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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA

DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE-MG

GABRIEL CANUTO NOGUEIRA DA GAMA, brasileiro, solteiro, jornalista, RG nº 13491499-


04 BA, CPF nº 857678765-25, residente e domiciliado à Rua Montes Claros, 429, apt 103, Carmo,
CEP n. 30310-370, Belo Horizonte/MG, vem, através de seu procurador, perante Vossa Excelência,
propor AÇÃO ORDINÁRIA contra TELEFÔNICA BRASIL S.A, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ sob o nº 02.558.157/0009-10, sediada à Rua Levindo Lopes, 258, CEP n.
30140-170, Belo Horizonte/MG, pelas seguintes razões.

I. Fatos

Em 10/06/2019, o autor contratou com a ré o plano “Vivo Pós 6 GB”, no valor mensal de R$
89,99.

O preposto da ré, nesse dia, disse ao autor que na primeira fatura seria cobrado apenas o
valor proporcional do plano.

No dia 30/6, a primeira fatura chegou, via e-mail, para o autor, no valor de R$ 319,39.

Na fatura, com vencimento para o dia 08/07/2019, constava o valor discriminado correto do
valor proporcional do plano, que foi de R$ 31,92.

O autor reconhece este valor (R$ 31,92).

Sucede que a vivo exigiu a cobrança de mais R$ 287,47 sob a rubrica “LIGAÇÕES DE
LONGA DISTÂNCIA OUTRAS OPERADORAS”.
Na fatura de julho/2019, a ré incluiu novamente a cobrança de ligações sob a rubrica acima
referida, no valor de R$ 90,56.

O autor não fez ligações de longa distância para outras operadoras.

As ligações feitas pelo Autor sempre foram de Vivo para Vivo, quando os destinatários
estavam situados em outros Estados do Brasil.

O plano contratado dá direito ao autor a ligações ilimitadas de de Vivo para Vivo.

Estas afirmações estão comprovadas pelos documentos que instruem esta petição inicial.

Vejamos.

Primeiro, analisemos quais foram as únicas ligações consideradas de longa distância realizadas
pelo Autor.

Pelo extrato detalhado disponibilizado pela ré (em anexo), nos meses de junho e julho o autor
realizou chamadas para os seguintes números fora do Estado de Minas Gerais (DDD 71 – longa
distância):

 (71) 98802-4780
 (71) 98802-4783

Estes dois números, que geraram as cobranças absurdas ora impugnadas, são da operadora
VIVO (ré):
Ora, Excelência, os serviços que estão incluídos no plano contratado pelo autor estão
elencados nas próprias faturas:

Dentre os quais estão as ligações ilimitadas DDD Vivo para Vivo

É exatamente esse o caso!


Com efeito, o autor tem direito contratual a fazer ligações ilimitadas para qualquer DDD, desde que
seja de Vivo para Vivo.

É esse o objeto da insurgência do autor.

II. Fundamentos jurídicos

Trata o caso de relação de consumo, em que se aplicam as normas consumeristas, pelo que
não há que se indagar a respeito da culpa da requerida. A responsabilidade decorre,
exclusivamente, da falha na prestação do serviço (CDC, art. 14).

A parte ré descumpriu o contrato estabelecido com o autor quando deixara de observar a cláusula
que concede ligações ilimitadas de celulares Vivo para outros celulares Vivo, qualquer que fosse o
DDD. Houve, portanto, cobranças indevidas, sem lastro contratual, realizadas pela requerida.

III. Tutela provisória

Requer o autor a concessão de tutela provisória, para que a ré i) não suspenda a prestação do serviço
por ausência de pagamento e ii) que seja emitida fatura no valor previsto no contrato.

O autor apenas se recusa a pagar por serviços que não foram contratados, isto é, arcar com
cobranças sem lastro contratual – ligações de Vivo para Vivo.

A parte autora quer a manutenção do contrato conforme suas cláusulas inicialmente


pactuadas.

Requer, também, que a parte ré seja intimada a emitir fatura no valor disposto no contrato, a saber,
em junho/2019 no valor de R$ 31,92 e em julho/2019 no valor de R$ 89,99.

A presença do fumus boni iuris pode ser comprovada a partir da documentação que instrui esta
peça. Os documentos dão conta de que o autor apenas fez ligações cujos custos já estão incluidos
no pacote do plano (Ligações DDD Operadora VIVO).

O perigo da demora exsurge das inúmeras dificuldades que a ausência de uma linha telefônica pode
causar a um cidadão na atualidade. Ficar sem celular trará sérios contratempos ao autor.
IV. Requerimentos
Ante o exposto, requer:

a) a citação da requeridasno endereço supracitado, na pessoa de seu representante legal na forma


dos artigos 18 e 19 da Lei 9.099 de 1995, sob pena de revelia;
b) a inversão do ônus da prova, de acordo com o art. 6º, VIII da Lei 8.078/90;
c) a concessão da tutela provisória, para que a Requerida não corte a linha telefônica do Autor, além
de emitir fatura no valor previsto no contrato (Junho/2019 em R$ 31,92 e Julho/2019 em R$ R$
89,99);
d) seja julgado procedente a ação para que a requerida seja condenada a excluir da fatura de junho e
julho de 2019 as cobranças descritas sob a rubrica “LIGAÇÕES DE LONGA DISTÂNCIA
OUTRAS OPERADORAS”, uma vez que inexiste ligações de longa distância para outras
operadoras, conforme demonstrado documentalmente.

Dá-se à causa o valor de R$ 378,03 (trezentos e setenta e oito reais e três centavos).

Pede deferimento

Belo Horizonte, 29 de julho de 2019

TOMÁS DE BRITTO VITÓRIA


OAB/BA 45.356

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