, ant es que causar ira a esse ser bondoso
cujo amor é melhor que a vida.

Versículos 22- 27
O apóst olo arrazoa acerca da nat ureza e das obrigações da j ust iça, a t em perança e o j uízo
vindouro, dem onst rando assim ao j uiz opressor e a sua am ant e dissolut a a necessidade que eles
t inham de arrependim ent o, do perdão e da graça do Evangelho. A j ust iça em relação a nossa
conduta na vida, particularmente com referência ao próximo; a temperança, ao estado e governo de
nossas alm as com relação a Deus. quem não se exercit a nest as, não t em nem a form a, Ne o poder
da piedade, e deve ser abrumado pela ira divina no dia da manifestação de Deus.
A perspect iva do j uízo vindouro é suficient e para fazer que t rem a o coração m ais fort e. Feliz
est rem eceu, m as isso foi t udo. Muit os dos que se surpreendem com a Palavra de Deus não são
mudados por ela. Muit os t em em as conseqüências do pecado, m as cont inuam am ando- o e
praticando- o. As demoras são perigosas nos assuntos de nossas almas. Felix postergou este assunto
para um m om ent o m ais propício, m as não vem os que t enha chegado nunca o m om ent o m ais
convenient e. Considere- se que agora é o t em po aceit ável: escut a hoj e a voz do Senhor. Ele t eve
pressa para deixar ouvir a verdade. Havia um assunt o m ais urgent e para ele que reform ar sua
condut a ou m ais im port ant e que a salvação de sua alm a! Os pecadores com eçam , com um ent e,
com o um hom em que acorda de seu sono por um barulho fort e, m as logo volt am a afundar em seu
habitual torpor. Não se deixem enganar pelas aparências ocasionais em nós mesmos ou no próximo.
Por sobre t odas as coisas, não j ulguem os com a palavra de Deus. Esperam os acaso que nossos

158
corações sej am amolecidos ao irm os avançando na vida, ou que dim inua a influência do pecado?
Não correm os nest e m om ent o o perigo de perder- nos para sem pre? agora é o dia da salvação;
amanhã pode ser demasiado tarde.

CAPÍTULO 25
Versículos 1- 12 Paulo ante Festo Apela a César
Versículos 13- 27 Festo consulta com Agripa acerca de Paulo

Versículos 1- 12
Veja- se quão incansável é a m aldade. Os perseguidores consideram que é um favor especial que
sua maldade seja satisfeita. Pregar a Cristo, o fim da lei, não era ofensa contra a lei.
Nos t em pos de sofrim ent o é provada a prudência e a paciência do povo do Senhor; eles
necessit am sabedoria. Corresponde aos que são inocent es insist irem na sua inocência. Paulo est ava
dispost o a obedecer aos regulam ent os da lei e deixar que cont inuassem seu curso. Se m erecer a
m ort e, aceit aria o cast igo, m as se nenhum a das coisas das quais era acusado result ava verdadeira,
ninguém poderia ent regá- lo a eles, com j ust iça. Paulo não é liberado nem condenado. Est e é um
caso dos passos lent os que dá a providência, pelos quais cost um am os ser envergonhados de nossas
esperanças e de nossos temores, e somos mantidos esperando em Deus.

Versículos 13- 27
Agripa t inha o governo da Galiléia. Quant os j uízos inj ust os e apressados são condenados pela
m áxim a rom ana! ( versículo 16) . Est e pagão guiado som ent e pela luz da nat ureza, seguiu
exatament e a lei e os cost um es, porém quant os são os crist ãos que não seguem as regras da
verdade, da j ust iça e da caridade ao j ulgar seus irm ãos! As quest ões sobre a adoração de Deus, o
cam inho da salvação e as verdades do Evangelho podem parecer duvidosas e sem int eresse aos
hom ens m undanos e aos polít icos. Vej a- se com quant a leviandade est e rom ano fala de Crist o, e da
grande polêm ica ent re j udeus e crist ãos. Todavia, aproxim a- se o dia em que Fest o e t odo o m undo
verão que t odos os int eresses do im pério rom ano eram som ent e best eiras sem conseqüência,
com paradas com est a quest ão da ressurreição de Crist o. os que t iveram m eios de inst rução e os
desprezaram, serão horrorosamente convencidos de seu pecado e tolice.
Eis aqui um a not ável assem bléia reunida para ouvir as verdades do Evangelho, em bora eles
som ent e queriam sat isfazer sua curiosidade assist indo a defesa de um prisioneiro. Ainda hoj e há
muit os que vãos aos lugares onde se escut a a Palavra de Deus com " grande pom pa" , e dem asiado
amiúde sem m elhor m ot ivo que a curiosidade. Mesm o que agora os m inist ros não são prisioneiros
que devam defender suas vidas, ainda assim há muitos que pretendem julgá- los, desejosos de fazê-
los ofensores por um a palavra, ant es que aprender deles a verdade e a vont ade de Deus para a
salvação de suas alm as. A pom pa dest a apresent ação foi apagada pela glória real do pobre
prisioneiro no est rado. O que era a honra do fino aspect o deles com parada com o aspect o de
sabedoria, e com a graça e a sant idade de Paulo, seu valor e sua const ância para sofrer por Crist o!
Não é pouca m isericórdia que Deus aclare com o a luz nossa j ust iça, e com o o m eio- dia nosso t rat o
j ust o; sem que haj a nada cert o carregado em nossa cont ra. Deus faz que at é os inim igos de seu
povo lhes façam bem.

CAPÍTULO 26
Versículos 1- 11 A defesa de Paulo ante Agripa
Versículos 12- 23 Sua conversão e pregação aos gentios
Versículos 24- 32 Festo e Agripa convencidos da inocência de Paulo

Versículos 1- 11
O crist ianism o nos ensina a dar razão da espírit o que há em nós, e t am bém a honrar a quem se
deve render honras, sem adulações nem t em or ao hom em . Agripa era bem versado nas Escrit uras
do Ant igo Test am ent o, port ant o, poderia j ulgar m elhor na polêm ica de que Jesus era o Messias.
Cert am ent e os m inist ros podem esperar, quando pregam a fé de Crist o, serem ouvidos com
paciência. Paulo confessa que ele ainda aderia a t odo o que de bom havia no que prim eiram ent e
t inha sido educado e preparado. Vej a- se aqui qual era sua religião. Era um m oralist a, um hom em

159
virt uoso, e não t inha aprendido as art es dos ast ut os fariseus cobiçosos; ele não podia ser acusado
de nenhum vício franco, nem de profano. Era firm e na fé. Sem pre t ivera sant a consideração pela
ant iga prom essa feit a por Deus aos pais, e edificado sua esperança sobre ela. O apóst olo sabia
m uit o bem que t udo isso não o j ust ificava perant e Deus, porém sabia que era para sua reput ação
ent re os j udeus, e um argum ent o de que não era a classe de hom em que eles diziam que era.
Em bora cont ava isso com o perda para ganhar a Crist o, ainda assim , o m enciona quando serve para
honrar a Cristo.
Veja- se aqui qual é a religião de Paulo; ele não t em o zelo pela lei cerim onial que t eve em sua
j uvent ude; os sacrifícios e as ofert as designadas por ela est ão t erm inados pelo grande Sacrifício que
elas t ipificavam . Não faz m enção das lavagens cerim oniais e acha que o sacerdócio levít ico t erm inou
pelo sacerdócio de Crist o, m as Enquanto aos principais fundam ent os de sua religião, cont inua t ão
zeloso com o sem pre. Crist o e o céu são as duas grandes dout rinas do Evangelho; que Deus nos t em
dado vida et erna, e est a vida est á em seu Filho. Est es são os t em as da prom essa feit a aos
antepassados. O serviço do t em plo ou o curso cont ínuo dos deveres religiosos, dia e noit e, era
m ant ido com o profissão de fé na prom essa da vida et erna, e com o expect at iva dela. A perspect iva
da vida et erna deve com prom et er- nos a serm os diligent es e const ant es em t odos os exercícios
religiosos. Não obstante, os saduceus odiavam a Paulo por pregar a ressurreição; e os outros judeus
se uniram a eles porque ele t est ificava que Jesus t inha ressuscit ado e que era o prom et ido Redent or
de I srael. Muit as coisas se pensam que est ão além da crença, som ent e porque passam por alt o a
natureza e as perfeições infinitas de quem as revelou, cumpriu ou prometeu.
Paulo reconhece que enquant o foi fariseu, era um inim igo acérrim o do crist ianism o. Est e era seu
carát er e est ilo de vida no com eço de seu t em po; e havia t oda classe de coisas que obst aculizavam
que ele fosse crist ão. Os que t êm sido m ais est rit os em sua condut a ant es da conversão, depois
verão que há m uit os m ot ivos para hum ilhar- se ainda por coisas que ent ão pensavam que deviam
ser feitas.

Versículos 12- 23
Paulo foi feit o crist ão pelo poder divino; por um a revelação de Crist o a ele e nele, quando est ava
no apogeu de sua carreira de pecado. foi feit o m inist ro por aut oridade divina: o próprio Jesus que
lhe aparecera nessa luz gloriosa, o enviou a pregar o Evangelho aos gent ios. O m undo que est á em
t revas deve ser ilum inado; devem ser levados a conhecer as coisas que correspondem a sua paz
et erna os que ainda as ignoram . O m undo que j az na iniqüidade deve ser sant ificado e reform ado;
não bast a com que os olhos deles t enham sido abert os, eles mesmos devem ser renovados em seus
corações; não bast a com t er- se volt ado da escuridão à luz ; devem volt ar- se do poder de at n a
Deus. t odos os que são convert idos do pecado a Deus, não som ent e são perdoados: t êm a
concessão de um a rica herança. O perdão dos pecados dá lugar a isso. Ninguém que não sej a sant o
pode ser feliz; e para ser sant os no céu prim eiro devem os ser sant os na t erra. Som os feit os sant os
e salvos pela fé em Crist o; pela qual confiam os em Crist o com o Jeová Just iça nossa, e nos
entregam os a Ele com o Jeová nosso Rei; por isso recebem os a rem issão dos pecados, o dom do
Espírito Santo e a vida eterna.
A cruz de Crist o era um a pedra de t ropeço para os j udeus, e eles est avam furiosos porque Paulo
pregava o cum prim ent o das predições do Ant igo Test am ent o. Crist o devia ser o prim eiro a
ressuscit ar dent re os m ort os: o Cabeça ou o Principal. Além disso, os profet as anunciaram que os
gentios seriam conduzidos a conhecer a Deus por meio do Messias; e por que deviam desagradar- se
os j udeus disso, com j ust iça? Assim , pois, o convert ido verdadeiro pode dar razão de sua esperança
e um a boa cont a da m udança m anifest ada nele. No ent ant o, por andar por ali e cham ar os hom ens
a se arrependerem e serem convert idos dest e m odo, m uit íssim as pessoas t êm sido culpadas e
perseguidas.

Versículos 24- 32
Corresponde a nós, em t odas as ocasiões, dizer palavras de verdade e sobriedade e, ent ão, não
t erem os que t urbar- nos pelas censuras inj ust as dos hom ens. Os seguidores at ivos e esforçados do
Evangelho têm sido freqüentemente desprezados pelos sonhadores ou loucos, por crer tais doutrinas
e t ais feit os m aravilhosos; e por t est ificar que a m esm a fé e diligência, e um a experiência com o a
deles, é necessária para todos os homens, qualquer seja sua categoria, para sua salvação. Porém os
apóst olos e os profet as, e o próprio Filho de Deus, foram expost os a est a acusação; ninguém deve
comover- se por isso quando a graça divina os fez sábios para salvação. Agripa viu que havia m uit a
razão para o crist ianism o. Seu ent endim ent o e seu j uízo foram convencidos m om ent aneam ent e,
mas seu coração não foi mudado. Sua conduta e temperamento eram muito diferentes da humildade
e espirit ualidade do Evangelho. Muit os dos que est ão quase persuadidos de serem religiosos, não

160
estão completamente persuadidos; est ão subm et idos a fort es convicções de seu dever e da
excelência dos caminhos de Deus, embora não procurem suas convicções.
Paulo inst ava que era int eresse de cada um chegar a ser um crist ão verdadeiro: que há graça
suficient e em Crist o para t odos. expressa seu pleno convencim ent o da verdade do Evangelho, da
necessidade absurda de fé em Crist o para salvação. A salvação da escravidão é o que o evangelho
de Crist o oferece aos gent ios; a um m undo perdido. Não obst ant e, é com m uit a dificuldade que se
pode convencer a qualquer pessoa de que necessit a a obra de graça em seu coração, com o é
necessária para a conversão dos gent ios. Cuidem o- nos da vacilação fat al de nossa própria condut a;
e lem bremo- nos de quant o dist a o est ar quase persuadido de ser crist ão, de sê- lo por com plet o,
como é todo crente verdadeiro.

CAPÍTULO 27
Versículos 1- 11 Viagem de Paulo a Roma
Versículos 12- 20 Paulo e seus companheiros ameaçados por uma tempestade
Versículos 21- 29 Recebe uma garantia divina de seguridade
Versículos 30- 38 Paulo exorta aos que estão com ele
Versículos 39- 44 O naufrágio

Versículos 1- 11
O conselho de Deus det erm inou, ant es que o det erm inasse o conselho de Fest o, que Paulo devia
ir a Rom a, porque Deus t inha lá obra para que ele fizesse. Aqui se est ipula o rum o que seguiram e
os lugares que t ocaram . Com isso Deus est im ula os que sofrem por Ele a que confiem nEle; porque
Ele pode pôr nos corações dos que menos se espera que se convertam em amigos.
Os m arinheiros devem aproveit ar ao m áxim o o vent o e, de igual m odo, t odos nós, em nossa
passagem pelo oceano dest e m undo. Quando os vent os são cont rários devem os seguir adiant e t ão
bem como pudermos.
Muit os dos que não ret rocedem pelas providências negat ivas, não avançam pelas providências
favoráveis. Muit os são os crist ãos verdadeiros que se lam ent am das preocupações de suas alm as,
que têm muito que fazer para manter- se em sua posição.
Todo port o bom não é port o seguro. Muit os dos que m ost ram respeit o aos bons m inist ros, não
seguem seus conselhos. Cont udo, o acont ecim ent o convencerá os pecadores da vaidade de suas
esperanças e da tolice de sua conduta.

Versículos 12- 20
Os que se lançam ao oceano dest e m undo com um bom vent o, não sabem com que t orm ent as
podem encontrar- se e, portanto, não devem sar por sentado que tenham logrado seu propósito. Não
nos façam os a expect at iva de est ar com plet am ent e a salvo, senão at é que ent rem os noção eu. Eles
não viram sol nem est relas por m uit os dias. Assim , às vezes, a t rist eza é o est ado do Povo de Deus
Enquanto a seus assuntos espirituais: andam nas trevas e não têm luz.
Veja- se aqui que é a riqueza do m undo: em bora cobiçada com o bênção, pode ser que chegue o
m om ent o em que sej a um a carga; não só dem asiado pesada para execut á- la, senão
suficientement e pesada para afundar o que a leve. Os filhos dest e m undo podem ser dispendiosos
com os bens para salvar sua vida, m as são t acanhos com seus bens para as obras de piedade e
caridade, e para sofrer por Crist o. t odo hom em preferiria fazer que soçobrem seus bens ant es que
sua vida, porém m uit os preferem que soçobrem a fé e a boa consciência ant es que seus bens. O
m eio que usaram os m arinheiros não result ou, m as quando os pecadores renunciam a t oda
esperança de salvar a si m esm os, est ão preparados para ent ender a Palavra de Deus e para confiar
em sua misericórdia por meio de Jesus Cristo.

Versículos 21- 29
Eles não escut aram ao apóst olo quando os advert iu do perigo; cont udo, se reconhecer sua
atitude néscia e se arrepender dela, ele lhes fala consolo e alívio em m eio do perigo. A m aioria da
gent e se m et e em encrencas porque não sabem quando est ão bem ; se prej udicam e se perdem por
apontar à emenda de sua condição, amiúde em contra do conselho.
Observe- se a solene confissão que fez Paulo de sua relação com Deus. Nenhum a t orm ent a ou
tempest ade pode obst aculizar o favor de Deus para com seu povo, dado que é aj uda sem pre
próxim a. É consolo para os servos fiéis de Deus em dificuldades que suas vidas serão prolongadas
na m edida em que o Senhor t enha um a obra para que eles realizem . Se Paulo se t iver

161
com prom et ido desnecessariam ent e em m á com panhia, t eria sido j ust am ent e lançado com eles, m as
ao chamá- lo Deus, os outros foram preservados com ele. eles te são dados; não há maior satisfação
para um homem bom que saber que é uma bênção pública. Ele os consola com os consolos com que
ele m esm o foi consolado. Deus sem pre e fiel, port ant o, est ej am sem pre felizes t odos os que
dependem de suas prom essas. Com o dizer e fazer não são duas coisas para Deus, t am bém não crer
e desfrut ar devem sê- lo para nós. A esperança é a âncora da alm a, segura e firm e, que ent ra at é
dent ro do véu. Que os que est ão nas t revas espirit uais se sust ent em firm e nisso e não pensem em
zarpar de novo, senão em permanecer em Cristo e esperar que clareie o dia e as sombras fujam.

Versículos 30- 38
Deus, que det erm inou o fim que eles sej am salvados , det erm inou o m eio que fossem
salvados pela aj uda dest es m arinheiros. O dever é nosso, os acont ecim ent os são de Deus; não
confiam os em Deus, senão que o t ent am os quando dizem os que nos colocam os debaixo de sua
prot eção, se não usam os os m eios apropriados para nossa seguridade, os m eios que est ão a nosso
alcance.
Mas quão egoístas são em geral os homens que volta e meia estão prontos a procurar sua própria
seguridade pela dest ruição do próxim o! Dit osos os que t êm em sua com panhia a um com o Paulo,
que não só t em relação com o Céu, senão que era espírit o vivificant e para os que o rodeavam . A
t rist eza segundo o m undo produz m ort e, enquant o que o gozo em Deus é vida e paz, nas angúst ias
e perigos maiores.
O consolo das prom essas de Deus pode ser nosso som ent e se dependerm os com filho dEle para
que cum pra sua Palavra em nós; a salvação que Ele revela devem os esperá- la no uso dos m édios
que Ele det erm ina. Se Deus nos escolheu para salvação, t am bém det erm inou que a obt enham os
pelo arrependim ent o, a fé, a oração e a obediência perseverant e; presunção fat al é esperá- la de
algum a out ra m aneira. Est ím ulo para a gent e é encom endar- se a Crist o com o seu Salvador quando
os que convidam mostram claramente que assim fazem eles próprios.

Versículos 39- 44
O barco que t inha evadido a t orm ent a em m ar abert o, onde havia espaço, se rom pe em pedaços
quando est á am arrado. Assim , est á perdido o coração que afixa no m undo seus afet os, e se aferra a
est e. As t ent ações de Sat anás o golpeiam e se acaba, m as há esperança em t ant o se m ant iver por
acim a do m undo, em bora chacoalhado com afãs e t um ult os. Eles t inham a cost a à vist a, m as
soçobraram no porto; assim somos ensinados que nunca devemos sentir- nos seguros.
Apesar de que exist am grandes dificuldades no conhecim ent o da salvação prom et ida, se
produzirá sem falt a. Acont ecerá não im port ar quant as sej as as provas e perigos, porque no devido
momento todos os crentes chegarão a salvo ao céu. Senhor Jesus, Tu nos asseguras- te que nenhum
dos t eus perecerá. Tu os levarás a t odos a salvo à praia celest ial. E quão prazeroso será esse
desembarco! Tu os apresentaras a teu Pai, e darás a teu Espírito Santo a plena possessão deles para
sempre.

CAPÍTULO 28
Versículos 1- 10 Paulo é bem recebido em Malta
Versículos 11- 16 Chega a Roma
Versículos 17- 22 Sua conferência com os judeus
Versículos 23- 31 Paulo prega aos judeus e permanece em Roma como
prisioneiro

Versículos 1- 10
Deus pode fazer que os est ranhos sej am am igos; am igos na angúst ia. Os que são desprezados
por seus m odos acolhedores, cost um am ser m ais am ist osos que os m ais educados; e a condut a dos
pagãos, ou a das pessoas qualificadas de bárbaros, condena a m uit os nas nações civilizadas, que
professam ser cristãs.
A gent e pensou que Paulo era um assassino, e que a serpent e fora enviada pela j ust iça divina
para que fosse a vingadora do sangue. Sabiam que havia um Deus que governa o m undo, de m odo
que as coisas não acont ecem por acaso, não, nem o sucesso m ais mínimo, senão que t odo é por
direção divina; e que o m al persegue os pecadores; que há boas obras que Deus recom pensará, e
m ás obras que cast igará. Além disso, que o assassinat o é um delit o horrível e que não passará
muit o t em po sem que sej a punido. Porém , pensavam que t odos os m alvados eram cast igados nest a

162
vida. Em bora alguns são feit os exem plo nest e m undo para provar que há um Deus e um a
providência, ainda m uit os são deixados sem cast igar para provar que há um j uízo vindouro.
Tam bém pensavam que eram m aus t odos os que eram not avelm ent e afligidos nest a vida. A
revelação divina coloca est e assunt o sob a luz verdadeira. Os hom ens bons cost um am ser
sumamente afligidos nesta vida para a provação e o aumento de sua fé e paciência.
At ent em à liberação de Paulo diant e do perigo. E, assim , no poder da graça de Crist o, os crent es
se sacodem as t ent ações de Sat anás com sant a resolução. Quando desprezam os as censuras e as
repreensões dos hom ens, e os olham os com sant o desprezo, t endo o t est em unho de nossas
consciências, ent ão, com o Paulo, sacudim os a serpent e, lançando- a no fogo. Não nos faz dano
excet o se por isso nos m ant em os fora de nosso dever. Com isso Deus faz not ável a Paulo para essa
gent e, e, assim , abriu o cam inho para a recepção do Evangelho. O Senhor levant a am igos para seu
povo em todo lugar aonde os leva, e os faz bênção para os aflitos.

Versículos 11- 16
Os acont ecim ent os com uns das viagens raram ent e são dignos de serem narrados, porém m erece
m enção part icular o consolo da com unhão com os sant os, e a bondade m ost rada pelos am igos. Os
crist ãos de Rom a est avam t ão longe de envergonhar- se de Paulo, ou de t er m edo de reconhecê- lo
porque ele era um prisioneiro, que t iveram m uit o m ais cuidado em dem onst rar- lhe respeit o. Teve
m uit o consolo nisso. E, se nossos am igos são bons conosco, Deus o t em colocado em seus corações
e devem os dar a Ele a glória. Quando vem os, ainda no est rangeiro, aos que levam o nom e de
Crist o, t em em a Deus e o servem , devem os elevar nossos corações ao céu em ação de graças.
Quant os hom ens grandes t êm feit o sua ent rada em Rom a, coroados e levados em t riunfo, sendo
realm ent e pragas para o m undo! Mas eis aqui um hom em bom que faz sua ent rada em Rom a
acorrent ado com o pobre cat ivo, sendo para o m undo um a bênção m aior que qualquer out ro
humano. Não basta isso para deixar de pavonear- nos pelo favor mundano?
I st o pode anim ar aos prisioneiros de Deus, porque Ele pode dá- lhes favor ant e os olhos dos que
os levam presos. Quando Deus não libert a logo seu povo da escravidão, de t odos m odos a alivia e
os acalma enquanto estão submetidos a ela, e têm razão para estarem agradecidos.

Versículos 17- 22
Foi para honra de Paulo que os que exam inaram seu caso o exoneraram . Em sua apelação não
procurou acusar a sua nação, senão somente aclarar sua condição.
O cristianismo verdadeiro estabelece o que é de interesse comum para toda a humanidade, e não
se edifica sobre as opiniões est reit as nem sobre os int eresses privados. Não apont a a nenhum
benefício ou vant agem m undana, e ent ret ant o t odos seus lucros são espirit uais e et ernos. A sort e
da sant a religião de Crist o é, e sem pre foi, que falem em cont ra dela. Observe- se em t oda cidade e
povo onde se enalt eça a Crist o com o o eu Salvador da hum anidade, e onde a gent e é cham ada a
segui- lo à vida nova, e perceba- se com o ainda são t rat ados de seit a, de part ido, e os que se
entregam a Crist o são recrim inados. E est e é o t rat am ent o que receberão com cert eza, enquant o
exista um homem ímpio sobre a face da terra.

Versículos 23- 31
Paulo persuadiu os j udeus acerca de Jesus. alguns foram t rabalhados pela Palavra e out ros,
enfurecidos; alguns receberam a luz, e out ros fecharam seus olhos a ela. Est e t em sido sem pre o
efeit o do Evangelho. Paulo se separou deles observando que o Espírit o Sant o t inha descrit o bem o
est ado deles. Todos os que ouvem o evangelho, sem obedecê- lo, t rem em perant e sua sina, porque,
quem os curará, sem Deus não o fizer?
Os j udeus arrazoaram m uit o ent re eles, depois. Muit os dos que t êm um grande razoam ent o não
arrazoam corret am ent e. Acham defeit uosas as opiniões de uns e out ros, m as não se rendem à
verdade. nem t am pouco os convencerá o arrazoam ent o dos hom ens, se a graça de Deus não lhes
abrir o ent endim ent o. Enquant o nos doem os pelos desdenhosos, devem os regozij ar- nos de que a
salvação de Deus sej a enviada a out ros que a receberão; se form os desse grupo, devem os est ar
agradecidos Àquele que nos fez m udar. O apóst olo se aferrou a seu princípio de não conhecer nem
pregar out ra coisa senão a Crist o, e est e crucificado. Quando os crist ãos são t ent ados por sua
ocupação principal, devem reagir com est a pergunt a: " Que t em ist o a ver com o Senhor Jesus? Que
t endência há nist o que nos conduza a Ele e nos m ant enha cam inhando nEle?" . O apóst olo não se
pregava a si mesmo, senão a Cristo, e não se envergonhava do Evangelho de Cristo.
Ainda que Paulo foi colocado numa condição muito estreita para ser útil, não se sentiu perturbado
por isso. embora não era uma porta ampla a que lhe foi aberta, contudo, não tolerou que ninguém a
fechasse; e para m uit os era um a port a eficaz, de m odo que houve sant os at é na casa de Nero ( Fp
4.22) . Tam bém em Fp 1.13 aprendem os com o Deus passa por alt o a prisão de Paulo para o avanço

163
do evangelho. E não som ent e os resident es de Rom a, senão t oda a I grej a de Crist o, at é o dia
present e, e no cant o m ais rem ot o do planet a, t êm m uit a razão para abençoar a Deus porque Paulo
fora ret ido com o prisioneiro durant e o período m ais m aduro de sua vida crist ã. Foi desde sua prisão,
provavelm ent e acorrent ado m ão a m ão com o soldado que o cust odiava, que o apóst olo escrevei as
epíst olas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Hebreus; est as epíst olas m ost ram , t alvez m ais que
quaisquer out ras, o am or crist ão com que t ransbordava seu coração, e a experiência crist ã com que
estava cheia sua alma.
O crent e da época at ual pode t er m enos t riunfo e m enos gozo celest ial que o apóst olo, m as t odo
seguidor do próprio Salvador est á igualm ent e seguro de est ar a salvo e em paz afinal. Procurem os
viver m ais e m ais no am or do Salvador; t rabalhar para glorificá- lo com t oda a ação de nossa vida; e
com t oda seguridade por seu poder, est arem os ent re os que agora vencem a Est ados Unidos
inimigos; e por sua graça grat uit a e m isericórdia, no além est arem os na com panhia bendit a que se
assent ara com Ele em seu t rono, assim com o Ele venceu e est á sent ado no t rono de seu Pai, à
destra de Deus, para sempre jamais.

ROMANOS

O alcance ou a int enção do apóst olo ao escrever aos Rom anos parece t er sido responder ao
incrédulo e ensinar ao j udeu crent e; confirm ar ao crist ão e convert er o gent io idólat ra; e m ost rar ao
convert ido gent io com o igual ao j udeu Enquanto a sua condição religiosa, e a sua cat egoria no favor
divino. Est es diversos desígnios se t rat am opondo- se ao j udeu infiel ou incrédulo, ou discut indo com
ele em favor do crist ão ou do crent e gent io. Est abelece claram ent e que a form a em que Deus aceit a
o pecador, ou o j ust ifica ant e seus olhos, é som ent e pela graça, por m eio da fé na j ust iça de Crist o,
sem acepção de nações. Est a dout rina é aclarada a part ir das obj eções apresent adas pelos crist ãos
j udaizant es que favoreciam as condições da aceit ação com Deus por m eio de um a m ist ura da lei e
do evangelho, excluindo os gent ios de t oda part icipação nas bênçãos da salvação efet uada pelo
Messias. Na conclusão, põe mais ainda em vigência a santidade por meio das exortações práticas.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 7 Missão do apóstolo
Versículos 8- 15 Ora pelos santos de Roma, e diz que deseja vê- los
Versículos 16- 17 O caminho do evangelho da justificação pela fé é para judeus
e gentios
Versículos 18- 32 Exposição dos pecados dos gentios

Versículos 1- 7
A dout rina sobre a qual escreve o apóst olo Paulo est abelece o cum prim ent o das prom essas feit as
por m eio dos profet as. Fala do Filho de Deus, Jesus o Salvador, o Messias prom et ido, que veio de
Davi Enquanto a sua nat ureza hum ana, mas que foi declarado Filho de Deus pelo poder divino que o
ressuscit ou dent re os m ort os. A confissão crist ã não consist e no conhecim ent o conceit ual ou o
sim ples assent im ent o int elect ual, e m uit o m enos discussões perversas, senão na obediência.
Somente os chamados eficazmente por Jesus Cristo são os levados à obediência da fé.
Aqui se expõe:
1) O privilégio dos cristãos amados por Deus e membros desse corpo que é amado.
2) O dever dos crist ãos: serem sant os; daqui em diant e são cham ados a serem sant os. O
apóstolo saúda a est es desej ando- lhes graça que sant ifique suas alm as e paz que console seus
corações, as que brot am da m isericórdia livre de Deus, o Pai reconciliado de t odos os crent es, que
vem a eles através do Senhor Jesus Cristo.

Versículos 8- 15
Devemos dem onst rar am or por nossos am igos não som ent e orando por eles, senão louvando a
Deus por eles. Com o em nossos propósit os, assim em nossos desej os devem os lem brar- nos de
dizer " Se Deus quiser" ( Tg 4.15) . Nossas j ornadas são ou não prosperadas conform e à vont ade de
Deus. Devem os t ransm it ir pront am ent e a out rem o que Deus nos t em ent regado, regozij ando- nos

164
ao com unicar gozo aos out ros, especialm ent e com prazendo- nos em t erm os com unhão com os que
crêem nas m esm as coisas que nós. Se som os rem idos pelo sangue, e convert idos pela graça do
Senhor Jesus, som os com plet am ent e seus, e, por am or a Ele, est am os em dívida com t odos os
homens para fazer todo o bem que consigamos. Tais serviços são nosso dever.

Versículos 16- 17
O apóst olo expressa nest es versículos o propósit o de t oda a epíst ola, na qual apresent a um a
acusação de devassidão cont ra t oda carne; declara que o único m ét odo de liberação da condena é a
fé na m isericórdia de Deus por m eio de Jesus Crist o e, depois, edifica sobre isso a pureza de
coração, a obediência agradecida, e os desej os fervorosos de crescer em t odas essas graças e
temperamentos cristãos que nada, senão a viva fé em Cristo, pode produzir.
Deus é um Deus j ust o e sant o, e nós som os pecadores culpáveis. É necessário que t enham os
um a j ust iça para com parecer perant e Ele; t al j ust iça exist e, foi t razida pelo Messias, e dada a
conhecer no evangelho: o m ét odo de aceit ação pela graça apesar da culpa de nossos pecados. É a
j ust iça de Crist o, que é Deus, a qual provém de um a sat isfação de valor infinit o. A fé é t odo em
t udo, no com eço e na cont inuação da vida crist ã. Não é da fé às obras com o se a fé nos colocara
num est ado j ust ificado e, depois, as obras nos m ant ivessem ali, senão sem pre é de fé em fé: é a fé
que continua adiante, obtendo a vitória sobre a incredulidade.

Versículos 18- 25
O apóst olo com eça a m ost rar que t oda a hum anidade necessit a a salvação do evangelho, porque
ninguém pode obt er o favor de Deus ou escapar de sua ira por m eio de suas próprias obras. Porque
nenhum hom em pode alegar que t em cum prido t odas suas obrigações para com Deus e o próxim o,
nem t am pouco pode dizer sinceram ent e que t em agido plenam ent e sobre a base da luz que lhe foi
out orgada. A concupiscência do hom em é ent endida com o iniqüidade cont ra as leis da prim eira
t ábua, e inj ust iça cont ra às da segunda. A causa de essa libidinagem é det er com inj ust iça a
verdade. Todos fazem m ais ou m enos o que sabem que é errado, e om it em o que sabem que é
bom , de m odo que ninguém pode perm it ir alegar ignorância. O poder invisível de nosso Criador e a
Deidade est á t ão claram ent e manifestado nas obras que t em feit o que at é os idólat ras e os gent ios
ruins ficaram sem escusa. Seguiram t olam ent e a idolat ria e as criat uras racionais t rocaram a
adoração do Criador glorioso por anim ais, répt eis e im agens sem sent ido. Afastaram- se de Deus at é
perder t odo vest ígio da verdadeira religião, se não t ivesse sido im pedido pela revelação do
Evangelho. Porque os fat os são inegáveis, quaisquer sej am os pret ext os apresent ados Enquanto à
suficiência da razão hum ana para descobrir a verdade divina e a obrigação m oral ou para governar
bem a condut a. Est es m ost ram sim plesm ent e que os hom ens desonraram a Deus com as idolat rias
e superst ições m ais absurdas e que se degradaram a si m esm os com os afet os m ais vis e as obras
mais abomináveis.

Versículos 26- 32
A verdade de nosso Senhor se m ost ra na depravação horrenda do pagão: " que a luz veio ao
m undo, e os hom ens am aram m ais as t revas que a luz, porque suas obras eram m ás. Porque t odo
aquele que faz o mal aborrece a luz". A verdade não era do gosto deles. Todos sabemos quão pronto
se confabula o hom em cont ra a prova m ais evident e para arrazoar evit ando- se crer o que o
desgost a. O hom em não pode ser levado a um a escravidão m aior que a de ser ent regue a suas
próprias luxúrias. Com o os gent ios não gost aram de t er a Deus em seu conhecim ent o, com et eram
delit os t ot alm ent e cont rários à razão e a seu próprio bem - est ar. A nat ureza do hom em , sej a pagão
ou cristão, ainda é a mesma; e as acusações do apóstolos se aplicam mais ou menos ao estado e ao
carát er dos hom ens de t odas as épocas, at é que sej am levados que subm et er- se por com plet o à fé
de Crist o, e sej am renovados pelo poder divino. Nunca houve sequer um hom em que não t ivesse
um a razão para lam ent ar suas fort es corrupções e seu secret o desgost o pela vont ade de Deus.
port ant o, est e capít ulo é um cham ado a exam inar- se a si m esm o, cuj a finalidade deve ser a
profunda convicção do pecado e da necessidade de ser liberado do estado de condenação.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 16 Os judeus não podiam ser justificados pela lei de Moisés mais
que os gentios pela lei da natureza
Versículos 17- 29 Os pecados dos judeus refutam toda a vã confiança em seus
privilégios externos

165
Versículos 1- 16
Os j udeus acredit avam ser povo sant o, m erecedores de seus privilégios por direit o próprio,
apesar de que eram ingrat os, rebeldes e inj ust os, porém devem ser lem brados t odos os que assim
atuam , em t oda nação, época e classe, que o j uízo de Deus será conform e com o verdadeiro carát er
deles. Em t odo pecado volunt ário há desprezo pela bondade de Deus. em bora as ram ificações da
desobediência do hom em são m uit o variadas, t odas brot am da m esm a raiz. Cont udo, no
arrependim ent o verdadeiro deve haver ódio pela devassidão ant erior, devido à m udança operada no
estado da m ent e que a dispões a escolher o bom e rej eit ar o ruim . Tam bém m ost ra um sent ido de
infelicidade int erior. Tal é a m udança produzida no arrependim ent o, é a conversão, e é necessária
para t odo ser hum ano. A ruína dos pecadores é a cam inham após um coração duro e im penit ent e.
Suas obras pecaminosas se expressam com as fortes palavras "entesouras ira para ti".
Note- se a exigência t ot al da lei na descrição do hom em j ust o. Exige que os m ot ivos sej am puros,
e rej eit a t odas as ações m ot ivadas pela am bição ou por fins t errenos. Na descrição do inj ust o, se
apresent a o espírit o cont encioso com o o princípio de t odo m al. A vont ade hum ana est á inim izada
com Deus. At é os gent ios, que não t inham a lei escrit a, t inham dent ro de sim o que os dirigia
Enquanto o que deviam fazer pela luz da nat ureza. A consciência é um a t est em unha de que, cedo
ou t arde, dará t est em unho. Ao obedecer ou desobedecer est as leis nat urais e seus dit ados, as
consciências deles os exoneram ou os condenam . Nada provoca m ais t error aos pecadores, e mais
consolo aos sant os, que Crist o sej a o Juiz. Os serviços secret os serão recom pensados, os pecados
secretos serão castigados então e tirados à luz.

Versículos 17- 24
O apóst olo dirige seu discurso aos j udeus e m ost ra de quais pecados eram culpáveis apesar de
suas confissões e vãs pretensões. A raiz e a soma de toda religião é gloriar- se em Deus acreditando,
hum ilde e com agradecim ent o. Mas a j act ância orgulhosa que se vangloria em Deus, e na profissão
externa de seu nome, é a raiz e a soma de toda hipocrisia. O orgulho espiritual é a mais perigosa de
t odas as classes de orgulho. Um grande m al dos pecados dos professant es é a desonra cont ra Deus
e a religião, porque não vivem conform e com o que professam . Muit os que descansam em um a
form a m ort a de piedade, são os que desprezam a seu próxim o m ais ignorant e, apesar de que eles
m esm os confiam em um a form a de conhecim ent o igualm ent e desprovida de vida e de poder, ao
t em po que alguns que se gloriam no evangelho, levam vidas ím pias que desonram a Deus e fazem
que seu nome seja blasfemado.

Versículos 25- 29
Não podem aproveit ar- se as form as, as ordenanças ou as noções sem a graça regeneradora, que
sem pre conduz a buscar um int eresse na j ust iça de Deus pela fé. Porque não é m ais crist ão agora,
do que era um j udeu de ant igam ent e, aquele que som ent e o é no ext erior: t am pouco é bat ism o o
ext erior, na carne. O crist ão verdadeiro é aquele que por dent ro é um crent e verdadeiro com fé
obedient e. O bat ism o verdadeiro é o do coração, pelo lavam ent o da regeneração e a renovação do
Espírit o Sant o que t raz um m arco espirit ual à m ent e e um a vont ade de seguir a verdade em seus
cam inhos sant os. Orem os que sej am os feit os crist ãos de verdade, não por fora, senão por dent ro;
no coração e no espírit o, não na let ra; bat izados não só com água senão com o Espírit o Sant o; e
que nosso louvor seja não dos homens, senão de Deus.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 8 Objeções respondidas
Versículos 9- 18 Toda a humanidade é pecadora
Versículos 19- 20 Judeus e gentios não podem ser justificados por suas obras
Versículos 21- 31 A justificação é pela livre graça de Deus, por fé na justiça de
Cristo, mas a lei não se ab- roga

Versículos 1- 8
A lei não podia salvar no pecado nem dos pecados, porém dava vant agens aos j udeus para obt er
a salvação. As ordenanças est abelecidas, a educação no conhecim ent o do Deus verdadeiro e seu
serviço, e m uit os favores feit os aos filhos de Abraão, eram t odos m édios de graça e
verdadeirament e foram ut ilizados para a conversão de m uit os. Porém , as Escrit uras lhes foram
especialm ent e confiadas a eles. O gozo da palavra e das ordenanças de Deus é a principal felicidade
de um povo, m as Deus faz as prom essas som ent e aos crent es, port ant o, a incredulidade de alguns

166
ou de m uit os professant es não pode inut ilizar a efet ividade dest a fidelidade. Ele cum prirá as
promessas a seu povo e executará suas ameaças de vingança aos incrédulos.
O j uízo de Deus sobre o m undo deverá silenciar para sem pre t odas as dúvidas e especulações
sobre Sua justiça. A maldade e a obstinada incredulidade dos judeus demonstram a necessidade que
t em o hom em da j ust iça de Deus pela fé, e de sua j ust iça para cast igar o pecado. " Façam os m ales
para obt erm os bens" , é algo m ais freqüent e no coração que na boca dos pecadores; porque poucos
se j ust ificarão a si m esm os em seus m aus cam inhos. O crent e sabe que o dever é dele, e os
acontecim ent os são de Deus; e que ele não deve com et er nenhum pecado nem dizer nenhum a
m ent ira com a esperança e m uit o m enos com a cert eza de que Deus se glorifique. Se alguém
fala e age assim, sua condenação é justa.

Versículos 9- 18
Aqui se indica novam ent e que t oda a hum anidade est á em baixo da culpa do pecado com o um a
carga, e est á sob o governo e o dom ínio do pecado, escravizada por ele, para operar iniqüidade.
Várias passagens das Escrit uras do Ant igo Test am ent o deixam m uit o claro ist o, porque descrevem o
est ado depravado e corrupt o de t odos os hom ens, at é que a graça os refreia ou os m uda. Por
grandes que sej am nossas vant agens, est es t ext os descrevem a m ult idões dos que se cham am a si
mesmos crist ãos. Seus princípios e sua condut a provam que não há t em or de Deus perant e seus
olhos. E onde não há temor de Deus não pode se esperar nada de bom.

Versículos 19- 20
Vão é procurar a j ust ificação pelas obras da lei. Todos devem declarar- se culpados. A culpa ant e
Deus é palavra t em ível, m as nenhum hom em pode ser j ust ificado por um a lei que o condena por
transgredi- la. A corrupção de nossa nat ureza sem pre im pedirá t oda j ust ificação por nossas próprias
obras.

Versículos 21- 26
Deve o hom em culpável perm anecer subm et ido à ira para sem pre? Est á a ferida abert a para
sem pre? Não, bendit o sej a Deus, exist e out ro cam inho abert o para nós. É a j ust iça de Deus; a
justiça na ordenação, na provisão e na aceit ação. É por essa fé que em Jesus Crist o seu obj et o; o
Salvador ungido, que isso significa o nom e Jesus Crist o. a fé j ust ificadora respeit a a Crist o com o
Salvador em seus t rês ofícios ungidos: Profet a, Sacerdot e e Rei; essa fé confia nEle, o aceit a e se
aferra a Ele; em t odo isso os j udeus e os gent ios são, por igual, bem - vindos a Deus por m eio de
Jesus Cristo. Não há diferença, sua justiça está sobre todo aquele que crê; não só é oferecida a eles,
senão que se coloca sobre eles com o um a coroa, com o um a t única. É livre graça, pura m isericórdia;
nada há em nós que m ereça t ais favores. Nos chega grat uit am ent e, m as Crist o a com prou e pagou
o preço. A fé tem consideração especial pelo sangue de Cristo, como o que fez a expiação.
Deus declara sua j ust iça nisso t udo. Fica claro que odeia o pecado, quando nada inferior ao
sangue de Crist o dá sat isfação pelo pecado. Cobrar a dívida ao pecador não est aria em
conform idade com sua j ust iça, j á que o Fiador a pagou e Ele aceit ou esse pagam ent o por sat isfação
completa.

Versículos 27- 31
Deus execut ará a grande obra da j ust ificação e salvação dos pecadores desde o prim eiro ao
últim o, para silenciar nossa j act ância. Agora, se form os salvados por nossas obras, não seria
excluída a vanglória, m as o cam inho da j ust ificação pela fé exclui para sem pre t oda j act ância.
Cont udo, os crent es não são deixados com aut orização para t ransgredir a lei; a fé é um a lei, é um a
graça que opera onde quer que opere em verdade. pela fé, que nest a m at éria não é um at o de
obediência ou um a boa obra, senão a form ação de um a relação ent re Crist o e o pecador, que
considera adequado que o crent e sej a perdoado e j ust ifico por am or do Salvador, e que o incrédulo,
que não est á unido ou relacionado dest e m odo com Ele, perm aneça subm et ido à condena. A lei
ainda é út il para convencer- nos do que é passado, e para dirigir- nos rum o ao fut uro. Em bora não
possam os ser salvos por ela com o um pact o, cont udo a reconhecem os e nos subm et em os a ela,
como regra na mão do Mediador.

167
CAPÍTULO 4
Versículos 1- 12 A doutrina da justificação exemplificada com o caso de
Abraão
Versículos 13- 22 Recebeu a promessa por meio da justiça da fé
Versículos 23- 25 Nós somos justificados pela mesma via quando cremos

Versículos 1- 12
Para enfrent ar os pont os de vist a dos j udeus, o apóst olo refere- se prim eiro ao exem plo de
Abraão, em quem se gloriavam os judeus como seu antepassado de maior renome. Por exaltado que
fosse em diversos aspect os, não t inha nada de que vangloriar- se na presença de Deus, sendo salvo
por graça por m eio da fé, com o os out ros. sem dest acar os anos que se passaram ant es de seu
chamado e os m om ent os em que falhou em sua obediência, e ainda em sua fé, a Escrit ura
estabeleceu expressamente que "E creu ele no SENHOR, e imputou- lhe isto por justiça" (Gn 15.6)
Observa- se a part ir dest e exem plo que se um hom em puder operar t oda m edida exigida pela lei,
a recom pensa seria considerada j ust a, que evident em ent e não foi o caso de Abraão, j á que a fé lhe
foi cont ada por j ust iça. Quando os crent es são j ust ificados pela fé, " lhes é im put ada por j ust iça" ,
porém a fé deles não os j ust ifica com o part e, pequena ou grande, da j ust iça própria, senão com o
meio designado para uni- los Àquele que escolheu o nome pelo qual deve ser chamado "Jeová Justiça
nossa".
A gente perdoada é a única gente abençoada.
Claram ent e surge da Escrit ura que Abraão foi justificado vários anos ant es de sua circuncisão.
Port ant o, é evident e que est e rit ual não era necessário para a j ust ificação. Era um sinal da
corrupção original da nat ureza hum ana. E era um sinal e selo ext erior concebido não só para ser a
confirm ação das prom essas que Deus t inha dado a ele e a sua descendência, e da obrigação deles
de serem do Senhor, senão para assegurá- lhe de igual m odo que j á era um verdadeiro part icipe da
justiça da fé. Abraão é, dest e m odo, o ant epassado espirit ual de t odos os crent es que andaram
segundo o exem plo de sua obediência de fé. O selo do Espírit o Sant o em nossa sant ificação, ao
fazer- nos novas criaturas, é a evidência interior da justiça da fé.

Versículos 13- 22
A prom essa foi feit a a Abraão m uit o ant es da lei. Apont a a Crist o e se refere à prom essa Gênesis
12.3: " e em t i serão bendit as t odas as fam ílias da t erra" . A lei produzia ira ao indicar que t odo
transgressor fica exposto ao descontentamento divino.
Com o Deus t inha a int enção de dar aos hom ens um t ít ulo das bbc prom et idas, assim designou
que fosse pela fé, para que sej a t ot alm ent e por graça, para assegurá- la a t odos os que t inham a
m esm a fé preciosa de Abraão, fossem j udeus ou gent ios, de t odas as épocas. A j ust ificação e a
salvação dos pecadores, o t om ar para si aos gent ios que não t inham sido povo, foi um chamado de
graça das coisas que não são com o se fossem , e ist o de dar ser às coisas que não eram , prova o
poder onipotente de Deus.
Mostra- se a nat ureza e o poder da fé de Abraão. Acredit ou no t est em unho de Deus e esperou o
cumprimento de Sua promessa, com uma firma esperança quando o caso parecia sem esperanças. É
fraqueza da fé o que faz que o hom em se canse pelas dificuldades do cam inho rum o à prom essa.
Abraão não a considerou com o t em a que adm it isse discussão nem debat e. A incredulidade est á no
fundo de t odas nossas dúvidas acerca das prom essas de Deus. O poder da fé se dem onst ra em sua
vitória sobre os temores. Deus honra a fé e a grande fé honra a Deus.
Foi- lhe im put ada por j ust iça. A fé é um a graça que, ent re t odas as out ras, dá glória a Deus. a fé
é, claram ent e, o inst rum ent o pelo qual recebem os a j ust iça de Deus, a redenção que é em Crist o; e
aquilo que é o inst rum ent o pelo qual a t om am os ou recebem os, não pode ser a coisa m esm a, nem
pode ser assim t om ado e recebido o dom . A fé de Abraão não o j ust ificou por m érit o ou valor
próprio, senão ao dar- lhe uma participação em Cristo.

Versículos 23- 25
A hist ória de Abraão e de sua j ust ificação ficou escrit a para ensinar aos hom ens de t odas as
épocas posteriores, especialmente aos que, então, conheceriam o evangelho. É claro que não somos
j ust ificados pelo m érit o de nossas próprias obras, senão pela fé em Jesus Crist o e em sua j ust iça;
que é a verdade que se enfat iza nest e capít ulo e o ant erior com o a grande font e e fundam ent o de
t odo consolo. Crist o operou com m érit o nossa j ust ificação e salvação por sua m ort e e paixão, m as o
poder e a perfeição dessas, a respeit o de nós, dependem de sua ressurreição. Por sua m ort e pagou
nossa dívida, em sua ressurreição recebeu nossa absolvição ( I saias 53.8) . Quando Ele foi absolvido,

168
nós nEle e junto com Ele recebemos o descargo da culpa e do castigo de todos nossos pecados. Este
último versículo é uma resenha ou um resumo de todo o evangelho.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 5 Os felizes efeitos da justificação pela fé na justiça de Cristo
Versículos 6- 11 Somos reconciliados por seu sangue
Versículos 12- 14 A queda de Adão levou a toda a humanidade ao pecado e à
morte
Versículos 15- 19 A graça de Deus pela justiça de Cristo tem mais poder para
trazer salvação do que teve o pecado de Adão para trazer a
desgraça
Versículos 20- 21 Como superabundou a graça

Versículos 1- 5
Um a m udança bendit a acont ece no est ado do pecador quando chega a ser um crent e verdadeiro,
t enha sido o que for. Sendo j ust ificado pela fé t em paz com Deus. o Deus sant o e j ust o não pode
est ar em paz com um pecador enquant o est á em baixo da culpa do pecado. a j ust ificação elim ina a
culpa e, assim , abre o cam inho para a paz. Est a é por m eio de nosso Senhor Jesus Crist o; por m eio
dEle como grande Pacificador, o Mediador entre Deus e o homem.
O feliz est ado dos sant os é o est ado de graça. Som os levados a est a graça. I sso nos ensina que
não nascem os nest e est ado. Não poderíam os chegar a esse est ado por nós m esm os, senão que
som os conduzidos a ele com o ofensores perdoados. Ali est am os firm es, post ura que denot a
perseverança; est am os firm es e seguros, sust ent ados pelo poder de Deus; est am os ali com o
hom ens que m ant êm seu t erreno, sem serm os derrubados pelo poder do inim igo. E os que t êm a
esperança da glória de Deus no mundo vindouro, têm suficiente para regozijar- se no presente.
A t ribulação produz paciência, não em si m esm a nem de por sim , m as pela poderosa graça de
Deus opera na t ribulação e com ela. Os que sofrem com paciência t êm a m aioria das consolações
divinas que abundam quando abundam as aflições. Opera uma experiência necessária para nós.
Est a esperança não desilude, porque est á selada com o Espírit o Sant o com o Espírit o de am or.
Derram ar o am or de Deus nos corações de t odos os sant os não nos envergonhará em nossa
esperança nem por nossos sofrimentos por Ele.

Versículos 6- 11
Crist o m orreu pelos pecadores; não só pelos que eram inút eis, senão pelos que eram culpáveis e
aborrecíveis; por est es cuj a dest ruição et erna seria a glória da j ust iça de Deus. Crist o m orreu para
salvar- nos, não em nossos pecados, senão de nossos pecados, e ainda éram os culpáveis quando Ele
m orreu por nós. Sim , a m ent e carnal não só é inim iga de Deus, senão que é a inim izade m esm a
( capít ulo 8.7; Cl 1.21) . Porém Deus det erm inou liberar do pecado e operar um a grande m udança.
Enquant o cont inuar o est ado pecam inoso, Deus aborrece ao pecador e o pecador aborrece a Deus
( Zc 11.8) . é um m ist ério que Crist o m orresse pelos t ais; não se conhece out ro exem plo de am or,
para que bem possa dedicar- se a eternidade a adorar e maravilhar- se nEle.
Além disso, que idéia t inha o apóst olo quando supõe o caso de um que m orre por um j ust o? e
ainda bem que som ent e o colocou na frase com o algo que poderia dizer. Não era que depois de
passar por est e sofrim ent o, a pessoa a qual se desej ava beneficiar poderia ser libert ada? Mas, de
que são libert ados os crent es em Crist o por sua m ort e? Não da m ort e corporal, porque t odos devem
suportá- la. O m al, do qual podia efet uar- se a libert ação som ent e dest e m odo assom broso, deve t er
sido m uit o m ais t errível que a m ort e nat ural. Não há m al ao qual não posa aplicar- se o argum ent o,
salvo o que o apóst olo assevera concret am ent e, o pecado e a ira, o cast igo do pecado det erm inado
pela justiça infalível de Deus.
E se, pela graça divina, assim foram levados a arrepender- se e a crer em Crist o, e assim eram
j ust ificados pelo preço de seu sangue derram ado e pela fé nessa expiação, m uit o m ais por m eio
dAquele que m orreu por eles e ressuscit ou serão livrados de cair no poder do pecado e de Sat anás,
ou de afast ar- se definit ivam ent e dEle. O Senhor vivent e de t odos concret izará o propósit o de seu
amor ao morrer salvando até o último de todos os crentes verdadeiros.
Tendo t al sinal de salvação no am or de Deus por m eio de Crist o, o apóst olo declara que os
crent es não som ent e se regozij am na esperança do céu, e at é em suas t ribulações por am or de
Crist o, senão que t am bém se gloriam em Deus com o o Am igo seguro e Porção absolut am ent e
suficiente deles, por meio de Cristo unicamente.

169
Versículos 12- 14
A int eresse do que se segue é clara. É a exalt ação de nosso pont o de vist a acerca das bênçãos
que Crist o nos t em procurado, com parando- as com o m al que se seguiu à queda de nosso prim eiro
pai; e m ost rando que est as bênçãos não só se est endem para elim inar est es m ales, senão m uit o
além . Adão peca, sua nat ureza vira culpável e corrupt a e assim passa a seus filhos. Assim , t odos
pecamos nele. A morte é pelo pecado, porque a morte é o salário do pecado. Então entrou toda essa
m iséria que é a sort e devida ao pecado: a m ort e t em poral, espirit ual, e et erna. Se Adão não t iver
pecado, não t eria m orrido, m as a sent ença de m ort e foi dit ada com o sobre um crim inoso; passou a
t odos os hom ens com o um a doença infecciosa da qual ninguém escapa. Com o prova de nossa união
com Adão, e de nossa part e naquela prim eira t ransgressão, observa que o pecado prevaleceu no
mundo durante muito tempo antes de ser dada a lei a Moisés. A morte reinou esse longo tempo, não
somente sobre os adultos que pecavam voluntariamente, senão também sobre multidão de infantes,
coisa que m ost ra que eles t inham caído sob a condenação em Adão, e que o pecado de Adão se
espalhou a t oda sua post eridade. Era um a figura ou t ipo do que viria com o Garant ia da nova aliança
para todos os que são feitos irmãos dEle.

Versículos 15- 19
Por m eio da ofensa de um só hom em , t oda a hum anidade fica expost a a condena et erna. Mas a
graça e a m isericórdia de Deus e o dom livre da j ust iça e salvação são por m eio de j ust iça com o
hom em : cont udo, o Senhor do céu t em levado a m ult idão de crent es a um est ado m ais seguro e
enalt ecido que aquele desde o qual caíram em Adão. Est e dom livre não os t ornou a deixar em
estado de prova; os fixou num est ado de j ust ificação, com o t eria sido colocado Adão se t ivesse
resist ido. Exist e um a sem elhança assom brosa pese às diferenças. Com o pelo pecado de um
prevaleceram o pecado e a m ort e para condenação de t odos os hom ens, assim , pela j ust iça de um
prevaleceu a graça por j ust ificação de t odos os relacionados com Crist o pela fé. Por m eio da graça
de Deus t em abundado para m uit os o dom de graça por m eio de Crist o; cont udo, as m ult idões
opt am por cont inuar sob o dom ínio do pecado e da m ort e em vez de pedir as bênçãos do reino da
graça. Todavia, Cristo não lançará fora a ninguém que estiver disposto a ir a Ele.

Versículos 20- 21
Por Crist o e sua j ust iça t em os m ais privilégios, e m aiores que os que perdem os pela ofensa de
Adão. A lei m oral m ost rava que eram pecam inosos m uit os pensam ent os, t em peram ent os, palavras
e ações, de m odo que assim se m ult iplicavam as t ransgressões. Não foi que se fizer abundar mais o
pecado, senão deixando ao descobert o sua devassidão, com o ao deixar que ent rasse um a luz m ais
clara num a habit ação deixa ao descobert o o pó e a suj eira que havia ali desde ant es, porém não
eram vist os. O pecado de Adão, e o efeit o da corrupção em nós são a abundância daquela ofensa
que se t ornou evident e ao ent rar a lei. Os t errores da lei dulcificam m ais ainda os consolos do
evangelho. Assim , pois, Deus Espírit o Sant o nos ent regou, por m eio do bendit o apóst olo, um a
verdade m ais im port ant e, cheia de consolo, apt a para nossa necessidade de pecadores. Por m ais
coisas que alguém possa t er por acim a de out rem , cada hom em é um pecador cont ra Deus, est á
condenado pela lei e necessit a perdão. Não pode fazer- se de um a m ist ura de pecado e sant idade
essa j ust iça que é para j ust ificar. Não pode exist ir direit o à recom pensa et erna sem a j ust iça pura e
imaculada: esperemo- la nem mais nem menos que da justiça de Cristo.

CAPÍTULO 7
Versículos 1- 2 Os crentes devem morrer ao pecado, e viver para Deus
Versículos 3- 10 Isto é uma demanda de seu batismo cristão e de sua união
com Cristo
Versículos 11- 15 Vivos para Deus
Versículos 16- 20 Libertados do domínio do pecado
Versículos 21- 23 O fim do pecado é a morte, o fim da vida eterna, a santidade

Versículos 1- 2
O apóst olo é m uit o com plet o ao enfat izar a necessidade da sant idade. Não a elim ina ao expor a
livre graça do evangelho, ant es m ost ra que a conexão ent re j ust ificação e sant idade é inseparável.
Sej a aborrecido o pensam ent o de cont inuar em pecado para que abunde a graça. Os verdadeiros
crent es est ão m ort os para o pecado, port ant o, não devem segui- lo. ninguém pode est ar vivo e

170
mort o ao m esm o t em po. Néscio é quem , desej ando est ar m ort o ao pecado, pensa que pode viver
nele.

Versículos 3- 10
O bat ism o ensina a necessidade de m orrer ao pecado e ser com o t er sido sepult ado de t oda
em presa ímpia e iníqua, e ressuscitar para andar com Deus numa vida nova. Os professantes ímpios
podem t er o sinal ext erno de um a m ort e para o pecado e de um novo nascim ent o à j ust iça, m as
nunca passaram da família de Satanás à de Deus.
A nat ureza corrupt a, cham ada de velho hom em porque derivou de Adão, nosso prim eiro pai, em
t odo crent e verdadeiro est á crucificada com Crist o pela graça derivada da cruz. Est á debilit ada e em
est ado m oribundo, apesar de que ainda lut a pela vida, e at é pela vit ória. Mas t odo o corpo do
pecado, sej a o que for que não concorde com a sant a lei de Deus, deve ser rej eit ada para que o
crent e não sej a m ais escravo do pecado, senão que viva para Deus e encont re felicidade em seu
serviço.

Versículos 11- 15
Aqui se est ipulam os m ot ivos m ais fort es cont ra o pecado, e para por em vigência a obediência.
Sendo liberados do reinado do pecado, feit o vivo para Deus e t endo a perspect iva da vida et erna,
corresponde aos crent es int eressar- se m uit o por realizar progressos nela, m as com o as luxúrias
ím pias não t êm sido t ot al desarraigadas nest a vida, a preocupação do crist ão deve ser a de resist ir
suas indicações, lut ando com fervor para que, por m eio da graça divina, não prevaleçam nest e
estado m ort al. Alent e o crist ão verdadeiro o pensam ent o de que est e est ado logo t erm inará,
Enquanto a sedução das luxúrias que, t ão freqüent em ent e, o deixam confundido e o inquiet am .
Apresent em os t odos nossos poderes com o arm as ou inst rum ent os a Deus, prest es para a guerra e
para a obra de justiça a seu serviço.
Há poder em nós na aliança de graça. O pecado não t erá o dom ínio. As prom essas de Deus para
nós são mais poderosas e eficazes para mortificar o pecado que nossas promessas a Deus. O pecado
pode lut ar em um crent e real e criá- lhe um a grande quant idade de t ranst ornos, m as não o
dominará; pode que o angust ie, m as não o dom inará. Alguém se aproveit a dest a dout rina
est im ulant e para perm it ir- se a prát ica de qualquer pecado? longe est ej am est es pensam ent os t ão
abom ináveis, t ão cont rários às perfeições de Deus, e ao desígnio de seu Evangelho, t ão opost os ao
ser subm et ido à graça. Que m ot ivo m ais fort e cont ra o pecado que o am or de Crist o? Pecarem os
contra tanta bondade e contra uma graça semelhante?

Versículos 16- 20
Todo hom em é o servo do am o a cuj os m andam ent os se rende, sej am as disposições
pecaminosas de seu coração em ações que levam à m ort e, ou a nova obediência espiritual
im plant ada pela regeneração. Agora se regozij a o apóst olo porque eles obedeceram de t odo coração
o evangelho no qual foram colocados com o num m olde. Assim com o o m esm o m et al se faz vaso
novo quando é fundido e despejado novamente num outro molde, assim o crente tem chegado a ser
nova criat ura. Exist e um a enorm e diferença na liberdade de m ent e e de espírit o, t ão opost a ao
est ado de escravidão, que t em o crist ão verdadeiro ao serviço de seu j ust o Senhor, a quem pode
considerar com o Seu Pai, e pela adoção da graça, considerar- se filho e herdeiro dAquele. O dom ínio
do pecado consist e em ser escravos volunt ários; não em serm os arrast ados pelo poder odiado,
enquanto se luta pela vitória. Os que agora são servos de Deus, foram uma vez escravos do pecado.

Versículos 21- 23
O prazer e o proveito do pecado não merecem ser chamados de frutos. Os pecadores a não estão
m ais que arando iniqüidade, sem eando vaidade e colhendo o m esm o. A vergonha veio ao m undo
com o pecado e ainda cont inua sendo seu efeit o seguro. O fim do pecado é a m ort e. Em bora o
caminho pareça prazeroso e convidativo, de todos modos afinal haverá amargura.
O crent e é colocado em liberdade dest a condenação, quando é feit o livre do pecado. se o frut o é
para sant idade, se há um princípio at ivo de graça verdadeira e em crescim ent o, o final será a vida
et erna, um final m uit o feliz! Apesar de que o cam inho é dificult oso, em bora sej a est reit o, espinhoso
e cheio de t ent ações, cont udo, a vida et erna em seu final est á assegurada. a dádiva de Deus é a
vida eterna. E este dom é por meio de Jesus Cristo nosso Senhor. Cristo a comprou, a preparou, nos
prepara para ela, nos preserva para ela; Ele é o todo em tudo de nossa salvação.

171
CAPÍTULO 7
Versículos 1- 6 Os crentes estão unidos com cristão para levar frutos para
Deus
Versículos 7- 13 O uso e a excelência da lei
Versículos 14- 25 Os conflitos espirituais entre a corrupção e a graça no crente

Versículos 1- 6
Enquant o o hom em cont inue sob a aliança da lei, e procure j ust ificar- se por sua obediência,
cont inua sendo de algum a form a escravo do pecado. Nada senão o Espírit o de vida em Jesus Crist o
pode libert ar o pecador da lei do pecado e da m ort e. Os crent es são liberados do poder da lei, que
os condena pelos pecados com et idos por eles, e são livrados do poder da lei que incit a e provoca o
pecado que habita neles. Entenda isso, não da lei como regra, senão como pacto de obras.
Em profissão e privilégio est am os sob um a aliança de graça, e não sob um pact o de obras; sob o
Evangelho de Crist o, não em baixo da lei de Moisés. A diferença se apresent a com o sím ile ou figura
de est ar casado com um segundo m arido. O segundo m at rim ônio é com Crist o. pela m ort e som os
liberados da obrigação da lei Enquanto à aliança, com o a esposa o é de seus vot os para com o
primeiro m arido. Em nosso acredit ar poderosa e eficazm ent e est am os m ort os para a lei, e não
t em os m ais relação com ela que a que o servo m ort o, liberado de seu am o, a t em com o j ugo de
seu am o. O dia em que acredit am os é o dia em que som os unidos ao Senhor Jesus. entramos numa
vida de deport ação dEle e de dever para com Ele. as boas obras são pela união com Crist o; com o o
frut o da videira é o produt o de est ar em união com suas raízes, não há frut o para Deus at é que
estejamos unidos com Cristo. A lei, e os esforços maiores de qualquer embaixo dela, ainda na carne,
sob o poder de princípios corrupt os, não podem endireit ar o coração Enquanto ao am or de Deus,
nem derrot ar as luxúrias m undanas, ou dar verdade e sinceridade nas part es int ernas, nem nada
que venha pelo poder especialm ent e sant ificador do Espírit o Sant o. Som ent e a obediência form al da
let ra ext erna de qualquer preceit o pode ser cum prida por nós sem a graça renovadora da nova
aliança, que cria de novo.

Versículos 7- 13
Não há form a de chegar ao conhecim ent o do pecado, que é necessário para o arrependim ent o e,
port ant o, para a paz e o perdão, senão t rat ando nossos corações e vidas com a lei. Em seu próprio
caso, o apóst olo não t eria conhecido a concupiscência de seus pensam ent os, m ot ivos e ações senão
pela lei. Essa norm a perfeit a m ost rou quão m alvado era seu coração e sua vida, provando que seus
pecados eram m ais num erosos do que havia pensado ant es, m as não cont inha nenhum a cláusula de
misericórdia ou graça para seu alívio.
Ignora a natureza humana e a perversidade de seu próprio coração aquele que não adverte em si
m esm o a facilidade para im aginar que exist a algo desej ável no que est á fora de seu alcance.
Podem os capt ar ist o em nossos filhos, em bora o am or próprio nos cegue a respeit o de nós m esm os.
Quant o m ais hum ilde e espirit ual sej a um crist ão, m ais verá que o apóst olo descreve ao crent e
verdadeiro, desde suas prim eiras convicções de pecado at é seu m aior progresso na graça, durant e
est e present e est ado im perfeit o. Paulo foi um a vez fariseu, ignorant e da espirit ualidade da lei, que
t inha cert o carát er corret o sem conhecer sua depravação int erior. Quando o m andam ent o chegou a
sua consciência pela convicção do Espírit o Sant o, e viu o que lhe era exigido, achou que sua m ent e
pecam inosa se levant ava em sua cont ra. Ao m esm o t em po sent iu a m aldade do pecado, seu próprio
estado pecaminoso, e que era incapaz de cumpri a lei e que era como um criminoso condenado.
Cont udo, apesar de que o princípio do m al no coração hum ano produz m ás m ot ivações, e m ais
ainda t om ando ocasião pelo m andam ent o, de t odos m odos a lei é sant a, e o m andam ent o, sant o,
j ust o e bom . Não é favorável ao pecado o que o procura no coração e o descobre e reprova em seu
agir int erior. Nada é t ão bom que um a nat ureza corrupt a ou viciosa não pervert a. O m esm o calor
que am olece a cera endurece o barro. O alim ent o ou o rem édio, quando são m al ingeridos, podem
provocar a m ort e, apesar de que sua nat ureza é nut rir ou sarar. A lei pode provocar a m ort e por
m eio da depravação do hom em , m as o pecado é o veneno que produz a m ort e. Não a lei, senão o
pecado descobert o pela lei foi feit o m ort e para o apóst olo. A nat ureza dest ruidora do pecado, e a
devassidão do coração humano são claramente indicados aqui.

Versículos 14- 17
Com parado com a sant a regra de condut a da lei de Deus, o apóst olo se achou longe da perfeição
que lhe pareceu que era carnal; com o um hom em que est á vendido cont ra sua vont ade a um am o
odiado, do qual não pode ser liberado. O crist ão verdadeiro serve involunt ariam ent e a esse am o

172
odiado, m as não pode sacudir- se a corrent e hum ilhant e at é que o resgat e seu Am igo poderoso e a
graça do alt o. O m al rem anescent e de seu coração é um est orvo real e hum ilhant e para servir a
Deus com o o fazem os anj os ou os espírit os dos j ust os aperfeiçoados. Est a fort e linguagem foi o
resultado do grande avanço em santidade de Paulo, e da profundeza da humilhação de si mesmo e o
ódio pelo pecado. se não ent enderm os est a linguagem , deve- se a que est am os m uit o por t rás dele
em sant idade, em conhecim ent o da espirit ualidade da lei de Deus, do m al de nossos próprios
corações e do ódio do m al m oral. Muit os crent es t êm adot ado a linguagem do apóst olo,
dem onst rando que é apt o para seus profundos sent im ent os de aborrecim ent o do pecado e
humilhação de si mesmos.
O apóst olo se est ende Enquanto ao conflit o que m ant inha diariam ent e com os vest ígios de sua
depravação original. Foi t ent ado freqüent em ent e em t em peram ent o, palavras ou at os que ele não
aprovava ou não perm it ia em seu j uízo e em afet o renovado. Dist inguindo seu eu verdadeiro, sua
part e espirit ual, do eu ou carne, em que habit a o pecado, e observando que as ações m ás eram
realizadas não por ele, senão pelo pecado que habit ava nele, o apóst olo não quis dizer que os
hom ens não são responsáveis de render cont as de seus pecados, senão que ensina o m al de seus
pecados demonstrando que todos o estão fazendo contra sua razão e sua consciência. O pecado que
habit a em um hom em não result a ser quem o m anda ou o dom ina; se um hom em vive em um a
cidade ou em um país, ainda pode não reinar ali.

Versículos 18- 22
Quant o m ais puro e sant o sej a o coração, será m ais sensível ao pecado que perm anece nele. O
crent e vê m ais da beleza da sant idade e a excelência da lei. Seus desej os fervorosos de obedecer
aum ent am a m edida que cresce na graça. Mas não faz t odo o bem ao qual se inclina plenam ent e
sua vont ade; o pecado sem pre brot a nele at ravés dos vest ígios de corrupção, e volt a e m eia faz o
mal apesar da decidida determinação de sua vontade.
As pressões do pecado interior apensavam o apóstolo. Se pela luta da carne contra o Espírito quis
dizer que ele não podia fazer nem cum prir com o sugeria o Espírit o, assim t am bém , pela eficaz
oposição do Espírit o, não podia fazer aquilo para o qual a carne o com pelia. Quão diferent e é est e
caso do daqueles que se sent em côm odos com as seduções int ernas da carne que os em purra ao
m al! Est es, cont ra a luz e a advert ência de sua consciência, cont inuam adiant e, at é na prát ica
ext erna, fazendo o m al, e dest e m odo, com prem edit ação, cont inuam no cam inho à perdição!
Porque quando o crent e est á debaixo da graça, e sua vont ade est á no cam inho da sant idade, se
deleit a sinceram ent e na lei de Deus e na sant idade que exige, conform e a seu hom em int erior; o
novo homem nele, criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade.

Versículos 23 - 25
Est a passagem não represent a ao apóst olo com o um que andasse em pós da carne, senão com o
um que se dispunha de t odo coração a não andar assim . Se há os que abusam dest a passagem ,
com o t am bém das out ras Escrit uras, para sua própria dest ruição, os crist ãos sérios encont ram ,
cont udo, causa por abençoar a Deus por t er provido assim para seu sust ent o e consolo. Não
devem os ver defeit os na Escrit ura, nem t am pouco de nenhum a int erpret ação j ust a e bem
respaldada da mesma, somente porque os cegados por suas próprias luxúrias abusem dela. Nenhum
hom em que não est iver m et ido nest e conflit o pode ent ender claram ent e o significado dest as
palavras, nem j ulgar ret am ent e acerca dest e conflit o doloroso que levou ao apóst olo a lam ent ar- se
de si mesmo como miserável, constrangido por fazer o que aborrecia.
Não podia livrar a si m esm o e isso o fazia agradecer m ais fervorosam ent e a Deus o cam inho de
salvação revelado por m eio de Jesus Crist o, que lhe prom et eu a liberação final dest e inim igo. Assim ,
pois, ent ão, diz ele, eu m esm o, com m inha m ent e, m eu j uízo conscient e, m eus afet os e propósit os
de hom em regenerado pela graça divina, sirvo e obedeço a lei de Deus; m as com a carne, a
natureza carnal, os vestígios da depravação, sirvo à lei do pecado, que batalha contra a lei de minha
ment e. Não é que a sirva com o para viver debaixo dela ou perm it i- la, senão que é incapaz de livrar-
se a si m esm o dela, ainda em seu m elhor est ado, e necessit ando buscar aj uda e liberação fora de si
m esm o. Evident e é que agradece a Deus por Crist o, com o nosso libert ador, com o nossa expiação e
j ust iça nEle m esm o, e não devido a nenhum a sant idade operada em nós. Não conhecia um a
salvação assim , e rej eit ou t odo direit o a ela. Est á dispost o a agir em t odos os pont os conform e com
a lei, em sua m ent e e consciência, m as est ava im pedido pelo pecado que o habit ava, e nunca
alcançou a perfeição que a lei requer. Em que pode consist ir a liberação para um hom em sem pre
pecador, senão a livre graça de Deus segundo é oferecida em Crist o Jesus? O poder da graça divina
e do Espírit o Sant o poderia desarraigar o pecado de nossos corações ainda nest a vida, se a
sabedoria divina o t ivesse achado adequado. Porém se sofre, para que os crist ãos sint am e
ent endam const ant e e com plet am ent e o est ado m iserável do qual os salva a graça divina; para que

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possam ser resguardados de confiar em si m esm os; e que sem pre possam t irar t odo seu consolo e
esperança da rica e livre graça de Deus em Cristo.

CAPÍTULO 8
Versículos 1- 9 A liberdade dos crentes a respeito da condenação
Versículos 10- 17 Seus privilégios por serem filhos de Deus
Versículos 18- 25 Suas esperanças ante as tribulações
Versículos 26- 27 A ajuda do Espírito Santo na oração
Versículos 28- 31 Seu interesse no amor de Deus
Versículos 32- 39 Triunfo final por meio de Cristo

Versículos 1- 9
Os crent es podem ser cast igados pelo Senhor, m as não serão condenados com o m undo. Por sua
união com Crist o por m eio da fé, est ão seguros. Qual é o princípio de seu andar: a carne ou o
Espírit o, a nat ureza velha ou a nova, a corrupção ou a graça? Para qual dest es fazem os provisão,
por qual som os governados? A vont ade sem renovar é incapaz de obedecer por com plet o nenhum
mandam ent o. A lei, além dos deveres ext ernos, requer obediência int erna. Deus m ost ra seu
aborrecim ent o do pecado pelos sofrim ent os de seu Filho na carne, para que a pessoa do crent e
fosse perdoada e j ust ificada. Assim , se sat isfez a j ust iça divina e se abriu o cam inho da salvação
para o pecador. O Espírit o escreve a lei do am or no coração, e m esm o que a j ust iça da lei não sej a
cumprida por nós, de todos modos, bendito seja Deus,se cumpre em nós; em todos os crentes há os
que respondem à intenção da lei.
O favor de Deus, o bem - est ar da alm a, os int eresses da et ernidade, são as coisas do Espírit o que
im port am aos que são segundo o Espírit o. Por qual cam inho avançam com m aior deleit e nossos
pensam ent os? Por qual cam inho vão nossos planos e engenhos? Som os m ais sábios para o m undo
ou para nossas alm as? Os que vivem no prazer est ão m ort os ( 1 Tm 5.6) . A alm a sant ificada é um a
alma viva, e essa vida é paz. A mente carnal não é só inimiga de Deus, senão a inimizade mesma. O
homem carnal pode, pelo poder da graça divina, ser subm et ido à lei de Deus, m as a mente carnal,
nunca; esta deve ser quebrantada e expulsada.
Podem os conhecer nosso est ado e carát er verdadeiro quando nos pergunt am os se t em os ou não
o Espírit o de Deus e de Crist o ( versículo 9) . Vocês não est ão na carne, senão no Espírit o. Ter o
Espírit o de Crist o significa t er m udado o desígnio próprio, em cert o grau, para o sentir que havia em
Crist o Jesus, e isso deve perceber- se num a vida e num a conversação que corresponda a seus
preceitos e a seu exemplo.

Versículos 10- 17
Se o Espírit o est á conosco, Crist o est á em nós. Ele habit a no coração pela fé. A graça na alm a é
sua nova nat ureza; a alm a est á viva para Deus e t em com eçado sua sant a felicidade que durará
para sem pre. A j ust iça im put ada de Crist o assegura a alm a a m elhor part e da m ort e. Assim ,
podem os ver quão grande é o nosso dever de andar, não em busca da carne, senão em pós do
Espírit o. Se alguém vive habit ualm ent e conform e às luxúrias corrupt as, cert am ent e perecerá em
seus pecados, professe o que professar. E pode um a vida m undana present e, digna por um
m om ent o, ser com parada com o prêm io nobre de nosso suprem o chamado? Ent ão, pelo Espírit o
esforcemo- nos mais e mais em mortificar a carne.
A regeneração pelo Espírit o Sant o t raz a alm a um a vida nova e divina, apesar de que seu est ado
sej a débil. Os filhos de Deus t êm o Espírit o para que opere neles a disposição de filhos; não t êm o
espírit o de servidão, debaixo do qual est ava a I grej a do Ant igo Test am ent o, pela escuridão dessa
dispensação. O Espírito de adoção não estava, então, plenamente derramado. E se refere ao espírito
de servidão, ao qual estavam sujeitos muitos santos em sua conversão.
Muit os se j act am de t er paz em si m esm os, aos quais Deus não t em dado paz; porém os
santificados t êm o Espírit o de Deus que dá t est em unho a seus espírit os, que lhes dá paz a suas
almas.
Em bora agora podem os parecer perdedores por Crist o, afinal não serem os, não podem os ser
perdedores para Ele.

Versículos 18- 25
Os sofrim ent os dos sant os golpeiam , m as não m ais profundo que as coisas do t em po, som ent e
duram o t em po at ual, são aflições leves e passageiras. Quão diferent es são a sent ença da palavra e

174
o sent im ent o do mundo a respeit o dos sofrim ent os dest e t em po present e! Sem dúvida t oda a
criação espera com anelante expectativa o período no que se manifestem os filhos de Deus na glória
preparada para eles. Há im pureza, deform idade e doença que sobrevieram à criat ura pela queda do
hom em . Há inim izade de um a criat ura cont ra out ra. São ut ilizadas pelo hom em , e at é se abusa
delas, com o inst rum ent os de pecado. cont udo, est e est ado deplorável da criação est á " com
esperança" . Deus a livrará de ser assim m ant ida em escravidão pela depravação do hom em . As
m isérias da raça hum ana, por m eio da m aldade própria de cada um e de uns para com out ros,
declaram que o mundo nem sempre continuará como está.
Que nós t enham os recebido as prim ícias do Espírit o, vivifica nossos desej os, anim a nossas
esperanças e eleva nossa expect at iva. O pecado foi e é a causa culpável de t odo o sofrim ent o que
exist e na criação de Deus. o pecado t rouxe os ais da t erra; acende as cham as do inferno. Enquanto
ao hom em , nenhum a lágrim a t em sido derram ada, nenhum lam ent o foi em it ido, nenhum a pont ada
t em se sent ido, em corpo ou m ent e, que não t enha procedido do pecado. I st o não é t udo: deve- se
considerar que o pecado afet a a glória de Deus. Com ércio quant a t em eridade, t em ível, olha a
maioria da humanidade isto!
Os crent es t êm sido levados a um est ado de seguridade, m as seu consolo consist e m elhor em
esperança que em deleit e. Não podem ser t irados dest a esperança pela expect at iva vã de achar
satisfação nas coisas do t em po e dos sent idos. Necessit am os paciência, nosso cam inho é áspero e
extenso, mas o que deve vir, vira ainda que pareça demorar.

Versículos 26- 27
Apesar de que as doenças dos crist ãos são m uit as e grandes, de m odo que seriam vencidos se
fossem livrados a si m esm os, o Espírit o Sant o os sust ent a. O Espírit o, com o Espírit o ilum inador, nos
ensina por que coisa orar; com o Espírit o sant ificador opera e est im ula as graças para orar; com o
Espírit o cor, silencia nossos t em ores e nos aj uda a superar t odas as desilusões. O Espírit o Sant o é a
font e de t odos os desej os que t enham os de Deus, os quais são, freqüent em ent e, m ais do que
podem expressar as palavras. O Espírit o de esquadrinha os corações pode capt ar a m ent e e a
vont ade do espírit o, a m ent e renovada, e advogar por sua causa. O Espírit o int ercede ant e Deus e o
inimigo não vence.

Versículos 28- 31
O bom para os sant os é o que faz boa sua alm a. Toda providência t ende ao bem espirit ual dos
que am am a Deus: afast ando- os do pecado, aproxim ando- os a Deus, t irando- os do m undo e
equipando- os para o céu. Quando os sant os agem fora de seu carát er, serão corrigidos para volt ar
aonde devem estar. Aqui está a ordem das causas de nossa salvação, uma corrente de ouro que não
pode ser rompida.
1) "Porque aos que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de
seu Filho" . Tudo isso que Deus concebeu com o a finalidade da glória a felicidade, o decret ou com o o
cam inho da graça e da sant idade. Toda a raça hum ana m erecia a dest ruição, m as por razões
imperfeit am ent e conhecidas para nós, Deus det erm inou recuperar alguns pela regeneração e o
poder de sua graça. Ele predest inou, ou decret ou ant es, que eles fossem conform ados à im agem de
seu Filho. Nesta vida eles são renovados em parte e andas em suas pegadas.
2) " E aos que predest inou a est es t am bém cham ou" . Est e é um chamado eficaz, desde o eu e
desde a t erra para Deus e para Crist o e o céu, com o nosso fim ; desde o pecado e a vaidade à graça
e à santidade como nosso caminho. Este é o chamado do evangelho. O amor de Deus, que reina nos
corações dos que um a vez foram Seus inim igos, prova que eles foram cham ados conform e a seu
propósito.
3) " E aos que cham ou a est es t am bém j ust ificou" . Ninguém é assim j ust ificado, senão os
chamados eficazmente. Os que resistem o evangelho, permanecem sujeito à culpa e à ira.
4) " E aos que j ust ificou a est es t am bém glorificou" . Sendo rom pido o poder da corrupção no
chamado eficaz, e elim inada a culpa do pecado na j ust ificação, nada pode int erpor- se ent re essa
alm a e a glória. I st o est im ula nossa fé e esperança, porque com o Deus, seu cam inho, sua obra, é
perfeita.
O apóst olo fala com o alguém assom brado e absort o de adm iração, m aravilhando- se pela alt ura e
a profundeza, e a largura e o com prim ent o do am or de Crist o que ult rapassa t odo conhecim ent o.
Quant o m ais sabem os de out ras coisas, m enos nos m aravilham os, m as quant o m ais profundam ent e
som os conduzidos nos m ist érios do evangelho, m ais afet ados som os por eles. Enquant o Deus
estiver conosco, e nós sej am os m ant idos em seu am or, podem os desafiar com sant a ousadia a
todas as potestades das trevas.

175
Versículos 32- 39
Todas as coisas do céu e da t erra, quaisquer que sej am , não são t ão grandes com o para exibir o
livre am or de Deus com o a dádiva de seu co- igual Filho, com o expiação pelo pecado do hom em na
cruz; e t odo o rest o segue- se à união com Ele e o int eresse nEle. " Todas as coisas" , t udo isso que
possa ser causa ou m eio de qualquer bem real para o crist ão fiel. Aquele que t em preparado um a
coroa e um reinado para nós, nos dará o que necessitamos no caminho para alcançá- la.
Os hom ens podem j ust ificar- se a si m esm os, em bora as acusações cont ra eles est ej am
plenam ent e vigent es; porém , se Deus j ust ifica, isso responde a t udo. Assim som o segurados por
Crist o. Ele pagou nossa dívida pelo m érit o de sua m ort e. Sim , m ais que isso, Ele t em ressuscit ado.
Est a é a prova convincent e de que a j ust iça divina foi sat isfeit a. De m aneira que t em os um Am igo à
destra de Deus; toda potestade lhe foi dada a Ele, que está ali, e intercede. Crente! Tua alma diz em
t eu int erior: " Oh, que Ele fosse m eu! " e " Oh, que eu fosse dEle! Que eu puder com prazê- lo e viver
para Ele! " Ent ão, não enredes t eu espírit o nem confundas t eus pensam ent os em dúvidas est éreis e
int erm ináveis; no ent ant o, com o est ás convencido de im piedade, crê nAquele que j ust ifica o ím pio.
Estás condenado, mas Cristo morreu e ressuscitou. Foge a Ele nessa qualidade.
Tendo Deus manifestado seu amor ao dar a seu próprio Filho por nós, podemos pensar que exista
algo que possa afast ar ou elim inar esse am or? Os problem as não causam nem m ost ram nenhuma
dim inuição de seu am or. Não im port a de que sej am separados os crent es, rest a o suficient e.
Ninguém pode t irar a Crist o do crent e; ninguém pode t irar o crent e de Crist o, e isso bast a. Todos os
out ros riscos nada significam . Sim , pobres pecadores! Embora abundem com possessões dest e
m undo, que coisas t ão vãs são! Podes dizer de qualquer delas, quem nos separará? Pode que at é t e
saquem as habitações preciosas, as amizades e a fortuna. Pode que vivas até para ver e esperar tua
part ida. Afinal, deves separar- t e, porque deves m orrer. Ent ão, adeus a t udo o que est e m undo
considera de suprem o valor. Que t e rest ou, pobre alm a, que não t ens a Crist o, senão aquilo do qual
te separas gostoso, sem poder fazê- lo: a culpa condenadora de todos teus pecados? Mas a alma que
est á em Crist o, quando lhe sacam as out ras coisas, se aferra a Ele e est as separações não lhe
pesam . Sim , quando chega a m ort e, isso rom pe t odas as out ras uniões, at é a da alm a com o corpo,
leva a alm a do crent e à união m ais ínt im a com seu am ado Senhor Jesus, e ao gozo pleno dEle para
sempre.

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 5 A preocupação do apóstolo porque seus compatriotas eram
estrangeiros para o evangelho
Versículos 6- 13 As promessas valem para a semente espiritual de Abraão
Versículos 14- 24 Respostas às objeções contra a conduta soberana de Deus ao
exercer misericórdia e justiça
Versículos 25- 29 Esta soberania está nos tratos de Deus com judeus e gentios
Versículos 30- 33 A deficiência dos judeus deve- se a que buscam sua
justificação pelas obras da lei, não pela fé

Versículos 1- 5
Est ando a pont o de t rat ar a rej eição dos j udeus e o chamado aos gent ios, e de m ost rar que t udo
concorda com o elet ivo am or soberano de Deus, o apóst olo expressa com força seu afet o por seu
povo. apela solenem ent e a Crist o; sua consciência, ilum inada e dirigida pelo Espírit o Sant o, dá
test em unho de sua sinceridade. Se subm et eria a ser anát em a, a ser condenado, crucificado e,
ainda, est ar no horror e angúst ia m ais profundos se pudesse resgat ar a sua nação da destruição
vindoura por sua obst inada incredulidade. Ser insensível ao est ado et erno de nosso próxim o é
cont rário ao am or requerido pela lei e pela m isericórdia do evangelho. Eles t inham professado fazia
m uit o t em po ser adoradores de Jeová. A lei e a aliança nacional, fundam ent ado nela, eram seus. A
adoração do t em plo era um t ipo da salvação pelo Messias e do m eio de com unhão com Deus. Todas
as prom essas referidas a Crist o e sua salvação lhes foram dadas. Não só est á sobre t odo com o
Mediador; é o Deus bendito pelos séculos.

Versículos 6- 13
A rej eição dos j udeus pela dispensação do evangelho não quebrant ou a prom essa de Deus aos
patriarcas. As promessas e as advertências se cumprirão. A graça não corre através do sangue; nem
os benefícios salvíficos se acham sem pre nos privilégios ext ernos da igrej a. Não só foram eleit os
alguns da sem ent e de Abraão, e out ros não, senão que Deus operou conform e ao conselho de sua

176
vont ade. Deus profet izou de Esaú e Jacó, nascidos em pecado, hom ens da ira por nat ureza, com o o
resto. Se forem deixados a si m esm os t eriam cont inuado em pecado durant e t oda a vida, porém ,
por razões sant as e sabias, que não nos são dadas a conhecer, Ele se propôs m udar o coração de
Jacó e deixar a Esaú em sua maldade. Este caso de Esaú e Jacó ilumina a conduta divina com a raça
caída do hom em . Toda a Escrit ura m ost ra a diferença ent re o crist ão confesso e o crent e real. Os
privilégios ext ernos são concedidos a m uit os que não são os filhos de Deus. cont udo, há um
estímulo completo para o uso diligente dos médios de graça que Deus tem determinado.

Versículos 14- 24
Qualquer coisa que Deus faça deve ser j ust a. Daí que o feliz povo sant o de Deus sej a diferent e
dos out ros. Sim plesm ent e a graça de Deus os faz serem diferent es. Ele age com o benfeit or nest a
graça eficaz e previsora que dist ingue, porque sua graça é som ent e sua. Ninguém a m ereceu, de
m odo que os que são salvos devem agradecer unicam ent e a Deus; e aqueles que perecem , devem
som ent e culpar a si m esm os ( Os 13.9) . Deus não est á obrigado além do que lhe pareça bem
obrigar- se segundo sua aliança e prom essa, que é sua vont ade revelada. Est a é que receberá e não
lançará fora os que vêm a Crist o; m as a eleição de alm as, para que vão, é um favor ant ecipado e
distintivo para os que Ele quer.
Por que ainda encont ra falt as? Est a não é obj eção que a criat ura possa fazer a seu Criador, o
hom em cont ra Deus. A verdade, com o acont ece com Jesus, abat e o hom em , deixando- o com o
m enos que nada, e estabelece a Deus como o soberano Senhor de tudo. Quem és tu, tão néscio, tão
fraco, t ão incapaz de j ulgar os conselhos divinos? Nos corresponde subm et er- nos a Ele, não obj et á-
lo. Os hom ens não perm it iriam ao infinit o Deus o m esm o direit o soberano para m anej ar os assunt os
da criação, com o o oleiro exerce seu direit o a dispor de seu barro, quando do m esm o m ont ão de
barro faz um vaso para um uso honroso, e out ro para uso m ais vil? Deus não pode fazer inj ust iça
por m ais que assim o pareça aos hom ens. Deus fará evident e que odeia o pecado. Além disso,
form ou vasos cheios com m isericórdia. A sant ificação é a preparação da alm a para a glória. Est a é
obra de Deus. Os pecadores se preparam para o inferno, m as Deus é quem prepara os sant os para
o céu; e a todos os que Deus destina para o céu no além, a esses prepara agora.
Querem os saber quem são esses vasos de m isericórdia? Aos que Deus cham ou, e esses não
som ent e são dos j udeus, senão dos gent ios. Cert am ent e que não pode haver inj ust iça em nenhum a
destas dispensações divinas; não existe em Deus que exerce sua benignidade, paciência e tolerância
para com os pecadores suj eit os à culpa crescent e, ant es de t razer- lhes sua dest ruição t ot al. A falt a
est á no m esm o pecador calej ado. Enquanto a t odos os que am am e t em em a Deus, por m ais que
essas verdades pareçam est ar além de seu ent endim ent o, ainda assim guardam silêncio perant e
Ele. É som ent e o Senhor quem nos faz diferent es; devem os adorar sua m isericórdia perdoadora e
sua graça que recria, e sermos diligentes para assegurar nossa vocação e eleição.

Versículos 25- 29
A rej eição dos j udeus e a incorporação dos gent ios est avam profet izadas no Ant igo Test am ent o.
Isto ajuda muito a esclarecer uma verdade, a observar como se cumpre nela a Escritura. Prodígio da
pot est ade e m isericórdia divinas é que haj a alguns salvos: porque ainda os deixados para ser
sem ent e t eriam perecido com o rest o, se Deus os t iver t rat ado conform e com seus pecados. Est a
grande verdade no- la ensina est a Escrit ura. deve- se t em er que, ainda no vast o núm ero de crist ãos
professantes, somente um remanescente será salvo.

Versículos 30- 33
Os gent ios não conheciam sua culpa e m iséria, port ant o, não se davam a m olést ia de procurar- se
rem édio. Mas alcançaram a j ust iça por fé. Não por t ornar- se prosélit os da religião j udaica, nem por
submeter- se à lei cerim onial, senão abraçando a Crist o, crendo nEle e suj eit ando- se ao Evangelho.
Os judeus falavam muito de justificação e santidade, e parecia que desejavam muito ser os favoritos
de Deus. buscaram , m as não da form a corret a, não da m aneira que faz hum ilde, não do m odo
estabelecido. Esperavam a justificação obedecendo aos preceitos que as cerimônias da lei de Moisés.
Os j udeus incrédulos t iveram um a j ust a ofert a de j ust iça, vida e salvação, feit a a eles nas condições
do evangelho, coisa da qual não gost aram e não aceit aram . Tem os procurado saber com o podem os
ser j ust ificados ant e Deus, buscando es bênção na form a aqui indicada, por fé em Crist o, com o
Jeová Just iça nossa? Ent ão, não serem os envergonhados nesse dia t errível, quando t odos os
refúgios de m ent ira sej am arrasados, e a ira divina inunde t odo esconderij o salvo aquele que Deus
tem preparado em seu Filho.

177
CAPÍTULO 10
Versículos 1- 4 O desejo fervoroso do apóstolo pela salvação dos judeus
Versículos 5- 11 A diferença entre a justiça da lei e a justiça da fé
Versículos 12- 17 Os gentios estão ao mesmo nível dos judeus em justificação
e salvação
Versículos 18- 21 Os judeus podiam sabê- lo pelas profecias do Antigo
Testamento

Versículos 1- 4
Os j udeus edificaram sobre um fundam ent o falso e não quiseram ir a Crist o para receber a
salvação grat uit a pela fé, e são m uit os os que em cada época fazem o m esm o em diversas form as.
A severidade da lei dem onst rou aos hom ens sua necessidade de salvação por graça por m eio da fé.
As cerim ônias eram um a som bra de Crist o que cum pre a j ust iça e carrega com a m aldição da lei.
Assim que, ainda debaixo da lei, t odos os que foram j ust ificados perant e Deus obt iveram essa
bênção pela fé, pela qual foram feit os part icipes da perfeit a j ust iça do Redent or prom et ido. A lei não
é dest ruída nem frust rada a int enção do Legislador, porém t endo dado a m ort e de Crist o a plena
sat isfação por nossa violação da lei, se alcança a finalidade. I st o é, Crist o cum priu t oda a lei,
portanto, quem crê nEle é contado como justo diante de Deus, como se ele mesmo tivesse cumprido
toda a lei. Os pecadores nunca se diluem em vãs fant asias de sua própria j ust iça, se conheceram a
justiça de Deus como Rei ou sua retidão como Salvador.

Versículos 5- 11
O pecador condenado por si m esm o não deve confundir- se com a form a em que pode achar- se
est a j ust iça. Quando falam os em olhar para Crist o, recebê- lo e alim ent ar- nos dEle, não querem os
dizer a Cristo no céu nem Cristo no profundo, senão Cristo na promessa, Cristo oferecido na Palavra.
A j ust ificação pela fé em Crist o é um a dout rina sim ples. Se expõe ante a mente e o coração de cada
pessoa, deixando- a assim sem desculpa pela incredulidade. Se um hom em t em confessado sua fé
em Jesus com o Senhor e Salvador dos pecadores perdidos, e realm ent e crê em seu coração que
Deus o levant ou dent re os m ort os, para m ost rar que t inha aceit ado a expiação, deve ser salvado
pela j ust iça de Crist o, im put ada a ele por m eio da fé. Porém , nenhum a fé j ust ifica o que não é
poderoso para sant ificar o coração e regulam ent ar t odos seus afet os pelo am or de Crist o. devem os
consagrar e render nossas alm as e nossos corpos a Deus: nossas alm as ao crer com o coração, e
nossos corpos ao confessar com a boca. O crent e nunca t erá causa para arrepender- se de sua
confiança t ot al no Senhor Jesus. nenhum pecador será nunca envergonhado de t al fé ant e Deus; e
deveria gloriar- se dela diante dos homens.

Versículos 12- 17
Não há um Deus para os judeus que seja melhor, e outro para os gentios que seja menos bom; o
Senhor é o Pai de t odos os hom ens. a prom essa é a m esm a para t odos os que invocam o nom e do
Senhor Jesus com o Filho de Deus, com o Deus m anifest ado em carne. Todos os crent es dest a classe
invocam o Senhor Jesus e ninguém m ais o fará t ão hum ilde ou sinceram ent e, m as, com o poderia
invocar ao Senhor Jesus, ao Salvador divino, alguém que não t em ouvido dEle? Qual é a vida do
crist ão, senão um a vida de oração? I sso dem onst ra que sent im os nossa dependência dEle e que
est am os pront os para render- nos a Ele, e t em os a expect at iva confiada acerca de t odo o nosso de
parte dEle.
Era necessário que o Evangelho fosse pregado aos gent ios. Alguém deve m ost rá- lhes o que
devem crer. Que recebim ent o deveria t er o evangelho ent re aqueles aos que lhes for pregado! O
Evangelho é dado não só para ser conhecido e crido, senão para ser obedecido. Nosso que um
sistema de noções, senão uma regra de conduta. O começo, o desenvolvimento e o poder da fé vêm
por ouvir, porém somente o ouvir a Palavra, porque a Palavra de Deus fortalecerá a fé.

Versículos 18- 21
Não sabiam os j udeus que os gent ios seriam cham ados? Eles poderiam t ê- lo sabido por Moisés e
I saias. I saias fala claram ent e da graça e do favor de Deus que avança para ser recebido pelos
gentios. Não foi esse nosso caso? Não com eçou Deus com am or, e se nos deu a conhecer quando
nós não pergunt ávam os por Ele? A paciência de Deus para com os pecadores provocadores é
maravilhosa. O t em po da paciência de Deus é cham ado um dia, leve com o um dia e apt o para o
t rabalho e os negócios; m as lim it ado com o o dia, e há um a noit e que lhe dá fim . A paciência de
Deus piora a desobediência do hom em ,e a t orna m ais pecam inosa. Podem os m aravilhar- nos ant e a

178
m isericórdia de Deus, de que sua bondade não sej a vencida pela m aldade do hom em ; podem os
maravilhar- nos ant e a iniqüidade do hom em , de que sua m aldade não sej a vencida pela bondade de
Deus. é quest ão de gozo pensar que Deus enviou a m ensagem de graça a t ant ísim os m ilhões pela
ampla difusão de seu Evangelho.

CAPÍTULO 21
Versículos 1- 10 A rejeição dos judeus não é universal
Versículos 11- 21 Deus passou por alto a incredulidade deles ao fazer aos
gentios participes dos privilégios do Evangelho
Versículos 22- 32 Os gentios são advertidos contra o orgulho e a incredulidade
Versículos 33- 36 Uma solene glorificação da sabedoria, a bondade e a justiça
de Deus

Versículos 1- 10
Houve um rem anescent e escolhido de j udeus crent es que t eve j ust iça e vida pela fé em Jesus
Crist o. Est es foram preservados conform e à eleição de graça. Se ent ão est a eleição era de graça,
não poderia ser por obras, sej am feit as ou previst as. Toda disposição verdadeiram ent e boa em um a
criat ura deve ser efeit o e, port ant o, não pode ser causa , da graça de Deus out orgada a ela. A
salvação de princípio a fim deve ser de graça ou de dívida. Est as coisas se cont radizem ent re si,
tant o que não podem fundir- se. Deus glorifica sua graça m udando os corações e os t em peram ent os
dos rebeldes. Então, como deveriam admirá- lo e louvá- lo!
A nação j udaica est ava com o num profundo sono, sem conhecer seu perigo nem int eressar- se a
esse respeit o; não t êm consciência de necessit ar o Salvador ou de est ar à borda de sua dest ruição
et erna. Tendo predit o pelo Espírit o os sofrim ent os de Crist o infligidos por seu povo, Davi prediz os
t erríveis j uízos de Deus cont ra eles por isso ( Salm o 69) . I st o nos ensina a ent ender out ras orações
de Davi contra seus inimigos; estas são profecias dos juízos de Deus, não expressões de sua própria
ira. As m aldições divinas operam por longo t em po e t em os nossos olhos escurecidos se nos
inclinamos ante a mentalidade mundana.

Versículos 11- 21
O evangelho é a riqueza m aior em t odo lugar onde est ej a. Port ant o, assim com o a j ust a rej eição
dos j udeus incrédulos foi a ocasião para que um a grande m ult idão, t ão im ensa, de gent ios, se
reconciliasse com Deus, e t ivesse paz com Ele, a fut ura recepção dos j udeus na I grej a significará
um a m udança t al que se parecerá com a ressurreição geral dos m ort os em pecado a um a vida de
justiça.
Abraão era a raiz da I grej a. Os j udeus eram ram os dest a árvore at é que, com o nação, rej eit aram
o Messias; depois disso, sua relação com Abraão e Deus foi cort ada. Os gent ios foram enxert ados
nest a árvore em lugar deles, sendo adm it idos na I grej a de Deus. houve m ult idões feit as herdeiros
da fé, da sant idade e da bênção de Abraão. O est ado nat ural de cada um de nós é ser silvest re e
selvagem por nat ureza. A conversão é com o o enxert o dos ram os silvest res na boa oliveira. A
oliveira selvagem se cost um ava enxert ar na frut ífera quando est a com eçava a decair; ent ão não só
levou frut o, senão que fez reviver e florescer a oliveira decadent e. Os gent ios, de pura graça, foram
enxert ados para part ilhar as vant agens. Port ant o, deviam cuidar- se de confiarem em si m esm os e
de t oda classe de orgulho e am bição; não for que t endo som ent e um a fé m ort a e um a profissão de
fé vazia, se volt assem cont ra Deus e abandonassem seus privilégios. Se perm anecem os é
absolutamente pela fé; somos culpáveis e incapazes em nós mesmos e devemos ser humildes, estar
alert a, t em er enganar- nos com o eu, ou serm os vencidos pela t ent ação. Não só t em os de ser
prim eiro j ust ificados pela fé, senão que devem os m ant er- nos at é o fim no est ado j ust ificado
som ent e por fé, ainda que por um a fé que não est á sozinha senão que opera por am or a Deus e ao
homem.

