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Processo nº 0755543-36.2017.8.05.0001
A Excipiente afirma não possuir recursos financeiros para custear as despesas processuais, em
virtude de ser constituída sob a forma de EPP – Empresa de Pequeno Porte, requerendo a
concessão do benefício da assistência judiciária gratuita.
Ocorre que o enquadramento de uma pessoa jurídica em Empresa de Pequeno Porte não gera
qualquer tipo de presunção acerca da hipossuficiência econômica da parte. Assim dispõe o art.
99, § 3º, do CPC/15:
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Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente
por pessoa natural.
Com base no dispositivo mencionado, requer que esse MM Juízo intime a Excipiente para
que comprove, mediante documentação idônea, sua condição de hipossuficiência
econômica.
A Excipiente afirma ser uma sociedade simples uniprofissional, razão pela qual faria jus à
sistemática de recolhimento através de alíquota fixa sobre o número de sócios (art. 9º, § 3º do
Decreto nº 406/1968).
Registra-se que a Notificação Fiscal de Lançamento que estriba a presente execução refere-se a
fatos geradores ocorridos em 2012 e 2013.
Ocorre, Excelência, que a Excipiente não trouxe, em sua manifestação, informações importantes
sobre sua conformação societária, as quais legitimam a autuação ora discutida.
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CLÁUSULA PRIMEIRA:
Após a presente alteração, a sociedade passa a atuar com a natureza jurídica de
Sociedade Simples Pura.
(fls. 41)
Como será demonstrado, a autuação ora guerreada não merece nenhum reparo, por estar em
absoluta compatibilidade com o ordenamento jurídico.
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Conforme esclarecido pelo próprio Auditor Fiscal, à época dos fatos geradores (2012 e 2013) a
Excipiente era constituída sob a forma de sociedade limitada, sendo certo que a
constituição sob tal designação demonstra de plano o caráter empresarial da pessoa
jurídica, de modo a afastar a tributação mais branda, nos termos da jurisprudência mais
pacífica e atualizada do Eg. STJ:
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pois, os fatos tal como postos no acórdão recorrido, não há falar em reexame dos
elementos probatórios dos autos. Assim, não prospera a tese de incidência do enunciado
7/STJ.
3. A decisão foi proferida com base na jurisprudência mansa e pacífica no sentido
de que o benefício da alíquota fixa do ISS somente é devido às sociedades
unipessoais integradas por profissionais que atuam com responsabilidade pessoal,
NÃO ALCANÇANDO AS SOCIEDADES EMPRESARIAIS, COMO AS
SOCIEDADES POR QUOTAS CUJA RESPONSABILIDADE É LIMITADA AO
CAPITAL SOCIAL.
4. O Tribunal de origem, ao analisar a demanda, consignou de forma expressa, que "a
contribuinte é uma sociedade civil por quotas de responsabilidade limitada" (fl. 330).
5. A orientação das Turmas que integram a Primeira Seção desta Corte firmou-se no
sentido de que, "nos termos do art. 9º, § 3º, do DL 406/68, têm direito ao tratamento
privilegiado do ISS as sociedades civis uniprofissionais, que tem por objeto a prestação
de serviço especializado, com responsabilidade social e sem caráter empresarial" (AgRg
no Ag 458.005/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 4.8.2003).
6. Agravo regimental não provido
(AgRg no REsp 1178984 / SP
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL
2010/0023754-9, Relator Ministro Benedito Gonçalves, 1ª Turma, Data do Julgamento
26/10/2010, Data da Publicação DJE 05/11/2010)
Por conseguinte, à luz dos aspectos acima evidenciados e da diretriz jurisprudencial firmada pelo
STJ, há de se concluir pela correta aplicação, por parte do agente autuante, da regra geral que
fixa como base de cálculo do ISSQN o preço do serviço.
4. CONCLUSÃO
Por todo o exposto, as alegações da Excipiente não merecem prosperar, razão pela qual este
incidente não deve ser acolhido, reconhecendo-se a validade e eficácia do crédito de ISS lançado
por meio da Notificação Fiscal de Lançamento (NFL) nº 6.2017, com o regular prosseguimento
da execução fiscal.
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Requer, por fim, a condenação da Excipiente nas custas judiciais, bem assim nos honorários
sucumbenciais no equivalente a 20% do valor da causa.
Pede deferimento.
Salvador, 29 de maio de 2018.