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Dimensionamento Basico de Hidrantes PDF
Dimensionamento Basico de Hidrantes PDF
2010
1
Rev. Cient. Brasileira V3, Jul 2010.
2010.
Rev. Cient. Brasileira V3, Jul 2010. 82p.
ISSN: 1983-5434
CENTRO BRASILEIRO DO ISSN CBISSN
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
2
Revista Cientifica Brasileira
Brazilian Scientific Journal
Expediente
Obs: todos os membros e associados são colaboradores voluntários, que de livre espontodedicaram seu
tempo e esforços, sem remuneração, em favor da disseminação do conhecimento para um Brasil
e melhor
.
3
Sumário / Contents
4
ABORDAGEM DIDÁTICA PARA DIMENSIONAMENTO DE
SISTEMA DE HIDRANTES PREDIAIS
1
ÁDERSON GUIMARÃES PEREIRA
capguimaraes@yahoo.com.br
1
Doutorando em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Cruzeiro do Sul; Mestre em
Políticas Sociais - UNICSUL; Pós-graduado em Gestão da Segurança contra Incêndio e Explosões
(USP); Pós-graduado em Qualidade Total e Produtividade (Fac. Oswaldo Cruz); Oficial da Polícia
Militar do Estado de São Paulo; Bacharel em Direito (UNIBAN); capguimaraes@yahoo.com.br.
5
1. Introdução Urbanos, Tratamento de Águas de
Abastecimento.
A água é o mais complexo dos
agentes extintores. Sua importância O sistema de hidrantes são
persiste mesmo que a água não leve dispositivos existentes em instalações
à extinção completa do incêndio, pois prediais que possibilitam a captação
auxiliará no isolamento de riscos e de água para o emprego nos serviços
facilitará a aproximação dos de bombeiros, especialmente no
bombeiros ao fogo para o emprego combate aos incêndios. Trata-se de
de outros agentes extintores. escoamento de fluido em condutos
Atualmente é mais utilizada em forçados e livres.
sistemas de proteção contra
incêndios, inclusive nos sistemas de O conhecimento do conteúdo das
hidrantes prediais, tendo como disciplinas de Física, Matemática e
objetivo o controle e a extinção rápida Fenômenos de Transporte é
e eficiente de um possível incêndio. fundamental e pré-requisito para o
desenvolvimento de cálculos
A Hidráulica é a disciplina que deve hidráulicos para o sistema de
oferecer os recursos técnicos hidrantes, como será apresentado.
necessários para os projetos,
gerenciamento e manutenção de
sistemas que envolvam os fluidos 2. Objetivo
com destaque especial à água.
É auxiliar o leitor, a partir de
Os conhecimentos e os instrumentos conceitos básicos, no
de tratamento inclusos na disciplina dimensionamento de sistema de
podem ser determinantes na hidrantes prediais para combate a
formação e desenvolvimento incêndios, buscando que se atendam
profissional dos futuros técnicos. as Normas Técnicas e as demais
legislações vigentes.
Os instrumentos básicos de
tratamento dos problemas hidráulicos 3. Metodologia
são desenvolvidos na Disciplina de
Fenômenos de Transporte, também Realizou-se, inicialmente, depois de
conhecida como Mecânica dos estabelecido e delimitado o tema do
Fluidos. trabalho e formulado o problema e a
hipótese, o levantamento de
A base obtida nesta disciplina é bibliografias e consultas aos
importante no desenvolvimento de integrantes dos órgãos públicos
atividades relacionadas ao ensino de: responsáveis. As informações foram
Instalações Prediais, Mecânica dos armazenadas para, após, ser redigido
Solos, Modelação em Engenharia, o presente texto.
Hidrologia e Recursos Hídricos,
Projetos de Edifícios, Sistemas 4. Desenvolvimento
Ambientais, Sistemas Hidráulicos
6
4.1 Sistema de hidrantes prediais utilizado como meio de combate a
para combate a incêndios incêndios. É composto basicamente
por Reservatórios de Água, Bombas
O sistema de hidrantes é um tipo de de Incêndio, Tubulações, Hidrantes,
proteção instalado em edifícios, Abrigos e Registros de Recalque.
7
Fig. 3 – Detalhe do sistema de hidrantes (isométrico)
8
Fig. 4 – Reservatórios de água
9
4.1.3 Tubulação comprometimento de desempenho se
for exposto ao fogo.
A Tubulação consiste num conjunto Os materiais termoplásticos, na forma
de tubos, conexões, acessórios de tubos e conexões, somente devem
hidráulicos e outros materiais ser utilizados enterrados e fora da
destinados a conduzir água, desde o projeção da planta da edificação,
reservatório específico até os pontos satisfazendo os requisitos
de hidrantes. Todo e qualquer necessários ao funcionamento da
material previsto ou instalado deve instalação em termos de resistência à
ser capaz de resistir ao efeito do pressão interna e a esforços
calor, mantendo seu funcionamento mecânicos.
normal. O meio de ligação entre os
tubos, conexões e acessórios Nenhuma tubulação de alimentação
diversos deve garantir a dos pontos de hidrantes pode ter
estanqueidade e a estabilidade diâmetro nominal inferior a 65 mm,
mecânica da junta, e não deve sofrer conforme a NBR 13714/2000.
Fig. 6 - Tubulação
10
Fig. 7 - Válvulas
Fig. 8 - Hidrante
11
4.1.6 Abrigo e deve ser capaz de protegê-los
contra intempéries e danos diversos.
Abrigo é um compartimento (cor Deve ser instalado a não mais que
vermelha), embutido ou aparente, cinco metros de cada hidrante de
dotado de porta, destinado a coluna, em lugar visível e de fácil
armazenar esguichos, mangueiras, acesso, com o dístico “incêndio” na
chaves de mangueiras e outros porta.
equipamentos de combate a incêndio,
Fig. 9 - Abrigo
4.1.7 Esguicho
O esguicho agulheta, mais comum,
O esguicho consiste em peça aumenta a velocidade da água
metálica adaptada na extremidade da porque seu orifício é de diâmetro
mangueira, destinada a dar forma, menor que o da mangueira,
direção e controle ao jato, podendo permitindo, desta forma, o jato
ser do tipo regulável ou não. Os mais compacto (pleno). O esguicho
utilizados nos edifícios são o regulável passa de jato compacto a
esguicho agulheta (13, 16, 19 ou 25 neblina de alta velocidade pelo
mm) e o esguicho regulável (DN simples giro do bocal. Esse esguicho
40/65 mm). Podemos encontrar os produz jato ou cone de neblina, de
esguichos lançadores de espuma, ângulo variável
utilizados para proteção de tanques de abertura, em razão da existência
de combustíveis ou inflamáveis, de um disco no interior do tubo de
também conforme essas saída; o ângulo máximo de abertura
especificações. chega a 180 graus.
12
Fig. 10 – Esguichos (esguicho tipo regulável e agulheta)
Fig. 11 - Mangueiras
13
encimado por um pequeno ressalto retangular.
14
Para determinação da vazão e o emprego nos serviços de
pressão da bomba de incêndio e o bombeiros, especialmente no
volume da reserva de água para combate a incêndios. A finalidade dos
combate a incêndio do sistema de hidrantes nos edifícios – sejam
hidrantes, é preciso considerar a residenciais, comerciais ou industriais
natureza da ocupação da edificação e – é permitir o início do combate aos
o risco. Antes de iniciar o cálculo incêndios pelos próprios usuários dos
hidráulico, entretanto, é importante edifícios, mesmo antes da presença
verificar qual a Norma Técnica ou do Corpo de Bombeiros, além de
Legislação que se deseja atender. facilitar os serviços destes quanto ao
recalque de água, especialmente em
Por exemplo: pode-se levar em conta construções elevadas.
a legislação federal – NBR
13714/2000, a estadual – Decreto Quando os projetos de proteção
46.076/2001/SP, ou a municipal – contra incêndios envolverem a
Código de Obras do Município, presença de sistemas de hidrantes
Especificações do Seguro ou outras, prediais, estes deverão ser
como as do Ministério do Trabalho ou dimensionados de acordo com as
normas internacionais. Caso seja Normas Técnicas Brasileiras e
necessário o atendimento de diversas demais Legislações referentes ao
Normas Técnicas ou Legislações, assunto (federal, estadual, de
recomenda-se adotar os parâmetros seguros, etc.). Além disso, para o
mais rígidos. correto dimensionamento do sistema
será necessário conhecimento de
Com base na Norma Técnica ou alguns conceitos fundamentais de
Legislação adotada teremos os hidráulica e fórmulas específicas.
valores de referência para iniciarmos
o cálculo – pressão e vazão dos A seqüência para dimensionamento
hidrantes mais desfavoráveis, do sistema será detalhada por etapas
quantidade de hidrantes a serem (exemplo), porém, podendo algumas
calculados, tempo mínimo de etapas ser eliminadas, acrescentadas
funcionamento da bomba de incêndio ou trocadas, de acordo com a
para atender o sistema, volume metodologia de cada projetista.
mínimo da reserva de incêndio, tipos
de esguichos, diâmetro dos
esguichos, diâmetro das mangueiras 4.2.1 ETAPAS DE
ou comprimento máximo de DIMENSIONAMENTO
mangueiras.