Versículos 22- 32
Os j uízos espirit uais são os m ais dolorosos de t odos os j uízos; dest es fala aqui o apóst olo. A
rest auração dos j udeus, no curso dos acont ecim ent os, é m uit o m enos im provável que o chamado
aos gent ios para serem feit os filhos de Abraão; e ainda que agora out ros possuam est es privilégios,
não im pedirá que sej am adm it idos de novo. por rej eit ar o Evangelho, e por indignar- se pela
pregação aos gent ios, os j udeus se t ornaram em inim igos de Deus; em bora ainda são favorecidos
por am or de seus pais piedosos. Apesar de que na at ualidade são inim igos do evangelho, por seu

179
ódio aos gent ios, quando chegar o t em po de Deus isso j á não exist irá m ais, e o am or de Deus por
seus pais será lembrado.
A graça vossa não procura lim it ar o favor de Deus. Os que encont ram m isericórdia devem
esforçar- se para que por sua m isericórdia out ros t am bém possam alcançar m isericórdia. Não se
t rat a de um a rest auração em que os j udeus t ornam a t er seu sacerdócio, o t em plo e as cerim ônias
novament e; a t udo isso se deu fim ; m as serão levados a crer em Crist o, o Messias verdadeiro, ao
qual crucificaram ; serão levados à igrej a crist ã e se t ornarão um só aprisco com os gent ios,
subm et idos a Crist o, o grande Past or. Os cat iveiros de I srael, sua dispersão, e o fat o de serem
excluídos da igrej a são em blem as dos corret ivos para os crent es que fazem o m au; o cont ínuo
cuidado do Senhor para com seu povo, e a m isericórdia final e bendit a rest auração concebida para
eles, mostra a paciência e o amor de Deus.

Versículos 33- 36
O apóst olo Paulo conhecia os m ist érios do Reino de Deus t ão bem com o nenhum out ro hom em ;
cont udo, se reconhece im pot ent e, desesperando por chegar ao fundo, sent a- se hum ildem ent e na
borda e adora o profundo. Os que mais sabem neste estado imperfeito, sentem mais sua debilidade.
Não é só a profundeza dos conselhos divinos, senão as riquezas, a abundância do que é precioso e
de valor. Os conselhos divinos são com plet os; não só t êm profundidade e alt ura, senão largura e
com prim ent o ( Ef 3.18) , e isso ult rapassa a t odo conhecim ent o. Há vast a dist ância e desproporção
ent re Deus e o hom em , ent re o Criador e a criat ura, que por sem pre nos im pede conhecer seus
cam inhos. Que hom em ensinará a Deus com o governar o m undo? O apóst olo adora a soberania dos
conselhos divinos. Todas as coisas do céu e da terra, especialmente as que se relacionam com nossa
salvação, que correspondem a nossa paz, são t odas dEle pela criação, por m eio dEle pela
providência, para que afinal sej am para Ele. De Deus com o Manancial e Font e de t udo; por m eio de
Cristo, para Deus com o fim . Estas incluem t odas as relações de Deus com suas criat uras; se t odos
som os dEle, e por Ele, t odos serem os dEle e para Ele. Todo o que com eça, que seu fim sej a a glória
de Deus; adorem o- lo especialm ent e quando falam os dos conselhos e ações divinas. Os sant os do
céu nunca discutem; sempre louvam.

CAPÍTULO 12
Versículos 1- 2 Os crentes devem consagrar- se a Deus
Versículos 3- 8 Ser humildes, e usar fielmente seus dons espirituais em seus
respectivos postos
Versículos 9- 16 Exortações a diversos deveres
Versículos 17- 21 E a uma conduta pacífica com todos os homens, com
tolerância e benevolência

Versículos 1- 2
Tendo t erm inado o apóst olo a part e de sua cart a em que argum ent a e prova diversas dout rinas
que são aplicadas prat icam ent e, aqui apresent a deveres im port ant es a part ir dos princípios do
Evangelho. Ele roga aos rom anos, com o irm ãos em Crist o, que pelas m isericórdias de Deus
apresent em seus corpos em sacrifício vivo a Ele. Est e é um poderoso cham ado. Recebem os
diariam ent e do Senhor os frut os de sua m isericórdia. Apresent em o- nos; t odo o que som os, t odo o
que t em os, t odo o que fazem os, porque depois de t udo, que t ant o é em com paração com as
grandes riquezas que recebem os? É aceit ável a Deus: um cult o racional, pelo qual som os capazes e
est am os preparados para dar razão, e o ent endem os. A conversão e a sant ificação são a renovação
da m ent e; m udança, não da subst ância, sena das qualidades da alm a. O progresso na sant ificação,
m orrer m ais e m ais para o pecado, e viver m ais e m ais para a j ust iça, é execut ar est a obra
renovadora, at é que é aperfeiçoada na glória. O grande inim igo dest a renovação é conform ar- se a
est e m undo. Cuidem - se de form ar- se planos para a felicidade, com o se ela est iver nas coisas dest e
m undo, que logo passam . Não caiam nos cost um es dos que andam nas luxúrias da carne, e se
preocupam com as coisas t errenas. A obra do Espírit o Sant o com eça, prim eiram ent e, no
ent endim ent o, e se efet ua na vont ade, nos afet os e na conversação, at é que há um a m udança em
t odo o há a sem elhança de Deus, no conhecim ent o, a j ust iça e a sant idade da verdade. assim , pois,
ser piedoso é apresentar- nos a Deus.

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Versículos 3- 8
O orgulho é um pecado que est á em nós por nat ureza; necessit am os serm os advert idos e
armados em sua contra. Todos os santos constituem um corpo em Cristo que é a Cabeça do corpo, e
o cent ro com um de sua unidade. No corpo espirit ual há alguns que são apt os para um a classe de
obra, e são cham ados a ela; out ros, para out ra classe de obra. Devem os realizar t odo o bem que
pudermos, uns aos out ros, e para proveit o do corpo. Se pensarm os devidam ent e nos poderes que
t emos, e quão longe est am os de aproveit á- los apropriadam ent e, isso nos hum ilharia. Porém , com o
não devem os est ar orgulhosos de nossos t alent os, devem os cuidar- nos, não sej a que sob pret ext o
de hum ildade e abnegação sej am os preguiçosos em ent regar- nos para benefício dos out ros. não
devem os dizer " não sou nada, port ant o, ficarei quiet o e nada farei" ; senão " não sou nada por m i
m esm o e, port ant o, m e darei ao m áxim o no poder da graça de Crist o" . Sej am quais forem nossos
dons ou sit uações, t rat em os de ocupar- nos hum ilde, diligent e, alegrem ent e e com sim plicidade,
sem buscar nosso próprio mérito ou proveito, senão o bem de muitos neste mundo e no vindouro.

Versículos 9- 16
O am or m út uo que os crist ãos se professam deve ser sincero, livre de engano e de adulações
mesquinhas e m ent irosas. Em dependência da graça divina, eles devem det est ar e t er pavor a t odo
mal, e devem amar e deleitar- se em todo o que seja bom e útil. Não só devemos fazer o que é bom;
devem os aferrar- nos ao bem . Todo nosso dever m út uo est á resum ido nest a palavra: am or. I st o
significa o am or dos pais por seus filhos, que é m ais t enro e nat ural que qualquer out ro; é
espont âneo e sem at aduras. Am ar com zelo a Deus e ao hom em pelo evangelho dará diligência ao
cristão sábio em todos seus negócios mundanos para alcançar uma destreza superior.
Deus deve ser servido com o espírit o, sob as influências do Espírit o Sant o. Ele é honrado com
nossa esperança e confiança nEle, especialm ent e quando nos regozij am os nessa esperança. É
servido não só realizando sua obra, senão sent ando- nos t ranqüilos e em silêncio quando nos cham a
a sofrer. A Paixão por am or a Deus é a piedade verdadeira. Os que se regozij am na esperança
provavelm ent e sej am pacient es quando est ão at ribulados. Não devem os ser frios nem cansar- nos
no dever da oração.
Não só deve haver benignidade para os am igos e irm ãos; os crist ãos não devem albergar ira
cont ra os inim igos. Só é am or falso o que rest a nas palavras bonit as quando nossos irm ãos
necessit am provisões reais e nós podem os provê- los. Devem os est ar preparados para receber aos
que fazem o bem: segundo haja ocasião, devemos dar as boas- vindas aos forasteiros.
Abençoem , e não am aldiçoem . Pressupõe a boa vont ade com plet a não abençoar quando oram os
para am aldiçoar em out ros m om ent os, m as bendizê- los sem pre sem am aldiçoá- los em absolut o. O
am or crist ão verdadeiro nos fará part icipar nas penas e alegrias de uns e out ros. Trabalhe o m ais
que possa para concordar nas m ínim as verdades espirit uais; e quando não o consiga, concorde no
afeto. Olhe com santo desprezo a pompa e dignidades mundanas. Não se preocupe com elas, não se
apaixone por elas. Conform e- se com o lugar em que Deus o colocou em sua providência, qualquer
que sej a. Nada é m ais baixo que nós senão o pecado. Nunca encont rarem os em nossos corações a
condescendência para com o próxim o enquant o alberguem os vaidade pessoal; port ant o, est a deve
ser mortificada.

Versículos 17- 21
Desde que os hom ens se fizeram inim igos de Deus, t êm est ado m uit o dispost os a serem inim igos
ent re si. Os que abraçam a religião devem esperar encont rar- se com inim igos em um m undo cuj os
sorrisos rara vez concordam com os de Crist o. não paguem a ninguém m al por m al. Essa é um a
recom pensa brut al, apt a só para anim ais que não t êm consciência de nenhum ser superior, ou de
nenhum a exist ência depois dest a. E não só façam , senão est udem e cuidem - se em fazer o que é
amist oso e elogiável, e que faz que a religião result e recom endável a t odos aqueles com os que
conversem.
Est uda as coisas que t razem a paz; se possível, sem ofender a Deus nem ferir a consciência. Não
se vinguem vocês m esm os. Est a é um a lição difícil para a nat ureza corrupt a; port ant o, se dá o
remédio para isso. Deixem lugar à ira. Quando a paixão do homem está em seu auge, e a torrente é
fort e, deixe- o passar, não sej a que sej a enfurecido m ais ainda cont ra nós. A línea de nosso dever
est á claram ent e m arcada e se nossos inim igos não são derret idos pela benignidade perseverant e,
não devem os buscar a vingança; eles serão consum idos pela fera ira desse Deus ao que pert ence a
vingança.
O últ im o versículo sugere o que é facilm ent e ent endido pelo m undo: que em t oda discórdia e
cont enda são vencidos os que se vingam , e são vencedores os que perdoam . Não se deixe esm agar
pelo m al. Aprenda a derrot ar as m ás int enções em sua cont ra, j á sej a para m udá- las ou para
preservar a paz. O que tem esta regra em seu espírito, é melhor que o poderoso. Pode- se perguntar

181
aos filhos de Deus se para eles não é m ais doce, que t odo bem t erreno, que Deus capacit e por seu
Espírito de modo que seja esse seu sentir e seu agir.

CAPÍTULO 13
Versículos 1- 7 O dever de submeter- se aos governantes
Versículos 8- 10 Êxitos ao amor mútuo
Versículos 11- 14 A temperança e a sobriedade

Versículos 1- 7
A graça do evangelho nos ensina subm issão e silêncio quando o orgulho e a m ent e carnal
soment e vêm m ot ivos para m urm urar e est ar descont ent es. Sej am quem for as pessoas que
exercem aut oridade sobre nós, devem os subm et er- nos e obedecer ao j ust o poder que t êm . No
t ranscurso geral dos assunt os hum anos, os reis não são t error para os súbdit os honest os, t ranqüilos
e bons, senão para os malfeitores. Tal é o poder do pecado e da corrupção que muitos são refreados
de delinqüir som ent e pelo m edo ao cast igo. Você t em o benefício do governo, port ant o, faça o que
possa por conservá- lo, e nada para pert urbá- lo. est a é um a ordem para que os indivíduos se
com port em com t ranqüilidade e paz aonde Deus os t enha colocado ( 1 Tm 2.1- 2) . Os crist ãos não
devem usar t ruques nem fraudes. Todo cont rabando, t ráfico de m ercadorias de cont rabando, a
retenção ou evasão de im post os, const it uem um a rebelião cont ra o m andam ent o expresso de Deus.
Deste modo, se rouba dos vizinhos honestos, que deverão pagar mais, e se fomentam os delitos dos
cont rabandist as e out ros que lhes são associados. Dói que alguns professant es do evangelho
est im ulem t ais cost um es desonest os. Convém que t odos os crist ãos aprendam e prat iques a lição
que aqui se ensina, para que os sant os da t erra sej am sem pre achados com o os t ranqüilos e
pacíficos da terra, não im porta como sejam os outros.

Versículos 8- 10
Os crist ãos devem evit ar os gast os inút eis e t er cuidado de não cont rair dívidas que não possam
pagar. Tam bém devem afast ar- se de t oda especulação avent ureira e dos com prom issos
precipitados, e de t udo o que possa expô- los ao perigo de não dar a cada um o que lhe é devido.
Não devam nada a ninguém . Dêem a cada um o que lhe corresponda. Não gast em em vocês o que
deve ao próxim o. Cont udo, m uit os dos que são m uit o sensíveis aos problem as, pensam pouco
acerca do pecado de endividar- se.
O am or pelo próxim o inclui t odos os deveres da segunda t ábua ( dos m andam ent os) . Os últ im os
cinco m andam ent os se resum em nest a lei real: Am arás a t eu próxim o com o a t i m esm o; com a
mesma sinceridade com que se am a a você, em bora não na m esm a m edida e grau. O que am a a
seu próxim o com o a si m esm o, desej ará o bem - est ar dele. Sobre ist o se edifica a regra de ouro:
fazer com o querem os que nos façam . O am or é um princípio at ivo de obediência de t oda a lei. Não
só evit em os o dano às pessoas, as conexões, a propriedade e o carát er dos hom ens, m as não
façamos nenhuma classe de mal e ninguém, e ocupemo- nos de ser úteis em cada situação da vida.

Versículos 11- 14
Aqui se ensinam quat ro coisas, com o um a list a do t rabalho diário do crist ão. Quando acordar:
agora; despert ar do sono da segurança carnal, a preguiça e a negligência, e despert ar do sono da
m ort e espirit ual. considera o t em po: um t em po ocupado, um t em po perigoso. Além disso, a
salvação est á pert o, na m ão. ocupem o- nos de nosso cam inho e façam os nossa paz, que est am os
mais perto do final de nossa viagem.
Tam bém preparem o- nos. A noit e quase se passou, o dia est á chegando; port ant o, é t em po de
vestir- nos. Observe- se que devem os t irar: a roupa usada durant e a noit e. Elim inem as obras
pecam inosas das t revas. Observe- se que devem os colocar- nos, com o vest ir nossas alm as. Vist am a
arm adura da luz. O crist ão deve reconhecer- se com o nu se não est iver arm ado. As graças do
Espírit o são est a arm adura, para assegurar a alm a cont ra as t ent ações de Sat anás e os at aques do
present e m undo m au. Vist am - se de Crist o: isso o inclui t udo. Vist am - se da j ust iça de Deus para
j ust ificação. Vist am o Espírit o e a graça de Crist o para sant ificação. Devem vest ir o Senhor Jesus
Crist o com o Senhor que os governa, com o Jesus que os salva; e em am bos casos, com o Crist o
ungido e nomeado pelo Pai para a obra de reinar e salvar.
Com o cam inhar. Quando est am os de pé e pront os, não devem os sent ar- nos t ranqüilam ent e,
senão sair fora: andem os. O crist ianism o nos ensina a andar para com prazer a Deus que nos vê
sem pre. Ande honest am ent e, com o de dia, evit ando as obras das t revas. Onde há t um ult os e

182
embriaguez cost um a haver libert inagem e lascívia, discórdia e invej a. Salom ão as aj unt ou a t odas
(Pv 23.29- 35) . At ent e na provisão que fará. Nosso m aior cuidado deve ser por nossas almas: então,
não devem os cuidar nossos corpos? Sim , m as há duas coisas proibidas. Confundir- nos com afã
ansioso e pert urbador, e dar- nos o gost o dos desej os ilícit os. As necessidades nat urais devem ser
supridas, m as deve- se cont rolar e negar- se os m aus apet it es. Nosso dever é pedir carne para
nossas necessidades, se nos ensina a orar pedindo o pão cot idiano, porém pedir carne para nossas
luxúrias é provocar a Deus (Sl 78.18).

CAPÍTULO 14
Versículos 1- 13 Se adverte aos convertidos judeus que não julguem, e aos
crentes gentios que não desprezem uns a outros
Versículos 14- 23 Se exorta aos gentios que se cuidem de ofender quando
usam coisas diferentes

Versículos 1- 13
As diferenças de opinião prevaleciam at é ent re os seguidores im ediat os de Crist o e seus
discípulos. Paulo não t ent ou elim iná- las. O assent im ent o forçoso de qualquer dout rina ou a
conform idade com os rit os ext ernos sem est ar convencido, é hipócrit a e infrut ífero. As t ent at ivas de
produzir a unanim idade absolut a dos crist ãos serão inút eis. Que a com unhão crist ã não sej a
pert urbada por discórdias verbais. Bom será que nos pergunt em os, quando sej am os t ent ados a
desdenhar e inculpar a nossos irm ãos, "Não os t em reconhecido Deus?"; e se Ele o fez, "Me atrevo
eu a desconhecê- los?".
Que o cristão que usa sua liberdade não despreze a seu irmão fraco por ignorante e supersticioso.
Que o crente escrupuloso não busque defeitos em seu irmão, porque Deus o aceitou, sem considerar
as dist inções das carnes. Usurpam os o lugar de Deus quando j ulgam os assim os pensam ent os e
int enções do próxim o, os quais est ão foram de nossa vist a. Muit o parecido era o caso acerca de
guardar os dias. Os que sabiam que t odas est as coisas foram t erm inadas pela vinda de Crist o, não
atentavam para as festividades dos judeus.
Porém , não bast a com que nossas consciências consint am com o que fazem os; é necessário que
sej a cert ificado pela Palavra de Deus. cuide- se de agir cont ra sua consciência quando duvidar.
Som os bons para fazer de nossas opiniões a norm a de verdade, para considerar cert as coisas que
para out ros são duvidosas. Dest e m odo, volt a e m eia os crist ãos se desprezam ou se condenam
mutuam ent e por assunt os duvidosos de pouca im port ância. O reconhecim ent o agradecido de Deus,
Autor e Doador de todas nossas misericórdias, as santifica e as dulcifica.

Versículos 7- 13
Ainda que alguns são fracos e out ros são fort es, t odos devem , não obst ant e, est ar de acordo em
não viver para si m esm os. Ninguém que t enha dado seu nom e a Crist o t em perm issão para ser
egoíst a; isso é cont rário ao crist ianism o verdadeiro. A at ividade de nossas vidas não é com prazer a
nós m esm os, senão com prazer é o que faz a Crist o o t odo em t udo. Em bora os crist ãos sej am de
diferentes forças, capacidades e costumes em questões menores, ainda assim, todos são do Senhor;
t odos olham a Crist o, o servem e buscam ser aprovados por Ele. Ele é o Senhor dos que est ão vivos
e os conduz; e aos que est ão m ort os, os revive e levant a. Os crist ãos não devem j ulgar- se nem
desprezar- se uns a out ros, porque t ant o uns com o out ros devem render cont as daqui a pouco. Um a
consideração do crent e acerca do grande Dia do Juízo, deveria silenciar os j uízos apressados. Que
cada hom em esquadrinhe seu coração e sua vida; aquele que é est rit o para j ulgar- se e humilhar- se,
não é apt o para j ulgar e desprezar a seu irm ão. Devem os cuidar- nos de dizer e fazer coisas que
possam fazer que out ros t ropecem e caiam . O um significa um grau m enor de ofensa, o out ro um
maior, os quais podem ser ocasião de pena ou de culpa para nosso irmão.

Versículos 14- 18
Crist o t rat a bondosam ent e os que t êm a graça verdadeira em bora sej am fracos nela. Crist o
negou- se por nossos irm ãos, ao m orrer por eles, e nós não nos negarem os a eles, ao resguardá- los
de toda indulgência?
Não podem os im pedir que as línguas desenfreadas falem m al, m as não devem os dar- lhes a
ocasião. Devem os, em m uit os casos, negar- nos o que é lícit o, quando nosso afazer possa danificar
nossa boa fam a. Nosso bem cost um a provir de que falem m al de nós, porque usam os as coisas
lícit as de form a egoíst a e nada carit at iva. Assim com o valoram os a reput ação do bem que

183
professam os e prat icam os, busquem os aquilo do qual não possa falar- se m al. Just iça, paz e gozo
são palavras de enorme significado. Enquanto a Deus, nosso grande interesse é apresentar- nos ante
Ele j ust ificados pela m ort e de Crist o, sant ificados pelo Espírit o de sua graça, porque o j ust o Senhor
am a a j ust iça. Enquanto aos nossos irm ãos, é viver em paz, e am or, e caridade com eles: seguindo
a paz com t odos os hom ens. Enquanto a nós m esm os, é o gozo no Espírit o Sant o; esse gozo
espirit ual operado pelo bendit o Espírit o nos corações dos crent es, que respeit o a Deus com o seu Pai
reconciliado, e ao céu com o seu lar esperado. A respeit o de cum prir com nossos deveres para com
Crist o, Ele som ent e pode fazê- los aceit áveis. São m ais agradáveis a Deus os que m ais se
com prazem nEle; e abundam em paz e gozo do Espírit o Sant o. São aprovados pelos hom ens sábios
e bons; e a opinião dos outros não deve ser levada em conta.

Versículos 19- 23
Muit os que desej am a paz e falam dela em voz alt a, não seguem as coisas que fazem a paz.
Mansidão, hum ildade, abnegação e am or, essas são coisas que fazem a paz. Não podem os edificar
um sobre out ro enquant o brigam os e cont endem os. Muit os dest roem a obra de Deus em si m esm os
pela comida e a bebida; nada destrói mais a alma de um homem que bajular e comprazer a carne, e
sat isfazer a luxúria; assim out ros são prej udicados, por um a ofensa volunt ariam ent e com et ida. As
coisas lícit as podem t ornar- se ilícit as se são realizadas ofendendo o irm ão. I st o com preende t odas
as coisas indiferent es pelas quais um irm ão sej a conduzido a pecar, ou a encrencar- se; ou que
fazem que se debilitem suas graças, seus consolos ou suas resoluções. Você tem fé? Ela se refere ao
conhecim ent o e clareza Enquanto a nossa liberdade crist ã. Desfrut a a com odidade que dá, m as não
pert urbes os out ros pelo m al uso dela. Tam pouco podem os agir cont ra um a consciência que est á
com dúvidas. Que excelent es são as bênçãos do Reino de Crist o, que não consist e em rit os e
cerimônias ext ernas, senão de j ust iça, paz e gozo no Espírit o Sant o! Quão preferível é o serviço de
Deus a respeit o de t odos os out ros serviços! Ao servir a Deus não som os cham ados a viver e a
morrer por nós mesmos, senão por Cristo, ao qual pertencemos e ao qual devemos servir.

CAPÍTULO 15
Versículos 1- 7 Instruções sobre como comportar- se com o fraco
Versículos 8- 13 Todos se recebem uns a outros como irmãos
Versículos 14- 21 A escritura e a pregação do apóstolo
Versículos 22- 29 Suas viagens propostas
Versículos 30- 33 Lhes pede orações

Versículos 1- 7
A liberdade crist ã se perm it iu não para o nosso prazer, senão para a glória de Deus e para o bem
do próxim o. Devem os agradar a nosso próxim o pelo bem de sua alm a; não para servir sua m alvada
vontade, nem cont ent á- lo de m aneira pecam inosa; se assim buscarm os agradar os hom ens, não
som o servos de Crist o. t oda a vida de Crist o foi um a vida de negação e de não agradar a si m esm o.
O que m ais se conform a a Crist o é o crist ão m ais avançado. Considerando sua pureza e sant idade
im aculadas, nada poderia ser m ais cont rário a Ele que ser feit o pecado e m aldição por nós, e que
recaíssem sobre Ele as repreensões de Deus: o j ust o pelo inj ust o. Ele levou a culpa do pecado, e a
m aldição dest e; nós som ent e som os cham ados a suport ar um pouco do problem a. Ele levou os
pecados im penit ent es do ím pio; nós som ent e som os cham ados a suport ar as falhas do fraco. E não
deveríam os ser hum ildes, abnegados e dispost os a considerar- nos com o m em bros os uns dos
outros?
As Escrit uras se escreveram para que nós as usem os e nos beneficiem os, t ant o com o para
aqueles aos que se deram primeiramente.
Os mais poderosos nas Escrituras são os mais cultos. O consolo que surge da Palavra de Deus é o
m ais seguro, doce e grandioso para ancorar a esperança. O Espírit o com o Consolador é o penhor de
nossa herança. Est a unanim idade deve est ar de acordo com o preceit o de Crist o, conform e a seu
padrão e exem plo. É dádiva de Deus, e dádiva preciosa é, pela qual devem os buscá- lo
fervorosam ent e. Nosso Mest re divino convida a seus discípulos e os alent a m ost rando- se a eles
m anso e hum ilde de espírit o. A m esm a disposição deve caract erizar a condut a de seus servos,
especialmente a do forte para com o fraco.
O grande fim de t odos nossos at os deve ser que Deus sej a glorificado; nada fom ent a ist o m ais
que o am or e a bondade m út uos dos que professa, a religião. Os que concordam em Crist o, bem
podem concordar entre eles.

184
Versículos 8- 13
Crist o cum priu as profecias e as prom essas relacionadas com os j udeus e os convert idos gent ios
não t êm escusa para desprezá- las. Os gent ios, ao serem colocados na I grej a, são com panheiros de
paciência e tribulação.
Devem louvor a Deus. o cham ado a t odas as nações para que louvem o Senhor indica que eles
terão conhecimento dEle. Nunca buscaremos a Cristo enquanto não confiemos dEle. Todo o plano de
redenção est á adapt ado para que nos reconciliem os uns com out ros, e com nosso bondoso Deus, de
m odo que possam os alcançar a esperança perm anent e da vida et erna por m eio do poder
santificador e consolador do Espírit o Sant o. Nosso próprio poder nunca conseguiria isso; port ant o,
onde est iver est a esperança, e abundar, é o Espírit o bendit o quem deve t er a glória. " Todo gozo e
paz"; toda classe de verdadeiro gozo e paz para tirar as dúvidas e os temores pela obra poderosa do
Espírito Santo.

Versículos 14- 21
O apóst olo est ava convencido de que os crist ãos rom anos est avam cheios com um espírit o bom e
afet uoso, e de conhecim ent o. Tinha- lhes escrit o para lem brá- los de seus deveres e seus perigos,
porque Deus o havia nom eado m inist ro de Crist o para os gent ios. Paulo pregou para eles; m as o
que os convert eu em sacrifícios para Deus foi a sua sant ificação; não a obra de Paulo, senão a obra
do Espírit o Sant o: as coisas ím pias nunca podem ser grat as para o sant o Deus. A conversão das
alm as pert ence a Deus; port ant o, é a m at éria de que se glória Paulo; não das coisas da carne. Mas
apesar de ser um grande pregador, não podia t ornar obedient e nenhum a alm a, além do que o
Espírit o Sant o acom panhava sua t arefa. Procurou principalm ent e o bem dos que est avam nas
trevas. Seja qual for o bem que façamos, é Cristo quem o faz por nós.

Versículos 22- 29
O apóst olo buscava as coisas de Crist o m ais que sua própria vont ade, e não podia deixar sua
obra de plant ar igrej as para ir a Rom a. Concerne a t odos fazer prim eiro o que sej a m ais necessário.
Não devem os levar a m al se nossos am igos preferem um a obra que agrada a Deus ant es que as
visitas e os cumprimentos que podem comprazer- nos a nós.
De t odos os crist ãos se espera j ust am ent e que prom ovam t oda boa obra, especialm ent e a
bendit a obra da conversão das alm as. A sociedade crist ã é um céu na t erra, um a prim ícia de nossa
reunião com Crist o no grande dia, m as é parcial com parada com nossa com unhão com Crist o,
porque somente ela satisfará a alma.
O apóstolo ia a Jerusalém como mensageiro da caridade. Deus ama o doador alegre.
Todo o que acont ece ent re os crist ãos deve ser prova e exem plo da união que t êm em Jesus
Crist o. Os gent ios receberam o Evangelho da salvação pelos j udeus; port ant o, est avam obrigados a
m inistrar- lhes o que era necessário para o corpo. Concernent e ao que se esperava deles fala
expressando dúvidas, apesar de falar confiado acerca do que esperava de Deus. quão delicioso e
vant aj oso é t er o evangelho com a plenit ude de suas bênçãos! Que efeit os m aravilhosos e felizes
produz quando se acompanha com o poder do Espírito!

Versículos 30- 33
Aprendam os a valorizar a oração fervorosa e eficaz do j ust o. Quant o cuidado devem os t er, para
não abandonar nosso int eresse no am or e as orações do povo suplicant e de Deus! Se t iverm os
experimentado o amor do Espírito, não nos escusemos deste ofício de bondade para com o próximo.
Os que prevalecem em oração, devem esforçar- se em oração. Os que pedem as orações de
out ras pessoas, não devem descuidar suas orações. Em bora conhece perfeit am ent e nosso est ado e
nossas necessidades, Crist o quer sabê- lo de nós. Com o devem os buscar a Deus para que refreie a
m á vont ade de nossos inim igos, assim t am bém devem os buscar a Deus para preservar e aum ent ar
a boa vont ade de nossos am igos. Todo nosso gozo depende da vont ade de Deus. Sej am os
fervorosos nas orações com out ros e por out ros, para que, por am or a Crist o, e pelo am or do
Espírito Santo, possam vir grandes bênçãos às almas dos cristãos e aos trabalhos dos ministros.

185
CAPÍTULO 16
Versículos 1- 16 O apóstolo encomenda a Febe a igreja de Roma, e saúda a
vários amigos de lá
Versículos 17- 20 Adverte a igreja contra os que criam divisões
Versículos 21- 24 As saudações cristãs
Versículos 25- 27 A epístola conclui dando glória a Deus

Versículos 1- 16
Paulo encom enda a Febe aos crist ãos de Rom a. Corresponde aos crist ãos aj udar- se uns a out ros
em seus assuntos, especialmente aos forasteiros; não sabemos que ajuda poderemos necessitar nós
m esm os. Paulo pede aj uda para um a que t em sido út il para m uit os; o que nega t am bém será
negado.
Em bora o cuidado de t odas as igrej as est ava com ele a diário, podia lem brar a m uit as pessoas e
enviar saudações a cada uma, com seus caracteres particulares, e expressar interesse por eles.
Para que ninguém se sint a ferido, com o se Paulo se t iver esquecido deles, m anda suas
lembranças ao rest ant e, com o irm ãos e sant os, em bora não os m enciona de nom e. Agrega,
finalmente, uma saudação geral para todos eles em nome das igrejas de Cristo.

Versículos 17- 20
Quão fervorosas, quão afet uosas são est as exort ações! O que se afast a da sã dout rina das
Escrit uras é algo que abre a port a à divisão e às ofensas. Se abandonar a verdade, não durarão
muito a paz e a unidade. Muitos que chamam de Mestre e Senhor a Cristo, distam muito de servi- lo,
porque servem seus int eresses m undanos, sensuais e carnais. Corrom pem a cabeça enganando o
coração; pervert em os j uízos porque se enredam nos afet os. Tem os grande necessidade de cuidar
de nossos corações com t oda diligência. A polít ica com um dos sedut ores é im por- se sobre os que
estão amolecidos por suas convicções. O temperamento dócil é bom quando está bem conduzido, do
cont rário pode ser levado a descam inhar- se. Sej am t ão sábios com o para não ser enganados, m as
tão sim ples como para não enganar.
A bênção de Deus que espera o apóst olo é a vit ória sobre Sat anás. I st o inclui t odos os desígnios
e est rat agem as de Sat anás cont ra as alm as, para cont am iná- las, pert urbá- las e dest ruí- las; t odos
seus int ent os são para obst aculizar- nos a paz do céu aqui, e a possessão do céu no além . Quando
pareça que Satanás prevalece, e que estamos prestes a dar todo por perdido, então intervirá o Deus
da paz por nós. Port ant o, resist am com fé e paciência m ais um pouco. Se a graça de Crist o est á
conosco, quem pode vencer- nos?

Versículos 21- 24
O apóstolo agrega lembranças afetuosas de pessoas que estão com ele, conhecidos pelos cristãos
de Rom a. Grande consolo é ver a sant idade e o serviço de nossos parent es. Não são cham ados
muit os nobres, nem m uit os poderosos, m as alguns o são. É lícit o que os crent es desem penhem
ofícios civis e seria desej ável que t odos os ofícios dos países crist ãos, e da I grej a, fossem
encarregados a cristãos prudentes e firmes.

Versículos 25- 27
O que confirm a as alm as é a clara pregação de j ust iça. Nossa redenção e salvação feit a pelo
Senhor Jesus Crist o, inquest ionavelm ent e é o grande m ist ério da piedade. Cont udo, bendit o sej a
Deus, que t ant o dest e m ist ério sej a claro o suficient e para levar- nos ao céu, se não rej eitarmos
voluntariam ent e um a salvação t ão grande. A vida e a im ort alidade são t iradas à luz pelo evangelho,
e o Sol de Just iça se levant a sobre o m undo. As Escrit uras dos profet as, o que deixaram por escrit o,
não som ent e são claras em si, senão que por elas se dá a conhecer este mistério a todas as nações.
Crist o é a salvação para t odas as nações. O evangelho é revelado, não para conversá- lo nem para
debatê- lo, m as para subm et er- se a ele. a obediência de fé é a obediência dada à palavra da fé, e
que vem pela graça da fé.
Toda a glória que o hom em caído dê a Deus, para ser aceit o por Ele, deve ser por m eio do
Senhor Jesus, porque nEle só podem ser agradáveis para Deus nossas pessoas e nossas obras.
Devem os m encionar est a j ust iça, com o sua som ent e, dAquele que é o Mediador de t odas nossas
orações, porque Ele é e será, por a et ernidade, o Mediador de t odos nossos louvores. Lem brando
que som os cham ados a obediência de fé, e que t odo grau de sabedoria é do único sábio Deus,
devem os render a Ele, por palavra e obra, a glória por m eio de Jesus Crist o, para que assim
permaneça a graça de nosso Senhor Jesus Cristo conosco para sempre.

186
1 CORÍNTIOS

A igrej a de Corint o t inha alguns j udeus, porém m ais gent ios, e o apóst olo t eve de lut ar com a
superstição de uns e a conduta pecaminosa de outros. A paz desta igreja era perturbada pelos falsos
m est res que sabot avam a influência do apóst olo. Result aram dois bandos: um que defendia
zelosam ent e as cerim ônias j udaicas, e out ro que se perm it ia excessos cont rários ao evangelho, aos
quais eram levados, especialm ent e, pela luxúria e os pecados que os rodeavam . Est a epíst ola foi
escrit a para repreender a condut a desordenada da qual t inha sido inform ado o apóst olo, e para
aconselhar acerca de alguns pont os sobre os que os corínt ios solicit aram seu j uízo. De m odo que o
alcance era duplo.
1) Aplicar remédios apropriados às desordens e abusos que prevaleciam entre eles.
2) Dar respost a sat isfat ória a t odos os pont os sobre os quais se desej ava seu conselho. O
discurso é m uit o not ável pela m ansidão crist ã, apesar de t er firm eza, com que escreve o apóst olo, e
por ir desde as verdades gerais diret am ent e a opor- se aos erros e m á condut a dos corínt ios. Expõe
a verdade e a vont ade de Deus acerca de diversas m at érias com grande força argum ent at iva e
animado estilo.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 9 Saudações e agradecimentos
Versículos 10- 16 Exortação ao amor fraternal e repreensão pelas divisões
Versículos 17- 25 A doutrina do Salvador crucificado, que promove a glória de
Deus...
Versículos 26- 31 ...e humilha a criatura ante Ele

Versículos 1- 9
Todos os crist ãos são dedicados e consagrados a Crist o pelo bat ism o, e t êm a obrigação est rit a
de ser sant os, porque na I grej a verdadeira de Deus est ão t odos os sant ificados em Crist o Jesus,
cham ados a ser sant os, e que o invocam com o o Deus m anifest ado em carne, para t odas as
bênçãos da salvação; os quais o reconhecem e obedecem com o Senhor deles, e Senhor de t odo;
não inclui a out ras pessoas. O crist ão se dist ingue do profano e do at eu porque não ousa viver sem
oração; e pode- se distinguir dos judeus e pagãos em que invoca o nome de Cristo.
Note- se com quant a freqüência repet e o apóst olo nest es versículos as palavras " nosso Senhor
Jesus Cristo". Temia não mencioná- lo com bast ant e honra e freqüência. O apóstolo dá sua saudação
pessoal a todos os que invocam a Cristo, desejando de Deus, para eles, a misericórdia que perdoa, a
graça que santifica e a paz que consola, através de Jesus Cristo.
Os pecadores não podem ter paz de Deus, nem nada dEle, senão por meio de Cristo.
Agradeça pela conversão deles à fé de Crist o; essa graça lhes foi dada por Jesus Crist o. eles
t inham sido enriquecidos por Ele com t odos os dons espirit uais. Fala de palavras e conhecim ent o.
Onde Deus t em dado est es dois dons, t em dado grande poder para o serviço. Est es eram dons do
Espírito Santo, pelos quais Deus dava testemunho dos apóstolos;
Os que esperam a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo serão sustentados por Ele até o final; estes
serão sem culpa no dia de Crist o, feit os assim pela rica e livre graça. Que gloriosas são as
esperanças de t al privilégio: est ar resguardados pelo poder de Crist o do poder de nossas corrupções
e das tentações de Satanás!

Versículos 10- 16
Sej am unânim es nas grandes coisas da religião; onde não há unidade de sent im ent o, que exist e
pelo m enos união de afet o. O acordo nas coisas grandes deveria fazer m inguar as divisões sobre as
m enores. Haverá união perfeit a no céu e, quant o m ais nos aproxim em os dela na t erra, m ais pert o
chegaremos da perfeição.
Paulo e Apolo eram am bos fiéis m inist ros de Jesus Crist o, e aj udant es de sua fé e gozo; m as os
que est avam dispost os a serem beligerant es, dividiram - se em dois bandos. Tão suj eit as est ão as
m elhores coisas a corrom per- se, que o Evangelho e suas instituições são feitos motores de discórdia

187
e cont enção. Sat anás sem pre se propôs est im ular a discórdia ent re os crist ãos, com o um de seus
principais engenhos contra o Evangelho.
O apóst olo deixou aos out ros m inist ros o bat ism o, enquant o ele pregava o Evangelho, com o obra
mais útil.

Versículos 17.25
Paulo t inha sido criado no saber j udaico; m as a clara pregação de Jesus crucificado era m ais
poderosa que t oda a orat ória e filosofia do m undo pagão. Est a é a som a e a subst ância do
evangelho. Crist o crucificado é o fundam ent o de t odas nossas esperanças, a font e de t odo nosso
gozo. Nós vivemos por sua morte. A pregação da salvação dos pecadores perdidos pelos sofrimentos
e a m ort e do Filho de Deus, se explicada e aplicada fielm ent e, parece loucura para os que vão pelo
cam inho da dest ruição. O sensual, o cobiçoso, o am bicioso, o orgulhoso, por igual, vêem que o
Evangelho se opõe a suas em presas preferidas. Mas os que recebem o evangelho e são ilum inados
pelo Espírit o de Deus, vêem m ais da sabedoria e o poder de Deus na dout rina de Crist o crucificado,
que em todas suas outras obras.
Deus deixou a um a grande part e da hum anidade livrada a seguir os dit ados da razão j act anciosa
do hom em , e o fat o t em dem onst rado que a sabedoria hum ana é t olice, e incapaz de encont rar ou
ret er o conhecim ent o de Deus com o Criador. Agradou a Deus salvar os crent es pela loucura da
pregação. Pela loucura da pregação, não pelo que j ust am ent e poderia cham ar- se pregação m aluca,
senão que a coisa pregada era loucura para os hom ens sábios segundo o m undo. O Evangelho
sem pre foi, e será, t olice para t odos os que vão pelo cam inho da dest ruição. A m ensagem de Crist o,
ent regada com sim plicidade, t em sido sem pre um a pedra de t oque pela qual os hom ens podem
saber por que cam inho andam . No ent ant o, a desprezada dout rina da salvação pela fé no Salvador
crucificado, Deus em nat ureza hum ana que com pra a I grej a com seu sangue, para salvar m ult idões,
a t odos os que crêem , da ignorância, o engano e o vício, t em sido abençoada em t oda época. Os
inst rum ent os m ais fracos que Deus usa são m ais fort es em seus efeit os que os hom ens m ais fort es.
Não se trate de que exista tolice ou fraqueza em Deus, senão que o que os homens consideram tais,
superam toda sua admirada sabedoria e poder.

Versículos 26- 31
Deus não escolheu filósofos, oradores, estadistas nem homens ricos, poderosos e interessados no
mundo para publicar o evangelho de graça e paz. Julga melhor quais homens e que medidas servem
aos propósitos de sua glória.
Em bora não sej am m uit os os nobres at ualm ent e cham ados pela graça divina, houve alguns deles
em toda época, que não se envergonharam do Evangelho de Cristo; porque as pessoas de todo nível
necessit am da graça que perdoa. Freqüent em ent e, o crist ão hum ilde, apesar de ser pobre segundo
o m undo, t em m ais conhecim ent o verdadeiro do evangelho que os que t em feit o do est udo da let ra
da Escrit ura o obj et o de suas vidas, m as que as est udam com o t est em unhas de hom ens m ais que
com o a Palavra de Deus. at é as crianças pequenas logram t al conhecim ent o da verdade divina com o
para silenciar os infiéis. A razão é que Deus os ensina; a intenção é que nenhuma carne se glorie em
sua presença. Essa dist inção, a única na qual poderiam gloriar- se, não é deles m esm os. Foi pela
opção soberana e a graça regeneradora de Deus que eles est avam em Jesus Crist o por fé. Ele nos é
feit o por Deus sabedoria, j ust iça, sant ificação e redenção: t odo o que necessit am os ou podem os
desej ar. Nos é feit o sabedoria para que por sua plenit ude e seu Espírit o, e de sua plenit ude e
tesouros de sabedoria e conhecim ent o, possam os receber t udo o que nossa fará sábios para
salvação, e apt os para t odo serviço ao que sej am os cham ados. Som os culpáveis, dest inados ao
j ust o cast igo; cont udo, é feit o j ust iça, nossa grande expiação e sacrifício. Som os depravados e
corrupt os; Ele é feit o sant ificação, a fonte de nossa vida espiritual: dEle, a Cabeça, é entregue a seu
corpo por seu Espírit o Sant o. Est am os escravizados, e nos é feit o redenção, nosso Salvador e
Libert ador. Onde Crist o sej a feit o j ust iça para um a alm a, t am bém é feit o sant ificação, para que,
afinal, sej a feit o redenção com plet a; possa liberar a alm a do ser de pecado, e livrar o corpo das
corrent es do sepulcro. I st o é para que t oda carne, conform e com a profecia de Jerem ias ( 9.23) ,
possa gloriar- se no favor especial, na graça absolut am ent e suficient e, e a preciosa salvação de
Jeová.

188
CAPÍTULO 2
Versículos 1- 5 A maneira simples em que o apóstolo prega a Cristo
crucificado
Versículos 6- 9 A sabedoria contida nesta doutrina
Versículos 10- 16 Não pode conhecer- se devidamente senão pelo Espírito
Santo

Versículos 1- 5
Em sua Pessoa, ofícios e sofrim ent os, Crist o é a sum a e a subst ância do Evangelho, e deve ser o
grande t em a da pregação de um m inist ro do evangelho, m as não t ant o com o para deixar de lado
outras partes da verdade e da vontade revelada de Deus. Paulo pregava todo o conselho de Deus.
Poucos sabem o t em or e o t rem or dos m inist ros fiéis por seu profundo sent ido de sua própria
fraqueza. Eles sabem quão insuficient es são, e t em em por si m esm os. Quando nada senão Crist o
crucificado é pregado com claridade, o êxit o deve ser int eiram ent e do poder divino que acom panha
à palavra, e assim, os homens são levados a crerem, e à salvação de suas almas.

Versículos 6- 9
Os que recebem a dout rina de Crist o com o divina, e t endo sido ilum inados pelo Espírit o Sant o,
t êm olhado bem nela, não som ent e vêem a clara hist ória de Crist o, e a est e crucificado, senão os
profundos e adm iráveis desígnios da sabedoria divina. É o m ist ério feit o m anifest o aos sant os ( Cl
1.26) , em bora ant eriorm ent e escondido do m undo pagão; som ent e lhes foi m ost rado em t ipos
escuros e profecias distantes, mas agora é revelado e dado a conhecer pelo Espírito de Deus.
Jesus Crist o é o Senhor da glória, t ít ulo dem asiado grande para t oda criat ura. Há m uit as coisas
que a gent e não faria se conhecesse a sabedoria de Deus na grande obra da redenção. Há coisas
que Deus t em preparado para os que o am am , e o esperam , coisas que os sent idos não podem
descobrir, que nenhum ensinam ent o pode t ransm it ir aos nossos ouvidos, nem podem ainda ent rar a
nossos corações. Devemos tomá- las como estão nas Escrituras, como quis Deus revelá- las a nós.

Versículos 19- 16
Deus nos t em revelado sabedoria verdadeira por seu Espírit o. Est a é um a prova da aut oridade
divina das Sagradas Escrit uras ( 2 Pe 1.21) . vej a- se com o prova da divindade do Espírit o Sant o, que
conhece t odas as coisas e esquadrinha t odas as coisas, ainda as coisas profundas de Deus. ninguém
pode saber as coisas de Deus, senão seu Espírit o Sant o, que é um com o Pai e o Filho, e que dá a
conhecer os m ist érios divinos a sua I grej a. Est e é um t est em unho m uit o claro da verdadeira
divindade e da personalidade do Espírito Santo.
Os apóst olos não foram guiados por princípios m undanos. Receberam do Espírit o de Deus a
revelação dest as coisas, e do m esm o Espírit o receberam sua im pressão salvadora. Est as coisas são
as que declararam com um a linguagem clara e sim ples, ensinada pelo Espírit o Sant o, t ot alm ent e
diferent e da afet ada orat ória ou palavras sedut oras da hum ana sabedoria. O hom em nat ural, o
hom em sábio do m undo, não recebe as coisas do Espírit o de Deus. a soberba do razoam ent o carnal
é t ão opost a à espirit ualidade com o a sensualidade m ais baixa. A m ent e sant a discerne as belezas
verdadeiras da sant idade, m as não perde o poder de dist inguir e j ulgar as coisas comuns e naturais.
O hom em carnal é est ranho aos princípios, gozos e at os da vida divina. Som ent e o hom em
espirit ual é um a pessoa a quem Deus dá o conhecim ent o de sua vont ade. Quão pouco t em
conhecido a m ent e de Deus pelo poder nat ural! O Espírit o capacit ou os apóst olos para dar a
conhecer sua m ent e. A m ent e de Crist o e a m ent e de Deus em Crist o nos são dadas a conhecer
plenam ent e nas Sagradas Escrit uras. O grande privilégio dos crist ãos é que t êm a m ent e de Crist o,
revelada a eles por seu Espírit o. Eles experim ent am seu poder sant ificador em seus corações e dão
bom fruto em suas vidas.

189
CAPÍTULO 3
Versículos 1- 4 Os coríntios são repreendidos por suas discussões
Versículos 5- 9 Os servos verdadeiros de Cristo nada podem fazer sem Ele
Versículos 10- 15 É o único fundamento e cada um deve cuidar o que edifica
sobre Ele
Versículos 16- 17 As igrejas de Cristo devem manter- se puras e serem
humildes
Versículos 18- 23 Não devem gloriar- se nos homens porque os ministros e
todas as outras coisas são suas por meio de Cristo

Versículos 1- 4
As verdades m ais claras do Evangelho, Enquanto à devassidão do hom em e à m isericórdia de
Deus, o arrependim ent o para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Crist o, expressadas na
linguagem m ais sim ples, chegam m ais às pessoas que os m ist érios m ais profundos. Os hom ens
podem t er m uit o conhecim ent o dout rinário, m as ser som ent e principiant es na vida de fé e
experiência.
As discussões e as brigas sobre a religião são t rist es provas de carnalidade. A verdadeira religião
faz pacíficos os hom ens, não belicosos. Deve- se lam ent ar que m uit os que deveriam andar com o
crist ãos, vivam e at uem dem asiado com o os out ros hom ens. Muit os professant es e pregadores
tam bém demonstram que são carnais por causa de discórdias vangloriosas, a ansiedade por ent rar
em debate, e a facilidade para desprezar a outros e falar mal deles.

Versículos 5- 9
Os m inist ros pelos quais discut iam os corínt ios eram som ent e inst rum ent os usados por Deus. não
devemos colocar os ministros no lugar de Deus. o que semeia e o que rega são um, empregados por
um Mestre, encarregados da mesma revelação, ocupados em uma obra e dedicados a uma intenção.
Têm seus dons diferent es do só e único Espírit o, para os m esm os propósit os; e devem execut ar de
t odo coração a m esm a int enção. Os que t rabalham m ais duro, se darão m elhor. Os que sej am m ais
fiéis, t erão a recom pensa m aior. Obram com Deus, para prom over os propósit os de Sua glória, e a
salvação de alm as preciosas, e Aquele que conhece sua obra se ocupará de que não labut em em
vão. São empregados em seu vinhedo e em sua casa, e Ele se ocupará cuidadosamente deles.

Versículos 10- 15
O apóst olo era um perit o const rut or, m as a graça de Deus o fez assim . O orgulho espirit ual é
abom inável; é usar os m aiores favores de Deus para alim ent ar nossa vaidade, e fazer ídolos de nós
m esm os. Todavia, que t odo hom em se cuide: pode haver m á edificação sobre um fundam ent o bom .
Nada deve ser colocado acim a, senão o que o fundam ent o suport ar, e que sej a um a peça com ele.
não nos at revam os a unir um a vida m eram ent e hum ana ou carnal com a fé divina, a corrupção do
pecado com a confissão do crist ianism o. Crist o é a Rocha dos t em pos, firm e, et erno e im ut ável;
capaz de suport ar, de t odas form as, t odo o peso que Deus m esm o ou o pecador podem depositar
acim a dEle; t am pouco há salvação em nenhum out ro. Tire a dout rina de Sua expiação e não há
fundamento para nossas esperanças.
Há duas classes dos que se apóiam nest e fundam ent o. Alguns não se aferram a nada senão à
verdade com o é em Jesus, e não pregam out ra coisa. Out ros edificam sobre o bom fundam ent o o
que não passará o exam e quando chegar o dia da prova. Podem os errar com nós m esm os e com os
out ros, t odavia, vem o dia em que se m ost rarão nossas ações sob a luz verdadeira, sem
encobrim ent os nem disfarces. Os que difundam a religião verdadeira e pura em t odas suas faces e
cuj a obra perm aneça no grande dia, receberão recom pensa, quant o m aior! Quant o m ais excederão
às suas deserções! Há out ros cuj as corrupt as opiniões e dout rinas e vás invenções e prát icas no
cult o a Deus serão reveladas, rej eit adas e abandonadas naquele dia. I st o claram ent e se diz de um
fogo figurado, não de um real, porque que fogo real pode consum ir rit os ou dout rinas religiosas? É
para provar as obras de cada hom em , os de Paulo e os de Apolo, e as de out rem . Considerem os a
tendência de nossas em presas, com parem o- las com a Palavra de Deus e j ulguem os nós m esm os
para que não sejamos julgados pelo Senhor.

Versículos 16- 17
De out ras part es da epíst ola surge que os falsos m est res dos corínt ios ensinavam dout rinas
ím pias. Tal ensinam ent o t endia a corrom per, a cont am inar e a dest ruir o edifício que deve m ant er-
se puro e santo para Deus. os que difundem princípios relaxados, que fazem ímpia a Igreja de Deus,

190
se acarret am a dest ruição a si m esm os. Crist o habit a por seu Espírit o em t odos os crent es
verdadeiros. Os crist ãos são sant os por profissão de fé e devem ser puros e lim pos de coração e de
conversação. Engana- se o que se considera t em plo do Espírit o Sant o, m as não se preocupa pela
santidade pessoal ou a paz e a pureza da Igreja.

Versículos 18- 23
Ter um a opinião elevada de nossa própria sabedoria não é senão baj ular- nos, e a baj ulação de
nós m esm os é o passo que se segue ao de enganar a si m esm o. a sabedoria que est im am os
hom ens m undanos é t olice para Deus. com quant a j ust iça Ele despreza e com quant a facilidade
pode Ele confundi- lo e im pedir seu progresso! Os pensam ent os dos hom ens m ais sábios do m undo
t êm vaidade, fraqueza e loucura neles. Tudo isso deve ensinar- nos a ser hum ildes e colocar- nos a
disposição para serm os ensinados por Deus, com o para que as pret ensões da sabedoria e perícia
humanas não nos descam inhem das claras verdades reveladas por Crist o. a hum anidade é m uit o
boa para opor- se ao desígnio das misericórdias de Deus.
Observem- se as riquezas espirituais do crente verdadeiro: "Todas são suas", até os ministros e as
ordenanças. Sim , o m undo m esm o é seu. Os sant os t êm t ant o dest e com o a sabedoria infinit a
estim e convenient e para eles, e o t êm com a bênção divina. A vida é t ua, para que tenham tempo e
oportunidade de preparar- te para a vida do céu; e a morte é tua para que possas possuí- lo. é o bom
m ensageiro quem t e t ira do pecado e da dor e t e guia à casa de t eu Pai. As coisas present es são
t uas para sust ent ar- t e no cam inho; as coisas vindouras são t uas para deleit ar- t e para sem pre no
final de t ua viagem . Se pert encerm os a Crist o, e form os leais a Ele, t odo de bom nos pert ence e é
seguro para nós. Os crent es são os súbdit os de seu reino. Ele é o nosso Senhor, devem os
reconhecer seu dom ínio e subm et er- nos alegrem ent e a seu m andado. Deus em Crist o, reconciliando
consigo m esm os o m undo pecador, e derram ando as riquezas de sua graça sobre um m undo
reconciliado, é a soma e a substância do Evangelho.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 6 O caráter verdadeiro dos ministros do evangelho
Versículos 7- 13 Precauções contra desprezar o apóstolo
Versículos 14- 21 Reclama a consideração deles como seu pai espiritual em
Cristo, e mostra sua propiciação por eles

Versículos 1- 6
Os apóst olos som ent e eram servos de Crist o, m as não deviam ser m enosprezados. Tinham sido
encarregados de um a grande m issão, e por essa razão, t inham um ofício honroso. Paulo t inha um a
j ust a preocupação por sua reput ação, m as sabia que aquele que apont o principalm ent e a com prazer
aos hom ens não result ará ser um servo fiel de Crist o. É um consolo que os hom ens não sej am
nossos j uízes definit ivos. Não é fazer um bom j uízo de nós m esm os, nem j ust ificar- nos o que
finalm ent e nos dará seguridade e felicidade. Nosso próprio j uízo sobre nossa fidelidade não é m ais
confiável que nossas próprias obras para nossa justificação.
Vem o dia em que os pecados secret os dos hom ens serão t irados à luz do dia, e os secret os de
seus corações ficarão ao descobert o. Ent ão, t odo crent e caluniado será j ust ificado, e t odo servo fiel
será aprovado e recom pensado. A Palavra de Deus é a m elhor regra pela qual j ulgar aos hom ens.
não devem os envaidecer- nos uns cont ra out ros se lem bram os que t odos som os inst rum ent os
utilizados por Deus e dotados por Ele com talentos variados.

Versículos 7- 13
Não t em os razão para serm os orgulhosos; t odo o que t em os ou som os ou fazem os, e que sej a
bom , deve- se à graça rica e livre de Deus. Um pecador arrebat ado da dest ruição pela só graça
soberana, deve ser m uit o absurdo e incoerent e se orgulhar das dádivas livres de Deus. são Paulo
explica suas próprias circunst âncias ( versículo 9) . Alude- se aos espet áculos cruéis dos j ogos
rom anos, onde se forçava aos hom ens a cort ar- se em pedaços uns a out ros, para divert irem à
gent e; e onde o triunfador não escapava vivo, apesar de t er de dest ruir seu adversário, porque era
conservado soment e para m ais um com bat e, e at é ser m ort o. Pensar que há m uit os olhos colocados
sobre os crent es, quando lut am com dificuldades ou t ent ações, deve estimular o valor e a paciência.
" Som os fracos, porém som os fort es" . Todos os crist ãos não são expost os por igual. Alguns sofrem
tribulações maiores que outros.

191
O apóst olo com eça a det alhar seus sofrim ent os. E quão gloriosas são a caridade e a devoção que
o fazem at ravessar por t odas essas aflições! Sofreram em suas pessoas e caract eres com o os piores
e m ais vis dos hom ens, com o a im undícia m esm a do m undo, que devir ser varrida; sim , com o o lixo
de t odas as coisas, a escoria de t odas as coisas. Todo aquele que desej e ser fiel a Jesus Crist o deve
preparar- se para a pobreza e o desprezo. Sej a o que for o que sofram os discípulos de Crist o de
part e dos hom ens, devem seguir o exem plo e cum prir os preceit os e a vont ade de seu Senhor.
Devem est ar cont ent es com Ele e por Ele, por serem subm et idos a desprezos e abusos. Muit o
m elhor é ser rej eit ado, desprezado e suport ar agressões, com o foi Paulo, que t er a boa opinião e o
favor do m undo. Em bora sej am os elim inados do m undo por vis, ainda assim som os preciosos para
Deus, reunidos por sua própria mão e colocados em seu trono.

Versículos 14- 21
Ao repreender o pecado devem os dist inguir ent re os pecadores e seus pecados. As repreensões
que se fazem com bondade e afet o, podem reform ar. Em bora o apóst olo falava com aut oridade de
pai, preferia rogar- lhes com am or. Assim com o os m inist ros devem dar o exem plo, os out ros devem
segui- lo enquanto seguem a Cristo em fé e prática. Os cristãos podem errar e diferir em seus pontos
de vista, porém Cristo e a verdade cristã são os mesmos ontem, hoje e para sempre.
Onde quer que o evangelho sej a eficaz, não som ent e vai de palavra, senão t am bém com poder,
pelo Espírit o Sant o, revivendo pecadores m ort os, liberando parábolas da escravidão do pecado e de
Satanás, renovando- os por dent ro e por fora, e consolando, fortalecendo e confirmando os santos, o
que não pode fazer- se com palavras persuasivas de hom ens, senão pelo poder de Deus. e é um a
condição feliz que um espírit o de am or e m ansidão leva a vara, porém m ant endo um a j ust a
autoridade.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 8 O apóstolo culpa os coríntios de cumplicidade com uma
pessoa incestuosa...
Versículos 9- 13 ... e dá ordens Enquanto a conduta para com os culpáveis
de delitos escandalosos

Versículos 1- 8
O apóst olo not a um abuso flagrant e, ant e o qual os corínt ios olhavam para out ro lado. O espírit o
fest ivo e a falsa noção da liberdade crist ã parecem t er salvado o feit or da censura. Sem dúvida é
penoso que às vezes os que professam o evangelho com et am delit os dos quais se envergonhariam
at é os pagãos. O orgulho espirit ual e as falsas dout rinas t endem a produzir e dissem inar t ais
escândalos. Quão t em íveis são os efeit os do pecado! O diabo reina onde Crist o não reina. O hom em
está no reino e sob o poder de Satanás quando não está em Cristo.
O m al exem plo de um hom em influent e é m uit o danoso: espalha- se por t odas part es. Os
princípios e exem plos corrupt os danificam t oda a igrej a se não são corrigidos. Os crent es devem t er
novos corações e levar vidas novas. A conversação corriqueira deles e duas obras religiosas devem
ser sant as. Tão longe est á o sacrifício de Crist o nossa Páscoa, por nós, de fazer desnecessária a
santidade pessoal e a pública, que dá poderosas razões e m ot ivos para ela. Sem sant idade não
podemos viver pela fé nEle, nem unir- nos a suas ordenanças com consolo e proveito.

Versículos 9- 13
Os crist ãos devem evit ar a fam iliaridade com os que desprest igiam o nom e crist ão. Os t ais são
com panhia apt a para seus irm ãos de pecado, e nessa com panhia devem ser deixados, cada vez que
sej a possível fazê- lo. Ai, quão lam ent ável é que haj a t ant os cham ados crist ãos cuj a conversação é
mais perigosa que a dos pagãos!

192
CAPÍTULO 6
Versículos 1- 8 Advertências contra acudir à lei dos tribunais pagãos
Versículos 9- 11 Pecados que excluem do Reino de Deus se alguém vive e
morre neles
Versículos 12- 20 Nossos corpos, membros de Cristo e templos do Espírito
Santo, não devem contaminados

Versículos 1- 8
Os crist ãos não devem cont ender uns cont ra os out ros, porque são irm ãos. I sso evit aria m uit os
juízos legais, e t erm inaria com m uit as brigas e disputas, se fosse at endido devidam ent e. Nos
assunt os que nos prej udicam m uit o a nós ou a nossa fam ília, poderíam os recorrer aos m édios legais
para fazer j ust iça, m as os crist ãos devem t er um a at it ude perdoadora. Julguem vocês os assunt os
em disput a ant es de brigar por eles. São ninharias e podem aj eit ar- se facilm ent e se um vencer
prim eiro seu próprio espírit o. Suport em e t olerem os hom ens m ais sim ples que vocês para que
possam t erm inar com as disput as. Dá vergonha que ent re os crist ãos, brigas de pouca im port ância
cresçam de m odo t al que os irm ãos não posam resolvê- las. A paz m ent al do hom em e a
t ranqüilidade de seu próxim o valem m ais que a vit ória. Os j uízos legais não podem t er cabida ent re
irmãos a menos que existam faltas neles.

Versículos 9- 11
Os corínt ios são advert idos de m uit os m ales grandes, dos quais t inham sido culpáveis
anteriorm ent e. Há m uit a força nest as pergunt as quando consideram os que se dirigem a um povo
envaidecido com a ilusão de ser superior aos out ros em sabedoria e conhecim ent o. Toda inj ust iça é
pecado; todo pecado reinante, sim, todo pecado atual, cometido com intenção, e do qual não se tem
arrependido, exclui o Reino dos Céus. Não se enganem . Os hom ens se inclinam m uit o a baj ular a si
mesmos com o fato de que podem viver em pecado, e ainda assim morrer em Cristo e ir para o céu.
Contudo, não podemos esperar que semeando a carne colheremos vida eterna.
São lem brados da m udança efet uada neles pelo Evangelho e a graça de Deus. o sangue de Crist o
e o lavam ent o da regeneração podem t irar t oda culpa. Nossa j ust ificação se deve aos sofrim ent os e
os m érit os de Crist o; nossa sant ificação, à obra do Espírit o Sant o, m as am bas vão j unt as. Todos os
que são feitos justos aos olhos de Deus, são feitos santos pela graça de Deus.

Versículos 12- 20
Alguns dos corínt ios parecem t er est ado prest es para dizer: " Todas as coisas m e são lícit as" .
Paulo se opõe a est e perigoso engano. Há um a liberdade com que Crist o nos t em feit o livres, na
qual devem os afirm ar- nos, m as com t oda cert eza, o crist ão não deve colocar- se nunca em baixo do
poder de um apetite carnal qualquer. O corpo é para o Senhor; deve ser instrumento de justiça para
santidade, port ant o, nosso deve ser inst rum ent o de pecado. honra para o corpo é que Jesus Crist o
tenha sido levant ado dent re os m ort os; e será honra para nossos corpos que sej am ressuscit ados. A
esperança da ressurreição em glória deve guardar os crist ãos de desonrar seus corpos com luxúrias
carnais.
Se a alm a se unir a Crist o pela fé, t odo o hom em é feit o m em bro de seu corpo espirit ual. out ros
vícios podem derrot ar- se com luta; porém cont ra o que aqui som os advert idos, som ent e é com a
fuga. Enorm es m ult idões são cort adas por est es vícios em suas form as e conseqüências variadas.
Seus efeitos não somente caem diretamente sobre o corpo, senão com freqüência na mente. Nossos
corpos foram rem idos da m erecida condenação e da m ísera escravidão pelo sacrifício expiat ório de
Cristo. devem os ser lim pos, com o vasos dignos para o uso de nosso Mest re. Est ando unidos a Cristo
com o um só espírit o, e com prados a preço de indizível valor, o crent e deve considerar- se com o
t ot alm ent e do Senhor, pelos laços m ais fort es. Que glorificar a Deus sej a nossa at ividade at é o
último dia e hora de nossa vida, com nossos corpos e com nossos espíritos, que são dEle.

193
CAPÍTULO 7
Versículos 1- 9 O apóstolo responde várias perguntas sobre o matrimônio
Versículos 10- 16 Os cristãos casados não devem tratar de separar- se de seu
cônjuge inconverso
Versículos 17- 24 As pessoas, em qualquer estado permanente, devem
permanecer nesse estado
Versículos 25- 35 Era muito desejável, devido aos dias perigosos, que a gente
se desligasse deste mundo
Versículos 36- 40 Deve- se empregar grande prudência no matrimônio; deve
ser unicamente no Senhor

Versículos 1- 9
O apóst olo diz aos corínt ios que é bom que os crist ãos perm aneçam solt eiros, nessas
circunstâncias. No ent ant o, diz que o m at rim ônio e as consolações desse est ado t êm sido
est abelecidas pela sabedoria divina. Mesm o que ninguém pode t ransgredir a lei de Deus, ainda essa
regra perfeit a deixa aos hom ens em liberdade de servi- Lo na form a m ais apropriada a seus poderes
e circunstâncias, das quais os outros não costumam ser bons juízes.

Versículos 10- 16
Marido e m ulher não devem separar- se por nenhum a out ra causa que a perm it ida por Crist o.
naquela época o divórcio era m uit o com um ent re j udeus e gent ios, com pret ext os m uit o levianos. O
m at rim ônio é um a inst it uição divina e um com prom isso de por vida por desígnio de Deus. est am os
obrigados, no que nos diz respeit o, a viver em paz com t odos os hom ens ( Rm 12.18) e, port ant o, a
prom over a paz e o consolo de nossos parent es m ais próxim os, em bora sej am incrédulos. Deve ser
t arefa e preocupação dos casados dar- se um ao out ro a m aior com odidade e felicidade. Deve o
crist ão abandonar seu cônj uge quando há oport unidade de dar a m aior prova de am or? Fica e
t rabalha de t odo coração pela conversão de t eu parceiro. O Senhor nos tem chamado à paz em todo
est ado e relação; e t odo deve ser feit o para fom entar a harmonia Enquanto a verdade e a santidade
o permitam.

Versículos 17- 24
As regras do crist ianism o alcançam t oda condição; o hom em pode viver em t odo est ado fazendo
que esse est ado t enha prest ígio. Dever de t odo crist ão é cont ent ar- se com sua sort e, e conduzir- se
em sua cat egoria e lugar com o corresponde ao crist ão. Nosso consolo e felicidade dependem do que
som os para Crist o, não do que som os no m undo. Nenhum hom em deve pensar em fazer de sua fé
ou religião um argumento para transgredir obrigações civis ou naturais. Deve ficar contente e calado
na condição em que tem sido colocado pela providência divina.

Versículos 25- 35
Considerando a angústia desses tempos, o permanecer solteiro era o melhor. Contudo, o apóstolo
não condena o m at rim ônio. Quant o se opõem ao apóst olo Paulo os que proíbem a m uit os de casar-
se e os enredam com votos para permanecerem solteiros, sejam que devam ou não fazê- lo assim!
Exort a a t odos os crist ãos à sant a indiferença a respeit o do m undo. Enquanto às relações: não
devem colocar deus corações nos benefícios de seu estado. Enquanto às aflições: não devem cair na
t rist eza segundo o m undo porque seu coração pode est ar gozoso apesar de est ar em aflição.
Enquanto aos prazeres do m undo: aqui não est á seu repouso. Em AT à ocupação m undana: os que
prosperam no com ércio e aum ent am sua riqueza, devem t er suas possessões com o se não as
tivessem. Enquanto a t odas as preocupações m undanas: devem m ant er o m undo fora de seus
corações para que não abusem dest e quando o t enham em suas m ãos. Todas as coisas mundanas
são puro espet áculo: nada sólido. Todo part irá rapidam ent e. A sabia preocupação pelos int eresses
do m undo é um dever, porém , andar com plet am ent e preocupados, est ar ansiosos at é a confusão, é
pecado.
Com est a m áxim a o apóst olo resolve o caso de se é ou não aconselhável casar- se. O m elhor
est ado na vida para o hom em é aquele que é m elhor para sua alm a, e que o m ant enha m ais a
resguardo dos afãs e arm adilhas do m undo. Reflit am os acerca das vant agens e as arapucas de
nosso próprio est ado na vida para que possam os m elhorar um as e escapar, dent ro do possível, de
t odo dano de part e das out ras. Sej am quais forem as preocupações que nos pressionem , deixem os
tem po sempre para as coisas do Senhor.

194
Versículos 36- 40
Pensa- se que o apóstolo aconselha aqui acerca da entrega das filhas ao matrimônio. O significado
geral dest e pont o de vist a é claro. Os filhos devem procurar e seguir as inst ruções de seus pais
acerca do m at rim ônio. Os pais devem consult ar os desej os de seus filhos, sem pensar que t êm o
poder de fazer com eles e mandá- los como lhes apraz, porém sem razão.
Todo t erm ina com conselho para as viúvas. Os segundos m at rim ônios não são ilícit os, sem pre
que se leve em cont a o casar- se no Senhor. Ao escolher relações e m udança de est ados, sem pre
devemos guiar- nos pelo t em or de Deus e as leis de Deus, agindo com dependência da providência
de Deus. a m udança de est ado som ent e deve fazer- se depois de cuidadosa consideração, e sobre a
base provável de que será de proveito para nossas preocupações espirituais.

CAPÍTULO 8
Versículos 1- 6 O perigo de desprezar muito o conhecimento
Versículos 7- 13 O ruim de ofender os irmãos fracos

Versículos 1- 6
Não há prova de ignorância mais comum que o orgulho de ser sábio. Muito pode saber- se, apesar
de que nada se saiba com bom propósit o. Os que pensam que sabem t udo, e ficam vaidosos por
isso, são os que m enos provavelm ent e façam bom uso de seu saber. Sat anás corrom pe alguns
tentando- os a orgulhar- se de poderes m ent ais, enquant o a out ros os seduz com a sensualidade. O
conhecim ent o que inflam a a seu possuidor e o t orna confiado é t ão perigoso com o o orgulho da
j ust iça própria, ainda que o que se saiba possa ser corret o. Sem afet o sant o, t odo conhecim ent o
honra de nada vale.
Os pagãos t inham deuses de alt o e baixo nível; m uit os deuses, m uit os senhores; assim os
cham avam , m as nenhum era de verdade. Os crist ãos sabem disso. Um Deus fiz t udo o t em poder
sobre tudo. O único Deus, o Pai, significa a Deidade como o único objeto de toda adoração religiosa;
e o Senhor Jesus Crist o denot a a pessoa de Em anuel, Deus m anifest ado em carne, Um com o Pai e
por m eio do qual o Pai nos m anda t odas as bênçãos pelo poder e a obra do Espírit o Sant o. Ao
recusar t oda adoração aos m uit os que são cham ados deuses e senhores, e aos sant os e anj os,
provemos se realmente vamos a Deus pela fé em Cristo.

Versículos 7- 13
Com er um a classe de alim ent os e abst er- se de out ros não t em nada em si com o m érit o de um a
pessoa perant e Deus, m as o apóst olo advert e do perigo de colocar um a pedra de t ropeço no
conhecim ent o do fraco; não sej a que se at revam a com er do oferecido a ídolos, não com o com ida
com um , senão com o sacrifício e, port ant o, se façam culpáveis de idolat ria. Quem t em o Espírit o de
Cristo em si, amará aos que Cristo amou tanto que morreu por eles. O dano feito aos cristãos é feito
a Crist o; m as por acim a de t udo, os faz sent ir- se culpáveis; ferir suas consciências é feri- lo a Ele.
devem os t er m uit o cuidado de fazer algo que possa produzir t ropeço a out ras pessoas, em bora isso
sej a em si inocent e. Se não devem os pôr em perigo as alm as alheias, quant o m ais deverem os
abster- nos de não dest ruir a própria! Que os crist ãos se cuidem de aproxim ar- se ao abism o do m al,
ou a sua aparência, apesar de que m uit os façam ist o em assunt os públicos, pelo qual t alvez se
defendam . Os hom ens não podem pecar cont ra seus irm ãos sem ofender a Crist o e pôr em perigo
suas próprias almas.

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 14 O apóstolo mostra sua autoridade e afirma seu direito a ser
sustentado
Versículos 15- 23 Despreza esta parte de sua liberdade cristã pelo bem dos
outros
Versículos 24- 27 Fez tudo com cuidado e diligência, em vista da coroa
incorruptível

195
Versículos 1- 14
Não é nada proveit oso que se responda a um m inist ro em form a pouco am ável em t roca de sua
boa vont ade para com a gent e, e por realizar um serviço diligent e e bem - sucedido ent re eles. Tinha
direit o a casar- se com o os out ros apóst olos, e a reclam ar das igrej as o que for necessário para sua
esposa e filhos se os t ivesse, sem t er de t rabalhar com suas próprias m ãos para obt ê- los. Aos que
procuram fazer o bem a nossas alm as, devem os provê- los de sua alim ent ação. Porém , renunciou a
seu direit o para não im pedir seu êxit o pelo fat o de reclam á- lo. dever da gent e é m ant er a seu
minist ro. Podem declinar de seu direit o, com o fez Paulo, porém t ransgridem um preceit o de Crist o
os que negam ou retêm o devido sustento.

Versículos 15- 23
Glória do m inist ro é negar- se a si m esm o para servir a Crist o e salvar alm as. Mas quando o
m inist ro renúncia a seu direit o por am or do evangelho, faz m ais do que dem andam seu ofício e seu
cargo. Ao pregar grat uit am ent e o evangelho, o apóst olo dem onst ra que sua ação est á baseada em
princípios de zelo e amor, e deste modo desfruta de muito consolo e esperança em sua alma.
Apesar de que considerava a lei cerim onial com o j ugo elim inado por Crist o, se subm et ia a ela de
t odos m odos para t rabalhar ent re os j udeus, elim inar seus prej uízos, lograr que eles ouvissem o
evangelho e ganhá- los para Crist o. em bora não t ransgredia as leis de Crist o por com prazer ao
hom em , cont udo, ele se acom odava a t odos os hom ens, na m edida em que pudesse fazê- lo
licitament e, para ganhar a alguns. Fazer o bem era a preocupação e at ividade de sua vida, e para
alcançar esse obj et ivo não reclam ava seus privilégios. Devem os est ar alert a cont ra os ext rem os, e
não confiar- nos em qualquer coisa, porém confiar som ent e em Crist o. não devem os perm it ir erros
ou faltas que firam os outros ou prejudiquem o evangelho.

Versículos 24- 27
O apóstolo se compara com os corredores e os combatentes dos jogos ístmicos 1 , bem conhecidos
pelos corínt ios. Mas na carreira crist ã t odos podem correr para ganhar. Port ant o, est e é o m aior
alent o para perseverar nest a carreira com t oda nossa força. Os que corriam nesses j ogos se
mantinham com um a diet a m agra. Acost um avam - se às dificuldades. Exercit avam - se. Os que
procuram os int eresses de suas alm as, devem pelej ar com força cont ra as luxúrias carnais. Não se
deve t olerar que m ande o corpo. O apóst olo enfat iza est e conselho aos corínt ios. Expõe ant e si
mesmo e ant e eles o perigo de render- se aos desej os carnais, cedendo ao corpo e a suas luxúrias e
apet it es. O sant o t em or de si m esm o era necessário para m ant er fiel a um apóst olo, quant o m ais se
necessit a para nossa preservação! Aprendam os daqui a hum ildade e a caut ela, e a vigiar cont ra os
perigos que nos rodeiam enquanto estejamos no corpo.

CAPÍTULO 10
Versículos 1- 5 Os grandes privilégios dos israelitas, contudo, são lançados
ao deserto
Versículos 6- 14 Precauções contra todos os idólatras e outros costumes
pecaminosos
Versículos 15- 22 A participação na idolatria não pode coexistir com a
comunhão com Cristo
Versículos 23- 33 Todo o que fazemos deve ser para a glória de Deus e sem
ofender a consciência do próximo

Versículos 1- 5
O apóst olo expõe ant e os corínt ios o exem plo da nação j udaica de ant igam ent e para dissuadi- los
da com unhão com os idólat ras e da segurança em algum cam inho pecam inoso. Por m ilagre
cruzaram o Mar Verm elho, onde foi afogado o exércit o egípcio que os perseguia. Para eles, est e foi
um bat ism o t ípico. O m aná do qual se alim ent avam era um t ipo de Crist o crucificado, o Pão que
desceu do céu, e os que dele comam viverão para sempre. Cristo é a Rocha sobre a qual se edifica a
I grej a crist ã; e dos riachos que dali surgem , bebem e se refrescam t odos os crent es. I st o t ipifica as
influências sagradas do Espírit o Sant o, ent regue aos crent es por m eio de Crist o. m as que ninguém

1
Os j ogos íst m icos eram ant igas com pet ições esport ivas, no est ilo dos j ogos pít icos, nem éios e os m uit o m ais conhecidos, os
j ogos olím picos. A palavra deriva do fat o de que a cidade de Corint o est ava localizada no ist m o do m esm o nom e. Um ist m o é
uma língua de terra que une dois continentes ou uma península com um continente (N. da T.).

196
presum a de seus grandes privilégios ou de sua profissão da vaidade: elas não asseguram a
felicidade celestial.

Versículos 6- 14
Os desej os carnais se fort alecem com a indulgência, port ant o, devem refrear- se em sua prim eira
aparição. Temamos os pecados de Israel, se quisermos evitar suas pragas. É justo temer que os que
assim t ent am a Crist o sej am deixados por Ele em poder da ant iga serpent e. Murm urar cont ra as
disposições e os m andam ent os de Deus é um a provocação ext rem a. Nada na Escrit ura t em sido
escrit o em vão, sendo sabedoria e dever nossos aprender dela. Out ros caíram , assim que nós
t am bém podem os cair. O seguro crist ão cont ra o pecado é desconfiar de si m esm o. Deus nos t em
prom et ido im pedir que caiam os se não cuidam os de nós m esm os. Agrega- se um a palavra de
consolo a est a palavra de caut ela. Os out ros t êm cargas sim ilares e t ent ações parecidas: nós
também podemos suportar o que eles suportam e sair adiante. Deus é sábio e fiel, e fará que nossas
cargas sej am segundo a nossa força. Ele sabe o que podem os suport ar. Dará um a via de escape;
livrará da prova m esm a ou, pelo m enos, da m aldade dela. Tem os um est ím ulo pleno para fugir do
pecado e serm os fiéis a Deus. não podem os cair pela t ent ação, se nos aferrarm os a Ele com força.
Sej a que o m undo sorria ou se irrit e, é um inim igo; m as os crent es serão fort alecidos para vencê- lo,
com t odos seus t errores e seduções. O t em or do Senhor em seus corações será o m elhor m eio de
segurança.

Versículos 15- 22
Unir- se à Ceia do Senhor, não m ost ra um a profissão de fé em Crist o crucificado, e de agradecida
adoração por sua salvação? Aos crist ãos os unia est a ordenança e a fé professada por ela, com o os
grãos de t rigo de um pão, ou com o os m em bros do corpo hum ano, vendo que t odos est ão unidos a
Crist o e t êm com unhão com Ele e uns com out ros. ist o o confirm am a adoração e os cost um es
j udaicos do sacrifício. O apóst olo aplica ist o a com er com os idólat ras. Com er o alim ent o com o part e
de um sacrifício pagão era adorar o ídolo ao qual se oferecia, e confrat ernizar ou t er com unhão com
est e; o que com e a Ceia do Senhor é cont ado com o part icipe do sacrifício crist ão, ou com o os que
comiam dos sacrifícios j udeus part icipavam do oferecido em seu alt ar. Era negar o crist ianism o,
porque a com unhão com Crist o e a com unhão com os dem ônios não pode realizar- se ao m esm o
t em po. se os crist ãos se avent uram a cert os lugares e se unem aos sacrifícios oferecidos à
concupiscência da carne, à concupiscência dos olhos e à vanglória da vida, provocam a Deus.

Versículos 23- 33
Havia casos nos que os cristãos podiam comer, sem pecar, o oferecido aos ídolos, como quando o
sacerdot e, a quem se havia ent regado, vendia a carne no m ercado com o alim ent o corriqueiro.
Cont udo, o crist ão não deve considerar som ent e o que é lícit o, senão o que é convenient e e edificar
os out ros. o crist ianism o não proíbe em absolut o os ofícios com uns da benignidade, nem perm it e a
conduta descort ês com ninguém , por m ais que eles difiram conosco em sent im ent os e cost um es
religiosos. m as ist o não se aplica às fest ividades religiosas, à part icipação no cult o idólat ra. Segundo
est e conselho do apóst olo, os crist ãos devem cuidar de não usar sua liberdade para prej udicar o
próxim o ou para sua própria censura. No com er e no beber, e em t odo o que façam os, devem os
apont ar à glória de Deus, a com prazê- lo e honrá- lo. Est e é o grande fim de t oda religião, e nos
serve de direção quando não há regras expressas. Um espírit o piedoso, pacífico e benevolent e
desarmará os maiores inimigos.

CAPÍTULO 11
Versículo 1 Exortação a segui- lo
Versículos 2- 16 O apóstolo corrige alguns abusos...
Versículos 17- 22 ...discussões, divisões e desordens nas celebrações da Ceia
do Senhor
Versículos 23- 26 Os lembra da natureza e do desígnio de sua instituição
Versículos 27- 34 Os instrui sobre como participar nela de forma correta

Versículo 1
O primeiro versículo deste capítulo parece apropriado para concluir o capítulo anterior. O apóstolo
não som ent e prega a dout rina que eles deviam acredit ar, senão que prat icou a classe de vida que
eles deveriam viver. devido a que Crist o é nosso exem plo perfeit o, as ações e a condut a dos

197
hom ens acerca das Escrit uras deveriam ser seguidas som ent e na m edida em que sej am com o as
dEle.

Versículos 2- 16
Aqui com eçam os det alhes acerca das assem bléias públicas ( capít ulo 14) . Alguns abusos t inham -
se int roduzido na abundância de dons espirit uais concedidos aos corínt ios, porém , com o Crist o fez a
vont ade de Deus cuj a honra procurou, assim o crist ão deve confessar sua subm issão a Crist o,
fazendo Sua vont ade e procurando Sua glória. Nós devem os, ainda em nossa vest im ent a e hábit os,
evitar toda coisa que possa desonrar a Cristo.
A m ulher foi subm et ida ao hom em porque foi criada com o sua aj uda e consolo. Ela nada deve
fazer nas assem bléias crist ãs que pareça um a pret ensão de ser seu igual. Ela deve t er um a
"potestade" sobre sua cabeça, ist o é, um véu, devido aos anj os. A presença deles deve resguardar
os crist ãos de t udo o que é m au enquant o adorem a Deus. não obst ant e, o hom em e a m ulher
foram feit os um para o out ro. Seriam consolação e bênção m út ua, não um a a escrava e o out ro o
t irano. Deus t em est abelecido as coisas no reino da providência e no da graça, de m odo que a
aut oridade e a subm issão de cada part e sej am para aj uda e proveit o m út uo. Era cost um e nas
igrej as que as m ulheres se apresent assem veladas nas assem bléias públicas, e assim ingressaram
na adoração em público; e est ava bem que assim fizessem . A religião crist ã sanciona os cost um es
nacionais onde quer que est es não sej am cont rários com os grandes princípios da verdade e da
santidade; as peculiaridades afetadas não recebem consentimento de nada na Bíblia.

Versículos 17- 22
O apóstolo repreende as desordens na celebração da Ceia do Senhor. As ordenanças de Cristo, se
não nos fazem m elhores, t enderão a piorar- nos. Se o uso delas não emenda, endurecerá. Ao reunir-
se, eles caíram em divisões e facções. Os crist ãos podem separar- se da com unhão de uns com
out ros, m as ainda ser carit at ivos uns com out ros; pode- se cont inuar na m esm a com unhão, ainda
sem serem caridosos. Isto último é divisão, mais do que o primeiro.
Há um a com ida descuidada e irregular da Ceia do Senhor que se som a à culpa. Parece que
muit os corínt ios ricos agiram m uit o m al na m esa do Senhor, ou nas fest as de am or, que t inham
lugar ao m esm o t em po em que a Ceia do Senhor. O rico desprezava o pobre, com ia e bebia das
provisões que t raziam , ant es de perm it ir a part icipação do pobre; assim , alguns ficavam sem nada,
enquanto outros tinham mais que suficiente. O que devia ter sido um vínculo de amor e afeto mútuo
foi feit o um inst rum ent o de discórdia e desunião. Devem os ser cuidadosos para que nada de nossa
condut a na m esa do Senhor pareça t om ar com leviandade essa inst it uição sagrada. A Ceia do
Senhor não é, agora, feita ocasião para a glutonaria ou o festejo, todavia, não costuma converter- se
num apoio para a soberba da j ust iça própria ou um m ant o para a hipocrisia? Não descansem os nas
formas externas da adoração, mas examinemos nossos corações.

Versículos 23- 24
O apóst olo descreve a ordenança sagrada, da qual t inha conhecim ent o por revelação de Crist o.
Enquanto aos sinais visíveis, est es são o pão e o vinho. O que se com e se cham a pão, em bora ao
m esm o t em po se diz que é o corpo do Senhor, m ost rando claram ent e que o apóst olo não queria
significar que o pão fosse trocado em carne. Mateus nos diz que nosso Senhor os convidou a todos a
beber do copo ( 26.27) , com o se t iver previst o, com est a expressão, que um crent e seria privado do
copo. As coisas significadas por est es sinais ext ernos são o corpo e o sangue de Crist o, seu corpo
partido, seu sangue derramado, junto com todos os benefícios que fluem de sua morte e sacrifício.
As ações de nosso Senhor foram , ao t om ar o pão e o copo, dar graças, part ir o pão e dar um e
out ro. As ações dos com ungant es foram t om ar o pão e com er, t om ar o copo e beber, fazendo
am bas coisas em m em ória de Crist o. m as os at os ext ernos não são o t udo nem a part e principal do
que deve fazer- se nest a sant a ordenança. Os que part icipam dela devem t om á- lo a Ele com o seu
Senhor e sua Vida, render- se a Ele e viver para Ele.
Nela temos um relato das finalidades desta ordenança. Deve fazer- se em memória de Cristo, para
manter fresca em nossas m ent es sua m ort e por nós, e t am bém para lem brar a Crist o que int ercede
por nós à dest ra de Deus em virt ude de sua m ort e. Não é t ão só em m em ória de Crist o, do que Ele
fez e sofreu, senão para celebrar sua graça em nossa redenção. Declaram os que sua m ort e é nossa
vida, a font e de t odos nossos consolos e esperanças. Nos gloriam os em t al declaração, m ost ram os
sua m ort e e a reclam am os com o nosso sacrifício e nosso resgat e aceit ado. A Ceia do Senhor não é
uma ordenança que se observe somente durante um tempo, mas deve ser perpétua.
O apóst olo expõe aos corínt ios o perigo de recebê- la com um est ado m ent al inapropriado ou
conservando a aliança com o pecado e a m ort e enquant o se professa renovar e confirm ar a aliança
com Deus. sem dúvida, eles incorrem em grande culpa e assim se t ornam m at éria obrigada de

198
j uízos espirit uais. Porém os crent es t em erosos não devem desencoraj ar- se de assist irem a est a
sant a ordenança. O Espírit o Sant o nunca t eria feit o que est a Escrit ura t ivesse sido colocada por
escrit o para dissuadir de seu dever os crist ãos sérios, apesar de que o diabo a t em usado am iúde. O
apóst olo est ava dirigindo- se aos crist ãos e os advert e para que est ej am alert a ant e os j uízos
t em porais com que Deus corrige seus servos que o ofendem . Em m eio de sua ira, Deus se lem bra
da m isericórdia: m uit as vezes cast iga aos que am a. Melhor é suport ar problem as nest e m undo que
ser miserável para sempre.
O apóst olo indica o dever dos que vão à m esa do Senhor. O exam e de um m esm o é nosso para
part icipar corret am ent e nest a ordenança sagrada. Se nos exam inássem os cabalm ent e para
condenar e endireitar o que achemos de errado, poderíamos deter os juízos divinos.
O apóst olo t erm ina t udo com um a advert ência cont ra as irregularidades na m esa do Senhor, das
quais eram culpáveis os corínt ios. Cuidem os t odos disso para que eles não se unam à adoração de
Deus como para provocá- lo e acarretar vingança sobre si.

CAPÍTULO 12
Versículos 1- 11 Mostra- se a variedade e o uso dos dons espirituais
Versículos 12- 26 Cada membro co corpo humano tem seu lugar e uso
Versículos 27- 30 Isto se aplica à Igreja de Cristo
Versículo 31 Existe algo mais excelente que os dons espirituais

Versículos 1- 11
Os dons espirit uais eram poderes ext raordinários out orgados nas prim eiras épocas para
convencer os incrédulos, e para difundir o Evangelho. Os dons e as graças diferem am plam ent e.
Am bos são dados generosam ent e por Deus, porém onde se dá a graça é para a salvação dos que a
recebem . Os dons são para o proveit o e salvação do próxim o; e pode haver grandes dons onde não
há graça. Os dons ext raordinários do Espírit o Sant o foram exercidos principalm ent e nas assem bléias
públicas, onde parece que os corínt ios faziam ost ent ação deles, ao falt a- lhes o espírit o de piedade e
do amor cristão.
Enquant o eram pagão não t inham sido influenciados pelo Espírit o de Crist o. ninguém pode
cham ar Senhor a Crist o por fé, se essa fé não é obra do Espírit o Sant o. Ninguém pode acredit ar em
seu coração ou provar por um m ilagre que Jesus é o Crist o, senão for pelo Espírit o Sant o. Há
diversidade dons e diversidade de operações, porém todas procedem de um só Deus, um só Senhor,
um só Espírit o; ist o é, Pai, Filho e Espírit o Sant o, origem de t odas as bênçãos espirit uais. Nenhum
hom em os t em sim plesm ent e para si m esm o. Quant o m ais usá- los em benefício de out rem , m ais
favorecerão sua própria cont a. Os dons m encionados parecem significar ent endim ent o exat o e
expressão das dout rinas da religião crist ã; o conhecim ent o dos m ist érios, e a dest reza para exort ar
e aconselhar. Além disso, o dom de curar os doent es, fazer m ilagres e explicar a Escrit ura por um
dom peculiar do Espírit o, e a habilidade para falar e int erpret ar linguagens. Se t iverm os algum
conhecim ent o da verdade, ou algum poder para dá- la a conhecer, devem os dar t oda a glória a
Deus. Quant o m aiores sej am os dons, m ais expost o a t ent ações est á o possuidor, e m aior é a
m edida de graça necessária para m ant ê- lo hum ilde e espirit ual; e est e se encont rará com m ais
experiências dolorosas e dispensações hum ilhant es. Pouca causa t em os para gloriar- nos em algum
dom concedido a nós, ou para desprezar aos que não os têm.

Versículos 12- 26
Crist o e sua I grej a form am um corpo, com o Cabeça e m em bros, os crist ãos se t ornam m em bros
dest e corpo pelo bat ism o. O rit o ext erno é de inst it uição divina; é sinal de novo nascim ent o e,
port ant o, é cham ado lavam ent o da regeneração ( Tt 3.5) . Mas é pelo Espírit o, som ent e pela
renovação do Espírit o Sant o, que som os feit os m em bros do Corpo de Crist o. Pela com unhão com
Crist o na Ceia do Senhor, som os fort alecidos, não por beber o vinho, senão por beber um m esm o
Espírito.
Cada m em bro t em sua form a, lugar e uso. O de m enos honra t am bém é part e do corpo. Deve
haver diversidade de m em bros no corpo. Assim , os m em bros de Crist o t êm diferent es poderes e
distintas posições. Devem os cum prir os deveres de nosso próprio cargo sem queixar- nos nem brigar
com os out ros. t odos os m em bros do corpo são út eis e necessários uns para out ros. t am pouco
exist e um m em bro do Corpo de Crist o que não deva nem possa ser de proveit o para seus co-
m em bros. Com o no corpo nat ural do hom em , os m em bros devem est ar est reit am ent e unidos pelos

199
laços m ais fort es do am or; o bem do t odo seve ser o obj et ivo de t odos. t odos os crist ãos dependem
uns de out ros; cada um deve esperar e receber a aj uda dos out ros, ent ão, t enham os m ais do
espírito de unidade em nossa religião.

Versículos 27- 31
O desprezo, o ódio, a invej a e a discórdia são m uit o ant inat urais nos crist ãos. É com o se os
m em bros do m esm o corpo não se int eressassem uns pelos out ros ou brigassem ent re sim . Assim , é
condenado o espírito orgulhoso e belicoso que prevalecia Enquanto aos dons espirituais.
São m encionados os m inist ros e dons, ou favores, dispensados pelo Espírit o Sant o. Os m inist ros
principais; as pessoas capacitadas para interpretar as Escrituras; os que trabalham em palavra e em
dout rina; os que t inham poder para sarar doenças; os que socorriam os doent es e fracos; os que
adm inist ravam o dinheiro dado pela I grej a para caridade, e adm inist ravam os assunt os da I grej a; e
os que podiam falar dívidas línguas. O que est á no nível inferior e últ im o dest a list a é o poder de
falar em línguas. Quão vão é que um hom em faça isso som ent e por divert ir- se ou enalt ecer- se!
Note- se a dist ribuição dest es dons, não a t odos por igual ( versículos 29- 30), coisa que t eria feit o
iguais a t odos os m em bros da I grej a; com o se o corpo fosse t odo ouvido, ou t odo olho. O Espírit o
dist ribui a cada um com o lhe apraz. Devem os est ar cont ent es apesar de serm os inferiores e m enos
que os out ros. não devem os desprezar os out ros se t em os dons m aiores. Quão abençoada seria a
I grej a se t odos seus m em bros cum prissem com seu dever! Em lugar de cobiçar os post os m ais
alt os, ou os dons m ais esplêndidos, deixem os que Deus nom eie seus inst rum ent os, e aqueles nos
que opere sua providência. Lem brem os, no além não serão aprovados os que procuram os lugares
elevados, senão os que sej am m ais fiéis à t arefa que lhes foi encom endada, e os m ais diligent es na
obra de seu Mestre.

CAPÍTULO 13
Versículos 1- 3 A necessidade e a vantagem da graça do amor
Versículos 4- 7 Sua excelência está representada por suas necessidades e
efeitos
Versículos 8- 13 E por sua permanência e superioridade

Versículos 1- 3
O cam inho excelent e insinuado ao fechar o capít ulo ant erior não é o que se ent ende por caridade
no uso corriqueiro da palavra dar esm ola , senão o am or em seu significado m ais pleno; o am or
verdadeiro a Deus e ao hom em . Sem est e, os dons m ais gloriosos não nos servem para nada, não
são est im áveis aos olhos de Deus. a cabeça clara e o ent endimento profundo não têm valor sem um
coração benévolo e carit at ivo. Pode haver um a m ão abert a e generosa onde não há um coração
benévolo e carit at ivo. Fazer o bem ao próxim o não nos fará nada se não é feit o por am or a Deus e
boa vont ade para com os hom ens. não nos aproveit a de nada se darm os t odo o que t em os,
enquant o ret em os o coração de Deus. nem sequer os sofrim ent os m ais dolorosos. Quant o se
enganam os que buscam aceit ação e recom pensa por suas boas obras sendo t ão m esquinhos e
defeituosos como são corruptos e egoístas!

Versículos 4- 7
Alguns dos efeit os do am or se est ipulam aqui para que saibam os se t em os est a graça; e se não a
t em os, não descansem os at é t ê- la. Est e am or é um a clara prova da regeneração e é a pedra de
t oque de nossa fé professada em Cristo.
Pretende- se m ost rar aos corínt ios com est a bela descrição da nat ureza e os efeit os do am or que,
em m uit os aspect os, sua condut a era um claro cont rast e com aquele. O am or é o inim igo acérrim o
do egoísm o; não desej a nem procura seu próprio louvor ou honra ou pont o de vist a ou prazer. Não
se t rat a de que o am or dest rua t oda consideração de nós m esm os, nem de que o hom em carit at ivo
deva descuidar a si m esm o e t odos seus int eresses. O am or nunca busca o seu a expensas do
próxim o ou descuidando os out ros. at é prefere o bem - est ar do próxim o ant es que sua vant agem
pessoal.
De que nat ureza boa e am ável é o am or crist ão! Quão excelent e pareceria o crist ianism o ao
m undo se os que o professam est ivessem m ais subm et idos a est e princípio divino, e prest assem
devida at enção ao m andam ent o em que seu bendit o Aut or põe a ênfase principal! Pergunt em o- nos
se est e am or salvo habit a em nossos corações. Est e princípio, nos t em deixado conduzir com o

200
corresponde com t odos os hom ens? est am os dispost os a deixar de lado os obj et os e finalidades
egoístas? Eis aqui um chamado a estarmos alerta, diligentes e orando.

Versículos 8- 13
O am or é preferível aos dons em que se orgulhavam os corínt ios. Por sua perm anência, é um a
graça que dura com o a et ernidade. O est ado present e é um est ado infant il, o fut uro é o do adult o.
Tal é a diferença ent re a t erra e o céu. Que pont os de vist a est reit os, que noções confusas das
coisas t êm as crianças, quando são com parados com os adult os! assim pensarem os de nossos dons
mais valorados neste mundo, quando cheguemos ao céu.
Todas as coisas são escuras e confusas agora, comparadas com o que serão depois. Elas somente
podem ser vist as com o pelo reflexo de um espelho, ou com o descrição de um a charada; m as no
além nosso conhecim ent o será livre de t oda escuridão e erro. É a luz do céu unicam ent e a que
eliminará todas as nuvens e trevas que nos ocultam a face de Deus.
Para resum ir, a excelência do am or é preferível não som ent e aos dons, senão às out ras graças, a
fé e a esperança. A fé se fica na revelação divina, e ali se assent a, confiando no Redent or Divino. A
esperança se aferra à felicidade fut ura, e a espera, porém , no céu, a fé será absorvida pela
realidade, e a esperança pela felicidade. Não há lugar para crer e t er esperança quando vem os e
desfrutam os. Porém lá, o am or será aperfeiçoado. Lá am arem os perfeit am ent e a Deus. lá nos
am arem os perfeit am ent e uns a out ros. Bendit o est ado! Quant o supera ao m elhor daqui em baixo!
Deus é am or ( 1 João 4.8,16) . Onde Deus se vê com o é, e face a face, ali est á o am or em sua maior
elevação; somente ali será aperfeiçoado.

CAPÍTULO 14
Versículos 1- 5 A profecia é preferível ao dom de línguas
Versículos 6- 14 A falta de proveito de falar em línguas desconhecidas
Versículos 15- 25 Exortações a adorar com entendimento
Versículos 26- 33 Desordens pela vã demonstração de dons
Versículos 34- 40 Das mulheres que falam na igreja

Versículos 1- 5
Profet izar, ist o é, expor a Escrit ura, se com para com falar em línguas. Est e dom at rai a at enção
m ais que a clara int erpret ação das Escrit uras. grat ifica m ais o orgulho, porém fom ent a m enos os
propósit os do am or crist ão; não fará o bem por igual às alm as dos hom ens. o que não pode
entender- se, não pode edificar. Nenhum a vant agem pode receber- se dos discursos m ais excelent es
se são ent regues em um a língua t al que os ouvint es não podem falar nem ent ender. Toda
capacidade ou possessão adquire valor proporcionalm ent e a sua ut ilidade. At é o fervoroso afet o
espirit ual deve ser governado pelo exercício do ent endim ent o, do cont rário os hom ens
envergonharão as verdades que professam promover.

Ve rsículos 6- 14
Nem sequer um apóst olo poderia edificar, a m enos que falasse de t al m odo que o ent endessem
seus ouvint es. dizer palavras que não t êm significado para os que as escut am , não é senão falar ao
ar. Não pode responder à finalidade da fala dizer o que não t em significado; nest e caso, o que fala e
os que escut am são est rangeiros ent re si. Todos os serviços religiosos devem realizar- se nas
assem bléias crist ãs de m aneira que t odos possam part icipar deles e obt er proveit o. A linguagem
sim ples e clara de ent ender é a m ais apropriada para a adoração em público, e para out ros
exercícios religiosos. Todo seguidor verdadeiro de Crist o desej ará m ais fazer o bem ao próxim o que
se criar fama de saber ou de falar bem.

Versículos 15- 25
Não se pode assent ir às orações que não se ent endem . Um m inist ro que sej a verdadeiram ent e
crist ão procurará m uit o m ais realizar o bem espirit ual às alm as dos hom ens que obt er o aplauso
mais grandioso para si. Isto mostra que é servo de Cristo.
As crianças t endem a im pressionar- se com a novidade, m as não devem os agir com o elas. Os
crist ãos devem ser com o crianças, desprovidos de m á int enção e m alícia, no ent ant o não devem ser
iletrados na palavra de justiça, senão somente nas artes da maldade.
É prova de que um povo t em sido abandonado por Deus quando Ele o ent rega ao governo dos
que o ensinam a adorar em out ra língua. Não podem receber benefício com t al ensinam ent o.

201
Contudo, assim agiam os pregadores que davam suas inst ruções em língua desconhecida. Não faria
que o crist ianism o aparecesse ridículo para um pagão se ouvir que os m inist ros oram ou pregam
num a linguagem que nem ele nem a assem bléia ent endem ? Porém , se os que m inist ram
int erpret am claram ent e a Escrit ura ou pregam as grandes verdades e regras do evangelho, o pagão
ou a pessoa incult a podem chegar a convert e- se ao crist ianism o. Sua consciência pode ser t ocada,
os secret os de seu coração podem ser- lhe revelados, e assim pode ser levado que confessar sua
culpa e reconhecer que Deus est ava present e na assem bléia. A verdade das Escrit uras, clara e
devidamente ensinada, tem um poder maravilhoso para despertar a consciência e tocar o coração.

Versículos 26- 33
Os exercícios religiosos nas assem bléias públicas devem t er est e pont o de vist a: que t odo sej a
feit o para edificar. Enquanto a falar em língua desconhecida, se houver present e alguém que
pudesse int erpret ar, podem exercer- se de um a vez só dois dons m iraculosos, e por eles a igrej a é
edificada, e ao m esm o t em po é confirm ada a fé dos que ouvem . Enquanto a profet izar, devem falar
dois ou três numa reunião, e um após o outro, não todos ao mesmo tempo. o homem inspirado pelo
Espírit o de Deus observará a ordem e a decência para com unicar suas revelações. Deus nunca
ensina aos hom ens que descuidem seus deveres ou que at uem em nenhum a form a inconvenient e
para sua idade ou cargo.

Versículos 34- 40
Quando o apóst olo exort a às m ulheres crist ãs a que busquem inform ação sobre t em as religiosos
de seus esposos em casa, m ost ra que as fam ílias de crent es devem reunir- se para fom ent ar o
conhecimento espiritual.
O Espírit o de Crist o nunca se cont radiz, e se suas revelações são cont rárias às do apóst olo, não
procedem do mesmo Espírito. A maneira de manter a paz, a verdade e a ordem na igreja é procurar
o bom para ela, suportar o que não danifique seu bem- estar e conservar a boa conduta, a ordem e a
decência.

