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Legislação e Normalização

CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA


LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO

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Legislação e Normalização

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Legislação e Normalização

LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO
CAPÍTULO I
ELOISIA B. DE ALMEIDA P. COELHO – CONSULTOR TÉCNICO
REGAP/SMS

CAPÍTULO II
ADAPTAÇÃO AUTORIZADA DO MANUAL TÉCNICO DE CALDEIRAS E
VASOS DE PRESSÃO MINISTÉRIO DE TRABALHO – SSST –
SECRETARIA DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
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CURITIBA
2002
Legislação e Normalização
Módulo
Legislação e Normalização

Ficha Técnica
Contatos com a Equipe da Repar: Maurício Dziedzic
Refinaria Presidente Getúlio Vargas – Repar (Coordenador do Curso de Engenharia Civil)
Rodovia do Xisto (BR 476) – Km16 Júlio César Nitsch
83700-970 Araucária – Paraná (Coordenador do Curso de Eletrônica)
Mario Newton Coelho Reis Marcos Roberto Rodacoscki
(Coordenador Geral) (Coordenador do Curso de Engenharia
Tel.: (41) 641 2846 – Fax: (41) 643 2717 Mecânica)
e-mail: marioreis@petrobras.com.br Carlos Alexandre Castro
(Coordenador do Curso de Jornalismo)
Uzias Alves
Capítulo I
(Coordenador Técnico)
Tel.: (41) 641 2301 Eloisia B. de Almeida P. Coelho – Consultor
e-mail: uzias@petrobras.com.br Técnico REGAP/SMS
Décio Luiz Rogal Capítulo II
Tel.: (41) 641 2295 Adaptação autorizada do Manual Técnico de
e-mail: rogal@petrobras.com.br Caldeiras e Vasos de Pressão Ministério de
Ledy Aparecida Carvalho Stegg da Silva Trabalho – SSST –
Tel.: (41) 641 2433 Secretaria de Saúde e Segurança no Trabalho
e-mail: ledyc@petrobras.com.br (Autor)
Adair Martins Marcos Cordiolli
Tel.: (41) 641 2433 (Coordenador Geral do Projeto)
e-mail: adair@petrobras.com.br Iran Gaio Junior
(Coordenação Ilustração, Fotografia e
UnicenP – Centro Universitário Positivo Diagramação)
Oriovisto Guimarães Carina Bárbara R. de Oliveira
(Reitor) (Coordenação de Elaboração dos Módulos
José Pio Martins Instrucionais)
(Vice Reitor) Juliana Claciane dos Santos
(Coordenação dos Planos de Aula)
Aldir Amadori
Luana Priscila Wünsch
(Pró-Reitor Administrativo) (Coordenação Kit Aula)
Elisa Dalla-Bona Angela Zanin
(Pró-Reitora Acadêmica) Leoni Néri de Oliveira Nantes
Maria Helena da Silveira Maciel Érica Vanessa Martins
(Pró-Reitora de Planejamento e Avaliação (Equipe Kit Aula)
Institucional) Carina Bárbara Ribas de Oliveira
Luiz Hamilton Berton (Coordenação Administrativa)
Cláudio Roberto Paitra
(Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa)
Marline Meurer Paitra
Fani Schiffer Durães (Diagramação)
(Pró-Reitora de Extensão) Cíntia Mara Ribas Oliveira
Euclides Marchi (Coordenação de Revisão Técnica e Gramatical)
(Diretor do Núcleo de Ciências Humanas e Contatos com a equipe do UnicenP:
Sociais Aplicadas) Centro Universitário do Positivo – UnicenP
Helena Leomir de Souza Bartnik Pró-Reitoria de Extensão
(Coordenadora do Curso de Pedagogia) Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza 5300
81280-320 Curitiba PR
4 Marcos José Tozzi
Tel.: (41) 317 3093
(Diretor do Núcleo de Ciências Exatas e Fax: (41) 317 3982
Tecnologias) Home Page: www.unicenp.br
Antonio Razera Neto e-mail: mcordiolli@unicenp.br
(Coordenador do Curso de Desenho Industrial) e-mail: extensao@unicenp.br
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Apresentação

É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você.


Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife-
renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de
você e de seu perfil empreendedor.
Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o
Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada
pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos
que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria.
Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos
de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc-
nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po-
dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um
processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado
pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da
Petrobras.
Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras
fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar
seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na
Petrobras.

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Sumário
1 LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA NO TRABALHO – 3. Operação de Caldeiras ...................................................... 40
NORMAS REGULAMENTADORAS (NR´S) 3.1. Partida e parada ........................................................ 40
VISÃO GERAL ....................................................................... 7 3.2. Regulagem e controle ............................................... 40
1.1 Introdução ........................................................................ 7 3.3. Falhas de operação, causas e providências ............... 40
1.2 Histórico .......................................................................... 7 3.4. Roteiro de vistoria diária .......................................... 40
1.3 Órgãos do Governo e Entidades ....................................... 9 3.5. Operação de um sistema de várias caldeiras ............ 40
1.4 Normas Regulamentadoras ............................................ 10 3.6. Procedimentos em situações de emergência ............. 40
1.4.1 NR 1 – Disposições Gerais ................................ 11 4. Tratamento de Água e Manutenção de Caldeiras ............. 40
1.4.2 NR 2 – Inspeção Prévia ..................................... 12 4.1. Impurezas da água e suas conseqüências ................. 40
1.4.3 NR 3 – Embargo ou Interdição .......................... 12 4.2. Tratamento de água .................................................. 40
1.4.4 NR 4 – Serviços Especializados em 4.3. Manutenção de caldeiras .......................................... 40
Engenharia de Segurança e em Medicina 5. Prevenção Contra Explosões e Outros Riscos .................. 40
do Trabalho ....................................................... 12 5.1. Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde .............. 40
1.4.5 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção 5.2. Riscos de explosão ................................................... 40
de Acidentes – CIPA ......................................... 13 6. Legislação e Normalização ............................................... 40
1.4.6 NR 6 – Equipamentos de Proteção 6.1. Normas Regulamentadoras ...................................... 40
Individual – EPI ................................................ 13 6.2. Norma Regulamentadora 13 (NR-13) ...................... 40
1.4.7 NR 7 – Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional (PCMSO) ...................... 13 ANEXO II .............................................................................. 40
1.4.8 NR 8 – Edificações ........................................... 14 13.6 Vasos de Pressão – Disposições Gerais .................... 41
1.4.9 NR 9 – Programa de Prevenção de 13.7 Instalação de Vasos de Pressão ................................. 46
Riscos Ambientais – PPRA ............................... 15 13.8 Segurança na Operação de Vasos de Pressão ............ 48
1.4.10 NR 10 – Instalações e serviços em 13.9. Segurança na Manutenção de Vasos de Pressão ....... 50
eletricidade ........................................................ 15 13.10 Inspeção de Segurança de Vasos de Pressão ............. 52
1.4.11 NR 11 – Transporte, movimentação,
armazenagem e manuseio de materiais ............. 15 ANEXO I-B ........................................................................... 55
1.4.12 NR 12 – Máquinas e equipamentos .................. 16 1. Noções de Grandezas Físicas e Unidades ......................... 55
1.4.13 NR 13 – Operação de Caldeiras 1.1. Pressão ..................................................................... 55
e Vasos de Pressão ............................................. 16 1.2. Calor e Temperatura ................................................. 55
1.4.14 NR 14 – Fornos ................................................. 16 2. Equipamentos de Processo ............................................... 55
1.4.15 NR 15 – Atividades e operações insalubres ...... 17 2.1. Trocadores de calor .................................................. 55
1.4.16 NR 16 – Atividades e operações perigosas ....... 18 2.2. Tubulação, válvulas e acessórios .............................. 55
1.4.17 NR 17 – Ergonomia .......................................... 18 2.3. Bombas .................................................................... 55
1.4.18 NR 18 – Condições e meio ambiente 2.4. Turbinas e ejetores ................................................... 55
de trabalho na indústria da construção .............. 19 2.5. Compressores ........................................................... 55
1.4.19 NR 20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis .. 19 2.6. Torres, vasos, tanques e reatores .............................. 55
1.4.20 NR 23 – Proteção contra incêndios ................... 19 2.7. Fornos ...................................................................... 55
1.4.21 NR 24 – Condições sanitárias e de conforto 2.8. Caldeiras .................................................................. 55
nos locais de trabalho ........................................ 19 3. Eletricidade ...................................................................... 55
1.4.22 NR 25 – Resíduos Industriais ............................ 19 4. Instrumentação ................................................................. 55
1.4.23 NR 26 – Sinalização de segurança .................... 20 5. Operação da Unidade ....................................................... 55
1.4.24 NR 27 – Registro Profissional do Técnico 5.1. Descrição do processo .............................................. 55
de Segurança do Trabalho no Ministério 5.2. Partida e parada ........................................................ 55
do Trabalho ....................................................... 20 5.3. Procedimentos de emergência .................................. 55
5.4. Descarte de produtos químicos e preservação
2 NR-13 – CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO ................. 21 do meio ambiente ..................................................... 55
13.1 Caldeiras a vapor – disposições gerais ........................... 21 5.5. Avaliação e controle de riscos inerentes
13.2 Instalação de Caldeiras a Vapor ..................................... 29 ao processo ............................................................... 55
13.3 Segurança na Operação de Caldeiras ............................. 32 5.6. Prevenção contra deterioração, explosão
13.4 Segurança na Manutenção de Caldeiras ........................ 34 e outros riscos .......................................................... 55
13.5 Inspeção de Segurança de Caldeiras .............................. 35 6. Primeiros Socorros ........................................................... 55
7. Legislação e Normalização ............................................... 55
ANEXO I-A ........................................................................... 39
1. Noções de Grandezas Físicas e Unidades ......................... 39 ANEXO II .............................................................................. 56
1.1. Pressão ..................................................................... 39
6 1.2. Calor e Temperatura ................................................. 39 ANEXO III ............................................................................. 56
2. Caldeiras – Condições Gerais ........................................... 39 1. Esta NR deve ser aplicada aos seguintes equipamentos ... 56
2.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações ........................ 39 2. Esta NR não se aplica aos seguintes equipamentos .......... 57
2.2. Partes de uma caldeira ............................................. 39
2.3. Instrumentos e dispositivos de controle de caldeira . 40 ANEXO IV ............................................................................ 60
Legislação e Normalização

Legislação de Segurança no
Trabalho – Normas
Regulamentadoras (NR´s) Visão
Geral
1
concepção de novas tecnologias, de novas
1.1 Introdução
O trabalho humano é fruto da inteligência máquinas e novos materiais e que possibilita
e da criatividade. Foi graças à capacidade de o planejamento de novas formas de organiza-
raciocínio e ao instinto gregário que o ser hu- ção do trabalho, deverá ser capaz, também, de
mano conseguiu, ao longo dos tempos, criar e propiciar aos trabalhadores condições saudá-
aprimorar técnicas que permitiram o progres- veis e seguras de trabalho.
so e a adaptação das comunidades nas mais É neste campo que atuam, conjuntamen-
diversas partes do planeta. Tal evolução par- te, a Segurança, a Higiene e a Medicina do
Trabalho, com o objetivo de prevenir os efei-
tiu da atividade predatória, atingiu o processo
tos adversos decorrentes das atividades labo-
industrial e prossegue a passos enormes, em
rativas, identificando e eliminando suas cau-
todas as áreas de conhecimento.
sas ou minimizando os seus efeitos nos ambi-
A Revolução Industrial, fenômeno histó-
entes de trabalho.
rico ocorrido na Europa, abrangendo parte dos
séculos XVIII e XIX, provocou a mais mar-
cante mudança nas relações entre o homem e 1.2 Histórico
o trabalho. Os camponeses empregavam-se em A História revela que, desde o início da
“fábricas”, que não passavam de meras cons- civilização, os trabalhos mais penosos e tam-
bém os menos nobres eram destinados aos es-
truções improvisadas. Os locais e os instru-
cravos. Talvez a isto se possa atribuir a escas-
mentos de trabalho ofereciam inúmeros riscos.
sez de referências aos problemas relacionados
Foi preciso que muitos trabalhadores, princi-
com doenças dos trabalhadores na Antigüida-
palmente mulheres e crianças, morressem em
de. Mesmo assim, alguns registros foram fei-
conseqüência de acidentes e doenças ineren-
tos, ainda que a preocupação principal não
tes ao trabalho, para que ações governamen-
fosse o comprometimento da saúde de quem
tais, em vários países europeus, manifestas- trabalhava, mas provavelmente o comprome-
sem-se em prol da segurança e da saúde dos timento dos volumes de produção.
trabalhadores. Hipócrates, três séculos antes de Cristo,
No Brasil, o período de desenvolvimento já se referia com riqueza de detalhes a casos
industrial mais intenso ocorreu a partir de de intoxicação por chumbo em trabalhadores
1930. O processo não foi muito diferente do de minas.
que ocorreu na Europa, no que tange à preo- Um século antes da era cristã, Lucrécio já
cupação com a segurança e saúde dos traba- registrava suas preocupações com as condições
lhadores. A falta de ações mais ágeis dos go- de trabalho dos mineiros daquela época e cita-
vernos, que não estão ainda suficientemente va: “não viste como morrem em tão pouco tem-
aparelhados para fiscalizar plenamente o cum- po, quando ainda tinham tanta vida pela frente?”
primento das leis, é um fator que favorece a Plínio, no início da era cristã, após visitar
manutenção das condições precárias a que fica galerias de minas, descreveu suas impressões
submetida grande parte dos trabalhadores bra- sobre os trabalhadores expostos a poeiras de
sileiros. toda espécie. O mesmo autor observou, ainda,
O ritmo crescente do desenvolvimento tec- a iniciativa daqueles trabalhadores, relatando:
nológico faz com que os trabalhadores do li- “procuravam minimizar a inalação de poeiras,
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miar do século XXI tenham que enfrentar no- fazendo uso de bexigas de carneiro ou trapos
vos riscos, e fiquem expostos aos mais diver- imundos à frente do rosto; era como se esti-
sos agentes potencialmente nocivos à saúde. vessem mascarados para não serem reconhe-
Assim, a mesma inteligência, que viabiliza a cidos em seus horrores.”
Legislação e Normalização
Referências mais concretas e abrangentes Os movimentos sociais sensibilizaram o
sobre a questão da saúde dos trabalhadores só Estado e algumas medidas efetivas começa-
surgiram a partir do século XVI. Em 1556, foi ram a ser tomadas a partir de 1800, através de
publicado o livro de Georgius Agricola, que leis específicas. Como exemplo, pode-se citar:
fazia referências a acidentes do trabalho e doen- – lei que regulamenta a idade mínima
ças relacionadas às atividades de extração e para o trabalho – Inglaterra/1802;
fundição de prata e ouro. – lei das fábricas, que proibe o trabalho
Em 1567, foram publicados os trabalhos noturno para menores e exige proteção
de Paracelso, em que eram relacionadas algu- nas máquinas, entre outros benefícios –
mas atividades laborativas, os respectivos Inglaterra/1833;
métodos de trabalho, as substâncias manusea- – lei sobre acidentes do trabalho e sua
das e as doenças inerentes. indenização – Inglaterra/1898;
Em 1700, foi publicada a obra de referên- – lei sobre o repouso semanal – França/
cia histórica: o livro de Bernardino Ramazzini, 1806;
“As Doenças dos Trabalhadores”. Em sua obra, – lei da aposentadoria após 65 anos –
Ramazzini descreve com detalhes doenças ine- França/1910;
rentes a mais de 50 atividades. Ramazzini é – lei da jornada de trabalho de 8 horas/
considerado o “Pai de Medicina do Trabalho”. dia para serviços de mineração – Fran-
Atribui-se também a ele, as abordagens preli- ça/1913;
minares referentes à medicina social, a partir – lei da jornada de trabalho de 8 horas/
de alguns registros em que fica clara a insinu- dia – França/1916;
ação de alguns elementos básicos, tais como: – lei sobre semana de trabalho de 40 ho-
o estudo das relações entre o estado de saúde ras e férias remuneradas – França/1936.
de uma população específica e suas condições Em 1906, realizou-se em Milão, graças à
de renda; os fatores negativos que atuam de proposta do senador italiano De Cristoforis, o
forma especial em determinada população, em I Congresso Internacional de Doenças do Tra-
face à sua posição social; os elementos que balho.
exercem influência deletéria sobre a saúde das Em 1910, durante o II Congresso Interna-
populações, impedindo a melhoria do estado cional de Doenças dos Trabalhadores, foi dis-
geral de bem-estar. cutida a equiparação entre acidente do traba-
No transcorrer do século XVIII, a Revo- lho e doenças relacionadas ao trabalho.
lução Industrial ocorrida na Europa provocou Em 1919, foi criada a OIT (Organização
um grande impacto sobre a qualidade de vida Internacional do Trabalho). Esta organização
de muitas pessoas. Os trabalhadores do cam- tem como atribuição principal à divulgação de
po, iludidos pelas novas propostas de empre- informação e recomendações internacionais
gos nas “fábricas” da época, deixaram suas que visem à proteção dos trabalhadores. Mui-
origens ante a expectativa de melhores opor- tas das recomendações não possuem caráter
tunidades. O êxodo rural foi intenso, mas, na obrigatório, ficando a cargo de cada país sig-
verdade, os trabalhadores foram submetidos a natário decidir internamente estas questões, de
penosas condições de trabalho em ambientes modo a regulamentar na forma da Lei todos
onde os agentes agressivos à saúde eram nu- os aspectos técnicos envolvidos.
merosos. Não bastasse isto, crianças de sete E em termos de Brasil, como evoluíram
anos ou menos já eram “empregadas nas fá- as questões de segurança e saúde dos traba-
bricas.” Mulheres grávidas trabalhavam, até o lhadores? A história mostra um quadro seme-
final da gestação, em ambientes adversos, cum- lhante ao dos europeus em termos de atenção
prindo jornadas noturnas. As jornadas de tra- para com a segurança e a saúde dos trabalha-
balho duravam, para todos, até 16 horas/dia, dores. Utilizou-se mão-de-obra escrava até o
sem descanso semanal. final do século XIX. O escravo trabalhava até
A conseqüente dizimação da mão-de-obra 18 horas por dia e seu proprietário podia
operária começou a ameaçar o próprio curso castigá-lo sem interferência do poder público.
8 do desenvolvimento. Isto significava uma Provavelmente, foram as graves epidemi-
ameaça direta às novas fontes de renda das as (cólera, febre amarela, entre outras), que
classes privilegiadas da época: mão-de-obra começaram a despertar o interesse social para
mais escassa era sinônimo de mão-de-obra o binômio saúde/trabalho, já que tais epide-
cada vez mais cara. mias associavam-se direta ou indiretamente às
Legislação e Normalização
condições de trabalho da época, afetando de do Decreto-Lei 5452. A CLT reuniu as legis-
forma negativa a produção nos engenhos e nas lações já existentes anteriormente, relaciona-
áreas de plantio, principalmente. das à organização sindical, à previdência so-
As progressivas limitações impostas ao cial, à proteção ao trabalhador e à Justiça do
tráfico de escravos, a partir da segunda meta- Trabalho. Em seu Capítulo V, a CLT tratou
de do século XIX, concorreram para uma li- exclusivamente da segurança e da higiene no
geira melhoria das condições de trabalho, vi- trabalho.
sando ao aumento da vida útil dos escravos. Em novembro de 1944, foi publicado o
Com a abolição da escravatura, a fonte de Decreto-Lei 7036, o qual introduziu notáveis
mão-de-obra passa a ser a corrente migrató- aperfeiçoamentos na legislação de acidentes
ria, principalmente a européia, mas a econo- do trabalho; destaca-se no texto, por exemplo,
mia brasileira continuava sendo fundamen- a criação da CIPA (10/11/44).
talmente agrícola, embora as primeiras indús- Em 1955, foi instituído o adicional de
trias datassem da segunda metade do século periculosidade, através da Lei 2.573, de 15/8/55.
XIX, constituídas principalmente por fábricas Em dezembro de 1977, o Capítulo V da
de tecidos, velas, charutos, sabão, vestuário e CLT foi alterado pela Lei 6514, de 22/12/77.
produtos alimentícios. O Artigo 200 desta lei atribuiu ao Ministério
As condições de trabalho, naquela época, do Trabalho a competência para normatizar os
eram duríssimas. As jornadas de trabalho es- procedimentos referentes à segurança e medi-
tendiam-se por até 16 horas, sem repouso se- cina do trabalho.
manal; a utilização de mão-de-obra infantil e Em junho/78, a Portaria Ministerial 3214,
feminina era comum e indiscriminada, inclu- de 08/06/78, instituiu as Normas Regulamen-
sive em trabalhos pesados e ou noturnos; a tadoras (NR), relativas à segurança e medici-
arbitrariedade dos patrões era gritante, pois os na do trabalho, em cumprimento ao disposto
“erros cometidos” por trabalhadores adultos no Artigo 200 da Lei 6514, citada no parágra-
eram punidos com pesadas multas e quando fo anterior. Atualmente, são vinte e nove Nor-
se tratava de crianças, a punição era o espan- mas Regulamentadoras.
camento; os prédios em que se instalavam as Em abril/88, foram instituídas cinco Nor-
“fábricas” não ofereciam as mínimas condi- mas Regulamentadoras Rurais (NRR), referen-
ções de higiene, segurança e conforto, pois não tes à proteção do trabalhador rural (Portaria
tinham sido projetados para tal finalidade. 3067, de 12/04/88).
É neste contexto que a classe operária bra- Desde então, textos legais complementa-
sileira começou a se mobilizar gradativamen- res e ou substitutivos vêm aperfeiçoando a re-
te, até que, sob influência dos imigrantes e ins- gulamentação pertinente à segurança e higie-
pirados nos movimentos sindicais europeus, ne no trabalho.
os protestos explodiram. Entre 1901 e 1914,
ocorreram 129 greves. Em 1917, o movimen- 1.3 Órgãos do Governo e Entidades
to grevista foi marcante, particularmente em O Ministério do Trabalho e Emprego
São Paulo, onde quase todos os setores indus- (MTE) é o órgão executivo responsável pela
triais pararam. A pressão social levou o Esta- representação política e social do governo re-
do a intervir nas relações de trabalho. ferentes aos assuntos relacionados com as
Em 1919, foi aprovado o nosso primeiro interfaces envolvidas nas relações de trabalho.
texto legal sobre acidentes do trabalho, trata- Através do seu gabinete e demais secretarias,
se do Decreto Legislativo 3724, de 15/01/19. atua no campo das relações públicas, com o
Em 1923, foi instituído o Regulamento compromisso de acompanhar o andamento dos
Sanitário Federal, a partir do qual se criou a projetos em tramitação no Congresso Nacio-
Inspetoria de Higiene Industrial. nal, providenciar a publicação oficial e divul-
Em 1930, foi criado o Ministério do Tra- gar as matérias relacionadas com a área de atu-
balho, Indústria e Comércio, através do De- ação do governo para as questões de trabalho.
creto 19.443, de 26/11/30.
Em 1938, foram instituídos o salário mí- A Secretaria de Segurança e Saúde no 9
nimo e o adicional de insalubridade, por força Trabalho (SSST) está ligada ao ministro do
do Decreto-Lei 399, de 30/04/38. trabalho e tem como função principal, formu-
Em 1º de maio de 1943, foi criada a CLT lar e propor as diretrizes de atuação da área de
(Consolidação das Leis do Trabalho), através segurança e saúde do trabalhador.
Legislação e Normalização
A Secretaria de Relações do Trabalho NR 5 – CIPA — estabelece as exigências e
tem como objetivo garantir a autonomia das critérios para constituição da Comissão Inter-
relações empregados e empregadores, respei- na de Prevenção de Acidentes.
tando os princípios da não-interferência e não-
intervenção na organização sindical. NR 6 – EPI — estabelece as exigências feitas
às empresas e aos empregados com relação ao
A Secretaria de Fiscalização do Trabalho uso dos equipamentos de proteção individual.
tem como missão, formular e propor as diretri-
zes da inspeção do trabalho, ouvida a Secreta- NR 7 – PCMSO — estabelece as diretrizes
ria de Segurança e Saúde no Trabalho, de modo para elaboração e implementação do Progra-
a priorizar o estabelecimento da política de com- ma de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
bate ao trabalho escravo e infantil, bem como
todas as formas de trabalho degradante. NR 8 – Edificações — estabelece critérios mí-
nimos a serem observados nas edificações,
As Delegacias Regionais do Trabalho visando garantir a segurança e o conforto das
(DRT) têm como objetivo principal, coorde- pessoas que ali trabalharão.
nar, orientar e controlar, na área de sua juris- NR 9 – PPRA — estabelece as diretrizes para
dição, a execução das atividades relacionadas elaboração e implementação do Programa de
com a fiscalização do trabalho, à inspeção das Prevenção de Riscos Ambientais.
condições ambientais de trabalho e à orienta-
ção ao trabalhador. NR 10 – Instalações e Serviços em Eletricida-
de — especifica exigências mínimas com vis-
A Fundação Jorge Duprat Figueiredo tas a garantir a segurança dos trabalhadores
de Segurança e Medicina do Trabalho cujas atividades envolvam o manuseio de ins-
(FUNDACENTRO) é o braço técnico do Mi- talações elétricas, em suas diversas etapas, in-
nistério do Trabalho e Emprego (MTE) com cluindo projeto, execução, operação, manuten-
atribuições bastante definidas no campo da ção, reforma, ampliação e ainda a segurança
pesquisa e assessoramento técnico. Tem por de usuários e de terceiros.
finalidade principal a realização de estudos e
pesquisas pertinentes aos problemas de segu- NR 11 – Transporte, Movimentação, Armaze-
rança, higiene e medicina do trabalho. nagem e Manuseio de Materiais — estabelece
requisitos de segurança para operações de
1.4 Normas Regulamentadoras elevadores, guindastes, transportadores indus-
As Normas Regulamentadoras são de ob- triais e máquinas transportadoras.
servância obrigatória, tanto para as empresas,
pessoas jurídicas, quanto por qualquer outro NR 12 – Máquinas e Equipamentos — esta-
que possua empregados regidos pela CLT. belece critérios para o uso seguro de máqui-
A seguir estão relacionadas as Normas nas e equipamentos, incluindo sistemas de pro-
Regulamentadoras vigentes no Brasil: teção, dispositivos de acionamento e arranjo
físico.
NR 1 – Disposições Gerais — especifica as
competências do poder público, das empresas NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão — es-
e dos empregados quanto à preservação da pecifica as exigências de operação e manuten-
saúde do trabalhador. ção de caldeiras e vasos de pressão, incluindo a
o treinamento e a habilitação dos operadores.
NR 2 – Inspeção Prévia — estabelece procedi-
mentos para a aprovação de instalações, antes NR 14 – Fornos — especifica as exigências
que um novo estabelecimento entre em atividade. de uso e manutenção em fornos industriais que
NR 3 – Embargo ou Interdição — confere po- utilizem combustíveis gasosos ou líquidos.
deres para interrupção de atividades que apre-
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres —
10 sentem grave e iminente risco de acidentes. trata das atividades que, por conclusão de in-
NR 4 – SESMT — estabelece as exigências e vestigações técnicas, qualitativas ou quantita-
critérios para constituição do Serviço Especi- tivas, possam gerar condições insalubres de-
alizado em Engenharia de Segurança e Medi- correntes de agentes de risco de natureza físi-
cina do Trabalho. ca, química ou biológica.
Legislação e Normalização
NR 16 – Atividades e Operações Perigosas — NR 26 – Sinalização de Segurança — estabe-
trata das atividades que, mediante investiga- lece procedimentos a serem seguidos pelas em-
ções técnicas, exponham os trabalhadores a presas com vistas a padronizar as sinalizações
riscos envolvendo explosivos, inflamáveis, educativas e de advertência, dentro dos esta-
radiações ionizantes e eletricidade. belecimentos, de modo a visar à prevenção de
acidentes.
NR 17 – Ergonomia — estabelece critérios que
permitam a adaptação das atividades laborati- NR 27 – Registro Profissional do Técnico de
vas às condições psicofisiológicas dos traba- Segurança no Ministério do Trabalho — trata,
lhadores, visando ao conforto, segurança e efi- exclusivamente, do registro profissional do
ciência desses trabalhadores. técnico de segurança do trabalho no Ministé-
rio do Trabalho e Emprego.
NR 18 – Condições e Meio Ambiente do Tra-
balho na Indústria da Construção — estabele- NR 28 – Fiscalização e Penalidades — esta-
ce diretrizes com vistas à implementação de belece as penalidades e os critérios de aplica-
medidas de prevenção de acidentes nas ativi- ção das mesmas, para o caso de não cumpri-
dades de construção civil. mento das normas regulamentadoras (NR).

