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INTELIGÊNCIA POLICIAL

1. Introdução ao estudo da atividade de Inteligência Policial.

1.1. Histórico.

Remonta dos primórdios da antiguidade a verificação da aplicação e importância do


emprego da informação, utilizadas para os mais diversos fins. Observamos no enredo histórico que
remete aos tempos bíblicos, atravessando a Idade Média, Idade Moderna, alcançando a Idade
Contemporânea até os dias atuais, tendo sofrido no decorrer do tempo burilamento na sua
estruturação, estando a informação empregada nos mais diversos campos, seja econômico,
tecnológico, político, industrial, privado, público, etc. de forma que se tornou questão de
sobrevivência o acesso à informação, estando fadado ao insucesso o seu emprego indevido.
O emprego do termo Informação de Segurança Pública vem sendo substituído pelo termo
INTELIGÊNCIA POLICIAL, sendo este empregado usualmente pelos órgãos de segurança.
Em 7 de dezembro de 1999 o Presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei 9.883
que instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência e regulamentou a criação da Agência Brasileira de
Inteligência (ABIN).
A Secretaria de Defesa Social através do Decreto 22.149, de 23/03/2000 aprova o
Regulamento da Secretaria, estabelecendo a Diretoria Executiva de Análise Criminal e Estatística
(DEACE) como um órgão de assistência ao sistema, encarregado de coletar e analisar dados
estatísticos criminais entre outras competências e a Diretoria Executiva de Inteligência (DEINT)
como órgão responsável pelo planejamento e execução das atividades de inteligência no âmbito da
SDS, encarregado de acompanhar a evolução dos fatos no campo da ordem pública, com a finalidade
de proporcionar ao sistema de defesa social os dados estatísticos e as informações setoriais e
conjunturais necessários à adequação das ações dos órgãos operativos a demanda social atribuindo-
lhe além destas, outras competências.
A Polícia Militar de Pernambuco através da Diretriz de Planejamento Nº 001/2002/2ª EMG,
publicada no Suplemento Normativo Nº 011, de 3/04/2002, realiza uma avaliação na atividade de
Inteligência Policial estabelecendo linhas de ações reestruturadora do Sistema de Inteligência da
Polícia Militar (SIPOM), pretendendo dentre outros objetivos atualizar o Regulamento Interno do
SIPOM (RI-SIPOM).

1.2. Importância

No desenvolvimento da atividade de inteligência, devemos despertar para necessidade de obter


dados seguros, oportunos e convenientemente analisados e avaliados, permitindo o exame da
criminalidade e possibilitando ao sistema de segurança pública estadual, em particular a Polícia
Militar a quem cabe o dever institucional do policiamento ostensivo, possa desenvolver um “modus
operandi” mais eficaz no controle da criminalidade.
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Então o serviço de inteligência policial deve apresentar políticas que melhor articulem a PM
com a sociedade de modo a se alcançar resultados mais eficiente, eficaz e efetivo na prevenção de
alguns tipos de ocorrências criminal.
A atividade de Inteligência policial (Intepol) da PMPE, deve convergir esforços para se
aperfeiçoar e se aprofundar e até mesmo criar – quando não existir, atendendo os seguintes
pressupostos:
 Apreender as técnicas para coleta de informações de interesse para o sistema;

 Saber colecionar, avaliar, disseminar informações sobre crimes ocorridos na localidade, crimes
organizados e criminosos proeminentes;

 Conhecer o funcionamento do Disque-Denúncia;

1.3. Objetivo

Proporcionar aos profissionais de segurança pública, conhecimento necessário sobre a atividade


de inteligência policial, otimizando sua atuação no controle da criminalidade mediante o
conhecimento sistematizado e atualizado de como a criminalidade está se verificando em sua área de
trabalho, permitindo uma atuação mais adequada e efetiva na preservação da ordem pública e
estimulando uma postura que atente para a obtenção, proteção e processamento do dado.

2. Inteligência Policial

2.1. Conceito

Atividade especializada, permanentemente exercida, com o objetivo de produzir


conhecimentos de interesse das instituições policiais e da sociedade, bem como para a sua
salvaguarda contra ações adversas.

2.2. Ramos da Atividade de Inteligência de Segurança Pública

A atividade de Inteligência de Segurança Pública se divide em dois ramos:

a. Inteligência de Segurança Pública

Atividade voltada para a produção de informações e conhecimentos e para o assessoramento do


processo decisório.

b. Contra-Inteligência de Segurança Pública

Atividade voltada para a proteção das Atividades de Inteligência de Segurança Pública.

2.3. Princípios Básicos

A Atividade de Inteligência de Segurança Pública é exercida em perfeita sintonia com as suas


finalidades e sob a égide dos seguintes princípios básicos.

1) Objetividade – Consiste em planejar e executar as ações em consonância com


objetivos claros e previamente definidos.

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2) Segurança – Pressupõe a adoção de medidas de salvaguarda convenientemente


dimensionadas para cada caso específico, ou área de atuação.
3) Legalidade – Requer que as ações sejam sempre determinadas no irrestrito
cumprimento da Lei.
4) Oportunidade – Consiste em desenvolver ações e apresentar resultados em prazo
apropriado à sua utilização.
5) Controle – Requer a supervisão e o acompanhamento sistemático de todas as ações
de interesse para a segurança pública.
6) Imparcialidade – Significa precaver-se contra fatores que possam causar distorções
no resultado.
7) Simplicidade – Implica executar ações com o mínimo de custos e riscos.
8) Amplitude – Consiste em alcançar os mais completos resultados nos trabalhos
desenvolvidos.
9) Atualidade – Pressupõe a busca constante do aperfeiçoamento de conceitos,
técnicas, métodos e processos para atender os desafios impostos pelas transformações do mundo.
10) Cooperação – Implica estabelecer relacionamentos e ligações que possibilitem
maximinizar esforços para consecução dos objetivos.
11) Sigilo – Ë a condição básica para evitar a divulgação de conhecimentos,
informações e dados que possam colocar em risco a segurança da sociedade e/ou do Estado, bem
como aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e
da imagem das pessoas e/ou instituições.
12) Ética – A Atividade de Inteligência de Segurança Pública está alicerçada em
preceitos éticos e valores morais, sociais e cívicos, estando compromissada com a verdade, a honra, a
integridade de caráter, a família, a solidariedade, o respeito aos direitos humanos, o patriotismo, o
respeito às leis, à autoridade constituída e a democracia.

