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REVISTA CIENTÍFICA BRASILEIRA

BRAZILIAN SCIENTIFIC JOURNAL

Archnet Brasil Ltda.

2010

1
Rev. Cient. Brasileira V3, Jul 2010.

REVISTA CIENTÍFICA BRASILEIRA

Brazilian Scientific Journal

Publicação Anual / Published yearly

Revista Científica Brasileira


(Brazilian Scientific Journal)

São Paulo, SP – Brasil, 2010

2010.
Rev. Cient. Brasileira V3, Jul 2010. 82p.

ISSN: 1983-5434
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2
Revista Cientifica Brasileira
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tempo e esforços, sem remuneração, em favor da disseminação do conhecimento para um Brasil
e melhor
.

3
Sumário / Contents

1. ABORDAGEM DIDÁTICA PARA DIMENSIONAMENTO DE SISTEMA DE


HIDRANTES PREDIAIS (autor: Anderson Guimarães Pereira) ..........................................5
2. Cobertura Conceitual como Mecanismo de Representação de Conceitos de Matemática
em uma Matriz Curricular de um Curso de Engenharia da Computação (autores: Ricardo
Shitsuka, Ismar Frango Silveira, Gustavo Salgado, e Dorlivete Moreira Shitsuka) ............ 31
3. TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS APLICADAS AO ENSINO DE SEGURANÇA
CONTRA INCÊNDIO (autor: Anderson Guimarães Pereira)..............................................40
OS CURSOS DE ENGENHARIA DA MOBILIDADE BRASILEIROS (autor: André Luis
Riqueira Brandão e Ricardo Shitsuka) ................................................................................. 57
4. TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO APLICADA À
EDUCAÇÃO: um estudo de caso de voltado para escolha de profissões ligadas à ciência e
tecnologia (Dorlivete Moreira Shisuka, Rabbith Ive Carolina Moreira Shitsuka, e Eduardo
Penna Gouvea)...................................................................................................................... 61
5. COBERTURA CONCEITUAL DE MATEMÁTICA NO PRIMEIRO PERÍODO DE
UM CURSO DE ENGENHARIA DA SAÚDE E SEGURANÇA (autores: Ricardo
Shitsuka e Ismar Frango Silveira) ........................................................................................ 74
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO....................................................................................... 80

4
ABORDAGEM DIDÁTICA PARA DIMENSIONAMENTO DE
SISTEMA DE HIDRANTES PREDIAIS
1
ÁDERSON GUIMARÃES PEREIRA
capguimaraes@yahoo.com.br

Resumo: O sistema de hidrantes em edificações é uma questão de grande


importância para proteção da vida no caso de sinistro. O número de construções é
crescente em todo mundo, sendo estas cada vez são mais altas e com áreas
construídas de grandes dimensões. Deve haver por parte dos projetistas,
construtores e autoridades públicas preocupação quanto ao projeto, instalação e
manutenção de sistema de hidrantes prediais. Dimensionamento correto do
referido sistema é de fundamental importância para que no caso de sinistro o
mesmo funcione de forma eficaz, portanto, segue uma abordagem didática para
execução do cálculo hidráulico com base em especificação técnica.

Palavras-chave: cálculo; hidrante; incêndio

Abstract: The system of fire hydrants in buildings is a matter of great importance


to protection of life in case of accident. The number of buildings is increasing
worldwide, and these are becoming higher and with the built large. There should
be a part of the designers, builders and the public concern about the design,
installation and maintenance of fire hydrant systems buildings. Sizing of this
system is of fundamental importance to the case of an accident it work effectively,
therefore, follows a didactic approach to the implementation of hydraulic calculation
on the basis of technical specification.

Keywords: calculation; fire hydrant, fire

1
Doutorando em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Cruzeiro do Sul; Mestre em
Políticas Sociais - UNICSUL; Pós-graduado em Gestão da Segurança contra Incêndio e Explosões
(USP); Pós-graduado em Qualidade Total e Produtividade (Fac. Oswaldo Cruz); Oficial da Polícia
Militar do Estado de São Paulo; Bacharel em Direito (UNIBAN); capguimaraes@yahoo.com.br.

5
1. Introdução Urbanos, Tratamento de Águas de
Abastecimento.
A água é o mais complexo dos
agentes extintores. Sua importância O sistema de hidrantes são
persiste mesmo que a água não leve dispositivos existentes em instalações
à extinção completa do incêndio, pois prediais que possibilitam a captação
auxiliará no isolamento de riscos e de água para o emprego nos serviços
facilitará a aproximação dos de bombeiros, especialmente no
bombeiros ao fogo para o emprego combate aos incêndios. Trata-se de
de outros agentes extintores. escoamento de fluido em condutos
Atualmente é mais utilizada em forçados e livres.
sistemas de proteção contra
incêndios, inclusive nos sistemas de O conhecimento do conteúdo das
hidrantes prediais, tendo como disciplinas de Física, Matemática e
objetivo o controle e a extinção rápida Fenômenos de Transporte é
e eficiente de um possível incêndio. fundamental e pré-requisito para o
desenvolvimento de cálculos
A Hidráulica é a disciplina que deve hidráulicos para o sistema de
oferecer os recursos técnicos hidrantes, como será apresentado.
necessários para os projetos,
gerenciamento e manutenção de
sistemas que envolvam os fluidos 2. Objetivo
com destaque especial à água.
É auxiliar o leitor, a partir de
Os conhecimentos e os instrumentos conceitos básicos, no
de tratamento inclusos na disciplina dimensionamento de sistema de
podem ser determinantes na hidrantes prediais para combate a
formação e desenvolvimento incêndios, buscando que se atendam
profissional dos futuros técnicos. as Normas Técnicas e as demais
legislações vigentes.
Os instrumentos básicos de
tratamento dos problemas hidráulicos 3. Metodologia
são desenvolvidos na Disciplina de
Fenômenos de Transporte, também Realizou-se, inicialmente, depois de
conhecida como Mecânica dos estabelecido e delimitado o tema do
Fluidos. trabalho e formulado o problema e a
hipótese, o levantamento de
A base obtida nesta disciplina é bibliografias e consultas aos
importante no desenvolvimento de integrantes dos órgãos públicos
atividades relacionadas ao ensino de: responsáveis. As informações foram
Instalações Prediais, Mecânica dos armazenadas para, após, ser redigido
Solos, Modelação em Engenharia, o presente texto.
Hidrologia e Recursos Hídricos,
Projetos de Edifícios, Sistemas 4. Desenvolvimento
Ambientais, Sistemas Hidráulicos

6
4.1 Sistema de hidrantes prediais utilizado como meio de combate a
para combate a incêndios incêndios. É composto basicamente
por Reservatórios de Água, Bombas
O sistema de hidrantes é um tipo de de Incêndio, Tubulações, Hidrantes,
proteção instalado em edifícios, Abrigos e Registros de Recalque.

Fig. 2 – Sistema de Hidrantes

O sistema de hidrantes tem como utilizar-se o sistema de hidrantes é


objetivo dar continuidade à ação de fundamental desligar a chave
combate a incêndios até o domínio e principal de entrada de energia da
possível extinção. O agente extintor edificação e/ou do setor onde se vai
utilizado é a água, motivo pelo qual o efetuar o combate, no intuito de evitar
método principal de extinção a ser acidentes (descargas elétricas).
aplicado será o resfriamento. Ao

7
Fig. 3 – Detalhe do sistema de hidrantes (isométrico)

4.1.1 Reservatório de Água enterrados ou subterrâneos, devendo


ser observadas as exigências
O reservatório de água é um previstas nas Normas Técnicas (NBR
compartimento construído na 13714/2000) quanto às suas
edificação, em concreto armado, características construtivas e
metal apropriado ou qualquer outro localização. Os reservatórios devem
material que apresente resistência estar – dentro das possibilidades –
mecânica às intempéries e ao fogo. em local acessível aos veículos do
Corpo de Bombeiros. A capacidade
Destina-se a armazenar uma da reserva de incêndio deverá ser
quantidade de água (reserva de suficiente para garantir o suprimento
incêndio) que, efetivamente, deverá dos pontos de hidrantes,
ser fornecida para o uso exclusivo de considerados em funcionamento
combate a incêndios. Quanto à simultâneo, durante o tempo previsto
localização, os reservatórios podem nas especificações técnicas.
ser elevados, no nível do solo, semi-

8
Fig. 4 – Reservatórios de água

4.1.2 Bomba de Incêndio pressostatos/manômetros para


reservatórios subterrâneos, no nível
A Bomba de Incêndio tem a finalidade do piso ou semi-enterrados.
de efetuar o deslocamento de água
no interior das tubulações. Entra em As Bombas de Incêndio deverão
funcionamento mediante possuir motor elétrico ou a explosão –
acionamento manual – botoeira tipo este obrigatório para proteção de
liga-desliga próximo aos hidrantes – tanques de líquidos e gases
ou automático – através de chave de combustíveis ou inflamáveis.
fluxo para reservatórios elevados ou

Fig. 5 – Bomba de incêndio

9
4.1.3 Tubulação comprometimento de desempenho se
for exposto ao fogo.
A Tubulação consiste num conjunto Os materiais termoplásticos, na forma
de tubos, conexões, acessórios de tubos e conexões, somente devem
hidráulicos e outros materiais ser utilizados enterrados e fora da
destinados a conduzir água, desde o projeção da planta da edificação,
reservatório específico até os pontos satisfazendo os requisitos
de hidrantes. Todo e qualquer necessários ao funcionamento da
material previsto ou instalado deve instalação em termos de resistência à
ser capaz de resistir ao efeito do pressão interna e a esforços
calor, mantendo seu funcionamento mecânicos.
normal. O meio de ligação entre os
tubos, conexões e acessórios Nenhuma tubulação de alimentação
diversos deve garantir a dos pontos de hidrantes pode ter
estanqueidade e a estabilidade diâmetro nominal inferior a 65 mm,
mecânica da junta, e não deve sofrer conforme a NBR 13714/2000.

Fig. 6 - Tubulação

4.1.4 Válvulas bloquear o fluxo de água no interior


das tubulações.
As válvulas são acessórios de
tubulação destinados a controlar ou

10
Fig. 7 - Válvulas

4.1.5 Hidrante (duplos). São denominados hidrantes


internos, quando instalados no
Hidrante é um ponto de tomada de interior da edificação, ou externos,
água provido de dispositivo de caso contrário. As válvulas dos
manobra (válvulas angulares) com hidrantes devem ter conexões iguais
união tipo engate rápido para às adotadas pelo Corpo de
combate a incêndio sob comando. Os Bombeiros (tipo engate rápido –
hidrantes podem ser de coluna ou de diâmetro nominal de 40 mm ou 65
parede (interior do abrigo) e de uma mm).
única expedição (simples) ou duas

Fig. 8 - Hidrante

11
4.1.6 Abrigo e deve ser capaz de protegê-los
contra intempéries e danos diversos.
Abrigo é um compartimento (cor Deve ser instalado a não mais que
vermelha), embutido ou aparente, cinco metros de cada hidrante de
dotado de porta, destinado a coluna, em lugar visível e de fácil
armazenar esguichos, mangueiras, acesso, com o dístico “incêndio” na
chaves de mangueiras e outros porta.
equipamentos de combate a incêndio,

Fig. 9 - Abrigo

4.1.7 Esguicho
O esguicho agulheta, mais comum,
O esguicho consiste em peça aumenta a velocidade da água
metálica adaptada na extremidade da porque seu orifício é de diâmetro
mangueira, destinada a dar forma, menor que o da mangueira,
direção e controle ao jato, podendo permitindo, desta forma, o jato
ser do tipo regulável ou não. Os mais compacto (pleno). O esguicho
utilizados nos edifícios são o regulável passa de jato compacto a
esguicho agulheta (13, 16, 19 ou 25 neblina de alta velocidade pelo
mm) e o esguicho regulável (DN simples giro do bocal. Esse esguicho
40/65 mm). Podemos encontrar os produz jato ou cone de neblina, de
esguichos lançadores de espuma, ângulo variável
utilizados para proteção de tanques de abertura, em razão da existência
de combustíveis ou inflamáveis, de um disco no interior do tubo de
também conforme essas saída; o ângulo máximo de abertura
especificações. chega a 180 graus.

12
Fig. 10 – Esguichos (esguicho tipo regulável e agulheta)

4.1.8 Mangueira Especial atenção deverá ocorrer


durante a compra e conseqüente
Mangueiras são equipamentos para instalação nos abrigos: a mangueira
combate a incêndio constituído, tipo 1 é conhecida como mangueira
essencialmente, por um duto flexível predial (residencial); um prédio de
contendo uniões do tipo engate escritórios, por sua ocupação, deve
rápido. As mangueiras utilizadas nos utilizar a mangueira de tipo 2, mesmo
edifícios têm diâmetro nominal de 40 que a pressão de trabalho seja menor
mm ou 65 mm, em comprimentos de que 10 Kgf/cm2. O motivo para isso é
15, 20 ou 30 metros. que a Norma Técnica (NBR
12779/1992) leva em consideração
As mangueiras devem estar não só a pressão de trabalho, mas
acondicionadas no abrigo na forma também a resistência à abrasão e
aduchada ou em zigue-zague. outras características adequadas a
cada caso.

Fig. 11 - Mangueiras

4.1.9 Chave de Mangueira das mangueiras com o esguicho e a


válvula de manobra do hidrante.
A Chave de Mangueira destina-se a Constitui-se de uma haste metálica,
complementar o acoplamento e apresentando uma extremidade no
desacoplamento das juntas de união ramo curvo com aluado transversal,

13
encimado por um pequeno ressalto retangular.

Fig. 12 – Chave de mangueira

4.1.10 Dispositivo de Recalque posicionada, no máximo, a 15 cm de


profundidade em relação ao piso do
O sistema deve ser dotado de passeio. O volante de manobra da
registro de recalque, consistindo em válvula deve estar situado no máximo
um prolongamento da tubulação, com 50 cm acima do nível do piso
diâmetro mínimo de 65 mm (nominal) acabado.
até as entradas principais da
edificação, cujos engates devem ser O dispositivo de recalque pode ser
compatíveis com os utilizados pelo instalado na fachada da edificação,
Corpo de Bombeiros. Quando o ou em muro da divisa com a rua, com
engate estiver no passeio, este a introdução voltada para rua e para
deverá ser enterrado, ou seja, em baixo em ângulo de 45 graus, e a
caixa de alvenaria, com tampa. A uma altura entre 60 cm e um metro
introdução de DN 65 mm de (mínimo) em relação ao piso do passeio. Em
e com tampão tem de estar voltada alguns casos é aceito como recalque
para cima em ângulo de 45 graus e o hidrante de acesso à edificação.

