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Outras Expressões

Português 12.o Ano


Guia do Professor – Banda Lateral do Manual

Página 14

Teste diagnóstico
Outro teste diagnóstico e respetiva correção nos recursos do projeto.

Pré-leitura | Oralidade
MC
O11 – 1.1. Identificar o tema dominante, justificando.
G11 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos no ano anterior.

Registos áudio
Tema musical “Cinegirasol” e respetiva transcrição

1.1. O tema é o cinema. Palavras do campo lexical: “altifalantes”, “som”, “tela”, “enredo”, “aventura”, “fita”,
“bobine”.
1.2. A música remete para o Cinegirasol, cinema em que, numa “tela de lençol”, se projeta o “enredo mole” de
alguns filmes conhecidos e protagonizados por figuras célebres do cinema (xerife e ladrão, cowboys, donzela,
Marilyn (Monroe), Steve MacQueen, Marty Mcfly, de Regresso ao Futuro).

Página 15

Leitura | Compreensão
MC
L11 – 7.3. Explicitar a estrutura do texto: organização interna.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1. O texto organiza-se em três momentos: o relato dos antecedentes da sessão de cinema (primeiro e
segundo parágrafos), a descrição da sessão de cinema (terceiro parágrafo) e uma reflexão sobre a
importância das sessões para o narrador (partilha com a mãe) e o destino do “homem do cinema” (último
parágrafo).
2. A repetição do verbo salienta a importância das sessões de cinema na vida do narrador, uma vez que,
num processo tão seletivo como o da memória, se mantiveram vivas na sua mente.
3. O cinema, que não correspondia a um local unicamente dedicado à projeção de filmes, partilhava o espaço
com o de atividades socioculturais como os “bailes” (l. 10): uma “sala” (l. 10) da “Sociedade” (Filarmónica) (l. 5) da
“vila” (l. 2). Em termos materiais, concretizava-se com recurso ao mobiliário da instituição e à improvisação de uma
bilheteira (ll. 6-10) e de uma tela, a partir de “um lençol estendido” (l. 11). Das palavras do narrador, depreende-se
que o cinema atraía os jovens, provavelmente pelo isolamento da “vila” e pelo facto de acontecer apenas uma vez
por semana, unindo-os através da partilha de momentos, de referências e de brincadeiras.
4. O narrador, ao contrário de outros espectadores, mantinha-se “concentrado” nas “imagens riscadas que
passavam no lençol” (ll. 16- -17), revelando um fascínio pelo cinema que a metáfora do “feixe de luz” estendendo
“chineses a lutarem no lençol” (l. 19) evidencia.
5. O narrador é presente, servindo-se da primeira pessoa gramatical para narrar acontecimentos nos quais foi
protagonista (“minha”, ll. 3 e 25, “Sentávamo-nos”, l. 13, “nos”, l. 15, “eu”, l. 16, “ficava”, l. 16...).

Pós-leitura
MC
L11 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

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G11 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos no ano anterior.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.
19. 1. Reconhecer e fazer citações.
19. 3. Reconhecer e utilizar adequadamente diferentes verbos introdutores de relato do discurso.
20.1. Identificar deíticos e respetivos referentes.

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1. (C). 2. (D). 3. (B). 4. (B). 5. (A).


6. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa, com a função sintática de modificador apositivo do nome.
7. “figuras em plasticina” (l. 38). A utilização do pronome concretiza a coesão referencial.
8. “conta” (l. 25).

Escrita
MC
E11 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema, apreciação crítica e
texto de opinião.
12.1. Respeitar o tema.
12.2. Mobilizar informação adequada ao tema.
12.3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos
de coesão textual:
a) texto constituído por três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão), individualizadas e devidamente
proporcionadas;
b) marcação correta de parágrafos;
c) utilização adequada de conectores.
12.4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao
tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação.
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

Registos vídeo
Videoclipe de “Cinegirasol”, d’ Os Azeitonas
Recursos multimédia
Tutorial – Escrever uma apreciação crítica

PowerPoint® didáticos
Apreciação crítica

Página 20
EL
No âmbito do estudo da poesia de Fernando Pessoa, o Programa contempla o trabalho com seis poemas do
ortónimo, três fragmentos de Bernardo Soares, dois poemas de Alberto Caeiro, três de Ricardo Reis, três de
Álvaro de Campos e oito poemas de Mensagem. De forma a possibilitar escolhas e trabalhos diferenciados,
apresentam-se mais propostas do que as que prevê o Programa:
• dez poemas de Fernando Pessoa ortónimo (pp. 27, 29, 32, 34, 39, 42 (dois poemas), 47, 49 e 51);
• quatro excertos de Bernardo Soares (pp. 97, 100, 103 e 109);
• cinco poemas de Alberto Caeiro (pp. 56, 59, 61, 63 e 65);
• oito poemas de Ricardo Reis (pp. 66, 68, 69, 74 (dois poemas), 75, 77 e 240);
• seis poemas de Álvaro de Campos (pp. 80, 88, 90, 93, 136 e 170);
• onze poemas de Mensagem (pp. 116, 119, 120, 122, 125, 127, 129, 130, 132, 133 e 135).

Em termos de organização, a sequência apresenta, após a poesia do ortónimo, a dos três heterónimos, surgindo
depois o “semi-heterónimo” Bernardo Soares. Esta opção prende-se com o conteúdo da carta a Adolfo Casais

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Monteiro sobre a génese dos heterónimos (pp. 53-55), na qual Fernando Pessoa distingue os conceitos, as
figuras e as “artes poéticas” dos heterónimos e do semi-heterónimo. Assim, a compreensão da especificidade
do estatuto e da produção deste último parece-nos mais produtiva em confronto com os dos heterónimos.

Recursos do projeto: ao longo da sequência, indicam-se, em contexto, alguns dos recursos do projeto. Contudo,
aconselha-se a consulta do “Índice de recursos do projeto”, presente nas páginas 10 a 42 do Dossiê do
Professor, no qual se elencam todos os recursos passíveis de utilização em articulação com as atividades
propostas.

MC
O12 – 4.1. Debater e justificar pontos de vista e opiniões.
5.2. Produzir textos linguisticamente corretos, com riqueza vocabular e recursos expressivos adequados.
L12 – 7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.

Página 21

Sugestões de abordagem do texto:


• Antecipação do assunto do texto a partir do título e da ilustração.
• Apresentação de propostas de resposta à questão colocada pelo autor nas linhas 16-17 e confronto das
diversas perspetivas.

Página 23

Leitura | Compreensão
MC
L12 – 7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.

1.1. “Hoje” (ll. 1 e 21) e “agora” (l. 14) – tempo presente.


“Em tempos” (l. 3), “Esse tempo” (l. 14) – tempo passado.
1.2. Hoje, Fernando Pessoa é “uma voz que existe no nosso interior” (ll. 1-2), ou seja, uma lembrança, uma
inspiração. No passado, teve existência real (ll. 10-13), tinha “olhos [...] vivos” (ll. 17-18) e era “discreto” (l. 7). Pouco
conhecido dos seus contemporâneos, é apresentado como “vulto” (l. 7) e “pouco mais do que uma sombra” (l. 9),
quando passava entre eles.
2.1. (B); 2.2. (A); 2.3. (C); 2.4. (A).

José Luís Peixoto nasceu na aldeia de Galveias, no Alto Alentejo, onde viveu até aos 18 anos, idade em que foi
estudar para a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Após terminar a sua
licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, na variante de estudos ingleses e alemães, foi professor em
várias escolas portuguesas e na Cidade da Praia, em Cabo Verde. Em 2001, dedicou-se profissionalmente à
escrita.
Com apenas 27 anos, José Luís Peixoto foi o mais jovem vencedor de sempre do Prémio Literário José Saramago.
Desde esse reconhecimento, a sua obra tem recebido amplo destaque nacional e internacional. Os seus livros
estão traduzidos e publicados em 26 idiomas.
In http://www.joseluispeixoto.net/tag/biografia

Obra: Morreste-me, prosa, 2000; Nenhum Olhar, romance, 2000; A Criança em Ruínas, poesia, 2001; Uma Casa
na Escuridão, romance, 2002; A Casa, a Escuridão, poesia, 2002; Antídoto, prosa, 2003; Cemitério de Pianos,
romance, 2006; Cal, prosa e teatro, 2007; Gaveta de Papéis, poesia, 2008; Livro, romance, 2010; Abraço, prosa,
2011; A Mãe que Chovia, infantil, 2012; Dentro do Segredo, viagens, 2012; Galveias, romance, 2014; Em Teu Ventre,
novela, 2015; Todos os Escritores do Mundo têm a Cabeça Cheia de Piolhos, infantil, 2016; Estrangeiras, teatro,
2016.

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Página 24
Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].
12.1. Respeitar o tema.
12.2. Mobilizar informação adequada ao tema.
12.3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos
de coesão textual […].
12.4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado
ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação.
E12.5. Observar os princípios do trabalho intelectual: identificação das fontes utilizadas; cumprimento das
normas de citação; uso de notas de rodapé; elaboração da bibliografia.
E12.6. Utilizar com acerto as tecnologias de informação na produção, na revisão e na edição de texto.
E13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a
qualidade do produto final.

Oralidade
MC
O12.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
1.2. Explicitar a estrutura do texto.

CD áudio 1 Faixa 01
Transcrição do texto no Dossiê do Professor

1.1. (D), (B), (E), (A), (C).


1.2. Cf. transcrição do texto nas páginas 275-276 do Dossiê do Professor.
(D): Primeiro parágrafo.
(B): Segundo parágrafo.
(E): Do terceiro ao sétimo parágrafo.
(A): Oitavo parágrafo;
(C): último parágrafo.

PowerPoint® didáticos
Exposição sobre um tema

Recursos multimédia
Tutorial – Escrever uma exposição

Página 25

Leitura para informação


MC
L12 – 7.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
7.2. Explicitar a estrutura interna do texto, justificando.
8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.
EL12 – 16.1. Reconhecer a contextualização histórico-literária nos casos previstos no Programa.

1. a. De finais do século XIX (cerca de 1890, para alguns autores) até ao final dos anos 50; ou das vésperas da
Primeira Guerra Mundial até à Segunda Guerra Mundial;
b. Orpheu (1915); Centauro (1916); Exílio (1916); Contemporânea (1922- -1926) e Athena (1924-1925); Presença
(1927-1940);

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c. O Ultraísmo, o Criacionismo, o Imagismo, o Vorticismo, o Construtivismo, o Expressionismo, o Cubismo e ainda
(no contexto do Modernismo português), o Sensacionismo, o Intersecionismo, um incipiente Paulismo, o
Neopaganismo e o Futurismo;
d. Tempo de convulsões sociais, de conflitos armados, de regimes políticos autoritários;
e. “universos psicológicos extremamente complexos, instáveis e evanescentes” (l. 41); euforia do moderno; tédio;
dissolução do sujeito; suicídio.

Recursos multimédia
Interatividade – O Modernismo português: a geração de Orpheu

Fichas de trabalho por domínio – Gramática


Fichas globais

Página 27

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
1.3. Fazer inferências.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.

Registos áudio
Tema musical “Autopsicodiagnose”, de Miguel Araújo, e respetiva transcrição

1.1. Autopsicodiagnose – conhecimento (diagnose) psicológico (psico) de si próprio (auto).


1.2. O assunto da canção remete, efetivamente, para a tentativa de conhecimento psicológico do enunciador,
que reflete sobre a sua hipocondria e o seu receio de perder as razões que a justificam.
Cf. transcrição do tema musical na página 276 do Dossiê do Professor.
2.1. Autorretrato espiritual escrito ou reflexão sobre a escrita do sujeito poético.
Auto-: elemento de formação que exprime a ideia de próprio, independente, por si mesmo (Do grego autós, ‘o
próprio’).
psic(o)-: elemento de formação de palavras que exprime a ideia de alma, espírito (Do gr. psykhé, ‘alma’)
grafia: representação escrita de uma palavra; escrita (Do gr. gráphein, ‘escrever’ + -ia)
in www.infopedia.pt
2.2. Atendendo ao elemento auto-, o título parece anunciar um texto redigido na primeira pessoa.

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14. 2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

CD áudio 1 Faixa 02

1. Ao longo do poema, é usada a terceira pessoa verbal, já que o sujeito lírico se dedica a tecer considerações de
carácter abrangente sobre a construção poética que, conforme o título anuncia,
se aplicam a si próprio também. O uso da terceira pessoa confere às suas afirmações uma universalidade e um
distanciamento que a primeira pessoa impossibilitaria.

Página 28

2.1. (A) real; (1) v. 4. (B) fingida; (2) v. 3. (C) lida; (3) vv. 6-8.

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2.2. Ainda que sinta, o poeta necessita de transformar, por meio da razão, as suas emoções, de modo a transmiti-
las aos leitores. Assim, a sua dor real passa a ser uma dor “fingida”, literariamente explorada. Aos leitores cabe
interpretarem o que leem, sem que experimentem os sentimentos do poeta. Sentem apenas aquilo que a sua
interpretação determina.
3.1. A metáfora aproxima as duas entidades envolvidas no processo de comunicação poética, em que se
concretiza o fingimento (a “razão” e o “coração”).
3.2. A metáfora esclarece as relações razão/coração sobre que assenta a teoria expressa pelo sujeito poético. Tal
como o comboio de corda é continuamente guiado pelas calhas, assim o coração (fonte dos sentimentos e das
emoções) deve ser, segundo a teoria enunciada nas estrofes anteriores, orientado pelo pensamento, que
condiciona a sua expressão verbal. O coração sente e o pensamento intelectualiza o que é sentido,
racionalizando-o. O movimento circular dos carris, que obriga à contínua rotação do comboio e à adoção de um
rumo obrigatório, sugere a constante inter-relação e a íntima dependência entre ambos, tal como acontece com
a razão e a emoção humanas.

Outros (Inter)Textos
“Fingimentos poéticos” de Ana Luísa Amaral

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.

1. a. Falsa – predicativo do sujeito; b. Falsa – oração subordinada adverbial consecutiva e oração subordinada
substantiva completiva; c. Falsa – coesão referencial; d. Verdadeira.

Página 29

Pré-leitura | Oralidade
MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

CD áudio 1 Faixa 03

1.1. Em “Isto”, o sujeito lírico concretiza na sua própria pessoa e na sua prática poética as considerações que
desenvolvera, de modo geral, sobre a construção lírica em “Autopsicografia”. Por essa razão, serve-se agora da
primeira pessoa (“finjo”, “minto”, “escrevo”, “Eu”, “sinto”, “uso”, “sonho”, “passo”, “meu”), já que aplica à sua situação
individual as declarações genéricas que efetuara sobre a poesia e a figura do poeta.

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. “Eu simplesmente sinto / Com a imaginação”


2.1. b.

Página 30

2.2. c.; 2.3. d.; 2.4. c.; 2.5. a.; 2.6. c.

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3. O poema constitui uma espécie de “resposta poética” aos que, provavelmente na sequência de
“Autopsicografia” e falhando na interpretação deste poema, o acusavam de mentir nos poemas que escrevia. A
esses, o poeta parece querer responder que a sua teoria criativa é apenas “Isto”.

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

Recursos multimédia
Tutorial – Escrever uma exposição

Grelhas de avaliação
Grelha de avaliação da escrita – Exposição sobre um tema

Fichas de trabalho por domínio – Escrita


Propostas de escrita – Exposição sobre um tema

Página 31

Leitura para informação


MC
L12 – 8.2. Elaborar tópicos que sistematizem as ideias-chave do texto, organizando-os sequencialmente.

1. Texto de Auxília Ramos e Zaida Braga:


 O discurso poético pessoano afirma-se pelo fingimento de sentimentos, vivendo pela inteligência e pela
imaginação.
 Negação do poeta confessor (ideia romântica), filtrando tudo pela inteligência, sendo o texto fruto da
imaginação.
 As emoções e os sentimentos, mesmo os verdadeiros, são fingidos, ou seja, artisticamente trabalhados.
 “Autopsicografia” e “Isto” – arte poética pessoana – o racional sobrepõe-se ao afetivo.
 Intelectualização da sensibilidade.

Texto de Fernando Cabral Martins


“Autopsicografia”
 Consciência da poesia como construção de imagens e formas.
 Fingimento poético e privilégio de pensar.
 “A dor lida” do leitor não corresponde às dores do poeta, a sentida e a fingida.

“Isto”
 Fingir não é “mentir”.
 Importância da interpretação na poesia.

PowerPoint® didáticos
A poesia de Fernando Pessoa ortónimo

Outros (Inter)Textos
“Apócrifo pessoano” de Fernando Pinto do Amaral

Página 32

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Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. O texto estrutura-se em duas partes. Na primeira, que ocupa as três primeiras estrofes, a atenção do sujeito
poético incide sobre o canto da ceifeira e os efeitos (contraditórios) que o mesmo exerce sobre si próprio. Na
segunda, que se prolonga pelas três últimas estrofes, o “eu” lírico manifesta o desejo de se transformar num ser
mais natural, semelhante à ceifeira.
2. A ceifeira aparenta estar “feliz” (v. 2) e canta, com uma “voz” “alegre”, “como se tivesse / Mais razões p’ra cantar
que a vida” (vv. 11-12). É associada ao “campo” e à “lida” (v. 10) e, essencialmente, atrai o sujeito poético pela sua
“inconsciência” (v. 18), que lhe permite ser “alegre”, ou seja, alcançar a felicidade.
3. O verso 14 explica os motivos pelos quais o canto da ceifeira provoca no sujeito poético sentimentos
contraditórios (v. 9): ao contrário dela, ele não consegue viver “sem razão” (v. 13) e está constantemente
“pensando”.
4.1. Infinitivo pessoal (“poder ser”, v. 17, [poder] “Ter”, v. 18) e imperativo (“Derrama”, v. 15, “Entrai”, v. 22, “Tornai”,
v. 22, “passai”, v. 24).
4.2. O desejo de receber na sua alma o canto da ceifeira (vv. 15-16) mostra-se viável, ao contrário da aspiração
a conseguir a “alegre inconsciência” (v. 18) da ceifeira, mas, ao mesmo tempo, “a consciência disso!” (v. 19).

Página 33
5. Através da apóstrofe aos elementos naturais (“céu”, “campo”, “canção”) e da constatação de que a “ciência”, o
conhecimento, “pesa tanto” numa “vida” “tão breve”, o sujeito poético revela o seu desejo de se aproximar mais
do estado de “inconsciência” (v. 18) e manifesta, assim, a dor que sente por ser consciente (dor de pensar).

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. e 1.1. (A) – predicativo do complemento direto – “feliz”;


(C) – predicativo do sujeito – “pensando”;
(E) – predicativo do sujeito – “tão breve”;
(F) – predicativo do complemento direto – “a vossa sombra leve”.

PowerPoint® didáticos
Funções sintáticas
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Funções sintáticas

Leitura para informação

MC
L12 – 7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.

1. A dor de pensar é um tema recorrente da poesia ortónima, apresentando-se em tópicos como a preferência
pela obediência às leis do instinto, a dilaceração do pensamento que a nada conduz ou a inveja pela consciência
de elementos da natureza.

Página 34

Página 8 de 129
Pré-leitura
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

1. O gato apresentado no texto, que sobe à janela e permanece imóvel, como um objeto, indiferente a quem
passa e o chama, parece representar uma imagem de uma qualquer divindade. Na sua imobilidade indiferente
conhece a eternidade, a imutabilidade.
1.1. No texto de Júdice, é reconhecido ao gato o privilégio de conhecer “a eternidade”, numa imobilidade
indiferente que é invejada. O mesmo sentimento se manifesta no texto de Pessoa (v. 3).

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. O sujeito poético inveja o gato pela ausência de preocupações com que vive, resultado da sua irracionalidade
(“Invejo a sorte que é tua / Porque nem sorte se chama.”, vv. 3-4), pela sua calma aceitação do destino (“Bom servo
das leis fatais”, v. 5), por agir apenas por “instintos gerais” (v. 7), ou seja, comandado apenas pelos sentimentos
(“sentes só o que sentes”, v. 8), assim conseguindo ser “feliz” (v. 9).
2. Através da apóstrofe, o sujeito poético aproxima-se da entidade que admira e caracteriza-a usando uma
comparação. Destacando o facto de se comportar “na rua”, ou seja, no exterior e no contacto com os outros, com
a mesma naturalidade com que procederia “na cama”, o sujeito poético realça a ausência de convenções na
atuação do gato, que vive apenas segundo a sua vontade e os instintos próprios de animal irracional.

Página 35
3. a. A expressão destaca o facto de, num ser que age apenas por “instintos gerais” (v. 7) a “sorte” não ser um
conceito reconhecido. b. “Todo o nada” que o gato é, porque não pensa no que é, lhe pertence, já que depende
exclusivamente dos seus sentidos/sentimentos. No fundo, os versos apresentam a tensão sentir/pensar,
conferindo primazia ao primeiro polo, no caso do gato.
4. Os dois últimos versos do poema remetem, conforme a primeira pessoa gramatical evidencia, para a situação
particular do sujeito poético. Neles, o “eu” que refletiu sobre a natureza do gato constata que dele se diferencia
por não se dominar completamente, uma vez que, como explicou em “Autopsicografia”, transforma
permanentemente as suas emoções em pensamentos. Por isso, sente-se estranho face a si mesmo.
5. O poema é constituído por três quadras de versos heptassilábicos (redondilha maior) e com rima cruzada.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. “Porque nem sorte se chama” – subordinada adverbial causal.


2. Vocativo que integra: “bom” – modificador restritivo do nome “servo”; “das leis fatais” – complemento do
nome; “fatais” – modificador restritivo do nome; “Que regem pedras e gentes” – modificador restritivo do nome;
“Que” – sujeito; “regem pedras e gentes” – predicado; “pedras e gentes” – complemento direto; “Que tens instintos
gerais” – modificador restritivo do nome; “Que” – sujeito; “tens instintos gerais” – predicado; “instintos gerais” –
complemento direto; “gerais” – modificador restritivo do nome; “E [que] sentes só o que sentes” – modificador
restritivo do nome; “sentes só o que sentes” – predicado; “só o que sentes” – complemento direto.
3. Sujeito subentendido.
4. “És” (vv. 9-10); “teu” (v. 10); “Eu” (v. 11); “vejo” (v. 11); “me” (v. 11); “estou” (v. 11); “mim” (v. 11); “Conheço” (v. 12);
“me” (v. 12); “sou” (v. 12); “eu” (v. 12).

Pós-leitura
MC

Página 9 de 129
L12 – 7.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.7. Explicitar [...] marcas dos seguintes géneros: [...] artigo de opinião.
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

1. As dicotomias pessoanas sentir/pensar e felicidade/infelicidade estão claramente refletidas na perspetiva que


Manuel António Pina assume sobre a felicidade: “o índice mais fiável de felicidade é não se perguntar se se é feliz”
(l. 14) ou “se formos felizes, provavelmente não o saberemos” (ll. 15-16). A inconsciência da felicidade será a sua
afirmação e o sentir (a Sinfonia Italiana de Mendelssohn), mais do que pensar, a sua concretização.

Página 36

1.1. O tema do texto é a vida. Os subtemas a felicidade/infelicidade e a sua medição ou mensurabilidade e a


forma como se reflete sobre este sentimento.
1.2. Verifica-se uma crítica irónica em relação à situação económica e financeira do país – se o PIB (Produto
Interno Bruto) fosse o reflexo da nossa felicidade, isso implicaria que seríamos infelizes.
1.3. (C) “Eu diria” (l. 14); “se formos felizes” (l. 15). (E) “As discussões inconclusivas são as mais interessantes” (ll. 10-
11); “pareceu-me uma boa resposta” (ll. 17-18). (F) “conduzir cansadamente sob nevoeiro, ao longo de uma
autoestrada interminável e irreal” (ll. 11- -12). (G) “pareceu-me uma boa resposta” (ll. 17-18).

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] texto de opinião.
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.
EL12 – 15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.

Página 37

Gramática
MC
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

1.1. Estar ou ter o caldo entornado – a expressão idiomática reforça a ideia de alguma coisa não ter corrido
bem.
2.1. a. Ambos os textos dão uma imagem muito positiva do gato pela sua inconsciência; ele é apresentado
como um ser que obedece às leis da vida, ao seu instinto e às suas sensações, esgotando-se nisso. b. Textos
construídos em quadras com versos de sete sílabas métricas.
2.2.1. “e nunca leste o pessoa” (v. 4); “és livre e nisso te esgotas/sem remorso que te doa” (vv. 13-14).

PowerPoint® didáticos
Intertextualidade

Fichas de trabalho por domínio – Gramática


Intertextualidade

Página 38

Página 10 de 129
3. O título do texto de Ruy Belo é um verso o texto de Pessoa; genericamente, também o texto de Ruy Belo se
constrói tendo por base a observação do sujeito poético e a vontade de assumir a identidade de alguém
desconhecido que vê e em quem reconhece sedução (“sedução de ser seja quem for aquele que não sou”, vv. 5-
6).

Página 39

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.4. Apreciar a qualidade da informação mobilizada.
1.5. Identificar argumentos.
1.6. Apreciar a validade dos argumentos aduzidos.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de
diferentes épocas.

Registos radiofónicos
Pensamento Cruzado (TSF) – “Sonho e Esperança” e respetiva transcrição

1.1. Margarida Cordo: Há um papel para a esperança e para a capacidade de sonhar, desde que ela não se afaste
excessivamente da realidade.
Vítor Cotovio: A capacidade de sonhar e a esperança são fundamentais, assentes numa gestão adequada das
expectativas.
1.2. Margarida Cordo: A manutenção do bem-estar e da felicidade depende da capacidade de regrar as ilusões
e não as deixar ganhar preponderância sobre a realidade.
Vítor Cotovio: É necessário que as expectativas individuais não sejam desadequadas, para que delas não decorra
infelicidade. Cada pessoa deve aceitar a sua realidade e não “embarcar” em desejos e expectativas utópicas.
1.2.1. Resposta pessoal.
1.3. Dicotomia sonho/realidade.

Página 40
Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. A ilha é “uma mistura de sonho e vida” (v. 2), caracterizada pela “suavidade” (v. 3) e pela presença do “amor” (v.
6). Pelas suas qualidades, é um local desejado (v. 5).
2. O sujeito poético anseia por um lugar como a “ilha extrema do sul” (v. 4), mas reconhece que esse local é
ilusório (vv. 7-8). Ainda que sem corresponder a uma realidade física, reconforta os que desejam um espaço de
felicidade (vv. 9-10), nos quais se inclui.
3. A conjunção introduz uma mudança no tom do poema, correspondendo ao momento em que a ilusão da ilha
se desfaz, com a constatação do sujeito poético de que “pensá-la” (v. 14) apaga a sua dimensão idílica.
4. O verso 18 opõe o “mal” de pensar ao “bem” que constituía o “sonho” da ilha. Nas duas últimas estrofes, o
sujeito poético reconhece a impossibilidade de viver sem pensar, pois o próprio sonho desvirtua a capacidade
de ser feliz (pela inconsciência), concluindo que a “cura” para o “mal profundo” da “alma” (v. 21) passa pelo
interior de cada um, e não pela sua procura em qualquer elemento externo.
5. Na primeira estrofe, o advérbio remete para a “ilha” sonhada, onde se pode ser feliz. No final do poema,
remete para o “coração” (v. 22), transferindo a hipótese de concretizar a felicidade para dentro de cada um de
“nós”.
6. A ilha simboliza a felicidade advinda da vivência dos sentimentos, sem a contínua interferência do pensamento.

Página 11 de 129
Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.

1.1. Sujeito subentendido – relativamente ao predicado cujo núcleo é a forma verbal “sei” (v. 1); “Aquela terra de
suavidade/Que na ilha extrema do sul se olvida” (vv. 3-4) – sujeito do predicado cujo núcleo é a forma verbal “é”
(v. 1); sujeito indeterminado – do predicado cujo núcleo é “olvida” (v. 4).
1.2. “se é sonho, se [é] realidade, / Se [é] uma mistura de sonho e vida, / Aquela terra de suavidade / Que na ilha
extrema do sul se olvida” – oração[ões] subordinada[s] subs- tantiva[s] completiva[s]; “Que na ilha extrema do sul
se olvida” – oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
2. O antecedente é “terra” (v. 12) (que é já um vocábulo repetido).
2.1. Coesão referencial.

Leitura para Informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1. Ll. 4-5).

Página 41

Releitura(s)
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de
diferentes épocas.
EL11 – 15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de
acordo com um plano previamente elaborado pelo aluno.
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] exposição sobre um tema.
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a
qualidade do produto final.

1.1. A angústia existencial e as configurações do Ideal.

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A poesia de Antero de Quental
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Sonetos Completos de Antero de Quental

Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
4.1. Debater e justificar pontos de vista e opiniões.
4.2. Considerar pontos de vista contrários e reformular posições.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
6.4. Participar ativamente num debate (duração média de 30 a 40 minutos), sujeito a tema e de acordo com as
orientações do professor.

Página 42

Página 12 de 129
Pré-leitura
MC
L12 – 9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de
diferentes épocas.

1.1. A inocência e a ingenuidade, associadas a alguma infelicidade, o que se opõe ao assunto dos poemas
de Pessoa, em que a infância se associa à felicidade.

Página 43

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

1.1. O sentido da audição: texto A, vv. 1-2; texto B, vv. 1 e 5-8.


1.2. A infância desperta no “eu” lírico uma “onda de alegria” (texto A, v. 7) e a tristeza e irritação por ser já
um tempo perdido (“Com que ânsia tão raiva / Quero aquele outrora!”, texto B, vv. 9-10).
2. Na última quadra de ambos os textos, alude-se ao passado e ao presente do sujeito poético. Ele considera
que o seu passado foi um “enigma” (texto A, v. 9), o que sugere que desse tempo guarda poucas recordações.
A mesma ideia de indefinição relativamente à infância é expressa nos versos 11 e 12 do texto B, quando o
“eu” enunciador se questiona sobre a hipótese de ter sido feliz. Resta-lhe o presente, marcado pelo desejo
de retorno ao tempo da inconsciência e da ausência da dor de pensar (texto A, vv. 11-12, e texto B, vv. 9-
10).
3. As crianças simbolizam a inocência, a ingenuidade, a espontaneidade, a autenticidade. Neste sentido, a
referência às crianças e o desejo manifestado pelo “eu” lírico de ser elas/como elas remete para a sua ânsia
de conseguir ultrapassar a constante intelectualização e a dor de pensar que esta provoca.
3.1. Numa primeira leitura, a afirmação “Nunca senti saudades da infância” parece contradizer o assunto
desenvolvido nos poemas. Contudo, o que importa ao sujeito poético recuperar não são tempos ou situações
específicas, mas as atitudes que eles representam. No caso, o sujeito poético deseja recuperar a inocência e a
ignorância (no sentido etimológico da palavra, como ausência do conhecimento racional) típicas da infância.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1.1. Infante, infantário, infanticídio, infantado, infantaria.


2.1. (C).
2.2. (D).

Página 44

Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência (5.1., 5.2., 5.3.)
6.1. Produzir os seguintes géneros de texto: texto de opinião [...].
6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
6.3. Respeitar as seguintes extensões temporais: texto de opinião – 4 a 6 minutos [...].

Página 13 de 129
PowerPoint® didáticos
Artigo/Texto de opinião
Grelhas de avaliação
Grelha de avaliação da oralidade (Expressão Oral) – Texto de opinião
Grelha de autoavaliação da oralidade
Fichas de trabalho por domínio – Oralidade
Propostas de trabalho de expressão oral – Texto de opinião

Página 45

Pós-leitura
MC
L12 – 7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: [...] memórias
[...].
8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1.1. O título do texto remete para as memórias do autor, guardadas de tal forma que podem ser
consideradas como obras do seu museu.

Fichas de trabalho por domínio – Gramática


Fichas globais

Página 46

1.2. A importância do momento para o autor e para os seus colegas é de tal forma enfatizado que, para descrever
os sentimentos dos presentes, não seria suficiente usar expressões denotativas. A referência à necessidade de
“muitas metáforas” valoriza intensamente o significado do momento.
1.3. José Luís Peixoto evoca a sua infância, através das suas memórias, e atribui a esse momento da vida a
inocência (“ninguém nos queria mal, ninguém nos odiava”, ll. 53-54), a descoberta (“éramos crianças a descobrir
mistérios que se tornaram demasiado simples”, ll. 54-56) e o sonho (“Éramos rapazes e raparigas da segunda classe
a sonhar.”, ll. 57-58).
1.4. (a) Presente: “Hoje” (l. 44). (b) Passado (infância): “nessa altura” (l. 48), “(d)esse tempo longínquo” (l. 53). (c)
Presente do indicativo. (d) “Hoje” (ll. 44 e 51), “Atualmente” (l. 49), “agora” (l. 51). (e) Pretérito imperfeito do
indicativo e pretérito perfeito do indicativo. (f) “nessa altura” (l. 48), “tempo longínquo” (l. 53). (g) “me lembro” (l.
3), “Lembro-me” (l. 41), “recordar-me” (ll. 44-45), “Caminho [dentro de mim]” (ll. 46-47), “me lembro” (l. 52).
1.4.1. Resposta pessoal, com referência à recuperação, pela escrita, de acontecimentos passados.

PowerPoint® didáticos
Memórias

Fichas de trabalho por domínio – Leitura


Memórias

Recursos multimédia
Interatividade – Memórias

Página 47

Página 14 de 129
CD áudio 1 Faixa 04

Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.
15.4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa.

Tópicos para a apresentação:


 No contexto da poesia ortónima de Fernando Pessoa, a “liberdade” representará a libertação da dor de pensar.
 A liberdade é explorada no poema através:
– da rejeição de situações normativas (vv. 1-2);
– da recusa das tarefas que envolvem trabalho intelectual e da depreciação dos elementos que lhe estão
associados, como os livros (vv. 3-6,14-16 e 24-27);
– da valorização da simplicidade e espontaneidade dos elementos naturais (vv. 7-13 e 21-23);
– do elogio das crianças (v. 21) e das atividades que assentam no sentimento (vv. 17-20).
Ao nível formal, a liberdade concretiza-se numa apresentação estrófica, métrica e rimática sem regularidades
(ao contrário do é habitual em Pessoa ortónimo). A mancha gráfica do texto evidencia desde logo a fuga às
constrições formais.
 A personificação da “brisa” (v. 11), assim como a enumeração presente na quarta estrofe, intensifica a ideia
de liberdade associada aos elementos naturais, que não dependem das rotinas normalizadas dos seres
humanos.

Página 48

Pré-leitura
MC
L12 – 7.2. Explicitar a estrutura interna do texto, justificando.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: [...] apreciação
crítica [...].

1. a. O livro As Aventuras de Fernando Pessoa, descrito nas linhas 1 a 8.


b. “significa uma nova janela para o universo pessoano” (l. 3), “mistura apropriadamente” (l. 5), “soluções
gráficas ousadas e imaginativas” (l. 9), “nunca trivializa a poesia de Pessoa” (l. 13), “tão potencialmente
sedutoras” (ll. 15-16).
1.1. Esta apreciação crítica apresenta uma perspetiva bastante positiva sobre a obra de banda desenhada As
Aventuras de Fernando Pessoa.
1.2. Exemplos: adjetivação expressiva: “ousadas e imaginativas” (l. 9); modificadores: “nova [janela]” (l. 3);
“[ambientação gráfica] que se abre ao humor e à melancolia” (l. 12); recursos expressivos: “nova [janela]” (l.
3) – metáfora; “radiografia à cabeça labiríntica do poeta” (ll. 6-7) – metáfora.
1.3. O texto concretiza claramente um exemplo da “cabeça labiríntica do poeta”, ao expressar a multiplicidade
e o estranhamento do “eu” face a si mesmo.