NR 19 – Explosivos — especifica as exigên- NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Por-


cias para manuseio e armazenamento de ex- tuário — trata, exclusivamente, da prevenção
plosivos. de acidentes de trabalho e doenças associadas
ao trabalho dos empregados que exercem ati-
NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis — vidades portuárias.
especifica as exigências para manuseio e ar-
mazenamento de líquidos combustíveis e infla- Normas Aplicadas a Refinarias de Petróleo
máveis, inclusive gás liqüefeito de petróleo. Para uma refinaria de petróleo, são apli-
cáveis as seguintes NR’s: 01, 02, 03, 04, 05,
NR 21 – Trabalhos a Céu Aberto — estabele-
06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17,
ce as exigências com vistas à proteção dos tra-
18, 20, 23, 24, 26 e 28. Desta forma será feita
balhadores contra as intempéries.
a seguir uma descrição resumida de cada nor-
NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na ma aplicável.
Mineração — estabelece as exigências a se-
rem cumpridas com vistas a tornar compatí- 1.4.1 NR 1 – Disposições Gerais
vel o planejamento e o desenvolvimento da Esta norma estabelece o campo de aplica-
atividade de mineração com a busca perma- ção de todas as Normas Regulamentadoras de
nente da segurança e saúde dos trabalhadores. segurança e medicina do trabalho urbano, bem
como os direitos e obrigações do governo, dos
NR 23 – Proteção Contra Incêndios — esta- empregados e dos trabalhadores.
belece os procedimentos para prevenção e
combate a incêndios, Compete às Delegacias Regionais do Tra-
balho – DRT:
visando à segurança das instalações e das pes- – Fiscalizar o cumprimento das normas
soas nos locais de trabalho. de segurança e medicina do trabalho;
– Adotar medidas que se tornem exigí-
NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto veis, determinando as obras e reparos
nos Locais de Trabalho — regulamenta as exi- que, em qualquer local de trabalho, fa-
gências com relação às instalações sanitárias, çam-se necessárias;
incluindo banheiros, alojamentos, refeitórios, – Impor as penalidades cabíveis por des-
chuveiros, vestiários, cozinha, etc., a fim de cumprimento das normas.
assegurar condições de conforto e higiene dos
trabalhadores. Compete às empresas:
– Cumprir e fazer cumprir as normas de
NR 25 – Resíduos Industriais — estabelece as segurança e medicina do trabalho; 11
exigências feitas às empresas com relação à – Instruir os empregados, através de or-
liberação de poluentes na forma de energia, dens de serviço, quanto às precauções
gases, líquidos ou sólidos nos ambientes de a tomar no sentido de evitar acidentes
trabalho ou no ambiente externo. do trabalho ou doenças ocupacionais;
Legislação e Normalização
– Adotar as medidas que lhes sejam de- 1.4.4 NR 4 – Serviços Especializados em
terminadas pelo órgão regional compe- Engenharia de Segurança e em Medicina do
tente;
– Facilitar o exercício da fiscalização pela
Trabalho
O Serviço Especializado em Engenharia
autoridade competente.
de Segurança e Medicina do Trabalho -
A observância das Normas Regulamenta-
SESMT tem por finalidade promover a saúde
doras – NR não desobriga as empresas do cum- e proteger a integridade física do trabalhador
primento de outras disposições, tais como, re- no local de trabalho.
gulamentos sanitários dos Estados e Municípios, Toda empresa, da iniciativa privada ou
convenções e acordos coletivos do trabalho. não, que possua empregados regidos pela CLT
Compete aos empregados: e que se enquadre nas exigências da tabela de
– Observar as normas de segurança e me- dimensionamento (relaciona grau de risco ver-
dicina do trabalho, inclusive as ordens sus número de empregados versus número de
profissionais da área de segurança e medicina
de serviço;
do trabalho) é obrigada a constituir e manter
– Colaborar com a empresa na aplicação em atividade o SESMT.
dos dispositivos dessa norma. Um SESMT completo é composto por
Constitui ato faltoso do empregado a profissionais de cinco categorias diferentes:
recusa injustificada quanto à observân- médico do trabalho; engenheiro de segurança
cia das instruções expedidas pelo em- no trabalho; enfermeiro do trabalho; técnico
pregador através das ordens de serviço de segurança no trabalho; auxiliar de enfer-
e ao uso dos equipamentos de proteção magem do trabalho ou técnico de enfermagem
individual fornecidos pela empresa. do trabalho.
Todo SESMT, uma vez constituído, deve-
1.4.2 NR 2 – Inspeção Prévia rá ser registrado no órgão regional do Minis-
Esta norma estabelece as situações em que tério do Trabalho, isto é, na Delegacia Regio-
as empresas deverão solicitar ao MET – Mi- nal do Trabalho ou Subdelegacia Regional do
nistério do Trabalho e Emprego a realização Trabalho.
Os graus de risco das diversas atividades
de inspeção prévia em seu estabelecimento,
laborativas foram classificados em: grau de
bem como a forma de sua realização.
risco 1, grau de risco 2, grau de risco 3 e grau
Essa inspeção deverá ser feita para todo de risco 4. Nesta classificação, quanto maior
empreendimento novo, antes do início das ati- o número, maior é o risco inerente à ativida-
vidades ou quando modificações substanciais de. São exemplos:
forem realizadas nas instalações. – Grau de Risco 1: Gestão de salas de es-
petáculo, Cooperativas de crédito, Alu-
1.4.3 NR 3 – Embargo ou Interdição guel de imóveis.
Estabelece as situações em que as empre- – Grau de Risco 2: Reprodução de dis-
sas sujeitam-se a sofrer paralisação de seus cos e fitas, Fabricação de artigos de
serviços, máquinas ou equipamentos, bem perfumaria e cosméticos, Comércio
como os procedimentos a serem observados varejista de bebidas.
pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais – Grau de Risco 3: Produção mista: La-
medidas punitivas, no tocante à segurança e voura e pecuária, Fabricação de vidro,
medicina do trabalho. Beneficiamento de algodão.
– Grau de Risco 4: Extração de Petróleo,
A interdição poderá ser feita em função
Extração de Minério de Ferro, Curti-
de risco grave e iminente, o qual deverá ser mento e outras preparações de couro.
demonstrado através de laudo técnico do ser- Desde que se configure a obrigatoriedade
viço competente. de se constituir o SESMT, os profissionais que
Algumas situações de risco grave e imi- o comporão deverão ser, necessariamente,
12 nente estão explicitadas, por exemplo, na empregados da empresa.
NR13 (caldeiras e vasos), na NR 15 (opera- Durante o período de trabalho a serviço
ções insalubres envolvendo ruído e calor). Um do SESMT, é proibido aos seus integrantes o
outro exemplo seria a execução de trabalho em exercício de quaisquer outras atividades na
altura sem o uso de cinto de segurança. empresa, sob pena de se caracterizar desvio
Legislação e Normalização
de função. Nada impede, entretanto, que, uma permite que as atividades desenvolvam-se den-
vez cumprida a jornada específica, o profissio- tro de limites satisfatórios de segurança, pro-
nal possa dedicar-se a outras atividades a ser- porcionando tranqüilidade aos trabalhadores
viço da empresa. e ao empregador.
Cada profissional integrante do SESMT Uma vez constatado o risco no ambiente
deverá aplicar os conhecimentos de sua área ocupacional, deve-se, em primeiro lugar, ten-
de formação, dentro dos limites legais de sua tar eliminá-lo ou reduzí-lo ao mínimo possí-
competência, a fim de eliminar ou reduzir a vel, adotando-se uma ordem preferencial as
níveis aceitáveis os riscos existentes no ambi- seguintes medidas de controle:
ente ocupacional, e, conseqüentemente, de pre- Medidas de Proteção Coletiva, que per-
servar a saúde e a integridade física do traba- mitam eliminar ou reduzir a intensidade ou a
lhador. concentração dos agentes de riscos.
Da mesma forma, cada profissional deve- Medidas de caráter administrativo ou
rá colaborar, quando solicitado, nos projetos e de organização do trabalho, tais como: al-
na implantação de novas instalações, novos terar a jornada de trabalho, através da redução
equipamentos e novos processos de trabalho, de sua duração ou através da introdução de
valendo-se sempre de sua competência profis- pausas com repouso em local onde não exista
sional. É também dever dos profissionais do o risco; através da execução de tarefas críticas
SESMT manter permanente relacionamento em horários durante os quais haja menos tra-
com a Comissão Interna de Prevenção de Aci- balhadores no estabelecimento ou no setor de
dentes do Trabalho (CIPA), apoiando-a, trei- trabalho, etc.
nando-a e orientado-a no que for necessário. Se nenhuma das medidas anteriores for
Cabe também ao SESMT promover a realiza- possível, ou sendo possível, mas insuficiente
ção de atividades de esclarecimento, consci- para eliminar ou neutralizar o agente de risco,
entização, educação e orientação dos trabalha- adota-se a utilização de equipamento de pro-
dores, com o propósito de prevenir acidentes teção individual – EPI.
do trabalho e doenças inerentes ao trabalho, Esgotados todos os procedimentos prefe-
seja através de eventos periódicos ou de pro- renciais de controle do agente de risco, ou seja,
gramas permanentes de prevenção de aciden- quando as medidas de proteção coletiva são im-
tes do trabalho. praticáveis ou insuficientes ou quando as me-
O SESMT deverá, ainda, participar ativa- didas de caráter administrativo ou de organiza-
mente do planejamento e das discussões do ção do trabalho não forem possíveis, utiliza-se
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais o equipamento de proteção individual, que nada
(PPRA), nas suas diversas etapas, bem como mais é que uma intervenção no trabalhador.
do Programa de Controle Médico de Saúde É importante lembrar que o EPI, na maio-
Ocupacional (PCMSO), respeitadas as com- ria dos casos, não evita o acidente do traba-
petências legais e técnicas de cada profissio- lho, porém deve ser considerado do ponto de
nal integrante do SESMT. A análise e o regis- vista prevencionista. O EPI evita ou minimiza
tro dos acidentes do trabalho são também de a lesão. Pode-se, então, dizer que o EPI busca
responsabilidade do SESMT, o qual deverá evitar o acidente-tipo. Além disto, o EPI pro-
detalhar as ocorrências da melhor forma pos- tege o organismo contra substâncias capazes
sível, bem como preencher os formulários de exercerem ação tóxica, evitando-se, assim,
apropriados. o surgimento de doenças profissionais.
A NR 6 é a Norma Regulamentadora que
trata especificamente de EPI, regulamentando
1.4.5 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção as exigências de uso, comercialização, regis-
de Acidentes – CIPA tro, obrigações de aquisição, manutenção, trei-
Será tratada na Apostila de Segurança In- namento dos empregados quanto ao uso, re-
dustrial. posição de EPI avariado, etc.

1.4.6 NR 6 – Equipamentos de Proteção 1.4.7 NR 7 – Programa de Controle Médico de 13


Individual – EPI Saúde Ocupacional (PCMSO)
Os agentes de riscos estão presentes nos Essa norma estabelece a obrigatoriedade
mais diversos ambientes ocupacionais. O con- de elaboração e implantação do PCMSO, por
trole efetivo desses agentes de riscos é que parte de todos os empregadores e instituições,
Legislação e Normalização
com o objetivo de monitorar, individualmen- relação aos riscos detectados na análise do
te, aqueles trabalhadores expostos aos agen- ambiente de trabalho, usando os instrumentos
tes químicos, físicos e biológicos definidos da Epidomologia, como cálculo de taxas ou
pelo Programa de Prevenção de Riscos Ambien- coeficientes para verificar se há locais de tra-
tais – PPRA (NR 9). balho, setores, atividades, funções, horários ou
O PCMSO é parte integrante do conjunto grupo de trabalhadores com mais agravos à
mais amplo da saúde dos trabalhadores, de- saúde do que outros.
vendo estar articulado com as exigências das O PCSMO pode ser alterado a qualquer
demais normas regulamentadoras, em especial momento, em seu todo ou em parte, sempre
a NR 9; considerando as questões incidentes que o médico detectar: mudanças em riscos
sobre o homem, com ênfase no instrumental ocupacionais, decorrentes das alterações nos
clínico-epidemológico, na abordagem da re- processos de trabalho; novas descobertas da
lação entre a saúde e o trabalho, que deverá ciência médica, em relação a efeitos dos ris-
ter prioridade na prevenção, rastreamento e cos existentes; mudança de critérios de inter-
diagnóstico preventivo dos aspectos de saúde pretação dos exames; ou ainda, reavaliações
relacionados ao trabalho, inclusive de nature- do reconhecimento dos riscos.
za subclinica, além das constatações da exis- O PCMSO não é um documento que deve
tência de doenças ocupacionais. ser homologado ou registrado nas Delegacias
Através do reconhecimento dos agentes, Regionais do Trabalho, ele deve ficar arqui-
realizado de acordo com a NR 9, deve ser es- vado no estabelecimento, à disposição da fis-
tabelecido um conjunto de exames clínicos e calização.
complementares específicos para a prevenção O médico coordenador do PCMSO deve
ou detecção precoce dos agravos à saúde dos possuir, obrigatoriamente, especialização em
trabalhadores, para cada grupo de trabalhado- Medicina do Trabalho e fazer parte do SESMT
res da empresa, deixando claro, ainda, que da empresa, quando o mesmo existir.
deverão ser seguidos na interpretação dos re- Para cada exame médico realizado, o mé-
sultados dos exames e as condutas que deve- dico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacio-
rão ser tomadas, no caso de encontro de alte- nal – ASO em duas vias, sendo que uma fica-
rações. Se o reconhecimento não detectar ris- rá arquivada no estabelecimento e a outra será
co ocupacional especifico, o controle médico entregue ao empregado.
poderá resumir-se a uma avaliação clínica glo- O PCMSO deverá obedecer a um plane-
bal, em todos os exames exigidos: admissional, jamento em que estejam previstas as ações de
periódico, demissional, mudança de função e saúde para serem executadas durante o ano,
retorno ao trabalho. devendo estas ser objeto de relatório anual. O
A toxicologia é o estudo analítico dos ris- relatório anual deverá discriminar, por setores
cos químicos oferecidos por produtos quími- da empresa, o número e a natureza dos exa-
cos no ser humano, a partir de análise biológi- mes médicos, incluindo avaliações clínicas e
cas, principalmente no sangue, urina e fezes exames complementares, estatísticas de resul-
dos trabalhadores expostos. A análise toxico- tados considerados anormais, assim como o
lógica está relacionada com a verificação e planejamento para o próximo ano. O relatório
constatação de possíveis contaminações de tra- anual deve ser apresentado e discutido na
balhadores expostos a produtos químicos, os CIPA, quando existente na empresa.
quais devem ser comparados com os limites
de tolerância. No Brasil, são poucos os limi- 1.4.8 NR 8 – Edificações
tes de tolerância (LT) fixados pela NR 15, e Essa norma dispõe sobre os requisitos mí-
por isso, utiliza-se com freqüência os limites nimos que devem ser observados nas edifica-
fixados pela entidade americana ACGIH ções para garantir a segurança e o conforto aos
(American Conference of Governamental que nelas trabalham. Podemos destacar os
Higynists). seguintes requisitos:
O instrumental clínico epidemológico re- – altura mínima do pé-direito;
14 fere-se à boa prática da Medicina do Traba- – pisos sem saliências;
lho, pois, além da abordagem clínica indivi- – proteção de aberturas em pisos e pa-
dual do trabalhador , as informações geradas redes;
devem ser tratadas no coletivo, ou seja, com – rampas construídas de acordo com as
uma abordagem de grupos homogêneos, em normas;
Legislação e Normalização
– emprego de materiais ou processos an- além do planejamento anual com estabeleci-
tiderrapantes em pisos, escadas, rampas; mento de metas, prioridades e cronogramas.
– guarda corpo de proteção contra quedas. As metas e objetivos devem expressar o que a
empresa deseja alcançar após a implementa-
1.4.9 NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos ção do PPRA. As prioridades devem estabe-
Ambientais – PPRA lecer o que será realizado dentro do cronogra-
ma previamente estabelecido, em relação as
Essa norma estabelece a obrigatoriedade
da elaboração e implementação, por parte dos ações para atingir as metas, indicando-se os
empregadores, do PPRA – Programa de Pre- referidos prazos. O PPRA deve ser revisto e
venção de Riscos Ambientais, visando a pre- apresentado aos trabalhadores anualmente.
servação da saúde e integridade física dos tra- O desenvolvimento do PPRA consiste no
balhadores, através da antecipação, reconhe- reconhecimento, avaliação, monitoramento e
cimento, avaliação e conseqüente controle da controle dos riscos ambientais existentes no
ocorrência de riscos ambientais existentes ou ambiente de trabalho. A profundidade e com-
que venham a existir no ambiente de trabalho. plexidade do PPRA dependerá da identifica-
Assim a NR 9, ao instituir o PPRA, colo- ção dos riscos ambientais na fase de antecipa-
ca-o como parte integrante de um conjunto ção ou reconhecimento. Caso não sejam iden-
mais amplo de iniciativas da empresa no cam- tificados riscos ambientais, o PPRA se resu-
po da preservação da saúde dos trabalhadores, mirá na fase de antecipação dos riscos, do re-
determinando que ele (o PPRA) esteja perfei- gistro e divulgação dos dados encontrados.
tamente articulado com as exigências das ou- Para efeito do PPRA, são considerados
tras normas regulamentadoras, particularmente apenas os agentes de riscos de natureza física,
com a NR 7, que trata do programa de contro- química e biológica. O fato de não estarem
le médico de saúde ocupacional, PCMSO. incluídos agentes de riscos de outra natureza
O PPRA propõe, entre outras coisas, a não significa que os mesmos devam ser des-
monitorização periódica das condições do prezados; eles serão abordados em um con-
ambiente de trabalho, visando ao controle dos junto mais amplo de iniciativas da empresa no
aspectos pertinentes à higiene ocupacional, o campo da preservação da saúde e da seguran-
PCMSO propõe, entre outras coisas, a ça dos trabalhadores. O PPRA, ao abordar ape-
monitorização biológica periódica dos traba- nas os agentes de riscos de natureza física,
lhadores. Pode-se dizer que a monitorização química e biológica, é apenas uma parte do
biológica constitui-se, em última análise, nos conjunto dessas iniciativas.
exames laboratoriais de dosagem de substân-
cias tóxicas ou de seus metabólitos em teci- 1.4.10 NR 10 – Instalações e serviços em
dos, secreções, excreções, ar exalado ou algu- eletricidade
ma combinação destes, para a detecção preco- Essa norma estabelece as condições míni-
ce de exposição dos trabalhadores a determi- mas exigíveis para garantir a segurança dos
nados agentes de risco ou eventual início de empregados que trabalham em instalações elé-
patologia ocupacional nestes mesmos traba- tricas, em suas diversas etapas, incluindo a ela-
lhadores. boração de projetos, execução, operação, ma-
O PPRA não deve ser confundido com o nutenção, reforma e ampliação, assim como a
mapa de risco, já que o primeiro é um progra- segurança de usuários e de terceiros, em qual-
ma da higiene ocupacional e o segundo um quer das fases de geração, transmissão, distri-
estudo qualitativo realizado pelo próprio tra- buição e consumo de energia elétrica, obser-
balhador através da CIPA. O conhecimento e vando-se para tanto, as normas técnicas oficiais
a percepção que os trabalhadores têm do pro- vigentes e, na falta destas, as normas técnicas
cesso de trabalho e dos riscos ambientais pre- internacionais.
sentes, incluindo os dados consignados no
Mapa de Riscos deverão ser considerados para
fins de planejamento e execução do PPRA em
1.4.11 NR 11 – Transporte, movimentação,
todas as suas fases. armazenagem e manuseio de materiais 15
O documento base do PPRA deve conter Esta norma estabelece os requisitos de
todas os dados relativos à identificação da em- segurança a serem observados nos locais de
presa, desde a razão social ao grau de risco (de trabalho, no que se refere ao transporte, à mo-
acordo com a NR 4), o número de trabalhadores, vimentação, à armazenagem e ao manuseio de
Legislação e Normalização
materiais, tanto de forma mecânica, quanto de Máquinas e Equipamentos: os dis-
manual, de modo a evitar acidentes no local positivos de acionamento e parada de-
de trabalho. vem ser acionados ou desligados pelo
Esta NR foi redigida devido ao grande operador na sua posição de trabalho e
número de acidentes causados pelos equipa- não devem estar localizados na zona pe-
mentos de içamento e transporte de matérias, rigosa da máquina ou do equipamento.
ocorridos com a crescente mecanização das Também devem poder ser acionados ou
atividades. desligados em caso de emergência, por
São considerados equipamentos de iça- outra pessoa que não seja o operador.
mento: elevadores, guindastes, monta-cargas, Não podem ser acionados ou desliga-
pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guin- dos, involuntariamente, pelo operador,
chos, esteiras rolantes, transportadores. ou de qualquer outra forma acidental;
Estes equipamentos devem ser projetados – Proteção de Máquinas e Equipamentos:
de forma a possuir todos os dispositivos de devem possuir anteparos e aterramentos;
segurança necessários. Devem ser inspeciona- – Manutenção e Operação: os reparos, a
dos periodicamente e passarem por manuten- limpeza, os ajustes e a inspeção somen-
ção preventiva. te podem ser executados com as má-
É importante que a operação de içamento quinas paradas, salvo se o movimento
esteja devidamente coordenada e que seja dada for indispensável à sua realização; a
especial atenção à possibilidade de queda de manutenção e inspeção somente podem
materiais. Sempre implica em riscos, que de- ser executadas por pessoas devidamen-
vem ser evitados isolando-se a área onde este- te credenciadas pela empresa. Devem
ja ocorrendo a movimentação de cargas sus- ser feitas de acordo com as instruções
pensas. É importante a sinalização para movi- fornecidas pelo fabricante e/ou de acor-
mentação de carga. do com as normas técnicas oficiais vi-
O equipamento não deve operar com so- gentes no País.
bre carga para evitar desgaste das peças.
Os acidentes mais freqüentes na ativida-
de de içamento são: esmagamento e impacto,
1.4.13 NR 13 – Operação de Caldeiras e Vasos
lesões decorrentes da quebra ou falha das cor- de Pressão
rentes ou cordas, lesões pela queda da carga. A NR 13 será tratada na 2ª Parte desta
apostila.
1.4.12 NR 12 – Máquinas e equipamentos
Essa norma estabelece as medidas 1.4.14 NR 14 – Fornos
prevecionistas de segurança e higiene do tra- Essa norma estabelece os requisitos téc-
balho a serem adotadas na instalação, opera- nico-legais pertinentes à construção, operação
ção e manutenção de máquinas e equipamen- e manutenção de fornos industriais.
tos, visando à prevenção de acidentes de tra- De acordo com essa norma, a instalação dos
balho. fornos deve atender aos seguintes requisitos:
A seguir, estão os principais aspectos re- – Possuir revestimento com material re-
lacionados a essa norma: fratário para evitar que o calor radiante
– Instalações e Áreas de Trabalho: os pi- ultrapasse os limites estabelecidos na
sos dos locais de trabalho onde se ins- NR 15;
talam máquinas e equipamentos devem – Evitar o acumulo de gases nocivos e
ser vistoriados e limpos; as áreas de altas temperaturas em áreas vizinhas;
circulação e os espaços em torno de – Escadas e plataformas adequadas para
máquinas e equipamentos devem ser garantir aos trabalhadores a execução
adequadas; deve haver uma distância segura das tarefas;
mínima entre máquinas e equipamen- – Possuir sistema de proteção para evitar
tos; as áreas reservadas para corredo- explosão por falha de chama ou aciona-
16 res e armazenamento de materiais, de- mento do queimador;
vidamente demarcadas com faixa nas – Possuir sistema de proteção para evi-
cores indicadas pela NR – 26; tar retrocesso de chama;
– Normas de Segurança para Dispositi- – Possuir chaminés adequadas para saí-
vos de Acionamento, Partida e Parada da dos gases de combustão.
Legislação e Normalização
1.4.15 NR 15 – Atividades e operações insalubres
Essa norma define os agentes insalubres, os limites de tolerância e os critérios técnicos e
legais para avaliar e caracterizar as atividades e operações insalubres assim como o adicional de
insalubridade.
A insalubridade é abordada, na NR-15, sob o título atividades e operações insalubres. Em
síntese, pode-se dizer que uma atividade ou operação é considerada insalubre, quando a sua
execução expõe, sob certas condições, o trabalhador a agentes de riscos de natureza física, quí-
mica ou biológica. Um quadro-resumo dos agentes de insalubridade é apresentado a seguir.