Fig. 13 – Dispositivo de recalque

14
Para determinação da vazão e o emprego nos serviços de
pressão da bomba de incêndio e o bombeiros, especialmente no
volume da reserva de água para combate a incêndios. A finalidade dos
combate a incêndio do sistema de hidrantes nos edifícios – sejam
hidrantes, é preciso considerar a residenciais, comerciais ou industriais
natureza da ocupação da edificação e – é permitir o início do combate aos
o risco. Antes de iniciar o cálculo incêndios pelos próprios usuários dos
hidráulico, entretanto, é importante edifícios, mesmo antes da presença
verificar qual a Norma Técnica ou do Corpo de Bombeiros, além de
Legislação que se deseja atender. facilitar os serviços destes quanto ao
recalque de água, especialmente em
Por exemplo: pode-se levar em conta construções elevadas.
a legislação federal – NBR
13714/2000, a estadual – Decreto Quando os projetos de proteção
46.076/2001/SP, ou a municipal – contra incêndios envolverem a
Código de Obras do Município, presença de sistemas de hidrantes
Especificações do Seguro ou outras, prediais, estes deverão ser
como as do Ministério do Trabalho ou dimensionados de acordo com as
normas internacionais. Caso seja Normas Técnicas Brasileiras e
necessário o atendimento de diversas demais Legislações referentes ao
Normas Técnicas ou Legislações, assunto (federal, estadual, de
recomenda-se adotar os parâmetros seguros, etc.). Além disso, para o
mais rígidos. correto dimensionamento do sistema
será necessário conhecimento de
Com base na Norma Técnica ou alguns conceitos fundamentais de
Legislação adotada teremos os hidráulica e fórmulas específicas.
valores de referência para iniciarmos
o cálculo – pressão e vazão dos A seqüência para dimensionamento
hidrantes mais desfavoráveis, do sistema será detalhada por etapas
quantidade de hidrantes a serem (exemplo), porém, podendo algumas
calculados, tempo mínimo de etapas ser eliminadas, acrescentadas
funcionamento da bomba de incêndio ou trocadas, de acordo com a
para atender o sistema, volume metodologia de cada projetista.
mínimo da reserva de incêndio, tipos
de esguichos, diâmetro dos
esguichos, diâmetro das mangueiras 4.2.1 ETAPAS DE
ou comprimento máximo de DIMENSIONAMENTO
mangueiras.
N. 1 — ESCOLHA DA LEGISLAÇÃO
OU NORMA TÉCNICA A SER
4.2 Roteiro e fórmulas básicas
ADOTADA PARA DIMENSIONAMENTO
para o dimensionamento do DO SISTEMA
sistema de hidrantes prediais
Definidos os parâmetros técnicos para
Os hidrantes prediais são dispositivos elaboração do projeto, estes deverão ser
existentes em redes hidráulicas que atendidos em todos os aspectos.
possibilitam a captação de água para Exemplo: IT 22/04 (Sistema de hidrantes

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e de mangotinhos para combate a
incêndio) do Decreto Estadual no Esta definição ocorrerá de acordo com
46.076/01 — Estado de São Paulo — as características da edificação ou área
adotado com parâmetro para de risco (tabela n. 03 — IT 22/04), onde
dimensionamento do exercício exemplo. se verificará o tipo de sistema a ser
previsto (tipo 1 ao 5) e volume da
N. 2 — ELABORAÇÃO DO reserva de água para combate a
ISOMÉTRICO DO SISTEMA DE incêndio (de acordo com a área
HIDRANTES construída). Verificado o tipo de sistema
a ser instalado, através de tabela, é
As posições mais adequadas para definido na sequência (tabela n. 02 — IT
instalação dos hidrantes (colunas e/ou 22/04) o tipo de esguicho dos hidrantes
caixas) deverão ser de acordo com os (Ex.: regulável — 25 mm, 32 mm, 38 mm
projetos de arquitetura e estruturais da ou 63 mm ou agulheta — 13, 16, 19 ou
edificação, atendendo a especificação 25 mm), número de expedições dos
adotada (Ex.: IT 22/04 — vide figura 1A). hidrantes e comprimento/diâmetro das
mangueiras, inclusive, a vazão no
N. 3 — INDICAÇÃO DO HIDRANTE hidrante mais desfavorável.
MAIS DESFAVORÁVEL, NUMERAÇÃO
DOS DEMAIS HIDRANTES E DADOS ADOTADOS PARA O
INDICAÇÃO DOS PONTOS DE EXERCÍCIO EXEMPLO
CÁLCULO
Ocupação: Residencial (A-2)
Deverá ser indicado no isométrico, para Área construída: 1.200 m2
facilitar o desenvolvimento do Dados descritos na IT 22/04 — tabela n.
dimensionamento, o hidrante mais 02 e 03 (vide abaixo)
desfavorável (pressão residual ou Tipo de sistema de proteção por
dinâmica — baixa em relação aos hidrante: Tipo 2 (adotado)
demais) do sistema (H1), numeração dos Volume da reserva de incêndio: 8 m3
demais hidrantes (H2; H3), a expedição Mangueiras de incêndio: diâmetro
da bomba de incêndio (EB), introdução nominal de 40 mm/diâmetro interno 38
da bomba de incêndio (IB), reserva de mm — comprimento 30 m
incêndio (RI) e os pontos de equilíbrio de Esguicho: jato compacto — diâmetro do
cálculo (PA) — vide figura 1A. bocal 13 mm (todos os hidrantes)
Vazão mínima no hidrante mais
N. 4 — DEFINIÇÃO DA VAZÃO MÍNIMA desfavorável: 130 I/min
NO HIDRANTE MAIS DESFAVORÁVEL Número de expedições: simples

16
17
N. 5 — CÁLCULO DA PRESSÃO NO
HIDRANTE MAIS DESFAVORÁVEL

A pressão residual ou dinâmica mínima


(P1), necessária para produzir a vazão
mínima (130 I/min — Q1) no hidrante
mais desfavorável da instalação (H1),
pode ser calculada pela expressão
indicada em seguida (Obs.: válida para
esguichos do tipo agulheta. No caso do
esguicho do tipo regulável, deverão ser
consultadas curvas e/ou tabelas de
desempenho do fabricante):

Obs.: lançar dados na tabela de


Onde:
dimensionamento (vide figura 2A).
Q = vazão (I/min)
K = constante (adimensional)
p = pressão (mca)
Temos, portanto, para o exercício
exemplo:

Tabela de vazão para esguicho tipo regulável

18
N. 6 — INDICAR O TRECHO DE Onde:
CÁLCULO NA TABELA DE CT = comprimento total da mangueira (m)
DIMENSIONAMENTO JTOTAL = perda de carga total (mca)
JUNITÁRIO = perda de carga unitária na
Indicar, por exemplo: H1-PA
mangueira (mca/m) – fórmula de Hazen-
H1 = hidrante mais desfavorável
PA = ponto de equilíbrio de cálculo — Williams
vazão e pressão de H1 e H2 Q = vazão (l/min)
C = coeficiente de Hazen-Williams
(adimensional) — 140 (vide tabela 1
N. 7 — CÁLCULO DE PERDA DE abaixo)
CARGA NA MANGUEIRA DE d = diâmetro interno da mangueira (mm)
HIDRANTE (H1) Temos, portanto, para o exercício
exemplo:
Valores adotados:
Comprimento: 30 m
Diâmetro nominal: 40 mm
Diâmetro interno: 38 mm
Vazão: 130 I/min
Obs.: lançar valores na tabela de
dimensionamento (vide figura 2A). Para
o cálculo da perda de carga na
mangueira (J unitário) e a perda de carga
total (J total) adotam-se as fórmulas
indicadas a seguir:

Obs.: lançar dados na tabela de


dimensionamento (vide figura 2A).

19
N. 8 — CÁLCULO DA PERDA DE
CARGA TOTAL NA TUBULAÇÃO —
TRECHO H1-PA

No caso do exercício exemplo (vide


figura n. 01) o cálculo da perda de carga
unitária (JUNITÁRIO) e a perda de carga total
(JTOTAL) será efetuado adotando-se as
fórmulas indicadas a seguir:

Onde: metros de canalização retilínea —


JUNITÁRIO = perda de carga na tubulação valores em tabelas hidráulicas (vide
(mca/m) tabela a seguir):
Q = vazão (I/min) Registro de ângulo aberto ......................
C = coeficiente de atrito de ................................................. = 10,0 m
Hazen-Williams (adimensional) — 120 Cotovelo de 90° raio curto......................
d = diâmetro interno da tubulação (mm) ................................................. = 02,0 m
JTOTAL = perda de carga total no trecho TEE de saída de lado.............................
(mca) ................................................. = 04,3 m
Temos, portanto, para o exercício Total = 16,3 m (comprimento
exemplo: equivalente)
Comprimento real da tubulação no trecho Diâmetro nominal da tubulação: 65 mm
H1-PA: 41,80 m Diâmetro interno da tubulação: 63 mm
Fator “C” de Hazen-Williams (tabela n.
Comprimento equivalente no trecho 01 — IT 22/04): 120 — adimensional
H1-PA — trata-se de comprimentos
equivalentes a perdas localizadas, em

JUNITÁRIO DA TUBULAÇÃO

20
JTOTAL DA TUBULAÇÃO

JTOTAL = (41,8 + 16,3) . 0,010


JTOTAL = 0,58 mca

Obs.: lançar dados na tabela de


dimensionamento (vide figura 2A).

21
N. 9 — INDICAÇÃO DOS VALORES
DAS ELEVAÇÕES — TRECHO H1-PA

O valor da elevação (mca) será positivo


(+) quando o fluxo de água estiver no
sentido oposto à força da gravidade. E
negativo (-) quando o fluxo de água
estiver no sentido da força da gravidade.
A somatória das elevações no trecho H1-
PA deverá ser indicada na tabela de
Obs.: lançar dados na tabela de
dimensionamento.
dimensionamento (vide figura 2A).
Valor total de elevação (exercício
exemplo): + 1,70 mca
N. 12 — INDICAR O TRECHO DE
CÁLCULO NA TABELA DE
N. 10 — CÁLCULO DA PRESSÃO
DIMENSIONAMENTO
TOTAL NO PONTO (PA) — TRECHO
H1-PA
Trecho de cálculo será do hidrante n. 02
(H2) ao ponto (PA).
A pressão total no ponto (PA) será: Indicar: H2-PA
PPA1 = 15,5 + 3,32 + 0,58 + 1,70 N. 13 — CÁLCULO DE PERDA DE
PPA1 = 21,10 mca CARGA NA MANGUEIRA DE
HIDRANTE (H2)
Onde:
Pressão no esguicho: 15,5 mca Valores adotados:
J total da mangueira: 3,32 mca Comprimento: 30 m
J total da tubulação: 0,58 mca Diâmetro nominal: 40 mm
Elevação total: + 1,70 mca Diâmetro interno: 38 mm
Pressão total no ponto (PA): 21,10 mca. Vazão: 132 I/min
Obs.: lançar dados na tabela de Obs.: lançar valores na tabela de
dimensionamento (vide figura 2A). dimensionamento (vide figura 2A).
Para o cálculo da perda de carga na
N. 11 — CÁLCULO DA PRESSÃO E mangueira (J unitário) e a perda de carga
VAZÃO NO HIDRANTE H-2 total (J total) adotam-se as fórmulas
indicadas na etapa n. 07.
A pressão residual ou dinâmica mínima Temos, portanto, para o exercício
necessária em H-2 deverá ser ideal para exemplo:
que no ponto de equilíbrio das pressões
(PA) não ocorra diferença modular maior
que 0,5 mca, portanto H-2 possuirá
pressão maior em relação a H-1.
Dados do exercício exemplo:
Esguicho: jato compacto — diâmetro do
bocal 13 mm
Pressão residual adotada para o
equilíbrio em PA: 16 mca
Cálculo da Vazão em H-2

22
JTOTAL DA TUBULAÇÃO

Obs.: lançar dados na tabela de


dimensionamento (vide figura 2A).
Obs.: lançar dados na tabela de
dimensionamento (vide figura 2A).
N. 14 — CÁLCULO DA PERDA DE
CARGA TOTAL NA TUBULAÇÃO — N. 15 — INDICAÇÃO DOS VALORES
TRECHO H2-PA DAS ELEVAÇÕES —
TRECHO H2-PA
No caso do exercício exemplo (vide
figura 1A), o cálculo da perda de carga O valor da elevação (mca) será positivo
unitária (J unitário) e a perda de carga (+) quando o fluxo de água estiver no
total (J total) será efetuado adotando-se sentido oposto à força da gravidade. E
as fórmulas indicadas na etapa n. 08. negativo (-) quando o fluxo de água
Temos, portanto, para o exercício estiver no sentido da força da gravidade.
exemplo: A somatória das elevações no trecho H2-
Comprimento real da tubulação no trecho PA deverá ser indicada na tabela de
H2-PA: 1,80 m dimensionamento.
Comprimento equivalente no trecho Valor total de elevação (exercício
H2-PA — trata-se de comprimentos exemplo): + 1,70 mca
equivalentes a perdas localizadas, em
metros de canalização retilínea — N. 16 — CÁLCULO DA PRESSÃO
valores em tabelas hidráulicas: TOTAL NO PONTO (PA) — TRECHO —
Registro de ângulo aberto = 10,0 m H2-PA
Cotovelo de 90° raio curto = 02,0 m
Total = 12,0 m A pressão total no ponto (PA) será:
Diâmetro nominal da tubulação: 65 mm
Diâmetro interno da tubulação: 63 mm PPA2 = 16 + 3,54 + 0,17 + 1,70
Fator “C” de Hazen-Williams (tabela n.
PPA2 = 21,41 mca
01 — IT 22/04): 120 — adimensional
JUNITÁRIO DA TUBULAÇÃO
Onde:
Pressão no esguicho: 16,0 mca
J total da mangueira: 3,54 mca
J total da tubulação: 0,17 mca
Elevação total: + 1,7 mca
Pressão total no ponto (PA): 21,41 mca

23
N. 17 — VERIFICAÇÃO DA figura n. 01) o cálculo da perda de carga
DIFERENÇA MODULAR ENTRE AS unitária (J unitário) e a perda de carga
PRESSÕES NO PONTO (PA) total (J total) será efetuado adotando-se
as fórmulas indicadas na etapa 08.
A diferença modular máxima deverá ser Temos, portanto, para o exercício
de 0,5 mca. exemplo:
Comprimento real da tubulação no trecho
PA-EB: 61,10 m
Comprimento equivalente no trecho PA-
EB — trata-se de comprimentos
equivalentes a perdas localizadas, em
metros de canalização retilínea —
valores em tabelas hidráulicas:
Registro de globo aberto = 21,0 m
Válvula de retenção tipo leve = 05,2 m
N. 18 — INDICAR O TRECHO DE
Cotovelo de 90o raio curto (2) = 04,0 m
CÁLCULO NA TABELA DE
TEE de saída bilateral = 04,3 m
DIMENSIONAMENTO
TEE de passagem direta = 01,3 m
Total = 35,8 m
Trecho de cálculo será do ponto (PA) à
Diâmetro nominal da tubulação: 65 mm
expedição da bomba de incêndio (EB).
Diâmetro interno da tubulação: 63 mm
lndicar: PA-EB.
Fator “C” de Hazen-Williams (tabela n.
01 — IT 22/04): 120 — adimensional
N. 19 — ESTABELECER A PRESSÃO
JUNITÁRIO DA TUBULAÇÃO
RESIDUAL DE EQUILÍBRIO NO
PONTO (PA)

Indicar a pressão maior dos cálculos


efetuados. No caso do exercício
exemplo, indicar na tabela de
dimensionamento (vide figura n. 02):
21,41 mca.

N. 20 — VAZÃO TOTAL NO PONTO


(PA)

O cálculo da vazão total no ponto (PA) JTOTAL DA TUBULAÇÃO


será igual à somatória da vazão em H1 e
H2. Lançar na tabela de
dimensionamento (vide figura 2A).
QT = Q1 + Q2
QT = 130 + 132
QT = 262 I/min
Obs.: lançar dados na tabela de
Obs.: vazão necessária até no ponto
dimensionamento (vide figura 2A).
(PA).
N. 22 — INDICAÇÃO DOS VALORES
N. 21 — CÁLCULO DA PERDA DE
DAS ELEVAÇÕES — TRECHO PA-EB
CARGA TOTAL NA TUBULAÇÃO —
TRECHO PA-EB
O valor da elevação (mca) será positivo
(+) quando o fluxo de água estiver no
No caso do exercício exemplo (vide

24
sentido oposto à força da gravidade. E N. 27 — DIÂMETRO DA TUBULAÇÃO
negativo (-) quando o fluxo de água DE SUCÇÃO DO SISTEMA DE
estiver no sentido da força da gravidade. HIDRANTES
A somatória das elevações no trecho
PA-EB deverá ser indicada na tabela de No caso do exercício exemplo (vide
dimensionamento. figura n. 01), o diâmetro nominal da
Valor total de elevação (exercício tubulação de sucção é de 80 mm —
exemplo): - 0,10 mca diâmetro interno 75 mm. Lançar na
tabela de dimensionamento (vide figura
N. 23 — CÁLCULO DA PRESSÃO 2A).
TOTAL NO PONTO (EB) — TRECHO
PA-EB N. 28 — CÁLCULO DA PERDA DE
CARGA TOTAL NA TUBULAÇÃO —
A pressão total no ponto (EB) será: TRECHO RI-IB

PEB = 21,41 + 4,9 - 0,1 No caso do exercício exemplo (vide


PEB = 26,21 mca figura 1A), o cálculo da perda de carga
unitária (J unitário) e a perda de carga
Onde: total (J total) será efetuado adotando-se
Pressão no ponto (PA): 21,41 mca as fórmulas indicadas na etapa 08.
J total da tubulação: 4,90 mca Temos, portanto, para o exercício
Elevação total: - 0,1 mca exemplo:
Pressão total no ponto (EB): 26,21 mca Comprimento real da tubulação no trecho
RI-IB 01,30 m
N. 24 — INDICAR O TRECHO DE Comprimento equivalente no trecho RI-IB
CÁLCULO NA TABELA DE — trata-se de comprimentos
DIMENSIONAMENTO equivalentes a perdas localizadas, em
metros de canalização retilínea —
Trecho de cálculo será do reservatório valores em tabelas hidráulicas:
de incêndio (RI) à introdução da bomba Registro de globo aberto = 26,0 mca
de incêndio (IB). Cotovelo de 90° raio curto = 02,5 m
Indicar: RI-IB. Válvula de pé e crivo = 20,0 m
Total = 48,5 mca
N. 25 — INDICAR A PRESSÃO Diâmetro nominal da tubulação: 80 mm
RESIDUAL DE EQUILÍBRIO NA Diâmetro interno da tubulação: 75 mm
BOMBA DE INCÊNDIO — TRECHO RI- Fator “C” de Hazen-Williams (tabela n.
IB 01 — IT 22/04): 120 — adimensional
JUNITÁRIO DA TUBULAÇÃO
Indicar a pressão residual na bomba de
incêndio para o trecho RI-IB na tabela de
dimensionamento (vide figura n. 02):
26,21 mca.