N. 1 — ESCOLHA DA LEGISLAÇÃO
OU NORMA TÉCNICA A SER
4.2 Roteiro e fórmulas básicas
ADOTADA PARA DIMENSIONAMENTO
para o dimensionamento do DO SISTEMA
sistema de hidrantes prediais
Definidos os parâmetros técnicos para
Os hidrantes prediais são dispositivos elaboração do projeto, estes deverão ser
existentes em redes hidráulicas que atendidos em todos os aspectos.
possibilitam a captação de água para Exemplo: IT 22/04 (Sistema de hidrantes
15
e de mangotinhos para combate a
incêndio) do Decreto Estadual no Esta definição ocorrerá de acordo com
46.076/01 — Estado de São Paulo — as características da edificação ou área
adotado com parâmetro para de risco (tabela n. 03 — IT 22/04), onde
dimensionamento do exercício exemplo. se verificará o tipo de sistema a ser
previsto (tipo 1 ao 5) e volume da
N. 2 — ELABORAÇÃO DO reserva de água para combate a
ISOMÉTRICO DO SISTEMA DE incêndio (de acordo com a área
HIDRANTES construída). Verificado o tipo de sistema
a ser instalado, através de tabela, é
As posições mais adequadas para definido na sequência (tabela n. 02 — IT
instalação dos hidrantes (colunas e/ou 22/04) o tipo de esguicho dos hidrantes
caixas) deverão ser de acordo com os (Ex.: regulável — 25 mm, 32 mm, 38 mm
projetos de arquitetura e estruturais da ou 63 mm ou agulheta — 13, 16, 19 ou
edificação, atendendo a especificação 25 mm), número de expedições dos
adotada (Ex.: IT 22/04 — vide figura 1A). hidrantes e comprimento/diâmetro das
mangueiras, inclusive, a vazão no
N. 3 — INDICAÇÃO DO HIDRANTE hidrante mais desfavorável.
MAIS DESFAVORÁVEL, NUMERAÇÃO
DOS DEMAIS HIDRANTES E DADOS ADOTADOS PARA O
INDICAÇÃO DOS PONTOS DE EXERCÍCIO EXEMPLO
CÁLCULO
Ocupação: Residencial (A-2)
Deverá ser indicado no isométrico, para Área construída: 1.200 m2
facilitar o desenvolvimento do Dados descritos na IT 22/04 — tabela n.
dimensionamento, o hidrante mais 02 e 03 (vide abaixo)
desfavorável (pressão residual ou Tipo de sistema de proteção por
dinâmica — baixa em relação aos hidrante: Tipo 2 (adotado)
demais) do sistema (H1), numeração dos Volume da reserva de incêndio: 8 m3
demais hidrantes (H2; H3), a expedição Mangueiras de incêndio: diâmetro
da bomba de incêndio (EB), introdução nominal de 40 mm/diâmetro interno 38
da bomba de incêndio (IB), reserva de mm — comprimento 30 m
incêndio (RI) e os pontos de equilíbrio de Esguicho: jato compacto — diâmetro do
cálculo (PA) — vide figura 1A. bocal 13 mm (todos os hidrantes)
Vazão mínima no hidrante mais
N. 4 — DEFINIÇÃO DA VAZÃO MÍNIMA desfavorável: 130 I/min
NO HIDRANTE MAIS DESFAVORÁVEL Número de expedições: simples
16
17
N. 5 — CÁLCULO DA PRESSÃO NO
HIDRANTE MAIS DESFAVORÁVEL
18
N. 6 — INDICAR O TRECHO DE Onde:
CÁLCULO NA TABELA DE CT = comprimento total da mangueira (m)
DIMENSIONAMENTO JTOTAL = perda de carga total (mca)
JUNITÁRIO = perda de carga unitária na
Indicar, por exemplo: H1-PA
mangueira (mca/m) – fórmula de Hazen-
H1 = hidrante mais desfavorável
PA = ponto de equilíbrio de cálculo — Williams
vazão e pressão de H1 e H2 Q = vazão (l/min)
C = coeficiente de Hazen-Williams
(adimensional) — 140 (vide tabela 1
N. 7 — CÁLCULO DE PERDA DE abaixo)
CARGA NA MANGUEIRA DE d = diâmetro interno da mangueira (mm)
HIDRANTE (H1) Temos, portanto, para o exercício
exemplo:
Valores adotados:
Comprimento: 30 m
Diâmetro nominal: 40 mm
Diâmetro interno: 38 mm
Vazão: 130 I/min
Obs.: lançar valores na tabela de
dimensionamento (vide figura 2A). Para
o cálculo da perda de carga na
mangueira (J unitário) e a perda de carga
total (J total) adotam-se as fórmulas
indicadas a seguir:
19
N. 8 — CÁLCULO DA PERDA DE
CARGA TOTAL NA TUBULAÇÃO —
TRECHO H1-PA
JUNITÁRIO DA TUBULAÇÃO
20
JTOTAL DA TUBULAÇÃO
21
N. 9 — INDICAÇÃO DOS VALORES
DAS ELEVAÇÕES — TRECHO H1-PA
22
JTOTAL DA TUBULAÇÃO
23
N. 17 — VERIFICAÇÃO DA figura n. 01) o cálculo da perda de carga
DIFERENÇA MODULAR ENTRE AS unitária (J unitário) e a perda de carga
PRESSÕES NO PONTO (PA) total (J total) será efetuado adotando-se
as fórmulas indicadas na etapa 08.
A diferença modular máxima deverá ser Temos, portanto, para o exercício
de 0,5 mca. exemplo:
Comprimento real da tubulação no trecho
PA-EB: 61,10 m
Comprimento equivalente no trecho PA-
EB — trata-se de comprimentos
equivalentes a perdas localizadas, em
metros de canalização retilínea —
valores em tabelas hidráulicas:
Registro de globo aberto = 21,0 m
Válvula de retenção tipo leve = 05,2 m
N. 18 — INDICAR O TRECHO DE
Cotovelo de 90o raio curto (2) = 04,0 m
CÁLCULO NA TABELA DE
TEE de saída bilateral = 04,3 m
DIMENSIONAMENTO
TEE de passagem direta = 01,3 m
Total = 35,8 m
Trecho de cálculo será do ponto (PA) à
Diâmetro nominal da tubulação: 65 mm
expedição da bomba de incêndio (EB).
Diâmetro interno da tubulação: 63 mm
lndicar: PA-EB.
Fator “C” de Hazen-Williams (tabela n.
01 — IT 22/04): 120 — adimensional
N. 19 — ESTABELECER A PRESSÃO
JUNITÁRIO DA TUBULAÇÃO
RESIDUAL DE EQUILÍBRIO NO
PONTO (PA)
24
sentido oposto à força da gravidade. E N. 27 — DIÂMETRO DA TUBULAÇÃO
negativo (-) quando o fluxo de água DE SUCÇÃO DO SISTEMA DE
estiver no sentido da força da gravidade. HIDRANTES
A somatória das elevações no trecho
PA-EB deverá ser indicada na tabela de No caso do exercício exemplo (vide
dimensionamento. figura n. 01), o diâmetro nominal da
Valor total de elevação (exercício tubulação de sucção é de 80 mm —
exemplo): - 0,10 mca diâmetro interno 75 mm. Lançar na
tabela de dimensionamento (vide figura
N. 23 — CÁLCULO DA PRESSÃO 2A).
TOTAL NO PONTO (EB) — TRECHO
PA-EB N. 28 — CÁLCULO DA PERDA DE
CARGA TOTAL NA TUBULAÇÃO —
A pressão total no ponto (EB) será: TRECHO RI-IB
25
N. 31. CÁLCULO DA POTÊNCIA DA
BOMBA DE INCÊNDIO
Onde:
Obs.: lançar dados na tabela de P = potência em CV (cavalos-vapor)
dimensionamento (vide figura 2A). AMT = altura manométrica total em mca
Q = vazão em m3/s
N. 29 — INDICAÇÃO DOS VALORES N = rendimento do motor — 75% mais
DAS ELEVAÇÕES — TRECHO RI-IB utilizado
No exercício exemplo, temos:
O valor da elevação (mca) será positivo
(+) quando o fluxo de água estiver no
sentido oposto à força da gravidade. E
negativo (-) quando o fluxo de água
estiver no sentido da força da gravidade.
A somatória das elevações no trecho RI-
IB deverá ser indicada na tabela de
dimensionamento.
Valor total de elevação (exercício
exemplo): + 0,30 mca
26
D é o diâmetro da tubulação, em m
V é a velocidade da água, em m/s Velocidade da água — trecho H2-PA
Q é a vazão de água, em m3/s
A é a área interna da tubulação, em m2
= 3,1415 (adimensional) (PI)
No exercício exemplo, temos:
27
Figura 1A - Isométrico exercício exemplo
28
5 Conclusão PEREIRA, ADERSON GUIMARÃES.
Sistema de hidrantes prediais para
Ao final deste trabalho verifica-se que combate a incêndios. São Paulo:
é de fundamental importância a Book Mix, 2004.
disciplina de hidráulica, a qual
oferece recursos técnicos PEREIRA, ADERSON GUIMARÃES.
necessários para elaboração de Segurança contra incêndios. São
projetos, gerenciamento e Paulo: LTR, 2009.
manutenção de sistema de hidrantes
prediais. PEREIRA, ADERSON GUIMARÃES;
POPOVIC, RAPHAEL RODRIGUEZ.