Anexo da NR-15 Atividades ou operações que exponha, o trabalhador a Adicional


Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerância
1 20%
fixados no Quadro constante do Anexo 1 e no item 6 do mesmo Anexo
2 Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados nos itens 2 e 20%
3 do Anexo 2
Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites de tolerância
3 20%
fixados nos Quadros 1 e 2
4 Refere-se à iluminação; revogado pela Portaria 3.751, de 23/11/90 —
Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos limites de tolerância
5 40%
fixados neste Anexo
6 Trabalho sob condições hiperbáricas 40%
7 Radiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de inspeção 20%
realizada no local de trabalho
8 Vibrações consideradas insalubres, em decorrência de inspeção realizada no local 20%
de trabalho
9 Frio considerado insalubre, em decorrência de inspeção realizada no local de 20%
trabalho
10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de 20%
trabalho
11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância 10%, 20%
fixados no quadro 1 ou 40%
Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância
12 40%
fixados neste Anexo
Atividades ou operações envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em 10%, 20%
13
decorrência de inspeção realizada no local de trabalho ou 40%
14 Agentes biológicos 20% ou 40%

A questão da insalubridade foi abordada na para só então decidir-se pela caracterização ou


legislação brasileira, pela primeira vez, em 1938, não da insalubridade. Outra observação impor-
por meio do Decreto-Lei 399, de 30-04-38. tante é que para a caracterização de insalubri-
Analisando o quadro-resumo dos agentes dade valem somente os limites de tolerância
de insalubridade, é possível perceber que, às previstos na NR 15, ou seja, não se aplica, para
vezes, basta a constatação qualitativa do agen- fins de insalubridade, o que se prevê na NR 9,
te de risco ocupacional e sua correlação com a referente aos limites de tolerância da ACGIH.
rotina laboral do trabalhador para que seja ca- A constatação da existência ou não da con-
racterizada, mediante perícia, a condição de in- dição de insalubridade é de competência ex-
salubridade. Outras vezes, é preciso também clusiva do médico do trabalho ou do engenhei- 17
quantificar o agente de risco ocupacional, com- ro de segurança no trabalho, a quem cabe exe-
parando o valor assim obtido com os limites cutar a perícia no local de trabalho e emitir o
legalmente estabelecidos (limites de tolerância), laudo pericial pertinente.
Legislação e Normalização
1.4.16 NR 16 – Atividades e operações perigosas Não é permitida a acumulação de adicio-
Essa norma define os critérios técnicos e nais de insalubridade e de periculosidade. Es-
legais para avaliar e caracterizar as atividades tando caracterizadas simultaneamente as duas
e operações perigosas e o adicional de pericu- condições, é facultado ao trabalhador optar
losidade devido. pelo adicional que mais lhe convier.
O perigo é a condição decorrente de uma
situação que tenha potencial para causar da- 1.4.17 NR 17 – Ergonomia
nos às pessoas, ao patrimônio ou ao meio am- Essa norma visa estabelecer parâmetros
biente. Periculosidade é a condição inerente que permitam a adaptação das condições de
ao perigo. trabalho às condições psicofisiológicas dos tra-
Segundo essa norma, se o trabalhador, ao balhadores, de modo a proporcionar um má-
executar suas atividades rotineiras, ficar ex- ximo de conforto, segurança e desempenho
posto a perigos de determinados tipos, tem eficiente. A ergonomia é o estudo voltado para
direito a receber um adicional fixo e único de o planejamento do trabalho, de forma a con-
30% sobre seu salário-base (por salário-base ciliar a habilidade e os limites individuais dos
trabalhadores que o executam.
entende-se a remuneração do trabalhador, ex-
Um número crescente de trabalhos manuais
cluídos os acréscimos diversos tais como: gra-
está sendo mecanizado e automatizado acar-
tificações; prêmios de produção; participação
retando um aumento significativo do ritmo de
nos lucros; horas-extras; adicional noturno; trabalho. Associado a isto, as atividades tor-
etc.). As primeiras referências sobre o traba- naram-se mais diversificadas e, algumas ve-
lho em condições de periculosidade foram in- zes monótonas. Por outro lado, ainda existem
troduzidas na legislação trabalhista em 1955. muitos trabalhos que são feitos manualmente,
São previstas, atualmente, quatro condi- com muito esforço físico. O biótipo dos seres
ções gerais de periculosidade; três delas atra- humanos não mudou muito, no entanto, as
vés da NR-16 e a quarta, através da Lei Fede- máquinas e as rotinas de trabalho vem sendo
ral 7.369/85. As três condições gerais de peri- modificadas num ritmo inadequado aos traba-
culosidade previstas na NR-16 são: atividades lhadores. Isto significa que a tecnologia está
e operações com explosivos; atividades e ope- excedendo a capacidade das pessoas de se
rações com material radioativo; atividades e adaptarem às mudanças tanto no aspecto físi-
operações com inflamáveis. A quarta condi- co quanto psicológico.
ção geral de periculosidade, instituída pela Lei Algumas doenças ocupacionais resultam
Federal 7.369, de 20/09/85, posteriormente de uma relação inadequada do trabalhador com
regulamentada pelo Decreto Federal 93.412, a tarefa a ser executada. Se a estrutura óssea
de 14/10/86, refere-se às algumas atividades ou muscular do ser humano for sobrecarregada
laborativas envolvendo energia elétrica. pode resultar, por exemplo, em lesões na co-
Segundo a NR 16, são consideradas luna, nas articulações e complicações muscu-
periculosas, além das atividades e operações lares. Muitas doenças, como úlcera de estô-
que envolvem a manipulação direta com as mago, pressão alta e problemas de coração, são
substâncias em questão (produção, manuseio, resultado de stress. As lesões por esforços
armazenamento, transporte, etc.), todas as ati- repetitivos (DORT), reconhecida como doen-
vidades e operações que são executadas den- ça ocupacional pelo INSS, tem se manifesta-
tro das áreas de risco. do com maior freqüência em ambientes de tra-
balho, como escritórios, bancos, etc..
As áreas de risco são definidas nos ane-
Ergonomia é a ciência que estuda a adap-
xos da NR 16. Em geral, estas áreas abrangem
tação do ser humano ao trabalho, de modo a
as imediações dos locais onde são produzidas,
adaptar as condições de trabalho às caracte-
manuseadas ou armazenadas substâncias ex- rísticas físicas e limitações individuais do ser
plosivas, radioativas ou inflamáveis. Para o humano. Esse conceito data de 1948, quando
caso das atividades envolvendo energia elétri- foi elaborado o projeto da cápsula espacial
ca, a especificação das áreas de risco é feita norte americana, surgindo assim, o conceito
18 pelo Decreto 93.412. É de responsabilidade do de que, o fundamental é procurar adaptar as
empregador demarcar e informar aos empre- condições de trabalho ao ser humano.
gados do estabelecimento sobre as áreas de A origem da palavra ergonomia (ergos =
risco segundo os critérios definidos na NR-16 trabalho; nomos = regras) significa regras para
e do Decreto 93.412. organizar o trabalho.
Legislação e Normalização
A ergonomia tem cinco grandes áreas apli- A NR-23 prevê os exercícios de alerta
cadas ao trabalho: organização do trabalho (simulados), para os quais são simuladas situa-
pesado, biomecânica aplicada ao trabalho, ade- ções de incêndio, com as seguintes finalidades:
quação dos postos de trabalho, prevenção da – fazer com que os trabalhadores gravem
fadiga no trabalho e do erro humano. o significado do sinal de alarme de in-
As pessoas são diferentes em altura, es- cêndio;
trutura óssea e muscular, algumas são mais – assegurar que a evacuação do local
fortes para suportar o stress físico e mental. faça-se em boa ordem, na hipótese de
Estes fatos básicos não podem ser alterados e uma situação real de incêndio;
devem ser utilizados como base para planeja- – assegurar, na medida do possível, que
mento das condições de trabalho. o pânico geral não se instale;
Os estudos ergonômicos devem ter aten- – testar se o sinal de alarme de incêndio
ção especial com os seguintes aspectos: posi- está sendo ouvido em todas as áreas da
ções para trabalhar em pé, posições para tra- empresa.
balhar sentado, condições visuais, trabalho
penoso, controle de ferramentas, posiciona- 1.4.21 NR 24 – Condições sanitárias e de
mento e tipos de sinais visuais e painéis ele- conforto nos locais de trabalho
trônicos.
Determina requisitos básicos para as ins-
talações sanitárias e de conforto, a serem ob-
1.4.18 NR 18 – Condições e meio ambiente de servadas nos locais de trabalho, especialmen-
trabalho na indústria da construção te no que se refere a: banheiros, vestiários, re-
Essa norma estabelece diretrizes de ordem feitórios, cozinhas, alojamentos e água potá-
administrativa, de planejamento e organização, vel. Os estabelecimentos devem dispor de ins-
com o objetivo de implementar procedimen- talações sanitárias mantidas em bom estado de
tos de aspecto preventivo relacionados às con- asseio e higiene, separadas por sexo, além de
dições de trabalho na construção civil. outros aspectos construtivos e de conservação
Está diretamente relacionada à contratação predial.
de serviços, pois as obras na área civil são reali-
zadas por empresas terceirizadas. Devem cons- 1.4.22 NR 25 – Resíduos Industriais
tar em contrato as exigências quanto ao cum- Estabelece as medidas preventivas a se-
primento dessa norma. rem adotadas pela empresa sobre o destino fi-
nal a ser dado aos resíduos industriais resul-
1.4.19 NR 20 – Líquidos combustíveis e tantes dos ambientes de trabalho, objetivando
inflamáveis à prevenção da saúde e da integridade física
Essa norma trata das definições e aspectos dos trabalhadores.
de segurança envolvendo as atividades com lí- Um resíduo é considerado perigoso, em
quidos inflamáveis e combustíveis, gás liqüefei- função das suas propriedades físico-quimicas
to de petróleo (GLP) e outros gases inflamáveis. ou infecto-contagiosos, podendo apresentar:
– Risco à saúde, provocando aumento da
mortalidade ou incidência de doenças;
1.4.20 NR 23 – Proteção contra incêndios – Risco ao Meio Ambiente, quando ma-
A norma presente estabelece as medidas nuseado ou disposto de forma inade-
de proteção contra incêndios de que devem quada.
dispor os locais de trabalho, visando à preven- A norma estabelece que:
ção da saúde e da integridade física dos traba- – Os resíduos gasosos deverão ser elimi-
lhadores. nados dos locais de trabalho de forma
As técnicas de prevenção de incêndios a não serem ultrapassados os limites de
compreendem uma série de medidas cautelares tolerância estabelecidos pela NR 15;
e uma determinada distribuição dos equipa- – Os resíduos sólidos e líquidos deverão
mentos de combate ao fogo. Inclui, também, a ser tratados e/ou dispostos e/ou retira-
disposição adequada dos estoques de merca- dos dos limites da empresa, de forma a 19
dorias e matérias-primas, e visa impedir o sur- evitar riscos à saúde e à segurança dos
gimento do fogo, dificultar seu desenvolvimen- trabalhadores. A disposição desses resí-
to e facilitar sua extinção, preferencialmente em duos deve seguir a Legislação Ambien-
sua fase inicial. tal Vigente.
Legislação e Normalização
1.4.23 NR 26 – Sinalização de segurança Anotações
Essa norma estabelece a padronização das
cores a serem utilizadas como sinalização de
segurança, nos ambientes de trabalho, para a
prevenção da saúde e da integridade física dos
trabalhadores.
A NR 26, sob o título “Sinalização de Se-
gurança”, regulamenta a sinalização dos am-
bientes de trabalho, com vistas à prevenção
de acidentes, principalmente através da sina-
lização de advertência. Prevê, ainda, a NR 26,
o uso de cores específicas para identificação
de certos tipos de equipamentos, para demar-
cação de áreas e para identificação de tubula-
ções industriais. Ao todo, são citadas 12 cores
na NR 26: vermelho, amarelo, branco, preto,
azul, verde, laranja, púrpura, lilás, cinza, alu-
mínio e marrom. A referida norma ressalva que
a utilização de cores será, sempre que neces-
sário, acompanhada de sinais convencionais
ou mensagens escritas.

1.4.24 NR 27 – Registro Profissional do Técnico


de Segurança do Trabalho no Ministério do
Trabalho
Essa norma estabelece os requisitos para
o registro profissional para o exercício da fun-
ção de Técnico de Segurança do Trabalho.
Os requisitos são:
– certificado de conclusão de ensino de
2º grau de Técnico de Segurança do
Trabalho, ou;
– certificado de conclusão de ensino de
2º grau e de curso de formação profis-
sionalizante pós-segundo grau de Téc-
nico de Segurança do Trabalho;
– portador de Registro de Supervisor de
Segurança do Trabalho, emitido pelo
Ministério do Trabalho;
– portador de certificado de conclusão de
curso, realizado no exterior e reconhe-
cido no Brasil, de acordo com a legis-
lação em vigor.
Referências
Noções de Segurança e Higiene no Trabalho de
autoria do Eng. Luiz Gonzaga Resende Bernardo –
Técnico da Fundação Estadual de Meio Ambiente –
FEAM e professor na Escola Ideal de Auxiliar e
de Técnico em Enfermagem (que gentilmente me
20 cedeu o material).
O Livro Normas Regulamentadoras Comenta-
das (segunda edição)(Juarez Benito, Giovanni
Moraes de Araújo e Carlos Roberto Coutinho de
Souza).
Legislação e Normalização

NR-13 – Caldeiras
e Vasos de Pressão 2
13.1 Caldeiras a Vapor – Disposições

000,000000
Gerais
13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamen-
tos destinados a produzir e acumular vapor sob
pressão superior à atmosférica, utilizando qual-
quer fonte de energia, excetuando-se os refer-
vedores e equipamentos similares utilizados
em unidades de processo.
O vapor pode ser usado em diversas con-
dições tais como: baixa pressão, alta pressão,
saturado, superaquecido etc. Ele pode ser pro-

000000
duzido também por diferentes tipos de equi- Figura 2
pamentos nos quais estão incluídas as caldei-
Para efeito da NR-13 serão considerados
ras (Fig. 1 e Fig. 2 Caldeiras com diversas
como “caldeiras” todos os equipamentos que
fontes de energia ).
simultaneamente geram e acumulam, vapor
de água ou outro fluido. Unidades instaladas
em veículos, tais como: caminhões e navios
(Fig. 3) deverão respeitar esta norma regula-
mentadora nos itens que forem aplicáveis e
para os quais não exista normalização ou re-
gulamentação mais específica.

Figura 3

Não deverão ser entendidos como caldei-


ras os seguintes equipamentos:
1. Trocadores de calor do tipo Reboiler 21
(Fig.4), Kettle, Refervedores, TLE
(Fig.5), etc., cujo projeto de constru-
ção é governado por critérios referen-
Figura 1 tes a vasos de pressão;
Legislação e Normalização

Figura 4
Figura 6

Figura 7

3. Serpentinas de fornos ou de vasos de


pressão que aproveitam o calor residual
para gerar ou superaquecer vapor;

4. Caldeiras que utilizam fluido térmico e


não o vaporizam (Fig. 8).

Figura 5

2. Equipamentos com serpentina sujeita


22 a chama direta ou gases aquecidos e
que geram, porém não acumulam va-
por, tais como: fornos (Fig. 6), gera-
dores de circulação forçada (Fig. 7) e
outros; Figura 8
Legislação e Normalização
“Transferência de Calor” ou equiva-
lentes com denominações distintas, in-
dependente do número de anos trans-
corridos desde sua formatura;
3. O registro nos conselhos regionais de
profissionais é a única comprovação
necessária a ser exigida do “Profissi-
onal Habilitado”;
4. Os comprovantes de inscrição emitidos
anteriormente para esse fim pelas DRTs /
MTb, não possuem mais validade;
5. Engenheiros de outras modalidades
não citadas anteriormente, devem re-
querer ao respectivo conselho regional,
caso haja interesse pessoal, que estu-
de suas habilidades para inspeção de
caldeiras e vasos de pressão, em fun-
ção de seu currículo escolar;
6. Laudos, Relatórios e Pareceres somen-
te terão valor legal quando assinados
por “Profissional Habilitado”.
Foto da fábrica de sapatos Brockton (Massachusetts) antes e
após a explosão de uma caldeira (1905). O acidente levou a 7. Conforme estabelecido pelo CONFEA/
maior parte dos estados americanos a adotar o código ASME.
CREA as empresas prestadoras de ser-
13.1.2 Para efeito desta NR, considera- viço que se propõem a executar as ati-
se Profissional Habilitado aquele que tem com- vidades prescritas neste subitem são
petência legal para o exercício da profissão de obrigadas a se registrar no respectivo
engenheiro nas atividades referentes a projeto conselho regional, indicando Respon-
de construção, acompanhamento de operação sável Técnico legalmente habilitado.
e manutenção, inspeção e supervisão de ins- 8. O “Profissional Habilitado” pode ser con-
peção de caldeiras e vasos de pressão, em con- sultor autônomo, empregado de empresa
formidade com a regulamentação profissional prestadora de serviço ou empregado da
vigente no País. empresa proprietária do equipamento.
Com relação aos itens da NR-13 em que 9. O artigo 188 da CLT foi escrito quan-
se faz menção ao “Profissional Habilitado”, na do os conselhos profissionais faziam
data de elaboração deste documento, tem-se que: parte da estrutura do MTb. Atualmen-
1. Conselhos federais, tais como o Con- te, são entidades independentes.
selho Federal de Engenharia, Arquite-
tura e Agronomia (CONFEA) e o Con- 13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Per-
selho Federal de Química (CFQ) são mitida – PMTP, ou Pressão Máxima de Traba-
responsáveis pela definição, nas suas lho Admissível – PMTA, é o maior valor de pres-
respectivas áreas, da competência e são compatível com o código de projeto, a resis-
esclarecimento de dúvidas referentes à tência dos materiais utilizados, as dimensões do
regulamentação profissional. equipamento e seus parâmetros operacionais.
2. A resolução nº 218 de 29/06/73 do Esta NR não inclui regras para projeto e
CONFEA, a decisão normativa nº 029/88 pressupõe que os equipamentos são construí-
do CONFEA e a decisão normativa dos de acordo com normas e códigos de reco-
nº 045/92 do CONFEA estabelecem nhecimento internacional.
como habilitados, os profissionais da A PMTA é calculada ou determinada uti-
área de Engenharia Mecânica e de En- lizando-se fórmulas e tabelas disponíveis no
genharia Naval bem como os engenhei- código de projeto da caldeira. Essas fontes 23
ros civis com atribuições do artigo 28 levam em consideração:
do decreto federal 23.569/33 que te- 1. As dimensões e geometria de cada
nham cursado as disciplinas de “Ter- parte específica da caldeira (por exem-
modinâmica e suas Aplicações” e plo: diâmetro, espessura, etc).
Legislação e Normalização
2. Resistência dos materiais (valores de
tensão máxima admissível dependen-
tes da temperatura).
3. Outros fatores específicos para cada
situação.
É importante destacar que o valor da
PMTA pode alterar-se ao longo da vida da
caldeira em função da redução da resistência
mecânica dos materiais, redução de espessu-
ras dos diferentes componentes etc. A atuali-
zação dos valores da PMTA deve ser feita, em
conformidade com procedimentos escritos
existentes no prontuário da caldeira.
Quando ocorrer alteração no valor da
PMTA da caldeira deverão ser executados os
ajustes necessários nas pressões de abertura
das válvulas de segurança na placa de identi-
ficação e outros elementos de controle depen-
dente deste valor.