N. 26 — VAZÃO TOTAL PARA BOMBA


DE INCÊNDIO

Indicar a vazão para a bomba de


incêndio no trecho RI-IB na tabela de
dimensionamento.
Indicar: 262 I/min.

25
N. 31. CÁLCULO DA POTÊNCIA DA
BOMBA DE INCÊNDIO

A potência da bomba de incêndio poderá


ser calculada pela fórmula indicada
abaixo:

Onde:
Obs.: lançar dados na tabela de P = potência em CV (cavalos-vapor)
dimensionamento (vide figura 2A). AMT = altura manométrica total em mca
Q = vazão em m3/s
N. 29 — INDICAÇÃO DOS VALORES N = rendimento do motor — 75% mais
DAS ELEVAÇÕES — TRECHO RI-IB utilizado
No exercício exemplo, temos:
O valor da elevação (mca) será positivo
(+) quando o fluxo de água estiver no
sentido oposto à força da gravidade. E
negativo (-) quando o fluxo de água
estiver no sentido da força da gravidade.
A somatória das elevações no trecho RI-
IB deverá ser indicada na tabela de
dimensionamento.
Valor total de elevação (exercício
exemplo): + 0,30 mca

N. 30 — PRESSÃO E VAZÃO FINAL


PARA A BOMBA DE INCÊNDIO

A pressão final para a bomba de Obs.: lançar dados na tabela de


incêndio será: dimensionamento (vide figura 2A).

PfinalEB = 26,21 + 1,0 + 0,3 N. 32 — VELOCIDADE DA ÁGUA NA


PfinalEB = 27,51 mca TUBULAÇÃO

Onde: A IT 22/04 estabelece que a velocidade


Pressão residual na bomba de incêndio = máxima da água na tubulação (rede) não
26,21 mca deve ser superior a 5 m/s e a tubulação
J total na tubulação de sucção = 1,0 mca de sucção não deve ser superior a 2 m/s
Elevação total = + 0,3 mca (sucção negativa) ou 3 m/s (sucção
Pressão total da bomba de incêndio = positiva) a qual deve ser calculada pela
27,51 mca equação:
Vazão total da bomba de incêndio = 262 V = Q/A
I/min A= R2
Obs.: lançar dados na tabela de A= (D/2)
dimensionamento (vide figura 2A). Onde:
R é o raio da tubulação, em m

26
D é o diâmetro da tubulação, em m
V é a velocidade da água, em m/s Velocidade da água — trecho H2-PA
Q é a vazão de água, em m3/s
A é a área interna da tubulação, em m2
= 3,1415 (adimensional) (PI)
No exercício exemplo, temos:

Velocidade da água na sucção

Velocidade da água — trecho EB-PA

Velocidade da água — trecho H1-PA

27
Figura 1A - Isométrico exercício exemplo

Figura 2A - Planilha de cálculo

28
5 Conclusão PEREIRA, ADERSON GUIMARÃES.
Sistema de hidrantes prediais para
Ao final deste trabalho verifica-se que combate a incêndios. São Paulo:
é de fundamental importância a Book Mix, 2004.
disciplina de hidráulica, a qual
oferece recursos técnicos PEREIRA, ADERSON GUIMARÃES.
necessários para elaboração de Segurança contra incêndios. São
projetos, gerenciamento e Paulo: LTR, 2009.
manutenção de sistema de hidrantes
prediais. PEREIRA, ADERSON GUIMARÃES;
POPOVIC, RAPHAEL RODRIGUEZ.
Os conhecimentos e os instrumentos Tecnologia em Segurança contra
de tratamento inclusos na disciplina incêndio: LTR, 2007.
podem ser determinantes na
formação e desenvolvimento SÃO PAULO (ESTADO).
profissional dos futuros técnicos, bem Constituição do Estado de São Paulo,
como para o perfeito funcionamento 5 de Outubro de 1989. São Paulo:
sistemas de proteção, o que irá Diário Oficial (Estado), n. 135, 6 de
minimizar possíveis perdas no caso Outubro de 1989.
de incêndios.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria
Referências Bibliográficas dos Negócios da Segurança Pública.
Polícia Militar. Corpo de Bombeiros.
ABNT. Associação Brasileira de Manual de Fundamentos. São Paulo:
Normas Técnicas. NBR 13860/97: Corpo de Bombeiros, 1996.
Glossário de termos relacionados
com a segurança contra incêndio. Rio SÃO PAULO (ESTADO). Decreto no
de Janeiro, 1997. 46.076, de 31 de Agosto de 2001.
Institui o Regulamento de Segurança
ABNT. Associação Brasileira de contra Incêndio das edificações e
Normas Técnicas. NBR 11861/98: áreas de risco para os fins da Lei n.
Mangueira de incêndio – requisitos e 684, de 30 de setembro de 1975 e
métodos de ensaio. Brasília, 1998. estabelece outras providências.

ABNT. Associação Brasileira de SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria


Normas Técnicas. NBR 13714/00: dos Negócios da Segurança Pública.
Sistema de hidrantes e de Polícia Militar. Corpo de Bombeiros.
mangotinhos para combate a Instrução Técnica no 3/2004:
incêndio. Brasília, 2000. terminologia de segurança contra
incêndio. In: Regulamento de
PEREIRA, ADERSON segurança contra incêndio das
GUIMARÃES. Segurança contra edificações e áreas de risco: Decreto
incêndio. São Paulo: Manuais Estadual no 46.076/01. São Paulo:
Técnicos de Seguros, 2000. Corpo de Bombeiros, 2005a. p. 153.

29
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria
dos Negócios da Segurança Pública. dos Negócios da Segurança Pública.
Polícia Militar. Corpo de Bombeiros. Polícia Militar. Corpo de Bombeiros.
Instrução Técnica no 2/2004: Instrução Técnica no 22/2004:
conceitos básicos de segurança sistema de hidrantes e mangotinhos
contra incêndios. In: Regulamento de para combate a incêndio. In:
segurança contra incêndio das Regulamento de segurança contra
edificações e áreas de risco: Decreto incêndio das edificações e áreas de
Estadual no 46.076/01. São Paulo: risco: Decreto Estadual no 46.076/01.
Corpo de Bombeiros, 2005b. p. 100- São Paulo: Corpo de Bombeiros,
101. 2005c. p. 486-507.

30
Cobertura Conceitual como Mecanismo de
Representação de Conceitos de Matemática em uma
Matriz Curricular de um Curso de Engenharia da
Computação
Ricardo Shitsuka1,2, Ismar Frango Silveira2, Gustavo Salgado1
Dorlivete Moreira Shitsuka2
1
Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI
Itajubá – MG – Brasil
2
Programa de Mestrado e Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática
Universidade Cruzeiro do Sul
São Paulo – SP – Brasil

rshitsuka@uol.com.br, ismarfrango@gmail.com

Resumo. É sabido que ocorre um elevado índice de reprovação nas


disciplinas de Matemática, dos cursos de Engenharia – em especial a
Engenharia da Computação, principalmente no primeiro período, levando
muitos alunos a abandonarem os cursos. Acredita-se na possibilidade da
diminuição da reprovação, por meio do trabalho com aprendizagem
significativa através de um repensar das matrizes curriculares por meio de
cobertura conceitual, empregando mapas conceituais. O objetivo do
presente estudo é apresentar o emprego desses mapas na representação
de conceitos de matemática num curso de Engenharia da Computação,
trabalhando-se a questão da clarificação de conceitos.

Palavras-chave: Ensino de Matemática; Ensino de Engenharia;


Aprendizagem Significativa; Currículo; Cobertura conceitual; Mapas
Conceituais.

Abstract. It is widely known that there is a high failure rate on Math


courses in Engineering careers, specifically the Computer Engineering
one, mainly regarding freshmen, which leads many students to drop out. It
would be possible to diminish failure rates by using meaningful learning,
through a re-thinking of curricula through conceptual coverage, applying
concept maps. The objective of this paper is to present a study on the
utilization of concept maps in representation of Math concepts in
Computer Engineering undergraduate course, addressing the issue of
concept clarification.

31
Palavras-chave: Teaching of Mathematics; Teaching of Engineering;
Meaningful Learning; Curriculum; Conceps Coverture; Concept Maps.
1. Introdução computação, Conclusão e
Referências.

A engenharia é considerada como 2. A motivação do aprendizado


sendo a aplicação de princípios de nos alunos e a aprendizagem
Matemática e de Ciências na significativa
resolução de problemas de produção,
fabricação, construção de artefatos, Atualmente, as exigências da
manutenção e operação. Engenharia sociedade da informação e do
da computação é, grosso modo, o conhecimento fazem com que as
ramo da Engenharia que trabalha pessoas recebam uma quantidade
com os sistemas computacionais. maior de informações, provenientes
da mídia, das redes de dados e
Em geral, os currículos dos cursos de telecomunicações e do meio no qual
Engenharia, incluem nos seus dois vivem e trabalham.
primeiros anos as disciplinas de
Matemática, e esta realidade não é A maior quantidade de informações,
diferente para os cursos de conceitos e conhecimentos faz com
Engenharia da Computação. que as pessoas tenham que aprender
mais rápido, para “dar conta” do
Ocorre que, historicamente, o índice volume crescente de informações.
de reprovação nas disciplinas de Neste ponto, a motivação para o
Matemática, nesses cursos é aprendizado e as formas segundo as
bastante elevado, levando muitos quais este ocorre e pode ser
alunos a abandonarem os mesmos. trabalhado tornam-se cada vez mais
Acredita-se na possibilidade da interessantes para a sociedade,
diminuição da reprovação, por meio representada em parte pelas
do trabalho com aprendizagem empresas, escolas, professores e
significativa associados a mapas alunos.
conceituais.
A aprendizagem nas pessoas é um
O objetivo do presente estudo é processo que se estende ao longo da
apresentar o emprego de mapas vida de uma pessoa. As escolas são
conceituais na representação de locais nos quais a aprendizagem é
conceitos de matemática num curso trabalhada de modo organizado e
de Engenharia da Computação. sistemático.
Nas linhas seguintes serão
trabalhados os itens relacionados à Campos (1986, p.30) definiu
motivação para o aprendizado e aprendizagem como: “uma
aprendizagem significativa. A modificação sistemática do
representação de conceitos por meio comportamento por efeito da prática
de mapas conceituais, ou experiência, com um sentido de
Representação de disciplinas de progressiva adaptação ou
matemática da matriz curricular de ajustamento”.
um curso de engenharia da

32
As teorias surgem na tentativa de
A motivação é um processo interno explicar fenômenos ou
às pessoas, isto é, que ocorre no acontecimentos e este é o caso das
interior da mente, ao passo que teorias da aprendizagem com relação
externamente, podem-se criar à forma como as pessoas assimilam
incentivos, para que ocorra o novos conhecimentos.
processo interno de motivação. O
estudo da motivação iniciou-se com Na aprendizagem significativa, o
Freud, em 1922, que considerava aprendiz já possuía alguma estrutura
como sendo um princípio capital de mental interna denominada de
motivação, “a busca do prazer, a “subsunçor”, a respeito do assunto e
satisfação do libido” (FREUD apud esta estrutura servia para “ancorar”
CAMPOS, 1986, p.92). ou fixar os aprendizados novos, que
passavam a ter significado, pois uma
Outro termo utilizado no presente nova informação modificava o
estudo, refere-se à palavra “conceito” substrato existente na mente do
que no sentido de aprendizagem é aprendiz. (AUSUBEL, NOVAK e
apresentada por Novak (2000) como HANESIAN, 1980, p. 20).
sendo uma regularidade, que
apresenta rótulo, é representacional e Na Figura 1, pode-se observar a
serve para designar objetos e região do canto superior esquerdo na
situações, sendo relacionáveis com qual se encontra a clarificação das
outros conceitos por meio de relações entre conceitos. Esta é a
significados. região na qual ocorre o trabalho de
organização dos currículos dos
cursos de engenharia.

Figura 1 – Ilustração da aprendizagem significativa na região de clarificação dos conceitos.

33
Na Figura 1 pode-se observar que as esperança de, desta forma, gerar a
setas indicam que o trabalho com motivação interna no aluno, que fará
mapas conceituais aplicados às com que os mesmos adotem ações
disciplinas de matemática no sentido de irem de encontro ao
possibilitam a clarificação de aprendizado.
conceitos levando a um tipo de
aprendizagem significativa ou seja, Há também a questão da
favorecendo a ocorrência de uma produtividade na criação de um mapa
aprendizagem duradoura e que seja conceitual ou de um mapa mental, na
útil à sociedade, a qual pode ser qual produção em grupo geralmente
obtida pelo trabalho com o estudo conduz a uma produtividade melhor,
dos conceitos de matemática da talvez evocando a máxima popular,
matriz curricular de um curso de que reza que “duas cabeças pensam
Engenharia da Computação por meio melhor que uma.” Neste sentido a
de mapa conceitual. interação, pode ser positiva.

Segundo Novak (2000, p.15), “a A questão interacionista é bem


aprendizagem significativa está explicada por Lév Vigotsky, que
subjacente à integração construtiva considerava que o aprendizado
do pensamento dos sentimentos e ocorria melhor nas regiões de
das ações que levam à capacitação conhecimento próximas ao que os
humana quanto ao compromisso e à estudantes já conheciam.
responsabilidade”.
A esta região, Vigotsky denominou de
Por seu turno, Ausubel também não Zona de Desenvolvimento Proximal
abordava bem a questão da (ZDP) e é uma região na qual o
motivação, e neste ponto faz-se uso trabalho de aprendizagem se torna
de outras visões desde a Freudiana mais eficiente. Wellings (2003)
até Novak, os quais fornecem apresentou uma visão na qual
subsídios interessantes para se considerava o conhecimento
entender este agente poderoso que científico ensinado nas escolas como
surge no interior da mente das sendo aquele correspondente à seta
pessoas. que vai de cima para baixo. Já os
conhecimentos do cotidiano das
No processo ensino aprendizagem, o pessoas vinham de baixo para cima e
professor pode atuar de forma a criar eram representados por várias setas
incentivos para o aprendizado, na como ilustra a Figura 2.

34
Figura 2 - Zona de Desenvolvimento Proximal de Vigotsky.
(Adaptado de Wellings, 2003, p.9.).
sub-conceitos, bem como suas
relações. Estas são apresentadas por
Quando o professor realiza um
meio de retas que possuem nomes
trabalho que permita juntar o
de ligação.
conhecimento vindo do meio
acadêmico, com o conhecimento
Mapas conceituais permitem
vindo da prática, fazendo uma
conhecer a extensão do
“amarração” entre os mesmos na
conhecimento possuído pelo
região da ZDP, ocorre o aprendizado
elaborador do mesmo, ou seja, o
significativo.
domínio dos conceitos.