2.4. Elementos trabalhados pela Atividade de Inteligência de Segurança Pública;

a. Dado (informe)

O Dado (informe) é qualquer fato ou situação, comunicação, notícia, extrato de documento,


documento, denúncia (no entendimento popular do termo) não processados pelo Órgão de
Inteligência de Segurança Pública.

b. Informação de Inteligência de Segurança Pública

A Informação de Inteligência de Segurança Pública é resultado do processamento inicial de


dados e sua transformação em matéria-prima para o conhecimento.
Este produto será veiculado internamente no Órgão e, excepcionalmente, para utilização de
usuários externos.

c. Conhecimento de Inteligência de Segurança pública.

O Conhecimento de Inteligência de Segurança Púbica é o resultado do processamento completo


das informações obtidas pelas atividades de Inteligência de Segurança Pública.

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3. Estruturação do sistema na SDS e na PMPE.

3.1. Secretaria de Defesa Social – SDS.

a. DEINT b. DEACE

DEAP DESO OPERAÇÕES COLETA DE ANÁLISE e


E APOIO ADM. DADOS INTERPRETAÇÃO

3.2. Polícia Militar de Pernambuco – PMPE.

1) Agência Central 2ª EM/PM

Adjunto

Apoio Adm. Inf. de Seg. Inf. de Seg. Contra-Intel. Operações Informática


SS-1 Pública – SS-2 Integrada – SS-3 SS-4 SS-5 SS-6

2) Organograma do Sistema de Inteligência da Polícia Militar – SIPOM

Agência Central
2ª EMG

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a. Estrutura

Agência Regional
CPI

Agência Regional
CPRM
Ag. Sub Regional
CPAI –1/2

Núcleo de
Inteligência

Ag. Ag.
Setorial Especial
Ag. Ag. BPM
Setorial Especial
BPM

O Sistema de Inteligência da Polícia Militar (SIPOM), é integrado pelas 2ª Seção do EMG,


pelos Oficiais de Inteligência dos Grandes Comandos e Comandos Intermediários, e 2ª Seções das
Unidades Operacionais conforme os seguintes níveis:

1) Agência Central – 2ª Seção do EMG;


2) Agências Regionais – Grandes Comandos – Oficiais de Inteligência;
3) Agências Sub-Regionais – Comandos Intermediários – Oficiais de Inteligência;
4) Agências Setoriais e Especiais – 2ª Seções das Unidades Operacionais de Área e
Especializadas.

b. Subordinação
A 2ª EMG é diretamente subordinada ao Sub-Chefe do EMG, e tem como principal “cliente” o
Comandante Geral.
A Agência Central também tem por missão assessorar o Chefe do EMG, o Sub-Chefe do EMG
e os Comandantes do policiamento da Região Metropolitana e do Interior.
Os Oficiais de Inteligência e as 2ª Seções das Unidades Operacionais são diretamente
subordinadas aos respectivos Comandantes de OME, sem prejuízo da orientação e coordenação
técnica da Agência Central, ou que a estiver em nível superior ao nível operacional.

c. Atribuições específicas
Além das atribuições gerais a que todas as OME são responsáveis, as Unidades de área e
especializadas, a coordenadoria da Patrulha Escolar, a Direção do CREED e a ASCRIAD terão

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atribuições de levantar e manter fluxo de informações correntes e/ou quando ocorrerem fatos
relativos aos seguintes assuntos.
1) Unidades de Áreas
- Coletar, diariamente, e remeter até às 8 horas, para a 2ª EMG, dados sobre
óbitos ocorridos nos estabelecimentos hospitalares de emergência, situados em suas respectivas áreas,
decorrentes de lesões corporais provocadas por pessoa ou em decorrência de acidente de trânsito.
- Realizar levantamento de reservas indígenas, relacionar as lideranças, e manter
informações corrente sobre a situação na comunidade.
- Realizar levantamento dos clubes de serviços, ONGs, associações
comunitárias, relacionar as lideranças, e manter informações correntes sobre a situação na
comunidade.
- AS Unidades do CPI deverão realizar coleta de dados nos estabelecimentos
prisionais no Interior.
- Outros dados de interesse para a preservação da ordem pública.

2) Unidade especializadas – Coletar informações conforme a especificidade de sua


atuação, atendendo ao que prescreve o Suplemento Normativo nº 011 de 03/04/2002.

d. Ligações
1) Canal hierárquico – Utilizado para as ligações funcionais de interesse administrativo
e operacional, visando preservar a estrutura vertical da Polícia Militar.

2) Canal técnico de Inteligência - Utilizado para as ligações intrínsecas a fim de


proporcionar a agilização do fluxo e tramitação dos dados e informações de interesse para a
Atividade de Inteligência, principalmente quando há necessidades de otimizar o “Princípio da
Oportunidade”.
O Canal Técnico pode ser usado pelo órgão ou qualquer Agência de Inteligência do
SIPOM, para demonstrar conhecimento acerca do fato ou assunto, que, por sua importância, deva ser
do conhecimento imediato do Escalão Superior.
Através do Canal Técnico, a 2ª Seção do EMG tem competência para solicitar dados e
procedimentos às Agências (AI) das OME’s, sobre assuntos diretamente relacionados com o
exercício da Atividade de Inteligência.

e. Recrutamento e seleção do pessoal


1) Os integrantes do SIPOM serão recrutados entre policiais militares que estiverem, no
mínimo, no comportamento BOM, não estejam submetidos a Conselho de Justificação ou Disciplina,
respondendo a inquérito ou processado sob acusação de crime não caracterizado como defesa própria
ou de outrem ou da sociedade, e aqueles que ferem a honra e o pundonor enumerados no Código de
Ética da Polícia Militar.
2) Os integrantes da 2ª Seção do EMG serão selecionados entre servidores militares
pertencentes aos quadros efetivos da Polícia Militar.
3) Os integrantes da AI dos CPRM, CPI, CPAI/1 e CPAI/2 serão selecionados dentre os
policiais pertencentes aos quadros de suas respectivas unidades subordinadas.
4) Os integrantes da AI das Unidades Operacionais serão selecionados entre os
servidores militares pertencentes aos quadros efetivos da própria OME de origem.
5) As funções de Oficial de Inteligência dos CPRM, CPI, CPAI/1, CPAI/2, APMP e
CFAP, serão exercidas em caráter de encargo.