13.1.4 Constitui risco grave e iminente a


falta de qualquer um dos seguintes itens:
a) válvula de segurança com pressão de
abertura ajustada em valor igual ou in-
ferior a PMTA;
b) instrumento que indique a pressão do
vapor acumulado;
c) injetor ou outro meio de alimentação de
água, independente do sistema princi-
pal, em caldeiras a combustível sólido;
d) sistema de drenagem rápida de água,
em caldeiras de recuperação de álcalis;
e) sistema de indicação para controle do
nível de água ou outro sistema que evi- Figura 10
te o superaquecimento por alimentação
deficiente. Para casos onde estas premissas não fo-
As válvulas de segurança, mesmo que rem atendidas a válvula de segurança será
ajustadas para abertura na PMTA deverão: considerada como inexistente.
– Ser adequadamente projetadas. A quantidade e o local de Instalação das
– Ser adequadamente instaladas (Fig. 9). válvulas de segurança deverão atender aos
– Ser adequadamente mantidas (Fig.10). códigos ou normas técnicas aplicáveis.
O acréscimo de pressão, permitido duran-
te a descarga da válvula de segurança, deve
ser no máximo o recomendado no código de
projeto do equipamento.
No caso específico do código ASME se-
ção I , caldeiras com superfície de aquecimen-
to superior a 47m2 devem possuir duas válvu-
las de segurança. Neste caso, é permitido um
acréscimo de pressão durante a descarga, com
as duas válvulas abertas de no máximo 6% da
24 PMTA.
A existência de pelo menos um instrumen-
to que indique a pressão do vapor acumulado
pressupõe que este esteja corretamente espe-
Figura 9 cificado, instalado e mantido (Fig. 11).
Legislação e Normalização

Figura 11 Figura 14 Figura 15

O mostrador do instrumento indicador de


pressão pode ser analógico ou digital e pode- A Figura 16 mostra um exemplo de injetor
rá ser instalado na própria caldeira ou na sala de água independente do sistema principal.
de controle (Fig.12).

Figura 12

Entende-se por sistema de indicação de


nível de água qualquer dispositivo com fun-
ção equivalente aos visores de coluna de água.
Caso a coluna de água não consiga ser lida
corretamente por problemas de vazamento ou
bloqueio, deverá ser imediatamente aciona-
do o procedimento de paralisação da caldei-
ra (Fig. 13, Fig. 14 e Fig. 15).

Figura 16

13.1.5 Toda caldeira deve ter afixada em 25


seu corpo, em local de fácil acesso e bem visí-
vel, placa de identificação indelével com, no
mínimo, as seguintes informações:
Figura 13 a) fabricante;
Legislação e Normalização
b) número de ordem dado pelo fabricante
da caldeira;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático;
f) capacidade de produção de vapor;
g) área da superfície de aquecimento; Figura 17 – Exemplo de identificação de caldeiras mostrando
h) código de projeto e ano de edição. o código de identificação e respectiva categoria.

Além das informações mencionadas no Essas informações poderão ser pintadas


item 13.1.5 a placa poderá conter outras in- em local de fácil visualização, com dimensões
formações a critérios do estabelecimento. tais que possam ser facilmente identificadas.
Opcionalmente à pintura direta, informa-
A placa de identificação deve ser fabrica- ções poderão fazer parte de uma placa com
da de material resistente às intempéries tais visualização equivalente.
como: alumínio, bronze, aço inoxidável etc.,
possuir caracteres gravados de forma indelé- 13.1.6 Toda Caldeira deve possuir no es-
vel, em língua portuguesa, devendo ser fixada tabelecimento onde estiver instalada, a seguin-
ao corpo da caldeira através de rebites, para- te documentação, devidamente atualizada:
fusos ou soldas . a) Prontuário da Caldeira, contendo as
A placa de identificação deverá ser afixa- seguintes informações:
da em local de fácil acesso e visualização. – código de projeto e ano de edição;
Deve-se tomar cuidado para que a placa não – especificação dos materiais;
seja fixada em partes que possam ser removi- – procedimentos utilizados na fabri-
das da caldeira tais como: bocas de visita, cação, montagem, inspeção final e
chapas de isolamento térmico, etc. determinação da PMTA;
De acordo com o decreto lei 81.621 de 03 – conjunto de desenhos e demais da-
de maio de 1978, o Brasil é signatário do Sis- dos necessários para o monitora-
tema Internacional de Unidades. A tabela a mento da vida útil da caldeira;
seguir apresenta os fatores de conversão a – características funcionais;
serem utilizados para conversão das unida- – dados dos dispositivos de segurança;
des de pressão.
– ano de fabricação;
– categoria da caldeira.
Tabela para Conversão de Unidades de Pressão b) Registro de Segurança, em conformi-
bar kgf/cm2 psi mmHg mH20 kPa dade com o item 13.1.7;
(lbf/pol2) kN/m2 c) Projeto de Instalação, em conformida-
1 1,019716 14,503 750,062 10,19716 100 de com o item 13.2;
0,980665 1 14,2233 735,560 10,00 98,0665 d) Projetos de Alteração ou Reparo, em
0,068947 0,070307 1 51,715 0,70307 6,89475 conformidade com os subitens 13.4.2
1,33322 1,3595 19,368 1000 13,59 133,322 e 13.4.3;
0,09806 0,1000 1,42233 73,556 1 9,80665 e) Relatórios de Inspeção, em conformi-
0,0100 0,01019 0,14503 7,50062 0,10197 1 dade com os subitens 13.5.11, 13.5.12
Em conformidade com o Sistema Internacional de Unidades. e 13.5.13.
A unidade oficial para pressão no Sistema SI é o Pascal (Pa). Caso o estabelecimento onde estiver ins-
talada a caldeira possua diversas unidades
fabris, distantes umas das outras, os documen-
13.1.5.1 Além da placa de identificação de- tos deverão estar disponíveis na unidade onde
vem constar, em local visível, a categoria da a caldeira estiver instalada para que possam
caldeira, conforme definida no subitem 13.1.9 ser facilmente consultados.
desta NR, e seu número ou código de identifi- Em função das peculiaridades de cada
26 cação. estabelecimento, não é necessário que toda
Além da placa de identificação toda cal- documentação seja arquivada num mesmo lo-
deira deverá apresentar seu número ou códi- cal. É recomendável porém que todos os do-
go de identificação e sua respectiva categoria cumentos que compõem o prontuário da cal-
(Fig. 17). deira estejam agrupados.
Legislação e Normalização
O procedimento para determinação da mencionados nas alíneas “a”, “d” e “e” do su-
PMTA, deverá explicar o roteiro para seu es- bitem 13.1.6 devem acompanhá-la.
tabelecimento, passo a passo, incluindo tabe- O Registro de Segurança também poderá
las, ábacos etc, que por ventura devam ser acompanhar a caldeira a critério do estabe-
consultados; lecimento onde ela esteve instalada (Fig.18).
Entende-se por vida útil da caldeira o pe-
ríodo de tempo entre a data de fabricação e a
data na qual tenha sido considerada inade-
quada para uso.
A documentação deve ser mantida durante
toda a vida útil do equipamento.

13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado,


o Prontuário da Caldeira deve ser reconstituí-
do pelo proprietário, com responsabilidade téc-
nica do fabricante ou de Profissional Habilita-
do, citado no subitem 13.1.2, sendo impres-
Figura 18
cindível a reconstituição das características
funcionais, dos dados dos dispositivos de se- O Projeto de Instalação não acompanha
gurança e dos procedimentos para determina- a caldeira porque deverá ser elaborado um
ção da PMTA. novo projeto, característico das novas insta-
A maior parte da documentação exigida, lações.
particularmente aquela englobada no pron-
tuário da caldeira, deve ser fornecida o mais 13.1.6.3 O proprietário da caldeira deverá
detalhadamente possível, pelo fabricante da apresentar, quando exigido pela autoridade
caldeira. competente do Órgão Regional do Ministério
Se o Estabelecimento não possuir essa do Trabalho, a documentação mencionada no
documentação, parte dela deverá ser recons- subitem 13.1.6.
tituída. Quando não for possível reconstituir A autoridade competente do Órgão Regi-
alguns itens, tais como: procedimentos utili- onal do Ministério do Trabalho (Delegacia
zados na fabricação e montagem, especifica- Regional do Trabalho – DRT) é o Delegado
ções de materiais etc, deverão ser reconstitu- Regional do Trabalho na sua jurisdição.
ídos pelo menos as características funcionais
da caldeira, os dados de seus dispositivos de 13.1.7 O Registro de Segurança deve ser
segurança e o procedimento para determina- constituído de livro próprio, com páginas nu-
ção da PMTA. meradas, ou outro sistema equivalente onde
A reconstituição dos documentos será serão registradas:
sempre de responsabilidade do proprietário da a) todas as ocorrências importantes capa-
caldeira. Para tanto, este poderá utilizar-se zes de influir nas condições segurança
dos serviços do fabricante da caldeira ou caso da caldeira;
este seja indeterminado ou já não exista, de b) as ocorrências de inspeções de seguran-
um “Profissional Habilitado” ou empresa es- ça periódicas e extraordinárias, deven-
pecializada. do constar o nome legível e assinatura
A reconstituição de toda a documentação de Profissional Habilitado, citado no
da caldeira é importante não só para deter- subitem 13.1.2, e de operador de cal-
minação de seus parâmetros operacionais deira presente na ocasião da inspeção.
como também é de fundamental importância O Registro de Segurança deve ser consti-
na preparação e execução das atividades de tuído por um livro com páginas numeradas
inspeção e manutenção destes equipamentos. exclusivo para cada caldeira.
Portanto, no caso da inexistência da documen- É possível que a empresa utilize outro sis-
tação citada, prontuário da caldeira, ou par- tema (por exemplo: informatizado) desde que,
te deste, todos os esforços deverão ser feitos de fato, apresente a mesma segurança contra 27
para reconstituição do prontuário. burla e permita assinatura nas ocasiões
indicadas e que seja de fácil consulta.
13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida ou É importante que sejam registrados neste
transferida de estabelecimento, os documentos livro somente as ocorrências relacionadas à
Legislação e Normalização
caldeira que possam afetar, positiva ou negati- 13.1.8 A documentação referida no subi-
vamente, a integridade física do ser humano. tem 13.1.6 deve estar sempre à disposição para
É prática nas unidades industriais o pre- consulta dos operadores, do pessoal de manu-
enchimento do Livro de Turno ou Livro de tenção, de inspeção e das representações dos
passagem de serviço, ou similar, que poderá trabalhadores e do empregador na Comissão
ser aceito como Registro de Segurança desde Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA,
que atenda o disposto no item 13.1.7. devendo o proprietário assegurar pleno aces-
São exemplos típicos de ocorrências im- so a essa documentação.
portantes: as explosões, incêndios, vazamen- A documentação referida no subitem
tos, ruptura de componentes da caldeira, ope- 13.1.6 deverá estar sempre disponível dentro
ração em condições fora daquelas previstas do estabelecimento.
pelo projeto, paradas de emergência, realiza- Nos casos onde for necessária a retirada
ção de testes na caldeira e dispositivos de se- da documentação do estabelecimento, deverá
gurança etc. ser providenciada a sua duplicação.
Por ocasião da inspeção da caldeira o
Profissional Habilitado, contratado pelo es- 13.1.9 Para os propósitos desta NR, as
tabelecimento para fazer a inspeção da cal- caldeiras são classificadas em 3 categorias con-
deira ou o Profissional Habilitado existente forme segue:
no serviço próprio de inspeção, deverá ano- a) caldeiras da categoria “A” são aquelas
tar no “Registro de Segurança” a data e tipo cuja pressão de operação é igual ou
da inspeção de segurança da caldeira que está superior a 1960 kPa (19,98 kgf/cm2);
sendo realizada. b) caldeiras categoria “C” são aquelas
O Profissional Habilitado deverá solici- cuja pressão de operação é igual ou
tar a assinatura do operador da caldeira ou, inferior a 588 kPa (5,99 kgf/cm2) e o
na sua ausência, de outro operador, no referi- volume é igual ou inferior a 100 litros;
do “Registro de Segurança”. c) caldeiras categoria “B” são todas as
A assinatura tem por objetivo comprovar
caldeiras que não se enquadram nas
que a caldeira está sendo inspecionada e não
categorias anteriores.
implica em qualquer responsabilidade por
O critério adotado por esta NR, para clas-
parte do operador na atividade de inspeção.
O preenchimento do livro e respectiva as- sificação de caldeiras, leva em conta a pres-
sinatura, por ocasião das inspeções, deverá são de operação e o volume interno da cal-
ser feito durante o período em que a caldeira deira. Esse conceito, também adotado por
estiver sendo inspecionada. outras normas internacionais, representa a
energia disponível em uma caldeira. Desta
13.1.7.1 Caso a caldeira venha a ser consi- forma quanto maior a energia maiores serão
derada inadequada para uso, o Registro de os riscos envolvidos. A capacidade de produ-
Segurança deve conter tal informação e re- ção de vapor da caldeira (t/h, kg/h) não é
ceber encerramento formal. indicativo do risco já que não considera a
Caso a caldeira venha ser considerada pressão do vapor produzido ou o volume de
inadequada para uso futuro, o respectivo Re- vapor armazenado.
gistro de Segurança deverá apresentar cla- A subdivisão em 3 (três) categorias dis-
ramente os motivos pelos quais esta sendo tintas facilita a adoção de critérios diferenci-
adotada tal decisão. O encerramento formal ados compatíveis com o risco apresentado por
do Registro de Segurança deverá ser feito por cada caldeira.
um Profissional Habilitado e comunicado O gráfico abaixo representa os campos
através de Relatório de Inspeção de Seguran- que foram adotados para cada categoria de
ça Extraordinária à Representação Sindical caldeiras.
da Categoria Profissional Predominante no Pressão
Estabelecimento conforme estabelecido no (kPa)
Categoria
item 13.5.12 e ao órgão regional do MTb caso A
1960
este tenha exigido a apresentação dos docu-
28 B
mentos da caldeira anteriormente, conforme 588
Categoria

previsto no subitem 13.1.6.3. Categoria

Recomenda-se para estes casos que a cal- C

deira seja inutilizada, antes do descarte, para


100 Volume (litros)
evitar uso posterior.
Legislação e Normalização

13.2 Instalação de Caldeiras a Vapor


13.2.1 O Projeto de Instalação de caldei-
ras a vapor, no que concerne ao atendimento
desta NR, é de responsabilidade de Profissio-
nal Habilitado, conforme citado no subitem
13.1.2, e deve obedecer os aspectos de segu-
rança, saúde e meio ambiente previstos nas
Normas Regulamentadoras, convenções e dis-
posições legais aplicáveis.
A autoria de projeto de instalação de cal-
deiras é de responsabilidade de Profissional
Habilitado. Figura 20 Figura 21
Sempre que na elaboração do projeto o
Profissional Habilitado solicitar a participa-
ção de profissionais, especializados e legal-
mente habilitados, estes serão tidos como res-
ponsáveis na parte que lhes diga respeito, de-
vendo ser explicitamente mencionados como
autores das partes que tiverem executado.
O projeto de instalação deverá conter to-
dos os documentos, plantas, desenhos, cálculos,
pareceres, relatórios, análises, normas, espe-
cificações relativos ao projeto, devidamente
Figura 22
assinados pelos profissionais legalmente ha-
bilitados. A opção pela instalação das caldeiras em
Área ou Casa de Caldeiras será definida na
13.2.2 As caldeiras de qualquer estabe- fase de projeto e independente das dimensões da
lecimento devem ser instaladas em Casa de Caldeira ou de seus parâmetros operacionais.
Caldeiras ou em local específico para tal fim,
denominado Área de Caldeiras. 13.2.3 Quando a caldeira for instalada em
Deverá ser entendido como Casa de Cal- ambiente aberto, a Área de Caldeiras deve sa-
deiras um local reservado do estabelecimen- tisfazer os seguintes requisitos:
to, delimitado por paredes ou divisórias e a) estar afastada no mínimo 3 metros de:
devidamente coberto onde estejam instaladas – outras instalações do estabelecimento;
as caldeiras (Fig. 19) . – de depósitos de combustíveis, exe-
cutando-se reservatórios para parti-
da com até 2.000 (dois mil) litros de
capacidade;
– do limite de propriedade de terceiros;
– do limite com as vias públicas.
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas
amplas, permanentemente desobstruí-
das e dispostas em direções distintas
(Fig. 23);

Figura 19

Deverá ser entendido como Área de Cal-


deiras (Fig. 20, Fig. 21 e Fig. 22) um local
onde a caldeira não esteja confinada, exposto 29
ou não à ação do tempo, destinado à instala-
ção das caldeiras. A simples existência de co-
bertura não caracteriza o local como sendo
“Casa de Caldeira”.
Figura 23
Legislação e Normalização
c) dispor de acesso fácil e seguro, neces- caldeira. São exemplos destes sistemas lâm-
sário à operação e manutenção da cal- padas ligadas a baterias que se autocarregam
deira, sendo que, para guarda corpos nos períodos de fornecimento normal, gera-
vazados, os vãos devem ter dimensões que dores movidos a vapor ou motores a combus-
impeçam a queda de pessoas (Fig. 24); tão, etc.

13.2.4 Quando a caldeira estiver instala-


da em ambiente confinado, a Casa de Caldei-
ras deve satisfazer os seguintes requisitos:
a) constituir prédio separado, construído
de material resistente ao fogo, poden-
do ter apenas uma parede adjacente à
outras instalações do estabelecimento,
porém com as outras paredes afasta-
das de, no mínimo 3 (três) metros de
outras instalações, do limite de pro-
Figura 24
priedade de terceiros, do limite com as
d) ter sistema de captação e lançamento vias públicas e de depósitos de com-
dos gases e material particulado, pro- bustíveis, excetuando-se reservatórios
venientes da combustão, para fora da para partida com até 2.000 (dois mil)
área de operação, atendendo às normas litros de capacidade;
ambientais vigentes; b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas
e) dispor de iluminação conforme normas amplas, permanentemente desobstruí-
oficiais vigentes (Fig.25); das e dispostas em direções distintas
(Fig. 26);

Figura 25

f) ter sistema de iluminação de emergên-


cia caso operar a noite.
Até a data de revisão deste manual técni-
co, a norma regulamentadora NR-17 subitem
17.5.3.3. determina que “os níveis mínimos de
iluminamento a serem observados nos locais
de trabalho são os valores de iluminância es-
tabelecidos na NBR 5413.
30 Deve ser entendido como sistema de ilu-
minação de emergência todo sistema que em
caso de falha no fornecimento de energia elé-
trica, consiga manter adequadamente ilumi-
nados os pontos estratégicos à operação da Figura 26
Legislação e Normalização
c) dispor de ventilação permanente com Caso o estabelecimento não possa aten-
entradas de ar que não possam ser blo- der às exigências estabelecidas nos subitens
queadas; 13.2.3 ou 13.2.4 ou obedecer a aspectos de
d) dispor de sensor para detecção de va- segurança, saúde e meio ambiente previstos
zamento de gás quando se tratar de cal- nas NR, nas convenções ou nas disposições
deira a combustível gasoso; legais deverá elaborar um “projeto alternati-
e) não ser utilizada para qualquer outra vo” contendo medidas concretas para atenu-
finalidade; ação dos riscos.
f) dispor de acesso fácil e seguro, neces- Este requisito se aplica tanto às instala-
sário à operação e à manutenção da ções existentes como para novas instalações.
caldeira, sendo que, para guarda-cor- As medidas complementares citadas nes-
pos vazados, os vãos devem ter dimen- te item refere-se à prevenção e não à conse-
sões que impeçam a queda de pessoas; qüência de eventuais explosões. Desta forma
g) ter sistema de captação e lançamento o Projeto Alternativo deve priorizar a implan-
dos gases e material particulado, pro- tação de medidas que melhorem a confiabili-
venientes da combustão, para fora da dade operacional da caldeira. São exemplos
área de operação, atendendo às normas de medidas concretas que permitam a atenua-
ambientais vigentes; ção dos riscos:
h) dispor de iluminação conforme normas – realização de inspeções com maior fre-
oficiais vigentes e ter sistema de ilu- qüência e maior rigor quanto a apli-
minação de emergência (Fig.27). cação de exames não destrutivos;
– aperfeiçoamento dos sistemas de con-
trole;
– independentemente da pressão, atender
a requisitos mais apurados de quali-
dade e tratamento de água;
– reduzir a pressão de operação quando
possível;
– empregar combustíveis de melhor qua-
lidade.