Os conhecimentos e os instrumentos Tecnologia em Segurança contra
de tratamento inclusos na disciplina incêndio: LTR, 2007.
podem ser determinantes na
formação e desenvolvimento SÃO PAULO (ESTADO).
profissional dos futuros técnicos, bem Constituição do Estado de São Paulo,
como para o perfeito funcionamento 5 de Outubro de 1989. São Paulo:
sistemas de proteção, o que irá Diário Oficial (Estado), n. 135, 6 de
minimizar possíveis perdas no caso Outubro de 1989.
de incêndios.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria
Referências Bibliográficas dos Negócios da Segurança Pública.
Polícia Militar. Corpo de Bombeiros.
ABNT. Associação Brasileira de Manual de Fundamentos. São Paulo:
Normas Técnicas. NBR 13860/97: Corpo de Bombeiros, 1996.
Glossário de termos relacionados
com a segurança contra incêndio. Rio SÃO PAULO (ESTADO). Decreto no
de Janeiro, 1997. 46.076, de 31 de Agosto de 2001.
Institui o Regulamento de Segurança
ABNT. Associação Brasileira de contra Incêndio das edificações e
Normas Técnicas. NBR 11861/98: áreas de risco para os fins da Lei n.
Mangueira de incêndio – requisitos e 684, de 30 de setembro de 1975 e
métodos de ensaio. Brasília, 1998. estabelece outras providências.
29
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria
dos Negócios da Segurança Pública. dos Negócios da Segurança Pública.
Polícia Militar. Corpo de Bombeiros. Polícia Militar. Corpo de Bombeiros.
Instrução Técnica no 2/2004: Instrução Técnica no 22/2004:
conceitos básicos de segurança sistema de hidrantes e mangotinhos
contra incêndios. In: Regulamento de para combate a incêndio. In:
segurança contra incêndio das Regulamento de segurança contra
edificações e áreas de risco: Decreto incêndio das edificações e áreas de
Estadual no 46.076/01. São Paulo: risco: Decreto Estadual no 46.076/01.
Corpo de Bombeiros, 2005b. p. 100- São Paulo: Corpo de Bombeiros,
101. 2005c. p. 486-507.
30
Cobertura Conceitual como Mecanismo de
Representação de Conceitos de Matemática em uma
Matriz Curricular de um Curso de Engenharia da
Computação
Ricardo Shitsuka1,2, Ismar Frango Silveira2, Gustavo Salgado1
Dorlivete Moreira Shitsuka2
1
Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI
Itajubá – MG – Brasil
2
Programa de Mestrado e Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática
Universidade Cruzeiro do Sul
São Paulo – SP – Brasil
rshitsuka@uol.com.br, ismarfrango@gmail.com
31
Palavras-chave: Teaching of Mathematics; Teaching of Engineering;
Meaningful Learning; Curriculum; Conceps Coverture; Concept Maps.
1. Introdução computação, Conclusão e
Referências.
32
As teorias surgem na tentativa de
A motivação é um processo interno explicar fenômenos ou
às pessoas, isto é, que ocorre no acontecimentos e este é o caso das
interior da mente, ao passo que teorias da aprendizagem com relação
externamente, podem-se criar à forma como as pessoas assimilam
incentivos, para que ocorra o novos conhecimentos.
processo interno de motivação. O
estudo da motivação iniciou-se com Na aprendizagem significativa, o
Freud, em 1922, que considerava aprendiz já possuía alguma estrutura
como sendo um princípio capital de mental interna denominada de
motivação, “a busca do prazer, a “subsunçor”, a respeito do assunto e
satisfação do libido” (FREUD apud esta estrutura servia para “ancorar”
CAMPOS, 1986, p.92). ou fixar os aprendizados novos, que
passavam a ter significado, pois uma
Outro termo utilizado no presente nova informação modificava o
estudo, refere-se à palavra “conceito” substrato existente na mente do
que no sentido de aprendizagem é aprendiz. (AUSUBEL, NOVAK e
apresentada por Novak (2000) como HANESIAN, 1980, p. 20).
sendo uma regularidade, que
apresenta rótulo, é representacional e Na Figura 1, pode-se observar a
serve para designar objetos e região do canto superior esquerdo na
situações, sendo relacionáveis com qual se encontra a clarificação das
outros conceitos por meio de relações entre conceitos. Esta é a
significados. região na qual ocorre o trabalho de
organização dos currículos dos
cursos de engenharia.
33
Na Figura 1 pode-se observar que as esperança de, desta forma, gerar a
setas indicam que o trabalho com motivação interna no aluno, que fará
mapas conceituais aplicados às com que os mesmos adotem ações
disciplinas de matemática no sentido de irem de encontro ao
possibilitam a clarificação de aprendizado.
conceitos levando a um tipo de
aprendizagem significativa ou seja, Há também a questão da
favorecendo a ocorrência de uma produtividade na criação de um mapa
aprendizagem duradoura e que seja conceitual ou de um mapa mental, na
útil à sociedade, a qual pode ser qual produção em grupo geralmente
obtida pelo trabalho com o estudo conduz a uma produtividade melhor,
dos conceitos de matemática da talvez evocando a máxima popular,
matriz curricular de um curso de que reza que “duas cabeças pensam
Engenharia da Computação por meio melhor que uma.” Neste sentido a
de mapa conceitual. interação, pode ser positiva.
34
Figura 2 - Zona de Desenvolvimento Proximal de Vigotsky.
(Adaptado de Wellings, 2003, p.9.).
sub-conceitos, bem como suas
relações. Estas são apresentadas por
Quando o professor realiza um
meio de retas que possuem nomes
trabalho que permita juntar o
de ligação.
conhecimento vindo do meio
acadêmico, com o conhecimento
Mapas conceituais permitem
vindo da prática, fazendo uma
conhecer a extensão do
“amarração” entre os mesmos na
conhecimento possuído pelo
região da ZDP, ocorre o aprendizado
elaborador do mesmo, ou seja, o
significativo.
domínio dos conceitos.
35
conhecimento contido nas Matrizes e Sistemas de Equações
organizações por meio de normas, Lineares.
processos, organogramas etc. Já
conhecimento interno possui Quadro 2 – Disciplinas de matemática do
conceitos, significados, relações e segundo período.
contextos. Quanto maior a Disciplina CH
quantidade destes, maior também a Matemática II 128h
relação daquele, numa relação
matemática, diretamente Ementa respectiva:
proporcional. Integral. Integração numérica.
Funções integráveis. Integrais
impróprias, seqüências e séries.
3.1 Representação de disciplinas Aproximação de funções. Funções de
de matemática da matriz curricular uma Variável Real a Valores em Rn.
de um curso de Engenharia da Sistemas de coordenadas cilíndricas
Computação e esféricas. Funções de Várias
Variáveis Reais a Valores Vetoriais.
Na Universidade Federal de Itajubá2, Integrais de Linha. Integrais de
campus de Itabira, são aplicadas a Superfície. Teorema de Stokes.
matriz curricular e ementas Teorema de Gauss.
apresentadas nas linhas seguintes,
como ilustram o Quadro 1 para o Quadro 3 – Disciplinas de matemática do
terceiro período.
primeiro semestre, o Quadro 2, para
o segundo semestre, o Quadro 3 para Disciplina CH
o terceiro semestre e o Quadro 4 Matemática III 64h
para o quarto semestre do curso de Estatística 64h
Engenharia da Computação em
consideração. Ementas respectivas:
Matemática III: Equações
Quadro 1 – Disciplinas de matemática do diferenciais lineares de ordem um:
primeiro período. Métodos Numéricos. Equações
Disciplina CH diferenciais de ordem dois: Métodos
Matemática I 128h Numéricos. Soluções em série para
equações lineares de ordem dois:
Ementa respectiva: Método de Frobenius, Métodos
Funções. Limite e continuidade. Numéricos. Equações diferenciais
Derivada. Derivação numérica. lineares de ordem maior que dois.
Solução numérica de raízes de Estatística: Noções básicas de
equações. Funções de várias probabilidade. Variáveis aleatórias.
variáveis reais a valores reais. Distribuições de probabilidade.
Métodos Numéricos de Regressão. Teoremas-limite. Introdução à
Vetores, Retas e Planos, Cônicas e estatística.
Quádricas. Espaços Euclidianos.
2
http://www.unifei.edu.br/files/arquivos/Catalo
gosdecursos/ECO_Itb_Estrutura_Curricular_2010
.pdf, acesso 20/3/2010
36
Equações diferenciais não lineares:
Descrição, exploração e comparação Espaço de fase, Estabilidade,
de dados. Estimativas e tamanhos de Métodos Numéricos. Sistemas de
amostras. Teste de hipóteses. equações diferenciais lineares de
Estatística paramétrica. ordem um: Métodos Numéricos.
Equações diferenciais parciais: Série
Quadro 4 – Disciplinas de matemática do de Fourier, Transformada de Fourier
quarto período. e Laplace, Métodos Numéricos.