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f. Credenciamento do pessoal de Inteligência

1) Critério
O Recrutamento Administrativo, tem por finalidade a admissão do pessoal orgânico para o
sistema e obedecerá os seguintes critérios:
a) Todo pessoal, para ser integrado ao SIPOM, deverá ser submetido a
criteriosa seleção, recrutamento, instrução e controle visando obter seu Credenciamento. O ingresso
somente será efetivado, após processo estabelecido nas normas para credenciamento de pessoal ao
SIPOM, realizado por determinação do Comandante Geral, e sob supervisão da 2ª EMG;
b) O Comandante Geral poderá descredenciar o integrante do SIPOM que, no
desempenho da função, venha a praticar ato incompatível com a Atividade de Inteligência;
c) A critério do Comandante Geral, atendendo proposta do Chefe da 2ª Seção
do Estado Maior (PM-2), o Agente descredenciado poderá ser reintegrado ao SIPOM, caso sejam
eliminadas, em definitivo, as causas que motivaram o descredenciamento;
d) Os Chefes das Agências de Inteligência, seus substitutos e auxiliares,
sempre que possível, devem ser possuidores de Curso ou Estágio na área de Inteligência;
e) Os Comandantes de OME serão os responsáveis direto pelas indicações dos
servidores a serem recrutados e selecionados para servirem nas Agências de Inteligência sob seu
Comando, devendo atestar, por escrito, as informações de cada um dos agentes indicados;
f) Os servidores recrutados/selecionados para integrarem o SIPOM, somente
serão efetivados nas funções da Atividade de Inteligência após aprovação publicada em Boletim
Reservado do Comando Geral.

2) Normas regulamentares

Todos integrantes do SIPOM estão submetidos aos regulamentos e códigos de éticas da Polícia
Militar, e demais normas complementares instituídas pelo Secretário de Defesa Social e pelo
Comandante Geral.

4. Documentos de Segurança Pública

Os documentos de Inteligências são documentos próprios, de caráter sigiloso, utilizados pelos


órgãos pertencente a comunidade de inteligência e atende aspectos específicos de emprego nas
atividades cotidianas do ramo. Destacamos os seguintes documentos:

a) Informe
b) Ordem de Busca
c) Pedido de Busca
d) Relatório de Agente
e) Informação
f) Apreciação
g) Estimativa

Os documentos Públicos sigilosos classificam-se em quatro categorias:


I – Ultra-secretos: os que requeiram excepcionais medidas de segurança e cujo teor só deva
ser do conhecimento de agentes públicos ligados ao seu estudo e manuseio;

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II – Secretos: os que requeiram rigorosas medidas de segurança e cujo teor ou característica


possam ser do conhecimento de agentes públicos que, embora sem ligação íntima com seu estudo ou
manuseio, sejam autorizados a deles tomarem conhecimento em razão de sua responsabilidade
funcional;
III – Confidencial: Aqueles cujo conhecimento e divulgação possam ser prejudiciais ao
interesse do país;
IV – Reservado: aqueles que não devam, imediatamente, ser do conhecimento do público em
geral.

(Art.15 do Decreto Nº 2.134, de 24/10/97)

A redação dos documentos de inteligência requer a adoção de técnicas de redação, entre as


quais:
1) emprego de todas as letras maiúsculas nos nomes de lugares, pessoas incluindo-se
alcunhas, nome de repartições, corporações, agremiações, estabelecimentos públicos e particulares,
etc., título de livros, revistas e palavras que merecem destaques na frase;
2) A sigla deve estar entre parênteses, procedida de seu significado por extenso;
3) Escrever citações entre aspas;
4) Linguagem simples;
5) Evitar o uso de palavra de difícil significado;
6) Evitar prolixidade;
7) Evitar uso de gírias
8) Evitar os termos: Informo-vos, informo a V. Sª.

4.1. Informe

É o conhecimento resultante de avaliação de fato ou situação, passada ou presente, originárias


de dados que serão avaliados quanto a idoneidade de sua fonte, bem como sua veracidade. Portanto
conclui-se que o Informe:

- É uma representação oral ou escrita;


- É a descrição de um fato ou situação;
- Não cabe interpretação, nem significado;
- Exige do profissional o domínio da técnica de avaliação de dados;
- É fundamental no profissional, sua capacidade de julgamento, objetividade,
compreensão e fluência verbal.

O modelo de avaliação do Informe adotado no Sistema de Inteligência na Polícia Militar, para


todos os indivíduos integrantes, em todos os níveis, será o sistema alfa-numérico, conforme quadro
abaixo:

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CÓDIGO DE AVALIAÇÃO
IDONEIDADE DA FONTE VERACIDADE DO INFORME
A – Absolutamente idônea 1 – Confirmado
B – Idônea 2 – Provavelmente verdadeiro
C – Razoavelmente Idônea 3 – Possivelmente verdadeiro
D – Nem sempre idônea 4 – Duvidoso
E – Inidônea 5 – Provavelmente falso
F – Não pode ser avaliada 6 – Não pode ser avaliado

4.2. Ordem de Busca

Documento sigiloso de tramitação interna no Órgão de Inteligência, que aciona o elemento de


operações no cumprimento das missões de levantamento de busca.

4.3. Pedido de Busca

Documento sigiloso utilizado para solicitar a outro(s) Órgão(s) de Inteligência dados ou


conhecimentos.

4.4. Relatório de Agente

Documento sigiloso de tramitação interna no Órgão de Inteligência, produzido pelo agente após
o cumprimento das missões e que discorre sobre o fato ou dado levantado.

4.5. Informação

É o conhecimento resultante de raciocínio elaborado e que expressa a CERTEZA do analista


quanto ao significado de fatos ou situações passadas ou presentes.

4.6. Apreciação

É o conhecimento resultante de raciocínio elaborado e que expressa a opinião do analista sobre


fatos ou situações passadas ou presente.

4.7. Estimativa

É o conhecimento resultante de raciocínio elaborado e que expressa a opinião do analista sobre


EVOLUÇÃO FUTURA de fatos ou situações.