13.2.6.1 O Projeto Alternativo de Instala-


ção deve ser apresentado pelo proprietário da
caldeira para obtenção de acordo com a repre-
Figura 27 sentação sindical da categoria profissional pre-
dominante no estabelecimento.
13.2.5 Constitui risco grave e iminente o
não atendimento aos seguintes requisitos: 13.2.6.2 Quando não houver acordo, con-
a) para todas as caldeiras instaladas em forme previsto no subitem 13.2.6.1, a inter-
ambiente aberto, as alíneas “b”, “d” e mediação do órgão regional do MTb, poderá
“f” do subitem 13.2.3 desta NR; ser solicitada por qualquer uma das partes e,
b) para as caldeiras da categoria “A” ins- persistindo o impasse, a decisão caberá a esse
taladas em ambientes confinados, as órgão.
alíneas “a”, “b”, “c”, “d”, “e”, “g”, e
“h” do subitem 13.2.4 da NR; 13.2.7 As caldeiras classificadas na cate-
c) para caldeiras das categorias “B” e “C” goria “A” deverão possuir painel de instrumen-
instaladas em ambientes confinados, as tos instalados em sala de controle, construída
alíneas “b”, “c”, “d”, “e”, “g” e “h” do segundo o que estabelecem as Normas Regu-
subitem 13.2.4 desta NR. lamentadoras aplicáveis.
Toda caldeira classificada como catego-
13.2.6 Quando o estabelecimento não pu- ria “A” deve possuir painel de instrumentos
der atender ao disposto nos subitens 13.2.3 ou ou console de sistema digital instalado em sala 31
13.2.4 deverá ser elaborado “Projeto Alterna- de controle (Fig.27). No caso de estabeleci-
tivo de Instalação”, com medidas complemen- mentos com mais de uma caldeira é permitida
tares de segurança que permitam a atenuação a instalação dos instrumentos de todas as cal-
dos riscos. deiras na mesma sala de controle.
Legislação e Normalização
O projeto e construção da sala de contro- 13.3.3 A qualidade da água deve ser con-
le devem atender aos requisitos estabelecidos trolada e tratamentos devem ser implementa-
pelas Normas Regulamentadoras. dos, quando necessários, para compatibilizar
suas propriedades físico-químicas com os pa-
13.3 Segurança na Operação de Caldeiras râmetros de operação da caldeira.
A qualidade da água é fator determinante
13.3.1 Toda caldeira deve possuir Manual
da vida da caldeira. Estabelecer parâmetros
de Operação atualizado, em língua portugue-
de qualidade de água não faz parte do escopo
sa, em local de fácil acesso aos operadores,
desta NR uma vez que ela se aplica a varia-
contendo no mínimo:
dos tipos de caldeiras com diferentes pressões
a) procedimentos de partidas e paradas;
e temperaturas, instaladas em locais distintos.
b) procedimentos e parâmetros operacio-
nais de rotina; Sempre que análises físico-químicas e re-
c) procedimentos para situações de emer- sultados das inspeções indicarem problemas
gência; de depósitos excessivos, corrosão e outras
d) procedimentos gerais de segurança, saú- deteriorações no lado água, atenção especial
de e de preservação do meio ambiente. deverá ser dada à sua qualidade, em particu-
O manual de operação da caldeira (ou das lar, verificando se suas características estão
caldeiras) deve estar sempre disponível para de acordo com as requeridas pela caldeira.
consulta dos operadores, em local próximo ao De modo geral, quanto maior a pressão de
posto de trabalho. Os manuais devem ser man- operação mais apurados deverão ser os re-
tidos atualizados sendo que todas as altera- quisitos de tratamento de água.
ções ocorridas nos procedimentos operacio-
nais ou nas características das caldeiras, de- 13.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar
verão ser de pleno conhecimento de seus ope- obrigatoriamente sob operação e controle de
radores e prontamente incorporados aos res- operador de caldeira, sendo que o não atendi-
pectivos manuais. mento a esta exigência caracteriza condição
de risco grave e iminente.
13.3.2 Os instrumentos e controles de cal- A responsabilidade pela existência de ope-
deiras devem ser mantidos calibrados e em radores de caldeiras adequadamente treina-
boas condições operacionais, constituindo con- dos é do dono do estabelecimento.
dição de risco grave e iminente o emprego de Uma caldeira pode estar sob controle si-
artifícios que neutralizem sistemas de contro- multâneo de vários operadores e, um opera-
le e segurança da caldeira. dor poderá estar controlando simultaneamente
Todos os instrumentos e controles que in- mais de uma caldeira.
terfiram com a segurança da caldeira deve- Não faz parte do objetivo desta NR esta-
rão ser calibrados periodicamente e serem belecer limites numéricos para esta questão
adequadamente mantidos. entretanto, entende-se que “caldeiras sob con-
A utilização de artifícios como por exem- trole de operador” é aquela onde existe, pelo
plo “jumps” que neutralizem os sistemas de menos 1 (um) operador em condições de atu-
controle e segurança será considerada como ar prontamente para corrigir situações anor-
risco grave e iminente e pode levar à interdi- mais que se apresentem.
ção da caldeira.
Utilizar “Jumps” transitórios em situa- 13.3.5 Para efeito desta NR será consi-
ções onde exista redundância ou onde está derado operador de caldeira aquele que satis-
sendo feita manutenção preventiva não será fazer pelo menos uma das seguintes condições:
considerada como “artifício que neutralize” a) Possuir certificado de Treinamento de
sistema de controle e segurança da caldeira. Segurança na Operação de Caldeiras e
Para esses casos, é necessário fazer estu- comprovação de estágio prático confor-
do dos riscos envolvidos e acompanhamento me subitem 13.3.9;
desta operação, envolvendo todos os setores b) Possuir certificado de Treinamento de
Segurança para Operação de Caldeiras
32 que possam por esta ser afetados.
A periodicidade de manutenção e a defi- previsto na NR 13 aprovada pela
nição dos instrumentos e controles necessári- portaria 02/84 de 08/05/84;
os à segurança da caldeira deverão ser defi- c) Possuir comprovação de pelo menos 3
nidos pelos profissionais legalmente habilita- (três) anos de experiência nessa ativi-
dos para cada especialidade. dade, até 8 de maio de 1984.
Legislação e Normalização
Para casos onde for necessária a compro- Caso um operador, treinado de acordo
vação de experiência na operação de caldei- com esta NR, necessite operar outra caldeira,
ra deve-se considerar: deverá freqüentar estágio prático na nova cal-
– anotação na carteira de trabalho; deira que irá operar, mesmo que a nova cal-
– prontuário ou atribuições fornecido deira seja da mesma categoria que a anterior.
pelo estabelecimento; ou No caso de instalações onde o operador
– testemunho de pessoas. deve operar caldeiras diferentes é exigido um
Para cálculo dos 3 (três) anos de experiên- estágio prático para cada caldeira. Ex.: Uma
cia deverão ser descontados os tempo de in- instalação com uma caldeira à óleo Catego-
terrupção. ria A e uma caldeira elétrica Categoria C,
A habilitação dos operadores de caldeira serão necessárias 80 horas de estágio para a
enquadrados nas alíneas “b” e “c “ fica limi- primeira e mais 40 horas de estágio para a
tada ao tipo de caldeira que habitualmente segunda, totalizando 120 horas de estágio.
vinham operando. Caso tenham necessidade O supervisor do estágio poderá ser por
de operar outros tipos de caldeira torna-se exemplo:
obrigatória a freqüência aos estágios práti- – chefe da Operação;
cos definidos no subitem 13.3.9. – operadores Chefe;
– engenheiro responsável pela planta;
13.3.6 O pré-requisito mínimo para par-
ticipação, como aluno, no Treinamento de Se- – um operador mais experiente;
gurança na Operação de Caldeiras é o 1º grau. – Profissional Habilitado.

13.3.7 O Treinamento de Segurança na 13.3.10 O estabelecimento onde for reali-


Operação de Caldeiras deve obrigatoriamente: zado o estágio prático supervisionado, deve in-
a) ser supervisionado tecnicamente por formar previamente à representação sindical
Profissional Habilitado citado no subi- da categoria profissional predominante no es-
tem 13.1.2; tabelecimento:
b) ser ministrado por profissionais capa- a) período de realização do estágio;
citados para esse fim; b) entidade, empresa ou profissional res-
c) obedecer, no mínimo, ao currículo pro- ponsável pelo Treinamento de Seguran-
posto no Anexo I-A desta NR. ça na Operação de Caldeiras;
Poderão ser incluídas no treinamento ou- c) relação dos participantes do estágio.
tras matérias teóricas ou práticas que forem Ver observações do subitem 13.3.5.
julgadas relevantes pelo supervisor técnico do
treinamento. 13.3.11 A reciclagem de operadores deve
ser permanente, por meio de constantes infor-
13.3.8 Os responsáveis pela promoção do mações das condições físicas e operacionais
Treinamento de Segurança na Operação de dos equipamentos, atualização técnica, infor-
Caldeiras estarão sujeitos ao impedimento de mações de segurança, participação em cursos,
ministrar novos cursos, bem como a outras san- palestras e eventos pertinentes.
ções legais cabíveis, no caso de inobservância A necessidade e ocasião da reciclagem são
do disposto subitem 13.3.7. de responsabilidade do empregador.
Para efeito de comprovação, deverá ser ane-
13.3.9 Todo operador de caldeira deve xado à pasta funcional de cada operador o tipo
cumprir um estágio prático na operação da
de atividade, data de realização, duração etc.
própria caldeira que irá operar, o qual deverá
ser supervisionado, documentado e ter dura- 13.3.12 Constitui condição de risco grave
ção mínima de:
e iminente a operação de qualquer caldeira em
a) Caldeiras categoria “A” : 80 (oitenta)
condições diferentes das previstas no projeto
horas;
b) Caldeiras categoria “B” : 60 (sessenta) original, sem que:
horas; a) seja reprojetada levando em conside-
c) Caldeiras categoria “C” : 40 (quaren- ração todas as variáveis envolvidas na
ta) horas. nova condição de operação; 33
A empresa ou estabelecimento deverá ar- b) sejam adotados todos os procedimentos
quivar ou reunir os documentos que comprovem de segurança decorrentes de sua nova
a participação de seus operadores no referi- classificação no que se refere a instala-
do estágio. ção, operação, manutenção e inspeção.
Legislação e Normalização
A operação de caldeiras em condições Deve ser considerada como “alteração”
operacionais diferentes das previstas em seu qualquer intervenção que resulte em altera-
projeto pode ser extremamente perigosa. ções no projeto original inclusive nos parâ-
São exemplos de condições objeto deste item: metros operacionais da caldeira. Por exem-
– pressões superiores às de operação; plo: alterações na especificação de materiais,
– temperaturas de superaquecimento mudanças de combustível, mudanças na con-
acima das de projeto; figuração nos tubos de troca térmica, inclu-
– utilização de água ou outro fluido di- são de conexões, etc.
ferentes dos considerados no projeto; São exemplos de qualificação e certifica-
– alteração do combustível ou dos quei- ção de pessoal os procedimentos previstos pelo
madores. código ASME Seção IX (Qualificação de
Sempre que forem feitas modificações no Soldagem e Brasagem) e Seção V (Ensaios
projeto da caldeira ou de suas condições ope- Não Destrutivos).
racionais deverão ser adotados todos os pro-
cedimentos de segurança necessários. 13.4.1.1 Quando não for conhecido o có-
As modificações efetuadas deverão sem- digo de projeto de construção, deve ser res-
pre fazer parte da documentação da caldeira. peitada a concepção original da caldeira, com
procedimento de controle do maior rigor pres-
13.4 Segurança na Manutenção de crito nos códigos pertinentes.
Caldeiras Caso a documentação da caldeira tenha
13.4.1 Todos os reparos ou alterações em se extraviado e não seja possível localizar o
caldeiras devem respeitar o respectivo código fabricante, os reparos e alterações deverão
de projeto de construção e as prescrições do respeitar a concepção original. Nessas ocasiões
fabricante no que se refere a: o Profissional Habilitado deverá propor tes-
a) materiais; tes e ensaios, bem como critérios de aceita-
b) procedimentos de execução; ção compatíveis com os mais rigorosos dos
c) procedimentos de controle de qualidade; códigos de projeto reconhecidos internacio-
d) qualificação e certificação de pessoal. nalmente.
Os reparos e alterações citados neste
13.4.1.2 Nas caldeiras de categorias “A” e
item são extensivos aos periféricos da cal-
“B”, a critério do Profissional Habilitado, ci-
deira, tais como: chaminé, ventiladores, ins-
tado no subitem 13.1.2, podem ser utilizadas
trumentação, etc.
No caso de tubulações a abrangência deste tecnologias de cálculo ou procedimentos mais
subitem limita-se ao trecho compreendido entre avançados, em substituição aos previstos pelo
a caldeira e a solda ou flange mais próximo. código de projeto.
Deve ser considerado como “reparo” Para caldeiras de categoria “A” e “B”,
qualquer intervenção que vise corrigir não em casos particulares, e desde que embasado
conformidades (Fig. 28) com relação ao pro- pelo Profissional Habilitado, poderão ser uti-
jeto original. Por exemplo: reparos com sol- lizados procedimentos de cálculo e tecnolo-
das para recompor áreas danificadas, repa- gia não previstas pelo código de projeto. São
ros em refratários e isolantes térmicos, subs- exemplos destes procedimentos: técnicas de
tituição de conexões corroídas, etc. mecânica da fratura que permitam a convi-
vência com descontinuidades subcríticas, téc-
nicas alternativas de soldagem que dispensem
o alívio de tensão, etc.

13.4.2 Projetos de Alteração ou Reparo


devem ser concebidos previamente nas seguin-
tes situações:
a) sempre que as condições de projeto fo-
rem modificadas;
34 b) sempre que forem realizados reparos
que possam comprometer a segurança.
Antes da execução de qualquer reparo ou
alteração que possam comprometer a seguran-
Figura 28 ça da caldeira ou dos trabalhadores, deverá
Legislação e Normalização
ser elaborado o respectivo Projeto de Altera- Inspeção de Segurança que compreende o teste,
ção ou Reparo que passará a fazer parte da seja ele inicial, periódica ou extraordinária.
documentação da caldeira. Usualmente, intervenções desta natureza
Não é necessário enviar este documento são casos típicos que justificam a concepção
para apreciação de órgão externos à empre- de Projeto de Alteração e Reparo conforme
sa, tais como: DRT, sindicato etc. definido no subitem 13.4.2 alínea “b”.
São exemplos de Projetos de Alteração e
Reparo: alteração de materiais, disposição 13.4.5 Os sistemas de controle e seguran-
de tubos, configuração de maçaricos, inclu- ça da caldeira devem ser submetidos a manu-
são de conexões, reparos com solda, limpeza tenção preventiva ou preditiva.
química, etc. A definição dos instrumentos e sistemas
de controle a serem incluídos no plano de
13.4.3 O Projeto de Alteração ou Reparo manutenção preditiva/preventiva, bem como
deve: a respectiva periodicidade, deverá ser atribu-
a) ser concebido ou aprovado por Pro- ída a profissionais com competência legal
fissional Habilitado, citado no subitem para executar este tipo de atividade.
13.1.2; A Manutenção Preventiva consiste na re-
b) determinar materiais, procedimentos alização de tarefas de assistência que tiverem
de execução, controle de qualidade e sido pré-planejadas para execução em pon-
qualificação de pessoal. tos específicos, a tempo de manter as capaci-
O Projeto de Alteração e Reparo pode ser dades funcionais de sistema de controle e se-
concebido por firma especializada desde que gurança de caldeira.
a mesma esteja registrada no CREA e dispo- Quando a manutenção tiver suas datas de
nha de um responsável técnico legalmente intervenção baseadas no acompanhamento da
habilitado. evolução de parâmetros ligados ao sistema
Reparos ou alterações que envolvam as (por exemplo temperatura, vibração, viscosi-
especialidades de eletricidade, eletrônica ou dade de óleo) passa a ser denominada de
química deverão ser concebidos e assinados Preditiva.
por profissionais habilitados para cada cam- Quando a manutenção tiver suas datas de
po específico. Independente desta necessida- intervenção baseadas no histórico de vida útil
de, todo Projeto de Alteração e Reparo deve- dos componentes ligados ao sistema recebe a
rá ser assinado por Profissional Habilitado. denominação de Preventiva.