Disciplina CH A Figura 3 ilustra o trabalho
Matemática 64h inicial com a transposição da
IV organização curricular das disciplinas
para um mapa conceitual.
Ementa respectiva:
37
Matemática III, as integrais de baixa
ordem e em Matemática IV, integrais Elas trabalham com disciplinas em
de ordem mais elevada. paralelo, no mesmo período, ou então
em disciplinas de anos mais
Notou-se também que o estudo das adiantados do curso mencionado e
matrizes curriculares por meio de que portanto, pode vir a necessitar de
mapas conceituais não eliminava a conceitos já trabalhados em
forma de representação anterior por disciplinas anteriores.
meio de “grades” ou “matrizes”.
Nas matrizes consideradas notou-se
As respectivas ementas, porém que apesar dos números I, II, III e IV
forneciam diferentes formas de se nas matemática, não aparecia a
enxergar a relação e significados dos figura do pré-requisito e deste modo,
conceitos. nos estimulou a prosseguir criando o
mapa conceitual da Figura 4, que
Estas formas possibilitavam a ilustra somente os conceitos de
ocorrência de novos olhares por parte matemática trabalhados no curso de
dos educadores que atuam nestas Engenharia da Computação
áreas de ensino bem como de considerado, mas sem levar em conta
professores de outras disciplinas ou o período e o nome das disciplinas.
outras áreas.
38
4. Considerações finais
Referências
No presente estudo se apresentou o
emprego de mapas conceituais na AUSUBEL, David P; NOVAK, Joseph
representação de conceitos de D; HANESIAN, Helen. Psicologia
matemática num curso de Engenharia educacional. 2ed. Rio de
da Computação. Janeiro: Interamericana, 1980.
39
TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS APLICADAS AO
ENSINO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
Abstract: The work has shown that the application of information technology and
communication teaching fire safety is feasible in the process of teaching and
learning. More important than technology, is the relationship between educators
and teachers, which gives sense and meaning to the statement.
3
Doutorando em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Cruzeiro do Sul; Mestre em
Políticas Sociais - UNICSUL; Pós-Graduado em Gestão da Segurança contra Incêndio e Explosões
(USP); Pós-Graduado em Qualidade Total e Produtividade (Fac. Oswaldo Cruz); Oficial da Polícia
Militar do Estado de São Paulo; Bacharel em Direito (UNIBAN); capguimaraes@yahoo.com.br.
40
Introdução novos processos de aprendizagem
que oferecem possibilidades de
renovar ou mesmo romper com a
Há diversas discussões sobre as práxis do modelo tradicional
potencialidades em torno das da educação.
Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) e suas aplicações
na educação. Objetivo
41
novo rumo na história da tecnologia A informática é vista ora como um
computacional. agente de transtorno, ora como uma
força de esclarecimento.
O impacto da tecnologia
computacional na cultura O advento da tecnologia
contemporânea é normalmente computacional trouxe grandes
percebido de forma paradoxal. expectativas para a maioria das áreas
da atividade humana, e, em alguns
casos, essa expectativa foi
respondida ou até mesmo superada.
42
ímpeto, ou seja, o interesse real da
aplicação das tecnologias da
informação e comunicação (TIC) na
educação, como mecanismo
complementar, substitutivo (EaD -
Educação a Distância) ou integrante
do ensino presencial, formando assim
um verdadeiro e complexo ambiente
de aprendizagem.
43
processo de aprendizagem dos aplicados ao processo de ensino-
discentes. Mesmo com tantos aprendizagem.
benefícios, a informática ou a
utilização do computador não pode Para que a participação do professor
ser utilizada como recurso único. seja efetiva nesse contexto, ele
precisa estar em condições de
Segundo Demo5 (1998) é possível e desenvolver conhecimentos,
viável caminhar na direção de uma principalmente para inserir em sua
informática cada vez mais prática pedagógica softwares que
reconstrutiva, que sugere a simples facilitem e auxiliem o aprendizado de
transmissão de informação e seus alunos.
conhecimento.
No entanto, para que esta prática se
Porém, a parte educativa da reestruture e sejam incorporadas
informática não provém propriamente novas metodologias de ensino, os
dela mesma, mas sim do educador professores devem primeiramente
engajado no processo de aperfeiçoar-se.
aprendizagem do aluno (o facilitador).
Diversos modelos pedagógicos
Não cabe atribuir a um meio apregoam que o processo de ensino
eletrônico uma propriedade que é deve, extensivamente, possibilitar a
tipicamente humana. Assim, a criação concreta de experiências e
informática é um insumo cada vez desenvolver canais para refletir sobre
mais imprescindível no ensino, não elas, definindo teorias, praticando,
como fim, mas como meio. experimentando e integrando
conceitos.
44
modalidade de ensino presencial, Tomo13, Nº2; p.125-133. West
quanto virtual. Lafayette, 2002
Referências Bibliográficas
45
DESIGN INSTRUCIONAL: um estudo de caso de objetos
de aprendizagem de matemática
Dorlivete Moreira Shitsuka
Mestranda no PPG da Universidade Cruzeiro do Sul.
Especialista em Informática em Educação
dorlivete@uol.com.br
Marcos Alexandruk
Especialista em Banco de Dados
Coordenador de cursos de TI na UNINOVE
malexdruk@gmail.com
Resumo
O computador é subutilizado em muitas escolas brasileiras, devido a falta de
preparo dos professores para uso dos softwares, e acrescente-se a este fato, a
falta de softwares educacionais voltados para o processo ensino-aprendizagem e
que trabalhe com o ensino de matemática dos conteúdos curriculares para o nível
considerado. No presente estudo se apresentou alguns cuidados necessários para
construção de objetos úteis ao processo educacional de matemática na educação
básica. Os objetos precisam ser criados dentro de critérios de desenvolvimento,
com atratividade, usabilidade e qualidade, critérios educacionais com objetivos
pedagógicos e condições que facilitem a localização e recuperação dos mesmos
com facilidade.
Abstract:
Computer is under utilized in many braziliam schools due to lack of prepare of
teachers for the use of softwares, and in addition to this fact there are the lack of
educational software oriented to teaching learning process and that work with
teaching of mathematical contents to the considered level. In the actual study it
was presented some care that are necessary to educacional process of
mathematics in brazilian “educação básica” or high school. Objects need to be
created obeying some criteria of development that consider: atractivity, usability,
quality, and educacional criteria with the pedagogical objectives and conditions that
facilitate localization and recovery of them easely.
46
INTRODUÇÃO
47
aprendizagem colaborativa. Objetos Figura 1 – Teoria de aprendizagem de
de aprendizagem incluem conteúdos Ausubel (1980).
de aplicações multimídia, conteúdos Para que o aluno aprenda de modo
instrucionais, objetivos de significativo, segundo o Ausubel
aprendizagem, ferramentas de (1980), é necessário que existam
software e software instrucional, algumas condições, pois esta
pessoas, organizações ou eventos aprendizagem:
referenciados durante o processo de
Ocorre quando a tarefa de
suporte da tecnologia ao ensino e aprendizagem implica relacionar de
aprendizagem. (IEEE-LTSC forma não arbitrária e substantiva
P1484.12., 2002). (não literal) uma nova informação a
outras com as quais o aluno já esteja
A IMPORTÂNCIA DOS OA NA familiarizado e quando o aluno adota
uma estratégia correspondente para
APRENDIZAGEM assim proceder.
48
experiências, com diferentes números racionais e álgebra (6ª
parâmetros, pelos alunos. série), gráficos, equações, números
EMPREGO DO AO NO ENSINO DE racionais, expressões algébricas (7ª
MATEMÁTICA série) e números reais (8ª série).
Segundo a teoria da Aprendizagem
O emprego de OA de matemática Significativa (AS) de Ausubel, estes
ocorrerá preferencialmente na época conhecimentos que já existem na
em que se estão trabalhando os estrutura cognitiva do aluno se
conceitos matemática. denominam subsunsores. Os
mesmos vão ancorar o novo
O professor pode adotar como conhecimento, que no caso do OA
referência, a época de ensino dos “Enchendo a garrafa” é a função de
tópicos abordados pelos objetos de 1º grau (afim e linear, inversa,
modo sincronizado com seu domínio, imagem e coeficiente
planejamento de trabalho de angular).
conteúdos em obediência aos
Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) para as séries consideradas. O PROCESSO DE
No caso do Estado de São Paulo, DESENVOLVIMENTO DO OA
utilizam-se as Propostas Curriculares
para a Educação Básica no Estado Um OA é um software, que pode
de São Paulo. seguir os critérios de projetos de
software. Em particular, para a
O uso desses parâmetros torna-se construção de software educacional,
uma fonte de referência importante existe o Design Instrucional (DI) que
para construção de objetos conforme segundo FILATRO (2008, p.3):
os conceitos apresentados nos
mesmos. Segue-se uma base ...é um processo (atividades) que
racional para desenvolvimento e identifica um problema (ou
necessidade) de aprendizagem e
aplicação dos OA junto aos alunos de desenha, implementa e avalia uma
uma determinada turma. solução para esse problema.