Noções de Operações de Inteligência Policial

5. Operações de Inteligência.

5.1. Conceito.

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Consiste na ação de busca ao conhecimento, no sentido de permitir uma atuação mais


eficiente, eficaz e efetiva, no espaço físico que esteja sob sua responsabilidade, permitindo conhecer
os crimes ocorridos na localidade e os criminosos proeminentes.

1.1.1 Conceitos básicos

a) Equipe de Busca – É a menor fração de emprego nas atividades atribuídas aos órgãos de
inteligência, sendo composta de até três agentes, munidos de equipamentos e materiais
especializados, necessário ao cumprimento da missão.
b) Alvo de busca – É o objetivo principal de uma ação de busca ou de uma operação de
inteligência.
c) Encarregado de caso – Função desempenhada por profissional de inteligência que tem como
atribuições normais o planejamento, a direção, a coordenação e o controle da execuçÃo da
operação de inteligência.

5.2. Desenvolvimento das Operações de Inteligência

 As Operações de Inteligência serão realizadas em estrita observância aos princípios


constitucionais, a legislação penal, e as técnicas de procedimentos, que orientam Atividade de
Inteligência;;

 As Operações de Inteligência desenvolvidas em área de baixo risco, e eventos envolvendo


multidões, serão sempre realizadas com Agentes desarmados;

 Ao Chefe da 2ª Seção do EMG (PM-2), Comandantes de Unidades, e Chefes das 2ª s Seções


das Uop (P – 2) competem avaliar os riscos das missões;

 As Operações definidas como de risco, serão apoiadas por guarnição(ões) do policiamento


ostensivo, especificamente selecionada(s) e orientadas para o apoio imediato aos agentes
envolvidos;

 Nos casos em que o apoio da Fração ostensiva for efetivado, esta assumirá a conclusão da
operação e da ocorrência;

 As equipes de Inteligência das Uop deverão ser empregadas, prioritariamente, nas busca de
informações relativas a pontos de venda de drogas; locais de “desova”, bares e casas de show
freqüentadas por foras da lei; pessoas com mandados de prisão, locais de desmanche de veículos,
dentre outros assuntos de Segurança Pública em geral;

 Encarregados de Casos e Equipe de Buscas:

- Ao nível da 2ª EMG, Unidades Operacionais, CPA, APMP e CFAP os Encarregados de Caso


serão os Chefes de Subseção, Oficiais do órgão (Agência Central), Chefes das 2ª Seções e Oficiais de
Inteligência;
- Na Agência Central, as Equipes de Buscas serão chefiadas por Oficiais e/ou Graduados
(Subtenentes ou Sargentos);
- Nas Agências de Áreas e Especializadas e nos Núcleos dos CPA, APMP e CFAP, as Equipes
de Buscas serão chefiadas por graduados.

5.3. Operações Integradas

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A secretaria de Defesa Social, compete promover a defesa dos direitos do cidadão e da


normalidade social, preservar a ordem pública, e a incolumidade das pessoas e do patrimônio no
âmbito do Estado. É através da atuação conjunta dos seus órgãos de Segurança, a execução da
política pública de prevenção e repressão à criminalidade.

5.4. Ações Repressivas

Os Elementos do SIPOM, no desenvolvimento de Operações de Inteligência, somente poderão


executar cumprimento de mandado de busca e apreensão, cumprimento de mandado de prisão, e
outros procedimentos repressivos típicos da polícia judiciária, em observância ao “Princípio da
Oportunidade”, e/ou nos casos previstos no art. 301 do Código de Processo Penal Brasileiro.
Os Órgãos, Agências e Oficiais de Inteligência constituem elementos de assessoramento do
Comando, e tem por finalidade produzir informações e conhecimentos, não devendo seu pessoal
orgânico ser empregado em missões ou encargos diversos do SIPOM, inclusive o Policiamento
ostensivo fardado, salvaguardando, deste modo, a Atividade de Inteligência e a segurança pessoal
dos agentes.

5.5. Tipos de Busca

a) Busca Ostensiva:

É a busca ao conhecimento que não exige um controle rígido no sigilo ou na segurança das
operações. Dificilmente exige o uso de técnicas especiais ou pessoal qualificado ou especializado.

EX: 1. A busca de dados em bibliotecas ou arquivos não sigilosos;


2. Levantamento de locais públicos;
3. entrevistas;

b) Busca Sigilosa:

É a busca ao conhecimento que exige um controle sigiloso das operações. Procura-se ocultar ao
máximo a participação do órgão de Inteligência e a identidade do agente envolvido na operação.
A busca sigilosa exige o uso de técnicas especiais e o emprego de pessoal qualificado e
especializado, razão pela qual deve, sempre ser realizada por agentes de operações do órgão
encarregado pelas operações.

1.5.1 Pessoal empregado nas Operações

O pessoal empregado em uma operação de inteligência enquadra-se em uma das categorias


abaixo:
a) Agente de operações – É a função desempenhada por elemento do órgão de inteligência,
possuidor de treinamento especializado, com atribuições normais de obter dados não disponíveis.
b) Colaborador – É a pessoa que não pertence ao órgão de inteligência responsável pelas
operações, coopera com a mesma, criando facilidades para a sua execução.
c) Informante – É a pessoa que não pertence ao órgão de inteligência responsável pelas
operações, porém empresta ao mesmo sua cooperação, transmitindo-lhe informes ou dados colhidos
em sua área de atuação ou residencial.

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A diferença fundamental entre colaborador e o informante é que o primeiro apenas cria


facilidades para a realização de uma operação e o segundo colhe informes e os transmite ao órgão de
inteligência para o qual tem ligações.
Motivação dos informantes:
- Medo;
- Vingança;
- Perversidade;
- Mercenarismo;
- Arrempendimento;
- Altruísmo; e
- Vaidade.