CAPÍTULO 15
Versículos 1- 11 O apóstolo demonstra a ressurreição de Cristo dentre os
mortos
Versículos 12- 19 Contesta aos que negam a ressurreição do corpo
Versículos 20- 34 A ressurreição dos crentes para a vida eterna
Versículos 35- 50 Contesta as objeções
Versículos 51- 54 O mistério da mudança que acontecerá nos que estiverem
vivos na segunda vinda de Cristo
Versículos 55- 58 O triunfo do crente sobre a morte e o túmulo Uma
exortação à diligência

Versículos 1- 11
A palavra ressurreição indica, habit ualm ent e, nossa exist ência além do t úm ulo. Não acha um
rasgo da dout rina do apóst olo em t odos os ensinam ent os dos filósofos. A dout rina da m ort e e
ressurreição de Crist o é o fundam ent o do crist ianism o. Se nos for t irada, afundariam de im ediat o
t odas nossas esperanças de et ernidade. Por sust ent ar com firm eza est a verdade os crist ãos
suport am o dia da t ribulação, e se m ant êm fiéis a Deus. Crem os em vão, a m enos que nos
m ant enham os na fé do evangelho. Est a verdade é confirm ada pelas profecias do Ant igo
Test am ent o; m uit os viram a Crist o depois que ressuscit ou. Est e apóst olo foi alt am ent e favorecido,
porém sem pre t eve um a baixa opinião de si m esm o, e a expressava. Quando os pecadores são
feit os sant os pela graça divina, Deus faz que a lem brança dos pecados ant eriores os faça hum ildes,
diligent es e fiéis. At ribui à graça divina t udo o que era valioso nele. Em bora não ignorem o que o
Senhor t em feit o por eles, neles e por m eio deles, quando olham t oda sua condut a e suas
obrigações, os verdadeiros crentes são guiados a sentir que ninguém é tão indigno como eles. Todos
os crist ãos verdadeiros crêem que Jesus Crist o, e est e crucificado, e ressuscit ado dent re os m ort os,
é a som a e a subst ância do crist ianism o. Todos os apóst olos concordam nest e t est em unho; por est a
fé viveram e nesta fé morreram.

202
Versículos 12- 19
Tendo m ost rado que Crist o foi ressuscit ado, o apóst olo cont est a aos que dizem que não haverá
ressurreição. Não haveria j ust ificação nem salvação se Crist o não t iver ressuscit ado. Se Crist o
estiver ainda ent re os m ort os, não deveria a fé em Crist o ser vã e inút il? A prova da ressurreição do
corpo é a ressurreição de nosso Senhor. Ainda os que m orreram na fé t eriam perecido em seus
pecados se Crist o não t ivesse ressuscit ado. Todos os que crêem em Crist o t êm esperança nEle,
com o Redent or; esperança de redenção rei salvação por Ele, porém se não houvesse ressurreição,
ou recom pensa fut ura, a esperança deles nEle seria som ent e para est a vida. Est ariam em pior
condição que o resto da humanidade, especialmente na época e nas circunstâncias nas que escreveu
o apóst olo, porque naquele ent ão os crist ãos eram odiados e perseguidos por t odos os hom ens. Mas
não é assim ; eles, de t odos os hom ens, desfrut am bênçãos firm es em m eio de t odas suas
dificuldades e provas, ainda nos tempos da perseguição mais forte.

Versículos 20- 34
A t odos os que por fé se unem a Crist o, por sua ressurreição se assegura a deles própria. Com o
pelo pecado do prim eiro Adão t odos os hom ens se fizeram m ort ais, porque t odos obt iveram sua
m esm a nat ureza pecam inosa, assim , por m eio da ressurreição de Crist o t odos os que são feit os
participes do Espírito, e da natureza espiritual, reviveremos e viveremos por sempre.
Haverá uma ordem na ressurreição. O mesmo Cristo foi a primícia; em sua vinda ressuscitará seu
povo redim ido ant es que os out ros; afinal, t am bém os ím pios serão ressuscit ados. Ent ão, será o fim
do est ado present e das coisas. Se quiserm os t riunfar nessa solene e im port ant e ocasião, devem os
submeter- nos agora a seu reinado, aceit ar sua salvação e viver para sua glória. Ent ão, nos
regozijarem os ao com plet ar- se sua em presa, para que Deus receba t oda a glória de nossa salvação,
para que lhe sirvamos por sempre, e desfrutemos de seu favor.
Que farão os que se bat izam pelos m ort os, se de form a nenhum a os m ort os ressuscit am ? Talvez
aqui se use o bat ism o com o um a figura de aflições, sofrim ent os e m art írio, com o em Mt 20.22- 23.
Que é, ou que será dos que sofreram m uit os danos graves e at é perderam sua vida por est a
doutrina da ressurreição, se os mortos não ressuscitam de jeito nenhum?
Qualquer sej a o significado, sem dúvida os corínt ios ent endiam o argum ent o do apóst olo. Para
nós result a evident e que o crist ianism o seria um a confissão néscia, se não nos propuser esperanças
além dest a vida, pelo m enos em t em pos de perigo, com o nos prim eiros t em pos, e com freqüência
desde então.
É lícit o e adequado que os crist ãos se proponham vant agens para si m esm os por sua fidelidade
com Deus; e dar nosso frut o para sant idade, e nosso fim sej a a vida et erna. Mas não devem os viver
com o best as, porque não m orrem os com o elas. Deve ser a ignorância sobre Deus o que leva a
alguém a não crer na ressurreição e na vida fut ura. Os que reconhecem um Deus e um a
providência, e observam quão inj ust as são as coisas na vida at ual, quão am iúde se dão m al os
m elhores hom ens, não podem duvidar de um est ado ult erior no qual t odo será endireit ado. Não nos
aj unt em os com os ím pios, m as advirt am os a t odos os que nos rodeiam , especialm ent e às crianças a
aos jovens, que os evitem como a peste. Despertemos à justiça, e não pequemos.

Versículos 35- 50
1) Como ressuscitarão os mortos, isto é, por que meios? Como podem ressuscitar?
2) Enquanto aos corpos que ressuscit arão, t erão a m esm a form a, est at ura, m em bros e
qualidades?
A prim eira obj eção é dos que se opõem à dout rina, a segunda dos curiosos. A respost a para a
prim eira é: será efet uada pelo poder divino; esse poder que t odos vem operar de form a parecida,
ano após ano, na morte e no reviver do trigo. Néscio é questionar ao onipotente poder de Deus para
ressuscitar os mortos, quando o vemos diariamente vivificando e revivendo coisas que estão mortas.
Para a segunda pergunt a: o grão em preende um a t rem enda m udança, e assim será com os
mort os, quando sej am levant ados e vivam out ra vez. A sem ent e m orre, em bora um a part e dela
brot a para a vida nova, m as não podem os ent ender com o é isso. as obras da criação e da
providência nos ensinam diariam ent e a serm os hum ildes e adm irar a sabedoria e a bondade do
Criador. Há um a grande variedade ent re out ros corpos, com o exist e ent re as plant as. Há um a
variedade de glória ent re os corpos celest iais. Os corpos dos m ort os, quando sej am levant ados,
serão adequados para o estado celestial; e haverá uma variedade de glória entre eles.
Ent errar os m ort os é com o ent regar a sem ent e à t erra para que brot e dela out ra vez. Nada é
m ais aborrecível que um corpo m ort o. Porém , na ressurreição os crent es t erão corpos preparados
para est ar unidos para sem pre a espírit os feit os perfeit os. Todas as coisas são possível para Deus.
Ele é o Aut or e a Font e da vida espirit ual e da sant idade para t odo seu povo, pela perversão de seu
Espírit o Sant o para a alm a; t am bém vivificará e mudará o corpo por obra de seu Espírito. Os mortos

203
em Crist o não serão som ent e ressuscit ados, senão que ressuscit arão m udados gloriosam ent e. Os
corpos dos sant os serão m udados quando ressuscit em . Ent ão, serão corpos gloriosos e espirit uais,
apt os para o m undo e o est ado celest iais, onde viverão para sem pre j am ais. O corpo hum ano em
sua form a present e e com suas necessidades e fraquezas, não pode ent rar no Reino de Deus, nem
desfrut ar dele. Ent ão, não sem eem os para a carne, da qual só podem os colher corrupção. O corpo
cont inua ao est ado da alm a. port ant o, o que descuidar a vida da alm a, expulsa seu bem present e; o
que se recusa a viver para Deus, desperdiça tudo quanto tem.

Versículos 51- 58
Não t odos os sant os m orrerão, porém t odos serão m udados. Muit as verdades do evangelho que
est avam ocult as em m ist érios são dadas a conhecer. A m ort e nunca aparecerá nas regiões às quais
nosso Senhor levará seus sant os ressuscit ados. Port ant o, procurem os a plena seguridade da fé e a
esperança para que, em m eio da dor, e na perspect iva da m ort e, possam os pensar com calm a nos
horrores do t úm ulo, seguros de que nossos corpos dorm irão lá e, nesse ínt erim , nossas alm as
estarão presentes com o Redentor.
O pecado dá à m ort e t odo seu poder nocivo. O aguilhão da m ort e é o pecado, m as Crist o ao
morrer elim inou est e aguilhão; Ele fez expiação pelo pecado; Ele obt eve a rem issão do pecado. a
força do pecado é a lei. Ninguém pode responder a suas exigências, suport ar sua m aldição ou
t erm inar suas t ransgressões. Daí, o t error e a angúst ia. Daí que a m ort e sej a t errível para o
incrédulo e o im penit ent e. A m ort e pode surpreender o crent e, porém não pode ret ê- lo em seu
poder. Quant os m ananciais de gozo para os sant os, e de grat idão a Deus, são abert os pela m ort e e
a ressurreição, os sofrimentos e as conquistas do Redentor!
No versículo 58 t em os um a exort ação a que os crent es sej am const ant es, firm es na fé desse
evangelho que pregou o apóst olo e que eles receberam . Além disso, a perm anecer im pert urbáveis
em sua esperança e expect at iva dest e grande privilégio de ressuscit ar incorrupt ível e im ort al. Para
abundar na obra do Senhor, fazendo sempre o serviço do Senhor e obedecendo os mandamentos do
Senhor. Que Crist o nos dê a fé, e aum ent e nossa fé, para que nós não som ent e est ej am os a salvo,
senão gozosos e triunfantes.

CAPÍTULO 16
Versículos 1- 9 Coleta para os pobres de Jerusalém
Versículos 10- 12 Timóteo e Apolo, recomendados
Versículos 13- 18 Exortação a estar vigilantes na fé e no amor
Versículos 19- 24 Saudações cristãs

Versículos 1- 9
Os bons exem plos de out ros crist ãos e igrej as devem est im ular- nos. Bom é arm azenar para bons
usos. Os que são ricos nest e m undo devem ser ricos em boas obras ( 1 Tm 6.17- 18) . A m ão
diligent e não se enriquecerá sem a bênção divina ( Pv 10.4,22) . Que m ais adequado para est im ular-
nos à caridade com o povo e filhos de Deus que olhar para t udo o que t em os com o dádiva Sua? As
obras de m isericórdia são frut os reais do am or verdadeiro de Deus, e port ant o são serviços
apropriados para o dia do Senhor. Os m inist ros fazem a at ividade que lhes corresponde quando
promovem, ou ajudam, as obras de caridade.
O coração de um m inist ro crist ão deve est ar orient ado para a gent e ent re a qual t enha est ado
t rabalhando m uit o t em po, e com êxit o. Devem os fazer- nos t odos nossos propósit os com subm issão
à providência divina ( Tg 4.15) . oS adversários e a oposição não quebram os espírit os dos m inist ros
fiéis e vit oriosos, m as inflam am seu zelo e lhes inspiram um novo valor. O m inist ro fiel de
desencoraj a m ais com a dureza dos corações de seus ouvint es e o ext ravio dos professant es que
com os atentados dos inimigos.

Versículos 10- 12
Tim ót eo veio fazer a obra do Senhor. Port ant o, afligir seu espírit o é cont rist ar o Espírit o Sant o;
desprezá- lo é desprezar Àquele que o enviou. Os que t rabalham na obra do Senhor devem ser
trat ados com t ernura e respeit o. Os m inist ros fiéis não t erão zelo uns dos out ros. corresponde aos
m inistros do evangelho demonstrar interesse pela reputação e a utilidade de uns e de outros.

204
Versículos 13- 18
O crist ão sem pre corre perigo, port ant o, sem pre deve est ar alert a. Deve est ar firm e na fé do
Evangelho sem abandoná- la, nem renunciar j am ais a ela. Por est a só fé será capaz de resist ir na
hora da t ent ação. Os crist ãos devem cuidar que a caridade não som ent e reine em seus corações,
senão que brilhe em suas vidas. Há um a grande diferença ent re a firm eza crist ã e o at ivism o febril.
O apóst olo dá inst ruções part iculares para alguns que servem à causa de Crist o ent re eles. Os que
servem aos sant os, os que desej am a honra das igrej as, e evit ar as recrim inações delas, devem ser
m uit o considerados e am ados. Devem reconhecer volunt ariam ent e o valor dos t ais e de t odos os
que trabalharam com o apóstolo ou o ajudaram.

Versículos 19- 24
O crist ianism o não dest rói em absolut o o civism o. A religião deve fom ent ar um t em po cort ês e
amável para com t odos. Dão um a falsa idéia da religião, e lhe dão m á fam a, os que encont ram
ânim o nela para ser irrit áveis e t eim osos. As saudações crist ãs não são sim ples cum prim ent os
vazios, senão expressões reais de boa vit órias para o próxim o, e os encom endam à graça e à
bênção divinas. Toda fam ília crist ã deve ser com o um a igrej a crist ã. Onde quer que se reúnam dois
ou três em nome de Cristo, e Ele estiver entre eles, ali haverá uma igreja.
Aqui há um a advert ência solene: m uit as pessoas que t êm m uit o freqüent em ent e o nom e de
Crist o em suas bocas, não t êm um am or verdadeiro por Ele em seus corações. Não o am a de
verdade quem não am e suas leis nem obedeça seus m andam ent os. Muit os são os crist ãos de nom e,
porque não am am a Crist o Jesus, o Senhor, com sinceridade. Os t ais est ão separados do povo de
Deus e do favor de Deus. os que não amam o Senhor Jesus Cristo devem perecer sem remédio. Não
descansem os em nenhum a profissão religiosa onde não exist a o am or de Crist o, os sinceros desej os
por sua salvação, a gratidão por suas misericórdias e a obediência a seus mandamentos.
A graça de nosso Senhor Jesus Crist o t em nela t odo o que é bom para o t em po e a et ernidade.
Desej ar que os nossos am igos possam t er est a graça consigo é desej ar- lhes o sum o bem . I st o
devem os desej ar a t odos nossos am igos e irm ãos em Crist o. não podem os desej ar- lhes nada m aior,
e não devem os desej ar- lhes nada m enor. O crist ianism o verdadeiro faz que desej em os as bênçãos
de am bos m undos para os que am am os; ist o significados desej ar- lhes que a graça de Crist o est ej a
com eles. O apóstolo tinha tratado claramente com os coríntios, e lhes falou de suas faltas com justa
severidade, m as se despede com am or e com um a solene profissão de seu am or por eles, por amor
à Cristo. que nosso amor seja com todos os que estão em Cristo Jesus. Provemos se todas as coisas
nos parecem sem valor quando as com param os com Crist o e sua j ust iça. Nos perm it im os algum
pecado conhecido ou a negligência de um dever conhecido? Com t ais pergunt as, fielm ent e feit as,
podemos julgar o estado de nossas almas.

2 CORÍNTIOS

Provavelm ent e a Segunda Epíst ola aos Corínt ios t enha sido escrit a um ano depois da prim eira.
Seus cont eúdos est ão int im am ent e relacionados com os da prim eira epíst ola. Se comenta
particularm ent e a m aneira com que fora recebida a cart a que são Paulo escrevera com
ant erioridade; est a foi t al que encheu seu coração de grat idão a Deus, que o capacit ou para
desem penhar t ão plenam ent e seu dever para com eles. Muit os haviam m ost rado sinais de
arrependim ent o e em endado sua condut a, m as out ros ainda cont inuavam a seus falsos m est res; e
com o o apóst olo ret rasava sua visit a, por não desej ar t rat á- los com severidade, o acusaram de
leviandade e m udança de condut a; além disso, de orgulho, vanglória e severidade, e falavam dele
com desprezo. Nest a epíst ola acham os o m esm o afet o ardent e pelos discípulos de Corínt ios que na
ant erior, o m esm o zelo pela honra do Evangelho, e a m esm a ousadia para a repreensão crist ã. Os
prim eiros seis capít ulos são principalm ent e prát icos; o rest o se refere m ais ao est ado da igrej a
coríntia, mas contém muitas regras de aplicação geral.

205
CAPÍTULO 1
Versículos 1- 11 O apóstolo abençoa a Deus pelo consolo nas aflições e a
liberação delas
Versículos 12- 14 Declara sua propia integridade e a de seus companheiros de
trabalho
Versículos 15- 24 Dá razões para não ir com eles

Versículos 1- 11
Som os exort ados a ir diret am ent e ao t rono da graça para obt er m isericórdia e achar graça para o
oport uno socorro em t em po de necessidade. O Senhor é capaz de dar paz à consciência t urbada e
de acalm ar as paixões rugidoras da alm a. Est as bênçãos são dadas por Ele com o Pai de sua fam ília
redimida. Nosso Salvador é quem diz: Não se turbe vosso coração.
Toda consolação vem de Deus e nossas consolações m ais doces est ão nEle. Dá paz às alm as
out orgando rem issão grat uit a de pecados, e as consola pela influência vivificant e do Espírit o Sant o,
e pelas ricas m isericórdias de sua graça. Ele é capaz de vendar o coração quebrado, de sarar as
feridas m ais dolorosas, e de dar esperança e gozo nas aflições m ais pesadas. Os favores que Deus
nos out orga não são som ent e para alegrar- nos, senão t am bém para que possam os ser út eis ao
próxim o. Ele envia consolos suficient es para sust ent ar aos que sim plesm ent e confiam nEle e lhe
servem. Se form os levados t ão baixo com o para desesperar at é de viver, ainda ent ão podem os
confiar em Deus para o t em po vindouro. Nosso dever é não som ent e aj udar- nos uns aos outros com
oração, senão no louvor e na ação de graças e, por elas, dar ret orno adequado aos benefícios
recebidos. Deste modo, as provas e as misericórdias terminarão bem para nós e para o próximo.

Versículos 12- 14
Em bora com o pecador o apóst olo som ent e podia regozij ar- se e gloriar- se em Crist o Jesus, com o
crent e podia regozij ar- se e gloriar- se em ser realmente o que confessava. A consciência testemunha
acerca do curso e t eor const ant es da vida. Por isso, podem os j ulgar- nos e não por est e ou aquele
at o isolado. Nossa conversação será bem ordenada, quando vivam os e at uem os sob o princípio da
graça no coração. Tendo ist o, podem os deixar nossos caract eres nas m ãos do Senhor, m as usando
os m édios apropriados para aclará- los, quando o m érit o do Evangelho ou nossa ut ilidade assim o
exija.

Versículos 15- 24
O apóstolo se defende do cargo de leviandade e inconstância ao não ir a Corinto. Os homens bons
devem t er cuidado de m ant er sua reput ação de sinceridade e const ância; eles não devem resolver
senão baseados na reflexão cuidadosa; e eles não mudarão a menos que haja razões de peso.
Nada pode t ornar verdadeiras as prom essas de Deus: que sej am dadas por m eio de Crist o nos
assegura que são suas prom essas; com o as m aravilhas que Deus operou na vida, a ressurreição e a
ascensão de seu Filho, confirm am a fé. o Espírit o Sant o afirm a aos crist ãos na fé do Evangelho: o
despert ar do Espírit o é um a prim ícia da vida et erna: os consolos do Espírit o são um a prim ícia do
gozo eterno.
O apóst olo desej ava poupar- se da culpa que t em ia seria inevit ável se t ivesse ido a Corint o ant es
de saber que efeit o t inha produzido sua cart a ant erior. Nossa força e habilidade se devem à fé; e
nosso consolo e gozo devem fluir da fé. Os temperamentos santos e os frutos da graça que assistem
à fé, asseguram contra o engano em uma matéria tão importante.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 4 Razões do apóstolo para não ir a Corinto
Versículos 5- 11 Instruções sobre a restauração do ofensor arrependido
Versículos 12- 17 Um relato de seus trabalhos e êxitos na difusão do Evangelho
de Cristo

Versículos 1- 4
O apóst olo desej ava t er um a alegre reunião com eles, e t inha escrit o confiando em que eles
fizessem o que fosse para seu benefício e consolo e que, port ant o, eles se alegrariam ao elim inar

206
t oda causa de inquiet ude para ele. sem pre causarem os dor sem querer, ainda quando assim o
requeira o dever.

Versículos 5- 11
O apóstolo desejava que eles recebessem novamente em sua comunhão à pessoa que tinha agido
m al, porque t inha consciência de sua falt a e est ava m uit o afligido pelo cast igo. At é a t rist eza pelo
pecado não deve im pedir out ros deveres nem levar à desesperação. Não som ent e havia perigo de
que Sat anás t irasse vest ígio t ent ando o penit ent e a pensar m al de Deus e da religião, e assim levá-
lo ao desespero, e fazer com que pensasse contra as igrejas e os ministros de Cristo, dando uma má
im agem dos crist ãos por não perdoar. Dest e m odo causaria divisões e im pediria o êxit o do
ministério. Nist o, com o nas out ras coisas, a sabedoria deve usar- se para que o m inist ério não sej a
culpado por perm it ir, por um lado o pecado, e por out ro, um a exagerada severidade cont ra os
pecadores. Satanás tem muitos planos para enganar e sabe usar nossos erros para mal.

Versículos 12- 17
Os t riunfos do crent e são t odos de Crist o. a Ele sej a o louvor e a glória de t odos enquant o o êxit o
do evangelho é um a boa razão para o gozo e j úbilo do crist ão. Nos t riunfos ant igos se usava m uit o
perfum e e cheiros gost osos. Assim , o nom e e a salvação de Jesus, com o ungüent o derram ado, era
um cheiro agradável, difundido em t odo lugar. para alguns, o evangelho é cheiro de m ort e para a
m ort e. Eles o rej eit am para sua ruína. Para out ros, o evangelho é um cheiro de vida para a vida:
com o os vivificou no princípio, quando est avam m ort os em delit os e pecados, assim lhes dá m ais
vida e os conduz à vida eterna.
Observem- se as im pressões alarm ant es que dest e assunt o fez o apóst olo e que deveria fazer
t am bém em nós. A obra é grande, e não t em os força de nós m esm os em absolut o; t oda a nossa
suficiência vem de Deus. Mas o que fazem os em religião, a m enos que sej a feit o com sinceridade,
com o ant e Deus, não é de Deus, não vem dEle e não chegará a Ele. Vigiem os cuidadosam ent e o
ensinamento do Espírito Santo, para que com sinceridade falemos assim em Cristo e de Cristo.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 11 A preferência do evangelho a respeito da lei dada por Moisés
Versículos 12- 18 A pregação do apóstolo era adequada para a excelência e
evidência do evangelho por meio do poder do Espírito Santo

Versículos 1- 11
At é a aparência de elogiar a si m esm o e de procurar o aplauso hum ano result a dolorosa para a
m ent e espirit ual e hum ilde. Nada é m ais delicioso para os m inist ros fiéis, ou m ais digno de elogio
para eles, que o êxito de seu ministério demonstrado no espírito e nas vidas daqueles entre os quais
trabalha.
A lei de Crist o foi escrit a em seus corações, e o am or de Crist o foi derram ado neles am plam ent e.
Não foi escrit o em t ábuas de pedra, com o a lei de Deus dada por Moisés, senão sobre as t ábuas de
carne do coração ( não carnais, porque a carnalidade denot a sensualidade, Ez 36.26) . seus corações
foram hum ilhados e am olecidos para receber est a im pressão pelo poder regenerador do Espírit o
Sant o. At ribui t oda a glória a Deus. Lem bre- se que t oda a nossa dependência é do Senhor, assim
toda a glória pertence somente a Ele.
A let ra m at a: a let ra da lei é a m inist ração de m ort e; e se nos apoiarm os na pura let ra do
evangelho, não serem os m elhores por assim fazê- lo; m as o Espírit o Sant o dá vida espirit ual e vida
eterna.
A dispensação do Ant igo Test am ent o era m inist ração de m ort e, porém a do Novo Test am ent o, de
vida. A lei deu a conhecer o pecado, e a ira e a m aldição de Deus; nos m ost ra a Deus por acim a de
nós, e um Deus em cont ra de nós; m as o evangelho dá a conhecer a graça e a Em anuel Deus
conosco. Nisso se revela a j ust iça de Deus pela fé; e ist o nos m ost ra que o j ust o viverá pela fé; ist o
dá a conhecer a graça e a m isericórdia de Deus por m eio de Jesus Crist o para obt er o perdão dos
pecados e a vida et erna. O evangelho excede t ant o a lei em glória que eclipsa a glória da
dispensação legal. Todavia, ainda o Novo Test am ent o será um a let ra que m at a se aplicada som ent e
como um sistema ou forma, e sem dependência de Deus Espírito Santo para dar poder vivificador.

207
Versículos 12- 18
É dever dos m inist ros do evangelho usar grande sim plicidade ou clareza para falar. Os crent es do
Ant igo Test am ent o t iveram som ent e olhadas nebulosas e passageiras do glorioso Salvador, e os
incrédulos não viram além da inst it uição ext erna. Mas os grandes preceit os do evangelho crer,
am ar, obedecer , são verdades est ipuladas t ão claram ent e com o possível. Toda a dout rina de
Cristo crucificado é exposta tão simplesmente como a linguagem humana pode fazê- lo.
Os que viveram debaixo da lei, t inham um véu sobre seus corações. Est e véu é t irado pelas
dout rinas da Bíblia acerca de Crist o. quando um a pessoa se convert e a Deus, ent ão é t irado o véu
da ignorância. A condição dos que desfrut am e crêem o Evangelho é feliz, porque o coração é
colocado em liberdade para correr pelos caminhos dos mandamentos de Deus. eles têm luz, e com a
face descobert a cont em plam a glória do Senhor. Os crist ãos devem apreciar e realçar esses
privilégios. Não devem os descansar sem conhecer o poder t ransform ador do Evangelho, pela obra
do Espírit o, que nos conduz a buscar serm os com o o carát er e a t endência do glorioso evangelho de
nosso Senhor e Salvador Jesus Crist o, e à união com Ele. cont em plam os a Crist o com o crist al de
sua palavra, e como o reflexo de um espelho faz que brilhe o rosto, assim também brilham os rostos
dos cristãos.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 7 Os apóstolos trabalharam com muita diligência, sinceridade e
fidelidade
Versículos 8- 12 Seus sofrimentos pelo evangelho foram grandes, mas com
rico sustento
Versículos 13- 18 As perspectivas da glória eterna impedem que os crentes
desfaleçam sob as aflições

Versículos 1- 7
Os m elhores hom ens desm aiariam se não recebessem m isericórdia de Deus. podem os confiar
nessa m isericórdia que nos t em socorrido t irando- nos e levando- nos adiant e, at é agora, para que
nos aj ude at é o fim . Os apóst olos não t inham int enções m ás nem baixas recobert as com pret ensões
superficialm ent e eqüit at ivas e boas. Não t rat aram que o m inist ério deles servisse para um t urno. A
sinceridade ou a ret idão guardarão a opinião favorável dos hom ens bons e sábios. Crist o, por seu
evangelho faz um a revelação gloriosa para a m ent e dos hom ens, porém o desígnio do diabo é
mant er os hom ens na ignorância; quando não pode m ant er fora do m undo a luz do evangelho de
Cristo, não poupa esforço para manter os homens fora do evangelho ou colocá- los em contra.
A rejeição do evangelho aqui é atribuída à cegueira voluntária e à maldade do coração humano. O
eu não era o t em a nem o fim da pregação dos apóst olos; eles pregavam a Crist o com o Jesus, o
Salvador e Libert ador, que salva at é o sum o a t odos os que vão a Deus por seu int erm édio. Os
ministros são servos das almas dos homens; devem evitar tornar- se servos dos humores ou luxúrias
dos homens.
É agradável contemplar o sol no firmamento, mas é mais agradável e proveitoso que o Evangelho
brilhe no coração. Como a luz foi ao princípio da primeira criação, assim também, na nova criação, a
luz do Espírit o é sua prim eira obra na alm a. o t esouro de luz e graça do evangelho est á deposit ado
em vasos de barro. Os m inist ros do Evangelho est ão subm et idos às m esm as paixões e debilidades
que os outros homens. Deus poderia ter enviado os anjos para dar a conhecer a doutrina gloriosa do
Evangelho, ou poderia t er enviado os filhos dos hom ens m ais adm irados para ensinar às nações,
cont udo, escolheu vasos m ais hum ildes, m ais fracos, para que seu poder sej a alt am ent e glorificado
ao sustentá- los, e através da bendita mudança operada pelo ministério deles.

Versículos 8- 12
Os apóst olos sofreram enorm em ent e, porém acharam um m aravilhoso sust ent o. Os crent es
podem ser abandonados por seus am igos e ser perseguidos pelos inim igos, m as seu Deus nunca os
deixará nem os desam parará. Pode que exist am t em ores int ernos e lut as ext ernas, porém não
som os dest ruídos. O apóst olo fala de seus sofrim ent os, com o a cont rapart ida dos sofrim ent os de
Crist o, para que gent e possa ver o poder da ressurreição de Crist o e da graça no Jesus vivo e por
m eio dEle. Com parados com eles, os dem ais crist ãos est iveram em circunst âncias prósperas,
naquela época.

208
Versículos 13- 18
A graça da fé é um rem édio eficaz cont ra o desânim o em t em pos de provação. Eles sabiam que
Crist o t inha ressuscit ado e que sua ressurreição era penhor e garant ia da deles. A esperança dest a
ressurreição anim ará no dia do sofrim ent o e nos colocará por acim a do t em or à m ort e. Além disso,
seus sofrim ent os foram para o proveit o da I grej a e para a glória de Deus. Os sofrim ent os dos
minist ros de Crist o, sua pregação e conversação, são para o bem da I grej a e para a glória de Deus.
a perspect iva da vida e da felicidade et ernas eram sua fort aleza e consolo. O que o sent ido est ava
dispost o a considerar pesado e longo, doloroso e ent ediado, a fé o percebe leve e curt o e som ent e
momentâneo. O peso de todas as aflições temporais era leve em si, enquanto a Gl vindoura era uma
subst ância de peso e duração além de qualquer descrição. Se o apóst olo pôde cham ar de leves e
m om ent âneas suas pesadas provações, t ão longas e cont ínuas, quão t riviais devem ser as nossas
dificuldades! A fé capacit a para efet uar o ret o j uízo das coisas. Há coisas invisíveis e coisas que se
vêem, e entre elas existe esta vasta diferença: as coisas invisíveis são eternas, as coisas visíveis são
as vant agens m undanas ou de t em er os t ranst ornos present es. Sej am os diligent es em assegurar
nossa futura felicidade.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 8 A esperança e o desejo do apóstolo da glória celestial
Versículos 9- 15 Isto estimulava à diligência A razão de estar afetado com
zelo pelos coríntios
Versículos 16- 21 A necessidade da regeneração, da reconciliação com Deus
por meio de Cristo

Versículos 1- 8
O crente não somente está bem seguro pela fé de que existe outra vida ditosa, depois desta; tem
boa esperança, pela graça, do céu com o m orada, um lugar de repouso, um esconderij o. Na casa de
nosso Pai há m uit as m oradas, cuj o arquit et o e fazedor é Deus. A felicidade do est ado fut uro é o que
Deus t em preparado para os que o am am : habit ações et ernas, não com o os t abernáculos t errenos,
as pobres choças de barro em que agora habit am nossas alm as; que apodrecem e se det erioram ,
cujos cim ent os est ão no pó. O corpo de carne é um a carga pesada, as calam idades da vida são um a
carga pesada, porém os crent es gem em carregados com um corpo de pecado, e devido às m uit as
corrupções rem anescent es que rugem dent ro deles. A m ort e nos despirá das roupas de carne, e de
todas as bênçãos da vida, e acabará com todos nossos problemas daqui embaixo. Mas as almas fiéis
serão vestidas com roupas de louvor, com mantos de justiça e glória.
As graças e as consolações present es do Espírit o são prim ícias da graça e o consolo et erno.
Em bora Deus est á aqui conosco, por seu Espírit o, e em suas ordenanças, ainda não est am os com
Ele como esperamos estar. A fé é para este mundo, e a vida é para o outro mundo. Nosso dever é, e
será nossa preocupação, andar pela fé at é que vivam os pela vist a. I st o m ost ra claram ent e a alegria
que desfrut arão as alm as dos crent es quando se ausent em do corpo, e onde Jesus dá a conhecer
sua gloriosa presença.
Est am os unidos ao corpo e ao Senhor; cada um reclam a um a part e de nós, m as, t odavia, quant o
m ais poderosam ent e clam a o Senhor por t er a alm a do crent e int im am ent e unida com Ele! Tu és
um a das alm as que eu am ei e escolhi; um dos que m e foram dados. O que é a m ort e com o obj et o
de temor, se comparada com estarmos ausentes do Senhor!

Versículos 9- 15
O apóst olo se anim a a si m esm o e aos out ros a cum prir seu dever. As esperanças bem
cimentadas do céu não anim arão a preguiça nem a confiança pecam inosa. Todos devem considerar
o j uízo vindouro, que é cham ado O Terror do Senhor. Sabendo quão t errível é a vingança que o
Senhor execut ará nos fazedores de iniqüidade, o apóst olo e seus irm ãos usam t odo argum ent o e
persuasão para levar os homens a crerem no Senhor Jesus, e para agirem como seus discípulos. seu
zelo e diligência eram para a glória de Deus e para o bem da I grej a. O am or de Crist o por nós t erá
um efeit o sim ilar em nós se for devidam ent e considerado e ret am ent e j ulgado. Todos est avam
perdidos e desfeit os, m ort os e dest ruídos, escravos do pecado, sem poder para libert ar- se e
deveriam t er cont inuado assim , m iseráveis para sem pre, se Crist o não t iver m orrido. A vida do
crist ão deve ser dedicada a Crist o. Ai, quant os m ost ram a nulidade da fé e do am or que professam
vivendo para si mesmos e para o mundo!

209
Versículos 16- 21
O hom em renovado age sobre a base de princípios novos por regras novas, com finalidades
novas e com com panhia nova. O crent e é criado de novo; seu coração não é som ent e endireit ado;
lhe deu um coração novo. É feit ura de Deus, criado em Crist o Jesus para boas obras. Em bora é o
mesm o com o hom em , m udou seu carát er e condut a. Est as palavras devem significar m ais que um a
reforma superficial. O homem que antes não via beleza no Salvador para desejá- lo, agora o ama por
acima de todas as coisas.
O coração do que não est á regenerado est á cheio de inim izade cont ra Deus, e Deus est á
justam ent e ofendido com ele. Mas pode haver reconciliação. Nosso Deus ofendido nos t em
reconciliado consigo por Jesus Cristo.
Pela inspiração de Deus foram escrit as as Escrit uras, que são a palavra de reconciliação;
most rando que t inha sido feit a a paz pela cruz, e com o podem os int eressar- nos nela. Em bora não
pode perder pela guerra nem ganhar pela paz, ainda assim Deus roga aos pecadores que deit em a
um lado a sua inimizade, e aceitem a salvação que Ele oferece. Cristo não conheceu pecado. foi feito
pecado; não pecador, senão pecado, um a ofert a pelo pecado, um sacrifício pelo pecado. O obj et ivo
e a int enção disso t udo era que nós pudéssem os ser feit os j ust iça de Deus nEle, pudéssem os ser
j ust ificados grat uit am ent e pela graça de Deus por m eio da redenção que é em Crist o Jesus. Pode
alguém perder, t rabalhar ou sofrer dem asiado por Quem que deu seu Filho para que fosse o
sacrifício pelos pecados deles, para que eles fossem feitos justiça de Deus nEle?

CAPÍTULO 6
Versículos 1- 10 O apóstolo, com outros, se demonstram como ministros fiéis
de Cristo por sua vida e conduta irrepreensíveis
Versículos 11- 18 Por afeto a eles, e por uma séria preocupação, que eles não
devem ter comunhão com incrédulos e idólatras

Versículos 1- 10
O Evangelho é uma palavra de graça que soa em nossos ouvidos. O dia do evangelho é um dia de
salvação, o m eio de graça é o m eio de salvação, o oferecim ent o do evangelho é a ofert a da
salvação, e a época presente é o tempo apropriado para aceitar tais oferecimentos. O amanhã não é
nosso: não sabem os que será am anhã nem onde est arem os. Agora desfrut am os um dia de graça;
ent ão, sej am os cuidadosos para não rej eit á- lo. os m inist ros do evangelho devem considerar- se
com o servos de Deus e agir em t udo na form a convenient e a esse carát er. O apóst olo assim o fez,
por m uit a paciência nas aflições, at uando sobre a base de bons princípios, e com o devido carát er e
condut a. Os crent es dest e m undo necessit am a graça de Deus para arm ar- se cont ra as t ent ações e
para suport ar a boa opinião dos hom ens sem orgulhar- se; e para sofrer com paciência suas
repreensões. Eles nada têm em si mesmos, mas possuem todas as coisas em Cristo.
De tais diferenças está feita a vida do cristão, e através de tal variedade de condições e informes,
vai nosso cam inho rum o ao céu; devem os t er cuidado para apresent ar- nos a Deus aprovados em
t odas as coisas. O Evangelho m elhora a condição de at é o m ais m ísero quando é pregado fielm ent e
e recebido por com plet o. Eles poupam o que ant es gast avam at ordoadam ent e, e em pregam com
diligência seu t em po em propósit os út eis. Eles poupam e ganham pela religião e, dest e j eit o, são
enriquecidos para o m undo vindouro e para est e, quando com parados com seu est ado pecador
dissipado de antes que recebessem o evangelho.

Versículos 11- 18
É ruim que os crent es se aj unt em com os m alvados e profanos. A palavra incrédulo se aplica a
t odos os desapropriados da fé verdadeira. Os past ores verdadeiros advert irão a seus am ados filhos
do evangelho a não unir- se em jugo desigual. Os efeitos fatais de rejeitar os preceitos das Escrituras
acerca dos m at rim ônios se percebem claram ent e. Em lugar de aj uda idônea, a união t raz a
armadilha. Os que t êm a cruz de est arem unidos desigualm ent e, sem que sej a sua falt a volunt ária,
podem esperar consolo sob ela, m as quando os crent es est abelecem est as uniões cont rárias às
expressas advertências da Palavra de Deus, devem esperar muita angústia.
A caut ela se est ende t am bém à conversação corriqueira. Não devem os iniciar am izade nem
familiaridade com hom ens m aus e incrédulos. Em bora não possam os evit ar por com plet o ver e
ouvir, e est ar com os t ais, nunca devem os, cont udo, escolhê- los com o am igos. Não devem os
corromper- nos aj unt ando- nos com os que se cont am inam a si m esm os com o pecado. saiam do
m eio dos fazedores de iniqüidade, e afast em - se de seus prazeres e em presas as e pecam inosas; de

210
toda conform idade com as corrupções dest e m undo present e. Se é um privilégio invej ado ser filho
ou filha de um príncipe terreno, quem pode expressar a dignidade e a felicidade de ser filhos e filhas
do Todo Poderoso?

CAPÍTULO 7
Versículos 1- 4 Uma exortação à santidade, e toda a Igreja chamada a ter
afeto pelo apóstolo
Versículos 5- 11 Se regozijava em que eles se entristeceram para
arrependimento
Versículos 12- 16 O consolo que eles e Tito tiveram juntos

Versículos 1- 4
As prom essas de Deus são razões fort es para que nós procurem os a sant idade; devem os lim par-
nos de toda imundícia de carne e espírito se esperamos em Deus como Pai nosso, devemos procurar
ser sant os com o Ele é sant o, e perfeit os com o nosso Pai celest ial. Sua só graça, pela influência de
seu Espírito, pode purificar, mas a santidade deve ser o objetivo de nossas orações constantes.
Se considerar desprezíveis aos m inist ros do evangelho, core- se o risco de desprezar t am bém o
próprio Evangelho; e m esm o que os m inist ros não devam adular a ninguém , cont udo, devem ser
am áveis com t odos. Os m inist ros podem buscar est im a e favor quando podem exort ar as pessoas
com a cert eza de não t er corrom pido a nenhum hom em com falsas dout rinas nem discursos
enganosos; de não t erem defraudado a ninguém , nem procurado prom over seus próprios int eresses
em m enoscabo de alguém . Era o afet o por eles o que fez falar t ão livrem ent e ao apóst olo e gloriar-
se neles, em todas partes e em todas as ocasiões.

Versículos 5- 11
Havia lut as ext ernas ou cont endas cont ínuas com j udeus e gent ios, e resist ência de part e dest es;
e havia t em ores por dent ro, e grande preocupação pelos que t inham abraçado a fé crist ã. Mas Deus
consola os que est ão abat idos. Devem os olhar para Deus, por acim a e além de t odos os m édios e
inst rum ent os, porque Ele é o Aut or de t odo consolo e bem que desfrut am os. A t rist eza segundo a
vont ade de Deus, que é para a glória de Deus, e a obra do Espírit o de Deus, t orna o coração
humilde, subm isso, cont rit o, dispost o a m ort ificar t odo pecado, e a cam inhar na nova vida. Est e
arrependimento está relacionado com a fé salvadora de Cristo e com um interesse em sua expiação.
Existe uma grande diferença entre esta tristeza de boa classe e a tristeza do mundo.
São m encionados os felizes frut os do arrependim ent o verdadeiro. Onde o coração est á m udado,
serão m udadas a vida e as ações. Produziu indignação com o pecado, consigo m esm o, com o
tentador e seus inst rum ent os. Produziu t em or para vigiar e um caut o m edo pelo pecado. Provocou
desej o de serem reconciliados com Deus. causou zelo pelo dever e cont ra o pecado. Provocou
vingança cont ra o pecado e cont ra a própria t olice deles, m ediant e esforços por sat isfazer os danos
ocasionados. A hum ildade profunda ant e Deus, o ódio de t odo pecado, com fé em Crist o, o novo
coração e a nova vida, const it uem o arrependim ent o para salvação. Que o Senhor o conceda a cada
um de nós.

Versículos 12- 16
O apóst olo não se decepcionou com eles, o que disse a Tit o, e pôde declarar, com gozo, a
confiança que t inha neles para o t em po vindouro. Vej am - se aqui os deveres do past or e de seu
rebanho; est es devem aliviar os problem as do ofício past oral, por m eio do respeit o e da obediência;
o prim eiro deve dar um a respost a adequada por m eio do cuidado para com eles, e com sua
preocupação por eles e seu aprecio pelo rebanho com testemunhos de satisfação, gozo e ternura.

CAPÍTULO 8
Versículos 1- 6 O apóstolo os lembra da oferta para os santos pobres
Versículos 7- 9 Faz cumprir isto pelas doações deles, e pelo amor e a graça
de Cristo
Versículos 10- 15 Pela vontade que mostraram para esta boa vontade
Versículos 16- 24 Encomenda- lhes a Tito

211
Versículos 1- 6
A graça de Deus deve reconhecer- se como raiz e fonte de todo bem em nós, ou feito por nós, em
t odo m om ent o. Grande graça e favor de Deus é que sej am os út eis para o próxim o e o progresso de
qualquer boa obra. Elogia a caridade dos m acedônios. Longe de necessit ar que Paulo os exort asse,
lhe rogaram que recebesse a dádiva que lhe enviaram.
Qualquer sej a a coisa que usem os ou disponham os para Deus, t ão só se t rat a de dar- Lhe o que é
Seu. Todo o que dem os para fins carit at ivos não será aceit o por Deus, nem será para vant agem
nosso, a menos que, primeiro, nos demos nós mesmos ao Senhor. Atribuindo à graça de Deus todas
as obras realm ent e boas, não só lhe dam os a glória a quem corresponde, senão t am bém ,
mostram os aos hom ens onde est á sua força. O gozo espirit ual abundant e alarga os corações dos
hom ens no t rabalho e a obra de am or. Quão diferent e é ist o da condut a dos que não se unirão a
nenhuma boa obra a menos que lhes seja exigida!

Versículos 7- 9
A fé é a raiz; e sem fé é im possível agradar a Deus ( Hb 11.6) , de m odo que os que abundam em
fé abundarão t am bém em out ras graças e boas obras. I st o operará e será not ado pelo am or. Os
grandes oradores não sem pre são os m elhores operadores; m as os corínt ios foram diligent es no
fazer, assim com o no saber e no falar bem . O apóst olo lhes desej a que, a t odas est as coisas boas,
também agreguem esta graça: abundar em caridade para os pobres.
Os m elhores argum ent os dos deveres crist ãos se ext raem da graça e do am or de Crist o. Ainda
que era rico, sendo Deus, igual em poder e glória que o Pai, não só se fez hom em por nós; t am bém
se fez pobre. No final, se despoj ou de si m esm o, com o se esvaziando, para resgat ar as alm as deles
por seu sacrifício na cruz. Bendit o Senhor, de que riquezas t e rebaixas- t e, por nós, a que pobrezas!
E a que riquezas nos elevas- te por m édio de t ua pobreza! Nossa felicidade é est ar t ot alm ent e às
tuas ordens.

Versículos 10- 15
Os bons propósit os são com o os brot os e os bot ões das flores, agradáveis de ver, e dão
esperanças de bom fruto, mas se perdem e nada significam sem boas obras. Os bons começos estão
bem; m as perdem os o benefício se não há perseverança. Quando os hom ens se propõem o que é
bom , e se esforçam , conform e a sua habilidade em fazê- lo, Deus não os rej eit ará pelo que não
possam fazer. Cont udo, est a Escrit ura não j ust ifica aos que pensam que bast a com t er boas
int enções, ou que os bons propósit os e a só confissão de um a m ent e dispost a são suficient es para
salvar.
A providência dá m ais das coisas boas dest e m undo a uns que aos out ros, para que os que t êm
abundância possam suprir ao próxim o o que lhe falt a. A vont ade de Deus é que exist a um a cert a
m edida de igualdade por m eio de nossa m út ua provisão; não que haj a um a igualdade t al que
dest rua a propriedade, porque, nest e caso, não se poderia exercer a caridade. Todos devem
considerar que lhes concerne aliviar os desem possados. I st o se m ost ra na recolhida e na ent rega do
m aná no desert o ( Êx 16.18) . Os que t êm a m ais nest e m undo, não t êm m ais que alim ent o e
vest ido; e os que t êm pouco nest e m undo, rara vez est ão com plet am ent e desprovidos dessas
coisas.

Versículos 16- 24
O apóst olo elogia os irm ãos enviados a reunir a oferenda de am or deles, para que se soubesse
quem eram , e com quant a seguridade se podia confiar neles. Dever de t odos os crist ãos é agir com
prudência para evit ar, no possível, t oda suspeit a inj ust a. Em prim eiro lugar, é necessário agir
retam ent e ant e Deus, m as as coisas honest as ant e os hom ens t am bém devem receber at enção. O
carát er puro e a consciência lim pa são um requisit o para serem út eis. Eles deram glória a Crist o
com o inst rum ent os e obt iveram honra de Crist o por serem cont ados com o fiéis, e ser ut ilizados em
seu serviço. A boa opinião que o próxim o t iver de nós, deveria ser um argum ent o para que nós
façamos o bem.

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 5 A razão de enviar a Tito a buscar as ofertas
Versículos 6- 15 Os coríntios devem ser generosos e alegres O apóstolo
agradece a Deus por seu dom inefável

212
Versículos 1- 5
Quando querem os que os out ros façam o bem , devem os agir prudent e e docem ent e com eles, e
dar- lhes t em po. os crist ãos devem considerar o que é para o prest ígio da fé que professam , e
devem esforçar- se por adornar em t odas as coisas a dout rina de Deus, seu Salvador. O dever de
m inist rar aos sant os é t ão claro que pode parecer que não é necessário exort ar os crist ãos a esse
respeit o; cont udo, o am or próprio cont ende com t ant o poder cont ra o am or de Crist o, que cost um a
ser necessário estimular suas mentes por meio da lembrança.

Versículos 6- 15
O dinheiro doado com caridade pode parecer j ogado no lixo para a m ent e carnal, m as quando se
dá sobre a base dos princípios apropriados, é semente plantada, da qual pode esperar- se um valioso
increm ent o, deve- se dar com cuidado. As obras de caridade, com o t odas as dem ais boas obras,
devem fazer- se de form a reflexiva e int encionada. A devida reflexão sobre nossas circunst âncias, e
a daqueles aos que socorrerem os, orient ará nossas dádivas ao serviço da caridade. A aj uda deve
dar- se com generosidade, sej a m ais ou m enos, e não com relut ância, senão com alegria. Enquant o
alguns espalham e ainda assim crescem , out ros ret êm m ais do que se vê e isso os conduz à
pobreza. Se t iverm os m ais fé e am or, desperdiçaríam os m enos em nós m esm os, e sem earíam os
mais com a esperança de um comunicação abundante.
Pode um homem perder fazendo aquilo com que Deus se agrada? Ele pode fazer que toda a graça
abunde para conosco, e que abunde em nós; pode dar um grande crescim ent o das boas coisas
espirit uais e das t em porais. Pode fazer que t enham os suficient e em t odas as coisas e que nos
content em os com o que t em os. Deus não só nos dá bast ant e para nós m esm os, senão para que
t am bém possam os suprir com isso as necessidades do próxim o, e ist o deve ser com o sem ent e para
plant ar. Devem os m ost rar a realidade de nossa suj eição ao evangelho pelas obras da caridade. I st o
será para m érit o de nossa confissão e para o louvor e a glória de Deus. Devem os propor- nos im it ar
o exem plo de Crist o, sem cansar- nos de fazer o bem , e considerando que é m ais bem - aventurado
dar que receber.
Bendit o sej a Deus pelo dom inefável de sua graça, pela qual capacit a e inclina a alguns de seu
povo a dar a out rem , e aos out ros a ficarem agradecidos por isso; e bendit o sej a para t oda a
eternidade seu glorioso nom e por Jesus Crist o, o dom de valor inapreciável de seu am or, por m eio
do qual est as e t odas as out ras coisas, que pert encem à vida e à piedade, nos são dadas
gratuitamente, além de toda expressão, medida ou limite.

CAPÍTULO 10
Versículos 1- 6 O apóstolo estabelece sua autoridade com mansidão e
humildade
Versículos 7- 11 Arrazoa com os coríntios
Versículos 12- 18 Busca a glória de Deus, e ser aprovado por Ele

Versículos 1- 6
Ao t em po que out ros m enosprezavam o apóst olo, e falavam dele com escárnio, ele pensava e
falava hum ildem ent e de si m esm o. Devem os est ar cient es de nossos m ales e pensar hum ildemente
de nós, apesar de que os homens nos censurem.
A obra do m inist ério é um a guerra espirit ual cont ra os inim igos espirit uais e com obj et ivos
espirit uais. O poder ext erior não é o m ét odo do evangelho, senão as persuasões sólidas, pelo poder
da verdade e a m ansidão da sabedoria. A consciência é responsável de render cont as som ent e a
Deus; e a gente deve ser convencida sobre Deus e seu dever, sem forçá- los. Deste modo, são muito
poderosas as arm as de nossa m ilícia; a evidência da verdade é convincent e. Que oposição se faz
cont ra o evangelho, por part e dos poderes do pecado e de Sat anás nos corações dos hom ens! m as
veja- se a vit ória que obt ém a Palavra de Deus. Os m édios indicados, por fracos que possam
parecem a alguns, serão poderosos por m eio de Deus. A pregação da cruz feit a por hom ens de fé e
oração sem pre tem resultado fatal para a idolatria, a impiedade e a maldade.

Versículos 7- 11
Paulo era vil e desprezível aos olhos de alguns, Enquanto a sua aparência ext erna, m as est a era
um a regra falsa para se j ulgar. Não devem os pensar que ninguém , fora de nós, pert ence a Crist o.
não olhem os as coisas por sua aparência ext erna, com o se a falt a de t ais coisas dem onst rasse que
um homem não é um cristão real, ou um ministro fiel e capaz do humilde Salvador.

213
Versículos 12- 18
Se nos com pararm os com os que nos superam , isso seria um bom m ét odo para m ant er- nos
hum ildes. O apóst olo est abelece um a boa regra de condut a, a saber, não se j act ar de coisas sem
sua m edida, que foi a m edida que Deus designou para ele. Não há font e de erro m ais frut ífera que
j ulgar as pessoas e as opiniões por nossos próprios prej uízos. Quão com um é que as pessoas
julguem seu próprio caráter religioso pelas opiniões e as máximas do mundo que os rodeia! Mas que
diferent e é a regra da Palavra de Deus! De t oda baj ulação, o pior é o enalt ecim ent o de si m esm o.
Port ant o, em vez de elogiar- nos a nós m esm os, devem os esforçar- nos por ser aprovados por Deus.
em um a palavra, gloriem o- nos no Senhor em nossa salvação. E em t odas as out ras coisas som ent e
com o provas de seu am or, ou com o m eios de fom ent ar Sua glória. Em lugar de louvar- nos a nós
mesmos, ou de buscar a aprovação dos homens, desejemos somente a honra que procede de Deus.

CAPÍTULO 11
Versículos 1- 4 O apóstolo dá suas razões para falar recomendando- se a si
mesmo
Versículos 5- 15 Mostra que tem pregado gratuitamente o Evangelho
Versículos 16- 21 Explica o que agregaria em defesa de seu caráter
Versículos 22- 33 Rende conta de seus trabalhos, preocupações, sofrimentos,
perigos e liberações

Versículos 1- 4
O apóst olo desej ava resguardar os corínt ios de serem corrom pidos por falsos apóst olos. Não há
senão um Jesus, um Espírit o e um evangelho para ser pregado e recebido por eles; por que, devido
às invenções de um adversário, deveria alguém formar- se prej uízos cont ra ele, que foi o prim eiro
em ensinar- lhes a fé? Eles não devem escut ar os hom ens que, sem causa, os afast arão dos que
foram o médio de sua conversão.

Versículos 5- 15
É m uit o m elhor falar com clareza, m as andando franca e coerent em ent e com o evangelho, que
ser adm irado por m ilhares, encher- se de orgulho, com o para desprest igiar o evangelho com m aus
t em peram ent os e vidas ím pias. O apóst olo não queria dar lugar a que ninguém o acusasse de
interesses m undanas ao pregar o Evangelho, para que out ros que se opunham a ele em Corint o não
pudessem t irar vant agem cont ra ele nest e aspect o. Pode- se esperar hipocrisia especialm ent e
quando consideram os o grande poder que t em Sat anás sobre a m ent e de m uit os, que m anda nos
corações dos filhos da desobediência. Com o exist em t ent ações a um a m á condut a, assim se corre
um risco igual pelo out ro lado. Serve do m esm o m odo o propósit o de Sat anás est abelecer as boas
obras em oposição à expiação de Crist o, e à salvação por fé e graça. Mas afinal se descobrirão os
que são operários enganosos; sua obra t erm inará em ruína. Sat anás perm it irá que seus m inist ros
prediquem a lei ou o evangelho por separado, m as a lei est abelecida por fé na j ust iça e expiação de
Cristo, e a participação de seu Espírito, é a prova de todo falso sistema.

Versículos 16- 21
É dever e prát ica dos crist ãos hum ilhar- se e obedecer ao m andam ent o e ao exem plo do Senhor;
m as a prudência deve dirigir no que sej a necessário para fazer coisas que possam os realizar
licitamente, ainda o falar do que Deus tem operado em nós, para nós e por nós.
Aqui se faz, sem dúvida, um a referência a fat os em que se t em m ost rado o carát er dos falsos
apóst olos. Surpreende ver com o t ais hom ens conduzem à escravidão a seus seguidores, e com o os
despojam e os insultam.

Versículos 22- 33
O apóst olo faz um relat o de seus t rabalhos e sofrim ent os, não por orgulho ou vanglória, senão
para a honra de Deus, que o capacit ou para fazer e sofrer pela causa de Crist o; m ost ra em que é
superior aos falsos apóstolos que tratavam de desprestigiar seu caráter e seu serviço. Nos assombra
reflexionar neste relato acerca de seus perigos, dificuldades e sofrimentos, e observar sua paciência,
perseverança, diligência, j úbilo e ut ilidade, em m eio de t odas as provações. Vej a- se quão escassa
razão t em os para am ar a pom pa e a abundância dest e m undo, quando est e bendit o apóst olo sofreu
t ant as penúrias. Nossa m aior diligência e serviços parecem indignos de serem com ent ados quando
com parados com os dele, e nossas dificuldades e provas, escassam ent e m erecem considerar- se.

214
Muit o bem pode guiar- nos a indagar se som os ou não seguidores verdadeiros de Crist o. aqui
podemos estudar a paciência, o valor e a confiança firme em Deus. Aqui podemos aprender a pensar
menos em nós mesmos, e sempre devemos manter- nos estritamente na verdade, como na presença
de Deus, e devem os referir t odo a Sua glória, com o Pai de nosso Senhor Jesus Crist o, que é bendit o
para sempre.

CAPÍTULO 12
Versículos 1- 6 As revelações do apóstolo
Versículos 7- 10 As quais foram utilizadas para seu proveito espiritual
Versículos 11- 21 Os sinais do apóstolo estavam nele Seu propósito de
faze- lhes uma visita, mas expressa seu temor de ter de ser
severo com alguns

Versículos 1- 6
Não há dúvida de que o apóst olo fala de si m esm o. não sabe se as coisas celest iais desceram a
ele enquant o seu corpo est ava em t rance, com o no caso dos ant igos profet as; ou se sua alm a foi
desaloj ada m om ent aneam ent e do corpo e levada ao céu, ou se foi levado em corpo e alm a. Não
podem os, nem é próprio que o saibam os ainda, conhecer os det alhes dest e glorioso lugar e est ado.
Não t rat ou de publicar ao m undo o que t inha ouvido lá, senão que expôs a dout rina de Crist o. A
I grej a se edifica sobre est e fundam ent o, e sobre ele devem os edificar nossa fé e esperança.
Enquant o ist o nos ensina a m elhorar nossas expect at ivas da glória que será revelada, deve deixar-
nos contentes com os métodos habituais de conhecer a verdade e a vontade de Deus.

Versículos 7- 10
O apóst olo narra o m ét odo que Deus assum iu para m ant ê- lo firm e e para evit ar que se exalt asse
desm edidam ent e pelas visões e revelações que t inha. Não se nos diz o que era esse aguilhão na
carne, se um problem a enorm e ou um a t ent ação im ensa. Mas Deus cost um a obt er bom do m au
para que as repreensões de nossos inimigos nos protejam do orgulho. Se Deus nos ama, evitará que
nos exalt em os sem m edida; as cargas espirit uais est ão ordenadas para curar o orgulho espirit ual.
Diz- se que est e aguilhão na carne era um m ensageiro que Sat anás enviou para m al, m as Deus o
usou e o venceu para bem . A oração é um ungüent o para t oda chaga, rem édio para t oda doença e,
quando est am os afligidos com aguilhoes na carne, devem os ent regar- nos à oração. Se não nos for
respondida a prim eira oração, nem a segunda, devem os cont inuar orando. Os problem as são
enviados para ensinar- nos a orar; e continuam para ensinar- nos a insistir na oração.
Apesar de aceit ar a oração de fé, ainda assim nem sem pre Deus dá o que lhe é pedido: porque,
com o às vezes concede com ira, t am bém nega com am or. Quando Deus não elim ina nossos
problem as e t ent ações, m as nos dá graça suficient e para nós, não t em os razão para queixar- nos. A
graça significa a boa vont ade de Deus para conosco, e isso é suficient e para ilum inar- nos e vivificar-
nos, suficient e para fort alecer- nos e consolar- nos em t odas as aflições e angúst ias. Seu poder se
aperfeiçoa em nossa fraqueza. Dest e m odo, sua graça se m anifest a e m agnifica. Quando som os
fracos em nós m esm os, ent ão som os fort es na graça de nosso Senhor Jesus Crist o. Se nos sent im os
fracos em nós m esm os, ent ão vam os a Crist o, recebem os poder dEle e desfrut am os m ais das
provisões do poder e da graça divina.

Versículos 11- 21
Tem os com o dívida com os hom ens bons a defesa de sua reput ação; e t em os a obrigação
especial para com eles, dos que recebem os benefícios, em especial os benefícios espirit uais, de
reconhecê- los com o inst rum ent os para o nosso bem na m ão de Deus. eis aqui o relat o de um
ministro fiel do Evangelho. Este era seu grande alvo e intenção: fazer o bem. Notemos aqui diversos
pecados que corrent em ent e se encont ram nos que professam a religião. As quedas e as m ás obras
são hum ilhant es para um m inist ro, e às vezes, Deus t om a est e cam inho para hum ilhar os que
poderiam ser t ent ados a enalt ecer- se. Est es últ im os versículos m ost ram a que excessos t inham
desviado os falsos m est res a seus enganados seguidores. Quão penoso é que t ais m ales est ej am
entre os que professam o evangelho! Porém, é assim e assim tem sido com demasiada freqüência, e
assim era ainda na época dos apóstolos.

215
CAPÍTULO 13
Versículos 1- 6 O apóstolo ameaça os ofensores obstinados
Versículos 7- 10 Ora por sua reforma
Versículos 11- 14 E termina a epístola com uma saudação e uma bênção

Versículos 1- 6
Em bora o m ét odo da graça de Deus é suport ar por m uit o t em po os pecadores, não sempre
tolera; finalm ent e virá e não perdoará os que cont inuam obst inados e im penit ent es. Crist o em sua
crucifixão parecia som ent e um hom em fraco e indefeso, m as sua ressurreição e sua vida
dem onst raram seu poder divino. Assim os apóst olos, por m ais vis e desprezíveis que parecessem
ante o mundo, como instrumentos manifestavam, não obstante, o poder de Deus.
Provem eles seus t em peram ent os, condut a e experiência, com o o ouro é provado ou ensaiado
pela pedra de t oque. Se podiam dem onst rar que não eram réprobos, que não eram rej eit ados por
Crist o, confiava que saberiam que ele não era réprobo nem um desconhecido de Crist o. Deviam
saber se Crist o Jesus est ava ou não neles, pela influência, a graça e a m orada de seu Espírit o, por
seu reino est abelecido em seus corações. Pergunt em os a nossas alm as; som os crist ãos verdadeiros
ou som os enganadores? A m enos que Crist o est ej a em nós por seu Espírit o, e o poder de seu am or,
nossa fé está morta, e ainda somos reprovados por nosso Juiz.

Versículos 7- 10
O m ais desej ável que podem os pedir a Deus é serm os resguardados do pecado, que nem nós
nem eles façam os o m al. Necessit am os m uit o m ais orar para não fazer o m au que para não sofrer o
mal. O apóstolo não só deseja que sejam guardados do pecado, mas também que cresçam em graça
e sant idade. Devem os orar fervorosam ent e a Deus por aqueles aos que adm oest am os para que
deixem de fazer o m al e aprendam a fazer o bem ; devem os alegrar- nos pelos out ros que são fort es
na graça de Crist o, apesar de que possam ser o m édio de dem onst rar- nos nossa própria fraqueza.
Oremos também que possamos usar adequadamente todos nossos talentos.

Versículos 11- 14
Aqui há várias boas exort ações. Deus é o Aut or da paz e o Am ant e da concórdia; Ele é quem nos
am ou, e quer est ar em paz conosco. Que sej a nosso alvo const ant e andar de form a t al que a
separação de nossos am igos sej a som ent e por um t em po, e possam os reunir- nos naquele m undo
ditoso onde não haverá separação. Deseje que eles participem de todos os benefícios que Cristo tem
adquirido de sua graça e favor grat uit os, que se t em propost o o Pai por seu livre am or, e que o
Espírito Santo aplica e outorga.

GÁLATAS

As igrej as da Galácia est avam form adas em part e por j udeus convert idos, e em part e por
convert idos gent ios, com o era o caso geral. São Paulo afirm a seu carát er apost ólico e as dout rinas
que ensinou para confirm ar as igrej as da Galácia na fé em Crist o, especialm ent e no que diz respeit o
ao im port ant e pont o da j ust ificação pela só fé. De m aneira que o t em a é principalm ent e o m esm o
discut ido na epíst ola dos Rom anos, ist o é, da j ust ificação som ent e pela fé. Não obst ant e, nest a
epíst ola a at enção é dirigida em part icular ao pont o em que os hom ens são j ust ificados pela fé sem
as obras da lei de Moisés. Sobre a im port ância das dout rinas est abelecidas com proeminência nesta
epíst ola, Lut ero diz: " Devem os t em er com o o m aior perigo e o m ais próxim o que Sat anás nos
arrebat e est a dout rina da fé e t orne a t razer a I grej a a dout rina das obras e das t radições dos
hom ens. Daí que sej a m uit o necessário que est a dout rina sej a m ant ida na prát ica cont ínua e no
exercício público, t ant o na leit ura com o no ouvir. Se est a dout rina se perder, ent ão t am bém se
perderão a doutrina da verdade, a vida e a salvação".

216
CAPÍTULO 1
Versículos 1- 5 O apóstolo Paulo afirma seu caráter apostólico contra os que
o desprestigiam
Versículos 6- 9 Repreende os gálatas por rebelar- se contra o Evangelho de
Cristo pela influência de maus mestres
Versículos 10- 14 Prova a autoridade divina de sua doutrina e missão, e declara
o que era antes de sua conversão e chamado...
Versículos 15- 24 ...e como procedeu depois

Versículos 1- 5
Paulo era apóst olo de Jesus Crist o; foi expressam ent e nom eado por Ele, em conseqüência, por
Deus Pai, que é um com Ele em sua nat ureza divina, e nom eou Mediador a Crist o. a graça inclui a
boa vont ade de Deus para conosco, e sua boa obra em nós; e a paz, t odo esse consolo int erior ou
prosperidade ext erna que nós realm ent e necessit am os. Est as procedem de Deus Pai com o font e por
m eio de Jesus Crist o, m as not e- se prim eiro a graça, e depois a paz. Não pode haver paz verdadeira
sem a graça.
Crist o se deu por nossos pecados, para fazer expiação por nós; ist o exigia a j ust iça de Deus e a
isso se subm et eu livrem ent e. Aqui deve observar- se a infinit a grandeza do preço pago, e ent ão será
evident e que o poder do pecado é t ão grande que não podia ser elim inado de nenhum m odo, salvo
que o Filho de Deus fosse entregue em resgate. O que considerar bem estas coisas, entenderá que o
pecado é o m ais horrível que possa expressar- se, o qual deveria com over- nos e, sem dúvida,
espantar- nos. Percebam- se especialmente as palavras "por nossos pecados". Porque aqui começa de
novo nossa fraca nat ureza que prim eiro desej a ser digna por suas próprias obras. Desej a levar ant e
Ele os que estão sadios e não o que necessita de um médico.
Não só para redimir- nos da ira de Deus e da maldição da lei, senão também para separar- nos dos
m aus cost um es e prát icas, aos quais est ávam os escravizados nat uralm ent e. Mas em vão é que os
que não t êm sido liberados dest e present e m undo m alvado pela sant ificação do Espírit o, t enham a
expectativa de serem liberados de sua condenação pelo sangue de Jesus.

Versículos 6- 9
Os que desej am est abelecer qualquer out ro cam inho ao céu fora do que revela o Evangelho de
Crist o, est arão m iseravelm ent e errados, o apóst olo im prim e aos gálat as a devida sensação de sua
culpa por abandonar o caminho da justificação segundo o evangelho, embora a repreensão seja feita
com t ernura e os ret rat a com o arrast ados a isso pelas art es de alguns que os pert urbavam .
Devemos ser fiéis quando repreendemos a outros, e dedicar- nos, não obstante, a restaurá- los com o
espírito de mansidão.
Alguns desej am inst alar as obras da lei no lugar da j ust iça de Crist o, e dest e m odo, corrom pem o
crist ianism o. O apóst olo denuncia com solenidade, por m aldit o, a t odo aquele que t ent e por um
fundam ent o t a falso. Todos os out ros evangelhos, fora do da graça de Crist o, em bora sej am m ais
lisonj eiros para o orgulho da j ust iça própria, ou m ais favoráveis para as luxúrias m undanas, são
invenções de Sat anás. Enquant o declarem os que rej eit ar a lei m oral com o regra de vida t ende a
desonrar a Crist o, e a dest ruir a religião verdadeira, devem os t am bém declarar que t oda
dependência das boas obras para a j ust ificação, sej am reais ou im aginarias, é igualm ent e fat al para
os que persist em nelas. Enquant o sej am os zelosos das boas obras, t enham os cuidado de não
colocá- las no lugar da j ust iça de Crist o, e não propor nenhum a coisa que puder t rair o próxim o com
um engano tão horrendo.

Versículos 10- 14
Ao pregar o evangelho o apóstolo buscava levar pessoas à obediência, não dos homens, senão de
Deus. porém Paulo não desej ava alt erar a dout rina de Crist o, sej a para ganhar o favor deles ou
evit ar a fúria deles. Num assunt o t ão im port ant e não devem os t em er a ira dos hom ens, nem buscar
seu favor usando palavras de sabedoria humana.
Enquanto ao m odo em que ele recebeu o evangelho, foi por revelação desde o Céu. Não foi
levado ao cristianismo, cristianismo muitos, somente pela educação.

Versículos 15- 2 4
São Paulo foi conduzido m aravilhosam ent e ao conhecim ent o e à fé de Crist o. t odos os
convertidos para salvação são chamados pela graça de Deus; a conversão deles é obra de seu poder
e graça que operam neles. De pouco nos servirá que t enham os a Crist o revelado a nós si Ele não é

217
revelado t am bém em nós. Est ava preparado para obedecer inst ant aneam ent e, sem im port ar seu
int eresse, crédit o, com odidade m undana ou a própria vida. Que m ot ivo de ação de graças e de gozo
é para as igrej as de Crist o quando sabem de casos sem elhant es para o louvor da glória de sua
graça, seja que os têm visto ou não alguma vez! Eles glorificam a Deus por seu poder e misericórdia
ao salvar a t ais pessoas, e por t odo o serviço feit o a seu povo e a sua causa, e o serviço que pode
esperar- se com posteridade.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 10 O apóstolo declara que foi reconhecido como apóstolo pelos
gentios
Versículos 11- 14 Resistiu publicamente a Pedro por judaizar
Versículos 15- 21 Daí passa à doutrina da justificação pela fé em Cristo, sem as
obras da lei

Versículos 1- 10
Note- se a fidelidade do apóst olo ao dar um relat o com plet o da dout rina que t inha pregado ent re
os gent ios, e que ainda est ava resolvido a pregar, a do crist ianism o, livre de t oda m ist ura com o
j udaísm o. Est a dout rina seria desagradável para m uit os, m as ele não t em ia reconhecê- la. Sua
preocupação era que não decaísse o êxit o de seus t rabalhos passados, ou fosse est orvado em sua
utilidade fut ura. Enquant o dependam os claram ent e de Deus para o êxit o em nossas t arefas,
devemos usar a cautela necessária para eliminar erros, e contra os opositores. Há coisas que podem
ser cum pridas licitamente, porém quando não podem ser feitas sem trair a verdade, devem rejeitar-
se. Não devemos dar espaço a nenhuma conduta pela qual seja rejeitada a verdade do evangelho.
Em bora Paulo falava com os out ros apóst olos, não recebeu deles nada novo para seu
conhecim ent o ou aut oridade. Eles perceberam a graça que lhe t inha sido dada, e deram a ele e a
Barnabé a dest ra da com panhia, pela qual reconheciam que t inha sino nom eado no ofício e
dignidade de apóst olo com o eles m esm os. Concordaram que os dois prim eiros deviam ir aos gent ios
enquant o eles seguiam pregando aos j udeus; j ulgaram que agradava a Crist o a idéia de dividir- se
assim na obra.
Aqui aprendemos que o evangelho não é nosso, senão de Deus, e que os homens somos somente
seus cust ódios; por isso devem os louvar a Deus. o apóst olo m ost rou sua disposição caridosa e quão
dispost o est ava para aceit ar com o irm ãos os j udeus convert idos, apesar de que m uit os deles
dificilm ent e perm it iriam igual favor aos gent ios convert idos; m as a só diferença de opinião não era
razão para que não os aj udasse. Eis aqui um padrão da caridade crist ã, que devem os est ender a
todos os discípulos de Cristo.

Versículos 11 - 14
Apesar do carát er de Pedro, quando Paulo o viu agindo com o para est ragar a verdade do
evangelho e a paz da igrej a, não t eve t em or de repreendê- lo. quando viu que Pedro e os out ros não
viviam conform e com o princípio que ensina o evangelho, e que eles professavam, a saber, que pela
m ort e de Crist o fora derrubado o m uro divisório ent re j udeu e gent io, e a observância da lei de
Moisés deixava de ter vigência; como a ofensa de Pedro era pública, ele o repreendeu publicamente.
Exist e um a enorm e diferença ent re a prudência de são Paulo, que sust ent ou, e usou durant e um
t em po, as cerim ônias da lei com o não pecam inosas, e a condut a t ím ida de são Pedro que, por
afastar- se dos gentios, levou a outros a pensarem que estas cerimônias eram necessárias.

Versículos 15- 19
Tendo assim dem onst rado Paulo que ele não era inferior a nenhum apóst olo, nem ao m esm o
Pedro, fala da grande dout rina fundam ent al do Evangelho. Para que acredit am os em Crist o? Não foi
para que fossem os j ust ificados pela fé em Crist o? De ser assim , não é néscio volt ar à lei, e esperar
ser j ust ificados pelo m érit o de obras m orais, dos sacrifícios ou das cerim ônias? A ocasião dest a
declaração surgiu sem dúvida da lei cerim onial; m as o argum ent o é t ão fort e cont ra t oda
dependência das obras da lei m oral para lograr j ust ificação. Para dar m aior peso a isso, aqui se
agrega: " Pois, se nós, que procuram os ser j ust ificados em Crist o, nós m esm os t am bém som os
achados pecadores, é porvent ura Crist o m inist ro do pecado? De m aneira nenhum a" ( versículo 17) .
Isto seria muito desonroso para Cristo e também muito prejudicial para eles. Considerando a própria
lei, ent endeu que não devia esperar a j ust ificação pelas obras da lei, e que agora j á não havia m ais
necessidade dos sacrifícios e de suas purificações, j á que t inham sido elim inados por Crist o ao

218
oferecer- se Ele com o sacrifício por nós. Não esperava nem t em ia nada disso; não m ais que um
hom em m ort o para seus inim igos. Mas o efeito não era uma vida descuidada e ilícita. Era necessário
que ele pudesse viver para Deus e dedicado a ele por m eio dos m ot ivos e da graça do evangelho.
Não é obj eção nova, porém é sum am ent e inj ust o que a dout rina da j ust ificação pela só fé t enda a
est im ular a gent e a pecar. Não é assim , porque aproveit ar- se da livre graça, ou de sua dout rina, é
viver em pecado, é t rat ar de fazer de Crist o m inist ro do pecado, idéia que deveria est rem ecer a
todos os corações cristãos.

Versículos 20- 21
Aqui, em sua própria pessoa, o apóst olo descreve a vida espirit ual e ocult a do crent e. O velho
hom em t em sido crucificado ( Rm 6.6) , m as o novo hom em est á vivo; o pecado é m ort ificado e a
graça é vivificada. Tem as consolações e os t riunfos da graça, m as essa graça não é de si m esm o,
senão de outro. Os crentes se vêem vivendo num estado de dependência de Cristo. Daí que, embora
viva na carne, cont udo, não vive segundo a carne. Os que t êm fé verdadeira, vivem por essa fé; e a
fé se afirma em que Cristo se deu a si mesmo por nós.
Ele m e am ou e se deu por m im . Com o se o apóst olo dissesse: O Senhor m e viu fugindo m ais e
mais dEle. Tal m aldade, erro e ignorância est avam em m inha vont ade e ent endim ent o, e não era
possível que eu fosse resgatado por outro meio que por tal preço. Considere- se bem este preço.
Aqui not e- se a fé falsa de m uit os. Sua confissão concorda: t êm a form a da piedade sem o poder
dela. Pensam que crêem bem os art igos da fé, m as est ão enganados. Porque crer em Crist o
crucificado não é só crer que foi crucificado, senão t am bém crer que eu est ou j unt am ent e
crucificado com Ele. ist o é conhecer a Crist o crucificado. Daí aprendem os qual é a nat ureza da
graça. A graça de Deus não pode est ar unida ao m érit o do hom em . A graça não é graça a m enos
que sej a dada livrem ent e em t oda form a. Quant o m ais sim plesm ent e o crent e confie em Crist o para
t udo, m ais devot am ent e andará diant e dEle em t odas suas ordenanças e m andam ent os. Crist o vive
e reina nele, e ele vive aqui na t erra pela fé no Filho de Deus, que opera por am or, produz
obediência e muda a sua santa imagem. Deste modo, não abusa da graça de Deus nem a faz vã.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 5 Os gálatas são repreendidos por desviar- se da grande
doutrina da justificação somente pela fé em Cristo
Versículos 6- 9 Esta doutrina é afirmada a partir do exemplo de Abraão
Versículos 10- 14 Do teor da lei e a gravidade de sua maldição
Versículos 15- 18 Da aliança da promessa que a lei não podia anular
Versículos 19- 25 A lei foi um aio para conduzi- los a Cristo
Versículos 26- 29 Sob o estado do evangelho todos os crentes são um em
Cristo

Versículos 1- 5
Varias coisas agravavam a t olice dos crist ãos gálat as. A eles t inha sido pregada a dout rina da
cruz, e lhes fora m inist rada a Ceia do Senhor. Em am bas t inha sido expost o plena e claram ent e
Cristo crucificado, e a natureza de seus sofrimentos.
Tinham sido feit os part icipes do Espírit o Sant o pela m inist ração da lei ou por cont a de algum as
obras que eles fizeram em obediência daquela? Não foi porque ouviram e abraçaram a dout rina da
só fé em Crist o para j ust ificação? Não foi pelo prim eiro, senão pelo últ im o. Muit o poucos sábios são
os que t oleram serem desviados do m inist ério e da dout rina em que foram abençoados para
proveit o espirit ual deles. Ai, que os hom ens se desviem da dout rina de Crist o crucificado, de
im port ância absolut a, para ouvir dist inções inút eis, pura pregação m oral ou loucas im aginações! O
deus dest e m undo t em cegado o ent endim ent o dos hom ens para diversos hom ens e m édios, para
que aprendam a não confiar no Salvador crucificado. Podem os pergunt ar diret am ent e, onde se dá
m ais evident em ent e o frut o do Espírit o Sant o: nos que pregam a j ust ificação pelas obras da lei, ou
nos que pregam a doutrina da fé? Comércio toda certeza, nestes últimos.

Versículos 6- 14
O apóst olo prova a dout rina, de cuj a rej eição t inha culpado aos gálat as; a saber, a da j ust ificação
pela fé, sem as obras da lei. Faz ist o a part ir do exem plo de Abraão, cuj a fé se afirm ou na Palavra e
na prom essa de Deus, e por crer foi reconhecido e aceit o por Deus com o hom em j ust o. diz- se que a
Escrit ura prevê, porque o que enviou o Espírit o Sant o inspirou as Escrit uras. Abraão foi abençoado

219
por fé na prom essa de Deus; e é est a a única form a em que os out ros obt êm est e privilégio. Ent ão,
est udem os o obj et o, a nat ureza e os efeit os da fé de Abraão, pois, quem pode escapar da m aldição
da sant a lei de algum a out ra form a? A m aldição é cont ra t odos os pecadores, port ant o, cont ra t odos
os hom ens, pois t odos pecaram e t odos se fizeram culpados diant e de Deus; e se, com o
transgressores da lei, est am os debaixo de sua m aldição, deve ser vão buscar j ust ificação por ela.
Justos ou retos são só os liberados da morte e da ira, e restaurados a um estado de vida no favor de
Deus: somente através da fé chegam as pessoas a serem justas.
Assim, pois, vemos que a justificação pela fé não é uma doutrina nova, senão que foi ensinada na
I grej a de Deus m uit o ant es dos t em pos do Evangelho. Em verdade, é a única m aneira pela qual
foram ou podem ser justificados os pecadores.
Ainda que não caiba esperar libert ação por m eio da lei, há um a via abert a para escapar da
maldição e recuperar o favor de Deus, a saber, por m eio da fé em Crist o. Ele nos redim iu da
m aldição da y.; foi feit o pecado, ou ofert a pelo pecado por nós. Assim foi feit o m aldição por nós;
não separado de Deus, m as por um t em po est eve suj eit o ao cast igo divino. Os int ensos sofrim entos
do Filho de Deus advert em a grit os aos pecadores que fuj am da ira vindoura, m ais que de t odas as
maldições da lei, porque, como poderia Deus salvar a um homem que permanece sob pecado, vendo
que não salvou a seu próprio Filho, quando nossos pecados foram carregados sobre Ele? Porém , ao
mesmo tempo, Cristo, desde a cruz, convida livremente aos pecadores a que se refugiem nEle.

Versículos 15- 18
A aliança que Deus fez com Abraão não foi cancelada pela ent rega da lei a Moisés. A aliança foi
estabelecida com Abraão e sua Semente. Ainda está vigente. Cristo permanece para sempre em sua
Pessoa e em sua semente espiritual, os que são Seus pela fé. por isso conhecemos a diferença entre
as prom essas da lei e as do evangelho. As prom essas da lei são feit as a pessoa de cada hom em ; as
prom essas do evangelho são feit as prim eiram ent e a Crist o, e depois, por m eio dEle, aos que por fé
são enxertados em Cristo.
Para dividir corret am ent e a palavra da verdade deve erigir- se um a grande diferença ent re a
prom essa e a lei, Enquanto aos efeit os int eriores e a t oda a prát ica da vida. Quando a prom essa se
mist ura com a lei, se anula, convert endo- se em lei. Que Crist o est ej a sem pre ant e nossos olhos
como argumento seguro para a defesa da fé contra a dependência da justiça humana.

Versículos 19- 22
Se est a prom essa foi suficient e para salvação, ent ão de que serviu a lei? Os israelit as, em bora
escolhidos para ser o povo peculiar de Deus, eram pecadores como os outros. a lei não foi concebida
para descobrir um a m aneira de j ust ificar, diferent e da dada a conhecer pela prom essa, senão por
conduzir os hom ens a ver sua necessidade da prom essa, m ost rando- lhes a devassidão do pecado, e
para indicar a Crist o só, por m eio do qual podiam ser perdoados e j ust ificados. A prom essa foi dada
por Deus m esm o; a lei foi dada pelo m inist ério de anj os, e a m ão de um m ediador, Moisés. Daí que
a lei não pudesse ser desenhada para ab- rogar a prom essa. Com o o indica o m esm o vocábulo, o
m ediador é um am igo que se int erpõe ent re duas part es e que não at ua som ent e com um a e por
um a delas. A grande int enção da lei era que a prom essa por fé em Jesus Crist o fosse ent regue aos
que acredit assem ; aos que, sendo convencidos de sua culpa, e da insuficiência da lei para efet uar
j ust iça por eles, pudessem ser persuadidos a crer em Crist o e assim alcançar o benefício da
promessa. Não é possível que a sant a, j ust a e boa lei de Deus, a norm a do dever para t odos, sej a
contrária ao evangelho de Cristo. Tenta toda forma de promovê- lo.

Versículos 23- 25
A lei não ensinava um conhecim ent o vivo e salvador, m as por seus rit os e cerim ônias,
especialm ent e por seus sacrifícios, indicava a Crist o para que eles fossem j ust ificados por fé. Assim
era que a palavra significa propriam ent e um servo para levar a Crist o, com o os m eninos eram
levados a escola pelos servos encarregados de at endê- los, para serem ensinados m ais plenam ent e
por Ele, que é o verdadeiro cam inho de j ust ificação e salvação, o qual é unicam ent e pela fé em
Crist o. I ndica- se a vant agem enorm em ent e m aior do est ado do Evangelho, no qual desfrut am os da
revelação da graça e m isericórdia divina m ais claram ent e que os j udeus ant es. A m aioria dos
homens continuam encerrados como num calabouço escuro, apaixonados por seus pecados, cegados
e adorm ecidos por Sat anás, por m eio dos prazeres, preocupações e esforços m undanos. Mas o
pecador acordado descobre seu est ado t errível. Ent ão sent e que a m isericórdia e a graça de Deus
form am sua única esperança. Os t errores da lei cost um am ser usados pelo Espírit o que produz
convicção, para m ost rar ao pecador que necessit a de Crist o, para levá- lo a confiar em Seus
sofrim ent os e m érit os, para que possa ser j ust ificado pela fé. Ent ão a lei, pelo ensino do Espírit o

220
Sant o, chega a ser sua am ada norm a de dever e sua regra para o exam e diário de si m esm o. neste
uso dela, aprende a confiar mais claramente no Salvador.

Versículos 26- 29
Os crist ãos reais desfrut am grandes privilégios suj eit os ao Evangelho, e j á não são m ais cont ados
com o servos, senão com o filhos; agora não são m ant idos a cert a dist ância e suj eit os a cert as
restrições com o os j udeus. t endo aceit ado a Crist o Jesus com o seu Senhor e Salvador, e confiando
somente nEle para justificação e salvação, eles chegam a ser os filhos de Deus. Mas nenhuma forma
ext erna ou confissão pode garant ir essas bênçãos, porque se alguém não t em o Espírit o de Crist o,
não é dEle.
No bat ism o nos invest im os de Crist o; por est e, professam os ser seus discípulos. Sendo bat izados
em Crist o, som os bat izados em sua m ort e, porque com o Ele m orreu e ressuscit ou, assim nós
morrem os ao pecado e andam os na vida nova e sant a. I nvest ir- se de Crist o segundo o evangelho
não consiste na imitação externa, senão de um nascimento novo, uma mudança completa.
O que faz que os crent es sej am herdeiros, proverá para eles. Port ant o, nosso esforço deve ser
cum prir os deveres que nos correspondem , e devem os lançar sobre Deus t odos os out ros afãs.
Nosso int eresse especial deve ser pelo céu; as coisas dest a vida não são senão ninharias. A cidade
de Deus no céu é a porção ou a part e do filho. Procure assegurar- se disso por acim a de t odas as
coisas.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 7 A tolice de voltar às observâncias legais para a justificação
Versículos 8- 11 A mudança feliz efetuada nos crentes gentios
Versículos 12- 18 O apóstolo arrazoa em contra de seguir os falsos mestres
Versículos 19- 20 Expressa sua intensa preocupação por eles
Versículos 21- 31 E depois explica a diferença entre o que deve esperar- se da
lei e do evangelho

Versículos 1- 7
O apóst olo t rat a claram ent e com os que queriam im por a lei de Moisés junto com o evangelho de
Crist o, propondo suj eit ar os crent es a sua escravidão. Não podiam ent ender plenam ent e o
significado da lei dada por Moisés. Com o essa era um a dispensação das t revas, era de escravidão;
eles est avam suj eit os a t ant os rit uais e observâncias fat igosas, pelos que eram ensinados e
mantidos sujeitos como uma criança a tutores e curadores.
Sob a dispensação do evangelho aprendem os o est ado m ais feliz dos crist ãos. Not e- se nest es
versículos as m aravilhas do am or e da m isericórdia divina, part icularm ent e de Deus Pai ao enviar a
seu Filho ao m undo para redim ir e salvar- nos; do Filho de Deus ao subm et er- se a t ant a baixeza e
sofrer t ant o por nós; e do Espírit o Sant o ao condescender a habit ar nos corações dos crent es para
t ais propósit os de graça. Além disso, as vant agens de que desfrut am os crist ãos sob o evangelho.
Em bora por nat ureza são filhos da ira e da desobediência, eles chegam a ser, por graça, filhos do
am or, e part icipam da nat ureza dos filhos de Deus; porque Ele fará que t odos seus filhos se
pareçam a Ele. o filho mais velho é o herdeiro entre os homens; mas todos os filhos de Deus terão a
herança dos prim ogênit os. Que o t em peram ent o e a condut a dos filhos m ost re para sem pre nossa
adoção e que o Espírito Santo testifique aos nossos espíritos que somos filhos e herdeiros de Deus.

Versículos 8- 11
A m udança feliz pela qual os gálat as se volt aram dos ídolos ao Deus vivo, e receberam , por m eio
de Crist o, a adoção de filhos, foi o efeit o de sua livre e rica graça. Eles foram colocados sob a
obrigação m aior de m ant er a liberdade com que Ele os fez livres. Todo nosso conhecim ent o de Deus
começa de Seu lado: o conhecemos porque somos conhecidos por Ele.
Em bora nossa religião proíbe a idolat ria, ainda há m uit os que prat icam a idolat ria espirit ual em
seus corações. Porque o que mais ama um homem, e aquilo que mais lhe interessa, isso é seu deus:
alguns t êm suas riquezas com o seu deus; out ros, seus prazeres, e out ros, suas luxúrias. Muit os
adoram , sem sabê- lo, a um deus de sua própria feit ura; um deus t odo feit o de m isericórdia sem
nenhum a j ust iça. Porque se convencem de que há m isericórdia de Deus para eles, apesar de que
não se arrependem e continuem em seus pecados.
É possível que os que fizeram um a grande profissão da religião, depois sej am desviados da
pureza e da sim plicidade. Quant a m aior m isericórdia t enha m ost rado Deus ao levar a alguém a

221
conhecer o Evangelho, e suas liberdades e privilégios, m aior é seu pecado e t olice ao t olerar que
eles m esm os sej am privados disso. Daqui, pois, que t odos os m em bros da igrej a ext erna devam
aprender a t em er seu eu, e a suspeit ar de si m esm os. Não devem os cont ent ar- nos com ter algumas
coisas boas em nós. Paulo t em e que sua t arefa t enha sido em vão, m as ainda se esforça; e fazê- lo
assim , acont eça o que acont ecer, é a verdadeira sabedoria e o t em or de Deus. ist o deve lem brar a
cada homem em seu posto e chamado.

Versículos 12- 18
O apóst olo desej a que eles sej am unânim es com ele Enquanto à lei de Moisés, e unidos com ele
em am or. Ao repreender aos out ros, devem os cuidado de convencê- los de que nossa repreensão
provém de um a sincera consideração da honra de Deus e a religião, e do bem - est ar deles. O
apóstolo lem bra aos gálat as a dificuldade com que t rabalhou quando est eve ent re eles pela prim eira
vez. Porém nota que foi um mensageiro bem recebido por eles. Contudo, quão incertos são o favor e
o respeito dos homens! Esforcemo- nos para sermos aceitos por Deus.
Um a vez acredit aram serem felizes por receberem o evangelho, agora t êm razão para pensar o
contrário? Os crist ãos não devem deixar de dizer a verdade por t em or de ofender o próxim o. Os
falsos m est res que desviaram os gálat as da verdade do Evangelho, eram hom ens espert os.
Pretendiam afeto, mas não eram sinceros nem retos. Se dá uma regra excelente. Bom é ser sempre
zeloso de algo bom ; não só por um a vez, ou a cada t ant o, senão sem pre. dit oso seria para a I grej a
de Cristo se este zelo for melhor sustentado.

Versículos 19- 20
Os gálat as est avam pront os para considerar o apóst olo com o inim igo, m as ele lhes assegura que
era seu am igo; que por eles t inha sent im ent os pat ernais. Duvida do est ado deles e anseia conhecer
o result ado de seus enganos present es. Nada é prova t ão segura de que um pecador t em passado
ao estado de justificação como que Cristo esteja- se formando nele pela renovação do Espírito Santo,
mas isto não pode esperar- se enquanto os homens dependam da lei para serem aceitos por Deus.

Versículos 21- 27
A diferença dos crent es que descansam som ent e em Crist o e os que confiam na lei fica explicada
pelas hist órias de I saque e I sm ael. Est as coisas são um a alegoria na qual o Espírit o de Deus indica
algo m ais além do sent ido lit eral e hist órico das palavras. Agar e Sara eram em blem as adequados
das duas dispensações diferent es da aliança. A Jerusalém celest ial, a I grej a verdadeira do alt o,
represent ada por Sara, est á em est ado de liberdade e é a m ãe de t odos os crent es que nascem do
Espírit o Sant o. Por regeneração e fé verdadeira foram part e da verdadeira sem ent e de Abraão,
conforme à promessa feita a ele.

Versículos 28- 31
Aplica- se a história assim exposta. Então, irmãos, não somos filhos da escrava, senão da livre. Se
os privilégios de t odos os crent es são t ão grandes, conform e a nova aliança, quão absurdo seria que
os convertidos gentios estiveram sob essa lei que não pôde livrar os judeus incrédulos da escravidão
ou da condenação!
Nós não t eríam os achado est a alegoria na hist ória de Sara e Agar se não nos t ivesse sido
indicada, m as não podem os duvidar que assim foi concebido pelo Espírit o Sant o. É um a explicação
do t em a, não um argum ent o que o com prove. Nist o est ão prefiguradas as duas alianças, a das
obras e a da graça, e os professant es legais e os evangélicos. As obras e os frut os produzidos pelo
poder do hom em são legais, porém se surgem da fé em Crist o são evangélicos. O espírit o da
prim eira aliança é de escravidão ao pecado e à m ort e. O espírit o da segunda aliança é de liberdade
e liberação; não de liberdade para pecar, senão em dever e para o dever. O prim eiro é um espírit o
de perseguição; o segundo é um espírit o de am or. Que olhem para ele os professant es que t enham
um espírit o violent o, duro e aut orit ário para com o povo de Deus. Todavia, assim com o Abraão
rej eit ou a Agar, assim é possível que o crent e se desvie em algum as coisas ao pact o de obras,
quando por incredulidade e negligência da prom essa at ue em seu próprio poder conform e com a lei;
ou em um cam inho de violência, não de am or, para com seus irm ãos, cont udo, não é seu espírit o
fazê- lo assim , daí que nunca repouse at é que regresse a sua dependência de Crist o. repousem os
nossas alm as nas Escrit uras, e m ost rem os, por um a esperança evangélica e pela obediência
jubilosa, que nossa conversão e tesouro estão, sem dúvida, no céu.

222
CAPÍTULO 5
Versículos 1- 12 Uma fervorosa exortação a estar firmes na liberação do
evangelho
Versículos 13- 15 A cuidar- se de consentir com um temperamento pecador
Versículos 16- 26 E a caminhar no Espírito, e a não dar lugar as luxúrias da
carne: descrevem- se as obras de ambos

Versículos 1- 6
Cristo não será o Salvador de ninguém que não o receber e confiar nEle como seu único Salvador.
At ent em os às advert ências e às exort ações do apóst olo de perm anecerm os firm es na dout rina e na
liberdade do Evangelho. Todos os crist ãos verdadeiros que são ensinados pelo Espírit o Santo
esperam a vida eterna, a recompensa da justiça, e o objeto de sua esperança, como dádiva de Deus
pela fé em Cristo; e não por amor de suas próprias obras.
O convert ido j udeu pode observar as cerim ônias ou afirm ar sua liberdade, o gent io pode elim iná-
las ou participar delas, sempre e quando não dependa delas. Nenhum privilégio ou profissão externo
servirá para sermos aceitos de Deus sem a fé sincera em nosso Senhor Jesus. a fé verdadeira é uma
graça at iva; opera por am or a Deus e aos nossos irm ãos. Que est ej am os no núm ero daqueles que,
pelo Espírito, aguardam a esperança de justiça pela fé.
O perigo de antes não estava nas coisas sem importância em sim, como agora são muitas formas
e observâncias. Porém sem a fé que opera pelo am or, t odo o rest o carece de valor, e com parado
com isso as outras coisas são de escassa valia.

Versículos 7- 12
A vida do crist ão é um a carreira na qual deve correr e m ant er- se se desej a obt er o prêm io. Não
basta com que professemos o cristianismo; devemos correr bem vivendo conforme a essa confissão.
Muit os que com eçaram bem na religião são est orvados em seu avanço ou se desviam do cam inho.
Aos que com eçaram a sair- se do cam inho ou a cansar- se, corresponde perguntar- se seriamente que
os incomoda.
A opinião ou a persuasão ( versículo 8) , sem dúvida, era a de m ist urar as obras da lei com a fé
em Crist o Enquanto à j ust ificação. O apóst olo deixa que eles j ulguem de onde surgiu, porém m ost ra
o suficiente para indicar que não se deve a ninguém senão a Satanás.
Para as igrej as crist ãs é perigoso anim ar aos que seguem erros dest ruidores, porém em especial
aos que os difundem. Ao repreender o pecado e o erro, sempre devemos distinguir entre os líderes e
os liderados. Os j udeus se ofendiam porque se pregava a Crist o com o a única salvação para os
pecadores. Se Paulo e os out ros t iverem aceit ado que a observância da lei de Moisés devia unir- se à
fé em Crist o, com o necessária para a salvação, ent ão os crent es t eriam podido evit ar m uit os dos
sofrim ent os que t iveram . Esses prim eiros indícios de ferm ent o devem ser resist idos. Cert am ent e os
que persistem em perturbar a Igreja de Cristo devem suportar seu juízo.

Versículos 13- 15
O Evangelho é um a dout rina conform e a com piedade ( 1 Tm 6.3) , e est á longe de consent ir com
o m enor pecado, que nos subm et e à obrigação m ais fort e de evit á- lo e vencê- lo. o apóst olo insist e
em que toda a lei se cumpre em uma palavra: "Amarás o próximo como a ti mesmo". Se os cristãos,
que devem aj udar- se m ut uam ent e e regozij ar- se uns nos out ros, brigam ent re eles, que pode
esperar- se senão que o Deus do am or negue a sua graça, que o Espírit o de am or se afast e, e
prevaleça o espírito maligno que busca destruí- los?
Bom seria que os crent es se pusessem em cont ra do pecado neles m esm os e nos lugares onde
moram, em vez de morder- se e devorar- se uns a outros com motivo das diversidades de opiniões.

Versículos 16- 26
Se form os cuidadosos para agirm os sob a direção e o poder do Espírit o bendit o, apesar de não
serm os liberados dos est ím ulos e da oposição da nat ureza corrupt a que rest a em nós, esta não teria
domínio sobre nós. Os crentes estão metidos num conflito em que desejam sinceramente essa graça
que possa alcançar a vit ória plena e rápida. Os que desej am ent regar- se à direção do Espírit o Sant o
não est ão sob a lei com o aliança de obras, nem expost os a sua espant osa m aldição. Seu ódio pelo
pecado, e sua busca da santidade, mostram que tem uma parte na salvação do Evangelho.
As obras da carne são m uit as e m anifest as. Est es pecados excluirão do céu aos hom ens. t odavia,
quanta gente que se diz cristã vive assim e dizem que esperam ir para o céu!

223
Enumeram- se os frut os do Espírit o, ou da nat ureza renovada, que devem os fazer. E assim com o
o apóst olo t inha m encionado principalm ent e as obras da carne, não som ent e daninhas para os
m esm os hom ens, senão que t endem a fazê- los m ut uam ent e nocivos, assim aqui o apóst olo not a
principalmente os frutos do Espírito, que tendem a fazer mutuamente agradáveis aos cristãos, assim
com o a t orná- los felizes. Os frut os do Espírit o m ost ram evident em ent e que eles são conduzidos pelo
Espírito.
A descrição das obras da carne e dos frut os do Espírit o nos diz que devem os evit ar e resist ir, e
que devem os desej ar e cult ivar; e est e é o afã e em presa sinceros de t odos os crist ãos reais. O
pecado não reina agora em seus corpos m ort ais, de m odo que lhe obedeçam ( Rm 6.12) , m as eles
procuram dest ruí- lo. Crist o nunca reconhecerá os que se rendem para serem servos do pecado. E
não bast a com que cessem os de fazer o m al, senão que devem os aprender a fazer o bem . Nossa
conversação sem pre deverá corresponder ao princípio que nos guia e nos governa ( Rm 8.5) .
devem os dedicar- nos com fervor a m ort ificar as obras do corpo e a cam inhar na vida nova sem
desej ar a vanglória nem desej ar indevidam ent e a est im a e o aplauso dos hom ens, sem provocar- se
nem invejar- se m ut uam ent e, senão buscando levar esses bons frut os com m aior abundância, que
são, através de justiça, para o louvor e a glória de Deus.

CAPÍTULO 6
Versículos 1- 5 Exortações à mansidão, benignidade e humildade
Versículos 6- 11 A bondade para com todos os homens, especialmente os
crentes
Versículos 12- 15 Os gálatas, advertidos contra os mestres judaizantes
Versículos 16- 18 Uma bênção solene

Versículos 1- 5
Devemos suportar as cargas os uns dos outros. assim cumprimos a lei de Cristo. isto nos obriga à
tolerância mútua e à compaixão de uns com outros, conforme a seu exemplo. Nos corresponde levar
as cargas de uns e outros como companheiros de viagem.
Muit o com um é que o hom em se considere m ais sábio e m elhor que t odos os out ros hom ens, e
bom para m andá- los. Engana a si m esm o, pret ende o que não t em , se engana a si m esm o, e cedo
ou t arde se encont rará com lam ent áveis efeit os. Est e nunca ganhará a est im a de Deus nem a dos
hom ens. advert e- se a cada um que exam ine a sua obra. Quant o m elhor conheçam os nosso coração
e nossas m aneiras, m enos desprezarem os os out ros e m ais dispost os est arem os para aj udá- los
quando t enham doenças e aflições. Quão leves parecem os pecados aos hom ens quando os
comet em , porém os acharão com o carga pesada quando t enham de dar cont a a Deus deles.
Ninguém pode pagar o resgat e por um irm ão; e o pecado é um a carga para a am a. É um a carga
espirit ual; e quant o m enos a sint a alguém , m ais causa t em para suspeit ar de si m esm o. A m aioria
dos homens está morta em seus pecados e, portanto, não vêem nem sentem a carga espiritual dele.
Ao sent irm os o pesa e carga de nossos pecados, devem os procurar serm os aliviados pelo Salvador,
e dar- nos por advertidos contra todo pecado.

Versículos 6- 11
Muit os se escusam da obra da religião, em bora possam sim ulá- la e professá- la. Podem im por- se
aos out ros, porém se enganam se pensam que podem enganar a d., quem conhece seus corações e
suas ações; e com o Ele não pode ser enganado, assim não será burlado. Nosso t em po é t em po de
sem eadura; no out ro m undo segarem os o que agora sem eam os. Há dois t ipos de sem eadura, um a
para a carne e out ra para o Espírit o: assim será a rendição de cont as do além . Os que levam um a
vida sensual e carnal, não devem esperar out ro frut o desse cam inho que não sej a m iséria e ruína.
Mas os que, sob a direção e o poder do Espírit o Sant o, levam um a vida de fé em Crist o, e abundam
na graça cristã, colherão vida eterna no Espírito Santo.
Todos som os m uit os inclinados a cansar- nos do dever, part icularm ent e de fazer o bem . Devem os
vigiar com grande cuidado, e guardar- nos a esse respeit o. A recom pensa se prom et e som ent e à
perseverança de fazer o bem.
Aqui há um a exort ação a t odos para fazer o bem onde est ão. Devem os t er cuidado de fazer o
bem em nossa vida e fazer dele a at ividade de nossa vida, especialm ent e quando se apresentam
ocasiões novas, e até onde alcançar o nosso poder

224
Versículos 12- 15
Os corações orgulhosos, vãos e carnais se cont ent am precisam ent e com t ant a religião com o a
que os ajude a simular uma boa forma. Porém o apóstolo professa sua própria fé, esperança e gozo,
e que sua glória principal est á na cruz de Crist o. Pela qual são significados aqui seus sofrim ent os e
morte na cruz, a doutrina da salvação pelo Redentor crucificado. Por Cristo, ou pela cruz de Cristo, o
m undo é crucificado para o crente e ele para o mundo. Quanto mais consideremos os sofrimentos do
Redentor causados pelo m undo, m enos possível será que am em os o m undo. O apóst olo era t ão
pouco afet ado por seus encant os com o o espect ador o seria por qualquer coisa que fosse engraçada
na cara de um a pessoa crucifica, quando a cont em pla escurecida nas agonias da m ort e. Ele não era
m ais afet ado pelos obj et os que o rodeavam do que alguém que expira poderia ser afet ado por
algum a das perspect ivas que seus olhos m oribundos pudessem ver desde a cruz da qual est á
pregado. E no que diz respeit o àqueles que t êm crido verdadeiram ent e em Crist o Jesus, t odas as
coisas lhes são cont adas com o suprem am ent e inválidas com paradas com Ele. há um a nova criação:
as velhas coisas se passaram , eis aqui que os novos pont os de vist a e as novas disposições são
t razidos sob as influências regeneradoras de Deus Espírit o Sant o. Os crent es são levados a um novo
m undo, e sendo criados em Crist o Jesus para novas obras, são form ados para um a vida de
sant idade. É um a m udança de m ent alidade e coração pela qual som os capacit ados para crerm os no
Senhor Jesus e viver para Deus; e onde falt ar est a religião int erior prát ica, as profissões ou os
nomes externos nunca a substituirão.