49
definido do andamento do projeto aspectos de diversas áreas de
bem como a previsibilidade conhecimento: Educação, Análise de
necessária para as partes envolvidas sistemas, Programação, DI,
no projeto. As etapas são: Webdesign, Psicologia, Profissionais
da área na qual o objeto vai atuar
1) Análise – nela se busca entender o (p.ex, professores de matemática,
problema educacional e fazer um caso seja um objeto de matemática).
projeto para a solução. O processo
de análise envolve as etapas: É interessante notar a equipe de
identificar o problema de desenvolvimento tem que trabalhar
aprendizagem, identificar os fatores com alunos e professores em
contextuais de orientação, listar os diversos momentos, cujos principais
dados que devem ser coletados, estão no início do desenvolvimento
selecionar métodos mais adequados, do AO, considerando-se as
localizar, construir ou modificar necessidades educacionais e seu
ferramentas e técnicas para a análise ambiente e contexto social. Na etapa
contextual do projeto. final, é preciso fazer a validação:
realizar novas consultas e
2) Design – aqui se faz o intervenções, por meio da validação
planejamento e o design da parte do objeto por professores e alunos.
didática, com a descrição e O OA “Enchendo a garrafa” seguiu
seqüenciamento dos conteúdos a todas as fases do modelo ADDIE,
serem trabalhados, definem-se Fig.2 ilustra a navegabilidade do OA
estratégias e atividades de “Enchendo a garrafa”.
aprendizagem para se alcançar os
objetivos, faz-se a seleção de mídias
e ferramentas apropriadas e a
descrição dos materiais que deverão
ser produzidos.
3) Desenvolvimento - compreende a
produção e adaptação de recursos e
materiais didáticos, a parametrização
de ambientes virtuais e a preparação
dos suportes pedagógico, tecnológico
e administrativo.
4) Implementação - constitui a
situação didática propriamente dita.
5) Avaliação - aqui são avaliados a
solução educacional e os resultados
de aprendizados. (FILATRO, 2008, Figura 2 – Navegabilidade do OA
p.28, 29, 30, 31 e 37). “Enchendo a garrafa”.
50
para outra dentro de um mesmo
assunto (visita guiada), ou indo de um
assunto para outro pelas linhas DISCUSSÃO
verticais (indexação).
Pela aplicação do OA, obtêm-se as
Na Fig. 3, pode-se observar uma das vantagens seguintes: o mesmo pode
imagens do storyboard. No lado ser projetado para incluir simulações
esquerdo, observa-se um “tonel” ou e interações que podem ser repetidas
recipiente, no qual serão enchidos tantas vezes quantas o usuário
vários litros de água. Na linha inferior, desejar e a baixo custo, e mesmo à
observam-se os frascos. distância.
51
aprendizagem significativa, mesmo conhecer os subsunçores possuídos
que, alguns professores, e muitos pelos alunos pode ser pela
alunos não saibam que estão construção de mapas conceituais
seguindo as mesmas. Embora a pelos mesmos. Este trabalho pode
aprendizagem mecânica seja ser facilitado pelo fato de muitos dos
indesejável, ainda faz parte do OA estarem guardados em
processo educacional na Educação repositórios de objetos de internet,
Básica. como é o caso dos nacionais: RIVED
e LabVirt e no caso internacional:
Em geral, os professores não WinsCosin e Melot (LEITE, 2007).
trabalham sempre a aprendizagem Estes permitem o uso dos OAs em
por descoberta, pois esta funciona grande escala, porém não têm a
com o fracionamento de um conteúdo preocupação em verificar que
a ser trabalhado, e o oferecimento do subsunçores os alunos já possuem.
mesmo por partes, para que o aluno
vá descobrindo as mesmas e vá Também se observou que o trabalho
solicitando mais partes, à medida que com DI de OA ajuda a organizar as
evolui neste processo de etapas de produção, eliminando o
aprendizagem. Este tipo de trabalho artesanal, e vai de encontro
aprendizagem é lento, demanda tanto à questão educacional quanto
tempo e nem sempre é usado de de fabricação, divisão do trabalho e
forma plena. obtenção de um “produto” de melhor
qualidade.
Uma questão que surge com
freqüência, quando se tenta trabalhar Este Design torna-se um dos
objetos com a teoria da AS é: como trabalhos mais importantes e
se pode descobrir que conceitos os necessários no desenvolvimento de
estudantes já possuem? seus um AO, pois é nele que se definem
subsunçores, para determinado as ações pedagógicas e as atividades
assunto? A resposta a esta questão é de interação. (FILATRO, 2007, p.69).
complexa, pois caso se utilize
entrevistas, as mesmas podem Para que ocorra o sentido exposto
revelar alguma coisa e até ser bem anteriormente, do uso dos resultados
sucedida, porém é preciso que não da avaliação para se melhorar o
se induza o aluno a responder coisas objeto, é preciso que se
que queremos que responda. disponibilizem questionários, que
podem ser online, atribuindo
Por seu turno, um questionário pode pontuações para as características de
não apresentar os conceitos facilidade de uso, atratividade,
possuídos pelo aluno, nem as facilidade de entendimento e grau de
relações entre os conceitos que entendimento do aspecto de ensino-
seriam os significados, principalmente aprendizagem para o qual o objeto foi
no caso de questionários fechados, criado.
de alternativas de múltipla escolha
que já possuem as respostas e não Também com o desenvolvimento e
dão margem a respostas diferentes. evolução da tecnologia em geral: com
Uma forma interessante de se novos computadores, novas
52
linguagens de programação, novas
mídias e da internet, há a CONCLUSÃO
possibilidade do surgimento de novos
objetos com mais interação com os No presente estudo se apresentou
estudantes. alguns cuidados necessários para
construção de objetos de
O desenvolvimento da Realidade aprendizagem úteis ao processo
Virtual (RV) com o Second Life e ensino-aprendizagem de matemática
seus desdobramentos tornam na educação básica.
possível a criação de objetos com
características cada vez melhores e Dentre diversos softwares utilizáveis
atrativas aos alunos e educadores. no processo educacional de
matemática para a Educação Básica,
Observou-se que a fabricação de OA optou-se pelo desenvolvimento e uso
torna-se cada vez mais complexa na de OAs pelo fato deles poderem
medida em que são necessários os interagir com o aluno, por meio de
estudos de vários fatores simulação de ambientes e os
principalmente os educacionais e mesmos poderem ser distribuídos
para se dar conta desta facilmente pela Internet, além do fato
complexidade, uma das formas é pela de poderem ser reutilizados.
divisão do trabalho.
OA precisam ser criados dentro de
Com o desenvolvimento de mais critérios de desenvolvimento, com
objetos e melhores para o uso em atratividade, usabilidade e qualidade,
processos educacionais, os critérios educacionais com objetivos
professores que utilizam informática e pedagógicos e condições que
os laboratórios e computadores nas facilitem a localização e recuperação
escolas também poderão ser dos mesmos com facilidade.
utilizados de modo mais orientado, no
sentido de se evitar o uso indesejável O envolvimento de alunos e
dos computadores e dos laboratórios professores em todas as etapas
de informática das escolas de desde a concepção,
Educação Básica, minimizando, ou desenvolvimento, aplicação e
até mesmo, acabando com esta avaliações dos objetos, fornecerá
ameaça. subsídios para se construir e utilizar
objetos de aprendizagem de forma
melhorada na Educação Básica.
53
FILATRO, Andréa. Design
instrucional: na prática. São Paulo:
REFERÊNCIAS Pearson Education do Brasil, 2008.
54
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55
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56
OS CURSOS DE ENGENHARIA DA MOBILIDADE
BRASILEIROS
André Luis Riqueira Brandão
Ricardo Shitsuka
Resumo
Os cursos de Engenharia da Mobilidade no Brasil são relativamente recentes. Este
curso é voltado para questões de transportes, logística e mecânica veicular. O
objetivo do presente estudo é comparar dois cursos de Engenharia da Mobilidade
brasileiros. Realizou-se uma pesquisa qualittiva, do tipo estudo de caso, em
websites de universidades federais que possuem tal curso. Observou-se que os
cursos de Engenharia da Mobilidade possuem uma entrada e várias habilitações
onde o aluno escolhe uma delas e segue sua formação.
Abstract
Courses in Engineering Mobility in Brazil are relatively recent. This course is
intended for matters of transportation, logistics and vehicle mechanics. The aim of
this study is to compare two courses of Engineering for Mobility Brazilians. We
carried out a search qualittiva, the case study on the websites of federal
universities that have such a course. It was noted that the School of Engineering
have an entry for Mobility and various skills which the student chooses one of them
and follow their studies.
57
Introdução na determinação da quantidade de
terra que está disponível para
desenvolvimento a diferentes níveis
Cada vez mais o mundo é governado de acessibilidade.
pelos transportes.
Devido às necessidades relacionadas
O Brasil é um país de dimensões com o transporte, surgiram os
continentais com milhares de primeiros cursos de Engenharia da
quilômetros separando o extremo Mobilidade no Brasil.
norte e o sul, o leste e o oeste. Lima
considerava que: O objetivo do presente estudo e
apresentar e comparar dois cursos de
O grande problema da matriz de Engenharia da Mobilidade criados
transporte do Brasil é que devido à recentemente em nosso país.
falta de infra-estrutura adequada, nem
sempre utilizamos o modal mais
adequado ao tipo de carga
transportado. Assim, em diversos Os cursos de Engenharia da
mercados o embarcador diante da falta Mobilidade
de disponibilidade de outros modais,
acaba obrigado a utilizar o rodoviário,
que apesar dos baixos valores de frete
O primeiro curso de Engenharia da
praticados, não teria como competir Mobilidade brasileiro foi criado na
com uma ferrovia ou hidrovia, Universidade Federal de Santa
principalmente nas longas Catarina. Neste curso, a primeira
distâncias (LIMA, 2009, p.13). turma se iniciou em meados de 2009.