5.6. Técnicas empregadas nas operações de Inteligência

a. Estória de cobertura (EC) – Técnica operacional que trata dos artifícios usados para
encobrir a identidade de pessoas e instalações, dissimular ações, com o objetivo de mascarar seus
reais propósitos.
b. Vigilância – Técnica Operacional que consiste em manter o alvo sob observação.
Podem ser:

- Vigilância fixa a coberto;


- Vigilância fixa a descoberto;
- Vigilância móvel a pé;

c. Fotografia – É um prestimoso auxiliar para o Agente de Inteligência, em seu trabalho


normal de : Observar, Memorizar e descrever (OMD).

d. Interceptação ambiental de sinais eletromagnético, ópticos ou acústicos – A


presente técnica tem contribuído sobremaneira para elucidação de casos e fatos de difícil coleta de
provas sobre conduta ilícita. Estes meios podem ser empregados para a prevenção e repressão de
ações praticadas por organizações criminosas, com a devida autorização judicial, conforme dispõe o
art.2º da Lei nº 9.034, de 3/05/1995, com a redação que lhe foi dada pelo art. 1º da Lei nº 10.217, de
11/04/2001.

e. Entrevista – É uma conversação mantida com o propósito definido. Pode ter por
objeto – obter informe, fornecer um conhecimento ou influir sobre a conduta do entrevistado.

NOTA: Podemos até afirmar que o PM é um agente indireto dos órgãos que compõem o SIPOM,
pois, mesmo aqueles que não exercem funções em órgãos de informações, tem o dever de colaborar
com o SIPOM, informando de todos os conhecimentos julgados necessários à missão da PM. Todo
PM é um informante em potencial.

6. Programa de Controle e Prevenção da Criminalidade

Através de procedimentos administrativos e operacionais adequados, combinada com a


aplicação de tecnologia da informação, constituiu-se em um instrumento para a atuação estratégica,
tática, operacional e administrativa destinados aos órgãos operativos da SDS.

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Necessário para a consecução deste empreendimento foi a implementação de programas e


ajustes para desenvolvimento do Programa para Prevenção e Controle Permanente dos Índices de
Criminalidade – PCP, tais como:.
- Compatibilização das áreas de atuação;
- Adoção do Boletim de Ocorrência Unificado;
- Normalização das estatísticas policiais;
- Informatização do atendimento ao público;
- Centro Integrado de Operações de Defesa Social – CIODS;
- Mapeamento criminal;

7. Disque-Denúncia

Fruto de uma parceria da Secretaria de Defesa Social do Estado de Pernambuco com a


entidade não governamental sem fins lucrativos, visando a interação entre a sociedade e os Órgãos de
Segurança, por meio de uma cooperação segura, discreta, eficaz e atuante.
O Disque-Denúncia foi implantado em Pernambuco no dia 12/06/2000.Desde então o
cidadão passou a contar com uma ferramenta que garantisse o anonimato, transmitindo-lhe uma
sensação de segurança, passando então a exercer seu papel de colaborar com a Segurança Pública que
é tarefa de cada cidadão brasileiro.
O Movimento Pernambuco Contra o Crime vem mantendo integralmente o custo das
operações do Disque-Denúncia, e atuando em parceria com a SDS. Parte dos recursos arrecadados
serão também utilizados para o pagamento de recompensas. Todo recurso provém de doações e
contribuições privadas.
As ligações não são rastreadas, recebendo o cidadão ao ligar, uma senha e esta é a sua
referência se precisar acrescentar uma informação ou acompanhar o andamento da investigação. A
identidade do denunciante é protegida, inclusive, nos caos de pagamento de recompensa.
As denúncias recebidas nos terminais da Central Disque-Denúncia são entregues a
analistas da DEINT/SDS que conforme o conteúdo da ocorrência enviam para uma unidade da PM
ou da Polícia Civil. O retorno com o resultados de uma operação é fundamental para alimentar o
trabalho de inteligência e para atender as pessoas que ligam para cobrar os resultados das
informações que prestaram.

Fontes de Pesquisa para elaboração deste trabalho:

 Decreto Estadual Nº 17.589, de 16/06/1994, que dispõe sobre o Regulamento Geral da


Corporação;
 Decreto Federal Nº 2.134, de 24/10/97, Regulamenta o Art. 23 da Lei 8.159 de 8/01/1991, que
dispõe sobre a categoria de documentos públicos sigilosos e o acesso a eles;
 Lei Nº 8.159, de 8/01/1991 que dispõe sobre a política Nacional de Arquivos públicos;
 Lei Nº 9.883, de 7/12/1999, que institui o Sistema Brasileiro de Inteligência – ABIN;
 Polígrafo nº 01, Assunto:Conceitos, de autoria do Ten Cel PM Dickson Franklin Alves de Lima,
distribuído aos Oficiais que atuam nas 2ª e 3ª Seções de EM da RMR durante o Estágio de
Comando e Estado Maior – ECEM, na disciplina 2ª Seção do Estado Maior, em maio de 2000.
 Suplemento Normativo – SUNOR nº011, de 03/abr/2002, que publicou a Diretriz de
Planejamento nº 001/2002/2ª EMG;

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Disque – Denúncia: 34219595

DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA

 FUNDAMENTOS DA DOUTRINA

 PRINCÍPIOS BÁSICOS

 NÍVEIS DE ATUAÇÃO

 HIERARQUIA DOS ELEMENTOS

 TRABALHADOS

 TIPOS DE CONHECIMENTOS

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RESERVADO

DOUTRINA DE INTELIGÊCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

1 – Considerações iniciais.

O aumento populacional, o avanço tecnológico e a globalização, dentre


outros, são fatores que vêm contribuindo para o aumento da criminalidade, que se apresenta
com formas cada vez mais elaboradas e complexas de ação, principalmente em razão de
novas tecnologias e de sofisticados “modus operandi”, dificultando, sobremaneira, o
trabalho investigatório.
Neste contexto, os órgãos de Segurança Pública passaram a desenvolver
formas de investigação que tornam mais eficiente o combate à delinqüência, cada vez mais
organizada.
A Atividade de Inteligência de Segurança Pública se apresenta como
instrumento para resposta e apoio ao combate à violência em geral e, principalmente, aos
crimes de alta complexidade, procurando identificar, entender e revelar aspectos ocultos da
atuação criminosa que seriam de difícil detecção pelos meios tradicionais de investigação
policial, servindo, ainda, para assessorar as autoridades governamentais na elaboração de
Planos e Políticas de Segurança Pública.
A Doutrina estabelece conceitos, princípios e fundamentos da Atividade
de Inteligência de Segurança Pública, procurando situá-la como integrante das atividades do
Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN, nos aspectos voltados para os trabalhos de
Segurança Pública.