3. Representação de conceitos Neste ponto, torna-se interessante a


diferenciação entre conceitos de
por meio de Mapas Conceituais
conhecimentos. O conhecimento
pode ser interno às pessoas ou
Mapas conceituais segundo Novak
externo. No caso do conhecimento
(2000) são figuras que apresentam,
externo, este se refere ao
em forma hierárquica, os conceitos e

35
conhecimento contido nas Matrizes e Sistemas de Equações
organizações por meio de normas, Lineares.
processos, organogramas etc. Já
conhecimento interno possui Quadro 2 – Disciplinas de matemática do
conceitos, significados, relações e segundo período.
contextos. Quanto maior a Disciplina CH
quantidade destes, maior também a Matemática II 128h
relação daquele, numa relação
matemática, diretamente Ementa respectiva:
proporcional. Integral. Integração numérica.
Funções integráveis. Integrais
impróprias, seqüências e séries.
3.1 Representação de disciplinas Aproximação de funções. Funções de
de matemática da matriz curricular uma Variável Real a Valores em Rn.
de um curso de Engenharia da Sistemas de coordenadas cilíndricas
Computação e esféricas. Funções de Várias
Variáveis Reais a Valores Vetoriais.
Na Universidade Federal de Itajubá2, Integrais de Linha. Integrais de
campus de Itabira, são aplicadas a Superfície. Teorema de Stokes.
matriz curricular e ementas Teorema de Gauss.
apresentadas nas linhas seguintes,
como ilustram o Quadro 1 para o Quadro 3 – Disciplinas de matemática do
terceiro período.
primeiro semestre, o Quadro 2, para
o segundo semestre, o Quadro 3 para Disciplina CH
o terceiro semestre e o Quadro 4 Matemática III 64h
para o quarto semestre do curso de Estatística 64h
Engenharia da Computação em
consideração. Ementas respectivas:
Matemática III: Equações
Quadro 1 – Disciplinas de matemática do diferenciais lineares de ordem um:
primeiro período. Métodos Numéricos. Equações
Disciplina CH diferenciais de ordem dois: Métodos
Matemática I 128h Numéricos. Soluções em série para
equações lineares de ordem dois:
Ementa respectiva: Método de Frobenius, Métodos
Funções. Limite e continuidade. Numéricos. Equações diferenciais
Derivada. Derivação numérica. lineares de ordem maior que dois.
Solução numérica de raízes de Estatística: Noções básicas de
equações. Funções de várias probabilidade. Variáveis aleatórias.
variáveis reais a valores reais. Distribuições de probabilidade.
Métodos Numéricos de Regressão. Teoremas-limite. Introdução à
Vetores, Retas e Planos, Cônicas e estatística.
Quádricas. Espaços Euclidianos.
2

http://www.unifei.edu.br/files/arquivos/Catalo
gosdecursos/ECO_Itb_Estrutura_Curricular_2010
.pdf, acesso 20/3/2010

36
Equações diferenciais não lineares:
Descrição, exploração e comparação Espaço de fase, Estabilidade,
de dados. Estimativas e tamanhos de Métodos Numéricos. Sistemas de
amostras. Teste de hipóteses. equações diferenciais lineares de
Estatística paramétrica. ordem um: Métodos Numéricos.
Equações diferenciais parciais: Série
Quadro 4 – Disciplinas de matemática do de Fourier, Transformada de Fourier
quarto período. e Laplace, Métodos Numéricos.
Disciplina CH A Figura 3 ilustra o trabalho
Matemática 64h inicial com a transposição da
IV organização curricular das disciplinas
para um mapa conceitual.
Ementa respectiva:

Figura 3 – Mapa conceitual apresentando os conceitos para as disciplinas de matemática do


curso de Engenharia da Computação da UNIFEI – campus Itabira.

Sabe-se, no entanto, que os nomes Observou-se que as disciplinas


das disciplinas nem sempre refletem trabalham vários conceitos de
os conceitos trabalhados nas métodos numéricos distribuídos entre
mesmas e por este motivo, procurou- as disciplinas de Matemática I a IV,
se ir adiante no estudo, criando-se que em outros cursos seriam
uma matriz curricular totalmente trabalhadas numa disciplina a parte
orientada por conceitos. denominada Cálculo Numérico.

A análise do mapa conceitual permitiu O estudo dos mapas permitiu


observar a existência de vários locais visualizar que em Matemática I se
diferentes nas quais se trabalhavam trabalham, em geral, conceitos de
os “sistemas lineares”. Álgebra Linear, em Matemática II,
conceitos de Integrais, em

37
Matemática III, as integrais de baixa
ordem e em Matemática IV, integrais Elas trabalham com disciplinas em
de ordem mais elevada. paralelo, no mesmo período, ou então
em disciplinas de anos mais
Notou-se também que o estudo das adiantados do curso mencionado e
matrizes curriculares por meio de que portanto, pode vir a necessitar de
mapas conceituais não eliminava a conceitos já trabalhados em
forma de representação anterior por disciplinas anteriores.
meio de “grades” ou “matrizes”.
Nas matrizes consideradas notou-se
As respectivas ementas, porém que apesar dos números I, II, III e IV
forneciam diferentes formas de se nas matemática, não aparecia a
enxergar a relação e significados dos figura do pré-requisito e deste modo,
conceitos. nos estimulou a prosseguir criando o
mapa conceitual da Figura 4, que
Estas formas possibilitavam a ilustra somente os conceitos de
ocorrência de novos olhares por parte matemática trabalhados no curso de
dos educadores que atuam nestas Engenharia da Computação
áreas de ensino bem como de considerado, mas sem levar em conta
professores de outras disciplinas ou o período e o nome das disciplinas.
outras áreas.

Figura 4 – Mapa conceitual apresentando os conceitos de matemática trabalhados pelas


disciplinas de Matemática de um curso de Engenharia da Computação.

38
4. Considerações finais
Referências
No presente estudo se apresentou o
emprego de mapas conceituais na AUSUBEL, David P; NOVAK, Joseph
representação de conceitos de D; HANESIAN, Helen. Psicologia
matemática num curso de Engenharia educacional. 2ed. Rio de
da Computação. Janeiro: Interamericana, 1980.

Notou-se que os mapas conceituais CAMPOS, Dinah M. de S. Psicologia


apresentam conceitos de modo da aprendizagem. 18ed.
hierárquico, mas possuem a Petrópolis: Vozes, 1986.
liberdade na sua elaboração, de
modo a facilitar o trabalho do analista. NOVAK, Joseph D. Aprender criar e
Eles apresentam os conceitos no utilizar o conhecimento: mapas
interior dos retângulos e linhas que conceituais como ferramentas de
unem conceitos e sub-conceitos. facilitação nas escolas e
Estas linhas possuem palavras que empresas. Lisboa: Plátano, 2000.
conferem significados e relações.
WELLINGS, Paula. School learning
Notou-se também que o estudo das and life learning: the interaction of
matrizes curriculares por meio de spontaneous and scientific
mapas conceituais não eliminava a concepts in the development of
forma de representação anterior por higher mental processes.
meio de “grades” mas possibilitava Disponível em:
“novos olhares” por parte dos http://ldt.stanford.edu/~paulaw/ST
educadores e estes olhares ANFORD/370x_paula_wellings_fi
favoreciam a aprendizagem nal_paper .pdf, acesso em: 02 fev
significativa pela clarificação das 2010.
relações entre os conceitos.

39
TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS APLICADAS AO
ENSINO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

ÁNDERSON GUIMARÃES PEREIRA3

Resumo: O trabalho procura demonstra que a aplicação das tecnologias da


informação e comunicação ao ensino de segurança contra incêndio é viável no
processo de ensino e aprendizagem. Mais importante do que a tecnologia, é a
relação entre o educador e os docentes, o que confere sentido e significado à
comunicação.

Palavras-chave: Ensino; Incêndio; Informação; Tecnologia; Segurança

Abstract: The work has shown that the application of information technology and
communication teaching fire safety is feasible in the process of teaching and
learning. More important than technology, is the relationship between educators
and teachers, which gives sense and meaning to the statement.

Keywords: Education; Fire; Information; Technology, Security

3
Doutorando em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Cruzeiro do Sul; Mestre em
Políticas Sociais - UNICSUL; Pós-Graduado em Gestão da Segurança contra Incêndio e Explosões
(USP); Pós-Graduado em Qualidade Total e Produtividade (Fac. Oswaldo Cruz); Oficial da Polícia
Militar do Estado de São Paulo; Bacharel em Direito (UNIBAN); capguimaraes@yahoo.com.br.

40
Introdução novos processos de aprendizagem
que oferecem possibilidades de
renovar ou mesmo romper com a
Há diversas discussões sobre as práxis do modelo tradicional
potencialidades em torno das da educação.
Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) e suas aplicações
na educação. Objetivo

Nesse debate, discute-se e É ressaltar a necessidade de


problematiza-se como a nova infra- aplicação da Tecnologia da
estrutura da informação e da Informação e Comunicação (TIC) no
comunicação pode contribuir para processo de ensino e aprendizagem
ampliar ou renovar os métodos dos cursos relacionados à segurança
tradicionais da produção do contra incêndio.
conhecimento levando-se em conta
que os meios informáticos oferecem
acessos a múltiplas possibilidades de Metodologia
interação, mediação e expressão de
sentidos, propiciados, tanto pelos Realizou-se, inicialmente, depois de
fluxos de informação e diversidade de estabelecido e delimitado o tema do
discursos e recursos disponíveis – trabalho e formulado o problema e a
textuais, visuais e sonoros – como hipótese, o levantamento de
pela flexibilidade de exploração. bibliografias e consultas aos
integrantes dos órgãos públicos
O computador, nesse contexto, responsáveis. As informações foram
configura-se como potencializador armazenadas para, após, ser redigido
para extrapolar as limitações o presente texto.
clássicas do modelo preconizado pela
Teoria da Informação, baseada na
tríade linear emissor-mensagem- Desenvolvimento
receptor.
A tecnologia computacional trouxe ao
Neste trabalho buscamos contribuir mundo uma forma diferente de se ver
para ampliar a reflexão crítica acerca a vida. No final da década de 30 e
do uso das tecnologias postas a meados da década de 40, os
serviço da informação e comunicação programas de computadores faziam
na educação, remetendo à os serviços que as simples
necessidade de se atentar aos calculadoras de mão fazem hoje,
recursos tecnológicos utilizados como porém de uma forma maior.
meios que veiculam conteúdos
pedagógicos e propondo que passem A II Guerra Mundial acontecendo e os
a ser concebidos como instrumentos grandes pensadores da época
dialógicos de interação e mediação preocupavam-se em otimizar os
de saberes que confiram significado à serviços e cálculos, dando assim um
comunicação. Abrem-se, assim,

41
novo rumo na história da tecnologia A informática é vista ora como um
computacional. agente de transtorno, ora como uma
força de esclarecimento.
O impacto da tecnologia
computacional na cultura O advento da tecnologia
contemporânea é normalmente computacional trouxe grandes
percebido de forma paradoxal. expectativas para a maioria das áreas
da atividade humana, e, em alguns
casos, essa expectativa foi
respondida ou até mesmo superada.

Fig.: 1 – Tecnologias computacionais aplicadas ao ensino de segurança contra incêndio

A tecnologia computacional é um recurso A inclusão da tecnologia de alunos do


vivo e incorporado nas instituições de ensino de segurança contra incêndio
ensino e em diversos campos da
sociedade. Na prática educacional,
pode ocorrer nas matérias de física,
também, exige-se esta incorporação. química, dinâmica do fogo,
resistência dos materiais, mecânica
Descreve Perrenoud4 (2000, p.128) a dos fluidos, matemática, além de
utilização da tecnologia em sala de outras. Pode a instituição de ensino
aula contribui para novos campos de estabelecer um Portal Educacional
desenvolvimento de competências (via Internet) onde oferecerá diversas
fundamentais, como: formar o senso possibilidades para o aprendizado.
crítico, o pensamento hipotético e Dentre elas, ser introduzido com uma
dedutivo, as faculdades de aula expositiva em um telão
observação e de pesquisa, a multimídia, ou mudar para exercício-
imaginação, a capacidade de e-prática através do conteúdo
memorizar e classificar, a leitura e a multimídia, seguindo um roteiro
análise de textos e de imagens, a elaborado pelo docente, através do
representação de redes, de blog, o aluno pode navegar pelo
procedimentos e de estratégias de Portal, na forma de investigação ou
comunicação. pesquisa atividades, todas como
centro a aprendizagem do aluno de
forma dinâmica.
4
PERRENOUD, Philippe. Dez novas
competências para ensinar. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 2000.

42
ímpeto, ou seja, o interesse real da
aplicação das tecnologias da
informação e comunicação (TIC) na
educação, como mecanismo
complementar, substitutivo (EaD -
Educação a Distância) ou integrante
do ensino presencial, formando assim
um verdadeiro e complexo ambiente
de aprendizagem.

A adoção de atividades colaborativas


durante a etapa de ensino no curso
de segurança contra incêndio, neste
ambiente de aprendizagem, pode
Fig.: 2 – Análise computacional de vazão e
pressão em esguicho oferecer grande contribuição pela
necessidade de interação,
Destaca-se que a tecnologia da negociação e relacionamento que
informação e comunicação (TIC) é este tipo de prática vem exigir, e que
um conjunto de recursos tecnológicos efetivamente constitui-se em um
integrados em si. Esta proporciona exercício simulado da atuação do
através das funções de hardware, profissional no campo de trabalho.
software e telecomunicações, a
automação e comunicação dos Não há como negar que cada vem
processos de negócios, da pesquisa mais as Tecnologias da Informação e
científica e de ensino e Comunicação (TIC) fazem parte do
aprendizagem, ampliando os setor de projeto, execução e
horizontes entre o real e o virtual, manufatura e devem ser abordadas
expandido assim o seu uso e suas pelo ensino durante as disciplinas
potencialidades. que respondem pela formação neste
tipo de atividade. O aproveitamento
otimizado destas novas tecnologias
implica uma mudança drástica das
nossas formas de ensinar e aprender.
O uso de textos, vídeos e sons,
podem revolucionar os processos de
ensino/aprendizagem através da
"interatividade".

O projeto colaborativo, o uso de


ambientes colaborativos pode se
constituir em uma forma interessante
de atuação no curso de segurança
Fig.: 3 – Software de cálculo hidráulico contra incêndio que atuem com
disciplinas de projeto. Este tipo de
A disseminação da Internet nos anos atuação deve seguir os avanços já
recentes tem feito ressurgir com novo incorporados pelos cursos no uso de
ferramentas de ensino e de apoio ao

43
processo de aprendizagem dos aplicados ao processo de ensino-
discentes. Mesmo com tantos aprendizagem.
benefícios, a informática ou a
utilização do computador não pode Para que a participação do professor
ser utilizada como recurso único. seja efetiva nesse contexto, ele
precisa estar em condições de
Segundo Demo5 (1998) é possível e desenvolver conhecimentos,
viável caminhar na direção de uma principalmente para inserir em sua
informática cada vez mais prática pedagógica softwares que
reconstrutiva, que sugere a simples facilitem e auxiliem o aprendizado de
transmissão de informação e seus alunos.
conhecimento.
No entanto, para que esta prática se
Porém, a parte educativa da reestruture e sejam incorporadas
informática não provém propriamente novas metodologias de ensino, os
dela mesma, mas sim do educador professores devem primeiramente
engajado no processo de aperfeiçoar-se.
aprendizagem do aluno (o facilitador).
Diversos modelos pedagógicos
Não cabe atribuir a um meio apregoam que o processo de ensino
eletrônico uma propriedade que é deve, extensivamente, possibilitar a
tipicamente humana. Assim, a criação concreta de experiências e
informática é um insumo cada vez desenvolver canais para refletir sobre
mais imprescindível no ensino, não elas, definindo teorias, praticando,
como fim, mas como meio. experimentando e integrando
conceitos.

Todavia, esse objetivo fica distante


quando não são respeitados fatores
como cultura, deficiências e
potenciais de cada aprendiz em
particular; e quando esses aspectos
são considerados, na prática muitos
se deparam com o fato de que são
necessários diversos mecanismos
para que seja possível obter sucesso
Fig.: 4 – Sala com carteiras informatizadas (ABRAHAM, 2002).

As inovações tecnológicas exigem Com a efetiva introdução das


dos profissionais envolvidos com a tecnologias no processo educativo,
educação um aperfeiçoamento muitas outras variáveis precisam ser
constante, inclusive no que se refere consideradas, pois os recursos
à inserção de recursos tecnológicos tecnológicos passam a ser
componentes chave para o
desenvolvimento de inúmeras
5
DEMO, P. Questões para a teleducação.
possibilidades de execução de novas
Petrópolis: Vozes, 1998. práticas educacionais, tanto na

44
modalidade de ensino presencial, Tomo13, Nº2; p.125-133. West
quanto virtual. Lafayette, 2002

Papert, S. Logo: computadores e


Conclusão educação. São Paulo: Brasiliense,
1985.
O uso do computador como meio de
ensino possibilita um maior PRADO, M. E. B. B.; Valente, J. A. A
aproveitamento do conteúdo das formação na ação do professor: uma
disciplinas da grade curricular do abordagem na e para uma nova
curso de segurança contra incêndio prática pedagógica. In: Valente, J. A.
por parte dos alunos, desde que o (org). Formação de educadores para
professor elabore planos o uso da informática na escola.
metodológicos que superem a Campinas-SP: Unicamp/Nied, 2003.
simples reprodução do conhecimento. p. 21-38.