13.4.4 Todas as intervenções que exijam 13.5 Inspeção de Segurança de Caldeiras


mandrilamento ou soldagem em partes que 13.5.1 As caldeiras devem ser submeti-
operem sob pressão devem ser seguidas de tes- das a inspeções de segurança inicial, periódi-
te hidrostático, com características definidas ca e extraordinária sendo considerado condi-
pelo Profissional Habilitado, citado no subi- ção de risco grave e iminente o não atendi-
tem 13.1.2. mento aos prazos estabelecidos nesta NR.
Quando não definidos em normas ou có-
digos, caberá ao Profissional Habilitado, em 13.5.2 A inspeção de segurança inicial
função de sua experiência e conhecimento, deve ser feita em caldeiras novas, antes da
definir os parâmetros envolvidos no teste hi- entrada em funcionamento, no local de opera-
drostático. Nestes parâmetros deverão constar: ção, devendo compreender exame interno e
– medidas de segurança necessárias externo, teste hidrostático e de acumulação.
para proteção do pessoal envolvido na Exames internos, externos e teste hidros-
realização do teste; tático, efetuados nas dependências do fabri-
– fluido a ser utilizado para pressurização; cante da caldeira são importantes e necessá-
– taxa de subida da pressão e patamares rios, porém não constituem a Inspeção de Se-
quando necessário; gurança Inicial uma vez que, os componentes
– pressão final de teste hidrostático; da caldeira podem sofrer avarias durante seu 35
– tempo em que o equipamento ficará transporte, armazenamento e montagem no lo-
pressurizado. cal definitivo. A inspeção de segurança só po-
As características e resultados do teste derá portanto ser realizada quando a caldeira
hidrostático deverão constar do Relatório de já estiver instalada em seu local definitivo.
Legislação e Normalização
O teste de acumulação deve ser executa- O teste para determinação da pressão
do em conformidade com normas técnicas vi- da abertura das válvulas de segurança pode-
gentes, recomendações dos fabricantes da cal- rá ser executado com a caldeira em operação
deira e dos fabricantes de válvulas de segu- valendo-se de dispositivos hidráulicos apro-
rança ou ainda em conformidade com proce- priados Fig. 29 e Fig. 30). O procedimento
dimentos estabelecidos por Profissional Ha- escrito adotado no teste, os resultados obti-
bilitado. dos e os certificados de aferição do dispositi-
vo deverão ser anexados à documentação da
13.5.3 A inspeção de segurança periódi- caldeira.
ca, constituída por exame interno e externo,
deve ser executada nos seguintes prazos má-
ximos:
a) 12 (doze) meses para caldeiras das ca-
tegorias “A”, “B” e “C”;
b) 12 (doze) meses para caldeiras de
recuperação de álcalis de qualquer
categoria ( Fig.28);
c) 24 (vinte e quatro) meses para caldei-
ras da categoria “A”, desde que aos 12
(doze) meses sejam testadas as pressões
de abertura das válvulas de segurança;
d) 40 (quarenta) meses para caldeiras
especiais conforme definido no item
13.5.5.
A abrangência da inspeção de segurança
periódica bem como as técnicas a serem utili-
zadas deverão ser definidas pelo Profissional
Habilitado em função do histórico da caldei-
ra e das Normas técnicas vigentes.
Os prazos definidos nesse item devem ser
considerados como máximos. O prazo real
deverá ser estabelecido pelo Profissional Ha- Figura 29
bilitado em função da experiência anterior
disponível, devendo ser contados a partir da
última inspeção completa executada na cal-
deira.
Não faz parte do escopo desta NR deta-
lhar métodos ou procedimentos de inspeção.
Esta ação deverá ser feita pelo Profissional
Habilitado com base em códigos e normas
internacionalmente reconhecidos.
Os prazos estabelecidos nas alíneas “a”,
“b” e “c” são aplicáveis em empresas que não
possuam Serviço Próprio de Inspeção de Equi-
pamentos
Figura 30
13.5.4 Estabelecimentos que possuam
Serviço Próprio de Inspeção de Equipamen- A extensão do prazo de inspeção das
tos, conforme estabelecido no Anexo II, po- caldeiras da categoria “A” para 30 (trinta)
dem estender os períodos entre inspeções de meses não dispensa a execução dos testes para
segurança respeitando os seguintes prazos má- determinação da pressão de abertura das vál-
36 ximos: vulas de segurança a cada 12 (doze) meses.
a) 18 (dezoito) meses para caldeiras das Este item também é aplicável a caldei-
categorias “B” e “C”; ras de recuperação de álcalis instaladas em
b) 30 (trinta) meses para caldeiras da ca- estabelecimentos que possuam Serviço Pró-
tegoria “A”. prio de Inspeção de Equipamentos.
Legislação e Normalização
Sob o ponto de vista técnico, a execução 13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco)
dos testes para determinação da pressão de anos de uso, na sua inspeção subsequente, as
abertura das válvulas de segurança a cada 12 caldeiras devem ser submetidas a rigorosa avalia-
(doze) meses deve ser preservada, mesmo com ção de integridade para determinar a sua vida re-
a extensão do prazo de inspeção das caldei- manescente e novos prazos máximos para inspe-
ras da categoria “A” para 30 (trinta) meses. ção, caso ainda estejam em condições de uso.
O quadro a seguir resume os prazos máxi- A avaliação de vida residual presume que
mos estabelecidos para inspeção de caldeiras. seja analisada a integridade de cada compo-
Categoria
nente fundamental da caldeira (Ex.: tubulão,
Categoria “A” Especial tubos de troca térmica, espelhos, etc.).
“B” e “C”
12 meses A avaliação de integridade e vida residual
ou pode ser executada por Profissional Habilita-
Estabelecimento sem
Serviço Próprio de 24 meses com testes
do ou por empresa especializada, inscrita no
12 meses
Inspeção de Equipa- de válvulas de segu- CREA, e que disponha de pelo menos um Pro-
mento certificado rança a cada 12 meses fissional Habilitado.
(exceto caldeira de re-
cuperação de Álcalis)
As caldeiras que na data de publicação
desta NR já tiverem mais de 25 (vinte e cinco)
Estabelecimento com
Serviço Próprio de anos e não tiverem sido submetidas a avalia-
30 meses 18 meses 40 meses
Inspeção de Equipa- ção de integridade devem ser submetidas a
mento certificado esta avaliação na próxima inspeção de segu-
rança periódica.
13.5.5 As caldeiras que operam de for- Caso a caldeira já tenha sido submetida
ma contínua e que utilizam gases ou resíduos a testes, exames e análises para estabeleci-
das unidades de processo, como combustível mento da vida residual e avaliação de integri-
principal para aproveitamento de calor ou para dade antes de completar 25 (vinte e cinco)
fins de controle ambiental, podem ser consi- anos, estes dados poderão ser considerados,
deradas especiais quando todas as condições a critério do Profissional Habilitado, para aten-
seguintes forem satisfeitas: der parcial ou integralmente as exigências deste
a) estiverem instaladas em estabeleci- subitem.
mentos que possuam Serviço Pró- É importante ressaltar que caldeiras
prio de Inspeção de Equipamentos ci- inoperantes podem sofrer significativos des-
tado no Anexo II; gastes por corrosão. Portanto, dos 25 ( vinte
b) tenham testados a cada 12 (doze) me- e cinco) anos considerados neste subitem, não
ses o sistema de intertravamento e a devem ser dispensados sem profunda análise
pressão de abertura de cada válvula técnica os períodos em que a caldeira perma-
de segurança; necer fora de operação.
c) não apresentem variações inesperadas
na temperatura de saída dos gases e do 13.5.6.1. Nos estabelecimentos que possuam
vapor, durante a operação; Serviço Próprio de Inspeção de Equipamen-
d) exista análise e controle periódico da tos citado no Anexo II, o limite de 25 (vinte e
qualidade da água; cinco) anos pode ser alterado em função do
e) exista controle de deterioração dos acompanhamento das condições da caldeira,
materiais que compõem as principais efetuado pelo referido órgão.
partes da caldeira;
f) seja homologada como classe especial 13.5.7 As válvulas de segurança instala-
mediante: das em caldeiras devem ser inspecionadas pe-
– acordo entre a representação sindi- riodicamente conforme segue:
cal da categoria profissional predo- a) pelo menos uma vez por mês, median-
minante no estabelecimento e o em- te acionamento manual da alavanca, em
pregador; operação, para caldeiras das categori-
as “B” e “C”.
– intermediação do órgão regional do
b) desmontando, inspecionando e testando,
37
MTb, solicitada por qualquer uma em bancada (Fig.31), as válvulas flan-
das partes, quando não houver acordo; geadas e, no campo, as válvulas solda-
– decisão do órgão regional do MTb das, recalibrando-as numa freqüência
quando, persistir o impasse. compatível com a experiência operacional
Legislação e Normalização
da mesma, porém respeitando-se como providas de super aquecedores ou em caldei-
limite máximo o período de inspeção ras para aquecimento de água, não sendo por-
estabelecido no subitem 13.5.3 ou tanto recomendável sua execução em caldei-
13.5.4, se aplicável, para caldeiras de ras desta configuração.
categorias “A” e “B”.
A alínea “a” deste subitem determina o 13.5.9 A inspeção de segurança extraor-
acionamento manual da alavanca e portanto dinária deve ser feita nas seguintes oportuni-
torna obrigatória a existência de alavanca em dades:
válvulas de segurança instaladas em caldei- a) sempre que a caldeira for danificada por
ras de categorias “B” e “C” . acidente ou outra ocorrência capaz de
As exigências deste subitem tem funda- comprometer sua segurança;
mentação técnica no código ASME Seção I b) quando a caldeira for submetida a alte-
(Caldeiras) e na Norma ANSI/NB-23, National ração ou reparo importante capaz de al-
Board Inspection Code, reconhecidos interna- terar suas condições de segurança;
cionalmente. c) antes da caldeira ser recolocada em
funcionamento, quando permanecer
13.5.8 Adicionalmente aos testes prescri- inativa por mais de 6 (seis) meses;
tos no subitem 13.5.7 as válvulas de seguran- d) quando houver mudança de local de
ça instaladas em caldeiras deverão ser subme- instalação da caldeira.
tidas a testes de acumulação, nas seguintes A inspeção de segurança extraordinária
oportunidades: pode abranger toda a caldeira ou parte da
a) na inspeção inicial da caldeira; mesma conforme a necessidade e a critério
b) quando forem modificadas ou tiverem do Profissional Habilitado.
sofrido reformas significativas; Quando a inspeção extraordinária com-
c) quando houver modificação nos pa- preender toda a caldeira o prazo para próxi-
râmetros operacionais da caldeira ou ma inspeção de segurança periódica poderá
variação na PMTA; ser definido a partir da data de conclusão da
d) quando houver modificação na sua inspeção extraordinária.
tubulação de admissão ou descarga. No caso de uma caldeira permanecer fora
Em função dos riscos envolvidos com a de operação por um período longo (superior
execução dos testes de acumulação o estabe- a 6 meses), a inspeção extraordinária mencio-
lecimento deverá implementar todas as medi- nada na alínea “c” deve ser realizada antes
das de segurança e preservação do meio am- da caldeira ser recolocada em funcionamento
biente necessárias. e não a cada 6 (seis)meses.
A alínea “b” refere-se à modificações ou
reparos efetuados nas válvulas de segurança 13.5.10 A inspeção de segurança deve ser
da caldeira. realizada por Profissional Habilitado, citado
no subitem 13.1.2, ou por Serviço Próprio de
Teste de Acumulação Inspeção de Equipamentos, citado no anexo II.
O teste de acumulação é feito para verifi- O subitem refere-se a todos os tipos de
inspeção de segurança, inicial, periódica ou
car se a válvula ou válvulas de segurança ins-
extraordinária.
taladas em caldeiras tem capacidade de des-
O Profissional Habilitado pode contar
carregar todo o vapor gerado, na máxima taxa
com a participação de inspetores e/ou técni-
de queima, sem permitir que a pressão inter-
cos de inspeção nas inspeções de segurança.
na suba para valores acima dos valores con-
Firmas especializadas podem ser utiliza-
siderados no projeto (no caso de caldeiras
das desde que sejam inscritas no CREA e pos-
projetadas pelo ASME Seção I este valor cor-
suam Profissionais Habilitados.
responde a 6% acima da PMTA).
Este teste deve ser executado com base em 13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve ser
procedimentos estabelecidos pelo fabricante emitido Relatório de Inspeção, que passa a fa-
38 da caldeira e/ou do fabricante das válvulas zer a parte da sua documentação.
de segurança.
Como este teste é executado com todas as 13.5.12 Uma cópia do Relatório de Inspe-
saídas de vapor bloqueadas, a falta de circu- ção deve ser encaminhada pelo Profissional
lação poderá provocar danos em caldeiras Habilitado, citado no subitem 13.1.2, num prazo
Legislação e Normalização
máximo de 30 (trinta) dias a contar do térmi- A alínea j) deverá listar as recomenda-
no da inspeção, à representação sindical da ções a serem seguidas a partir da inspeção
categoria profissional predominante no esta- executada, como por exemplo:
belecimento. – melhorar o tratamento de água;
Este subitem obriga o envio de Relatório – testar a válvula de segurança no pra-
de Inspeção somente à representação sindi- zo de 3 meses.
cal da categoria profissional predominante no
estabelecimento. 13.5.14 Sempre que os resultados da ins-
Entende-se que o término da inspeção é a peção determinarem alterações dos dados da
data em que a caldeira foi liberada para placa de identificação, a mesma deve ser atua-
retornar à operação. A data de conclusão do lizada.
relatório técnico, não é considerada como data
de término da inspeção. ANEXO I-A
13.5.13 O Relatório de Inspeção, mencio- CURRÍCULO MÍNIMO PARA
nado no subitem 13.5.11, deve conter no mí- TREINAMENTO DE SEGURANÇA NA
nimo: OPERAÇÃO DE CALDEIRAS
a) dados constantes na placa de identifi- 1. NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS E
cação da caldeira; UNIDADES
b) categoria da caldeira;
Carga horária: 04 horas
c) tipo da caldeira;
d) tipo de inspeção executada; 1.1. Pressão
e) data de início e término da inspeção; 1.1.1. Pressão atmosférica
f) descrição das inspeções e testes exe- 1.1.2. Pressão interna de um vaso
cutados; 1.1.3. Pressão manométrica, pressão rela-
g) resultado das inspeções e providências; tiva e pressão absoluta
h) relação dos itens desta NR ou de ou- 1.1.4. Unidades de pressão
tras exigências legais que não estão
sendo atendidas;
i) conclusões;
1.2. Calor e Temperatura
j) recomendações e providências neces- 1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que
sárias; é temperatura
k) data prevista para a nova inspeção da 1.2.2. Modos de transferência de calor
caldeira; 1.2.3. Calor específico e calor sensível
l) nome legível, assinatura e número do 1.2.4. Transferência de calor a tempera-
registro no conselho do “Profissional tura constante
Habilitado”, citado no subitem 13.1.2, 1.2.5. Vapor saturado e vapor superaque-
e nome legível e assinatura de técnicos cido
que participaram da inspeção.
1.2.6. Tabela de vapor saturado
Entende-se por “tipo de caldeira” a in-
formação se a caldeira é aquotubular, flamo-
tubular, elétrica, etc. 2. CALDEIRAS – CONDIÇÕES GERAIS
São exemplos de itens da alínea “h”: Carga horária: 08 horas
– ausência de manômetros;
– ausência de válvulas de segurança; 2.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações
– distanciamento incorreto entre a cal-
deira e reservatório de partida.
2.2. Partes de uma caldeira
Um exemplo da alínea “i” conclusões, 2.2.1. Caldeiras flamotubulares
seria: 2.2.2. Caldeiras aquotubulares
“Face as inspeções executadas, a caldei- 2.2.3. Caldeiras elétricas
ra poderá ser recolocada em operação, res- 39
2.2.4. Caldeiras a combustíveis sólidos
peitando-se os parâmetros operacionais esta-
2.2.5. Caldeiras a combustíveis líquidos
belecidos pelo projeto, devendo ser submeti-
da a nova inspeção de segurança periódica 2.2.6. Caldeiras a gás
em __/__/__”. 2.2.7. Queimadores
Legislação e Normalização
2.3. Instrumentos e dispositivos de controle de 6.2. Norma Regulamentadora 13 (NR-13)
caldeira O currículo apresentado é mínimo, poden-
do ser acrescido de outras disciplinas, ou ter a
2.3.1. Dispositivo de alimentação
carga horária das disciplinas estendidas em
2.3.2. Visor de nível função das particularidades de cada estabele-
2.3.3. Sistema de controle de nível cimento.
2.3.4. Indicadores de pressão O currículo proposto é aplicável ao trei-
2.3.5. Dispositivos de segurança namento de operadores a partir do ano de
1995.
2.3.6. Dispositivos auxiliares Considera-se que os cursos de formação de
2.3.7. Válvulas e tubulações operadores existentes nas empresas, que con-
2.3.8. Tiragem de fumaça templem totalmente as disciplinas e carga ho-
rária previstas neste anexo, podem ser equiva-
3. OPERAÇÃO DE CALDEIRAS lente ao Treinamento de Segurança na Opera-
Carga horária: 12 horas ção de Caldeiras desde que seja emitido o certi-
ficado previsto no subitem 13.3.5 alínea “a”.
3.1. Partida e parada
ANEXO II
3.2. Regulagem e controle; REQUISITOS PARA CERTIFICAÇÃO
3.2.1. de temperatura DE “SERVIÇO PRÓPRIO DE
3.2.2. de pressão INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS”
3.2.3. de fornecimento de energia Antes de colocar em prática os períodos
3.2.4. do nível de água especiais entre inspeções, estabelecidos nos
3.2.5. de poluentes subitens 13.5.4. e 13.10.3. desta NR, os “Ser-
viços Próprios de Inspeção de Equipamentos”
da empresa, organizados na forma de setor,
3.3. Falhas de operação, causas e providências seção, departamento, divisão ou equivalente,
devem ser certificados pelo Instituto Nacional
3.4. Roteiro de vistoria diária de Metrologia, Normalização e Qualidade In-
3.5. Operação de um sistema de várias caldeiras dustrial (INMETRO) diretamente ou median-
te “Organismo de Certificação” por ele cre-
3.6. Procedimentos em situações de emergência denciados, que verificarão o atendimento aos
seguintes requisitos mínimos expressos nas
4. TRATAMENTO DE ÁGUA E MANUTEN- alíneas “a” a “g”. Esta certificação pode ser
ÇÃO DE CALDEIRAS cancelada sempre que for constatado o não
atendimento a qualquer destes requisitos:
Carga horária: 08 horas
a) existência de pessoal próprio da empre-
4.1. Impurezas da água e suas conseqüências sa onde estão instalados caldeira ou
vaso de pressão, com dedicação exclu-
4.2. Tratamento de água siva a atividades de inspeção, avalia-
ção de integridade e vida residual, com
4.3. Manutenção de caldeiras formação, qualificação e treinamento
compatíveis com a atividade proposta
5. PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES E de preservação da segurança;
OUTROS RISCOS b) mão-de-obra contratada para ensaios
Carga horária: 04 horas não-destrutivos certificada segundo re-
gulamentação vigente e para outros ser-
5.1. Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde viços de caráter eventual, selecionada e
5.2. Riscos de explosão avaliada segundo critérios semelhantes
40 ao utilizado para a mão-de-obra própria;
6. LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO c) serviço de inspeção de equipamentos
Carga horária: 04 horas proposto possuir um responsável pelo
seu gerenciamento formalmente desig-
6.1. Normas Regulamentadoras nado para esta função;
Legislação e Normalização
d) existência de pelo menos um “Profis- Sendo regulamentadora da Lei 6514 (23
sional Habilitado”, conforme definido de Dezembro de 1977) da CLT, esta norma
no subitem 13.1.2; também é aplicável a equipamentos instala-
e) existência de condições para manuten- dos em navios, plataformas de exploração e
ção de arquivo técnico atualizado, ne- produção de petróleo (Fig.32 e Fig.33) etc
cessário ao atendimento desta NR, as- desde que não exista legislação em contrário.
sim como mecanismos para distribui-
ção de informações quando requeridas;
f) existência do procedimentos escritos
para as principais atividades executadas;
g) existência de aparelhagem condizente
com a execução das atividades propostas.
O assunto é objeto de documentação com-
plementar expedida pelo INMETRO.
Para o caso específico de Plataformas de
produção e exploração de petróleo e navios o
Serviço Próprio de Inspeção de Equipamen-
tos poderá ser instalado “em terra”.
13.6 Vasos de Pressão – Disposições
Gerais
13.6.1 Vasos de pressão são equipamen-
tos que contêm fluidos sob pressão interna ou
externa.
Vasos de pressão estão sempre submeti-
dos simultaneamente à pressão interna e à
pressão externa. Mesmo vasos que operam
com vácuo estão submetidos a estas pressões,
pois não existe vácuo absoluto. O que usual-
mente denomina-se vácuo é qualquer pressão
inferior à atmosférica. O vaso é dimensionado
considerando-se a pressão diferencial resul-
tante atuando sobre as paredes, que poderá
ser maior internamente ou externamente. Figura 32

Há casos em que o vaso de pressão deve


ser dimensionado pela condição de pressão
mais severa, a exemplo de quando não exista
atuação simultânea das pressões interna e
externa.
Vasos de pressão podem ser construídos
de materiais e formatos geométricos variados
em função do tipo de utilização a que se desti-
nam. Desta forma existem vasos de pressão
esféricos, cilíndricos, cônicos etc, construídos
em aço carbono, alumínio, aço inoxidável, fi-
bra de vidro e outros materiais. Figura 33

Os vasos de pressão podem conter líqui-


dos, gases ou misturas destes. Algumas apli- 13.6.1.1 O campo de aplicação desta NR,
cações são: armazenamento final ou interme- no que se refere a vasos de pressão, está defi-
diário, amortecimento de pulsação, troca de nido no Anexo III.
calor, contenção de reações, filtração, desti- Ver comentários no Anexo III.
lação, separação de fluidos, criogenia etc. 41
A NR-13 aplica-se a vasos de pressão ins- 13.6.1.2 Os vasos de pressão abrangidos
talados em unidades industriais, e outros es- por esta NR estão classificados em categorias
tabelecimentos públicos ou privados, tais de acordo com o Anexo IV.
como: hotéis, hospitais, restaurantes etc. Ver comentários no Anexo IV.
Legislação e Normalização
13.6.2 Constitui risco grave iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:
a) válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura ajustada em valor
igual ou inferior a PMTA, instalada diretamente no vaso ou no sistema que o inclui;
b) dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula quando esta não estiver
instalada diretamente no vaso (Fig. 34, Fig. 35, Fig. 36 e Fig. 37);

Figura 35

Figura 34

42

Figura 36 Figura 37
Legislação e Normalização
c) instrumento que indique a pressão de dos mesmos poderá ser feita no próprio vaso
operação. ou em sala de controle apropriada (Fig.38).
Entende-se por “outro dispositivo” de se-
gurança dispositivos que tem por objetivo im-
pedir que a pressão interna do vaso atinja
valores que comprometam sua integridade
estrutural. São exemplos de “outros disposi-
tivos”: discos de ruptura, válvulas quebra-vá-
cuo, plugues fusíveis, etc.
Válvulas de segurança piloto operadas,
podem ser consideradas como “outro dispo-
sitivo” desde que mantenha a capacidade de
funcionamento em qualquer condição de anor-
malidade operacional.
Figura 38
O dispositivo de segurança é um compo-
nente que visa aliviar a pressão do vaso, in- 13.6.3 Todo vaso de pressão deve ter afi-
dependente das causas que provocaram a xado em seu corpo, em local de fácil acesso e
sobrepressão. Desta forma, pressostatos, re- bem visível, placa de identificação indelével com,
guladores de pressão, malhas de controle de no mínimo, as seguintes informações:
instrumentação, etc., não devem ser conside- a) fabricante;
rados como dispositivos de segurança. b) número de identificação;
O “dispositivo de segurança contra blo- c) ano de fabricação;
queio inadvertido” é aplicável à:
d) pressão máxima de trabalho admissível;
– Vasos de pressão com 2 (dois) ou mais
dispositivos de segurança; e) pressão de teste hidrostático;
f) código de projeto e ano de edição.
– Conjunto de vasos interligados e prote-
gidos por única válvula de segurança. A adesão pelo Brasil ao Sistema Interna-
cional de Unidades foi formalizada por meio
Vasos com 2 (duas) ou mais válvulas de
do decreto legislativo nº 57 de 27 de julho de
segurança, com bloqueios independentes são
1953 e ratificada a partir de então. A tabela
utilizados quando se deseja facilidade de ma-
da pág. 26 apresenta os fatores de conversão
nutenção: pode-se remover uma das válvulas a serem utilizados para conversão das unida-
de segurança para reparo ou inspeção, man- des de pressão.
tendo-se as demais em operação. Neste caso,
as válvulas de segurança remanescentes em Número de identificação é a identificação
conjunto, ou isoladamente, deverão ser alfa numérica, conhecida como tag, item nú-
mero de ordem etc, atribuído pelo projetista
projetadas com suficiente capacidade para
ou estabelecimento ao vaso de pressão.
aliviar a pressão do vaso.
Para efeito do atendimento à alínea "f",
O “dispositivo que evite o bloqueio inad-
caso não seja conhecido o ano de edição do
vertido” do dispositivo de segurança é apli-
código o “Profissional Habilitado” deverá
cável à vasos de pressão com dois ou mais verificar se o equipamento sob análise se en-
dispositivos de segurança. São exemplos des- quadra nos requisitos da última edição
tes dispositivos válvulas de duas ou mais vias, publicada que precedeu o ano de fabricação
válvulas gaveta sem volante ou com volante do vaso.
travado por cadeado, etc.
Não sendo conhecido o código de projeto
Quando o vaso de pressão possuir apenas original ou o ano de fabricação, o vaso deve-
uma válvula de segurança, existem normas in- rá ser verificado de acordo com um dos códi-
ternacionalmente aceitas que consideram ina- gos existentes para vasos de pressão, que seja
dequado a existência de bloqueio entre a vál- aceito internacionalmente, tais como: ASME, 43
vula de segurança e o vaso de pressão. DIN, JIS, etc.
Os instrumentos para indicação de pres- As placas de identificação já instaladas
são, por exemplo manômetros, poderão ter deverão ser adequadas aos requisitos dessa
mostrador analógico ou digital e a instalação NR (Fig. 39, Fig. 40 , Fig. 41).
Legislação e Normalização

Figura 39

Figura 41

Figura 40

13.6.3.1 Além da placa de identificação,


deverão constar em local visível, a categoria
do vaso, conforme Anexo IV, e seu número ou
código de identificação.
As informações referentes à identificação
do vaso e sua respectiva categoria deverão ser
pintadas em local onde possam ser facilmente Figura 43-44
identificadas (Fig. 42 e Fig. 43).
Opcionalmente à pintura, as informações
poderão ser inseridas numa placa com visua-
lização equivalente.

13.6.4 Todo vaso de pressão deve possuir,


no estabelecimento onde estiver instalado, a se-
guinte documentação devidamente atualizada:
44 a) Prontuário do Vaso de Pressão, a ser
fornecido pelo fabricante, contendo as
seguintes informações:
– código de projeto e ano de edição;
Figura 42 – especificação dos materiais;
Legislação e Normalização
– procedimentos utilizados na fabri- dispositivos de segurança e dos procedimen-
cação, montagem e inspeção final e tos para determinação da PMTA.
determinação da PMTA; A maior parte da documentação exigida,
– conjunto de desenhos e demais da- particularmente aquela englobada no pron-
dos necessários para o monitora- tuário do vaso, deve ser fornecida de forma
mento da sua vida útil; detalhada pelo fabricante do vaso de pressão.
– características funcionais; Se o estabelecimento não possuir essa
documentação parte da mesma deverá ser re-
– dados dos dispositivos de segurança;
constituída conforme determinado neste subitem.
– ano de fabricação; A reconstituição dos documentos é sem-
– categoria do vaso. pre de responsabilidade do proprietário do
b) Registro de Segurança, em conformi- vaso de pressão. Para tanto, este poderá se
dade com o subitem 13.6.5; utilizar dos serviços do fabricante do vaso ou
c) Projeto de Instalação, em conformida- caso este seja indeterminado ou já não exista,
de com o item 13.7; de um “Profissional Habilitado” ou empresa
d) Projetos de Alteração ou Reparo, em especializada.
conformidade com os subitens 13.9.2 Normas técnicas internacionalmente re-
e 13.9.3; conhecidas indicam que o cálculo da PMTA
e) Relatórios de Inspeção, em conformi- deve considerar, além da pressão, outros es-
dade com o subitem 13.10.8. forços solicitantes, devendo englobar todas as
Se o estabelecimento onde estiverem ins- partes do equipamento, tais como : conexões,
talados os vasos de pressão possuir diversas flanges, pescoços de conexões, suportes, se-
unidades, os documentos deverão estar dis- las, etc.
poníveis na unidade onde estiverem instala-
dos para que possam ser prontamente consul- 13.6.4.2 O proprietário de vaso de pressão
tados. deverá apresentar, quando exigido pela auto-
Esta exigência também se aplica a plata- ridade competente do Órgão Regional do
formas de exploração e produção de petróleo Ministério do Trabalho, a documentação
e navios. mencionada no subitem 13.6.4.
Não é necessário que toda a documenta- A autoridade competente do "Órgão Re-
ção esteja arquivada num único local da uni- gional do Ministério do Trabalho" (Delega-
dade. É recomendável porém que todos os cia Regional do Trabalho – DRT) é o Delega-
documentos do prontuário estejam agrupados. do Regional do Trabalho na sua jurisdição.
O procedimento para determinação da 13.6.5 O Registro de Segurança deve ser
PMTA, deverá explicar o roteiro para seu es- constituído por livro de páginas numeradas,
tabelecimento, passo a passo, incluindo tabe- pastas ou sistema informatizado ou não, com
las, ábacos etc que por ventura sejam consul- confiabilidade equivalente, onde serão regis-
tados. tradas:
Caso haja interesse por parte do estabe- a) todas as ocorrências importantes capa-
lecimento poderá ser adotada como PMTA a zes de influir nas condições de segu-
pressão de projeto do vaso. rança dos vasos;
Entende-se por vida útil do vaso o perío- b) as ocorrências de inspeção de segurança.
do de tempo entre a data de fabricação e a O Registro de Segurança pode ser constitu-
data na qual o vaso tenha sido considerado ído por um livro de páginas numeradas para
inadequado para uso. cada vaso de pressão ou de um livro de páginas
A documentação deve ser mantida durante numeradas para diversos vasos de pressão.
toda a vida útil do vaso de pressão. É possível que a empresa utilize outro sis-
tema (por exemplo: informatizado) desde que,
13.6.4.1 Quando inexistente ou extravia- de fato, apresente a mesma segurança contra
do, o “Prontuário do Vaso de Pressão” deve burla e permita “assinatura eletrônica”.
ser reconstituído pelo proprietário, com res- 45
É importante que sejam registradas nes-
ponsabilidade técnica do fabricante ou de te livro somente as ocorrências que possam
“Profissional Habilitado”, citado no subitem afetar a integridade física do ser humano.
13.1.2, sendo imprescindível a reconstituição São exemplos típicos destas ocorrências: ex-
das características funcionais, dos dados dos plosões, incêndios, vazamentos, ruptura de
Legislação e Normalização
componentes, operação fora dos valores pre- a) dispor de pelo menos duas saídas
vistos, prazos de inspeção ultrapassados, fun- amplas, permanentemente desobstru-
cionamento irregular das válvulas de seguran- ídas e dispostas em direções distintas;
ça, etc. b) dispor de fácil acesso e seguro para as
É prática nas unidades industriais, o preen- atividades de manutenção, operação e
chimento do Livro de turno ou Livro de pas- inspeção, sendo que, para guarda-cor-
sagem de serviço ou similar que poderá ser pos vazados, os vãos devem ter dimen-
aceito como Registro de Segurança desde que sões que impeçam a queda de pessoas;
atenda o disposto no item 13.6.5. c) dispor de ventilação permanente com
entradas de ar que não possam ser blo-
13.6.6 A documentação referida no subi- queadas;
tem 13.6.4 deve estar sempre á disposição para d) dispor de iluminação conforme normas
consulta dos operadores, do pessoal de manu- oficiais vigentes;
tenção, de inspeção e das representações dos e) possuir sistema de iluminação de emer-
trabalhadores e do empregador na Comissão gência.
Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, As alíneas deste subitem referem-se ao
devendo o proprietário assegurar pleno aces- local onde está instalado o vaso de pressão.
so a essa documentação, inclusive à represen- Desta maneira, a alínea “a” prescreve que a
tação sindical da categoria profissional predo- área de processo ou ambiente onde esteja ins-
minante no estabelecimento, quando formal- talado o vaso de pressão deva possuir 2 (duas)
mente solicitado. saídas em direções distintas.
A documentação referida neste item de- Deverá ser entendido como sistema de ilu-
verá estar sempre disponível para consulta e minação de emergência, todo sistema que, em
fiscalização dentro do estabelecimento. caso de falha no fornecimento de energia elé-
Quando for necessário retirar a documen- trica, consiga manter adequadamente ilumi-
tação do estabelecimento deverá ser providen- nado os pontos estratégicos à operação do
ciada a sua duplicação. vaso de pressão. São exemplos destes siste-
mas: lâmpadas ligadas à baterias que se auto
13.7 Instalação de Vasos de Pressão carregam nos períodos de fornecimento nor-
13.7.1 Todo vaso de pressão deve ser ins- mal, geradores movidos à vapor ou motores à
talado de modo que todos os drenos, respiros, combustão etc.
bocas de visita e indicadores de nível, pressão
e temperatura, quando existentes, sejam facil- 13.7.3 Quando o vaso de pressão for ins-
mente acessíveis. talado em ambiente aberto a instalação deve
Os acessórios descritos nesse subitem, que satisfazer as alíneas “a”, “b”, “d”, e “e” do subi-
possam exigir a presença do trabalhador para tem 13.7.2. (Fig. 46, Fig. 47, Fig. 48 e Fig. 49).
operação, manutenção ou inspeção, devem
permitir acesso fácil e seguro através de es-
cadas, plataformas e outros em conformidade
com as NR (Fig. 44 e Fig. 45).