Fichas de trabalho por domínio – Leitura


Apreciação crítica
PowerPoint® didáticos
Apreciação crítica

Página 15 de 129
Página 49

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

CD áudio 1 Faixa 05

1. a. Através de frases de tipo declarativo, o sujeito poético pronuncia-se sobre o seu estado psicológico e
a sua personalidade. b. As formas verbais usadas pelo eu lírico denunciam a sua estranheza (“estranho”) face a
si mesmo, resultante da sua permanente mudança (“mudei”). Estas conclusões são o resultado da sua autoanálise
(“achei”), numa reflexão que parte das transformações sentidas no passado (formas verbais no pretérito perfeito
do indicativo: “mudei” e “achei”) e que determinaram o que sente no presente (formas verbais no presente do
indicativo: “tenho” e “estranho”).
1.1. A anáfora do pronome contribui para a indefinição em torno da identidade e unidade do sujeito poético.
1.2. O “eu” sente perder a sua identidade por “tanto ser” e só ter “alma”, ou seja, por sentir e pensar de
modos distintos e, por essa razão, não ser “quem é”.
2. A inconstância psicológica provoca no sujeito poético uma transformação noutras figuras (“Torno-me
eles”, v. 10), que sonham e desejam independentemente de si mesmo. Por isso, passa a entender-se como
uma “paisagem” (v. 13), um pano de fundo, um corpo por onde circulam outros e por onde ele apenas
cumpre uma “passagem” (v. 14), sem uma existência completa (“Não sei sentir-me onde estou.”, v. 16).
2.1. “Diverso, móbil e só” (v. 15), com uma gradação que acentua o isolamento do “eu”, resume o entendimento
que ele tem de si próprio: múltiplo e fragmentado (“Diverso”), causa e agente inconstante de outras existências
(“móbil”) e, por isso, solitário (“só”).
3. A última estrofe, como o conector “Por isso” anuncia, apresenta as consequências da maneira de ser do
sujeito poético descrita nas estrofes anteriores, destacando-se a ideia de que continua o seu processo de
autoanálise, sugerida pelo recurso ao complexo verbal “vou lendo”.

Página 50

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

Recursos multimédia
Interatividade – Fernando Pessoa ortónimo

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A poesia de Fernando Pessoa ortónimo

Textos informativos complementares


“A poesia de Fernando Pessoa ortónimo”

Página 51

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.

Página 16 de 129
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos [...].

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Fernando Pessoa ortónimo

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Fernando Pessoa ortónimo

Página 52

Pré-leitura | Oralidade
O12 – 1.7. Identificar marcas reveladoras das diferentes intenções comunicativas.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.

Registos radiofónicos
Programa de rádio O Livro do Dia (TSF) – Teoria da Heteronímia e respetiva transcrição

1.1. A rubrica radiofónica dá a conhecer a publicação de uma nova obra sobre Fernando Pessoa.
1.2. a. F. Pessoa criou muitos heterónimos mas nunca usou a palavra heteronímia. b. F. ... com estilos distintos
do do ortónimo. c. F. O “quebra-cabeças” diz respeito ao contínuo surgimento de novos textos e heterónimos
de Pessoa. d. V.
1.3. Resposta pessoal.
1.3.1. Pessoa refere o seu “drama em gente” para dar conta das diversas “individualidades” que vivem em si e que
ele considera “distintas” de si próprio.

Página 55

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.

1. Momentos do texto:
 Saudação e introdução: ll. 1-8.
 Causas psicológicas/mentais da heteronímia: ll. 9-26 (até “... heteronimismo.”).
 Explicação e história do fenómeno heteronímico: ll. 26 (desde “Vou agora...”) a 77.
 Explicitação da relação literária com os heterónimos: ll. 78-92.
 Conclusão e despedida: ll. 93-98.
2. Cf. parágrafos das linhas 49 a 92.
3. Fernando Pessoa distingue Bernardo Soares dos restantes heterónimos e classifica-o como semi-
heterónimo por ter uma personalidade que não se distingue significativamente da sua.

Recursos multimédia
Vídeo – Fernando Pessoa: a heteronímia

Outros (Inter)Textos
“O mural de Pessoa” de Manuel Halpern
“Pessoa Revisited” de Rui Knopfli

Página 17 de 129
Página 56

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

Registos radiofónicos
Programa radiofónico Palavra do Dia (Antena 1) – “Bucólico” e respetiva transcrição

1.1. Campestre, rural, ingénuo, simples, puro, que reflete a Natureza e as paisagens do campo, pastoril, rústico.
1.1.1. A vida em contacto com a Natureza.

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.

Página 57

1. O sujeito poético recusa o pensamento enquanto forma de compreensão completa do mundo (vv. 11-
12).
1.1. Ao pensamento o “eu” lírico contrapõe o conhecimento propiciado pelos sentidos (vv. 6 e 9-12).
1.2. Ao repetir a forma verbal “Compreendi”, mesmo que para negar a atividade mental que implica, o sujeito
poético denuncia a sua preocupação com o raciocínio, sobre o qual reflete em diversos momentos na sua obra.
2. Ao aproximar-se de uma “criança”, o eu lírico procura reforçar a sua imagem de ser ingénuo, inocente e mais
dedicado às vivências sensoriais do que à reflexão.
3. Marcada apenas pelas datas do seu nascimento e da sua morte, a biografia do “eu” lírico é “simples” porque
preenchida apenas pelas experiências concretas que vive. “Entre uma e outra cousa todos os dias […]” lhe
pertencem, pois são dedicados ao aproveitamento sensorial de todos os momentos, sem que se gastem em
pensamentos.
4. Em termos formais, a poesia de Alberto Caeiro difere bastante da de Pessoa ortónimo. O que no ortónimo
existia de regularidade estrófica, métrica e rimática, em Caeiro perde-se, dando lugar a uma estrutura externa
marcada pela liberdade. As estrofes são irregulares, assim como a métrica, coexistindo versos longos e brancos,
num registo linguístico muito próximo da prosa, uma vez que não há rima.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.

1. Futuro do conjuntivo – aponta para uma eventual ação futura, uma vez que pretende referir o tempo posterior
à morte do sujeito poético.
2. a. apócope, síncope e sonorização; b. apócope, assimilação e palatalização.
3. Composição (morfológica).
4. “as coisas” (v. 10).
5. a. predicativo do sujeito; b. complemento direto; c. modificador [do GV]; d. complemento do nome; e. sujeito;
f. complemento indireto; g. complemento do nome; h. complemento indireto; i. complemento direto.

Página 18 de 129
Página 58

Oralidade
MC
O12 – 1.2. Explicitar a estrutura do texto.
1.3. Fazer inferências.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
O10 – 1.6. Verificar a adequação e a expressividade dos recursos verbais e não verbais.
1.7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: [...] anúncio publicitário.

Registos vídeo
Anúncios publicitários – Visit Portugal e Naturalidade e respetivas transcrições

1.1. a. Turistas e pessoas que bebem leite. b. “Escolha Portugal” e “Agros, a marca da natureza”.
1.1.1. A música suave prolonga-se durante ambos os anúncios, contribuindo para a sugestão da natureza como
um ambiente tranquilo. Ganha uma dimensão mais relevante no anúncio da Agros, no qual não existe texto
verbal oral.
1.1.2. a. A natureza é utilizada como cenário em ambos os anúncios, sendo ela própria parte do “produto”
divulgado pelo anúncio do Turismo de Portugal (publicidade institucional). Na publicidade comercial da Agros, a
natureza evoca as características de pureza e naturalidade que o anúncio procura associar ao leite. b. Em ambos
os anúncios, os sentimentos de paz, tranquilidade, genuinidade e pureza inspirados no meio natural contribuem
para o poder sugestivo e para a eficácia comunicativa do anúncio, pois sugerem uma sensação de bem-estar.

Página 59

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

CD áudio 1 Faixa 06
Transcrição do poema no Dossiê do Professor

1.1. (a) “pastor”; (b) “sem gente”; (c) “contentes”. (A) 2; (B) 1; (C) 3.
1.2. “rebanhos”, “pastor”, “vento”, “sol”, “Estações”, “pôr do sol”, “planície”, “borboleta”, “flores”, “chuva”. As palavras
contribuem para a caracterização do sujeito poético como um ser natural, integrado no espaço bucólico.
1.3. Ambos os poemas aproximam o sujeito poético de um guardador de rebanhos, apresentando-o como
alguém que vive em permanente contacto com a natureza.

Página 60
Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. No poema IX, o sujeito poético assume-se como “guardador de rebanhos”. Há, assim, uma mudança da
comparação do poema I para a metáfora, que torna a identificação com um pastor mais intensa.

Página 19 de 129
2. Vv. 1-8.
2.1. A metáfora “Sou um guardador de rebanhos.” (v. 1) institui o sujeito poético como um ser natural e, na relação
com os dois versos seguintes, assume-se como primeira afirmação do seu sensacionismo. A enumeração dos
órgãos
associados aos cinco sentidos (“olhos”, “ouvidos”, “mãos”, “pés”, “nariz” e “boca”, vv. 4-6) reforça a assunção do
sentir físico (declarada no verso 3) e contribui para hierarquizar as sensações de acordo com o grau de
conhecimento que permitem apreender: as impressões visuais são a primeira fonte de saber, seguindo-se as
auditivas, as tácteis, as olfativas e, por fim, as gustativas. Sendo recursos que usam a repetição, o paralelismo
sintático e a anáfora (vv. 5-6) contribuem para evidenciar linguística e estilisticamente a simplicidade do sujeito
poético.
3. O sujeito poético passa de “triste” (v. 10) a “feliz” (v. 14) no momento em que substitui a perceção mental do
prazer (“gozá-lo”, v. 10) pela ligação direta com a realidade (v. 13).
4. Os últimos dois versos constituem a declaração do sensacionismo como única forma de conhecimento
autêntico e fonte de felicidade. Esta é diretamente proporcional, segundo o “eu” lírico, ao contacto direto com a
realidade, sendo o “corpo” o único meio de acesso à “verdade”. Trata-se de um exemplo da afirmação caeiriana
da supremacia do sentir sobre o pensar.
5. A irregularidade estrófica, métrica e rimática procura corresponder à naturalidade que Caeiro defende, sem a
presença de constrições de qualquer género.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
18.1. Demonstrar, em textos, a existência de coerência textual.

1.1. (D).; 1.2. (C).; 1.3. (A).; 1.4. (D).


2. Olhos: Com isto, vais abrir os olhos! / Está a crescer a olhos vistos. / Nem pensar, isso custa os olhos da cara!
Mãos: Eu sabia que precisavas de uma mão amiga. / Gostas mesmo de ter tudo de mão beijada. / Estava mesmo
à mão de semear. Pés: Não aceites tudo, tens de lhe bater o pé! / Estamos em pé de igualdade. / Negou a
acusação a pés juntos! Nariz: Anda de nariz torcido. / Vê se paras de meter o nariz onde não és chamado! /
Quando lhe chega a mostarda ao nariz, as coisas ficam feias! Boca: Cheguei a casa à boca da noite. / Dizem à
boca cheia que fui eu! / A verdade é que andas nas bocas do mundo.

Página 61

CD áudio 1 Faixa 07

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. O sujeito poético caracteriza-se como alguém que considera o ato de não pensar como seu traço constitutivo
e que, por isso, se sente distanciado e se ri de haver “gente que pensa” (v. 4). Vive das sensações, nega a utilidade
do pensamento e defende uma atitude objetivista perante a realidade (vv. 11 e 16-19).
2. Os versos exprimem o descontentamento do “eu” consigo mesmo por se ter surpreendido a perguntar-se
“cousas”, isto é, a pensar, o que significa ter-se traído, por momentos, a si próprio, caindo no erro que critica nos
outros. Mesmo que momentânea, esta contradição provoca-lhe um desagrado e um desconforto quase físicos
(cf. v. 9).1
3. a. As interrogações retóricas dos versos 10 e 15 salientam a indiferença do sujeito poético face ao ato de pensar
e marcam o seu afastamento relativamente a essa problemática. b. O nome “gente” surge no poema como
elemento oposto à “terra”; esta existe espontânea e naturalmente, ao passo que aquela se caracteriza pela
“consciência”, que o sujeito poético rejeita. A repetição acentua o desfasamento entre as duas realidades.
4. O verso surge formulado como a conclusão do poema e, em particular, da argumentação iniciada no verso 15,
relativa ao que o sujeito poético perderia se “pensasse” e ao que ganha não pensando. Assim, pensar significaria

Página 20 de 129
deixar de ver a realidade para “ver só” as construções abstratas dos “pensamentos”, que se interporiam, como uma
cortina, entre o “eu” e “as árvores”, “as plantas”, e a “Terra”, deixando-as “às escuras”. Pelo contrário, não pensando,
nada se interpõe entre o seu olhar e a realidade das coisas do mundo; em suma, não pensar é libertar de
subjetividade a visão do real, é restituir ao olhar a capacidade de ver o mundo na sua plenitude, é sentir-se dono
da “Terra” e do “Céu”.1
5. Pelas suas características oralizantes – vocabulário simples e corrente, repetições, frases curtas, frases
interrogativas, reticências, recurso a perguntas e respostas –, o discurso poético aproxima-se da fluidez coloquial
da fala, recriando o aspeto de uma linguagem despojada de artifícios, coerente com a simplicidade comunicativa
das ideias que apresenta.1

1
. In Explicitação dos critérios de classificação e respetivas cotações – Prova Escrita de Português B – 2002, 1.a fase,
1.a chamada.

Página 62

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.
G12 – 18.1. Demonstrar, em textos, a existência de coerência textual.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.

1. (a) limpidez; (b) filosofia; (c) mestre; (d) sensação; (e) sentido; (f) compreensão; (g) acontecimentos; (h)
contemplação; (i) inteligência; (j) natureza; (k) poesia; (l) exercício; (m) desdobramentos.

PowerPoint® didáticos
A poesia de Alberto Caeiro

Página 63

Escrita
MC
EL12 – 15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de
acordo com um plano previamente elaborado pelo aluno.
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] exposição sobre um tema.
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

Página 64
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos [...].
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

Recursos multimédia
Interatividade – Alberto Caeiro, o poeta “bucólico”
Tutorial – Alberto Caeiro: a sua importância no universo heteronímico

PowerPoint® didáticos

Página 21 de 129
A poesia de Alberto Caeiro

Textos informativos complementares


“A poesia de Alberto Caeiro”

Caderno de Testes e Questões de aula


Teste de compreensão do oral 1

Página 65

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos [...].
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Alberto Caeiro

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Alberto Caeiro

Página 66

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.2. Explicitar a estrutura do texto.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

CD áudio 1 Faixa 08

1.1. O poema é dedicado a Alberto Caeiro, que o sujeito poético assume como seu “Mestre”, no início do texto.
1.1.1. Ricardo Reis, como Alberto Caeiro, “ama a Natureza” (“Tendo […]/[…] os olhos cheios/De Natureza…”, vv.
15-18) e inspira-se nela para construir a sua filosofia de vida (sétima estrofe, vv. 37-42).

Página 67

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

1.1. b.; 1.2. a.; 1.3. d.; 1.4. d.; 1.5. b.; 1.6. d.

Página 22 de 129
Página 68

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.2. Explicitar a estrutura do texto.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.

CD áudio 1 Faixa 09
Texto “A poesia de Ricardo Reis” e respetiva transcrição

1.1. (a) O Homem com uma existência semelhante à dos restantes seres, mesmo irracionais. (b) Epicurismo. (c)
Estoicismo. (d) Regularidade das estruturas estróficas e métricas, latinização da sintaxe, léxico erudito e arcaico.
(e) Angústia metafísica, a força do destino e a eminência, aceitação passiva da realidade, recusa da emoção e do
prazer exagerado, carpe diem, renúncia e aurea mediocritas, a vida como uma “condenação à morte”.
1.2. O sujeito poético desvaloriza a existência (“nada somos”, v. 6), resumindo-a à ideia de um estado em que
vivemos “aguardando a morte” (v. 11). Por isso, resigna-se a um aproveitamento moderado da vida (vv. 9-10).

PowerPoint® didáticos
Exposição sobre um tema
Fichas de trabalho por domínio – Oralidade (CO)
Exposição sobre um tema

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.

1. O ambiente é marcado pelo frio “suave” e “calmo” (v. 2), adjetivos que se coadunam com a perspetiva existencial
do sujeito poético. Inspirando-se na tranquilidade do espaço, ele assume uma atitude de resignação e de recusa
das emoções fortes (vv. 8-10).
2. Quer o adjetivo quer o advérbio remetem para a ideia de aproveitar a vida de forma moderada, sem excessos,
optando por uma atitude contemplativa e de fruição estética da natureza. Reforçam o ideal epicurista de
valorização do momento presente e de moderação (vivido “levemente”), decorrente da consciência da brevidade
da vida (vv. 11-12).

Página 69

Pré-leitura
MC
L12 – 7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.

1. O comentário da Mafalda à comparação destaca o facto de nem todas as pessoas saberem realmente viver; a
utilização de vocabulário do campo lexical de “rio” contribui para o tom humorístico da tira.
1.1. O rio simboliza a existência. Tal como ele segue o seu curso de forma irreversível e inexorável, assim os
humanos devem aceitar o destino que lhes coube, mensagem essencial do poema de Ricardo Reis.

Página 70

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.

Página 23 de 129
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1.1. C – A efemeridade da vida: estrofes 1 e 2. B – A inutilidade dos compromissos: estrofes 3 e 4. D – A busca de


tranquilidade: estrofes 5 e 6. A – A ausência de perturbação face à morte: estrofes 7 e 8.
2. O sujeito poético dirige-se a “Lídia”, através da apóstrofe, convidando-a a acompanhá-lo “sossegadamente”
(v. 2) na observação do rio, aprendendo com ele que a vida é efémera (“Passa/e não fica”, vv. 5-6).
3.1. O sujeito poético opta por separar as suas mãos das de Lídia (“Desenlacemos as mãos”, v. 9), por considerar
que se trata de um dos “desassossegos grandes” (v. 12) – emoções intensas ou compromissos – que podem impedir
que vivam “silenciosamente” (v. 11), ou seja, sem agitações e em ataraxia.
3.2. A repetição da preposição “sem” (vv. 12 e 13) e da conjunção “nem” (vv. 13-15) concorre para intensificar a
ideia de recusa, introduzindo a enumeração dos sentimentos e das ações que se rejeitam, em prol da
tranquilidade desejada.
4. O sujeito poético evita as sensações extremas que podem perturbar o estado de ataraxia (defendido pelos
epicuristas) e opta por amar “tranquilamente” (v. 17) Lídia, ou seja, sem os excessos decorrentes do envolvimento
físico ou de uma sobreintensidade de sentimentos. Defende uma integração pacífica no curso regular e inevitável
do mundo, determinada pela constatação racional da inexorabilidade da vida. Por essa razão, a escolha é a de
uma existência pautada pela ataraxia, em que os amantes assistem “tranquilamente” (v. 17) e “sossegadamente” (v.
23) à passagem da vida, apenas mais um elemento natural, como as flores e o rio, enquanto “Pagãos inocentes da
decadência” (v. 24), ou seja, pagãos despreocupados com o declínio e a degeneração que a passagem do tempo
acarreta (“[…] não cremos em nada […]”, v. 23).
5. A morte é apresentada como algo leve e natural, que corresponde ao curso inexorável da natureza e da vida.
O sujeito poético perspetiva-a de acordo com a conceção clássica, evidente na aceitação da morte, momento a
que se deve chegar sem apego a nada (vv. 27-28) e apenas recordando o que foi agradável, para que o sofrimento
não seja tão penoso (vv. 26 e 30). De acordo com os preceitos estoicos e epicuristas, a morte não trará sofrimento
se a vivência não fizer “sofrer” (v. 30).

Página 71

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. (B)
1.1. (A) No v. 8, “que” é um elemento da locução subordinativa comparativa “Mais... que”. (C) As duas primeiras
orações não são assindéticas: “Quer… quer” é uma locução coordenativa disjuntiva. (D) C. oblíquo. (E) C. do
adjetivo.
2. a. Não devemos estabelecer relações duradouras porque/dado que a vida é fugaz. b. Embora/Ainda que as
sensações extremas inquietem, podemos dedicar-nos aos prazeres. c. Para que a morte não cause perturbação,
devemos procurar a ataraxia.

Oralidade
MC
O12 – 1.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
EL12 – 15.7. Analisar recriações de obras literárias do Programa, com recurso a diferentes linguagens (por
exemplo, música, teatro, cinema, adaptações a séries de TV), estabelecendo comparações pertinentes.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos [...].
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

Registos áudio
Tema musical “Lídia” e respetiva transcrição

Página 24 de 129
1. a. Os Lusíadas. b. Alusão (ao Velho do Restelo e ao universo da poesia de Ricardo Reis).
1.1. O sujeito enunciador dirige-se diretamente a Lídia e adverte-a para o facto de “alguém” lhe ter dito que “a
vida passa a correr” e lhe ter falado de “escolhas certas” e de “uma só forma de ver”. Lembra-lhe que há “mais
verdades escondidas por aí” e que se sente “vazio/Ao ver passar o rio”, sem poder tocar nela, assumindo a sua
“fraqueza carnal” e a recusa da filosofia de vida anteriormente apresentada a Lídia (em alusão a Ricardo Reis).

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] texto de opinião.
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

Página 72

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1. (a) cerebral; (b) último; (c) recusando; (d) aconselha; (e) efémero; (f) revolta; (g) aceita; (h) reconhecendo.

Pós-leitura
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.
L12 – 9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.
O12 – 5.2. Produzir textos linguisticamente corretos, com riqueza vocabular e recursos expressivos adequados.

Pós-leitura
1.1. Imitação criativa que visa expressar a mudança de perspetiva face ao sentido da existência humana.
1.2. O quadro de Magritte remete para a filosofia de vida de Ricardo Reis, assumindo a vida enquanto
condenação e aceitação passiva da morte.

Página 73

Releitura(s)
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
EL11 – 14. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XVII a XIX.

1.1. A “teoria da vida” expressa por Carlos e Ega coincide com a de Ricardo Reis na ideia de abdicação (“Nada
desejar e nada recear”, l. 8) e de aceitação tranquila (“Tudo aceitar”, l. 9), marcada pela recusa de quaisquer “apetites”
e “contrariedades”, da inexorabilidade da vida (“inutilidade de todo o esforço”, l. 15).
1.2. Foi uma experiência de vida que, n’ Os Maias e no que diz respeito à intriga principal (história da família),
conduziu Carlos à teoria do “fatalismo muçulmano”: o incesto com a irmã.

PowerPoint® didáticos
Os Maias
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Os Maias

Página 25 de 129
Roteiro de leitura
Os Maias

Página 74

Pré-leitura
MC
L12 – 7.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: [...] artigo de opinião.
9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

1.1. O título remete para a ideia de inexistência do futuro, ideia que se desenvolve ao longo do artigo, com a
referência à passagem rápida do tempo e à necessidade de uma vivência intensa do presente.

Fichas de trabalho por domínio – Leitura


Artigo de opinião

Recursos multimédia
Interatividade – Artigo de opinião

Página 75

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1.1. A presença de um interlocutor, identificado por meio do vocativo (“Lídia”) ou subentendido (“tu”), o uso do
conjuntivo com valor imperativo (“façamos”) e do imperativo (“recolhe”, “Colhe”, “Goza”, “Segue”, “Rega”, “Ama”,
“Vê”, “Imita”) e o recurso a frases declarativas breves.
2.1. Lídia, amo as rosas dos jardins de Adónis, essas rosas volucres que em o dia em que nascem, em esse dia
morrem.
2.2. A regularidade das estruturas estróficas e métricas, a latinização da sintaxe, com o recurso à anástrofe, e o
léxico erudito e arcaico (“volucres”, “Inscientes”, “nocte”).

Página 76
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos [...].
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

Recursos multimédia
Interatividade – Ricardo Reis, o poeta “clássico”

PowerPoint® didáticos
A poesia de Ricardo Reis

Página 26 de 129
Textos informativos complementares
“A poesia de Ricardo Reis”

Caderno de Testes e Questões de aula


Teste de compreensão do oral 2

Página 77

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos [...].

Recursos multimédia
Tutorial – Ricardo Reis: “Antes de nós nos mesmos arvoredos”

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Ricardo Reis

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Ricardo Reis

Página 79

MC
Leitura | Compreensão
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.

1. É possível distinguir no texto quatro momentos:


– Linhas 1-10: o narrador traça um breve percurso biográfico até ao momento em que conheceu Alberto Caeiro
e Ricardo Reis.
– Linhas 11-15: o narrador destaca a ascendência de Caeiro sobre a sua ideologia e a de Ricardo Reis, enumerando
alguns dos traços caracterizadores desta última.
– Linhas 16-29: Campos autocaracteriza-se a partir da comparação com Ricardo Reis.
Linhas 30-36: o narrador faz uma breve retrospetiva da sua produção literária.
2. Álvaro de Campos considera-se o “contrário” (l. 17) de Ricardo Reis, que é essencialmente “intelectual” (l. 18)
e pouco sensível, vivendo de forma racional. Ele, por seu lado, é quase exagerada e irritantemente “sensível” (l.
20) e “inteligente” (l. 20), qualidades que partilha, em proporções diferentes, com Fernando Pessoa (ll. 21-22), mas
vive sobretudo da adaptação dos ensinamentos da filosofia de Caeiro e de acordo com a sua máxima “E os meus
pensamentos são todos sensações” (ll. 24-25).
3. Álvaro de Campos conheceu Alberto Caeiro por via de um primo seu e de um primo do “guardador de
rebanhos”. Confessa que se deixou imediatamente seduzir pela linguagem e pela ideologia de Caeiro (l. 10) e que
esse encontro constituiu o momento em que deixou de ser “uma máquina nervosa de não fazer coisa nenhuma.”
(ll. 31- -32) e de estar “sem amparo” (l. 35), para passar a ser ele próprio (l. 36).

Oralidade
MC
O12 – 2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.

CD áudio 1 Faixa 10

Página 27 de 129
Texto “A poesia de Álvaro de Campos” e respetiva transcrição

1. a. “Álvaro de Campos goza de um estatuto especial entre os heterónimos” porque:


– é o que “tem um perfil biográfico mais completo”;
– é “um poeta atual, modernista e vanguardista, cuja obra, mais do que a de qualquer outro dos heterónimos, tem
sentido isoladamente e independentemente daquele que ganha no contexto” da produção pessoana.
b. 1. a fase: fase decadentista (“Opiário”). 2.a fase: vanguardismo europeísta e nacional, Futurismo. 3.a fase: abulia e
frustração.
c. 1. a fase: época pré-modernista.
2.a fase: culto das tecnologias e da ciência moderna. 3.ª fase: alter ego existencial de Pessoa.

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

1. Em “Opiário”, o sujeito poético, que segue a bordo de um navio no regresso de uma viagem ao Oriente, afirma-
se “doente” e, segundo evidencia o seu discurso contraditório, sente-se confuso e desorientado (“Sentir a vida
convalesce e estiola”), procurando refúgio no “ópio”. Declara-se constantemente inadaptado e aborrecido, sente-
se desenquadrado no tempo e no espaço e distinto de todas as pessoas com quem convive – daí o seu nervosismo
e a sua agitação.

Página 80

Pré-leitura
MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1.1. “agitação” (l. 2), “máquinas” (l. 3), “renovação” (l. 4), “emancipação” (l. 5), “consciência” (l. 5), “força” (l. 8),
“valentia” (l. 8), “perigo” (l. 9), “temeridade” (ll. 9-10), “energia” (l. 10), “revolta” (l. 10), “assalto” (l. 11), “luta” (l. 12).
2. O título pode sugerir, sobretudo pelo adjetivo, o triunfo dos temas futuristas associados à força e à técnica. O
nome ode remete para um canto de exaltação, no caso da civilização moderna e dos seus avanços.

CD áudio 1 Faixa 11

Página 83

Leitura | Compreensão
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

1. A reprodução de um ambiente moderno, pleno da força e da turbulência das máquinas descritas e exaltadas,
como as massas humanas representativas da agressividade dinâmica e vital dos tempos contemporâneos.

Página 28 de 129
2. O sujeito poético descreve a situação em que se encontra e a sua relação com a realidade que o rodeia.
3. O sujeito poético encontra-se numa “fábrica”, espaço por excelência dos tempos modernos.
3.1. A metáfora do verso 32 coloca a vida mecânica em paralelo com a natureza (conforme a expressão “Natureza
tropical”, v. 15, já anunciara) e assume-a como a mais verdadeira e a mais pura, pois corresponde aos tempos
modernos.
3.2. Em termos físicos, o sujeito poético afirma ter “febre” (v. 2), estado que agudiza a sua sensibilidade para
percecionar as diversas sensações. Escreve “rangendo os dentes” (v. 3), com “os lábios secos” (v. 10) e com “a
cabeça” (v. 12) a “arder”, denunciando o estado arrebatado e de “fúria” (v. 7) em que se encontra. Essa “fúria” é
igualmente psicológica (“Em fúria fora e dentro de mim”, v. 7), uma vez que corresponde à sua agitação interior
(vv. 3 e 12-13).
4. Na descrição do espaço que o rodeia, o “eu” lírico refere todas as sensações que os elementos que o
constituem lhe provocam, apresentando o local de acordo com a sua perceção sensorial. Desse modo, estão
representadas sensações: visuais (vv. 1, 15, 19, 23...); auditivas (vv. 5, 6, 10, 24...); tácteis (vv. 25, 29, 31...) e olfativas
(v. 31).
4.1. Em determinados momentos (por exemplo, nos versos 29-32), para exacerbar uma sensação a partir de uma
realidade, o sujeito poético chega a desejar fundir-se fisicamente com ela, obtendo, assim, mais prazer desse
contacto.
5. O “eu” lírico afirma “cantar”, no sentido de “celebrar”, o passado e o futuro (vv. 17-18). Deste modo, ao
contrário de outros futuristas, que rejeitavam todo o tempo que não o futuro, Álvaro de Campos defende a fusão
das três épocas num só momento, o atual, que, contudo, só poderá fazer sentido se apoiado no passado e
entrevisto em função do futuro.
5.1. Na sequência da apologia de um tempo tríplice representado no presente, o sujeito poético não abdica das
referências do passado que permitiram a realidade contemporânea e continuarão a impulsionar as inovações
futuras. A menção aos vultos clássicos concorre, assim, para explicitar a relação entre as diversas eras, valorizando
em cada momento os grandes feitos.

Página 84

6. A aliteração reproduz o ambiente barulhento da fábrica e o ruído produzido pelas máquinas.


7.1. a. Enumeração (vv. 39-41). b. Comparação (vv. 49-50). c. Gradação (vv. 68-75). d. Anáfora (vv. 80-83).
8. A estrofe corresponde a uma quebra no ritmo frenético do texto e distingue-se das restantes quanto ao seu
assunto. O sujeito poético recorda o espaço e algumas figuras da sua “infância”, um tempo em que “era outra
coisa” (v. 65) diferente da sua atualidade.
8.1. Funcionando como nota dissonante, a estrofe constitui uma chamada de atenção para a inconstância do
sujeito lírico. Num poema de apologia impetuosa da força e da modernidade, inclui reflexões pessoais que
revelam a sua saudade e a sua nostalgia face ao tempo da infância e denunciam a sua incapacidade de se integrar
plenamente no tempo que exalta. Refugiando-se na memória do passado, o “eu” introduz observações de
tonalidade pessimista que antecipam a sua fase mais intimista e abúlica.
9. Se, por um lado, o verso sintetiza a atitude de deslumbramento em relação às realidades cantadas e com as
quais se deseja fundir, por outro, o reconhecimento dessa impossibilidade leva o “eu” poético a denunciar a sua
frustração, acabando por concluir o seu texto na mesma situação em que o iniciou: apenas como observador e
cantor épico de uma realidade que lhe é exterior.
10. As onomatopeias introduzem no discurso uma nota de realidade, com a inclusão das reproduções dos sons
que envolvem o sujeito poético e que se associam ao ambiente que merece o seu elogio.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1.1. a. “Tenho” (v. 10), “me” (v. 12), “minhas” (v. 13); b. “ó grandes ruídos modernos” (v. 10), “vos” (v. 11, 12), “vós”
(v. 14) “ó máquinas” (v. 14); c. “demasiadamente de perto” (v. 11).
1.2. O sujeito poético disse aos grandes ruídos modernos que tinha os lábios secos de os ouvir demasiadamente
de perto e, dirigindo-se às máquinas, exclamou que lhe ardia a cabeça de as querer cantar com um excesso de
expressão de todas as suas [dele] sensações, com um excesso contemporâneo delas [das máquinas].
2.1. a. “O burro”; b. “à roda”; c. “do tamanho disto”; d. “trabalhador descontente”.
2.2. Sujeito subentendido.

Página 29 de 129
Página 85

Releitura(s)
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
EL10 – 14.2. Ler textos literários portugueses [...] pertencentes aos séculos XII a XVI.
1.1. As estâncias pertencem ao final da Proposição e ao início da Invocação d’ Os Lusíadas, no momento em que
o poeta termina a apresentação do assunto da sua obra e pede inspiração às Tágides para alcançar um estilo
adequado à grandeza desse assunto.
1.2. a. Est. 3, vv, 5-6. b. Est. 4, vv. 5-6.
1.3. Exaltação de feitos grandiosos levados a cabo por um herói de superioridade reconhecida (moral e empírica)
e, por isso, merecedor da ajuda e da recompensa sobrenatural (mitificação do herói).

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Os Lusíadas
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Os Lusíadas de Camões

Pós-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

1. a. Verbo “cantar” (vv. 12 e 17) na aceção de “celebrar”.


b. O sujeito poético deseja poder exprimir-se de forma coincidente com as realidades que exalta.
1.1. A “Ode triunfal” convoca um imaginário épico de celebração do triunfo da técnica (matéria épica), por meio
de um tom adequado à exaltação e feitos grandiosos (procura de um canto arrebatado, impetuoso, ajustado às
realidades celebradas).

Página 87

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

CD áudio 1 Faixa 12
Transcrição do poema no Dossiê do Professor

1.1. Ainda que o estilo continue a revelar o ímpeto expressivo da poesia de Álvaro de Campos, o assunto
aproxima-se dos da poesia de Fernando Pessoa ortónimo, com a abordagem do tópico da angústia existencial.
1.2.1. (D). 1.2.2. (C). 1.2.3. (D).
1.3. O tédio existencial e a oposição eu/outros, associados a sentimentos de desilusão, pessimismo e revolta são
os temas de ambos os textos.

Outros (Inter)Textos
“Cântico negro” de José Régio

Página 30 de 129
Página 89

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.

