Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
1
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
ACÓRDÃO
2
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
R E L AT Ó R I O
DES. GELSON ROLIM STOCKER (RELATOR)
Trata-se de apelações interpostas sucessivamente por ANA
PAULA AMARAL e FUNDACAO DE SAUDE PLUBLICA DE NOVO
HAMBURGO FSNH, diante da sentença de parcial procedência proferida
nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais e Estéticos, que aquela
move em desfavor desta.
Adoto o relatório da sentença (fls. 182-190), que transcrevo:
ANA PAULA AMARAL ajuizou ação de indenização
em face de HOSPITAL MUNICIPAL DE NOVO
HAMBURGO, alegando ter sido hospitalizada em
10/05/2007, em decorrência de trabalho de parto.
Informou que sua filha nasceu de parto normal, sendo
que foi feita uma incisão na região do períneo
(episiotomia), para facilitar o procedimento. Destacou
ter tido alta hospitalar em 11/05/2007, sem ter
recuperado o funcionamento normal de seu intestino,
sentido muita dor, ficando constipada por quase um
mês. Ressaltou ter procurado atendimento médico,
tendo sido constatada a existência de fístula
retovaginal, ocorrida em razão da incisão feita no
momento do parto. Narrou ter se submetido a
procedimento cirúrgico em 06/06/2007 para
fechamento da fístula, passando a fazer uso de bolsa
de colostomia. Asseverou ter sido necessária a
realização de nova cirurgia em 06/05/2008, desta vez
para reconstrução do trânsito intestinal. Aduziu ter
3
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
5
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
VOTOS
DES. GELSON ROLIM STOCKER (RELATOR)
Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço dos
recursos interpostos. Não havendo preliminares, passo, em conjunto, ao
exame do mérito dos apelos.
Compartilho do entendimento da Digníssima Magistrada a quo
quanto à parcial procedência dos pedidos formulados pela parte autora.
Primeiramente, cumpre salientar que a responsabilidade civil
do Hospital quanto aos serviços disponibilizados aos cidadãos independe da
6
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
8
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
(...)
Informante: A episiotomia é o corte que se faz no parto
vaginal. E foi usado fórceps de alívio, pelo que está aqui no
prontuário.
Juiz: Essa indicação era aplicada ao caso dela? Ou por que
foi feito dessa forma?
Informante: Como ela tinha uma cesária prévia, a gente as
vezes usa o fórceps para aliviar o período expulsivo, para fazer o
período expulsivo ser mais curto, para não ter risco para o feto de
ter um período expulsivo mais prolongado, para evitar danos,
principalmente neurológicos para o feto. A gente faz esse uso de
forceps de alívio e para evitar risco de (ruptura) uterina, né, como
ela tinha uma cesárea prévia.
Juiz: O senhor sabe o período que ela ficou internada?
Informante: Normalmente parto normal fica 24h internada.
Depende da hora que ela ganha o nenê. Se for depois das 18h,
ela fica umas 36h, mas normalmente é 24h.
Juiz: O senhor sabe se em decorrência desse parto ela
precisou retornar, ser hospitalizada novamente ou fazer outro
procedimento cirúrgico?
Informante: Eu sei que ela teve uma fístula reto-vaginal e
em decorrência disso foi feita uma colostomia para correção
dessa fístula. E, posteriormente, foi feita a correção da
colostomia.
Juiz: Isso é normal, é esperado?
Informante: Quando há fistulização reto-vaginal a gente faz
uma colostomia para parar o trânsito intestinal naquele pedaço
que tem fístula para fazer essa correção.
Juiz: O surgimento dessa fístula se dá por qual razão?
Informante: Isso é uma complicação do parto.
Juiz: É uma complicação esperada?
10
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
usual. Pode ser usado para o lado esquerdo também, mas mais
usual é medio-lateral esquerdo da paciente e direito da gente.
Procuradora da parte autora: E no caso da Ana Paula não
sabe precisar direitinho de que maneira foi, pelo prontuário?
Informante: Pelo prontuário eu não sei te dizer, mas pela
minha prática foi médio lateral esquerdo. A episio é, digamos
assim, que a gente faz é que menos complicações ocorrem. Mas,
no período expulsivo quando a cabeça está saindo, essa episio
pode ser ampliada naturalmente, uma laceração que a gente
chama. E aí quando lacera, pode lacerar para qualquer lado.
Procuradora da parte autora: Haveria possibilidade de ter
atingido o intestino essa episio? No caso de laceração assim.
Informante: Laceração pode ocorrer. A episio a gente não
abre em direção ao reto, ao ânus, a gente abre lateral,
exatamente para evitar essa... quando a cabeça sai ela pode
rasgar em direção ao reto. Mas, pelo que está descrito aqui não
houve isso. Porque quando a gente faz o exame posterior, o
toque retal, eu coloquei aqui sem particularidades. Se houvesse
alguma lesão a gente teria que colocar aqui, descrever isso.
(...)
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
14
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
conforme artigos 405 e 406 do Código Civil e 161, §1º, do Código Tributário
Nacional.
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
19
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
Prequestionamento.
20
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
DISPOSITIVO
Diante do exposto, nego provimento aos apelos.
É o voto.
2
Fleury, José Theophilo. Do prequestionamento nos recursos especial e extraordinário Súmula 356
x Súmula 211 do STJ, IN: Aspectos Polêmicos e atuais dos recursos cíveis de acordo com a Lei
9756/98. 1ª Edição – São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.
21
L D E JU
NA
ST
U
T R IB
IÇ A
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
GRS
Nº 70047647755
2012/CÍVEL
22