2 – Doutrina de Inteligência de Segurança Pública.

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A atividade de Inteligência de Segurança Pública, batizada por sua


doutrina, procura conhecer, estudar, interpretar, difundir e orientar os valores de uma nação,
baseados no modo próprio de pensar, agir e sentir de seu povo, que abranjam os interesses
nacionais e do mundo em que vive e do qual são atores. É formulada para orientar o
pensamento crítico e permitir contribuições para o enriquecimento da produção de
conhecimentos, orientando-a num sentido tático e estratégico. Seu esquema, voltado para a
aplicação do método, é formulado a partir desses valores.
Os valores que embasam a doutrina são os típicos da formação
histórico-cultural do povo brasileiro, e que a caracterizam como a dogmática, humanista,
espiritualista e democrática, voltada para o bem-comum.
A justiça social e o desenvolvimento devem compor uma estrutura de
pensamento e ação indispensável à consecução do bem-comum da Nação Brasileira. A
doutrina deve articular e interagir com a realidade, sem jamais se afastar dela, resguardando-
se da ideologização e do dogmatismo. As necessárias e oportunas adaptações, convenientes
face ao processo histórico e aos fatos de conjuntura, são assim acertos necessários à
ampliação da inteligibilidade de seus recursos, mas não alteram seu caráter. Ao lado do
compromisso de buscar o conhecimento da verdade, busca também o aperfeiçoamento ético
da pessoa, a retidão de conduta e a moralidade da sociedade. Reclama ainda o
desenvolvimento de um outro conjunto de hábitos, chamados éticos.
Assim sendo, pode-se conceituar Doutrina de Inteligência de
Segurança Pública como um conjunto de princípios, conceitos, normas, métodos e valores
que orienta e disciplina a Atividade de Inteligência de Segurança Pública.

3 – Fundamentos da Doutrina.

A Doutrina de Inteligência de Segurança Pública embasa-se nos


princípios da Constituição Brasileira, com ênfase no respeito aos direitos sociais e
individuais, no pluralismo político, na harmonia social e na ordem interna, objetivando
alicerçar e dar eficácia à Atividade de Inteligência de Segurança Pública.
Todas as suas ações serão sempre exercidas em proveito dos mais
elevados interesses da Justiça e em defesa permanente da Sociedade e do Estado.

4 – Atividade de Inteligência de Segurança Pública.


É o exercício sistemático de ações especializadas para a identificação,
acompanhamento e avaliação de ameaças reais ou potenciais na esfera da segurança pública,
bem como para a obtenção, a produção e a salvaguarda de conhecimentos, informações e
dados que subsidiem ações para neutralizar, coibir e reprimir atos criminosos de qualquer
natureza. (parágrafo 3º do art. 2º do dec. 3.695 de 21/12/2000).

5 – Ramos da Atividade de Inteligência de Segurança


Pública.

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A Atividade de Inteligência de Segurança Pública se divide em dois


ramos: Inteligência de Segurança Pública e Contra-Inteligência de Segurança Pública.

5.1 – Inteligência de segurança Pública

Atividade voltada para a produção de Informações e Conhecimentos e


para o assessoramento do Processo Decisório.

5.2 – Contra-Inteligência de Segurança Pública

Atividade voltada para a proteção das Atividades de Inteligência de


Segurança Pública.

6 – Princípios Básicos.

A Atividade de Inteligência de Segurança Pública é exercida em perfeita


sintonia com as suas finalidades e sob a égide dos seguintes princípios básicos:

6.1 – Objetividade

Consiste em planejar e executar as ações em consonância com objetivos


claros e previamente definidos.

6.2 – Segurança

Pressupõe a adoção de medidas de salvaguarda convenientemente


dimensionadas para cada caso específico, ou área de atuação.

6.3 – Legalidade

Requer que as ações sejam sempre determinadas no irrestrito


cumprimento da lei.

6.4 – Oportunidade

Consiste em desenvolver ações e apresentar resultados em prazo


apropriado à sua utilização.

6.5 – Controle

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Requer a supervisão e o acompanhamento sistemático de todas as ações


de interesse para a Segurança Pública.

6.6 – Imparcialidade

Significa precaver-se contra fatores que possam causar distorções nos


resultados.

6.7 – Simplicidade

Implica executar ações com o mínimo de custos e riscos.

6.8 – Amplitude

Consiste em alcançar os mais completos resultados nos trabalhos


desenvolvidos.

6.9 – Atualidade

Pressupõe a busca constante do aperfeiçoamento de conceitos, técnicas,


métodos e processos para atender os desafios impostos pelas transformações do mundo.

6.10 – Cooperação

Implica estabelecer relacionamentos e ligações que possibilitem


maximizar esforços para a consecução dos objetivos.

6.11 – Sigilo

É a condição básica para evitar a divulgação de conhecimentos,


informações e dados que possam colocar em risco a segurança da Sociedade e/ou do Estado,
bem como aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida
privada, da honra e da imagem das pessoas e/ou instituições.

6.12 – Ética

A Atividade de Inteligência de Segurança Pública está alicerçada em


preceitos éticos e valores morais, sociais e cívicos, estando compromissada com a verdade, a
honra, a integridade de caráter, a família, a solidariedade, o respeito aos direitos humanos, o
patriotismo, o respeito às leis, a autoridade constituída e a democracia.

7 – Níveis de Atuação.

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A Atividade de Inteligência de Segurança Pública é exercida em dois


níveis distintos: Estratégicos e Tático.

7.1 – Nível Estratégico

Aquele em que são definidas as diretrizes gerais de ação do organismo


de Segurança Pública, em atendimento às políticas para o setor.

7.2 – Nível Tático

Aquele em que são definidas as orientações específicas de atuação, em


proveito das atividades de Inteligência de Segurança Pública.

8 – Hierarquia dos Elementos Trabalhados pela Atividade


de Inteligência de Segurança Pública.

8.1 – Dado

O dado é qualquer fato ou situação, comunicação, notícia, extrato de


documento, documento, denúncia (no entendimento popular do termo) não processados pelo
Órgão de Inteligência de Segurança Pública.