1. O sujeito poético descreve-se, destacando o seu individualismo exacerbado, em afirmações que proclamam o
seu desejo de estar sozinho (vv. 21-27 e 34-35). Mostra-se ainda descrente em relação às facetas rotineiras da vida
quotidiana, coletivamente aceites pela sociedade, assumindo com rebeldia posições antissociais e de recusa de
qualquer tendência gregária (vv. 17-20 e 26-27). Revela-se saturado das inovações científicas e tecnológicas, que
tão efusivamente cantara na sua fase futurista, rejeitando-as e à sua validade (vv. 8-10 e 13-14). Mantém, contudo,
a ligação especial à infância, tempo da “Eterna verdade vazia e perfeita!” (v. 29) que os anos corroeram, trazendo
a “mágoa” de “hoje” (vv. 28-32).
2. O sujeito poético afasta-se deliberadamente dos outros, de cujas opiniões e vivências normalizadas discorda
(vv. 3, 5-10, 12, 16, 24-27 e 34).
3. O verso reforça a recusa de o “eu” lírico acompanhar o percurso existencial socialmente imposto e marcado
pelo conservadorismo das convenções e pelo comodismo individual.
4. A referência às memórias da infância permite realçar o contraste doloroso entre um passado feliz e um presente
infeliz, opaco e triste.
5. O tom coloquial do poema é conseguido por meio da presença subentendida de um interlocutor, a quem o
sujeito lírico se dirige, através das formas verbais no conjuntivo com valor imperativo e das frases interrogativas.

Leitura para informação


MC
L12 – 7.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.
8.2. Elaborar tópicos que sistematizem as ideias-chave do texto, organizando-os sequencialmente.

1. Sujeito, consciência e tempo – faceta antissocial; renúncia à sociedade materialista; rejeição dos cânones
estabelecidos; recusa da ação; consciência de que entre o seu “eu” e os outros existe um abismo intransponível;
dor de uma solidão assumida e desejada; tédio e cansaço perante a vida; ceticismo sem remédio; pessimismo;
tempo presente: perda e infelicidade.
Nostalgia da infância – saudade viva da infância, tempo arquetípico e mítico da felicidade perdida (alegria
sonhada), por oposição ao presente – ausência de amor, sentimento de abandono, tristeza profunda.

PowerPoint® didáticos
A poesia de Álvaro de Campos

Página 90

Pré-leitura
MC
L12 – 7.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: [...] memórias [...].

1. O excerto relata experiências pessoais passadas, recuperadas pela memória do autor. Algumas marcas
linguísticas: formas de 1.ª pessoa: “andava” (l. 1), “eu” (l. 1), “meu” (l. 1), “comigo” (l. 2), “fizemos” (l. 2), “convidava”

Página 31 de 129
(l. 9); expressões temporais: “Por essa altura” (l. 1), “essa manhã” (l. 3); verbos associados ao ato de recuperar
memórias: “Recordo” (l. 3); formas verbais que remetem para o tempo recuperado: “levaram” (l. 3); “passávamos”,
“estávamos” (l. 5); expressões que localizam os acontecimentos espacial e temporalmente: “os retratos de Salazar
e Carmona na parede” (ll. 5-6), “naquele outono de mil novecentos e quarenta e cinco” (l. 7), “No dia dos meus anos”
(l. 9).
1.1. Há uma evidente nostalgia do tempo da infância, apesar da pobreza e das dificuldades características da
época descrita. O dia de aniversário é recordado por ser uma data celebrada na companhia das pessoas mais
próximas do narrador (amigos, familiares) e por permitir o conforto a todos (emocional, ao narrador, e mesmo
físico, aos colegas da escola que viviam com dificuldades).

CD áudio 1 Faixa 13

Página 91

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema.
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.
 O passado como um tempo feliz, harmonioso e completo (vv. 2, 3, 4, 6-7, 8, 12-14, 32-34). O presente como
tempo infeliz, nostálgico e angustiante (vv. 19-20, 22- -24, 39-41).
 O sujeito poético revela sentimentos de melancolia e de saudade e o desejo de poder regressar ao passado não
apenas numa recordação mental, mas igualmente num retorno “físico” (vv. 27-28).
 Na segunda estrofe, ao falar da sua infância, o sujeito poético considera que a sua felicidade consistia em não
racionalizar em demasia, vivendo a inocência de deixar os outros pensarem por ele, como é próprio na infância.
Contudo, o crescimento e a idade adulta acarretaram o aumento das capacidades cognitivas, que o “eu” lírico
entende excessivas, sobrepondo-se aos simples sentimentos. Por essa razão, a dor de pensar leva-o a dirigir-se
ao seu coração, na penúltima estrofe, pedindo-lhe uma pausa na atividade mental, que tanto o magoa.
 A “raiva” do sujeito poético nasce-lhe da perda não apenas do tempo feliz da infância, mas das pessoas que o
preencheram. É também motivada pelo seu desencanto face ao presente e pela incapacidade de recuperar a
felicidade perdida, associada à inconsciência da meninice.
 O ritmo do poema é marcado pela utilização de processos como as repetições (vv. 1, 5 e 25), as anáforas (vv. 9-
10, 12-15, 21-22), a irregularidade métrica e a alternância entre frases longas e frases curtas.

Outros (Inter)Textos
“Aniversário” de Ana Luísa Amaral

Página 92

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos [...].
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

Recursos multimédia
Interatividade – Álvaro de Campos, o poeta da modernidade

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A poesia de Álvaro de Campos
Textos informativos complementares

Página 32 de 129
“A poesia de Álvaro de Campos”

Página 93

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos [...].

Nota: Itens adaptados da Prova Escrita de Português B, 12.o ano, 2003, 1.a fase, 1.a chamada.

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Álvaro de Campos

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Álvaro de Campos

Página 94

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] apreciação crítica [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

Outros (Inter)Textos
“O mural de Pessoa” de Manuel Halpern

Página 95

Oralidade
MC
O12 – 1.3. Fazer inferências.
1.7. Identificar marcas reveladoras das diferentes intenções comunicativas.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
O10 – 1.7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: [...] documentário [...].

Registos vídeo
Grandes Livros – Livro do Desassossego e respetiva transcrição

1.1. Segundo Pessoa, Bernardo Soares é apenas um semi-heterónimo por possuir uma personalidade, um estilo
e uma linguagem próximos dos seus.
2. a. “outro Fernando Pessoa”, “alguém algures entre uma coisa e outra”, “um quase eu”, “face oculta de Pessoa”,
“o crepúsculo diário de Fernando Pessoa”.
b. 1982; natureza fragmentária: mais de quinhentos textos “à solta”;
c. O documentário integra passagens informativas, leituras de textos de Bernardo Soares e testemunhos sobre
a obra de Pessoa/Bernardo Soares (interpretações objetivas e avaliações pessoais).
2.1.1. (H) e (J).

Página 33 de 129
2.1.2. É um “não livro” por não ter existido desde o início como tal, só tendo sido organizado postumamente, a
partir da agregação dos seus fragmentos. É um “antilivro” por constituir uma “negação da narrativa, dos códigos
literários”, ou seja, não seguir uma organização canónica (é um “livro-sonho que se percorre na direção que se
entender”).

PowerPoint® didáticos
Documentário

Página 96

2.1.3. Permite uma consulta ao acaso e o encontro com passagens significativas.


2.1.4. O locutor aconselha os leitores a abrirem ao acaso o Livro do Desassossego, a andarem “para trás e para a
frente” e a traçarem o seu próprio “mapa” do livro, ou seja, a descobrirem as suas lógicas internas. Com este
conselho, desperta-se a curiosidade dos espectadores.

Leitura para informação


MC
L12 - 7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1.1. Texto de Robert Bréchon: “um ‘work in progress’”, l. 2); “Começado como uma recolha de ensaios e de textos
poéticos em prosa assinados pelo próprio Pessoa” (ll. 2-4); “jornal íntimo” (l. 4); “Podemos baralhar como quisermos
os 520 fragmentos” (l. 17).
Texto de Fernando Cabral Martins: “os diversos fragmentos não têm uma ordem definida por Pessoa” (ll. 2-3); “os
fragmentos são valorizados enquanto trechos autónomos soltos” (ll. 4-5).
1.2. A unidade do livro estará no seu fio condutor – o “desassossego” – e na forma como o “génio” do seu autor
“explode” em todos os fragmentos, independentemente da sua organização (R. Bréchon).

Página 98

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

1. O narrador evoca os seus passeios pela Baixa de Lisboa, “pelas tardes demoradas de verão” (l. 1), refletindo sobre
a sua relação com o espaço que percorre.
1.1. O narrador começa por referir o amor pelo “sossego da cidade baixa”, mencionando, de seguida, o seu efeito
– a tristeza e a amargura (ll. 5-6 e 16-17). Com o decorrer da reflexão e da descrição de sensações provocadas
pelas ruas e pelas pessoas, surge referenciada a angústia e a resignação (“paz de angústia”, l. 30; “o meu sossego é
feito de resignação”, ll. 30-31).
2. O narrador expressa a sua descontextualização face ao seu tempo, sentindo-se a viver num tempo cronológico
posterior àquilo que sente no seu interior.
2.1. Na referência a Cesário Verde, apresenta-se uma identificação com o tempo e com a substância dos seus
versos, refletida na deambulação descrita ao longo do texto e nos seus efeitos.
3. O narrador descreve os elementos humanos das ruas, referidos apenas pela sua passagem ou conotados
disforicamente, e, de vez em quando, vê alguns que considera de uma normalidade rara.
4. a. A repetição de “tudo” e “nada”, termos antitéticos, reforça a descontextualização do narrador relativamente
ao “tudo” que o rodeia e do qual “nada” recebe – alheio ao seu sentir e até ao destino.
b. O narrador vê nas pessoas que o rodeiam, no “tudo… alheio, até, ao destino próprio” (ll. 32-33), uma mistura,
uma amálgama em que parece não haver diferenciação ou consciência de vida individual, o que o leva à sua
designação enquanto “salada coletiva da vida” (l. 36), numa metáfora que indicia a falta de identidade.

Página 34 de 129
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A poesia de Cesário Verde
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Cânticos do Realismo de Cesário Verde

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. (C) e (D).

Releitura(s)
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
EL11 – 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XVII a XIX.

1.1. a. Deambulação do sujeito poético pela cidade de Lisboa, descrita nas suas vertentes física e humana, a partir
da sua perceção sensorial e da transfiguração poética que faz do real.
b. O final de tarde e noite, nas ruas da cidade, com a sua soturnidade, a sua melancolia, o seu bulício…
c. As ruas e o seu ambiente soturno, sombrio; as pessoas, que passam ou que convocam mais a atenção do
narrador/sujeito poético; as sensações provocadas.

Página 99

Pré-leitura
MC
L12 – 7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade.
7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: diário [...].

1.1. Excertos datados (associados a um local) e e organizados cronologicamente.


1.2. Os excertos apresentam situações relacionadas com a vida profissional da autora (ll. 12, 18, 25...).
1.3. Os fragmentos, escritos num período em que a autora se encontrava no Rio de Janeiro, apresentam
pormenores de aspetos da sua vida profissional e algumas reflexões sobre si, a sua escrita, a obra de Fernando
Pessoa e a cultura brasileira, numa linguagem simples e pessoal, marcada pela subjetividade própria do “eu” (“Não
sei fazer diários. Nunca soube, embora insista, por rajadas.”), em registo informal (ll. 7-11).

Página 100

1.4.1. A afirmação parece justificar as frases iniciais do excerto, uma vez que um diário corresponde,
essencialmente, a um relato de experiências pessoais (ou partilhadas) e de reflexões.
1.4.2. “Aprendi a viver de sonhos” poderia ser o título do texto, dado que, verdadeiramente, o narrador parece
viver essencialmente focado na dimensão onírica e reflexiva que lhe é provocada pela realidade com que se
confronta.

Recursos multimédia
Interatividade – Diário

PowerPoint® didáticos
Diário

Página 35 de 129
Fichas de trabalho por domínio – Leitura
Diário

Página 101

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

1. Primeira parte: os dois primeiros parágrafos – O narrador especifica a frase inicial do texto “Tudo é absurdo.” (l.
1) através de exemplos vários. Segunda parte: do terceiro ao penúltimo parágrafo – O narrador refere a sua
localização (“Vou num carro elétrico…”, l. 7) e desenvolve o seu pensamento a partir de pormenores como, por
exemplo, o vestido da rapariga que está sentada à sua frente. Terceira parte: último parágrafo – O narrador sai do
elétrico “exausto e sonâmbulo” (l. 35).
2. (ll. 7-9).
3. Depois de, a partir do vestido da rapariga, o narrador representar mentalmente tudo o que lhe terá dado origem
(fábricas, trabalhadores, escritórios, vida doméstica das pessoas envolvidas) e a sua envolvência social, sintetiza a
agitação do seu pensamento na frase da linha 27, numa expressão totalizante condicionada por uma sensação
visual.
4. O final do texto expõe o cansaço físico e psicológico do narrador, que, na sua análise de “todos os pormenores
das pessoas” (l. 8), se envolve mentalmente num turbilhão frenético que o faz afirmar “Vivi a vida inteira” (l. 35).
Viveu a “vida inteira” da universalidade envolvente (“tudo”, l. 34), na sua dimensão onírica.

Gramática
MC
G12 – 18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.

1. a. Coesão referencial – pelo uso da elipse e dos pronomes que retomam referentes (“[-] crê”; “que”; “lhe”; “[-]
dê”); coesão frásica – pela ordenação das palavras, pelas concordâncias, pelas regências e pela presença dos
complementos exigidos (“não crê naquela sobrevivência”; “lhe dê o conhecimento da fama”); coesão interfrásica
– pela presença de subordinação (“que lhe dê…” – oração subordinada adjetiva relativa restritiva); coesão
temporal – uso correlativo de formas verbais (“não crê… lhe dê”).
b. Repetição (“inutilmente”).

Página 102

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.
15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de acordo com
um plano previamente elaborado pelo aluno.
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

PowerPoint® didáticos
O Livro do Desassossego

Página 36 de 129
Página 103

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

1. Primeiro momento – ll. 1-12 (descrição do “garoto de escritório”). Segundo momento – ll. 18-20 (reflexões do
narrador sobre o “único” e “maior viajante” que conheceu).
2. A forma como o “rapazito” colecionava e recolhia toda a informação possível sobre os mais diversos aspetos
relacionados com lugares e viagens, numa atitude intensa e interessada.
2.1. O rapaz merece o elogio do narrador porque, na sua opinião, as viagens que ele fazia através do sonho
seriam as mais importantes, as mais verdadeiras, por oposição às viagens físicas, condicionadas pela dimensão
espacial.

Recursos multimédia
Vídeo – Livro do Desassossego: no labirinto dos sonhos

Página 104

3. Os sentimentos do narrador demonstram uma oscilação em torno da “pena” (l. 13): se tem pena ou se
simplesmente a deveria ter. Isto, porque, passado tanto tempo, e nada mais sabendo do “rapazito”, supõe que
estará “morto, enfim, em sua mesma vida” (ll. 16-17), acomodado a uma vida social, tendo talvez viajado com o
corpo, mas tendo perdido a sua grande qualidade: a capacidade de sonhar – “ele que tão bem viajava com a
alma” (l. 17).
4. A propósito do caso do “rapazito”, o último parágrafo apresenta uma explicação para as alterações provocadas
pelo tempo na capacidade de sonhar do ser humano, valorizando a infância por oposição à “estupidez dos
adultos” (l. 25).

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. “de paisagens” (ll. 5-6), “de costumes exóticos” (l. 6), “de barcos e navios” (l. 6).

Fichas de trabalho por domínio – Gramática


Fichas globais

Pós-leitura
MC
L10 – 7.6. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: relato de
viagem […].
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

1. A conceção de viagem do relato pressupõe e expressa a necessidade da viagem física a lugares concretos (ll. 1-
2), contrariamente à conceção de Bernardo Soares, que faz a apologia de viajar com a alma, de viajar através do
sonho.
1.1. O texto narra, com algum pormenor, uma viagem a Teerão, num discurso pessoal de 1.ª pessoa (“Não
conheço”, l. 1; “A minha motivação”, l. 3), apresentando informação sobre a cidade (“imensidão da cidade e dos seus

Página 37 de 129
15 milhões de habitantes”, ll. 12-13), descrições (“Como não há esplanadas em lado nenhum”, l. 12) e reflexões
pessoais (“Esses foram os maiores monumentos que visitei.”, l. 11).

PowerPoint® didáticos
Relato de viagem

Página 105

Gramática
MC
G12 – 19.1. Identificar e interpretar formas de expressão do tempo.
19.2. Distinguir relações de ordem cronológica.
19.3. Distinguir valores aspetuais.
19.4. Identificar e caracterizar diferentes modalidades.

1. “conheci”, “era”, “havia”, “em tempos”, “fui”, “hoje”, “que passaram dez anos, ou mais, sobre o breve tempo em que
o conheci”, “deve ser”.
2. Simultaneidade: “hoje […] deve ser homem […].”;
Anterioridade: “O único viajante com verdadeira alma que conheci era um garoto de escritório.”;
Posterioridade: “Hoje, que passaram dez anos, ou mais, sobre o breve tempo em que o conheci” [O tempo da
enunciação “Hoje” representa uma relação de posterioridade relativamente ao passado expresso no enunciado].

Recursos multimédia
Tutorial – Valor temporal

PowerPoint® didáticos
Valor temporal
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Valor temporal

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Valor temporal

Página 106

1. a. Valor perfetivo (“conheci”); valor imperfetivo (“era”, “havia”);


b. valor imperfetivo (“coleciona- va”);
c. situação genérica (“é não só melhor…”);
d. situação iterativa (“julgo às vezes…”).

Recursos multimédia
Tutorial – Valor aspetual

PowerPoint® didáticos
Valor aspetual

Fichas de trabalho por domínio – Gramática


Valor aspetual
Caderno de Testes e Questões de aula
Questão de aula – Valor aspetual

Página 38 de 129
Página 107

1.1. (B). 1.2. (C). 1.3. (D)

PowerPoint® didáticos
Valor modal
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Valor modal

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Valor modal

Recursos multimédia
Tutorial – Valor modal

Página 108

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].

PowerPoint® didáticos
O Livro do Desassossego
Textos informativos complementares
“O Livro do Desassossego”

Página 109

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].

Recursos multimédia
Interatividade – Livro do Desassossego: temas
Interatividade – “Quando outra virtude não haja em mim” (excerto)

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Livro do Desassossego

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Livro do Desassossego

Página 110

Projeto de Leitura
MC
EL12 – 15.6. Ler uma ou duas obras do Projeto de Leitura relacionando-a(s) com conteúdos programáticos de
diferentes domínios.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)

Página 39 de 129
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)

Recursos multimédia
Interatividade – Artigo de opinião

PowerPoint® didáticos
Artigo/Texto de opinião

Propostas de escrita
Texto de opinião

Projeto de Leitura
Sinopses e informações sobre as obras no Dossiê do Professor

Página 111

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.2. Explicitar a estrutura do texto.
1.3. Fazer inferências.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.

Registos áudio
Tema musical “Movimento perpétuo associativo” e respetiva transcrição

1. a. Estrutura dialogal, assente na oposição entre o “Agora sim…” que incita à ação e o “Agora não…” que
apresenta objeções à sua concretização.
b. As dimensões melódica e tímbrica das sequências de “Agora sim…” dão uma dinâmica otimista e positiva ao
texto. Nos momentos de negação (“Agora não…”), o contributo é o contrário.
1.1. O tema musical desenvolve a dualidade entre os momentos de ânimo para a ação e os argumentos de
pouca valia para a inação.
1.2. Infere-se uma crítica social a um certo comodismo, assente em argumentos (muitas vezes pouco
consistentes e relevantes) que se apresentam para justificar o não fazer alguma coisa.
1.2.1. Ambos os textos se orientam genericamente para a necessidade de ação e para a luta contra o facilitismo.
Ricardo Belo Morais, através do exemplo de Fernando Pessoa e de Mensagem, orienta a reflexão para um traço
de carácter identitário, que nos fará ganhar o futuro se para tal lutarmos – “Cada vez com mais ações e menos
queixas.”

Página 112

Leitura | Compreensão
MC
L12 – 7.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.

1.1. (B). 1.2. (C). 1.3. (D).


2. “[Lê-la] É saber que há, na História e Língua Portuguesas, por entre todos os elementos de sucesso e fracasso, de
exemplos a seguir e erros a condenar e corrigir, a receita de um futuro radioso.” (ll. 8-10)

Página 40 de 129
3. A associação dos portugueses a D. Sebastião corresponde a uma forma de anunciar em cada um de nós um
salvador pelas ações e pela força, ultrapassando a visão de um mito que aponta para a espera inativa de um
“futuro radioso” que poderá chegar pelo poder de outrem.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
19.1. Identificar e interpretar formas de expressão do tempo.
19.3. Distinguir valores aspetuais.

1.1. Flexão verbal: “nos eleve, dignifique e salve”, “tem sido”, “foi”, “recebeu”, “tem”; advérbios: “ainda”, “hoje”.
1.2. Situação iterativa.
2. Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste e Guiné
Equatorial.

Página 113

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1. “o passado, com as Descobertas Marítimas e a História de Portugal, semeados de heroísmo e aventura” (J. Oliveira
Macêdo, ll. 8-9); “trata-se de revelar o sentido providencial e messiânico de Portugal como país de um povo eleito
por Deus para, após êxitos (os Descobrimentos e a criação do Império) e fracassos (decadência posterior à perda da
independência em 1580), atingir o momento [...] sagrado, de criação do Quinto Império, um império cultural e
espiritual” (Miguel Real, ll. 31-35).

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Mensagem

Página 114

2. (a) Marcas épicas: espírito heroico, vocabulário sagrado, exaltação da pátria decadente; interiorização e
mentalização da matéria épica – imagens simbólicas;
(b) Marcas líricas: tom subjetivo, sentimental e íntimo, introspeção, contemplação da alma.

Recursos multimédia
Vídeo – Mensagem: visão global
Tutorial – Mensagem: os discursos épico e lírico

Textos informativos complementares


“Mensagem: uma leitura (estrutura e dimensão simbólica)”

Página 116

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.3. Fazer inferências.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.

CD áudio 1 Faixa 14

Página 41 de 129
1. O título do poema remete para a figura do herói clássico Ulisses, de quem se fala no poema, sem nunca se
nomear, enquanto “mito” fundador da cidade de Lisboa.

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.

1. Segunda estrofe.
1.1. Nas estrofes um e três, o sujeito poético define e explicita as funções do mito.
1.2. Com o exemplo de Ulisses e da sua importância na fundação lendária de Portugal, na segunda estrofe,
exemplificam-se as características do mito apresentadas nas restantes.
2. Ulisses criou-nos, pois, segundo a lenda, fundou a cidade de Lisboa. Por outro lado, a gesta de Ulisses ajuda
a explicar a vocação marítima dos portugueses, ou seja, o herói, com o seu exemplo, terá inspirado o povo
português a explorar o mar.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
19.3. Distinguir valores aspetuais.

1. Situação genérica. Trata-se de uma afirmação sentenciosa, tida como verdade atemporal, a partir da qual se
desenvolve toda a semântica da composição – o mito fundacional.
2. Sujeito.

Página 117

3.1. Oração subordinada substantiva completiva com função de sujeito.


3.2. a. “que se seguem”; “mitificados”; “histórica”; b. “heróis mitificados”; c. “de sucessos ou fracassos”.

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

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Exposição sobre um tema

Recursos multimédia
Tutorial – Escrever uma exposição

Página 118

Oralidade
MC
O12 – 1.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
1.2. Explicitar a estrutura do texto.
1.3. Fazer inferências.

Página 42 de 129
1.4. Apreciar a qualidade da informação mobilizada.
1.5. Identificar argumentos.
1.6. Apreciar a validade dos argumentos aduzidos.
1.7. Identificar marcas reveladoras das diferentes intenções comunicativas.
1.8. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: diálogo argumentativo e debate.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.

Registos vídeo
Sociedade Civil (RTP2) – Mitos e respetiva transcrição

1.1. (a) Susana André. (b) Jornalista e autora do livro Mitos urbanos e boatos. (c) José Barata. (d) Médico e autor
do livro Os mitos na saúde e na doença. (e) Os mitos são diferentes das superstições, uma vez que estas são
histórias mais frágeis e sempre relacionadas com o sobrenatural. Os mitos podem tocar várias áreas e têm um
poder unificador de uma comunidade, agregando as pessoas em torno de um tema. (f) Os mitos na saúde são
muito fortes (levando, inclusivamente, alguns médicos a acreditar neles), porque têm um papel tranquilizador para
as pessoas, permitindo-lhes racionalizar os problemas e, por vezes, desculpabilizar alguns comportamentos.
Podem estar também ligados a questões religiosas, quando associados à ideia de castigo.
1.2. O moderador cumpre as suas funções: abre o debate, apresenta o tema, faz progredir a troca de ideias,
colocando questões e organizando as intervenções e, finalmente, encerra o debate, apresentando as conclusões.
1.3. O moderador saúda os convidados e agradece-lhes no final do debate. Todos utilizam um registo de língua
e recursos não verbais adequados à situação.

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Debate

Leitura para informação


MC
L12 – 7.3. Fazer inferências, fundamentando.

Textos informativos complementares


“Mensagem: uma leitura (estrutura e dimensão simbólica)”

1. Utópico, coletivo, simbólico, mítico, eleito [por Deus]...

Página 119

Pré-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

1. O texto desenvolve o tema enunciado no título, construindo-se em torno de palavras e expressões do campo
lexical de mar e das sensações provocadas no sujeito poético. O dístico final é surpreendente, apontando para a
existência dos barcos ainda na forma de floresta, metaforicamente ancorados na sua inexistência.
1.1. Em “D. Dinis”, encontramos o mesmo tipo de referência, ainda que com uma conotação diferente, através
do epíteto atribuído a este rei – “O plantador de naus a haver” – remetendo-se para o potencial da floresta na
construção das frotas futuras.

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

Página 43 de 129
1. Vv. 1 e 2. Os versos destacam as duas facetas mais singulares do rei: a produção literária e, através da metáfora
do segundo verso, o carácter previdente, precursor e visionário de D. Dinis, que terá preparado a expansão
portuguesa com a lendária plantação do pinhal de Leiria. Deste modo, o rei é apresentado como previdente e
visionário, sendo capaz de antecipar o futuro.
2. Para o retrato de D. Dinis contribuem significativamente as sensações auditivas. O rei-poeta é, para Fernando
Pessoa, um ser de excelência, capaz de ouvir “um silêncio múrmuro”. Como figura de contornos prodigiosos, D.
Dinis acede ao chamamento para cumprir uma missão superior, respondendo, enquanto interlocutor privilegiado,
à “fala” (v. 8) dos pinhais, também designada por “rumor” (v. 4), “som” (v. 9) e “voz” (v. 10). D. Dinis sente
interiormente o apelo de uma atuação preparatória do futuro grandioso, ganhando o estatuto de herói mítico em
Mensagem.
3. a. Os pinhais são comparados a um alimento essencial (o trigo, ingrediente-base do pão). Assim, destaca-se
o facto de a madeira por eles fornecida constituir a matéria-prima que permitiu saciar a “fome” de Império que
norteou a expansão portuguesa. b. O som dos pinhais é referido como “marulho obscuro” (v. 8), intensificando
a relação das árvores com o elemento (mar) em que cumprirão a sua função especial. c. As antíteses ligadas ao
som dos pinhais presentes nos versos 9 e 10 contribuem para intensificar a diferença entre o “presente”, ligado
à “terra”, e a possibilidade de um “futuro” vivido no “mar”, graças à ação profética de D. Dinis.

Página 120

Pré-leitura
MC
EL12 – 15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.
15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.

1. D. João I, tendo chegado a ser rei sem o esperar e com a marca da resistência face aos castelhanos, adquire a
“exemplaridade” que caracteriza os heróis de Mensagem.

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.

1.1. A primeira quadra apresenta, através de afirmações de natureza axiomática, a atuação do homem (herói)
como decorrente do desejo divino. “Quando Deus faz” através do “homem”, “a história é feita”. É essa conjugação
do espírito celeste com o anseio dos predestinados que leva aos grandes feitos e garante a imortalidade (o mito),
pois a matéria é perecível: “O mais é carne, cujo pó/A terra espreita.” (vv. 3-4).
2. O modificador realça a predestinação do herói que, desconhecendo as implicações futuras da sua atuação,
veio a iniciar uma nova época na História de Portugal e uma nova geração que conduziu à expansão.
3. Com o uso da segunda pessoa, o sujeito poético dirige-se diretamente a D. João I, seu interlocutor,
estabelecendo com ele uma relação de proximidade e cumplicidade.
4. O poema é constituído por três quadras, nas quais os três primeiros versos são octossilábicos e o último
tetrassilábico. A rima é cruzada em todas as estrofes.

Página 121

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1.1. Apócope e palatalização.


1.2. Palavras divergentes.
1.3. Flamejar, flamejante, inflamar, inflamação, inflamável.

Página 44 de 129
2.1. (C). 2.2. (C).

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Processos fonológicos
Palavras divergentes e palavras convergentes

Releitura(s)
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
EL10 – 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI.

1.1. Cf. pp. 332-335. O cartoon, com o título expressivo “Revolução”, coloca frente a frente as peças mais poderosas
e os “peões” do xadrez. Do mesmo modo, Fernão Lopes relata a revolução da “arraia-miúda”, do povo, insurgindo-
se contra os nobres que defendiam a união com Espanha.

Recursos multimédia
Vídeo – Crónica de D. João I
Interatividade – Crónica de D. João I, de Fernão Lopes

PowerPoint® didáticos
A Crónica de D. João I de Fernão Lopes
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Crónica de D. João I

Página 122

Pré-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

1.1. D. Sebastião personifica a segurança e a liberdade nacional (“bem nascida segurança/Da Lusitana antiga
liberdade”, est. 6, vv. 1-2) e a esperança no desenvolvimento da guerra santa e na afirmação do seu império
(“certíssima esperança/De aumento da pequena Cristandade”, est. 6, vv. 3-4).
1.2. Na epopeia camoniana é feito um retrato histórico, partindo de elementos relativos à situação do país. Em
Mensagem, o retrato do rei é de natureza mítica, sendo a tónica colocada na loucura inspiradora, determinada
pelo sonho de grandeza.

Página 123

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

CD áudio 1 Faixa 15

1. Com a repetição do adjetivo “louco” e o uso do advérbio de afirmação, o sujeito poético reforça a sua
autocaracterização.

Página 45 de 129
2. Segundo o sujeito poético, a sua loucura é produto da sua ambição, do seu sonho de “grandeza” que a “Sorte”
(o destino) não dá sem que se empenhe algum esforço na sua concretização.
3. A mudança do pretérito perfeito para o presente do verbo “haver” realça a distinção entre a figura histórica
do rei, que existiu, e a sua dimensão mítica, que permaneceu no tempo.
4. Com os versos 6 e 7, o herói é apresentado como entidade inspiradora, de carácter exemplar, que deseja
deixar a sua marca nos outros.
5. A interrogação retórica encerra o poema através da exaltação do valor da loucura, enquanto traço distintivo
dos seres humanos.
6. A utilização da primeira pessoa denota a identificação do sujeito lírico com a personagem histórica a quem o
poema é dedicado. Assim, o discurso adquire maior credibilidade e valoriza-se a dimensão do herói, a partir de
cujo exemplo se abordam valores humanos universais.
7.1. Marcas do discurso épico: matéria histórica protagonizada por um herói nobre (social e moralmente). Marcas
do discurso lírico: a utilização da primeira pessoa verbal, a subjetividade na apresentação da realidade, mediada
pela perceção do “eu”, e a forma fragmentária.

Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
EL12 – 6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.
15.4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

1.1. O Sebastianismo enquanto ideologia em que, ao longo do tempo, se inverteram as proporcionalidades de


história e mito. D. Sebastião foi perdendo relevo e concretude histórica e ampliando a sua dimensão de figura
mítica, simbolicamente associada ao regresso ou chegada de salvadores, em épocas de crise.

Outros (Inter)Textos
“Epigrama” de Nuno Júdice

Página 124

Leitura para informação


MC
EL12 – 15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

PowerPoint® didáticos
Mensagem
Textos informativos complementares
“Mensagem: uma leitura (estrutura e dimensão simbólica)”

Página 125

Pré-leitura
MC
L12 – 7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.

Página 46 de 129
1.1. O Infante D. Henrique representa o sonho de renovação concretizado. A utilização da sua imagem na
campanha publicitária pretende dar importância e grandeza à iniciativa. Com a tónica posta no
empreendedorismo do Infante, promove-se o empreendedorismo que se procura para a empresa.

Página 126

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

CD áudio 1 Faixa 16

1. O Infante D. Henrique foi o impulsionador das descobertas marítimas portuguesas. Nesse sentido, cabe-lhe o
papel de protagonista primeiro da “Possessio Maris” (posse do mar) anunciada na epígrafe da segunda parte.
2.1. O primeiro verso do poema, de natureza axiomática, apresenta a “obra” como consequência das ações de
Deus e do Homem. Os grandes feitos são revelações – teofanias – de Deus através do homem.
2.2. Os restantes versos exemplificam, com o caso do Infante, a teoria enunciada no verso 1. Assim, o desejo de
Deus foi o de que “a terra fosse toda uma” e “Que o mar unisse, já não separasse” (vv. 2-3). Para isso, inspirou o
Infante, escolhendo-o para essa missão (“Sagrou-te”, v. 4). Ele correspondeu e foi “desvendando a espuma” (v. 4),
ou seja, explorando o mar; desse modo, a obra nasceu.
3. “Que o mar unisse, já não separasse” (v. 3), “até ao fim do mundo” (v. 6), “a terra inteira” (v. 7).
4. O complexo verbal apresenta a ação como uma continuidade, como algo que não se concretizou de uma só
vez, mas sim de modo progressivo.
4.1. A gradação associada à atuação do Infante D. Henrique: começou por desvendar “ilhas(s)” e “continente(s)”,
chegando ao “fim do mundo”, desenhando, assim, os contornos da “terra inteira”.
5. Nos dois últimos versos, em tom disfórico, o sujeito poético apela ao “Senhor” para que, desfeito o império
material conseguido através das navegações, contribua para a verdadeira realização de Portugal – o império
espiritual (Quinto Império).

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
19.3. Distinguir valores aspetuais.

1. a. e e.
2.1. “Quem te sagrou” – oração subordinada substantiva relativa “criou-te português” – oração subordinante.
2.2. Predicativo do complemento direto.
3. Verso 1 – Situação genérica; verso 11 – valor perfetivo.

Escrita
MC
E12 – 11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] apreciação crítica [...].

Página 127

Pré-leitura | Oralidade
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

Página 47 de 129
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

CD áudio 1 Faixas 17 e 18

1. a. “imundo e grosso” (v. 13); b. A presença de um herói (coletivo) que concretiza grandes feitos no confronto
com uma força sobrenatural de poder aparentemente superior ao seu. O carácter narrativo.
1.1. O “mostrengo” representa o conjunto de perigos associados ao mar e à aventura dos descobrimentos, e o
“homem do leme” simboliza a persistência e a coragem inabaláveis de um povo. A temática de “Mar Português”
aponta exatamente para o sofrimento provocado pelos perigos do mar e para a valorização do herói.

Leitura | Compreensão
1. A apóstrofe ao “mar” (com que, circularmente, se abre e se encerra a estrofe) introduz a entidade a quem o
sujeito poético recorda, de forma emotiva, todas as dificuldades e todos os sacrifícios que os portugueses fizeram
na sua conquista.
2. A repetição (em anáfora nos versos 4 e 5 e paralelística, nos versos 3-5) reforça a quantidade e a diversidade
(em termos de género e parentesco) daqueles que sofreram na conquista do mar.
3.1. Na segunda sextilha, a partir da interrogação retórica, o sujeito poético desenvolve uma reflexão sobre o valor
dos sacrifícios anteriormente apresentados e a necessidade de superar contratempos para realizar os sonhos.
4. A primeira afirmação destaca o valor da determinação em todas as conquistas; com empenho, tudo merece
“a pena”, ou seja, o sofrimento para atingir um fim. A segunda afirmação alude ao cabo Bojador como metáfora
dos objetivos a alcançar, que exigem, frequentemente, “dor”; por isso, quem deseja conquistar algo tem de superar
os obstáculos que se lhe deparem. A última afirmação salienta a conjugação, no “mar”, do “perigo” e do “abismo”
com o “céu”, salientando a ideia de que tudo o que é verdadeiramente custoso tem a sua faceta compensatória.
5. O adjetivo “Português” remete para a conquista e domínio dos mares pelos portugueses, que, com o
sofrimento e a sua coragem, fizeram com que existisse apenas o “mar” conhecido.