46
Figura 45

13.7.2 Quando os vasos de pressão forem


instalados em ambientes confinados, a insta-
lação deve satisfazer os seguintes requisitos: Figura 46
Legislação e Normalização
– “a”, “c” e “e” para vasos instalados em
ambientes confinados;
– “a” para vasos instalados em ambien-
tes abertos;
– “e” para vasos instalados em ambien-
tes abertos e que operem a noite.

13.7.5 Quando o estabelecimento não


puder atender ao disposto no subitem 13.7.2
deve ser elaborado “Projeto Alternativo de
Instalação” com medidas complementares de se-
gurança que permitam a atenuação dos riscos.
Caso o estabelecimento não possa aten-
der às exigências estabelecidas no subitem
13.7.2 ou obedecer a aspectos de segurança,
Figura 47
saúde e meio ambiente previstos nas NR, nas
convenções ou mais disposições legais, deve-
rá elaborar um “Projeto Alternativo de Insta-
lação” contendo medidas concretas para ate-
nuação dos riscos.
Este requisito se aplica tanto às instala-
ções já existentes como para as novas insta-
lações.

13.7.5.1 O Projeto Alternativo de Instala-


ção deve ser apresentado pelo proprietário do
vaso de pressão para obtenção de acordo com a
Figura 48
representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento.

13.7.5.2 Quando não houver acordo, con-


forme previsto no subitem 13.7.5.1, a inter-
mediação do órgão regional MTb, poderá ser
solicitada por qualquer uma das partes e,
persistindo o impasse, a decisão caberá a esse
órgão.

13.7.6 A autoria do Projeto de Instalação


de vasos de pressão enquadrados nas catego-
rias “I”, “II” e “III”, conforme Anexo IV, no
que concerne ao atendimento desta NR, é de
responsabilidade de Profissional Habilitado,
conforme citado no subitem 13.1.2, e deve obe-
decer os aspectos de segurança, saúde e meio
ambiente previstos nas Normas Regulamen-
tadoras, convenções e disposições legais apli-
cáveis.
A autoria do Projeto de Instalação de va-
sos de pressão é de responsabilidade de Pro-
fissional Habilitado.
Sempre que, na elaboração do projeto, o
Profissional Habilitado solicitar a participa-
ção de profissionais especializados e legal- 47
Figura 49
mente habilitados, estes serão tidos como res-
13.7.4 Constitui risco grave e iminente o ponsáveis pela parte que lhes diga respeito,
não atendimento às seguintes alíneas do subi- devendo ser explicitamente mencionados como
tem 13.7.2: autores das partes que tiverem executado.
Legislação e Normalização
13.7.7 O Projeto de Instalação deve con- 13.8.2 Os instrumentos e controles de va-
ter pelo menos a planta baixa do estabeleci- sos de pressão devem ser mantidos calibrados
mento, com o posicionamento e a categoria e em boas condições operacionais.
de cada vaso e das instalações de segurança. Todos os instrumentos e controles que in-
O Projeto de Instalação deverá conter terfiram com a segurança do vaso de pressão
pelo menos a planta baixa do estabelecimen- deverão ser periodicamente calibrados e se-
to, com o posicionamento e a categoria de rem adequadamente mantidos (Fig.50).
cada vaso de pressão existente na instalação.
A planta deverá também posicionar instala-
ções de segurança tais como: extintores, sis-
temas de “sprinklers”, canhões de água, câ-
maras de espuma, hidrantes etc.
Todos os documentos que compõem o Pro-
jeto de Instalação deverão ser devidamente
assinados pelos profissionais legalmente ha-
bilitados.
Quando uma instalação já existente não
possuir os desenhos ou documentos citados ou,
quando a identificação dos profissionais le- Figura 50
galmente habilitados não estiver clara, o Pro-
jeto de Instalação deverá ser reconstituído sob A utilização de artifícios como por exem-
autoria de um Profissional Habilitado. plo “jumps” que neutralizem instrumentos ou
sistemas de controle e segurança será consi-
derada como risco grave e iminente e pode
13.8 Segurança na Operação de Vasos de acarretar a interdição do equipamento.
Pressão A periodicidade de manutenção e a defini-
13.8.1 Todo vaso de pressão enquadrado ção de quais instrumentos e controles dos vasos
nas categorias “I” ou “II” deve possuir manu- de pressão deverão ser englobados neste subi-
al de operação próprio ou instruções de opera- tem é de responsabilidade de profissionais le-
ção contidas no manual de operação da unida- galmente habilitados para cada especialidade.
de onde estiver instalado, em língua portuguesa
e de fácil acesso aos operadores, contendo no 13.8.2.1 Constitui condição de risco grave
mínimo: e iminente o emprego de artifícios que neutra-
a) procedimentos de partidas e paradas; lizem seus sistemas de controle e segurança.
b) procedimentos e parâmetros operacio- A utilização de jumps transitórios em si-
nais e rotina; tuações onde exista redundância ou onde es-
c) procedimentos para situações de emer- teja sendo feita substituição ou reparos de
gência; componentes não será considerada como “ar-
d) procedimentos gerais de segurança, tifício que neutralize” sistemas de controle ou
saúde e de preservação do meio am- instrumentos.
biente. Para esses casos, é necessário fazer estudo
dos riscos envolvidos e acompanhamento des-
O manual de operação das unidades que ta operação, envolvendo todos os setores que
contenham vasos de pressão de categorias “I” possam por esta ser afetados.
ou “II” deverá estar sempre disponível para
consulta dos operadores, em local próximo ao 13.8.3 A operação de unidades que pos-
seu posto de trabalho. O manual deverá ser suam vasos de pressão de categorias “I” ou
mantido atualizado, sendo que todas as alte- “II” deve ser efetuada por profissional com
rações ocorridas nos procedimentos operacio- Treinamento de Segurança na Operação de
nais ou nas características dos equipamentos, Unidades de Processo, sendo que o não aten-
deverão ser de pleno conhecimento dos ope- dimento a esta exigência caracteriza condição
48 radores e serem prontamente incorporadas nos de risco grave e iminente.
respectivos manuais. A responsável pela existência de opera-
Este requisito também é aplicável a pla- dores de unidades de processo treinados ade-
taformas de exploração e produção de petró- quadamente é o dono do estabelecimento ou
leo e a navios. seu representante legal.
Legislação e Normalização
Deve ser entendido que em função da com- 13.8.7 Os responsáveis pela promoção do
plexidade da unidade, um operador poderá Treinamento de Segurança na Operação de
operar simultaneamente diversos vasos de Unidades de Processo estarão sujeitos ao im-
pressão ou um único vaso de pressão poderá pedimento de ministrar novos cursos, bem
estar sob controle de diversos operadores. É como as outras sanções legais cabíveis no caso
importante que os operadores responsáveis de inobservância do disposto subitem 13.8.6.
pela operação da unidade estejam em condi-
ções de atuar prontamente para corrigir situa- 13.8.8 Todo profissional com Treinamen-
ções anormais que se apresentem. to de Segurança na Operação de Unidades de
Por ocasião da implantação de sistemas Processo, deve cumprir estágio prático, super-
digitalizados de controle a distância (SDCD) visionado, na operação de vasos de pressão
considerar a existência de um efetivo capaz com as seguintes durações mínimas:
de atuar em situações de emergência. a) 300 (trezentas) horas para vasos de ca-
tegorias “I” ou “II”;
13.8.4 Para efeito desta NR será conside- b) 100 (cem) horas para vasos de catego-
rado profissional com Treinamento de Seguran- rias “III”, “IV” ou “V”.
ça na Operação de Unidades de Processo aque- A empresa ou estabelecimento deverá ar-
le que satisfazer uma das seguintes condições: quivar os documentos que comprovem a par-
a) possuir certificados de Treinamento de ticipação de seus operadores no referido es-
Segurança na Operação de unidades de tágio.
Processo expedido por instituição com- No caso de unidades que não possuam
petente para o treinamento; vasos de pressão de categorias “I” ou “II”
b) possuir experiência comprovada na não há necessidade de existirem profissionais
operação de vasos de pressão das cate- com Treinamento de Segurança na Operação
gorias “I” ou “II” de pelo menos 2 (dois) de Unidades de Processo. Faz-se necessário
anos antes da vigência desta NR. no entanto o cumprimento de estágio prático
Para casos onde for necessário a compro- supervisionado de, 100 horas.
vação de experiência na operação de unida- O supervisor de estágio poderá ser por
des de processo deve-se considerar: exemplo:
– anotações na carteira de trabalho; ou – o chefe da operação;
– prontuário ou atribuições fornecidos – um operador chefe;
pelo estabelecimento; ou – um engenheiro responsável pelo pro-
– testemunho de pessoas. cesso;
Para cálculo dos 2 (dois) anos de experiên- – “Profissional Habilitado”;
cia deverão ser descontados os tempos de in- – operador mais experiente.
terrupção.
13.8.9 O estabelecimento onde for reali-
13.8.5 O pré-requisito mínimo para par- zado o estágio prático supervisionado deve in-
ticipação, como aluno, no Treinamento de Se- formar previamente à representação sindical
gurança na Operação de Unidades de Proces- da categoria profissional predominante no es-
so é o atestado de conclusão do 1º grau. tabelecimento:
a) período de realização do estágio;
13.8.6 O Treinamento de Segurança na b) entidade, empresa ou profissional res-
Operação de unidades de Processo deve obri- ponsável pelo Treinamento de Seguran-
gatoriamente: ça na Operação de Unidades de Pro-
a) ser supervisionado tecnicamente por cesso;
Profissional Habilitado citado no subi- c) relação dos participantes do estágio.
tem 13.1.2;
b) ser ministrada por profissionais capa- 13.8.10 A reciclagem de operadores deve
citados para esse fim; ser permanente por meio de constantes infor-
c) obedecer, no mínimo, ao currículo no mações das condições físicas e operacionais
Anexo I-B desta NR. dos equipamentos, atualização técnica, infor- 49
Poderão ser incluídas no treinamento ou- mações de segurança, participação em cursos,
tras matérias teóricas ou práticas que forem palestras e eventos pertinentes.
julgadas relevantes pelo supervisor técnico do A necessidade e ocasião da reciclagem são
treinamento. de responsabilidade do empregador.
Legislação e Normalização
Para efeito de comprovação, deverá ser Por exemplo: reparos com solda para recom-
anexado à pasta funcional de cada operador por áreas danificadas, remoção de defeitos em
o tipo de atividade, data de realização, dura- juntas soldadas ou no metal base, substitui-
ção, etc. ção de internos ou conexões corroídas, etc.
Deve ser considerado como “alteração”
13.8.11 Constitui condição de risco grave qualquer intervenção que resulte em altera-
e iminente a operação de qualquer vaso de ções no projeto original inclusive nos parâ-
pressão em condições diferentes das previstas metros operacionais do vaso. Por exemplo,
no projeto original, sem que: alterações nas especificações dos materiais,
a) seja reprojetado levando em consi- mudanças de internos ou conexões, mudan-
deração todas as variáveis envolvidas ças de geometria, etc.
na nova condição de operação; São exemplos de qualificação e certifica-
b) sejam adotados todos os procedimen- ção de pessoal os procedimentos previstos pelo
tos de segurança decorrentes de sua código ASME Seção IX (Qualificação de
nova classificação no que se refere a Soldagem e Brasagem) e Seção V (Ensaios
instalação, operação, manutenção e ins- Não-Destrutivos).
peção.
A operação de vasos de pressão em con- 13.9.1.1 Quando não for conhecido o có-
dições diferentes das previstas em seu projeto digo de projeto de construção, deverá ser res-
pode ser extremamente perigosa. peitada a concepção original do vaso, empre-
São exemplos de condições objeto deste gando-se procedimentos de controle do maior
item: rigor, prescritos pelos códigos pertinentes.
– pressões superiores às de operação; Caso a documentação do vaso de pressão
– temperaturas superiores às considera- tenha se extraviado e não seja possível locali-
das no projeto; zar o fabricante, os reparos e alterações de-
– utilização de fluidos diferentes dos pre- verão respeitar a concepção adotada original-
vistos originalmente; mente. Nestas ocasiões, quando forem neces-
– alterações de geometria, espessura, sários reparos e alterações o Profissional
tipo de material etc. Habilitado deverá propor testes e ensaios, bem
Sempre que forem efetuadas modificações como critérios de aceitação compatíveis com
no projeto do vaso de pressão ou nas suas os mais rigorosos dos códigos de projeto re-
condições operacionais deverão ser adotados conhecidos internacionalmente.
todos os procedimentos de segurança neces-
sários. 13.9.1.2 A critério do Profissional Habili-
As modificações efetuadas deverão sem- tado, citado no subitem 13.1.2, podem ser uti-
pre fazer parte da documentação do vaso de lizadas tecnologias de cálculo ou procedimen-
pressão. tos mais avançados, em substituição aos pre-
vistos pelo códigos de projeto.
13.9. Segurança na Manutenção de Vasos Em casos particulares e desde que emba-
sado pelo Profissional Habilitado poderão ser
de Pressão utilizados procedimentos de cálculo e tecno-
13.9.1. Todos os reparos ou alterações em logias não previstas pelo código de projeto.
vasos de pressão devem respeitar o respectivo São exemplos destes procedimentos: técnicas
código de projeto de construção e as prescri- de mecânica da fratura que permitam a con-
ções do fabricante no que se refere a: vivência com descontinuidades subcríticas,
a) materiais; técnicas alternativas de soldagem que dispen-
b) procedimentos de execução; sem o alívio de tensões, modelagem por ele-
c) procedimentos de controle de qualidade; mentos finitos, etc.
d) qualificação e certificação de pessoal.
No caso de tubulação a abrangência des- 13.9.2 Projetos de Alteração ou Reparo
te subitem limita-se ao trecho compreendido devem ser concebidos previamente nas seguin-
50 entre o corpo do vaso e a solda ou flange mais tes situações:
próximo. a) sempre que as condições de projeto fo-
Deve ser considerado como “reparo” rem modificadas;
qualquer intervenção que vise corrigir não b) sempre que forem realizados reparos
conformidades com relação ao projeto original. que possam comprometer a segurança.
Legislação e Normalização
Antes da execução de qualquer reparo ou O Projeto de Alteração e Reparo pode ser
alteração que possam comprometer a segu- concebido por firma especializada desde que a
rança do vaso de pressão (Fig. 51 e Fig. 52) mesma esteja registrada no CREA e disponha
ou dos trabalhadores, deverá ser elaborado o de responsável técnico legalmente habilitado.
respectivo Projeto de Alteração ou Reparo que Reparos ou alterações que envolvam as
passará a fazer parte da documentação do especialidades de eletricidade, eletrônicas ou
vaso de pressão. química deverão ser concebidos e assinados
por profissionais legalmente habilitados para
cada campo específico. Independente desta
necessidade, todo Projeto de Alteração e Re-
paro deverá ser assinado por Profissional
Habilitado.

13.9.4 Todas as intervenções que exijam


soldagem em partes que operem sob pressão
devem ser seguidas de teste hidrostático, com
características definidas pelo Profissional Ha-
bilitado, citado no subitem 13.1.2, levando em
conta o disposto no item 13.10.
Quando não definidos em normas ou có-
Figura 51
digos, caberá ao Profissional Habilitado em
função de sua experiência e conhecimento
definir os parâmetros envolvidos no teste hi-
drostático. Nestes parâmetros deverão constar:
– medidas de segurança necessárias
para proteção das pessoas envolvidas
na realização do teste;
– fluido a ser utilizado para pressuri-
zação;
– taxa de subida da pressão e patamares
quando necessário;
– pressão final do teste;
– tempo em que o equipamento ficará
pressurizado.
Figura 52
As características e resultados do teste
Não é necessário enviar o Projeto de hidrostático deverão constar do “Relatório de
Alteração ou Reparo para apreciação de ór- Inspeção de Segurança” que compreende o
gãos externos à empresa, tais como: DRT, sin- teste, seja ela inicial, periódica ou extraordi-
dicato, etc. nária.
São exemplos de Projetos de Alteração ou
Reparo: alteração de especificação de mate- 13.9.4.1 Pequenas intervenções superficiais
riais do vaso ou acessório, inclusão ou exclu- podem ter o teste hidrostático dispensado, à
são de conexões, reparos com solda, etc. critério do Profissional Habilitado, citado no
subitem 13.1.2.
13.9.3 O Projeto de Alteração ou Reparo deve:
a) ser concebido ou aprovado por “Pro- 13.9.5 Os sistemas de controle e seguran-
fissional Habilitado”, citado no subi- ça dos vasos de pressão devem ser submeti-
tem 13.1.2; dos a manutenção preventiva ou preditiva.
b) determinar materiais, procedimentos A definição dos instrumentos e sistemas
de execução, controle de qualidade e de controle a serem incluídos no plano de 51
qualificação de pessoal; manutenção preditiva / preventiva, bem como
c) ser divulgado para funcionários do a respectiva periodicidade, deverá ser atribu-
estabelecimento que possam estar envol- ída a profissionais com competência legal
vidos com o equipamento. para executar este tipo de atividade.
Legislação e Normalização