O curso está voltado para a formação
Além das dimensões há também a de pessoas com foco no
globalização dos mercados mundiais desenvolvimento de sistemas
que está fazendo com que haja mais técnicos nos campo veicular
transporte entre os continentes do (automobilístico, metroviário,
que em qualquer época anterior da ferroviário, marítimo, fluvial, aéreo e
história da humanadade. espacial) e no estudo de cenários e
projetos para resolver problemas de
Neste contexto, as questões infra-estrutura, projeto, operação e
relacionadas com o planejamento e manutenção de sistemas de
uso eficientes de serviços de transporte e questões relativa a
transportes, bem como do uso do intermodalidade.
solo e da geração de
desenvolvimento econômico e social Outro curso é o da Universidade
no país são discutidas em diferentes Federal de Itajbubá / Campus Itabira,
segmentos da sociedade. Para Mello que iniciou sua primeira turma no
(1975), o uso de uma abordagem início de 2010. Neste curso, existe
sistêmica e de incentivo do uso dos uma entrada e a possibilidade da
transportes como um instrumento de escolha por parte do aluno, entre uma
formação estrutural fazem com que das três habilitações possíveis que
as facilidades de transporte possam são infraestrutura de sistemas de
desempenhar um papel de mercado
58
transportes, logística e mecânica Mobilidade da UFSC é a quantidade
veicular. de possibilidades de saídas ou
habilitações em número de sete, fato
Não se observou a existência de que faz com que haja uma
diplomação intermediária. complexidade maior que no caso da
UNIFEI que trabalha com a
possibilidade de três habilitações
Discussões e Considerações diponibilizadas para escolha dos
Finais alunos.
59
contribuições para a sociedade na
qual foram instalados e também para
nosso País.
Referências
60
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
APLICADA À EDUCAÇÃO: um estudo de caso de voltado
para escolha de profissões ligadas à ciência e tecnologia
Dorlivete Moreira Shisuka1
Rabbith Ive Carolina Moreira Shitsuka2
Eduardo Penna Gouvea3
1
Mestre em Ensino de Ciências e Matemática, dorlivete@uol.com.br
2
Mestranda na Universidade Cruzeiro do Sul, rshitsuka@uol.com.br
3
Professor na Faculdade São Paulo e no CEUCLAR, Eduardo@pennagov.net
Resumo:
Nosso país precisa de muita Ciência e Tecnologia para fazer frente às
necessidades de crescimento, geração de empregos e acompanhamento da
evolução científica e tecnológica mundial. Existe desconhecimento dos jovens em
relação à profissões ligadas à C&T. Também a escolha profissional, muitas vezes
é tardia e este é um dos assuntos que causa indefinição e angústia em muitos
jovens. No presente estudo, os autores criaram uma ferramenta orientada ao
processo ensino-aprendizado denominada WebQuest das profissões e aplicaram
a mesma em alunos da 8ª série do ensino básico de um colégio particular
localizado na cidade de São Paulo. Criou-se também, um plano de aula, e foram
realizadas medições antes de se aplicar a WebQuest e após o uso da mesma,
com a finalidade de se tentar avaliar o avanço obtido pelos alunos em relação
melhora da imagem dos profissionais de C&T obtido pelo uso da ferramenta
mencionada.
Abstract:
Our nation needs much of Science and Technology to face necessities of
economic growth, employment generation and following world cientific and
technological evolution. There are a lack of knowledge in young persons in relation
to professions relatedo to Science and Technology. Besides that, profession
choise, sometimes is made lately and it is one of themes that causes anguish and
indefinition em many young peresons. In this stuty, authors, created a tool
oriented to teaching-learning process called WebQuest of professions and applied
this to students of 8ª serie of Fundamental Private School located in São Paulo
city. It was created also, a teaching plan, and there were questions before and
after utilization of WebQuest, with objective of trying to evaluate the image of C&T
professionals obtained by use of mentioned tool.
61
Key-word: technology, science, Professional choice, image of cientist, information
technology and communication.
62
Aparentemente, diversos fatores de carreira, de modo que este fato
contribuíam para que se chegasse a pode ajudá-lo a se tornar um
uma sociedade com menos Ciência e excelente profissional dentro da área
Tecnologia. escolhida.
Neste contexto, há um problema
Por um lado, estamos numa época na relacionado à falta de conhecimento
qual existem novos recursos que do aluno, principalmente aquele que
podem ser utilizados no ensino e no está concluindo o ensino fundamental
ensino básico, e na qual, os alunos e o ensino médio, em relação às
estão cada vez mais exigentes: profissões existentes e em particular,
precisam de professores que saibam das profissões ligadas à C&T, suas
falar sua língua de jovem, mas perspectivas e abrangência da área
também, que maneje bem suas de atuação e há a necessidade e o
matérias, tenha autoridade, saiba desafio em se utilizar o computador e
falar, estabeleça contato e sintonia os softwares educacionais e também
com o aluno, ou seja, que seja um se verificar se os mesmos podem
professor forte (MACEDO, 2009, contribuir para melhorar o processo
p.J3). ensino-aprendizagem.
63
Existe uma dificuldade na escolha últimos lançamentos de CDs de
profissional dos alunos de 8ª. série do músicas.
ensino fundamental. Num estudo
realizado, por Nascimento (UFPE, É interessante a colação das autoras
2007), a pesquisadora constatou para no sentido de que escolher também é
alunos de 8ª série que havia uma perder, ou seja, deixa-se de lado o
grande dificuldade dos alunos e estas que não foi escolhido.
dificuldades mostravam a angústia e
indecisão existentes nos A relevância do problema “Escolha
adolescentes: profissional” é muito grande. Segundo
Nascimento no website Proext da
... houve as seguintes UFPE (2007):
colocações com relação à
dificuldade de escolher uma a escolha de uma profissão vem
profissão: angustiando milhares de jovens que,
todos os anos, são levados a tomar
"O que eu quero ?...Fica uma uma decisão que poderá afetar sua
dúvida." vida, ou pelo menos, boa parte dela.”
"Como vou escolher um
curso se eu nem quero fazer
vestibular?" O jovem, dentro da escola, deve ter a
Essas frases foram obtidas a possibilidade de se confrontar com
partir de uma processo de alguns aspectos da vida profissional
sensibilização realizado com que poderá ou não seguir.
alunos da 8ª série do Ensino
Fundamental no ano de 1998 Leventus et al (1997) afirma que no
para a escolha na vida das trabalho de escolha da profissão, a
pessoas, suas possibilidades sensibilização para momento
e suas dificuldades e já vivenciado pelo jovem dentro do
demonstra uma articulação contexto social mais amplo, tem que
do desejo com a realidade, o ser levado em consideração, neste é
que ressalta um nível de sentido, torna-se necessário saber
maturidade quanto à escolha entre outras coisas:
e a relação com sua vida. No
momento vivido por esses O nível de informação que o
alunos, há um contato maior adolescente tem sobre o
com as angústias que ambiente à sua volta;
envolvem o ato de escolher O contexto sócio político no
sendo feita uma reflexão qual se está inserido;
sobre os ganhos e perdas O autoconhecimento e a
que cada escolha envolve. relação disso com a escolha
da profissão;
Bock et al. (2001) afirmaram que a A influência da família na
escolha de uma profissão é difícil e escolha profissional;
mesmo as autoras comparam a A instituição na qual o aluno
escolha profissional com o ato de está inserido e de que forma
entrar numa loja e procurar pelos
64
esta pode ajudar no viabilizasse. Como afirma Morin
desenvolvimento do aluno. (2002)
65
2.2 Imagem dos alunos em relação malucos, maus, calculistas e
às profissões ligadas à ciência e tenebrosos.
tecnologia no Brasil
Mas houve quem buscasse a visão
Num estudo realizado com das pessoas a respeito dos cientistas.
estudantes do nível médio Kominsky Segundo Castelfranchi, Manzoli e
e Jordan (2002) concluíram que a Canata (2009):
imagem dos cientistas não era boa na
comunidade estudada: A análise tradicionalmente efetuada
por meio de questionários e
Em todas as representações, entrevistas não revela toda a
observa-se um cientista do sexo complexidade e as dimensões da
masculino, solitário e interagindo cultura científica e da representação
somente com seu mundo. Nas social da ciência e tecnologia.