Outros (Inter)Textos
“crónica” de Vasco Graça Moura

Página 128

Gramática
MC
G12 – 18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.

1.1. a. [“Um dos mais belos poemas de Mensagem”] “nele” (l. 1); [“sofrimento”] “que” (l. 3); [“Portugal”] “se” (l. 5), “[-
] formou” (l. 5); [“‘mar’”] “se” (l. 6); b. “Júbilo e dor” (l. 1)/“dor” (ll. 1 e 2), “júbilo” (ll. 2 e 3); c. “ganhou” (l. 4), “formou”
(l. 5), “tornou-se” (l. 6); d. “os trabalhos, as violências… foram tamanhos…” (ll. 7-8); “expressão de um profundo
sentimento trágico” (l. 10); e. “Porém” (l. 12); “porque […] nada se consegue…” (ll. 12-13).

Releitura(s)
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
EL10 – 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI.

1. A poesia de Mensagem é considerada épico-lírica, conjugando a matéria épica que explora com um registo
essencialmente fragmentário e marcado pela subjetividade intimista da linguagem. Assim, apenas em alguns
poemas o autor recorre a um estilo mais marcadamente eufórico e épico, como no caso de “O Mostrengo”, ou
remete para realidades do domínio essencialmente físico e humano, como em “Mar Português”, privilegiando,
antes, a abordagem mítica de figuras e acontecimentos.
1.1. Cf. pp. 353-355. Aventuras: a matéria histórica dos relatos. Desventuras: a visão antiépica da expansão, com a
narração das “dores reais” associadas às viagens: naufrágios, ataques de corsários, fúria dos elementos naturais...

PowerPoint® didáticos

Página 48 de 129
História Trágico-Marítima
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
História Trágico-Marítima

Página 129

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. A “última nau” partiu, sozinha (“Erma”, v. 5) e envolta num ambiente “aziago”, como se refere a propósito do
sol (v. 4), marcado pelos “choros de ânsia e de pressago / Mistério” (vv. 5-6), que sugeriam e anunciavam, desde
logo, o futuro trágico que veio a confirmar-se: “Não voltou mais.” (v. 7).
2. O sujeito poético não associa o não regresso da nau a um desaparecimento definitivo. Antes, reconhecendo
a “sorte incerta” (v. 8) que lhe coube, sugere, através das interrogações retóricas, que terá atracado numa ilha
cuja localização se desconhece (“ilha indescoberta”, v. 7), aguardando, assim, “a hora” do regresso do seu
tripulante desejado: D. Sebastião (última estrofe).
3. A colocação do nome “Império” no final do poema associa-o ao regresso de D. Sebastião, anunciado nessa
estrofe, que concretizará o Quinto Império de que cuja ideia o poeta se ocupará na terceira parte de Mensagem.
[De notar que o poema surge imediatamente após “Mar Português” e é o penúltimo da segunda parte da obra,
fazendo a ligação entre o império material e o império espiritual reservado aos portugueses.]
4. O poema apresenta quatro sextilhas, nas quais os versos 1, 2, 4 e 5 são decassilábicos e os versos 3 e 6
dissilábicos. A rima é emparelhada entre os primeiro e segundo e quarto e quinto versos de cada estrofe e
interpolada entre os terceiro e sexto versos.

Página 130

Pré-leitura
MC
L12 – 7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.

1.1. Na primeira tira, o recurso a linguagem náutica remete para a ideia de fazer depender uma ação do
surgimento da oportunidade certa (fala de Dustin) e sugere a falta de proatividade (fala do pai).
1.2. As situações destacam a falta de iniciativa, de persistência e de comprometimento.

Página 131

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.

1. O verso remete para a infelicidade que, segundo o sujeito poético, caracteriza quem vive acomodado, sem
qualquer “sonho” (v. 3), de acordo com a vivência humana descrita nas duas primeiras estrofes.

Página 49 de 129
2. Os vv. 11-12 introduzem a referência à passagem do tempo e as três últimas quintilhas anunciam o advento
de uma nova época, de um novo império – o Quinto Império (vv. 21-23) ligado à “verdade” da morte de D.
Sebastião (vv. 24-25).
3. Nas duas últimas estrofes, confrontam-se os tempos passado/presente e futuro. A antítese dos versos 19-20
insinua o surgimento do “dia claro” – o tempo futuro –, que se anuncia sob a égide espiritual dos portugueses, a
partir da “noite”, metáfora do passado. Sucedendo aos quatro anteriores, o Quinto Império deles diferirá pela
sua natureza; será o império da “verdade”, nascida com a morte de D. Sebastião.

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de acordo com
um plano previamente elaborado pelo aluno.

1. Ao “sonho” referido no poema “O Quinto Império” corresponde a “loucura” do sujeito poético, em “D. Sebastião,
Rei de Portugal”. Ambos remetem para a dimensão espiritual promotora de ações significativas, que possam
distinguir o Homem da mera “besta sadia, / Cadáver adiado que procria” ou levá-lo a não viver apenas tendo “por
vida a sepultura”.

Pós-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

1. Resposta pessoal. O poema aponta para a necessidade de ação, para a assunção do descontentamento como
fator fundamental para o avanço, por oposição à quietude feliz e previsível; o poder terreno esvai-se com o tempo,
pelo que o novo “império” espiritual será construído pelo poder da alma humana e pela força divina, um império
“que não existe no espaço” e que se constitui como o “verdadeiro e supremo destino” de Portugal.

Outros (Inter)Textos
“Fernando Pessoa” de Manuel Alegre

Página 132

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.

1. A – 3; B – 1; C – 4; D – 2.
2. O adjetivo caracteriza as ilhas onde, de acordo com poema, “o Rei mora esperando” (v. 13), ou seja, elas são
“afortunadas”, lugares de sorte e esperança, por constituírem o espaço onde D. Sebastião se prepara para
regressar e resgatar a glória de Portugal.

Oralidade
MC
EL12 – 14.1. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação da leitura.
14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.

Página 50 de 129
Página 133

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. “Portugal” (v. 4).


1.1. A caracterização do país é feita através do uso de vocabulário que reenvia para a opacidade e a turvação:
“fulgor baço” (v. 3), “Brilho sem luz” (v. 5), “fogo-fátuo” (v. 6).
2. Portugal entristece porque não há estabilidade política (v. 1) e existe uma grande crise de valores sociais e
morais (vv. 7-9 e 11-12).
3. Na segunda estrofe, a anáfora dos pronomes indefinidos “Ninguém” (vv. 7-8) e “Tudo” (vv. 11-12) e o
paralelismo sintático intensificam a ambiência de indefinição que envolve Portugal. O desalento é geral e a
dispersão (típica do nevoeiro) assume igualmente uma abrangência alargada, traduzida nas antíteses
“tudo/nada” e “disperso/inteiro” (v. 12) e intensificada na metáfora que associa Portugal a nevoeiro (“Portugal […]
és nevoeiro”, v. 13). No v. 13, a apóstrofe, “Ó Portugal”, interpela a entidade central do poema.
4. O verso colocado entre parênteses constitui uma nota dissonante no tom pessimista do poema, traduzindo a
esperança (“ânsia”) de quem deseja (“chora” [por]) o fim do “nevoeiro”.
5. Nos últimos dois versos, o sujeito poético interpela Portugal, associando-o ao nevoeiro e anunciando uma
nova “Hora”. Nesse sentido, embora o nevoeiro pudesse entender-se, pela forma como o país é descrito ao
longo do poema, como “símbolo do indeterminado”, ele é também a marca de uma nova “fase da evolução”.
Percebe-se que o poeta apela à concretização de uma mudança e à criação de um novo tempo/império. Deste
modo, o nevoeiro com que encerra a obra é, de facto, “prelúdio da manifestação” do Quinto Império, para o qual
os portugueses devem estar preparados – tal é a intenção da saudação latina que incita à mudança e à renovação.

Página 134

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

Recursos multimédia
Vídeo – Mensagem: visão global
Tutorial – Mensagem: os discursos épico e lírico

PowerPoint® didáticos
Mensagem
Grelhas de avaliação
Grelha de autoavaliação – sequência 1

Página 135

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.

Página 51 de 129
Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Mensagem

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Mensagem

Página 136

Ficha Formativa
Cotações:
Grupo I
Educação Literária – 100 pontos
Grupo II
Leitura e Gramática – 50 pontos
Grupo III
Escrita – 50 pontos

PowerPoint® didáticos
Correção da Ficha Formativa 1

Grupo I
A
1. O tempo da infância é caracterizado como um tempo “suave” (v. 5), feliz, marcado pelo “sossego” (vv. 6 e 7) e
pela despreocupação, nomeadamente em relação ao fluir do tempo (v. 8). É um tempo de satisfação (“tudo bom”,
v. 10), de união familiar, simbolizada na presença das “tias” (v. 6) e organizado segundo rotinas reconfortantes
(vv. 9-11).
2. A interrogação retórica introduz uma reflexão emotiva do sujeito poético sobre o presente, reconhecido, no
verso anterior, como o tempo em que o bem-estar da infância está “morto” (v. 11). Face à constatação da perda
do “bom” (v. 10) e do “bem” (v. 11) lembrados anteriormente, o “eu” manifesta a sua extrema saudade desses
tempos felizes e o sofrimento por reconhecer que nada na sua vida se parece com eles. A repetição da forma
verbal “dói”, no penúltimo verso, intensifica a dor do sujeito poético, que o leva, em desespero, no fim do poema,
a dirigir-se diretamente aos elementos recordados, na esperança de conseguir afastar memórias dolorosas.
3. Os advérbios “aqui” e “lá” sugerem o afastamento que, na mente do sujeito poético, vai marcando as
recordações evocadas. O primeiro remete para o passado sentido como próximo pela lembrança de um tempo
feliz; o segundo denota o afastamento gerado pela introdução das notas sobre o presente.

Página 137

Grupo I
B
4. Por meio da repetição, intensifica-se a ideia de desapego e de libertação de seres ou elementos marcados
pela perda ou pela destruição (física ou psicológica).
5. O sujeito poético revela a sua angústia existencial e o seu desalento por meio da aproximação a seres e
realidades cuja existência é marcada pela desventura. O seu constante apelo para que sejam libertados os seres
e elementos que vivem infelizes ou sem condições (“a ave, a quem roubaram / Ninho e filhos e tudo”, vv. 1-2, “a
vela, que arrojaram/Os tufões pelo mar”, vv. 5-6, “a alma lastimosa, / Que perdeu fé e paz e confiança”, vv. 9-10,
“a nota desprendida/Dum canto extremo…”, vv. 12-13) o que realmente expressa é o seu próprio desejo de
libertação em relação à “vida” (v. 14). Subentende-se, assim, uma aproximação metafórica da sua situação à das
entidades a que se referiu anteriormente, com as quais partilha experiências de perda e de infelicidade.

Página 52 de 129
Página 139
Grupo II
1. (B). 2. (C). 3. (A). 4. (D). 5. (B). 6. (C). 7. (D).
8. Modalidade epistémica com valor de probabilidade.
9. Complemento agente da passiva.
10. “monólogos de cada personagem” (ll. 61-62).

Soluções de atividades
Cotações, sugestões de resolução e grelhas de correção da Ficha Formativa 1

Caderno de Testes e Questões de aula


Testes por sequência – Testes 1, 2 e 3, com matrizes, grelhas de correção e sugestões de resolução

Página 142

EL
O Programa apenas prevê a leitura integral de dois dos três contos sugeridos. Apresentam-se os três, na íntegra,
de forma a possibilitar escolhas e trabalhos diferenciados.

MC
O12 – 5.2. Produzir textos linguisticamente corretos, com riqueza vocabular e recursos expressivos adequados.
L12 – 7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.

Sugestões de abordagem do texto “As histórias de nós”:


 Explicitação do sentido global do texto;
 Expressão oral de pontos de vista suscitados pela relação entre o último parágrafo e o resto do texto.

Página 143

MC
EL12 – 15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.
L12 – 7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.

Sugestões de abordagem do texto “O Conto português”:


 Comentário à expressão “só os portugueses poderiam ter sido autores e escritores dos seus contos” (ll. 20-21),
relacionando-a com o sentido do termo “portugalidade” (l. 11);
 Troca de impressões sobre os temas referenciados nas linhas 17-18 e registo de contos de que os alunos se
lembrem, que possam ser-lhes associados.

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Fichas globais

Página 145

Leitura | Compreensão
MC
L12 – 7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.2. Explicitar a estrutura interna do texto, justificando.

Página 53 de 129
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.

1.1. (D)
1.2. (B)
1.3. (B)
1.4. (C)
1.5. (A)

Outros (Inter)Textos
“O Conto” de José Luís Peixoto

Página 146

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.
8.2. Elaborar tópicos que sistematizem as ideias-chave do texto, organizando-os sequencialmente.
EL12 – 14.10. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: o conto.

1. (a) Poucas personagens; (b) duração concentrada (unidade de tempo); (c) único espaço (unidade de espaço);
(d) densidade dramática.
1.1. (C)

Página 147

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
1.3. Fazer inferências.
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

Registos radiofónicos
Uma questão de ADN (TSF) e respetiva transcrição

1.1. A tradição da escrita na família; a origem do talento é genética.


1.2. a. As filhas de Mário de Carvalho dedicam-se, tal como o pai, à escrita e são reconhecidas pela qualidade do
seu trabalho. b. A jornalista questiona se o talento de Ana Margarida de Carvalho foi transmitido por via genética;
existe, portanto, uma ligação com o nome do programa, já que ADN é a sigla que identifica o ácido
desoxirribonucleico “que é o principal constituinte dos cromossomas e tem um papel fundamental na
determinação das características hereditárias, dado que armazena a informação genética transmitida na divisão
celular”.
[In Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/ADN [Consult. 2016-10-12]
1.3. No texto, as personagens Ramon e Doutor João Pedro Bekett desempenham as profissões de semaforeiro
e médico, respetivamente. Os seus filhos e netos darão continuidade ao ofício e/ou vocação dos pais, tal como
aconteceu com as filhas de Mário de Carvalho.

Recursos multimédia
Interatividade – Vida e obra de Mário de Carvalho

PowerPoint® didáticos

Página 54 de 129
“Famílias desavindas”

Página 150

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
14.10. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: o conto.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

1. No conto, descreve-se a relação conflituosa entre Ramon e o Doutor João Pedro Bekett, continuada pelos
descendentes das duas famílias que se mantiveram em discórdia.

Página 151

2. (C) – 1.o e 2.o parágrafos;


(F) – 3.o parágrafo;
(E) – 4.o parágrafo;
(D) – 5.o parágrafo;
(B) – 6.o parágrafo;
(H) – 7.o parágrafo;
(A) – Do 8.o ao 12.o parágrafos;
(G) – Do 13.o ao 16.o parágrafos.
2.1. Introdução: 1.o e 2.o parágrafos (Contextualização relativa aos semáforos da Rua Fernão Penteado);
Desenvolvimento: 3.o a 15.o parágrafos (Apresentação das personagens e narração das peripécias associadas à
relação conturbada entre elas); Conclusão: 16.º parágrafo (Desfecho inusitado da história: a reconciliação das
famílias).
3.1. (1) “Dobrar do século XIX”; (2) “Primeira Guerra”; (3) “Segunda Grande Guerra”; (4) “revolução de Abril”; (a)
Ramon; (b) Ximenez; (c) Asdrúbal; (d) Paco; (e) Dr. João Pedro Bekett; (f) João; (g) Paulo.
3.2. Os marcos históricos legitimam a verosimilhança da narrativa e assinalam a passagem do tempo. Os conflitos
referidos podem também remeter simbolicamente para a evolução da relação entre as duas famílias.
3.3. (B)
4. Os semaforeiros estão ligados pelo “amor à profissão” (l. 30) e os médicos pelo “ódio ao semáforo” (l. 53).
4.1. Os semaforeiros partilham as mesmas características e atuam, ao longo das gerações, do mesmo modo,
sem especificidades individuais.
4.2. A caracterização individual dos médicos é importante, uma vez que são as particularidades destas
personagens que desencadeiam e perpetuam o conflito com os semaforeiros.
5. Nestes parágrafos, apresenta-se o grupo dos médicos e explica-se a origem do seu conflito com os
semaforeiros.

Página 152

6. A peripécia final dá a conhecer a reconciliação entre semaforeiros e médicos, quando o Dr. Paulo, contrito,
decide terminar com a quezília.

Página 55 de 129
7. “A autoridade gostou do projeto e das garrafas de Bordéus que o jovem engenheiro oferecia.” (ll. 10- -11) e
“acabou por ser escolhido um galego chamado Ramon, que era familiar do proprietário dum bom restaurante e
nunca tinha pedalado na vida.” (ll. 23-24) – crítica à atuação corrupta dos governantes. “Colegas maliciosos
sustentavam que ele praticava a terapia do sono.” (ll. 63-64) e “Uma ambulância levou o Paco antes que o doutor
tivesse entrado no capítulo das ‘manchas de sangue’.” (ll. 78-80) – caracterização humorística da personagem.

Textos informativos complementares


“Famílias desavindas”
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
“Famílias desavindas”

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
19.2. Distinguir relações de ordem cronológica.

1. (A)
2. (B)
3. a. 5; b. 4; c. 1; d. 7; e. 2.
4. a. “– As doenças são provocadas por vírus ou por bactérias. No primeiro caso, chamam-se viróticas, no segundo,
bacterianas.” (ll. 61-62);
b. “Colegas maliciosos sustentavam que ele praticava a terapia do sono.” (ll. 63-64); “[…] o Dr. Paulo pedia aos
clientes que passassem pelo homem do semáforo e lhe dissessem: ‘Arrenego de ti, galego!” (ll. 65-67).
4.1. Começava a dizer que as doenças eram provocadas por vírus ou por bactérias e que, no primeiro caso, se
chamavam viróticas, no segundo, bacterianas.

Página 153

Oralidade
MC
O12 – 1.5. Identificar argumentos.
1.7. Identificar marcas reveladoras das diferentes intenções comunicativas.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
O10 – 1.7. Explicitar, em função do texto, marcas da [...] reportagem [...].
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

Registos vídeo
Reportagem sobre semáforos de Lisboa (SIC) e transcrição
1.1. Para além do jornalista, existe o testemunho do Vereador da Estrutura Verde e Energia da Câmara Municipal
de Lisboa que dá uma maior credibilidade às informações da reportagem.
1.2. Redução de custos; poupança de energia; menor manutenção; maior visibilidade.

PowerPoint® didáticos
Reportagem

Releitura(s)
MC
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)

1.1. Espera-se que os alunos recordem o relacionamento de Simão e Teresa, bem como o desfecho trágico da
vida dos dois jovens motivado pelo ódio que afasta as suas famílias – famílias desavindas –, de modo a poderem
relacionar essas informações com a citação do texto.

Página 56 de 129
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Amor de Perdição
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Amor de Perdição

Página 154

Pós-leitura
MC
L12 – 7.2. Explicitar a estrutura interna do texto, justificando.
7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas da […] apreciação crítica […].
8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1.1. Primeiro parágrafo do artigo.


1.2. O autor pretende distinguir o género do conto do do romance quanto à presença de momentos de
descrição e ao ritmo narrativo.
1.3. “faz deles um bestiário cruel da nossa contemporaneidade” (ll. 12- -14), “Mário de Carvalho tem a crédito o à-
vontade com que domina os dois géneros.” (ll. 30-33), “Tenderia mesmo a dizer que encontra no conto o seu lugar
por excelência” (ll. 33-35).

Recursos multimédia
Interatividade – Apreciação crítica

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Apreciação crítica
Fichas de trabalho por domínio – Leitura
Apreciação crítica

Página 155

Gramática
MC
G12 – 18.3. Identificar marcas das sequências textuais.

1. (A) Apresentar uma personagem.


(B) Dar voz à personagem.
(C) Narrar eventos que culminam com a peripécia que fecha o conto.
1.1. (A) Para a apresentação de personagens e para a sua descrição, utilizam-se, predominantemente, o pretérito
imperfeito do modo indicativo e adjetivos e expressões caracterizadoras;
(B) Quando falam as personagens, na reprodução do seu discurso, recorre-se a formas verbais que coincidam
temporalmente com o momento de enunciação – presente do indicativo –, podendo, naturalmente, estabelecer-
se outras relações temporais, cuja referenciação poderá implicar outros tempos verbais;
(C) Para o relato de eventos e para uma evolução da narrativa, é recorrente a utilização do pretérito perfeito do
indicativo e de articuladores temporais, elementos linguísticos que promovem a progressão narrativa.
1.2. (A) Sequência descritiva.
(B) Sequência dialogal.
(C) Sequência narrativa.

Recursos multimédia
Interatividade – Organização de sequências textuais

Página 57 de 129
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Sequências textuais
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Sequências textuais

Página 157

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

Registos áudio
Tema musical “P’rà frente é que é Lisboa”, de Os Quatro e Meia, e transcrição.

1.1. a. O sujeito enunciador acorda quando ainda está escuro e sente-se sonolento e desmotivado perante a
perspetiva de mais um dia de trabalho. b. Ao percecionar o amanhecer, o “eu” sente-se grato por estar vivo e,
simultaneamente, satisfeito pela novidade que um novo dia representa.
1.2. Embora ambos os sujeitos enunciadores revelem desânimo e apatia quando acordam, a personagem do
conto mantém uma atitude de inércia ao longo do seu dia de trabalho, o que não se verifica na música, já que o
“eu” decide abandonar essa postura e encarar o novo dia com mais otimismo.

Recursos multimédia
Interatividade – Vida e obra de Manuel da Fonseca

PowerPoint® didáticos
“Sempre é uma companhia”

Página 158

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.

1.1. Batola: “Não faz nada” (l. 1), “Ele quase lhe não chega ao ombro, atarracado, as pernas arqueadas.” (ll. 7-8),
“solitário como um desgraçado” (l. 39). Esposa: “É a mulher quem abre a venda […] volta à lida da casa” (ll. 3-4),
“Muito alta [...] põe e dispõe” (ll. 4-5), “Ela […] tem governado a casa” (ll. 34-36).
1.2. Trata-se de uma relação difícil, uma vez que Batola se sente inferiorizado em relação à esposa, que é quem
gere a casa e o negócio. Esta situação revolta-o e leva-o a ter acessos de raiva e a ser violento com a mulher.
2. A hipérbole remete para a conceção psicológica do tempo; no verão, como há mais horas de luz solar, os dias
parecem maiores e quase intermináveis.
3. A ação decorre numa pequena aldeia, onde há pouco movimento, como sugere o reduzido número de clientes
que frequentam a venda. Os homens têm um trabalho duro (“cansados da faina”, l. 45), provavelmente na
agricultura. Trata-se de um espaço economicamente deprimido.

Oralidade
MC

Página 58 de 129
EL12 – 14.1. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação da leitura.

Página 160

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.

1. Batola recorda o “velho Rata”, uma vez que o mendigo era a única pessoa que saía da aldeia e que, por isso,
tinha novidades para contar. Assim, Batola distraía-se enquanto ouvia os seus relatos.
2. Uma aldeia no Alentejo.
2.1. a. Na aldeia, há um conjunto de casas que se destaca da paisagem despida de presença humana, o que
provoca um sentimento de isolamento no protagonista. Além disso, os homens passam o dia no campo e, quando
regressam, vão para casa. b. Batola sente uma enorme solidão provocada pela ausência de convívio com os
habitantes da aldeia.
3. A hipérbole (“o entardecer demora anos”, ll. 28-29) e a personificação (“A noite vem de longe, cansada, tomba
tão vagarosamente”, ll. 29-30) enfatizam a vivência psicológica do tempo. As expressões “Carregado de tristeza”
(l. 28) e “magoada penumbra” (ll. 31-32) concretizam hipálages que reforçam o sofrimento de Batola, decorrente
do isolamento em que se encontra.
4. “Está preso e apagado no silêncio que o cerca.” (l. 39)
5. No último parágrafo, ficamos a saber que algo inesperado vai acontecer (“sem pressentir que aquela noite é
a véspera de um extraordinário acontecimento”, ll. 45-46).

Gramática
G12 – 19.3. Distinguir valores aspetuais.

1.1. (D)

Página 163

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.

1. O marcador “De facto” confirma a novidade anunciada no final do texto anterior.


2. Através das falas do vendedor, compreendemos que a aldeia é um local isolado quer em termos geográficos
quer em relação à comunicação com o meio exterior.
3. A expressão remete para o tempo psicológico, o tempo que o Batola, provavelmente semianalfabeto, está
concentrado na leitura, que faz com lentidão.
4. Ao longo do diálogo, o vendedor fala com o Batola de forma descontraída, procurando estabelecer uma
aproximação com o potencial cliente a fim de garantir a venda da telefonia. Já atendendo à reação negativa da
esposa, o vendedor dirige-se a ela de modo mais formal, pois percebe que é ela quem decide.
4.1. O episódio sugere uma alteração no relacionamento do casal, com o confronto e o desafio lançado pelo
Batola à autoridade da esposa (l. 70).

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Página 164

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.
18.3. Identificar marcas das sequências textuais.
19.1. Identificar e interpretar formas de expressão do tempo.
19.3. Distinguir valores aspetuais.

1.1. (C); 1.2. (D); 1.3. (D); 1.4. (B)


2. Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo – ação anterior a outra ação também passada.
3. Valor imperfetivo.
4. Oração subordinada substantiva relativa; desempenha a função sintática de predicativo do sujeito.
5.1. “isso”, “aqui” – deíticos espaciais; “eu”, “saio” – deíticos pessoais; “saio”, “hoje” – deíticos temporais.
5.2. A esposa do Batola disse-lhe que, se aquilo ali ficasse, ela saía/sairia naquele mesmo dia de casa. Ele que
escolhesse.

Fichas de trabalho por domínio – Gramática


Funções sintáticas
Frase complexa
Dêixis
Coesão textual
Reprodução do discurso no discurso

Página 167

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
14.10. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: o conto.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.

1. 1.a parte: parágrafos 1 a 5 (descrição do dia e da noite em que o vendedor deixou a telefonia na venda); 2.a
parte: parágrafos 6 a 14 (descrição da mudança de hábitos dos habitantes da aldeia; 3.ª parte: parágrafos 15 a 18
(a intervenção da mulher de Batola, que muda de ideias relativamente à manutenção do aparelho na venda).
2. Curiosidade, surpresa (“onde entraram com um olhar admirado”, ll. 8-9) e entusiasmo (“recolheram a casa,
discutindo […] numa grande animação”, ll. 12-13).
3.1. Os habitantes passaram a frequentar a venda do Batola e a conviver uns com os outros, pelo que o
sentimento de isolamento se desvaneceu. Assim, verificou-se uma alteração na vivência psicológica do tempo
(“os dias passam agora rápidos”, l. 26).
3.2. Através da repetição da preposição, destaca-se o facto de todos os habitantes da aldeia acorrerem à venda
do Batola para passarem o serão, mesmo os mais improváveis, como era o caso das mulheres, e o facto de as
“velhas” dançarem, acontecimento pouco expectável.
3.3. O Batola acorda cedo e assume as tarefas da venda, enquanto a esposa fica em casa e raramente aparece
na taberna.

Página 60 de 129
4. A metáfora caracteriza os habitantes de Alcaria e remete para o espaço psicológico. Com a saída da telefonia,
os habitantes voltariam a ser um grupo indistinto e rotineiro. Regressariam à sua situação de solidão e isolamento
e ficariam, novamente, “muito longe” e sentindo-se no “fim do mundo”.
5.1. A esposa muda a sua atitude em relação ao marido; em vez da postura autoritária inicial, surge “com um ar
submisso” (l. 50) e, por isso, faz o pedido ao marido, com humildade, em jeito de murmúrio.
6. A reviravolta no relacionamento do Batola com a esposa, que parecem finalmente estar em sintonia, resulta
inesperada e faz compreender a importância da telefonia, não só para a aldeia, mas para a vida do casal.

Textos informativos complementares


“Sempre é uma companhia”
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
“Sempre é uma companhia”

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. e 1.1. a. F. É uma conjunção subordinativa temporal; b. V; c. F. Os elementos “que” são, respetivamente,


conjunção subordinativa consecutiva e pronome interrogativo; d. F. “onde” é um pronome relativo e “quase” é um
advérbio de quantidade e grau.

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Página 168

Oralidade
MC
O12 – 2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.
1.7. Identificar marcas reveladoras das diferentes intenções comunicativas.
O11 – 1.7. Explicitar, em função do texto, marcas da [...] exposição sobre um tema [...].

CD áudio 1 Faixa 19
Transcrição do texto no Dossiê do Professor

1.1. Caracterização da rádio enquanto meio de comunicação; funções da rádio em Portugal; importância do 25
de Abril na história da rádio; panorama atual.
1.2. (C) e (D).
1.3. Informações objetivas e rigorosas: “Com um passado que remonta ao início do século XX”, “Os anos 50 foram
marcados pelo aparecimento da televisão em Portugal.”; Vocabulário simples e direto: “as rádios passaram a tentar
conhecer de forma mais exata o que as pessoas querem ouvir”, “as rádios parecem todas iguais”.

Escrita
MC
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)

1. No cartoon, há três homens que estão num pódio: o que ocupa o primeiro lugar está em cima de uma televisão
e apresenta um ar vitorioso, sorridente e fazendo um gesto de vitória; o que ganhou a medalha de prata coloca-
se sobre um rádio e tem os braços caídos e uma expressão de desapontamento; no terceiro lugar, vemos um
homem com os olhos muito esbugalhados que manifesta o seu desagrado, o que é visível no rosto e na posição
dos braços. Por baixo dos seus pés, vemos um livro. Curiosamente, a altura dos homens é proporcionalmente
inversa ao lugar que ocupam no pódio.

Página 169

1.1. Espera-se que os alunos reflitam sobre a prevalência da televisão na ocupação dos tempos livres das
pessoas, em detrimento da rádio e dos livros. Será interessante observar que, na atualidade, a Internet se
sobrepõe, em termos de relevância no quotidiano, à própria televisão.

Releitura(s)
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)

1. Espera-se que os alunos recordem, no caso da “Farsa de Inês Pereira”, a perspetiva romântica de Inês em relação
ao casamento e a forma como se irá confrontar com um marido (Brás da Mata) autoritário e violento. No “Auto
da Feira”, espera-se que recordem o diálogo entre os dois lavradores que se queixam das suas mulheres, uma
muito branda, a outra demasiado colérica, e as próprias esposas, que também se mostram descontentes com os
seus maridos. Assim, tal como no conto de Manuel da Fonseca, em ambos os textos, percebemos que o casamento
é apresentado como uma relação que se caracteriza pela falta de harmonia entre marido e mulher.

Página 62 de 129
PowerPoint® didáticos
A Farsa de Inês Pereira
O Auto da Feira
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Farsa de Inês Pereira
Auto da Feira

Página 171

Pré-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

1.1. O sujeito poético faz uma caracterização negativa de si próprio, assumindo a sua existência quase
insignificante (v. 2), resultado de um conjunto de experiências pelas quais passou (vv. 5-7).
1.2. O último verso sugere a conformação do sujeito poético em relação a si próprio, pesem embora as
características menos positivas associadas à sua pessoa.
1.3. Tal como o sujeito poético, George personifica a natureza complexa do ser humano, na medida em que a
construção do “eu” é um processo contínuo para o qual contribuem as experiências passadas mas também as
expectativas relativas ao futuro.

Sugestão: Considerando que o questionário de análise do conto se encontra estruturado de acordo com quatro
momentos do texto, sugere-se a leitura faseada de cada um desses momentos e subsequente resolução das
perguntas que lhe estão associadas. Pode igualmente desenvolver-se uma atividade de leitura em voz alta das
diversas partes, previamente preparada.

Recursos multimédia
Interatividade – Vida e obra de Maria Judite de Carvalho

PowerPoint® didáticos
“George”

Página 63 de 129
Página 178

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

1.1. (a) “eu-passado” (b) 18 anos; (c) “dois olhos largos, semicerrados, uma boca fina, cabelos escuros, lisos, sobre
um pescoço alto de Modigliani” (ll. 20-21), “rapariguinha frágil” (l. 75), “lindo sorriso branco” (l. 110); (d) juventude;
(e) 45 anos; (f) “Fez loiros os cabelos, de todos os loiros, um dia ruivos por cansaço de si, mais tarde castanhos, loiros
de novo, esverdeados, nunca escuros, quase pretos, como dantes eram.” (ll. 33-35), “olhos de pupilas escuras,
semicirculares” (l. 125); (g) idade adulta; (h) “eu-futuro”; (i) 70 anos; (j) “mãos enrugadas” (l. 129), “Uma velha de
cabelos pintados de acaju, de rosto pintado de vários tons de rosa, é certo que discretamente mas sem grande
perfeição. A boca, por exemplo, está um pouco esborratada.” (ll. 133-135).
1.2. George evoca o seu passado, materializado na figura de Gi e perspetiva o seu futuro, criando uma imagem
mental de si própria na velhice, a Georgina.
1.3. O “lindo sorriso” e os “cabelos escuros” de Gi são substituídos pelo sorriso alheado e os cabelos pintados de
Georgina. Os nomes da personagem coadunam-se com os diferentes momentos da sua evolução: Gi é um nome
constituído por apenas uma sílaba, uma abreviatura carinhosa usada até à sua juventude; George transmite uma
maior sobriedade; poderá tratar-se do nome artístico da pintora; Georgina é o nome mais longo, mais sério e
pesado (também pelo número de sílabas), condizendo com a idade.
2. George encontra-se a caminhar numa “longa rua” (l. 3) num dia de muito calor.
3. A utilização do plural indicia a existência de duas personagens.
4. George aprecia a liberdade e, por isso, evita criar vínculos com objetos e lugares. Assim, a pergunta reforça a
ideia de que as perdas da personagem poderão ser deliberadas.
5. As referências às “malas” mostram a evolução da personagem no que diz respeito ao seu estatuto social. De
origens humildes, George alcançou um bem-estar económico que lhe permite adquirir artigos mais sofisticados.