Versículos 16- 18
Um a nova criação a im agem de Crist o que dem onst ra fé nEle é a dist inção m aior ent re um e
out ro hom em e um a bênção declarada a t odos os que andam conform e com est a regra. As bênçãos
são paz e misericórdia. Paz com Deus e nossa consciência, e todos os consolos desta vida na medida
que sej am necessários. E a m isericórdia, o int eresse no am or e favor grat uit os de Deus em Crist o, o
manancial e a fonte de todas as outras bênçãos.
A palavra escrit a de Deus é a regra pela que t em os que guiar- nos, tanto por seus preceitos com o
por suas dout rinas. Que Sua graça est ej a sem pre com nosso espírit o, para sant ificar- nos, vivificar-
nos e alegrar- nos e que sem pre nós est ej am os pront os para sust ent ar a honra dAquele que sem
dúvida é a nossa vida. O apóst olo t inha em seu corpo as m arcas do Senhor Jesus, as cicat rizes das
feridas infligidas pelos inim igos perseguidores, porque ele se aferrava a Crist o e à dout rina do
Evangelho.
O apóst olo t rat a de irm ãos seus aos gálat as, m ost rando com eles sua hum ildade e seu t enro
afet o, e se despede com um a oração m uit o séria, pedindo que eles desfrut em do favor de Crist o
Jesus em seus efeit os, ao m esm o t em po em que em suas provações. Não devem os desej ar m ais
que a graça de nosso Senhor Jesus Crist o para fazer- nos felizes. O apóst olo não ora que a lei de
Moisés ou a j ust iça das obras sej a com eles, senão que a graça de Crist o sej a com eles; para que
possa est ar em seus corações e com seus espírit os, revivendo- os, consolando- os e fort alecendo- os:
a t odo o qual põe seu Am ém ; com isso significando seu desej o de que assim sej a, e sua fé em que
assim será.

EFÉSIOS

Esta epístola foi escrita quando são Paulo estava preso em Roma. A intenção parece ser fortalecer
aos efésios na fé de Cristo, e dar elevados pontos de vista acerca do amor de Deus e da dignidade e
excelência de Crist o, fort alecendo suas m ent es cont ra o escândalo da cruz. Most ra que foram salvos
por graça, e que por m iseráveis que t enham sido um a vez, agora t êm iguais privilégios que os
j udeus. os exort a a perseverar em sua vocação crist ã e os est im ula a que andem de m aneira
conseqüent e a sua confissão, desem penhando fielm ent e os deveres gerais e com uns da religião, e
os deveres especiais das relações particulares.

225
CAPÍTULO 1
Versículos 1- 8 Saudações e uma relação das bênçãos salvadoras,
preparadas pela eterna eleição de Deus e adquiridas pelo
sangue de Cristo
Versículos 9- 14 E transmitidas no chamado eficaz; isto se aplica aos
judeus crentes e aos gentios crentes
Versículos 15- 23 O apóstolos agradece a Deus a fé e amor deles e ora pela
continuidade de seu conhecimento e esperança, com respeito
à herança celestial, e a poderosa obra de Deus neles

Versículos 1- 8
Todos os crist ãos devem ser sant os; se não chegam a esse carát er na t erra, nunca serão sant os
na glória. Os que não são fiéis não são sant os, não crêem em Crist o nem são verazes à profissão
que fazem de sua relação com seu Senhor. Por graça entendemos o amor e o favor livre e imerecido
de Deus, e as graças do Espírit o que fluem ; pela paz, t odas as out ras bênçãos t em porárias e
espirit uais, frut o do ant erior. Não há paz sem graça. Não há paz nem graça, senão de Deus Pai e do
Senhor Jesus Crist o, e os m elhores sant os necessit am novas provisões da graça do Espírit o, e
desejos de crescer.

Versículos 3- 8
As bênçãos celest iais e espirit uais são as m elhores bênçãos; com as quais não podem os ser
miseráveis e sem as quais não podem os senão sê- lo. ist o vem da eleição deles em Crist o, ant es da
fundação do mundo, para que fossem feitos santos pela separação do pecado, sendo separados para
Deus e sant ificados pelo Espírit o Sant o, com o conseqüência de sua eleição em Crist o. Todos os
escolhidos para a felicidade com o fim , são escolhidos para sant idade com o m eio. Foram
predest inados ou preordenados com am or para serem adot ados da elevada relação com Ele. o
crent e reconciliado e adot ado, o pecador perdoado, dá t odo o louvor de sua salvação a seu bondoso
Pai. Seu am or est abeleceu est e m ét odo de redenção, não poupou seu próprio Filho, e t rouxe os
crent es a que ouvissem e abraçassem est a salvação. Foi riqueza de sua graça prover com o garant ia
a seu próprio Filho e ent regá- lo livrem ent e. Est e m ét odo da graça não est im ula o m al; m ost ra o
pecado em t oda sua odiosidade, e quant o m erece a vingança. as ações do crent e, e suas palavras
declaram os louvores da misericórdia divina.

Versículos 9- 14
As bênçãos foram dadas a conhecer aos crent es quando o Senhor lhes m ost ra o m ist ério de sua
soberana vontade, e o método de redenção e salvação. Mas isto deveria ter estado sempre oculto de
nós, se Deus não lãs t iver dado a conhecer por sua palavra escrit a, a pregação de seu evangelho, e
seu Espírito de verdade.
Crist o uniu em sua pessoa os dois bandos em disput a, Deus e o hom em , e deu satisfação pelo
m al que causou a separação. Operou por seu Espírit o as graças de fé e am or pelas quais som os
feit os um com Deus, e uns com out ros. dispensa t odas suas bênçãos de acordo a seu beneplácit o.
Seu ensino divino conduziu aos que quis a que vissem a glória das verdades, enquant o out ros foram
deixados para blasfemar.
Que prom essa de graça é est a que assegura a dádiva do Espírit o Sant o aos que pedem ! A obra
sant ificadora e consoladora do Espírit o Sant o sela os crent es com o filhos de Deus e herdeiros do
céu. Estas são as primícias da santa alegria. Para isto fomos feitos e para isto fomos remidos; este é
o grande desígnio de Deus em t udo o que t em feit o por nós; que t odo sej a at ribuído para o louvor
de sua glória.

Versículos 15- 23
Deus t em colocado bênçãos espirit uais em seu Filho ao Senhor Jesus; m as nos pede que as
busquemos e as obt enham os pela oração. Ainda os m elhores crist ãos necessit am que se ore por
eles; e enquanto saibamos do bem- estar dos amigos cristãos, devemos orar por eles.
At é os crent es verdadeiros t êm grande necessidade de sabedoria celest ial. Acaso ainda os
melhores de nós som os relut ant es a subm et er- nos ao j ugo de Deus, em bora não há out ro m odo de
achar repouso para a alm a? Acaso não nos afast am os de nossa paz por um pouco de prazer? Se
discutíssem os m enos e orássem os m ais com e por uns e out ros, diariam ent e veríam os m ais e m ais
qual é a esperança de nossa vocação, e as riquezas da glória divina nest a herança. Desej ável é
sent ir o fort e poder da graça divina que com eça e execut a a obra da fé em nossas alm as. Todavia,

226
cust a m uit o levar a um a alm a a acredit ar plenam ent e em Crist o e avent urar- se t oda ela e sua
esperança de vida eterna em sua justiça. Nada menos que o poder onipotente operará isto em nós.
Aqui se significa que é Cristo o Salvador quem supre todas as necessidades dos que confiam nEle,
e lhes dá as bênçãos na m ais rica abundância. Sendo part icipes em Crist o m esm o, chegam os a
serm os cheios com a plenit ude da graça e da glória nEle. Ent ão, com o podem esquecer- se de si
mesm os aqueles que andam procurando a j ust iça fora dEle! I st o nos ensina a ir a Crist o. Se
soubéssem os a que est am os cham ados, que podem os achar nEle, com t oda cert eza iríam os e
seriam os part e dEle. Quando sent im os nossa fraqueza e o poder de nossos inim igos, é quando m ais
percebem os a grandeza desse poder que efet ua a conversão do crent e e que est á dedicado a
aperfeiçoar sua salvação. Cert am ent e ist o nos const rangerá por am or para viver para a glória de
nosso Redentor.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 10 As riquezas da graça gratuita de Deus para com os homens,
são indicadas por seu deplorável estado natural, e a ditosa
mudança que a graça divina efetua neles
Versículos 11- 13 Os efésios são chamados a reflexionar em seu estado de
paganismo
Versículos 14- 22 Os privilégios e as bênçãos do Evangelho

Versículos 1- 10
O pecado é a m ort e da alm a. um hom em m ort o em delit os e pecados não sent e desej os pelos
prazeres espirit uais. Quando olham os para um cadáver, dá um a sensação espant osa. O espírit o que
nunca m orre foi em bora, e nada t em deixado senão as ruínas de um hom em . Todavia, se víssem os
bem as coisas, deveríam os sent ir- nos m uit o m ais afet ados com o pensam ent o de um a alm a m ort a,
um espírito perdido e caído.
O est ado de pecado é o est ado de conform idade com est e m undo. Os hom ens ím pios são
escravos de Sat anás, que é o aut or dessa disposição carnal orgulha que exist e nos hom ens ím pios;
ele reina nos corações dos hom ens. na Escrit ura fica claro que se os hom ens t êm sido m ais
inclinados à iniqüidade espirit ual ou sensual, t odos os hom ens, sendo nat uralm ent e filhos da
desobediência, são t am bém por nat ureza filhos da ira. Ent ão, quant a razão t êm os pecadores para
procurarem fervorosam ent e a graça que os fará filhos de Deus e herdeiros da glória, t endo sido
filhos da ira!
O am or et erno ou a boa vont ade de Deus para com suas criat uras é a font e de onde fluem t odas
suas m isericórdias para conosco; esse am or e Deus é am or grande, e sua m isericórdia é
misericórdia rica. Todo pecador convert ido é um pecador salvo; livrado do pecado e da ira. A graça
que salva é a bondade e o favor livre e im erecido de Deus; Ele salva, não pelas obras da lei, senão
pela fé em Cristo Jesus.
A graça na alm a é vida nova na alm a. Um pecador regenerado chega a ser um senhor vivent e;
vive um a vida de sant idade, sendo nascido de Deus: vive, sendo livrado da culpa do pecado, pela
graça que perdoa e j ust ifica. Os pecadores se revolvem no pó; as alm as sant ificadas sent am nos
lugares celestiais, levantadas por sobre este mundo pela graça de Cristo.
A bondade de Deus ao convert er e salvar pecadores aqui e agora, est im ula os out ros a esperar,
no futuro, por Sua graça e misericórdia. Nossa fé, nossa conversão, e nossa salvação eterna não são
pelas obras, para que nenhum hom em se vanglorie. Est as coisas não acont ecem por algo que nós
façamos, portanto, toda jactância fica excluída. Todo é livre dádiva de Deus e efeito de ser vivificado
por seu poder. Foi seu propósit o para o qual nos preparou, dizendo- nos com o conhecim ent o de sua
vont ade, e seu Espírit o Sant o produz t al m udança abençoando- nos com o conhecim ent o de sua
vont ade, e seu Espírit o Sant o produz t al m udança em nós que glorificarem os a Deus por nossa boa
conversação e perseverança na sant idade. Ninguém pode abusar dest a dout rina apoiando- se na
Escritura, nem a acusa de nenhuma tendência ao mal. Todos os que assim agem, não têm escusa.

Versículos 11- 13
Cristo e sua aliança são o fundamento de todas as esperanças do cristão.
Aqui há um a descrição t rist e e t errível, m as, quem é capaz de subt rair- se disso? Não
desejaríam os que isso não fosse um a descrição verdadeira de m uit os bat izados no nom e de Crist o?
quem pode, sem t rem er, reflexionar na m iséria de um a pessoa separada para sem pre do Povo de
Deus, cort ada do corpo de Crist o, caída da aliança da prom essa, sem t er esperança nem Salvador e

227
sem nenhum Deus senão um Deus de vingança para t oda a et ernidade? Não t er part e em Crist o!
que cristão verdadeiro pode ouvir isso sem horror?
A salvação est á longe do ím pio, porém Deus é um a aj uda a m ão para seu povo e ist o é pelos
sofrimentos e a morte de Cristo.

Versículos 14- 18
Jesus Crist o fez a paz pelo sacrifício de si m esm o; em t odo sent ido, Crist o era a Paz deles, o
aut or, o cent ro e a subst ância de est ar eles em paz com Deus; e de sua união com os crent es
j udeus num a igrej a. At ravés da pessoa, o sacrifício e a m ediação de Crist o, é perm it ido aos
pecadores aproximar- se a Deus Pai, e são levados com aceit ação à sua presença, com sua adoração
e seu serviço, sob o ensinam ent o do Espírit o Sant o, com o um com o Pai e o Filho. Crist o com prou a
perm issão para que nós fossem os a Deus; e o Espírit o dá o coração para ir e a força para ir e,
depois, a graça para servir aceitavelmente a Deus.

Versículos 19- 22
A igrej a se com para com um a cidade, e t odo pecador convert ido est á livre disso. Tam bém é
com parada com um a casa, e t odo pecador convert ido é um da fam ília; um servo e um filho na casa
de Deus.
Tam bém se com para a I grej a com um edifício fundado na dout rina de Crist o, ent regada pelos
profet as do Ant igo Test am ent o, e os apóst olos do Novo Test am ent o. Deus habit a agora em t odos os
crent es; eles chegam a ser o t em plo de Deus pela obra do bendit o Espírit o. Ent ão, pergunt em o- nos
se nossas esperanças estão ficadas em Cristo conforme à doutrina de sua Palavra. Nos consagramos
a Deus como templos santos por meio dEle? Somos morada de Deus no Espírito, estamos orientados
espirit ualm ent e e carregam os os frut os do Espírit o? Cuidem os de não cont rist ar o sant o Consolador.
Desej em os sua graciosa presença e suas influências em nossos corações. Procurem os cum prir os
deveres designados a nós para a glória de Deus.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 7 O apóstolo declara seu ofício, e suas qualidades e seu
chamado a este
Versículos 8- 12 Além disso, os nobres propósitos a que responde
Versículos 13- 19 Ora pelos efésios
Versículos 20- 21 Agrega uma ação de graças

Versículos 1- 7
Por t er pregado a dout rina da verdade, o apóst olo est ava preso, m as era prisioneiro de Jesus
Crist o; era obj et o de prot eção e cuidado especial enquant o sofria por Ele. t odas as ofert as de graça
do Evangelho e a nova de grande gozo que cont ém , vêm da rica graça de Deus, é o grande m édio
pelo qual o Espírito opera a graça nas almas dos homens.
O mistério desse propósito de salvação secreto, escondido, por meio de Cristo.
I st o não foi t ão claram ent e m ost rado em épocas ant eriores a Crist o, com o aos profet as do Novo
Test am ent o. Est a era a grande verdade dada a conhecer ao apóst olo, que Deus cham aria os gent ios
à salvação pela fé em Crist o. um a obra eficaz do poder divino acom panha os dons da graça divina.
Como Deus nomeou a Paulo para o ofício, assim o equipou para ele.

Versículos 8- 12
Aos que Deus prom ove para cargos de honra, os faz sent ir- se baixos aos seus próprios olhos;
onde Deus dá graça para ser hum ilde, ali dá t oda a graça necessária. Quão alt o fala de Jesus Crist o,
das inescrut áveis riquezas de Crist o! Em bora m uit os não são enriquecidos com est as riquezas, de
qualquer j eit o, quão grande favor, que nos sej a pregado a nós, e que nos sej am oferecidas! Se não
form os enriquecidos com elas é a nossa própria falt a. A prim eira criação, quando Deus fez t odas as
coisas do nada, e a nova criação, pela qual os pecadores são feit os novas criat uras pela graça que
convert e, são de Deus por Jesus Crist o. suas riquezas são t ão inescrut áveis e t ão seguras com o
sem pre, ainda enquant o os anj os adoram a sabedoria de Deus na redenção de sua I grej a, ao
mesm o t em po a ignorância dos hom ens carnais sábios aos seus próprios olhos, condena t odo com o
tolice.

228
Versículos 13- 19
O apóst olo parece est ar m ais ansioso pelos crent es, não sej a que desanim em e desfaleçam por
suas t ribulações, que pelo que ele m esm o devia suport ar. Pede bênçãos espirit uais, que são as
m elhores bênçãos. A força do Espírito de Deus no homem interior; força na alma; o poder da fé para
servir a Deus e cumprir nosso dever. Se a lei de Cristo está escrita em nossos corações, e o amor de
Crist o for derram ado por t odas part es, ent ão Crist o habit a nele. Onde m ora seu Espírit o, ali habit a
Ele. Desej aríam os que os bons afeit os fossem afixados em nós. Quão desej ável é t er a sensação
firme do amor de Deus em Cristo em nossas almas!
Com quant a força fala o apóst olo do am or de Crist o! A largura m ost ra sua m agnit ude a t odas as
nações e níveis; a longit ude, que vai de et ernidade a et ernidade; a profundeza, a salvação dos
sum idos nas profundidades do pecado e a m iséria; a alt ura, sua elevação à felicidade e glória
celestiais. Pode dizer- se que est ão cheios com a plenit ude de Deus os que recebem graça por graça
da plenit ude de Crist o. não deveria ist o sat isfazer o hom em ? Deve encher- se com m il enganos,
jactando- se que com essas coisas completa sua felicidade?

Versículos 20- 21
Sem pre result a apropriado t erm inar as orações com louvores. Esperem os m ais, e peçam os m ais,
alent ados pelo que Crist o j á t em feit o por nossas alm as, est ando seguros de que a conversão dos
pecadores e o consolo dos crentes será para sua glória por sempre jamais.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 6 Exortações à mútua tolerância e união
Versículos 7- 16 Ao devido uso dos dons e graças espirituais
Versículos 17- 24 À pureza e à santidade
Versículos 25- 32 E a cuidar- se dos pecados praticados pelos pagãos

Versículos 1- 6
Nada se exort a com m aior ênfase nas Escrit uras, que andar com o corresponde aos cham ados ao
reino e glória de Crist o. por hum ildade ent enda- se o que se opõe ao orgulho. Por m ansidão, a
excelente disposição da alm a que faz que os hom ens não est ej am prest es a provocar, e que não se
sint am facilm ent e provocados ou ofendidos. Encont ram os m uit os em nós m esm os pelo qual apenas
nos poderíam os perdoar; port ant o, não deve surpreender- nos se acham os no próximo o que cremos
difícil de perdoar. Exist e um Crist o no qual t êm esperança t odos os crent es, e um céu no qual t odos
esperam ; port ant o, deveriam ser de um só coração. Todos t inham um a fé em seu obj et o, Aut or,
nat ureza e poder. Todos eles criam o m esm o Enquanto às grandes verdades da religião; t odos eles
t inham sido recebidos na I grej a por um bat ism o com água no nom e do Pai, do Filho e do Espírit o
Sant o com o sinal da regeneração. Em t odos os crent es habit a Deus Pai com o em seu sant o t em plo,
por seu Espírito e graça espiritual.

Versículos 7- 16
A cada crente é dado algum dom da graça para que se ajudem mutuamente. Tudo se dá segundo
a Crist o lhe aprouver out orgar a cada um . Ele recebeu para eles, para dar a eles, um a grande
medida de dons e graças; particularmente o dom do Espírito Santo. Não é um simples conhecimento
int elect ual nem um puro reconhecim ent o de Crist o com o Filho de Deus, senão com o quem produz
confiança e obediência. Há um a plenit ude em Crist o e um a m edida nessa plenit ude dada no
conselho de Deus a cada crent e, m as nunca chegarem os à m edida perfeit a senão at é chegarm os ao
céu. Os filhos de Deus est ão crescendo enquant o est ão nest e m undo; e o crescim ent o do crist ão
busca a glória de Crist o. Quant o m ais im pulsionado est iver um hom em a aproveit ar seu estado,
conforme com sua medida e com tudo o que tenha recebido, para o bem espiritual do próximo, mais
certamente pode crer que tem a graça do amor e a caridade sincera arraigada em seu coração.

Versículos 17- 24
O apóst olo encarrega aos efésios, em nom e e pela aut oridade do Senhor Jesus, que t endo
professado o Evangelho, não devem ser com o os gent ios inconversos que andavam na vaidade de
suas m ent es e nos afet os carnais. Não andam os hom ens na vaidade de sua m ent e por t odas
part es? Não devem os, ent ão, enfat izar a dist inção ent re os crist ãos reais e os nom inais? Eles
est avam desprovidos de t odo conhecim ent o salvador; est avam em t revas e as am avam m ais que à
luz. Odiavam e aborreciam a vida em sant idade, que não som ent e é o cam inho de vida que Deus

229
exige e aprova, e pelo qual vivem os para Ele, senão que t em algum a sem elhança com o próprio
Deus em sua pureza, j ust iça, verdade e bondade. A verdade de Crist o se m anifest a em sua beleza e
poder quando aparece em Jesus.
A natureza corrupta se chama homem; como o corpo humano tem diversas partes que se apóiam
e fort alecem ent re sim . Os desej os pecam inosos são concupiscências enganosas; prom et em
felicidade aos hom ens, porém os t ornam m ais m iseráveis; os conduzem à dest ruição, se não se
subm et em e m ort ificam . Port ant o, devem elim iná- las com o roupa velha e suj a; devem ser
subm et idos e m ort ificados. Mas não bast a que elim inar os princípios corrupt os: devem os t er
princípios de graça. Pelo novo hom em significa- se a nova nat ureza, a nova criat ura, dirigida por um
princípio novo, a graça regeneradora, que capacit a hom em para levar um a vida nova de j ust iça e
santidade. Isto é criado ou produzido pelo poder onipotente de Deus.

Versículos 25- 28
Notem- se os det alhes com que devem os enfeit ar nossa confissão crist ã. Cuidem - se de t oda coisa
cont rária à verdade. Não adulem nem enganem o próxim o. O Povo de Deus é de filhos que não
m ent em , que não se at revem a m ent ir, que odeiam e aborrecem a m ent ira. Cuidem - se da ira e das
paixões desenfreadas. Se há um a ocasião j ust a para expressar descont ent am ent o pelo m al, e
repreendê- lo, sej a feit o sem pecar. Dam os lugar ao diabo quando os prim eiros indícios do pecado
não cont rist am a nossa alm a, quando consent im os a eles; e quando repet im os um a obra ruim . I st o
ensina que é pecado se um se rende e perm it e que o diabo venha a nós; devem os resist i- lo,
cuidando- nos de toda aparência de mal.
O ócio faz o ladrão. Os que não t rabalham se expõem à t ent ação de roubar. Os hom ens devem
ser t rabalhadores para que possam fazer algo de bem , e para que sej am liberados da t ent ação.
Devem t rabalhar não som ent e para viver honest am ent e, senão para que possam dar para as
necessidades do próxim o. Ent ão, que devem os pensar dos assim cham ados crist ãos que se
enriquecem pela fraude, opressão e prát icas enganosas! Para que Deus aceit e as ofert as, não
devem ser ganham com inj ust iça e roubo, senão com honest idade e t rabalho. Deus odeia o roubo
para os holocaustos.

Versículos 29- 32
As palavras suj as saem da corrupção de quem as diz e corrom pem a m ent e dos que as ouvem :
os crist ãos devem cuidar- se desse m odo de falar. É dever dos crist ãos procurar a bênção de Deus,
que as pessoas pensem seriamente e animar e advertir os crentes com o que digam. Sejam amáveis
uns com os out ros. I st o est abelece o princípio do am or no coração e sua expressão ext erna num a
conduta cortês e humilde.
Note- se com o o perdão de Deus nos faz perdoar. Deus nos perdoou apesar de que não t ínham os
razão para pecar cont ra Ele. devem os perdoar com o Ele nos t em perdoado. Toda com unicação
ment irosa e corrupt a, que est im ule os m aus desej os e as luxúrias, cont rist am o Espírit o de Deus. as
paixões corrupt as do rancor, ira, raiva, queixas, m aledicências e m alícia, cont rist am o Espírit o
Sant o. Não provoquem o sant o e bendit o Espírit o de Deus a que ret ire a sua presença e sua
influência de graça. O corpo será redim ido do poder do t úm ulo o dia da ressurreição. Onde quer que
o bendit o Espírit o m ore com o sant ificador, é a prim ícia de t odo deleit e, e as glórias do dia da
redenção; seriamos destrocados se Deus nos tirasse seu Espírito Santo.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 2 Exortação ao amor fraternal
Versículos 3- 14 Advertência contra diversos pecados
Versículos 15- 21 Instruções para uma conduta adequada e os deveres
relacionados
Versículos 22- 33 Os deveres das esposas e maridos se realçam pela relação
espiritual entre Cristo e a Igreja

Versículos 1- 2
Deus nos t em perdoado por am or a Ct , port ant o, sej am seguidores de Deus, im it adores de Deus.
Imitem- no em especial em seu am or e em sua bondade perdoadora, com o convém aos am ados de
seu Pai celestial.
No sacrifício de Cristo triunfa seu amor, e nós temos que considerá- lo plenamente.

230
Versículos 3- 14
As suj as concupiscências devem arrancar- se de raiz. Devem t em er- se e abandonar esses
pecados. Est as não são só advert ências cont ra os at os grosseiros do pecado, senão cont ra o que
alguns t om am levianam ent e. Mas est as coisas dist am t ant o de serem proveit osas, que cont am inam
e envenenam os ouvintes. Nosso júbilo deveria notar- se como corresponde aos cristãos ao dar glória
a Deus. O hom em cobiçoso faz um deus de seu Senhor; deposit a nos bens m undanos sua
esperança, confiança e delicia, as que som ent e deveriam est ar em Deus. os que caem na
concupiscência da carne ou no am or ao m undo, não pert encem ao reino da graça, nem irão para o
reino da glória. Quando os t ransgressores m ais vis se arrependem e acredit am no Evangelho,
chegam a ser filhos da obediência, dos quais se afast a a ira de Deus. Ousarem os t om ar
levianamente o que provoca a ira de Deus?
Os pecadores, com o hom ens em t revas, vão aonde não sabem que vão, e fazem o que não
sabem , m as a graça de Deus opera um a t rem enda m udança nas alm as de m uit os. Andam com o
filhos da luz, com o t endo conhecim ent o e sant idade. As obras das t revas são infrut íferas, qualquer
sej a o proveit o do qual se j act em , porque t erm inam na dest ruição do pecador im penit ent e. Exist em
m uit as form as de induzir ou de part icipar nos pecados alheios: felicit ando, aconselhando,
consent indo ou ocult ando. Se part iciparm os com o próxim o em seus pecados, devem os esperar
uma part icipação em suas pragas. Se não repreendem os os pecados dos out ros, t em os com unhão
com eles.
O homem bom deve envergonhar- se de falar do que muitos ímpios não se envergonham de fazer.
Não só devem os t er a noção e a visão de que o pecado é pecado e vergonhoso em algum a m edida,
senão que devem os ent endê- lo com o violação à sant a lei de Deus. segundo o exem plo dos profet as
e apóst olos, devem os cham ar os que est ão dorm indo e m ort os em pecado para que acordem e se
levantem, a fim de que Cristo lhes dê luz.

Versículos 15- 21
Out ro rem édio cont ra o pecado é o cuidado ou a caut ela, sendo im possível m ant er de out ro
m odo a pureza de coração e vida. O t em po é um t alent o que Deus nos dá e se desperdiça e se
perde quando não é usado conform e com Sua int enção. Se at é agora desperdiçam os o t em po,
devem os duplicar nossa diligência para o fut uro. Quão pouco os hom ens pensam no m om ent o no
qual em seu leito de morte milhares redimiriam alegres pelo preço de todos os mundos, e todavia, a
que banalidades o sacrificam diariamente!
A gent e é m uit o boa para se queixar dos t em pos m aus; bom seria se isso os est im ulasse m ais
para redimir o tempo. Não seja imprudente. A ignorância de nosso dever e a negligência com nossas
almas são uma amostra da maior burrice. A embriaguez é um pecado que nunca vai sozinho, porque
conduz os hom ens a out ros m ales; é um pecado que provoca m uit o a Deus. O ébrio dá a sua família
e a t odo o m undo o t rist e espet áculo de um pecador endurecido além do corriqueiro, e que se
precipit a rum o a perdição. Quando est ej am os afligidos ou cansados, não procurem os levant ar nosso
ânim o com bebidas em briagant es, porque é abom inável e prej udicial e som ent e t erm ina fazendo
que se sint am m ais as t rist ezas. Procurem os, pois, por m eio da oração fervorosa, serm os cheios
com o Espírito, e evitemos todo o que possa contristar a nosso benigno Consolador.
Todo o povo de Deus t em razão para cant ar de j úbilo. Em bora não sem pre est ej am os cant ando,
devem os est ar sem pre dando as graças; nunca nos deve falt ar a disposição para est e dever, porque
nunca nos falt ará t em a at ravés de t odo o decurso de nossas vidas. Sempre, ainda nas provas e nas
aflições, e por t odas as coisas; sat isfeit os com o am oroso propósit o e a t endência para o bem . Deus
resguarda os crent es de pecarem cont ra Ele e os faz submeter- se uns aos out ros em t udo o que
ordena, para promover sua glória e cumprir seus deveres mútuos.

Versículos 22- 33
O dever das esposas é a subm issão no Senhor a seus m aridos, o qual com preende honrá- los e
obedecê- los por um princípio de am or a eles. O dever dos esposos é am ar a suas esposas. O am or
de Crist o pela I grej a é o exem plo, porque é sincero, puro e const ant e apesar das falhar dela. Crist o
se deu peã I grej a para sant ificá- la nest e m undo e glorificá- la no vindouro, para out orgar a t odos
seus m em bros o princípio de sant idade e livrá- los da culpa, a cont am inação e o dom ínio do pecado,
pela obra do Espírit o Sant o das quais seu sinal ext erior é o bat ism o. A I grej a e os crent es não
carecerão de m anchas e rugas at é que cheguem à glória. Mas som ent e os que são sant ificados
agora serão glorificados no além.
As palavras de Adão mencionadas pelo apóstolo são ditas literalmente acerca do matrimônio, mas
t êm t am bém um sent ido ocult o nelas em relação com a união ent re Crist o e sua I grej a. Era um a
espécie de t ipo, por sua sem elhança. Haverá falhas e defeit os por am bos lados, no est ado present e
da nat ureza hum ana, m as ist o não alt era a relação. Todos os deveres do m at rim ônio est ão incluídos

231
na unidade e o am or. Enquant o adoram os e nos regozij am os no am or condescendent e de Crist o, os
m aridos e as esposas aprendam seus deveres recíprocos. Assim , serão im pedidos os piores m ales e
serão evitados muitos efeitos penosos.

CAPÍTULO 6
Versículos 1- 4 Os deveres de filhos e pais
Versículos 5- 9 Dos servos e os amos
Versículos 10- 18 Todos os cristãos devem vestir sua armadura contra os
inimigos de suas almas
Versículos 19- 24 O apóstolo deseja suas orações, e termina com sua bênção
apostólica

Versículos 1- 4
O grande dever dos filhos é obedecer a seus pais. A obediência com preende a reverência int erna
e os at os ext ernos, e em t oda época a prosperidade t em acom panhado os que se dist inguem por
obedecer a seus pais.
O dever dos pais: não sej am im pacient es nem usem severidades irracionais; t rat em seus filhos
com prudência e sabedoria; convençam - nos em seus j uízos e obrem na razão deles. Criam - nos
bem ; sob a correção apropriada e com passiva, e no conhecim ent o do dever que Deus exige. Est e
dever est á freqüent em ent e descuidado at é ent re os que professam o Evangelho. Muit os põem seus
filhos em cont ra da religião, m as isso não escusa a desobediência dos filhos, em bora
lamentavelm ent e possa ocasioná- la. Deus som ent e pode m udar o coração, m as Ele dá sua bênção
às boas lições e exem plos dos pais, e responde suas orações. Mas não devem esperar a bênção de
Deus os que t êm com o afã principal que seus filhos sej am ricos e bem - sucedidos, sem im port ar o
que aconteça com suas almas.

Versículos 5- 9
O dever dos servos est á resum ido em um a palavra: obediência. Os servos de ant igam ent e, em
línea geral eram escravos. Os apóst olos deviam ensinar seus deveres aos am os e aos servos, pois
fazendo ist o dim inuiriam os m ales at é que a escravidão chegasse a seu fim pela influência do
cristianism o. Os servos t êm de reverenciar os que est ão por acim a deles. Devem ser sinceros; não
devem pret ender obediência quando desej am desobedecer, senão servindo fielm ent e. Devem servir
a seus am os não som ent e quando est es os vêm , senão que devem ser est rit os para cum prirem com
seu dever quando aqueles estão ausentes ou não os vêm. A consideração constante do Senhor Jesus
Crist o fará fiéis e sinceros os hom ens de t oda posição, não resm ungando nem por coerção, senão
por um princípio de am or por seus am os e seus int eresses. I st o lhes facilit ará o servir, agrada a
seus am os, e é aceit ável para o Senhor Jesus. Deus recom pensará at é o m ais m ínim o que t enha
sido feito por sentido do dever, e com o alvo de glorificá- lo a Ele.
Eis aqui o dever dos am os: aj am da m esm a form a. Sej am j ust os com seus servos segundo com o
esperam que eles sej am com vocês; m ost rem a m esm a boa vont ade e int eresse por eles e cuidem
de serem aprovados diant e de Deus. Não sej am t irânicos nem opressores. Vocês t êm um Am o ao
qual obedecer e vocês e eles não são senão conservos a respeit o de Crist o Jesus. se os am os e os
servos considerassem seus deveres para com Deus, e a cont a que devem rendê- lhe daqui a pouco,
se preocupariam m ais por seus deveres m út uos e, assim , as fam ílias seriam m ais ordenadas e
felizes.

Versículos 10- 18
A força e o valor espirit ual são necessários para nossa guerra e sofrim ent o espirit ual. os que
desej am dem onst rar que t êm a graça verdadeira consigo, devem apont ar a t oda graça; e colocar- se
t oda a arm adura de Deus, que Ele prepara e dá. a arm adura crist ã est á feit a para ser usada e não é
possível deixá- la até que tenhamos terminado nossa guerra e finalizado a nossa carreira. O combate
não é t ão só cont ra inim igos hum anos, nem cont ra a nossa nat ureza corrupt a; devem os enfrent ar-
nos com um inim igo que t em m ilhares de form as de enganar as alm as inst áveis. Os diabos nos
assalt am nas coisas que correspondem a nossas alm as e se esforçam por apagar a im agem celest ial
de nossos corações.
Devem os resolver, pela graça de Deus, não render- nos a Sat anás. Resist am - lhe, e fugirá de
vocês. Se cederm os, ele se apoderará do t erreno. Se desconfiarm os de nossa causa, de nosso Líder
ou de nossa armadura, lhe damos vantagem.

232
Aqui se descrevem as diferentes partes da armadura dos soldados bem apetrechados, que devem
resist ir os assalt os m ais ferozes do inim igo. Não há nada para as cost as; nada que defenda os que
se retiram da guerra cristã.
A verdade ou a sinceridade é o cint o. Est e rodeia as out ras part es da arm adura e é m encionado
em primeiro lugar. não pode haver religião sem sinceridade.
A j ust iça de Crist o, im put ada a nós, é um a couraça cont ra os dardos da ira divina. A j ust iça de
Cristo, implantada em nós, fortifica o coração contra os ataques de Satanás.
A resolução deve ser com o as peças da arm adura para resguardar as part es diant eiras das
pernas, e para afirm ar- se no t erreno ou cam inhar por sendas escarpadas, os pés devem est ar
protegidos com a preparação do evangelho da paz. Os m ot ivos para obedecer em m eio das
provações devem extrair- se do caro conhecimento do evangelho.
A fé é t odo em t udo na hora da t ent ação. A fé, t er a cert eza do que não se vê, com o receber a
Crist o e os benefícios a redenção, e desse m odo, derivar a graça dEle, é com o um escudo, um a
defesa em t oda form a. O diabo é m alvado. As t ent ações violent as, pelas quais a alm a se acende
com o fogo do inferno, são dardos que Sat anás nos lança. Além disso, os m aus pensam ent os cont ra
Deus e nós mesmos. A fé que aplica a Palavra de Deus e a graça de Cristo, é a que apaga os dardos
da tentação.
A salvação deve ser nosso capacet e. A boa esperança de salvação e a expect at iva bíblica da
vitória, purificam a alma e impedem que seja contaminada por Satanás.
O apóst olo recom enda ao crist ão arm ado para a defesa na bat alha, um a única arm a de at aque, a
qual é suficient e: a espada do Espírit o, que é a palavra de Deus. Subm et e e m ort ifica os m aus
desej os e os pensam ent os blasfem os a m edida que surgem adent ro; e responde à incredulidade e
ao erro a m edida que assalt am desde fora. Um único t ext o bem ent endido e ret am ent e aplicado,
destrói de uma vez só a tentação ou a objeção e submete o adversário mais formidável.
A oração deve assegurar t odas as out ras part es de nossa arm adura crist ã. Há out ros deveres da
religião e de nossa posição no m undo, porém devem os m ant er o t em po para orar. Em bora a oração
solene e est ável possa não ser fact ível quando há out ros deveres que cum prir, de t odos m odos as
orações piedosas curtas que são lançadas são sempre como dardos.
Devem os usar pensam ent os sant os em nossa vida diária. O coração vão t am bém será vão para
orar. Devem os orar com t oda classe de oração, pública, privada e secret a; social e solit ária; solene
e espont ânea; com t odas as part es da oração: confissão de pecado, pet ição de m isericórdia e ação
de graças pelos favores recebidos. E devem os fazê- lo pela graça de Deus Espírit o Sant o,
dependendo de seu ensino e conforme com ele. devemos perseverar em pedidos particulares apesar
do desânimo. Devemos orar não só por nós, senão por todos os santos. Nossos inimigos são fortes e
nós não t em os força, m as nosso Redent or é todo- poderoso, e no poder de sua força podem os
vencer. Por isso devem os anim ar- nos a nós m esm os. Não t em os deixado de responder repet idas
vezes, quando Deus tem chamado? Pensemos nessas coisas e continuemos orando com paciência.

Versículos 19- 24
O evangelho era um mistério até que foi dado a conhecer pela revelação divina; anunciá- lo é obra
dos m inist ros de Crist o. os m elhores m inist ros e os m ais em inent es necessit am das orações dos
crent es. Deve orar- se especialm ent e por eles, porque est ão expost os a grandes dificuldades e
perigos em sua obra.
Paz sej a aos irm ãos, e am or com fé. Por paz ent enda- se t odo t ipo de paz: paz com Deus, paz
com consciência, paz ent re eles m esm os. A graça do Espírit o, produzindo fé e am or e t oda graça.
Ele desej a isso para aqueles nos que j á foram com eçadas. E t oda a graça e as bênçãos vêm aos
santos desde Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. a graça, isto é, o favor de Deus, e todos
os bens espirit uais e t em porais, que são dela, é e será com t odos os que assim am em a nosso
Senhor Jesus Cristo com sinceridade, e somente com eles.

FILIPENSES

Os filipenses est avam m uit o profundam ent e int eressados no apóst olo. O alcance da epíst ola é
confirmá- los na fé, anim á- los a andar com o corresponde ao Evangelho de Crist o, precavendo- os
cont ra os m est res j udaizant es, e expressar grat idão por sua generosidade crist ã. Est a epíst ola é a
única, das escrit as por são Paulo, em que não há censuras im plícit as nem explícit as. Em t odas

233
part es encont ra- se a confiança e a felicit ação plena e os filipenses são t rat ados com um afet o
peculiar que perceberá todo leitor sério.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 7 O apóstolo oferece ações de graças e orações pela boa obra
de graça nos filipenses
Versículos 8- 11 Expressa afeto e ora por eles
Versículos 12- 20 Os fortalece para que não desanimem por seus sofrimentos
Versículos 21- 26 Estar preparado para glorificar a Cristo por sua vida ou sua
morte
Versículos 27- 30 Exortações ao zelo e à constância para professar o evangelho

Versículos 1- 7
A m ais alt a honra dos m inist ros m ais em inent es é ser servos de Crist o. Os que não são
verdadeiros sant os na t erra nunca serão sant os no céu. Fora de Crist o os m elhores sant os são
pecadores e incapazes de est ar diant e de Deus. não há paz sem graça. A paz int erna surge de
perceber o favor divino. Não há graça sem paz, senão de nosso Pai Deus, a font e e a origem de
todas as bênçãos.
O apóst olo foi m alt rat ado em Filipos e viu pouco frut o de seu t rabalho, m as lem bra- se com gozo
dos filipenses. Devem os agradecer a nosso Deus pelas graças e consolos, os dons e o serviço de
out ros, quando recebem os o benefício e Deus recebe a glória. A obra de graça nunca será
aperfeiçoada senão até o dia de Jesus Cristo, o dia de sua manifestação. Todavia, estejamos sempre
confiados em que Deus com pletará sua boa obra em t oda alm a onde que t enha com eçado pela
regeneração, em bora não devem os confiar- nos das aparências ext ernas, nem em nada senão na
nova criação para sant idade. A gent e é querida por seus m inist ros quando recebem o benefício de
seu ministério. Os que sofrem juntos na causa de Deus devem amar- se mutuamente.

Versículos 8- 11
Não com padecerem os e não am arem os as alm as que Crist o am a e com padece? Os que abundam
em algum a graça devem abundar m ais. Provem os diferent es coisas; provem os o excelent e. As
verdades e as leis de Crist o são excelent es e se recom endam a si m esm as com o t ais a t oda m ent e
at ent a. A sinceridade deve ser a m arca de nossa conversação no m undo, e é a glória de t odas as
nossas virt udes. Os crist ãos não devem ofender- se e devem ter m uit o cuidado em não ofender a
Deus nem aos irm ãos. As coisas que m ais honram a Deus são as que m ais nos beneficiarão. Não
dem os espaço a nenhum a dúvida sobre se há ou não algum frut o bom em nós. Ninguém deve
sentir- se satisfeito com uma medida pequena de amor, conhecimento e fruto cristão.

Versículos 12- 20
O apóst olo est ava preso em Rom a e para apagar o vit upério da cruz m ost ra a sabedoria e a
bondade de Deus em seus sofrim ent os. Est as coisas o fizeram conhecido onde nunca t eria sido
conhecido de out ro m odo; devido a elas alguns se int eressaram no evangelho. Sofreu de part e dos
falsos am igos e dos inim igos. Miserável carát er o dos que pregam a Crist o por invej a e cont enda e
agregam aflição às correntes que oprimiam a este, o melhor dos homens!
O apóst olo est ava côm odo em m eio a t udo. Devem os regozij ar- nos, j á que nossos t ranst ornos
podem fazer bem a m uit os. Todo o que result e para a nossa salvação é pelo Espírit o de Crist o e a
oração é o m eio designado para buscá- lo. Nossas expect at ivas e esperanças m ais fervorosas não
devem ser conseguir que nos honrem os hom ens nem escapar da cruz, senão serm os sust ent ados
em m eio da t ent ação, do desprezo e da aflição. Deixem os a Crist o a form a em que nos fará út eis
para sua glória, j á sej a por t rabalhos ou sofrim ent os, por diligência ou paciência, por viver para sua
honra trabalhando para Ele ou por morrer para sua honra sofrendo por Ele.

Versículos 21- 26
A m ort e é um a grande perda para o hom em carnal e m undano, porque perde t odas as bênçãos
t errenas e t odas suas esperanças, porém para o crent e verdadeiro é lucro, porque é o fim de t odas
suas fraquezas e m isérias. O livram de t odos os m ales da vida e o leva a possuir o bem principal. A
disj unt iva do apóst olo não era ent re viver nest e m undo e viver no céu ent re elas não há
comparação ; era ent re servir a Crist o nest e m undo e desfrut ar dEle no out ro. Não ent re duas
coisas m ás, senão ent re duas coisas boas: viver para Crist o ou est ar com Ele. Vej a- se o poder da fé

234
e da graça divina; pode dispor- nos para m orrer. Nest e m undo est am os rodeados de pecado, porém
est ando com Crist o escaparem os do pecado e da t ent ação, da t rist eza e da m ort e para sem pre.
Cont udo, os que m ais razão t êm para part irem devem est ar dispost os a perm anecer no m undo na
m edida em que Deus t enha algum a obra para que eles façam . Quant o m ais inesperadas sej am as
misericórdias antes que eles partam, mais de Deus se verá neles.

Versículos 27- 30
Os que professam o evangelho de Crist o devem viver com o corresponde aos que crêem nas
verdades do evangelho, se subm et em às leis do evangelho e dependem das prom essas do
evangelho. A palavra original para " com port em " denot a a condut a doas cidadãos que procuram o
prest ígio, a seguridade, a paz e a prosperidade de sua cidade. na fé do evangelho exist e aquilo pelo
qual vale a pensa esforçar- se; há muita oposição e se necessita de esforço. O homem pode dormir e
ir para o inferno, porém o que desej a ir para o céu deve cuidar de si m esm o e ser diligent e. Pode
que exist a unanim idade de coração e afet o ent re os crist ãos onde exist a diversidade de j uízo sobre
outras coisas.
A fé é o dom de Deus por m eio de Crist o; a habilidade e a disposição para crer são de Deus. se
sofrerm os censura e perda por Crist o, t em os de cont á- los com o dádivas e apreciá- los com o t ais.
Todavia, a salvação não deve ser at ribuída às aflições corporais, com o se as aflições e as
perseguições m undanas a fizessem m erecida; a salvação é unicam ent e de Deus: a fé e a paciência
são suas dádivas.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 4 Exortação a mostrar um espírito e conduta amável e humilde
Versículos 5- 11 O exemplo de Cristo
Versículos 12- 18 A diligência nos assuntos da salvação, e ser exemplos para o
mundo
Versículos 19- 30 O propósito do apóstolo de visitar Filipos

Versículos 1- 4
Est as são out ras exort ações aos deveres crist ãos, à unanim idade, à hum ildade, conform e ao
exemplo do Senhor Jesus. A bondade é a lei do Reino de Cristo, a lição de sua escola, o uniforme de
sua família.
Mencionam- se diversos m ot ivos para o am or frat ernal. Se esperam ou experim ent am o benefício
das com paixões de Deus para si m esm os, sej am com passivos uns com out ros. é o gozo dos
ministros ver a unanimidade de sua gente.
Crist o veio a fazer- nos hum ildes para que não exist a ent re nós espírit o de orgulho. Devem os ser
severos com nossas próprias falt as, e rápidos para observar nossos defeit os, m as est ar dispost os a
favorecer com concessões ao próxim o. Devem os cuidar bondosam ent e dos out ros, e não
entremeter- nos em assunt os alheios. Não se pode desfrut ar de paz int erior nem ext erior sem
humildade.

Versículos 5- 11
O exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo é colocado ante nós. Devemos parecer- nos a Ele em sua
vida, se desejarmos o benefício de sua morte.
At ent em os para as duas nat urezas de Crist o: sua nat ureza divina e a hum ana. Sendo na form a
de Deus, part icipou da nat ureza divina, com o o et erno Filho Unigênit o de Deus ( Jo 1.1) , e não
estim ou que fosse usurpação ser igual a Deus e receber a adoração dos hom ens que corresponde à
Divindade. Sua nat ureza hum ana: nela se fez com o nós em t udo, excet o no pecado. assim ,
hum ilhado por sua própria vont ade, desceu da glória que t inha com o Pai desde ant es que o m undo
fosse.
Comentam- se os dois estados de Cristo, o de humilhação e o de exaltação. Cristo não só assumiu
a sem elhança e o est ilo ou form a do hom em , senão o de um de est ado hum ilde; não se m anifest ou
com esplendor. Toda sua vida foi um a vida de pobreza e sofrim ent os, m as o passo m ais degradant e
foi morrer a morte de cruz, a morte de um malfeitor e de um escravo; exposto ao ódio e à zombaria
do público.
A exalt ação foi da nat ureza hum ana de Crist o, em união com a divina. Todos devem render
homenagem solene ao nome de Jesus, na somente ao som da palavra, senão à autoridade de Jesus.
confessar que Jesus Crist o é o Senhor é para a glória de Deus Pai; porque é sua vont ade que t odos

235
os hom ens honrem o Filho com o honram ao Pai ( Jo 5.23) . aqui vem os t ais m ot ivos para o am or que
se nega a si m esm o, que nenhum a out ra coisa poderia suprir. Am am os e obedecem os assim ao
Filho de Deus?

Versículos 12- 18
Devem os ser diligent es no uso de t odos os m édios que levam a nossa salvação, perseverando
neles at é o fim , com m uit o cuidado, não sej a que com t odas as nossas vant agens não cheguem os.
Ocupem- se de sua salvação, porque é Deus quem opera em vocês. I st o nos anim a a fazer o m ais
que pudermos, porque nosso trabalho não será em vão; ainda devemos depender da graça de Deus.
a obra da graça de Deus em nós é vivificar e com prom et er nossos esforços. A boa vont ade de Deus
para conosco é a causa de sua boa obra em nós.
Cum pram seu dever sem m urm urações. Cum pram - no, e não lhe at ribuam defeit os. Preocupem -
se por vosso t rabalho e não o façam m ot ivo de cont enda. Sej am aprazíveis; não dêem ocasião j ust a
de ofensa. Os filhos de Deus devem dist inguir- se dos filhos dos hom ens. quant o m ais perversos
sej am os out ros, m ais cuidadosos devem os ser nós para m ant er- nos sem culpa e inocent es. A
dout rina e o exem plo coerent e dos crent es ilum inará a out ros e dirigirá seu cam inho a Crist o e à
piedade, assim com o a luz do farol advert e aos m arinheiros que evit em os escolhos e dirige seu
rumo ao porto. Tratemos de brilhar assim.
O Evangelho é a palavra de vida, nos dá a conhecer a vida et erna por m eio de Jesus Crist o.
correr denot a fervor e vigor, seguir cont inuam ent e para frent e; esforço, denot a const ância e
aplicação estreita.
A vont ade de Deus é que os crent es est ej am com m uit o regozij o; e os que est iverem felizes por
terem bons ministros, têm muita razão para regozijar- se com eles.

Versículos 19- 30
Melhor é para nós quando nosso dever se nos t orna nat ural. Cert am ent e, ist o deve ser sincero e
não som ent e por pret ensão; com o coração dispost o e pont os de vist a ret os. Nossa t radição é
preferir nosso próprio m érit o, com odidade e seguridade ant es que a verdade, a sant idade e o dever,
m as Tim ót eo não era assim . Paulo desej ava liberdade não para dá- lhe prazeres, senão para fazer o
bem.
Epafrodit o est ava dispost o a ir onde os filipenses para que fosse consolado com os que se t inham
condoído com ele quando est ivera doent e. Parece que sua doença foi causada pela obra de Deus. O
apóst olo lhes pede que o am em m ais por est a razão. É duplam ent e agradável que Deus rest aure
nossas m isericórdias, depois do grande perigo de perdê- las; e isso deveria t orná- las m uit o m ais
valiosas.
O dado em resposta à oração deve receber- se com grande gratidão e gozo.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 11 O apóstolo adverte aos filipenses contra os falsos mestres
judaizantes, e renuncia a seus próprios privilégios anteriores
Versículos 12- 21 Expressa o fervoroso desejo de ser achado em Cristo; além
disso, continua avançando rumo a perfeição e recomenda seu
próprio exemplo a outros crentes

Versículos 1- 11
Os crist ãos sinceros se regozij am em Crist o Jesus. o profet a t rat a de cães m udos aos falsos
profet as ( I s 56.10) , ao qual parece referir- se o apóst olo. Cães pela sua m alícia cont ra os fiéis
professant es do Evangelho de Crist o, que lat em e os m ordem . I m põem as obras hum anas opondo-
as à fé em Cristo, mas Paulo os chama de fazedores de iniqüidade.
Os t rat a de m ut iladores, porque rasgam a I grej a de Crist o e a despedaçam . A obra da religião
não t em propósit o algum se o coração não est iver nela; devem os adorar a Deus com a força e a
graça do Espírit o divino. Eles se regozij am em Crist o Jesus, não só no deleit e e cum prim ent o
externo. Nunca nos resguardarem os dem asiadam ent e dos que se opõem à dout rina da salvação
gratuita, ou abusam dela.
Para gloriar- se e confiar na carne, o apóstolo teria muitos motivos como qualquer homem. Mas as
coisas que t inha considerado com o lucro enquant o era fariseu, e as havia reconhecido, as
considerou com o perda por Crist o. O apóst olo não lhes pedia que fizessem algo fora do que ele
m esm o fazia; nem que se avent urassem em algo, senão naquilo no qual ele m esm o arriscou sua

236
alm a im ort al. Ele considera que t odas essas coisas não eram senão perda com paradas com o
conhecimento de Cristo, por fé em sua pessoa e salvação.
Fala de t odos os deleit es m undanos e dos privilégios ext ernos que buscavam em seu coração um
lugar j unt o a Crist o, ou podiam pret ender algum m érit o e algo digno de recom pensa, e os cont a
com o perda, t odavia, pode dizer- se que result a fácil de ser dit o m as, que faria quando chegasse a
prova? Tinha sofrido de tudo pelos privilégios de ser cristão. Sim, não somente os considerava como
perda, senão com o o lixo m ais vil, sobras lançadas aos cães; não som ent e m enos valiosas que
Cristo, senão em sumo grau desprezíveis quando comparadas com Ele.
O verdadeiro conhecim ent o de Crist o m odifica e m uda os hom ens, seus j uízos e m aneiras, e os
faz com o se fossem feit os de novo. o crent e prefere a Crist o sabendo que é m elhor para nós est ar
sem todas as riquezas do mundo que sem Cristo e sua palavra. Vejamos a que resolveu aferrar- se o
apóst olo: a Crist o e ao céu. Est am os perdidos, sem j ust iça com a qual com parecer perant e Deus,
porque som os culpáveis. Há um a j ust iça provida para nós em Jesus Crist o, que é j ust iça com plet a a
perfeit a. Ninguém pode t er o benefício dela se confiar em si m esm o. a fé é o m édio est abelecido
para solicit ar o benefício da salvação. É pela fé no sangue de Crist o. som os feit os conform es com a
morte de Cristo quando morremos ao pecado como Ele morreu pelo pecado; e o mundo é crucificado
para nós com o nós para o m undo na cruz de Crist o. o apóst olo est á dispost o a fazer ou sofrer
qualquer coisa para alcançar a gloriosa ressurreição dos sant os. Est a esperança e perspect iva o
fazem passar por todas as dificuldades de sua obra. Não espera lográ- lo por seu mérito nem por sua
justiça própria, senão pelo mérito e a justiça de Cristo.

Versículos 12- 21
Est a sim ples dependência e fervor da alm a não se m encionam com o se o apóst olo t ivesse
alcançado o prêm io ou j á fosse perfeit o, a sem elhança do Salvador. Esquece o que fica para t rás
para não se dar por sat isfeit o pelas t arefas passadas ou as at uais m edidas de graça. Avança,
prossegue rum o à m et a; expressões que dem onst ram grande int eresse por chegar a ser m ais e
mais como Cristo.
Quem corre um a carreira nunca deve det er- se ant es da m et a; deve cont inuar adiant e t ão rápido
com o puder; dest e m odo, os que t êm o céu com o seu alvo, devem ainda cont inuar avançando em
santo desejo, esperança e esforço constantes. A vida eterna é a dádiva de Deus, mas está em Cristo
Jesus; deve vir a nós por m eio de Sua m ão, da form a em que Ele a logrou para nós. Não há m odo
de chegar ao céu com o a nossa casa, senão por m eio de Crist o, nosso Cam inho. Os crent es
verdadeiros, ao buscarem esta seguridade e ao glorificá- lo, procurarão mais de perto tentar parecer-
se a Ele em seus padecim ent os e m ort e, m orrendo para o pecado e crucificando na carne com suas
paixões e concupiscências. Nest as coisas há um a grande diferença ent re os crist ãos verdadeiros,
m as t odos conhecem algo delas. Os crent es fazem de Crist o seu t odo em t udo, e deposit am seus
Cristiana no out ro m undo. Se diferem uns de out ros, e não t êm o m esm o j uízo em quest ões
menores, ainda assim não devem julgar- se uns a outros, porque todos se reúnem agora em Cristo e
esperam reunir- se no céu em breve. Que eles se unam em t odas as coisas grandes em que
concordam e esperem mais luz Enquanto às coisas menores em que diferem.
Os inim igos da cruz de Crist o não se im port am de nada, senão de seus apet it es sensuais. O
pecado é a vergonha do pecador, especialm ent e quando se glória nisso. O cam inho dos que se
ocupam das coisas t errenas pode parecer agradável, porém a m ort e e o inferno est ão no final. Se
escolhermos o caminho deles, partilharemos seu final.
A vida do crist ão est á no céu, onde est á sua Cabeça e seu lar, e aonde espera chegar daqui a
pouco; coloca seus afetos nas coisas de cima e onde estiver seu coração, lá estará seu tesouro.
Há glória reservada para os corpos dos sant os, glória que se fará present e na ressurreição. Ent ão
o corpo será feit o glorioso; não só ressuscit ado para a vida, senão ressuscit ado com m aior
vantagem . Not e- se o poder pelo qual será efet uada est a m udança. Est ej am os sem pre preparados
para a vinda de nosso Juiz; esperando t er nossos corpos vis m udados por seu poder t odo- poderoso,
e recorrendo diariam ent e a Ele para que faça um a nova criação de nossas alm as para a piedade;
para que nos livre de nossos inimigos e que utilize nossos corpos e nossas almas como instrumentos
de justiça a seu serviço.

237
CAPÍTULO 4
Versículo 1 O apóstolo exorta os filipenses a estarem firmes no Senhor
Versículos 2- 9 Dá instruções a alguns em particular, e a todos em geral
Versículos 10- 19 Expressa felicidade em toda situação da vida
Versículos 20- 23 Conclui orando a Deus Pai e com sua bênção habitual

Versículo 1
A esperança e a perspect iva crent e da vida et erna devem afirm ar- nos e fazer- nos const ant es em
nossa carreira crist ã. Exist e diferença de dons e graças, m as est ando renovados pelo m esm o
Espírito, somos irmãos. Estar firmes no Senhor é afirmar- se em sua força e por sua graça.

Versículos 2- 9
Os crent es sej am unânim es e est ej am dispost os a aj udar- se m ut uam ent e. Com o o apóst olo t inha
levado o benefício da assist ência disso, sabia quão consolador seria para seus colaboradores t er a
ajuda de outros. procuremos assegurar- nos que nossos nomes estejam escritos no livro da vida.
O gozo em Deus é de grande im port ância na vida crist ã; é necessário cham ar cont inuam ent e a
isso aos crist ãos. O gozo supera am plam ent e t odas as coisas de pesar. Os inim igos devem perceber
do moderados que eram Enquanto às coisas externas, e com quanta moderação sofriam as perdas e
as dificuldades. O dia do j uízo chegará logo, com a plena redenção dos crent es e a dest ruição dos
ímpios.
É nosso dever mostrar cuidadosa diligência em harmonia com uma sabia previsão e com a devida
preocupação; m as exist e um afanar- se de t em or e desconfiança que é pecado e t olice, e som ent e
confunde e dist rai a m ent e. Com o rem édio cont ra a preocupação que confunde, recom enda- se a
const ância na oração. Não só os t em pos est abelecidos de oração, senão const ância em t odo por
m eio da oração. Devem os unir a ação de graças com as orações e as súplicas; não só buscar
provisões do bom , senão reconhecer as m isericórdias que recebem os. Deus não necessit a que lhe
digam os as nossas necessidades ou desej os, pois os conhece m elhor que nós m esm os, m as desej a
que lhe dem onst rem os que valoram os sua m isericórdia e sent im os que dependem os dEle. A paz
com Deus, essa sensação consoladora de est arm os reconciliados com Deus, e de t erm os part e de
seu favor, e a esperança da bênção celestial, são um bem muito maior do que possa ser expressado
com plenit ude. Est a paz celest ial m ant erá nossos corações e m ent es em Jesus Crist o; nos im pedirá
pecar quando est ej am os subm et idos a t ribulações e im pedirá que nos afoguem os nelas; nos
manterá calmos e com satisfação interior.
Os crentes devem conseguir e manter um bom nome; um nome para todas as coisas com Deus e
os homens bons.
Devem os recorrer por com plet o os cam inhos da virt ude e perm anecer neles; ent ão, ainda que
nosso louvor sej a ou não dos hom ens, será de Deus. o apóst olo é um exem plo. Sua dout rina
harm onizava com a sua vida. A m aneira de t er o Deus da paz conosco é m ant er- nos dedicados ao
nosso dever. Todos os nossos privilégios e a salvação procedem da m isericórdia grat uit a de Deus,
mas o gozo deles depende de nossa conduta santa e sincera. Estas são obras de Deus, pertencentes
a Deus, e som ent e a Ele devem ser at ribuídas, e a m ais ninguém , nem hom ens, nem palavras nem
obras.

Versículos 10- 19
Boa obra é socorrer e aj udar a um bom m inist ro em dificuldades. A nat ureza da verdadeira
sim pat ia crist ã não é t ão só sent ir- se preocupados por nossos am igos em seus problem as, senão
fazer o que possam os para aj udá- los. O apóst olo cost um ava est ar encarcerado, em prisões e
passando necessidades, m as em t udo aprendeu a est ar cont ent e, a levar sua m ent e a esse estado e
aproveit ar o m áxim o disso. O orgulho, a incredulidade, o vão insist ir em algo que não t em os e o
descontentam ent o variável pelas coisas present es, fazem que os hom ens fiquem desgost ados ainda
em circunstâncias favoráveis. Oremos por uma submissão paciente e por esperança quando sejamos
esmagados; por hum ildade e um a m ent e celest ial quando est iverm os j ubilosos. É graça especial t er
sem pre um t em peram ent o m ent al sereno. Quando est iverm os hum ilhados, não percam os nosso
consolo em Deus nem desconfiem os de Sua providência, nem t om em os um cam inho m au para a
nossa sant ificação. Em est ado próspero não sej am os orgulhosos nem nos sint am os seguros ou
m undanos. Est a é um a lição m uit o m ais difícil que a out ra, porque as t ent ações da plenit ude e da
prosperidade são mais que as da aflição e a necessidade.
O apóst olo não t inha a int enção de m ovê- los a dar m ais, senão exort á- los a um a bondade que
t eria uma recompensa gloriosa nem além. Por meio de Cristo temos a graça para fazer o que é bom,

238
e por m eio dEle devem os esperar a recom pensa; com o t em os t odas as coisas por Ele, façam os
todas as coisas por Ele e para Sua glória.

Versículos 20- 23
O apóst olo t erm ina com louvores para Deus. Devem os olhar a Deus em t odas as nossas
fraquezas e t em ores, não com o inim igo, senão com o Pai, dispost o a com padecer- se de nós e a
ajudar- nos. Devem os dar glória a Deus com o Pai. A graça e o favor de Deus, de que desfrut am as
alm as reconciliadas, com t odas as virt udes em nós, que fluem dEle, são t odas adquiridas para nós
pelos m érit os de Crist o, e aplicadas por sua int ercessão a nosso favor; pelo qual se cham am com
justiça, a graça de nosso Senhor Jesus Cristo.

COLOSSENSES

Est a epíst ola foi enviada por cert as dificuldades que surgiram ent re os colossenses, devido a
falsos m est res, a causa do qual recorreram ao apóst olo. O alcance da epíst ola é dem onst rar que
t oda a esperança de redenção do hom em se fundam ent a som ent e em Crist o, no qual est ão t oda a
plenitude, as perfeições e t oda a suficiência. Advert e- se aos colossenses cont ra as art im anhas dos
m est res j udaizant es e cont ra as noções de sabedoria carnal e invenções e t radições hum anas, que
não harm onizam com a confiança t ot al em Crist o. o apóst olo usa os dois prim eiros capít ulos para
dizer- lhes em que devem acredit ar, e os dois últ im os, o que devem fazer: a dout rina da fé e os
preceitos da vida para salvação.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 8 O apóstolo Paulo saúda os colossenses e abençoa a Deus
pela fé, o amor e a esperança deles
Versículos 9- 14 Ora para que levem fruto em conhecimento espiritual
Versículos 15- 23 Dá uma visão gloriosa de Cristo
Versículos 24- 29 Estabelece seu próprio caráter como apóstolo dos gentios

Versículos 1- 8
Todos os crist ãos verdadeiros são irm ãos ent re si. A fidelidade se encont ra em t odo aspect o e
relação da vida cristã.
A fé, a esperança e o am or são as t rês virt udes principais da vida crist ã, e o t em a apropriado
para orar e render graças. Quant o m ais fixarm os nossas esperanças na recom pensa do out ro
m undo, m ais livres est arem os para fazer o bem com nosso t esouro t erreno. Est ava reservado para
eles; nenhum inimigo podia arrebatá- lo.
O evangelho é a palavra de verdade e podem os arriscar nossas alm as sobre est a base, com a
cert eza de um bom result ado. Todos os que ouvem a palavra do evangelho, devem dar o frut o do
evangelho, obedecê- la e t er seus princípios e vidas conform adas com isso. O am or pelo m undo
surge de pont os de vist a int eresseiros, ou de sim ilaridade em m aneiras; o am or carnal surge do
apet it e de prazeres. A est es sem pre se aferra algo corrupt o, egoíst a e baixo. Mas o am or crist ão
surge do Espírito Santo e está cheio de santidade.

Versículos 9- 14
O apóst olo era const ant e para orar que os crent es fossem cheios do conhecim ent o da vont ade de
Deus com t oda sabedoria. As boas palavras não servem sem boas obras. Quem em preende o
fortalecim ent o de seu povo é um Deus de poder, e de poder glorioso. O bendit o Espírit o é o aut or
disso. Ao orar por força espirit ual, não som os pressionados nem confinados nas prom essas, e não
devem os sê- lo em nossas esperanças e desej os. A graça de Deus nos corações dos crent es é o
poder de Deus, e há glória nest e poder. O uso especial dest a força era para os sofrim ent os. Há obra
para ser realizada apesar de estarmos sofrendo.
Em m eio de t odas suas t ribulações, eles davam graças ao Pai de nosso Senhor Jesus Crist o, cuj a
graça especial os preparava para part icipar da herança provida para os sant os. Para execut ar est a
m udança foram feit os súbdit os de Crist o os que eram escravos de Sat anás. Todos os que est ão

239
dest inados para o céu no além , est ão preparados j á para o céu. Os que t êm a herança de filhos t êm
a educação de filhos, e a disposição de filhos. Pela fé em Crist o desfrut am dest a redenção, com o a
com pra de seu sangue expiat ório m ediant e o qual se out orgam o perdão dos pecados e t odas as
out ras bênçãos. Seguram ent e ent ão considerarem os um favor o serm os liberados do reino de
Satanás e levados ao de Crist o, sabendo que t odas as t ribulações t erm inarão orgulhoso e que cada
crente será contado entre os saídos da grande tribulação.

Versículos 15- 23
Cristo em sua natureza humana é a revelação visível do Deus invisível e quem viu a Ele tem visto
ao Pai. Adoremos estes mistérios com fé humilde e contemplemos a glória de Jeová em Cristo Jesus.
Nasceu ou foi gerado ant es de t oda a criação, ant es de t er sido feit a a prim eira criat ura; est e é o
m odo da Escrit ura de represent ar a et ernidade, e pelo qual a et ernidade de Deus nos é
representada. Sendo t odas as coisas criadas por Ele, foram criadas para Ele; sendo feit as por seu
poder, foram feit as conform e a seu beneplácit o e para louvor de sua glória. Não som ent e as criou
todas no princípio; pela palavra de seu poder as sustenta.
Cristo como Mediador é a Cabeça do corpo, a Igreja; toda graça e força são dEle; e a Igreja é seu
corpo. Toda plenit ude habit a nEle; a plenit ude de m érit o e j ust iça, de força e graça para conosco.
Deus m ost rou sua j ust iça ao requerer plena sat isfação. Est e m odo de redim ir a hum anidade pela
m ort e de Crist o foi o m ais apt o. Aqui se apresent a diant e de nossa visão o m ét odo de ser
reconciliado. Pese ao ódio para com o pecado por part e de Deus, aprouve a Ele reconciliar consigo
m esm o o hom em caído. Se est iverm os convencidos em nossa m ent e de que éram os inim igos pelas
más obras, e que agora est am os reconciliados com Deus pelo sacrifício e m ort e de Crist o segundo
nossa nat ureza, não t ent arem os explicar nem sequer pensar em com preender plenam ent e est es
m ist érios, porém verem os a glória dest e plano de redenção e nos regozij arem os na esperança que
nos que colocada diant e. Se o am or de Deus por nós é t ão grande, o que m ais podem os agora fazer
por Deus? Orar com freqüência e abundar nos deveres sant os, e não viver m ais para nós m esm os,
senão para Crist o, quem m orreu por nós. Mas, para quê? Para que cont inuem os vivendo no pecado?
Não, senão para que morramos para o pecado e vivamos então, não para nós, mas para Ele.

Versículos 24- 29
Os sofrim ent os da Cabeça e dos m em bros são cham ados sofrim ent os de Crist o, e feit os, com o se
o fosse, um corpo de sofrim ent os. Mas Ele sofreu pela redenção da I grej a; nós sofrem os por out ras
coisas, porque som ent e gost am os ligeiram ent e desse copo de aflições que Crist o bebei ao at é as
fezes. Pode dizer- se que o crist ão cum pre o que falt a dos sofrim ent os de Crist o quando t om a sua
cruz, e segundo a pauta de Cristo, sofre pacientemente as aflições que Deus lhe indica.
Sej am os agradecidos de que Deus nos t enha feit o conhecer os m ist érios ocult os por épocas e
gerações, e que t enha m ost rado as riquezas de sua glória ent re nós. Ao pregar a Crist o ent re nós,
pergunt em os honest am ent e se Ele m ora e reina em nós; porque som ent e isso pode garant ir nossa
esperança de sua glória. Devem os ser fiéis at é a m ort e em m eio de t odas as provações, para
receber a coroa de vida e alcançar a meta de nossa fé: a salvação de nossas almas.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 7 O apóstolo expressa seu amor pelos crentes, e seu gozo
neles
Versículos 8- 17 Adverte contra os erros da filosofia pagã; também contra das
tradições e rituais judaicos que foram cumpridos em Cristo
Versículos 18- 23 Contra adorar anjos, e contra as ordenanças legais

Versículos 1- 7
A alma prospera quando conhecemos claramente a verdade de Jesus. então cremos não só com o
coração, senão que est am os dispost os a confessar com a boca quando nos for pedido. O
conhecim ent o e a fé enriquecem a alm a. quant o m ais fort e é a nossa fé, e m ais cálido o nosso
am or, m aior será o nosso consolo. Os t esouros da sabedoria est ão ocult os, não de nós, senão para
nós em Cristo. foram escondidos dos incrédulos orgulhosos, mas exibidos na pessoa e a redenção de
Cristo.
Note- se o perigo das palavras persuasivas: quant os se dest roem com os disfarces falsos e as
belas aparências de princípios perversos e de prát icas ím pias! Est ej am vigilant es e t em am os que
desej am seduzir para qualquer m al, porque seu propósit o é corrom per vocês. Todos os crist ãos t êm

240
recebido o Senhor Jesus Crist o; pelo m enos por profissão o aceit aram e o t om aram com seu. Não
podem os edificar nem crescer em Crist o se prim eiro não est iverm os arraigados e fundam ent ados
nEle. Estando afirmados na fé, podemos abundar e melhorar mais e mais nela. Deus tira com justiça
est e benefício aos que não o recebem com ação de graças; com j ust iça, Deus requer grat idão por
suas misericórdias.

Versículos 8- 17
Exist e um a filosofia que exercit a corret am ent e as nossas faculdades de raciocínio: o est udo das
obras de Deus, que nos leva ao conhecimento de Deus e confirma nossa fé nEle. Mas existe também
uma filosofia que é vã e enganosa; e apesar de comprazer as fantasias dos homens, obstaculiza a fé
deles: t ais são as especulações curiosas sobre coisas que não são t ranscendent es ou não nos dizem
respeit o. Os que vão pelo cam inho do m undo, t em - se afast ado de seguir a Crist o. NEle t em os a
subst ância de t odas as som bras da lei cerim onial. Todos os defeit os da lei est ão com pensados no
Evangelho de Crist o por seu sacrifício com plet o pelo pecado, e pela revelação da vont ade de Deus.
ser completo é estar equipado com todas as coisas necessárias para a salvação. Por esta só palavra,
" com plet o" , indica- se que t em os t odo o necessário em Crist o. " NEle" , não quando olham os a Crist o
com o se est iver longe de nós, senão quando t em os a Crist o habit ando e perm anecendo em nós.
Crist o est á em nós e nós nEle quando pelo poder do Espírit o, a fé opera em nossos corações pelo
Espírito e som os unidos a nossa Cabeça. A circuncisão do coração, a crucifixão da carne, a m ort e e
sepultamento para o pecado e para o mundo, e a ressurreição para a novidade de vida, simbolizadas
no bat ism o, e por fé operada em nossos corações, dem onst ram que nossos pecados t êm sido
perdoados, e que estamos completamente liberados da maldição da lei.
Por m eio de Crist o som os ressuscit ados os que est ávam os m ort os no pecado. a m ort e de Crist o
foi a morte dos nossos pecados; a ressurreição de Cristo é a vivificação de nossas almas. Cristo tirou
do caminho a lei das ordenanças que foi o jugo dos judeus, e muro de separação para os gentios. As
som bras fugiram quando a subst ância se fez present e. Com o t odo m ort al é culpável de m ort e, pelo
escrit o na lei, quão espant osa é a sit uação dos ím pios réprobos que pisot eiam o sangue do Filho de
Deus. que é o único com que pode apagar- se esta sentença! Que ninguém se perturbe com os juízos
fanát icos relacionados com a carne ou com as solenidades j udaicas. Separar um t em po para adorar
e servir a Deus é um dever inevit ável que não depende necessariam ent e do sét im o dia da sem ana,
o dia de descanso dos j udeus. o prim eiro dia da sem ana ou o dia do Senhor é o t em po que os
crist ãos guardam sant o em m em ória da ressurreição de Crist o. Todos os rit os j udaicos eram som bra
das bênçãos do evangelho.

Versículos 18- 23
Parecia hum ildade recorrer aos anj os, com o se os hom ens t ivessem consciência de sua
indignidade para falar diret am ent e a Deus, m as isso não t em respaldo, pois t om a a honra devida
soment e a Crist o e a confere à criat ura. Nest a hum ildade aparent e havia um verdadeiro orgulho. Os
que adoram anj os desconhecem a Crist o que é o único Mediador ent re Deus e o hom em . Quando os
homens se separam de Cristo, se aferram disso que não lhes serve.
O Corpo de Crist o é um corpo que cresce. Os crent es verdadeiros não podem viver segundo as
m odas do m undo. A sabedoria verdadeira é m ant er- se apegado aos desígnios do evangelho: por
int eiro subm et idos a Crist o, que é a única Cabeça de sua I grej a. Os sofrim ent os e os j ej uns
impost os a um m esm o podem dar o espet áculo de rara espirit ualidade e vont ade de sofrer, porém
não são " nenhum a honra" para Deus. Tudo t endia, erroneam ent e, a sat isfazer a m ent e carnal
grat ificando a cont udo própria, a sabedoria própria, a j ust iça própria e desprezando o próxim o.
Sendo as coisas com o são, não t êm em si m esm as som ent e a aparência da sabedoria, ou são um a
sim ulação t ão fraca que não lhe fazem bem a alm a, nem provêm para a sat isfação da carne. O que
o Senhor t em det erm inado que sej a indiferent e, considerem o- lo com o t al, e perm it am os um a
liberdade sem elhant e ao próxim o; lem brando a nat ureza passageira das coisas t errenas,
procuremos glorificar a Deus ao usá- las.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 4 Exortação aos colossenses para que olhem para o céu
Versículos 5- 11 Exortação a mortificar todos os afetos corruptos...
Versículos 12- 17 ...a viver em amor, tolerância e perdão mútuos...
Versículos 18- 25 ...e a cumprir com os deveres de esposa e marido, filhos,
pais e servos

241
Versículos 1- 4
Já que os crist ãos est ão livres da lei cerim onial, devem andar m ais pert o de Deus na obediência
do Evangelho. Com o o céu e a t erra são opost os ent re sim , não podem seguir- se ao m esm o t em po;
e o afet o por um enfraquecerá e abat erá o afet o pelo out ro. Os que t êm nascido de novo est ão
mort os para o pecado, porque seu dom ínio foi quebrado, seu poder paulat inam ent e vencido pela
operação da graça, e, finalm ent e, será ext int o pela perfeição da glória. Ent ão, est ar m ort os significa
isso: que os que t êm o Espírit o Sant o, que m ort ifica neles as concupiscências da carne, são capazes
de desprezar as coisas t errenas e desej ar as celest iais. No present e, Crist o é alguém a quem não
temos visto, mas nosso consolo é que nossa vida está a salvo com Ele. As correntes desta água viva
fluem à alm a pela influência do Espírit o Sant o, pela fé. Crist o vive no crent e por seu Espírit o, e o
crent e vive para Ele em t udo quant o faz. na segunda vinda de Crist o haverá um a reunião geral de
todos os remidos; e aqueles cuja vida está agora escondida com Cristo, se manifestarão com Ele em
sua glória. Esperem os essa felicidade, não deveríam os deposit ar nossos afet os naquele m undo e
viver por acima deste?

Versículos 5- 11
É nosso dever m ort ificar nossos m em bros que se inclinam às coisas dest e m undo. Mort ificá- los,
matá- los, suprim i- los, com o ervas daninhas ou verm es que se espalham e dest roem t udo a seu
redor. Devem os opor- nos cont inuam ent e a t odas as obras corrupt as sem fazer provisão para os
prazeres carnais. Devem os evit ar as ocasiões de pecar: a concupiscência da carne, e o am or pelo
mundo; e a cobiça que é idolatria; o amor do bem atual e os prazeres externos.
É necessário m ort ificar os pecados porque se não os m at am os, eles nos m at arão a nós. O
Evangelho muda as faculdades superiores e inferiores da alma, e sustenta a regra da reta razão e da
consciência por acima do apetite e da paixão.
Agora não há diferença de país, de condição ou de circunst ância de vida. É dever de cada um ser
sant o, porque Crist o é o Todo do crist ão, seu único Senhor e Salvador, e t oda sua esperança e
felicidade.

Versículos 12- 17
Não só não devem os m agoar a ninguém ; devem os fazer t odo o bem que possam os a t odos, os
que são eleitos de Deus, santos e amados, devem ser humildes e compassivos com todos. Enquanto
estiverm os nest e m undo, onde há t ant a corrupção em nossos corações, às vezes surgirão
contendas, m as nosso dever é perdoar- nos uns a out ros im it ando o perdão pelo qual som os
salvados. A ação de graças sem Deus aj uda a fazer- nos agradáveis ant e t odos os hom ens. o
evangelho é a palavra de Crist o. Muit os t êm a palavra, porém habit a pobrem ent e neles; não t em
poder sobre eles. A alm a prospera quando est am os cheios das Escrit uras e da graça de Crist o.
Quando cant am os salm os devem os ser afeados pelo que cant am os. Façam os t odo em nom e do
Senhor Jesus, e dependendo com fé nEle, sej a o que for em que est iverm os ocupados. Aos que
fazem todo em nome de Cristo nunca lhes faltará tema para agradecer a Deus, o Pai.

Versículos 18- 25
As epíst olas que se preocupam m ais em exibir a glória da graça divina e em m agnificar o Senhor
Jesus, são as m ais det alhadas ao enfat izar os deveres da vida crist ã. Nunca devem os separar os
privilégios dos deveres do evangelho.
A subm issão é o dever das esposas, m as não é subm et er- se a um t irano aust ero ou a um adust o
senhor, senão a um m arido que est á com prom et ido com o dever afet uoso. Os m aridos devem am ar
a suas esposas com afeto fiel e doce.
Os filhos dóceis são os que mais provavelmente prosperem, assim como os filhos obedientes.
Os servos devem cum prir com seu dever e obedecer as ordens de seus am os em t odas as coisas
que correspondem ao dever com Deus, seu Am o celest ial. Devem ser j ust os e diligent es, sem
intenções egoíst as, hipocrisias nem disfarces. Os que t em em a Deus serão j ust os e fiéis quando
est ej am fora da vist a de seus am os, porque sabem que est ão sob o olhar de Deus. façam t odo com
diligência, não com ócio nem preguiça; alegrem ent e, não descont ent es com a providência de Deus
que os colocou nessa relação. E para est ím ulo dos servos, saibam que servem a Crist o quando
servem a seus amos conforme o mandamento de Cristo e que, afinal, Ele lhes dará uma recompensa
gloriosa. Por out ro lado, quem faz o m al receberá o m al que t enha feit o. Deus cast igará o servo
inj ust o e prem iará o servo j ust o; o m esm o se os am os fazem o m al a seus servos. Porque o Juiz
j ust o da t erra t rat ará com j ust iça o am o e servo. Am bos est arão ao m esm o nível em seu t ribunal.
Que feliz faria ao m undo a religião verdadeira se prevalecesse por onde quer influenciando em t odo
estado de coisas e t oda relação de vida! Mas a profet as das pessoas que descuidam os deveres e

242
que dão causa j ust a de queixas aos que se relacionam com elas, enganam a si m esm as e t am bém
acarreta repreensões para o Evangelho.

CAPÍTULO 4
Versículo 1 Os amos cumprem seu dever com seus servos
Versículos 2- 6 As pessoas de todas as categorias devem perseverar na
oração e na prudência cristã
Versículos 7- 9 O apóstolo se refere a outros para dar conta de seus
assuntos
Versículos 10- 18 Envia saudações e conclui com uma bênção

Versículo 1
O apóst olo procede a t rat ar do dever dos am os com seus servos. Não só lhes pede j ust iça, senão
estrita eqüidade e bondade. Devem tratar os servos como esperam que Deus os trate a eles.

Versículos 2- 6
Não podem desem penhar- se ret am ent e os deveres se não perseveram os na oração fervorosa, e
vigiamos com ação de graças. A gente deve orar em particular por seus ministros.
Exorta- se aos crent es a um a condut a j ust a com os incrédulos. Tenham cuidado em t odo o que
conversem com eles, em lhes fazer o bem e em dar prest ígio à religião para t odos os m édios lícit os.
A diligência para redim ir o t em po dá bom t est em unho da religião ant e a boa opinião alheia. Ainda o
que é somente um descuido pode causar um prejuízo duradouro à verdade.
Todo discurso deve ser discret o e oport uno, com o corresponde aos crist ãos. Em bora nem sem pre
seja de graça, sempre deve ser com graça. Ainda que o nosso discurso seja sobre algo comum, deve
ser, cont udo, de um m odo crist ão. A graça é o sal que sazona nosso discurso e im pede que se
corrom pa. Não bast a com responder o que se pergunt a, a m enos que t am bém respondam os
retamente.

Versículos 7- 9
Os m inist ros são servos de Crist o e conservos uns de out ros. Eles t êm um Senhor apesar de
t erem diferent es post os e poderes para o serviço. Grande consolo nos problem as e dificuldades da
vida é ter companheiros cristãos que se preocupem por nós.
As circunst âncias da vida não fazem diferença para a relação espirit ual ent re os crist ãos sinceros;
eles part icipam dos m esm os privilegiados e t êm direit o às m esm as considerações. Que m udanças
surpreendent es realiza a graça divina! Os servos infiéis chegam a ser irm ãos am ados e fiéis, e
alguns que tinham praticado o mal, chegam a ser colaboradores do bem.

Versículos 10- 18
Paulo t eve diferenças com Barnabé devido a Marcos, m as não só se reconciliaram , senão que o
recom enda às igrej as; um exem plo do espírit o crist ão que perdoa verdadeiram ent e. Se os hom ens
t êm sido culpáveis de um a falt a, nem sem pre deve ser- lhes lem brada em sua cont ra. Devem os
esquecer e perdoar.
O apóst olo t eve o consolo da com unhão de sant os e m inist ros. Um é seu conservo, out ro é
com panheiro de prisões, e t odos são seus colaboradores, ocupados em sua salvação e dedicando- se
a promover a salvação de outros.
A oração eficaz, fervorosa, é a oração que prevalece e serve de m uit o. Os sorrisos, os elogios ou
a raiva do m undo, o espírit o de erro ou a obra do am or próprio, conduzem a m uit os a um m odo de
pregar e de viver que dist a m uit o de cum prir com o m inist ério deles, m as os que pregam a m esm a
doutrina que Paulo, e seguem seu exemplo, podem esperar o favor divino e sua bênção.

1 TESSALONICENSES

Em geral se considera que est a epíst ola foi a prim eira que escreveu são Paulo. Parece que o
m ot ivo foi o bom inform e da const ância da igrej a de Tessalônica na fé do evangelho. Est á cheia de

243
afet o e confiança, e é m ais consoladora que prát ica, e m enos dout rinária que algum as das out ras
epístolas.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 5 A fé, o amor e a paciência dos Tessalonicenses são sinais
evangelhos de sua eleição, a qual se manifesta no poder com
que o evangelho veio a eles
Versículos 6- 10 Seus efeitos poderosos e exemplares em seus corações e
vidas

Versículos 1- 5
Com o t odo o de bom provém de Deus, não pode esperar- se nada bom para os pecadores, senão
de Deus em Crist o. o m elhor bem pode esperar- se de Deus, com o Pai nosso, por am or de Crist o.
Devemos orar não só por nós mesmos, senão também pelo próximo, lembrando- o sem cessar. Onde
quer que exist a um a fé verdadeira, opera afet ando o coração e a vida. A fé opera em am or:
demonstra- se em am or a Deus e am or ao nosso próxim o. Onde quer que há um a esperança de vida
eterna bem fundada, se verá pelo exercício da paciência; e é sinal de sinceridade, quando em todo o
que fazem os procuram os ser aprovados por Deus. Por ist o podem os conhecer nossa eleição: se não
falamos somente das coisas de Deus com nossos lábios, m as sent im os seu poder em nossos
corações, m ort ificando nossas concupiscências, afast ando- nos do m undo e elevando- nos às coisas
celest iais. A m enos que o Espírit o de Deus venha, a palavra de Deus se t ornará let ra m ort a para
nós. Assim a receberam pelo poder do Espírit o Sant o. Eles est avam plenam ent e convencidos de sua
verdade com o para não ser pert urbados em sua m ent e por obj eções e dúvidas, e estavam dispostos
a deixar t odo por Crist o, e a arriscar suas alm as e seu est ado et erno na verdade da revelação do
Evangelho.

Versículos 6- 10
Quando pessoas descuidadas, ignorantes e indolentes são separadas de seus esforços e conexões
carnais, para crerem no Senhor Jesus e obedecê- lo, para viver com sobriedade, ret idão e piedade,
os fatos falam por si mesmos.
Os crent es do Ant igo Test am ent o esperavam a vinda do Messias e os crent es esperam agora sua
segunda vinda. Ele há de vir ainda. Deus o levant ou dent re os m ort os, o qual é a plena cert eza para
t odos os hom ens de que Ele virá para j ulgar. Ele veio a adquirir a salvação, e quando volt ar out ra
vez, t rará salvação consigo, liberação plena e definit iva da ira vindoura. Todos, sem dem ora, devem
fugir da ira vindoura e buscar refúgio em Cristo e em sua salvação.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 12 O apóstolo lembra sua pregação e conduta aos
Tessalonicenses
Versículos 13- 16 Eles receberam o evangelho como a Palavra de Deus
Versículos 17- 20 Seu gozo por conta deles

Versículos 1- 6
O apóst olo não t inha m ot ivação m undana para pregar. Sofrer em um a boa causa deve aguçar a
sant a resolução. O evangelho de Crist o encont rou prim eiro m uit a resist ência e foi pregado com
contenção, com esforço ao pregar, e em contra da oposição. Como o tema da exortação do apóstolo
era verdadeiro e puro, sua maneira de falar era sem maldade. O evangelho de Cristo está concebido
para m ort ificar os afet os corrupt os, e para que os hom ens possam ser levados a subm et er- se ao
poder da fé. devem os receber nossa recom pensa dest e Deus que prova os nossos corações. As
provas da sinceridade do apóst olo eram que ele evit ava o elogio e a cobiça. Evit ava a am bição e a
vanglória.

Versículos 7- 12
A suavidade e a t ernura dão m uit o prest ígio à religião e est ão em harm onia com o t rat am ent o
bondoso de Deus para com os pecadores no evangelho e pelo evangelho. Est a é a form a de ganhar

244
gent e. Não só devem os ser fiéis a nossa vocação crist ã senão que nossos chamados e relações
part iculares. Nosso grande privilégio no evangelho é que Deus nos t em cham ado a seu reino e
glória. O grande dever do evangelho é que andem os em form a digna de Deus. devem os viver com o
corresponde aos cham ados com t ão elevada e sant a vocação. Nossa grande at ividade é honrar,
servir e comprazer a Deus e procurar ser dignos dEle.

Versículos 13- 16
Devem os receber a palavra de Deus com afet os que harm onizem com sua sant idade, sabedoria,
verdade e bondade. As palavras dos hom ens são frágeis e precederas, com o eles m esm os, e às
vezes são falsas, néscias e t riviais, m as a palavra de Deus é sant a, sabia, j ust a e fiel. Recebam o- la
e consideremo- la de forma concordante.
A palavra operou neles para ser para os outros exemplo de fé e de boas obras, e de paciência nos
sofrimentos, e nas provações por amor do Evangelho.
O assassinat o e a perseguição são odiosos para Deus e nenhum zelo por nada da religião pode
justificá- los. Nada t ende m ais a que um a pessoa ou um povo encha a m edida de seus pecados que
opor- se ao evangelho e obst aculizar a salvação de alm as. O puro evangelho de Crist o é aborrecido
por m uit os e sua pregação fiel é est orvada de m uit as form as. Mas os que proíbem que lhes sej a
pregado aos pecadores, a hom ens m ort os em pecados, não com prazem nist o a Deus. os que negam
a Bíblia às pessoas têm corações cruéis e são inimigos da glória de Deus, e da salvação de seu povo.

Versículos 17- 20
Est e m undo não é lugar onde est arem os j unt os para sem pre ou por m uit o t em po. as alm as
sant as se encont rarão no céu e nunca m ais se separarão. Em bora o apóst olo não pudesse visit á- los
ainda, e m esm o que nunca pudesse ir, cont udo, nosso Senhor Jesus Crist o virá; nada o im pedirá.
Que Deus dê m inist ros fiéis a t odos os que o servem com seu espírit o no evangelho de seu Filho, e
os envie a todos os que estão nas trevas.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 5 O apóstolo enviou a Timóteo para confirmar e consolar os
Tessalonicenses
Versículos 6- 10 Se regozija com a boa notícia da fé e o amor deles
Versículos 11- 13 E por seu crescimento na graça

Versículos 1- 5
Enquant o achem os m ais prazer nos cam inhos de Deus, m ais desej arem os perseverar neles. A
int enção do apóst olo era confirm ar e consolar os Tessalonicenses Enquanto ao objeto de sua fé, que
Jesus Crist o era o Salvador do m undo; e acerca da recom pensa da fé, que era m ais que suficient e
para com pensar t odas as perdas e prem iar t odos os esforços. Porém , t em ia que seus t rabalhos
fossem em vão. Se não puder im pedir que os m inist ros t rabalham na palavra e na dout rina, se lhe
for possível, o diabo est orvará o êxit o das t arefas deles. Ninguém quer t rabalhar volunt ariam ent e
em vão. A vont ade e o propósit o de Deus é que ent rem os em seu reino at ravés de m uit as aflições.
Os apóstolos, longe de bajular a gente com a expectativa de prosperidade mundana na religião, lhes
diziam claram ent e que deviam cont ar com os problem as da carne. Aqui seguiam o exem plo de seu
grande Mest re, o Aut or de nossa fé. os crist ãos corriam perigo e era preciso advert i- los; assim
seriam melhor resguardados para não ser comovidos com algumas artimanhas do tentador.

Versículos 6- 10
O agradecim ent o a Deus é m uit o im perfeit o no est ado at ual, m as um a grande finalidade do
m inist ro da palavra é aj udar a que progrida a fé. o que foi o inst rum ent o para obt er fé é t am bém o
m édio para aum ent á- la e confirm á- la, a saber, as ordenanças de Deus; com o a fé vem pelo ouvir,
assim também é confirmada pelo ouvir.

Versículos 11- 13
A oração é cult o religioso e t odo cult o religioso se deve som ent e a Deus. o cult o deve ser
oferecido a Deus como nosso Pai. A oração não só deve ser oferecida em nome de Cristo, senão que
deve oferecer- se a Crist o m esm o com o nosso Senhor e Salvador. Reconheçam os a Deus em t odos
os nossos cam inhos, e Ele dirigirá nossas sendas. O am or m út uo é requerido a t odos os crist ãos. O
am or é de Deus e cum pre o evangelho e a lei. Necessit am os a influência do Espírit o para nosso

245
crescim ent o na graça e a form a de obt ê- lo é a oração. A sant idade é requerida a t odos os que vão
para o céu e devem os agir de m odo de não cont radizerm os a profissão de sant idade que fazemos.
Ent ão, se m anifest ará a excelência e a necessidade de sant idade, e sem est as nenhum coração será
estabelecido naquele dia, e ninguém evitará a condenação.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 8 Exortações à pureza e à santidade
Versículos 9- 12 Ao amor fraternal, a conduta pacífica e à diligência
Versículos 13- 18 Não a dor indevida pela morte dos parentes e amigos santos,
considerando a ressurreição gloriosa de seus corpos na
segunda vinda de Cristo

Versículos 1- 8
Não bast a com perm anecer na fé do evangelho, senão que devem os abundar na obra da fé. A
regra pela qual devem os cam inhar e agir t odos é a dos m andam ent os dados pelo Senhor Jesus
Crist o. A sant ificação, que é a revelação de suas alm as sob a influência do Espírit o Sant o e a
at enção aos deveres designados, const it uía a vont ade de Deus para eles. Ao aspirar a est a
renovação da alm a para sant idade, deve pôr- se est rit o freio aos apet it es e sent idos do corpo e aos
pensam ent os e inclinações da vont ade, que conduzem a seu m au uso. O Senhor não cham a a
ninguém de sua fam ília a que levem vidas ím pias, senão a que possam ser educados e capacit ados
para andar diant e dEle em sant idade. Alguns t om am levianam ent e os preceit os de sant idade porque
os ouvem de homens, mas são os mandamentos de Deus, e quebrantá- los é desprezar a Deus.

Versículos 9- 12
Devem os not ar nos out ros o que é bom de ser ponderado, para que possam os dedicá- los a
abundar nisso m ais e m ais. Todos os que são ensinados por Deus para salvação, são ensinados a
amar- se uns a out ros. O ensino do Espírit o excede os ensinam ent os dos hom ens; e o ensino dos
hom ens é vão e fút il a m enos que Deus ensine. Os que se dest acam por est a ou out ra graça,
necessitam crescer nela e perseverar até o fim.
Muit o desej ável é t er um carát er calm o e silencioso, e ser de condut a pacífica e t ranqüila.
Satanás se ocupa de pert urbar- nos; em nossos corações t em os o que nos dispõe a serm os
inquiet os; port ant o, cont em plem os serm os t ranqüilos. Os que são ent rem et idos, que se ocupam do
alheio, t êm pouca quiet ude em suas m ent es e causam grandes m olést ias a seu próxim o. Rara vez
se im port am com a exort ação do out ro, nem com serem diligent es em seu próprio cham ado, nem
em t rabalhar com suas próprias m ãos. O crist ianism o não nos t ira do t rabalho e dever de nossas
vocações particulares, mas nos ensina a sermos diligentes.
Devido a sua preguiça, a gent e cost um a est ar em grandes apert os, e são responsáveis de m uit as
necessidades; enquant o os diligent es em seus negócios ganham seu pão e t êm grande prazer em
fazê- lo assim.

Versículos 13- 1 8
Aqui há consolo para os parent es e am igos dos que m orrem no Senhor. A dor pela m ort e de
amigos é lícit a; podem os chorar nossa própria perda, em bora sej a lucro para eles. O crist ianism o
não proíbe nossos afet os nat urais e a graça não os elim ina. Mas não devem os exagerar nossos
pesares; ist o é dem asiado parecido com os que não t êm esperança de um a vida m elhor. A m ort e é
desconhecida e pouco sabem os do est ado depois de m orrer, m as as dout rinas da ressurreição e da
segunda vinda de Crist o são rem édio cont ra o t em or da m ort e, e cont ra a pena indevida pela m ort e
de nossos amigos cristãos; temos a plena certeza destas doutrinas.
Será felicidade que t odos os sant os se reúnam e perm aneçam j unt os para sem pre, porém a
alegria principal do céu é est ar com o Senhor, vê- lo, viver com Ele, e gozar dEle para sem pre.
devem os apoiar- nos uns a out ros nos m om ent os de t rist eza; sem m ort ificar os espírit os uns dos
out ros nem enfraquecer- nos as m ãos de uns e out ros. ist o pode fazer- se porque há m uit as lições
que aprender sobre a ressurreição dos m ort os e a segunda vinda de Crist o. Que consolo para o
hom em quando lhe for dit o que vai com parecer perant e o t rono do j uízo de Deus! Quem pode ser
consolado com est as palavras? Som ent e o hom em a cuj o espírit o dá t em erário Deus que seus
pecados t em sido apagados, e os pensam ent os de seu coração são purificados pelo Espírit o Sant o,
de modo que pode amar a Deus e magnificar dignamente seu nome. Não estamos em estado seguro
a menos que isto seja assim em nós ou que desejemos que assim seja.

246
CAPÍTULO 5
Versículos 1- 11 O apóstolo exorta a estar sempre prestes para a vinda de
Cristo a julgar, a qual será súbita e de surpresa
Versículos 12- 22 Dá instruções sobre diversos deveres
Versículos 23- 28 Termina com oração, saudações e uma bênção

Versículos 1- 5
Desnecessário e inút il é pergunt ar a dat a específica da vinda de Crist o. Não a revelou aos
apóstolos. Há t em pos e sazões para que nós t rabalhem os, e é nosso dever e preocupação conhecê-
los e observá- los, mas Enquanto ao t em po em que devam os render cont as, não o saberem os nem é
necessário que o saibamos.
A vinda de Crist o será um a grande surpresa para os hom ens. Nosso m esm o Senhor o disse
assim . Com o a hora da m ort e de cada pessoa, assim será o j uízo para a hum anidade em geral,
assim que o m esm o com ent ário responde para am bas. A vinda de Crist o será t errível para os
ím pios. Sua dest ruição lhes sobrevirá enquant o sonham com a felicidade e se com prazem com vãos
entretenimentos. Não haverá médio para esquivar o terror do castigado desse dia.
Esse dia será de gozo para o j ust o. eles não est ão em t revas; são filhos da luz. Est a é a feliz
condição de t odos os crist ãos verdadeiros. Mas quant os dizem paz e seguridade, enquant o sobre as
suas cabeças pende a dest ruição et erna! Acordem os a nós m esm os e uns a out ros, e cuidem o- nos
de nossos inimigos espirituais.

Versículos 6- 11
A m aior part e da hum anidade não considera as coisas do out ro m undo porque est ão dorm idos;
ou não as consideram porque dorm em e sonham . Nossa m oderação Enquanto a t odas as coisas
t errenas deveria ser conhecida de t odos os hom ens. os crist ãos que t êm a luz do evangelho bendit o
brilhando em seus rost os, podem despreocupar- se de suas alm as e serem indolent es com o out ro
m undo? Necessit am os a arm adura espirit ual ou as t rês graças crist ãs: fé, am or e esperança. Fé se
crem os que o olho de Deus est á sem pre sobre nós, que há um out ro m undo para o qual preparar-
se, vem os razão de est ar alert as e ser sóbrios. O amor verdadeiro e fervoroso a Deus e às coisas de
Deus nos m ant erá alert as e sóbrios. Se t iverm os esperança de salvação, cuidem o- nos de t oda coisa
que faça vacilar nossa confiança no Senhor. Tem os a base sobre a qual const ruir um a esperança
imperturbável quando consideramos que a salvação é por nosso Senhor Jesus Cristo que morreu por
nós para expiar nossos pecados e resgat ar nossas alm as. Devem os unir- nos em oração e louvor uns
com outros. e este é o melhor médio para responder à finalidade da sociedade. Assim aprenderemos
a viver para Aquele com quem esperamos viver para sempre.

Versículos 12- 15
Os m inist ros do evangelho est ão descrit os pela obra de seu ofício que é servir e honrar o Senhor.
Dever deles não só é dar bem conselho, senão t am bém advert ir ao rebanho dos perigos e reprovar
o que est iver errado. A gent e deve honrar e am ar a seus m inist ros porque sua at ividade é o bem -
estar das almas dos homens.
A gente deve estar em paz consigo mesma, fazendo todo o que puder para guarda- se contra toda
diferença, embora o amor à paz não deve permitir que façamos de conta que não vimos nada diante
do pecado. os espírit os t em erosos e pesarosos devem ser anim ados, e um a palavra am ável pode
fazer m uit o bem . Devem os t olerar e suport ar. Devem os ser pacient es e cont rolar a raiva, e ist o com
todos os homens. Sejam quais forem as coisas que nos façam os homens, nós devemos fazer o bem
ao próximo.