únicas cenas em que se representam Grupos focais anteriores e
outras pessoas, elas são vistas como complementares à pesquisa
objetos: tanto o homem como cobaia, quantitativa podem revelar dados
como a mulher na foto de parede. importantes que não apareceriam
nos questionários, que são rígidos
sob o ponto de vista lingüístico e
Num estudo realizado por Souza et projetados a partir das idéias e
al. (2006), as autoras concluiram que hipóteses dos pesquisadores. A
haviam distorções na imagem dos percepção das crianças, como
cientistas e do trabalho com Ciência: também de outros “públicos”
específicos (profissionais, cientistas
etc.) pode representar estudos de
As análises efetuadas sobre as caso interessante e mostrar alguns
respostas dos estudantes permitiram aspectos profundos, semi-invisíveis,
concluir que no bojo de seu discurso da cultura científica e do papel que
a respeito do que é Ciência, cientista essa tem na sociedade.
e Método Científico há uma grande
distorção destes conceitos. Percebe-
se que a maioria dos estudantes
A visão do cientista, da ciência e da
realmente crê que Ciência é uma tecnologia, no entanto, pode variar de
atividade para poucos privilegiados, época para época e, é importante,
estando relacionada prioritariamente que os educadores, e a própria
com o estudo da Natureza. sociedade valorizem a imagem
daquele que vai trabalhar no
Existem na sociedade, várias visões entendimento dos problemas e na
a respeito de ciência e dos cientistas, formulação da busca de soluções
variando desde o sentimento de para os problemas da sociedade.
bruxaria, passando pelos cientistas
malucos, os que têm que possuir Souza et al (2006) recomendavam
muito conhecimento de matemática, e que houvesse uma intervenção
chegando até os poucos casos de profícua: “uma profícua intervenção
heróis, que normalmente, não são capaz de promover uma ampla
apresentados pelo cinema. resignificação dos conceitos
instalados nos estudantes e,
Frayling (2006) confirmava a visão motivando-os até mesmo a seguirem
apresentada pelo cinema, na qual os o caminho da Ciência como sendo
cientistas são vistos como loucos, uma alternativa viável de atividade
66
profissional.”. Neste sentido, acredita- educação. Valente (1998) considera
se que a Tecnologia de Informação que na informática educacional há
pode ajudar neste importante duas formas importantes de se utilizar
processo. o computador: de um lado a
abordagem instrucionista e de outro a
Nas linhas seguintes apresenta-se o abordagem construcionista.
novo professor, isto é, o que está
preparado para utilizar tecnologia de Na visão do autor, na abordagem
informação e comunicação nas aulas. instrucionista, primeiro vem o
computador, depois o software e por
Nas linhas seguintes, apresenta-se a último o aluno e este é o caso dos
utilização de recursos de tecnologia softwares tutoriais de ensino, ou seja,
de informação utilizados como apoio o computador é visto como sendo a
ao processo ensino-aprendizagem. máquina de ensinar, por outro lado, a
abordagem construcionista trabalha
de modo inverso, sendo que o aluno
2.3 A informática educacional no é posto no centro do aprendizado e
apoio ao processo ensino- ele “ensina” o computador, e neste
aprendizagem contexto estão linguagens como é o
caso do LOGO, linguagem de
Historicamente, nosso país tem programação Pascal e linguagem C,
trabalhado na formação de mão de e o aprendiz tem que representar
obra para a área da informática suas idéias segundo esses softwares.
educacional, ressaltando-se os
trabalhos realizados em projetos em Mesmo trabalhando de modo misto,
nível governamental, como é o caso ora fazendo uso de uma abordagem,
do projeto EDUCOM, que foi o ora fazendo uso de outra, há a
primeiro projeto nacional onde se necessidade de se ter professores
preocupou, além das vertentes de preparados para lidar com as duas
software e hardware, também com a áreas: educação e informática e
formação de mão de obra para o também na fronteira entre as mesmas
ensino da informática educacional e este deve ser um novo tipo de
principalmente nos trabalhos professor.
realizados pela Universidade Federal
do Pernambuco - UFPE. Nas linhas seguintes apresenta-se a
Posteriormente, vieram os projetos metodologia geral utilizada no estudo,
Proinfo, do Governo Federal, e o a ferramenta WebQuest das
projeto Ensino On-line, do Governo profissões de ciência, instrucionista,
do Estado de São Paulo, os quais sua aplicação e os resultados
também contribuíram no mesmo observados.
sentido de disseminar a informática
educacional pelo nosso País 3. METODOLOGIA
(PEREIRA, 2008).
A metodologia inicial é a da Pesquisa
Além dos fatos expostos Bibliográfica realizada no sentido de
anteriormente, pode-se considerar a se conhecer os componentes
questão do uso da informática na
67
envolvidos e o que já foi abordado depois da realização do trabalho com
sobre o assunto. a WebQuest.
68
revista Science, Miguel Nicolelis
(Moon, 2009), Mayana Zatz, que é Planejou-se e aplicou-se o
médica geneticista e professora levantamento inicial de dados, junto
(Portal de Acesso, 2009) e outros. aos alunos da série considerada,
Trabalhou-se com cores claras iniciou-se o trabalho com a
simples, e a questão da WebQuest das profissões.
navegabilidade no site.
Após a realização dos trabalhos com
a WebQuest das profissões, fez-se
novo levantamento com os alunos
para verificar o nível alcançado.
4. RESULTADOS
69
Por outro lado, não basta apenas
colocar computadores em lares,
escolas e empresas. É preciso um
grande trabalho no ensino,
treinamento e no processo ensino-
aprendizagem. Para que isso ocorra,
é necessário se ter profissionais
5. DISCUSSÕES preparados para trabalhar e atuar
com destreza, habilidades,
Escolheu-se um tema ligado à competências e conhecimentos nas
escolha profissional, pois trata-se de grandes áreas de Educação e de
um tema de relevância que afeta Computação e Informática.
milhões de jovens tanto no Brasil
como em outros países e a A WebQuest é uma ferramenta de
dificuldade nessa escolha pode construção de conhecimentos e de
causar angústia e indecisões. descoberta a serem realizadas pelos
alunos utilizando-se da Web, que é
A conscientização do problema bem um dos serviços da Internet.
como a orientação a de como buscar
informações sobre as profissões O presente estudo se valeu do
existentes de modo organizado, levantamento de dados anterior e
racional e estruturado foi realizada posterior à utilização da ferramenta,
por meio do apoio computacional. na qual se procurou trabalhar o
conhecimento sobre as profissões
Os computadores estão cada vez ligadas à Ciência e Tecnologia, com
mais presentes nos lares e escolas os alunos da 8ª série do ensino
brasileiras. Se de um lado, há básico para então se verificar as
opiniões desfavoráveis quanto ao uso mudanças decorrentes do processo
do computador, por outro há opiniões educacional que ocorreu.
bastante favoráveis e ambas
apontam para a necessidade de se Na ferramemta computacional de
formar professores preparados para internet, procurou-se utilizar os
lidar com a informática educacional. conhecimentos de Ergonomia em
Ambientes Informatizados e de
No ano de 2007, foram vendidos mais Desenvolvimento de Ambientes
de 10 milhões de computadores em Virtuais, de modo que as telas
nosso País (FGV-EAESP, 2008), o ficassem o mais simples, agradável,
que de um lado mostra o interesse da intuitiva, com navegabilidade e de
sociedade em se informatizar e de fácil uso pelos alunos.
outro lado, também aponta para a
necessidade de conhecimentos para No quesito segurança, não se optou
se utilizar bem os recursos de por utilizar nenhum dispositivo
hardware, software, redes, bancos de especial seja senha ou outro
dados e enfim, dos componentes dos dispositivo, pois sendo um trabalho
sistemas de informação. de baixa amostragem e devido ao
pouco tempo disponível para criação
da ferramenta em relação a outras
70
tarefas que corriam em paralelo, Estes dados são interessantes, pois
nesta oportunidade, os autores revelam um pouco da amostragem de
decidiram fazer o sistema um grupo de alunos que são de
simplificado, ágil e em detrimento de classe média alta e que vivem numa
uma segurança. era de Internet.
71
profissão em relação às profissões Estudantes do Ensino Médio.
trabalhadas pelos alunos. Química Nova na Escola, v. 15, p. 11-
18, 2002.
72
http://www.portadeacesso.com/artigo
s_leis/ct/ct_zats_varella.htm, visitado
em: 10 mai 2009.
73
COBERTURA CONCEITUAL DE MATEMÁTICA NO
PRIMEIRO PERÍODO DE UM CURSO DE ENGENHARIA DA
SAÚDE E SEGURANÇA
Ricardo Shitsuka*,
Ismar Frango Silveira**,
*Campus Itabira/Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI, Itabira, Brasile, Doutorando no
Programa de Pós-Graduação “Stricto sensu” da Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL
e-mail: ricardoshitsuka@unifei.edu.br
**Programa de Pós-Graduação/Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL, São Paulo, Brasil,
ismarfrango@gmail.com
74
Introdução Cursos de Engenharia, tal como a
Resolução CNE/CES n.11 de 2002, a
Resolução CNE/CES-329 de 2004 e
As disciplinas da área de matemática a Resolução no 1.010, de agosto de
dos cursos de Engenharia no Brasil 2005, do CONFEA.
fazem parte das disciplinas do núcleo
básico e são trabalhadas pelos O presente estudo tem como objetivo
professores e cursadas pelos alunos, observar e tentar relacionar os
em geral, nos dois primeiros anos conceitos de matemática trabalhados
desses curso. No ensino de nas disciplinas de matemática do
Matemática para engenheiros, houve primeiro período de um curso de
muita influencia do cartesianismo em engenharia de saúde e segurança
sua descrição dos fenômenos buscando entender onde são
naturais. (LAUDARES e RIBEIRO, aplicados tais conceitos
2000, p.493). posteriormente.