Página 179

6. Na época em questão, não parece ser aceitável uma mulher partir sozinha para uma cidade grande, já que
esse seria um local de perdição. A mulher deve cumprir o seu papel, isto é, casar, ter filhos e tomar conta da casa
(ll. 92-95).
7. A venda da casa pode representar a rutura com o seu passado.
8. Trata-se da metamorfose de George pela referência ao retrato (“um retrato meu, de rapariguinha”, l. 149), que
corresponde à fotografia mencionada no início do conto (ll. 13-15), e pela indicação de que “está a ver pior” (l.
158), anteriormente referenciada (ll. 62-64).
9. A interrogação reforça a ideia de metamorfose da figura feminina, salientando a evolução e transformação da
personagem.
10. A senhora de idade simboliza a voz da experiência, o saber empírico que alerta George para os problemas
com que se deparará no futuro. Esta figura, fruto da sua imaginação, pode ser vista como a representação de
um medo inconsciente da personagem.
11. Trata-se de uma estratégia narrativa. O narrador desvela, agora totalmente, a dinâmica do conto, entre a
realidade da personagem, a sua memória e a sua imaginação.
12. Depois das suas digressões ao passado e ao futuro, George tranquiliza-se por poder voltar a casa e por se
convencer que, graças ao seu dinheiro, na velhice, não será uma pessoa só, contrariamente ao prognóstico de
Georgina.
13. A evolução da sua vida reflete naturalmente a complexidade humana, também espelhada no nome: a
abreviatura Gi, decorrente de um tratamento carinhoso de infância que se prolonga até à juventude, será
também imagem de submissão aos ditames familiares e sociais; George, o nome do presente do conto, indicia
a rutura que a personagem pretendia, procurando voar em liberdade – o nome não é português, o que denota
o cosmopolitismo procurado, sugerindo ainda alguma ambiguidade de género (o nome é masculino); Georgina

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será o nome de registo da personagem, assumido pelo narrador na imaginação da figura da velhice, como numa
atitude de resignação, de assunção de uma identidade inteira e final.
14. Resposta pessoal.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.
18.3. Identificar marcas das sequências textuais.
19.3. Distinguir valores aspetuais.
19.4. Identificar e caracterizar diferentes modalidades.

1. George perguntou a Gi se ainda desenhava ao que ela respondeu afirmativamente, referindo que se não
desenhasse daria em maluca. Acrescentou ainda que eles achavam que ela tinha muito jeitinho, que um dia havia
de ser uma boa senhora da vila, uma esposa exemplar, uma mãe perfeita, tudo aquilo com muito jeito para o
desenho. Finalmente, disse que até poderia fazer retratos das crianças quando tivesse tempo.
2.1. “É certo que podia pôr os óculos” – oração coordenada; “que podia pôr os óculos” – oração subordinada
substantiva completiva; “mas sabe que não vale a pena tal trabalho” – oração coordenada adversativa; “que não
vale a pena tal trabalho” – oração subordinada substantiva completiva.
2.2. “que podia pôr os óculos” – sujeito; “que não vale a pena tal trabalho” – complemento direto.

Página 180

3. a. V; b. F. Coesão temporal.; c. F. Possibilidade.; d. V; e. V; f. F. Trata-se de uma forma verbal conjugada no


futuro.; g. F. Complemento do nome.; h. F. Apenas a segunda apresenta sujeito subentendido.; i. V.
4. Exemplos: ll. 20-21 (sequência descritiva – adjetivos e expressões caracterizadoras); ll. 38-44 (sequência
narrativa – verbos de ação, tempos verbais no passado, conectores temporais); ll. 81-102 (sequência dialogal –
presença da 1.ª e 2.ª pessoas; formas verbais no indicativo).

Oralidade
MC
O12 – 1.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
4.1. Debater e justificar pontos de vista e opiniões.
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.
G12 – 18. 4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

Registos áudio
Tema musical “Dona Laura” de Miguel Araújo e transcrição.

1.1. a. Laurinha é uma jovem decidida, “dona da vida”, crítica em relação à realidade tal como George e Gi.
b. Tal como no conto, aqui vemos representadas as fases da juventude (Laurinha / Gi) e idade adulta (mãe da
Laurinha e Georgina).
c. Existe um conflito entre aquilo que Laurinha / Gi querem e aquilo que os pais e a sociedade desejam para elas.
As jovens assumem uma atitude desafiadora em relação às convenções sociais. Porém, a evolução de Gi nada tem
de coincidente com o que o tema musical vaticina para Laurinha: será mais “D. Laura” que a sua mãe.

Página 181

Escrita
MC
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)

Página 65 de 129
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)
EL12 – 15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de
acordo com um plano previamente elaborado pelo aluno.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

1. Resposta pessoal.

Textos informativos complementares


“George”
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
“George”
Caderno de Testes e Questões de aula
Teste de compreensão do oral 3

Pós-leitura
MC
L12 – 7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: diário [...].

1.1. Registos apresentados por ordem cronológica (“1 de novembro”, “15 de novembro”, “22 de novembro”); marcas
de 1.ª pessoa (“meu dentista”); proximidade do tempo da escrita (“Ontem”); apreciações de carácter pessoal
(“Admiro-a muito”).

Página 182

Projeto de Leitura
MC
EL12 – 15.6. Ler uma ou duas obras do Projeto de Leitura relacionando-a(s) com conteúdos programáticos de
diferentes domínios.
E12 – 11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] apreciação crítica [...].
Ou
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
5.1. Produzir textos orais seguindo um plano previamente elaborado.
5.2. Produzir textos linguisticamente corretos, com riqueza vocabular e recursos expressivos adequados.
5.3. Mobilizar adequadamente marcadores discursivos que garantam a coesão textual.
6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
O11 – 6.1. Produzir os seguintes géneros de texto: [...] apreciação crítica [...].

1.1. Espera-se que os alunos, a partir da leitura do excerto, apontem como aspeto comum entre os contos
estudados: os relacionamentos conflituosos.

Projeto de Leitura
Sinopses e informações sobre as obras no Dossiê do Professor

Página 183

MC
EL12 – 14.10. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: o conto.

PowerPoint® didáticos
“Famílias desavindas”

Página 66 de 129
“Sempre é uma companhia”
“George”

Página 184

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.10. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: o conto.

PowerPoint® didáticos
“Famílias desavindas”
“Sempre é uma companhia”
“George”
Textos informativos complementares
“Famílias desavindas”
“Sempre é uma companhia”
“George”

Página 185

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

Recursos multimédia
Interatividade – Manuel da Fonseca: “Sempre é uma companhia” (excerto)

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
“Famílias desavindas”
“Sempre é uma companhia”
“George”

Grelhas de avaliação
Grelha de autoavaliação – sequência 2

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Contos

Página 186

Ficha Formativa
Cotações:
Grupo I
Educação Literária – 100 pontos
Grupo II
Leitura e Gramática – 50 pontos
Grupo III
Escrita – 50 pontos

PowerPoint® didáticos
Correção da Ficha Formativa 2

Página 67 de 129
Grupo I
A
1. As transformações físicas revelam o carácter livre da personagem, que exterioriza, através da cor com que
pinta o cabelo, o seu desprendimento em relação à vida, à criação de hábitos e de rotinas.
2. A enumeração e as interrogações retóricas reforçam a inconstância da personagem.
3. Viver em “casas mobiladas” permite à protagonista uma maior liberdade e revela o seu desprendimento
em relação a qualquer objeto material.

Página 187

B
4. Inês é preguiçosa (vv. 1-5, 15- -16), sonhadora e romântica (vv. 12-13).
5. Inês deseja casar, pois acredita ser essa uma forma de libertação das tarefas domésticas. Segundo a sua mãe,
o papel da mulher no casamento é o de cuidar da casa e ter filhos.

Páginas 188-189

Grupo II
1. (B)
2. (D)
3. (B)
4. (C)
5. (C)
6. (A)
7. (D)
8. Complemento direto.
9. Oração subordinada adverbial consecutiva.
10. “Valério” (l. 56) e “narrativa” (l. 58), respetivamente.

Soluções de atividades
Cotações, sugestões de resolução e grelhas de correção da Ficha Formativa 2

Caderno de Testes e Questões de aula


Testes por sequência – Teste 4, com matrizes, grelhas de correção e sugestões de resolução

Página 192

EL
O Programa contempla o trabalho com três autores, indicando a leitura de quatro poemas de cada um deles.
Apresentam-se breves antologias de quatro poetas – Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Vasco Graça Moura e
Ana Luísa Amaral –, de forma a possibilitar escolhas e trabalhos diferenciados, que podem ainda articular-se com
a abordagem de poemas de outros autores sugeridos pelo Programa e que surgem, no manual, nas páginas
seguintes:
Nuno Júdice – pp. 34, 119, 197, 225, 386
Alexandre O’ Neill – p. 386
António Ramos Rosa – p. 196
Herberto Helder – p. 196
Ruy Belo – p. 38
Luiza Neto Jorge – p. 196
Manuel Alegre – p. 386

Página 68 de 129
O trabalho com esta sequência pode ser complementado com o recurso ao Caderno Poetas contemporâneos,
no qual se encontra uma pequena antologia de cada um dos autores não trabalhados no manual.

Recursos do projeto: ao longo da sequência, indicam-se, em contexto, alguns dos recursos do projeto. Contudo,
aconselha-se a consulta do “Índice de recursos do projeto”, presente nas páginas 10 a 42 do Dossiê do Professor,
no qual se elencam todos os recursos passíveis de utilização em articulação com as atividades propostas.

MC
L12 – 7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.
EL12 – 15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

Sugestões de abordagem do texto “Encantamentos”:


 Identificação dos universos de referência ativados pelo texto;
 Interpretação do equívoco gerado nas falas das linhas 23 e 24;
 Justificação do título do texto, de acordo com o assunto.

Fichas de trabalho por domínio – Gramática


Fichas globais

Página 193

MC
L12 – 7.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.7. Explicitar [...] marcas do [...] diário [...].
L12 – 9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.

Tópicos de exploração do texto de Miguel Torga


 Identificação fundamentada do tema e subtemas do texto;
 Explicitação do sentido global do texto;
 Identificação do género do texto e das respetivas marcas.

Tópicos de exploração da pintura de Mário Eloy:


 Estabelecimento de uma relação entre o título da pintura e os elementos nela presentes;
 Interpretação simbólica do quadro.

“Poeta”, de Mário Eloy


Três figuras definem um equilíbrio paradisíaco que o pintor por pouco tempo viria a conhecer. O poeta, projeção
do artista, com olhar sonhador, segurando um ramo, encontra-se deitado sobre o regaço da amada, junto de
ambos, quase imaterial, aparece um anjo, símbolo da própria inspiração e subsequente tranquilidade. No entanto,
quando contrastados o rosto da mulher e o do anjo, uma clivagem entre estas torna-se manifesta. Atrás da mulher
surge mesmo uma janela negra ameaçadora, enquanto atrás do anjo há apenas o horizonte, um barco e o sol
poente, executados de um modo ingénuo [...]. Os rostos assumem contrastes cromáticos arrojados [...]. A
desproporção entre a importância dos rostos e os corpos diminutos, algo retorcidos, vincula o seu valor semântico
dentro de um processo de projeção do eu no seu mundo exterior [...]. A dimensão alegórica é aqui plena.
Transformadas em símbolos de uma gramática pessoal [...], as figuras que habitam o espaço sobrecodificado da
tela configuram um intervalo e uma possibilidade de suspensão precária num processo de desagregação do
próprio que a pintura projeta.
LAPA, Pedro, “Poeta”. In Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.
http://www.museuartecontemporanea.pt/ArtistPieces/view/82/artist [Consult. 2016-08-02]

Página 69 de 129
Página 195

Leitura | Compreensão
MC
L12 – 7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.
9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.

1.1. (B)
1.2. (C)
1.3. (B)
1.4. (D)
1.5. (A)
2. Resposta pessoal.

Página 196

Pré-leitura
MC
L12 – 7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.

1. A dimensão humorística da tira decorre do entendimento de que realidades consideradas rudes não se
integram no conceito habitual de poesia, marcado pelo recurso a uma linguagem que aborda expressivamente a
realidade.

PowerPoint® didáticos
Poetas contemporâneos

Página 197

Escrita
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de acordo com
um plano previamente elaborado pelo aluno.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)

Outros (Inter)Textos
“Arte poética” e “Processo”, de José Saramago

Página 199

Leitura | Compreensão
MC

Página 70 de 129
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

CD áudio 1 Faixa 20

Recursos multimédia
Interatividade – Vida e obra de Miguel Torga

1.1. O travessão, neste caso concreto, destaca orações com características explicativas. O seu uso repetido
enfatiza o papel do rei-poeta, cuja majestade se exerce pela “pena” e pelo “manto”.
1.2. O título remete para a grandeza e para o poder de um rei, mas verifica-se, depois, no decorrer do poema,
que este rei é o poeta “pela graça mágica e secreta/De imaginar” (vv. 3-4), que não dispõe dos símbolos
tradicionais de poder.
2. O rei-poeta da composição mostra o seu poder “pela graça mágica e secreta/De imaginar” (vv. 3-4), pela “pena”
(v. 5), em substituição do “cetro” (v. 5), e cobre-se apenas com a sua “pele” (v. 7), em vez do “manto” real (v. 7). É,
“Por direito divino” (v. 12), “Um grande soberano/No seu triste destino/De ser um monstro humano” (vv. 9-11).
2.1. A antítese em “grande soberano” (v. 9) / “triste destino” (v. 10) e “monstro humano” (v. 11) / “direito divino”
(v. 12).

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. “Majestade” – “rei”, “cetro”, “manto”, “soberano”.


2. Castigo, punição, sanção judicial – Vai ter de cumprir a pena!; tristeza – É uma pena que isso tenha
acontecido!; esforço – Valeu a pena! Conseguimos!

Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
5.1. Produzir textos orais seguindo um plano previamente elaborado.
5.2. Produzir textos linguisticamente corretos, com riqueza vocabular e recursos expressivos adequados.
5.3. Mobilizar adequadamente marcadores discursivos que garantam a coesão textual.
6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
O11 – 6.1. Produzir os seguintes géneros de texto: [...] apreciação crítica [...].
6.3. Respeitar as seguintes extensões temporais: [...] apreciação crítica – 2 a 4 minutos [...].

Página 200

Pré-leitura
MC
L12 – 7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
EL – 14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

CD áudio 1 Faixa 21

1. Orfeu

Página 71 de 129
Orfeu é o Cantor por excelência, o músico e o poeta. Toca lira e cítara, instrumento cuja invenção lhe é atribuída.
[…] Orfeu sabia cantar melodias tão suaves que até as feras o seguiam, as árvores e as plantas se inclinavam na
sua direção e os homens mais rudes se acalmavam. […]
O mais célebre mito protagonizado por esta personagem é o da descida aos Infernos por amor da esposa,
Eurídice. […]
Com a sua lira, encanta os monstros e os deuses que aí habitam. […] Hades e Perséfone consentem em devolver
Eurídice a um esposo que dá uma tal prova de amor. Mas impõem uma condição: Orfeu atingirá de novo a luz
do dia, seguido da mulher, sem se voltar para trás para a ver, antes de ter deixado o reino das trevas. Orfeu aceita
e põe-se a caminho. Estava quase a ver a luz do dia, quando uma dúvida terrível lhe veio ao espírito: Perséfone
não o teria enganado? Logo se volta para trás, vendo Eurídice desaparecer e morrer pela segunda vez. Em vão
tenta voltar aos Infernos para a procurar, mas Caronte está agora inflexível e é-lhe recusada a entrada no mundo
subterrâneo. É então obrigado a voltar para junto dos humanos, desconsolado.
GRIMAL, Pierre, 1992. “Orfeu”. Dicionário da Mitologia Grega e Romana. Lisboa: Difel
(pp. 340-341)
1.1. O canto de Orfeu, de acordo com o mito, caracterizava-se por ser suave e encantatório, enquanto o canto
do sujeito poético, associado a Orfeu pela influência que dele espera, é caracterizado pela intensidade, pela força,
revelando a face rebelde e revoltada de um Orfeu desafiador.

Página 201

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos […].

1. A ideia de rebeldia concretiza-se pelo uso de palavras conotadas com ações intensas, fortes e revoltadas:
“possesso” (v. 2); “fúria” (v. 4); “desafio” (v. 8); “gritos” (v. 11); “violências” (v. 12).
2. O “eu” poético estabelece o contraponto entre a sua poesia e a dos outros poetas – “felizes, sejam rouxinóis”
(v. 7) – de canto suave, descomprometidos da realidade.
3. As comparações reforçam a assunção da rebeldia do “eu” poético, que se aproxima de “um possesso” (v. 2) e de
“quem usa/Os versos em legítima defesa” (vv. 15-16).
4. O conceito de poesia aponta para a ação catártica dos versos: o sujeito poético canta para agir sobre o (seu)
tempo, assumindo uma posição interventiva.
5. 1.a estrofe: autocaracterização do sujeito poético. 2.a estrofe: Oposição eu/outros. 3.a estrofe: Assunção da
função interventiva da poesia.
6. Três sextilhas, com versos decassilábicos e dois hexassílabos (vv. 2 e 15). Rima cruzada em todas as estrofes e
emparelhada, na 3.ª estrofe. Rima rica e rima pobre.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.

1. a. Apócope e dissimilação;
b. Apócope, síncope e palatalização.
2.1. Palavras convergentes.
3.1. Derivação não afixal.
4. a. Predicativo do sujeito; b. Complemento do adjetivo.
5. “Se o canto é de terror ou de beleza”.
5.1. Complemento direto.
6. Coesão frásica: v. 7;
coesão interfrásica: vv. 5-6;
coesão referencial: v. 5.

Página 72 de 129
Página 202

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.

CD áudio 1 Faixa 22

1. A atenção do sujeito poético centra-se numa “menina” (v. 1) que afirma conhecer.
1.1. Pela comparação com a “rosa dos ventos” (v. 2) e com um “fruto maduro” (v. 9), esta menina é apresentada
como indecisa e inconstante. [A rosa dos ventos indica a direção dos ventos que, pela sua própria natureza, são
inconstantes. […] Assim acontece com a menina que pede ajuda quando alguém procura namorá-la e não aceita
a pretensão do pai que a quer guardar num convento. Acontece algo semelhante com a comparação com um
“fruto maduro”, na indefinição do seu medo quer de ser comido quer de permanecer na árvore até cair.]
2. O título do poema sintetiza a sátira feita à “menina”, remetendo para a crítica presente nas cantigas de maldizer
medievais.
3. Os versos apresentam sete sílabas métricas (redondilha maior).
3.1. Medida tradicional, ligada às construções poéticas de origem popular portuguesa, muitas vezes recuperada
pelos poetas.

Releitura(s)
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.
G12 – 18. 4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

1.1. As cantigas satíricas trovadorescas caracterizam-se, tematicamente, pela crítica. O texto de Miguel Torga
mantém relações intertextuais com esta tradição literária medieval logo desde o título. Mas esta aproximação
verifica-se também quer pelo conteúdo geral do texto – sátira à inconstância da menina – quer pelo ritmo e pela
medida tradicional dos versos.

Página 203

Pré-leitura
MC
L12 – 7.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: diário [...].
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

1.1. (B). 1.2. (C). 1.3. (A).


2. A temática do texto poético está centrada no medo e na falta de liberdade imposta por um regime político
opressivo, que limita a vida e o pensamento, tal como os excertos do diário do autor sugerem.

Página 204

Leitura | Compreensão

Página 73 de 129
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

CD áudio 1 Faixa 23

1. O tempo representado no poema é o da ditadura e caracteriza-se pelo medo, pelo sofrimento e pela falta de
liberdade (“Um fantasma levanta/A mão do medo sobre a nossa hora.”, vv. 3-4; “Oh! maldição do tempo em que
vivemos, / Sepultura de grades cinzeladas”, vv. 13-14).
2. O paralelismo salienta, nos dois primeiros versos das três primeiras quadras, a oposição existente entre aquilo
que “Apetece” e o que efetivamente acontece e que é distinto, como sugere a conjunção “mas”. Nos dois últimos
versos dessas estrofes, o paralelismo apresenta a justificação para as situações referidas, impostas pela opressão
do “fantasma” que determina o medo e a limitação da liberdade.
3. A última estrofe corresponde ao lamento conclusivo do sujeito poético sobre o seu presente, uma “Sepultura
de grades cinzeladas” (v. 14), uma prisão que deixa vislumbrar uma vida inexistente (“a vida que não temos”, v. 15)
e que não permite qualquer ação em relação à angústia sentida (“as angústias paradas”, v. 16), por imposição do
“fantasma” repetidamente mencionado.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
19.4. Identificar e caracterizar diferentes modalidades.

1. Situação (valor) habitual.


2. “Um fantasma percorre/Os motins” e “onde a alma se arrebata”. A segunda oração é subordinada adjetiva
relativa restritiva.

Página 205

Pós-leitura
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.
L11 – 7.7. Explicitar [...] marcas dos seguintes géneros: [...] discurso político [...].
L12 – 7.2. Explicitar a estrutura interna do texto, justificando.
8.2. Elaborar tópicos que sistematizem as ideias-chave do texto, organizando-os sequencialmente.

1. A temática dos textos de Torga é exatamente a da liberdade e do medo causado pela sua ausência, o que se
verifica também no excerto do discurso de Aung San Suu Kyi.
1.1. 1.o parágrafo – o medo de perder o poder e o medo do castigo do poder;
2.o parágrafo – a lei, a dignidade humana, a justiça e a decência coletiva;
3.o parágrafo – verdade, justiça e compaixão contra o poder impiedoso.
1.2. O excerto apresentado pertence ao género discurso político:
foi enunciado por uma personalidade ligada à proteção de valores sociais e políticos, Aung San Suu Kyi,
reconhecida socialmente, e proferido no âmbito da aceitação do Prémio Sakharov, em 1990;
trata-se de um texto de carácter persuasivo, com função de interpelar e levar à reflexão ou à ação dos
destinatários – “Não é o poder que corrompe, mas o medo. O medo de perder o poder corrompe aqueles que o
exercem e o medo do castigo do poder corrompe aqueles que lhe estão sujeitos [...].” (ll. 1-5); “Onde tais leis não
existem, o fardo de conservar os princípios da justiça e da decência coletiva recai sobre as pessoas comuns.” (ll. 22-
27);
caracteriza-se ainda pela apresentação de argumentos, contra-argumentos e exemplos [no excerto, são
identificáveis apenas os argumentos].

Página 74 de 129
Recursos multimédia
Vídeo – Discurso político

PowerPoint® didáticos
Discurso político
Fichas de trabalho por domínio – Leitura
Discurso político

Página 206

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.3. Fazer inferências.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.

Registos radiofónicos
Rubrica do programa O Livro do Dia, da TSF, sobre a edição Primeiros Poemas – As mãos e os Frutos – Os Amantes
Sem Dinheiro, de Eugénio de Andrade e transcrição

1. Cf. transcrição do registo radiofónico no Dossiê do Professor.


1.1. Segundo Carlos Vaz Marques, será talvez Eugénio de Andrade o poeta mais imitado dos últimos cinquenta
anos, tendo exercido um “poder de atração incomparável” junto de uma nova geração de poetas.
1.2. (D)

Recursos multimédia
Interatividade – Vida e obra de Eugénio de Andrade

Página 207

Escrita
MC
EL12 – 15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de
acordo com um plano previamente elaborado pelo aluno.
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)

1. O processo de criação poética de Eugénio de Andrade, na análise das suas palavras, corresponde a uma ação
de difícil execução.
É uma luta com o sofrimento provocado pela folha em branco, hostil e ardente, que, a tempos, vai sendo marcada
pela presença dos dedos que nela vão registando o poema (“Essa folha”). A procura da sílaba certa, da sílaba da
“salvação”, é retratada no primeiro texto, em que o “eu” poético referencia o tempo e a obstinação com que a
busca para seu conforto, para a construção do poema.
Ambos os textos remetem para um processo de criação artística árduo e laborioso, atento ao mais elementar
constituinte da palavra (“É pouca coisa, é certo: uma vogal, / uma consoante, quase nada.”, vv. 2-3). E o poema
marca a sua presença, “ora triunfante ora aflita, por vezes quase morta”, para salvação do poeta. (142 palavras)

Recursos multimédia
Tutorial – Escrever uma exposição

Grelhas de avaliação

Página 75 de 129
Grelha de avaliação da escrita – Exposição sobre um tema
Grelha de autoavaliação da escrita

Página 208

Pré-leitura
MC
EL12 – 15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

1. Resposta pessoal.
1.1. Ambos os textos referenciam a “liberdade” das palavras, que desafiam quem as quer utilizar, que não
obedecem ao “chamamento”.

Página 209
Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

CD áudio 1 Faixa 24

1.1. O sujeito poético refere um presente de relação difícil com as palavras, que lhe obedecem muito menos
(“Obedecem-me agora muito menos, / as palavras”, vv. 1-2), que resmungam e que não demonstram respeito. No
passado, as palavras terão gostado dele, a relação entre ambos terá sido harmoniosa (“e elas durante muitos
anos/também gostaram de mim: dançavam/à minha roda quando as encontrava.”, vv. 11-13).
1.2. Através da personificação, as palavras são-nos apresentadas com características humanas (“resmungam, não
fazem / caso do que lhes digo”, vv. 3-4), o que lhes atribui, no processo de criação artística, uma dimensão
independente e dinâmica, longe de constituírem uma realidade inerte. As palavras sentem, reagem e debatem-
se com o sujeito poético.
2. Estes versos afirmam um processo de criação meticuloso e rigoroso do sujeito poético, que procura as palavras
certas, numa perspetiva intransigente do seu uso.
3. Os dois pontos marcam uma pausa que introduz uma explicação, uma especificação. Nela, o sujeito poético
explicita o tipo de relação existente entre ele e as palavras.
4. A interrogação parece apontar uma justificação alternativa para a desobediência das palavras, assente na
possibilidade de ter sido o poeta quem mudou, uma vez que passou a procurar as palavras mais difíceis.
5. O título do poema remete exatamente para o presente da relação do sujeito poético com as palavras, que
descreve, depois, ao longo do texto.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
19.1. Identificar e interpretar formas de expressão do tempo.
19.2. Distinguir relações de ordem cronológica.
19.3. Distinguir valores aspetuais.

1. a. sujeito; b. complemento oblíquo; c. modificador restritivo do nome; d. complemento do nome; e.


modificador (do GV); f. predicativo do sujeito.
2. “[-] resmungam” (v. 3); “[-] não fazem” (v. 3); “lhes” (v. 4); “[-] não respeitam” (v. 5); “[-] fartaram-se” (v. 6); “[-]
não me perdoam” (v. 7); “delas” (v. 10); “elas” (v. 11); “[-] dançavam” (v. 12); “as” (v. 13); “elas” (v. 14); “[-] estão”
(v. 16); “[-] escapam-se” (v. 16); “[-] arreganham” (v. 17); “retê-las” (v. 18); “as” (v. 19).

Página 76 de 129
3. Relativamente ao presente de enunciação – “Eu gosto delas” – as orações “nunca tive outra/paixão” e “e elas
durante muitos anos/também gostaram de mim” estabelecem uma relação de anterioridade.
4. a. Valor imperfetivo;
b. Valor iterativo.
5. Valor de probabilidade.

Oralidade
MC
EL12 – 14.1. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação da leitura.

Página 210

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)

1. O sujeito poético recria poeticamente um instante real do quotidiano.

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos [...].
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

CD áudio 1 Faixa 25

1. Um dia de chuva que é “um jogo inocente de luzes, / de crianças ou beijos, de fragatas” (vv. 7-8).
2. A rapariga tem pés “formosos” (v. 2) e “leves” (v. 3), que lhe conferem uma dimensão de leveza quase angelical.
Dos pés nasce um corpo que não se desprende deles, como se eles fossem a origem e o fim da sua imagem.
3. Sensações visuais (vv. 1, 7-8, 9), tácteis (“leves”, v. 3), gustativas/tácteis (“sabor do sol”, v. 5) e auditivas (“canta
na folhagem”, v. 6).
4. No verso 9, o “eu” poético refere “Uma gaivota” que parece despertá-lo (“passa nos meus olhos”) da
deambulação poética anterior e o faz retomar a imagem da rapariga descalça, transfigurando-a.
5. a. Sinestesia. Destaca a sensação agradável produzida pela chuva. b. Gradação. Cria uma evolução crescente de
poetização, na qual a rapariga perde progressivamente a sua fisicalidade e passa a fundir-se com o ambiente
sensorial.
6. As três quadras correspondem ao desenvolvimento tripartido do tema. Na 1.a, o “eu” poético, num dia de chuva,
fixa-se numa rapariga descalça. Transpõe depois a sua reflexão para a chuva e a luminosidade do dia, na 2.a. Na
última, retoma a imagem da rapariga em ambiente de deslumbramento poético.

Página 211

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

Página 77 de 129
1. Um rapaz procura envolver-se amorosamente com uma donzela, que pede a opinião da mãe.
2. Nas duas primeiras estrofes, o sujeito poético feminino refere que tinha um “cravo” e um “lenço de mão”, que
um rapaz lhe pediu. Sem resposta expressa da mãe nas duas primeiras estrofes, na terceira verifica-se que a
rapariga acedeu ao pedido, dando-lhe o cravo e o lenço. Pergunta, então, à mãe se deverá dar ao rapaz o seu
coração, caso ele lho peça.
3. O título do poema, “Canção”, confirma-se na composição pela estrutura paralela e pela presença de refrão (“–
mãe, dou-lho ou não?”), fazendo lembrar a lírica trovadoresca no que diz respeito ao ritmo e à construção.

Releitura(s)
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.
G12 – 18. 4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

1.1. Nas cantigas de amigo, género medieval com o qual o texto de Eugénio de Andrade dialoga mais
proximamente, um sujeito poético feminino manifesta o seu sentimento amoroso, tendo, muitas vezes, como
confidente a natureza ou a mãe – como acontece no texto analisado. Formalmente, as cantigas de amigo
caracterizam-se por construções baseadas no paralelismo, com recurso a refrão, estrutura a que Eugénio de
Andrade também recorre nesta composição poética.

PowerPoint® didáticos
A poesia trovadoresca
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Poesia trovadoresca

Página 212

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.
3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos exemplos.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
O10 – 6.1. Produzir os seguintes géneros de texto: síntese [...].
6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
6.3. Respeitar as seguintes extensões temporais: síntese – 1 a 3 minutos [...].

Registos vídeo
Peça jornalística da RTP sobre a morte de Vasco Graça Moura e respetiva transcrição

1. Cf. transcrição do registo vídeo no Dossiê do Professor.

Recursos multimédia
Interatividade – Vida e obra de Vasco Graça Moura

PowerPoint® didáticos
Síntese

Páginas 213-214

CD áudio 1 Faixas 26 a 30

Página 78 de 129
Página 215

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

Soluções de atividades
1. / 1.1. Correção do trabalho de grupo.

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. “sigo pois no labirinto/de lisboa a horas tardas” – coordenada;


“vou perdido” – coordenada copulativa [assindética];
“mas pressinto” – coordenada adversativa;
“ou sei mesmo por instinto” – coordenada disjuntiva;
“que nalgum lugar me aguardas” – subordinada substantiva completiva.
2. “[catorze] versos”; “[dez] sílabas”; “esquema [abba]”; “quadra”; “[dois] tercetos”.

Releitura(s)
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

1.1. Os textos C e D recorrem à forma clássica do soneto, de versos decassilábicos, muito utilizada por Camões.
No texto B, recria-se uma medida tradicional também usada por aquele poeta, a redondilha maior, numa
composição sujeita a mote e com três voltas (lembrando os vilancetes e cantigas camonianos).
1.2. Cf. Bloco Informativo, pp. 344-347.

Página 216

Escrita
MC
E10 – 11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: síntese [...].
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)

1. Para Vasco Graça Moura, não há qualquer receita para fazer um poema. O poema, que não surge do nada,
porque estará sempre ligado a outras concretizações linguísticas que o precedem, poéticas ou não, será o
resultado do apetrechamento cultural, do adestramento técnico, de um bom domínio da língua, e não de
pura inspiração.
Um poema, produto de uma ideia muito concreta ou de descoberta progressiva, de um processo de escrita e
reescrita, congrega o tempo e a experiência de vida do poeta, mas, enquanto objeto verbal controlado pelo
autor, faz-se mais de ficcionalidade do que de realidade. [97 palavras]

Fichas de trabalho por domínio – Escrita

Página 79 de 129
Propostas de escrita – Síntese
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Fichas globais

Página 217

Escrita
MC
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)
EL12 – 15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.

CD áudio 1 Faixa 31

Recursos multimédia
Interatividade – Vida e obra de Ana Luísa Amaral

Página 218

Pré-leitura
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

1.1. Se José Saramago considera o computador como fundamental para a sua escrita, Ana Luísa Amaral vê-o
como completamente dispensável na sua criação artística, não abdicando do trabalho de escrita e reescrita à mão.

Página 219

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

CD áudio 1 Faixa 32
1. O verso 1 enuncia uma intenção de centrar a atenção do leitor em algo importante. O sujeito poético fá-lo no
início do texto para focar a técnica (computador) e repete-o no final para afirmar o seu gosto particular pela
ação artesanal (escrita no papel).
2. A utilização dos parênteses destaca a expressão “quase todas”, uma quantificação indefinida de “letras”, num
tom irónico de antecipação das limitações existentes também pelo uso do computador – afinal, parece também
existir com o computador o problema de as letras não caberem no verso.
3. Depois do elogio inicial da técnica permitida pelo uso do computador nas duas primeiras estrofes, o sujeito
poético afirma-se, a partir da terceira, dependente do lápis e da folha de papel para a sua produção artística. A
conjunção coordenativa adversativa “Mas” marca a oposição relativamente ao conteúdo proposicional anterior.
4. O título corresponde à oposição entre a escrita poética realizada através do computador (técnica) e a escrita
poética concretizada com recurso a lápis e papel, através de um processo de maior ligação entre o artista e a sua
arte (artesanato).

Página 80 de 129
Recursos multimédia
Interatividade – “Técnica vs Artesanato”, Ana Luísa Amaral

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. “bips” (v. 4) – onomatopeia; “écran” (v. 9) – empréstimo.

Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
4.1. Debater e justificar pontos de vista e opiniões.
4.2. Considerar pontos de vista contrários e reformular posições.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
6.4. Participar ativamente num debate (duração média de 30 a 40 minutos), sujeito a tema e de acordo com as
orientações do professor.

Página 220

Pré-leitura
MC
L11 – 7.7. Explicitar [...] marcas dos seguintes géneros: artigo de divulgação científica [...].
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

1. A intenção comunicativa do artigo é a divulgação científica dos efeitos dos cheiros, dos aromas, no cérebro
humano.
1.1. O artigo, publicado numa revista, é um texto jornalístico de natureza expositiva e informativa, que divulga
factos relevantes sobre os efeitos dos cheiros no cérebro humano. Apresenta a explicitação das fontes (“segundo
um estudo recentemente publicado na revista norte-americana Journal of Consumer Research”, ll. 18-21; “já foi
comprovado, em múltiplas ocasiões, por Maria Larsson. Com efeito, a investigadora da Universidade de Estocolmo”,
ll. 28-31) e utiliza vocabulário científico e técnico (“região emocional do encéfalo”, ll. 1-2; “amígdala, o centro
emocional do cérebro”, ll. 8-9; “aos neurónios do hipotálamo”, ll. 13- -14). Tratando-se de um texto de divulgação,
que pretende chegar ao público em geral, recorre a linguagem objetiva e sem artifícios literários.
1.2. O poema de Ana Luísa Amaral explora a ideia da persistência das memórias olfativas e os seus efeitos.

PowerPoint® didáticos
Artigo de divulgação científica
Fichas de trabalho por domínio – Leitura
Artigo de divulgação científica
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Fichas globais

Página 221

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.