Para que os docentes possam utilizar PMSP. Projeto Gênese: A Informática


de forma correta e com alta eficácia e Chega ao Aluno da Escola Pública
eficiência a poderosa ferramenta de Municipal. São Paulo, SP: Secretaria
ensino que têm em mãos, o Municipal de Educação de São Paulo,
computador, estes profissionais 1992.
devem se atualizar, através de
capacitação e treinamentos, Sidericoudes, O. Desenvolvimento
participando de cursos e programas de Metodologias de Ensino-
de pós-graduação e pós-doutorado. aprendizagem da Matemática em
Mais especificamente para a Ambientes Computacionais Baseados
Engenharia de Incêndio, os na Estética Logo. Rio Claro: UNESP,
professores devem buscar 1996. 164p. Dissertação (Mestrado
esta atualização sobre novas técnicas em Educação Matemática) - UNESP,
informatizadas de ensino, Rio Claro, 1996.
principalmente nas áreas de Gestão
de Projetos, Gestão da Qualidade, .
Comportamento das estruturas
mediante ao fogo, Transferência de
Calor, Segurança do Trabalho, entre
outras definidas como áreas de
atuação do Profissional de Segurança
contra Incêndio.

Referências Bibliográficas

ABRAHAM, T. Evaluating the virtual


management information systems
(MIS) classroom. Journal of
Information System Education.

45
DESIGN INSTRUCIONAL: um estudo de caso de objetos
de aprendizagem de matemática
Dorlivete Moreira Shitsuka
Mestranda no PPG da Universidade Cruzeiro do Sul.
Especialista em Informática em Educação
dorlivete@uol.com.br

Ismar Frango Silveira


Doutor em Engenharia Elétrica pela EPUSP
ismarfrango@gmail.com

Marcos Alexandruk
Especialista em Banco de Dados
Coordenador de cursos de TI na UNINOVE
malexdruk@gmail.com

Resumo
O computador é subutilizado em muitas escolas brasileiras, devido a falta de
preparo dos professores para uso dos softwares, e acrescente-se a este fato, a
falta de softwares educacionais voltados para o processo ensino-aprendizagem e
que trabalhe com o ensino de matemática dos conteúdos curriculares para o nível
considerado. No presente estudo se apresentou alguns cuidados necessários para
construção de objetos úteis ao processo educacional de matemática na educação
básica. Os objetos precisam ser criados dentro de critérios de desenvolvimento,
com atratividade, usabilidade e qualidade, critérios educacionais com objetivos
pedagógicos e condições que facilitem a localização e recuperação dos mesmos
com facilidade.

Palavras-chave: objetos de aprendizagem; tecnologia de informação e


comunicação; informática educacional; design instrucional; ensino de matemática;
educação básica.

Abstract:
Computer is under utilized in many braziliam schools due to lack of prepare of
teachers for the use of softwares, and in addition to this fact there are the lack of
educational software oriented to teaching learning process and that work with
teaching of mathematical contents to the considered level. In the actual study it
was presented some care that are necessary to educacional process of
mathematics in brazilian “educação básica” or high school. Objects need to be
created obeying some criteria of development that consider: atractivity, usability,
quality, and educacional criteria with the pedagogical objectives and conditions that
facilitate localization and recovery of them easely.

Key-words: learning objects; information and communication technologies,


educational informatics; instructional design; teaching of sciences; education.

46
INTRODUÇÃO

Na presente estudo, considerou-se O IEEE-LTSC P1484.12 (2002),


que existe a dificuldade no conceituou objeto de OA como sendo
aprendizado de matemática em “qualquer entidade, digital ou não, na
alunos da Educação Básica, como se qual pode ser usada, reusada ou
verifica nos exames nacionais do referenciada durante o ensino
ENEM, SAEB, SARESP, PROVA auxiliado por tecnologia”.
BRASIL e outros, causando “mal
estar” entre os professores de Segundo Willey:
matemática (PIRES e BERANGER,
2009, p.86). OA são elementos de um novo tipo
de instrução baseada em
computador firmada no paradigma de
Para ajudar o aluno a aprender orientação a objetos da Ciência da
conceitos de Função de 1º grau Computação. A orientação a objetos
(linear, afim e inversa), Coeficiente valoriza enormemente a criação de
angular, Domínio, Imagem e componentes (denominados
Grandezas diretamente proporcionais “objetos”) que podem ser reutilizados
em múltiplos contextos. (WILLEY,
criou-se um Objeto de Aprendizagem 200, p.3).
(AO) a “Enchendo a garrafa”, com
objetivo de tornar a aprendizagem de No sentido educacional, os OA são
funções, mais significativa para os aqueles utilizados em processos e
alunos do nível básico. ensino-aprendizagem, devem possuir
objetivos pedagógicos. Devem ser
O objetivo do presente estudo é usados em momentos adequados e
apresentar alguns cuidados seguir planos de ensino-
necessários para construção de aprendizagem.
objetos úteis ao processo ensino-
aprendizagem de matemática na Para produzir um OA, conforme
educação básica. Tarouco e Cunha (2006):

OBJETOS DE APRENDIZAGEM ...é necessário conhecer a temática


Objetos de aprendizagem no sentido que se deseja trabalhar, determinar a
“lato” são objetos utilizados no abordagem pedagógica que norteará
sua concepção e uso, saber utilizar
processo ensino-aprendizagem como ferramentas de autoria para
é o caso dos livros, vídeos, construção do OA e trabalhar de
fotografias, cadernos, material forma coerente com os princípios de
didático, mapas etc. Neste sentido, projeto educacional.
muitas vezes, se entende tais objetos
como sendo seu conteúdo de Alguns exemplos de tecnologia de
aprendizagem, porém, existe também suporte ao processo mencionado
o conceito de mais atual de objeto de incluem: aprendizagem interativa,
aprendizagem que voltado para sistemas instrucionais assistidos por
objetos computacionais. computador, sistemas de educação à
distância, e ambientes de

47
aprendizagem colaborativa. Objetos Figura 1 – Teoria de aprendizagem de
de aprendizagem incluem conteúdos Ausubel (1980).
de aplicações multimídia, conteúdos Para que o aluno aprenda de modo
instrucionais, objetivos de significativo, segundo o Ausubel
aprendizagem, ferramentas de (1980), é necessário que existam
software e software instrucional, algumas condições, pois esta
pessoas, organizações ou eventos aprendizagem:
referenciados durante o processo de
Ocorre quando a tarefa de
suporte da tecnologia ao ensino e aprendizagem implica relacionar de
aprendizagem. (IEEE-LTSC forma não arbitrária e substantiva
P1484.12., 2002). (não literal) uma nova informação a
outras com as quais o aluno já esteja
A IMPORTÂNCIA DOS OA NA familiarizado e quando o aluno adota
uma estratégia correspondente para
APRENDIZAGEM assim proceder.

Ausubel (1980), foi o criador da teoria Na Teoria da Aprendizagem


de aprendizagem significativa e fez Significativa, as condições para uma
seus estudos em sala de aula. Ele aprendizagem significativa são:
identificou 4 aprendizagens: - Idéias expressas são relacionadas
significativa, automática, por às informações previamente
recepção e descoberta autônoma. adquiridas pelos alunos.
- A relação não é arbitrária e se
Nesta perspectiva, o ensino estabelece com aspecto na
convencional de matemática é feito estrutura cognitiva do aluno.
por recepção automática, onde se - O aluno deve manifestar disposição
encontram as tabuadas, uso de para uma aprendizagem
fórmulas e solução de problemas, significativa.
como se vê na Fig.1. - Todo o conteúdo deve ser
apresentado ao aluno sob forma
final.

Os OA são formas de instrução


audiovisual bem planejada, que são
apresentados aos alunos de forma
final, e podem ser usados por
professores para tornarem a
aprendizagem mais significativa para
os alunos.

OA não substituem professores, mas


podem trabalhar em conjunto com os
mesmos, apoiando o processo
ensino-aprendizagem, rincipalmente,
nas simulações substituindo o gasto
com laboratórios e ainda
possibilitando a repetição das

48
experiências, com diferentes números racionais e álgebra (6ª
parâmetros, pelos alunos. série), gráficos, equações, números
EMPREGO DO AO NO ENSINO DE racionais, expressões algébricas (7ª
MATEMÁTICA série) e números reais (8ª série).
Segundo a teoria da Aprendizagem
O emprego de OA de matemática Significativa (AS) de Ausubel, estes
ocorrerá preferencialmente na época conhecimentos que já existem na
em que se estão trabalhando os estrutura cognitiva do aluno se
conceitos matemática. denominam subsunsores. Os
mesmos vão ancorar o novo
O professor pode adotar como conhecimento, que no caso do OA
referência, a época de ensino dos “Enchendo a garrafa” é a função de
tópicos abordados pelos objetos de 1º grau (afim e linear, inversa,
modo sincronizado com seu domínio, imagem e coeficiente
planejamento de trabalho de angular).
conteúdos em obediência aos
Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) para as séries consideradas. O PROCESSO DE
No caso do Estado de São Paulo, DESENVOLVIMENTO DO OA
utilizam-se as Propostas Curriculares
para a Educação Básica no Estado Um OA é um software, que pode
de São Paulo. seguir os critérios de projetos de
software. Em particular, para a
O uso desses parâmetros torna-se construção de software educacional,
uma fonte de referência importante existe o Design Instrucional (DI) que
para construção de objetos conforme segundo FILATRO (2008, p.3):
os conceitos apresentados nos
mesmos. Segue-se uma base ...é um processo (atividades) que
racional para desenvolvimento e identifica um problema (ou
necessidade) de aprendizagem e
aplicação dos OA junto aos alunos de desenha, implementa e avalia uma
uma determinada turma. solução para esse problema.

No caso do AO “Enchendo a garrafa” Para se realizar o DI é preciso se


serão ensinados conceitos de: seguir uma seqüência definida num
coeficiente angular de reta de função modelo. O modelo Instrucional
de primeiro grau (afim e linear) e System Design (ISD), também
inversa das funções por meio do uso conhecido em inglês como modelo
de objeto com contextualização em ADDIE que vem do acrônimo de
problemas do cotidiano. Analisys, Design, Development,
Implementation e Evaluation.
Segundo as Propostas Curriculares,
função de 1º grau é ensinada para Este modelo faz com que se definam
alunos do 1º ano do Ensino Médio. É etapas claras de desenvolvimento, as
necessário que o aluno para aprender quais, na medida em que são
os conceitos, já tenha aprendido nas respeitadas, fornecem aos
séries anteriores: frações e números participantes um contorno mais
naturais (5ª série), geometria,

49
definido do andamento do projeto aspectos de diversas áreas de
bem como a previsibilidade conhecimento: Educação, Análise de
necessária para as partes envolvidas sistemas, Programação, DI,
no projeto. As etapas são: Webdesign, Psicologia, Profissionais
da área na qual o objeto vai atuar
1) Análise – nela se busca entender o (p.ex, professores de matemática,
problema educacional e fazer um caso seja um objeto de matemática).
projeto para a solução. O processo
de análise envolve as etapas: É interessante notar a equipe de
identificar o problema de desenvolvimento tem que trabalhar
aprendizagem, identificar os fatores com alunos e professores em
contextuais de orientação, listar os diversos momentos, cujos principais
dados que devem ser coletados, estão no início do desenvolvimento
selecionar métodos mais adequados, do AO, considerando-se as
localizar, construir ou modificar necessidades educacionais e seu
ferramentas e técnicas para a análise ambiente e contexto social. Na etapa
contextual do projeto. final, é preciso fazer a validação:
realizar novas consultas e
2) Design – aqui se faz o intervenções, por meio da validação
planejamento e o design da parte do objeto por professores e alunos.
didática, com a descrição e O OA “Enchendo a garrafa” seguiu
seqüenciamento dos conteúdos a todas as fases do modelo ADDIE,
serem trabalhados, definem-se Fig.2 ilustra a navegabilidade do OA
estratégias e atividades de “Enchendo a garrafa”.
aprendizagem para se alcançar os
objetivos, faz-se a seleção de mídias
e ferramentas apropriadas e a
descrição dos materiais que deverão
ser produzidos.

3) Desenvolvimento - compreende a
produção e adaptação de recursos e
materiais didáticos, a parametrização
de ambientes virtuais e a preparação
dos suportes pedagógico, tecnológico
e administrativo.

4) Implementação - constitui a
situação didática propriamente dita.
5) Avaliação - aqui são avaliados a
solução educacional e os resultados
de aprendizados. (FILATRO, 2008, Figura 2 – Navegabilidade do OA
p.28, 29, 30, 31 e 37). “Enchendo a garrafa”.

Os OAs estão tendendo a se Na figura podem-se observar os


tornarem cada vez mais complexos, esquemas de navegabilidade tanto na
em virtude de terem que unir horizontal, passando de uma tela

50
para outra dentro de um mesmo
assunto (visita guiada), ou indo de um
assunto para outro pelas linhas DISCUSSÃO
verticais (indexação).
Pela aplicação do OA, obtêm-se as
Na Fig. 3, pode-se observar uma das vantagens seguintes: o mesmo pode
imagens do storyboard. No lado ser projetado para incluir simulações
esquerdo, observa-se um “tonel” ou e interações que podem ser repetidas
recipiente, no qual serão enchidos tantas vezes quantas o usuário
vários litros de água. Na linha inferior, desejar e a baixo custo, e mesmo à
observam-se os frascos. distância.

No lado direito, observa-se uma Outro fator positivo para o emprego


imagem de local de ajuda, acessível de OA na educação matemática está
por meio de um botão “Ajuda”, na relacionado à sua aceitação pela
parte superior, e do lado da mesma, geração atual que é formada por
por meio de um botão “calculadora”, pessoas que possuem facilidade no
que chama a janela de uma emprego dos recursos
calculadora, a qual ajuda neste computacionais no cotidiano.
processo de cálculo.
Entre estas se encontram alunos da
denominada “geração digital”
considerada por Prensky (2001). Este
autor, posteriormente, evoluiu com
seus conceitos sobre o uso da
tecnologia de informação pelas
pessoas, considerando mais
importante que ser um nativo ou um
imigrante digital, é possuir a chamada
“sabedoria digital”. Esta permite que a
pessoa sábia denominada por
Prensky de “Homo sapiens digitalis”,
pudesse utilizar o computador de
Figura 3 – Imagem do storyboard. formas cada vez melhores.
(PRENSKY, 2008).
Logo abaixo dos botões de ajuda
mencionados, encontra-se uma caixa Em relação às teorias educacionais e
de diálogo do sistema com o usuário. seus teóricos, alguns professores
tentam trabalhar nas linhas
Esta pede que o mesmo digite alguns Piagetianas quando consideram a
valores, que se corretos, levarão ao questão das faixas etárias dos alunos
surgimento de mensagens ou da Educação Básica.
respostas que podem ser
relacionadas com o acerto da Outros trabalham com visões
resposta ou a necessidade de tentar ausubelianas, ora com aprendizagem
mecânica (que envolve decorar
conceitos para passar nas provas) e

51
aprendizagem significativa, mesmo conhecer os subsunçores possuídos
que, alguns professores, e muitos pelos alunos pode ser pela
alunos não saibam que estão construção de mapas conceituais
seguindo as mesmas. Embora a pelos mesmos. Este trabalho pode
aprendizagem mecânica seja ser facilitado pelo fato de muitos dos
indesejável, ainda faz parte do OA estarem guardados em
processo educacional na Educação repositórios de objetos de internet,
Básica. como é o caso dos nacionais: RIVED
e LabVirt e no caso internacional:
Em geral, os professores não WinsCosin e Melot (LEITE, 2007).
trabalham sempre a aprendizagem Estes permitem o uso dos OAs em
por descoberta, pois esta funciona grande escala, porém não têm a
com o fracionamento de um conteúdo preocupação em verificar que
a ser trabalhado, e o oferecimento do subsunçores os alunos já possuem.
mesmo por partes, para que o aluno
vá descobrindo as mesmas e vá Também se observou que o trabalho
solicitando mais partes, à medida que com DI de OA ajuda a organizar as
evolui neste processo de etapas de produção, eliminando o
aprendizagem. Este tipo de trabalho artesanal, e vai de encontro
aprendizagem é lento, demanda tanto à questão educacional quanto
tempo e nem sempre é usado de de fabricação, divisão do trabalho e
forma plena. obtenção de um “produto” de melhor
qualidade.
Uma questão que surge com
freqüência, quando se tenta trabalhar Este Design torna-se um dos
objetos com a teoria da AS é: como trabalhos mais importantes e
se pode descobrir que conceitos os necessários no desenvolvimento de
estudantes já possuem? seus um AO, pois é nele que se definem
subsunçores, para determinado as ações pedagógicas e as atividades
assunto? A resposta a esta questão é de interação. (FILATRO, 2007, p.69).
complexa, pois caso se utilize
entrevistas, as mesmas podem Para que ocorra o sentido exposto
revelar alguma coisa e até ser bem anteriormente, do uso dos resultados
sucedida, porém é preciso que não da avaliação para se melhorar o
se induza o aluno a responder coisas objeto, é preciso que se
que queremos que responda. disponibilizem questionários, que
podem ser online, atribuindo
Por seu turno, um questionário pode pontuações para as características de
não apresentar os conceitos facilidade de uso, atratividade,
possuídos pelo aluno, nem as facilidade de entendimento e grau de
relações entre os conceitos que entendimento do aspecto de ensino-
seriam os significados, principalmente aprendizagem para o qual o objeto foi
no caso de questionários fechados, criado.
de alternativas de múltipla escolha
que já possuem as respostas e não Também com o desenvolvimento e
dão margem a respostas diferentes. evolução da tecnologia em geral: com
Uma forma interessante de se novos computadores, novas