8.2 – Informação de Inteligência de Segurança Pública

A Informação de Inteligência de Segurança Pública é resultado do


processamento inicial de dados e sua transformação em matéria-prima para o conhecimento.
Este produto será veiculado internamente no Órgão e, excepcionalmente,
para utilização de usuários externos.

8.3 – Conhecimento de Inteligência de Segurança Pública

O Conhecimento de Inteligência de Segurança Pública é o resultado do


processamento completo das informações obtidas pelas atividades de Inteligência de
segurança Pública.

9 – Tipos de Conhecimento.

9.1 – Conhecimento Descritivo-Conclusivo

O conhecimento Descritivo-Conclusivo é resultante do processamento


das informações confirmadas sobre determinado assunto, das quais se tem convicção,
finalizado por uma conclusão baseada nos aspectos que o integram.

9.2 – Conhecimento Avaliativo

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O Conhecimento Avaliativo é resultante do processamento de


informações disponíveis e/ou do conhecimento do próprio profissional de Inteligência de
segurança Pública sobre determinado assunto, no qual aparecia um fato ou situação e seus
desdobramentos, em um período imediato de tempo.

9.3 – Conhecimento Estimativo

O Conhecimento Estimativo é resultante do processamento de


informações disponíveis sobre fato ou situação, no qual se projetam canários futuros,
estabelecendo hipóteses quanto à sua evolução a curto, médio ou longo prazos.

ANEXO

CONSIDERAÇÕES SOBRE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA E O


SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DA PMPE.

a) Esvaziamento das Informações de Segurança Interna.

O recente passado histórico brasileiro apresentou um processo muito intenso de mutações


no aspecto político social. Vivemos, sem dúvida, uma época de grande riqueza em acontecimentos
que estão a nos conduzir a uma realidade política nova, materializada em grande parte na
Constituição Federal que se elabora e nas Constituições Estaduais e Leis Complementares e
Ordinárias, conseqüentemente.
A Força Policial, por sua importância no Estado se extensivamente na Nação, se por um lado é
influente no processo histórico, por outro lado sofre suas conseq2uências, que acabam gerando
necessidades de mudanças objetivando amoldar-se às condições que se apresentam como novas
No interior dos organismos policiais, como área sensível, justamente pelo enfoque político
que tem tido, está o SISTEMA DE INTELIGÊNCIA, que por longo temo engajou-se com grande
empenho na produção de Informações de Segurança Interna, logicamente por ser esta a necessidade
maior que então se apresentava. Entretanto, a abertura política, a democratização, a transição, ou
qualquer outro nome que se queira dar, trouxe no seu bojo um abrandamento nos conceitos de
Segurança Interna, com restrições para os Órgãos de Inteligência, que de forma geral representam
um esvaziamento, além de muitas dificuldades, entre as quais alinham-se
- Medidas contrárias às ações e informações na área de Segurança Interna;

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- Maior liberdade de acesso às informações, com os conseqüentes desgastes promovidos


pela imprensa, especialmente àquela engajada ideologicamente com as esquerdas;
- E até dificuldades na definição legal de inimigo interno.

b) Crescimento das Informações de Segurança Pública.

Paralelamente a tudo isso, no aspecto de Segurança Pública, agravou-se muito o


quadro criminal comum, com os marginais evoluindo até a formação do crime organizado que
hoje campeia e tem seus melhores exemplos representados na FALANGE VERMELHA,
SERPENTES NEGRAS, COMANDO VERMELHO, PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL
(PCC), AMIGOS DOS AMIGOS (ADA), dentre outros grupos.
Ressalte-se ainda que, externamente, enquanto a ação dos órgãos de Inteligência era de
competência reconhecida e por isso mesmo solicitada estadual e nacionalmente, no âmbito interno
nossos companheiros cobravam constante e insistentemente uma atuação mais ligada com a atividade
policial na área de Segurança Pública, missão principal da Polícia.

Vivenciando intensamente toda essa problemática que envolveu a atividade de


Inteligência, notamos ao longo do tempo que se o seu emprego as vezes empírico e vinculado a
fatores temporais, a validade técnico-cientítifica de sua metodologia de produção permanecia
praticamente intacta, demonstrando ter caráter transtemporal. Assim, logo se evidenciou que o
problema era de correção de rumos, mais precisamente reestruturação e redefinição de objetivos.
Tudo isso está a indicar que o momento exige a definição precisa de objetivos e a
preparação do instrumental adequado para atingi-los, representado pelo redimensionamento estrutural
da Atividade de Inteligência que implica paralelamente a sua modernização.

c) Informações voltadas à preservação da Ordem Pública.

Podemos citar como conceito de Informações voltadas à preservação da Ordem Pública todo
dado ou conhecimento sobre valores políticos, econômicos, morais, religiosos, que visa ficar a par da
desordem, potencial ou efetiva, buscando manter a organização social estabelecida, por meio da
preservação da moralidade e legalidade
das relações sociais e econômicas, seja entre particulares ou para com o Estado, protegendo-se as
pessoas, as atividades em geral, o patrimônio, o trabalho e o bom funcionamento dos serviços
públicos.

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Por conseguinte vale dizer que toda a informação destinada a preservar a Ordem Pública é
de interesse da Força Policial.
Podemos, de forma geral, alinhar como exemplos de Informações de Ordem Pública, entre
mitos outros, os dados e conhecimentos sobre:
- Criminosos;
- “Modus operandi” criminal;
- Áreas de incidências de infrações penais;
- Rotas e pontos de receptação de bens, produtos de ação ilegal ou tóxico;
- Greves;
- Manifestações públicas
- Interrupção, ainda que parcial, de serviços públicos;
- Reuniões políticas, esportivas, artísticas, culturais ou sociais de freqüência pública;
- Ataques à fauna e à flora;
- Interrupção no trânsito urbano, rodoviário, metroviário, ferroviário, aéreo, etc;
- Acidentes provocados pelo homem ou de causas naturais;
- Incêndios e;
- Ocupações ilegais de áreas urbanas ou rurais.

d) Importância das Informações Policiais.