Página 81 de 129
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

CD áudio 1 Faixa 33

1. A sinestesia (vv. 2-4), numa associação de sensações olfativas a sensações visuais e auditivas, que enriquece a
descrição metafórica das memórias do sujeito poético.
2. Os dois pontos estabelecem uma paragem para uma explicação ou uma especificação. Depois do primeiro
verso, o sujeito poético define “as memórias”, centrando o seu discurso nas memórias olfativas e na sua
persistência temporal (segunda estrofe). Os dois pontos do verso 12 preparam uma enumeração genérica de
sensações olfativas retidas na memória do sujeito poético (vv. 13-14).
3. Uma câmara escura é um local escuro onde a luz entra, através de um orifício, projetando uma imagem que
fica registada numa superfície. Ora, o sujeito poético vê a câmara escura da memória dos cheiros como mais
eficaz na retenção do “teor do universo” (vv. 16-17) do que a fotografia. Esta memória é um “Cofre guardado
muito mais que em cor” (v. 15), que é o que a fotografia retém.

Oralidade
MC
O12 – 1.4. Apreciar a qualidade da informação mobilizada.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos exemplos.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
6.1. Produzir os seguintes géneros de texto: texto de opinião [...].
6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
6.3. Respeitar as seguintes extensões temporais: texto de opinião – 4 a 6 minutos [...].

CD áudio 1 Faixa 34
Transcrição do texto no Dossiê do Professor

Página 222

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico [...].

CD áudio 1 Faixa 35

1. O universo de referência é a literatura popular e a tradição literária portuguesa, apresentado, por


questionamento, pelo inverso, o que se prediz a partir do título – “Avessos contos de fadas”.
2. A repetição do verso “E se fosse o tempo antigo” parece querer levar o leitor à reflexão sobre conceções
ideológicas ancestrais, recorrentes na literatura tradicional, procurando questioná-las, e invertê-las até, numa
aproximação ao presente, não tão distante, talvez, de tais conceções.
A última estrofe, de ritmo mais marcado, tem como verso inicial “E se fosse o tempo novo”, numa antítese relativa
ao verso “E se fosse o tempo antigo”, e enuncia um tempo de amor. O texto deixa-nos sem resposta óbvia para o
presente: questiona a relação do presente com o tempo antigo e com o tempo novo, sem evidenciar claramente
uma perspetivação.

Releitura(s)
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

1. O poema estabelece uma clara relação intertextual com Frei Luís de Sousa, ao referenciar a figura do romeiro e
as palavras “Ninguém!” e “tragédia”.

Página 82 de 129
Após uma longa ausência, tendo sido considerado morto em Alcácer Quibir, D. João de Portugal regressa a sua
casa como romeiro desconhecido, deparando-se com a sua esposa, D. Madalena, casada com Manuel de Sousa
Coutinho, de quem tinha uma filha, Maria. Com todos os ingredientes trágicos a ferverem em lume brando desde
o início da obra, é no momento de identificação do romeiro – Ninguém! –, na presença de Telmo, que começam
verdadeiramente a sentir-se os seus efeitos em todos os intervenientes.

Página 223

1.1. A obra Frei Luís de Sousa é exatamente um “avesso conto de fadas”. É um romeiro que chega, dizendo ser
“Ninguém!”, que causa a precipitação da ação trágica. Mas a tragédia já se desenhava, apesar de a vida da família
decorrer com salpicos de alegria (vv. 11-14). Nos contos de fadas, o Romeiro talvez fosse “Ninguém-ninguém”,
um qualquer romeiro. Neste “avesso conto de fadas”, o Romeiro é D. João de Portugal.

Caderno de Testes e Questões de aula


Teste de compreensão do oral 4

Projeto de Leitura
MC
EL12 – 15.6. Ler uma ou duas obras do Projeto de Leitura relacionando-a(s) com conteúdos programáticos [...].
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos [...].
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)

1.1. O tema dos textos é a arte poética e a forma como o sujeito poético a entende, tema que foi tratado também
com Miguel Torga, na sua descrição do rei-poeta (“Majestade”) e enquanto “Orfeu Rebelde”, com Eugénio de
Andrade, no seu trabalho árduo em busca da sílaba exata (“A sílaba”) e na luta com as palavras que não lhe
obedecem (“Agora as palavras”) e com Vasco Graça Moura, na sua insinuação poética diversa (“em cada verso
insinuo”) e em “voltas a mote”, sobre a relação entre poesia e poeta.
1.2. “Corpoema” – O título é uma amálgama entre as palavras “corpo” e “poema”, remetendo para a forma como,
no texto, as sílabas se articulam entre a alma e o corpo na composição poética; “Pacto” – O título referencia o
acordo estabelecido entre as palavras (“Verbo”) e o sujeito poético – “Deixar que as palavras apenas exprimam/o
que sem palavras tentava exprimir-se”.
1.3. Resposta pessoal.

Projeto de leitura
Sinopses e informações sobre as obras no Dossiê do Professor

Página 224

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.

PowerPoint® didáticos
Poetas contemporâneos

Página 225

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.

Página 83 de 129
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Poetas contemporâneos
Grelhas de avaliação
Grelha de autoavaliação – sequência 3

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Poetas contemporâneos
Teste de compreensão do oral 5

Página 226

Ficha Formativa
Cotações
Grupo I
Educação Literária – 100 pontos
Grupo II
Leitura e Gramática – 50 pontos
Grupo III
Escrita – 50 pontos

PowerPoint® didáticos
Correção da Ficha Formativa 3

Grupo I
A
1.1. O sujeito poético propõe-se tratar o tema do amor num soneto. Questionando a antiguidade da forma,
contra-argumenta com o mundo: “também o mundo é e ainda existe” (v. 8). Não vislumbra, porém, qualquer
vantagem na rima, o que poderá ser visto como “limite” (v. 10), como determinante para a construção do
soneto, mostrando a sua indiferença (“deixa ser”, v. 10).
2. Após a manifestação de indiferença pela rima (v. 9), surgem os versos 10 e 11 a rimar. O sujeito poético sente
necessidade de referir a casualidade do facto, em discurso parentético, sublinhando, assim, a liberdade formal que
defende.
3. A última estrofe conclui a linha de pensamento, na indiferença em relação à estrutura do soneto e
relativamente à construção do poema: afirmar a importância do tratamento do tema amor e promover o
desvio poético é ciência. É exatamente o que encontramos no texto e no seu título – um soneto (anunciado)
científico (enunciando princípios de arte poética) a fingir (porque apenas é anunciado, mas não
concretizado).

Página 227

B
4. No mote, verifica-se a metáfora semear o Amor. Na primeira volta, o sujeito poético assume-se como semeador
do Amor, mas também dos seus danos, afirmando que nunca viu quem colhesse o que semeou. A segunda volta
apresenta o exemplo dos espinhos floridos, bonitos para os olhos, mas que causam sofrimento, retomando o seu
caso pessoal na terceira volta: o seu trabalho vão, a sementeira de grão, a colheita de dor e o sofrimento causado
pelo amor. As voltas parecem assumir a negação da positividade do mote.
5. O texto é composto por um mote de três versos e três voltas de sete versos, com cinco sílabas métricas
(redondilha menor), apresentando o seguinte esquema rimático: a b b / a b b a a c c / a b b a a c c / a b b a a c c.

Página 84 de 129
Verifica-se rima interpolada e emparelhada, com exemplos de rima pobre (“danos” / ”enganos”) e rica
(“florida”/“vida”), sendo consoante em todos os casos.

Página 228

Grupo II
1. (C)
2. (D)

Página 229

3. (C)
4. (C)
5. (C)
6. (A)
7. (B)
8. Oração coordenada explicativa.
9. Conjunção subordinativa completiva.
10. “pessoas” (l. 67)

Soluções de atividades
Cotações, sugestões de resolução e grelhas de correção da Ficha Formativa 3

Caderno de Testes e Questões de aula


Testes por sequência – Teste 5, com matrizes, grelhas de correção e sugestões de resolução

Página 232

EL
O Programa prevê a leitura integral de um dos romances de José Saramago – O Ano da Morte de Ricardo Reis e
Memorial do Convento – com a obrigatoriedade, contudo, de, nos anos letivos de 2017/2018 e 2018/2019, se
estudar o primeiro. Assim, apresentam-se propostas de exploração para as duas obras, de forma a possibilitar
escolhas e trabalhos diferenciados, nos anos letivos posteriores aos acima mencionados.
Ainda que os romances de José Saramago não apresentem essa designação ou mesmo uma numeração das
grandes sequências textuais que os constituem (e que se demarcam por espaços em branco e início a meio de
página), optou-se, por uma questão didática, por adotar o termo “capítulo” na referência a cada uma delas.

Recursos do projeto: ao longo da sequência, indicam-se, em contexto, alguns dos recursos do projeto. Contudo,
aconselha-se a consulta do “Índice de recursos do projeto”, presente nas páginas 10 a 42 do Dossiê do
Professor, no qual se elencam todos os recursos passíveis de utilização em articulação com as atividades
propostas.

MC
L12 – 9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.
O12 – 5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2., 5.3.)

Sugestões de abordagem dos textos e imagens:


 Troca de impressões sobre os suportes e os locais escolhidos para as imagens;
 Apresentação de pontos de vista acerca da relevância da figura de José Saramago na cultura portuguesa e na
sua relação com os artistas contemporâneos;
 Reflexão sobre o valor simbólico de José Saramago e da sua obra.

Página 85 de 129
Página 235

Leitura | Compreensão
MC
L12 - 7.2. Explicitar a estrutura interna do texto, justificando.
G12 - 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1.1. (C)
1.2. (D)
1.3. (B)
1.4. (A)
1.5. (C)

Outros (Inter)Textos
“Um mundo e um estilo novos” de Kjell Espmak

Página 236

Oralidade
MC
O12 – 1.2. Explicitar a estrutura do texto.
1.4. Apreciar a qualidade da informação mobilizada.
1.5. Identificar argumentos.
1.6. Apreciar a validade dos argumentos aduzidos.
1.7. Identificar marcas reveladoras das diferentes intenções comunicativas.
8. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: diálogo argumentativo [...].
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.

Recursos multimédia
Vídeo – Diálogo argumentativo
Tutorial – Diálogo argumentativo

2.2. (a) O grafíti como violação da propriedade privada. (b) Vandalização do portão da garagem. (c) O grafíti
como forma de expressão artística. (d) Grafítis que embelezam zonas urbanas abandonadas. (e) Os grafítis como
transmissores de mensagens de violência ou valores antissociais. (f) A associação de grafítis a grupos de
conotação negativa (gangues, claques de futebol). (g) Os grafítis como forma de integração social de
adolescentes em risco. (h) O projeto de uma associação, em que jovens criaram grafítis que veiculavam
mensagens de paz e tinham qualidade estética.

PowerPoint® didáticos
Diálogo argumentativo
Fichas de trabalho por domínio – Oralidade (CO)
Diálogo argumentativo

Página 237

Leitura | Compreensão
MC
L12 – 7.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
7.3. Fazer inferências, fundamentando.
7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.

Página 86 de 129
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: diário [...].

1. A nomeação como Doutor honoris causa pela Universidade de Manchester.


2. A infância e as diferentes ocupações profissionais.
3. O autor apresenta-se, no presente, como o resultado do que foi ao longo da vida, ou seja, uma pessoa que
reuniu as experiências do “rapazito” (l. 4), do “adolescente” (l. 5) e do “homem” (l. 7).
3.1. A referência às palavras de Benedetto Croce salienta o facto de o autor sentir que, sem o passado, não seria
a pessoa que é, a súmula dos seus “eus” anteriores. Logo, toda a História, entendida no sentido de relato do
passado, se torna contemporânea por se refletir no presente, no caso, do autor.
4. O texto corresponde a um excerto diarístico, caracterizado, em termos estruturais, pela presença da data e de
um fragmento, no qual o autor, num discurso marcado pela narratividade e pela subjetividade (1.a pessoa: “mim”,
l. 2, “me”, l. 2, “estou”, ll. 14 e 15, “meu”, l. 16), relata e reflete sobre acontecimentos do seu quotidiano.

PowerPoint® didáticos
Diário

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.
19.3. Distinguir valores aspetuais.

1.1. Valor perfetivo: “acabam de ser nomeados”.

Página 238

1.2. Complemento agente da passiva.


1.3. A Universidade de Manchester acaba de nomear aquele homem, aquele adolescente e aquele rapazito Doutor
honoris causa. “A Universidade de Manchester”: sujeito; “acaba de nomear aquele homem, aquele adolescente e
aquele rapazito Doutor honoris causa”: predicado; “aquele homem, aquele adolescente e aquele rapazito”:
complemento direto; “Doutor honoris causa”: predicativo do complemento direto.
2. Oração subordinada substantiva completiva.
2.1. Complemento direto.
2.2. Coesão interfrásica.

Oralidade
MC
O12 – 1.5. Identificar argumentos.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
O10 – 1.7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: [...] documentário [...].

Registos vídeo
Programa Grandes Livros – José Saramago e transcrição

1. Cf. Transcrição do registo no Dossiê do Professor.


1.1. (B)

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] apreciação crítica [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5., 12.6.).
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

Página 87 de 129
Fichas de trabalho por domínio – Escrita
Propostas de trabalho de escrita – Apreciação crítica
Grelhas de avaliação
Grelha de avaliação da escrita – Apreciação crítica
Grelha de autoavaliação da escrita

Página 239

Projeto de Leitura
MC
EL12 – 15.6. Ler uma ou duas obras do Projeto de Leitura relacionando-a(s) com conteúdos programáticos de
diferentes domínios.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
E12 – 10. Planificar a escrita de textos. (10.1.)
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (11.1.)
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5., 12.6.)
13. Rever os textos escritos. (13.1.)

Projeto de Leitura
Sinopses e informações sobre as obras no Dossiê do Professor

Página 240

Fichas de leitura
Ficha de verificação da leitura de O Ano da Morte de Ricardo Reis

Pré-leitura
MC
L12 – 7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.
9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

1.1. Resposta pessoal. Hipótese de referência ao facto de, como sugerem as palavras de Saramago na contracapa
do romance, o autor imaginar uma nova vida para Ricardo Reis, regressado a Portugal após a morte de Pessoa.
2. As duas primeiras epígrafes do romance remetem para a ideia de inação, de passividade.
3.1. A relação que se estabelece entre “o que se contenta com o espetáculo do mundo” e os elementos naturais é
caracterizada por uma similitude de condições que decorre do facto de todos serem marcados pela finitude e
pela transitoriedade, sugerida (por meio da anástrofe) com a referência à ação da “tesoura” de “Átropos”.
3.2. O sujeito poético defende uma filosofia de vida norteada pela apatia e pela moderação, numa atitude
contemplativa de base epicurista que valoriza o momento presente e recusa as preocupações (vv. 1, 4-5, 11-
13). Assim, reconhece a brevidade da vida (vv. 7-10), aceita e “espera, contente quase” e “tranquilo” (v. 16), a
chegada da morte (“a abominável onda”, v. 19), sem inquietações exageradas e perturbadoras (“desejo mal tido”,
v. 18).

Página 241

Fichas de trabalho por domínio – Gramática


Fichas globais

Página 88 de 129
Página 242

Leitura | Compreensão
MC
EL12 - 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

1. O texto explica as circunstâncias que determinaram a escrita de O Ano da Morte de Ricardo Reis.
2. “impressionava-me” (l. 5), “atraía” (l. 7), “indignava-me” (l. 7), “admiração” (l. 9), “rancor surdo” (l. 10), “antigo
rancor” (l. 21), “permanente admiração” (ll. 21-22), “fascinação” (l. 29) e “calafrio” (l. 30).
2.1. Segundo o autor, a admiração pela “obra magnífica de Ricardo Reis” (l. 5) não impedia que nela visse uma
dimensão excessivamente compassiva, que o intrigava e que a escrita do romance pretendeu desafiar.
3. Resposta pessoal.

Pós-leitura
MC
L12 – 7.2. Explicitar a estrutura interna do texto, justificando.
7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: [...] apreciação crítica
[...].

1.1. O primeiro parágrafo da apreciação crítica constitui uma introdução/explicação alusiva à obra de Fernando
Pessoa e à sua dimensão desafiadora, justificativa do assunto do livro de Saramago, cuja descrição sucinta surgirá
no segundo parágrafo.
1.2. O texto apresenta uma apreciação positiva do romance de José Saramago. A sua escrita, entendida como
“tarefa delicada” (l. 21) e “desafio” de extrema “grandeza” (l. 23), repercutiu-se numa obra de “magnífica
originalidade” (ll. 34-35) associada à continuação “do nosso melhor modernismo” (l. 36).

Página 243

Recursos multimédia
Interatividade – O Ano da Morte de Ricardo Reis: visão global

PowerPoint® didáticos
O Ano da Morte de Ricardo Reis

Página 245

Pré-leitura
MC
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

1.1. Segundo o poeta, o “Reino Lusitano” (v. 2) merece a exaltação que lhe dedica na sua epopeia por ter lutado
contra os mouros, levando-os a abandonarem o seu território (“Deitando-o de si fora”, v. 7), e por continuar a
revelar o seu carácter bélico e vitorioso nas guerras que trava com eles em África (“e lá na ardente / África estar
quieto o não consente.”, vv. 7-8).

Página 89 de 129
1.2. O verso 3 anuncia a vocação marítima dos portugueses, determinada em larga medida pela sua posição
geográfica no continente. Da terra, que “se acaba”, os portugueses viraram-se para onde “o mar começa” e
iniciaram, eles também, uma nova época na sua História.
1.3. Paródia de intenção crítica, que inverte os nomes “terra” e “mar” na relação acabar/começar para sugerir
que o tempo de procurar glória no mar terminara. Fica a ideia de que, no presente da ação – 1935 –, deveriam
procurar-se as grandezas e a excelência nacional em terra, no país que Pessoa, em Mensagem, via envolto em
nevoeiro.

Recursos multimédia
Vídeo – O Ano da Morte de Ricardo Reis [representação teatral]: chegada de Ricardo Reis a Lisboa

PowerPoint® didáticos
Intertextualidade
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Intertextualidade

Página 247

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

1. A paródia do verso de Camões remete, em termos pessoais, para a história de Ricardo Reis, que vai agora
abandonar o mar, após a viagem que o trouxe do Brasil, e recomeçar em terra, Lisboa, procurando “continuar em
terra firme a vida” (l. 9).
2. Ricardo Reis é destacado, inicialmente, em função da situação que o levou a Lisboa: viajante vindo do Brasil,
e caracterizado nessa circunstância, no diálogo com o taxista, passa a hóspede do hotel quando se revela a
intenção de permanecer na capital. Assim, são primeiramente apresentadas as características psicológicas da
personagem (que determinam o curso da narrativa) e só depois ela é identificada pelo nome e pelos seus traços
biográficos (elementos menos relevantes, considerando a intenção de Saramago com o romance).
3. No diálogo com o taxista, as “duas perguntas fatais” (l. 17) sugeridas remetem para a perturbação dos
princípios existenciais expressos na poesia de Reis: ataraxia, indiferença, tranquilidade, calma aceitação do
destino. No fundo, as perguntas colidem com a ideia de desassossego preconizada pelo poeta, ao exigirem
reflexões e obrigarem o “eu” a intervir sobre o seu destino.
4. Reis vê no rio um símbolo da existência, procurando inspirar-se nele para seguir o seu destino de forma
irreversível e inexorável.
5. A interrupção abrupta do motorista sugere que as “grandes mudanças” (l. 27) ocorridas nos últimos “dezasseis
anos” (l. 26) podem não ser positivas, ou, provavelmente, apressar-se-ia a enumerá-las. Ao perceber que o seu
interlocutor não conhece o contexto político e social do país e receando, eventualmente, nesse mesmo contexto,
exceder-se nos comentários, opta por encerrar o assunto, cabendo a Reis descobrir por si mesmo as mudanças
anunciadas.
6. A expressão integra uma metáfora e uma hipérbole, que remetem para a perceção psicológica do tamanho
das escadas por Ricardo Reis.
6.1. A propósito da referência à “ascensão do Everest”, o narrador intervém, de forma omnisciente, para dar conta
de que a mesma, no tempo histórico da ação, ainda não havia ocorrido (a primeira subida ao topo do monte só
aconteceu em 1953), por isso constituindo ainda um “sonho”, uma “utopia” de quem se dedicava à escalada.
7. A última frase do excerto introduz o tema que será desenvolvido ao longo do romance. Mais do que os dados
biográficos de Ricardo Reis, a ação desvendará “o resto” que nele se pode ocultar, a sua dimensão psicológica (e
a perspetiva de “espectador do mundo”, como o próprio Saramago explica no texto da p. 241).

Página 90 de 129
Página 248

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. Saramago recorre apenas ao ponto final, para assinalar pausas longas (ll. 1-2), e à vírgula, que sinaliza as
restantes pausas e marcações da linguagem oral (ll. 12- -18).
2. O gerente, com voz e autoridade de quem o era, mas blandicioso como competia ao negócio de alugador,
perguntou se gostava do quarto, ao que Ricardo Reis respondeu que gostava e que ficava com ele. O gerente
questionou por quantos dias seria e o hóspede referiu que ainda não sabia, que dependia de alguns assuntos
que tinha de resolver e do tempo que demorassem.

PowerPoint® didáticos
Reprodução do discurso no discurso
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Reprodução do discurso no discurso

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1. A não utilização da pontuação convencional com recurso apenas a pontos finais e vírgulas; a marcação do início
de fala no discurso direto com recurso apenas à letra maiúscula; introdução de “repetições, comentários”,
“provérbios populares, muitas vezes adaptados […]”.

Recursos multimédia
Tutorial – Linguagem e estilo na obra de José Saramago

Página 249

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5., 12.6.).
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.
EL12 – 15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de
acordo com um plano previamente elaborado pelo aluno.

Recursos multimédia
Tutorial – Escrever uma exposição

PowerPoint® didáticos
Exposição sobre um tema

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.
G12 – 18.1. Demonstrar, em textos, a existência de coerência textual.
18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual.

Página 91 de 129
1. (a) silêncio. (b) ligação. (c) curso. (d) chuvas/tempestades. (e) tempestades/chuvas. (f) sentido. (g)
sombras. (h) olhar. (i) presente. (j) descrição. (k) intenções. (l) pessoas.

Página 250

Entre leituras
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.

1. a. F. Traz folhas com poemas seus (p. 22). b. V. (“treze de novembro de mil novecentos e trinta e cinco, passou
mês e meio sobre tê-la escrito”, p. 22). c. V. (The god of the labyrinth, de Herbert Quain, apelido que sugere a leitura
como “Quem”, p. 21). d. F. Vê pela primeira vez Marcenda.
Nota:
Poema “Mestre, são plácidas”, de Ricardo Reis, citado no capítulo 1 (p. 22), transcrito na página 66 deste manual.
2.1. “esta manhã de mil novecentos e trinta e cinco, mês de dezembro, dia trinta” (p. 38); “Fernando António
Nogueira Pessoa, falecido no dia trinta do mês passado, enterrado no dia dois do que corre” (p. 40).
2.2. Ida aos jornais e reflexão sobre a divulgação da morte de Fernando Pessoa na imprensa; visita ao cemitério e
ao jazigo de Fernando Pessoa; deambulação por Lisboa (no regresso ao hotel); primeiro encontro com Lídia e
diálogo com Salvador sobre Marcenda.
2.3. Exemplos: “Assim se alheia do mundo um homem” (p. 34). “esperava sentir, quando aqui chegasse, quando
tocasse estes ferros, um abalo na alma profunda, uma dilaceração, um terramoto interior, [...] e afinal, só, e de leve,
um ardor nos olhos que vindo já passou, nem tempo deu de pensar nisso e comover-se de o pensar.” (p. 42). “contente
de não sentir sequer contentamento, menos ser o que é do que estar onde está, assim faz quem mais não deseja ou
sabe que mais não pode ter, por isso só quer o que já era seu, enfim, tudo.” (p. 52). “não é seu hábito condescender
com tais negligências, sempre seguiu as suas regras de comportamento, a sua disciplina” (p. 54).
2.4. Ricardo Reis conhece Lídia depois de chegar ao hotel e ter necessitado de um empregado para limpar a água
da chuva que entrara pela janela aberta do seu quarto. Confrontado com o nome da empregada, sorri
“ironicamente” (p. 51) face à homonímia com uma das interlocutoras das suas odes, figura bastante diferente da
criada “sem poesia” (p. 50).

Página 252

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. O advérbio remete para o cenário em que se integra Ricardo Reis e para os seus códigos de civilidade, que a
personagem cumpre.
2. A metáfora “a grande babilónia de ferro e vidro” salienta a grandeza, a confusão e a desordem do espaço.
3. Sensações auditivas – ex.: “ouve-os ranger nas curvas, o tilintar das campainhas” (ll. 2-3). Sensações olfativas –
ex.: “Respira-se uma atmosfera composta de mil cheiros intensos” (ll. 12-13). Sensações visuais – ex.: “olhar para
cima, e ver as altas frontarias de cinza-parda” (ll. 22-23). Sensações táteis – ex.: “todos porejando sombra e
humidade” (ll. 29-30).
4. Os “caixeiros” refletem as consequências do ambiente, nas suas “faces pálidas” (l. 31) e no seu “ar enfadado” (l.
33).
5. A cidade apresentada no excerto é sombria, monótona e desagradável, sugerindo, metaforicamente, o
ambiente do país no período histórico representado, com as consequências personificadas nos “caixeiros”.

Gramática

Página 92 de 129
MC
G12 – 18.1. Demonstrar, em textos, a existência de coerência textual.
18.3. Identificar marcas das sequências textuais.
19.2. Distinguir relações de ordem cronológica.
19.3. Distinguir valores aspetuais.

1. a. Simultaneidade. b. Posterioridade. c. Simultaneidade. d. Posterioridade.


2. Valor imperfetivo.
3. Princípio da não contradição.
4. (B).
4.1. Formas verbais no pretérito imperfeito e no presente (“Respira-se”, l. 12, “ouve-se”, l. 17, “levanta-se”, l. 28...),
conectores e marcadores discursivos com valor temporal (“já”, l. 7, “de vez em quando”, l. 17, “depois”, l. 18) e
espacial (“lá fora”, l. 2, “lá ao fundo”, l. 27), adjetivos e expressões caracterizadoras (“agitada”, l. 10, “ruidosas”, l.
11, “intensos”, l. 13, “altas frontarias de cinza-parda”, ll. 22-23...), vocabulário expressivo (“tilintar”, l. 3,
“excrementos”, ll. 13- -14...), recursos expressivos (“como os sinos duma catedral submersa ou as cordas de um cravo
ecoando infinitamente entre as paredes de um poço”, ll. 4-5, “grande babilónia de ferro e vidro”, ll. 9-10), vocabulário
do domínio sensorial (“ranger”, l. 2, “tilintar”, l. 3, “ruidosas”, l. 11, “cheiros”, ll. 12-13, “ouve-se”, l. 17, “ver”, l. 22,
“humidade”, l. 30...).

Página 253

Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
EL12 – 14.1. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação da leitura.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

Sugestão de tópicos a integrar na apresentação:


 o carácter deambulatório e o observador acidental;
 a poetização do quotidiano;
 a representação da cidade e dos tipos sociais;
 a descrição da cidade como espaço conotado com o aprisionamento e a tristeza;
 a perceção sensorial da realidade;
 a solidariedade social.

Recursos multimédia
Tutorial – Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa

PowerPoint® didáticos
Apresentação oral

Página 254

Pós-leitura
MC
L12 – 7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: [...] artigo de opinião.

1.1. Ambos os autores se referem, ainda que através de registos distintos, de forma negativa a Lisboa, salientando
as suas condições materiais deficientes. Coincidem também na atribuição da responsabilidade pela situação atual

Página 93 de 129
da capital ao poder político de âmbito local, aludindo às autarquias, e, em última instância, aos cidadãos, que
elegem os seus representantes para esses órgãos do poder.

Recursos multimédia
Interatividade – Artigo de opinião

PowerPoint® didáticos
Artigo/Texto de opinião
Fichas de trabalho por domínio – Leitura
Artigo de opinião

Página 257

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. A afirmação remete para o facto de, no excerto indicado, se articularem deambulação geográfica (passeio pelas
ruas de Lisboa) e viagem literária (evocações de Eça de Queirós e de Camões a partir da observação das suas
estátuas).
2. A transformação da frase de Eça coloca em primeiro plano narrativo a “fantasia”, envolvida pela “verdade”. Tal
acontece em O Ano da Morte de Ricardo Reis, em que o protagonista, criação literária de Pessoa, surge integrado
na realidade histórica.
3. O Bairro Alto é referido, nas linhas 27-28, por meio de uma antítese, que confronta a sua localização topográfica
com os “costumes” pouco elevados nele dominantes.
4. O narrador ironiza com a possível construção dos “bairros exclusivos” (l. 37) que vieram a dominar a paisagem
da zona urbana de Lisboa algumas décadas mais tarde. Assim, os comentários do narrador antecipam
acontecimentos futuros, que são integrados na narrativa sob uma perspetiva crítica.
5. O episódio narrado no terceiro parágrafo – o bodo do jornal O Século – contribui para a recriação do tempo
histórico visado pelo romance. Permite também caracterizar o espaço social da cidade, marcado pela existência
de muitos pobres – situação comum a que o polícia já estava “habituado”.
6. O labirinto, sobretudo conotado com o espaço que conduz sempre à figura de Camões, remete para a procura
da identidade, em primeiro lugar, a um nível nacional e, em segundo, ao nível individual de Ricardo Reis.
7. A enumeração destaca a falta de ocupação de Ricardo Reis e o carácter rotineiro da sua existência, nos
primeiros tempos em Lisboa.

Gramática
MC
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

1. Na passagem de Ricardo Reis pela estátua de Eça de Queirós, o narrador aproveita a frase do romancista nela
inscrita (ll. 14-15) para a reconstruir (ll. 17-18), remetendo para a própria construção da sua obra (cf. esquema da
p. 243). Para a estátua de Camões, o narrador referencia uma hipótese para um verso que nela poderia ter sido
colocado: “Aqui, com grave dor, com triste acento” (ll. 23-24) [na composição poética de Camões, o verso seguinte
é “deu o triste pastor fim a seu canto”]. É clara a intenção crítica do verso, associado à caracterização de “pobre
amargurado” (l. 24) que, simbolicamente, remete para todo o país.

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1. Deambulação geográfica: “passeia” e “mapear a cidade…” (l. 1); “descendo outras vezes o Chiado” (ll. 2-3);
“deambular físico” (l. 7); viagem literária: “cada ponto desencadeia […] um processo de divagação” (l. 3); “um percurso

Página 94 de 129
interno’” (l. 5); “deambular textual – o da literatura revisitada” (l. 8); “tecem-se, então, outros discursos da produção
pessoana ou camoniana” (ll. 8-9).

Página 258

Pós-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

1.1. a. Texto A – corresponde ao momento que antecede o encontro de Ricardo Reis com Marcenda, no Alto de
Santa Catarina.
Texto B – corresponde ao momento em que Ricardo Reis consegue um emprego numa clínica, no largo de
Camões.
Texto C – corresponde ao dia 10 de junho, já Ricardo Reis ficara sem emprego novamente.
b. No texto A, Camões representa, como na globalidade da obra, o contraste entre o tempo glorioso que exaltou
e o presente miserável. No texto B, Camões remete para uma ligação mais íntima com Ricardo Reis, que sugere
a sua aproximação ao poeta épico em termos de inspiração poética e de vocação profissional. No texto C, a
figura de Camões é ironicamente mencionada para aproximar o contexto de “apagada e vil tristeza” criticado
pelo autor d’ Os Lusíadas à situação contemporânea do país.

Página 260

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.1. Identificar tema e subtemas, justificando.
1.2. Explicitar a estrutura do texto.
1.3. Fazer inferências.
1.5. Identificar argumentos.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.

Registos radiofónicos
Pensamento cruzado (TSF) – O simbólico na passagem de ano e respetiva transcrição

1.2. Margarida Cordo – (B), (C), (E), (F), (G); Vítor Cotovio – (A) e (D).
1.3. A noite de passagem de ano fica também associada simbolicamente, para Ricardo Reis, ao regresso de
Fernando Pessoa, que lhe aparece no quarto do hotel.

CD áudio 1 Faixa 36

Recursos multimédia
Vídeo – O Ano da Morte de Ricardo Reis [representação teatral]: visita noturna de Fernando Pessoa a Ricardo Reis

Página 262

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].

Página 95 de 129
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5., 12.6.).
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.

Tópicos a integrar no texto:


 o excerto como primeiro momento da obra em que Ricardo Reis contacta com Fernando Pessoa “regressado”;
início da série de encontros que os poetas terão ao longo da obra;
 o “regresso” de Fernando Pessoa por um período de nove meses, associado ao tempo da gestação, até ser
remetido ao esquecimento;
 as alusões à “família pessoana” e o diálogo literário com os heterónimos, nas linhas 32 a 37;
 o carácter monárquico e a filosofia da abdicação de Ricardo Reis (expressa nos versos “Abdica/E sê rei de ti
próprio”, a que se alude no diálogo).

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

1. “fala” (l. 20), “respondeu” (l. 21), “explicou” (l. 23), “perguntou” (l. 23) e “esclareceu” (l. 24).

Pós-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

Soluções de atividades
1. / 1.1. Correção do trabalho de grupo.

Página 263

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1. a. A intertextualidade concretiza-se a partir da “alusão direta” (ll. 2-3) a versos do ortónimo ou dos heterónimos,
por meio da “simbiose” (l. 4) entre excertos dos seus poemas e o discurso narrativo, sem marcações gráficas que
os distingam, e através da alusão difusa a um poema, que é “lembrado como um todo e não através de um único
verso” (ll. 17-18).
b. Os versos de Ricardo Reis surgem “referidos e lembrados” (l. 21), por alusões explícitas ou implícitas, e
sustentam “o próprio tecido narrativo” (l. 21), determinando o momento da ação ou contribuindo para a
caracterização de Ricardo Reis enquanto personagem.

Recursos multimédia
Tutorial – Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa

Página 265

Entre leituras

Página 96 de 129
1.1. A fala de Ricardo Reis destaca o facto de Pessoa, tendo morrido, continuar, de certo modo e ainda que
temporariamente, vivo. Já ele, não sendo uma pessoa real, nunca esteve “verdadeiramente vivo”, mas, porque
existiu literariamente, também não é “morto”.
2.1. (D).
2.2. Após o elogio de Ricardo Reis, é Lídia quem toma a iniciativa de sugerir o contacto íntimo entre os dois,
colocando duas almofadas na sua cama.

Nota:
Poema “Poema em linha reta”, de Álvaro de Campos, aludido no capítulo 4 (p. 108), e no capítulo 16 (p. 428),
apresentado na ficha das páginas 10-11 do Caderno de Atividades.
3.1. (B).
3.2. (C).
3.3. (B).

Notas:
Poema “Sofro, Lídia, do medo do destino”, de Ricardo Reis, aludido no capítulo 5 (p. 120), apresentado na
ficha da página 8 do Caderno de Atividades.
Poema “O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia”, de Alberto Caeiro, aludido no capítulo 5
(p. 129), apresentado na ficha das páginas 6-7 do Caderno de Atividades.

Página 266

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 1.3. Fazer inferências.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
EL12 – 16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.

Registos áudio
Tema musical “Linhas Cruzadas”, Virgem Suta

1.1. Interlocutor masculino: “Reajo a esse incómodo olhar/Nem quero acreditar/Que vem na minha direção/Há
dias que estou a reparar/Nem queres disfarçar/Roubas a minha atenção”; interlocutor feminino: “Aprecio o teu
dom de tornar/Num clique o meu falar/Numa total confusão/Confesso que só de imaginar/Que te vou
encontrar/Me sobe à boca o coração”; ambos: “E falas de ti/E falas do tempo/Prolongas o momento/De um simples
cumprimentar/Falas do dia/Falas da noite/Nem sei que responda/Perdido no teu olhar”; interlocutor masculino:
“Bem sei que este nosso cruzar/Pode até nem passar/De um capricho sem valor”; ambos: “Mas porque raio hei de
evitar/Se esse teu ar/Me trouxe ao sangue calor”.
1.2. “Mas porque raio hei de evitar/Se esse teu ar/Me trouxe ao sangue calor”.
1.3. Tal como na situação representada no tema musical, Ricardo Reis e Marcenda começam por captar a atenção
um do outro apenas olhando-se e a sua relação evolui para uma “confusão” emocional de ambos.