52
linguagens de programação, novas
mídias e da internet, há a CONCLUSÃO
possibilidade do surgimento de novos
objetos com mais interação com os No presente estudo se apresentou
estudantes. alguns cuidados necessários para
construção de objetos de
O desenvolvimento da Realidade aprendizagem úteis ao processo
Virtual (RV) com o Second Life e ensino-aprendizagem de matemática
seus desdobramentos tornam na educação básica.
possível a criação de objetos com
características cada vez melhores e Dentre diversos softwares utilizáveis
atrativas aos alunos e educadores. no processo educacional de
matemática para a Educação Básica,
Observou-se que a fabricação de OA optou-se pelo desenvolvimento e uso
torna-se cada vez mais complexa na de OAs pelo fato deles poderem
medida em que são necessários os interagir com o aluno, por meio de
estudos de vários fatores simulação de ambientes e os
principalmente os educacionais e mesmos poderem ser distribuídos
para se dar conta desta facilmente pela Internet, além do fato
complexidade, uma das formas é pela de poderem ser reutilizados.
divisão do trabalho.
OA precisam ser criados dentro de
Com o desenvolvimento de mais critérios de desenvolvimento, com
objetos e melhores para o uso em atratividade, usabilidade e qualidade,
processos educacionais, os critérios educacionais com objetivos
professores que utilizam informática e pedagógicos e condições que
os laboratórios e computadores nas facilitem a localização e recuperação
escolas também poderão ser dos mesmos com facilidade.
utilizados de modo mais orientado, no
sentido de se evitar o uso indesejável O envolvimento de alunos e
dos computadores e dos laboratórios professores em todas as etapas
de informática das escolas de desde a concepção,
Educação Básica, minimizando, ou desenvolvimento, aplicação e
até mesmo, acabando com esta avaliações dos objetos, fornecerá
ameaça. subsídios para se construir e utilizar
objetos de aprendizagem de forma
melhorada na Educação Básica.

53
FILATRO, Andréa. Design
instrucional: na prática. São Paulo:
REFERÊNCIAS Pearson Education do Brasil, 2008.

ALVAREZ, Luciana. Piora FILATRO, Andréa. Design


desempenho em matemática: na instrucional contextualizado:
Prova São Paulo 2009, mais da educação e tecnologia. 2.ed. São
metade dos aluno da rede municipal Paulo: SENAC, 2007.
tem desempenho insatisfatório. In:
Jornal O Estado de São Paulo. HOFFMANN, Jussara M.L.
Caderno Vida & Educação, p.A21. Avaliação: mitos e desafios. Uma
sexta-feira, 5 fev 2010. perspectiva construtivista. 39ed.
Porto Alegre: Mediação, 2008(a).
ANTONIO JR, Wagner; BARROS,
Daniela M.V. Objetos de HOFFMANN, Jussara M.L. Avaliação
aprendizagem virtuais: material mediadora: uma prática em
didático para educação básica. construção da pré-escola à
Publicado no 12º Congresso universidade. 27ed. Porto Alegre:
Internacional de la Educacion a Mediação 2008(b).
Distancia, da Associação Brasileira
de Ensino a Distância (ABED), em IEEE-LTSC P1484.12. IEEE.
Florianópolis-SC em: 006-TC-C1, Learning Tecnology Standard
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CAMPOS, Dinah M.S. Psicologia da
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Vozes, 1986. objetos de aprendizagem. Resumo
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http://revistaescola.abril.com.br/fvc/es eite_SeminariosPET.pdf. Acesso em:
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jan 2010.

54
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aprendizagem escolar. 19ed. São 2009.
Paulo: Cortez, 2008.
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learning objects to instructional
design theory: a definition, a

56
OS CURSOS DE ENGENHARIA DA MOBILIDADE
BRASILEIROS
André Luis Riqueira Brandão
Ricardo Shitsuka

Resumo
Os cursos de Engenharia da Mobilidade no Brasil são relativamente recentes. Este
curso é voltado para questões de transportes, logística e mecânica veicular. O
objetivo do presente estudo é comparar dois cursos de Engenharia da Mobilidade
brasileiros. Realizou-se uma pesquisa qualittiva, do tipo estudo de caso, em
websites de universidades federais que possuem tal curso. Observou-se que os
cursos de Engenharia da Mobilidade possuem uma entrada e várias habilitações
onde o aluno escolhe uma delas e segue sua formação.

Palavras-chave: Mobilidade, Engenharia da Mobilidade, Ensino de Engenharia.

Abstract
Courses in Engineering Mobility in Brazil are relatively recent. This course is
intended for matters of transportation, logistics and vehicle mechanics. The aim of
this study is to compare two courses of Engineering for Mobility Brazilians. We
carried out a search qualittiva, the case study on the websites of federal
universities that have such a course. It was noted that the School of Engineering
have an entry for Mobility and various skills which the student chooses one of them
and follow their studies.

Key-words: Mobility, Teaching of Mobility Engineeering, Teaching of Engineering.

57
Introdução na determinação da quantidade de
terra que está disponível para
desenvolvimento a diferentes níveis
Cada vez mais o mundo é governado de acessibilidade.
pelos transportes.
Devido às necessidades relacionadas
O Brasil é um país de dimensões com o transporte, surgiram os
continentais com milhares de primeiros cursos de Engenharia da
quilômetros separando o extremo Mobilidade no Brasil.
norte e o sul, o leste e o oeste. Lima
considerava que: O objetivo do presente estudo e
apresentar e comparar dois cursos de
O grande problema da matriz de Engenharia da Mobilidade criados
transporte do Brasil é que devido à recentemente em nosso país.
falta de infra-estrutura adequada, nem
sempre utilizamos o modal mais
adequado ao tipo de carga
transportado. Assim, em diversos Os cursos de Engenharia da
mercados o embarcador diante da falta Mobilidade
de disponibilidade de outros modais,
acaba obrigado a utilizar o rodoviário,
que apesar dos baixos valores de frete
O primeiro curso de Engenharia da
praticados, não teria como competir Mobilidade brasileiro foi criado na
com uma ferrovia ou hidrovia, Universidade Federal de Santa
principalmente nas longas Catarina. Neste curso, a primeira
distâncias (LIMA, 2009, p.13). turma se iniciou em meados de 2009.
O curso está voltado para a formação
Além das dimensões há também a de pessoas com foco no
globalização dos mercados mundiais desenvolvimento de sistemas
que está fazendo com que haja mais técnicos nos campo veicular
transporte entre os continentes do (automobilístico, metroviário,
que em qualquer época anterior da ferroviário, marítimo, fluvial, aéreo e
história da humanadade. espacial) e no estudo de cenários e
projetos para resolver problemas de
Neste contexto, as questões infra-estrutura, projeto, operação e
relacionadas com o planejamento e manutenção de sistemas de
uso eficientes de serviços de transporte e questões relativa a
transportes, bem como do uso do intermodalidade.
solo e da geração de
desenvolvimento econômico e social Outro curso é o da Universidade
no país são discutidas em diferentes Federal de Itajbubá / Campus Itabira,
segmentos da sociedade. Para Mello que iniciou sua primeira turma no
(1975), o uso de uma abordagem início de 2010. Neste curso, existe
sistêmica e de incentivo do uso dos uma entrada e a possibilidade da
transportes como um instrumento de escolha por parte do aluno, entre uma
formação estrutural fazem com que das três habilitações possíveis que
as facilidades de transporte possam são infraestrutura de sistemas de
desempenhar um papel de mercado

58
transportes, logística e mecânica Mobilidade da UFSC é a quantidade
veicular. de possibilidades de saídas ou
habilitações em número de sete, fato
Não se observou a existência de que faz com que haja uma
diplomação intermediária. complexidade maior que no caso da
UNIFEI que trabalha com a
possibilidade de três habilitações
Discussões e Considerações diponibilizadas para escolha dos
Finais alunos.

Existe uma necessidade do mercado Possivelmente, as habilitações ou


por profissionais que atuem nas saídas, foram criadas com base nas
áreas relacionadas às questões de necessidades regionais: por exemplo,
transporte, sua infraestrutura, no caso da UNFEI, que está
logísitica e a mecânica dos meios de localizada no Estado de Minas
transporte. Gerais, como não existe a ligação
direta com o mar, não se observam
Os cursos de Engenharia da especialidades como é o caso da
Mobilidade só se tornaram uma engenharia marítma e fluvial.
realidade no Brasil a partir do início
da primeira turma da Universidade Outro aspecto interessante no caso
Federal de Santa Catarina em do Estado de Minas Gerais é a
meados de 2009. Meio ano após se presença da mineração de ferro e
iniciou a primeira turma da outros mineriais, bem como de
UNIFEI/Campus Itabira. grande número de usinas que
processam os mesmos e escoam a
Como estes cursos são muito produção por meio rodoviário ou de
recentes ainda estão sujeitos a ferrovias.
mudanças e melhorias que virão ao
longo do tempo e com os Este é o caso da Ferrovia Vitória
direcionamentos e feed-backs Minas que se encontra entre as mais
fornecidos pelo mercado. bem administradas do planeta e que
necessita da mão de obra
Aparentemente, está prevista uma especializada para dar segmento aos
formação intermediária, na qual o seus planos de crescimento
aluno que conclua o terceiro ano do econômico.
curso, já receba um diploma como
tecnólogo. No caso do Estado de Santa
Catarina, as diversas habilitações
Em princípio, este curso parece não podem atender à indústria local que
oferecer uma formação intermediária, aparentemente está num processo de
porém existe a possibilidade em se expansão e evolução.
implementar está prática para o
futuro. Aparentemente, os desafios nesta
área de atuação são grandes e neste
Outro item que chama a atenção no contexto, os cursos de Engenharia da
caso do curso de Engenharia da Mobilidade poderão trazer grandes

59
contribuições para a sociedade na
qual foram instalados e também para
nosso País.

Referências

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em Joinville: UFSC incia curso em
agosto. Website do Conselho
Regional de Engenharia e Arquitetura
– CREA-SC. Publicado em 25 jul
2009. Disponível em:
<http://www.crea-
sc.org.br/portal/index.php?cmd=artigo
sdetalhe&
id=408> Acesso em: 30 jul 2010.

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MARCON, Antonio F. Engenharia da
mobilidade em Joinville: UFSC inicia
curso em agosto. Publicado no
website do Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura de Santa
Catarina – CREA-SC em 03 ago
2010. Disponível em:
<http://www.crea-
sc.org.br/portal/index.php?cmd=artigo
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Editora McGraw-
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UNIFEI/Campus Itabira. Engenharia


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em:
<http://www.unifei.edu.br/graduacao/
mobilidade/engenharia-mobilidade-o-
curso>, acesso
em: 01 ago 2010.

60
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
APLICADA À EDUCAÇÃO: um estudo de caso de voltado
para escolha de profissões ligadas à ciência e tecnologia
Dorlivete Moreira Shisuka1
Rabbith Ive Carolina Moreira Shitsuka2
Eduardo Penna Gouvea3
1
Mestre em Ensino de Ciências e Matemática, dorlivete@uol.com.br
2
Mestranda na Universidade Cruzeiro do Sul, rshitsuka@uol.com.br
3
Professor na Faculdade São Paulo e no CEUCLAR, Eduardo@pennagov.net

Resumo:
Nosso país precisa de muita Ciência e Tecnologia para fazer frente às
necessidades de crescimento, geração de empregos e acompanhamento da
evolução científica e tecnológica mundial. Existe desconhecimento dos jovens em
relação à profissões ligadas à C&T. Também a escolha profissional, muitas vezes
é tardia e este é um dos assuntos que causa indefinição e angústia em muitos
jovens. No presente estudo, os autores criaram uma ferramenta orientada ao
processo ensino-aprendizado denominada WebQuest das profissões e aplicaram
a mesma em alunos da 8ª série do ensino básico de um colégio particular
localizado na cidade de São Paulo. Criou-se também, um plano de aula, e foram
realizadas medições antes de se aplicar a WebQuest e após o uso da mesma,
com a finalidade de se tentar avaliar o avanço obtido pelos alunos em relação
melhora da imagem dos profissionais de C&T obtido pelo uso da ferramenta
mencionada.

Palavras-chave: Tecnologia; Ciência; Escolha profissional; Imagem do cientista;


Tecnologia de informação e comunicação.

Abstract:
Our nation needs much of Science and Technology to face necessities of
economic growth, employment generation and following world cientific and
technological evolution. There are a lack of knowledge in young persons in relation
to professions relatedo to Science and Technology. Besides that, profession
choise, sometimes is made lately and it is one of themes that causes anguish and
indefinition em many young peresons. In this stuty, authors, created a tool
oriented to teaching-learning process called WebQuest of professions and applied
this to students of 8ª serie of Fundamental Private School located in São Paulo
city. It was created also, a teaching plan, and there were questions before and
after utilization of WebQuest, with objective of trying to evaluate the image of C&T
professionals obtained by use of mentioned tool.

61
Key-word: technology, science, Professional choice, image of cientist, information
technology and communication.

principalmente, no ensino básico,


1. INTRODUÇÃO devido ao baixo Índice de
Desenvolvimento da Educação (IDE)
O Brasil é um país muito grande e da UNESCO e devido ao seu baixo
com muitas possibilidades de desempenho nos exames nacionais.
crescimento econômico e social. Informações obtidas nos veículos de
Neste país, é preciso gerar riquezas, comunicação, como é o caso do
saúde, educação e trabalho para Jornal O Estado de São Paulo,
milhões de pessoas. Ciência e datado de 01 de maio de 2008, na
Tecnologia contribuem de modo página A25, na lide Educação para
direto e indireto para a geração de todos, já informava que “Falta muito
riquezas por meio de soluções, para o Brasil atingir as metas da
descobertas e conhecimento para o UNESCO)... nosso pais esta em 76º.
mundo. Lugar entre 129 países que
assumiram o compromisso de
A cada ano precisa-se de mais oferecer acesso à educação até
pessoas preparadas para lidar com a 2015”. Estas dificuldades baixam o
Ciência a Tecnologia e Sociedade IDE brasileiro, fazendo com que o
(CTS) contemporânea e para isso é mesmo fique abaixo de muitos países
preciso que os jovens conheçam sul-americanos.
tanto as profissões relacionadas com
CTS. Outra vertente é do desempenho
escolar dos alunos do ensino básico.
O levantamento do PNAD (Pesquisa Existem exames que são aplicados
Nacional por Amostra de Domicílio) em nível nacional para os estudantes
realizado pelo IBGE em 2007, do Ensino Básico (SAEB) e PISA.
apontava no sentido de uma Este último é um exame de nível
quantidade crescente de alunos no internacional que no Brasil é
ensino superior, muito embora esses coordenado pelo INEP (Website do
números pudessem oscilar a cada INEP, 2007). Nestes exames, os
ano. Havia também a informação estudantes brasileiros também
indicando uma maior presença de obtiveram resultados baixos nos
estudantes, na escola de nível últimos anos.
básico, na faixa etária entre 7 e 14
anos (97,6%). Neste cenário, se Agrave-se a este fato, que o
destacava o estado de Santa resultado de uma pesquisa realizada
Catarina o qual possuía quase toda a por Dwyer e Wainer (2007), indicava
população na escola (99%). Por outro que as escolas públicas do ensino
lado, estados como é o caso do Acre básico, que receberam
e Alagoas eram aqueles com menor computadores, apresentavam
taxa de freqüência. (IBGE, 2007). resultados piores no SAEB de 2004,
em relação às escolas que não
Apesar de tanto avanço, o ensino receberam os mesmos.
nacional tem sofrido críticas,

62
Aparentemente, diversos fatores de carreira, de modo que este fato
contribuíam para que se chegasse a pode ajudá-lo a se tornar um
uma sociedade com menos Ciência e excelente profissional dentro da área
Tecnologia. escolhida.
Neste contexto, há um problema
Por um lado, estamos numa época na relacionado à falta de conhecimento
qual existem novos recursos que do aluno, principalmente aquele que
podem ser utilizados no ensino e no está concluindo o ensino fundamental
ensino básico, e na qual, os alunos e o ensino médio, em relação às
estão cada vez mais exigentes: profissões existentes e em particular,
precisam de professores que saibam das profissões ligadas à C&T, suas
falar sua língua de jovem, mas perspectivas e abrangência da área
também, que maneje bem suas de atuação e há a necessidade e o
matérias, tenha autoridade, saiba desafio em se utilizar o computador e
falar, estabeleça contato e sintonia os softwares educacionais e também
com o aluno, ou seja, que seja um se verificar se os mesmos podem
professor forte (MACEDO, 2009, contribuir para melhorar o processo
p.J3). ensino-aprendizagem.