Versículos 16- 22
Devem os regozij ar- nos nas bênçãos da criat ura, com o se não nos regozij ássem os, sem esperar
viver m uit os anos, e gozando- nos durant e t odos eles, m as se nos regozij am os em Deus podem os
fazê- lo para sem pre j am ais. Um a vida verdadeiram ent e religiosa é um a vida de gozo const ant e.
Podem os regozij ar- nos m ais se orarm os m ais. A oração aj udará a levar adiant e t odo assunt o lícit o e
t oda boa obra. Se orarm os sem cessar não nos falt ará t em a para dar graças em t udo. Verem os
razões para dar graças por perdoar e prevenir, pelas m isericórdias com uns e as excepcionais, as
passadas e as present es, as espirit uais e as t em porais. Não só pelas coisas prósperas e agradáveis,

247
senão t am bém pelas providências aflit ivas, pelos cast igos e as correções, porque Deus designa t udo
para o nosso bem, embora, na atualidade, não vejamos em que nos ajuda.
Não apaguem o Espírit o. Diz- se que os crist ãos são bat izados com o Espírit o Sant o e com fogo.
Ele operou com o fogo, ilum inando, avivando e purificando as alm as dos hom ens. Assim com o o fogo
se apaga elim inado seu com bust ível, e se sufoca derram ando- lhe água, ou j ogando- lhe m uit a t erra
acim a, assim devem os t er cuidado de não apagar o Espírit o Sant o consent indo nos afet os e
concupiscências carnais, preocupando- nos som ent e das coisas t errenas. Os crent es cost um am
im pedir seu crescim ent o na graça ao não dar- se aos afet os espirit uais produzidos em seus corações
pelo Espírito Santo.
Por profecia ent enda- se aqui a pregação da palavra, a int erpret ação e a aplicação das Escrit uras.
não devem os desprezar a pregação em bora sej a sim ples, e não nos diga m ais que o que j á
sabíam os ant es. Devem os esquadrinhar as Escrit uras. se provarm os t odas as coisas, devem os ret er
o que é bom . Devem os abst er- nos de pecar, e de t udo o que t enha aparência de pecado, que
conduza ou se aproxim e ao pecado. O que não se refreia das aparências do pecado, o que não
elim ina as ocasiões de pecar, e não evit a as t ent ações nem a aproxim ação ao pecado, não se
manterá por muito tempo sem pecar.

Versículos 23- 28
O apóst olo ora para que eles possam ser sant ificados com m ais perfeição, porque os m elhores
est ão sant ificados, ainda que em part e, Enquanto est ej am nest e m undo; port ant o, devem os orar
pela sant idade com plet a enquant o cont inuam os avançando rum o dela. E com o cairíam os se Deus
não cont inuar realizando sua boa obra na alm a, devem os orar a Deus para que aperfeiçoes sua obra
até que sejamos apresentados sem falta diante do trono de sua graça.
Devemos orar uns pelos outros, e os irmãos devem expressar assim seu amor fraternal.
Est a epíst ola seria lida a t odos os irm ãos. Não só se perm it e a gent e com um que leia as
Escrituras, senão que é seu dever e devem ser exort ados a que assim o façam . A Palavra de Deus
não deve m ant er- se em língua desconhecida, senão que deve traduzir- se, já que a todos os homens
corresponde conhecer as Escrit uras, e para que t odos os hom ens possam lê- las. As Escrit uras
devem ser lidas em todas as congregações públicas, especialmente para o benefício dos incultos.
Não necessit am os m ais que conhecer a graça de nosso Senhor Jesus Crist o para serm os felizes.
Ele é uma fonte de graça que sempre flui que transborda para suprir todas as nossas carências.

2 TESSALONICENSES

A segunda epíst ola aos Tessalonicenses foi escrit a pouco depois da prim eira. Foi dit o ao apóst olo
que, por algum as expressões de sua prim eira cart a, m uit os t inham a esperança de que a segunda
vinda de Crist o est iver m uit o próxim a, e que o dia do j uízo chegaria em seu t em po. Alguns deles
descuidaram seus deveres m undanos. São Paulo t ornou a escrever para corrigir o erro deles, que
obst aculizava a difusão do Evangelho. Havia escrit o conform e às palavras dos profet as do Ant igo
Test am ent o, e lhes diz que havia m uit os conselhos do Alt íssim o que ainda deveriam cum prir- se
ant es de chegar o Dia do Senhor, em bora t inha falado daquele m om ent o com o m uit o próxim o
porque era im inent e. O t em a conduz a um a not ável predição de alguns dos acont ecim ent os fut uros
que t eriam lugar nas épocas post eriores da I grej a crist ã, e que m ost ram o espírit o profét ico que
possuía o apóstolo.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 4 O apóstolo abençoa a Deus pelo estado crescente de amor e
a paciência dos Tessalonicenses
Versículos 5- 12 Os exorta a perseverar, submetidos a todos os sofrimentos
por Cristo, considerando sua vinda como o grande dia da
rendição de contas

248
Versículos 1- 4
Onde est iver a verdade da graça, haverá um increm ent o dela. A senda do j ust o é com o a luz da
aurora, que brilha mais e mais até ser o dia perfeito. E onde houver incremento da graça, Deus deve
t er t oda a glória. Onde cresça a fé, o am or abundará, porque a fé opera por am or. Dem onst ra- se fé
e paciência, com o as que possam ser propost as com o paut as para o próxim o, quando as provações
de part e de Deus e as perseguições de part e dos hom ens vivificam o exercício dessas graças,
porque a paciência e a fé da qual se gloriava o apóst olo o sust ent avam e o capacit avam para
suportar todas suas tribulações.

Versículos 5- 10
A religião, se vale algo, o vale t udo; os que não t êm religião, não t êm nada digno de t er, ou não
sabem com o valorá- la, porque não podem achar em seus corações um a razão para sofrer por ela.
Não podem os m erecer o céu por t odos nossos sofrim ent os m ais que por nossos serviços, m as nossa
paciência nos prepara para o gozo prom et ido para quando est am os subm et idos a sofrim ent os. Nada
m arca com m ais força ao hom em para a ruína et erna que o espírit o de perseguição e inim izade
contra o nome de Deus e seu povo. Deus atribulará os que atribulam a seu povo. Existe um repouso
para o povo de Deus: um repouso do pecado e da t rist eza. A cert eza da recom pensa fut ura é
provada pela j ust iça de Deus. Pensar nisso deve ser t errível para os ím pios, m as sust ent a o j ust o. a
fé, olhando para esse grande dia, é capacit ada parcialm ent e para ent ender o livro da providência,
que parece confusos aos incrédulos.
O Senhor Jesus se m anifest ará naquele dia desde o céu. Virá na glória e no poder do m undo do
alt o. Sua luz será penet rant e e seu poder, consum idor, para t odos os que naquele dia sej am
contados com o palha. Est a m anifest ação será t errível para os que não conhecem a Deus,
especialm ent e para os que se rebelam cont ra a revelação e não obedecem ao Evangelho de nosso
Senhor Jesus Crist o. est e é o grande crim e das m ult idões, o evangelho sendo revelado e eles não
querendo acreditar nele, ou, se pretendem crer, não desejam obedecê- lo. está estabelecido que crer
as verdades do Evangelho é para obedecer a seus preceitos.
Embora os pecadores possam ser tolerados por longo tempo, no final serão castigados. Fizeram a
obra do pecado, e devem receber o salário do pecado. Aqui Deus cast iga os pecadores usando as
criat uras com o inst rum ent o, m as ent ão haverá dest ruição de part e do Todo Poderoso; e quem
conhece o poder de sua ira?
Será um dia de gozo para alguns, para os sant os, para os que crêem e obedecem ao Evangelho.
Crist o Jesus será glorificado e adm irado por seus sant os nesse dia brilhant e e bendit o. Crist o será
glorificado e adm irado neles. Sua graça e seu poder serão dem onst rados quando se m anifest ar o
que Ele tem adquirido para os que crêem no Senhor, e tem operado neles e o tem outorgado a eles.
Senhor, se a glória dada a t eus sant os será assim adm irada, quant o m ais serás Tu adm irado, com o
o Doador dessa glória! A glória de t ua j ust iça na condenação dos perversos será adm irada, m as não
com o a glória de t ua m isericórdia na salvação dos crent es. Quant a adm iração sant a provocará ist o
nos anjos adoradores, e transportará a teus santos admiradores com arrebato eterno! O crente mais
vil desfrut ará m ais do que puder im aginar o coração m ais alargado enquant o est ej am os aqui; Crist o
será admirado em todos os que crêem, sem excetuar o crente mais desprezível.

Versículos 11- 12
Os pensam ent os de fé e de expect at iva da segunda vinda de Crist o devem conduzir- nos a orar
m ais a Deus por nós e pelo próxim o. Se há algo de bom em nós deve- se ao bom prazer de sua
bondade, e, port ant o, cham a- se graça. Exist em m uit os propósit os de graça e boa vont ade em Deus
para com seu povo, e o apóst olo ora para que Deus com plet e neles com poder a obra da fé. est a é
que façam toda boa obra. O poder de Deus não só começa, senão que executa a obra de fé. Este é o
grande fim e desígnio da graça de nosso Deus e Senhor Jesus, que nos é dada a conhecer e que
opera em nós.

249
CAPÍTULO 2
Versículos 1- 4 Advertências contra o erro de que o tempo da vinda de Cristo
já estava muito próximo Primeiro haveria uma apostasia
geral da fé, e a manifestação do homem de pecado, o
anticristo
Versículos 5- 12 Sua destruição e a dos que o obedecem
Versículos 13- 17 A seguridade dos Tessalonicenses contra a apostasia; uma
exortação à constância e oração por eles

Versículos 1- 4
Se surgirem erros ent re os crist ãos, devem os corrigi- los; e os hom ens bons t erão cuidado em
suprim ir os desacert os que surgem de ent ender errado suas palavras e ações. Tem os um adversário
astuto que está vigiando para fazer o mal e fomentar erros até pelas palavras da Escritura. qualquer
que sej a a incert eza que t enham os ou quaisquer sej am os equívocos que surj am sobre o t em po da
vinda de Crist o, a própria vinda é im inent e. Est a t em sido a fé e a esperança de t odos oração
crist ãos em t odas as idades da I grej a; foi a fé e a esperança dos sant os do Ant igo Test am ent o.
Todos os crent es serão reunidos em Crist o para est arem com Ele e serem felizes em sua presença
para sem pre. Devem os crer firm em ent e na segunda vinda de Crist o, m as os Tessalonicenses
est avam diant e do perigo de quest ionar a verdade ou cert eza do assunt o m esm o, por est arem
errados Enquanto ao t em po. As falsas dout rinas são com o os vent os que m ovem a água daqui para
lá e inquiet am as m ent es dos hom ens que são t ão inst áveis com o a água. Bast a com que nós
saibamos que o nosso Senhor virá e recolherá a todos seus santos com Ele.
É dada um a razão pela qual eles não deviam esperar a vinda de Crist o com o im ediat a. prim eiro
deveria acont ecer um a grande queda, a que ocasionaria o levant am ent o do ant icrist o, o hom em do
pecado. houve grandes debat es acerca de quem ou que se ent ende por est e hom em de pecado e
filho da perdição. O hom em de pecado não som ent e prat ica o pecado; Tm prom ove e com anda o
pecado e a m aldade nos out ros; é o filho da perdição porque est á dedicado à dest ruição cert a, e é o
inst rum ent o para dest ruir a m uit os, de corpo e alm a. com o Deus est eve no t em plo ant igo e ali o
adoravam , agora est á em sua I grej a e com ela; da m esm a form a, o ant icrist o aqui m encionado é
um usurpador da autoridade de Deus sobre a Igreja cristã, e reclama honras divinas.

Versículos 5- 12
Algo incom oda ou ret ém ao hom em de pecado. supunha- se que fosse o poder do im pério
romano, ao que o apóst olo não m enciona claram ent e nessa época. A corrupção da dout rina e a
adoração ent raram gradat ivam ent e, e a usurpação do poder foi gradual; assim prevaleceu o
m ist ério da iniqüidade. A superst ição e a idolat ria foram prom ovidas por um a pret endida devoção e
se fom ent aram o fanat ism o e a perseguição pelo pret endido zelo por Deus e sua glória. Ent ão o
m ist ério da iniqüidade som ent e est ava com eçando; quando ainda viviam os apóst olos, havia
pessoas que pretendiam zelo por Cristo, porém que realmente se opunham a Ele.
A queda ou ruína do est ado ant icrist ão est á declarada. A pura palavra de Deus, com o Espírit o de
Deus, denunciará est e m ist ério de iniqüidade, e em seu devido m om ent o será dest ruído pelo
resplendor da vinda de Cristo.
Falsificam- se sinais e prodígios, visões e m ilagres, porém são sinais falsos que sust ent am
doutrinas falsas; fazem prodígios m ent irosos ou som ent e m ilagres sim ulados para enganarem a
gente; são notórias as obras diabólicas que o estado anticristão tem estado sustentando.
Descrevem- se as pessoas que são seus súbdit os volunt ários. O pecado deles é est e: não am aram
a verdade, e port ant o, não acredit aram nela; agradaram - se com noções falsas. Deus os deixa
ent regues a si m esm os, ent ão seguem cert am ent e o pecado, e os j uízos espirit uais aqui, e os
castigos eternos no além.
Estas profecias chegaram a cumprir- se em grande medida, e confirmam a verdade das Escrituras.
Est a passagem concorda exat am ent e com o sist em a do papado que prevalece na igrej a rom ana, e
sob os papas rom anos. Cont udo, apesar que o filho da perdição t enha sido revelado, em bora se
opôs e se exalt ou por acim a de t odo o que se cham a Deus, ou que é adorado, t enha falado e agido
com o se fosse um deus na t erra, e t enha proclam ado seu orgulho insolent e, e respaldado suas
ilusões com m ilagres m ent irosos e t oda classe de fraudes, ainda o Senhor não o t em dest ruído por
com plet o com o fulgor de Sua vinda, porque ainda rest am por cum prir- se est as e out ras profecias
antes que chegue o final.

250
Versículos 13- 15
Quando ouvim os da apost asia de m uit os é grande consolo e gozo que haj a um rem anescent e
conform e com a eleição da graça que persevera e perseverará; devem os regozij ar- nos
especialment e se t em os razão para esperar est ar ent re esse núm ero. A preservação dos sant os se
deve a que Deus os am a com am or et erno desde o com eço do m undo. O fim e os m édios não
devem separar- se. A fé e a sant idade devem unir- se assim com o a sant idade e a felicidade. O
chamado ext erno de Deus é pelo evangelho; e est e é efet ivado pela obra int erior do Espírit o. A
crença na verdade leva o pecador a confiar em Crist o, e assim a am á- lo e obedecê- lo; estão selados
pelo Espírit o Sant o sobre seu coração. Não t em os prova cert a de que algo a m ais t enha sido
ent regue pelos apóst olos fora do que acham os cont ido nas Escrit uras. Aferrem o- nos firm em ent e às
doutrinas ensinadas pelos apóstolos e rejeitemos todos os agregados e as vãs tradições.

Versículos 16- 17
Podem os e devem os dirigir nossas orações não só ao Deus Pai por m eio de nosso Senhor Jesus
Cristo, senão também a nosso Senhor Jesus Cristo mesmo. devemos orar em seu nome a Deus, não
som ent e com o seu Pai, senão com o nosso Pai nEle e por m eio dEle. Manancial e font e de t odo bem
que t em os ou esperam os é o am or de Deus em Crist o Jesus. exist em boas razões para grandes
bênçãos, porque os sant os t êm um a boa esperança por m eio da graça. A graça e a m isericórdia
gratuita de Deus são o que eles esperam e nas que fundamentam suas esperanças, e não em algum
valor ou m érit o deles. Quant o m aior prazer t enham os na palavra, as obras e os cam inhos de Deus,
m ais provavelm ent e serem os preservados nelas; t odavia, se vacilarm os na fé e se t iverm os um a
m ent e que duvida, oscilando e t ropeçando em nosso dever, não será raro que sej am os est ranhos
aos gozos da religião.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 5 O apóstolo expressa confiança nos Tessalonicenses, e ora por
eles
Versículos 6- 15 Lhes encarrega que se afastem dos que andam
desordenadamente, particularmente dos preguiçosos e
intrusos
Versículos 16- 18 Conclui com uma oração por eles, e uma saudação

Versículos 1- 5
Os que estão muito separados ainda podem reunir- se ante o trono da graça; e os que não podem
fazer nem receber nenhum a out ra bondade, dest e m odo podem fazer e receber um a bondade real e
m uit o grande. Os inim igos da pregação do evangelho, e os perseguidores dos pregadores fiéis são
hom ens ím pios e irracionais. Muit os não crêem no Evangelho; e não é de m aravilhar- se se não t êm
quietude e mostram malícia nas ações empreendidas para resisti- lo. o mal do pecado é o maior mal,
mais existem outros males dos que devemos ser preservados, e somos exortados a dependermos da
graça de Deus. uma vez que a promessa foi feita, seu cumprimento é seguro e certo.
O apóst olo t inha confiança neles, m as se fundam ent a em sua confiança em Deus; porque de
outro modo não há confiança no homem.
Ora por eles pedindo bênçãos espirit uais. Nosso pecado e nossa m iséria é que deposit am os
nossos afetos nos objetos errados. Não há verdadeiro amor de Deus sem fé em Jesus Cristo. Se pela
graça especial de Deus tivermos essa fé, que multidões não têm, devemos orar fervorosamente para
que sej am os capacit ados sem reservas para obedecer a seus m andam ent os e que o Senhor Espírit o
possa dirigir nossos corações ao amor de Deus e à paciência de Cristo.

Versículos 6- 15
Os que t êm recebido o evangelho devem viver de form a coerent e com ele. os que podem
trabalhar, e não o fazem , não devem m ant er- se ociosos. O crist ianism o não deve t olerar a preguiça
que consom e o que pode dar ânim o ao laborioso e para sust ent ar o doent e e o aflit o. O t rabalho em
nossa vocação de hom ens é dever requerido por nosso chamado crist ão. Mas alguns esperavam ser
m ant idos na ociosidade e se consent iam um t em peram ent o curioso e soberbo. Eles se ent rem et iam
nas preocupações alheias e faziam m uit o dano. Grande erro e abuso da religião é fazê- la m ant o da
preguiça ou de qualquer out ro pecado. o servo que espera a pront a vinda de seu Senhor deve est ar
t rabalhando com o m anda seu Senhor. Se est iverm os ociosos, o diabo e o coração corrupt o logo nos

251
darão algo a fazer. A m ent e do hom em é dada a ocupar- se; se não for em pregada em fazer o bem ,
estará fazendo o mal.
É um a união excelent e, em bora rara, a de est ar at ivo em nosso próprio negócio, porém t ranqüilo
Enquanto ao de out ros. Se alguém recusar t rabalhar com t ranqüilidade, deve ser censurado e deve
ser separado de sua com panhia, m as deve procurar- se seu bem com adm oest ações feit as com
amor.
O Senhor est á com você enquant o você est iver com Ele. m ant enha seu cam inho e sustente- se
at é o fim . Nunca devem os render- nos nem cansar- nos em nosso t rabalho. Haverá suficient e t em po
para repousar quando chegarmos ao céu.

Versículos 16- 18
O apóst olo ora pelos Tessalonicenses. Desej em os as m esm as bênçãos para nós e para nossos
amigos. Paz com filho. Est a paz lhes é desej ada sem pre ou em t odo. Paz por t odos os m édios; em
t oda form a para que, ao desfrut ar dos m édios de graça, possam usar t odos os m ét odos para
assegurar a paz. Para sent ir- nos seguros e felizes não necessit am os, nem podem os desej ar algo
m elhor para nós e nossos am igos, que t er por graça a presença de Deus conosco e com eles. Não
im port a onde est ej am os, se Deus est iver conosco; nem quem est á ausent e, sem Deus est á
present e. Por m eio da graça de nosso Senhor Jesus Crist o esperam os t er paz com Deus e desfrut ar
da presença de Deus. essa graça é t odo o que nos faz felizes; em bora a desej em os m uit o para
outras pessoas, é suficiente para nós.

1 TIMÓTEO

O obj et ivo dest a epíst ola parece ser que, com o Tim ót eo ficou em Éfeso, são Paulo lhe escreveu
para dar- lhe inst ruções acerca da eleição de oficiais apropriados para a igrej a, e para o exercício do
m inist ério habit ual. Além disso, para advert i- lo cont ra a influência dos falsos m est res que
corrom pem a pureza e a sim plicidade do evangelho com dist inções sut is e disput as int erm ináveis.
Ele o exort a a t er um cuidado const ant e com a m aior diligência, fidelidade e zelo. Est es t em as
ocupam os quat ro prim eiros capít ulos; o quint o inst rui sobre grupos em part icular; na últ im a part e,
condena as polêmicas e os debates, culpa o amor ao dinheiro e exorta o rico às boas obras.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 4 O apóstolo saúda a Timóteo
Versículos 5- 11 A intenção da lei dada por Moisés
Versículos 12- 17 De sua própria conversão e chamado ao apostolado
Versículos 18- 20 A obrigação de manter a fé e a boa consciência

Versículos 1- 4
Jesus Cristo é a esperança do cristão; todas as nossas esperanças de vida eterna estão edificadas
nEle; Cristo é em nós a esperança de glória. O apóstolo parece ter sido o médio para a conversão de
Timóteo, que serviu com ele em seu ministério como um filho cumprido com um pai amoroso.
O que suscit a int errogant es não é edificant e; porque dá ocasião a debat es duvidosos, dem ole a
igrej a em vez de edificá- la. A sant idade de coração e vida pode m ant er- se e aum ent ar- se som ent e
pelo exercício da fé na verdade e nas promessas de Deus por meio de Jesus Cristo.

Versículo 5- 11
Todo o que t ende a enfraquecer o am or a Deus ou o am or aos irm ãos, t ende a derrot ar a
finalidade do mandamento. Responde- se à intencionalidade do evangelho quando os pecadores, pelo
arrependim ent o para com Deus e a fé em Jesus Crist o, são levados a exercer o am or crist ão. A lei
não est á em cont ra dos crent es que são pessoas j ust as na form a est abelecida por Deus. Todavia, a
m enos que sej am os feit os j ust os pela fé em Crist o, se não nos arrependem os realm ent e e
abandonam os o pecado, cont inuam os ainda em baixo da m aldição da lei, ainda que conform e ao
evangelho do bendito Deus, e somos inaptos para participarmos da santa alegria do céu.

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Versículos 12- 17
O apóst olo sabia que t eria perecido j ust am ent e se o Senhor t iver chegado ao ext rem o de indicar
o que est ava errado; e se sua graça e m isericórdia, quando est ava m ort o em pecado, não t ivessem
abundado para ele operando a fé e o am or a Crist o em seu coração. Est e é um dit ado fiel; est as são
palavras verdadeiras e fiéis nas quais pode- se confiar: que o Filho de Deus veio ao m undo,
voluntária e int encionalm ent e, a salvar pecadores. Ninguém , com o exem plo de Paulo diant e de si,
pode quest ionar o am or e o poder de Crist o para salvá- lo, sem realm ent e desej a confiar- se a Ele
com o Filho de Deus, que m orreu um a vez na cruz, e que agora reina no t rono de glória, para salvar
a t odos os que vão a Deus por m eio dEle. Ent ão, adm irem os e louvem os a graça de Deus nosso
Salvador; e por t udo o feit o em nós, por nós e para nós, dem os- lhe a glória ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo, três Pessoas na unidade da Deidade.

Versículos 18- 20
O m inist ério é um a guerra cont ra o pecado e cont ra Sat anás, a qual é livrada sob o m ando do
Senhor Jesus que é o Capitão de nossa salvação. As boas esperanças que outras pessoas tiveram de
nós, devem inst ar- nos a cum prir nosso dever. Sej am os ret os em nossa condut a em t odas as coisas.
A int enção das censuras m ais elevadas da igrej a prim it iva foi prevenir m ais o pecado e reclam ar o
pecador. Todos os que est ej am t ent ados a elim inar a boa consciência e a abusar do Evangelho,
lem brem também que este foi o caminho ao naufrágio da fé.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 7 Deve- se orar por todas as pessoas, já que a graça do
Evangelho não estabelece diferenças de níveis ou posições
Versículos 8- 15 Como devem comportar- se homens e mulheres em sua vida
religiosa e na social

Versículos 1- 7
Os discípulos de Crist o devem ser gent e que ora; t odos, sem dist inguir nação, seit a, nível ou
part ido. Nosso dever de crist ãos est á resum ido em duas palavras: piedade, ist o é, a adoração j ust a
de Deus; e honest idade, ist o é, boa condut a para com t odos os hom ens. est as devem ir unidas; não
som os verdadeiram ent e honest os se não som os piedosos e não rendem os a Deus o que lhe é
devido; não som os verdadeiram ent e piedosos se não som os honest os. Devem os abundar no que é
aceitável ante os olhos de Deus, nosso Salvador.
Há um só Mediador e esse Mediador se deu com o resgat e por t odos. Est a designação foi feit a
para benefício dos j udeus e dos gent ios de t oda a nação; para que t odos os que o desej em possam
ir por este caminho até o trono da misericórdia do Deus que perdoa, a buscar reconciliação com Ele.
O pecado t inha feit o inim izade ent re Deus e nós; Jesus Crist o é o Mediador que faz a paz. Ele é o
resgat e que seria conhecido no t em po est abelecido. Na época do Ant igo Test am ent o se falou de
seus sofrim ent os e da glória que se seguiria, com o de coisas que seriam reveladas nos últ im os
tem pos. Os que são salvos devem chegar ao conhecim ent o da verdade, porque esse é o cam inho
indicado por Deus para salvar pecadores: se não conhecem os a verdade não podem os ser
governados por ela.

Versículos 8- 15
Nos t em pos do evangelho a oração não deve lim it ar- se a um a casa de oração em part icular, m as
os homens devem orar em todas partes.
Devem os orar em nossos quart os, orar em nossas fam ílias, orar quando com em os, orar quando
viaj am os, e orar nas assem bléias solenes, sej am públicas ou privadas. Devem os orar com am or;
sem ira nem cont enda, sem raiva cont ra ninguém . Devem os orar com fé, sem duvidar e sem
debater.
As mulheres que professam a religião cristã devem ser modestas para vestir, sem demonstrar um
est ilo inadequadam ent e elegant e ou ost ent oso ou de elevado cust o. As boas obras são o m elhor
adorno, porque segundo o crit ério de Deus, são de elevado preço; a m odést ia e a lim peza devem
ser m ais levadas em cont a que a elegância e a m oda Enquanto à roupa. Seria bom que as que
professam um a piedade séria est ej am t ot alm ent e livres de vaidade para vest ir- se. Devem gast ar
m ais t em po em socorrer o pobre e o angust iado que em enfeit ar- se elas m esm as e a seus filhos.
Fazer isso num a form a inadequada para sua cat egoria na vida e sua profissão de piedade é

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pecam inoso. Est as não são ninharias, senão m andados divinos. Os m elhores enfeit es para os que
professam a piedade são as boas obras.
Segundo são Paulo, não se perm it e que as m ulheres ensinem publicam ent e na igrej a, porque
ensinar é um ofício de aut oridade. Mas as boas m ulheres podem e devem ensinar os princípios da
religião verdadeira a seus filhos em casa. Além disso, as m ulheres não devem pensar que est ão
escusadas de aprender o necessário para a salvação, em bora não devam usurpar a aut oridade.
Com o a m ulher foi a últ im a na criação, que é um a razão para a subm issão, t am bém foi a prim eira
na t ransgressão. Porém , aqui há um a palavra de consolo: que as que perm aneçam na m odést ia
serão salvas ao t erem filhos, ou com t er filhos, pelo Messias que nasceu de um a m ulher. A t rist eza
especial a que est á subm et ido o sexo fem inino deve fazer que os hom ens exerçam sua aut oridade
com muita gentileza, ternura e afeto.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 7 As qualidades e a conduta dos bispos do evangelho
Versículos 8- 13 Dos diáconos e suas esposas
Versículos 14- 16 A razão para escrever sobre estes e outros assuntos da
igreja

Versículos 1- 7
Se um hom em desej ar o ofício past oral, e por am or a Crist o e aos hom ens est iver dispost o a
negar- se a si mesmo, e a passar privações para dedicar- se a esse serviço, deveria tratar de dedicar-
se à boa obra, e seu desej o deve ser aprovado, sem pre e quando est iver preparado para o ofício. O
m inist ro deve dar m uit o pouca ocasião para ser culpado, a fim de que seu ofício não sofra
repreensão. Deve ser sóbrio, prudent e, decoroso em t odos seus at os, e no uso de t odas as bênçãos
terrenas. As fam ílias dos m inist ros devem ser exem plos do bem para t odas as out ras fam ílias.
Devem os cuidar- nos do orgulho; é um pecado que t ransform ou os anj os em diabos. Deve t er boa
reputação entre os vizinhos, e ser irrepreensível em sua vida anterior.
Para est im ular a t odos os m inist ros fiéis t em os a graça da prom essa de Crist o: " Eis que eu est ou
convosco t odos os dias, at é a consum ação dos séculos" ( Mt 28.20) . Ele equipará a seus m inist ros
para sua obra e os fará passar em m eio das dificuldades com consolo e recom pensará sua
fidelidade.

Versículos 8- 13
Os diáconos foram prim eiram ent e nom eados para dist ribuírem a caridade da igrej a e
administrarem seus int eresses, em bora havia ent re eles past ores e evangelist as. Os diáconos
t inham o encargo de um a t arefa im port ant e. Devem ser hom ens sérios, responsáveis, prudent es.
Não é bom que a confiança parábola sej a deposit ada nas m ãos de qualquer at é que sej am achados
aptos para o negócio que lhes será confiado.
Todos os parent es dos m inist ros devem t er grande cuidado de andarem com o corresponde ao
Evangelho de Cristo.

Versículos 14- 16
A igreja é a casa de Deus. Ele habita ali. A igreja sustenta a Escritura e a doutrina de Cristo como
um a coluna sust ent a um a proclam a. Quando a igrej a deixa de ser coluna e baluart e da verdade,
podem os e devem os abandoná- la, porque nossa consideração pela verdade deve est ar prim eiro e
ser m uit o grande. O m ist ério da piedade é Crist o. Ele é Deus que foi feit o carne e for m anifest ado
em carne. Agradou a Deus m anifest ar- se aos hom ens por seu próprio Filho que t om ou a nat ureza
hum ana. Em bora censurado com o pecador e t endo recebido a m ort e de um m alfeit or, Crist o
ressuscit ou pelo Espírit o, e assim foi j ust ificado de t odas as falsas acusações com que fora
carregado. Os anj os o at enderam , porque Ele é o Senhor dos anj os. Os gent ios acolheram bem o
evangelho que os j udeus rej eit aram . Lem brem os que Deus foi m anifest o em carne para t irar nossos
pecados, para redim ir- nos de t oda iniqüidade e purificar para sim um povo peculiar, zeloso de boas
obras. Estas doutrinas devem ser exibidas pelo fruto do Espírito em nossas vidas.

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CAPÍTULO 4
Versículos 1- 5 Dos desvios da fé que já começavam a surgir
Versículos 6- 16 Várias instruções com os motivos para o cumprimento dos
deveres

Versículos 1- 5
No Ant igo Test am ent o e no Novo, o Espírit o Sant o falou de um a apost asia geral da fé em Crist o e
da pura adoração a Deus. ist o deveria acont ecer durante a dispensação cristã, porque é chamada os
últ im os t em pos. Os falsos m est res proíbem por errado o que Deus t em perm it ido, e m andam com o
dever o que Ele deixou com o indiferent e. Encont ram os ocasião para o exercício da vigilância e a
negação de sim ao at ent ar aos requisit os da lei de Deus, sem ser carregados com deveres
im aginários que rej eit am o que Ele t em perm it ido. Cont udo, nada j ust ifica o uso im oderado ou
im próprio das coisas, e nada será bom para nós a m enos que peçam os orando a bênção do Senhor
para essas coisas.

Versículos 6- 10
Pouco aproveit am os at os ext ernos de abnegação. De que nos servirá m ort ificar o corpo se não
m ort ificam os o pecado? não pode servir de grande coisa a diligência aplicada às coisas puram ent e
ext eriores. O proveit o da piedade radica em grande m edida na prom essa; e as prom essas para a
gent e piedosa se relacionam parcialm ent e com a vida present e, m as especialm ent e com a vida
vindoura: embora percamos por Cristo, não perderemos para Ele. se Cristo é o Salvador de todos os
homens, então será muito mais a recompensa dos que o buscam e servem; Ele proverá bem para os
que tenha feito novas criaturas.

Versículos 11- 16
Não deve desprezar- se a j uvent ude dos hom ens se eles se abst êm de vaidades e t olices. Os que
ensinam por sua dout rina devem ensinar por suas vidas. O discurso deles deve ser edificant e; a
conversação deles deve ser sant a; devem ser exem plo do am or a Deus e a t odos os hom ens bons,
exem plo de m ent alidade espirit ual. os m inist ros devem ocupar- se dessas coisas com o obra e t arefa
principal deles. Por est es m édios se m anifest ará seu proveit o em t odas as coisas e a t odas as
pessoas; esta é a forma de ganhar conhecimento e graça, e de ganhar também a outros.
A dout rina de um m inist ro de Crist o deve ser conform e às Escrit uras: clara, evangélica e prát ica;
bem expressada, explicada, defendida e aplicada. Mas est es deveres não perm it em t em po livre para
os prazeres m undanos, as visit as vãs ou a conversação ociosa, e m uit o pouco, se houver, para o
que é pura diversão e som ent e ornam ent al. Todo crent e deve ser capacit ado para que seu proveit o
sej a evident e a t odos os hom ens; que procure experim ent ar o poder do evangelho em sua alm a e
sar seu fruto em sua vida.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 2 Instruções acerca os homens e mulheres anciãos e dos mais
jovens
Versículos 3- 8 As viúvas pobres
Versículos 9- 16 Acerca das viúvas
Versículos 17- 25 O respeito que deve dar- se aos anciãos Timóteo deve
ocupar- se de repreender aos ofensores, ordenar ministros e
de sua própria saúde

Versículos 1- 2
Deve- se respeit o à dignidade dos anos e da posição. O m ais novo, se est iver em falt a deve ser
repreendido, não com o desej o de achar falt as nele, senão com a disposição de fazer o m elhor
deles. Necessita- se muita mansidão e cuidado para repreender os que merecem censura.

Versículos 3- 8
Honrar as viúvas que são sem dúvida viúvas, socorrê- las e sust ent á- las. Dever dos filhos é fazer
o m ais que possam quando seus pais est ão em necessidade, e eles podem aj udá- los. A viuvez é um
est ado solit ário; cont udo, que as viúvas confiem no Senhor e cont inuem orando. Todos os que

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vivem nos prazeres est ão m ort os enquant o vivem , m ort os espirit ualm ent e, m ort os em delit os e
pecados. Ai, que quant idade de crist ãos só de nom e encaixam nest a descrição, ainda no único
tempo de sua vida!
Se os hom ens ou m ulheres não m ant êm a seus parent es pobres, efet ivam ent e negam a fé. Se
gast ar em suas concupiscências e prazeres o que deveria sust ent ar a seus fam iliares, t êm negado a
fé e são piores que os infiéis. Se os que professam o Evangelho dão lugar a qualquer condut a ou
princípio corruptos, são piores que os que confessam não acreditar nas doutrina da graça.

Versículos 9- 16
Todo aquele que for colocado num ofício da igrej a, deve est ar livre de j ust a censura; e m uit os
que são obj et os apropriados de caridade, cont udo não deveriam ser em pregados nos serviços
públicos. Os que acham misericórdia quando estão angustiados, devem mostrar misericórdia quando
est ão na prosperidade; os que m ost ram a m aior disposição para t oda boa obra, são os que m ais
provavelmente sejam fiéis em tudo quanto lhes for encarregado.
Os ociosos m uit o raram ent e são som ent e ociosos; fazem m al a seu próxim o e sem eiam a
discórdia ent re os irm ãos. Aos crent es lhes é pedido que aliviem aos que pert encem a sua fam ília e
estão necessitados, para que não se impeça que a igreja alivie os que estão verdadeiramente pobres
e sem amigos.

Versículos 17- 25
Deve prest ar- se cuidado ao sust ent o dos m inist ros. Os que t rabalham nest a obra são dignos de
dupla honra e estima. É o que lhes corresponde, como a recompensa a um trabalhador.
O apóst olo encarrega solenem ent e a Tim ót eo para que se resguarde da parcialidade.
Necessitam os vigiar t odo o t em po para não part icipar nos pecados dos out ros hom ens. conserve- se
puro, não só de fazer o que gost a, senão de considerá- lo ou, de algum a m aneira, aj udar aos out ros
a não fazê- lo.
O apóst olo encarrega t am bém a Tim ót eo que cuide de sua saúde. Com o não t em os que fazer do
corpo o nosso amo, tampouco devemos fazê- lo o nosso escravo, senão usá- lo de modo que nos seja
m uit o út il ao serviço de Deus. exist em pecado secret os e pecados m anifest os: os pecados de alguns
hom ens se dão a conhecer de ant em ão, e vão a j uízo; out ros, virão depois. Deus t irará à luz as
coisas ocultas das trevas e dará a conhecer os conselhos de todos os corações.
Levando em cont a o vindouro dia do j uízo, t odos devem os at ent ar a nosso ofício em form a
apropriada, sej am alt os ou baixos, levando em cont a que o nom e e a dout rina de Deus não sej am
blasfemados por culpa nossa.

CAPÍTULO 6
Versículos 1- 5 O dever dos cristãos para com seus amos, sejam crentes ou
não
Versículos 6- 10 A vantagem da piedade com contentamento
Versículos 11- 16 O solene encargo a Timóteo para que seja fiel
Versículos 17- 21 O apóstolo repete sua advertência ao rico e termina com
uma bênção

Versículos 1- 5
Os crist ãos não deviam supor que o conhecim ent o religioso ou os privilégios crist ãos lhes davam
direit o de desprezar os am os pagãos ou de desobedecer as ordens lícit as ou a expor as falt as dos
outros. os que desfrut avam do privilégio de viver com am os crent es, não deviam deixar o respeit o e
a reverência devidos porque fossem iguais nos privilégios religiosos; ant es, deviam servir com dupla
diligência e alegria por sua fé em Cristo e como participes de sua salvação gratuita.
Não devemos reconhecer como íntegras outras palavras senão as de nosso Senhor Jesus Cristo; a
est as devem os dar consent im ent o sincero. Habit ualm ent e os que m enos sabem são os m ais
orgulhosos, porque não se conhecem a si mesmos. Daí provêm a inveja, a discórdia, os impropérios,
as m as suspeit as, as disput as sobre sut ilezas e coisas nada claras, ent re os hom ens de m ent es
carnais corrupt as, ignorant es da verdade e de seu poder sant ificador, e que procuram um a
vantagem mundana.

Versículos 6- 10
Aqueles que fazem do crist ianism o um com ércio para servirem seus int eresses nest e m undo
serão desenganados, m as os que o considerem com o sua vocação, acharão que t êm a prom essa da

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vida present e, e da vindoura. O piedoso cert am ent e será feliz no out ro m undo; e t em suficient e se
está contente com sua condição neste mundo; toda a gente verdadeiramente piedosa está contente.
Quando est ej am os nos problem as m aiores, não poderem os est ar m ais pobres que quando viem os a
est e m undo; um sudário, um at aúde e um t úm ulo é t udo que pode t er o hom em m ais rico do
mundo com t oda sua riqueza. Se a nat ureza se cont ent ar com pouco, a graça deve cont ent ar- se
com menos. As coisas necessárias da vida limitam os desejos do cristão verdadeiro, e com elas deve
conformar- se.
Aqui vem os o m al da cobiça. Não se diz que são os ricos, senão os que querem enriquecer- se, os
que deposit am sua felicidade na riqueza e est ão ansiosos e decididos a obt ê- la. Os que são assim
dão a Sat anás a oport unidade para t ent á- los, guiando- os a usarem m édios desonest os e m ás
cost um es para aum ent ar seus lucros. Além disso, os conduz a t ant as ocupações e a t al pressa nos
negócios que não deixam t em po nem inclinação para a religião espirit ual; os conduz a conexões que
os levam ao pecado e à t olice. A que pecados são conduzidos os hom ens por am or do dinheiro! A
gent e pode t er dinheiro e não am á- lo, porém se o am am ist o os em purrará a t odo m al. Toda classe
de iniqüidade e vício, de um a ou de out ra form a, nascem do am or pelo dinheiro. Não podem os olhar
ao nosso redor sem perceber m uit as provas dist o, especialm ent e num a época de prosperidade
material, grandes gastos e profissão relaxada.

Versículos 11- 16
Não convém aos hom ens, em especial aos hom ens de Deus, pôr o coração nas coisas dest e
mundo; os hom ens de Deus devem sent ir- se t ransport ados com as coisas de Deus. Devem t er um
conflit o com a corrupção, com as t ent ações e com as pot est ades das t revas. A vida et erna é a coroa
proposta para estimular- nos. Somos chamados a aferrar- nos a isso.
Deve indicar- se especialm ent e ao rico quais são os perigos e deveres relacionados com o uso
apropriado da riqueza, m as quem pode t er est a classe de encargo sem est ar, ele m esm o, por acim a
do amor às coisas que pode comprar a riqueza?
A m anifest ação de Crist o é segura, m as não nos corresponde conhecer a dat a. Os olhos m ort ais
não t oleram o resplendor da glória divina. Ninguém pode aproxim ar- se dEle a m enos que se dê a
conhecer aos pecadores em Crist o e por m eio de Crist o. A Deidade é aqui adorada sem dist inção de
Pessoas, porque t odas as coisas se dizem apropriadam ent e do Pai, do Filho e do Espírit o Sant o.
Deus nos é revelado som ent e na nat ureza hum ana de Crist o e at ravés dela, com o o Unigênit o Filho
do Pai.

Versículos 17- 21
Ser rico nest e m undo é t ot alm ent e diferent e de ser rico para com Deus. nada é m ais incert o que
a riqueza m undana. Os ricos devem ent ender que Deus lhes dá suas riquezas e que Ele pode dá- las
só para desfrut á- las ricam ent e; porque m uit os t êm riquezas m as as desfrut am erradam ent e, por
não t erem coração para usá- las. Qual é o m elhor valor da fort una, apart e de dar a oport unidade de
fazer o bem m aior? Most rando fé em Crist o pelos frut os do am or, lancem os m ão da vida et erna,
quando o descuidado, o cobiçoso e o ím pio alçam seus olhos nos t orm ent os. O conhecim ent o que se
opõe à verdade do Evangelho não é ciência verdadeira nem conhecim ent o real, ou de sê- lo,
aprovaria o evangelho e lhe daria seu assent im ent o. Os que colocam a razão por acim a da fé,
correm o risco de deixarem a fé. a graça inclui t odo o que é bom , e a graça é um a prim ícia, um
começo da glória; onde quer que Deus dê graça, dará glória.

2 TIMÓTEO

A prim eira int enção dest a epíst ola parece t er sido advert ir a Tim ót eo do que havia acont ecido
durant e o encarceram ent o do apóst olo e pedir- lhe que fosse a Rom a, m as com o Paulo não est ava
seguro de que o deixassem viver para vê- lo, lhe dá uma variedade de conselhos e exortações para o
fiel desem penho de seus deveres m inist eriais. Com o est a era um a cart a privada escrit a ao am igo
m ais ínt im o de Paulo, subm et ido às m isérias do cárcere e com a próxim a perspect iva da m ort e,
m ost ra o t em peram ent o e o carát er do apóst olo, e cont ém provas convincent es de que ele
acreditava sinceramente nas doutrinas que pregava.

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CAPÍTULO 1
Versículos 1- 5 Paulo expressa grande afeto por Timóteo
Versículos 6- 14 O exorta a aproveitar seus dons espirituais
Versículos 15- 18 Lhe fala de muitos que o abandonaram vilmente, mas fala
com afeto de Onesíforo

Versículos 1- 5
A prom essa da vida et erna para os crent es em Crist o Jesus é o t em a principal dos m inist ros que
est ão em pregados conform e à vont ade de Deus. as bênçãos aqui m encionadas são o m elhor que
podem os pedir para os nossos am ados am igos, que t enham paz com Deus Pai e nosso Senhor Jesus
Crist o. Deus deve t er a glória qualquer sej a o bem que façam os. Os crent es verdadeiros t êm a
m esm a religião com o subst ância em t oda época. A de deles não é fingida; suport a a prova e habit a
neles como princípio vivo.
De m odo que as m ulheres piedosas podem anim ar- se pelo êxit o de Lóide e Eunice com Timóteo,
que resultou ser tão excelente e útil como ministro. Alguns dos ministros mais dignos e valiosos com
que t em sido favorecida a I grej a de Crist o deveram abençoar a Deus pelas precoces im pressões
religiosas feitas em suas mentes por meio do ensino de suas mães ou outras parentas.

Versículos 6- 14
Deus não nos t em dado espírit o de t em or, senão de poder, de am or e de dom ínio próprio para
enfrent ar dificuldades e perigos; o espírit o do am or a Ele que nos fará vencer a oposição. O espírit o
de um a m ent e sabia, da t ranqüilidade m ent al. O Espírit o Sant o não é o aut or de um a disposição
tímida ou covarde nem de temores que escravizam.
É provável que tenhamos que sofrer aflições quando tenhamos o poder e a força de Deus que nos
capacitem para suportá- las. Como é habitual em Paulo, quando menciona a Cristo e sua redenção se
alonga a esse respeit o, t ão pleno est ava do que é t oda nossa salvação e que deveria ser t odo nosso
desej o. O chamado do evangelho é um cham ado sant o, que sant ifica. A salvação é por livre graça.
Diz- se que est a nos é dada desde ant es da fundação do m undo, ist o é, no propósit o de Deus desde
t oda a et ernidade; em Crist o Jesus, porque t odos os dons que vêm de Deus para o hom em pecador
vêm de Jesus Crist o e som ent e at ravés dEle. Com o exist e um a perspect iva t ão clara de felicidade
et erna pela fé nAquele que é a Ressurreição e a Vida, ponham os m ais diligência em assegurar sua
salvação para nossas almas.
Os que lançam m ão do evangelho não t êm de que envergonhar- se, a causa os livrará, m as os
que se opõem a est e serão envergonhados. O apóst olo t inha encom endado sua vida, sua alm a e
seus int eresses et ernos ao Senhor Jesus. Ninguém m ais poderia livrar e assegurar sua alm a por
m eio das provas da vida e da m ort e. Vem o dia em que as nossas alm as serão int errogadas. Que
você foi- lhe encarregada um a alm a, com o você a ocupou? No serviço do pecado ou no serviço de
Crist o? A esperança do crist ão verdadeiro de m enor est at ura descansa sobre o m esm o fundam ent o
que a do grande apóst olo. Tam bém aprendeu o valor e o risco de sua alm a; t am bém acredit ou em
Crist o; a m udança operada em sua alm a convence o crent e de que o Senhor Jesus o guardará para
seu reino celestial.
Paulo exort a a Tim ót eo a que se aferre firm e das Sagradas Escrit uras, à subst ância da sólida
verdade do Evangelho nelas. Não basta com assentir às sabias palavras; deve- se amá- las.
A dout rina crist ã é um encargo que nos foi ent regue; t em valor indizível em si m esm a e nos será
de incrível vant agem . Nos foi encarregada para ser preservada pura e com plet a, m as não devem os
pensar em m ant ê- la por nossa própria força, senão pelo poder do Espírit o Sant o que habit a em nós;
e não será ganha pelos que confiam em seus próprios corações e se inclinam a seus próprios
entendimentos.

Versículos 15- 18
O apóst olo m enciona a const ância de Onesíforo, repet idas vezes refrescado com suas cart as,
conselhos e consolos, e não se envergonha dele. Um bom homem procurará fazer o bem.
O dia da m ort e e do j uízo é um dia t em ível. Se desej arm os t er m isericórdia, ent ão devem os
buscá- la agora no Senhor. O m elhor que podem os pedir, para nós e para nossos am igos, é que o
Senhor conceda que nós e eles possam os achar m isericórdia do Senhor, quando sej am os cham ados
a passar do tempo para a eternidade e a comparecermos ao juízo de Cristo.

258
CAPÍTULO 2
Versículos 1- 7 O apóstolo exorta a Timóteo a que persevere com diligência,
como um soldado, um atleta e um lavrador
Versículos 8- 13 O estimula com a certeza de um final feliz para sua fidelidade
Versículos 14- 21 Advertência para evitar os vaus palavrórios e os erros
perigosos
Versículos 22- 26 Encargo para fugir das paixões juvenis e ministrar com zelo
contra o erro, porém com espírito manso

Versículos 1- 7
A m edida que crescem nossas provações necessit am os fort alecer- nos m ais no que é bom : nossa
fé, m ais fort e; nossa resolução, m ais fort e; nosso am or a Deus e a Crist o, m ais fort e. I st o em
oposição a que sejamos mais fortes segundo nosso próprio poder.
Todos os crist ãos, m as especialm ent e os m inist ros, devem ser fiéis a seu Capit ão, e resolutos em
sua causa. O grande afã do crist ão deve ser agradar a Crist o. devem os esforçar- nos para dom inar
nossas concupiscências e corrupções, m as não podem os esperar o prêm io se não observarm os as
leis. Devem os t er cuidado de fazer o bem de form a corret a, por que não se fale m al do bem que
fazem os. Alguns que são at ivos, desperdiçam seu zelo nas form as ext ernas e em disput as
duvidosas. Mas os que lut am licit am ent e serão coroados no final. Se desej arm os part icipar dos
frut os, devem os t rabalhar prim eiro; se desej arm os ganhar o prêm io, devem os correr a carreira.
Devem os fazer a vont ade de Deus ant es de receber o prom et ido, para o qual necessit am os
paciência. Junt o com nossas orações pelo próxim o, para que o Senhor lhes dê ent endim ent o em
tudo, devemos estimulá- los e exortá- los a que considerem o que ouvem ou lêem.

Versículos 8- 13
Que os sant os se lem brem e olhem para Jesus, o Aut or e Consum ador de sua fé, que pelo gozo
que lhe foi colocado diante, suportou a cruz, menosprezou a vergonha e agora está sentado à destra
do t rono de Deus. não deve est ranhar- nos que os m elhores hom ens se enfrent em ao pior dos
tratamentos; todavia, isto causa regozijo, porque a palavra de Deus não está amarrada. Aqui vemos
a causa real e verdadeira de que o apóst olo sofresse aflições por am or do evangelho. Se est iverm os
m ort os para est e m undo, para seus prazeres, seus benefícios e suas honras, est arem os por sem pre
com Crist o num m undo m elhor. Ele é fiel a suas advert ências e fiel a suas prom essas. Est a verdade
assegura a condenação do incrédulo e a salvação do crente.

Versículos 14- 21
Os que est ão dispost os a esforçar- se cost um am fazê- lo por coisas de pouca im port ância. Mas as
disput as de palavras dest roem as coisas de Deus, o apóst olo m enciona a alguns que erraram . Não
negaram a ressurreição, m as corrom peram a dout rina verdadeira. Cont udo, nada pode ser m ais
néscio ou errôneo, pois t ranst orna a fé t em poral de alguns professant es. Est e fundam ent o t em duas
coisas escrit as nele. Um a fala de nosso consolo. Nada pode derrubar a fé de alguém a quem Deus
escolheu. O out ro fala do nosso dever. Os que desej em t er o consolo do privilégio devem t om ar
consciência do dever.
Crist o se deu por nós para redim ir- nos de t oda iniqüidade ( Tt 2.14) . A I grej a de Crist o é com o
um a habit ação: algo da m obília é de grande valor; out ra part e, de pouco valor e dedicado a usos
m ais vis. Alguns que professam a religião são com o vasos de m adeira e barro. Quando os vasos de
desonra sej am lançados para serem dest ruídos, os out ros serão cheios de t oda a plenit ude de Deus.
devem os ocupar- nos de que sej am os vasos sant os. A cada um a quem Deus aprovar será dedicado
ao serviço de seu Mestre, e deste modo será equipado para seu uso.

Versículos 22- 26
Quant o m ais sigam os o que é bom , m ais rápido e m ais longe fugirem os do perverso. Mant er a
com unhão dos sant os nos t irará da com unhão com as obras infrut íferas das t revas. Not e- se quão
freqüentemente o apóstolo adverte contra os debates na religião; o qual demonstra com certeza que
a religião consist e m ais em crer e prat icar o que Deus requer que em disput as sut is. São inapt os
para ensinar os que são dados a esforçar- se, e são feros e ousados. Ensino, não perseguição, tal é o
método das Escrituras para tratar com os que estão no erro.
O próprio Deus que dá a revelação da verdade, por sua graça nos leva a reconhecê- lo, do
contrário nossos corações cont inuariam rebelando- se cont ra isso. não exist e o " por acaso" Enquanto

259
a que Deus perdoe aos que se arrependem , m as não podem os dizer que dará arrependim ent o aos
que se opõem a sua vontade.
Os pecadores são introduzidos numa armadilha, e na pior delas, porque é do diabo; eles são seus
escravos. Se surgim ent o anseia libert ação, que lem bre que não pode escapar excet o por
arrependim ent o, que é a dádiva de Deus; que devem os pedi- lo a Ele com oração fervorosa e
perseverante.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 9 O apóstolo prediz a aparição de perigosos inimigos do
Evangelho
Versículos 10- 13 Propõe seu próprio exemplo a Timóteo
Versículos 14- 17 O exorta a que siga as doutrinas aprendidas das Sagradas
Escrituras

Versículos 1- 9
Ainda na época do evangelho havia t em pos perigosos a causa de perseguições desde fora, m ais
que pelas corrupções int ernas. Os hom ens gost am de aceder a suas próprias concupiscências m ais
que com prazer a Deus e cum prir com seu dever. Quando t odo hom em anela o que pode obt er e
anseia conservar o que t em , ist o faz que os hom ens sej am perigosos os um a para com os out ros.
quando os hom ens não t em em a Deus, não consideram ao hom em . Quando os filhos são
desobedient es com seus pais, isto faz com que os tempos sejam perigosos. Os homens são ímpios e
sem t em or de Deus porque são ingrat os ant e as m isericórdias de Deus. Abusam os das dádivas de
Deus se as fazem os alim ent o e com bust ível de nossas concupiscências. Os t em pos t am bém são
perigosos quando os pais carecem de afet o nat ural por seus filhos. Quando os hom ens não m andam
seus próprios espírit os, som ent e desprezam o bom e honroso. Deus tem de ser amado por acima de
t udo, m as a m ent e carnal, cheia de inim izade cont ra Ele, prefere qualquer coisa ant es que Ele,
especialmente o prazer carnal. Uma forma de piedade é muito diferente do poder; os cristãos devem
afastar- se dos que são achados hipócrit as. Tais pessoas t em sido encont radas dent ro da igrej a
externa, em todo lugar e em todas as épocas.
Sem pre exist iram hom ens espert os que, com pret ensões e baj ulações, se infilt ram no favor e na
confiança dos que são dem asiado crédulos, ignorant es e fant asiosos. Todos devem os est ar sem pre
aprendendo a conhecer o Senhor, m as est es seguem qualquer noção nova, e nunca buscam a
verdade com o é em Jesus. Com o os m agos egípcios, est es eram hom ens de m ent es corrom pidas,
com prej uízos cont ra a verdade, e carent es de fé. porém , apesar de que o espírit o do erro possa
estar livre por um tempo, Satanás não pode enganar as nações e igrejas além do que Deus permita.

Versículos 10- 13
Quanto melhor conheçamos a doutrina de Cristo, ensinada pelos apóstolos, mais intimamente nos
aferrarem os a ela. Quando conhecem os som ent e em part e as aflições dos crent es, isso nos t ent a a
que declinem os a causa pela qual eles sofrem . Cost um a perm it ir- se um a form a de piedade, um a
profissão de fé crist ã, sem um a vida sant a, enquant o a profissão sincera da verdade com o é em
homem e a atenção resoluta aos deveres da piedade, provocam a zombaria e a inimizade do mundo.
Assim com o os hom ens bons vão m elhorando, pela graça de Deus, assim os hom ens m aus vaio
piorando pela ast úcia de Sat anás e o poder de suas próprias corrupções. O cam inho do pecado vai
em declive; os t ais vão de m al em pior, enganando- se e sendo enganados. Os que enganam a
out ros, enganam a si m esm os, com o o descobrirão no final a suas expensas. A hist ória da igrej a
externa mostra de forma apavorante que o apóstolo disse isto sendo movido pelo Espírito Santo.

Versículos 14- 17
Os que desej em aprender as coisas de Deus e est ar seguros delas, devem conhecer as Sagradas
Escrit uras, pois são a revelação divina. A idade dos m eninos é época de aprendizado; e os que vão
aprender de verdade, devem aprender das Escrituras, as quais não devem estar esquecidas perto de
nós, ou sendo raram ent e lidas, ou ent ão nunca. A Bíblia é um a guia segura para a vida et erna. Os
profet as e os apóst olos não falavam por si m esm os, senão que ent regavam o que recebiam de Deus
(2 Pe 1.21).
É proveit oso para t odos os propósit os da vida crist ã. É út il para t odos, porque t odos necessit am
ser ensinados, corrigidos e repreendidos. Há algo nas Escrit uras apt o para cada caso. Oh, que
possam os am ar m ais as nossas Bíblias e m ant er- nos m ais pert o delas! Ent ão acharem os proveit o, e

260
por últ im o, por fé em nosso Senhor Jesus Crist o obt erem os a felicidade ali prom et ida, que é o t em a
principal de am bos Test am ent os. Nos opom os m elhor ao erro fom ent ando o conhecim ent o firm e da
palavra da verdade; o bem m aior que podem os fazer aos filhos é dar- lhes a conhecer a Bíblia na
primeira idade.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 5 O apóstolo encarrega solenemente a Timóteo que seja
diligente, embora muitos não suportarão a sã doutrina
Versículos 6- 8 Enfatiza o encargo aludindo a seu martírio já próximo
Versículos 9- 13 Deseja que ele venha logo
Versículos 14- 18 Adverte, e se queixa dos que o abandonaram; e expressa
sua fé Enquanto a sua própria preservação para o reino
celestial
Versículos 19- 22 Saudações amistosas e sua bênção costumeira

Versículos 1- 5
A gent e se afast ará da verdade, se cansarão do claro evangelho de Crist o, desej arão as fábulas e
se com prazerão nelas. A gent e faz isso quando não suport a a pregação penet rant e, sim ples e que
vai diret o ao pont o. Os que am am as alm as devem est ar sem pre alert as, arriscar, suport ar t odos os
efeit os dolorosos de sua fidelidade, e aproveit ar t odas as oport unidades para dar a conhecer o puro
evangelho.

Versículos 6- 8
O sangue dos m árt ires, em bora não era um sacrifício expiat ório, cont udo, foi um sacrifício de
reconhecim ent o da graça de Deus e de sua verdade. a m ort e para o hom em bom é sua liberação da
prisão dest e m undo, e sua part ida a desfrut ar do out ro m undo. Com o crist ão e m inist ro, Paulo t inha
guardado a fé, sust ent ado com firm eza as dout rinas do Evangelho. Que consolo é poder falar dest e
m odo no final de nossos dias! A coroa dos crent es é um a coroa de j ust iça adquirida pela j ust iça de
Crist o. Os crent es não a t êm at ualm ent e, m as é segura pois est á colocada para eles. O crent e, em
m eio da pobreza, da dor, a doença e as agonias da m ort e, pode regozij ar- se; porém , se um hom em
descuida os deveres de seu cargo e lugar, se escurece a prova de seu int eresse em Crist o, e pode
esperar- se que a incerteza e a angústia escureçam e assediem suas últimas horas.

Versículos 9- 13
O am or dest e m undo cost um a ser a causa para apost at ar das verdades e cam inhos de Jesus
Cristo.
Paulo foi guiado por inspiração divina, m as ele t inha seus livros. Devem os seguir aprendendo
enquant o vivam os. Os apóst olos não descuidaram os m édios hum anos ao procurarem as
necessidades da vida ou sua própria inst rução. Agradeçam os a bondade divina por t er- nos dado
t ant os escrit os de hom ens sábios e piedosos de t odas as épocas; e procurem os que sej a nosso o
proveito de sua leitura e isso se faça evidente para todos.

Versículos 14- 18
Exist e t ant o perigo de part e dos falsos irm ãos com o dos inim igos declarados. Perigoso é t er que
ver com os inim igos de um hom em com o Paulo. Os crist ãos de t om a foram a encont rá- lo ( At 28) ,
m as t odos o abandonaram quando pareceu que havia perigo de sofrer por causa dele; ent ão, Paulo
pôde j ust am ent e irar- se cont ra eles, m as ele orou a Deus para que os perdoasse. O apóst olo foi
livrado das fauces do leão, ist o é, de Nero ou de alguns de seus j uízes. Se o Senhor é por nós, nos
fort alecerá nas dificuldades e nos perigos, e sua presença suprirá am plam ent e a ausência de cada
um e de todos.

Versículos 19- 22
Para serm os felizes não necessit am os m ais que t erm os o Senhor Jesus Crist o com nosso espírit o,
pois nEle se resum em t odas as bênçãos espirit uais. A m elhor oração que podem os oferecer por
nossos am igos é que o Senhor Jesus est ej a com seus espírit os, que os sant ifique e os salve, e que
no final os receba j unt o dEle. Muit os que acredit aram , com o Paulo, est ão agora diant e do t rono,
dando glória a seu Senhor; sejamos seus seguidores.

261
TITO

Est a epíst ola cont ém principalm ent e inst ruções para Tit o acerca dos anciãos da I grej a e da form a
de inst ruir; a últ im a part e lhe diz para exort ar que se obedeça aos m agist rados, que enfat ize as
boas obras, evit e as pergunt as néscias e proíba as heresias. As inst ruções que dá o apóst olo são
t odas evident es e claras. A religião crist ã não foi form ada para responder a pont os de vist a egoíst as
ou mundanos; é sabedoria de Deus e poder de Deus.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 4 O apóstolo saúda a Tito
Versículos 5- 9 As qualificações de um pastor fiel
Versículos 10- 16 O temperamento e os maus costumes dos falsos mestres

Versículos 1- 4
São servos de Deus t odos os que não são servos do pecado e de Sat anás. Toda a verdade do
evangelho é conform e à piedade, e ensina o t em or de Deus. A int enção do evangelho é produzir
esperança e fé; t irar a m ent e e o coração do m undo e elevá- los ao céu e às coisas do alt o. Quão
excelent e é, ent ão, o evangelho que desde os prim eiros t em pos foi o t em a da prom essa divina e
quant a grat idão lhe devem os por nossos privilégios! A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de
Deus; e quem for assim chamado, deve pregar a palavra.
A graça é o favor gratuito de Deus e a aceitação dEle; e a misericórdia, os frutos desse favor, são
o perdão dos pecados, e a liberdade de todas as misérias, tanto aqui como no além. A paz é o efeito
e frut o da m isericórdia: a paz de Deus por m eio de Crist o que é nossa Paz, e paz com as criat uras e
com nós m esm os. A graça é a font e de t odas as bênçãos. A m isericórdia, a paz, e t odo o bom
surgem dela.

Versículos 5- 9
O carát er e as qualidades dos past ores, aqui cham ados anciãos e bispos, concordam com o que o
apóst olo escreveu a Tim ót eo. Já que os bispos e inspet ores do rebanho devem ser exem plo para
eles, e os m ordom os de Deus para cuidarem dos assunt os de sua casa, há m uit a razão para que
sej am irrepreensíveis. I ndica- se claram ent e o que não devem ser e o que devem ser com o servos
de Crist o e m inist ros eficient es da let ra e a prát ica do evangelho. Aqui se descreve o espírit o e o
costume que corresponde aos tais, que devem ser exemplo de boas obras.

Versículos 10- 16
Descrevem- se os falsos m est res. Os m inist ros fiéis devem opor- se a eles no m om ent o oportuno
para que a loucura deles sej a m anifest a, para que não sigam adiant e. Tinham um a baixa finalidade
no que faziam ; servindo um int eresse m undano sob pret ext o da religião: porque o am or pelo
dinheiro é a raiz de t odo m al. Os t ais devem ser resist idos e envergonhados, pela sã dout rina das
Escrituras. As ações vergonhosas, a repreensão dos pagãos, devem est ar longe dos crist ãos; a
falsidade e a mentira, a astúcia invejosa e a crueldade, os costumes brutais e sensuais, a ociosidade
e a preguiça, são pecados condenados at é pela luz da nat ureza. Mas a m ansidão crist ã dist a t ant o
do dissim ulo cobarde do pecado e do erro com o da ira e da im paciência. Em bora haj a diferenças
nacionais de carát er, cont udo, o coração do hom em de t oda época e lugar é enganoso e perverso.
Porém , as repreensões m ais agudas devem apont ar para o bem do repreendido; a fé sadia é m uit o
desejável e necessária. Nada é puro para os que são corrompidos e incrédulos; eles abusam e fazem
pecado das coisas boas e lícit as. Muit os professam conhecer a Deus, m as em suas vidas o negam e
rej eit am . Not e- se o m iserável est ado dos hipócrit as, com o os que t êm um a form a de piedade, m as
est ão sem seu poder; de t odos m odos, não est ej am os t ão dispost os a acusar dist o os out ros, com o
cuidadosos de que não se aplique a nós.

262
CAPÍTULO 2
Versículos 1- 8 Os deveres que se convertem em sã doutrina
Versículos 9- 10 Os servos crentes devem ser obedientes
Versículos 11- 15 Todo se rege pelo santo desígnio do evangelho, o qual
concerne a todos os crentes

Versículos 1- 8
Os ant igos discípulos de Crist o devem com port ar- se em t odo de form a harm oniosa com a
doutrina crist ã. Os anciãos devem ser sóbrios; que não pensem que o det erioro da nat ureza j ust ifica
qualquer excesso, m as busquem consolo na com unhão m ais ínt im a com Deus, não em concessões
indevidas. A fé opera por amor e deve ver- se no amor, o de Deus por si mesmo e o dos homens por
am or a Deus. as pessoas m ais velhas t endem a ser irrit áveis e t em erosas; port ant o, é necessário
cuidá- las. Conquant o não exist a um t ext o bíblico expresso para cada palavra ou olhar, há, cont udo,
regras gerais conform e as quais deve ordenar- se t odo. As m ulheres j ovens devem ser sóbrias e
discret as, porque m uit as se expõem a t ent ações fat ais pelo que no princípio pôde t er sido som ent e
uma falt a de discrição. Agrega- se a razão: para que não sej a blasfem ada a Palavra de Deus. falhar
nos deveres é uma grande recriminação ao cristianismo.
Os j ovens são dados a ser ansiosos e precipit ados, port ant o, devem ser cham ados com seriedade
a que sej am sóbrios: há gent e j ovem que se est raga- se m ais pelo orgulho que por qualquer out ro
pecado.
Todo esforço do hom em piedoso deve ser para silenciar as bocas dos adversários. Que sua
própria consciência responda a sua ret idão. Que glória é para o crist ão quando a boca que se abre
em sua contra não pode achar nada de mal para falar dele!

Versículos 9- 10
Os servos devem conhecer e cum prir seu dever para com seus am os t errenos, com referência ao
am o celest ial. Ao servirem a um am o t erreno conform e a vont ade de Crist o, Ele é servido; os t ais
serão recom pensados por Ele. Não se perm it ir um a linguagem insolent e e provocat iva, m as aceit ar
em silêncio um a repreensão ou um a recrim inação, sem form ular respost as soberbas nem at revidas.
Quando alguém t em consciência de um a falt a, escusar- se ou j ust ificá- la sim plesm ent e a duplica.
Nunca usem por cont a própria o que pert ence ao am o, nem desperdicem os bens que lhes t enham
confiado. Dem onst re t oda essa boa fidelidade para ut ilizar os bens do am o e fom ent ar seu
progresso. Se não foram fiéis no que é de um out ro hom em , quem lhes dará o que é próprio? ( Lc
16.12) . A religião verdadeira é um a honra para os que a professam e eles devem enfeit á- la em
todas as coisas.

Versículos 11- 15
A dout rina da graça e a salvação pelo evangelho é para que t odas as cat egorias e est ados do
hom em . Nos ensina a deixar o pecado; a não t er m ais relação com est e. A conversação t errena e
sensual não convém à vocação celestial. Ensina a tomar consciência do que é bom. Devemos olhar a
Deus em Crist o com o obj et o de nossa esperança e adoração. A conversação do evangelho deve ser
um a conversação boa. Not e- se aqui nosso dever em poucas palavras: negar a im piedade e as
luxúrias m undanas, viver sóbria, ret a e piedosam ent e, apesar de t odas as arm adilhas, t ent ações,
exem plos ruins, m aus cost um es e vest ígios do pecado no coração do crent e, com t odos seus
obst áculos. Nos ensina a buscar as glórias do out ro m undo. Na m anifest ação gloriosa de Crist o, se
completará a bendita esperança dos cristãos.
Levar- nos à sant idade a à felicidade era a finalidade da m ort e de Crist o. Jesus Crist o, o grande
Deus e Salvador nosso, que salva não só com o Deus, e m uit o m enos com o Hom em só, senão com o
Deus- Hom em , duas nat urezas em um a só pessoa. Ele nos am ou, e se deu por nós; e que m enos
podemos fazer senão am á- lo e dar- nos a Ele! A redenção do pecado e a sant ificação da nat ureza
vão j unt as e form am um povo peculiar para Deus, livre de culpa e condenação, e purificado pelo
Espírito Santo.
Toda a Escrit ura é proveit osa. Aqui est á o que proverá para t odas as part es do dever e o corret o
desem penho deles. I ndaguem os se t oda nossa dependência est á colocada nessa graça que salva o
perdido, perdoa o culpável, e sant ifica o im undo. Quant o m ais afast ados est ej am os de vangloriar-
nos de boas obras im aginarias, ou de confiar nelas, para gloriar- nos som ent e em Crist o, m ais
zelosos seremos para abundar em toda verdadeira obra boa.

263
CAPÍTULO 3
Versículos 1- 7 A obediência aos magistrados e a conduta conveniente para
com todos, são enfatizadas a partir do que eram, antes da
conversão, os crentes, e o que são feitos por meio de Cristo
Versículos 8- 11 Devem fazer- se boas obras e evitar- se os debates inúteis
Versículos 12- 15 Instruções e exortações

Versículos 1- 7
Os privilégios espirit uais não esvaziam nem debilit am , ant es confirm am os deveres civis.
Soment e as boas palavras e as boas int enções não bast am , sem as boas obras. Não devem ser
belicosos, senão m ost rar m ansidão em t odas as ocasiões, não só com as am izades senão com t odos
os hom ens, m as com sabedoria ( Tg 2.13) . Aprendam os dest e t ext o quão negat ivo é que um crist ão
tenha maus modos com o pior, o mais fraco e o mais abjeto.
Os servos do pecado têm muitos amos, suas luxúrias os apressam a ir por diferentes caminhos; o
orgulho manda uma coisa, a cobiça, outra. Assim são odiosos, e merecem ser odiados. Desgraça dos
pecadores é que se odeiem uns aos out ros, e dever e alegria dos sant os é am ar- se os uns aos
out ros. Som os livrados de nosso est ado m iserável som ent e pela m isericórdia e a livre graça de
Deus, o mérito e os sofrimentos de Cristo, e a obra de seu Espírito.
Deus Pai é Deus nosso Salvador. Ele é a font e da qual flui o Espírit o Sant o para ensinar,
regenerar e salvar suas criat uras caídas; e est a bênção chega à hum anidade por m eio de Crist o. O
brot o e o surgim ent o deles são a bondade e o am or de Deus para com o hom em . O am or e a graça
t êm grande poder, por m eio do Espírit o, para m udar e volt ar o coração a Deus. As obras devem
estar no salvo, mas não são a causa de sua salvação. Opera um novo princípio de graça e santidade,
que muda, governa e faz nova criatura ao homem. A maioria pretende que afinal terá o céu, embora
não lhes int eressa a sant idade: eles querem o final sem o com eço. Eis aqui o sinal e selo ext erno
disso no bat ism o, cham ado o lavam ent o da regeneração. A obra é int erior e espirit ual; é significada
e selada ext eriorm ent e nest a ordenança. Não se rest e im port ância ao sinal e selo ext erior; m as não
descansem no lavamento exterior, senão busquem a resposta de uma boa consciência, sem a qual o
lavado externo não presta para nada. O que opera no interior é o Espírito de Deus; é a renovação do
Espírit o Sant o. Para m ort ificam os o pecado, cum prim os o dever, andam os nos cam inhos de Deus;
t oda a obra da vida divina em nós, os frut os da j ust iça por fora, são por m eio dest e Espírit o bendit o
e sant o. O Espírit o e seus dons e graças salvadoras vêm por m eio de Crist o, com o Salvador, cuj a
em presa e obra é levar aos hom ens a graça e a glória. A j ust ificação, no sent ido do evangelho, é o
perdão gratuito do pecador; aceitá- lo como justo pela justiça de Cristo recebida pela fé. Deus é bom
com o pecador quando o j ust ifica segundo o evangelho, m as é j ust o consigo m esm o e com sua lei.
Como o perdão é por meio da justiça perfeita, e Cristo satisfaz a justiça, esta não pode ser merecida
pelo pecador m esm o. A vida et erna se apresent a ant e nós na prom essa; o Espírit o produz a fé em
nós e a esperança dessa vida; a fé e a esperança a aproxim am e enchem de gozo pela expect at iva
dela.

Versículos 8- 11
Quando se t em declarado a graça de Deus para com a hum anidade, inst a- se à necessidade das
boas obras. Os que crêem em Deus devem cuidar de manter as boas obras, buscando oportunidades
para realizá- las, influenciados pelo am or e a grat idão. Devem - se evit ar as quest ões néscias e vãs,
as distinções sutis e as perguntas infrutíferas; tampouco deve a gente desejar o novo, senão amar a
sã doutrina que tende maiormente a edificar. Embora agora pensemos que alguns pecados são leves
e pequenos, se o Senhor despert ar a consciência, sent irem os que ainda o m enor pesa m uit o em
nossas almas.

Versículos 12- 15
O crist ianism o não é um a profissão infrut ífera, e os que o professam devem ser cheios dos frut os
de j ust iça que são de Jesus Crist o, para a glória e louvor de Deus. devem fazer o bem e m ant er- se
longe do mal. Que os "nossos" tenham tarefas e ocupações honestas para proverem para si mesmos
e para suas fam ílias. O crist ianism o obriga a t odos a buscar algum t rabalho e vocação honest a e,
neles, permanecer com Deus.
O apóst olo t erm ina com expressões de consideração am ável e um a oração fervorosa, a graça
sej a com t odos vocês; o am or e o favor de Deus, com seus frut os e efeit os, para os casos de
necessidade; e abundem neles em suas alm as cada vez m ais. Est e é o desej o e a oração do
apóst olo que m ost ra seu afet o por eles, e seu desej o de bem para com eles, e quer que sej a o

264
médio para que eles obtenham e tragam sobre sim o pedido. A graça é a coisa principal que se deve
desejar e rogar orando, a respeito de nós e do próximo; é "todo de bom".

FILEMON

Filemon era um habit ant e de Colossos, pessoa de cert a not oriedade e riqueza, convert ido no
m inist ério de são Paulo. Onésim o era o escravo de Filemon que t inha fugido de seu am o, indo para
Rom a, onde se convert eu na fé crist ã pela palavra apresent ada por Paulo, que o m ant eve consigo
at é que sua condut a dem onst rou a verdade e sinceridade de sua conversão. Desej ava reparar o
dano que havia infligido a seu amo, porém, temendo que lhe for aplicado o castigo merecido por sua
ofensa, pediu ao apóst olo que escrevesse a Filemon. São Paulo não parece arrazoar em out ro lugar
com maior beleza ou exortar com maior força que nesta epístola.

Versículos 1- 7 O gozo e a sabedoria do apóstolo pela firme fé de Filemon


no Senhor Jesus, e o amor a todos os santos
Versículos 8- 22 Recomenda a Onésimo, como quem fará ricas emendas pela
má conduta de que fora culpável e por quem o apóstolo
promete compensar qualquer perda que Filemon tivera
Versículos 23- 25 Saudações e bênção

Versículos 1- 7
A fé em Crist o e o am or a Ele deve unir os sant os m ais est reit am ent e que qualquer relação
ext erna que possa unir a gent e do m undo. Paulo era m inucioso para lem brar em suas orações
privadas a seus am igos. Nós devem os recordar, m uit o e freqüent em ent e, os am igos crist ãos
segundo sua necessidade, e levando- os em nossos pensam ent os e em nossos corações ant e Deus.
Os sent im ent os e as diferent es m aneiras no que não é essencial, não devem const it uir diferença de
afeição a respeit o da verdade. Ele pergunt a por seus am igos, referent e à verdade, o crescim ent o e
seu frut o na graça, de sua fé em Crist o e seu am or por Ele, e a t odos os sant os. O bem que fazia
Filemon era m ot ivo de gozo e consolo para ele e para os out ros, que em conseqüência desej avam
que continuasse e abundasse mais e mais em bons frutos para glória de Deus.

Versículos 8- 14
Pat rocinar a alguém não rebaixa a ninguém , e nem sequer suplicar quando, em est rit o direit o,
poderíam os ordenar; o apóst olo argum ent a a part ir do am or m ais que da aut oridade, em favor de
um convert ido por seu int erm édio, que era Onésim o. Aludindo a esse nom e, que significa
"proveitoso" , o apóst olo adm it e que, ant es, est e não t inha sido proveitoso para Filemon,
apressando- se a m encionar a m udança pela qual t inha- se t ornado proveitoso. As pessoas ím pias
não são proveitosas; não respondem à grande finalidade de seu ser, mas que mudança feliz efetua a
conversão! Do m au para o bom ; de inút il, para út il. Os servos religiosos são o t esouro da fam ília.
Est es t erão consciência de seu t em po e sua t arefa, e adm inist rarão t udo o que puderem para
melhor.
Nenhum a perspect iva de serviço deve conduzir a que alguém descuide suas obrigações e deixe
de obedecer a seus superiores. Um a grande prova de arrependim ent o verdadeiro é volt ar a cum prir
os deveres abandonados. Onésim o t inha fugido quando era inconverso, para det rim ent o de seu
am o, porém agora t inha vist o seu pecado e se havia arrependido, e est ava dispost o e desej oso de
regressar a seu dever. Pouco sabem os hom ens com que propósit os o Senhor perm it e que alguns
m udem sua sit uação ou em preendam coisas, t alvez com m aus m ot ivos. Se o Senhor não t iver
im pedido a alguns de nossos proj et os ím pios, seriam os o reflexo de casos em que a nossa
destruição seria segura.

Versículos 15- 22
Quando falam os da nat ureza de um pecado ou ofensa cont ra Deus, não devem os m inim izar seu
m al, m as no pecador arrependido devem os fazê- lo assim , pois Deus o cobre. Os caract eres
mudados costumam chegar a ser uma bênção para todos aqueles com os quais moram.

265
O crist ianism o não elim ina nossos deveres para com os out ros; nos ensina a fazê- los bem . Os
verdadeiros arrependidos est arão abert os para adm it irem suas falt as, com o evident em ent e em caso
de terem danificado o próximo. A comunhão dos santos não destrói as distinções da propriedade.
Est a passagem é um exem plo do que lhe é im put ado a um , m as cont raído por out ro; e de um
que est á dispost o a responder por out ro, por com prom isso volunt ário para que sej a liberado do
cast igo devido por seus delit os, conform e com a dout rina de Crist o, que por sua própria vontade
suport ou o cast igo de nossos pecados para que nós pudéssem os receber a recom pensa de sua
justiça.
Filemon era filho de Paulo pela fé, m as o t rat a com o irm ão. Onésim o era um pobre escravo,
porém Paulo roga por ele, com o se pedisse algo grande para si m esm o. os crist ãos devem fazer o
que possam para regozij o dos corações de uns e out ros. do m undo esperam problem as; porém ,
acharão consolo e gozo os uns nos out ros. quando nos t irem algo do recebido por m isericórdias,
nossa confiança e esperança devem est ar em Deus. devem os usar diligent em ent e os m édios, e se
ninguém est á a m ão, abundar em oração. Cont udo, apesar de que a oração prevalece, não m erece
as coisas obt idas. Se os crist ãos não se conhecem na t erra, ainda a graça do Senhor Jesus est ará
com seus espírit os e logo se reunirão ant e o t rono para unir- se para sem pre a adm irar as riquezas
do amor redentor. O exemplo de Onésimo pode dar ânimo aos pecadores mais vis para regressarem
a Deus, m as est á vergonhosam ent e pervert ido quem por isso sent e- se est im ulado a persist ir nos
m aus rum os. Não são m uit os t irados de seus pecados enquant o out ros se endurecem neles? Não se
deve resistir às convicções atuais, não seja que nunca mais voltem.

Versículos 23- 25
Nunca encont ram m aior gozo de Deus os crent es que quando sofrem j unt os por Ele. a graça é o
m elhor desej o para nós m esm os e para o próxim o; com ela com eça e t erm ina o apóst olo. Toda
graça é de Crist o; Ele a adquiriu e Ele a concede. Que m ais necessit am os para fazer- nos felizes, que
t erm os a graça de nosso Senhor Jesus Crist o com nosso espírit o? Façam os agora o que devem os
realizar no últ im o suspiro. Ent ão, os hom ens est ão dispost os a renunciarem ao m undo e a
preferirem a porção mínima de graça e fé antes que um reino.

HEBREUS

Est a epíst ola m ost ra a Crist o com o fim , fundam ent o, corpo e verdade das figuras da lei, as que
por si m esm as não eram de virt ude para a alm a. A grande verdade expressada nest a epíst ola é que
Jesus de Nazaré é o Deus verdadeiro.
Os j udeus inconversos usaram m uit os argum ent os para t irar da fé crist ã a seus irm ãos
convertidos. Apresent avam a lei de Moisés com o superior à dispensação crist ã. Falavam em cont ra
de t odo o relacionado com o Salvador. Port ant o, o apóst olo indica a superioridade de Jesus de
Nazaré com o o Filho de Deus, e os benefícios de seus sofrim ent os e m ort e com o sacrifício pelo
pecado, de m odo que a religião crist ã é m uit o m ais excelent e e perfeit a que a de Moisés. O obj et ivo
principal parece ser que os hebreus convert idos progridam no conhecim ent o do evangelho, e assim
estabelecê- los na fé crist ã e im pedir que se afast em dela, cont ra o qual são advert idos com fervor.
Em bora cont ém m uit as coisas adequadas para os hebreus dos prim eiros t em pos, t am bém cont ém
muitas que nunca cessam de interessar a igreja de Deus, porque o conhecimento de Jesus Cristo é a
m edula e osso m esm o de t odas as Escrit uras. a lei cerim onial est á cheia de Crist o, e t odo o
Evangelho est á cheio dEle; as bendit as líneas de am bos Test am ent os se j unt am nEle, e o principal
obj et ivo da epíst ola aos Hebreus é descobrir com o concordam e se unem docem ent e am bos em
Jesus Cristo.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 3 A dignidade insuperável do Filho de Deus em sua Pessoa
divina, e em sua obra de mediação e criação
Versículos 4- 14 Em sua superioridade a todos os santos anjos

266
Versículos 1- 3
Deus falou a seu povo ant igo em diversos t em pos, em gerações sucessivas e de m aneiras
diversas, com o lhe pareceu apropriado; às vezes, por inst ruções pessoais, às vezes por sonhos, às
vezes por visões, às vezes por influência divina na m ent e dos profet as. A revelação do evangelho
supera a anterior em excelência por ser uma revelação que Deus tem feito por meio de seu Filho. Ao
contem plar o poder, a sabedoria e a bondade do Senhor Jesus, cont em plam os o poder, a sabedoria
e a bondade do Pai ( Jo 14.7) ; a plenit ude de sua Deidade habit a não só com o um t ipo ou num a
figura, senão realm ent e nEle. Quando, na queda do hom em , o m undo foi despedaçado sob a ira e a
maldição de Deus, o Filho de Deus em preendeu a obra da redenção, sust ent ando- a pelo poder e
bondade todo- poderosas.
Da glória da pessoa e o ofício de Crist o passam os à glória de sua graça. A glória e nat ureza de
sua Pessoa deram a seus sofrim ent os t al m érit o que eram sant ificação plena para a honra de Deus,
que sofreu um dano e afront a infinit os pelos pecados dos hom ens. nunca poderem os est arm os
suficient em ent e agradecidos de que Deus nos t enha falado da salvação em t ant as form as e com
claridade crescent e a nós, pecadores caídos. Que Ele m esm o nos t enha lim pado de nossos pecados
é um prodígio de amor superior a nossa capacidade de admiração, gratidão e louvor.

Versículos 4- 14
Muitos judeus tinham um respeito supersticioso ou idólatra pelos anjos, porque tinham recebido a
lei e outras notícias da vontade divina por sua ministração. Os consideravam como mediadores entre
Deus e os hom ens, e alguns chegaram t ão longe com o para dar- lhes um a espécie de hom enagem
religiosa ou adoração. De m odo que era necessário não só que o apóst olo insist isse em que Crist o é
o Criador de todas as coisas e, portanto, criador dos próprios anjos, senão em que era o Messias em
nat ureza hum ana ressuscit ado e exalt ado, a quem est ão suj eit os os anj os, as aut oridades e as
pot est ades. Para provar ist o cit a várias passagens do Ant igo Test am ent o. Com parando o que Deus
diz ali dos anj os com o que diz a Crist o, m anifest a- se claram ent e a infinidade dos anj os a respeit o
de Crist o. aqui est á o ofício dos anj os: são os m inist ros ou servos de Deus para fazerem sua
vont ade, porém , que coisas grandiosas diz o Pai de Crist o! Reconheçam o- lo e honremo- lo com o
Deus, pois se não t ivesse sido Deus, nunca t eria feit o a obra de m ediador e nunca t eria levado a
coroa do Mediador. Declara- se com o Crist o foi apt o para o ofício de Mediador e com o foi confirm ado
nele: leva o nom e de Messias por ser o Ungido. Som ent e com o Hom em t em seus sem elhant es, e
com o ungido com o Espírit o Sant o; m as est á por acim a de t odos os profet as, sacerdot es e reis que
jamais tenham sido utilizados no serviço de Deus na terra.
Cita- se out ra passagem da Escrit ura, o Salm o 102.25- 27, no qual se declara o poder onipot ent e
do Senhor Jesus Crist o, t ant o ao criar o m undo com o ao m udá- lo. Crist o envolverá est e m undo
com o se for um a vest idura, para que não se abuse m ais dele, nem sej a usado com o o t em sido.
Assim com o o soberano, quando as roupagens de seu est ado lhe são t iradas para serem dobradas e
guardadas, cont inua sendo o soberano, do m esm o m odo nosso Senhor cont inuará sendo o Senhor
quando t iver deixado a t erra e os céus, com o um a vest im ent a. Ent ão, não coloquem os nossos
corações no que não é o que acredit am os que sej a, e não será o que é agora. O pecado t em feit o
um a grande m udança no m undo, para pior, e Crist o fará um a grande m udança para m elhor. Que
estes pensamentos nos alertem, diligentes e desejosos do mundo melhor.
O Salvador t em realizado m uit o para fazer que t odos os hom ens sej am seus am igos, porém t em
inimigos, embora serão colocados por estrado embaixo de seus pés, pela submissão humilde ou pela
dest ruição ext rem a. Crist o cont inuará vencendo. Os anj os m ais excelsos não são senão espírit os
m inist radores, som ent e servos de Crist o para execut arem seus m andam ent os. Os sant os são
herdeiros no present e, que ainda não ent raram na plena possessão. Os anj os os m inist ram opondo-
se à m aldade e consolando suas alm as, subm et idos a Crist o e ao Espírito Santo. Os anjos reunirão a
t odos os sant os no últ im o dia, quando sej am lançados da presença de Crist o à m iséria et erna t odos
os que deposit aram seu coração e suas esperanças nos t esouros perecíveis e nas glórias
passageiras.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 4 O dever de aderir firmemente a Cristo e a seu Evangelho
Versículos 5- 9 Seus sofrimentos não constituem objeção a sua eminência
Versículos 10- 13 A razão de seus sofrimentos e o apropriado deles
Versículos 14- 18 Cristo assume a natureza humana porque era necessária
para seu ofício sacerdotal, e não toma a natureza dos anjos

267
Versículos 1- 4
Tendo dem onst rado que Crist o é superior aos anj os, aplica- se a dout rina. A m ent e e a m em ória
são com o vasos quebrados que não ret êm o que neles é vert ido, se não se coloca m uit o cuidado.
I st o procede da corrupção de nossa nat ureza, as t ent ações, os afãs e os prazeres do m undo. Pecar
cont ra o evangelho é rej eit ar est a salvação grandiosa; é desprezar a graça salvadora de Deus em
Crist o, t om ando- a com desconsideração, sem int eressar- se por ela nem considerar o valor da graça
do evangelho ou sua necessidade, nem o nosso estado de condenação sem ela.
Os j uízos do Senhor durant e a dispensação do evangelho são principalm ent e espirit uais, porém
devem ser m ais t em idos por isso. Aqui se apela à consciência dos pecadores. Nem sequer seu
descuido parcial escapará das reprim endas; porque cost um am t razer escuridão às alm as que não
destroem definitivamente.
A proclam ação do evangelho foi cont inuada e confirm ada pelos que ouviram a Crist o, pelos
evangelist as e apóst olos que foram t est em unhas do que Jesus Crist o com eçou a fazer e a ensinar;
pelos dons do Espírit o Sant o foram equipados para a obra à qual foram cham ados. Tudo isso foi
conforme à vontade de Deus. era a vontade de Deus que nós tivéssemos uma base firme para nossa
fé e um fort e cim ent o para nossa esperança ao receber o evangelho. Preocupem o- nos dest a única
coisa necessária, e escut em os as Sagradas Escrit uras, escrit as pelos que ouviram as palavras de
nosso Senhor de graça e que foram inspirados por seu Espírit o; ent ão, serem os abençoados com a
boa parte que não pode ser- nos tirada.

Versículos 5- 9
No est ado present e da I grej a, e também não em seu estado mais plenamente restaurado quando
os reinos da t erra sej am o Reino de Crist o, quando o príncipe dest e m undo sej a expulso, será
governada por anj os; Ele assum irá seu grande poder e reinará. Qual é a causa at iva de t oda a
bondade que Deus m ost ra aos hom ens ao dar- lhes a Crist o a eles e por eles? É a graça de Deus.
Como recom pensa pela hum ilhação de Crist o ao sofrer a m ort e, Ele t em um dom ínio ilim it ado sobre
t odas as coisas; assim se cum priu nEle est a ant iga Escrit ura. De m odo que Deus t em feit o na
criação e na providência coisas maravilhosas por nós, as quais temos devolvido com suma vileza.

Versículos 10- 13
Não im port a o que poderia im aginar ou obj et ar o soberbo, carnal e incrédulo, a m ent e espirit ual
verá a glória peculiar da cruz de Crist o e se sat isfará com que foi Ele que em t odas as coisas expõe
suas perfeições ao levar a t ant os filhos à glória, quem fez perfeit o ao Aut or por m eio de seus
sofrim ent os. Seu cam inho a coroa passou pela cruz e assim deve ser com seu povo. Crist o sant ifica;
Ele adquiriu e enviou o Espírito santificador; o Espírito santifica como o Espírito de Cristo. Os crentes
verdadeiros são sant ificados, dot ados com princípios e poderes sant os, separados para usos e
propósitos elevados e santos.
Crist o e os crent es são t odos de um só Pai celest ial, que é Deus. são levados a um a relação de
parent esco com Crist o. Todavia as palavras, que não se envergonham de cham á- los irm ãos,
expressam a elevada superioridade de Cristo a respeito da natureza humana.
Isto e mostrado em três passagens da Escritura: Sl 22.22; 18.2; Is 8.18.

Versículos 14- 18
Os anjos caíram e ficaram sem esperança nem socorro. Cristo nunca concebeu ser o Salvador dos
anj os caídos, port ant o, não assum iu a nat ureza deles; a nat ureza dos anj os não podia ser sacrifício
expiat ório pelo pecado do hom em . Aqui há um preço pago, suficient e para t odos, e apt o para t odos,
porque foi em nossa nat ureza. Aqui se dem onst ra o am or m aravilhoso de Deus, porque quando
Crist o soube o que devia sofrer em nossa nat ureza e com o devia m orrer nela, a assum iu
prest am ent e. A expiação deu lugar à liberação de seu povo da escravidão de Sat anás, e ao perdão
dos pecados pela fé. os que t em em a m ort e e se esforçam por obt er o m elhor de seus t errores, não
cont inuem t ent ando superá- los ou afogá- los, não cont inuem sendo negligent es ou se façam
perversos pelo desespero. Não esperem aj uda do m undo nem dos art ifícios hum anos, porém
procurem o perdão, a paz, a graça e a esperança viva do céu pela fé nAquele que m orreu e
ressuscitou, para que assim possam superar o temor a morte.
A lem brança de suas t rist ezas e t ent ações faz que Crist o se int eresse pelas provações de seu
povo e est ej a prest es para aj udá- los. Ele est á pront o e dispost o a socorrer os que são t ent ados e o
buscam . Se fez hom em , e foi t ent ado, para que fosse apt o em t oda form a para socorrer a seu povo,
t endo passado Ele pelas m esm as t ent ações, porém cont inuando perfeit am ent e livre de pecado.
ent ão, que o afligido e o t ent ado não desesperem nem dêem lugar a Sat anás, com o se as t ent ações
fizessem que fosse errado acudir em oração ao Senhor. Nenhum a alm a pereceu j am ais sendo
tentada, se desde sua verdadeira alarm a pelo perigo, clam ou ao Senhor com fé e esperança de

268
alívio. Est e é nosso dever Enquanto som os surpreendidos pelas t ent ações e querem os det er seu
avanço, o que é nossa sabedoria.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 6 Mostra- se o valor e a dignidade superior de Cristo sobre
Moisés
Versículos 7- 13 Adverte- se aos hebreus do pecado e perigo da incredulidade
Versículos 14- 19 A necessidade da fé em Cristo e de segui- lo constantemente

Versículos 1- 6
Cristo deve ser considerado o Apóstolo de nossa confissão, o Mensageiro enviado aos homens por
Deus, o grande Revelador da fé que professamos, e da esperança que confessamos ter. como Cristo,
o Messias, é o ungido para o ofício de Apóst olo e Sacerdot e. Com o Jesus, é nosso Salvador, nosso
Curador, o grande Médico das almas. Seja assim considerado. Considere- se o que é em sim, o que é
para nós e o que será para nós no além e para sem pre. pensar ínt im a e seriam ent e em Crist o nos
conduz a saber m ais dEle. Os j udeus t inham um a elevada opinião da fidelidade de Moisés, porém
sua fidelidade era um tipo da de Cristo.
Crist o foi o Senhor dest a casa, de sua I grej a, que é seu povo, e seu Criador. Moisés foi um servo
fiel; Crist o, com o o et erno Filho de Deus, é o dono legal e o Rei Soberano da I grej a. Não só
devem os est abelecer- nos bem nos cam inhos de Crist o, senão que devem os seguir e perseverar
firmem ent e at é o fim . Toda m edit ação em sua Pessoa e sua salvação sugere m ais sabedoria, novos
motivos para amar, confiar e obedecer.

Versículos 7- 13
Os dias de tentação costumam ser os dias de provocação. Sem dúvida é uma provocação tentar a
Deus quando Ele nos deixa que vej am os que dependem os e vivem os por int eiro dEle. O
endurecim ent o do coração é a font e de t odos os out ros pecados. Os pecados alheios, especialm ent e
os de nossos parentes, devem ser alarme para nós.
Todo pecado, especialm ent e o pecado com et ido pelo povo privilegiado que professa a Deus, não
só provoca a Deus, senão o cont rist a. Deus det est a dest ruir a ninguém em ou por seu pecado;
espera muito para ser bondoso com eles. Mas o pecado em que se persiste por longo tempo faz com
que a ira de Deus se revele ao destruir o impenitente; não há repouso sob a ira de Deus.
" Cuidado" : t odos os que irão chegar a salvo ao céu devem cuidar- se; se um a vez nos perm it im os
desconfiar de Deus, logo poderemos desertar dEle. Os que pensam que estão firmes, olhem que não
caiam. Já que o amanhã não nos pertence, devemos aproveitar até o máximo o dia de hoje. Não há,
nem sequer ent re os m ais fort es do rebanho, quem não necessit e da aj uda de out ros crist ãos.
Tam pouco há alguém t ão baixo e desprezível cuj o cuidado na fé e sua segurança não pert ençam a
t odos. o pecado t em t ant os cam inhos e cores que necessit am os m ais olhos que os próprios. O
pecado parece j ust o, porém é vil; parece agradável, m as é dest ruidor; prom et e m uit o, m as não
cum pre nada. O enganoso do pecado endurece a alm a; um pecado perm it ido dá lugar a out ro; e
cada ato de pecado confirma o hábito. Que cada qual se cuide do pecado.

Versículos 14- 19
O privilégio dos sant os é que são feit os part icipes de Crist o, ist o é, do Espírit o, a nat ureza, as
virt udes, a j ust iça e a vida de Crist o; est ão int eressados em t odo o que Crist o é, em t odo o que Ele
t em feit o e fará. O m esm o espírit o com que os crist ãos em preendem o cam inho de Deus é o que
devem m ant er at é o fim . A perseverança na fé é a m elhor prova da sinceridade de nossa fé. Ouvir a
palavra amiúde é um médio de salvação, porém se não se escuta, exporá mais a ira divina. A alegria
de serm os part icipes de Crist o e de sua salvação com plet a, e o t em or à ira de Deus e à m iséria
et erna, devem est im ular- nos a perseverar na vida da fé obedient e. Cuidem o- nos de confiar nos
privilégios ou profissões ext ernas e peçam os ser cont ados com os crent es verdadeiros que ent ram
no céu quando t odos os out ros falham a causa da incredulidade. Com o nossa obediência cont inua
conform e ao poder de nossa fé, assim os nossos pecados e a falt a de cuidado se conform am ao
predomínio da incredulidade em nós.

269
CAPÍTULO 4
Versículos 1- 10 Exorta- se ao temor humilde e cauto, não seja que, devido à
incredulidade, alguém não entrar no repouso prometido
Versículos 11- 16 Argumentos e motivos para ter fé e esperança ao aproximar-
nos a Deus

Versículos 1- 10
Os privilégios que t em os com o evangelho são m aiores que os que exist iam em baixo da lei de
Moisés, em bora em subst ância foi pregado o m esm o evangelho em am bos Test am ent os. Em t odo
t em po t em havido m uit os ouvint es que não souberam aproveit ar; e a incredulidade est á na raiz de
t oda est erilidade quando se est á em baixo da palavra. A fé do que ouve é a vida da palavra. Um a
triste conseqüência do descuido parcial e uma confissão vacilante e relaxada é que, freqüentemente,
faz com que os hom ens não a alcancem . Ent ão, ponham os diligência para que t enham os um a
entrada clara no Reino de Deus.
Com o Deus t erm inou sua obra, e ent ão descansou, fará que os que crêem acabem sua obra e
depois desfrut em seu repouso. Evident e é que rest a um dia de descanso para o povo de Deus, m ais
espirit ual e excelent e que o do sét im o dia, ou aquele ao qual Josué guiou os j udeus. est e repouso é
um descanso de graça, consolo e sant idade no est ado do evangelho. Repouso em glória é onde o
Povo de Deus desfrutará afinal de sua fé e do objeto de todos seus desejos. O repouso é sem dúvida
o descanso celest ial que rest a para o povo de Deus e que se opõe ao est ado de t rabalhos e
transt orno dest e m undo. É o repouso que obt erão quando o Senhor Jesus aparecer desde o céu.
Porém, os que não acreditam nunca entrarão neste descanso espiritual, seja o de graça aqui ou o de
glória no além. Deus sempre tem declarado que o repouso do homem está nEle, e que seu amor é a
única felicidade verdadeira da alm a; e a fé em suas prom essas, por m eio de seu Filho, é o único
caminho para entrar naquele repouso.

Versículos 11- 16
Note- se a finalidade propost a: repouso espirit ual e et erno; o descanso de graça aqui, e o da
glória no além ; em Crist o na t erra, com Crist o no céu. Depois da t arefa devida e diligent e virá o
repouso doce e sat isfat ório; o t rabalho de agora fará m ais prazeroso o repouso quando chegar.
Trabalhemos e estimulemo- nos os uns aos outros a sermos diligentes no dever.
As Sagradas Escrit uras são a palavra de Deus. quando Deus a inst ala por seu Espírit o, convence
poderosam ent e, convert e poderosam ent e e consola poderosam ent e. Faz que sej a hum ilde a alm a
que t em sido orgulha por m uit o t em po; o espírit o perverso sej a m anso e obedient e. Os hábit os
pecam inosos que se t ornaram nat urais para a alm a, est ando profundam ent e arraigados nela, são
separados e cort ados pela espada. Deixará ao descobert o diant e dos hom ens seus pensam ent os e
propósitos, as vilezas de muitos, os maus princípios que os impulsionam, as finalidades pecaminosas
para as quais agem. A palavra mostrará ao pecador todo o que há em seu coração.
Aferremo- nos firm em ent e às dout rinas da fé crist ã em nossas cabeças, seus princípios
vivificantes em nossos corações, sua confissão franca em nossos lábios, e submetamo- nos a eles em
nossas vidas. Crist o execut ou um a part e de seu sacerdócio na t erra ao m orrer por nós; execut a a
outra part e no céu, alegando a causa e apresent ando as ofert as de seu povo. a crit ério da sabedoria
infinit a foi necessário que o Salvador dos hom ens fosse um que t ivesse o sent im ent o de
com panheiro que nenhum ser, salvo um congênere, poderia t er, e port ant o era necessário que
experim ent asse realm ent e t odos os efeit os do pecado que pudessem ser separados de sua
verdadeira culpa real. Deus enviou a seu Filho a sem elhança da carne do pecado ( Rm 8.3) , porém ,
quant o m ais sant o e puro era Ele, m enos dispost o deve t er est ado a pecar em sua nat ureza, e m ais
profunda deve t er sido a im pressão de seu m al; em conseqüência, m ais preocupado deve t er est ado
Ele por livrar a seu povo da culpa e poder do pecado.
Devem os anim ar- nos pela excelência de nosso Sum o Sacerdot e para ir diret am ent e ao t rono da
graça. A m isericórdia e a graça são as coisas que querem os; m isericórdia que perdoe t odos nossos
pecados, e graça que purifique nossas alm as. Além de nossa dependência diária de Deus para as
provisões present es, há t em poradas para as quais devem os prover em nossas orações; t em pos de
t ent ação sej a pela adversidade ou a prosperidade, e especialm ent e em nosso m om ent o de m orrer.
Tem os de ir ao t rono de j ust iça com reverência e sant o t em or, m as não com o arrast ados, senão
com o convidados ao t rono de m isericórdia onde reina a graça. Tem os denodo som ent e pelo sangue
de Jesus para ent rar ao Lugar Sant íssim o; Ele é nosso Advogado e t em adquirido t odo o que nossas
almas possam desejar ou querer.

270
CAPÍTULO 5
Versículos 1- 10 O ofício e o dever do sumo sacerdote estão abundantemente
cumpridos em Cristo
Versículos 11- 14 Os hebreus cristãos são repreendidos por seu pouco avanço
no conhecimento do evangelho

Versículos 1- 10
O Sum o Sacerdot e deve ser um hom em , part icipe de nossa nat ureza. I st o dem onst ra que o
hom em havia pecado. Porque Deus não t olerará que o hom em pecador vá a Ele o si m esm o. Mas é
bem- vindo a Deus t odo o que vá por m eio dest e Sum o Sacerdot e; com o valorizam os a aceit ação
com Deus, e o perdão, devem os recorrer por fé a est e Crist o Jesus, a verdade, do dever e a
felicidade; Aquele que t em a t ernura para guiá- los de volt a desde os desvios do erro, o pecado e a
miséria. Somente podem esperar ajuda de Deus, sua aceitação, e sua presença e bênção para eles e
seus serviços, os que são chamados por Deus. Isto se aplica a Cristo.
Nos dias de sua encarnação, Crist o se subm et eu, Ele m esm o, à m ort e: t eve fom e; foi um Jesus
t ent ado, sofredor e m oribundo. Crist o deu o exem plo não som ent e de orar, senão de ser fervoroso
para orar. Quantas orações secas, quão pouco umedecidas com lágrimas, oferecemos a Deus! Ele foi
fort alecido para suport ar o peso im enso do sofrim ent o carregado sobre Ele. Não há libert ação real
da m ort e senão ao ser levado at ravés dela. Ele foi levant ado e exalt ado, e a Ele foi dado o poder de
salvar até o sumo a todos os pecadores que vão a Deus por meio dEle.
Crist o nos deixou o exem plo para que nós aprendam os a obedecer hum ildem ent e a vont ade de
Deus em t odas nossas aflições. Necessit am os da aflição para aprenderm os a subm issão. Sua
obediência em nossa nat ureza nos est im ula em nossas t ent at ivas de obedecer e para que
esperem os sust ent o e consolo em t odas as t ent ações e sofrim ent os a que est am os expost os. Sendo
aperfeiçoado para est a grande obra, Ele é feit o Aut or de et erna salvação para t odos os que lhe
obedecem, porém, estamos nós dentro desse número?