Página 267

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.

Página 97 de 129
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.

1. O texto é constituído por três momentos distintos. O primeiro, coincidente com o primeiro parágrafo, dá conta
do diálogo entre Ricardo Reis e Marcenda. O segundo, que corresponde ao segundo parágrafo, incide
essencialmente sobre a caracterização da jovem de Coimbra. O terceiro, composto pelos dois últimos parágrafos,
narra o jantar de Ricardo Reis com os Sampaio, no hotel.
2. A comparação salienta a imobilidade e a fragilidade da mão de Marcenda, sugerindo, igualmente, pela alusão
ao “chumbo cravado no peito”, o motivo que as determinou: o desgosto provocado pela morte da mãe.
3. As intervenções do narrador, no segundo parágrafo, levantando hipóteses sobre a formação académica de
Marcenda e comparando-a com as restantes jovens da época, destacam as qualidades que fazem da
personagem uma idealização da figura feminina.
4. No final do segundo parágrafo, no momento em que Marcenda requer a presença de Lídia no seu quarto,
Ricardo Reis considera a solicitação “insólita”, por promover a “promiscuidade de classes”, que o incomoda
sempre na sua relação com Lídia. A criada é, ao longo do romance, como o narrador por diversas vezes refere,
lembrada pela sua posição social inferior.

Página 268

5. Considerando a agitação política e militar que caracterizou o tempo histórico representado no romance, o
adjetivo sugere que os temas a ela ligados dominavam as atenções públicas.
6. Durante o diálogo, Ricardo Reis revela o seu pouco envolvimento e até desinteresse relativamente às questões
abordadas, deixando-se, simplesmente, como um rio, “ir na corrente” (l. 38).
7. A metáfora remete para a hipocrisia subjacente ao regime político português. Sob a aparência de “veludo”,
veiculando, por meio da censura e de ações propagandísticas, uma imagem de paz e prosperidade, existia uma
“mão de ferro” que garantia, através de estratégias de repressão, a manutenção da ordem conforme à ditadura.

Recursos multimédia
Vídeo – O Ano da Morte de Ricardo Reis [representação teatral]: conversa entre Ricardo Reis e Marcenda

Gramática
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
18.3. Identificar marcas das sequências textuais.
19.4. Identificar e caracterizar diferentes modalidades.

1. Valor de possibilidade ou probabilidade (modalidade epistémica).


2. Discurso indireto livre.
3. Sujeito.
4. Sequências descritivas: “O jantar decorre sossegadamente [...] falasse” (ll. 36-37); Sequências narrativas: “Por
caminhos desviados [...] Ricardo Reis deixou-se ir na corrente [...]” (ll. 37-38); “estas palavras disse-as o doutor
Sampaio, e continuou logo” (ll. 41-42); “respondeu Ricardo Reis” (ll. 47-48); Sequências dialogais: “A nós o que nos
vale, meu caro doutor Reis [...] à frente do governo e do país” (ll. 39-41); “Não há comparação possível [...] sua
secular história e seu império” (ll. 42-47); “Não tenho visto muito […] mas estou a par do que os jornais dizem […]
ficou-me na lembrança, imagine” (ll. 47-54).

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] texto de opinião.
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.).
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.

Página 98 de 129
Página 269

Pós-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.

1.1. Os jornais constituem o meio de contacto de Ricardo Reis com o mundo. Contudo, dada a sua opção de
apenas “assistir” ao “espetáculo do mundo”, limita-se a uma leitura acrítica da informação, que considera, na maior
parte das vezes, credível. No excerto B, Pessoa adverte-o para as estratégias controladoras do regime em relação
à imprensa.
2. O cartoon remete para a ideia da “desinformação” veiculada pelos jornais, dominados pelo regime, através da
censura. O conteúdo dos jornais era criado à imagem e semelhança dos ideais de quem os controlava e que,
desse modo, difundia a sua ideologia.

Página 270

Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
4.1. Debater e justificar pontos de vista e opiniões.
4.2. Considerar pontos de vista contrários e reformular posições.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
6.3. Respeitar as seguintes extensões temporais: [...] diálogo argumentativo – 8 a 12 minutos.

Entre leituras
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.

1. A – 5 – b.; B – 4 – e.; C – 1 – d.; D – 2 – a.; E – 3 – c.

Notas:
Poema “Liberdade”, de Fernando Pessoa ortónimo, aludido no capítulo 7 (pp. 184-185), transcrito na página 47
deste manual.
Poema “Cada um cumpre o destino que lhe cumpre”, de Ricardo Reis, citado no capítulo 8 (p. 206), apresentado
na ficha da página 98 do Dossiê do Professor.

Recursos multimédia
Tutorial – Diálogo argumentativo

Fichas de trabalho por domínio – Oralidade (EO)


Propostas de trabalho de expressão oral – Diálogo argumentativo

Grelhas de avaliação
Grelha de avaliação da oralidade (Expressão Oral) – Diálogo argumentativo

Página 272

Página 99 de 129
Pré-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

1. A personagem de Lídia, apesar do nome, conforme Ricardo Reis sugere, não se parece com a musa da sua
poesia com o mesmo nome. Ao contrário desta, que partilha com o poeta uma filosofia de vida baseada na
indiferença e na ataraxia, a criada do Hotel Bragança é uma mulher enérgica e integrada no seu tempo, sobre o
qual revela curiosidade e manifesta opiniões.

Página 273

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.

1. Face à objetividade e ao pragmatismo de Lídia, Ricardo Reis surpreende-se e sugere as diferenças existentes
entre a criada e a musa da sua poesia.
2. Daniel, o irmão de Lídia, funciona como personagem que norteia a perceção da criada relativamente ao mundo
e ao país. É através do marinheiro que ela, sem “instrução” (ll. 20-21), ganha consciência da situação política
nacional e confronta, muitas vezes, Ricardo Reis.
3. Lídia e Ricardo Reis, psicológica, cultural e socialmente diferentes, desenvolvem diálogos que dão a conhecer
a maneira de ser da criada. O seu sentido prático (ll. 4, 8-9, 11-12) e a sua objetividade (ll. 9-10, 32-34)
sobressaem, por contraste, no contacto com a personalidade de Ricardo Reis e ambos reconhecem que, nesses
momentos, Lídia adquire uma dimensão que ultrapassa a do “nada” (l. 20) que ela diz ser (ll. 14-16 e 33-34).

Recursos multimédia
Vídeo – O Ano da Morte de Ricardo Reis [representação teatral]: diálogo de Ricardo Reis e Lídia sobre o irmão e
o contexto político

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.).
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.
EL12 – 15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de
acordo com um plano previamente elaborado pelo aluno.

Possíveis tópicos de resposta:


 a diferença cultural e social existente entre Ricardo Reis e Lídia;
 a criada enquanto elemento do “mundo real”;
 a influência de Daniel sobre as perspetivas de Lídia;
 Lídia como detonadora da confrontação do poeta com a realidade histórica e política.

Página 274

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

Página 100 de 129


1. Lídia, mulher “fresca”, atraente, sem cultura ou convenções, representa o amor sem qualquer artifício, enquanto
Marcenda, mulher ideal, culta e distante, educada e de sentimentos delicados, representa o amor integrado em
normas convencionadas.

Recursos multimédia
Interatividade – O Ano da Morte de Ricardo Reis: personagens

Página 275

Entre leituras
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX […].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.
O12 – 1.3. Fazer inferências.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação […].

CD áudio 1 Faixa 37
Transcrição do poema “Os Jogadores de Xadrez” disponível no Dossiê do Professor

Soluções de atividades
Soluções do questionário da rubrica Entre leituras, capítulos 10 a 18, no Dossiê do Professor.

Notas:
Poema “Ao longe os montes têm neve ao sol”, de Ricardo Reis, aludido nos capítulos 12 (p. 299) e 14 (p. 356),
transcrito na página 68 deste manual.
Poema “Cada um cumpre o destino que lhe cumpre”, de Ricardo Reis, aludido no capítulo 12 (p. 300),
apresentado na ficha da página 98 do Dossiê do Professor.
Poema “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio”, de Ricardo Reis, citado no capítulo 14 (p. 356), transcrito
nas páginas 69-70 deste manual.
Poema “Não tenhas nada nas mãos”, de Ricardo Reis, citado no capítulo 14 (p. 356), transcrito nas páginas 15-
16 do Caderno de Preparação para o Exame.
Poema “Para ser grande, sê inteiro”, de Ricardo Reis, citado no capítulo 17 (p. 445), apresentado na página 80 do
Caderno de Atividades.

Recursos multimédia
Vídeo – O Ano da Morte de Ricardo Reis [representação teatral]: visita de Marcenda a casa de Reis
Vídeo – O Ano da Morte de Ricardo Reis [representação teatral]: encontro de Ricardo Reis e Fernando Pessoa

Página 276

Pré-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

Página 101 de 129


1. O cartoon sugere a atitude de indiferença de quem se “contenta com o espetáculo do mundo”.
2. No decorrer da ação, Ricardo Reis caracteriza-se pela atitude de alheamento e desprendimento face ao mundo,
ainda que, como os excertos sugerem, comece, no final, a revelar algum envolvimento com a realidade que o
cerca.

Página 277

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

1. No início do texto, Ricardo Reis mostra-se “nervoso, inquieto” (l. 6) com as notícias de Lídia dando conta da
preparação de uma insurreição entre os marinheiros. Esse estado de espírito revela-se na sua ida ao Terreiro do
Paço para observar os barcos, depois do almoço (ll. 1-2), e na deslocação ao jardim de Santa Catarina, depois do
jantar, “para olhar os barcos uma vez mais” (l. 7).
2. Citado após os acontecimentos envolvendo o barco com o irmão de Lídia, o verso de Reis funciona como uma
quase repreensão a si próprio por se ter envolvido com a realidade, por ter deixado de ser “sábio” e de se
“contentar” com “o espetáculo do mundo”, sem nele interferir. Quando tal aconteceu, foi impossível manter a
ataraxia.
3. A personificação da cidade sugere e sintetiza o ambiente da capital e do país (que o cartoon da página anterior
representa graficamente): face à dura realidade, apenas o silêncio e o leve envolvimento podem permitir uma
existência cómoda.
4. a. Confrontado com a impossibilidade de viver de acordo com a filosofia que fora a sua, até então, desacreditada
a possibilidade de indiferença, como as relações com Marcenda e com Lídia mostraram, Ricardo Reis opta por,
ainda assim, seguir uma das linhas dessa mesma filosofia: “Abdica/E sê rei de ti próprio”. Opta, pois, por deixar o
mundo em que não consegue manter a passividade do sábio espectador e decide acompanhar Fernando Pessoa,
quando este vem despedir-se, na sua última visita.
b. Com a decisão de Reis, o poeta termina a sua viagem na “terra”, que principiara no início do romance (e a
transformação do verso de Camões sugerira), que deixa de ser o espaço simbólico de realização para passar a
ser apenas o local de uma espera.

Releitura(s)
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
EL11 – 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XVII a XIX.

1.1. No “Sermão de Santo António”, o Padre António Vieira manifesta uma evidente intenção crítica relativamente
à sociedade do seu tempo, mas de teor universalizante. Alegoricamente, através dos exemplos dos peixes, critica
o facto de se comerem uns aos outros, a ignorância e a cegueira, a arrogância (roncadores), o parasitismo
(pegadores), a vaidade e a presunção (voadores) e a hipocrisia (polvo).
Também em Saramago se deteta uma visão crítica, já não assente em alegorias, mas que recorre à ironia como
mecanismo de leitura da História, associada a uma ficção particular em O Ano da Morte de Ricardo Reis. Neste
romance, através da ficcionalização do regresso do heterónimo pessoano, promove um olhar distanciado e crítico
sobre os acontecimentos históricos da década de 30, em Portugal e no mundo, cuja intensidade obrigou Ricardo
Reis a rever a sua filosofia de vida.

Página 278

Página 102 de 129


Consolidação
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre as características dos textos poéticos e narrativos.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

PowerPoint® didáticos
O Ano da Morte de Ricardo Reis

Textos informativos complementares


“Uma leitura de O Ano da Morte de Ricardo Reis”

Página 279

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência [...].
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
O Ano da Morte de Ricardo Reis

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – O Ano da Morte de Ricardo Reis

Página 280

Fichas de leitura
Ficha de verificação da leitura de Memorial do Convento

Leitura | Compreensão
MC
L12 – 7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: [...] memórias [...].
8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1. As expressões sugerem a coincidência e a (metafórica) cumplicidade do destino de, em criança (com “pouca
idade”, l. 11), o autor ter visitado o local que, “cinquenta anos depois” (l. 5), marcaria em definitivo o seu sucesso
como escritor.
2. O género das memórias caracteriza-se pela mobilização de informação seletiva, geralmente aquela que se
revela significativa para o seu autor. Assim, Saramago regista um episódio que o marcou, por um lado, como
referido na resposta anterior, por ter antecipado a visita a um local que viria a celebrizá-lo enquanto escritor e,
por outro, por lhe ter despertado sentimentos intensos de “horror” (l. 19) e angústia (l. 22).
3. O excerto é constituído por um discurso pessoal, que a primeira pessoa gramatical confirma (“fui”, l. 1, “meu”,
l. 6, “guardo”, l. 7, “eu”, l. 10, “minha”, ll. 10 e 23). Nele o autor-narrador expressa a sua perspetiva relativa a
acontecimentos passados que recorda, e daí a dimensão retrospetiva (“fui”, l. 1, “guardo mais viva lembrança”, ll.

Página 103 de 129


7-8, “recordação”, l. 21), e revela a dimensão subjetiva que lhes associou, nomeadamente os sentimentos
experimentados.

Página 281

Oralidade
MC
O12 – 1.2. Explicitar a estrutura do texto.
2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-chave.
L12 – 7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.
9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.

1.1. (A) – (a) a construção do convento de Mafra; (b) o povo (“a comunidade de Mafra”) e D. João V. (B) – (c) a
história de amor de Blimunda e Baltasar; (d) Blimunda e Baltasar. (C) – (e) o sonho visionário do Padre Bartolomeu
de Gusmão (“o Homem será capaz de voar um dia”); (f) Padre Bartolomeu de Gusmão, Blimunda e Scarlatti
[Baltasar integra as personagens que se envolvem no projeto da passarola, mas não é diretamente referido por
Miguel Real.]
1.2. Baltasar é descrito como “menos do que um homem” por ser fraco, apresentar uma deficiência física, ser
analfabeto e desconhecer o contexto histórico em que vivia. Blimunda é “mais do que uma mulher” por ver o
que as outras mulheres não viam e conseguir captar as “vontades”.
2.1. O texto da contracapa remete para cada uma das três linhas de ação do romance anteriormente
identificadas:
a construção do convento: “Era uma vez um rei que fez promessa de levantar um convento em Mafra. Era uma
vez a gente que construiu esse convento.”
a história de amor: “Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes.”
o sonho do Padre Bartolomeu de Gusmão: “Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido.”
2.2. A expressão reenvia, imediatamente, para o universo das narrativas populares, como populares serão os
verdadeiros heróis do romance. Por outro lado, confere à obra uma dimensão intemporal e didática, também
típica dos contos populares. A repetição intensifica a sugestão de universo imaginário, que parece contradizer a
ideia veiculada pelo título de que se contará a história (verídica) do convento.

Página 282

Pós-leitura
MC
L12 – 7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
7.6. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto.
9.1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.

1. Resposta pessoal.
1.1. No título do romance de Saramago, “memorial” é utilizado enquanto nome, pelo que é possível interpretar
aquele elemento paratextual de modos distintos. Enquanto “livro usado para anotar aquilo de que alguém deseja
lembrar-se”, a obra seria o conjunto de recordações acerca da construção do convento de Mafra; contudo,
entendido como “relato de factos ou pessoas memoráveis”, o título passa a abarcar as diferentes linhas narrativas
apresentadas por Saramago: não apenas a construção do convento, por desejo de D. João V e ação dos
populares anónimos, mas também a façanha extraordinária de Bartolomeu de Gusmão, com a ajuda de Baltasar
e Blimunda.

Recursos multimédia
Interatividade – Memorial do Convento: visão global

PowerPoint® didáticos
Memorial do Convento

Página 104 de 129


Página 286

Leitura | Compreensão
MC
EL – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. É possível distinguir no texto quatro partes, correspondentes a cada um dos quatro parágrafos. A primeira parte
corresponde a uma reflexão sobre a ausência de descendentes do casal real. A segunda descreve a construção da
Basílica de S. Pedro de Roma em miniatura por D. João V. A terceira parte apresenta a preparação do rei para a
visita ao quarto da esposa. A última parte anuncia a chegada de dois membros do clero.
2. A repetição confere às palavras do narrador uma autoridade popular, uma vez que elas verbalizam a
mentalidade da época.
Os problemas de fertilidade eram vistos como exclusivamente femininos. A mulher era apenas um “vaso de
receber” (l. 12), um ser passivo e submisso numa relação em que o elemento determinante e atuante era o
homem, conforme sintetiza a metáfora “O cântaro está à espera da fonte” (l. 43).
3. D. Maria Ana corresponde ao protótipo da mulher da época, obediente e subjugada aos desejos do esposo (ll.
14-15). Mostra-se “suplicante” (l. 13) a Deus, pedindo-lhe os herdeiros que ainda não conseguira dar ao rei,
paciente e humilde (l. 16), como o comprova a “imobilidade total” (ll. 16-17) a que se sujeita para favorecer a
fecundação.
4. A comparação, de valor hiperbólico, destaca, de modo irónico, a grandiosidade, aos olhos do rei, da reprodução
da Basílica de S. Pedro de Roma e a importância de que se reveste para ele essa ocupação. Pode ainda remeter
para o carácter divino do poder real, conforme preconizado pelo absolutismo representado por D. João V.
5. D. João V é um rei pouco modesto, que se compraz na sua pessoa e nas suas capacidades. É vaidoso e agrada-
lhe a aproximação a outras figuras reconhecidas, como o papa Paulo V, em cujo “número ordinal” (l. 33) se revê.
Revela-se um rei caprichoso e egocêntrico, servido em todas as tarefas por inúmeros camaristas que o tratam, e
aos seus pertences, “reverentemente” (l. 37).
6. A enumeração das ações dos “criados e pajens” (l. 38) confere à descrição um carácter cómico e caricatural,
salientando a discrepância entre o elevado número de servidores do rei e as suas funções quase insignificantes,
em certos casos, apenas figurantes num espetáculo representativo da vaidade e da ostentação reais. Toda a
descrição que é feita no parágrafo revela também a presença da ironia, que intensifica a dimensão caricatural da
situação.
7. O rei e a rainha desenvolvem uma relação pouco afetuosa e baseada no cumprimento do “dever real e conjugal”
(l. 15). Os seus encontros sexuais revestem a forma de um ritual. Cumprem meramente as funções que lhes estão
destinadas pela mentalidade e pelos costumes da época.
8. O último parágrafo abre com um conector de valor adversativo, pois a situação relatada em seguida impede
que, conforme fora anunciado anteriormente, o rei “[…] se encaminhe ao quarto da rainha” (l. 43). A visita dos
religiosos atrasa (ainda mais) o encontro conjugal entre D. João V e D. Maria Ana.

Textos informativos complementares


“As personagens em Memorial do Convento”
“O amor contratual: relação rei/rainha”

Página 287

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.

Página 105 de 129


18.3. Identificar marcas das sequências textuais.
18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.
19.2. Distinguir relações de ordem cronológica.
19.3. Distinguir valores aspetuais.

1. (a) Posterioridade. (b) Anterioridade.


2. O provérbio é usado para dar a entender a idade do rei e o facto de, embora jovem, já ter vários filhos bastardos,
cujo número ainda aumentaria com o passar dos anos.
3. Valor imperfetivo.
4. (B).
4.1. Primeiro parágrafo – sequência argumentativa: defesa de pontos de vista (“Que caiba a culpa ao rei, nem
pensar”, ll. 5-6, e “quem se extenua a implorar ao céu um filho não é o rei, mas a rainha”, ll. 9-10), conectores e
marcadores discursivos típicos da argumentação (“primeiro porque”, l. 6, “segundo”, l. 7, “porque”, l. 8, “Além disso”,
l. 9, “A primeira razão”, l. 10, “a segunda razão”, ll. 11-12), tempos do modo indicativo (“tem”, l. 4, “extenua”, l. 9,
“cumpre”, l. 15...) e elementos linguísticos que denotam opinião (“nem pensar”, l. 6).
Segundo parágrafo – sequência descritiva: apresentação da miniatura da “basílica de S. Pedro de Roma” (l. 22),
formas verbais no presente (“É”, l. 23, “assenta”, l. 23, “cheira”, l. 27, “comprazam”, l. 33...), conectores de valor aditivo
(“e”, l. 27, “Já”, l. 30).

Entre leituras

Soluções de atividades
Soluções do questionário da rubrica Entre leituras, capítulos 1 e 2, no Dossiê do Professor.

Página 288

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] texto de opinião.
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5., 12.6.).
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.

Recursos multimédia
Interatividade – Memorial do Convento: personagens

Textos informativos complementares


“As personagens em Memorial do Convento”
Grelhas de avaliação
Grelha de avaliação da escrita – Texto de opinião
Grelha de autoavaliação da escrita

Página 289

Leitura para informação


Recursos multimédia
Vídeo – O absolutismo régio em Portugal: o exemplo de D. João V

Página 291

Página 106 de 129


Entre leituras
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. Baltasar chegou a Lisboa depois de ter sido expulso da guerra em Espanha, por ter perdido a mão esquerda
em combate, e de ter percorrido um longo caminho, desde a fronteira até ao Alentejo.
2.1. O narrador aproxima ironicamente os autos de fé às touradas para destacar a violência de ambas as
manifestações, marcadas pela violência sobre outros seres vivos.
2.2. A procissão é apresentada através da metáfora “uma serpente enorme que não cabe direita no Rossio e por
isso se vai curvando e recurvando como se determinasse chegar a toda a parte ou oferecer o espetáculo edificante a
toda a cidade”, que sugere o cariz tentador do espetáculo e salienta a grandiosidade do evento, que era
organizado para chegar “a toda a parte”.
2.3. O auto de fé era entendido como um “espetáculo edificante” pois, com ele, a Igreja perseguia propósitos
moralizadores. A visualização dos castigos aplicados aos transgressores pretendia dissuadir de comportamentos
considerados condenáveis.
2.4. Os olhos de Blimunda, que sua mãe destaca em particular, “tudo são capazes de ver” (p. 56 da obra) como
mais adiante na narrativa se saberá. Eles são o elemento responsável pela sua demarcação das restantes
personagens e pela sua configuração como personagem do maravilhoso.

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 2.1. Diversificar as modalidades de registo da informação: tomada de notas, registo de tópicos e ideias-
chave.
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.

Registos áudio
Tema musical Seja Agora, Deolinda.

1. “Nós havemos de nos ver os dois”, “Ficar um pouco mais a conversar”, “Quem sabe jantar”, “Nós havemos ambos
de encontrar / Um destino qualquer / Ou um banquinho bom para sentar” e “descobrir / Que no futuro só / Quem
decide é a vontade”.
1.1. Tal como na história sugerida no tema musical, Baltasar e Blimunda, depois de se conhecerem, aproximam-
se durante o jantar e conversam um pouco mais depois dessa refeição. Por outro lado, a ideia de que há “um
destino qualquer” a unir as personagens é também evidente na forma como quase instintivamente se ligam,
confirmando que “o que tem de ser tem muita força”.

Página 292

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX [...].
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.

1.1. Ao regressar a casa com o Padre Bartolomeu Lourenço, Blimunda deixou a porta aberta para receber Baltasar,
que os seguia. Mais tarde, durante a refeição, serviu-se da colher de Baltasar depois de este ter comido.
2. O Padre Bartolomeu abençoa Blimunda e os seus bens e, ao incluir também “o punho cortado de Baltasar” (l.
15), sugere que este passa a pertencer-lhe, indiciando a ligação afetiva entre os dois.
3. As falas de Baltasar e Blimunda evidenciam o carácter transcendente da sua união. Blimunda antevê a
necessidade de permanência daquele que escolheu para que ambos se completem e se concretizem humana e
espiritualmente, e anuncia-o, embora de forma enigmática, a Baltasar.

Página 107 de 129


4. No diálogo com Baltasar, podem destacar-se as seguintes características psicológicas de Blimunda: a
simplicidade e a naturalidade, mesmo em relação às suas características extraordinárias (“minha mãe o quis saber
e queria que eu o soubesse”, l. 25, “Sei que sei, não sei como sei”, l. 26), a clarividência (“faze como fizeste, vieste e
não perguntaste porquê”, l. 27) e a objetividade e natureza prática (“enquanto não fores, será sempre tempo de
partires”, l. 29, “Se eu ficar, onde durmo, Comigo.”, l. 30).

Página 293

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
1.1. Saramago recorre apenas ao ponto final, para assinalar pausas longas (ll. 3 e 17), e à vírgula, que sinaliza as
restantes pausas e marcações da linguagem oral (ll. 1-3, 22-30).
2. Então, sendo tanta a claridade, pôde Sete-Sóis dizer:
– Por que foi que perguntaste o meu nome?
Blimunda respondeu:
– Porque minha mãe o quis saber e queria que eu o soubesse.
– Como sabes, se com ela não pudeste falar?
– Sei que sei, não sei como sei, não faças perguntas a que não posso responder. Faze como fizeste, vieste e não
perguntaste porquê.
– E agora?
– Se não tens onde viver melhor, fica aqui.
– Hei de ir para Mafra, tenho lá família.
– Mulher?
– Pais e uma irmã.
– Fica, enquanto não fores, será sempre tempo de partires.
– Por que queres tu que eu fique?
– Porque é preciso.
– Se eu ficar, onde durmo?
– Comigo.

Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
4.1. Debater e justificar pontos de vista e opiniões.
4.2. Considerar pontos de vista contrários e reformular posições.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
6.2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir.
6.3. Respeitar as seguintes extensões temporais: [...] diálogo argumentativo – 8 a 12 minutos.

Página 294

Pós-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

Página 108 de 129


Soluções de atividades
1.1. Correção do trabalho de grupo

Leitura para informação


MC
L12 – 8.1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

1. a. Baltasar: “soldado” (l. 7), “maneta” (l. 8), representante da “mentalidade, anseios e valores das classes populares
da sua época” (ll. 15-16).
Blimunda: “dotada de poderes paranormais, como a capacidade de ver por dentro” (ll. 17-18), com “ar de mistério”
(l. 19), “encontra-se na fronteira entre o mundo real e o mundo mágico, a ciência e o ocultismo” (l. 21).
b. “A história do casal […] constitui […] o nó principal e o mais simpático que une os fios da intriga.” (ll. 1-2);
“estabelecem as pontes para a comunicação entre todos os níveis narrativos” (ll. 5-6); “Elemento fundamental para
o contraste com as figuras reais e clericais” (l. 12), pela sua “história exemplar de amor, aventura e realização
humana” (l. 13).

Textos informativos complementares


“As personagens em Memorial do Convento”
Fichas de trabalho por domínio – Gramática
Fichas globais

Página 295

Entre leituras
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.4. Fazer inferências, fundamentando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

Soluções de atividades
Soluções do questionário da rubrica Entre leituras, capítulos 6 a 12, no Dossiê do Professor.

Página 296

Pré-leitura | Oralidade
MC
O12 – 3.1. Planificar o texto oral elaborando um plano de suporte, com tópicos, argumentos e respetivos
exemplos.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência. (5.1., 5.2. e 5.3.)
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
15.4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa.

PowerPoint® didáticos
Apresentação oral
Grelhas de avaliação
Grelha de autoavaliação da oralidade

Página 109 de 129


1. Dotada de poderes sobrenaturais – a capacidade extraordinária de vidência (no interior dos corpos e debaixo
da terra) – Blimunda participa na concretização do sonho de voar sobretudo através da recolha das duas mil
vontades necessárias para encher as esferas que farão voar a máquina, mas também inspecionando os materiais
de construção da passarola.
(Adaptado de “Critérios Específicos de Classificação” da Prova Escrita de Português, 12.o ano, 2010, 1.a fase, GAVE)

CD áudio 1 Faixa 38

Página 297

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

1. Domenico Scarlatti começa por mostrar-se curioso e duvidoso, face à possibilidade de Bartolomeu de Gusmão
ter conseguido voar (l. 11). Confrontado com a máquina voadora, que tratou como um instrumento musical,
revela-se racional sobre as hipóteses de tal aparelho poder voar e um pouco cético, descrendo das potencialidades
da sua arquitetura.
2. Baltasar e Bartolomeu ficaram “perplexos” (l. 23) com a pergunta do italiano, atitude demonstrativa da sua
ingenuidade. Blimunda, entretanto chegada, responde a Scarlatti de modo muito lúcido, anunciando em
linguagem quase poética a destruição do telhado da abegoaria para permitir a saída do engenho voador.
3. Com a metáfora, Scarlatti equipara o trio Bartolomeu, Baltasar e Blimunda à Santíssima Trindade celeste, sendo
o padre o pai, pela sua capacidade criadora, Baltasar o filho, aquele que continua as obras paternas, e Blimunda
o espírito santo, intervindo na obra com matéria “não terrenal” (l. 35).
4. A construção da passarola resulta da conjugação das capacidades das quatro personagens: o padre
Bartolomeu de Gusmão contribui com o saber científico e a inteligência (ll. 3-6 e 29), Baltasar, com a sua força e
o seu trabalho manual (ll. 29-30), Blimunda com os seus poderes sobrenaturais (ll. 1-3 e 34-35), e Scarlatti, com
a sua música, forma simbólica de contribuir para o seu voo (ll. 41-45).

Página 298

Gramática
MC
G12 – 17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos nos anos anteriores.
19.4. Identificar e caracterizar diferentes modalidades.

1. Nessa noite, quando ceavam, o padre perguntou a Blimunda quantas vontades recolhera até àquele dia. Ela
disse que não [recolhera] menos de trinta e Bartolomeu de Gusmão comentou que era pouco e pediu-lhe que se
lembrasse de que eram precisas pelo menos duas mil vontades.
2. Valor de probabilidade.

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.)
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.
EL12 – 15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, de
acordo com um plano previamente elaborado pelo aluno.

Página 110 de 129


1. No romance Memorial do Convento, de José Saramago, os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão
que o impelem à construção da passarola são, entre outros, os seguintes:
 a curiosidade pelo conhecimento, bem como o empenhamento no estudo e na investigação, que o levam à
Holanda e à Universidade de Coimbra;
 o interesse pela observação da natureza, que o conduz à idealização de uma máquina semelhante a um
pássaro;
 a crença na capacidade criativa do ser humano, que lhe permite ter a certeza de que um dia o Homem voará;
 a coragem de correr riscos, evidente no desafio à Inquisição;
 a perseverança, evidente nas diferentes tentativas de construir objetos capazes de voar;
 o reconhecimento do valor da cooperação, patente na atribuição de tarefas a Baltasar e a Blimunda.
(In “Critérios Específicos de Classificação” da Prova Escrita de Português, 12.o ano, 2013, 1.a fase – Data Especial,
GAVE)

Entre leituras
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

1. a. Cf. referência a Domenico Scarlatti no quadro desta página.


b. A música de Scarlatti salvou Blimunda, permitiu-lhe a recuperação após o abatimento (revelando, pois, a sua
potencialidade mediúnica entre o humano e o transcendente).

PowerPoint® didáticos
Memorial do Convento

Página 300

Escrita
MC
E12 – 10.1. Consolidar e aperfeiçoar procedimentos de elaboração de planos de texto.
11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: [...] apreciação crítica [...].
12. Redigir textos com coerência e correção linguística. (12.1., 12.2., 12.3., 12.4., 12.5. e 12.6.).
13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade
do produto final.

1. Tópicos a incluir na descrição sucinta do objeto da apreciação (capítulo 16): capítulo que corresponde à
descrição do voo da passarola e que, por isso, na arquitetura da obra, se reveste de importância (narrativa e
simbólica) especial.

Entre leituras
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

1. Após a queda da máquina voadora, que leva ao desaparecimento do Padre Bartolomeu, a linha narrativa do
romance desloca-se, de modo mais evidente, para a construção do convento, com ela articulando as sequências
em que Baltasar e Blimunda regressam a Monte Junto para tentar reparar a passarola.
2.1. O início do capítulo cita integralmente o poema “O Infante D. Henrique” (Mensagem, de Fernando Pessoa),
para salientar, ironicamente, o poder de D. João V.
2.2. “como um terramoto profundo que lhe tivesse rachado os alicerces, deixando embora, à superfície, as paredes
aprumadas” (p. 255 da obra). A comparação sugere a importância formativa determinante do Padre Bartolomeu

Página 111 de 129


sobre Baltasar. Após a sua morte, também Sete-Sóis sentiu um grande “abalo”, psicológico, tendo perdido a
figura que sustentava o sonho da “trindade terrestre”.

Página 301

Pré-leitura
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.7. Estabelecer relações de sentido entre situações ou episódios.

1. Após a queda da passarola e a morte do Padre Bartolomeu, Baltasar começou uma “nova vida” enquanto
trabalhador nas obras do convento de Mafra.

Página 302

Leitura | Compreensão
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.

1. A comparação “nau da Índia com rodas” (l. 6) salienta, por um lado, a grandeza do carro e, por outro, aproxima,
desde logo, o cenário de um ambiente épico, sugerindo a relevância das ações relacionadas com o carro.
2. “já que não podemos falar-lhes das vidas, por tantas serem, ao menos deixemos os nomes escritos, é essa a nossa
obrigação, só para isso escrevemos, torná-los imortais” (ll. 14-15).
3. Com a enumeração alfabeticamente ordenada dos nomes dos operários, o narrador procura tornar o mais
abrangente possível a referência aos trabalhadores que construíram o convento de Mafra ao serviço de D. João
V e às custas da sua coragem e do seu esforço.
4. Segundo o narrador, os heróis da sua história, com diversas deficiências físicas (“defeituosos, um marreco, um
maneta, um zarolho”, ll. 30-31), são diferentes dos que habitualmente protagonizam histórica e literariamente
grandes feitos – “belos e formosos, os esbeltos e escorreitos, os inteiros e completos” (ll. 32-33). Contudo, a sua
sujeição à verdade obriga-o a dar conta dos verdadeiros heróis da construção do convento (l. 33).

Pós-leitura | Oralidade
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.

CD áudio 1 Faixa 39
Transcrição do texto “A epopeia da Pedra” no Dossiê do Professor.

1.1. (B)

Entre leituras
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.