O sentido exposto pode ser explorado O objetivo básico do presente estudo


pelos professores, em sala de aula, foi criar um projeto de informática
no sentido de reforçar as ações que educacional que procurou trabalhar,
fortalecem a visão de CTS junto às no aluno do ensino básico, o
escolas. Neste sentido, um dos temas conhecimento das profissões ligadas
que atraem a atenção dos jovens é a às ciências como é o caso da física,
questão da escolha profissional. Esta química, biologia, matemática,
questão se inicia, geralmente, no final computação e tecnologias.
do antigo ensino fundamental ou
também do ensino médio, no ensino O estudo será realizado para alunos
básico. do ensino básico das últimas séries
do fundamental.
O aluno sem uma visão clara da sua
escolha, pode eventualmente fazer o
processo seletivo para cursos da área 2. REVISÃO DA LITERATURA
de ciências sociais aplicadas,
humanas, exatas e saúde, como se o Nas linhas seguintes serão
vestibular fosse uma loteria e estudadas: As dificuldades na
normalmente tende a fugir de escolha profissional pelos jovens.
profissões que não são bem vistas no Imagem dos alunos em relação às
seu ideário de sucesso. profissões ligadas à ciência e
tecnologia no Brasil. A informática
Quando a escolha começa no final do educacional no apoio ao processo
ensino fundamental, o aluno tem a ensino-aprendizagem.
possibilidade de optar por algum
curso técnico que esteja relacionado 2.1 As dificuldades na escolha
com a área de interesse, bem como profissional pelos jovens
pode fazer um melhor planejamento

63
Existe uma dificuldade na escolha últimos lançamentos de CDs de
profissional dos alunos de 8ª. série do músicas.
ensino fundamental. Num estudo
realizado, por Nascimento (UFPE, É interessante a colação das autoras
2007), a pesquisadora constatou para no sentido de que escolher também é
alunos de 8ª série que havia uma perder, ou seja, deixa-se de lado o
grande dificuldade dos alunos e estas que não foi escolhido.
dificuldades mostravam a angústia e
indecisão existentes nos A relevância do problema “Escolha
adolescentes: profissional” é muito grande. Segundo
Nascimento no website Proext da
... houve as seguintes UFPE (2007):
colocações com relação à
dificuldade de escolher uma a escolha de uma profissão vem
profissão: angustiando milhares de jovens que,
todos os anos, são levados a tomar
"O que eu quero ?...Fica uma uma decisão que poderá afetar sua
dúvida." vida, ou pelo menos, boa parte dela.”
"Como vou escolher um
curso se eu nem quero fazer
vestibular?" O jovem, dentro da escola, deve ter a
Essas frases foram obtidas a possibilidade de se confrontar com
partir de uma processo de alguns aspectos da vida profissional
sensibilização realizado com que poderá ou não seguir.
alunos da 8ª série do Ensino
Fundamental no ano de 1998 Leventus et al (1997) afirma que no
para a escolha na vida das trabalho de escolha da profissão, a
pessoas, suas possibilidades sensibilização para momento
e suas dificuldades e já vivenciado pelo jovem dentro do
demonstra uma articulação contexto social mais amplo, tem que
do desejo com a realidade, o ser levado em consideração, neste é
que ressalta um nível de sentido, torna-se necessário saber
maturidade quanto à escolha entre outras coisas:
e a relação com sua vida. No
momento vivido por esses  O nível de informação que o
alunos, há um contato maior adolescente tem sobre o
com as angústias que ambiente à sua volta;
envolvem o ato de escolher  O contexto sócio político no
sendo feita uma reflexão qual se está inserido;
sobre os ganhos e perdas  O autoconhecimento e a
que cada escolha envolve. relação disso com a escolha
da profissão;
Bock et al. (2001) afirmaram que a  A influência da família na
escolha de uma profissão é difícil e escolha profissional;
mesmo as autoras comparam a  A instituição na qual o aluno
escolha profissional com o ato de está inserido e de que forma
entrar numa loja e procurar pelos

64
esta pode ajudar no viabilizasse. Como afirma Morin
desenvolvimento do aluno. (2002)

Laventus et al (1997) ainda Nova consciência começa a


considerava que eram relevantes surgir: o homem, confrontando,
questões de despertar no de todos os lados às
adolescente, o significado do trabalho incertezas é levado em nova
na vida das pessoas, o dever do aventura. É preciso aprender a
profissional relacionado à orientação enfrentar a incerteza, já que
profissional no sentido de ampliar o vivemos numa época de
conhecimento do aluno sobre o leque mudanças em que os valores
de profissões e de informações sobre são ambivalentes, em que tudo
o mundo profissional, e a é ligado. É por isso que a
consideração de que o mercado e educação do futuro deve se
trabalho e momento econômico vivido voltar para as incertezas
pelo país. Também é relevante, a ligadas ao conhecimento.
questão da influência da família na
escolha profissional, e o papel do Martins (no site EMPREGOS, 2007)
orientador da escolha profissional afirma que para uma boa escolha
nesse processo. Finalmente, profissional, torna-se fundamental ter
considera-se a questão das um forte conhecimento e percepção
expectativas do adolescente, seus de si mesmo, suas competências e
desejos e suas possibilidades. potencialidades. Para isto o
acompanhamento profissional é
Apesar do trabalho de orientação imprescindível.
educacional ser uma atividade
importante, o problema da indecisão Para se enfrentar as incertezas e
persiste, e o aluno segue pelo nível dificuldades já mencionadas, é
médio com suas inseguranças, até o preciso se armar com as ferramentas
superior. educacionais, tecnológicas e o
planejamento.
No Brasil 20% dos universitários
desistem no primeiro ano do curso e Uma das necessidades iniciais dos
isso se deve ao fato de não se autores do presente estudo era
identificarem com a opção que trabalhar o conhecimento dos alunos
fizeram, ou pela falta de informações em relação às profissões ligadas à
sobre os cursos, profissões etc. ciência e tecnologia no Brasil para
(VESTIBULAR1, 2007). depois tentar intervir sobre este
conhecimento modificando-o por
Apesar das dificuldades, cabe aos meio de alguma ferramenta
educadores buscarem soluções para instrucional da tecnologia de
os problemas educacionais, senão no informação. Nas linhas seguintes
todo, pelo menos no seu âmbito de apresenta-se a visão dos alunos em
atuação. Neste sentido, os autores relação às profissões ligadas à
procuraram teorias e metodologias ciência e tecnologia.
para que seu projeto se norteasse e

65
2.2 Imagem dos alunos em relação malucos, maus, calculistas e
às profissões ligadas à ciência e tenebrosos.
tecnologia no Brasil
Mas houve quem buscasse a visão
Num estudo realizado com das pessoas a respeito dos cientistas.
estudantes do nível médio Kominsky Segundo Castelfranchi, Manzoli e
e Jordan (2002) concluíram que a Canata (2009):
imagem dos cientistas não era boa na
comunidade estudada: A análise tradicionalmente efetuada
por meio de questionários e
Em todas as representações, entrevistas não revela toda a
observa-se um cientista do sexo complexidade e as dimensões da
masculino, solitário e interagindo cultura científica e da representação
somente com seu mundo. Nas social da ciência e tecnologia.
únicas cenas em que se representam Grupos focais anteriores e
outras pessoas, elas são vistas como complementares à pesquisa
objetos: tanto o homem como cobaia, quantitativa podem revelar dados
como a mulher na foto de parede. importantes que não apareceriam
nos questionários, que são rígidos
sob o ponto de vista lingüístico e
Num estudo realizado por Souza et projetados a partir das idéias e
al. (2006), as autoras concluiram que hipóteses dos pesquisadores. A
haviam distorções na imagem dos percepção das crianças, como
cientistas e do trabalho com Ciência: também de outros “públicos”
específicos (profissionais, cientistas
etc.) pode representar estudos de
As análises efetuadas sobre as caso interessante e mostrar alguns
respostas dos estudantes permitiram aspectos profundos, semi-invisíveis,
concluir que no bojo de seu discurso da cultura científica e do papel que
a respeito do que é Ciência, cientista essa tem na sociedade.
e Método Científico há uma grande
distorção destes conceitos. Percebe-
se que a maioria dos estudantes
A visão do cientista, da ciência e da
realmente crê que Ciência é uma tecnologia, no entanto, pode variar de
atividade para poucos privilegiados, época para época e, é importante,
estando relacionada prioritariamente que os educadores, e a própria
com o estudo da Natureza. sociedade valorizem a imagem
daquele que vai trabalhar no
Existem na sociedade, várias visões entendimento dos problemas e na
a respeito de ciência e dos cientistas, formulação da busca de soluções
variando desde o sentimento de para os problemas da sociedade.
bruxaria, passando pelos cientistas
malucos, os que têm que possuir Souza et al (2006) recomendavam
muito conhecimento de matemática, e que houvesse uma intervenção
chegando até os poucos casos de profícua: “uma profícua intervenção
heróis, que normalmente, não são capaz de promover uma ampla
apresentados pelo cinema. resignificação dos conceitos
instalados nos estudantes e,
Frayling (2006) confirmava a visão motivando-os até mesmo a seguirem
apresentada pelo cinema, na qual os o caminho da Ciência como sendo
cientistas são vistos como loucos, uma alternativa viável de atividade

66
profissional.”. Neste sentido, acredita- educação. Valente (1998) considera
se que a Tecnologia de Informação que na informática educacional há
pode ajudar neste importante duas formas importantes de se utilizar
processo. o computador: de um lado a
abordagem instrucionista e de outro a
Nas linhas seguintes apresenta-se o abordagem construcionista.
novo professor, isto é, o que está
preparado para utilizar tecnologia de Na visão do autor, na abordagem
informação e comunicação nas aulas. instrucionista, primeiro vem o
computador, depois o software e por
Nas linhas seguintes, apresenta-se a último o aluno e este é o caso dos
utilização de recursos de tecnologia softwares tutoriais de ensino, ou seja,
de informação utilizados como apoio o computador é visto como sendo a
ao processo ensino-aprendizagem. máquina de ensinar, por outro lado, a
abordagem construcionista trabalha
de modo inverso, sendo que o aluno
2.3 A informática educacional no é posto no centro do aprendizado e
apoio ao processo ensino- ele “ensina” o computador, e neste
aprendizagem contexto estão linguagens como é o
caso do LOGO, linguagem de
Historicamente, nosso país tem programação Pascal e linguagem C,
trabalhado na formação de mão de e o aprendiz tem que representar
obra para a área da informática suas idéias segundo esses softwares.
educacional, ressaltando-se os
trabalhos realizados em projetos em Mesmo trabalhando de modo misto,
nível governamental, como é o caso ora fazendo uso de uma abordagem,
do projeto EDUCOM, que foi o ora fazendo uso de outra, há a
primeiro projeto nacional onde se necessidade de se ter professores
preocupou, além das vertentes de preparados para lidar com as duas
software e hardware, também com a áreas: educação e informática e
formação de mão de obra para o também na fronteira entre as mesmas
ensino da informática educacional e este deve ser um novo tipo de
principalmente nos trabalhos professor.
realizados pela Universidade Federal
do Pernambuco - UFPE. Nas linhas seguintes apresenta-se a
Posteriormente, vieram os projetos metodologia geral utilizada no estudo,
Proinfo, do Governo Federal, e o a ferramenta WebQuest das
projeto Ensino On-line, do Governo profissões de ciência, instrucionista,
do Estado de São Paulo, os quais sua aplicação e os resultados
também contribuíram no mesmo observados.
sentido de disseminar a informática
educacional pelo nosso País 3. METODOLOGIA
(PEREIRA, 2008).
A metodologia inicial é a da Pesquisa
Além dos fatos expostos Bibliográfica realizada no sentido de
anteriormente, pode-se considerar a se conhecer os componentes
questão do uso da informática na

67
envolvidos e o que já foi abordado depois da realização do trabalho com
sobre o assunto. a WebQuest.

Selecionou-se a ferramenta Tal questionário constou de 10


WebQuest para elaboração e questões com alternativas de múltipla
avaliação de atividades relacionadas escolha, que permitiram o
com a escolha das profissões, e em levantamento dos resultados.
particular das profissões ligadas à
Ciência e Tecnologia, por parte dos O questionário foi aplicado por meio
alunos. Esta ferramenta foi criada em eletrônico. O software funcionou em
1995 por Bernie Dodge nos EUA e rede de computadores. Usou-se o
trabalha assuntos específicos por banco de dados MS-Access (da
meio de pesquisas em páginas de Microsoftt Co) e associado com
Internet (HEIDE e STILLBORN, planilha eletrônica MS-Excel (da
2000). Microsoft Co) para tabular os
resultados.
Os membros do grupo de trabalho
vão criar a WebQuest das profissões Após a coleta dos resultados
e aplicar a uma turma de 8ª do ensino experimentais realizou-se um
fundamental durante um período de 4 tratamento estatístico dos mesmos
(quatro) semanas, no primeiro para possibilitar a realização de uma
semestre de 2009. análise voltada para a busca do
entendimento do rendimento do
Com relação a parte experimental, processo ensino aprendizagem a ser
procurar-se-á trabalhar com uma realizado.
pesquisa exploratória de baixa
amostragem, sem critérios
estatísticos rígidos, e buscou-se a 3.1 WEBQUEST
realização de uma amostragem de
100% dos alunos de uma turma da 8ª
série, de um colégio de alunos da A Figura 1 ilustra a página principal
classe média para alta da população. desenvolvida para a realização do
trabalho. Nesta página, pode-se
O trabalho será realizado em observar os motivos criados pelas
laboratório de informática, pretende- figuras representando diversas
se trabalhar com uma amostra de profissões.
uma classe com 30 alunos, da 8ª.
série do ensino fundamental de um Na parte central superior, estão as
Colégio particular localizado na opções. Procurou-se trabalhar nas
cidade de São Paulo. tarefas e processos, a pesquisa de
sites, revistas e assuntos ligados a
A pesquisa experimental envolveu o quem são os cientístitas como é o
uso de um questionário no sentido de caso médico e pesquisar brasileiro
tentar avaliar o nível de definição do Nicolelis, candidato brasileiro ao
aluno em relação às profissões prêmio Novel de Medicina e Primeiro
preferencialmente de C&T, antes e brasileiro a ter uma pesquisa
publicada na capa da conceituada

68
revista Science, Miguel Nicolelis
(Moon, 2009), Mayana Zatz, que é Planejou-se e aplicou-se o
médica geneticista e professora levantamento inicial de dados, junto
(Portal de Acesso, 2009) e outros. aos alunos da série considerada,
Trabalhou-se com cores claras iniciou-se o trabalho com a
simples, e a questão da WebQuest das profissões.
navegabilidade no site.
Após a realização dos trabalhos com
a WebQuest das profissões, fez-se
novo levantamento com os alunos
para verificar o nível alcançado.

4. RESULTADOS

Os resultados, que foram obtidos pela


aplicação do questionário, antes do
trabalho de com a WebQuest e após
Figura 1 - Página principal da a mesma, são apresentados na
webquest. Tabela 1.