Versículos 11- 14
Os ouvint es surdos dificult am a pregação do evangelho e at é os que t êm algo de fé podem ser
ouvintes surdos e lentos para crer. Muito se espera daqueles aos que muito lhes é dado.
Ser pouco dest ro denot a a falt a de experiência nas coisas do Evangelho. A experiência crist ã é
um sent ido, sabor ou prazer espirit ual da bondade, doçura e excelência das verdades do evangelho.
Nenhum a língua pode expressar a sant ificação que recebe a alm a da sensação da bondade, graça e
amor divinos em Cristo por ela.

CAPÍTULO 6
Versículos 1- 8 Insta- se aos hebreus a continuar avançando na doutrina de
Cristo, e se descrevem as conseqüências da apostasia ou
rejeição
Versículos 9- 10 O apóstolo expressa santificação pela maioria deles
Versículos 11- 20 E os anima a perseverar na fé e na santidade

Versículos 1- 8
Deve expor- se t oda part e da verdade e a vont ade de Deus ant e t odos os que professam o
evangelho, e inst á- los em seus corações e consciências. Não devem os est ar sem pre falando de
coisas ext ernas, as quais t êm seu lugar de uso m as, freqüent em ent e, consum em dem asiado de
nossa atenção e tempo, que poderiam empregar- se melhor.
O pecado hum ilhado que se declara culpável e clam a por m isericórdia não pode t er fundam ent os
para desesperar a part ir dest a passagem , qualquer sej a a acusação de sua consciência. Tam pouco
prova que alguém feit o nova criat ura em Crist o chegue a ser um apóst at a definit ivo. O apóst olo não
fala das quedas dos m eros professos, nunca convict os nem influenciados pelo evangelho. Est es não
t êm nada de que cair, senão um nom e vazio ou um a confissão hipócrit a. Tam bém não fala dos
desvios os escorregões t em porários. E t am pouco se quer represent ar aqui esses pecados em que
caem os crist ãos pela força das t ent ações ou o poder de algum a luxúria m undana ou carnal. Aqui se
alude a queda que significa renunciar abert a e claram ent e a Crist o por inim izade de coração cont ra
Ele, Sua causa e povo, de part e dos hom ens que em suas m ent es aprovam os at os de Seus

271
assassinos, e tudo isso depois que eles têm recebido o conhecimento da verdade e saboreado alguns
de seus consolos. Deles se diz que é im possível renová- los out ra vez para o arrependim ent o. Não
porque o sangue de Crist o sej a insuficient e para obt er o perdão dest e pecado, senão que est e
pecado, por sua m esm a nat ureza, se opõe ao arrependim ent o e a t oda coisa que a ele conduza. Se
os que t em em que não haj a m isericórdia para eles, por com preenderem erroneam ent e est a
passagem e seus próprios casos, at ent assem para o relat o dado acerca da nat ureza dest e pecado,
que é um a renúncia t ot al e volunt ária de Crist o e sua causa, unindo- se a Seus inim igos, ficariam
aliviados de seus t em ores errados. Nós m esm os devem os t er cuidado, e advert ir o próxim o de t oda
aproxim ação ao abism o t ão t errível da apost asia, porém ao fazê- lo devem os m ant er- nos pert o da
Palavra de Deus, t endo cuidado de não ferir nem horrorizar o caído e penit ent e. Os crent es não só
degustam a palavra de Deus, senão que a bebem . Est e fért il cam po ou j ardim recebe a bênção.
Porém o crist ão que o é som ent e de nom e, cont inua est éril sob os m édios de graça e nada produz,
salvo engano e egoísm o, est ando pert o do espant oso est ado recém descrit o; a m iséria et erna era o
final reservado para ele. vigiemos com humilde cautela e oração para nós.

Versículos 9- 10
Exist em coisas que nunca se separam da salvação; coisas que m ost ram que a pessoa est á num
est ado de salvação e que t erm inará na salvação et erna. As coisas que acom panham a salvação são
coisas melhores das que nunca desfrutaram o apóstata ou o que se afasta.
As obras de am or feit as para a glória de Crist o ou feit as a seus sant os por am or a Crist o, de vez
em quando, segundo Deus dá a oport unidade, são sinais evident es da salvação do hom em ; e
marcas seguras da graça salvadora dada m ais que a ilum inação e a degust ação de que se falou
antes. Nenhum amor deve ser reconhecido como amor, senão o amor que opera; e há obra é boa se
não fluir do amor a Cristo.

Versículos 11- 20
A esperança aqui aludida é esperar com cert eza as coisas boas prom et idas por m eio dessas
prom essas, com am or, desej o e valorizando- as. A esperança t em seus níveis, com o t am bém os t em
a fé. A prom essa de bênçãos que Deus t em feit o aos crent es est á, desde o et erno propósit o de
Deus, est abelecida ent re o Pai et erno, o Filho et erno e o Espírit o Sant o et erno. Pode- se confiar com
toda certeza nesta promessa de Deus, porque aqui temos duas coisas imutáveis, o conselho e o voto
de Deus, em que é im possível que Deus m int a, pois seria cont rário à sua nat ureza e à sua vont ade.
Com o não pode m ent ir, a dest ruição do incrédulo e a salvação do crent e são igualm ent e
verdadeiras.
Note- se aqui que t êm direit o por herança as prom essas aqueles aos que Deus t em dado
seguridade plena da felicidade. Os consolos de Deus são suficient em ent e fort es para sust ent ar a seu
povo quando est á subm et ido a suas provações m ais pesadas. Aqui há um refúgio para t odos os
pecadores que fogem à misericórdia de Deus por meio da redenção em Cristo, conforme a aliança de
graça, deixando de lado a t odas as out ras confianças. Est am os nest e m undo com o um barco no
m ar, sacudido de cim a para abaixo e correndo o risco de naufragar. Necessit am os um a âncora que
nos m ant enha seguros e firm es. A esperança do evangelho é a nossa âncora nas t orm ent as dest e
mundo. É segura e firme, pois do contrário não poderia manter- nos assim. A graça gratuita de Deus,
os m érit os e a m ediação de Crist o e as poderosas influências de Seu Espírit o, são as bases dest a
esperança, assim que se t rat a de um a esperança segura. Crist o é o obj et o e o fundam ent o da
esperança do crent e. Port ant o, deposit em os nossos afet os nas coisas do alt o e esperem os com
paciência sua manifestação, quando nós nos manifestaremos com Ele certamente em glória.

CAPÍTULO 7
Versículos 1- 3 Comparação do sacerdócio de Melquisedeque com o de Cristo
Versículos 4- 10 Indica- se a excelência do sacerdote de Cristo por sobre o
sacerdócio levítico
Versículos 11- 25 Isto se aplica a Cristo
Versículos 26- 28 Disto recebem alento a fé e a esperança da Igreja

Versículos 1- 3
Melquisedeque saiu ao encont ro de Abraão quando est e volt ava de resgat ar a ló. Seu nom e, " Rei
de Justiça", é sem dúvida apto para seu caráter que o marca como tipo do Messias e de seu reino. O
nome de sua cidade significa "paz" e, como rei da paz era tipo de Cristo, o Príncipe da Paz, o grande
reconciliador entre Deus e o homem. Nada se registra acerca do começo ou o fim de sua vida, assim

272
que com o t ipo lem bra ao Filho de Deus, cuj a exist ência é desde a et ernidade at é a et ernidade, que
não houve quem fosse ant es dEle, e que não t erá ninguém que sej a depois dEle, em seu sacerdot e.
Cada part e da Escrit ura honra o grande Rei de Just iça e de Paz, nosso glorioso Sum o Sacerdot e e
Salvador, e quanto mais o examinamos, mais estaremos convencidos de que o testemunho de Jesus
é o espírito de profecia.

Versículos 4- 10
O Sum o Sacerdot e que apareceria depois dele, do qual Melquisedeque era um t ipo, deve ser
muito superior aos sacerdotes levíticos.
Note- se a grande dignidade e felicidade de Abraão; ele t eve as prom essas. Rico e dit oso é sem
dúvida o hom em que t em as prom essas da vida que é agora e as da vida vindoura. Est a honra t êm
t odos os que recebem o Senhor Jesus. cont inuem os avançando, em nossos conflit os espirit uais,
confiando em sua palavra e seu poder, at ribuindo nossas vit órias a sua graça e desej ando ser
achados e abençoados por Ele em todos os nossos caminhos.

Versículos 11- 25
O sacerdócio e a lei, pela qual não podia vir a perfeição, est ão t erm inados; um Sacerdot e se
levant a e se inst ala num a dispensação pela qual os crent es verdadeiros podem ser aperfeiçoados. É
claro que exist e essa m udança. A lei que fez o sacerdócio levít ico m ost rava que os sacerdot es eram
criat uras fracas, m ort ais, incapazes de salvarem suas próprias vidas, m uit o m enos podiam salvar as
almas dos que iam a eles. Porém, o Sumo Sacerdote de nossa profissão tem seu ofício pelo poder da
vida et erna que há nEle; não só para m ant er- se vivo Ele m esm o, senão para dar vida et erna e
espiritual a todos os que confiam em seu sacrifício e intercessão.
O m elhor pact o, do qual Jesus foi o fiador, não é aqui cont rast ado com a aliança de obras pela
qual t odo t ransgressor fica sob a m aldição. Dist ingue- se da aliança do Sinai com I srael e a
dispensação legal sob a qual perm aneceu por longo t em po a I grej a. A aliança colocou a I grej a e
todo crente sob uma luz mais clara, uma liberdade mais perfeita e privilégios mais abundantes.
Na ordem de Arão havia um a m ult idão de sacerdot es, sum os sacerdot es, um após out ro, porém
no sacerdócio de Crist o há som ent e um e Ele m esm o. est a é a seguridade e a felicidade do crent e,
que est e Sum o Sacerdot e et erno é capaz de salvar at é o sum o em t odos os t em pos e em t odos os
casos. Seguram ent e ent ão nos convêm desej ar a espirit ualidade e a sant idade, m uit o m ais da dos
crentes do Antigo Testamento, porque as nossas vantagens excedem as deles.

Versículos 26- 28
Note- se a descrição da sant idade pessoal de Crist o. Ele est á livre de t odos os hábit os ou
princípios de pecado, não t endo a m enor disposição para isso em sua nat ureza. Nada de pecado
habit a nEle, nem a m enor inclinação pecam inosa, em bora exist a no m elhor dos crist ãos. Ele é
inocent e, livre de t odo pecado at ual; Ele não com et eu pecado, nem houve engano em sua boca. Ele
não é corrom pido. Difícil é m ant er- nos puros com o para não part icipar da culpa dos pecados de
out ros hom ens. cont udo, ninguém que vã a Deus em nom e de seu Filho am ado deve desfalecer.
Podem t er a cert eza de que Ele os livrará no t em po da provação e do sofrim ent o, no t em po da
prosperidade, na hora da morte e no dia do juízo.

CAPÍTULO 8
Versículos 1- 6 Mostra- se a excelência do sacerdócio de Cristo por acima do
de Arão
Versículos 7- 13 A grande excelência da nova aliança a respeito da anterior

Versículos 1- 6
A substância ou resumo do declarado era que os cristãos tinham um Sumo Sacerdote como o que
necessit avam . Assum iu a nat ureza hum ana, se m anifest ou na t erra e ali se deu com o sacrifício a
Deus pelos pecados de seu povo. não nos at revam os a aproxim ar- nos a Deus, ou apresent á- lhe
nada, senão em Crist o e at ravés dEle, dependendo de seus m érit os e m ediação, porque som os
aceit os som ent e no Am ado. Em t oda obediência e adoração devem os m ant er- nos pert o da Palavra
de Deus, que é a norm a única e perfeit a. Crist o é a subst ância e a finalidade da lei da j ust iça. Mas a
aliança aqui aludida foi feit a com I srael com o nação, assegurando- lhes os benefícios t em porais. As
prom essas de t odas as bênçãos espirit uais e da vida et erna, reveladas no evangelho, e garantidas

273
por m eio de Crist o, são de valor infinit am ent e m aior. Abençoem os a Deus porque t em os um Sum o
Sacerdote idôneo para nossa indefensa condição.

Versículo 7- 13
A excelência superior do sacerdócio de Crist o, por acim a do de Arão, indica- se a part ir da aliança
de graça, da qual Crist o é o Mediador. A lei não só fazia que t odos os subm et idos a ela est ivessem
suj eit os a condenação pela culpa do pecado, senão que era t am bém incapaz de t irar a culpa e de
lim par a consciência do sent ido e t error dela. Em cam bio, pelo sangue de Crist o se provê a plena
remissão dos pecados, de modo que Deus não se lembrará mais deles.
Deus escreveu um a vez suas leis a seu povo, agora as escreverá neles; Ele lhes dará
entendimento para que conheçam e creiam em suas leis; lhes dará memória para retê- las; lhes dará
corações para amá- las, valor para professá- las e poder para pô- las em prát ica. Est e é o fundam ent o
da aliança; e quando est e for colocado, o dever será efet uado com sabedoria, sinceridade, prest eza,
facilidade, resolução, const ância e consolo. Um derram am ent o pleno do Espírit o de Deus fará t ão
eficaz a m inist ração do evangelho que haverá um fort e increm ent o e difusão do conhecim ent o
crist ão em t odas as classes de pessoas. Oh, que est a prom essa se cum pra em nossos dias, que a
m ão de Deus est ej a com seus m inist ros para que grandes núm eros creiam e sej am convert idos ao
Senhor!
O perdão do pecado sem pre será encont rado em com panhia do verdadeiro conhecim ent o de
Deus. not e- se a liberdade dest e perdão: sua plenit ude, sua cert eza. Est a m isericórdia que perdoa
est á conect ada com t odas as out ras m isericórdias espirit uais: o pecado sem perdoar est orva a
misericórdia e acarret a j uízos; porém , o perdão do pecado im pede o j uízo, e abre um a am pla port a
a todas as bênçãos espirituais.
Perguntemo- nos se som os ensinados pelo Espírit o Sant o a conhecer a Crist o, de m odo que o
am em os, t em am os, confiem os e obedeçam os ret am ent e. Todas as vaidades do m undo, os
privilégios ext ernos ou as puras noções religiosas esvaecerão logo, e deixarão aos que confiaram
nelas na eterna miséria.

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 5 O tabernáculo judaico e seus utensílios
Versículos 6- 10 Seu uso e significado
Versículos 11- 22 Cumprimento em Cristo
Versículos 23- 28 A necessidade, a dignidade superior e o poder de seu
sacerdócio e sacrifício

Versículos 1- 5
O apóst olo m ost ra aos hebreus suas cerim ônias com o t ipo de Crist o. O t abernáculo era u, t em plo
m óvel que era som bra da sit uação inst ável da I grej a na t erra, e da nat ureza hum ana do Senhor
Jesus Crist o, em quem habit ou corporalm ent e a plenit ude da Deidade. O significado do t ipo dest as
coisas apont a a Crist o com o nossa Luz e Pão de vida perfeit a, e a sua int ercessão absolut am ent e
vencedora. Assim era tudo em todo o Senhor Jesus Cristo desde o começo. Segundo a interpretação
do evangelho, est as coisas são um a represent ação gloriosa da sabedoria de Deus e confirm am a fé
em quem foi prefigurado por elas.

Versículos 6- 10
O apóst olo cont inua falando dos serviços do Ant igo Test am ent o. Ao t er- se propost o Crist o ser
nosso Sum o Sacerdot e, não podia ent rar no céu at é derram ar seu sangue por nós; e t am pouco
ninguém pode ent rar na bondosa presença de Deus aqui, ou a sua gloriosa presença no além , senão
pelo sangue de Jesus. os pecados são erros, erros enorm es de j uízo e de prát ica, e quem pode
ent ender t odos seus erros? Eles deixam a culpa na consciência, que deve ser lavada som ent e pelo
sangue de Crist o. podem os usar com o argum ent o est e sangue na t erra enquant o Ele int ercede por
nós no céu.
Uns poucos crent es pelo ensinam ent o divino viram algo do cam inho de acesso a Deus, da
comunhão com Ele e da adm issão ao céu por m eio do Redent or prom et ido; porém os israelit as em
geral não viram além das form as ext ernas. Est as não podiam t erm inar a corrupção nem o dom ínio
do pecado. Tam pouco podiam saldar as dívidas nem resolver as dúvidas do que fazia o serviço. Os
tem pos do evangelho são, e devem ser, t em pos de reform a, de luz m ais clara acerca de t odas as
coisas necessárias que devem saber- se, e de am or m aior, fazendo que não t enham os m á vontade

274
com ninguém , e boa vont ade para com t odos. t em os m aior liberdade de espírit o e de falar no
evangelho, e obrigações maiores de levar uma vida mais santa.

Versículos 11- 14
Todas as coisas boas passadas, present es e fut uras est iveram e est ão fundam ent adas no ofício
sacerdot al de Crist o e dali nos vêm . Nosso Sum o Sacerdot e ent rou no céu Ed um a só vez por t odas
e obteve a eterna redenção. O Espírito Santo significou e mostrou depois que os sacrifícios do Antigo
Test am ent o som ent e liberavam o hom em ext erno da im undícia cerim onial, e os equipava para
alguns privilégios ext ernos. Que deu t al poder ao sangue de Crist o? foi que Crist o se ofereceu a si
m esm o sem nenhum a m ácula pecam inosa em sua nat ureza ou vida. I st o lim pa a consciência m ais
culpável das obras m ort as ou m ort ais para servir ao Deus vivo; das obras pecadoras, com o as que
cont am inam a alm a, com o os corpos m ort os cont am inavam as pessoas dos j udeus que os t ocavam ;
de out ro m odo, a graça que sela o perdão cria de novo a alm a cont am inada. Nada dest rói m ais a fé
do evangelho que enfraquecer por qualquer médio o poder direto do sangue de Cristo. Não podemos
penet rar na profundeza do m ist ério do sacrifício de Crist o, não podem os apreender sua alt ura. Não
podem os indagar sua grandeza nem sua sabedoria, o am or e a graça que há nEle. Porém , ao
considerar o sacrifício de Cristo, a fé encontra vida, alimento e renovação.

Versículos 15- 22
Os t rat os solenes de Deus com o hom em são, às vezes, cham ados de alianças, aqui t est am ent o,
que é a vont ade de um a pessoa de deixar legado às pessoas que nom eia, e que som ent e se faz
efet ivo a sua m ort e. Assim , pois, Crist o m orreu nosso só para obt er as bênçãos da salvação para
nós, senão para dar poder a sua disposição. Todos nos fizem os culpáveis ant e Deus, pelo pecado, e
renunciam os a t oda coisa boa, m as Deus, dispost o a dem onst rar a grandeza de sua m isericórdia,
proclam ou um a aliança de graça. Nada podia ser lim po para um pecador, nem sequer seus deveres
religiosos, salvo que fosse t irada a culpa pela m ort e de um sacrifício, de suficient e valor para est e
fim, e a menos que dependesse continuamente disso. Atribuamos todas as verdadeiras boas obras à
m esm a causa que t odo procura, e ofereçam os nossos sacrifícios espirit uais com o aspergidos com o
sangue de Cristo, e sejamos assim purificados de sua contaminação.

Versículos 23- 28
Evident e é que os sacrifícios de Crist o são infinit am ent e m elhores que os da lei, que não podiam
procurar o perdão pelo pecado nem t ransm it ir poder cont ra o pecado, o qual t eria cont inuado sobre
nós e t eria dom ínio sobre nós, porém Jesus Crist o, por um sacrifício, dest ruiu as obras do diabo,
para que os crent es fossem feit os j ust os, sant os e felizes. Com o nenhum a sabedoria,
conheciment o, virt ude, riqueza ou poder pode im pedir que m orra um da raça hum ana, assim nada
pode livrar a um pecador de ser condenado no dia do j uízo, salvo o sacrifício expiat ório de Crist o;
nem t am pouco será salvado do cast igo et erno aquele que desprezar ou rej eit ar est a grande
salvação.
O crent e sabe que seu Redent or vive e que o verá. Aqui est á a fé e a paciência da I grej a, de
t odos os crent es sinceros. Dali, pois, sua oração cont ínua com o frut o e expressão da fé deles.
Amem, assim seja, vem, Senhor Jesus.

CAPÍTULO 10
Versículos 1- 18 A insuficiência dos sacrifícios para tirar o pecado A
necessidade e o poder do sacrifício de Cristo com este
propósito
Versículos 19- 25 Um argumento a favor da santa ousadia do acesso do crente
a Deus através de Jesus Cristo A constância da fé, o amor,
e o dever mútuos
Versículos 26- 31 O perigo da apostasia
Versículos 32- 39 Os sofrimentos dos crentes, e a exortação a manter sua
santa profissão

Versículos 1- 10
Tendo m ost rado que o t abernáculo e as ordenanças da aliança do Sinai eram som ent e em blem as
e t ipos do Evangelho, o apóst olo conclui que os sacrifícios que os sum os sacerdot es ofereciam
continuam ent e não podiam aperfeiçoar os adoradores Enquanto ao perdão e a purificação de suas

275
consciências, m as quando " Deus m anifest ado em carne" se fez sacrifício, e o resgat e foi sua m ort e
no madeiro maldito, então, por ser de infinito valor quem sofreu, seus sofrimentos voluntários foram
de infinit o valor. O sacrifício expiat ório deve ser capaz de consent im ent o, e deve ser colocado pela
própria vont ade no lugar do pecador: Crist o fez assim . A font e de t udo isso que Crist o t em feit o por
seu povo é a soberana vontade e graça de Deus. a justiça introduzida e o sacrifício oferecido uma só
vez por Crist o são de poder et erno, e sua salvação nunca será elim inada. São de poder para fazer
perfeitos a t odos os que vão at é Ele; eles obt êm do sangue expiat ório a força e os m ot ivos para
obedecer e para o consolo interior.

Versículos 11- 18
Sob a nova aliança ou a dispensação do evangelho, se t em perdão pleno e definit ivo. I st o
significa um a enorm e diferença da aliança nova a respeit o da ant iga. Na antiga deviam repet ir- se
am iúde os sacrifícios e, depois de t udo, se obt inha por eles perdão som ent e nest e m undo. Sob a
nova, bast a com um só Sacrifício para procurar o perdão espirit ual de t odas as nações e t odas as
épocas, ou para ser livrado do cast igo no m undo vindouro. Bem pode ser cham ado de aliança nova,
est a. Que ninguém suponha que as invenções hum anas podem valer de algo para os que as
coloquem no lugar do sacrifício do Filho de Deus. que rest a ent ão, senão que procurem os um
int eresse pela fé nest e Sacrifício; e o selo disso em nossas alm as pela sant ificação do Espírit o para
obediência? Assim sendo, com o a lei est á escrit a em nossos corações, podem os saber que som os
justificados, e que Deus não lembrará mais de nossos pecados.

Versículos 19- 25
Havendo t erm inado a prim eira part e da epíst ola, o apóst olo aplica a dout rina a propósit os
práticos. Com o os crent es t inham o cam inho abert o à presença de Deus, ent ão lhes convinha usar
est e privilégio. O cam inho e os m édios pelos quais os crist ãos desfrut am dest es privilégios passa
pelo sangue de Jesus, pelo m érit o desse sangue que Ele ofereceu com o sacrifício expiat ório. O
acordo da sant idade infinit a com a m isericórdia que perdoa não foi ent endido claram ent e at é que a
nat ureza hum ana de Crist o, o Filho de Deus, foi ferida e m oída pelas nossas iniqüidades. Nosso
cam inho ao céu passa pelo Salvador crucificado; sua m ort e é para nós o cam inho de vida e para os
que crêem nist o, Ele é precioso. Devem aproxim ar- se a Deus; seria desprezar a Crist o cont inuar de
longe.
Seus corpos deviam ser lavados com água pura, aludindo aos lavam ent os ordenados pela lei:
dest e m odo, o uso da água no bat ism o era para lem brar aos crist ãos que suas condut as deviam ser
puras e sant as. Com o eles derivam consolo e graça de seu Pai reconciliado a suas próprias alm as,
adornam a doutrina de Deus seu Salvador em todas as coisas.
Os crent es devem considerar com o podem servir- se os uns aos out ros, especialm ent e
estimulando- se uns a out ros no exercício m ais vigoroso e abundant e do am or, e na prát ica das boas
obras. A com unhão dos sant os é um a grande aj uda e privilégio, e um m édio de const ância e
perseverança. Devem os observar a chegada de t em pos de prova, e por eles ser despert ados a um a
maior diligência. Existe um dia de prova que vem para todos os homens: o dia de nossa morte.

Versículos 26- 31
As exort ações cont ra a apost asia e a favor da perseverança são enfat izadas por m uit as razões de
peso. O pecado aqui m encionado é a falha t ot al e definit iva em que os hom ens desprezam e
rejeit am , com vont ade e resolução t ot al e firm e, a Crist o, o único Salvador; desprezam e resist em
ao Espírit o, o único Sant ificador; e desprezam e renunciam ao evangelho, o único cam inho para a
salvação, e as palavras de vida et erna. Dest a dest ruição Deus dá, ainda na t erra, um aviso prévio
t em ível para as consciências de alguns pecadores, que perdem a esperança de serem capazes de
suportá- la ou de fugir dela. Pois, que cast igo pode ser m ais doloroso que m orrer sem m isericórdia?
Respondem os: m orrer por m isericórdia, pela m isericórdia e a graça que eles desprezaram . Quão
t em ível é o caso quando não só a j ust iça de Deus, senão a sua graça e m isericórdia, abusadas,
clam am vingança! t udo isso não significa no m ais m ínim o que fiquem excluídas da m isericórdia as
alm as que se lam ent am pelo pecado, ou que lhes sej a negado o benefício do sacrifício de Crist o a
alguém disposto a aceitar estas bênçãos. Cristo não lançará fora o que acudir a Ele.

Versículos 32- 39
Muitas e variadas aflições se conj ugaram cont ra os prim eiros crist ãos e eles t iveram grande
conflit o. O espírit o crist ão não é um espírit o egoíst a; leva- nos a com padecer o próxim o, a visit á- lo,
ajudá- lo e rogar por eles.

276
Aqui t odas as coisas não são senão som bras. A felicidade dos sant os durará para sem pre no céu;
os inim igos nunca podem t irá- la, com o os bens t errenos. I st o fará rica rest auração por t odo o que
perdem os e sofrem os aqui. A part e m aior da alegria dos sant os ainda est á na prom essa. É um a
prova da paciência dos crist ãos t er de contentar- se com viver depois que sua obra est iver feit a, e
continuar em pós de sua recom pensa at é que chegue o t em po de Deus de dá- la. Logo Ele virá a
eles, na m ort e. Para t erm inar t odos seus sofrim ent os e dar- lhes a coroa de vida. O at ual conflit o do
crist ão pode ser agudo, porém acabará logo. Deus nunca se com praz com a profissão form al e os
deveres e serviços ext ernos dos que não perseveram , senão que os cont em pla com m uit o
desagrado. Os que t êm sido m ant idos fiéis nas grandes provas do t em po passado, t êm razão para
esperar que a m esm a graça os aj ude ainda a viver por fé at é que recebam o obj et ivo de sua fé e
pacient em ent e a salvação m esm a de suas alm as. Vivendo por fé e m orrendo por fé, nossas alm as
estão a salvo para sempre.

CAPÍTULO 11
Versículos 1- 3 Descreve- se a natureza e o poder da fé
Versículos 4- 7 É estabelecida pelos casso desde Abel até Noé
Versículos 8- 19 Por Abraão e seus descendentes
Versículos 20- 31 Por Jacó, José, Moisés, os israelitas e Raabe
Versículos 32- 38 Por outros crentes do Antigo Testamento
Versículos 39- 40 A melhor situação dos crentes do Evangelho

Versículos 1- 3
A fé sem pre t em sido a m arca dos servos de Deus desde o com eço do m undo. Onde o Espírit o
regenerador de Deus im plant a o princípio, fará que se receba a verdade acerca da j ust ificação por
m eio dos sofrim ent os e os m érit os de Crist o. as m esm as coisas que são obj et o de nossa esperança
são o obj et o de nossa fé. é um a firm e persuasão e expect at iva de que Deus cum prirá t odo o que
nos t em prom et ido em Crist o. est e convencim ent o dá a alm a o gozo dessas coisas agora; lhes dá
um a subsist ência ou realidade na alm a pelas prim ícias e ant ecipação delas. A fé dem onst ra à m ent e
a realidade das coisas que não se podem ver com os olhos do corpo. É a plena dem onst ração de
t udo o revelado por Deus com o sant o, j ust o e bom . Est e enfoque da fé se explica m ediant e o
exem plo de m uit as pessoas de t em pos passados que obt iveram bom t est em unho ou um carát er
honorável na palavra de Deus. a fé foi o princípio de sua sant a obediência, seus serviços not áveis e
sofrimentos pacientes.
A Bíblia dá o relat o m ais veraz e exat o de t odas as coisas e devem os crê- las sem discutir o relato
da criação que dão as Escrituras, porque não corresponde com as fantasias divergentes dos homens.
todo o que vemos das obras da criação foi executado por ordem de Deus.

Versículos 4- 7
Aqui seguem - se alguns exem plos ilust res de fé, de gent e do Ant igo Test am ent o. Abel t rouxe um
sacrifício expiat ório das prim ícias do rebanho, reconhecendo- se com o pecador que m erecia m orrer e
esperando m isericórdia som ent e o m eio do grande Sacrifício. A ira e inim izade orgulhosas de Caim
cont ra o aceit o adorador de Deus conduziram ao espant oso efeit o que os m esm os princípios
produzem em t oda época: a perseguição cruel e at é o assassinat o dos crent es. Por fé Abel ainda
fala, em bora esteja morto; deixou um exemplo instrutivo e eloqüente.
Enoque foi t rasladado ou t ransport ado, pois não viu m ort e; Deus o levou ao céu com o fará Crist o
com os sant os que est iverem vivos em sua segunda vinda. Não podem os ir a Deus a m enos que
acredit em os que Ele é o que Ele m esm o t em revelado ser nas Escrit uras. os que desej am achar a
Deus, devem buscá- lo com todo seu coração.
A fé de Noé influiu em sua prát ica: o levou a preparar a arca. Sua fé condenou a incredulidade
dos out ros; e sua obediência condenou o desprezo e a rebelião deles. Os bons exem plos convert em
aos pecadores ou os condenam . I st o m ost ra com o os crent es, est ando advert idos por Deus que
fuj am da ira vindoura, são m ovidos pelo t em or a refugiar- se em Cristo, e chegam a ser herdeiros da
justiça da fé.

Versículos 8- 19
Freqüent em ent e som os cham ados a deixar as conexões, os int eresses e as com odidades do
mundo. Se form os herdeiros da fé de Abraão devem os obedecer e seguir adiant e, em bora não
saibam os que nos acont ecerá; e serem os achados no cam inho do dever buscando o cum prim ent o

277
das prom essas de Deus. a prova da fé de Abraão foi que ele sim plesm ent e obedecesse com
plenit ude o cham ado de Deus. Sara recebeu a prom essa com o prom essa de Deus; est ando
convencida daquilo, ela julgava verdadeiramente que ele poderia e quereria cumprir.
Muit os que t êm part e nas prom essas não recebem logo as coisas prom et idas. A fé pode aferrar-
se às bênçãos desde um a grande dist ância; pode fazê- las present es; pode am á- las e regozijar- se
nelas, em bora sej am est ranhas; com o sant os cuj o lar é o céu, com o peregrinos que viaj am rum o ao
lar. Pela fé eles venceram os t errores da m ort e e deram um adeus j ubiloso a est e m undo e a t odos
seus benefícios e cruzes. Os que uma vez foram chamados e tirados, verdadeira e salvificamente, do
est ado pecam inoso, não se int eressam por ret ornar. Todos os crent es verdadeiros desej am a
herança celest ial; e quant o m ais fort e sej a a fé, m ais fervorosos serão seus desej os. Apesar da
m aldade de sua nat ureza, de sua vileza pelo pecado e da pobreza de sua condição ext erna, Deus
não se envergonha de ser cham ado o Deus de t odos os crent es verdadeiros; t al é a sua
m isericórdia, t al é seu am or por eles. Que eles nunca se envergonhem de serem cham ados Seu
povo, nem de nenhum dos que são verdadeiram ent e assim , por m ais que sej am desprezados no
m undo. Por acim a de t udo, que eles se cuidem de não serem um a vergonha nem censura para seu
Deus.
A prova e at o m ais grandiosos de fé regist rados, é Abraão oferecendo a I saque ( Gn 22.2) . Ali
t oda palavra é um a prova. Nosso dever é elim inar nossas dúvidas e t em ores olhando, com o fez
Abraão, o poder onipot ent e de Deus. a m elhor form a de desfrut ar de nossas bênçãos é dá- las a
Deus; ent ão Ele nos devolverá na m elhor form a para nós. Olhem os at é que pont o nossa fé t em
causado um a obediência sem elhant e, quando fom os cham ados a at os m enores de abnegação ou a
fazer sacrifícios m ais pequenos em nosso dever. Ent regam os o que nos foi pedido, acredit ando
plenam ent e que o Senhor com pensará t odas nossas perdas e at é nos abençoará com as
dispensações mais ricas?

Versículos 20- 31
I saque abençoou a Jacó e Esaú a respeit o de coisas vindouras. As coisas present es não são as
m elhores; ninguém conhece o am or e o ódio t endo- os ou querendo- os. Jacó viveu por fé e m orreu
por fé e em fé. Em bora a graça da fé sem pre serve durant e t oda a nossa vida, especialm ent e é
assim quando nos toca morrer. A fé tem uma grande obra que realizar no final para ajudar ao crente
a morrer para o Senhor, dando- lhe honra a Ele com paciência, esperança e gozo.
José foi provado pelas t ent ações a pecar, pela perseguição para m ant er sua int egridade, e foi
provado pelas honras e o poder na corte do Faraó, porém sua fé superou tudo isso.
É grande m isericórdia est arm os livres das leis e edit os m alvados, porém quando não est iverm os,
devemos recorrer a todos os médios legais para nossa seguridade. Nesta fé dos pais de Moisés havia
um a m ist ura de incredulidade, porém agradou a Deus passá- la por alt o. A fé dá forças cont ra o
t em or pecador e escravizador; coloca a Deus diant e da alm a, m ost ra a vaidade da criat ura e t udo
isso que deve dar lugar à vont ade e ao poder de Deus. os prazeres do pecado são e serão curt os;
devem t erm inar em rápido arrependim ent o ou em rápida ruína. Os prazeres dest e m undo são em
sua maioria deleit es de pecado; sem pre o são quando não podem os desfrut á- los sem afastar- nos de
Deus e de seu povo. É m elhor opt ar por sofrer, que por pecar; há m ais m al no pecado m enor, do
que pode haver no m aior sofrim ent o. O Povo de Deus é, e sem pre foi, um povo vit uperado. O
próprio Crist o cont a- se com o vilipendiado em seus opróbrios, e desse m odo os vit upérios chegam a
ser riqueza m aior que os t esouros do im pério m ais rico do m undo. Moisés fez a sua eleição quando
est ava m aduro para j uízo e deleit e, capaz de saber o que fazia e por que o fazia. Necessário é que
as pessoas sej am seriam ent e religiosas, que desprezem o m undo quando sej am m ais capazes de
deleitar- se nele e de desfrutá- lo. os crentes podem e devem respeitar a recompensa do prêmio.
Pela fé podem os est ar t ot alm ent e seguros da providência de Deus e de sua graciosa e poderosa
presença conosco. Tal vist a de Deus capacit ará aos crent es para suport arem at é o fim , sej a o que
for que achem no cam inho. Não se deve a nossa própria j ust iça nem a m elhores logros, que
sejam os salvos da ira de Deus, senão ao sangue de Crist o e a sua j ust iça im put ada. A fé verdadeira
faz que o pecado sej a am argo para a alm a, em bora receba o perdão e a expiação. Todos nossos
privilégios espirit uais na t erra deveriam estimular- nos em nosso cam inho ao céu. O Senhor fará cair
at é a Babilônia ant e a fé de seu povo, e quando t em algo grande que fazer por eles, suscit a um a fé
grande e forte neles.
O crent e verdadeiro desej a não só est ar em aliança com Deus, senão em com unhão com o povo
de Deus, e est á dispost o a lançar sua sort e com a deles. Raabe se declarou por suas obras com o
j ust a. Manifest a- se claram ent e que ela não foi j ust ificada por suas obras, porque a obra que ela fez
era defeituosa em sua forma e não era perfeitamente boa, portanto, não respondia à perfeita justiça
e retidão de Deus.

278
Versículos 32- 38
Depois de t odo nosso esquadrinhar as Escrit uras, há m ais que aprender delas. Deveria
comprazer- nos pensar quão grande foi o núm ero dos crent es do Ant igo Test am ent o, e quão firm e
era sua fé, em bora seu obj et o não est ava, ent ão, t ão claram ent e dado a conhecer com o agora.
Devem os lam ent ar que agora, nos t em pos do Evangelho, quando a regra da fé é m ais clara e
perfeit a, sej a t ão pequeno o núm ero dos crent es e t ão fraca sua fé. é a excelência da graça da fé,
que enquant o aj uda aos hom ens a realizar grandes coisas, com o a Gideão, lhes im pede pensar
coisas grandes e elevadas acerca de si m esm os. A fé, com o a de Baraque, recorre a Deus em t odos
os perigos e dificuldades, e ent ão responde agradecida a Deus por t odas as m isericórdias e
liberações.
Pela fé, os servos de Deus vencerão até o leão rugidor que anda procurando a quem devorar. A fé
dos crent es dura at é o fim , e ao m orrer lhes dá vit ória sobre a m ort e e sobre t odos seus inimigos
m ort ais, com o a Sansão. A graça de Deus cost um a afixar- se sobre pessoas t ot alm ent e sem
import ância, e m uit o pouco m erecedoras de que sej am feit as grandes coisas por elas e para elas.
Porém a graça da fé, onde quer que est ej a, fará que os hom ens reconheçam a Deus em t odos seus
caminhos, com o a Jeft é. Fará ousados e valorosos aos hom ens em um a causa boa. Poucos se
acharam com provas m aiores, poucos m ost raram um a fé m ais viva que Davi, e ele deixou um
testemunho Enquanto às provas e os at os de fé no livro dos Salm os, que t em sido e sem pre será de
grande valor para o Povo de Deus. Provavelm ent e os que crescerão para dist inguir- se por sua fé,
com ecem às vezes a exercê- la com o Sam uel. a fé capacit ará ao hom em por servir a Deus e a sua
geração em toda forma em que possa ser utilizada.
Os int eresses e os poderes dos reis e os reinos cost um am opor- se a Deus e a seu povo, porém
Deus pode subm et er facilm ent e a t odos os que se coloquem em cont ra. Operar j ust iça é honra e
alegria m aiores que fazer m ilagres. Por fé t em os o consolo das prom essas e por fé som os
preparados a esperar nelas e a recebê- las a seu devido t em po. Ainda que não esperem os ver que
nossos parent es ou am igos m ort os são rest aurados à vida nest e m undo, de t odos m odos a fé nos
sustentará ao perdê- los e nos dirigirá à esperança de uma ressurreição melhor.
Nos surpreenderem os m ais pela m aldade da nat ureza hum ana que é capaz de crueldades t ão
espant osas com seus congêneres, ou com a excelência da graça divina que é capaz de sust ent ar o
fiel subm et ido a essas crueldades e fazê- los passar a salvo por t odas elas? Que diferença exist e
ent re o j uízo de Deus a um sant o e o de um hom em ! O m undo não é digno dos sant os perseguidos
e inj uriados aos que seus perseguidores reconheceram com o indignos de viver. não são dignos de
sua companhia, exemplo, conselho e outros benefícios, porque eles não sabiam que é um santo nem
o valor de um sant o, nem com o usá- lo; eles odeiam e lançam longe os t ais, com o fazem com a
oferta de Cristo e de sua graça.

Versículos 39- 40
O m undo considera que os justos não são dignos de viver no mundo e Deus declara que o mundo
não é digno deles. Em bora o j ust o e o m undo difiram am plam ent e em seu j uízo, concordam nist o:
que não é apropriado que os hom ens bons t enham repouso nest e m undo. Port ant o, Deus os recebe
fora dest e. O apóst olo diz aos hebreus que Deus proveu coisas m elhores para eles, portanto, devem
est ar seguros que ele esperava coisas boas deles. Com o as nossas vant agens, com as coisas
melhores que Deus t em provido para nós, est ão m uit o além das deles, assim deve ser m aior nossa
obediência pela fé, nossa paciência esperançosa e nosso t rabalho de am or. A m enos que t enham os
um a fé verdadeira com o a t inham est es crent es, eles se levant arão para condenar- nos no dia
último. Então, oremos continuamente pelo aumento de nossa fé, para que possamos continuar estes
exemplos brilhantes e com eles ser, afinal, aperfeiçoados em santidade e felicidade, e brilhar como o
sol no reino de nosso Pai para sempre jamais.

CAPÍTULO 12
Versículos 1- 11 Exortação a ser constante e perseverar Apresenta- se o
exemplo de Cristo, e o desígnio da graça de Deus em todos
os sofrimentos que suportam os crentes
Versículos 12- 17 Recomendam- se a paz e a santidade com advertência contra
o desprezo das bênçãos espirituais
Versículos 18- 29 A dispensação do Novo Testamento é demonstrada como
mais excelente que a do Antigo Testamento

279
Versículos 1- 11
A obediência perseverant e pela fé em Crist o era a carreira colocada ant e os hebreus na qual
deviam ganhar a coroa de glória ou t er a m iséria et erna com o sua porção. Pelo pecado que t ão
facilm ent e nos assedia, ent endam os que ao pecado é ao que m ais nos inclinam os, ao qual est am os
m ais expost os, por cost um e, idade ou circunst âncias. Est a é um a exort ação de sum a im port ância,
pois enquant o perm aneça sem ser subj ugado o pecado favorit o, sej a qual for, de um hom em , o
im pedirá de correr a carreira crist ã, porque lhe t ira t oda m ot ivação para correr e dá ent rada ao
desânimo mais completo.
Quando est ej am esgot ados e fracos em suas m ent es, lem brem que o sant o Jesus sofreu para
salvá- los da desgraça et erna. Olhando fixam ent e para Jesus, seus pensam ent os fort alecerão sant os
afet os e subj ugarão os desej os carnais; ent ão, pensem os freqüent em ent e nEle. Que são nossas
pequenas provações com paradas com suas agonias ou sequer com nossas desolações? Que são em
com paração com os sofrim ent os de t ant os out ros? há nos crent es um a inclinação a consum ir- se e
debilitar- se quando são submetidos a provas e aflições; isto é pela imperfeição de suas virtudes e os
vest ígios da corrupção. Os crist ãos não devem desm aiar sob suas provações. Apesar de que seus
inimigos e perseguidores sejam instrumentos para infligir sofrimentos, são de todos modos disciplina
divina; seu Pai celest ial t em sua m ão em t udo e seu sábio fim é responder por t udo. Não devem
t om ar levianam ent e suas aflições nem ent rist ecer- se baixo delas, porque são a m ão e a vara de
Deus, sua reprim enda pelo pecado. Não devem deprim ir- se nem afundar sob as provações, afanar-
se nem irritar- se, senão suport ar com fé e paciência. Deus pode deixar sozinhos aos out ros em seus
pecados, m as corrigirá o pecado de seus próprios filhos. Nist o age com o corresponde a um pai.
Nossos pais t errenos nos cast igam às vezes para sat isfazer suas próprias paixões m ais que para
reform ar nossas m aneiras. Mas o Pai de nossas alm as nunca desej a apenar nem afligir seus filhos.
Sem pre é para o nosso proveit o. Toda a nossa vida aqui é um est ado infant il e im perfeit o Enquanto
às coisas espirit uais; port ant o, devem os subm et er- nos à disciplina de t al est ado. Quando
cheguem os ao est ado perfeit o, est arem os plenam ent e reconciliados com t odas as disciplinas
present es de Deus para conosco. A correção de Deus não é condenação; o cast igo pode ser
suport ado com paciência e fom ent a grandem ent e a sant idade. Ent ão, aprendam os a considerar as
aflições que nos acarret a a m aldade dos hom ens com o correções enviadas por nosso bondoso e
santo Pai para nosso bem espiritual.

Versículos 12- 17
Um a carga aflit iva pode fazer que caiam as m ãos do crist ão e que seus j oelhos se debilit em , em
desespero e desânim o; cont udo, deve lut ar cont ra isso para correr m elhor a sua carreira. A fé e a
paciência capacit am os crent es para seguir a paz e a sant idade com o um hom em que segue sua
vocação const ant e, diligent em ent e e com prazer. A paz com os hom ens de t odas as seit as e
partidos, será favorável para a nossa busca da sant idade. Porém , a paz e a sant idade vão j unt as,
não pode haver paz justa sem santidade. Onde as pessoas não conseguem ter a graça verdadeira de
Deus, prevalecerá e irrom perá a corrupção; t enham cuidado, não sej a que algum a concupiscência
do coração, sem mortificar, que pareça morta, brote para perturbar e transtornar todo o corpo.
Descaminhar- se de Crist o é o frut o de preferir os prazeres da carne à bênção de Deus e à
herança celest ial, com o fez Esaú. Porém , os pecadores não sem pre t erão pensam ent os t ão vis da
bênção e da herança divina com o os t êm agora. Concorda com a disposição profana do hom em
desejar a bênção, mas desprezar os médios pelos quais deve obter- se a mandamentos, porque Deus
nunca separa a bênção do m édio, nem um e a bênção com a sant ificação da luxúria do hom em . A
misericórdia de Deus e sua bênção nunca se buscam com cuidado sem serem obtidas.

Versículos 18- 29
O m ont e Sinai, onde foi form ada a igrej a do est ado j udaico, era um m ont e que podia ser t ocado,
embora estava proibido fazê- lo; um lugar que podia sentir- se, e assim a dispensação mosaica foi em
grande m edida de coisas ext ernas e t errenas. O est ado do evangelho é am ável e condescendente.,
adequado para nossa fraca const it uição. Todos podem os ir que franqueza à presença de Deus, se
est am os debaixo do Evangelho. Mas at é o m ais sant o deve desesperar, se for j ulgado pela sant a lei
dada no Sinai, sem t er um Salvador. A igrej a do evangelho é cham ada Mont e Sião, porque ali os
crent es t êm um a visão m ais clara do céu e um t em peram ent o m ais celest ial da alm a. Todos os
filhos de Deus são herdeiros e cada um t em os privilégios do prim ogênit o. Pareceria t er errado de
cam inho, lugar, est ado e com panhia a alm a que supõe que cai unir- se no alt o a essa gloriosa
assem bléia e igrej a, m as sem est ar ainda fam iliarizada com Deus, enquant o cont inua orient ada
carnalm ent e, am ando est e m undo at ual e o present e est ado das coisas, olhando para t rás com olho
anelant e, cheia de soberba e culpa, cheia de luxúrias. Seria incôm odo para ela e para os que a
rodeiam.

280
Crist o é o Mediador da nova aliança ent re Deus e o h., para reuni- los nest a aliança, para m ant ê-
los j unt os, para int erceder por nós ant e Deus, e por Deus ant e nós, e, finalm ent e, para reunir a
Deus e seu povo no céu. Est a aliança est á assinada com o sangue de Crist o aspergido sobre as
nossas consciências, com o era aspergido o sangue do sacrifício sobre o alt ar e sobre a vít im a. Est e
sangue de Cristo fala por conta dos pecadores; roga não por vingança, senão por misericórdia.
Ent ão, cuidem - se de não rej eit ar seu bondoso chamado e sua ofert a de salvação. Cuidem - se de
não rejeitar ao que fala desde o céu com infinita ternura e amor; porque, como poderiam escapar os
que rejeitam a Deus com incredulidade ou apostasia, enquanto Ele com tanta bondade lhes roga que
se reconciliem e recebam seu favor et erno! O t rat o de Deus com os hom ens, sob o evangelho, num
est ado de graça, nos assegura que t rat ará com os que desprezam o evangelho, num est ado de
juízo. Não podem os adorar a Deus de form a aceit ável a m enos que o adorem os com reverência e
sant o t em or. Som ent e a graça de Deus nos capacit a para adorar ret am ent e a Deus. Ele é o m esm o
Deus justo e reto no evangelho que na lei. A herança dos crentes está assegurada para eles; e todas
as coisas correspondent es à salvação são dadas grat uit am ent e com o respost a à oração. Busquem os
a graça para que possamos servir a Deus com reverência e santo temor.

CAPÍTULO 13
Versículos 1- 6 Exortações a diversos deveres e a estar contentes com o que
nos designa a providência
Versículos 7- 15 A respeitar as instruções dos pastores fiéis, com advertência
contra sermos descaminhados por doutrinas estranhas
Versículos 16- 21 Mais exortações aos deveres que se relacionam com Deus,
nosso próximo e os que estão na autoridade sobre nós no
Senhor
Versículos 22- 25 Esta epístola é para ser considerada com toda seriedade

Versículos 1- 6
O desígnio de Crist o ao dar- se por nós, é adquirir um povo peculiar, zeloso de boas obras; a
religião verdadeira é o laço de am izade m ais firm e. Est as são algum as serias exort ações a diversos
deveres crist ãos, especialm ent e o cont ent am ent o. O pecado opost o a est a graça e dever é a cobiça,
um desej o excessivam ent e apaixonado da riqueza dest e m undo, unido à invej a para os que t êm
m ais que nós. Tendo t esouros no céu podem os est ar cont ent es com as poucas coisas daqui. Os que
não podem est ar assim , não est arão cont ent es ainda que Deus m elhore sua situação. Adão est ava
no paraíso, mas não estava feliz; alguns anjos não estavam contentes no céu, mas o apóstolo Paulo,
em bora hum ilhado e vazio, t inha aprendido a est ar conform e em t odo est ado, em qualquer est ado.
Os crist ãos t êm razão para est arem cont ent es com sua sorte atual. Esta promessa contém a soma e
a subst ância de t odas as prom essas: " Não t e desam pararei nem t e deixarei" . Na linguagem original
há não m enos de cinco negat ivas j unt as para confirm ar a prom essa: o crent e verdadeiro t erá a
presença bondosa de Deus consigo na vida, na m ort e, e por sem pre. os hom ens não podem fazer
nada cont ra Deus, e Deus pode fazer que result e para bem t odo o que os hom ens fazem cont ra seu
povo.

Versículos 7- 15
As inst ruções e o exem plo dos m inist ros que t erm inaram seus t est em unhos em form a honorável
e consoladora, devem ser lembrados em particular por aqueles aos quais lhes sobrevêm. Mesmo que
alguns de seus ministros estavam mortos, outros moribundos, ainda assim a grande Cabeça e Sumo
Sacerdote da Igreja, o Bispo de suas almas, vive sempre e sempre é o mesmo. Cristo é o mesmo da
época do Ant igo Test am ent o e do Evangelho, e sem pre será assim para seu povo: igualm ent e
misericordioso, poderoso e absolutamente suficiente. Ele ainda satisfaz o faminto, alenta o trêmulo e
dá as boas- vindas aos pecadores arrependidos; ainda rej eit a o soberbo e o da j ust iça própria,
aborrece a pura confissão e ensina a todos os que salva a amar a justiça e odiar a iniqüidade.
Os crent es devem procurar que seus corações est ej am est abelecidos pelo Espírit o Sant o em um a
dependência simples da livre graça, que consolará seus corações e os fará resistentes ao engano.
Crist o é nosso Alt ar e nosso Sacrifício; Ele sant ifica o dom . A Ceia do Senhor é a fest a da Páscoa
do evangelho.
Tendo m ost rado que m ant er a lei levít ica conform e a suas próprias regras, im pediria que os
hom ens fossem ao alt ar de Crist o, o apóst olo agrega: Saiam os, pois, a Ele, fora do acam pam ent o,
fora da lei cerim onial, do pecado, do m undo e de nós m esm os. Vivendo por fé em Crist o, separem -

281
se para Deus por m eio de seu sangue, separem o- nos volunt ariam ent e dest e m undo m alvado. O
pecado, os pecadores, a m ort e, não deixarão que cont inuem os aqui por m uit o t em po m ais;
port ant o, saiam os agora pela fé e busquem os em Crist o o repouso e a paz que est e m undo não nos
pode proporcionar. Levem os nossos sacrifícios a est e alt ar e a est e nosso Sum o Sacerdot e, e
ofereçamo- lo por seu int erm édio. Sem pre devem os oferecer o sacrifício de louvor a Deus. Nest es
contam- se o louvor, a oração e a ação de graças.

Versículos 16- 21
Conform e com o que possam os, devem os dar para as necessidades das alm as e dos corpos dos
hom ens: Deus aceit ará est as ofert as com agrado, e aceit ará e abençoará aos que ofert am por m eio
de Cristo.
O apóst olo expressa logo qual é o dever deles para com os m inist ros vivos: obedecê- los e
submeter- se a eles na m edida em que sej a conform e com a idéia e a vont ade de Deus dadas a
conhecer em sua Palavra. Os crist ãos não devem pensar que sabem dem asiado, que são dem asiado
bons ou dem asiado grandes para aprender. O povo deve esquadrinhar as Escrit uras, e na m edida
em que os m inist ros ensinem conform e a essa regra, devem receber suas inst ruções com o palavra
de Deus que opera nos que crêem . I nt eressa aos ouvint es que a cont a que seus m inist ros dêem de
si m esm os sej a com gozo e não com t rist eza. Os m inist ros fiéis ent regarão suas próprias alm as,
porque a ruína de um povo infiel e estéril recairá sobre suas próprias cabeças.
Enquanto o povo orar com maior fervor por seus ministros, maior benefício podem esperar de seu
m inist ério. A boa consciência respeit a t odos os m andam ent os de Deus e t odo nosso dever. Os que
têm esta boa consciência necessitam, porém, das orações dos outros. quando os ministros vão a um
povo que ora por eles, vão com m aior sat isfação para sim e êxit o para o povo. devem os procurar
com oração todas as nossas misericórdias.
Deus é o Deus de paz, com plet am ent e reconciliado com os crent es; Ele abriu cam inho à paz e à
reconciliação de si com os pecadores, e am a a paz na t erra, especialm ent e em suas igrej as. Ele é o
Autor da paz espiritual nos corações e nas consciências de seu povo.
Que aliança m ais firm e é aquela que t em seu fundam ent o no sangue do Filho de Deus! O
aperfeiçoamento dos santos em toda boa obra é a grande coisa desejada por e para eles; e que eles
possam ser, em longo prazo, equipados para o em prego e a alegria do céu. Não há coisa boa
operada em nós que não sej a a obra de Deus. nada bom opera Deus em nós senão por m eio de
Cristo, por amor a Ele e a seu Espírito.

Versículos 22- 25
Tão perversos são os hom ens, ainda os crent es, pelos rest os de sua corrupção, que necessit am
ser est im ulados e exort ados a ouvir quando lhes é ent regue a dout rina m ais im port ant e e
consoladora, para seu próprio bem , e com as provas m ais convincent es, para que a recebam e não
se desviem dela, a descuidem ou a rejeitem.
Bom é que a lei do am or sant o e da bondade sej a escrit a nos corações dos crist ãos, os uns aos
out ros. A religião ensina o civism o verdadeiro e a boa criadagem aos hom ens. não e de
temperam ent o m alvado nem descort ês. Que o favor de Deus est ej a com vocês e que sua graça
opere cont inuam ent e em vocês e com vocês, dando os frut os da sant idade com o as prim ícias da
glória.

TIAGO

A epíst ola de Tiago é um dos escrit os m ais inst rut ivos do Novo Test am ent o. Dirigida
principalm ent e cont ra erros part iculares da época produzidos ent re os crist ãos j udaicos, não cont ém
as m esm as declarações dout rinárias com plet as das out ras epíst olas, porém apresent a um adm irável
resumo dos deveres práticos de todos os crentes. Aqui estão manifestadas as verdades principais do
crist ianism o, e ao ser consideradas com at enção, se verá que coincidem por int eiro com as
declarações de são Paulo acerca da graça e a j ust ificação, abundando ao m esm o t em po em serias
exortações à paciência da esperança e a obediência da fé e do am or, m ist uradas com advert ências,
repreensões e exort ações conform e aos caract eres t rat ados. As verdades aqui expost as são m uit o
sérias e é necessário que se sust ent em e se observem em t odo t em po as regras para sua prát ica.
Em Crist o não há ram os m ort os ou sem seiva; a fé não é um a graça ociosa; onde quer que est ej a,
gera fruto em obras.

282
CAPÍTULO 1
Versículos 1- 11 Como recorrer a Deus nos problemas e como comportar- se
nas circunstâncias prósperas e adversas
Versículos 12- 18 Considerar que todo mal procede de nós, e todo bem vem de
Deus
Versículos 19- 21 O dever de vigiar contra o temperamento leviano e o de
receber com mansidão a palavra de Deus
Versículos 22- 25 O dever de viver conforme a isso
Versículos 26- 27 A diferença entre as pretensões vãs e a verdadeira religião

Versículos 1- 11
O crist ianism o ensina aos hom ens a est ar gozosos nas t ribulações; t ais exercícios vêm do am or
de Deus; e as provações do cam inho do dever darão brilho a nossas virt udes agora e a nossa coroa
no final. Nos t em pos de provações, preocupem o- nos de que a paciência at ue em nós, e não a
paixão; o que se diga ou faça, sej a a paciência a que o diga e faça. Todo o necessário para a nossa
carreira e guerra crist ã será out orgado quando a obra da paciência for com plet ada. Não devem os
orar pedindo que a aflição sej a elim inada, t ant o com o pedindo sabedoria para usá- la corret am ent e.
E quem não quer sabedoria para que o conduza nas provas, regulando seu próprio espírit o e
administ rando seus assunt os? Eis aqui algo com o respost a a cada giro desalent ador da m ent e,
quando vam os a Deus experim ent ando nossa própria fraqueza e t olice. Depois de t udo, se alguém
dizer " I st o pode acont ecer a alguém , m as m e t em o que eu não t riunfarei" , a prom essa é: a todo
aquele que pedir, lhe será dado.
Um a m ent e que se ocupe em considerar, de form a única e dom inant e, seu int eresse espirit ual
et erno, e que se m ant ém firm e em seus propósit os para Deus, crescerá sabiam ent e pelas aflições,
cont inuará fervoroso em suas devoções e se levant ará por acim a das provas e das oposições.
Quando nossa fé e espírito se levantam e caem com as causas secundárias, nossas palavras e ações
serão inst áveis. I st o nem sem pre expõe aos hom ens ao desprezo do m undo, m as esses cam inhos
não podem agradar a Deus. Nenhum a sit uação da vida é t al que im peça regozij ar- se em Deus. Os
de baixa condição podem regozij ar- se se são exalt ados a serem ricos em fé e herdeiros do Reino de
Deus; e os ricos podem regozij ar- se com as providências hum ilhant es que os levam a um a
disposição mental humilde e modesta.
A riqueza m undana é coisa que se acaba. Ent ão, que quem é rico se regozij e na graça de Deus
que o faz e m ant ém hum ilde; e nossa provas e exercícios que lhe ensinam a buscar a alegria de
Deus e nEle, e não nos prazeres perecíveis.

Versículos 12- 18
Não t odo hom em que sofre é o abençoado; porém , sim o que com Paixão e const ância vai pelo
cam inho do dever, at ravés de t odas as dificuldades. As aflições não nos podem t ornar m iseráveis se
não são por nossa própria falt a. O crist ão provado será um crist ão coroado. A coroa da vida se
prom et e a t odos os que t êm o am or de Deus reinando em seus corações. Toda alm a que am a
verdadeiram ent e a Deus t erá suas provas dest e m undo plenam ent e recom pensadas nesse m undo
do alto, onde o amor é aperfeiçoado.
Os m andam ent os de Deus e os t rat os de sua providência provam os corações dos hom ens, e
m ost ram a disposição que prevalece neles. Mas nada pecam inoso do coração e da condut a pode ser
at ribuído a Deus. Ele não é o aut or da escoria, em bora sua prova de fogo a deixa ao descobert o. Os
que culpam do pecado a sua const it uição ou a sua sit uação no m undo, ou pret endem que não
podem evitá- lo, deixam mal a Deus como se Ele fosse o autor do pecado. as aflições, como enviados
de Deus, est ão concebidas para fazer reluzir nossas virt udes, e não nossas corrupções. A origem do
mal e das tentações está em nossos próprios corações.
Det enha os com eços do pecado, ou t odos os m ales que se segam serão t ot alm ent e carregados
em sua cont a. Deus não se com praz na m ort e dos hom ens, com o que não t em part e no pecado
deles, porém o pecado e a m iséria devem - se a eles m esm os. Assim com o o sol que influi na
natureza é sempre o m esm o, apesar de que repet idas vezes se int erpõem a t erra e as nuvens,
fazendo o que a nós parece variável, assim Deus é im ut ável e nossas m udanças e som bras não são
m udanças nem alt erações nEle. O que o sol é na nat ureza, Deus o é na graça, providência e glória,
e infinit am ent e a m ais. Com o t oda boa dádiva é de Deus, assim , em part icular, é o fat o de t erm os
nascido de novo, e t odas suas conseqüências sant as e felizes provêm dEle. Um crist ão verdadeiro

283
chega a ser um a pessoa t ão diferent e da que era ant es das influências renovadoras da graça divina,
que é com o se fosse form ado de novo. devem os dedicar t odas as nossas faculdades ao serviço de
Deus, para que possamos ser uma espécie de primícias de suas criaturas.

Versículos 19- 21
Em lugar de inculpar a Deus quando sej am os subm et idos a provações, abram os nossos ouvidos e
corações para aprender o que nos ensina at ravés delas. Se os hom ens desej am governar suas
línguas, devem governar suas paixões. O pior que podemos aportar a qualquer disputa é a ira.
Eis aqui um a exort ação a separar e lançar fora com o roupa suj a t odas as prát icas pecam inosas.
I st o deve alcançar os pecados do pensam ent o e do afet o, e os pecados do falar e do fazer; a t oda
coisa corrupta e pecaminosa. Devemos render- nos à palavra de Deus com mentes humildes e dóceis
ao ensino. Devem os est ar dispost os a ouvir de nossos defeit os, e a t om á- los não só com paciência,
senão com grat idão. O obj et ivo da Palavra de Deus é fazer- nos sábios para salvação e os que se
propõem qualquer finalidade m alvada ou baixa ao prest ar- lhe at enção desonram o Evangelho e
desiludem suas próprias almas.

Versículos 22- 25
Se ouvíssem os um serm ão a cada dia da sem ana e um anj o do céu for o pregador, não nos
conduziria nunca para o céu se nos apoiarm os som ent e no ouvir. Os que são som ent e ouvidores
enganam- se a si m esm os; e o engano de si m esm o será achado, afinal, como o pior engano. Se nos
elogiarm os a nós m esm os é nossa própria falt a. A verdade não lisonj eia a ninguém , t al com o est á
em Jesus. a palavra da verdade deve ser cuidadosam ent e ouvida, com at enção, e exporá diant e de
nós a corrupção de nossa nat ureza, os desordens de nossos corações e de nossa vida; nos dirá
claram ent e o que som os. Nossos pecados são as m anchas que a lei deixa ao descobert o; o sangue
de Crist o é o lavam ent o que ensina o evangelho, m as ouvim os em vão a Palavra de Deus e em vão
olhamos para o espelho do Evangelho se vamos embora e esquecemos nossas manchas em lugar de
tirá- las lavando- as, e esquecem os nosso rem édio em vez de recorrer a ele. isso acont ece com os
que não escut am a palavra com o deveriam . Ao ouvir a palavra, olham os dent ro dela em procura de
conselho e guia, e quando a est udam os, t orna- se nossa vida espirit ual. Os que se m ant êm na lei e
na palavra de Deus são e serão abençoados em t odos seus cam inhos. Sua recom pensa de graça no
além estará relacionada com sua paz e consolo presentes.
Cada part e da revelação divina t em seu uso, levando o pecador a Crist o para salvação, e guindo-
o e exort ando- o a andar em liberdade pelo Espírit o de adoção, conform e aos sant os m andam ent os
de Deus. Not e- se a dist inção: o hom em não é abençoado por suas obras, senão em sua obra. Não é
falar senão andar o que nos levará ao céu. Crist o se t ornará m ais precioso para a alm a do crent e
que, por Sua graça, se tornará mais idônea para a herança dos santos em luz.

Versículos 26- 27
Quando os hom ens se esforçam por parecer m ais religiosos do que realm ent e são, é um sinal de
que sua religião é vã. Não refrear a língua, a pront idão para falar das falt as do próxim o, ou para
dim inuir sua sabedoria e piedade, são sinais de religião vã. O hom em que t em um a língua
caluniadora não pode ter um coração verdadeiramente humilde e bondoso.
As religiões falsas podem conhecer- se por suas im purezas e falt a de caridade. A religião
verdadeira nos ensina a realizar cada coisa com o est ando na presença de Deus. um a vida im aculada
deve ir unida ao am or e a caridade não fingidas. Nossa religião verdadeira é igual a m edida em que
est as coisas ganhem lugar em nosso coração e condut a. Lem brem o- nos que nada prest a em Crist o
Jesus salvo a fé que opera pelo am or, que purifica o coração, que subm et e as luxúrias carnais e que
obedece aos mandamentos de Deus.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 13 Todas as profissões de fé são vãs se não produzem amor e
justiça para os outros
Versículos 14- 26 As boas obras são necessárias para demonstrar a sinceridade
da fé que, de outro modo, não será mas vantagem que a fé
dos demônios

284
Versículos 1- 13
Os que professam fé em Crist o com o o Senhor da glória não devem fazer acepção de pessoas
sim plesm ent e pelas circunst âncias é aparências ext ernas, de um a m aneira que não concordam com
sua profissão de ser discípulos do hum ilde Jesus. aqui Tiago não anim a à rudeza nem à desordem ;
deve dar- se o respeit o civil, m as nunca de t al m odo que influencie nos procedim ent os dos crist ãos
para dispor dos ofícios da I grej a de Crist o ou para passar as censuras da igrej a, ou em algum a
quest ão da religião. O quest ionar- nos é algo que serve de m uit o em cada part e da vida sant a.
Façamo- lo com maior freqüência e aproveitemos toda ocasião para discorrer com as nossas almas.
Com o os lugares de adoração não podem ser edificados nem m ant idos sem cust os, pode result ar
apropriado que os que cont ribuem sej am acom odados de form a concordant e, no ent ant o, se t odos
fossem pessoas de m aior orient ação espirit ual, os pobres seriam t rat ados com m ais at enção do que
costuma acontecer nas congregações.
O est ado hum ilde é m ais favorável para a paz int erior e o crescim ent o na sant idade. Deus daria
riquezas e honra dest e m undo a t odos os crent es se fossem para seu bem , considerando que Ele os
t êm escolhido para que sej am ricos na fé e os t em feit o herdeiros de seu reino, que prom et eu
conceder a t odos os que o am am . Considere- se com quant a freqüência as riquezas conduzem ao
vício e à m aldade, e quão grandes recrim inações se faze, a Deus e à religião por part e de homens
ricos, poderosos e grandes no mundo; isso fará que este pecado pareça muito grave e néscio.
A Escrit ura dá com o lei am ar ao próxim o com o a um m esm o. est a lei é um a lei real que vem do
Rei de reis; e se os cristãos agem injustamente tornam- se convictos de transgressão pela lei.
Pensar que as nossas boas obras expiarão nossas m ás obras é algo que claram ent e nos conduz
que buscar out ra expiação. Conform e com a aliança de obras, t ransgredir qualquer m andam ent o
coloca ao hom em sob condenação, da qual nenhum a obediência pode livrá- lo, sej a passada,
presente ou futura.
I st o nos m ost ra a alegria dos que est ão em Crist o. podem os servi- o sem m edo escravizador.
Cont udo, Deus considera que é sua glória e felicidade perdoar e abençoar os que poderiam ser
condenados com j ust iça em seu t ribunal; e sua graça ensina que os que part icipam de sua
misericórdia devem imitá- la em sua conduta.

Versículos 14- 26
Erram os que t om am a só crença de noções do evangelho pelo t odo da religião evangélica, com o
fazem m uit os agora. Sem dúvida que a só fé verdadeira, pela qual os hom ens part icipam na j ust iça,
expiação e graça de Crist o, salva suas alm as; porém produz frut os sant os e se dem onst ra
verdadeira por seus efeit os nas obras deles, enquant o o só assent im ent o a qualquer form a de
dout rina ou crença hist órica de fat os difere t ot alm ent e da fé salvadora. A só profissão de fé pode
obter a boa opinião da gente piedosa, e em alguns casos pode obter coisas mundanas boas, mas, de
que aproveit a a alguém se ganhar o m undo e perder a sua alm a? Pode essa fé salvá- lo? t odas as
coisas devem ser cont adas com o proveit osas ou prej udiciais para nós, segundo t endam a prom over
ou a est orvar a salvação de nossas alm as. Est e lugar da Escrit ura m ost ra evident em ent e que um a
opinião ou assent im ent o ao evangelho, sem obras, não é fé. não há form a de m ost rar que crem os
realment e em Crist o, senão sendo diligent es em boas por m ot ivo do evangelho e para propósit os do
evangelho. Os hom ens podem vangloriar- se uns a out ros e orgulhar- se falsam ent e do que não t êm
em realidade.
Não se trata somente de conformar- se à fé, senão de aceder a ela; não se de consentir à verdade
da palavra, senão do aceder a receber a Crist o, crer verdadeiram ent e não é som ent e um at o do
entendimento, senão uma obra de todo o coração.
Por dois exem plos dem onst ra- se que a fé que j ust ifica não pode ser sem obras: Abraão e Raabe.
Abraão creu em Deus e lhe foi im put ado por j ust iça. A fé que produz t ais obras o levou a favores
peculiares. Ent ão vem os ( versículo 24) , com o é j ust ificado o hom em pelas obras, não pela só
opinião ou declaração, ou por crer sem obedecer, senão t endo a fé que produz boas obras. Ter de
negar sua própria razão, afetos e interesses é uma ação apta para provar a um crente.
Note- se aqui o m aravilhoso poder da fé para m udar os pecadores. A condut a de Raabe provou
que a fé dela era viva e t inha poder; dem onst rou que ela cria com seu coração e não som ent e por
consentimento intelectual.
Ent ão, prest em os at enção ao fat o de que as boas obras, sem fé, são obras m ort as, carent es de
raiz e princípio. Todo o que fazem os por fé é realm ent e bom , porque se faz em obediência a Deus e
para sua aceit ação: quando não há frut o é com o se a raiz est iver m ort a. A fé é a raiz, as boas obras
são os frut os e devem os ocupar- nos de t er am bas. Est a é a graça de Deus pela qual resist im os e à
qual devem os defender. Não há est ado int erm édio. Cada um deve viver com o am igo de Deus ou
com o inim igo dEle. Viver para Deus, que é conseqüência da fé, que j ust ifica e salvará, nos obriga a
não fazer nada em Sua contra, mas a fazer todo por Ele e para Ele.

285
CAPÍTULO 3
Versículos 1- 12 Advertências contra a conduta orgulhosa e a maldade da
língua desenfreada
Versículos 13- 18 A excelência da sabedoria celestial oposta à mundana

Versículos 1- 12
Som os ensinados a t em er um a língua desenfreada, com o um dos m ales m aiores. Os assunt os da
hum anidade são lançados na confusão pela língua dos hom ens. cada idade do m undo, e cada
condição de vida, privada ou pública, dá exemplos disto. O inferno tem a ver com o fomento do fogo
da língua m ais do que pensam geralm ent e os hom ens; cada vez que as línguas dos hom ens são
utilizadas de form a pecam inosa, est ão acesas com fogo do inferno. Ninguém pode dom ar a língua
sem a assist ência e a graça de Deus. o apóst olo não apresent e ist o com o um im possível, senão
com o ext rem am ent e difícil. Out ros pecados decaem com o t em po: est e piora m uit as vezes; vam os
ficando m ais perversos e esforçados a m edida que se det eriora a força nat ural e chegam os dias em
que não t em os prazer. Quando se domam e subm et em out ros pecados pelas doenças da idade, o
espírit o se t orna, com um ent e, m ais cort ant e, a nat ureza é arrast ada at é as fezes e as palavras
usadas se tornam mais apaixonadas.
A língua do homem refuta a si mesma, porque em um momento pretende adorar as perfeições de
Deus e referir a Ele t odas as coisas, e em out ro m om ent o, condena ainda aos hom ens bons se não
usam as m esm as palavras e expressões. A religião verdadeira não adm it e cont radições: quant os
pecados se evit ariam se os hom ens fossem sem pre coerent es! A linguagem piedosa e edificant e é o
produt o genuíno de um coração sant ificado; e ninguém que ent enda o crist ianism o espera ouvir
m aldições, m ent iras, j act âncias ou im propérios da boca do crent e m ais do que espera que um a
árvore produza o frut o de um a out ra. Porém , os fat os provam que são m ais os professant es que
conseguem refrear seus sent idos e apet it es do que conseguem refrear devidam ent e suas línguas.
Ent ão, dependendo da graça divina, cuidem os de abençoar e não de am aldiçoar; e apont em os a
sermos coerentes em nossas palavras e ações.

Versículos 13- 18
Est es versículos m ost ram a diferença ent re os hom ens que pret endem ser sábios e os que
realm ent e o são. Quem pensa ou fala bem não é sábio no sent ido das Escrit uras, se não vive e age
bem . A sabedoria verdadeira pode conhecer- se pela m ansidão do espírit o e do t em peram ent o. Os
que vivem em m aldade, invej a e cont enção, vivem em confusão; e est ão obrigados a ser
provocados e precipit ados em t oda m á obra. Tal sabedoria não vem do alt o, senão que brot a de
princípios, at os ou m ot ivos t errenos, e est á dedicada a servir a propósit os t errenos. Os que se
j act am de um a sabedoria assim devem cair na condenação do diabo. A sabedoria celest ial, descrit a
pelo apóst olo Tiago, é próxim a ao am or crist ão, descrit o pelo apóst olo Paulo; e am bos são descrit os
assim para que t odo hom em possa provar plenam ent e a realidade de seus logros nelas. Não t em
disfarce nem engano. Não pode cair nos m anej os que o m undo considera sábios, que são espert os e
mau- int encionados, senão que é sincera, abert a, const ant e, uniform e e coerent e consigo m esm a.
Que a pureza, a paz, a bondade, a docilidade e a m isericórdia sej am vist as em t odas as nossas
ações, e que os frut os da j ust iça abundem em nossa vida, provando que Deus nos t em out orgado
este excelente dom.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 10 Advertências contra os efeitos corruptos, e o amor deste
mundo, que é inimizade com Deus
Versículos 11- 17 Exortações a não empreender nenhum assunto na vida sem
a consideração constante da vontade e a providência de Deus

Versículos 1- 10
Já que t odas as guerras e brigas vêm das corrupções de nossos próprios corações, bom é
mortificar as concupiscências que lut am com os m em bros, as concupiscências m undanas e carnais
são m ales que não perm it em o cont ent am ent o nem a sat isfação. Os desej os e os afet os

286
pecam inosos im pedem a oração e a obra de nossos desej os para com Deus. Fiquem os em guarda
para não abusar ou usar m al da disposição do coração, as m isericórdias recebidas quando se
concedem as orações.
Quando os hom ens pedem prosperidade a Deus, cost um am pedir com m aus alvos e m ás
intenções. Se assim buscam os as coisas dest e m undo, é j ust o que Deus as negue. Os desej os
incrédulos e frios oram negações; podem os t er a cert eza de que nossas orações volt arão vazias
quando respondem à linguagem das concupiscências mais que a linguagem das virtudes.
Eis aqui um a clara advert ência a evit ar t odas as am izades crim inosas com est e m undo. A
orientação do m undo é inim izade cont ra Deus. um inim igo pode ser reconciliado, porém nunca a
"inimizade" . O hom em pode t er um a grande porção de coisas nest a vida e ser, não obst ant e,
m ant ido no am or de Deus, porém o que deposit a seu coração no m undo, o que se conform ará em
vez de largar essa am izade, é um inim igo para Deus. Assim , pois, qualquer que resolva em todos os
fat os est ar em bons t erm os com o m undo, deve ser inim igo de Deus. ent ão, os j udeus e os
professant es relaxados do crist ianism o, pensam que a Escrit ura fala em vão cont ra est a orient ação
do m undo? Ou o Espírit o Sant o que m ora em t odos os crist ãos ou na nova nat ureza que Ele cria,
produzem tal classe de fruto?
A corrupção nat ural se m ost ra invej ando. O espírit o do m undo nos ensina a acum ular, a em pilhar
para nós conforme a nossas próprias fantasias; Deus Espírito Santo nos ensina a estarmos dispostos
a fazer o bem a t odos os que nos rodeiam , segundo possam os. A graça de Deus corrigirá e curará
nosso espírito natural; e onde Ele dá graça, dá outro espírito que não é o do mundo.
O orgulhoso resist e a Deus; em seu ent endim ent o resist em as verdades de Deus; em sua
vontade resist em as lei de Deus; em suas paixões resist em a providência de Deus; port ant o, não é
raro que Deus resist a ao soberbo. Quão desgraçado o est ado dos que fazem de Deus seu inim igo!
Deus dará m ais graça ao hum ilde porque eles vêm sua necessidade dela, oram por ela, são
agradecidos por ela e eles a terão.
Submetam- se a Deus ( versículo 7) . Subm et a seu ent endim ent o à verdade de Deus; subm et a sua
vont ade à vont ade de Seu preceit o, à vont ade de Sua providência. Subm et am - se vocês m esm os a
Deus, porque Ele est á dispost o a fazer- lhes o bem . Se nos renderm os às t ent ações, o diabo nos
seguirá cont inuam ent e, m as se nos colocam os t oda a arm adura de Deus, e lhe resist im os, nos
deixará. Ent ão, subm et am - se a Deus os pecadores e busquem Sua graça e favor resist indo ao
diabo. Todo pecado deve lam ent ar- se; aqui com t rist eza sant a; no além, com m iséria et erna. O
Senhor não lhe negará consolo ao que lam ent e verdadeiram ent e o pecado, e exalt ará o que se
humilha ante Ele.

Versículos 11- 17
Nossos lábios devem estar governados pela lei da bondade, a verdade e a justiça. Os cristãos são
irm ãos. Quebrant ar os m andam ent os de Deus é falar m al deles e j ulgá- los, com o se nos pusessem
um a rest rição dem asiado grande. Tem os a lei de Deus, que é regra para t odo; não presum am os de
pôr nossas próprias noções e opiniões com o regra aos que nos rodeiam , e t enham os cuidado de não
sermos condenados pelo Senhor.
" Eia agora vós" (versículo 13) é um chamado a todo aquele que considera que sua conduta é má.
Quão dados são os hom ens m undanos e ast ut os a deixar fora de seus planos a Deus! quão vão é
buscar algo bom sem a bênção nem a direção de Deus! A fragilidade, a brevidade e a incert eza da
vida devem frear a confiança vã e presunçosa de t odos os proj et os para o fut uro. Podemos
estabelecer a hora e o m inut o da saída e o pôr- do- sol para am anhã, porém , não podem os fixar a
hora cert a em que se dissipará a névoa. Tão curt a, t ão irreal e dada a m urchar é a vida hum ana, e
t oda a prosperidade e o prazer que a acom panham ; m as a bênção ou o ai para sem pre serão
conforme a nossa conduta neste momento passageiro.
Sem pre devem os depender da vont ade de Deus, nossos t em pos não est ão em nossas m ãos,
senão a disposição de Deus. nossa cabeça pode estar cheia de preocupações e pensamentos por nós
m esm os, ou por nossas fam ílias ou am izades, porém a providência am iúde confunde nossos planos.
Todo o que pensem os e t udo o que façam os deve depender com subm issão de Deus. Néscio e
daninho é vangloriar- se de coisas m undanas e proj et os fut uros; produzirá grande desengano e
resultará destrutivo no final.
Os pecados de omissão e os de comissão serão levados a juízo. Será condenado tanto aquele que
não fizer o bem que sabe deve fazer e o que fizer o m al que sabe que não deve fazer. Oh, que
fossem os t ão cuidadosos para não om it ir a oração e ao descuidar a m ediação e o exam e de nossas
consciências, já que não devemos cometer crassos vícios externos contra a luz!

287
CAPÍTULO 5
Versículos 1- 6 Anúncio dos juízos de Deus contra os ricos incrédulos
Versículos 7- 11 Exortação à paciência e a mansidão nas tribulações
Versículos 12- 18 Advertência contra os votos apressados A oração
recomendada nas circunstâncias aflitivas e prósperas Os
cristãos devem confessar suas faltas uns aos outros
Versículos 19- 20 A felicidade de ser o médio para a conversão de um pecador

Versículos 1- 6
Os t ranst ornos públicos são os m ais penosos para os que vivem no prazer e são seguros e
sensuais em bora t odos os níveis sofram profundam ent e em t ais m om ent os. Todos os t esouros
idolat rados perecerão logo, salvo que sej am levant ados em j uízo cont ra seus possuidores. Cuidem -
se de defraudar e oprimir, e evitem até a aparência do mal. Deus não nos proíbe usar o prazer lícito,
porém viver no prazer, especialm ent e no prazer pecam inoso, é um pecado que provoca. Não
danifica as pessoas o não se equipar para preocupar- se pelos int eresses de suas alm as, m as dar- se
o gosto nos apetites carnais?
O j ust o pode ser condenado e m ort o, porém quando o t al sofre por part e de opressores, Deus o
percebe. Por sobre todos seus outros delitos, os judeus tinham condenado e crucificado ao Justo que
veio a eles, a Jesus Cristo, o Justo.

Versículos 7- 11
Pense no que espera um a colheit a de grão, e não esperará você um a coroa de glória? Se for
cham ado a esperar um pouco m ais que o cam ponês, não será que exist e algo m ais valioso que
esperar? Em t odo sent ido vem - se aproxim ando a vinda do Senhor e t odas as perdas, privações e
sofrim ent os de seu povo serão recom pensados. Os hom ens cont am com o longo o t em po porque o
m edem segundo suas próprias vidas, porém t odo o t em po é com o nada para Deus; é com o um
instant e. Uns quant os anos parecem séculos às criat uras de curt a vida; m as a Escrit ura, que m ede
todas as coisas pela existência de Deus, reconhece que milhares de anos são como alguns dias.
Deus fez coisas no caso de Jó para m ost rar claram ent e que Ele é m uit o com passivo e de t enra
m isericórdia. I st o não se vê durant e seus problem as, m as viu- se o result ado; e agora os crent es
encont ram um final feliz para suas provações. Nossa felicidade et erna est á segura se confiarm os
nEle: todo o resto é pura vaidade que logo será terminada para sempre.

Versículos 12- 18
Condena- se o pecado de j urar; m as quant os t om am com leviandade o j urar profano corriqueiro!
Tais j uram ent os lançam desprezo expresso cont ra o nom e e a aut oridade de Deus. Est e pecado não
produz ganho, prazer nem fam a, m as m ost ra um a inim izade cont ra Deus que não é necessária nem
dá proveit o. Most ra que o hom em é inim igo de Deus, por m ais que pret enda cham ar- se com seu
nom e, ou part icipar às vezes nos at os de adoração. Mas o Senhor não considerará inocent es os que
tomam Seu nome em vão.
No dia da aflição nada é m ais oport uno que a oração. Ent ão o espírit o est á m ais hum ilhado e o
coração, quebrant ado e am olecido. É necessário exercer fé e esperança nas aflições; e a oração é o
médio estabelecido para obter e incrementar essas graças.
Atente que a salvação do doente não se atribui à unção com óleo, senão à oração. Num momento
de enferm idade, não é a oração fria e form al a que é eficaz, senão a oração de fé. a grande coisa
que devem os rogar de Deus para Bom - Negócio e os out ros no t em po da doença é o perdão dos
pecados. Que nada se faça para est im ular a ninguém a dem orar, com a errada noção de que um a
confissão, um a oração, um a absolvição e a exort ação de part e de um m inist ro, ou o sacram ent o,
consert arão t odo no últ im o m om ent o, quando se t êm descuidado os deveres da vida piedosa. A
confissão m út ua de nossas falt as aj udará m uit o à paz e ao am or frat ernal. Muit o serve quando um a
pessoa j ust a, um crent e verdadeiro, j ust ificado em Crist o e por sua graça, que anda diant e de Deus
em sant a obediência, apresent a um a oração fervorosa eficaz, colocada em seu coração pelo poder
do Espírit o Sant o, a qual produz afet os e expect at ivas de fé, e assim guia com fervor a pedir as
promessas de Deus em seu trono de misericórdia.
O caso de Elias dem onst ra o poder da oração. Não devem os olhar para o m érit o do hom em
quando oram os, senão a graça de Deus. não bast a dizer um a oração, senão que devem os pedir na
oração. Os pensam ent os devem perm anecer fixos, os desej os devem ser firm es e ardorosos, e as
graças devem ser exercidas. Est e caso do poder da oração dá ânim os a t odo crist ão para orar
eficazmente. Deus nunca disse a ninguém da semente de Jacó: "Busquem em vão meu rosto". Ainda

288
que possa parecer que não é um grande m ilagre de Deus ao responder nossas orações, ainda há
muita graça.

Versículos 19- 20
Não é caract eríst ica do hom em piedoso ou sábio j act ar- se de est ar livre de erro ou negar- se a
reconhecer um a falha. Exist e um erro dout rinário no fundo de t odo erro prát ico. Habit ualm ent e
ninguém é mau se não se basear num princípio mau.
A conversão é fazer t ornar o pecador do erro de seu cam inho, e não só de um a part e a out ra ou
de um a noção a out ra, nem de um m odo de pensar a out ro. Não há form a de ocult ar eficaz e
definit ivam ent e o pecado, senão abandonando- o. Muit os pecados são impedidos por um converso;
tam bém pode fazer assim em out ros sobre os quais possa t er influência. A salvação de um a alm a é
de im port ância infinit am ent e m aior que preservar a vida de m ult idões ou fom ent ar o bem - est ar de
t odo um povo. Tenham os present e est as coisas em nossas diversas et apas, sem esquivar a dor ao
serviço de Deus, e o t em po provará que nosso t rabalho no Senhor não é em vão. Ele t em est ado
multiplicando o perdão por seis m il anos e ainda sua livre graça não est á cansada nem se t em
esgot ado. Cert am ent e a m isericórdia divina é um oceano que sem pre est á cheio e sem pre flui. Que
o Senhor nos dê um a part e de est a abundant e m isericórdia por m eio do desígnio de Crist o e da
santificação do Espírito.

1 PEDRO

As m esm as grandes dout rinas das epíst olas de são Paulo são aqui aplicadas aos m esm os
propósit os prát icos. Est a epíst ola é not ável pela doçura, a bondade e o am or hum ilde com que est á
escrit a. Dá um resum o, breve em bora claro, das consolações e das inst ruções necessárias para
est im ular e dirigir o crist ão em sua viagem ao céu, elevando seus pensam ent os e seus desej os a
essa felicidade e fort alecendo- o em seu cam inho cont ra a oposição procedent e da corrupção int erior
e das tentações e aflições exteriores.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 9 O apóstolo abençoa a Deus por seus benefícios especiais por
meio de Cristo
Versículos 10- 12 A salvação por Cristo anunciada na profecia antiga
Versículos 13- 16 Exortação à sua comunhão
Versículos 17- 25 Como convém a seus princípios, privilégios e obrigações

Versículos 1- 9
Est a epíst ola est á dirigida aos crent es em geral, que são est rangeiros em t oda cidade e país onde
m orem e est ão dissem inados por t odas as nações. Eles t êm que at ribuir sua salvação ao am or
escolhedor do Pai, a redenção do Filho e a sant ificação do Espírit o Sant o; e, assim , dar glória ao
Deus único em três Pessoas em cujo nome foram batizadas.
A esperança no vocabulário m undano se refere som ent e a um bem incert o, porque t odas as
esperanças m ínim as são inst áveis, edificadas sobre areia, e as esperanças do céu que t em o
m undano são conj ect uras cegas e sem fundam ent o. Porém , a esperança dos filhos do Deus vivo é
um a esperança viva; não só acerca de seu obj et o, senão t am bém em seu efeit o. Vivifica e consola
em t odas as angúst ias, capacit a para enfrent ar e superar t odas as dificuldades. A m isericórdia é a
font e de t udo isso; sim , grande m isericórdia e m isericórdia m últ ipla. Est a bem cim ent ada esperança
de salvação é um princípio ativo e vivo de obediência na alma do crente.
O t em a do gozo crist ão é a m em ória da felicidade colocada por diant e. É incorruptível, não pode
acabar; é um a fort una que não pode ser gast a. Tam bém é incontaminada, o que significa sua
pureza e perfeição. Imarcescível, porque não é m ais ou m enos prazerosa às vezes, senão sem pre a
m esm a, não m uda. Todas as possessões daqui est ão m aculadas com defeit os e falhas; ainda falt a
algo: casas lindas que t êm preocupações t rist es pairando em volt a de seus t et os dourados e bem
pint ados; leit os m oles e m esas cheias, am iúde com corpos doent es e est ôm agos revolvidos. Todas
as possessões est ão m aculadas de pecado, sej a ao obt ê- las ou ao usá- las. Quão prest es est am os

289
para fazer das coisas que t em os ocasião e inst rum ent o de pecado, e pensar que não há liberdade
nem deleit e em seu uso, sem abusar delas! As possessões m undanas são incert as e logo passam
com o as flores e as plant as do cam po. I sso deve ser do m ais elevado valor, j á que se coloca no
m elhor lugar e m ais elevado: o céu. Dit osos aqueles cuj os corações põe o Espírit o Sant o nest a
herança. Deus não só dá graça a seu povo, senão que o preserva para glória.
Cada crent e sem pre t em algo em que pode regozij ar- se grandem ent e; ist o deve dem onst rar- se
no semblante e na conduta. O Senhor não aflige por gosto embora seu sábio amor costuma designar
provas agudas para m ost rar o coração de seu povo e para fazê- lhes o bem afinal. O ouro não
aum ent a por ser provado no fogo, t orna- se m enor; porém a fé se afirm a e m ult iplica pelas
t ribulações e aflições. O ouro deve perecer no final e som ent e pode com prar coisas perecíveis,
enquant o que a prova da fé será achada para louvor, honra e glória. I st o deve reconciliar- nos com
as aflições presentes. Busquem os ent ão crer na excelência de Crist o em si e em seu am or por nós;
ist o acenderá um fogo t al no coração que o elevará em um sacrifício de am or com Ele. A glória de
Deus e nossa própria felicidade est ão t ão unidas que se agora procurarm os sinceram ent e um a,
obt erem os a out ra, quando a alm a j á não est ej a m ais suj eit a ao m al. A cert eza dest a esperança é
como se os crentes já a tivessem recebido.

Versículos 10- 12
Jesus Crist o foi o t em a principal dos est udos dos profet as. A indagação deles nos sofrim ent os de
Crist o e as glória que se seguiriam , conduziram a um a visão de t odo o evangelho, cuj o resum o é
que Cristo Jesus foi entregue por nossas ofensas e levantado de novo para nossa justificação.
Deus se agradou em responder as nossas necessidades m ais que aos nossos pedidos. A dout rina
dos profet as é a dos apóst olos concorda exat am ent e, pois vem do m esm o Espírit o de Deus. O
Evangelho é a m inist ração do Espírit o; seu êxit o depende de sua operação e bênção. Ent ão,
busquemos com diligência as Escrituras que contêm a doutrina da salvação.

Versículos 13- 16
Com o o viaj ant e, o at let a, o guerreiro e o t rabalhador recolhem suas vest es longas e solt as, para
est ar preparados para suas at ividades, assim façam os crist ãos com suas m ent es e afet os. Sej am
sóbrios, vigiem cont ra t odos os perigos e inim igos espirit uais e sej am m oderados em t oda condut a.
Sej am sóbrios na opinião e na condut a e hum ildes em seus j uízos sobre vocês m esm os. Um a
confiança firme e perfeita na graça de Deus harmoniza com os melhores esforços em nosso dever.
A sant idade é o desej o e o dever de t odo crist ão. Deve est ar em t odos os assunt os, em cada
condição, e para t oda a gent e. Devem os vigiar e orar especialm ent e em cont ra dos pecados aos que
nos inclinam os. A palavra escrit a de Deus é a regra m ais segura de vida do crist ão, e por essa regra
se nos ordena sermos santos em tudo. Deus faz santos aos que salva.

Versículos 17- 25
A sant a confiança em Deus com o Pai e o t em or que lhe é devido com o Juiz, harm onizam ; e
considerar sem pre a Deus com o Juiz o faz querido com o Pai para Nort e. Se os crent es fazem o m al,
Deus os visit ará com corret ivos. Ent ão, os crist ãos não devem duvidar da fidelidade de Deus a suas
prom essas, nem dar lugar ao t em or escravizador por Sua ira, m as devem reverenciar Sua
santidade. O professo que não t em e est á indefeso e Sat anás o cat iva a sua vont ade; o professo
desalentado não t em coração que o valha para servir- se de suas vant agens e é levado facilm ent e a
render- se.
O preço pago pela redenção do homem foi o precioso sangue de Cristo.
Não só a conversação francam ent e perversa, senão a que não aproveit a é alt am ent e perigosa,
em bora se diga que é por cost um e. Néscio é resolver: " Eu viverei e m orrerei de t al m odo, pois
assim fizeram os meus antepassados".
Deus t inha propósit os de favor especial para seu povo m uit o ant es que m anifest asse sua graça a
eles. Mas a clareza da luz, os suport es da fé, o poder das ordenanças, são t odos m uit o m aiores que
o que ant es foram , desde que Crist o veio à t erra. O consolo dist o é que t endo sido feit os um com
Crist o pela fé, sua glória present e é um a garant ia de que onde Ele est iver, t am bém est arem os nós
( Jo 14.3) . A alm a deve ser purificada ant es que possa abandonar seus próprios desej os e
indulgências. A palavra de Deus im plant ada no coração pelo Espírit o Sant o é um m édio de vida
espirit ual, que nos est im ula ao dever, operando um a m udança t ot al nas disposições e afet os da
alma, até que a conduz à vida eterna.
Em cont rast e com a excelência do hom em espirit ual renovado, com o nascido de novo, not e- se a
vaidade do hom em nat ural. Em sua vida e em sua queda, é com o a erva, a flor da erva, que logo
m urcha e m orre. Devem os ouvir, receber e am ar a sant a palavra viva, e arriscar t udo ant es que
perdê- la; devemos eliminar todas as outras coisas do lugar devido a ela. Devemos alojá- la em nosso

290
coração com o nosso único t esouro e prenda segura do t esouro de glória que há para os crent es no
céu.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 10 Recomendação de um temperamento que corresponda com o
caráter cristão do nascido de novo
Versículos 11- 12 Deve haver uma conversação santa entre os gentios
Versículos 13- 17 Exortação aos súbditos a render uma justa obediência a seus
governantes civis
Versículos 18- 25 Também os servos a seus amos, e a todos para que sejam
pacientes conforme com o exemplo do Salvador sofredor

Versículos 1- 10
Falar mal é sinal de maldade e engano no coração e estorva nosso proveito pela palavra de Deus.
A vida nova necessit a um alim ent o idôneo. Os infant es desej am leit e e fazem por ela o m elhor que
podem conform e a sua capacidade; assim devem ser os desej os do crist ão pela palavra de Deus. A
vida nova necessit a um alim ent o idôneo. Os infant es desej am leit e e fazem por ela por m elhor que
podem conform e com a sua capacidade; assim devem ser os desej os do crist ão pela palavra de
Deus. Nosso Senhor Jesus Crist o é m uit o m isericordioso conosco, m iseráveis pecadores, e t em
plenit ude de graça. Mas at é o m elhor dos servos de Deus nest a vida t em som ent e um a ant ecipo das
consolações de Deus.
Crist o é cham ado de Rocha para ensinar a seus servos que Ele é a prot eção e a segurança deles,
o fundamento sobre o qual são edificados. Ele é precioso na excelência de sua natureza, a dignidade
de seu ofício e a glória de seus serviços. Todos os crent es verdadeiros são um sacerdócio santo;
sagrado para Deus, serviçal com os out ros, dot ados de dons e graças celest iais. Mas os sacrifícios
mais espirituais do melhor em oração e louvor não são aceitáveis senão por meio de Jesus Cristo.
Ele é a pedra angular que une a t odo o núm ero de crent es num t em plo et erno,e suport a o peso
de t oda a const rução. Escolhido ou eleit o para um fundam ent o que é et erno. Precioso além de t oda
com paração por t udo o que possa t er valor. Ser edificado em Crist o significa crer nEle; porém nist o
se enganam m uit os a si m esm os, não consideram o que é, nem a necessidade de part icipar da
salvação que Ele t em operado. Em bora a est rut ura do m undo est iver caindo aos pedaços, o hom em
que est á edificado sobre est e fundam ent o pode ouvi- lo sem t em er. Ele não será confundido. A alm a
crente se apressa em ir a Cristo, mas nunca encontra causa para apressar- se a fugir dEle.
Todos os crist ãos verdadeiros são linhagem escolhida; const it uem um a grande fam ília, um povo
dist int o do m undo: de out ro espírit o, princípio e cost um e; que nunca poderiam ser se não fossem
escolhidos em Crist o para ser t ais e serem sant ificados por seu Espírit o. O prim eiro est ado deles é
de grandes t revas, m as são t irados delas para um est ado de gozo, prazer e prosperidade, para que
mostrem os louvores do Senhor pela profissão de Sua verdade e sua boa conduta.
Quão enorm es são suas obrigações para com Ele, que os t êm feit o seu povo, e lhes t êm
mostrado misericórdia!
Est ar sem est a m isericórdia é um est ado espant oso, em bora o hom em t enha t odos os prazeres
m undanos. Nada há que opere o arrependim ent o t ão bem com o o pensam ent o corret o acerca da
m isericórdia e do am or de Deus. não nos at revam os a abusar nem a enfrent ar a livre graça de Deus
se quiserm os ser salvos por ela; t odavia, t odos os que queiram ser cont ados ent re os que obt êm
misericórdia, andem como Seu povo.

Versículos 11- 12
Até o melhor dos homens, a linhagem escolhida, o Povo de Deus, deve ser exortado a guardar- se
dos piores pecados. As concupiscências carnais são as m ais dest ruidoras para a alm a do hom em . É
um juízo doloroso ser entregue a elas.
Existe um dia de visit ação que vem , no qual Deus pode cham ar ao arrependim ent o por Sua
Palavra e Sua graça; ent ão, m uit os glorificarão a Deus e as sant as vidas de seu povo t erão
promovido a feliz mudança.

Versículos 13- 17
A condut a do crist ão deve ser honest a; o qual não pode ser se não se cum prem j ust a e
cuidadosam ent e t odos os deveres relacionados; o apóst olo os t rat a aqui com claridade. Considerar
esses deveres é a vont ade de Deus; em conseqüência, é dever do crist ão e o m odo de silenciar as

291
calunias vis dos homens ignorantes e néscios. Os cristãos devem propor- se, em todas suas relações,
conduzir- se ret am ent e para que não façam de sua liberdade um m ant o ou cobert a de algum a
maldade, ou descuido do dever, senão que devem lembrar que são servos de Deus.

Versículos 18- 25
Os criados daqueles t em pos em geral eram escravos, e t inham am os pagão, que cost um avam
utilizá- los com crueldade; m as o apóst olo os inst rui a que se subm et am a seus am os colocados
sobre eles pela providência, com o t em or de desonrar ou ofender a Deus. Não som ent e aos
agradados com o serviço razoável, senão com os severos e com os que se irrit am sem causa. A m á
condut a pecam inosa de um a pessoa não j ust ifica a condut a pecam inosa da out ra; o servo t em de
cum prir seu dever apesar de que o am o sej a pecam inosam ent e perverso e m alvado. Cont udo, os
amos deveriam ser mansos e bons com seus servos e inferiores.
Que glória ou dist inção haveria em que os crist ãos professos sej am pacient es quando suas falt as
são corrigidas? Mas quando se com port am bem e são m alt rat ados pelos am os pagãos, soberbos e
apaixonados, o suportam sem queixas, sem ira e sem propósitos de vingança, e perseveram em seu
dever, ist o será aceit ável para Deus com o efeit o dist int ivo de sua graça e será recom pensado por
Ele.
A m ort e de Crist o t inha o propósit o não só de ser exem plo de paciência nos sofrim ent os, senão
de levar os nossos pecados; suport ou o cast igo deles, e com isso sat isfez a j ust iça divina. Por isso,
nos são t irados. Os frut os dos sofrim ent os de Crist o são a m ort e do pecado, e um a nova vida sant a
de j ust iça; delas t em os exem plo, m ot ivações poderosas e capacidade para cum pri- los, pela m ort e e
ressurreição de Crist o. Nossa j ust ificação: Crist o foi m oído e crucificado com o sacrifício por nossos
pecados, e por suas chagas foram saradas as enfermidades de nossa alma.
Aqui est á o pecado do hom em : ele se descam inha e ist o é seu próprio at o. Sua desgraça: ele se
afast a do redil, do Past or e do rebanho e, assim , se expõe a perigos sem cont a. Aqui est á a
recuperação pela conversão; agora volt am com o efeit o da graça divina. De t odos os erros e desvios
regressam a Crist o. os pecadores sem pre est ão descam inhados ant es de sua conversão; a vida
deles é um contínuo erro.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 7 Os deveres das esposas e dos esposos
Versículos 8- 13 Os cristãos são exortados a harmonizar
Versículos 14- 22 Exortados à paciência nas perseguições por amor a justiça,
considerando que Cristo sofreu com paciência

Versículos 1- 7
A esposa deve cum pri seu dever para com seu esposo, ainda que ele não obedeça a palavra.
Diariam ent e vem os quão de pert o observam os hom ens m alvados os cam inhos e a vida dos que
professam a religião. Não se proíbe vest ir- se bem , senão a vaidade e o cust oso das vest im ent as. A
gente religiosa deve cuidar que toda sua conduta responda a sua profissão, mas quão poucos sabem
qual é a m edida corret a e os lim it es das duas necessidades da vida: com ida e vest im ent a! A m enos
que a pobreza sej a nossa faca e não nos perm it ir, escassam ent e haverá um que não desej e algo
além do que é bem para nós. Muit os m ais são cont em plados na baixeza de sua sit uação que na
hum ilde de sua m ent e; e m uit os não est ão assim de lim it ados, m as desperdiçam seu t em po e
dinheiro em trivialidades.
O apóst olo m anda as m ulheres crist ãs a colocar- se algo que não é corrupt ível, que em beleza a
alm a: as virt udes do Espírit o Sant o de Deus. a principal preocupação da crist ã verdadeira est á em
ordenar ret am ent e seu próprio espírit o. I st o fará m ais por est abilizar os afet os e est im ular a est im a
do m arido que os ornam ent os est udados ou a roupa de m oda, acom panhada por um t em peram ent o
agressivo e perverso. As crist ãs devem cum prir seu dever um as com as out ras com um a m ent e
dispost a e por obediência ao m andam ent o de Deus. as esposas devem submeter- se a seus maridos,
não por m edo ou t error, senão pelo desej o de com port ar- se bem e com prazer a Deus. o dever do
m arido para com sua m ulher im plica respeit á- la devidam ent e, m ant er sua aut oridade, prot egê- la e
deposit ar sua confiança nela. Elas são co- herdeiras de t odas as bênçãos dest a vida e da vindoura, e
devem viver pacificam ent e os uns com as out ras. A oração dulcifica a condut a. Não bast a que orem
com a fam ília; m arido e m ulher devem orar j unt os a sós e com seus filhos. Os que est ão
familiarizados com a oração, acham um a doçura indizível nela, t al que não serão incom odados nela.
Vive santamente para que ores muito; e ora muito para que vivas santamente.