1. A decisão de Blimunda de acompanhar Baltasar a Monte Junto, nesse dia, parece premonitória da necessidade
de voltar a esse lugar, tempos mais tarde, sozinha, em busca de Baltasar, conforme narrado no capítulo 24.
2. A resposta pode contemplar, entre outros considerados relevantes, os tópicos seguintes: os trabalhadores que
participaram na construção do convento de Mafra, mantidos no anonimato pela História, conquistam, em
Memorial do Convento, o estatuto de heróis, graças ao sacrifício e ao sofrimento que lhes foram impostos:

Página 112 de 129


 o abandono, muitas vezes forçado, das suas terras, famílias e amigos;
 as precárias condições de alojamento e de alimentação;
 a dureza das condições de trabalho, que chega a provocar a morte;
 o esforço extremo exigido pelas tarefas de uma obra gigantesca, destacando-se, por exemplo, o transporte da
pedra (o carro que a transporta é comparado pelo narrador a uma “nau da Índia”, assim reforçando o carácter
épico deste empreendimento).
(In “Critérios Específicos de Classificação” da Prova Escrita de Português, 12.o ano, 2012, 1.a fase, GAVE)
3. A advertência de Blimunda a Baltasar para que tenha cuidado com a máquina voadora e o seu desassossego
com a viagem de Sete-Sóis (p. 367 da obra), a “ânsia que [...] aperta a garganta” e a “sofreguidão” dos beijos de
Blimunda na noite anterior à partida de Baltasar e os comentários do narrador aquando da despedida do casal
(p. 372 da obra).
4. No capítulo 25, em aproximadamente cinco páginas, concretiza-se um avanço de “nove anos”. Esta estratégia
sugere o carácter ininterrupto da viagem e da procura de Blimunda e confere um ritmo rápido ao discurso, de
modo a conduzir, sem rodeios, ao relato do momento do reencontro.

Sugestão de atividade:
Segure-se, no final do estudo de Memorial do Convento, a visualização do vídeo de apresentação da peça
adaptada do romance de Saramago pela Éter – Produções Culturais, acessível a partir do link
https://vimeo.com/27256893
Após o visionamento, pode solicitar-se aos alunos a análise da recriação da obra literária ou a produção de uma
apreciação crítica.

Página 303

Releituras
MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em diferentes textos da mesma época e de diferentes épocas.
EL11 – 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XVII a XIX.

1.1. No “Sermão de Santo António”, o Padre António Vieira manifesta uma evidente intenção crítica relativamente
à sociedade do seu tempo, mas de teor universalizante. Alegoricamente, através dos exemplos dos peixes, critica
o facto de se comerem uns aos outros, a ignorância e a cegueira, a arrogância (roncadores), o parasitismo
(pegadores), a vaidade e a presunção (voadores) e a hipocrisia (polvo).
Também em Saramago se deteta uma visão crítica, já não assente em alegorias, mas que recorre à ironia como
mecanismo desconstrutor de leituras unívocas da História. A sua ficção, como os textos informativos desta página
explicitam, permite um novo olhar sobre os acontecimentos históricos e a valorização dos heróis anónimos que
construíram, efetivamente, o convento de Mafra.

Página 304

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.
15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

PowerPoint® didáticos
Memorial do Convento
Textos informativos complementares

Página 113 de 129


“Uma leitura de Memorial do Convento”

Caderno de Testes e Questões de aula


Teste de compreensão do oral 6

Página 305

MC
EL12 – 14.2. Ler textos literários portugueses do século XX, de diferentes géneros.
14.6. Explicitar a forma como o texto está estruturado.
14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa.
G12 – 18.4. Identificar e interpretar manifestações de intertextualidade.

Dossiê do Professor
Fichas de trabalho por domínio – Educação Literária
Memorial do Convento
Grelhas de avaliação
Grelha de autoavaliação – sequência 4

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Memorial do Convento

Página 306

Ficha Formativa
Cotações
Grupo I
Educação Literária – 100 pontos
Grupo II
Leitura e Gramática – 50 pontos
Grupo III
Escrita – 50 pontos
PowerPoint® didáticos
Correção da Ficha Formativa 4

Grupo I
A
1. Ao referir o “quinto império”, que, à luz da ideologia pessoana, estaria garantido ao “povo eleito” (l. 5), de
“intimidade com as potências celestes” (ll. 6-7), o narrador ironiza, por um lado, com as pretensões imperialistas da
Itália de Mussolini, de carácter meramente geográfico, e com o regime político nacional, segundo o qual Portugal
estaria em lugar de relevância na Europa.
2. Após o afastamento de Marcenda e a sugestão da jovem de que poderia ir a Fátima com o pai, em maio,
Ricardo Reis decide tentar forçar um encontro entre ambos, nessa localidade. Contudo, o cenário humano
que encontra, marcado pela confusão e pela falta de condições físicas, envolve-o numa experiência que o
deixou “cansado e queimado do sol” (l. 12). Por esse motivo, alheou-se do mundo, fechado em casa durante
“três dias” (l. 13). O seu primeiro contacto com a realidade, ou seja, a sua reentrada “no mundo exterior”,
ocorre no dia narrado no excerto, através da leitura do jornal onde lê as declarações do Presidente da
República.
3. A reflexão de Ricardo Reis, nas linhas 15 a 22, remete para uma filosofia de vida consentânea com a
veiculada pela poesia do heterónimo. Constata que a existência se resume à passagem do tempo, de
preferência na ausência de “insaciáveis ambições” (l. 18), e reconhece que o “contentamento bastante” deveria
decorrer de uma postura de passividade perante o mundo. Contudo, ainda que perceba que dessa atitude
não advém felicidade e apesar da tentativa de envolvimento amoroso (falhada, ironicamente, não por sua

Página 114 de 129


opção), reconhece que apenas “assistimos” (l. 22) à passagem da vida, ou seja, mantemo-nos distantes,
indiferentes e contentes com o “espetáculo do mundo”.

Página 307

1. O excerto corresponde aos momentos finais da ação de Memorial do Convento. No dia da sagração do
convento de Mafra, Blimunda, que fora com os cunhados ver as celebrações, decide partir à procura de Baltasar.
Através do processo narrativo do sumário, o narrador relata, em poucas linhas, o percurso de Sete-Luas até
encontrar Baltasar num auto de fé, nove anos depois de iniciadas as suas buscas.
2. Blimunda sente uma força maior agindo sobre si, sempre que tenta alimentar-se. O pressentimento de que
deverá ficar em jejum acaba por confirmar-se quando depara com o auto de fé em que Baltasar é supliciado,
pois necessitaria, finalmente, de olhá-lo por dentro e de recolher a sua vontade.
3. A procura de Blimunda dura nove anos e termina como uma busca proveitosa, pois encontra Baltasar. Embora
corresponda à morte de Baltasar, anuncia também uma nova vida, num plano espiritual, pelo que se associa à
simbologia do número 9 (fechamento de um ciclo). Remetendo simbolicamente para a perfeição e também para
a conclusão de um ciclo, o sete aparece como término do percurso de Blimunda. Depois de seis tentativas
infrutíferas de encontrar Baltasar em Lisboa, a sétima revela-se determinante, pois corresponde ao final da sua
demanda e ao início de um novo caminho espiritual para Blimunda.

Página 308

B
4. Em termos de estrutura externa, o excerto corresponde ao início do capítulo V do “Sermão de Santo António”,
no momento em que o Padre António Vieira principia as repreensões aos peixes em particular. O primeiro
exemplo apresentado é o dos roncadores. Quanto à estrutura interna, o excerto faz parte da Confirmação do
sermão.
5. O peixe roncador simboliza os homens “arrogantes, e soberbos” (l. 17). Para evidenciar esta característica, o
pregador faz referência ao comportamento dos roncadores que, apesar de serem “uns peixinhos tão pequenos” (l.
4), agem como “as roncas do mar” (ll. 4-5). A sua arrogância leva-os a serem castigados por Deus, que tem o
“cuidado de abater, e humilhar aos que muito roncam” (l. 9), porque, “quem se toma com Deus sempre fica debaixo”
(ll. 17-18).

Página 309

Grupo II
1. (B).
2. (C).

Página 310

3. (D).
4. (C).
5. (A).
6. (B).
7. (B).
8. “que hei de ter” (l. 3): oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
“que comungo com ele algo que muito me importa e define” (ll. 4-5): oração subordinada substantiva completiva.
“que muito me importa e define” (ll. 4-5): oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
9. Sujeito.
10. “[o] livro”.

Página 115 de 129


Soluções de atividades
Cotações, sugestões de resolução e grelhas de correção da Ficha Formativa 4

Caderno de Testes e Questões de aula


Testes por sequência – Teste 6, com matriz, grelha de correção e sugestões de resolução

Página 328

Nota:
No CD áudio 2 estão gravados todos os textos informativos alusivos aos conteúdos de Educação Literária (pp.
329, 333, 337, 341, 345, 349, 353, 357, 361, 365, 369, 373, 377, 381, 383, 385, 387, 389, 391). Estes textos propiciam
a revisão de todos os conteúdos de Educação Literária de 10.o, 11.o e 12.o anos (neste último caso,
complementando a secção de Consolidação no final das sequências do manual). Permitem, assim, um reforço
das aprendizagens desenvolvidas e aferidas através dos testes rápidos de revisão, e a sua audição pode também
proporcionar atividades de compreensão do oral. Por outro lado, contribuem para o estudo autónomo dos
alunos, em suporte escrito ou áudio, uma vez que as faixas gravadas serão também disponibilizadas aos alunos
em ficheiros .mp3 que poderão ser descarregados gratuitamente a partir da Escola Virtual.

Teste rápido de revisão


1.1. (B) 1.2. (B) 1.3. (D) 1.4. (A) 1.5. (C) 1.6. (C) 1.7. (D)

Bibliografia consultada:
 FERREIRA, Maria Ema Tarracha, 1998. “Introdução”. In Poesia e Prosa Medievais. 3.ª edição. Lisboa: Ulisseia
 REIS, Carlos, 2015. Poesia Trovadoresca – Educação Literária – Leituras Orientadas. Porto: Porto Editora

Esquema-síntese
Poesia trovadoresca

PowerPoint® didáticos
A poesia trovadoresca
O paralelismo

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Poesia trovadoresca

Página 329
Texto informativo (p. 329)
CD áudio 2 Faixa 1

Página 332

Teste rápido de revisão


1. a. F. Fernão Lopes dá-nos, muitas vezes, uma visão parcial dos acontecimentos, revelando, por exemplo, a sua
simpatia pelo Mestre de Avis e a sua antipatia por D. Leonor Teles. b. V. c. V. d. F. O Mestre de Avis toma parte
nos preparativos de defesa da cidade: ordena a guarda dos muros pelos fidalgos, cidadãos honrados e homens
de armas; passa a revista dos muros; preocupa-se com a proteção e o governo da capital. e. F. A fome e o
sofrimento das gentes de Lisboa foram sobretudo provocados pelo excesso de pessoas que se abrigaram dentro
das muralhas. f. F. Durante o cerco, apenas numa primeira fase, todos os que são expulsos da cidade são

Página 116 de 129


acolhidos pelos castelhanos. Quando estes percebem que tal atitude se deve à fome, deixam de acolher essas
pessoas.
2. (a) visualismo; (b) veracidade; (c) clareza; (d) diálogo; (e) figuras; (f) contemplação; (g) quadro; (h) multidões;
(i) arruaças; (j) mor- te; (k) manobrada; (l) desejo; (m) afeto; (n) heroicidades; (o) simpatia.
Bibliografia consultada:
 SARAIVA, António José, 1998. O Crepúsculo da Idade Média em Portugal. 5.a ed. Lisboa: Gradiva
 SARAIVA, António José, e LOPES, Óscar, 2005. História da Literatura Portuguesa. 17.a ed. Porto: Porto Editora

Esquema-síntese
Crónica de D. João I de Fernão Lopes

PowerPoint® didáticos
A Crónica de D. João I de Fernão Lopes

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Crónica de D. João I

Página 333

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 2

Página 336

Teste rápido de revisão


1. / 1.1. a. V. b. F. A Farsa de Inês Pereira não está dividida nem em atos nem em cenas, o que era típico dos
autos vicentinos, como é o caso deste. (Considerando o assunto e o cenário da peça/espaço da ação,
considera-se a existência de um único ato.) c. F. Inês pretendia, acima de tudo, casar com um homem da
corte, isto é, um homem que soubesse falar bem, que soubesse tocar e cantar e que fosse galanteador. d. F.
A mãe de Inês revela uma posição muito diferente daquela que a filha tem sobre o casamento e o marido
certo para ela, por isso, não apoia o seu objetivo. e. V. f. F. Ao entrar em cena, a alcoviteira vem perturbada
e nervosa por, alegadamente e segundo a própria, ter sido vítima do ataque de um clérigo. g. V. h. V. i. V. j.
V. k. F. Pêro Marques não desconfia da mulher e, por isso, não tem problemas em levá-la em romaria à
ermida onde se encontra o Ermitão.
2. a. suposto; solteira. b. cómica; rústico. c. apartes. d. manso. e. imoralidade.

Bibliografia consultada:
 BERNARDES, José Augusto Cardoso, 2008. Gil Vicente. Lisboa: Edições 70
 GONÇALVES, Teresa. “Farsa”. In E-Dicionário de Termos Literários (EDTL), coord. de Carlos Ceia.
http://edtl.fcsh.unl.pt/business-directory/6357/ [Consult. 2016-11-06]
 PAIS, Amélia Pinto, 2004. História da Literatura em Portugal – Uma perspetiva didática. Vol. I. Porto: Areal
 RIBEIRO, Cristina Almeida, 1991. Inês. Lisboa: Quimera

Esquema-síntese
Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente

PowerPoint® didáticos
A Farsa de Inês Pereira

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Farsa de Inês Pereira

Página 117 de 129


Página 337

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 3

Página 340

Teste rápido de revisão


1. Ordenação dos fragmentos: 1, 8, 4, 9, 7, 3, 5, 2, 6.

Bibliografia consultada:
 BERNARDES, José Augusto Cardoso, 2008. Gil Vicente. Lisboa: Edições 70
 SARAIVA, António José, e LOPES, Óscar, 2005. História da Literatura Portuguesa. 17.a ed. Porto: Porto Editora
 TEYSSIER, Paul, 1982. Gil Vicente – O Autor e a Obra. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa

Esquema-síntese
Auto da Feira de Gil Vicente

PowerPoint® didáticos
O Auto da Feira

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Auto da Feira

Página 341

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 4

Página 344

Teste rápido de revisão


1. A – 12; B – 13; C – 1; D – 9; E – 14; F – 4; G – 5; H – 6; I – 7; J – 10; K – 3; L – 11; M – 2; N – 8.

Bibliografia consultada:
 MACHADO, Álvaro Manuel (organização e direção), 1996. Dicionário de Literatura Portuguesa. Lisboa:
Presença
 PAIS, Amélia Pinto, 1998. Eu cantarei de amor – Lírica de Luís de Camões. Porto: Areal Editores
 SARAIVA, António José, 1997. Luís de Camões. Lisboa: Gradiva

Esquema-síntese
Rimas de Camões

PowerPoint® didáticos
Rimas de Camões

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Rimas de Camões

Página 118 de 129


Página 345

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 5

Página 348

Teste rápido de revisão


1.1. c. 1.2. d. 1.3. a. 1.4. b. 1.5. a. 1.6. d. 1.7. c.

Bibliografia consultada:
 BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, 1993. Apontamentos de Literatura Portuguesa. Porto: Porto Editora
 CASTRO, Aníbal Pinto de, 1990. “Lusíadas (Os)”. In Biblos – Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua
Portuguesa. Vol. 3. Lisboa: Verbo
 FERRO, Manuel, 1997. “Epopeia”. In Biblos – Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa. Vol. 2.
Lisboa: Verbo (pp. 342-347)
 MATOS, Maria Vitalina Leal de, 1983. A Poesia épica de Camões. Tópicos para a Leitura de Os Lusíadas. Lisboa:
Ministério da Educação, F.A.O.J.
 SARAIVA, António José, e LOPES, Óscar, 2005. História da Literatura Portuguesa. 17.a ed. Porto: Porto Editora
 RAMOS, Auxília, e BRAGA, Zaida, 2010. Os Lusíadas, Luís de Camões | Mensagem, Fernando Pessoa. Porto: Ideias
de Ler

Esquema-síntese
A estrutura interna d’ Os Lusíadas
Quadro-síntese dos Cantos d’ Os Lusíadas
As reflexões do poeta n’ Os Lusíadas

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Os Lusíadas

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Os Lusíadas

Página 349

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 6

Página 352

Teste rápido de revisão


1. (D) e (E).
1.1. (A) A História Trágico-Marítima constitui uma compilação de relatos de naufrágios recolhidos por Bernardo
Gomes de Brito.
(B) Os naufrágios descritos nas narrativas que integram a obra ocorreram durante os séculos XVI e XVII.

Página 119 de 129


(C) Os episódios registados na História Trágico-Marítima são marcados por um estilo simples e pelo seu tom de
verdade.
(F) As narrativas da História Trágico-Marítima opõem ao tom de exaltação e confiança d’ Os Lusíadas um tom
de desencanto, incerteza e medo.
2. Linha 5: onde se lê “pai” deve ler-se “irmão”.
Linha 5: onde se lê “Itamaracá” deve ler-se “Pernambuco”.
Linha 7: onde se lê “enérgico” deve ler-se “cansado”.
Linha 13: onde se lê “Impressionado” deve ler-se “Revoltado”.
Linha 15: onde se lê “lealdade” deve ler-se “traição”.

Bibliografia consultada:
 BERNARDES, José Augusto Cardoso,1999. História Crítica da Literatura Portuguesa [Humanismo e Renascimento].
Vol. II. Lisboa: Verbo
 BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, 1993. Apontamentos de Literatura Portuguesa. Porto: Porto Editora
 CUSTÓDIO, Pedro Balaus, 1997. “História Trágico-Marítima”, in Biblos – Enciclopédia Verbo das Literaturas de
Língua Portuguesa. Vol. 2. Lisboa: Verbo
 LANCIANI, Giulia, 1979. Os Relatos de Naufrágios na Literatura Portuguesa dos séculos XVI e XVII. Lisboa: Instituto
da Cultura Portuguesa

Esquema-síntese
História Trágico-Marítima

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História Trágico-Marítima

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


História Trágico-Marítima

Página 353

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 7

Página 356

Teste rápido de revisão


1.1. (B) 1.2. (C) 1.3. (D) 1.4. (A) 1.5. (D) 1.6. (B)

Bibliografia consultada:
 BESSELAR, José Van Den, 1981. António Vieira: o Homem, a Obra e as Ideias. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua
Portuguesa
 BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, 1993. Apontamentos de Literatura Portuguesa. Porto: Porto Editora
 PAIS, Amélia Pinto, 2004. História da Literatura em Portugal – Uma perspetiva didática. Vol. 1. Porto: Areal

Esquema-síntese
“Sermão de Santo António” aos peixes

PowerPoint® didáticos
“Sermão de Santo António”

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


“Sermão de Santo António”

Página 120 de 129


Página 357
Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 8

Página 360

Teste rápido de revisão


1.1. (I), (L), (E), (C), (H), (F), (A), (K), (D), (J), (G), (B).
2. A – D. João de Portugal.
B – D. Madalena.
C – Telmo.
D – Manuel de Sousa Coutinho.
E – Maria.

Bibliografia consultada:
 BRILHANTE, Maria João, 1994. “Introdução”. In GARRETT, Almeida, 1994. Frei Luís de Sousa. Lisboa: Editorial
Comunicação
 BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, 1993. Apontamentos de Literatura Portuguesa. Porto: Porto Editora
 DELGADO, Isabel Lopes, 2005. Para uma leitura de “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett. 2.a ed. Barcarena:
Presença
 JACINTO, Conceição, e LANÇA, Gabriela, 1999. Frei Luís de Sousa – Almeida Garrett. Porto: Porto Editora
 KAYSER, Wolfgang, 1970. “Interpretação de Frei Luís de Sousa”. In Análise e Interpretação da Obra de Arte
Literária. 5.ª ed. Coimbra: Arménio Amado
 MARTINS, J. Cândido, s/d. “Para uma sistematização didática das leituras interpretativas do Frei Luís de Sousa
de Almeida Garrett”. In Letras & Letras (Projeto Vercial). alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/zips/candid12.rtf. [Consult.
2010-11-21]
 REIS, Carlos, 2016. Frei Luís de Sousa. Almeida Garrett. Porto: Porto Editora

Roteiro de leitura
Frei Luís de Sousa

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Frei Luís de Sousa

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Frei Luís de Sousa

Página 361

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 9

Página 364

Teste rápido de revisão


1. (a) preso. (b) real. (c) tio. (d) registo. (e) assentamentos. (f) cadeia. (g) ficção. (h) sentimental. (i) inimigas. (j)
prometido. (k) ciúme. (l) convento. (m) tiro. (n) justiça. (o) degredo. (p) moribunda. (q) convencionalismo. (r)
povo. (s) abnegada. (t) absoluto. (u) esperança. (v) intermediária. (w) exílio. (x) mar. (y) crítica. (z) preconceito.

Página 121 de 129


Bibliografia consultada:
 CASTRO, Aníbal Pinto de, 2006. “Prefácio”. In CASTELO BRANCO, Camilo, 2006. Amor de Perdição. Porto: Edições
Caixotim
 JACINTO, Conceição, e LANÇA, Gabriela, 2011. Análise da Obra Amor de Perdição – Camilo Castelo Branco.
Porto: Porto Editora
 LOPES, Óscar, 2005. “Conceção de vida na ficção de Camilo”. In Álbum de Família – Ensaios sobre Autores
Portugueses do Século XIX. Lisboa: Caminho
 REIS, Carlos, e PIRES, Maria da Natividade, 1999. “Camilo Castelo Branco e o Romantismo Português”. In História
Crítica da Literatura Portuguesa. Vol. V. Lisboa: Verbo

Quadro-síntese
Amor de Perdição

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Amor de Perdição

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Amor de Perdição

Página 365
Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 10
Página 368

Teste rápido de revisão


1. a. F. O título do romance alude à intriga (principal e secundária, associadas ambas à família Maia) e apenas o
subtítulo remete para a crónica de costumes. b. V. c. F. A analepse recupera acontecimentos que recuam até à
juventude de Afonso da Maia. d. V. e. V. f. F. Crítica ao modelo educativo português, tradicional, conservador e
marcado pela ausência de contacto com o ambiente natural. g. V.
2. (A) Sarau do Teatro da Trindade. (B) Passeio final de Carlos e Ega, em Lisboa. (C) Corridas no hipódromo. (D)
Jantar no Hotel Central. (E) Episódios das redações dos jornais A Tarde e A Corneta do Diabo. (F) Jantar em casa
dos Gouvarinho.
2.1. (D), (C), (F), (E), (A), (B).

Bibliografia consultada:
 JACINTO, Conceição, e LANÇA, Gabriela, 1999. Os Maias – Eça de Queirós. Porto: Porto Editora
 REIS, Carlos, 1998. Introdução à leitura d’Os Maias. 6.ª ed. Coimbra: Livraria Almedina
 REIS, Carlos, 1999. “Maias (Os)”. In Biblos – Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa. Vol. 3.
Lisboa: Verbo
 REIS, Carlos, 2001. “Eça de Queirós: do Romantismo à superação do Naturalismo”. In REIS, Carlos (Dir.), 2001.
História da Literatura Portuguesa. Volume 5 – O Realismo e o Naturalismo. Lisboa: Publicações Alfa
 REIS, Carlos, 2016. Os Maias. Eça de Queirós. Porto: Porto Editora
 VALÉRIO, Elisa, 2007. Para uma Leitura de “Os Maias” de Eça de Queirós. 4.a ed. Lisboa: Editorial Presença

Roteiro de leitura
Os Maias

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Os Maias

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Os Maias

Página 122 de 129


Página 369
Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 11

Página 372

Teste rápido de revisão


1.1. (D). 1.2. (C). 1.3. (A). 1.4. (B). 1.5. (C). 1.6. (A).

Bibliografia consultada:
 AMARAL, Fernando Pinto do, 2001. “O arquipélago das sombras”. In QUENTAL, Antero de, 2001. Poesia
Completa 1842-1891. Lisboa: Dom Quixote
 PAIS, Amélia Pinto, 2004. História da Literatura em Portugal - Uma perspetiva didática. Vol. 2. Porto: Areal
 REIS, Carlos, e PIRES, Maria da Natividade, 1999. “Antero de Quental e o Terceiro Romantismo”. In História Crítica
da Literatura Portuguesa. Vol. V [O Romantismo]. Lisboa: Verbo

Esquema-síntese
A poesia de Antero de Quental

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A poesia de Antero de Quental

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


Sonetos Completos de Antero de Quental

Página 373

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 12

Página 376

Teste rápido de revisão


1. (B), (D), (G), (J), (L), (N), (P) e (R).
2. (a) 6. o destaque de fatores emocionais.
(b) 3. o tricentenário de Camões
(c) 4. uma civilização industrial e urbana
(d) 1. um passado épico
(e) 2. um presente que se adivinha de corrupção e decadência
(f) 5. um futuro também sombrio

Bibliografia consultada:
 AMARO, Ana Maria, 2009. “Introdução”. In VERDE, Cesário, 2009. O Livro de Cesário Verde (uma seleção). Porto:
Porto Editora
 BUESCU, Helena Carvalhão, 2015. “Introdução”. In VERDE, Cesário, 2015. Cesário Verde – Cânticos do Realismo.
O Livro de Cesário Verde. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda
 REIS, Carlos, 2001. “Cesário Verde: Realismo e criação poética”. In REIS, Carlos (Dir.), 2001. História da Literatura
Portuguesa. Vol. 5 [O Realismo e o Naturalismo]. Lisboa: Publicações Alfa
 MOURÃO-FERREIRA, David, 1983. “Notas sobre Cesário Verde”. In Hospital das Letras. Lisboa: IN-CM

Quadro-síntese

Página 123 de 129


A poesia de Cesário Verde

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A poesia de Cesário Verde

Fichas de trabalho por domínio – Educação literária


A poesia de Cesário Verde

Página 377

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 13

Página 380

Teste rápido de revisão


1. Fernando Pessoa ortónimo – (C) e (F).
Alberto Caeiro – (E), (G) e (I).
Ricardo Reis – (B) e (D).
Álvaro de Campos – (A), (H) e (J).
2. Linha 2: onde se lê “textos de natureza essencialmente objetiva” deve ler-se “textos de natureza essencialmente
subjetiva”.

Bibliografia consultada:
 BRÉCHON, Robert, 1996. Estranho Estrangeiro (Tradução de Maria Abreu e Pedro Tamen). Lisboa: Quetzal
 COELHO, Jacinto do Prado, 1990. Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa. 10.a ed. Lisboa: Verbo
 PAIS, Amélia Pinto, 1996. Para compreender Fernando Pessoa. Porto: Areal
 RAMOS, Auxília, e BRAGA, Zaida, 2010. Poemas de Fernando Pessoa. Ortónimo e Heterónimos. Porto: Ideias de
Ler

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Textos informativos complementares
Fichas de trabalho por domínio – Educação literária
Fernando Pessoa ortónimo
Alberto Caeiro
Ricardo Reis
Álvaro de Campos
Livro do Desassossego

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula:
Fernando Pessoa ortónimo
Alberto Caeiro
Ricardo Reis
Álvaro de Campos
Livro do Desassossego

Página 124 de 129


Página 381

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 14

Página 382

Teste rápido de revisão


1. Herói – (B). Imaginário épico – (A). Sebastianismo – (B). Quinto Império – (B).
2. e 2.1. (B) A História de Portugal é explorada na obra de Pessoa segundo uma conceção messiânica e
providencialista, que atribui a responsabilidade na consecução dos feitos à inspiração divina, recebida pelos
heróis (eleitos).
(E) Nem todas as figuras históricas referidas em Mensagem reenviam para sucessos e triunfos e funcionam, com
os seus exemplos de vitória ou fracasso, como exemplos inspiradores.

Bibliografia consultada:
 LOURENÇO, António Apolinário, 1990. “Mensagem”. In Biblos – Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua
Portuguesa. Vol. 3. Lisboa: Verbo
 MACÊDO, J. Oliveira, 2002. Sob o signo do Império. Porto: ASA
 PAIS, Amélia Pinto, 1996. Para compreender Fernando Pessoa. Porto: Areal
 RAMOS, Auxília, e BRAGA, Zaida, 2010. “Introdução”. In PESSOA, Fernando, 2010. Mensagem. Vila Nova de
Famalicão: Centro Atlântico
 REAL, Miguel, 2013. “Uma visão mítica da História de Portugal”. In PESSOA, Fernando, 2013. Mensagem
(comentada por Miguel Real). Lisboa: Parsifal
 SILVA, Lino Moreira da, 1989. Do Texto à Leitura – Metodologia da abordagem textual com aplicação à obra de
Fernando Pessoa. Porto: Porto Editora

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Mensagem

Textos informativos complementares


Mensagem: uma leitura (estrutura e dimensão simbólica)

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Mensagem

Página 383

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 15

Página 125 de 129


Página 384

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1. e 1.1. a. V. b. V. c. F. O tempo e o espaço partilham a tendência para a concentração, pois o primeiro deve ser
reduzido (ação de curta duração) e o segundo concentrado num único local, sem longas sequências descritivas.
d. F. Em consonância com as restantes características do conto, as personagens são em número reduzido e,
geralmente, apresentam escassa densidade psicológica.
2.1. (B)
2.2. (A)
2.3. (D)

Bibliografia consultada:
 AMARAL, Maria João, 2011. “George”. “Leitura”. In ROCHETA, Maria Isabel, e MARTINS, Serafina (Coord.) Conto
Português – Séculos XIX-XX 3. Antologia Crítica. Porto: Edições Caixotim
 LEAL, António, et alii, 2015. “Tempo e Aspeto em “Famílias desavindas”, de Mário de Carvalho”. Repositório
Aberto da Universidade do Porto
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/80603/2/122525.PDF [Consult. 2016-10-10]
 REIS, Carlos, e LOPES, Ana Cristina, 1996. Dicionário de Narratologia. 5.a ed. Coimbra: Almedina
 MAGALHÃES, Violante, 2009. “Sempre é uma companhia”. “Leitura”. In ROCHETA, Maria Isabel, e MARTINS,
Serafina (Coord.) Conto Português – Séculos XIX-XX. 3 Antologia Crítica. Porto: Edições Caixotim

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Fichas de trabalho por domínio – Educação literária
“Famílias desavindas”
“Sempre é uma companhia”
“George”

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Contos

Página 385

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 16

Página 386

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1.1. Afirmação verdadeira: (B).
Correção das afirmações falsas:
(A) O assunto dos textos A e C remete para o tópico poético das representações do contemporâneo; o texto B
associa-se ao tema da arte poética.
(C) O texto B apresenta apenas um verso em redondilha maior (o verso 3).
(D) Os últimos três versos do texto C apresentam o tema da expansão marítima através do recurso à metáfora.
(E) Existe rima cruzada em todos os textos.
(F) A tradição literária concretiza-se, no texto A, a nível formal, com a utilização do soneto enquanto forma
poética, e, no texto C, a nível temático, com a recuperação da imagética trovadoresca e épica.
Bibliografia consultada:
 REIS, Carlos, 2008. O Conhecimento da Literatura – Introdução aos Estudos Literários. 2.a ed., 4.a reimp. Coimbra:
Almedina
 MACHADO, Álvaro Manuel, 1996. Dicionário de Literatura Portuguesa. Lisboa: Presença

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Poetas contemporâneos

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Poetas contemporâneos

Página 387

Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 17

Página 388

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1. (a) Ricardo Reis. (b) Lisboa. (c) Brasil. (d) Fernando Pessoa. (e) Reis. (f) Lídia. (g) Hotel Bragança. (h) Marcenda.
(i) Coimbra. (j) Alto de Santa Catarina. (k) Ricardo Reis. (l) Fátima. (m) Lídia. (n) Daniel. (o) Afonso de
Albuquerque. (p) Ricardo Reis. (q) Fernando Pessoa. (r) Fernando Pessoa. (s) Ricardo Reis. (t) Lídia. (u)
Marcenda. (v) Saramago. (w) Camões. (x) Reis. (y) Fernando Pessoa.

Bibliografia consultada:
 ARNAUT, Ana Paula, 2008. José Saramago. Lisboa: Edições 70
 SEIXO, Maria Alzira, 1999. Lugares da ficção em José Saramago. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda (pp.
40-43 e 82-95)
 SILVA, Teresa Cristina Cerdeira da, 1989. José Saramago. Entre a História e a Ficção: Uma Saga de Portugueses.
Lisboa: Dom Quixote

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O Ano da Morte de Ricardo Reis

Textos informativos complementares


Uma leitura de O Ano da Morte de Ricardo Reis

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – O Ano da Morte de Ricardo Reis

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Página 389

Texto informativo
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Página 390

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1. (P), (O), (K), (C), (M), (F), (N), (L), (B), (J), (E), (G), (H), (A), (I), (D).
2. Linha 1: onde se lê “D. João VI” deve ler-se “D. João V”.
Linha 4: onde se lê “família de Baltasar” deve ler-se “família real”.
Linha 5: onde se lê “aristocratas” deve ler-se “populares”.
Linha 8: onde se lê “segunda” deve ler-se “primeira”.
Linha 11: onde se lê “no trabalho” deve ler-se “na guerra”.

Bibliografia consultada:
 ARNAUT, Ana Paula, 2008. José Saramago. Lisboa: Edições 70
 BESSE, Maria Graciete, 2001. “Memorial do Convento de José Saramago e o imaginário barroco”. Mea Libra, n.o
9, dezembro de 2001 (pp. 99-103)
 MARINHO, Maria de Fátima, 2009. A Lição de Blimunda. Porto: Areal
 MONIZ, António, 2007. Para uma leitura de “Memorial do Convento” de José Saramago. 3.a ed. Lisboa: Presença
 RAMOS, Ana Margarida, 1996. “O Memorial do Convento na tipologia do romance histórico”. In ABREU, Luís
Machado de (coord.), 1996. Diagonais das letras contemporâneas. Atas do 2.o Encontro de Estudo Portugueses.
Aveiro: Fundação João Jacinto Magalhães (pp. 97-112)
 RAMOS, Auxília, e BRAGA, Zaida, 2009. Memorial do Convento | José Saramago. Porto: Ideias de Ler
 REIS, Carlos, 1986. “Memorial do Convento ou a emergência da História”. Revista Crítica de Ciências Sociais, n.os
18/19/20, fevereiro de 1986 (pp. 91-103)
 SEIXO, Maria Alzira, 1999. Lugares da ficção em José Saramago. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda (pp.
40-43 e 82-95)
 SILVA, Teresa Cristina Cerdeira da, 1989. José Saramago. Entre a História e a Ficção: Uma Saga de Portugueses.
Lisboa: Dom Quixote

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Memorial do Convento

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As personagens em Memorial do Convento
Uma leitura de Memorial do Convento

Caderno de Testes e Questões de aula


Questão de aula – Memorial do Convento

Página 391
Texto informativo
CD áudio 2 Faixa 19

Página 393

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Gramática
Principais referências bibliográficas consultadas:
 COSTA, João, e SILVA, Vítor Aguiar (Orgs.), 2011. Dicionário Terminológico. http://dt.dge.mec.pt/ (último
acesso em 2017-02-20)
 CUNHA, Celso, e CINTRA, Lindley, 2010. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 19.a ed. Lisboa: Sá
da Costa
 MATEUS, Maria Helena Mira et al., 2003. Gramática da Língua Portuguesa. 6.a ed. Lisboa: Caminho
 RAPOSO, Eduardo Buzaglo Paiva et al. (Orgs.), 2013. Gramática do Português. Volumes I e II. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian
 ROCHA, Maria Regina, 2016. Gramática – Português – Ensino Secundário. Porto: Porto Editora

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