13.10 Inspeção de Segurança de Vasos A abrangência da inspeção de segurança


periódica bem como as técnicas a serem utili-
de Pressão zadas deverão ser definidas pelo Profissional
13.10.1 Os vasos de pressão devem ser
Habilitado com base no histórico do vaso de
submetidos a inspeções de segurança inicial,
pressão e nas normas técnicas vigentes.
periódica e extraordinária.
Os prazos definidos nesse item devem ser
13.10.2 A inspeção de segurança inicial considerados como máximos. O prazo real
deve ser feita em vasos novos, antes de sua deverá ser estabelecido pelo Profissional Ha-
entrada em funcionamento, no local definiti- bilitado em função da experiência anterior
vo de instalação, devendo compreender exa- disponível, devendo ser contado a partir do
me externo, interno e teste hidrostático, con- último exame executado no vaso de pressão.
siderando as limitações mencionadas no subi- Os prazos estabelecidos na alínea “b” são
tem 13.10.3.5. aplicáveis a empresas que possuam Serviço
Não serão aceitos como inspeção de se- Próprio de Inspeção de Equipamentos, certi-
gurança inicial exames internos, externos e ficado em conformidade com as prescrições
teste hidrostático efetuados nas dependências do Anexo II.
do fabricante do vaso de pressão . Estes exa- Não faz parte do escopo dessa NR deta-
mes são importantes e necessários porém não lhar métodos ou procedimentos de inspeção.
constituem a Inspeção de Segurança Inicial Esta ação deverá ser feita pelo “Profissional
uma vez que, seus componentes podem sofrer Habilitado” com base em códigos e normas
avarias durante o transporte, armazenamen- internacionalmente reconhecidos e conheci-
to e montagem no local definitivo. A Inspeção mentos de engenharia.
de Segurança Inicial só poderá ser realizada
Uma vez, que mesmo fora de operação
quando o vaso de pressão já estiver instalado
alguns vasos poderão sofrer desgaste corro-
em seu local definitivo.
sivo acentuado deverá ser considerada para
Valem para esse subitem as ressalvas fei-
contagem do prazo de inspeção a data da úl-
tas quanto a realização do teste hidrostático
tima inspeção de segurança completa e não a
constantes dos subitens 13.10.3.4 e 13.10.3.5.
data de início ou retomada de operação.
13.10.3 A inspeção de segurança periódi-
13.10.3.1 Vasos de pressão que não permi-
ca, constituída por exame externo, interno e
tam o exame interno ou externo por impossi-
teste hidrostático, deve obedecer aos seguin-
bilidade física devem ser alternativamente sub-
tes prazos máximos estabelecidos a seguir:
metidos a teste hidrostático, considerando-se
a) Para estabelecimentos que não possuam
as limitações previstas no subitem 13.10.3.5.
Serviço Próprio de Inspeção de Equi-
São exemplos de vasos de pressão que não
pamentos, conforme citado no Anexo II:
permitem o exame interno:
Categoria do Exame Exame Teste – aqueles que não possuem bocas de vi-
vaso externo interno hidrostático sita ou aberturas que permitam a pas-
I 1 ano 3 anos 6 anos sagem de uma pessoa;
II 2 anos 4 anos 8 anos – aqueles cujo diâmetro do casco não
III 3 anos 6 anos 12 anos permite o acesso de uma pessoa;
IV 4 anos 8 anos 16 anos – trocadores de calor com espelho sol-
V 5 anos 10 anos 20 anos dado ao casco, etc.
São exemplos de equipamentos que não
b) Para estabelecimentos que possuam permitem o acesso externo:
Serviço Próprio de Inspeção de Equi- – equipamentos enterrados.
pamentos, conforme citado no Anexo II:
Categoria do Exame Exame Teste
13.10.3.2 Vasos com enchimento interno ou
vaso externo interno hidrostático com catalisador podem ter a periodicidade de
I 3 anos 6 anos 12 anos exame interno ou de teste hidrostático ampli-
52 ada, de forma a coincidir com a época da subs-
II 4 anos 8 anos 16 anos
III 5 anos 10 anos a critério
tituição de enchimentos ou de catalisador, des-
IV 6 anos 12 anos a critério
de que esta ampliação não ultrapasse 20% do
prazo estabelecido no subitem 13.10.3 desta
V 7 anos a critério a critério
NR.
Legislação e Normalização
São exemplos de enchimento interno de 13.10.3.5 Considera-se como razões técni-
vasos de pressão (Fig. 53 e Fig.54): cas que inviabilizam o teste hidrostático:
– argila; a) resistência estrutural da fundação ou da
– carvão ativado; sustentação do vaso incompatível com
– aparas de aço; o peso da água que seria usada no teste;
– anéis de “Raschig”; b) efeito prejudicial do fluido de teste a
– enchimentos orientados. elementos internos do vaso;
c) impossibilidade técnica de purga e se-
cagem do sistema;
d) existência de revestimento interno;
e) influência prejudicial do teste sobre
defeitos subcríticos.
As razões técnicas que inviabilizam o teste
hidrostático citadas nesse item são as mais fre-
qüentes. Poderão existir outras razões que
inviabilizem o teste hidrostático além das citadas.
Razões econômicas não deverão ser consi-
Figura 53 deradas como restrições ao teste hidrostático.
Não deverão ser considerados como en- São exemplos de revestimento interno que
chimento interno acessórios desmontáveis, tais usualmente inviabilizam o teste hidrostático:
como: – revestimentos vitrificados;
– bandejas; – revestimentos higroscópicos (refratários).
– demister; Em contrapartida, não são considerados
– distribuidores. razões técnicas que inviabilizam o teste hidros-
tático a existência de revestimentos pintados,
13.10.3.3 Vasos com revestimento interno cladeados, “linning”, etc.
higroscópico. devem ser testados hidrostatica-
mente antes da aplicação do mesmo, sendo os 13.10.3.6 Vasos com temperatura de opera-
testes subsequentes substituídos por técnicas ção inferior a 0ºC e que operem em condições
alternativas. nas quais a experiência mostra que não ocorre
Um exemplo típico de revestimento inter- deterioração, ficam dispensados do teste hi-
no higroscópico é o revestimento refratário. drostático periódico, sendo obrigatório exame
interno a cada 20 (vinte) anos e exame exter-
13.10.3.4 Quando for tecnicamente inviável no a cada 2 (dois) anos.
e mediante anotação no Registro de Seguran- Os vasos de pressão que operam abaixo
ça pelo Profissional Habilitado, citado no su- de 0ºC, vasos criogênicos, raramente estão
bitem 13.1.2, o teste hidrostático pode ser subs- sujeitos a deterioração severa. A inspeção in-
tituído por outra técnica de ensaio não-destru- terna freqüente e o teste hidrostático poderão
tivo ou inspeção que permita obter segurança provocar fenômenos que comprometam sua
equivalente. vida útil.
O responsável pela definição das técni- Desta forma a NR-13 não prevê a obriga-
cas de inspeção que proporcionem segurança toriedade da execução do teste hidrostático e
equivalente ao teste hidrostático é o Profissio- estabelece prazos para inspeção interna de até
nal Habilitado. 20 (vinte) anos, valor este compatível com o
São exemplos destas técnicas: previsto em outras legislações internacionais.
– ensaio ultra-sônico; O detalhamento dos exames internos e
– ensaio radiográfico; externos deverá respeitar normas de caráter
– ensaio com líquido penetrante; voluntário internacionalmente reconhecidos.
– ensaio com partículas magnéticas;
– ensaio de estanqueidade. 13.10.3.7 Quando não houver outra alterna-
A decisão pela substituição do teste hi- tiva, o teste pneumático pode ser executado, 53
drostático por outras técnicas deverá fazer desde que supervisionado pelo Profissional
parte do relatório de inspeção de segurança Habilitado, citado no subitem 13.1.2, e cerca-
correspondente, devidamente assinado pelo do de cuidados especiais, por tratar-se de ati-
Profissional Habilitado. vidade de alto risco.
Legislação e Normalização
13.10.4 As válvulas de segurança dos va- A inspeção de segurança extraordinária
sos de pressão devem ser desmontadas, inspe- pode abranger todo o vaso de pressão ou par-
cionadas e recalibradas por ocasião do exame te do mesmo, conforme a necessidade e a cri-
interno periódico. tério do Profissional Habilitado.
Os serviços previstos nesse item poderão
ser realizados através da remoção da válvula 13.10.6 A inspeção de segurança deve ser
e deslocamento para oficina ou no próprio realizada por Profissional Habilitado, citado
local de instalação (Fig. 55). no subitem 13.1.2, ou por Serviço Próprio de
Inspeção de Equipamentos, conforme citado
no Anexo II.
Esse subitem refere-se a todos os tipos de
inspeção de segurança, inicial, periódica ou
extraordinária.
O Profissional Habilitado pode contar
com a participação de inspetores e de técni-
cos de inspeção para inspeções de segurança.
Firmas especializadas podem ser utiliza-
das desde que sejam inscritas no CREA e pos-
Figura 55 suam Profissionais Habilitados.
Caso os detalhes construtivos da válvula 13.10.7 Após a inspeção do vaso deve ser
de segurança e da unidade permitam, poderá emitido Relatório de Inspeção, que passa a fa-
ser verificada a pressão de abertura, através zer parte da sua documentação.
de dispositivos hidráulicos, com o vaso de Entende-se que o término da inspeção
pressão em operação. ocorre quando o vaso de pressão é liberado
Os prazos estabelecidos nesse subitem para retornar à operação. A data de conclu-
para inspeção e manutenção das válvulas de são do relatório técnico não deve ser conside-
segurança são máximos. Prazos menores de- rada como data de término da inspeção.
verão ser estabelecidos quando o histórico
operacional das mesmas revele problemas em 13.10.8 O “Relatório de Inspeção” deve
prazos menores do que os previstos para exa- conter no mínimo:
me interno periódico do vaso. Desta maneira, a) identificação do vaso de pressão;
a inspeção das válvulas de segurança poderá b) fluidos de serviços e categoria do vaso
ocorrer em datas defasadas do exame interno de pressão;
periódico. c) tipo do vaso de pressão;
Da mesma forma, quando os prazos para d) data de início e término da inspeção;
exame interno forem muito dilatados, como no e) tipo de inspeção executada;
caso de vasos criogênicos, prazos menores
f) descrição dos exames e teste executados;
para inspeção das válvulas de segurança de-
verão ser estabelecidos. g) resultado das inspeções e intervenções
executadas;
13.10.5 A inspeção de segurança extraor- h) conclusões;
dinária deve ser feita nas seguintes oportuni- i) recomendações e providências neces-
dades: sárias;
a) sempre que o vaso for danificado por j) data prevista para a próxima inspeção;
acidente ou outra ocorrência que com-
prometa sua segurança; k) nome legível, assinatura e número do
registro no conselho profissional do
b) quando o vaso for submetido a repa- Profissional Habilitado, citado no su-
ro ou alterações importantes, capazes bitem 13.1.2, e nome legível e assina-
de alterar sua condição de segurança; tura de técnicos que participaram da
54 c) antes do vaso ser recolocado em funcio- inspeção.
namento, quando permanecer inativo São exemplos de tipo de vaso de pres-
por mais de 12 (doze) meses; são a informação se o mesmo é um reator, fil-
d) quando houver alteração de local de tro, coluna de destilação, esfera de armaze-
instalação do vaso. namento, etc.
Legislação e Normalização
Um exemplo da alínea “h” seria: 2.1. Trocadores de calor
“Em função das inspeções e manutenções 2.2. Tubulação, válvulas e acessórios
executadas o vaso de pressão poderá ser
recolocado em operação, devendo ser subme- 2.3. Bombas
tido a nova inspeção de segurança periódica 2.4. Turbinas e ejetores
na data __/__/__” 2.5. Compressores
Um exemplo da alínea “i” seria: 2.6. Torres, vasos, tanques e reatores
“Durante a próxima campanha deste vaso 2.7. Fornos
de pressão deverão ser tomadas as seguintes
providências”: 2.8. Caldeiras
– melhorar a fixação da placa de identi-
ficação; 3. ELETRICIDADE
– substituir a conexão do cabo de ater- Carga horária: 04 horas
ramento;
– adequar a pintura das linhas de ar
comprimido a NR-26;
4. INSTRUMENTAÇÃO
– alterar o valor da PMTA e fazer os Carga horária: 08 horas
ajustes necessários dos dispositivos de
segurança. 5. OPERAÇÃO DA UNIDADE
Carga horária: estabelecida de acordo
13.10.9 Sempre que os resultados da inspe- com a complexidade da unidade
ção determinarem alterações dos dados da placa 5.1. Descrição do processo
de identificação, a mesma deve ser atualizada. 5.2. Partida e parada
ANEXO I-B 5.3. Procedimentos de emergência
CURRÍCULO MÍNIMO PARA 5.4. Descarte de produtos químicos e preser-
TREINAMENTO DE SEGURANÇA NA vação do meio ambiente
OPERAÇÃO DE UNIDADES DE 5.5. Avaliação e controle de riscos inerentes ao
PROCESSO processo
1. NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS E 5.6. Prevenção contra deterioração, explosão e
UNIDADES outros riscos
Carga horária: 04 horas
1.1. Pressão 6. PRIMEIROS SOCORROS
1.1.1. Pressão atmosférica Carga horária: 08 horas
1.1.2. Pressão interna de um vaso
1.1.3. Pressão manométrica, pressão rela-
tiva e pressão absoluta
7. LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO
1.1.4. Unidades de pressão Carga horária: 04 horas
O currículo apresentado é mínimo, po-
dendo ser acrescido de outras disciplinas, ou
1.2. Calor e Temperatura ter a carga horária das disciplinas estendidas
1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que em função das particularidades de cada esta-
é temperatura belecimento.
1.2.2. Modos de transferência de calor O currículo é aplicável ao treinamento de
1.2.3. Calor específico e calor sensível operadores de unidades de processo que conte-
1.2.4. Transferência de calor a tempera- nham vasos de pressão de categorias “I” ou “II”.
tura constante Considera-se que os cursos de formação
1.2.5. Vapor saturado e vapor superaque- de operadores existentes nas empresas, que
cido contemplem totalmente as disciplinas e carga
horária previstas neste Anexo, podem ser equi- 55
2. EQUIPAMENTOS DE PROCESSO valentes ao Treinamento de Segurança na Ope-
Carga horária: estabelecida de acordo ração de Unidades de Processo desde que, seja
com a complexidade da unidade, mantendo um emitido o certificado previsto no subitem
mínimo de 4 horas por item, onde aplicável. 13.8.4 alínea “a”.
Legislação e Normalização

ANEXO II Para o caso específico de plataformas de


produção e exploração de Petróleo e navios o
REQUISITOS PARA serviço próprio de inspeção de equipamentos
CERTIFICAÇÃO DE “SERVIÇO poderá ser instalado “em terra”.
PRÓPRIO DE INSPEÇÃO DE
EQUIPAMENTOS”
ANEXO III
Antes de colocar em prática os períodos
especiais entre inspeções, estabelecidos nos 1. Esta NR deve ser aplicada aos seguintes
subitens 13.5.4. e 13.10.3. desta NR, os “Ser- equipamentos
viços Próprios de Inspeção de Equipamentos” a) qualquer vaso cujo produto “P.V” seja
da empresa, organizados na forma de setor, superior a 8 (oito) onde “P” é a máxi-
seção, departamento, divisão, ou equivalente, ma pressão de operação em kPa e “V”
devem ser certificados pelo Instituto Nacional o seu volume geométrico interno em
de Metrologia, Normalização e Qualidade In- m3, incluindo:
dustrial (INMETRO) diretamente ou median- – permutadores de calor, evaporadores
te “Organismos de Certificação” por ele cre- e similares (Fig. 56 e Fig. 57);
denciados, que verificarão o atendimento aos
seguintes requisitos mínimos expressos nas
alíneas “a” a “g”. Esta certificação pode ser
cancelada sempre que for constatado o não
atendimento a qualquer destes requisitos:
a) existência de pessoal próprio da emprea
onde estão instalados caldeira ou vaso
de pressão, com dedicação exclusiva de
inspeção, avaliação de integridade e
vida residual, com formação, qualifi-
cação e treinamento compatíveis com
a atividade proposta de preservação da
segurança;
b) mão de obra contratada para ensaios
não-destrutivos certificada segundo re-
gulamentação vigente e para outros ser-
viços de caráter eventual, selecionada
e avaliada segundo critérios semelhantes
ao utilizado para a mão de obra própria;
c) serviço de inspeção de equipamentos
proposto possuir um responsável pelo
seu gerenciamento formalmente desig-
nado para esta função;
d) existência pelo menos um “Profissio-
nal Habilitado”, conforme definido no Figura 56
subitem 13.1.2;
e) existência de condições para manuten-
ção de arquivo técnico atualizado, ne-
cessário ao atendimento desta NR, as-
sim como mecanismos para distribui-
ção de informações quando requeridas;
f) existência de procedimentos escritos
para as principais atividades execu-
tadas;
56 g) existência de aparelhagem condizente
com a execução das atividades propostas.

O assunto é objeto de regulamentação


complementar expedida pelo INMETRO. Figura 57-58
Legislação e Normalização
– vasos de pressão ou partes sujeitas 2. Esta NR não se aplica aos seguintes equi-
a chama direta que não estejam den- pamentos
tro do escopo de outras NRs, nem a) cilindros transportáveis, vasos destina-
do item 13.1. desta NR (Fig. 58); dos ao transporte de produtos, reserva-
– vasos de pressão encamisados, in- tórios portáteis de fluido comprimido
cluindo refervedores e reatores; e extintores de incêndio (Fig. 63 e Fig. 64);
– autoclaves e caldeiras de fluido tér-
mico que não o vaporizem (Fig. 59,
Fig. 60 e Fig. 61).

Figura 59

Figura 60

Figura 63

Figura 61

b) vasos que contenham fluido da clas-


se “A”, especificados no Anexo IV, in-
dependente das dimensões e do produ-
to “P.V” (Fig. 62).

57

Figura 62 Figura 64-71


Legislação e Normalização
b) os destinados à ocupação humana; e) serpentinas para troca térmica;
c) câmara de combustão ou vasos que fa- f) tanques e recipientes para armazena-
çam parte integrante de máquinas rota- mento e estocagem de fluidos não en-
tivas ou alternativas, tais como bom- quadrados em normas e códigos de proje-
bas, compressores, turbinas, geradores, to relativos a vasos de pressão (Fig. 68);
motores, cilindros pneumáticos e hidrá-
ulicos e que não possam ser caracteri-
zados como equipamentos independen-
tes (Fig. 65);

Figura 68-69

g) vasos com diâmetro interno inferior a


150 (cento e cinqüenta) mm para flui-
dos da classe “B”, “C” e “D”, confor-
me especificado no Anexo IV.
Coletores, por exemplo “header”, “mani-
fold” etc de vapor ou outros fluidos,
Lançadores ou recebedores de “PIG” não
devem ser considerados como vasos de pres-
são (Fig.69).
Trocadores de calor poderão ter sua cate-
goria estabelecida de duas formas diferentes:
1. Considerando-se a categoria mais crí-
Figura 65 tica entre o casco e o cabeçote (carretel);
2. Considerando-se o casco como um
d) dutos e tubulações para condução de vaso de pressão e o cabeçote como ou-
fluido (Fig. 66 e Fig. 67); tro vaso de pressão.
Esta NR não se aplica a vasos intimamen-
te ligados a equipamentos rotativos ou alter-
nativos pois entende-se que além dos esforços
de pressão, estes equipamentos estão sujeitos
a esforços dinâmicos que poderão provocar
fadiga, corrosão fadiga etc. Entende-se que tais
vasos sejam cobertos por normas específicas
mais rigorosas que a NR-13. São exemplos
desta situação:
Figura 66
– cárter de motores a combustão;
– volutas de bombas;
– cilindros hidráulicos;
– carcaças de bombas e compressores.
Vasos de pressão instalados em pacotes
com objetivo único de redução de espaço físi-
co ou facilidade de instalação, não são consi-
derados como integrantes de máquinas e por-
58 tanto estão sujeitos aos requisitos da NR-13
quando o P.V > 8. Exemplos desta situação:
– pulmões de ar comprido que suportam
pequenos compressores alternativos
Figura 67 (Fig.70);
Legislação e Normalização
– filtros;
– Cilindros rotativos pressurizados (Fig.74).
Recipientes criogênicos para estocagem de
gases liqüefeitos derivados do ar, tais como oxi-
gênio, nitrogênio, dioxido de carbono etc., quan-
do fabricados segundo normas e códigos de pro-
jeto específicos, não relativos a vasos de pres-
são, deverão ser enquadrados no anexo III, item
2, letra f da NR-13 (Fig. 75, Fig. 76 e Fig.77).

Figura 70-74
– trocadores de calor para resfriamento
de água ou óleo de máquinas rotativas
(Fig.71);
– amortecedores de pulsação de compres-
sores e de bombas (Fig.72 e Fig.73);
Figura 75

Figura 76

Figura 72

Figura 77

Outros exemplos (Fig. 78, Fig. 79 e Fig. 80)

59

Figura 73 Figura 78
Legislação e Normalização
– Hidrogênio;
– Acetileno.

Classe “B”:
– Fluidos combustíveis com temperatu-
ra inferior a 200ºC;
– Fluidos tóxicos com limite de tolerân-
cia superior a 20 ppm.

Classe “C”:
Figura 79
– Vapor de água, gases asfixiantes sim-
ples ou ar comprimido.

Classe “D”:
– Água ou outros fluidos não enquadra-
dos nas classes “A”, “B” ou “C”, com
temperatura superior a 50ºC.

1.1.1. Quando se tratar de mistura, de-


verá ser considerado para fins de
classificação o fluido que apre-
sentar maior risco aos trabalha-
dores e instalações consideran-
do-se sua toxicidade, inflamabi-
lidade e concentração.

1.2 Os vasos de pressão são classificados


em grupos de potencial de risco em
função do produto “P.V”, onde “P” é a
pressão máxima de operação em MPa
e “V” o seu volume geométrico inter-
no em m3, conforme segue:
GRUPO 1 – P.V ³ 100
GRUPO 2 – P.V < 100 E PV ³ 30
GRUPO 3 – P.V < 30 E PV ³ 2,5
Figura 80
GRUPO 4 – P.V < 2,5 E PV ³ 1
ANEXO IV
CLASSIFICAÇÃO DE VASOS DE GRUPO 5 – P.V < 1
PRESSÃO
1. Para efeito desta NR os vasos de pressão 1.2.1. Vasos de pressão que operem
são classificados em categorias segundo o sob a condição de vácuo deve-
tipo de fluido e o potencial de risco. rão enquadrar-se nas seguintes
1.1. Os fluidos contidos nos vasos de pres- categorias:
são são classificados conforme descri- – categoria I – para fluidos in-
to a seguir: flamáveis;
– Classe “A”: – categoria V – para outros fluidos.
60 – Fluidos inflamáveis;
– Combustível com temperatura supe- 1.3. A tabela a seguir classifica os vasos de
rior ou igual a 200ºC; pressão em categorias de acordo com
– Fluidos tóxicos com limite de tole- os grupos de potencial de risco e a clas-
rância igual ou inferior a 20 ppm; se de fluido contido.
Legislação e Normalização
CLASSE
GRUPO DE POTENCIAL DE RISCO
DE
1 2 3 4 5
FLUIDO P.V < 100 P.V. < 30 P.V < 2,5
P.V ≥ 100 P.V ≥ 30 P.V ≥ 2,5 P.V ≥ 1 P.V < 1
CATEGORIAS
“A”
• Líquidos inflamáveis
• Combustível com temperatura igual ou
superior a 200ºC
• Tóxico com limite de tolerância ≤ 20 I I II III III
ppm
• Hidrogênio
• Acetileno

“B”
• Combustível com temperatura menor
que 200ºC I II III IV IV
• Tóxico com limite de tolerância > 20
ppm

“C”
• Vapor de água
• Gases asfixiantes simples I II III IV V
• Ar comprimido

“D”
• Água ou outros fluidos não enquadrados
nas classes “A”, “B” ou “C”, com
temperatura superior a 50ºC. II III IV V V

Notas:
a) Considerar Volume em m3 e Pressão em MPa.
b) Considerar 1 MPa correspondendo à 10,197 kgf/cm2.
A classificação dos fluidos em inflamá- Caso seja significativo poderão ser des-
veis e combustíveis deve atender às prescri- contados do volume geométrico interno do
ções da NR-20. vaso de pressão o volume ocupado por inter-
Sempre deverá ser considerada a condi- nos não porosos.
ção mais crítica. Por exemplo, se um gás for Todo vaso de pressão cujo produto “P.V”
asfixiante simples (fluido classe C) e inflamá- seja maior que 8 (oito) é enquadrado na NR-
vel (fluido classe A) deverá ser considerado 13. Os vasos cujo produto “P.V” seja superior
como inflamável. a 8 (oito), porém cujo fluido não se enquadre
A temperatura a ser utilizada para classi- nas classes definidas no Anexo IV, deverão ter
ficação é a de operação do vaso de pressão. sua categoria atribuída em função do históri-
A toxicidade dos fluidos deve atender ao
co operacional e do risco oferecido aos traba-
previsto nas NR. Caso os limites de tolerância
lhadores e instalações, considerando-se: toxi-
para o fluido ou mistura não estejam contem-
plados, deverão ser utilizados valores aceitos cidade, inflamabilidade e concentração. Para
internacionalmente. cálculo do produto “P.V” a pressão deve estar
Quando um vaso de pressão contiver uma em kPa.
mistura de fluido, deverá ser considerado para Os valores de pressão máxima de opera-
fins de classificação, o fluido que apresente ção a serem utilizados para cálculo do produ-
maior risco aos trabalhadores, instalações e to “P.V” na tabela do Anexo IV deverão estar
meio ambiente desde que sua concentração na em Megapascal (Mpa).
mistura seja significativa, a critério do estabe-
lecimento.
Para efeito de classificação, os valores de
pressão máxima de operação poderão ser ob- Água abaixo de 50ºC e outros fuidos que não se 61
tidos a partir dos dados de engenharia de pro- enquadrem nas classes listadas neste anexo deverão
cesso, das recomendações do fabricante do ser enquadrados como Classe “D”.
vaso de pressão, ou das características funcio-
nais do equipamento.
Legislação e Normalização
Exemplos de classificação de vasos de pressão: Anotações
1º caso
Equipamento: Fracionadora de Etileno
Temperatura de operação: – 30°C
Volume geométrico: 785 m3
Pressão de Operação: 20,4 kgf/cm2
Produto: Etileno

a) Para verificar se o vaso se enquadra na NR-13


Máxima Pressão de Operação = 20,4 kgf/cm2

20, 4
Para transformar para kPa ® = 2000,58 kPa
0, 010197
P.V = 2000,58 (kPa) x 785 (m3)
P.V = 1.570.461,90
P. V >> 8, portanto o vaso se enquadra na NR-13

b) Para determinar a categoria do vaso


Produto Etileno = fluido inflamável = fluido classe “A”
P.V = 2,00058 MPa x 785 m3 = 1570,45 (portanto P.V > 100)
Com P.V ³ 100 e fluido classe “A”, vamos à tabela do
Anexo IV e tiramos que o Vaso é Categoria I.

2º caso
Equipamento: Filtro de Óleo Lubrificante
Temperatura de Operação: 40ºC
Volume geométrico: 290 litros
Pressão Máxima de Operação: 5,0 kgf/cm2
Produto: Óleo Lubrificante

a) Para verificar se o vaso se enquadra na NR-13


Máxima Pressão de Operação: 5,0 kgf/cm2

50, 0
Para transformar para kPa ®
0, 010197
Máxima Pressão de Operação: 490,34 kPa
Volume geométrico: 2,90 = 0,290 m3
Produto P.V = 490,34 kPa x 0,290 m3 = 142,19
P.V > 8, portanto se enquadra na NR-13

b) Para determinar a categoria do vaso


Produto = óleo lubrificante = fluido “Classe B”
P.V = 0,49034 MPa x 0,290 m3 = 0,142, portanto grupo
62 de potencial de risco = 5 e fluido classe “B”
Entrando na tabela do, Anexo IV determinamos que o
vaso é categoria IV.
Legislação e Normalização

No UnicenP, a preocupação com a construção e reconstrução do


conhecimento está em todas as ações que são desenvolvidas pelos pró-
reitores, diretores de Núcleos, coordenadores de Cursos e professores.
Uma equipe coesa e unida, em busca de um só objetivo: a formação do
cidadão e do profissional, que é capaz de atuar e modificar a sociedade
por meio de suas atitudes. Preparar este cidadão e este profissional é uma
responsabilidade que esta equipe assume em suas atividades no Centro
Universitário Positivo, que envolvem, principalmente, as atividades em
sala de aula e laboratórios, bem como a utilização contínua dos recursos
disponibilizados pela Instituição em seu câmpus universitário. Esta equipe
trabalha em três núcleos básicos da área de graduação – Núcleo de
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Núcleo de Ciências Biológicas e da
Saúde, Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas – além das áreas de pós-
graduação e de extensão.
O UnicenP oferece em seus blocos pedagógicos 111 laboratórios, clínicas
de fisioterapia, nutrição, odontologia e psicologia, farmácia-escola,
biotério, central de estagio, centro esportivo e salas de aula, nos quais é
encontrada uma infra-estrutura tecnológica moderna que propicia a
integração com as mais avançadas técnicas utilizadas em cada área do
conhecimento.
63
Legislação e Normalização

Principios Éticos da Petrobras


A honestidade, a dignidade, o respeito, a lealdade, o
decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios
éticos são os valores maiores que orientam a relação da
Petrobras com seus empregados, clientes, concorrentes,
parceiros, fornecedores, acionistas, Governo e demais
segmentos da sociedade.

A atuação da Companhia busca atingir níveis crescentes


de competitividade e lucratividade, sem descuidar da
busca do bem comum, que é traduzido pela valorização
de seus empregados enquanto seres humanos, pelo
respeito ao meio ambiente, pela observância às normas
de segurança e por sua contribuição ao desenvolvimento
nacional.

As informações veiculadas interna ou externamente pela


Companhia devem ser verdadeiras, visando a uma
relação de respeito e transparência com seus
empregados e a sociedade.

A Petrobras considera que a vida particular dos


empregados é um assunto pessoal, desde que as
atividades deles não prejudiquem a imagem ou os
interesses da Companhia.

Na Petrobras, as decisões são pautadas no resultado do


julgamento, considerando a justiça, legalidade,
competência e honestidade.

64

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