75
efetuadas pela internet por meio do Para o primeiro período é oferecida a
website da universidade. disciplina de BAC005 (Matemática I),
apresentamos a seguir a ementa da
Trabalhou-se, nesta oportunidade, mesma:
somente o primeiro período dos
cursos para não se extender o Funções. Limite e continuidade.
presente texto. Derivada. Derivação numérica.
Solução numérica de raízes de
equações. Funções de várias
Resultados variáveis reais a valores reais.
Métodos Numéricos de Regressão.
Vetores, Retas e Planos, Cônicas e
No Programa de Engenharia de Quádricas. Espaços Euclidianos.
Saúde e Segurança da Universidade Matrizes e Sistemas de Equações
Federal de Itajubá/Campus Itabira, as Lineares.
disciplinas de matemática oferecidas
no núcleo básico de disciplinas são Na Fig.1, observa-se o mapa
elencadas a seguir: conceitual respectivo da disciplina
BAC005, construído a partir das
- BAC005 Matemática I – 128h informações da ementa da disciplina
- BAC008 Matemática II – 128h de Matemática 1 do primeiro período
- BAC012 Matemática III – 64h do curso.
- BAC011 Estatística – 64h
- BAC015 Matemática IV - 64h
76
Após o trabalho inicial de apresenta em seu conteúdo o estudo
entendimento da disciplina, realizou- de funções, limites e derivadas.
se um levantamento onde 10 alunos Este conceitos serão importantes
do segundo período do curso de para as situações de modelagem
Engenharia de Saúde e Segurança, para área de saúde e também de
da Univesidade Federal de Itajubá / segurança.
Campus Itabira.
A Engenharia é considerada como
Na pesquisa, os alunos não se sendo a aplicação de princípios da
identificavam e respondiam questões Matemática e da Física na resolução
abertas, de modo livre. dos problemas relacionados à
projetos, fabricação, operação e
Nas questões se perguntava aos manutenção e neste sentido, é
alunos: qual a disciplina que os preciso que a modelagem tenha
mesmos mais gostaram no primeiro apoio em conceitos previamente
período, qual apresentaram mais trabalhados.
dificuldades e qual seria o motivo das
dificuldades e como o ensino e Este é o caso do uso de
aprendizagem poderiam ser Programação Linear que é uma
melhorado. técnica utilizada nas empresas, e que
permite a resolução de problemas de
Os resultados aparentemente praticamente qualquer área de
indicaram que os alunos se trabalho, e que faz uso da
identificavam mais com as disciplinas modelagem por meio de equações do
nas quais havia um viés profissional primeiro grau. Tanto a Programação
da profissão que abordaram e esta Linear como a não Linear dependem
não incluía a matemática. de conceitos de funções e outros
aprendidos nas disciplinas do
As dificuldades estavam relacionadas primeiro período.
na maior parte ao que os alunos
consideravam falta de didática do No caso dos conceitos de Geometria
professor e falta de mostrar onde os Analítica estudados na disciplina de
conceitos ensinados seriam Matemática 1, na UNIFEI-Campus
empregados ou utilizados Itabira, está explicito o estudo das
posteriormente. matrizes e de sistemas lineares.
Estes conceitos também vão de
Os resultados apontaram para uma encontro à Programação Linear
necessidade de maior mencionada, de modo a facilitar seu
contextualização do ensino de trabalho em situações posteriores.
matemática para melhorar o
aprendizado. Além disso, na disciplina de
Matemática 1, há o trabalho com
Métodos Numéricos, do Cálculo
Discussão Numérico que também vai apoiar as
modelagens e resolução dos
Observa-se que a disciplina de problemas por meio da técnica de
BAC005 da UNIFEI/Campus Itabira Programação Linear.
77
mais na vida profissional, no cotidiano
Outro aspecto que chama a atenção do trabalho do engenheiro.
nos cursos ligados à saúde e também
à segurança é a questão das Em relação às respostas dos alunos,
estatísticas que são necessárias para aparentemente, o aprendizado
se tomar decisões nestas áreas de poderia ser melhorado com a melhor
conhecimento. No caso da saúde, contextualização dos conteúdos
faz-se muito uso de Bioestatística e ensinados em relação ao que é
no caso da segurança, faz-se uso utilizado posteriormente, na profissão
tanto das estatísticas como também ou até mesmo nas disciplinas do
da probabilidade de ocorrer um curso que vêm posteriormente.
evento. Estes conhecimentos
dependem do estudo prévio de Por se tratar de um curso novo e
funções matemáticas e dos conceitos sendo o primeiro curso de
básicos de matemática que são Engenharia de Saúde e Segurança,
trabalhados no primeiro período. ainda não há como comparar os
resultados dos estudos com outros
Quando se trabalha bem neste cursos, ficando a sugestão no sentido
período, de modo a fixar os conceitos de que se realizem estudos
por aprendizagem significativa, os comparativos futuros, na medida em
mesmos serão úteis e ajudarão nos que houver outros cursos para
conceitos que terão que ser realizar a comparação.
aprendidos posteriormente, seja ao
longo do curso, por exemplo, na Também o número de alunos
disciplina de Estatística, ou seja na entrevistados foi pequeno fica como
vida no trabalho com elaboração de sugestão para estudos futuros, a
estatísticas ou de leitura de realização de trabalhos mais amplos
estatísticas realizadas por outros. incluindo os alunos ingressantes e os
de outros períodos.
Existe também, na Disciplina de
Matemática 1, o estudo de vetores,
retas, plano, cônicas etc que apoiará Conclusão
o Engenheiro de Saúde e Segurança
nas análises de máquinas e locais de No presente estudo, procurou-se
trabalho onde há forças envolvidas e entender as relações entre os
estas possuem um enfoque vetorial. conceitos trabalhados na disciplina de
Também ajudará na elaboração e matemática do primeiro período de
interpretação de desenhos técnicos um curso de Engenharia de Saúde e
que fazem uso destes elementos Segurança, e a aplicação dos
matemáticos. mesmos em situações práticas do
cotidiano do engenheiro.
Aparentemente, tendo em vista os
argumentos apresentados, pode-se O curso de Engenharia de Saúde e
inferir que os conceitos trabalhados Segurança é o primeiro no País, e
na disciplina de Matemática serão portanto, nesta oportunidade não se
úteis tanto durante o curso e muito realizou comparação com outros
cursos, ficando como sugestão para
78
estudos futuros a realização de tais Referências
comparações.
[1] Favero, Maria de L. A
A disciplina de Matemática I do curso Universidade no Brasil: das origens à
de Engenharia de Saúde e Reforma Universitária de 1968. In:
Segurança trabalha um conteúdo Educar, publicado pela Editora UFPR
bastante amplo que inclui conceitos - Curitiba, n. 28, p. 17-36, 2006.
de Geometria Analítica, Cálculo
Numérico, Funções, Limites e [2] Laudares, João B. A matemática e
Derivadas. a estatística nos cursos de graduação
da área tecnológica e gerencial – um
Aparentemente, o conteúdo estudo de caso dos cursos da PUC
trabalhado na disciplina de Minas. p.293-349. In: CURY, Helena
Matemática é útil para modelagens N. Disciplinas matemáticas em
matemática em disciplinas cursos superiores: reflexões,
posteriores ou na atuação profissional relatos, propostas / Helena Noronha
quando se fizer uso de Programação Cury (Org.) – Porto Alegre:
Linear que é uma técnica aplicável EDIPUCRS, 2004. 430p.
em qualquer área de atuação.
[3] NOVAK, Joseph D. Aprender,
Os mapas conceituais foram úteis na criar e utilizar o conhecimento.
organização e compreensão da Lisboa: Plátano, 2000.
cobertura conceitual das disciplinas
de matemática estudadas. [4] Silva, Circe M. da. Politécnicos
ou matemáticos? História, Ciências
Sugeriu-se para estudos futuros que e Saúde – Manguinhos. v.13, n.4,
se realizem mais estudos caso p.891-908, out./dez. 2006.
surjam outros cursos e com o
envolvimento de mais alunos e de [5] SHITSUKA, Ricardo et al.
mais períodos do curso. Matemática fundamental para
tecnologia. São Paulo: Erica, 2009.
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NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
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Objetos virtuais. In: Anais do I Congresso 11. A responsabilidade pelas afirmações,
Internacional de Informática. Rio de Janeiro, citações, conceitos e opiniões emitidos nos
RJ : Sociedade Internacional de Informática, trabalhos cabe inteiramente aos autores.
1989: A20. 12. Os trabalhos aprovados, pela Comissão de
10. Citação de dados não publicados ou de Publicação composta por pelo menos dois
comunicações pessoais não constituem referees, e publicados na Rev. Científica
referências bibliográficas. Deverão ser Brasileira não serão devolvidos aos autores.
mencionadas no texto, entre parênteses, ou, Aqueles não aprovados serão
se extensas, constituir nota de rodapé da sistematicamente devolvidos aos autores
mesma página onde é aludida.
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