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Como
Sobreviver à
Própria Família
Mony Elkaïm
com a colaboração de
Caroline Glorion
Como
Sobreviver à
Própria Família
Tradução:
Maria Alice de Sampaio Dória
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Como sobreviver à própria família
Introdução .................................................................................................................................. 19
Capítulo 1
Mãe e filha: a travessia de um conflito.............................................................. 23
Capítulo 2
O passado não nos condena ........................................................................................ 37
Capítulo 3
O patriarca que queria o bem dos filhos...
contra a vontade deles ....................................................................................................... 43
Capítulo 4
Em que roteiro eu me encaixo? ................................................................................ 51
Capítulo 5
Meu filho se recusa a estudar e a trabalhar ................................................... 57
Capítulo 6
Libertar o outro para que eu possa mudar .................................................... 69
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Como sobreviver à própria família
Capítulo 7
O homem que não conseguia deixar
a mulher nem continuar com ela ........................................................................... 77
Capítulo 8
O luto num contexto ......................................................................................................... 85
Capítulo 9
A mulher a quem se pedia demais e
o homem que se sentia abandonado ................................................................... 91
Capítulo 10
O homem que queria afeição e a
mulher que queria ser respeitada .........................................................................101
Capítulo 11
Meu parceiro, meu casamento e eu ..................................................................109
Capítulo 12
Um segredo de família ...................................................................................................121
Capítulo 13
O navio fantasma................................................................................................................131
Capítulo 14
Sobreviver à própria família......................................................................................139
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Apresentação da edição brasileira
Apresentação da
edição brasileira
Conheci Mony Elkaïm no início da década de 90, em Bue-
nos Aires, em uma grande conferência mundial cujo objetivo era
reunir os maiores pensadores contemporâneos, filósofos, cientis-
tas, pesquisadores, humanistas, em um grande fórum de reflexão
sobre a ciência contemporânea e a compreensão das relações hu-
manas, cultura e subjetividade.
Entre esses pensadores estava Mony, que, em uma grande
assembléia de quase mil pessoas, emocionou-nos e fez-nos mer-
gulhar em nossas próprias histórias de vida, convidando-nos a sair
do lugar de profissionais que falavam sobre as relações humanas
para o de pessoas que tinham histórias de afeto para compartilhar,
e refletir sobre algumas vivências que são repetidas e alimentadas
através do tempo, em uma dança cuja coreografia sabemos de cor,
sem muitas vezes nos darmos conta.
O que me marcou, naquele momento, foi sua crença em
que as relações ocorrem no encontro das ressonâncias de histó-
rias vividas, que se acordam mutuamente, e que, muitas vezes,
constroem seqüências repetitivas, mas que também podem ofe-
recer, ao nos darmos conta, os passos alternativos para uma nova
música... O foco na consciência da responsabilidade mútua, na
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Como sobreviver à própria família
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Apresentação da edição brasileira
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Como sobreviver à própria família
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Prefácio
Prefácio
Eu amo minha família... Esse foi o título que escolhi para
o documentário que realizei há alguns anos para a rede de tele-
visão France 2. Instintivamente, eu pegava o contrapé do título
de um filme lançado no fim dos anos 90, Eu odeio minha famí-
lia, que, retomando a fórmula de Gide, punha em cena os tor-
mentos da adolescência confrontada com um ambiente familiar
nefasto e sufocante...
Apoiando-me no princípio do copo meio cheio ou meio
vazio, decidi, depois de uma enquete sobre as famosas terapias
familiares, lançar um olhar deliberadamente otimista sobre a
instituição “família”. Se podia ser o lugar de todos os sofri-
mentos, por que a família não poderia ser também um lugar
de liberdade?
O encontro com Mony Elkaïm, que seria o meu guia
nessa inesperada viagem documental sobre os caminhos das
terapias de família, foi decisivo. Ele era o líder carismático
dessa prática psicoterápica e optei por seguir-lhe os passos.
Sem demora, ele me ensinou a encontrar palavras simples para
explicar as fantásticas riquezas que todos podemos encontrar
no seio da própria família para vencer as adversidades que en-
venenam a vida cotidiana.
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Como sobreviver à própria família
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Prefácio
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Como sobreviver à própria família
Caroline Glorion
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Introdução
Introdução
Quem nunca se sentiu, em algum momento, preso na
própria família? Quem nunca teve a impressão de ser esmagado
por uma realidade sobre a qual não podia influir? Desejo que
esta obra esclareça essas situações familiares, que todos conhe-
cemos, com uma luz diferente da que estamos acostumados. Na
maioria das vezes, não é a realidade em si que nos prepara uma
armadilha e sim uma representação dessa realidade construída
com o passar dos anos e dos acontecimentos. Como vamos ver,
cada um desempenha um papel bem específico no roteiro fami-
liar e a distribuição desses papéis, em geral, é feita à revelia de
todos. A armadilha se fecha, um sistema rígido se instala e todos
se sentem prisioneiros. Alguns membros da família sofrem, sin-
tomas aparecem...
Ao descrever e comentar as situações, das quais a maior
parte diz respeito à nossa vida cotidiana, tentei oferecer ao leitor
uma forma de perceber o que lhe acontece; tentei mostrar de que
maneira participa delas sem querer, e como, para sair desse círcu-
lo vicioso no qual está preso com os parentes, ele pode conseguir
delimitar o seu território, fazendo com que seja respeitado pelas
pessoas que o cercam — sem provocar hostilidade, mas, ao con-
trário, conseguir aliados e não adversários.
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Introdução
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Mony Elkaïm
Quem é que nunca se sentiu prisioneiro, num momento
ou em outro, no interior de sua própria família?
AO ADQUIRIR O que uma pessoa se torna ao longo da vida depende das oportu-
ESTA OBRA nidades que teve e das escolhas que fez. Porém, além do acesso
VOCÊ APÓIA às oportunidades, as pessoas precisam ser preparadas para fazer
escolhas. O que propomos é oferecer as ferramentas necessárias
para o desenvolvimento sociocultural dessas crianças, jovens e
suas famílias, estimulando-as ao exercício pleno da cidadania.