292
Versículos 8- 13
Em bora os crist ãos não sem pre est ej am exat am ent e em unanim idade, podem , cont udo,
compadecer- se uns a outros, e amar- se como irmãos.
Se um hom em desej ar viver com odam ent e na t erra ou possuir a vida et erna no céu, deve frear
sua língua das palavras m ás, abusivas e enganosas. Deve abandonar as m ás ações e abst er- se
delas, fazer t odo o bem que puder, e buscar a paz com t odos os hom ens. porque Deus, oniscient e e
present e em t odo lugar, vigia sobre os j ust os e se encarrega de cuidá- los. Ninguém pode nem deve
danificar os que im it am o exem plo de Crist o, que é a bondade perfeit a e que fez o bem aos outros e
a seus seguidores.

Versículos 14- 22
Sant ificam os a Deus ant e os out ros quando a nossa condut a os convida e est im ula a glorificá- lo e
honrá- lo. Qual era a base e a razão da esperança deles? Sej am os capazes de defender nossa
religião com m ansidão no t em or de Deus. Não há lugar para out ros t em ores onde est á est e grande
t emor: não perturba.
A consciência é boa quando execut a bem seu ofício. Em t rist e condição est á a pessoa na qual o
pecado e o sofrim ent o se encont ram ; o pecado faz que o sofrim ent o sej a ext rem o, desconsolado e
dest ruidor. Seguram ent e é m elhor sofrer por fazer o bem que por fazer o m al que a nossa nat ural
impaciência sugira em ocasiões.
O exem plo de Crist o é um argum ent o em prol da paciência quando se sofre. No caso do
sofrimento de nosso Senhor, Ele não conheceu pecado, mas sofreu em lugar dos que não conheciam
a justiça. A int enção e a finalidade bendit a de nosso Senhor foi reconciliar- nos com Deus e levar- nos
à glória et erna. Foi levado à m ort e em sua nat ureza hum ana, m as foi ressuscit ado pelo poder do
Espírito Santo. Se Cristo não pôde ser liberado dos sofrimentos, por que pensam os cristãos que eles
sim deveriam?
Deus t om a not a exat a dos m édios e das vant agens que t em a gent e de t oda época. Enquanto ao
m undo ant igo, Crist o enviou seu Espírit o advert indo a Noé. Cont udo, em bora a paciência de Deus
espera por m uit o t em po, afinal cessará. Os espírit os dos pecadores desobedient es, t ão logo com o
est ão fora de seus corpos, são ent regues à prisão do inferno, onde est ão agora os que desprezaram
a advertência de Noé, e desde a qual não há redenção.
A salvação de Noé na arca, boiando sobre a água, que o levou p sobre o dilúvio, logrou a
salvação eterna dos crentes pelo batismo do Espírito Santo. Para evitar erros, o apóstolo declara que
quer dizer por bat ism o que salva: não a cerim ônia ext erna do lavado com água que, por si m esm a,
não faz senão tirar a imundícia da carne, senão o batismo do qual a água batismal é um sinal. Não é
a ordenança ext erna, m as o hom em , pela regeneração do Espírit o, é capacit ado para arrepender- se
e professar a fé, e propor- se a vida nova, retamente, e como em presença de Deus. Cuidemo- nos de
não apoiar- nos nas form as ext ernas. Aprendam os a olhar espirit ualm ent e as ordenanças de Deus e
a inquirir pelo efeit o espirit ual e a obra delas em nossas consciências. Nós desej aríam os que t oda a
religião se reduzisse a coisas ext ernas, porém m uit os dos que foram bat izados e part iciparam
const ant em ent e das ordenanças, t êm cont inuado sem Crist o, m orreram em seus pecados e agora
est ão além do resgat e. Ent ão, não descansem at é serem lim pos pelo Espírit o de Crist o e o sangue
de Cristo. Sua ressurreição dentre os mortos é o que nos assegura a purificação e a paz.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 6 Insta- se a considerar os sofrimentos de Cristo para a pureza
e a santidade
Versículos 7- 11 O final próximo do estado judaico como razão para a
sobriedade, a vigilância e a oração
Versículos 12- 19 Exorta- se aos crentes a regozijar- se e gloriar- se nas
repreensões e nos sofrimentos por Cristo, e a encomendarem
suas almas ao cuidado do fiel Deus

Versículos 1- 6
Os m elhores e m ais firm es argum ent os cont ra o pecado se t om am dos sofrim ent os de Crist o. Ele
m orreu para dest ruir o pecado; e em bora se subm et eu j ubilosam ent e aos piores sofrim ent os, nunca
deu lugar ao menor pecado. As tentações não poderiam dominar se não fosse pela própria corrupção
do hom em ; m as os crist ãos verdadeiros fazem da vont ade de Deus, e não de seus próprios desej os
nem luxúria, a regra de sua vida e de suas ações. A conversão verdadeira produz um a m udança

293
m aravilhosa no coração e na vida. Alt era a m ent e, o j uízo, os afet os e a condut a. Quando o hom em
se convert e verdadeiram ent e, result a- lhe m uit o t rist e pensar com o perdeu o t em po passado de sua
vida.
Um pecado t raz out ro. Aqui se m encionam seis pecados que dependem uns dos out ros. dever do
crist ão é não só guardar- se da m aldade crassa, senão t am bém das coisas que conduzem ao pecado
ou que t êm aparência de m al. O evangelho t inha sido pregado aos que desde ent ão est avam
mort os, que pelo j uízo carnal e orgulhoso dos hom ens ím pios foram condenados com o m alfeit ores,
sofrendo alguns at é a m ort e. Porém , sendo vivificados para a vida divina pelo Espírit o Sant o,
viveram para Deus com o seus servos devot os. Os crent es não devem t em er em bora o m undo
zombe deles e lhes faça recriminações.

Versículos 7- 11
Muit o próxim a est ava a dest ruição da igrej a e da nação j udaica, anunciadas por nosso Salvador.
A rápida aproxim ação da m ort e e do j uízo concerne a t odos nós, e que isso as nossas m ent es são
conduzidas nat uralm ent e por est as palavras. Nosso próxim o fim é um argum ent o poderoso para nos
fazer sóbrios em todos os assuntos mundanos, e fervorosos na religião.
Há t ant as coisas m ás em t odos, que Sat anás prevalecerá para incit ar divisões e discórdias, se o
am or não cobre, escusa e perdoa os erros e as falt as dos out ros, pelas quais cada um necessit a da
t olerância do próxim o. Todavia, não devem os supor que o am or encobrirá ou em endará os pecados
dos que os praticam, como para induzir a Deus a perdoá- los.
A nat ureza da obra crist ã, que é obra elevada e difícil, a bondade do Am o, e a excelência da
recom pensa, t udo requer que nossos esforços sej am sérios e fervorosos. Em t odos os deveres e os
serviços da vida, devem os apont ar à glória de Deus com o nosso fim principal. Miserável e inst ável é
o que se aferra a si m esm o e se esquece de Deus; som ent e est á confundido por seu m érit o, lucro e
baixos fins, que freqüent em ent e frust ram e que, quando alcançados, ele e eles devem perecer
junt os em pouco t em po. Porém , quem se t iver ent regado t ot alm ent e a Deus pode dizer
confiadam ent e que o Senhor é sua porção e que nosso Senhor senão a glória por j ust iça é sólida e
duradoura: isso dura para sempre.

Versículos 12- 19
O Espírito Santo é glorificado com a paciência e a fortaleza no sofrimento, com a dependência das
prom essas de Deus e por guardar a palavra que o Espírit o Sant o t em revelado; t odavia, é insult ado
e blasfem ado pelo desprezo e as repreensões aos crent es. Alguém pensaria que as precauções são
desnecessárias para os cristãos, porém seus inimigos os acusam falsamente de crimes horríveis. Até
o m elhor dos hom ens necessit a ser precavido cont ra o peso dos pecados. Não há consolo nos
sofrim ent os quando no- los acarret am os por nosso próprio pecado e t olice. Um a época de
calam idade universal se aproxim a, com o o predisse nosso Salvador ( Mt 24.9- 10) . Se t ais coisas
acontecem nesta vida, quão horrível será o dia do juízo!
Verdade é que os j ust os apenas se são salvos, at é os que se propõem andar ret am ent e nos
cam inhos de Deus. Isto não significa que o propósito e a obra de Deus sejam incertos; senão que só
alude às grandes dificuldades e encont ros duros do cam inho; que eles passam por t ant as t ent ações
e t ribulações, por t ant as lut as de fora e t ant os t em ores de dent ro. Todavia, t odas as dificuldades
ext ernas seriam com o nada se não fosse pela luxúria e a corrupção int erna. Est es são os piores
im pedim ent os e dificuldades. Se o cam inho do j ust o é t ão duro, ent ão, quão duro será o final do
pecador ímpio que se compraz no pecado, e pensa que o justo é néscio por todas suas dores!
A única m aneira de m ant er bem a alm a é encom endá- la a Deus pela oração e a perseverança
paciente no bem agir. Ele vencerá todo para a vantagem definitiva do crente.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 4 Exortação e estímulo aos anciãos
Versículos 5- 9 Os cristãos mais jovens devem submeter- se aos anciãos, e
ceder com humilde e paciência ante Deus, e devem ser
sóbrios, vigilantes e firmes na fé
Versículos 10- 14 Orações por seu crescimento

Versículos 1- 4
O apóst olo Pedro não ordena, exort a. Não reclam a poder de governo sobre t odos os past ores e
igrej as. Era honra part icular de Pedro e de out ros poucos, o ser t est em unha dos sofrim ent os de

294
Crist o; porém é privilégio de t odo verdadeiro crent e part icipar da glória que será revelada. Est es
cristãos pobres, dispersos e sofridos, eram a grei de Deus, redimida para Deus pelo grande Pastor, e
vivem em sant o t em or e com unhão, conform e com a vont ade de Deus. Tam bém são dignificados
com o t ít ulo de herdade de Deus ou sacerdócio de Deus. A porção peculiar escolhida para seu povo,
é desfrut ar de seu especial favor, e dar- lhe um serviço especial. Crist o é o príncipe dos past ores de
t oda a grei e herdade de Deus. Todos os m inist ros fiéis receberão um a coroa im arcescível de glória,
infinitamente melhor e mais honrosa que toda a autoridade, riqueza e prazer do mundo.

Versículos 5- 9
A hum ildade preserva a paz e a ordem em t odas as igrej as e sociedade crist ãs; o orgulho a
perturba. Quando Deus dá graça para ser humilde, também dá diabos, fé e santidade. Ser humilde e
submeter- se a nosso Deus reconciliado, t raz m ais consolo a alm a que os deleit es da soberba e da
am bição. Mas é a seu devido t em po; não no t em po que você im agina, senão no t em po que Deus
t em est abelecido sabiam ent e. Ele espera, e não esperará você? Quant as dificuldades superará a
firme crença em sua sabedoria, poder e bondade! Então, humilhem- se baixo Sua mão.
" Lançando sobre ele t oda a vossa ansiedade" , preocupações pessoais, angúst ias fam iliares,
ansiedade pelo present e, cuidados pelo fut uro, por vocês m esm os, por out ros, pela igrej a, lancem -
no t udo sobre Deus. são cargas onerosas, e cost um am ser m uit o pecam inosas quando t êm suas
raízes na desconfiança e na incredulidade, quando t ort uram e dist raem a m ent e, nos anulam para o
serviço e im pedem que nos sint am os cont ent es no serviço de Deus. o rem édio é lançar nossa
solicit ude sobre Deus, e deixar t odo acont ecim ent o a disposição de Sua graça e sabedoria. A crença
firm e em que a vont ade e os conselhos divinos são corret os acalm a o espírit o do hom em . Em
verdade o piedoso cost um a esquecer ist o, e se angúst ia sem necessidade. Rem et am - no t odo à boa
disposição de Deus. As m inas de ouro de t odas as consolações e bens espirit uais são Suas e do
Espírit o m esm o. Ent ão, não nos dará o que é bom para nós, se hum ildem ent e esperam os nEle, e
lançamos sobre Sua sabedoria e amor a carga de prover- nos?
Todo o plano de Sat anás é devorar e dest ruir alm as. Ele sem pre est á m aquinando a quem caçar
para levá- lo à ruína et erna. Nosso claro dever é serm os sóbrios; ist o é, governar o hom em ext erior
e o int erior com as regras da t em perança. Vigiem : suspeit em do perigo const ant e dest e inim igo
espirit ual, evit em com at enção e diligência seus desígnios. Sej am firm es, sólidos, pela fé. O hom em
não pode lut ar num pânt ano, onde não há um pont o firm e onde apoiar o pé; som ent e a fé
subministra um apoio. Eleva a alma ao terreno sólido da avançada das promessas, e ali se assegura.
A consideração do que outros sofrem é boa para animar- nos a suportar nossa parte em toda aflição;
em qualquer form a ou por qualquer m édio que Sat anás nos at aque, podem os saber que nossos
irmãos têm passado pelo mesmo.

Versículos 10- 14
Em conclusão, o apóst olo ora a Deus por eles, com o o Deus de t oda graça. Aperfeiçoará quer
dizer seu progresso rum o à perfeição. Confirmará refere- se à cura de nossa nat ural leviandade e
inconstância. Fortificará t em a ver com o crescim ent o das virt udes, especialm ent e nas que est am os
m ais baixos e fracos. Fortalecerá significa fixar- se sobre um fundam ent o firm e, e pode referir- se
Àquele que é o fundamento e força do crente. O poder destas doutrinas no coração, e seus frutos na
vida, m ost ram quem são part icipes da graça de Deus. A conservação e o crescim ent o no am or
crist ão, e no afet o m út uo, não é quest ão de um a saudação vazia, senão a m arca e sinal de Jesus
sobre seus seguidores. Out ros podem t er um a falsa paz durant e um t em po, e os m alvados podem
desejá- la para si mesmos e para seus iguais; porém, a deles é uma vã esperança, e chegará a nada.
Em Cristo encontra- se uma paz sólida, a qual flui dEle.

2 PEDRO

Esta epístola está claramente conectada com a anterior de Pedro. Tendo expressado as bênçãos a
que Deus cham a aos crist ãos, exort a os que t êm recebido est es dons preciosos a propor- se
melhorar em graça e virt ude. Os inst a a ist o pela m aldade dos falsos m est res. Os advert e cont ra os
im post ores e os t rapaceiros, reprovando suas falsas afirm ações ( capít ulo 3.1- 7) , e m ost rando por
que se retarda o grande dia da vinda de Cristo, com a descrição de suas espantosas circunstâncias e
conseqüências; dando exortações apropriadas à diligência e à santidade.

295
CAPÍTULO 1
Versículos 1- 11 Exortações a agregar à fé o exercício de diversas virtudes
Versículos 12- 15 O apóstolo espera sua iminente morte
Versículos 16- 21 E confirma a verdade do evangelho relacionando- o com a
manifestação de Cristo para o juízo

Versículos 1- 11
A fé une verdadeiram ent e a Crist o com o crent e fraco e com o fort e, e purifica realm ent e o
coração de um e de out ro; t odo crent e sincero é j ust ificado aos olhos de Deus por sua fé. a fé opera
santidade e produz efeitos na alma que nenhuma outra graça pode produzir. Em Cristo habita toda a
plenit ude e o perdão, a paz, a graça e o conhecim ent o, e os novos princípios são assim dados por
meio do Espírito Santo.
As prom essas para os que são part icipes da nat ureza divina nos farão inquirir se são realm ent e
renovadas no espírit o de nossa m ent e; volt em os t odas est as prom essas em orações pela graça
t ransform adora e purificadora do Espírit o Sant o. O crent e deve agregar conhecim ent o a sua virt ude,
incrementar a familiaridade com toda a verdade e a vontade de Deus. devemos agregar temperança
ao conhecim ent o; m oderação pelas coisas m undanas; e à t em perança devem os agregar paciência,
pela qual suport am os t odas as calam idades e as cruzes em silêncio e subm issão. À paciência
devem os agregar piedade: ist o inclui os sant os afet os e disposições achados no verdadeiro adorador
de Deus; com t enro afet o por t odos seus sem elhant es crist ãos que são filhos do m esm o Pai, servos
do m esm o Am o, m em bros da m esm a fam ília, viaj ant es para o m esm o país, herdeiros do m esm o
legado. Port ant o, os crist ãos devem labut ar para alcançar a cert eza de sua vocação e eleição,
acreditando e fazendo o bem; e esforçar- se nisso cuidadosamente é um argumento firme da graça e
misericórdia de Deus que os sustenta para que não caiam completamente.
Os que são diligent es na obra da religião, t erão um a ent rada t riunfal no reino et erno onde reina
Crist o, e eles reinarão com Ele para sem pre j am ais; e é na prát ica de t oda boa obra onde devem os
esperar entrar no céu.

Versículos 12- 15
Devem os ser fundados na crença da verdade, para que não sej am os levados por qualquer vent o
de dout rina; e especialm ent e, na verdade que necessit am os saber em nosso dia o que corresponde
a nossa paz, e que se opõe a nosso t em po. o corpo não é senão um t abernáculo ou t enda da alm a.
é um a m orada vil e m óvel. A proxim idade da m ort e faz diligent e ao apóst olo no negócio da vida.
Nada pode dar t ant a com post ura na perspect iva ou na hora da m ort e com o saber que cont inuam os
fiel e sim plesm ent e ao Senhor Jesus, e buscam os sua glória. Os que t em em o Senhor, falam de sua
paciência. Est e é o m odo de dissem inar o conhecim ent o do Senhor, e pela palavra escrit a eles são
capacitados para fazer isto.

Versículos 16- 21
O evangelho não é algo fraco, m as chega com poder ( Rm 1.16) . A lei coloca diant e de nós o
nosso m iserável est ado pelo pecado, m as nos deixa ali. Descobre nossa doença, m as não dá a
conhecer a cura. Ver a Jesus crucificado é o que cura a alm a. t rat em de dissuadir ao m undano
cobiçoso de sua avareza; um as gram as de ouro pesam m ais que t odas as razões. Ofereçam a um
hom em furioso, que não t em paciência para ouvir, t irar a ira com argum ent os. Trat em de det er o
libert ino, um sorrido é m ais fort e para ele que t oda razão. porém , cheguem com o evangelho e
exortem- nos com o precioso sangue de Jesus Crist o, derram ado para salvar suas alm as do inferno,
e para sat isfazer seus pecados e est a é a súplica poderosa que faz confessar aos hom ens bons que
seus corações ardiam por dent ro, e aos m aus com o Agripa, dizer que quase foram persuadidos a
serem cristãos (At 26.28).
Deus se com praz bem com Crist o e conosco nEle. Est e é o Messias que foi prom et ido, at ravés do
qual todos os que cremos nEle seremos aceitos e salvos.
A verdade e a realidade do evangelho são t am bém anunciadas pelos profet as e escrit ores do
Ant igo Test am ent o, que falaram e escreveram sob a influência do Espírit o de Deus, e conform e a
sua direção. Que firm e e segura deve ser nossa fé, que t em um a palavra t ão firm e e segura sobre a
qual apoiar- se! Quando a luz da Escrit ura do Espírit o Sant o de Deus alcança com o dardo a m ent e
cega e ao ent endim ent o ent revado, é com o a aurora que irrom pe, avança e se difunde por t oda a
alm a at é o dia ser perfeit o. Com o a Escrit ura é a revelação da m ent e e da vont ade de Deus, t odo
hom em deve esquadrinhá- la para ent ender seu sent ido e significado. O crist ão sabe que o livro é a
palavra de Deus, na qual saboreia a doçura, e sent e o poder, e vê a glória verdadeiram ent e divina.

296
E as profecias j á cum pridas na pessoa e salvação de Crist o, e nos grandes int eresses da igrej a e do
m undo, form am um a prova inquest ionável da verdade do crist ianism o. O Espírit o Sant o inspirou a
hom ens sant os para falarem e escreverem . Ele assist iu assim e os dirigiu para ent regar o que eles
t inham recebido dEle, para que eles expressassem claram ent e o que davam a conhecer. Assim que
as Escrit uras são para serem cont adas com o sem palavras do Espírit o Sant o e t oda a clareza e
sim plicidade, t odo o poder e t oda a propriedade das palavras e expressões, vêm de Deus. m ist ure a
fé com o que achar nas Escrit uras, e est im e e reverencie a Bíblia com o livro escrit o por hom ens
santos ensinados pelo Espírito Santo.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 9 Adverte- se aos crentes contra os falsos mestres, e a certeza
de seu castigo se mostra com exemplos
Versículos 10- 16 Uma descrição dos sedutores como excessivamente
malvados
Versículos 17- 22 Porém fazem elevadas pretensões de liberdade e pureza

Versículos 1- 9
Em bora o cam inho do erro é um cam inho daninho, m uit os são os que sem pre est ão prest es a
andar por ele. Cuidem o- nos de não dar ocasião ao inim igo para a blasfem e o sant o nom e pelo qual
som os cham ados, ou que falem m al do cam inho da salvação por Jesus Crist o, que é o cam inho, a
Verdade e a Vida.
Est es sedut ores usam palavras fingidas, e enganam os corações de seus seguidores. Os t ais j á
est ão condenados e a ira de Deus est á sobre eles. O m ét odo habit ual de Deus para proceder
mostra- se em exem plos. Os anj os foram derrubados de t oda sua glória e dignidade, por sua
desobediência. Se as criaturas pecam, ainda no céu, devem sofrer no inferno. O pecado é a obra das
trevas, e as trevas são o salário do pecado.
Note- se com o t rat ou Deus o m undo ant igo. o núm ero de ofensores não procura m ais favor que
sua qualidade. Se o pecado é universal, o castigo se estenderá a todos por igual.
Se num t erreno fért il a gent e abunda em pecado, Deus pode t ornar de im ediat o um a t erra fért il
num a infért il, e um país bem regado em cinzas. Não há planos nem polít icos que possam im pedir os
j uízos para um povo pecador. Aquele que evit a que a água e o fogo danifiquem seu povo ( I s 43.2)
pode destruir também a seus inimigos; eles nunca estão a salvo.
Quando envia dest ruição ao ím pio, Deus m anda liberação para o j ust o. em m ás com panhias não
podem os obt er senão culpa e t rist eza. Que os pecados dos out ros sej am t ribulação para nós. No
entanto, é possível que os filhos do Senhor vivam entre os mais profanos, e ainda que retenham sua
integridade; há m ais poder na graça de Crist o e sua m orada com eles que nas t ent ações de
Satanás, ou que no exem plo do m alvado, com t odos seus t errores ou seduções. Em nossas
int enções e inclinações a com et er pecado, devem os encont rar- nos com raros im pedim ent os, se os
percebem os. Quando pret endem os fazer o m al, Deus envia m uit os est orvos para det er- nos, com o
dizendo: Cuidem- se do que fazem.
Sua sabedoria e poder lograrão com t oda cert eza os propósit os de seu am or, e os com prom issos
de sua verdade; embora os ímpios costumam escapar do sofrimento aqui, é porque são conservados
para o dia do juízo, quando serão castigados com o diabo e seus anjos.

Versículos 10- 16
Os sedut ores im puros e seus seguidores incondicionais se ent regam a seus propósit os carnais.
Recusam levar cat ivo cada pensam ent o à obediência a Crist o, e agem cont ra os j ust os preceit os de
Deus. andam em pós da carne, vão por rum os pecam inosos e alcançam os m aiores graus de
impureza e m aldade. Além disso, desprezam aos que Deus t em colocado em aut oridade sobre eles,
e aos quais requer que honrem.
As coisas t em porais ext ernas e boas são o pagam ent o que os pecadores esperam e se prom et em
a si mesmos. Ninguém tem mais razão para tremer que os que são ousados para entregar- se a suas
luxúrias pecam inosas, por presum ir da graça e a m isericórdia divina. Tem havido m uit os, e há, que
falam levianam ent e das rest rições da lei de Deus e não se consideram obrigados a obedecê- la. Que
os cristãos se afastem dos tais.

297
Versículos 17- 22
A palavra da verdade é a água de vida que refresca as alm as que a recebem , m as os
enganadores disseminam e promovem o erro, e ficam vazios porque não há verdade neles. Como as
nuvens im pedem a passagem da luz, assim est es escurecem o conselho com palavras nas que não
há verdade. vendo que t ais hom ens aum ent am as t revas dest e m undo, é m uit o j ust o que a névoa
das t revas sej a sua porção no m undo vindouro. Em m eio de seu falar de liberdade, est es hom ens
são os escravos m ais vis; suas próprias luxúrias ganham a vit ória absolut a sobre eles, e em
realidade est ão escravizados. Quando os hom ens est ão enredados, são vencidos com facilidade;
port ant o, os crist ãos devem m ant er- se pert o da palavra de Deus e vigiar cont ra t odos os que
procurem confundi- los.
O est ado de apost asia é pior que o est ado de ignorância. Dar um m al inform e sobre o bom
caminho de Deus, e um a falsa acusação cont ra o cam inho da verdade deve expor à condenação
m ais pesada. Quão t em ível é o est ado aqui descrit o! Cont udo, apesar de que t al caso sej a
deplorável, não est á t ot alm ent e desprovido de esperança; o leproso pode ser lim po e at é o m ort o
pode ser ressuscitado. Causa- te pesar teu desvio? Crê no Senhor Jesus e serás salvo.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 4 Aqui a intenção é lembrar a vinda final de Cristo a julgar
Versículos 5- 10 Aparecerá inesperadamente quando o estado presente da
natureza seja devastado pelo fogo
Versículos 11- 18 Infere- se disto a necessidade da santidade e a constância na

Versículos 1- 4
As m ent es purificadas t êm de ser est im uladas para que os crent es se m ant enham at ivos e vivos
na obra da sant idade. Haverá enganadores nos últ im os dias, sob o evangelho, hom ens que t om am
com frivolidade o pecado e zom bam da salvação de Jesus Crist o. Um art igo m uit o im port ant e de
nossa fé refere- se ao que som ent e t em um a prom essa para descansar nela, m as os escarnecedores
a at acarão at é que o nosso Senhor venha. Eles não acredit am que Ele virá. Porque não vêem
m udanças, não t êm t em or de Deus ( Sl 55.19) . I m aginam que o que Ele nunca t em feit o, não pode
ser feito ou nunca o será.

Versículos 5 - 10
Se estes zombadores tiverem considerado a espantosa vingança com que Deus apagou a todo um
m undo de ím pios, de um a só vez, seguram ent e não caçoariam de sua am eaça de um j uízo
igualm ent e t errível. Declara- se pela m esm a Palavra que os céus e a t erra que agora são serão
dest ruídos pelo fogo. I st o acont ecerá com t ant a cert eza com o a verdade e o poder de Deus podem
fazê- lo.
Aqui se ensina e afirm a aos crist ãos na verdade da vinda do Senhor. Bem que, segundo cont am
os hom ens, exist a um a grande diferença ent re um dia e m il anos, segundo as cont as de Deus não
há diferença. Todas as coisas, passadas, present es e fut uras, est ão sem pre diant e dEle; a dem ora
de mil anos para Ele, para nós equivale a postergar algo por um dia ou por uma hora. Se os homens
não t êm conhecim ent o nem fé no Deus et erno, se inclinam a pensar que Ele é com o eles. Quão
difícil é form ar- se a idéia da et ernidade! O que os hom ens cont am com o t ardança, é paciência, e é
ao nosso favor; é para dar m ais t em po a seu povo para que avance em conhecim ent o e piedade, e
no exercício da fé e da paciência, para que abunde em boas obras, fazendo e sofrendo aquilo para o
qual t êm sido cham ados, para que possam dar glória a Deus. port ant o, coloquem em seus corações
que cert am ent e serão cham ados a dar cont as de todas as coisas realizadas no corpo, sejam boas ou
más. Que o andar humilde e diligente diante de Deus e o juízo freqüente de vocês mesmos mostrem
sua firm e fé no j uízo fut uro, apesar de que m uit os vivam com o se absolut am ent e nunca devessem
render cont as. O dia chegará quando os hom ens est ej am seguros e não t enham a esperança do dia
do Senhor. Os m aj est osos palácios e t odas as coisas desej áveis que buscam os hom ens m undanos,
e nas quais deposit am sua felicidade, serão queim adas; t odas as classes de criat ura que Deus t em
feit o e t odas as obras dos hom ens devem passar pelo fogo, que será fogo consum idor para t odo o
que o pecado t iver t razido ao m undo, em bora será fogo purificador para as obras da m ão de Deus.
Que será de nós se colocarm os nossos afet os nest a t erra e a fazem os a nossa porção, ainda quando
vem os que t odas est as coisas serão queim adas? Ent ão, assegurem o- nos da felicidade além dest e
mundo visível!

298
Versículos 11- 18
Sobre a base da dout rina da segunda vinda de Crist o, som os exort ados à pureza e à piedade.
Este é o efeito do verdadeiro conhecimento. Requere- se uma santidade muito exata e universal, que
não se apóie em nenhum a baixa m edida ou cat egoria. Os crist ãos verdadeiros esperam céus novos
e um a nova t erra; livres da vaidade a qual est ão suj eit as as coisas present es, e do pecado com que
estão contaminados. Somente os vestidos com a justiça de Cristo, e santificados pelo Espírito Santo,
serão adm it idos para habit ar nest e sant o lugar. Não espere ser achado em paz no dia de Deus, se é
preguiçoso e est á ocioso nest e seu dia, no qual devem os t erm inar a obra que nos foi encom endada.
Som ent e o crent e diligent e será crist ão feliz no dia do se. Nosso Senhor virá subit am ent e, ou dent ro
de muito pouco nos chamará a sua presença, e vai achar- nos ociosos?
Aprendam os a usar corret am ent e a paciência de nosso Senhor que ainda dem ora sua vinda.
Hom ens soberbos, carnais e corrupt os t rat am de elim inar algum as coisas em um a aparent e
concordância com suas ím pias dout rinas. Mas não há razão pela qual as epíst olas de Paulo ou
qualquer out ra part e das Escrit uras devam ser deixadas de lado; porque os hom ens, livrados a seu
próprio crit ério, pervert em t oda dádiva de Deus. ent ão, procurem os t er preparadas nossas m ent e
para receber coisas difíceis de ent ender, e coloquem os em prát ica as coisas que são m ais fáceis de
ent ender. Todavia, deve haver negação de sim , suspeit a de nós m esm os e subm issão à aut oridade
de Crist o Jesus ant es que possam os receber de t odo coração t odas as verdades do evangelho,
port ant o, est am os em grande perigo de rej eit ar a verdade. o crent e deve desconhecer e aborrecer
t odas as opiniões e os pensam ent os dos hom ens que não concordem com a lei de Deus, nem sej am
garantidos por ela.
Os que são descam inhados pelo erro, caem de sua própria const ância. Para evit ar serm os
descam inhados, devem os t rat ar de crescer em t oda graça, em fé, virt ude e conhecim ent o.
Esforcem- se por conhecer m ais clara e plenam ent e a Crist o; conhecê- lo para ser m ais com o Ele e
amá- lo m ais. Est e é o conhecim ent o de Crist o após o qual ia o apóst olo Paulo, desej ando obt ê- lo; e
os que saboreiam est e efeit o do conhecim ent o do Senhor e Salvador Jesus Crist o, darão graça,
depois de receber t al graça, e o louvarão e se unirão para dar- lhe a glória agora, com a plena
seguridade de fazer o mesmo no além, para sempre.

1 JOÃO

Est a epíst ola é um discurso sobre os princípios dout rinários e prát icos do crist ianism o. A int enção
evident e é refut ar as bases, os princípios e as prát icas ím pias e errôneas, e advert ir cont ra elas,
especialm ent e cont ra as que rebaixam a Deidade de Crist o, e a realidade e o poder de seus
padecim ent os e m ort e com o sacrifício expiat ório; t am bém , cont ra o que se afirm a, que os crent es
não devem obedecer aos mandamentos uma vez salvos pela graça. Esta epístola também estimula a
t odos os que professam conhecer a Deus a que t enham com unhão com Ele, acredit em nEle, e que
andem em sant idade, não em pecado, dem onst rando que um a profissão puram ent e ext erna é nada
sem a evidência de um a vida e condut a sant a. Tam bém aj uda est im ular e anim ar aos cristãos
verdadeiros a t er com unhão com Deus e o Senhor Jesus Crist o, à const ância na fé verdadeira e à
pureza de vida.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 4 O apóstolo dedica sua epístola aos crentes em geral com
testemunho evidente de Cristo para promover a felicidade e
o gozo deles
Versículos 5- 10 Demonstra- se que é necessária a vida de santidade para ter
comunhão com Deus

Versículos 1- 4
O Deus essencial, a excelência não criada que t inha sido desde o princípio, desde a et ernidade,
igual com o Pai e que, finalm ent e, se m anifest ou com nat ureza hum ana para a salvação dos
pecadores, é o grande t em a sobre o qual escreve o apóst olo a seus irm ãos. Os apóst olos o viram

299
crucificado pelos pecadores, e depois ressuscit ado dent re os m ort os. Eles o t ocaram para t er plena
prova de sua ressurreição.
Est a Pessoa divina, o Verbo de vida, o Verbo de Deus, m anifest ou- se em nat ureza hum ana para
ser Autor e Doador da vida eterna à humanidade por meio da redenção por seu sangue e o poder do
Espírito regenerador.
Os apóst olos declaram o que viram e ouviram para que os crent es com part issem suas bênçãos e
vant agens et ernas. Tinham livre acesso a Deus Pai. Tiveram um a feliz experiência da verdade em
suas alm as, e m ost raram sua excelência em suas vidas. Est a com unhão dos crent es com o Pai e o
Filho, começa e é sustentada pelo poder do Espírito Santo. Os benefícios que Cristo concede não são
as m esquinhas possessões do m undo que causam invej a nos out ros, senão o gozo e a felicidade da
com unhão com Deus são abert am ent e suficient es, de m odo que qualquer quant idade de pessoas
pode participar deles; e todos os autorizados para dizer que em verdade sua comunhão é com o Pai,
desejarão guiar a outros a participar da mesma bem- aventurança.

Versículos 5- 10
Todos deveríam os receber j ubilosos um a m ensagem do Senhor Jesus, o Verbo de vida, o Verbo
et erno. O grande Deus deve ser represent ado a est e m undo escuro com o luz pura e perfeit a. Com o
est a é a nat ureza de Deus, suas dout rinas e preceit os devem ser t ais. Com o sua perfeit a felicidade
não pode separar- se de sua perfeit a sant idade, assim nossa felicidade será proporcional à sant idade
de nosso ser. Andar em t revas é viver e agir cont ra a religião. Deus não m ant ém com unhão ou
relação celest ial com as alm as ím pias. Não há verdade na confissão delas; sua prát ica m ost ra sua
t olice e falsidade. A vida et erna, o Filho et erno, se vest iu de carne e sangue, e m orreu para lavar-
nos de nossos pecados em seu sangue, e procura para nós as influências sagradas pelas quais o
pecado deve ser subm et ido m ais e m ais at é ser com plet am ent e acabado. Enquant o se insist e na
necessidade de um andar sant o, com o efeit o e prova de conhecer a Deus em conj unt o, advert e- se
com igual cuidado em cont ra do erro opost o do orgulho da j ust iça própria. Todos os que andam
pert o de Deus, em sant idade e j ust iça, est ão cient es de que seus m elhores dias e seus m elhores
deveres est ão cont am inados com o pecado. Deus t em dado t est em unho da devassidão do m undo
provendo um Sacrifício eficaz e suficient e pelo pecado, necessário em t odas as épocas; e se m ost ra
a libert inagem dos m esm os crent es ao pedir- lhes que confessem cont inuam ent e seus pecados e
recorram pela fé ao sangue do Sacrifício. Declarem o- nos culpáveis perant e Deus, hum ilhem o- nos e
disponhamo- nos a conhecer o pior de nosso caso. Confessem os honest am ent e t odos os nossos
pecados em sua plena m agnit ude, confiando t ot alm ent e em sua m isericórdia e verdade por m eio da
j ust iça de Crist o, para um perdão livre e com plet o, e por nossa libert ação do poder e da prát ica do
pecado.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 2 O apóstolo se dirige à expiação de Cristo para ajuda contra
as debilidades pecaminosas
Versículos 3- 11 Os efeitos do conhecimento salvador para produzir
obediência e amor aos irmãos
Versículos 12- 14 Os cristãos são tratados como filhinhos, jovens e pais
Versículos 15- 23 Todos são advertidos em contra do amor a este mundo e
contra o erro
Versículos 24- 29 Exortação a permanecer firmes na fé e na santidade

Versículos 1- 2
Tem os um Advogado diant e do Pai; um que t em prom et ido, e é plenamente capaz, de defender a
cada um que solicit e perdão e salvação em seu nom e, dependendo de que Ele advogue por eles. Ele
é " Jesus", o Salvador, e " Cristo", o Messias, o Ungido. Ele só é " o Just o" , que recebeu sua nat ureza
livre de pecado, e com o fiador nosso obedeceu perfeit am ent e a lei de Deus, e assim cum priu t oda
j ust iça. Todos os hom ens de t odo país, e at ravés de sucessivas gerações, est ão convidados a ir a
Deus at ravés dest a expiação abert am ent e suficient e e por est e cam inho novo e vivo. O evangelho,
quando se com preende e recebe corret am ent e, dispõe o coração em cont ra de t odo pecado e cont ra
sua prát ica perm it ida; e ao m esm o t em po, dá um bendit o alívio às consciências feridas dos que
pecaram.

300
Versículos 3- 11
Que conhecim ent o de Crist o pode ser aquele que não vê que Ele é digno de t oda nossa
obediência? A vida de obediência mostra que não há religião nem honestidade no professante.
O amor de Deus é aperfeiçoado naquele que obedece a seus mandamentos. A graça de Deus nele
obt ém sua m arca verdadeira, e produz seu efeit o soberano t ant o com o pode ser nest e m undo, e
est a é a regeneração do hom em , em bora aqui nunca sej a absolut am ent e perfeit a. Cont udo, est a
observância dos m andam ent os de Crist o t em sant idade e excelência, que se fossem universais,
fariam que a terra parecesse com o próprio céu.
O m andam ent o de am ar- se uns aos out ros t eve vigência desde o com eço do m undo, porém ,
poderia considerar- se com o m andam ent o novo ao dá- lo aos crist ãos. Era novo para eles, com o era
nova sua sit uação a respeit o de seus m ot ivos, regras e obrigações. Cont inuam em seu est ado de
t revas os que andam com ódio e inim izade cont ra os crent es. O am or crist ão nos ensina a valorizar
a alm a de nosso irm ão e a t em er t odo o que corrom pa sua pureza e sua paz. Onde exist am t revas
espirit uais, est arão escurecidos a m ent e, o j uízo e a consciência, e errarem os o cam inho à vida
espirit ual. est as coisas exigem um sério exam e de si; e a oração fervorosa para que Deus nos
mostre que somos e para onde vamos.

Versículos 12- 14
Com o os crist ãos t êm seus est ados próprios, assim t êm seus deveres peculiares; cont udo, há
preceitos e obediência que afetam a todos, particularmente o amor mútuo e o desprezo pelo mundo.
O discípulo sincero m ais novo é perdoado; a com unhão dos sant os vai acom panhada do perdão dos
pecados. Os que t êm a perm anência m ais prolongada na escola de Crist o Jesus, em bora t enham
alcançado fort aleza de espírit o e bom sent ido, t enham resist ido com êxit o as prim eiras provas e
tentações, tenham rompido com os maus costumes e relações, e tenham entrado pela porta estreita
da conversão verdadeira.
Volta- se que dirigir aos diferent es grupos de crist ãos. As crianças em Crist o sabem que Deus é
seu Pai: essa é sua sabedoria. Os crent es avançados que conhecem Àquele que foi desde o com eço,
antes que este mundo fosse feito, muito bem podem ser guiados por isso a renunciar a este mundo.
A glória das pessoas j ovens será a fort aleza em Crist o e em sua graça. Eles vencem o m aligno
pela palavra de Deus.

Versículos 15- 17
As coisas do m undo podem desej ar- se e possuir- se para os usos e propósit os que Deus
concebeu, e devem os usá- las por sua graça e para sua Glória; m as os crent es não devem buscá- las
nem valorizá- las para propósit os em que o pecado abusa delas. O m undo afast a de Deus o coração
e quant o m ais prevaleça o am or pelo m undo, m ais decai o am or a Deus. As coisas do m undo se
classificam conforme com as três inclinações reinantes da natureza depravada:
1) A concupiscência da carne, do corpo: os m aus desej os do coração, o apet it e de dar- se o gost o
com todas as coisas que excitam e inflamam os prazeres sensuais.
2) A concupiscência dos olhos: os olhos deleit am - se com as riquezas e as possessões ricas; est a
é a concupiscência da cobiça.
3) A soberba da vida: o hom em vão anseia a grandeza e a pom pa de um a vida de vanglória, o
qual com preende um a sede de honras e aplausos. As coisas do m undo esvaecem rapidam ent e e
m orrem ; o m esm o desej o desfalecerá e cessará daqui a pouco, m as o sant o afet o não é com o a
luxúria passageira. O amor de Deus nunca desfalecerá.
Muit os vãos esforços foram feit os para esquivar a força dest a passagem com lim it ações,
distinções e exceções. Muit os t êm t rat ado de m ost rar quão longe podem os ir est ando orient ados
carnalmente e am ando o m undo; m as não result a fácil errar a respeit o do significado evident e
dest es versículos. A m enos que est a vit ória sobre o m undo com ece no coração, o hom em não t em
raízes em si m esm o e cairá ou, no m elhor dos casos, será um professant e est éril. De t odos m odos,
est as vaidades são t ão sedut oras para a corrupção de nossos corações que, sem vigiar e orar sem
cessar, não podemos escapar do mundo nem conseguir a vitória sobre seu deus e príncipe.

Versículos 18- 23
Todo homem que negar a Pessoa ou algum dos ofícios de Cristo, é anticristo; é ao negar ao Filho,
nega t am bém o Pai, e não t em part e em seu favor porque rej eit a sua grande salvação. Que est a
profecia da aparição de sedut ores no m undo crist ão nos resguarde de serm os seduzidos. A I grej a
não sabe bem quais são seus membros verdadeiros, nem os que não o são, mas assim se prova aos
verdadeiros crist ãos, que ficam m ais vigilant es e hum ildes. Os verdadeiros crist ãos são os ungidos,
com o seu nom e o expressa: são os ungidos pelo Espírit o Sant o com graça, com dons e privilégios
espirit uais. As maiores mentiras e mais prejudiciais difundidas pelo pai da m ent ira no m undo

301
costum am ser falsidades e erros relat ivos à pessoa de Crist o. Som ent e a unção do Sant o pode
guardar- nos dos enganos. Enquant o j ulgam os favoravelm ent e t odos os que confiam em Crist o com o
Salvador Divino, e obedecem a Sua palavra e procuram viver unidos com eles, t enham os pena e
oremos pelos que negam a deidade de Cristo ou sua expiação e a obra de nova criação que realiza o
Espírit o Sant o. Prot est em os cont ra a dout rina ant icrist ã e guardem o- nos deles o m ais que
possamos.

Versículos 24- 29
A verdade de Crist o que perm anece em nós é o m édio para separar- se do pecado e unir- se ao
Filho de Deus (Jo 15.3- 4). Quanto valor devemos dar à verdade do evangelho! Por ele se assegura a
prom essa da vida et erna. A prom essa que faz Deus é adequada a sua própria grandeza, poder e
bondade; é a vida eterna.
O Espírit o de verdade não m ent irá; e ensina t odas as coisas da present e dispensação, t odas as
coisas necessárias para o nosso conhecimento de Deus em Cristo, e sua glória no evangelho.
O apóst olo repet e a am ável palavra " filhinhos" , que denot a afet o. Ele persuade por am or. Os
privilégios do evangelho obrigam aos deveres do evangelho; e os ungidos pelo Senhor Jesus
permanecem com Ele. a nova nat ureza espirit ual é do Senhor Jesus Crist o. quem for const ant e na
prát ica da religião nas épocas de prova, dem onst ra que é nascido do alt o, do Senhor Jesus. ent ão,
cuidemo- nos de sust ent ar com inj ust iça a verdade, lem brando que som ent e são nascidos de Deus
os que levam sua santa imagem e andam em seus caminhos mais justos.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 2 O apóstolo admira o amor de Deus ao converter os crentes
em seus Filhos
Versículos 3- 10 A influência purificadora da esperança de ver a Cristo, e o
perigo de pretender isto vivendo em pecado
Versículos 11- 15 O amor aos irmãos é o caráter do verdadeiro cristão
Versículos 16- 21 Esse amor é descrito por seus atos
Versículos 22- 24 A vantagem da fé, do amor e da obediência

Versículos 1- 2
Pouco conhece o m undo a alegria dos verdadeiros seguidores de Crist o. pouco pensa o m undo
que est es pobres, hum ildes e desprezados são os favorit os de Deus e que habit arão no céu. Os
seguidores de Crist o devem cont ent ar- se com as dificuldades daqui, pois que est ão em t erra de
estrangeiros, onde seu Senhor foi tão maltratado antes deles.
Os filhos de Deus devem andar pela fé e viver pela esperança. Bem podem esperar com fé,
esperança e fervoroso desej o a revelação do Senhor Jesus. os filhos de Deus serão conhecidos, e
manifest ados por sua sem elhança com sua Cabeça. Serão t ransform ados à m esm a im agem , por vê-
lo a Ele.

Versículos 3- 10
Os filhos de Deus sabem que seu Senhor é de olhos m uit o puros, que não perm it em que nada
ím pio ou im puro habit e nEle. A esperança dos hipócrit as, não a dos filhos de Deus, é a que perm it e
a sat isfação de desej os e concupiscências im puras. Sej am os seus seguidores com o filhos am ados,
m ost rando assim nosso sent ido de sua indizível m isericórdia e expressem os essa m ent alidade
humilde, agradecida e obediente que nos corresponde.
O pecado é rej eit ar a lei divina. NEle, ist o é, em Crist o, não houve pecado. Ele assum iu t odas as
fraquezas, m as sem pecado, que foram conseqüências da queda, ist o é, t odas essas debilidades da
m ent e ou corpo que subm et em o hom em aos sofrim ent os e os expõem à t ent ação. Todavia, Ele não
teve a nossa debilidade moral, nossa tendência ao pecado.
Quem perm anece em Crist o não prat ica habit ualm ent e o pecado. renunciar ao pecado é a grande
prova da união espirit ual com o Senhor Crist o, e da perm anência nEle e em seu conhecim ent o
salvador. Cuidado com enganar a um m esm o. quem faz j ust iça é j ust o e é seguidor de Crist o,
demonstra interesse por fé em sua obediência e sofrimentos. Porém o homem não pode agir como o
diabo e ser, ao m esm o t em po, um discípulo de Crist o Jesus. não sirvam os nem consint am os naquilo
que o Filho de Deus veio dest ruir. Ser nascido de Deus é ser int ernam ent e renovado pelo poder do
Espírit o de Deus. a graça renovadora é um princípio perm anent e. A religião não é um a art e, nem
assunt o de dest reza ou perícia, senão um a nova nat ureza. A pessoa regenerada não pode pecar

302
com o pecava ant es de nascer de Deus, nem com o pecam out ros que não são nascidos de novo.
Exist e essa luz em sua m ent e que lhe m ost ra o m al e a m alignidade do pecado. Exist e essa
inclinação em seu coração que o dispõe a aborrecer e odiar o pecado. Exist e o princípio espirit ual
que se opõe aos at os pecam inosos. E exist e o arrependim ent o quando se com et e o pecado. Pecar
intencionalmente é algo contrário a ele.
Os filhos de Deus e os filhos do diabo t êm seus caract eres diferent es. A sem ent e da serpent e é
conhecida por seu descuido da religião e por seu ódio aos crist ãos verdadeiros. Som ent e é j ust o
ante Deus, como crente justificado, quem tem sido ensinado e disposto à justiça pelo Espírito Santo.
Nist o se m anifest am os filhos de Deus e os filhos do diabo. Os professant es do evangelho devem
assumir com muita responsabilidade estas verdades e provar a si mesmos por elas.

Versículos 11- 15
Devem os am ar ao Senhor Jesus, valorizar seu am or e, port ant o, am ar a t odos nossos irm ãos em
Crist o. Est e am or é o frut o de nossa fé, e sinal seguro de que som os nascidos de novo. porém ,
ninguém que conheça ret am ent e o coração do hom em pode assom brar- se ant e o desprezo e a
inimizade da gente ímpia contra os filhos de Deus.
Sabem os que passam os de m ort e para vida: podem os sabê- lo pelas provas de nossa fé em
Crist o, das quais um a é o am or pelos irm ãos. Não é o zelo por um part ido da religião com um , nem
afet o pelos que são da m esm a denom inação e sent im ent os que nós. A vida da graça no coração a
pessoa regenerada é o com eço e o prim eiro princípio da vida de glória da qual est ão dest it uídos os
que odeiam a seus irmãos em seus corações.

Versículos 16- 21
Eis aqui a condescendência, o m ilagre, o m ist ério do am or divino: que Deus redim a a I grej a com
seu próprio sangue. Seguram ent e am am os aos que Deus t em am ado e am ado a pont o t al. O
Espírit o Sant o, pesaroso pelo egoísm o, abandona o coração egoíst a sem consolo, deixando- o cheio
de t revas e t error. Com o se pode saber se um hom em t em o sent ido verdadeiro do am or de Crist o
pelos pecadores que perecem , ou se o am or de Deus foi plant ado em seu coração pelo Espírit o
Sant o? Se o am or pelo m undo e por seu bem supera os sent im ent os de com paixão pelo irm ão que
perece. Cada exem plo dest e egoísm o deve debilit ar as provas da conversão do h.; quando é algo
habit ual e perm it ido, decide em sua cont ra. Se a consciência nos condena por pecado conhecido, ou
por descuidar um dever conhecido, Deus t am bém . Port ant o, deixem os que a consciência esteja bem
informada, seja ouvida e atendida com diligência.

Versículos 22- 24
Quando os crent es t êm confiança em Deus, por m eio do Espírit o de adoção, e por fé no grande
Sum o Sacerdot e, podem pedir o que queiram de seu Pai reconciliado. O receberão se for bom para
eles. Com o desde o céu se proclam ou boa vont ade para com os hom ens, assim deve haver boa
vontade entre os homens, em particular entre os irmãos, nos corações dos que vão a Deus e ao céu.
Quem assim segue a Crist o, habit a nEle com o sua arca, refúgio e repouso, e em seu Pai por meio
dEle. Esta união entre Cristo e as almas dos crentes, e pelo Espírito que Ele lhes deu.
O hom em pode crer que Deus é bondoso ant es de conhecê- lo; porém , quando a fé se em possa
das prom essas, coloca a t rabalhar a razão. o Espírit o de Deus opera um a m udança; em t odos os
cristãos verdadeiros, muda o poder de Satanás para o poder de Deus. considera, crente, como muda
t eu coração. Não anelas a paz com Deus? Não renunciarias a t odo o do m undo por ela? Nenhum
proveit o, prazer ou preferência t e im pedirá seguir a Crist o. est a salvação est á edificada sobre o
testemunho divino, o Espírito de Deus.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 6 os crentes são advertidos em contra de atender a qualquer
que pretende ter o Espírito
Versículos 7- 21 O amor fraternal está vigente

Versículos 1- 6
Os crist ãos que est ão bem fam iliarizados com as Escrit uras podem discernir, em hum ilde
dependência do ensino divino, aos que est abelecem dout rinas conform e com os apóst olos e aqueles
que os cont radizem . A sum a da religião revelada est á na dout rina referida a Crist o, Sua pessoa e
ofício. Os falsos m est res falam ao m undo conform e com suas m áxim as e gost os, com o para não

303
ofender aos hom ens carnais. O m undo os aprova, progridem rapidam ent e e t êm m uit os seguidores
como eles; o mundo amará aos seus e os seus o amarão.
A doutrina verdadeira da pessoa do Salvador, que tira os homens deste mundo para Deus, é sinal
do espírit o de verdade que se opõe ao espírit o do erro. Quant o m ais pura e sant a for um a dout rina,
mais provável que sej a de Deus; t am pouco podem os provar os espírit os por nenhum a out ra regra,
para saber se são ou não de Deus. E, que m aravilha é que a gent e de espírit o m undano se aferre a
estes que são como eles, e que adequam suas estratagemas e discursos a seu gosto corrupto?

Versículos 7- 13
O Espírit o de Deus é o Espírit o de am or. O que não am a a im agem de Deus em Seu povo, não
t em conhecim ent o salvador de Deus. Pois ser bom e dar felicidade é a nat ureza de Deus. a lei de
Deus é am or; e t odos serão perfeit am ent e felizes se t odos a obedecerem . A provisão do evangelho
para o perdão do pecado e a salvação dos pecadores, consist ent e com a glória e a j ust iça de Deus,
dem onst ra que Deus é am or. O m ist ério e as t revas ainda pendem sobre m uit as coisas. Deus t em -
se m ost rado sendo am or para que não possam os deixar de alcançar a felicidade et erna, a m enos
que sej a pela incredulidade e a im penit ência, em bora a j ust iça est rit a nos condenará à m iséria sem
esperança por romper as leis de nosso Criador.
Nenhum a palavra nem pensam ent o acerca de nós pode fazer j ust iça ao am or grat uit o e
assom broso do Sant o Deus para com os pecadores, que não poderiam beneficiar- se dEle nem
estragá- lo, aos que Ele poderia esm agar com j ust iça num inst ant e, e aos que, sendo m erecedores
de Sua vingança, Ele m ost ra o m ét odo pelo qual foram salvos apesar de que Ele poderia t er criado,
por Sua Palavra t odo- poderosa, out ros m undos com seres m ais perfeit os se assim o t iver
considerado com cert o. Pesquisam os t odo o universo procurando o am or em suas dem onstrações
m ais gloriosas? Encontra- se na pessoa e na cruz de Crist o. Exist e o am or ent re Deus e os
pecadores? Aqui est ava a origem , não que nós am assem os a Deus, senão que Ele nos am ou
livrem ent e. Seu am or não podia est ar concebido para ser infrut ífero em nós, e quando seu fim e
t em a apropriados se ganhem e produzam , pode dizer- se que est á aperfeiçoado. Assim é
aperfeiçoada a fé por suas obras. Assim se m anifest ará que Deus habit a em nós por Seu Espírit o
que cria de novo.
O cristão que ama é o cristão perfeito; coloque- o em qualquer dever bom e é perfeito para isso, é
expert o para isso. O am or aceit a as rodas de seus afet os e o coloca nisso que é út il para seus
irmãos. O homem que se ocupa de algo com má vontade, sempre o faz mal. Que Deus more em nós
e nós nEle, eram palavras demasiado elevadas para que as usassem os mortais se Deus não as tiver
colocado diant e de nós. No ent ant o, com o pode saber- se se o t est em unho dist o procede do Espírit o
Sant o? Aqueles que est ão verdadeiram ent e persuadidos de serem os filhos de Deus não podem
senão cham á- lo Abba, Pai. Por am or a Ele, odeiam o pecado e t odo o que não concorde com Sua
vont ade, e t êm o são desej o, de t odo coração, de realizar Sua vont ade. Tal t est em unho é o
testemunho do Espírito Santo.

Versículos 14- 21
O Pai enviou ao Filho, Ele desej ou Sua vinda a est e m undo. O apóst olo t est em unha ist o. E
qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, nesse habit a Deus e ele em Deus. est a
confissão abrange a fé no coração com o fundam ent o; reconhece com a boca a glória de Deus e
Cristo, e confessa na vida e conduta contra as bajulações e caras fechadas do mundo.
Deve haver um dia de j uízo universal. Dit osos aqueles que t erão ousadia sant a ant e o Juiz
naquele dia, sabendo que Ele é seu Am igo e Advogado! Dit osos aqueles que t erão ousadia sant a na
perspect iva daquele dia, que olham e esperam por isso e pela m anifest ação do Juiz. O verdadeiro
am or de Deus assegura aos crent es do am or de Deus por eles. O am or nos ensina a sofrer por Ele e
com Ele; portanto, podemos confiar que também seremos glorificados com Ele (2 Tm 2.12).
Devem os dist inguir ent re o t em or de Deus e t er- lhe m edo; o t em or de Deus com preende alt a
consideração e veneração por Deus. a obediência e as boas obras feitas a partir do princípio do amor
não são com o o esforço servil de um que t rabalha sem vont ade por m edo à ira do am o. São com o
as de um filho obedient e que serve a um pai am ado, que beneficia seus irm ãos e as realiza
voluntariam ent e. Sinal de que nosso am or dist a m uit o de ser perfeit o se são m uit as as nossas
dúvidas, t em ores e apreensões de Deus. Que o céu e a t erra se surpreendam por Seu am or. Ele
enviou Sua Palavra a convidar os pecadores a part iciparem dest a grande salvação. Que eles t enham
o consolo da mudança feliz operada neles enquanto lhe dão a Ele a glória.
O am or de Deus em Crist o, nos corações dos crist ãos pelo Espírit o de adoção, é a grande prova
de sua conversão. Est a deve ser provada por seus efeit os em seus t em peram ent os, e em suas
condut as para com seus irm ãos. Se um hom em diz am ar a Deus e, cont udo, se perm it e ira ou
vingança, ou m ost ra um a disposição egoíst a, desm ent e sua confissão. Mas se for evident e que

304
nossa inimizade natural é mudada em afeto e gratidão, abençoemos o nome de nosso Deus por este
selo e prim ícia de gozo et erno. Ent ão nos diferenciam os dos falsos professos que pret endem am ar a
Deus, a quem não viram, mas odeiam a seus irmãos, aos que viram.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 5 O amor fraternal é o efeito do novo nascimento, que faz
grato obedecer todos os mandamentos de Deus
Versículos 6- 8 Referência às testemunhas que concordam em provar que
Jesus, o Filho de Deus, é o Messias verdadeiro
Versículos 9- 12 A satisfação que tem o crente por Cristo, e a vida eterna por
meio dEle
Versículos 13- 17 A seguridade de que Deus ouve e responde as orações
Versículos 18- 21 A feliz condição dos verdadeiros crentes, e o mandado de
renunciar à idolatria

Versículos 1- 5
O verdadeiro am or pelo povo de Deus pode ser dist inguido da am abilidade nat ural ou dos afet os
partidários por est ar unido com o am or de Deus, e à obediência a seus m andam ent os. O m esm o
Espírit o Sant o que ensinou o am or, t erá de ensinar t am bém a obediência; o hom em que peca por
costume ou descuida o dever que conhece, não pode realmente amar aos filhos de Deus.
Com o os m andam ent os de Deus são regras sant as, j ust as e boas de liberdade e felicidade, assim
os que são nascidos de Deus e o am am , não os consideram gravosos, e lam ent am não poder servi-
lo em form a m ais perfeit a. Requere- se abnegação, m as os crist ãos vos t êm um princípio que os faz
superar t odos os obst áculos. Em bora o conflit o cost um a ser agudo, e o regenerado se vê derrubado,
de t odos m odos se levant ará e renovará com int repidez sua bat alha. Porém t odos, salvo os crent es
em Crist o, são escravos em um ou em out ro aspect o dos cost um es, opiniões ou int eresses do
mundo. A fé é a causa da vit ória, o m édio, o inst rum ent o, a arm adura espirit ual pela qual
vencem os. Em fé e por fé nos aferram os de Crist o, desprezam os o m undo e nos opom os a ele. A fé
santifica o coração e o purifica das concupiscências sensuais pelas quais o m undo obt ém vant agem
e dom ínio das alm as. Tem o Espírit o de graça que o habit a, o qual é m aior que o que est á no
m undo. O crist ão verdadeiro vence o m undo pela fé; vê na vida e na condut a do Senhor Jesus na
t erra, que deve renunciar e vencer a est e m undo. Não pode est ar sat isfeit o com est e m undo, e olha
para o de lá, e cont inua inclinado, esforçado- se e est endendo- se para o céu. Todos devem os, pelo
exemplo de Cristo, vender o mundo ou nos vencerá para a nossa ruína.

Versículos 6- 8
Est am os corrom pidos por dent ro e por fora; por dent ro, pelo poder e a cont am inação do pecado
em nossa nat ureza. Porque nossa lim peza int erior est á em Crist o Jesus, e por m eio dEle, o lavado
da regeneração e a revelação pelo Espírit o Sant o. Alguns pensam que aqui se represent am os dois
sacram ent os: o bat ism o com água, com o sinal ext erno de regeneração e purificação pelo Espírit o
Sant o da cont am inação do pecado; e a Ceia do Senhor, com o sinal ext erno do derram am ent o do
sangue de Crist o, e de recebê- lo por fé para perdão e j ust ificação. Est as duas form as de lim par- se
est avam represent adas nos ant igos sacrifícios e lavam ent os cerim oniais. A água e o sangue incluem
t odo o necessário para a nossa salvação. Nossas alm as são lavadas e purificadas, pela água, para o
céu e a habit ação dos sant os em luz. Som os j ust ificados, reconciliados e apresent ados com o j ust os,
pelo sangue, a Deus. o Espírit o purificador para o lavam ent o int erior de nossa nat ureza se obt ém
pelo sangue, t endo sido sat isfeit a a m aldição da lei. A água e o sangue fluíram do lado do Redent or
sacrificado. Ele am ava a I grej a e se deu por ela para sant ificá- la e lim pá- la com o lavam ent o da
água pela palavra; para apresent á- la a si m esm o um a I grej a gloriosa ( Ef 5.25- 27). I st o foi feit o no
Espírit o de Deus e por Ele, conform e à declaração do Salvador. Ele é o Espírit o de Deus e não pode
mentir.
Três deram t est em unho das dout rinas da pessoa de Crist o e sua salvação. O Pai, repet idam ent e,
por um a voz desde o céu declarou que Jesus era seu Filho am ado. A Palavra declara que Ele e o Pai
eram Um , e que quem o viu a Ele, viu ao Pai. Tam bém o Espírit o Sant o desceu do céu e posou em
Crist o em seu bat ism o; Ele t inha t est ificado de Crist o por m eio de t odos os profet as, e deu
testemunho de sua ressurreição e ofício de m ediador pelo dom de poderes m iraculosos aos
apóst olos. Porém , sej a cit ada ou não est a passagem , a dout rina da Trindade em unidade cont inua
igualmente firme e verdadeira.

305
Houve t rês t est em unhas para a dout rina ensinada pelos apóst olos, a respeit o da pessoa e
salvador de Cristo:
1) O Espírit o Sant o. Viem os ao m undo com um a disposição carnal corrupt a que é inim izade
cont ra Deus. Que ist o sej a elim inado pela regeneração e a nova criação de alm as pelo Espírit o
Santo, é testemunho do Salvador.
2) A água. Est abelece a pureza e o poder purificador do Salvador. A pureza e a sant idade at ual e
ativa de seus discípulos estão representadas pelo batismo.
3) O sangue que Ele derram ou. Est e foi nosso resgat e, ist o t est ifica de Jesus Crist o; selou e
term inou os sacrifícios do Ant igo Test am ent o. Os benefícios procurados por seu sangue provam que
Ele é o Salvador do mundo. Não é de estranhar- se que quem rejeitar esta evidência seja julgado por
blasfem ar do Espírit o de Deus. As t rês t est em unhas são para um e idênt ico propósit o; concordam
em uma e a mesma coisa.

Versículos 9- 12
Nada pode ser m ais absurdo que a condut a dos que duvidam da verdade do crist ianism o,
enquant o nos assunt os corriqueiros da vida não vacilam em proceder baseados no t est em unho
humano, e considerariam dem ent e a quem declinasse de agir assim . O crist ão verdadeiro t em vist o
sua culpa e miséria, e sua necessidade de um Salvador assim. Tem visto o adequado de tal Salvador
para t odas suas necessidades e circunst âncias espirit uais. Tem achado e sent ido o poder da Palavra
e da dout rina de Crist o, hum ilhando, sarando, vivificando e consolando sua alm a. t em um a nova
disposição e novos deleit es, e não é o hom em que foi ant eriorm ent e. Mas ainda t em um conflit o
consigo mesmo, com o pecado, com a carne, o m undo e as pot est ades m alignas. Cont udo, encont ra
t al força na fé em Crist o, que pode vencer o m undo e seguir viagem rum o a um m elhor. Tal
segurança t em o crent e do evangelho: t em um t est em unho em si m esm o que acaba com t oda
dúvida acerca do t em a, salvo nas horas de t revas ou conflit o; t odavia, não podem t irá- lo de sua fé
nas verdades principais do Evangelho.
Aqui est á o que faz t ão espant oso o pecado do incrédulo: o pecado da incredulidade. Ele t rat a a
Deus de m ent iroso; porque não acredit a no t est em unho de que Deus deu a seu Filho. É em vão que
um hom em alegue que crê no t est em unho de Deus em out ras coisas, enquant o o rej eit a nisso.
Quem recusa confiar e honrar a Crist o com o Filho de Deus, quem despreza subm et er- se a seu
ensino com o Profet a, e a confiar em sua expiação e int ercessão com o Sum o Sacerdot e ou em
obedecê- lo com o Rei, est á m ort o em pecado, sob condenação; um a m oral ext erna, conhecim ent os,
formas, noções ou confianças de nada lhe servirão.

Versículos 13- 17
Baseados em todas estas provas, somente é justo que acreditemos no nome do Filho de Deus. os
crent es t êm vida et erna na aliança do Evangelho. Ent ão, recebam os agradecidos o regist ro da
Escrit ura. sem pre abundando na obra do Senhor, sabendo que nosso t rabalho no Senhor não é em
vão. O Senhor Crist o nos convida a ir a Ele em t odas as circunst âncias, com nossas súplicas e
pet ições, apesar do pecado que nos assedia. Nossas orações devem ser oferecidas sem pre
subm et idas à vont ade de Deus. em algum as coisas são cont est adas rapidam ent e, em out ras são
out orgadas da m elhor form a, em bora não com o foram pedidas. Devem os orar pelo próxim o e por
nós m esm os. Há pecados que bat alham cont ra a vida espirit ual na alm a e cont ra a vida do alt o. Não
podem os orar que sej am perdoados os pecados dos im penit ent es e incrédulos enquant o cont inuem
assim; nem que lhes seja outorgada misericórdia, a qual supõe o perdão do pecado, enquanto sigam
voluntariam ent e assim . Porém podem os orar por seu arrependim ent o, pelo enriquecim ent o deles
com a fé em Cristo, e sobre a base dela, por todas as outras misericórdias salvadoras.
Devem os orar pelo próxim o e por nós, rogando ao Senhor que perdoe e recupere o caído e alivie
o t ent ado e afligido. Sej am os agradecidos de verdade, porque não há pecado para m ort e do qual
alguém se arrependa verdadeiramente.

Versículos 18- 21
Toda a hum anidade est á dividida em duas part es ou esferas: os que pert encem a Deus e os que
pert encem ao Maligno. Os crent es verdadeiros pert encem a Deus; são de Deus e vêm dEle, para Ele
e por Ele; enquant o ao rest o, de longe a grande m aioria, est ão no poder do Maligno, fazem suas
obras e apóiam sua causa. Est a declaração geral com preende a t odos os incrédulos, qualquer sej a a
sua profissão, sit uação ou posição, ou qualquer sej a o nom e pelo que se cham em . O Filho guia os
crent es ao Pai e eles est ão no am or e o favor de am bos; em união com am bos, pela m orada e obra
do Espírit o Sant o. Dit osos aqueles aos que lhes é dado saber que o Filho de Deus veio, e t êm um
coração que confia e descansa no que é verdadeiro! Que est e sej a o nosso privilégio: que sej am os
guardados de t odos os ídolos e das falsas dout rinas, e do am or idólat ra pelos obj et os m undanos, e

306
que sej am os m ant idos pelo poder de Deus, por m eio da fé, para salvação et erna. A est e verdadeiro
Deus vivo seja a glória e o domínio por sempre jamais. Amém.

2 JOÃO

Est a epíst ola é com o um resum o da prim eira; em poucas palavras, t rat a os m esm os pont os. A
senhora eleita é elogiada pela educação virt uosa e religiosa de seus filhos; é exort ada a perm anecer
na dout rina de Crist o, a perseverar na verdade e a evit ar cuidadosam ent e os enganos dos falsos
mestres. Todavia, o apóstolo lhe roga principalmente que pratique o grande mandamento do amor e
da caridade cristãos.

Versículos 1- 3 O apóstolo saúda a senhora eleita e a seus filhos


Versículos 4- 6 Expressa seu gozo pela fé e o amor deles
Versículos 7- 11 Os adverte contra os enganadores
Versículos 12- 13 E termina

Versículos 1- 3
A religião torna os cumpridos em verdadeiras expressões de respeito e amor. Um discípulo ancião
é honorável; um apóst olo e líder ancião dos discípulos o é m ais ainda. A cart a é para um a nobre
senhora crist ã e seus filhos; bom é que o Evangelho est ej a ent re eles: algum as pessoas nobres
recebem o chamado. As fam ílias devem ser anim adas e dirigidas em seu am or e deveres
dom ést icos. Os que am am a verdade e a piedade em si m esm os, devem am á- la no próxim o; os
crist ãos am avam a est a senhora, não por sua cat egoria, senão por sua sant idade. Onde est iver de
verdade a religião, permanecerá para sempre.
Das Pessoas divinas da deidade, o apóstolo lhes deseja a graça, o favor divino e a boa vontade, a
font e de t odas as coisas boas. Sem dúvida é graça que a bênção espirit ual sej a dada aos m ort ais
pecadores. A m isericórdia e o livre perdão, porque os que j á são ricos em graça, necessit am perdão
cont ínuo. Paz, t ranqüilidade de espírit o, e consciência lim pa, na reconciliação assegurada com Deus,
j unt o com t oda prosperidade ext erna que é realm ent e para sem pre: est as são desej adas em
verdade e amor.

Versículos 4 - 6
Bom é t er sido ensinado precocem ent e na religião; as crianças poder ser am adas por am or de
seus pais. Deu grande gozo ao apóst olo ver os m eninos andando nas pegadas de seus pais e,
provavelm ent e, a sua vez, apoiando o evangelho. Que Deus abençoe m ais e m ais a essas fam ílias e
levant e a m uit os que im it em seu exem plo. Quão agradável é o cont rast e com os m uit os que
infundem a irreligiosidade, a infidelidade e o vício em seus filhos! Nosso cam inho é verdadeiro,
nossa condut a é boa, quando est ão de acordo com a Palavra de Deus. poderia dizer- se que est e
mandam ent o de am or crist ão m út uo é um m andam ent o novo porque foi declarado pelo Senhor
Crist o, porém , enquant o ao t em a, é ant igo. est e é o am or a nossas alm as, que obedeçam os aos
mandament os divinos. A visão ant ecipada da declinação dest e am or, e de out ras apost asias ou
desvios, pode ser a explicação dest a exort ação do apóst olo ao dever e à obediência a est e
mandamento com freqüência e fervor.

Versículos 7- 11
Descrevem- se o enganador e seu engano: ele t raz erro acerca da pessoa e ofício do Senhor
Jesus. Tal é um enganador e um ant icrist o; engana as alm as e sabot a a glória e o reino do Senhor
Jesus. Não pensem os que é est ranho que agora haj a enganadores e oposit ores do nom e e da
dignidade do Senhor Cristo, porque os houve nos tempos dos apóstolos.
Quant o m ais abundem os enganadores e os enganos, m ais alert as devem est ar os discípulos.
Trist e é que os esplêndidos logros na escola de Crist o se percam para sem pre. A m aneira de ganhar
a recom pensa plena é perm anecer veraz a Crist o e const ant e na religião at é o fim . O aferrar- se
firme à verdade cristã nos une a Cristo e, por Ele, também ao Pai, porque eles são Um. Descartemos
igualm ent e aos que não perm anecem na dout rina de Crist o e aos que t ransgridem seus
mandamentos. Qualquer que não professar nem pregar a dout rina de Crist o, respeit ando- o com o
Filho de Deus, e a salvação da culpa e do pecado por meio dEle, não deve ser levado em conta, nem

307
se deve prest ar- lhe at enção. Todavia, em obediência a est e m andam ent o, devem os dem onst rar
bondade e bom espírit o aos que diferem de nós em assunt os m enores, ainda quando sust ent am
firmemente todas as doutrinas importantes da pessoa de Cristo e da santa salvação.

Versículos 12- 13
O apóstolo refere muitas coisas a uma reunião pessoal. Pluma e tinta eram médios de fortalecer e
consolar o próxim o, porém ver- se é m elhor. A com unhão dos sant os deve ser m ant ida por t odos os
m édios e deve levar ao gozo m út uo. Na com unhão com eles encont ram os m uit os de nosso gozo
presente e esperamos a felicidade para sempre.

3 JOÃO

Est a epíst ola est á dirigida a um convert ido gent io. O alcance é elogiar sua const ância na fé e sua
hospitalidade, especialmente para com os ministros de Cristo.

Versículos 1- 8 O apóstolo elogia a Gaio por sua piedade e hospitalidade


Versículos 9- 12 O adverte para que não se coloque do lado de Diótrefes, que
era um espírito turbulento, mas recomenda a Demetrio como
homem de caráter excelente
Versículos 13- 14 Espera ver logo a Gaio

Versículos 1- 8
Os que são am ados de Crist o, am arão aos irm ãos por am or dEle. A prosperidade da alm a é a
m aior bênção nest e lado do céu. A graça e a saúde são ricas com panhias. A graça em pregará a
saúde. A alm a rica pode est ar aloj ada num corpo fraco; e a graça deve, ent ão, ser exercida para
submeter- se a t al dispensação. Cont udo, podem os desej ar e orar que os que t êm alm as prósperas
possam t er corpos sadios; que sua graça posa brilhar onde ainda há espaço para a at ividade.
Quant os professant es há, sobre os quais devem volt ar- se as palavras do apóst olos, e devem os
desejar com fervor que suas almas prosperem, ao prosperar sua saúde e suas circunstâncias!
A fé verdadeira operará por am or. Dar um bom inform e corresponde aos que recebem o bem ;
eles não podem senão t est ificar à igrej a o que acharam e sent iram . Os hom ens bons se regozij am
na prosperidade da alm a do próxim o; e se alegram ao ouvir da graça e a bondade de out ros. Assim
com o é gozo para os bons pais, será um gozo para os bons m inist ros ver que sua gent e enfeit a sua
profissão.
Gaio passou por alto diferenças menores entre cristãos sérios e ajudou generosamente a todos os
que levavam a im agem e faziam a obra de Crist o. Foi ret o no que fez com o servo fiel. As alm as fiéis
podem ouvir que são elogiadas sem envaidecer- se; a felicit ação do que é bom neles os coloca aos
pés da cruz de Cristo.
Os crist ãos devem considerar não só o que devem fazer, senão o que podem fazer; e devem
fazer at é as coisas corriqueiras da vida de boa vont ade, com bom ânim o, servindo nisso a Deus e
procurando assim Sua glória. Os que dão a conhecer livrem ent e o evangelho de Ct , serão aj udados
pelos out ros aos que Deus dá os m édios. Os que não podem proclam á- lo podem receber, de t odos
modos, ajuda e sustentar aos que sim o fazem.

Versículos 9- 12
Devem vigiar- se o coração e a boca. O temperamento e o espírito de Diótrefes estavam cheios de
orgulho e am bição. Já é m au não fazer o bem nós m esm os, m as pior ainda é est orvar os que
realizam o bem . Est as advert ências e conselhos são aceit os, m ais provavelm ent e, quando est ão
sazonados com am or. Seguir o que é bom , porque quem faz o bem , deleit ando- se nisso, é nascido
de Deus. os m alfeit ores pret endem em vão ou se j act am de conhecer a Deus. Não sigam os o que é
soberba, egoísmo e de má intenção, embora o exemplo seja dado por pessoas de alto nível e poder;
sejamos seguidores de Deus e andemos em amos segundo o exemplo de nosso Senhor.

Versículos 13- 14
Eis aqui o carát er de Dem et rio. Um nom e no evangelho ou um bom t est em unho das igrej as é
m elhor que a honra m undana. Depois de t udo, de poucos se fala bem no final e, às vezes, é m au

308
que assim sej a. Felizes aqueles cuj os espírit os e condut as os elogiam ant e Deus e os hom ens.
devemos estar preparados para dar- lhes nosso testemunho; e bom é quando os que elogiam podem
apelar às consciências dos que conhecem m elhor àqueles que são enalt ecidos. A conversação
pessoal, j unt os, poupa t em po e evit a problem as, e os erros que surgem das cart as; t odos os bons
crist ãos podem alegrar- se de ver- se uns aos out ros. A bênção é " A paz sej a cont igo" ; t oda a
felicidade sej a cont igo. Muit o bem podem saudar- se uns a out ros na t erra os que esperam viver
j unt os no céu. Junt ando- nos com crist ãos e im it ando o exem plo deles, t erem os paz int erior e
viveremos em paz com os irmãos; nossas comunicações com o Povo de Deus na terra serão gratas e
seremos contados com eles na glória eterna.

JUDAS

Est a epíst ola est á dirigida a t odos os crent es do evangelho. Sua int enção é resguardar aos
crent es cont ra os falsos m est res que haviam com eçado a infilt rar- se na I grej a crist ã, e a disseminar
preceit os perigosos para reduzir t odo o crist ianism o a um a fé só de nom e e a um a profissão ext erna
do evangelho. Tendo negado assim as obrigações da santidade pessoal, ensinavam a seus discípulos
a viver em sendas pecaminosas e, ao mesmo tempo, os bajulavam com a esperança da vida eterna.
Demonstra- se o vil carát er dest es sedut ores e se pronuncia sua sent ença, e a epíst ola conclui com
advertências, admoestações e conselhos para os crentes

Versículos 1- 4 O apóstolo exorta à constância na fé


Versículos 5- 7 O perigo de ser infetado pelos falsos mestres, e o castigo
temível que lhes será infligido e a seus seguidores
Versículos 8- 16 Uma descrição espantosa dos sedutores e de seu final
deplorável
Versículos 17- 23 Adverte- se aos crentes a não se deixarem surpreender pelos
enganadores que surjam entre eles
Versículos 24- 25 A epístola conclui com uma alentadora doxologia, ou palavras
de louvor

Versículos 1- 4
Os crist ãos são cham ados do m undo, de seu m al espírit o e t em peram ent o; são cham ados a pôr-
se por acim a do m undo, para coisas m ais elevadas e m elhores, para o céu, para as coisas invisíveis
e et ernas; cham ados do pecado a Crist o, da vaidade à seriedade, da im undícia à sant idade; e ist o
conform e ao propósit o e a graça divinos. Se form os sant ificados e glorificados, t oda a honra e a
glória devem ser at ribuídas a Deus e som ent e a Ele. Com o é Deus quem com eça a obra de graça
nas alm as dos hom ens, assim é Ele quem a execut a e a aperfeiçoa. Não confiem os em nós nem em
nossa quot a de graça j á recebida, senão nEle e som ent e nEle. A m isericórdia de Deus é o m anancial
e a font e de t odo o bom que t em os ou esperam os; a m isericórdia, não só para o m iserável, senão
para o culpável. Depois da m isericórdia est á a paz, que recebem os do sent ido de t erm os obt ido
misericórdia. Da paz brot a o am or; o am or de Crist o por nós, nosso am or por Ele, e nosso am or
frat ernal dos uns pelos out ros. o apóst olo roga não que os crist ãos se cont ent em com pouco, senão
que sua alm a e seus associados possam est ar cheios dest as coisas. Ninguém est á excluído da ofert a
e convit e do evangelho, senão os que, obst inada e perversam ent e, se excluem a si m esm os.
Todavia, a aplicação é para todos os crentes, e somente para eles. É para o fraco e para o forte.
Os que t êm recebido a dout rina dest a salvação com um devem cont ender por ela, eficazmente,
não furiosamente. Ment ir em favor da verdade é errado; cast igar em nom e da verdade, não é
m elhor. Os que t êm recebido a verdade devem cont ender por ela com o fizeram os apóst olos;
sofrendo com Paixão e valor por ela, não fazendo sofrer aos out ros, se eles não aceit am cada noção
do que cham am os fé e j ulgam os im port ant e. Devem os cont ender eficazm ent e pela fé, opondo- nos
aos que a corrom pem ou depravam ; os que se infilt ram sem ser percebidos; os que se arrast am
com o serpent es. Eles são os piores ím pios, os que t om am t ão at revidam ent e a exort ação a pecar
porque a graça de Deus abundou e ainda abunda tão maravilhosamente, e os que estão endurecidos
pela m agnit ude e plenit ude da graça do evangelho, cuj o desígnio é livrar o hom em do pecado e
levá- lo a Deus.

309
Versículos 5- 7
Os privilégios ext ernos, a profissão e a conversão aparent e, não podem guardar da vingança de
Deus cont ra os que se desviam , volt ando- se à incredulidade e à desobediência. A dest ruição dos
israelit as incrédulos no desert o dem onst ra que ninguém deve presum ir de seus privilégios. Eles
tiveram m ilagres com o seu pão diário, e ainda assim pereceram na incredulidade. Um grande
núm ero de anj os não se agradou com os lugares que Deus lhes assinou; o orgulho foi a causa
principal e diret a de sua queda. Os anj os caídos est ão reservados para o j uízo do grande dia; e os
hom ens caídos querem escapar dele? Com t oda cert eza que não. Considere- se ist o no m om ent o
devido. A dest ruição de Sodom a é um a advert ência a t oda voz para t odos, para que lhe prest em os
at enção e fuj am os das concupiscências carnais que bat alham cont ra a alm a ( 1 Pe 2.11) . Deus é o
m esm o Ser puro, j ust o e sant o agora que ent ão. Port ant o, t rem am e não pequem ( Sl 4.4) . não
descansem em nada que não subm et a a alm a à obediência de Crist o, porque nada senão a
renovação de nossa am a conform e à im agem divina, que opera o Espírit o Sant o, pode im pedir que
sej am os dest ruídos ent re os inim igos de Deus. Considere- se o caso dos anj os e not e- se que
nenhum a dignidade nem valor de criat ura serve. Ent ão, com o deve t rem er o hom em que bebe a
iniqüidade como se fosse água" (Jó 15.16).

Versículos 8- 16
Os falsos m est res são sonhadores; denigram grandem ent e e ferem penosam ent e a alm a. Est es
m est res são de m ent e pert urbada e espírit o sedicioso; esquecem que as pot est ades que exist em
têm sido ordenadas por Deus (Rm 13.1).
Enquanto à disputa pelo corpo de Moisés, parece que Satanás desejava dar a conhecer o lugar de
seu sepulcro aos israelitas para tentá- los a adorá- lo, porém lhe foi impedido e descarregou seu furor
com blasfêm ias desesperadas. I st o deve lem brar a t odos os que discut em , que nunca se façam
acusações com linguagem ofensiva. Além disso, daqui aprendam que devem os defender aos que
Deus reconhece. Difícil, senão im possível, é achar inim igos da religião crist ã que não vivam , nem
t enham vivido, em abert a ou secret a oposição aos princípios da religião nat ural. Aqui são
com parados com as best as, em bora freqüent em ent e se j act am de ser os m ais sábios da
humanidade. Eles se corrom pem nas coisas m ais sim ples e abert as. A falt a reside não em seus
entendimentos, senão em suas vontades depravadas e em seus apetites e afetos desordenados.
Grande repreensão, embora injusta, é para a religião, que os que a confessem, se oponham a ela
de coração e vida. O Senhor redim irá ist o a seu t em po e a seu m odo, não da form a cega em que os
hom ens arrancam as espigas de t rigo j unt o com o j oio. Trist e é que os hom ens que com eçaram no
Espírito terminem na carne. Duas vezes mortos: eles estiveram mortos em seu estado natural caído,
m as agora est ão m ort os de novo pelas provas evident es de sua hipocrisia. Árvores m ort as, por que
carregam o solo! Fora com elas, ao fogo! As ondas rugidoras são o t error dos passageiros que
navegam , m as quando chegam a port o, o barulho e o t error acabam . Os falsos m est res devem
esperar o pior cast igo nest e m undo e no vindouro. Brilham com o m et eoros ou est relas errant es que
caem, e depois, afundam na negrura das trevas para sempre.
Não há m enção da profecia de Enoque em out ra part e da Escrit ura; cont udo, um t ext o claro da
Escrit ura prova qualquer pont o que devam os crer. Dest e descobrim os que a vinda de Crist o a j ulgar
foi profet izada t ão ao princípio com o foram os t em pos ant eriores ao dilúvio. O Senhor vem : que
tempo glorioso será!
Percebam quão freqüent em ent e se repet e a para " ím pio" . Agora, m uit os não se referem aos
vocábulos pio ou ím pio a m enos que sej a para zom bar at é das palavras; m as não é assim na
linguagem que nos ensina o Espírito Santo. As palavras duras de uns a outros, especialmente se mal
fundamentadas, certamente serão levadas em conta no dia do juízo.
Os hom ens m alvados e sedut ores se enraivecem com t ôo o que acont ece, e nunca est ão
content es com seu próprio est ado e condição. Sua vont ade e sua fant asia são sua única regra e lei.
Os que com prazem seus apet it es pecam inosos t endem m ais a render- se às paixões ingovernáveis.
Os hom ens, desde o com eço do m undo, t êm declarado a condena que os denunciou. Evit em os os
tais. Devemos seguir os homens que somente seguem a Cristo.

Versículos 17- 23
Os hom ens sensuais se separam de Crist o e de sua I grej a, e se unem ao diabo, ao m undo e à
carne, com prát icas ím pias e pecam inosas. I st o é infinit am ent e pior que separar- se de qualquer
ram o da igrej a visível por quest ão de opiniões ou m odos e circunst âncias de governo ext erno ou da
adoração. Os hom ens sensuais não t êm o espírit o de sant idade, e qualquer que não a t enha, não
pert ence a Crist o. a graça da fé é sant a at é o m áxim o, porque opera por am or, purifica o coração e
vence ao m undo pelo qual se dist ingue da fé falsa e m ort a. Muit o provavelm ent e prevaleçam nossas
orações quando oram os no Espírit o Sant o, sob sua direção e poder, conform e com a regra de sua

310
palavra, com fé, fervor e anelo; ist o é orar no Espírit o Sant o. A fé na expect at iva de vida et erna nos
arm ará cont ra as arm adilhas do pecado: a fé viva dest a bendit a esperança nos aj udará a m ort ificar
nossas concupiscências.
Devem os vigiar- nos os uns aos out ros; fielm ent e, porém com prudência, para reprovar- nos os
uns aos out ros, e para dar bom exem plo a t odos os que nos rodeiam . I st o deve ser feit o com
com paixão, diferenciando entre o fraco e o soberbo. Devemos tratar a alguns com ternura. A outros,
salvar com t em or; enfat izando os t errores do Senhor. Todos os esforços devem realizar- se com
aborrecim ent o decidido dos delit os, cuidando- nos de evit ar t odo o que conduza à com unhão com
eles, o que t enha est ado conect ado com eles, em obras de t revas, m ant endo- nos longe do que é
ruim ou parece sê- lo.

Versículos 24- 25
Deus é poderoso, e t ão dispost o com o poderoso para im pedir que caiam os e para apresent ar- nos
sem defeit o ant e a presença de sua glória. Não com o uns que nunca t ivéssem os falhado, senão
com o uns que, pela m isericórdia de Deus, e os sofrim ent os e m érit os de um Salvador, t ivéssem os
sido, em sua grande maioria, justamente condenados faz muito tempo. todos os crentes sinceros lhe
foram dados pelo Pai; e de t odos os assim dados, Ele não perdeu nenhum , nem perderá a nenhum .
Agora, nossas falt as nos enchem de t em ores, dúvidas e t rist eza, porém o Redent or se t em propost o
que seu povo sej a apresent ado sem m ácula. Onde não há pecado, não haverá pena; onde há
perfeição de sant idade, haverá perfeição de gozo. olhem os com m aior freqüência Àquele que é
capaz de im pedir que caiam os, de m elhorar e de m ant er a obra que com eçou em nós at é que
sej am os apresent ados sem culpa diant e da presença de sua glória. Ent ão, nossos corações
conhecerão um gozo além do que pode permitir a terra; então Deus também se regozijará por nós e
se com plet ará o gozo de nosso com passivo Salvador. Ao que t em form ado o plano t ão sabiam ent e,
e que o cum prirá fiel e perfeit am ent e, a Ele sej a a glória e a m aj est ade, im pério e poder, agora e
por todos os séculos, amém.

APOCALIPSE

O Livro do Apocalipse de são João consiste em duas partes principais.


1) Relata "as coisas que são", isto é, o estado então presente da Igreja, que contem a epístola de
João às sete igrejas, e seu relato da manifestação do Senhor Jesus e sua ordem para que o apóstolo
escreva o que viu ( capít ulo 1.9- 20). Tam bém , os serm ões ou epíst olas às set e igrej as da Ásia. Sem
dúvida se referem ao est ado das respect ivas igrej as, com o exist iam ent ão, porém cont êm
excelent es preceit os e exort ações, recom endações e repreensões, prom essas e am eaças apt as para
instruir a Igreja cristã de todos os tempos.
2) Cont em um a profecia " das coisas que devem acont ecer logo" , e descreve o est ado fut uro da
Igreja, desde a época em que o apóstolo contemplou as visões aqui registradas. Está concebida para
nossa m elhoria espirit ual; para advert ir ao pecador descuidado, para indicar o cam inho de salvação
ao que, acordado, pergunt a; para edificar o crent e fraco, consolar o crist ão afligido e t ent ado, e
podem os agregar especialm ent e, para fort alecer os m árt ires de Crist o subm et idos às cruéis
perseguições e sofrimentos infligidos por Satanás e seus seguidores.

CAPÍTULO 1
Versículos 1- 3 A origem e desígnio divino e importância deste livro
Versículos 4- 8 O apóstolo João saúda as sete igrejas da Ásia
Versículos 9- 11 Declara quando, onde e como lhe foi feita a revelação
Versículos 12- 20 Visão em que viu aparecer a Cristo

Versículos 1- 3
Este livro é a revelação de Jesus Cristo; toda a Bíblia o é, porque toda revelação vem por meio de
Crist o e t odo se relaciona com Ele. seu t em a principal é expor os propósit os de Deus acerca dos
assunt os da I grej a e das nações segundo se relacionam com ela, e do fim do m undo. Tudo isso
acont ecerá com t oda cert eza e com eçarão a ocorrer dent ro de m uit o pouco t em po. em bora Crist o

311
m esm o é Deus e t em luz e vida em si, cont udo, com o Mediador ent re Deus e o hom em recebe
inst ruções do Pai. A Ele devem os o conhecim ent o do que devem os esperar de Deus e do que Ele
espera de nós. O t em a dest a revelação eram as coisas que deviam acont ecer logo. Pronuncia- se
um a bênção para t odos os que lêem ou escut am as palavras dest a profecia. Boa ocupação t êm os
que invest igam a Bíblia. Não bast a com ler e ouvir, senão que devem os m ant er em nossa m em ória,
em nossa m ent e, em nossos afet os e na prát ica, as coisas que est ão escrit as, e serem os
abençoados na obra. Ainda os mistérios e as dificuldades deste livro estão unidos com revelações de
Deus, adequadas para im prim ir na m ent e um t em or reverent e e para purificar a alm a do leit or,
em bora possa ser que est e não discirna o significado profét ico. Nenhum a part e da Escrit ura expõe
mais plenamente o evangelho e adverte melhor contra o mal do pecado.

Versículos 4- 8
Não pode haver verdadeira paz onde não há verdadeira graça; aonde vai prim eiro a graça,
seguirá a paz. Est a bênção é no nom e de Deus, da Sant a Trindade, é um at o de adoração. prim eiro,
se m enciona ao Pai, descrit o com o o Senhor que é, que era e que há de vir, et erno, im ut ável. O
Espírit o Sant o é cham ado os set e espírit os, o perfeit o Espírit o de , em quem há diversidade de dons
e operações. O Senhor Jesus Crist o foi desde a et ernidade, um a Test em unha de t odos os conselhos
de Deus. Ele é o Prim ogênit o dos m ort os, que por seu poder ressuscit ará a seu povo. Ele é o
Príncipe dos reis da t erra; por Ele são ab- rogados seus conselhos e ant e Ele são eles responsáveis
de render cont as. O pecado deixa um a m ancha de culpa e cont am inação na alm a. nada pode t irar
est a m ancha, senão o sangue de Crist o, e Crist o derram ou seu próprio sangue para sat isfazer sem
justiça divina, e comprar o perdão e a pureza para seu povo.
Crist o t em feit o dos crent es, reis e sacerdot es para Deus seu Pai. Com o t ais eles vencem o
mundo, m ort ificam o pecado, governam seus próprios espírit os, resist em a Sat anás, prevalecem
com Deus em oração e j ulgarão o m undo. Ele os t em feit o sacerdot es, lhes deu acesso a Deus, os
capacit ou para oferecer sacrifícios espirit uais aceit áveis, e por est es favores eles devem dar- lhe
domínio e glória para sempre.
Ele j ulgará o m undo. Cham a a at enção at é esse grande dia em que t odos verem os a sabedoria e
a felicidade dos am igos de Crist o e a loucura e infelicidade de seus inim igos. Pensem os
freqüentem ent e na segunda vinda de Crist o. Ele virá para t error dos que o ferem e crucificam de
novo em sua apost asia; Ele virá para assom bro de t odo o m undo dos ím pios. Ele é o Princípio e o
Fim ; t odas as coisas são dEle e para Ele; e o Todo Poderoso; o m esm o Et erno e I m ut ável. Se
desej arm os ser cont ados com seus sant os na glória et erna, devem os subm et er- nos agora
volunt ariam ent e a Ele, recebê- lo, e honrá- lo com o Salvador, a quem crem os virá a ser o nosso Juiz.
Ai, que houvesse muitos que desejassem não morrer nunca, e que não houvesse um dia de juízo!

Versículos 9- 11
Consolo do apóst olo é que não sofreu com o m alfeit or, senão pelo t est em unho de Jesus, por dar
t est em unho de Crist o com o o Em m anuel, o Salvador; o Espírit o de glória e de Deus repousou sobre
est e perseguido apóst olo. O dia e a hora dest a visão foi o dia do Senhor, o dia de repouso crist ão, o
prim eiro dia da sem ana, observado em m em ória da ressurreição de Crist o. nós, que o cham am os
" nosso Senhor" , devem os honrá- lo em seu próprio dia. O nom e m ost ra com o deve observar- se est e
dia sagrado; o dia do Senhor deve ser dedicado absolut am ent e ao Senhor e nenhum a de suas horas
deve empregar- se em forma sensual, mundana ou em diversões.
Ele est ava em um a at it ude seria, celest ial, espirit ual, sob a influência da graça do Espírit o de
Deus. Os que desej em desfrut ar da com unhão com Deus no dia do Senhor, devem procurar t irar
seus pensamentos e afetos das coisas terrenas. Se os crentes são impedidos de observar o dia santo
do Senhor com as ordenanças públicas e a com unhão dos sant os, por necessidade e não por própria
opção, podem buscar consolo na m ediação e nos deveres secret os da influência do Espírit o; ouvindo
a voz e cont em plando a glória de seu am ado Salvador, de cuj as palavras de graça e poder não os
pode separar nenhum confinamento nem circunstância externa. Se nos dá um alarme com o som da
trombeta e, depois, o apóstolo ouviu a voz de Cristo.

Versículos 12- 20
As igrej as recebem sua luz de Crist o e do evangelho, e as m ost ram aos out ros. Elas são os
candeeiros de ouro; devem ser preciosas e puras; não só os m inist ros, senão os m em bros delas;
assim deve brilhar sua luz diant e dos hom ens, com o para elevar a out ros a dar glória a Deus. o
apóstolo viu como se o Senhor Jesus Cristo aparecesse em meio dos candeeiros de ouro. Ele sempre
est á com suas igrej as, at é o fim do m undo, enchendo- as com luz, vida e am or. Est ava vest ido com
um m ant o at é os pés, t alvez represent ando sua j ust iça e seu sacerdócio, com o Mediador. Est a
vestim ent a est ava cingida com um cint o de ouro, que pode denot ar quão preciosos são seu am or e

312
afet o por seu povo. sua cabeça e cabelos brancos com o lã e neve podem represent ar sua
m aj est ade, pureza e et ernidade. Seus olhos com o cham as de fogo podem represent ar seu
conhecim ent o dos secret os de t odos os corações e dos acont ecim ent os m ais dist ant es. Seus pés,
com o de lat ão reluzent e que arde num forno, podem denot ar a firm eza de seus desígnios e a
excelência de seus procedimentos. Sua voz, como o som de muitas águas, pode representar o poder
de sua palavra, para t irar ou dest ruir. As set e est relas eram sím bolo dos m inist ros das set e igrej as
às quais devia escrever o apóstolo, e a quem Cristo sustentava e mandava. A espada representa sua
j ust iça e sua palavra, que alcança at é dividir alm a e espírit o ( Hb 4.12) . Seu rost o era com o o sol,
quando brilha clara e fort em ent e; sua força dem asiado brilhant e e cegante para que a cont em plem
os olhos mortais.
O apóst olo est ava est arrecido com a grandeza do brilho e a glória com que apareceu Crist o. nós
bem podem os est ar cont ent es com andar por fé enquant o est iverm os aqui na t erra. O Senhor Jesus
disse palavras de consolo: Não t em as. Palavras de inst rução, dizendo quem era o que assim
aparecia. Sua nat ureza divina: o Prim eiro e o Últ im o. Seus sofrim ent os ant eriores: est ive m ort o; o
mesmo ao qual viram na cruz seus discípulos. Sua ressurreição e vida: venci a morte e sou partícipe
da vida et erna. Seu ofício e aut oridade: o dom ínio soberano no m undo invisível e sobre ele, com o o
Juiz de t udo, de cuj a sent ença não há apelação. Escut em os a voz de Crist o e recebam os as prendas
de seu am or, porque, que pode ocult ar daqueles por cuj os pecados m orreu? Ent ão, obedeçam os a
Sua palavra e entreguemo- nos totalmente Àquele que dirige retamente todas as coisas.

CAPÍTULO 2
Versículos 1- 7 As epístolas às igrejas da Ásia, com advertências e
exortações À igreja de Éfeso
Versículos 8- 11 À igreja de Esmirna
Versículos 12- 17 À de Pérgamo
Versículos 18- 29 E à de Tiatira

Versículos 1- 7
Est as igrej as est avam em t ão diferent es est ados de pureza de dout rina e poder da piedade que
as palavras de Crist o para elas sem pre virão bem ao caso de out ras igrej as e crent es. Crist o
conhece e observa o est ado delas; em bora est á no céu, de t odos m odos anda em m eio de suas
igrejas na terra, observando o que está mal nelas e que lhes falta.
A igreja de Éfeso é elogiada pela diligência no dever. Cristo leva a conta de cada hora de trabalho
que seus servos fazem para Ele, e seu t rabalho no Senhor na será em vão. Mas não é suficient e que
sej am os diligent es; deve haver paciência para suport ar, e deve haver paciência para esperar.
Mesm o que devam os m ost rar t oda m ansidão a t odos os hom ens, cont udo, devem os m ost rar j ust o
zelo cont ra seus pecados. O pecado de que Crist o acusa a est a igrej a não é que t ivesse deixado e
abandonado ao obj et o do am or, senão que t em perdido o grau de fervor que t eve no princípio.
Crist o est a descont ent e com seu povo quando os vê ficarem rem issos e frios para com Ele. Com
cert eza que est a m enção na Escrit ura, dos crist ãos que abandonam seu prim eiro am or, é um a
recrim inação para os que falam dist o com negligência e, assim , t rat am de escusar a indiferença e
preguiça neles m esm os e nos out ros; nosso Salvador considera pecam inosa essa indiferença.
Devem arrepender- se; devem doer- se e envergonhar- se por sua pecam inosa declinação e confessá-
la hum ildem ent e ant e os olhos de Deus. devem propor- se recuperar seu prim eiro zelo, t ernura e
fervor e devem orar fervorosam ent e, e vigiar t ão diligent em ent e, com o quando ent raram no
princípio nos cam inhos de Deus. Se a presença da graça e do Espírit o de Crist o for descuidada,
podem os esperar a presença de seu desagrado. Faz- se um a m enção alent adora do que era bom
neles. A indiferença para com a verdade e o erro, para com o bom e o m au, pode cham ar- se
caridade e m ansidão, m as não é assim , e desagrada a Crist o. A vida crist ã é um a guerra cont ra o
pecado, cont ra Sat anás, o m undo e a carne. Nunca devem os ceder ant e nossos inim igos espirit uais,
e ent ão t erem os um glorioso t riunfo e recom pensa. Todos os que perseverem receberão de Crist o,
com o a Árvore da vida, a perfeição e a confirm ação da sant idade e a felicidade, não no paraíso
terreno, senão no celestial.
Isto é uma expressão figurada, tomada do relato do jardim do Éden, que significa os gozos puros,
sat isfat órios e et ernos do céu; e a espera deles nest e m undo, por filho, em com unhão com Crist o e
com as consolações do Espírit o Sant o. Crent es, t om em daqui sua vida de lut a, e esperem e
aguardem um a vida t ranqüila no além ; porém não at é ent ão: a palavra de Deus nunca prom et e que
aqui teremos tranqüilidade e liberdade completa dos conflitos.

313
Versículos 8- 11
Nosso Senhor Jesus é o Prim eiro, porque por Ele foram feit as t odas as coisas; Ele est ava com
Deus antes de todas as coisas, e é Deus mesmo. Ele é o Último, porque será o Juiz de todos.
Como Primeiro e Último, que esteve morto e viveu, é o Irmão e Amigo do crente, deve ser rico na
pobreza m ais profunda, honorável em m eio da m ais profundidades hum ilhação, e feliz subm et ido à
m ais pesada t ribulação, com o a igrej a de Esm irna. Muit os os ricos dest e m undo, são pobres
Enquanto ao vindouro; e alguns que são pobres por fora, são ricos por dent ro; ricos em fé, em boas
obras, ricos em privilégios, ricos em dons, ricos em esperança. Onde há esperança espirit ual, a
pobreza ext erna pode suport ar- se bem ; quando o povo de Deus é em pobrecido Enquanto a est a
vida, por am or de Crist o e a boa consciência, Ele os com pensa em t odo com riquezas espirit uais.
Crist o arm a cont ra as t ribulações im inent es. Não t em am nada dest as coisas; não só proíbam - se o
t em or servil, senão que devem subm et ê- lo proporcionando a alm a fort aleza e valor. Será para
prová- los, não para destruí- los.
Note- se a cert eza da recom pensa: " Dar- te- ei" ; eles t erão a recom pensa da m ão m esm a de
Crist o. Além disso, quão adequada é: " a coroa de vida" ; a vida gast a a seu serviço ou ent regue a
sua causa, será recom pensada com um a vida m uit o m elhor, a que será et erna. A m ort e segunda é
indizivelm ent e pior que a prim eira, t ant o em suas agonias com o por ser et erna: sem dúvida é
espantoso m orrer e est ar m orrendo sem pre. Se um hom em é liberado da segunda m ort e e da ira
vindoura, pode suportar com paciência o que encontre neste mundo.