No contexto de atuação policial, permanentemente ocorre grande quantidade de atso


decisórios, os quais por mais simples que sejam devem estar Lastreados em informações oportunas e,
quando possível, amplas e seguras, embasando o leque de opções e facilitando a escolha mais
conveniente. Decidir sem informações é aventurar-se. O ideal é que na sua atuação a Polícia tenha
sempre disponível as informações necessárias a orientar as ações que seja competente para praticar.
A atuação da Força Policial destina-se a prevenir e reprimir de imediato os atos ilegais,
evitar perigos, proteger a coletividade, assegurar os direitos de seus componentes, manter a ordem e o
bem estar públicos, portanto, o planejamento e execução desta atuação exigem informações sobre o
meio ambiente a ser policiado, identificando delinqüentes, seu comportamento e ligações, bem como
outros elementos ou fatores capazes de perturbar a ordem.
A análise das informações policiais também deve identificar as deficiências e
vulnerabilidades da Força Policial, permitindo introduzir correções e atualizações nos planejamentos,
visando, num processo permanente, aumentar o grau de eficácia nas execuções, tudo redundando em
maior proteção à coletividade.

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e) A correta mentalidade de Inteligência.

No nosso caso, onde a Atividade de Inteligência está integrada num organismo maior que
são as Corporações Policiais, a interações é fundamental. Isso implica um ensinar constante, sobre a
correta mentalidade de inteligência, aos componentes do Sistema e principalmente para os demais
integrantes das Corporações, que se constituem em COLABORADOES E USUÁRIOS DO
SISTEMA. Alimentam-no e dele dependem.
Sempre iremos encontrar o obstáculo necessário que representa o sigilo, a proteção do
conhecimento, mas isso não é incontornável desde que o homem entenda com perfeição a
importância e que finalidade das informações. O SISTEMA, ao contrário das lendas, aliás
incentivadas mais por aqueles que não conhecem intrinsecamente a atividade de Inteligência não é
má, é sim técnica e quanto mais o for, melhor desempenhará sua função.
O tratamento metodológico dos conhecimentos, para que se evitem erros e falsidades,
deve ser realçado, mas ao mesmo tempo é preciso combater as idéias e expressões pejorativas,
comumente lançadas sobre o Organismos de Inteligência, sejam por desconhecimento ou má fé.
Entre as atitudes e expressões errôneas, que tantos prejuízos tem causado à imagem da
ATIVIDADE, alinhamos como exemplo àquelas que consideram o Organismo como “um mal
necessário” , que classificam o Informante como “dedo duro”, que acham “um defeito”, servir no
SISTEMA, ou que dizem ser o órgão “acético e dado à desforra de vendetas pessoais” . Em verdade
todas essas colocações são falsas e se eventualmente ocorrem é por falha pessoal, isolada e vinculada
principalmente ao não cumprimento de princípios técnicos, devendo ser coibidas internamente.
Ainda sobre a imagem do órgão de Inteligência cabem aqui algumas considerações sobre as
informações de público interno, do tipo disciplina, pois tem havido muita confusão a este respeito.
Temos visto de um lado opiniões de que o SISTEMA não deve se envolver com esse tipo de
problema, pois haveria prejuízo de sua imagem perante o público interno, seu natural colaborador e
informante. Por outro lado, h´OSA QUE DEFENDEM A SUA UTILIZAção plena como polícia
judiciária, prendendo interrogando e processando os policiais acusados de prática de irregularidades.
Ao nosso ver as duas correntes de pensamento estão erradas, justamente por tenderem a extremos. É
certo que todo ilícito grave cometido pelo público interno, seja administrativo (disciplinar), penal
militar ou comum, deve interessar ao SISTEMA, como conhecimento e eventualmente ele irá atuar
no esclarecimento de alguns deles, mas dentro das normas operacionais que3 lhe são próprias,
evitando sempre resvalar para a repressão, caracterizando na prisão, interrogatório ou mesmo
formalização de processo, atos que devem caber aos Superiores, do acusado ou Corregedorias,

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segundo suas esferas de competência. Evidentemente o Sistema deverá procurar sempre se basear em
provas e evitar a propagação de boatos, protegendo com o sigilo normal tais conhecimento.

f) Crescimento do Organismo Policial

Abstraindo-se a questão do direcionamento do SISTEMA, procuramos enfocar aqui


apenas o lado orgânico, com seus problemas, além das origens e conseqüências destes.
Como já foi dito, houve mudanças de ordem política e sócia, que podemos, de certa forma,
considerar rápidas. Mas o fator que veio a trazer maiores problemas estruturais foi, sem dúvida, o
crescimento do Organismo Policial, não acompanhado pelo SISTEMA, na proporção e qualidade
desejada.
Como o crescimento do Organismo Policial, tornou-se maior a distância entre os escalões
de Direção e de Execução, ocasionando uma valorização da Atividade de Inteligência, cada vez mais
necessária à eficácia do processo decisório, sem o que não serão atingidos os objetivos da milícia.
Nota-se o agravamento das dificuldades para tomada de decisões, do último escalão às bases da
Organização, que podem ser compensadas, principalmente, com informações melhores e mais
rápidas.
Isso está a exigir do SISTEMA a diversificação de áreas de atuação, correspondente às novas
necessidades, conseqüentemente aumento da estrutura, melhoria nos quadros e regulamentação
precisa de atribuições, caso contrário não se chegará aos objetivos pretendidos. Por certo9, o avanço
da informática é importante para o desenvolvimento do SISTEMA, mas não é suficiente, pois, se o
armazenamento de dados ficou facilitado, permanece o desafio da obtenção e do trato técnico dos
conhecimentos, nos níveis de eficácia desejados.
É verdade que o SISTEMA sobreviveu por muitos anos praticamente sem planejamento.
Mas essa situação é hoje insustentável devido ao volume de informações imperfeitas
caracteristicamente, atrasadas, incompletas, desordenadas ou desencontradas, daí a nossa
preocupação em fixar com precisão, os princípios orientados orientadores para a Atividade de
Inteligência.
Como o crescimento da necessidade de Informações, tem aumentado sensivelmente a
responsabilidade do Organismo delas encarregado.
Convém lembrar que caso deixássemos o SISTEMA obsoleto, poderia advir como
conseqüência lógica o descrédito, a atrofia e suas redundantes. Ressalte-se, que muito tem pesado a
favor do Sistema a atuação demonstrada em episódios recentes, quando, em benefício da Instituição,

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não mediu esforços e sacrifícios, superando suas deficiências e cumprindo com êxito as missões a ele
atribuídas.

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