Versículos 12- 17
A palavra de Deus é um a espada, capaz de cort ar pecado e pecadores. Gira e cort a por t odas
part es, m as o crent e não t em que t em er est a espada; em bora a confiança não pode receber
respaldo sem um a obediência const ant e. Com o nosso Senhor not a as vant agens e oport unidades
que temos para cumprir nosso dever nos lugares onde habitamos, assim percebe nossas tentações e
desalent os pelas m esm as causas. Em um a sit uação de prova, a igrej a Deus Pérgam o não negou a
fé, nem por apost asia franca, nem por ceder a fim de evitar a cruz. Cristo elogia sua firmeza, porém
repreende suas falt as pecam inosas. Um a visão errada da dout rina do evangelho e da liberdade
crist ã era a raiz da am argura da qual surgiram m aus cost um es. Ao arrependim ent o é o dever das
igrej as e corpos de hom ens, e das pessoas part iculares: os que pecam j unt os, devem arrepender- se
juntos.
Aqui está a promessa de favor para os que vençam. As influências e as consolações do Espírito de
Cristo descem desde o céu até a alma, para apoiá- la. Isto está oculto do resto do mundo.
O homem novo é o nome da adoção: quando o Espírito Santo mostra sua obra na alma do crente,
ele compreende o nome novo e sua verdadeira importância.

Versículos 18- 29
Em bora o Senhor conhece as obras de seu povo, que são feit as em am or, fé, zelo e paciência, se
seus olhos, que são com o de fogo fulgurant e, os vê com et endo ou perm it indo o errado, os
repreenderá, corrigirá ou castigará.
Aqui há louvor do m inist ério e do povo de Tiat ira de part e dAquele que conhecia os princípios
pelos quais eles agiam . Eles ficaram m ais sábios e m elhores. Mas est a igrej a convivia com uns
sedutores m alvados. Deus é conhecido pelos j uízos que execut a; por isso, sobre os sedut ores
m ost ra seu cert eiro conhecim ent o dos corações dos hom ens, de seus princípios, desígnios,
disposição e temperamento. Alenta- se aos que se mantinham puros e incontaminados.
Perigoso é desprezar o m ist ério de Deus, e t ão perigoso com o receber os m ist érios de Sat anás.
Cuidemo- nos das profundezas de Satanás, das quais os que menos as conhecem são os mais felizes.
Quão doce é Crist o com seus servos fiéis! Ele não coloca carga sobre seus servos, senão o que for
para seu bem . Há um a prom essa de am pla recom pensa para o crent e perseverant e e vit orioso;
também conhecimento e sabedoria apropriados para seu poder e domínio. Cristo traz consigo a alma
do dia, a luz da graça e a glória em sua presença e seu gozo, seu Senhor e Salvador. Depois de
cada vitória continuemos com nossa vantagem contra o inimigo para que possamos vencer e manter
as obras de Cristo até o final.

CAPÍTULO 3
Versículos 1- 6 Epístola à igreja de Sardes
Versículos 7- 13 À de Filadélfia
Versículos 14- 22 À de Laodicéia

314
Versículos 1- 6
O Senhor Jesus é quem t em o Espírit o Sant o com t odos seus poderes, graças e operações. A
hipocrisia e um lam ent ável det erioro da religião são os pecados de que acusa a Sardes Aquele que
conhecia bem a essa igrej a e t odas as suas obras. As coisas ext ernas pareciam bem aos hom ens,
porém ali havia som ent e a form a de piedade, não o poder: um nom e que vive, m as não um
princípio de vida. Havia grande m ort andade em suas alm as e em seus serviços; quant idades que
eram t ot alm ent e hipócrit as, out ros que est avam vivendo em form a desordenada e m ort a. Nosso
Senhor os cham ou a est arem alert as cont ra seu inim igos, e at ivos e fervorosos em seus deveres; e
a propor- se, dependendo da graça do Espírit o Sant o, a reviver e fort alecer a fé e os afet os
espirit uais dos ainda vivos para Deus, em bora em decadência. Perdem os t erreno cada vez que
baixamos a guarda.
Tuas obras são ocas e vazias; as orações não estão cheias de santos desejos, as esmolas não são
obras cheias de caridade verdadeira, os dias de repouso não est ão cheios de devoção da alm a,
adequada para Deus. Não há afeição int erna adequada para os at os e expressões ext ernas; quando
falt a o espírit o, a form a não perm anece por m uit o t em po. ao procurar um avivam ent o em nossa
alm a ou nas dos out ros, devem os com parar o que professam os com a m aneira em que vivem os,
para serm os hum ilhados e vivificados e t om ar firm em ent e o que rest a. Crist o enfat iza com um a
t emível ameaça seu conselho, se for desprezado.
Contudo, nosso amado Senhor não deixa a estes pecadores sem algo de ânimo. Faz uma honrosa
m enção do rem anescent e fiel de Sardes, form ula um a prom essa de graça para eles. Quem vencer
será vest ido com vest es brancas; a pureza da graça será recom pensada com a pureza perfeit a da
glória. Crist o t em seu livro da vida, um regist ro de t odos os que herdarão a vida et erna; o livro de
m em órias de t odos os que vivem para Deus, e m ant êm a vida e o poder da piedade nos m aus
tem pos. Crist o t irará est e livro da vida e m ost rará os nom es dos fiéis ant e Deus, e diant e de t odos
os anjos, no grande dia.

Versículos 7- 13
O próprio Senhor Jesus t em a chave do governo e aut oridade da I grej a e sobre ela. Abre um a
porta de oportunidade a suas igrejas; abre uma porta de pregação a seus ministros; abre uma porta
de ent rada, abre o coração. Ele fecha a port a do céu ao néscio que dorm e no dia da graça; e aos
fazedores de iniqüidade, por vãos e confiados que sejam.
Elogia a igrej a de Filadélfia, m as com um a suave censura. Em bora Crist o aceit a um pouco de
força dos crentes, não devem, porém, ficarem satisfeitos com um pouquinho, senão esforçar- se para
crescer em graça, para serem font es na fé, dando glória a Deus. Crist o pode descobrir est e seu
favor a seu povo, de m odo que seus inim igos se vej am forcados a reconhecê- lo. Pela graça de
Cristo, isto abrandará a seus inimigos e os fará desejar serem admitidos à comunhão com Seu povo.
Crist o prom et e preservar a graça nas épocas de m aior provação, com o prêm io pela fidelidade
passada: ao que t em lhe será dado. Os que sust ent am o evangelho em um a época de paz serão
sust ent ados por Crist o na época da t ent ação, e a m esm a graça divina que os fez frut ificar em
t em pos de paz, os fará fiéis nos t em pos de perseguição. Crist o prom et e um a gloriosa recom pensa
ao crente vitorioso.

Versículos 14- 22
Laodicéia era a últ im a e a pior das set e igrej as da Ásia. Aqui nosso Senhor Jesus se apresent a a
si mesmo como "o Amém": um constante e imutável em todos seus propósitos e promessas.
Se a religião vale de algo, o vale t odo. Crist o espera que os hom ens sej am fervorosos. Quant os
há que professam a dout rina do evangelho e não são nem frios nem quent es! Salvo que sej am
indiferent es nas coisas necessárias, e quent es e feros nos debat es de coisas de m enor im port ância.
Promete- se um severo castigo.
Eles darão um a falsa im pressão do crist ianism o com o se for um a religião ím pia, enquant o que
out ros concluirão que não perm it e um a sat isfação real, ou do cont rário seus professant es não
colocariam t ão pouco coração nela, ou não est ariam t ão dispost os a procurar prazer e felicidade no
mundo.
Um a causa dest a indiferença e incoerência na religião é o orgulho e o engano de si m esm os:
"Porque dizes". Que diferença há entre o que eles pensam de si mesmos e o que Cristo pensa deles!
Quant o cuidado devem os t er para não enganar nossa própria alm a! no inferno há m uit os que
pensaram que iam bem adiant ados no cam inho ao céu. Roguem os a Deus que não sej am os
ent regues a baj ular- nos e enganar- nos. Os professant es se orgulharam a m edida que viravam
carnais e form ais. O est ado deles era m iserável de por si. Eram pobres; realm ent e pobres quando
diziam e pensavam que eram ricos. Não podiam ver seu est ado, seu cam inho nem seu perigo, m as
pensavam que os viam . Não t inham o m ant o da j ust ificação nem da sant ificação: est avam nus ao

315
pecado e à vergonha; a j ust iça deles não era senão t rapos de im undícias; t rapos que não cobririam ;
t rapos de im undícia que os cont am inavam . Est avam nus, sem casa nem t et o, porque est avam sem
Deus, o Único em quem a alma pode achar repouso e seguridade.
Crist o aconselhou bem a est a gent e pecadora. Dit osos são os que aceit am seu conselho, porque
t odos os que não os aceit am devem perecer em seus pecados. Crist o lhes deixa sabem onde podem
obt er verdadeiras riquezas e com o podem t ê- las. Devem deixas algum as coisas, m as nada de valor;
e isso é só para dar lugar a receber verdadeiras riquezas. Abandone- se o pecado e a confiança em si
mesmo, para que possam ser cheios com seu t esouro ocult o. Devem receber de Crist o essa
roupagem branca que Ele com prou e proveu para eles: Sua própria j ust iça im put ada para
j ust ificação, e as vest iduras da sant idade e a sant ificação. Que eles se ent reguem a sua palavra e a
seu Espírit o, e seus olhos serão abert os para que vej am seu cam inho e seu final. Exam inem o- nos
pela regra de sua palavra e oremos com fervor pelo ensinamento de seu Espírito Santo para que tire
nossa soberba, os prej uízos e as concupiscências carnais. Os pecadores deveriam t om ar as
repreensões da Palavra e da vara de Deus com o sinais de seu am or por suas alm as. Crist o ficou
fora; cham a pelos t rat am ent os de sua providência, as advert ências e os ensinam ent os de sua
Palavra e a obra de seu Espírito. Crist o, com sua palavra e Espírit o, e por graça, ainda cont inua
vindo à port a do coração dos pecadores. Os que lhe abram desfrut arão de sua presença. Se os que
encont rar servem som ent e para um a pobre fest a, o que Ele t raz a enriquecerá. Ele dará um a nova
provisão de graça e consolos.
Na conclusão est á a prom essa para o crent e vencedor. O próprio crist ão t eve t ent ações e
conflitos; os venceu a todos e foi mais que vencedor. Os que são como Cristo em suas provas, serão
feitos como Ele na glória.
Todo t erm ina com o pedido de at enção geral. Est es conselhos, em bora apt os para as igrej as às
quais foram dirigidos, são profundamente interessante para todos os homens.

CAPÍTULO 4
Versículos 1- 8 Uma visão de Deus, em seu glorioso trono, em volta do qual
havia vinte e quatro anciãos e quatro seres viventes
Versículos 9- 11 Seus cânticos, e os dos santos anjos, ouviu o apóstolo

Versículos 1- 8
Depois que o Senhor Jesus houve inst ruído ao apóst olo para que escrevesse " as coisas que são"
às igrej as, houve out ra visão. O apóst olo viu um t rono colocado no céu, um em blem a do dom ínio
universal de Jeová. Viu a Um glorioso no t rono, não descrit o com rasgos hum anos, com o para ser
represent ado por um a sem elhança ou im agem , senão por seu fulgor sem igual. Est es parecem
sím bolos da excelência da nat ureza divina, e da t em ível j ust iça de Deus. o arco- íris é um sím bolo
apropriado da aliança de prom essas que Deus fez com Crist o, com o Cabeça da I grej a, e com t odo
seu povo nEle. A cor dom inant e era um verde agradável, m ost rando a nat ureza revivida e
refrescante da nova aliança.
Havia vint e e quat ro assent os em volt a do t rono onde havia vint e e quat ro anciãos, que
provavelm ent e represent am a t oda a I grej a de Deus. que est ivessem sent ados significa honra,
repouso e sat isfação; que eles est ej am sent ados em volt a do t rono significa a proxim idade com
Deus, a vist a e o deleit em que t êm nEle. Os anciãos vest em roupagens brancas; a j ust iça im put ada
aos sant os, e sua sant idade: t inham em suas cabeças coroas de ouro, significado a glória que têm
com Ele. Raios e vozes saíam do t rono; as t em íveis declarações que faz Deus a sua igrej a acerca de
sua soberana vontade e prazer.
Havia set e lâm padas de fogo ardendo diant e do t rono; os dons, as graças e as operações do
Espírit o de Deus nas igrej as de Crist o, dispensadas conform e à vont ade e o prazer do que se
assent a no t rono. Na I grej a do evangelho, o lavam ent o para a purificação é o sangue do Senhor
Jesus Crist o, que lim pa de t odo pecado. Nest e devem ser lavados t odos para serem adm it idos por
graça na presença de Deus na terra, e ante sua gloriosa presença no céu.
O apóstolo viu quatro seres viventes entre o trono e o círculo dos anciãos, colocados entre Deus e
a gent e. Est es pareceram significar os verdadeiros m inist ros do evangelho por seu lugar ent re Deus
e a gent e. Tam bém ist o o indica a descrição que se dá, a qual m ost ra sabedoria, valor, diligência e
discrição, e os afetos pelos quais sobem ao céu.

316
Versículos 9- 11
Todos os crent es verdadeiros at ribuem sua redenção e conversão, seus privilégios present es e
esperanças fut uras ao et erno e suprem am ent e sant o Deus. Assim sobem aos céus os cânt icos
agradecidos e por sem pre harm oniosos dos rem idos. Na t erra, façam os com o eles, que nossos
louvores sej am const ant es, inint errupt os, unidos, indivisos, agradecidos, não frios nem form ais;
humildes e não confiados em si mesmos.

CAPÍTULO 5
Versículos 1- 7 Um livro selado com sete selos, que não pode ser aberto por
ninguém senão por Cristo, quem toma o livro e o abre
Versículos 8- 14 Toda honra se atribui a Ele, como digno de abri- lo

Versículos 1- 7
O apóst olo viu na m ão do que est ava sent ado no t rono um rolo de pergam inhos, da form a
habit ual daqueles t em pos, e selado com set e selos. Represent ava os propósit os secret os de Deus
que seriam revelados. Os desígnios e os m ét odos da providência divina para a I grej a e o m undo
est ão est abelecidos, det erm inados e ficam por escrit o. Não se t ira o selo nem se abem de im ediat o
as diversas part es do rolo, senão um a part e após a out ra, at é que t odo o m ist ério do conselho e
conduta de Deus estiver consumado no mundo.
As criat uras não podem abri- lo nem lê- lo; som ent e o Senhor pode fazê- lo. Os que m ais vêem de
Deus, desej am ver m ais; e os que t êm vist o Sua glória, desej am conhecer Sua vont ade. Porém , at é
os hom ens bons podem est ar dem asiado anelant es e apressados por esquadrinhar os m ist érios da
conduta divina. Tais desejos se convertem em lamento e pesar se não são respondidos logo.
Se João chorou m uit o porque não podia ler o livro dos decret os de Deus, quant a razão t êm
muitos para derram arem rios de lágrim as por sua ignorância do evangelho de Crist o do qual
depende a salvação eterna!
Nós não devem os chorar por não poder prever acont ecim ent os fut uros acerca de nós nest e
mundo; a ansiosa expect at iva das perspect ivas fut uras ou a previsão de calam idades vindouras nos
faria, por igual, inapt os para nossos deveres e conflit os present es, ou t ornariam inquiet ant es nossos
dias de prosperidade. Mas podem os desej ar saber, pelas prom essas e profecias da Escrit ura, qual
será o acont ecim ent o final para os crent es e para a I grej a; que o Filho encarnado t em prevalecido
para que aprendamos todo o que necessitamos saber.
Crist o est á com o Mediador ent re Deus e os m inist ros e o povo. é cham ado de Leão, porém
aparecem com o Cordeiro im olado. Aparece com as m arcas de seus sofrim ent os, para m ost rar que
intercede por nós no céu em virt ude da sat isfação que fez. Aparece com o Cordeiro, com set e chifres
e set e olhos: o poder perfeit o para execut ar t oda a vont ade de Deus, e a sabedoria perfeit a para
entendê- la e executá- la da forma mais eficaz. O Pai pôs o livro de seus eternos conselhos na mão de
Crist o, e Ele o t om ou, rápida e alegrem ent e, em sua m ão: porque se deleit a em dar a conhecer a
vontade de seu Pai; e Ele dá o Espírito Santo para revelar a verdade e a vontade de Deus.

Versículos 8- 14
É t em a de gozo para t odo o m undo ver que Deus t rat a com os hom ens com graça e m isericórdia
por m eio do Redent or. Ele governa o m undo, não só com o Criador, senão com o nosso Salvador. As
harpas eram inst rum ent os de louvor; os vasos est avam cheios de perfum e ou incenso, que
represent am as orações dos sant os: o louvor e a oração sem pre devem ir j unt as. Crist o t em
redim ido seu povo da escravidão do pecado, da culpa e de Sat anás, não só com prou a liberdade
para eles, senão a honra e a m ais alt a preferência; os t êm feit o reis e sacerdot es; reis, para que
reinem sobre seus próprios espírit os e para vencerem o m undo e o Maligno; e os faz sacerdot es,
dando- lhes acesso a Ele mesmo, e liberdade para oferecer sacrifícios espirituais.
Que palavras poderiam declarar m ais plenam ent e que Crist o é, e deve ser, adorado igualm ent e
com o Pai por t odas as criat uras por t oda a et ernidade! Dit osos os que adorarão e louvarão no céu,
e que por sem pre abençoarão o Cordeiro que os liberou e os separou para sim por Seu sangue.
Quão digno és Tu, oh Deus, Filho e Espírit o Sant o, de nossos louvores m ais excelsos! Todas as
criaturas devem proclamar Tua grandeza e adorar Tua majestade.

317
CAPÍTULO 6
Versículos 1- 8 Apertura dos selos O primeiro, segundo, terceiro e quarto
Versículos 9- 11 O quinto
Versículos 12- 17 O sexto

Versículos 1- 8
Crist o, o Cordeiro, abre o prim eiro selo. Not e- se que sai um cavalheiro num cavalo branco. Ao
sair est e cavalo branco, parece que a int enção é um t em po de paz, ou o progresso precoce da
religião crist ã; sua saída com pureza no t em po em que seu Fundador celest ial m andou seus
apóst olos a ensinarem a t odas as necessárias, agregando: " Eis aqui! Eu est ou sem pre convosco at é
o fim do m undo" . A religião divina sai coroada, t endo o favor divino sobre ela, arm ada
espiritualmente contra seus inimigos, e destinada a ser vitoriosa afinal.
Ao abrir o segundo selo, aparece um cavalo verm elho que significa j uízos que fazem est ragos. A
espada da guerra e a perseguição é um temível juízo; tira a paz da terra, uma das maiores bênçãos;
e os hom ens que deveriam am ar- se uns aos out ros, e aj udar- se os uns aos out ros, dedicam - se a
matar- se os uns aos out ros. t ais cenas t am bém seguiram à pura era do crist ianism o prim it ivo,
quando, deixando de lado a caridade e o vínculo da paz, os líderes crist ãos se dividiram ent re si,
apelaram à espada e se enredaram na culpa.
Ao abrir o t erceiro selo, apareceu um cavalo preto: cor que denota luto e ais, trevas e ignorância.
Quem o m ont ava t inha um j ugo ( balança na versão 1960 da Bíblia) 2 em sua m ão. Foram feit as
tent at ivas de colocar um j ugo nas observâncias superst iciosas aos discípulos. ao ir fluindo a torrente
do crist ianism o e afast ando- se de sua pura font e, foi- se corrom pendo m ais e m ais. Durant e o
avanço dest e cavalo pret o, as necessidades da vida est ariam a preços exagerados e as coisas m ais
caras não deveriam ser danificadas. Conforme com a linguagem profética, estes artigos significavam
o alim ent o do saber religioso, pelo qual se sust ent am as alm as dos hom ens para a vida et erna; t ais
com o os que som os convidados a com prar ( I s 55.1) . Todavia, quando se espalham sobre o m undo
crist ão as nuvens pret as da ignorância e da superst ição, denot adas pelo cavalo pret o, o
conheciment o e a prát ica da religião verdadeira t orna- se escasso. Quando a gent e odeia seu
alim ent o espirit ual, Deus pode privá- los, com j ust iça, de seu pão diário. A fom e de pão é um j uízo
terrível, mas a fome da Palavra o é mais ainda.
Ao abrir o quart o selo, saiu um out ro cavalo, de cor am arela pálida. O cavalheiro era a m ort e, o
rei dos t errores. Os assist ent es ou seguidores dest e rei dos t errores, o inferno, o est ado da m iséria
et erna para t odos os que m orrem em seus pecados; nas épocas da dest ruição geral, são m ult idões
as que vão para a fossa sem est arem preparados. O período do quart o selo é um de grande
carnificina e devast ação, que dest rói o que poda t razer felicidade à vida, assolando as vidas
espirit uais dos hom ens. Assim , pois, o m ist ério de iniqüidade foi com plet ado, e seu poder, estendido
sobre as vidas e as consciências dos hom ens. não se pode discernir as dat as exat as dest es quat ro
selos, porque as mudanças foram graduais.
Deus lhes deu poder, ist o é, os fez inst rum ent os de sua ira ou de j uízos: t odas as calam idades
públicas est ão sob seu com ando; som ent e avançam quando Deus as m anda e não vão além do que
Ele permite.

Versículos 9- 11
A visão do apóst olo ao abri- se o quint o selo foi m uit o im pressionant e. Viu as alm as dos m árt ires
em baixo do alt ar; ao pé do alt ar do céu, aos pés de Crist o. Os perseguidores só podem m at ar o
corpo; depois disso, não há m ais que possam fazer; a alm a vive. Deus t em provido um bom lugar
no mundo, melhor, para os que são fiéis até a morte. Não é sua própria morte, senão o sacrifício de
Crist o o que lhes dá a ent rada no céu. A causa pela que sofreram foi a palavra de Deus, e a
confissão dessa fé que não é rem ovida. Eles encom endam sua causa Àquele a quem pert ence a
vingança. O Senhor é o consolador de Seus servos ent rist ecidos e precioso é o sangue deles ant e
seus olhos. Com o a m edida do pecado de seus perseguidores est á enchendo- se, assim t am bém o
núm ero dos servos perseguidos e m art irizados de Crist o. quando est a m edida ficar cheia, Deus
enviará t ribulação aos que os pert urbam , e felicidade e repouso sem int errupção aos que são
perturbados.

2
Também se utiliza a palavra "balança" nas versões modernas portuguesas (N. da T.).

318
Versículos 12- 17
Quando se abriu o sext o selo houve um grande t errem ot o. Os fundam ent os das igrej as e dos
est ados serão rem ovidos em form a t errível. Tais descrições figuradas t ão ousadas das grandes
m udanças abundam nas profecias da Escrit ura, porque est es acont ecim ent os são em blem as e
declaram o fim do m undo e o dia do j uízo. O espant o e o t error colherão t oda classe de hom ens.
nem as grandes riquezas, o valor nem a força podem sust ent ar aos hom ens naquele m om ent o. Eles
est arão felizes de não serem m ais vist os; sim , de não t er m ais exist ência. Em bora Crist o sej a um
Cordeiro, pode irar- se e a ira do Cordeiro é excessivam ent e espant osa; porque se o nosso inim igo é
o próprio Redent or, que acalm a a ira de Deus, onde acharem os um am igo que alegue por nós?
Com o os hom ens t êm seus m om ent os de oport unidade e suas t em poradas de graça, assim Deus
t em seu dia de j ust a ira. Parece que aqui se represent a o derrubam ent o do paganism o do im pério
rom ano. Descrevem- se os idólat ras ocult ando- se em suas covas e cavernas secret as, buscando em
vão escapar da dest ruição. Em t al dia, quando os sinais dos t em pos se m ost rem , aos que acredit am
na Palavra de Deus, que o Rei dos reis se aproxima, os cristãos estão chamados a um rumo decidido
e a confessar denodadam ent e a Crist o e sua verdade ant e seus congêneres. Sej a o que for que
devam suport ar, o desprezo do hom em , de curt a duração, deve suport ar- se m ais que a vingança
que é eterna.

CAPÍTULO 7
Versículos 1- 3 Uma pausa entre dois grandes períodos
Versículos 4- 8 A paz, a felicidade e a seguridade dos santos, significadas
pelo assinalamento dos 144.000 que realiza um anjo
Versículos 9- 12 Um cântico de louvor
Versículos 13- 17 A bênção e a glória dos que sofreram o martírio por Cristo

Versículos 1- 8
Que os quat ro vent os soprem j unt os significa, na linguagem figurada da Escrit ura, um a t errível
dest ruição geral. Porém a dest ruição é ret rasada. Os selos se usavam para que cada pessoa
marcasse seus pert ences. Est a m arca é o t est em unho do Espírit o Sant o im presso nos corações dos
crent es. O Senhor não t olerará que seu povo sej a afligido ant es de serem m arcados, para que
possam est ar preparados cont ra t odos os conflit os. Not e- se, nos assim selados pelo Espírit o, que o
selo deve est ar na front e, evident em ent e para ser vist o por am igo e inim igos por igual, porém não
pelo próprio crente salvo quando olha fixamente no espelho da Palavra de Deus.
O núm ero dos assim selados pode ser ent endido com o que represent a um rem anescent e de
pessoas que Deus reserva. Em bora a I grej a de Deus não é senão um pequeno rebanho em
com paração com o m undo m alvado, é, cont udo, um a sociedade realm ent e grande e que crescerá
mais ainda. Aqui está figurada a Igreja universal sob o tipo de Israel.

Versículos 9- 12
As prim ícias de Crist o abriram o cam inho, e os gent ios convert idos m ais t arde são os que
seguem, e atribuem, com triunfo, sua salvação a Deus e ao Redentor.
Nos at os de adoração religiosa nos aproxim am os a Deus e devem os ir at ravés de Crist o; os
pecadores não podem aproxim ar- se ao t rono de Deus se não é por m eio de um Mediador. Eles
est avam vest idos com as roupas da j ust ificação, a sant idade e a vit ória; e t inham palm as em suas
m ãos, com o cost um avam ao se apresent arem os vencedores em seus t riunfos. Tal aparição gloriosa
será a que façam afinal os servos de Deus, quando haj am pelej ado o bem com bat e da fé, e
t erm inado sua carreira. Com um a voz fort e deram a Deus e ao Cordeiro o louvor da grande
salvação. Os que desfrut am da felicidade et erna devem abençoar, e abençoarão ao Pai e ao Filho; o
farão em público e com fervor.
Vemos qual é a obra do céu, e devemos começá- la agora, pôr nossos corações fortemente nela, e
anelar esse mundo onde serão aperfeiçoados nossos louvores e nossa felicidade.

Versículos 13- 17
Os crist ãos fiéis m erecem nossa at enção e respeit o; devem os not ar o j ust o. os que obt erão
conhecim ent o não devem envergonhar- se ao procurar inst rução de quem a possa dar. O cam inho
para o céu passa por m uit as t ribulações, porém a t ribulação, por grande que sej a, não nos separará
do am or de Deus. a t ribulação faz que o céu sej a m ais bem - vindo e m ais glorioso. Não é o sangue

319
dos m árt ires, senão o sangue do Cordeiro o que pode lavar o pecado, est e é o único sangue que
em branquece e limpa as roupas dos santos.
Eles são felizes em seu em prego; o céu é um est ado de serviço m as sem sofrim ent o; é um
estado de repouso, em bora não de preguiça; é um repouso que louva e deleit a. Eles t iveram penas
e derram aram m uit as lágrim as pelo pecado e a aflição, m as o próprio Deus, com sua m ão de graça,
enxugará todas essas lágrimas. Os trata como um padre tenro. Isto deve sustentar o cristão através
de t odas suas aflições. Com o t odos os rem idos devem sua felicidade por com plet o à m isericórdia
soberana, assim a obra e a adoração de Deus, seu Salvador, é seu elem ent o; sua presença e favor
com plet am a alegria deles, não podem conceber out ro gozo. Que a Ele acuda t odo seu povo; que
dEle recebam toda a graça que necessitam; e que a Ele ofereçam todo o louvor e a glória.

CAPÍTULO 8
Versículos 1- 2 Abre- se o sétimo selo e aparecem sete anjos com sete
trombetas, prestes para proclamar os propósitos de Deus
Versículos 3- 5 Ouro anjo lança fogo na terra, o que provoca terríveis
tormentas de vingança
Versículo 6 Os sete anjos se preparam para tocar suas trombetas
Versículos 7- 12 Quatro deles tocam
Versículo 13 Outro anjo denuncia grandes ais vindouros

Versículos 1- 6
Abre- se o sét im o selo. Houve um profundo silêncio no céu por um espaço de t em po; t odo est ava
calado na igreja, porque cada vez que a igreja da terra grita pela opressão, esse grito chega ao céu;
ou é um silêncio de expect at iva. Foram dadas t rom bet as aos anj os, que deviam t ocá- las. O Senhor
Jesus é o Sum o Sacerdot e da I grej a que t em um incensário de ouro e m uit o incenso, plenit ude de
mérito em sua pessoa gloriosa.
Desej ável seria que os hom ens quisessem conhecer a plenit ude que há em Crist o e se
propusessem fam iliarizar- se com sua excelência. Que eles fossem verdadeiram ent e persuadidos de
que Crist o t em o ofício de I nt ercessor, que agora desem penha com profunda sim pat ia. A nenhum a
oração assim recom endada foi- lhe j am ais negado o ser ouvida e aceit a. Est as orações, assim
aceitas no céu, produziram grandes mudanças na terra.
A adoração e a religião crist ãs, puras e celest iais em origem e nat ureza, quando são enviadas à
t erra e ent ram em conflit o com suas paixões e os proj et os m undanos dos hom ens pecadores,
produzem not áveis t um ult os, aqui expressados em linguagem profét ica, com o declarou nosso
Senhor mesmo (Lc 12.49).

Versículos 7- 13
O prim eiro anj o t ocou a prim eira t rom bet a e houve saraiva e fogo m ist urado com sangue. Um a
t orm ent a de heresias, um a m ist ura de erros espant osos caiu sobre a igrej a ou um a t em pest ade de
destruição.
O segundo anj o t ocou, e um a grande m ont anha, ardendo com fogo, foi lançada no m ar; e a
terceira part e do m ar se convert eu em sangue. Há alguns que ent endem que a m ont anha
represent a os líderes das perseguições; out ros, a Rom a saqueada pelos godos e os vândalos, com
grande carnificina e crueldade.
O t erceiro anj o t ocou, e caiu um a est rela desde o céu. Alguns consideram que ist o é um
governant e em inent e; out ros, que é um a pessoa com poder que corrom peu as igrej as de Crist o. As
dout rinas do evangelho, as font es de vida, de consolo e de vigor espirit ual para as alm as dos
hom ens, est ão corrom pidas e am argadas pela m ist ura de erros perigosos, de m odo que as alm as
dos homens encontram ruína onde antes achavam refrigério.
O quart o anj o t ocou, e caíram t revas sobre as grandes lum inares do céu que dão ao m undo: o
sol, a lua e as est relas. Os líderes e os governant es est ão colocados m ais elevados que a gent e, e
devem dispensar luz, e boas influências sobre eles. Aonde chega o evangelho a um povo, e não t em
os efeit os apropriados sobre seus corações e vidas, é seguido de t erríveis j uízos. Deus dá
advertências pela palavra escrit a, pelos m inist ros, pelas próprias consciências dos hom ens e pelos
sinais dos t em pos; de m odo que se a gent e for surpreendida, é por sua própria falt a. A ira de Deus
am arga t odos os benefícios e at é a própria gent e se t orna um a carga. Todavia Deus, nest e m undo,
coloca lim it es aos j uízos m ais t erríveis. A corrupção da dout rina e a adoração na igrej a são grandes
juízos, e também são as causas e sinais habituais de outros juízos vindouros para um povo.

320
Ant es que se t ocassem as out ras t rês t rom bet as, houve um a advert ência solene do t errível que
seriam as calam idades que se seguiriam . Se os j uízos m enores não t êm efeit o, a igrej a e o m undo
devem esperar out ros m aiores; e quando Deus vem a cast igar o m undo, seus habit ant es t rem erão
diant e dEle. Que os pecadores t om em as precauções para fugir da ira vindoura; que os crent es
aprendam a valorizar e agradecer seus privilégios; e que continuem com paciência fazendo o bem.

CAPÍTULO 9
Versículos 1- 12 A quinta trombeta é seguida pela visão de outra estrela que
cai do céu e que abre o abismo insondável do qual saem
exércitos de gafanhotos
Versículos 13- 21 A sexta trombeta é seguida pela liberação de quatro anjos
amarrados no grande rio Eufrates

Versículos 1- 12
Ao soar a quint a t rom bet a, caiu um a est rela do céu à t erra. Tendo cessado de ser um m inist ro de
Cristo, o que está representado por esta estrela se torna ministro do diabo; e solta as potestades do
inferno cont ra as igrej as de Crist o. Ao abri- se o abism o sem fundo, sai dali m uit a fum aça. O diabo
execut a seus desígnios cegando os olhos dos hom ens, apagando a luz e o conhecim ent o, e
fomentando a ignorância e o erro. Desta fumaça sai um exército de gafanhotos, símbolo dos agentes
do diabo que fom ent am a superst ição, a idolat ria, o erro e a crueldade. As árvores e a erva, e os
crent es verdadeiros, sej am novos ou m ais avançados, serão int ocáveis. Porém um veneno e
infecção secret os da alm a devem roubar a m uit os out ros a pureza e, depois, a paz. Os gafanhot os
não t inham poder para ferir os que t inham o selo de Deus. A graça dist int iva de t odo- poderosa de
Deus resguardará seu povo da apost asia t ot al e final. O poder est á lim it ado a um a curt a t em porada,
porém será m uit o agudo. Em t ais acont ecim ent os os fiéis part ilham a calam idade com um , m as
est arão a salvo da pest ilência do erro. Da Escrit ura sabem os que t ais erros est avam ali provando e
examinando aos crist ãos ( 1 Co 11.19) . Os prim eiros escrit ores referem - se a isso com o a prim eira
grande hoste de corruptores que se disseminaram pela igreja cristã.

Versículos 13- 21
O sext o anj o t ocou e parece que aqui o t em a é o poder dos t urcos. Seu t em po é lim it ado, não só
m at aram na guerra, sena que t rouxeram um a religião dest ruidora e venenosa. A geração ant icrist ã
não se arrependeu com est es espant osos j uízos. Da sext a t rom bet a aprendam os que Deus pode
fazer um açoit e de um inim igo da I grej a e do out ro, um a praga. A idolat ria dos rem anescent es da
igrej a orient al e de t odas part es, e os pecados dos crist ãos professant es, fazem m ais m aravilhosa
est a profecia e seu cum prim ent o. O leit or at ent o da Escrit ura e da hist ória pode achar que sua fé e
esperança são fort alecidas pelos acont ecim ent os que, em out ros aspect os, enchem seu coração de
angúst ia e seus olhos de lágrim as, enquant o vê que os hom ens que escapam dest as pragas não se
arrependem de suas m ás obras, ant es prosseguem na idolat ria, a m aldade e a crueldade at é que a
ira caia sobre eles ao máximo.

CAPÍTULO 10
Versículos 1- 4 O Anjo da aliança apresenta um livrinho aberto seguido de
sete trovões
Versículos 5- 7 A final das seguintes profecias, o tempo não será mais
Versículos 8- 10 Uma voz ordena ao apóstolo que coma o livrinho
Versículo 11 E lhe é dito para profetizar mais

Versículos 1- 7
O apóst olo viu out ra visão. A pessoa que com unica est e descobrim ent o provavelm ent e era nosso
Senhor e Salvador Jesus Crist o, ou era para m ost rar sua glória. Ele via sua glória, que é dem asiado
grande para que a cont em plem os olhos m ort ais; e coloca um véu sobre suas dispensações. Um
arco- íris est ava sobre sua cabeça; nosso Senhor sem pre se int eressa por sua aliança. Sua voz
assust adora t eve o eco de set e t rovões; form a solene e t errível de revelar a m ent e de Deus. Não
conhecem os os t em as dos set e t rovões nem as razões para não escrevê- los. Há grandes

321
aconteciment os na hist ória, relacionados t alvez com a igrej a crist ã, que não se percebem na
profecia revelada. A salvação final do j ust o, e o êxit o final da verdadeira religião da t erra, são
apresent ados pela palavra do Senhor, que não falha. Em bora ainda não sej a o t em po, não pode
est ar longe. Daqui a pouco, para nós, o t em po não será m ais, porém se form os crent es, seguirá
um a et ernidade dit osa; desde o céu, cont em plarem os os t riunfos de Crist o, e de sua causa na t erra,
e nos regozijamos neles.

Versículos 8- 11
A maioria dos homens se comprazem olhando os acontecimentos futuros e todos os homens bons
gost am de receber um a palavra de Deus. m as quando est e livro da profecia foi digerido
completam ent e pelo apóst olo, seu cont eúdo result ou am argoso; havia coisas t erríveis e espant osas,
perseguições t ão dolorosas do povo de Deus, t ais est ragos na t erra que vê- los e conhecê- los por
antecipado seria doloroso para sua mente. Procuremos sermos ensinados por Cristo e obedeçamos a
suas ordens; m edit em os diariam ent e em sua Palavra para que nut ra nossas alm as; e depois,
declaremo- la conform e a nossos diversos em prazam ent os. A doçura das cont em plações est ará,
freqüentement e, m ist urada com am argura quando com param os as Escrit uras com o est ado do
mundo e da igreja, ou até com o de nossos próprios corações.

CAPÍTULO 11
Versículos 1- 2 O estado da igreja está representado com a figura de um
templo medido
Versículos 3- 6 Duas testemunhas profetizam vestidas de pano de saco
Versículos 7- 13 São mortas, mas depois ressuscitam e ascendem ao céu
Versículos 14- 19 Sob a sétima trombeta todos os poderes anticristãos serão
destruídos, e haverá um estado glorioso do Reino de Cristo
na terra

Versículos 1- 2
Est a passagem da m edição do t em plo parece referir- se à visão de Ezequiel. O desígnio dest a
m edição parece ser a preservação da igrej a em épocas de perigo público; ou para seu j uízo ou para
sua reform a. Os adoradores devem ser m edidos; se fazem da glória de Deus sua finalidade e de sua
Palavra sua regra em t odos seus at os de adoração. Os do át rio ext erno adoram de form a falsa, ou
com corações não afet os, e serão cont ados com os inim igos. Deus t erá um t em plo e alt ar no m undo
at é o fim do t em po. Ele olha est rit am ent e a seu t em plo. A cidade sant a, a igrej a visível, est á
pisoteada; está cheia de idolatrias, infiéis e hipócritas. Porém as desolações da igreja são limitadas e
será livrada de todos seus problemas.

Versículos 3- 13
Em uma época de trilhado, Deus susteve suas testemunhas fiéis para dar testemunho da verdade
de sua palavra e adoração, e da excelência de Seus caminhos. O número destas testemunhas é, não
obst ant e, pequeno. Eles profet izam vest idos de cilício. Most ra seu est ado afligido, perseguido, e a
profunda t rist eza pelas abom inações cont ra as quais prot est am . São sust ent ados durant e sua
grande e difícil obra at é est ar t erm inada. Quando t enham profet izado vest idos de pano de saco pela
m aior part e dos 1260 dias, o ant icrist o, o grande inst rum ent o do diabo, fará a guerra cont ra eles,
com força e violência por um t em po. Os rebeldes decididos em cont ra da luz se regozij am com o em
um fat o feliz, quando podem silenciar, afast ar ou dest ruir os servos fiéis de Crist o, cuj a dout rina e
conduta os atormenta.
Não parece que o período t enha expirado ainda, e as t est em unhas não est ão, no present e,
expost as a suport ar t ais sofrim ent os ext ernos t ão t erríveis com o nas épocas ant eriores, m as t ais
coisas podem t ornar a acont ecer, e há abundant e causa para profet izar vest idos de pano de saco,
por cont a do est ado da religião. O est ado deprim ido do verdadeiro crist ianism o pode relacionar- se
som ent e com a igrej a ocident al. O Espírit o de vida de Deus vivifica as alm as m ort as e reviverá os
corpos m ort os de seu povo, e seu int eresse m oribundo no m undo. O avivam ent o da obra e os
testemunhos de Deus provocarão t error nas alm as de seus inim igos. Onde há culpa, há m edo; e o
espírito perseguidor, embora cruel, é um espírito cobarde.
Não será part e pequena do cast igo dos perseguidores nest e m undo, que no grande dia vej am
honrados e ascendidos aos servos fiéis de Deus. as testemunhas do Senhor não devem cansar- se de
sofrer e servir, nem t om ar apressadam ent e o prêm io; devem perm anecer quiet as at é que seu Am o

322
as cham e. A conseqüência de que assim sej am enalt ecidos foi um t rem endo golpe e convulsão para
o im pério ant icrist ão. Os sim ples fat os podem m ost rar o significado dist o. Cont udo, cada vez que
revivem a obra e as t est em unhas de Deus, a obra do diabo e suas t est em unhas caem perant e Ele.
parece provável que a matança das testemunhas seja um acontecimento futuro.

Versículos 14- 19
Ant es que soe a sét im a e últ im a t rom bet a, se faz o habit ual pedido de at enção. Os sant os e os
anj os do céu sabem que a dest ra de nosso Deus e Salvador m anda em t odo o m undo. Todavia, as
nações saem com sua própria ira ao encont ro da ira de Deus. foi um t em po em que Ele est ava
com eçando a recom pensar os serviços fiéis e os sofrim ent os de seu povo; e seus inim igos est ão
nervosos com Deus, e assim aumentam sua culpa e apressam sua destruição.
Ao abrir- se o t em plo de Deus no céu, quiçá se signifique que havia m ais com unicação livre ent re
o céu e a t erra; a oração e os louvores subiam m ais livre e freqüent em ent e; as graças e as bênçãos
desciam com m aior abundância. Porém , m elhor, parece referir- se à igrej a de Deus na t erra. No
reino do ant icrist o, se deixou de lado a lei de Deus e foi esvaziada com t radições e decret os; as
Escrit uras est iveram fechadas para a gent e, m as agora são colocadas à vist a de t odos. com o a arca,
ist o é um sím bolo da presença de Deus que volt a a seu povo, e seu favor para com eles em Jesus
Crist o com o a Propiciação por seus pecados. A grande bênção da Reform a foi acom panhada por
providencias m uit o t em íveis; e Deus respondeu com coisas t erríveis de j ust iça às orações
apresentadas em seu santo templo, agora aberto.

CAPÍTULO 12
Versículos 1- 6 Descrição da igreja de Cristo e de Satanás, sob as figuras de
uma mulher e de um grande dragão vermelho
Versículos 7- 12 Miguel e seus anjos lutam com o diabo e seus anjos, os que
são derrotados
Versículos 13- 14 O dragão persegue à igreja
Versículos 14- 17 Suas vãs tentativas por destruí- la Renova sua guerra
contra a semente da mulher

Versículos 1- 6
A igreja, representada por uma mulher, a mãe dos crentes, foi vista no céu pelo apóstolo em uma
visão. Ela est ava vest ida de sol, j ust ificada, sant ificada e brilhando pela união com Crist o, o Sol da
Just iça. A lua est ava em baixo dos seus pés; ela era superior à luz reflet ida e m ais fraca que a
revelação feit a por Moisés. Tinha em sua cabeça um a coroa de doze est relas; a dout rina do
evangelho pregada pelos doze apóst olos é um a coroa de glória de t odos os crent es verdadeiros.
Est ava com dor para dar a luz a um a sant a fam ília; desej osa de que a convicção dos pecadores
possa t erm inar em sua conversão. O dragão é em blem a conhecido de Sat anás, e de seus agent es
principais, ou dos que governam por ele na t erra, com o nessa época o im pério pagão de Rom a, a
cidade edificada sobre set e colinas. Tendo dez chifres, dividida em desert o reinos. Ter set e coroas
represent a set e form as de governo. Arrast ava com sua causa a t erceira part e das est relas do céu, e
as lançava na t erra; perseguia e seduzia os m inist ros e m est res. Vigiando para esm agar a religião
crist ã, cont udo, apesar da oposição dos inim igos, a igrej a t irou adiant e um grupo varonil de
professant es fiéis e verdadeiros nos quais Crist o foi verdadeiram ent e form ado de novo; o m ist ério
de Crist o, o Filho de Deus que governará as nações e a cuj a dest ra seus m em bros part icipam da
mesma glória. Esta bendita semente foi protegida por Deus.

Versículos 7- 11
Os int ent os do dragão result aram infrut íferos cont ra a igrej a, e fat ais para seus próprios
interesses. A sede dest a guerra era o céu; na igrej a de Crist o, o reino do céu na t erra. As part es
eram Crist o, o grande Anj o da aliança, e seus fiéis seguidores; e Sat anás e seus inst rum ent os. A
força da igreja está em ter o Senhor Jesus como Capitão da salvação deles.
A idolat ria pagã, que era a adoração dos dem ônios, foi lançada do im pério dela difusão do
cristianism o. A salvação e a força da igrej a som ent e devem at ribuir- se ao Rei e Cabeça da igrej a. O
inimigo vencido Odeia a presença de Deus, m as est á dispost o a com parecer para acusar o Povo de
Deus. cuidem os de não dar- lhe nenhum a causa da qual acusar- nos; quando t iverm os pecado,
apresentemo- nos diante do Senhor, a condenar a nós mos e encomendar nossa causa a Cristo como
nosso Advogado. Os servos de Deus vencem a Sat anás pelo sangue do Cordeiro, com o sua causa.

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Pela palavra de seu t est em unho: a pregação poderosa do evangelho é pot ent e, por m eio de Deus,
para derrubar fort alezas. Por seu valor e paciência nos sofrim ent os: eles não am aram t ant o suas
vidas, m as as renderam pela causa de Crist o. est es eram os guerreiros e as arm as pelas quais o
cristianism o derrocou o poder da idolat ria pagã; se os crist ãos t ivessem cont inuado pelej ando com
estas armas, e com outras como estas, suas vitórias teriam sido mais numerosas e gloriosas, e seus
efeitos, mais duradouros.
Os rem idos venceram por sua sim ples confiança no sangue de Crist o, com o a única base de suas
esperanças. Nist o devem os ser com o eles. Nist o devem os ser com o eles. Não devem os m ist urar
nada mais com isto.

Versículos 12- 17
A igrej a e t odos seus am igos bem podem ser convocados para louvar a Deus por libert ar da
perseguição pagã, embora outras angústias lhes esperem. O deserto é um lugar desolado e cheio de
serpent es e escorpiões, incôm odo e sem provisões, m as é um lugar seguro onde alguém pode est ar
sozinho.
Cont udo, est ar assim ret irada, no é algo que prot egesse a m ulher. Muit os explicam a t orrent e de
água com o invasões dos bárbaros pelos quais foi derrot ado o im pério ocident al, porque os pagãos
anim aram seus at aques, esperando dest ruir o crist ianism o. Mas os hom ens ím pios prot egeram a
igrej a em m eio dest es t um ult os, devido a seus int eresses m undanos, e a derrot a do im pério não
ajudou à causa da idolatria. Ou então, isto pode significar uma torrente de erro pela qual a Igreja de
Deus est eve em perigo de ser derrubada e descam inhada. O sem em bargo, derrot ado em suas
intenções cont ra a igrej a, volt a a sua fúria cont ra as pessoas e lugares. Ser fiel a Deus e a Crist o, a
sua dout rina, adoração e prát ica, expõe à ira de Sat anás e assim será at é que o últ im o inim igo sej a
destruído.

CAPÍTULO 13
Versículos 1- 10 Uma besta selvagem sai do mar, à qual o dragão dá seu
poder
Versículos 11- 15 Outra besta que tem dois chifres, como um cordeiro, mas
que fala como dragão
Versículos 16- 18 Obriga a todos a que adorem sua imagem e recebam sua
marca como pessoas consagradas a ela

Versículos 1- 10
O apóst olo, est ando na praia, viu um a best a selvagem sair do m ar; um poder t irânico, idólat ra,
perseguidor, que surge dos t ranst ornos que t iveram lugar. Era um m onst ro at errador! Parece
significar o dom ínio m undano opressor que, por m uit as eras, desde os t em pos do cat iveiro
babilônico, t inha sido host il à igrej a. Ent ão, a prim eira best a com eçou a perseguir e oprim ir aos
j ust os por am or da j ust iça, m as eles sofreram m ais sob a quart a best a de Daniel ( o im pério
romano), que tem afligido os santos com muitas perseguições cruéis.
A fonte deste poder foi o dragão. Foi estabelecido pelo diabo e apoiado por ele. a ferida da cabeça
pode ser a abolição da idolat ria pagã; e a sanidade da ferida seria a int rodução da idolat ria papist a,
a m esm a em subst ância, som ent e que com nova roupagem , m as que responde t ão efet ivam ent e ao
desígnio do diabo. O m undo adm irou seu poder, polít ica e êxit o. Eles renderam honras e suj eição ao
diabo e a seus inst rum ent os. Exerceu um poder e um a polít ica infernal, exigindo que os hom ens
rendessem às criat uras a honra que som ent e pert ence a Deus. m as o poder e o êxit o do diabo são
limitados. Cristo tem um remanescente escolhido, redimido por seu sangue, registrado em seu livro,
selado por seu Espírito; e, apesar de que o diabo e o anticristo possam vencer o corpo, e tirar a vida
nat ural, não podem vencer a alm a, nem prevalecer cont ra os crent es verdadeiros para que
abandonem a seu Salvador e se unam a seus inim igos. A perseverança na fé do evangelho e a
verdadeira adoração de Deus, nest a grande hora de prova e t ent ação, que enganariam a t odos
excet o ao escolhido, é o carát er dos regist rados no livro da vida. Est e m ot ivo e ânim o poderosos à
constância é o grande objetivo de todo o Livro de Apocalipse.

Versículos 11- 18
Os que ent endem que a prim eira best a significa um a pot encia m undial, t om am a segunda
tam bém com o poder perseguidor e usurpador que age com o disfarce da religião e da caridade para
com as alm as dos hom ens. é um dom ínio espirit ual que professa derivar de Crist o e se exerce,

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primeiram ent e, em form a suave, porém depois fala com o dragão. Sua fala o t rai, porque est abelece
doutrinas falsas e decret os cruéis que m ost ram que pert ence ao dragão e não ao Cordeiro. Exerceu
t odo o poder da best a ant erior. Persegue o m esm o obj et ivo: afast ar os hom ens da adoração do
Deus verdadeiro e subm et er as alm as dos hom ens à vont ade e o cont role de hom ens. a segunda
best a t em execut ado suas int enções com m ét odos que enganam aos hom ens para que adorem a
prim eira best a na nova form a ou sem elhança feit a para ist o, com prodígios m ent irosos, m ilagres
pret endidos, e por censuras severas. Tam bém , sem perm it ir o gozo de direit os nat urais ou civis por
part e dos que não adores a essa best a, que é a im agem da best a pagã. Faz- se algo que dá
autorização para com prar e vender, e para lucro e confiança, o que os obriga a usar t odo seu
int eresse, poder e t rabalho no fom ent o do dom ínio da best a, o qual é significado por receber sua
m arca. Fazer um a im agem da best a, cuj a ferida m ort al foi sarada, seria dar form a e poder a sua
adoração, ou requerer obediência a suas ordens. Adorar a im agem da best a im plica subm et er- se às
coisas que estampam o caráter da marca e a tornam imagem da besta.
O núm ero da best a é dado com o para m ost rar a sabedoria infinit a de Deus e exercit ar a
sabedoria dos hom ens. O núm ero é núm ero de hom em , calculado da form a habit ual dos hom ens, e
é 666. Perm anece com o m ist ério que ou quem est á represent ado com ist o. Est e núm ero t em sido
aplicado quase em cada disput a religiosa e pode duvidar- se, razoavelm ent e, se t em sido descobert o
j á seu significado. Porém , quem t em sabedoria e ent endim ent o, verá que t odos os inim igos de Deus
est ão num erados e m arcados para dest ruição; que o t erm o de seu poder logo expirará e que t odas
as nações se submeterão a nosso Rei de justiça e paz.

CAPÍTULO 14
Versículos 1- 5 Os fiéis a Cristo celebram os louvores de Deus
Versículos 6- 13 Três anjos: um que proclama o evangelho eterno; outro, a
queda de Babilônia, e o terceiro, a temível ira de Deus sobre
os adoradores da besta - A bênção dos que morreram no
Senhor
Versículos 14- 16 Uma visão de Cristo com uma foice afiada, e de uma colheita
madura
Versículos 17- 20 O símbolo de uma colheita totalmente madura, trilhada na
prensa de vinho da ira de Deus

Versículos 1- 5
O m ont e Sião é a igrej a do evangelho. Crist o era com sua igrej a e em m eio de t odas suas
angúst ias, port ant o, não é consum ida. Sua presença assegura a perseverança. Seu povo se
apresent a honoravelm ent e. Eles t êm o nom e de Deus escrit o em suas front es; podem fazer um a
profissão denodada e abert a de sua fé em Deus e Crist o, e ist o é acom panhado por at os
apropriados. Nas épocas mais tenebrosas houve pessoas que se aventuraram e renderam suas vidas
pela adoração e a verdade do evangelho de Crist o. Mant iveram - se lim pas da abom inação perversa
dos seguidores do anticristo. Seus corações estiveram bem com Deus e foram livremente perdoados
em Crist o; Ele é glorificado neles e eles nEle. Sej a nossa oração, nosso esforço, e nossa am bição
serm os achados nest a honorável com panhia. Os que são verdadeiram ent e sant ificados e j ust ificados
est ão aqui represent ados, porque nenhum hipócrit a, por verossím il que pareça, pode cont ar- se
como sem falta perante Deus.

Versículos 6- 13
Aqui parece m anifest ar- se o progresso da Reform a. As quat ro proclam as são evident es em seu
significado: que t odos os crist ãos sej am exort ados a serem fiéis a seu Senhor nem t em po da
provação. O evangelho é o grande m édio pelo qual são levados os hom ens a t em er a Deus, e a dar-
lhe glória.
A pregação do evangelho et erno est rem ece os cim ent os do ant icrist o no m undo, e apressa sua
queda.
Se alguém persist ir em subm et er- se à best a, e em fom ent ar sua causa, deve esperar ser
miserável em corpo e alm a para sem pre. o crent e deve avent urar- se ou sofrer qualquer coisa por
obedecer aos m andam ent os de Deus e por professar a fé de Jesus. Que Deus nos conceda est a
paciência.
Note- se a descrição dos que são e serão abençoados: os t ais m orrem no Senhor; m orrem na
causa de Crist o, em est ado de união com Crist o; os t ais são achado em Crist o quando chega a

325
m ort e. Descansam de t odo pecado, t ent ação, pena e perseguição; porque ali o m au cessa de
atormentá- los, ali os extenuados estão em repouso. Suas obras lhes seguem: não vão adiante como
t ít ulos deles, ou com o aquisição, m as os seguem com o provas de t er vivido e m orrido no Senhor; a
lem brança deles será grat a e a recom pensa, m uit o por acim a de t odos seus serviços e sofrim ent os.
Isto é assegurado pelo testemunho do Espírito, que testifica em seus espíritos, e a palavra escrita.

Versículos 14- 20
Não t endo produzido reform a as advert ências e os j uízos, os pecados das nações t êm enchido a
m edida, e est ão m aduros para os j uízos, represent ados por um a colheit a, sím bolo que se usa para
significar a reunião dos j ust os, quando est ej am m aduros para o céu pela m isericórdia de Deus. o
tempo de colheita é quando o grau está maduro; quando os crentes estão amadurecidos para o céu,
ent ão o grão da t erra será reunido no celeiro de Crist o por um a colheit a. Os inim igos de Crist o e de
Sua I grej a não são dest ruídos at é que por seu pecado est ej am m aduros para a dest ruição e, ent ão,
Ele não os passará mais por alto. O lagar é a ira de Deus, uma calamidade terrível, provavelmente a
espada, que derrama o sangue dos malvados. A paciência de Deus para com os pecadores é o maior
m ilagre do m undo; porém , em bora duradoura, não será et erna; e o am adurecim ent o do pecado é
prova segura do juízo iminente.

CAPÍTULO 15
Versículos 1- 4 A igreja canta um cântico de louvor
Versículos 5- 8 Sete anjos com as sete pragas Depois, um dos seres
viventes dá a um deles sete taças de ouro cheias da ira de
Deus

Versículos 1- 4
Apareceram set e anj os no céu, preparados para t erm inar a dest ruição do ant icrist o. devido a que
a medida dos pecados da Babilônia estava cheia, encontra a medida cheia da ira divina. Enquanto os
crent es est ej am nest e m undo, em t em pos de angúst ia, com o parados sobre um m ar de vidro
misturado com fogo, podem esperar sua liberação final, ao t em po em que novas m isericórdias
pedem novos hinos de louvor. Quant o m ais sabem os das m aravilhosas obras de Deus, m ais
louvarem os sua grandeza com o o Senhor Deus Todo Poderoso, o Criador e Rei de t odos os m undos;
porém seu t ít ulo de Em m anuel, o Rei dos sant os, o fará querido para nós. Quem que considere o
poder da ira de Deus, o valor de seu favor ou a glória de sua sant idade, recusará t em ê- lo e honrá- lo
somente a Ele? seu louvor está por acima do céu e da terra.

Versículos 5- 8
Nos j uízos que Deus execut a com o ant icrist o e seus seguidores, cum pre as profecias e as
prom essas de sua palavra. Est es anj os est ão preparados para sua obra, vest idos com linho puro e
branco, seus peit os cingidos com cint os de ouro, que represent am a sant idade, a j ust iça e a
excelência dos t rat os com os hom ens. eles são m inist ros da j ust iça divina e fazem t odas as coisas
em form a pura e sant a. Est avam arm ados com a ira de Deus cont ra seus inim igos. At é a criat ura
m ais vil, quando est á arm ada com a ira de Deus, será dem asiado fort e para qualquer hom em do
mundo.
Os anj os receberam as t aças de um dos quat ro seres vivent es, um dos m inist ros da igrej a
verdadeira, com o respost a às orações dos m inist ros e do povo de Deus. O ant icrist o não podia ser
destruído sem um grande golpe para t odo o m undo, e at é o povo de Deus est aria angust iado e
confundido enquant o se realizava a grande obra. As liberações m aiores da inferno são produzidas
por passos t em íveis e assom brosos da providência; e o est ado feliz da igrej a verdadeira não
com eçará at é que sej am dest ruídos os inim igos obst inados, e purificados os crist ãos m ornos ou
form ais. Ent ão, t odo o que est iver cont ra as Escrit uras será purgado, t oda a igrej a será espirit ual e
todo, sendo levado à pureza, à unidade e à espiritualidade, será firmemente estabelecido.

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CAPÍTULO 16
Versículos 1- 7 A primeira taça é lançada na terra, a segunda no mar, a
terceira nos rios e fontes
Versículos 8- 11 A quarta no sol, a quinta na sede da besta
Versículos 12- 16 A sexta no grande rio Eufrates
Versículos 17- 21 E a sétima, ao ar, quando cai a destruição de todos os
inimigos dos cristãos

Versículos 1- 7
Devem os orar que sej a feit a a vont ade de Deus na t erra com o se faz no céu. Aqui há um a
sucessão de t erríveis j uízos da providência; e parece um a alusão a diversas pragas do Egit o. Os
pecados eram sem elhant es, e assim , os cast igos. As t aças referem - se às set e t rom bet as, que
represent avam o surgim ent o do ant icrist o; e a queda dos inim igos da I grej a se parecerá em algo
com seu levantamento. Todas as coisas de sua terra, seu ar, seu mar, seus rios, suas cidades, estão
condenadas à ruína, todas malditas pela maldade da gente. Não se assombrem de que os anjos, que
presenciam ou execut am a vingança divina nos obst inados que odeiam a Deus, Crist o e a sant idade,
louvem Sua j ust iça e verdade; e adorem Seus espant osos j uízos quando execut e nos cruéis
perseguidores as torturas que eles fizeram sofrer a seus santos e profetas.

Versículos 8- 11
O coração do hom em é t ão perverso que as desgraças m ais severas nunca levarão a ninguém a
arrepender- se sem a graça especial de Deus. o m esm o inferno est á cheio de blasfêm ias; e os
ignorant es da hist ória hum ana, da Bíblia, e de seus próprios corações, não sabem que quant o m ais
sofrem os hom ens, e m ais claram ent e vej am a m ão de Deus em seus sofrim ent os, m ais
furiosam ent e se iram cont ra Ele. Que agora os pecadores busquem o arrependim ent o em Crist o e a
graça do Espírit o Sant o, ou t erão a angúst ia e o horror e um coração sem hum ilhar, im penit ent e e
desesperado; agregando assim a sua culpa e desgraça por toda a eternidade.
As t revas se opõem à sabedoria e ao conhecim ent o e prolongam a confusão e a t olice dos
idólat ras e seguidores da best a. Opõem - se ao prazer e ao gozo, e significam a angúst ia e a vexação
do espírito.

Versículos 12- 16
Provavelm ent e ist o indique a dest ruição da pot encia t urca e da idolat ria, e que se fará um
caminho para o ret orno dos j udeus. ou, t om e- se com o Rom a, a Babilônia m íst ica, o nom e de
Babilônia escrit o por Rom a, que assim se pensava, m as nesse ent ão não se m encionava
abert am ent e. Quando Rom a for dest ruída, seu rio e suas m ercadorias devem sofrer com ela. Talvez
se abra um cam inho para que as nações orient ais ent rem na igrej a de Crist o. o grande dragão
reunirá t odas suas forças para livrar um a bat alha desesperada ant es que t odo est ej a perdido. Deus
advert e dest a grande prova para fazer que seu povo se prepare para ela. Est es serão t em pos de
grande t ent ação; port ant o, Crist o, por seu apóst olo, cham a a seus servos crent es a esperarem sua
vinda repent ina, e a vigiarem para não serem envergonhados, com o apóst at as ou hipócrit as. Por
m uit o que difiram os cristãos Enquanto a seus crit érios dos t em pos e das eras, Enquanto aos
acont ecim ent os que ainda devem acont ecer, nest e único pont o est ão t odos de acordo: Jesus Crist o,
o Senhor da glória, volt ará subit am ent e a j ulgar o m undo. Aos que vivem pert o de Crist o, ist o é
objeto de gozosa esperança e expectativa, e a demora é algo que eles não desejam.

Versículos 17- 21
O sét im o e últ im o anj o j oga sua t aça e se consum a a queda da Babilônia. a igrej a t riunfant e do
céu o viu e se regozij ou; a igrej a afligida na t erra o viu e se t ornou t riunfant e. Deus se lem brou da
cidade grande e m alvada; em bora por um t em po parecia que t inha esquecido sua idolat ria e
crueldade. Todo o que era mais seguro foi eliminado pela ruína.
Os hom ens blasfem aram : os j uízos m aiores que possam recair nos hom ens não produzirão o
arrependim ent o sem a graça de Deus. endurecer- se cont ra Deus pelos j uízos j ust os é sinal cert o de
destruição total e seguro.

327
CAPÍTULO 17
Versículos 1- 6 Um dos anjos que tinha as taças explica o significado da
visão anterior da besta anticristã que reinaria 1260 anos, e
depois seria destruída
Versículos 7- 18 E interpreta o mistério da mulher, e da besta que tinha sete
cabeças e dez chifres

Versículos 1- 6
Rom a parece est ar claram ent e represent ada nest e capít ulo. A Rom a pagã subm et eu e governou
com poderio militar, não por arte nem bajulações. Deixava, em geral, que as nações seguissem com
seus ant igos cost um es e adoração, m as é coisa bem sabida que por adm inist ração polít ica ast ut a,
com toda classe de enganos de injustiça, a Roma papal tem obtido e mantido seu governo sobre reis
e nações.
Aqui houve seduções por m eio de honras e riquezas m undanas, pom pas e orgulho, apropriadas
para m ent es m undanas e sensuais. A prosperidade, a pom pa e o esplendor alim ent aram a soberba,
a as concupiscências do coração hum ano, m as não são um a garant ia cont ra a vingança divina. A
t aça de ouro represent a as seduções e ilusões pelas quais est a Babilônia m íst ica t em obt ido e
mant ido a sua influência, e t em seduzido a out ros para que se unam a suas abom inações. É
cham ada, devido a seus infam es cost um es, de m ãe das prost it ut as, as quais educa na idolat ria e
t oda classe de m aldade. Enche- se com o sangue dos sant os e m árt ires de Jesus. Em briaga- se com
ela, e lhe era t ão agradável que nunca est ava sat isfeit a. Não podem os senão m aravilhar- nos pelos
oceanos de sangue crist ã derram ados pelos hom ens que se dizem crist ãos; porém , quando
consideram os est as profecias, est es fat os espant osos t est ificam da verdade do evangelho. E
cuidem os t odos de um a religião esplêndida, gananciosa ou de m oda. Evit em os os m ist érios da
iniqüidade e est udem os com diligência o grande m ist ério da piedade para que aprendam os hum ilde
e grat idão do exem plo de Crist o. quant o m ais procurem os parecer- nos a Ele, m enos obrigados
estaremos a ser enganados pelo anticristo.

Versículos 7- 14
A best a que m ont ava a m ulher, era e não é e, cont udo, é. Era assent o de idolat ria e perseguição,
e não é; não na form a ant iga, que era pagã: porém é; verdadeiram ent e é a sede da idolat ria e da
t irania, em bora de out ra sort e e form a. Enganaria a um a subm issão est úpida e cega a t odos os
habitantes da terra sob sua influência, exceto ao remanescente dos escolhidos.
Est a best a t em set e cabeças, set e m ont anhas, as set e colinas sobre as quais se levant a Rom a; e
set e reis, set e classes de governo. Cinco eram passados quando se escreveu est a profecia; um era
naquele m om ent o; o out ro ainda devia chegar. A best a, dirigida pelo papado, const it ui o oit avo
governante e torna a estabelecer a idolatria.
Tinha dez chifres, que se diz são dez reis que ainda não t inham reinos; eles não deviam surgir
senão at é que se dividisse o im pério rom ano; porém , durant e um t em po seriam m uit o zelosos de
seus interesses.
Crist o reinará quando t odos seus inim igos sej am colocados em baixo de seus pés. A razão da
vitória é que Ele é o Rei de reis e o Senhor de senhores. Ele t em suprem o dom ínio e poder sobre
t odas as coisas; t odos os poderes da t erra e do inferno est ão suj eit os a seu cont role. seus
seguidores são chamados a esta guerra, são equipados para ela e serão fiéis nela.

Versículos 15- 18
Deus m andava em t al form a nos corações dest es reis, por seu poder sobre eles, e por sua
providência, que fizeram essas coisas, sem t er a int enção, que Ele se propôs e anunciou. Eles verão
sua t olice e com o foram enfeit içados e escravizados pela prost it ut a, e feit os inst rum ent os de sua
destruição. Ela era essa grande cidade que reinava sobre os reis da t erra, quando João t eve est a
visão; e todos sabem que Roma era essa cidade.
Os crent es serão recebidos na glória do Senhor quando os perversos sej am dest ruídos da form a
m ais t errível; sua união em pecado será t ornada em ódio e ira e eles assist irão, anelant es, a
torturar- se os uns aos out ros. Porém a porção do Senhor é seu povo; seu conselho perm anecerá e
Ele realizará todo seu beneplácito para sua glória e felicidade de todos seus servos.

328
CAPÍTULO 18
Versículos 1- 3 Outro anjo desde o céu proclama a queda da Babilônia
mística
Versículos 4- 8 Uma voz desde o céu admoesta o Povo de Deus, não seja
que participem de suas pragas
Versículos 9- 19 As lamentações por ela
Versículos 20- 24 A igreja chamada a regozijar- se por sua extrema ruína

Versículos 1- 8
A queda e a dest ruição da Babilônia m íst ica est ão det erm inadas nos conselhos de Deus. Out ro
anjo vem do céu. Este parece ser cristão mesmo, que vem a destruir a seus inimigos e a derramar a
luz de seu evangelho por t odas as nações. A m aldade dest a Babilônia é m uit o grande; t inha
esquecido o Deus verdadeiro e t inha colocado ídolos, arrast ando t oda classe de hom ens ao adult ério
espirit ual, e por sua riqueza e luxo, os m ant eve int eressados nela. Parece represent ar
principalm ent e a m ercadoria espirit ual, pela qual são m ult idões as que t êm vivido em riquezas de
m aldade, pelos pecados e a tolice da humanidade.
Se dá advert ência j ust a a t odos os que esperam m isericórdia de Deus de que não só devem sair
da Babilônia, senão aj udar a sua dest ruição. Deus pode t er povo at é na Babilônia. porém o povo de
Deus será cham ado a sair da Babilônia, e cham ado eficazm ent e, enquant o que os que part icipam
com os ímpios em seus pecados devem receber suas pragas.

Versículos 9- 19
Os doent es t inham part icipado dos prazeres sensuais da Babilônia, e t inham conseguido lucros
por sua riqueza e com ércio. eram os reis da t erra, aos quais ela havia at raído à idolat ria,
permitindo- lhes serem t irânicos com seus súbdit os, em bora obedient es a ela; t am bém eram os
m ercadores os que t raficavam suas indulgências, perdões e honras; eles são os que se lamentam.
Os am igos da Babilônia part iciparam de seus prazeres e benefícios pecam inosos, m as não est ão
dispost os a part icipar de suas pest es. O espírit o do ant icrist o é um espírit o m undano, e o choro é
um a pura t rist eza m undana; eles não choram pela ira de Deus, senão pela perda de suas
com odidades ext ernas. A m agnificência e as riquezas dos ím pios de nada lhes servirão, m as farão
m ais difícil de suport ar a vingança. a m ercadoria espirit ual é aqui aludida quando m enciona com o
art igos de com ércio não som ent e os escravos, senão as alm as dos hom ens para a dest ruição das
almas de milhões. Tampouco isto tem sido peculiar do anticristo romano e sua só culpa.
Porém , que os m ercadores prósperos aprendam , com t odos seus ganhos, a conseguirem as
riquezas inescrut áveis de Crist o; caso cont rário, ainda nest a vida pode que devam lam ent ar que as
riquezas criem asas e se afast em voando, e que t odos os frut os pelos quais cont am inaram de
luxúria suas alm as os abandonaram . Em t odo caso, a m ort e t erm inará logo seu com ércio e t odas as
riquezas dos ím pios serão int ercam biadas não só pelo at aúde e o verm e, senão pelo fogo que não
pode apagar- se.

Versículos 20- 24
O que é matéria de júbilo para os servos de Deus na terra, é matéria de regozijo para os anjos no
céu. Os apóst olos, que são honrados e diariam ent e adorados em Rom a, em form a idólat ra, se
regozij arão por sua queda. A queda da Babilônia foi um at o da j ust iça de Deus. com o foi um a ruína
final, est e inim igo nunca m ais os incom odará de novo; dist o t êm a cert eza por um sinal. Recebamos
a advert ência das coisas que levam aos out ros a sua dest ruição, e coloquem os nossos afet os nas
coisas do alto, quando consideramos a natureza variável das coisas terrenas.

CAPÍTULO 19
Versículos 1- 10 A igreja do céu e a da terra triunfam e louvam o Senhor por
seus juízos justos
Versículos 11- 21 Uma visão de Cristo que sai para destruir a besta e seus
exércitos

329
Versículos 1- 10
Louvar a Deus pelo que t em os é orar pelo que ainda fará por nós. Há harm onia ent re os anj os e
os santos neste cântico triunfal.
Crist o é o Esposo de sua I grej a resgat ada. Est a segunda união será com plet ada no céu, m as o
com eço do m ilênio glorioso ( pelo qual se significa o Reino de Crist o, ou est ado de felicidade por m il
anos na t erra) pode ser considerado com o a celebração de seus esponsais na t erra. Ent ão, a I grej a
de Crist o, purificada de seus erros, divisões e corrupções de dout rina, disciplina, adoração e prát ica,
est ará preparada para ser publicam ent e reconhecida por Ele com o sua delicia e sua am ada. A I grej a
apareceu, não com o vest ido alegre e im pudico da m ãe das prost it ut as, senão com linho fino, lim po
e branco. São as vest es da j ust iça de Crist o, im put ada para j ust ificação e m inist rada para
santificação. As prom essas do evangelho, os dit ados verdadeiros de Deus, abert as, aplicadas e
seladas pelo Espírit o de Deus, em sant as ordenanças, são seu fest ej o de núpcias. I st o parece
referir- se à abundante graça e consolo que receberão os cristãos nos ditosos dias que devem vir.
O apóstolo ofereceu honras ao anjo, que as recusou. Dirigiu o apóstolo ao único objeto verdadeiro
de adoração religiosa: adora a Deus e som ent e a Ele. ist o condena claram ent e a prát ica dos que
adoram os elem ent os do pão e do vinho, e sant os, e anj os, e os que não crêem que Crist o é
verdadeiramente, e por nat ureza, Deus, m as lhe rendem um a sort e de adoração. São réus de
idolat ria por um m ensageiro do céu. Est es são os verdadeiros dit ados de Deus; do que deve ser
adorado como um com o Pai e o Espírito Santo.

Versículos 11- 21
Crist o, a Cabeça gloriosa da I grej a, se apresent a sobre um cavalo branco, o sím bolo da j ust iça e
da sant idade. Tem m uit as coroas, porque é o Rei de reis e o Senhor de senhores. Est á vest ido com
um a roupagem em papada em seu próprio sangue, pelo qual com prou seu poder com o Mediador; e
no sangue de seus inimigos, sobre os quais sempre prevalece. Seu nome é "o Verbo de Deus", nome
que ninguém conhece plenam ent e senão Ele m esm o; só ist o sabem os nós, que est e Verbo era Deus
m anifest ado em carne; m as suas perfeições não podem ser plenam ent e ent endidas por nenhum a
criatura.
Seguem- no anj os e sant os e são com o Crist o em sua arm adura de pureza e j ust iça. Ele vai a
execut ar as am eaças da palavra escrit a em seus inim igos. As insígnias de sua aut oridade são seu
nom e; afirm a sua aut oridade e poder, e advert e aos príncipes m ais poderosos que se subm et am ou
caiam diante dEle.
As pot est ades da t erra e do inferno fazem seu m áxim o esforço. Est es versículos declaram fat os
im port ant es anunciados pelos profet as. Est as pessoas não foram escusadas porque fizeram o que
seus chefes lhes ordenaram . Quão vão será o depoim ent o de m uit os pecadores nesse grande dia!
Nós seguim os a nossos chefes! Fizem os o que vim os que faziam out ros! Em sua Palavra, Deus deu
um a regra para cam inhar; nem o exem plo da m aioria, nem o do chefe, devem m over- nos ao
contrário; se fizermos como a maioria, deveremos ir para vai a maioria, o lago de fogo.

CAPÍTULO 20
Versículos 1- 3 Satanás amarrado por mil anos
Versículos 4- 6 A primeira ressurreição Benditos os que nela tenham parte
Versículos 7- 10 Satanás solto: Gogue e Magogue
Versículos 11- 15 A ressurreição última e gral

Versículos 1- 3
Eis aqui um a visão que m ost ra, por um a figura, as lim it ações colocadas ao próprio Sat anás.
Crist o, com poder onipot ent e, im pedirá que o diabo engane a hum anidade com o at é agora o t em
feit o. Não lhe falt a poder nem inst rum ent os para rom per o poder de Sat anás. Crist o o encerra por
seu poder e o sela por sua aut oridade. A igrej a t erá um t em po de paz e prosperidade, m as t odas
suas provações ainda não acabaram.

Versículos 4- 6
Eis aqui um relato do reino dos santos durante a mesma época em que Satanás estará amarrado.
Os que sofrem com Crist o reinarão com Ele em seu reino espirit ual e celest ial, em conform idade
com Ele em sua sabedoria, justiça e santidade: isto se chama a primeira ressurreição com que serão
som ent e favorecidos t odos os que sirvam a Crist o e sofram por Ele. declara- se a felicidade dest es
servos de Crist o. ninguém pode ser abençoado, senão os que são sant os, e t odos os que são sant os

330
serão abençoados. Algo sabem os do que é a prim eira m ort e, e é m uit o espant osa, m as não
sabem os o que é a segunda m ort e. Deve ser m uit o m ais t errível; é a m ort e da alm a, a separação
et erna de Deus. que nunca saibam os o que é; os que foram feit os part ícipes da ressurreição
espiritual, são salvos do poder da segunda morte. Podemos esperar que mil anos sigam à destruição
do ant icrist o, das pot encias idólat ras e dos perseguidores, durant e os quais o crist ão puro de
dout rina, adoração e sant idade, será dado a conhecer em t oda a t erra. Pela obra t odo- poderosa do
Espírit o Sant o, os hom ens caídos serão criados de novo; e a fé e a sant idade prevalecerão t ão
cert am ent e com o agora dom inam a incredulidade e a im piedade. Podem os perceber com facilidade
que cessará t oda um a gam a de dores, doenças e out ras t erríveis calam idades, com o se t odos os
hom ens fossem crist ãos verdadeiros e coerent es. Todos os m ales das cont endas públicas e privadas
t erm inarão, e a felicidade de t oda classe se generalizará. Todo hom em t rat ará de aliviar o
sofrim ent o em lugar de agregar penas aos que o rodeiam . Nosso dever é orar pelos dias gloriosos
prometidos, e fazer todo o que em nossos postos públicos ou privados podem preparar para eles.

Versículos 7- 10
Enquant o est e m undo durar, não será t ot alm ent e dest ruído o poder de Sat anás, em bora sej a
limitado e diminuído. Enquanto Satanás seja solto outra vez, começa a enganar às nações e a incitá-
las a pelej ar com os sant os e servos de Deus. bom seria que os servos e os m inist ros de Crist o
fossem t ão at ivos e perseverant es em fazer o bem , com o seus inim igos em fazer o m al. Deus
pelej ará est a últ im a bat alha decisiva por seu povo, para que a vit ória sej a com plet a e a glória, para
Ele.

Versículos 11- 15
Depois dos fast os recém anunciados, virá rapidam ent e o final, e não se m enciona nada m ais,
ant es da aparição de Crist o para j ulgar o m undo. Est e será o grande dia: o Juiz, o Senhor Jesus
Crist o, ent ão vest ido em m aj est ade e t error. As pessoas que serão j ulgadas são os m ort os,
pequenos e grandes; j ovens e velhos; alt os e baixos; ricos e pobres. Ninguém é t ão vil que não
t enha t alent os dos quais não deva render cont as; e ninguém é t ão grande que possa esquivar a
rendição de cont as. Não só os que est iverem vivos quando Crist o volt ar, senão t odos os m ort os. Há
um livro de m em órias para o bem e o m al. E o livro da consciência dos pecadores, em bora ant es
secret o, ent ão será abert o. Cada hom em lem brará t odos seus at os passados, apesar de que m uit os
os t enham esquecido faz longo t em po. out ro livro será abert o, o livro das Escrit uras, a regra da
vida; represent a o conhecim ent o do Senhor sobre seu povo e suas declarações do arrependim ent o,
a fé e as boas obras deles; m ost rando as bênçãos da nova aliança. Os hom ens serão j ust ificados ou
condenados por suas obras; Ele provará seus princípios por suas prát icas. Os j ust ificados e
absolvidos pelo evangelho serão j ust ificados e absolvidos pelo Juiz e ent rarão na vida et erna, não
devendo t em er m ais a m ort e, o inferno ou os hom ens m alvados, pois eles serão dest ruídos t odos
j unt os. Est a é a segunda m ort e, a separação final dos pecadores de Deus. que sej a nosso grande
afã ver se nossas Bíblias não j ust ificam ou condenam agora; porque Crist o j ulgará os secret os de
todos os homens conforme ao evangelho. Quem habitará com as chamas devoradoras?

CAPÍTULO 21
Versículos 1- 8 O novo céu e a nova terra: a nova Jerusalém onde habita
Deus e termina toda tristeza de seu povo
Versículos 9- 21 Sua origem, glória e defesa segura, todos celestiais
Versículos 22- 27 Sua perfeita felicidade iluminada com a presença de Deus e
do Cordeiro, e o livre acesso das multidões, feitas santas

Versículos 1- 8
O novo céu e a nova t erra não est arão separados ent re si; a t erra dos sant os, seus corpos
glorificados serão celest iais. O velho m undo com t odos seus problem as e t ribulações t erá passado.
Não haverá m ar, o que represent a adequam a liberdade das paixões cont radit órias, das t ent ações,
os problem as, as m udanças e as alarm es; de t ido o que possa int errom per ou dividir a com unhão
dos sant os. Est a nova Jerusalém é a I grej a de Deus no novo est ado perfeit o, a I grej a t riunfant e.
Sua bênção vem totalmente de Deus e depende dEle.
A presença de Deus com seu povo no céu não será int errom pida com o é na t erra. Ele habit ará
com eles cont inuam ent e. Todos os efeit os de tribulações prévias serão eliminados. Eles têm chorado
freqüent em ent e devido ao pecado, a aflição, as calam idades da I grej a, m as não rest arão sinais nem

331
lem branças das t rist ezas ant eriores. Crist o fará novas t odas as coisas. Se est iverm os dispost os e
desej osos de que o Redent or faça novas t odas as coisas em nossos corações e nat ureza, Ele fará
novas t odas as coisas acerca de nossa sit uação at é que nos leve a desfrut ar da felicidade com plet a.
Note- se a cert eza da prom essa. Deus dá t odos seus t ít ulos, Alfa e Ôm ega, Princípio e Fim , com o
sinal do cum prim ent o pleno. Os prazeres pecam inosos e sensuais são águas envenenadas e
pantanosas; e os m elhores consolos t errenos são com o o escasso aprovisionam ent o de um a
cist erna: quando se idealizam , se t ornam cist ernas quebradas e som ent e dão vexação. Porém os
gozos que repart e Crist o são as águas que brot am de um a font e, puras, refrescant es, abundant es e
et ernas. Os consolos sant ificadores do Espírit o Sant o nos preparam para a alegria celest ial; são
correntes que fluem para nós no deserto.
Os m edrosos não se at revem a enfrent ar- se com as dificuldades da religião, seu m edo
escravizador provém de sua incredulidade; porém os que foram t ão cobardes que não se at reveram
a t om ar a cruz de Crist o est ava, não obst ant e, t ão desesperados que se precipit aram na m aldade
abominável. As agonias e os t errores da prim eira m ort e conduzirão aos t errores e agonias m uit o
superiores da morte eterna.

Versículos 9- 21
Deus t em várias ocupações para seus anj os sant os. Às vezes, t ocam a t rom bet a da providência
divina e advert em a um m undo indiferent e; às vezes, revelam coisas de nat ureza celest ial aos
herdeiros da salvação. Os que desej am t er visões claras do céu, devem aproxim ar- se t ant o dele
com o possam no m ont e da m edit ação e da fé. O t em a da visão é a I grej a de Deus em perfeit o
est ado t riunfant e, brilhando em seu fulgor; gloriosa com relação a Crist o, o qual m ost ra que a
alegria do céu consiste na relação com Deus em conformidade com Ele.
A m udança de sím bolos de esposa a cidade, m ost ra que som ent e t em os de fazer- nos idéias
gerais desta descrição.
A m uralha é para seguridade. O céu é um est ado seguro; os que ali est ão, est ão separados de
t odos os m ales e inim igos, e assegurados cont ra eles. Est a cidade é enorm e; há lugar para t odo o
povo de Deus. o cim ent o do m uro é a prom essa e o poder de Deus, e a com pra de Crist o são os
fort es fundam ent os da seguridade e felicidade da I grej a. Est es fundam ent os est avam feit os de doze
classes de pedras preciosas, o qual denot a a variedade e a excelência das dout rinas do evangelho,
ou das virtudes do Espírito Santo, ou as excelências pessoais do Senhor Jesus Cristo.
O céu t em port a; há ent rada livre para t odos os que são sant ificados; eles não se verão
excluídos.
As port as são pérolas. Crist o é a Pérola de grande preço e Ele é nosso Cam inho a Deus. a rua da
cidade era de ouro puro, com o crist al t ransparent e. Os sant os do céu pisam ouro. Os sant os est ão
em repouso ali, m as est e não é um est ado de sono e ócio; eles t êm com unhão não só com Deus,
senão os uns com os outros. Todas estas glórias representam só muito debilmente o céu.

Versículos 22- 27
A com unhão perfeit a e diret a com Deus suprirá com dem asia o lugar das inst it uições do
evangelho. E que palavras podem expressar m ais plenam ent e a união de igualdade do Filho com o
Pai na Divindade? Que m undo lúgubre seria est e se não fosse pela luz do sol! Que há no céu que
supra seu lugar? A glória de Deus ilum ina a cidade e o Cordeiro é sua Luz. Deus em Crist o será um a
Font e et erna de conhecim ent o e gozo para os sant os do céu. Não há noit e, port ant o, não é
necessário fechar as port as; t odo est á em paz e seguro. Todo nos m ost ra que devem os ser guiados
mais e mais a pensar no céu como cheio com a glória de Deus, e iluminado pela presença do Senhor
Jesus.
Nada pecador nem im undo, idólat ra ou falso e enganoso pode ent rar. Todos os habit ant es são
aperfeiçoados em sant idade. Agora os sant os sent em um a t rist e m ist ura de corrupção que os
estorva no serviço de Deus, e int errom pe sua com unhão com Ele, m as ao ent rar no Lugar
Santíssimo são lavados no banho do sangue de Cristo, e são apresentados ao Pai sem mácula.
Ninguém que opere abom inações é adm it ido no céu. Est á livre de hipócrit as e de m ent irosos.
Como nada imundo pode entrar no céu, estimulemo- nos com estes olhares das coisas celestiais para
usar toda diligência, e a perfeita santidade no temor de Deus.

332
CAPÍTULO 22
Versículos 1- 5 Uma descrição do estado celestial com as figuras da água e
das árvores da vida, e do trono de Deus e o Cordeiro
Versículos 6- 19 A verdade e o certeiro cumprimento de todas as visões
proféticas O Espírito Santo e a esposa, a Igreja, convidam
e dizem "Vem"
Versículos 20- 21 A bênção final

Versículos 1- 5
Todos os riachos do consolo t erreno são lam acent os, m as est es são claros e refrescant es. Dão
vida, e preservam - na, para os que bebem deles, e assim fluirão para sem pre. indicam as influências
vivificant es e sant ificadoras do Espírit o Sant o, segundo se dão aos pecadores por m eio de Crist o. O
Espírit o Sant o, procedent e do Pai e do Filho, aplica est a salvação a nossas alm as por seu am or e
poder que criam de novo, as árvores de vida são alim ent adas pelas puras águas do rio que sai do
t rono de Deus. a presença de Deus no céu é a saúde e a alegria dos sant os. Est a árvore era um
sím bolo de Crist o e de t odas as bênçãos de sua salvação; e as folhas para sarar as nações
significam que seu favor e presença suprem todo o bem aos habitantes deste mundo bendito.
O diabo não t em poder ali; não pode desviar os sant os de servirem a Deus, nem pode pert urbá-
los no serviço de Deus. aqui se fala com o de Um de Deus e do Cordeiro. O serviço será ali não só
liberdade, senão honra e dom ínio. Não haverá noit e; nem aflição nem pena, nada de pausas no
serviço ou o prazer: nada de diversões ou prazeres de invenção hum ana serão desej ados ali. Quão
diferent e t udo isso dos pont os de vist a puram ent e hum anos e grosseiros da alegria celest ial, dos
que se referem aos prazeres da mente!

Versículos 6- 19
O Senhor Jesus falou pelo anjo, confirmando solenemente o conteúdo deste livro, particularmente
dest a últ im a visão. Ele é o Senhor Deus fiel e verdadeiro. Além do m ais, falou por seus
mensageiros, os sant os anj os, que o com unicaram aos hom ens sant os de Deus. est as são as coisas
que devem finalizar daqui a pouco. Crist o virá logo e porá t odas as coisas fora de dúvida. E falou
pela int egridade do anj o que t inha sido o int érpret e do apóst olo. Ele recusou aceit ar a adoração de
part e de João e o repreendeu por oferecê- la. I st o apresent a out ro t est em unho cont ra a adoração
idólat ra de sant os e anj os. Deus cham a a cada um a dar t est em unho das declarações aqui feit as.
Est e livro, assim conservado abert o, t erá efeit o nos hom ens: o im undo e o inj ust o o será m ais
ainda; porém confirmará, fortalecerá e santificará mais aos que são justos para com Deus.
Nunca pensem os que um a fé m ort a ou desobedient e nos salvará, porque o Prim eiro e o Últ im o
t em declarado que são bem - avent urados som ent e os que cum prem seus m andam ent os. Est e é um
livro que exclui do céu a t odas as pessoas m ás e inj ust as, em part icular as que am am e dizem
ment iras, port ant o, em si m esm o, est e livro não pode ser um a m ent ira. Não há pont o nem condição
intermédios.
Jesus, que é o Espírit o de profecia, t em dado a suas igrej as a luz m at ut ina da profecia para
assegurá- lhes a luz do perfeit o dia que se aproxim a. Todo est á confirm ado por um convit e geral
diret o à hum anidade a ir e part icipar livrem ent e das prom essas e dos privilégios do evangelho. O
Espírit o, pela palavra sagrada, e pelas convicções e influências na consciência do pecador, diz:
Venha a Crist o para salvação. E a noiva, ou t oda a I grej a, na t erra e o céu, diz: Vem e com part e
nossa felicidade. Para que ninguém duvide, se agrega: Quem quiser ou est iver desej oso, venha e
beba da água da vida grat uit am ent e. Que cada um que ouça ou leia est as palavras, desej e de
im ediat o aceit ar o convit e da graça. Est ão condenados t odos os que se at revam a corrom per ou
mudar a palavra de Deus, seja agregando- lhe ou tirando- lhe.

Versículos 20- 21
Depois de descobrir est as coisas a seu povo da t erra, Crist o parece part ir deles, volt ando ao céu,
porém lhes assegura que não se passará m uit o t em po ant es que regresse de novo. enquant o
estam os ocupados nos deveres de nossos diferent es post os na vida, não im port a quais sej am as
t arefas que nos provem , ou as dificuldades que nos rodeiem , ou as dores que nos oprim am ,
escut em os com prazer a nosso Senhor que proclam a: Eis aqui, volt o logo. Eu venho a t erm inar a
t arefa e o sofrim ent o de m eus servos. Eu venho, e m eu galardão de graça com igo, para prem iar,
com abundância verdadeira, t oda obra de fé e t rabalho de am or. Venho para receber a m eu povo
fiel e perseverant e para m im m esm o, para habit ar por sem pre naquele m undo bendit o. Am ém ,
assim seja, vem Senhor Jesus.

333
Um a bênção fecha t udo. Pela graça de Crist o devem os ser m ant idos na expect at iva gozosa de
Sua glória, equipados para ela e preservados para ela; e sua m anifest ação gloriosa será de regozij o
para os que part icipam aqui de sua graça e favor. Que t odos digam : Am ém . Tenham os sede das
grandes m edidas das influências da graça do bendit o Jesus para nossas alm as e de sua presença de
graça conosco até que a glória faça perfeita sua graça em nós.
Glória sej a ao Pai, ao Filho e ao Espírit o Sant o; com o era no princípio, é agora e será,
eternamente no mundo sem fim. Amém.

FIM

334
Í NDICE

CAPÍTULO 9 ............................................ 76
CAPÍTULO 10 .......................................... 78
MATEUS..............................................2 CAPÍTULO 11 .......................................... 79
CAPÍTULO 1 ..............................................2 CAPÍTULO 12 .......................................... 80
CAPÍTULO 2 ..............................................3 CAPÍTULO 13 .......................................... 82
CAPÍTULO 3 ..............................................4 CAPÍTULO 14 .......................................... 83
CAPÍTULO 4 ..............................................6 CAPÍTULO 15 .......................................... 84
CAPÍTULO 5 ..............................................7 CAPÍTULO 16 .......................................... 85
CAPÍTULO 6 ............................................ 10 CAPÍTULO 17 .......................................... 86
CAPÍTULO 7 ............................................ 12 CAPÍTULO 18 .......................................... 87
CAPÍTULO 8 ............................................ 13 CAPÍTULO 19 .......................................... 88
CAPÍTULO 9 ............................................ 15 CAPÍTULO 20 .......................................... 89
CAPÍTULO 10........................................... 18 CAPÍTULO 21 .......................................... 90
CAPÍTULO 11........................................... 19 CAPÍTULO 22 .......................................... 91
CAPÍTULO 12........................................... 21 CAPÍTULO 23 .......................................... 93
CAPÍTULO 13........................................... 23 CAPÍTULO 24 .......................................... 95
CAPÍTULO 14........................................... 24 JOÃO ............................................... 96
CAPÍTULO 15........................................... 26 CAPÍTULO 1 ............................................ 97
CAPÍTULO 16........................................... 27 CAPÍTULO 2 ............................................ 99
CAPÍTULO 17........................................... 28 CAPÍTULO 3 .......................................... 100
CAPÍTULO 18........................................... 29 CAPÍTULO 4 .......................................... 102
CAPÍTULO 19........................................... 31 CAPÍTULO 5 .......................................... 103
CAPÍTULO 20........................................... 32 CAPÍTULO 6 .......................................... 105
CAPÍTULO 21........................................... 34 CAPÍTULO 7 .......................................... 107
CAPÍTULO 22........................................... 35 CAPÍTULO 8 .......................................... 108
CAPÍTULO 23........................................... 37 CAPÍTULO 9 .......................................... 110
CAPÍTULO 24........................................... 38 CAPÍTULO 10 ........................................ 112
CAPÍTULO 25........................................... 40 CAPÍTULO 11 ........................................ 113
CAPÍTULO 26........................................... 41 CAPÍTULO 12 ........................................ 115
CAPÍTULO 27........................................... 44 CAPÍTULO 13 ........................................ 116
CAPÍTULO 28........................................... 46 CAPÍTULO 14 ........................................ 118
MARCOS ...........................................48 CAPÍTULO 15 ........................................ 119
CAPÍTULO 1 ............................................ 48 CAPÍTULO 16 ........................................ 120
CAPÍTULO 2 ............................................ 50 CAPÍTULO 17 ........................................ 122
CAPÍTULO 3 ............................................ 51 CAPÍTULO 18 ........................................ 123
CAPÍTULO 4 ............................................ 52 CAPÍTULO 19 ........................................ 124
CAPÍTULO 5 ............................................ 53 CAPÍTULO 20 ........................................ 126
CAPÍTULO 6 ............................................ 54 CAPÍTULO 21 ........................................ 127
CAPÍTULO 7 ............................................ 55 ATOS DOS APÓSTOLOS .................. 129
CAPÍTULO 8 ............................................ 55 CAPÍTULO 1 .......................................... 129
CAPÍTULO 9 ............................................ 56 CAPÍTULO 2 .......................................... 130
CAPÍTULO 10........................................... 57 CAPÍTULO 3 .......................................... 132
CAPÍTULO 11........................................... 59 CAPÍTULO 4 .......................................... 132
CAPÍTULO 12........................................... 59 CAPÍTULO 5 .......................................... 134
CAPÍTULO 13........................................... 61 CAPÍTULO 6 .......................................... 135
CAPÍTULO 14........................................... 62 CAPÍTULO 7 .......................................... 136
CAPÍTULO 15........................................... 63 CAPÍTULO 8 .......................................... 137
CAPÍTULO 16........................................... 65 CAPÍTULO 9 .......................................... 139
LUCAS ..............................................66 CAPÍTULO 10 ........................................ 140
CAPÍTULO 1 ............................................ 66 CAPÍTULO 11 ........................................ 142
CAPÍTULO 2 ............................................ 68 CAPÍTULO 12 ........................................ 143
CAPÍTULO 3 ............................................ 70 CAPÍTULO 13 ........................................ 144
CAPÍTULO 4 ............................................ 71 CAPÍTULO 14 ........................................ 145
CAPÍTULO 5 ............................................ 72 CAPÍTULO 15 ........................................ 146
CAPÍTULO 6 ............................................ 73 CAPÍTULO 16 ........................................ 148
CAPÍTULO 7 ............................................ 74 CAPÍTULO 17 ........................................ 149
CAPÍTULO 8 ............................................ 75 CAPÍTULO 18 ........................................ 150
CAPÍTULO 19 ........................................ 152

335
CAPÍTULO 20......................................... 153 CAPÍTULO 3 .......................................... 228
CAPÍTULO 21......................................... 155 CAPÍTULO 4 .......................................... 229
CAPÍTULO 22......................................... 156 CAPÍTULO 5 .......................................... 230
CAPÍTULO 23......................................... 157 CAPÍTULO 6 .......................................... 232
CAPÍTULO 24......................................... 158 FILIPENSES ................................... 233
CAPÍTULO 25......................................... 159 CAPÍTULO 1 .......................................... 234
CAPÍTULO 26......................................... 159 CAPÍTULO 2 .......................................... 235
CAPÍTULO 27......................................... 161 CAPÍTULO 3 .......................................... 236
CAPÍTULO 28......................................... 162 CAPÍTULO 4 .......................................... 238
ROMANOS ...................................... 164 COLOSSENSES ............................... 239
CAPÍTULO 1 .......................................... 164 CAPÍTULO 1 .......................................... 239
CAPÍTULO 2 .......................................... 165 CAPÍTULO 2 .......................................... 240
CAPÍTULO 3 .......................................... 166 CAPÍTULO 3 .......................................... 241
CAPÍTULO 4 .......................................... 168 CAPÍTULO 4 .......................................... 243
CAPÍTULO 5 .......................................... 169 1 TESSALONICENSES ..................... 243
CAPÍTULO 7 .......................................... 170 CAPÍTULO 1 .......................................... 244
CAPÍTULO 7 .......................................... 172 CAPÍTULO 2 .......................................... 244
CAPÍTULO 8 .......................................... 174 CAPÍTULO 3 .......................................... 245
CAPÍTULO 9 .......................................... 176 CAPÍTULO 4 .......................................... 246
CAPÍTULO 10......................................... 178 CAPÍTULO 5 .......................................... 247
CAPÍTULO 21......................................... 179 2 TESSALONICENSES ..................... 248
CAPÍTULO 12......................................... 180 CAPÍTULO 1 .......................................... 248
CAPÍTULO 13......................................... 182 CAPÍTULO 2 .......................................... 250
CAPÍTULO 14......................................... 183 CAPÍTULO 3 .......................................... 251
CAPÍTULO 15......................................... 184
1 TIMÓTEO .................................... 252
CAPÍTULO 16......................................... 186
CAPÍTULO 1 .......................................... 252
1 CORÍNTIOS ................................. 187 CAPÍTULO 2 .......................................... 253
CAPÍTULO 1 .......................................... 187 CAPÍTULO 3 .......................................... 254
CAPÍTULO 2 .......................................... 189 CAPÍTULO 4 .......................................... 255
CAPÍTULO 3 .......................................... 190 CAPÍTULO 5 .......................................... 255
CAPÍTULO 4 .......................................... 191 CAPÍTULO 6 .......................................... 256
CAPÍTULO 5 .......................................... 192
2 TIMÓTEO .................................... 257
CAPÍTULO 6 .......................................... 193
CAPÍTULO 1 .......................................... 258
CAPÍTULO 7 .......................................... 194
CAPÍTULO 2 .......................................... 259
CAPÍTULO 8 .......................................... 195
CAPÍTULO 3 .......................................... 260
CAPÍTULO 9 .......................................... 195
CAPÍTULO 4 .......................................... 261
CAPÍTULO 10......................................... 196
TITO .............................................. 262
CAPÍTULO 11......................................... 197
CAPÍTULO 1 .......................................... 262
CAPÍTULO 12......................................... 199
CAPÍTULO 2 .......................................... 263
CAPÍTULO 13......................................... 200
CAPÍTULO 3 .......................................... 264
CAPÍTULO 14......................................... 201
CAPÍTULO 15......................................... 202 FILEMON........................................ 265
CAPÍTULO 16......................................... 204 HEBREUS ....................................... 266
2 CORÍNTIOS ................................. 205 CAPÍTULO 1 .......................................... 266
CAPÍTULO 1 .......................................... 206 CAPÍTULO 2 .......................................... 267
CAPÍTULO 2 .......................................... 206 CAPÍTULO 3 .......................................... 269
CAPÍTULO 3 .......................................... 207 CAPÍTULO 4 .......................................... 270
CAPÍTULO 4 .......................................... 208 CAPÍTULO 5 .......................................... 271
CAPÍTULO 5 .......................................... 209 CAPÍTULO 6 .......................................... 271
CAPÍTULO 6 .......................................... 210 CAPÍTULO 7 .......................................... 272
CAPÍTULO 7 .......................................... 211 CAPÍTULO 8 .......................................... 273
CAPÍTULO 8 .......................................... 211 CAPÍTULO 9 .......................................... 274
CAPÍTULO 9 .......................................... 212 CAPÍTULO 10 ........................................ 275
CAPÍTULO 10......................................... 213 CAPÍTULO 11 ........................................ 277
CAPÍTULO 11......................................... 214 CAPÍTULO 12 ........................................ 279
CAPÍTULO 12......................................... 215 CAPÍTULO 13 ........................................ 281
CAPÍTULO 13......................................... 216 TIAGO............................................ 282
GÁLATAS ........................................ 216 CAPÍTULO 1 .......................................... 283
CAPÍTULO 1 .......................................... 217 CAPÍTULO 2 .......................................... 284
CAPÍTULO 2 .......................................... 218 CAPÍTULO 3 .......................................... 286
CAPÍTULO 3 .......................................... 219 CAPÍTULO 4 .......................................... 286
CAPÍTULO 4 .......................................... 221 CAPÍTULO 5 .......................................... 288
CAPÍTULO 5 .......................................... 223 1 PEDRO ........................................ 289
CAPÍTULO 6 .......................................... 224 CAPÍTULO 1 .......................................... 289
EFÉSIOS ......................................... 225 CAPÍTULO 2 .......................................... 291
CAPÍTULO 1 .......................................... 226 CAPÍTULO 3 .......................................... 292
CAPÍTULO 2 .......................................... 227 CAPÍTULO 4 .......................................... 293

336
CAPÍTULO 5 .......................................... 294 CAPÍTULO 5 .......................................... 317
2 PEDRO......................................... 295 CAPÍTULO 6 .......................................... 318
CAPÍTULO 1 .......................................... 296 CAPÍTULO 7 .......................................... 319
CAPÍTULO 2 .......................................... 297 CAPÍTULO 8 .......................................... 320
CAPÍTULO 3 .......................................... 298 CAPÍTULO 9 .......................................... 321
1 JOÃO ........................................... 299 CAPÍTULO 10 ........................................ 321
CAPÍTULO 1 .......................................... 299 CAPÍTULO 11 ........................................ 322
CAPÍTULO 2 .......................................... 300 CAPÍTULO 12 ........................................ 323
CAPÍTULO 3 .......................................... 302 CAPÍTULO 13 ........................................ 324
CAPÍTULO 4 .......................................... 303 CAPÍTULO 14 ........................................ 325
CAPÍTULO 5 .......................................... 305 CAPÍTULO 15 ........................................ 326
2 JOÃO ........................................... 307 CAPÍTULO 16 ........................................ 327
CAPÍTULO 17 ........................................ 328
3 JOÃO ........................................... 308
CAPÍTULO 18 ........................................ 329
JUDAS ............................................ 309
CAPÍTULO 19 ........................................ 329
APOCALIPSE................................... 311 CAPÍTULO 20 ........................................ 330
CAPÍTULO 1 .......................................... 311 CAPÍTULO 21 ........................................ 331
CAPÍTULO 2 .......................................... 313 CAPÍTULO 22 ........................................ 333
CAPÍTULO 3 .......................................... 314
ÍNDICE .......................................... 335
CAPÍTULO 4 .......................................... 316

337
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