 Pesquisas na web de sites Nesta questão, as respostas


relacionados à Ciência, possuem a seguinte legenda: A) Sim;
Tecnologia e cientistas; B) Não; C) Estou indeciso e, D) Ainda
 Entrevistas com profissionais não pensei no assunto.
da área consultada;
 Busca em jornais e revistas de
assuntos ligados à ciência Tabela 1 – Dados em relação ao
(Física, Química, Biologia, conhecimento da profissão a seguir.
Computação e Tecnologia);
 Troca de idéias com outros
grupos.

Apenas se utilizar a Metodologia
WebQuest numa sala de aula sem
um planejamento da inserção da Na questão, o que você acha da
mesma no contexto pedagógico, sem profissão de cientista (imagem da
a motivação dos alunos, a orientação profissão de cientista) (Tabela 2):
para os trabalhos e os passos para a
boa Pedagogia não se constituiria
numa boa prática para esta área de A) Boa e eu tenho vontade de seguir
atuação. Neste sentido, os autores a profissão; B) Ruim, não tenho
elaboraram um plano de aula, o qual vontade de seguir a profissão, e C)
tomou como base as etapas de Não sei o que é.
McCarthy (1986) e apresenta-se a
seguir o plano criado para a Tabela 2 – Imagem da profissão de
realização dos trabalhos em sala de cientista.
aula.

69
Por outro lado, não basta apenas
colocar computadores em lares,
escolas e empresas. É preciso um
grande trabalho no ensino,
treinamento e no processo ensino-
aprendizagem. Para que isso ocorra,
é necessário se ter profissionais
5. DISCUSSÕES preparados para trabalhar e atuar
com destreza, habilidades,
Escolheu-se um tema ligado à competências e conhecimentos nas
escolha profissional, pois trata-se de grandes áreas de Educação e de
um tema de relevância que afeta Computação e Informática.
milhões de jovens tanto no Brasil
como em outros países e a A WebQuest é uma ferramenta de
dificuldade nessa escolha pode construção de conhecimentos e de
causar angústia e indecisões. descoberta a serem realizadas pelos
alunos utilizando-se da Web, que é
A conscientização do problema bem um dos serviços da Internet.
como a orientação a de como buscar
informações sobre as profissões O presente estudo se valeu do
existentes de modo organizado, levantamento de dados anterior e
racional e estruturado foi realizada posterior à utilização da ferramenta,
por meio do apoio computacional. na qual se procurou trabalhar o
conhecimento sobre as profissões
Os computadores estão cada vez ligadas à Ciência e Tecnologia, com
mais presentes nos lares e escolas os alunos da 8ª série do ensino
brasileiras. Se de um lado, há básico para então se verificar as
opiniões desfavoráveis quanto ao uso mudanças decorrentes do processo
do computador, por outro há opiniões educacional que ocorreu.
bastante favoráveis e ambas
apontam para a necessidade de se Na ferramemta computacional de
formar professores preparados para internet, procurou-se utilizar os
lidar com a informática educacional. conhecimentos de Ergonomia em
Ambientes Informatizados e de
No ano de 2007, foram vendidos mais Desenvolvimento de Ambientes
de 10 milhões de computadores em Virtuais, de modo que as telas
nosso País (FGV-EAESP, 2008), o ficassem o mais simples, agradável,
que de um lado mostra o interesse da intuitiva, com navegabilidade e de
sociedade em se informatizar e de fácil uso pelos alunos.
outro lado, também aponta para a
necessidade de conhecimentos para No quesito segurança, não se optou
se utilizar bem os recursos de por utilizar nenhum dispositivo
hardware, software, redes, bancos de especial seja senha ou outro
dados e enfim, dos componentes dos dispositivo, pois sendo um trabalho
sistemas de informação. de baixa amostragem e devido ao
pouco tempo disponível para criação
da ferramenta em relação a outras

70
tarefas que corriam em paralelo, Estes dados são interessantes, pois
nesta oportunidade, os autores revelam um pouco da amostragem de
decidiram fazer o sistema um grupo de alunos que são de
simplificado, ágil e em detrimento de classe média alta e que vivem numa
uma segurança. era de Internet.

Para se implementar a WebQuest,


criou-se e utilizou-se um plano de 6. CONCLUSÕES
aula em conformidade com os
aspectos teóricos estudados de Criou-se um projeto no qual se
Didática e foi utilizado na prática trabalhou, no aluno, do ensino básico
docente. Este plano considerou o as de 8ª série, o conhecimento das
quatro etapas de McCarthy. profissões ligadas à Ciência e
Tecnologia.
Os dados iniciais da pesquisa
revelaram o fato de que a maioria dos No presente estudo trabalhou-se
alunos da turma considerada, não tanto o lado de tecnologia de
possuíam uma idéia definida em informação e comunicação quanto os
relação às profissões ligadas à objetivos educacionais e a divulgação
ciência e tecnologia, ou até mesmo a da Ciência e Tecnologia.
consciência da importância desse tipo
de definição. Também não possuíam Realizou-se uma pesquisa
muita informação a respeito desse exploratória que aparentemente,
assunto. mostrou um ganho, em relação ao
conhecimento das Profissões ligadas
Como resultado do trabalho, pode-se à C&T, junto às turmas consideradas.
notar um aumento significativo dos A escolha profissional é processo que
alunos que passaram a ter envolve indecisões e muitas vezes
conhecimento a respeito das angústia nos alunos da série
profissões e este fato também parece considerada.
ter ajudado muitos alunos numa
melhor definição da escolha Utilizou-se a ferramenta WebQuest
profissional. para se realizar o trabalho de escolha
profissional na série considerada.
Outra revelação interessante é a de Fez-se e utilizou-se um plano da aula
que os pais também foram mui a ser ministrada considerando-se as
consultados por quase metade dos fases propostas por McCarthy.
alunos em muitas questões, fato que
nos informa a importância da Aparentemente, houve uma melhora
participação dos mesmos, de alguma no conhecimento explicitado pelos
forma, no processo escolar, pois sua alunos, em relação ao conhecimento
influência ainda é muito grande nos das profissões ligadas à Ciência e
alunos da série considerada e na Tecnologia, por meio das respostas
turma considerada, muito mais que a aos questionários, uma redução
consulta aos professores. Estas perceptível da angústia e uma melhor
também existiram, porém em menor definição no quesito de escolha da
quantidade.

71
profissão em relação às profissões Estudantes do Ensino Médio.
trabalhadas pelos alunos. Química Nova na Escola, v. 15, p. 11-
18, 2002.

LEVENFUS, Rosane S et al.


Psicodinâmica da escolha
7. REFERÊNCIAS profissional. Porto Alegre: Editora
Artes Médicas, 1997.
BIBLIOGRÁFICAS
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BOCK, Ana M.B; FURTADO, Odair; próprio umbigo: instituições se
TEIXEIRA, Maria de L.T. preocupam demais com o programa e
Psicologias: uma introdução ao de menos com o aluno real na sala
estudo de psicologia. São Paulo: de aula. Jornal O Estado de São
Saraiva, 2001. ISBN: 85-02-02900-2. Paulo, Caderno Alias, p.J3, domingo,
10 de maio de 2009.
CASTELFRANCHI, Yurij; Federica
MANZOLI; Daniele GOUTHIER; Irene McCARTHY, Bernice. Using the
CANNATA. Ciência, tecnologia e 4MAT system to bring learning styles
cientistas no olhar das crianças: um to schools. Publicado em outubro de
estudo de caso. Disponível em: 1990. Disponível em:
http://www.danielegouthier.it/paper/go http://academic.evergreen.edu/curricu
uthierUnimep0401.pdf, visitado em: lar/howpeoplelearn/handouts/week4/
10 mai 2009. mcCarthy.pdf, visitado em: 02 mai
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Desvendando mitos: os MOON, Peter. Não tenho a mínima
computadores e o desempenho no chance de ganhar um prêmio Nobel.
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Sept./Dec. 2007. a/Epoca/0,,EMI64745-15224,00-
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FRAYLING, Christopher. MAD, BAD +DE+GANHAR+UM+PREMIO+NOB
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72
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s_leis/ct/ct_zats_varella.htm, visitado
em: 10 mai 2009.

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dos Estudantes sobre a Ciência, os
Cientistas e o Método Científico: uma
Abordagem Histórico-Crítica como
Base para uma Proposta de
Intervenção Visando a Resignificação
destes Conceitos. Sociedade
Brasileira de Física - SBF. Publicado
em 2006. Disponível em:
http://www.sbf1.sbfisica.org.br/evento
s/snef/xvii/sys/resumos/T0344-1.pdf,
visitado em: 12 mai 2009.

SPITZ, Clarice. Número de


estudantes no nível superior cresce
13,2%, diz IBGE. Publicada na Folha
online, em 14 set 2007. Disponível
em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ed
ucacao/ult305u328297.shtml, e
visitado em: 10 mai 2009.

73
COBERTURA CONCEITUAL DE MATEMÁTICA NO
PRIMEIRO PERÍODO DE UM CURSO DE ENGENHARIA DA
SAÚDE E SEGURANÇA
Ricardo Shitsuka*,
Ismar Frango Silveira**,
*Campus Itabira/Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI, Itabira, Brasile, Doutorando no
Programa de Pós-Graduação “Stricto sensu” da Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL
e-mail: ricardoshitsuka@unifei.edu.br
**Programa de Pós-Graduação/Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL, São Paulo, Brasil,
ismarfrango@gmail.com

Resumo: Os cursos de Engenharia no Brasil, contam com disciplinas de


matemática no seu núcleo básico. Existe muita reprovação nestas disciplinas, fato
que leva à pesquisa de temas ligados à essas matérias. Segundo Ausubel a
clarificação dos conceitos pode ajudar a melhorar o processo de aprendizagem
significativa. No presente estudo, realizou-se uma pesquisa qualitativa, do tipo
estudo de caso no qual se procura entender os conceitos de matemática
trabalhados no primeiro semestre de um curso de Engenharia da Saúde e
Segurança procurando discutir sua aplicabilidade posterior. Aparentemente, os
conceitos trabalhados na disciplina de Matemática 1 são extremante importantes
para os Engenheiros de Segurança.

Palavras-chave: Ensino de Engenharia; Engenharia de Saúde e Segurança;


Aprendizagem Significativa; Mapas Conceituais; Currículo de Engenharia; Ensino
de Matemática em Engenharia.

Abstract: In Brazil, Engineering courses count with disciplines of mathematics in its


basic core. Failure rate is high in these disciplines and this fact lead reasearchers
to look up themes related to teaching of Maths in these períods. According to
Ausubel, concepts clarification can improve meaningfull learning process. In the
present study carried out a qualitative research, case study, in which it is studied
concepts of mathematics curricula of the first year of a course in Health and
Security Engineering, in Brazil and it’s tried to undestand latter applications of
these concepts for these students. It seems that concepts worked out in discipline
of Mathematics 1 are important to Heath and Security Engineers.

Key-words: Ensino de Engenharia; Engenharia de Saúde e Segurança;


Aprendizagem Significativa; Mapas Conceituais; Currículo de Engenharia; Ensino
de Matemática em Engenharia.

74
Introdução Cursos de Engenharia, tal como a
Resolução CNE/CES n.11 de 2002, a
Resolução CNE/CES-329 de 2004 e
As disciplinas da área de matemática a Resolução no 1.010, de agosto de
dos cursos de Engenharia no Brasil 2005, do CONFEA.
fazem parte das disciplinas do núcleo
básico e são trabalhadas pelos O presente estudo tem como objetivo
professores e cursadas pelos alunos, observar e tentar relacionar os
em geral, nos dois primeiros anos conceitos de matemática trabalhados
desses curso. No ensino de nas disciplinas de matemática do
Matemática para engenheiros, houve primeiro período de um curso de
muita influencia do cartesianismo em engenharia de saúde e segurança
sua descrição dos fenômenos buscando entender onde são
naturais. (LAUDARES e RIBEIRO, aplicados tais conceitos
2000, p.493). posteriormente.

Antes da Reforma universitária de Optou-se pelo estudo de disciplinas


1998, os professores de matemática de Matemática de um curso
dos cursos de Engenharia, relativamente novo que é o de
geralmente, eram politécnicos, ou Engenharia da Saúde e Segurança,
seja, eram engenheiros que da Universidade Federal de Itajubá –
ensinavam estas disciplinas. Com a Campus Itabira, e como se trata do
reforma, criaram-se os primeiro curso dessa modalidade em
departamentos de matemática e nosso País e deste modo ainda não
estes passaram a fornecer os há como comparar com outros cursos
professores para os cursos de da mesma modalidade.
Engenharia e demais cursos das
universidades (SILVA, 2006, p.893) e
(FAVERO, 2006, p.34). Materiais e Métodos

Atualmente, há uma grande índice de


reprovação nas disciplinas de Realizou-se uma pesquisa qualitativa,
matemática dos cursos de tipo estudo de caso, onde se usou a
engenharia, e este fato levou ferramenta Mapas Conceituais de
pesquisadores da área de ensino de Novak para visualização do domínio
matemática, como é o caso de conceitual de matemática
Soares e Sauer, a sugerir que temas apresentado em matrizes curriculares
relacionados a este ensino deveriam e ementas do curso de Engenharia
ser examinados para se melhorar o de Saúde e Segurança de duas
ensino e a aprendizagem (SOARES e universidades federais brasileiras, a
SAUER, 2004, p.245). Universidade Federal de Pernambuco
e a Universidade Federal de Itajubá
Os currículos dos cursos de (NOVAK, 2000).
Engenharia, são construídos nas
Faculdades e Universidades As informações sobre o curso foram
brasileiras, seguindo as Diretrizes obtidas a partir de pesquisas
Curriculares Nacionais para os

75
efetuadas pela internet por meio do Para o primeiro período é oferecida a
website da universidade. disciplina de BAC005 (Matemática I),
apresentamos a seguir a ementa da
Trabalhou-se, nesta oportunidade, mesma:
somente o primeiro período dos
cursos para não se extender o Funções. Limite e continuidade.
presente texto. Derivada. Derivação numérica.
Solução numérica de raízes de
equações. Funções de várias
Resultados variáveis reais a valores reais.
Métodos Numéricos de Regressão.
Vetores, Retas e Planos, Cônicas e
No Programa de Engenharia de Quádricas. Espaços Euclidianos.
Saúde e Segurança da Universidade Matrizes e Sistemas de Equações
Federal de Itajubá/Campus Itabira, as Lineares.
disciplinas de matemática oferecidas
no núcleo básico de disciplinas são Na Fig.1, observa-se o mapa
elencadas a seguir: conceitual respectivo da disciplina
BAC005, construído a partir das
- BAC005 Matemática I – 128h informações da ementa da disciplina
- BAC008 Matemática II – 128h de Matemática 1 do primeiro período
- BAC012 Matemática III – 64h do curso.
- BAC011 Estatística – 64h
- BAC015 Matemática IV - 64h

Figura 1 – Mapa conceitual da disciplina BAC005- Matemática I do curso de


Engenharia de Saúde e Segurança da UNIFEI-Campus Itabira. (Fonte: UNIFEI,
2010).

76
Após o trabalho inicial de apresenta em seu conteúdo o estudo
entendimento da disciplina, realizou- de funções, limites e derivadas.
se um levantamento onde 10 alunos Este conceitos serão importantes
do segundo período do curso de para as situações de modelagem
Engenharia de Saúde e Segurança, para área de saúde e também de
da Univesidade Federal de Itajubá / segurança.
Campus Itabira.
A Engenharia é considerada como
Na pesquisa, os alunos não se sendo a aplicação de princípios da
identificavam e respondiam questões Matemática e da Física na resolução
abertas, de modo livre. dos problemas relacionados à
projetos, fabricação, operação e
Nas questões se perguntava aos manutenção e neste sentido, é
alunos: qual a disciplina que os preciso que a modelagem tenha
mesmos mais gostaram no primeiro apoio em conceitos previamente
período, qual apresentaram mais trabalhados.
dificuldades e qual seria o motivo das
dificuldades e como o ensino e Este é o caso do uso de
aprendizagem poderiam ser Programação Linear que é uma
melhorado. técnica utilizada nas empresas, e que
permite a resolução de problemas de
Os resultados aparentemente praticamente qualquer área de
indicaram que os alunos se trabalho, e que faz uso da
identificavam mais com as disciplinas modelagem por meio de equações do
nas quais havia um viés profissional primeiro grau. Tanto a Programação
da profissão que abordaram e esta Linear como a não Linear dependem
não incluía a matemática. de conceitos de funções e outros
aprendidos nas disciplinas do
As dificuldades estavam relacionadas primeiro período.
na maior parte ao que os alunos
consideravam falta de didática do No caso dos conceitos de Geometria
professor e falta de mostrar onde os Analítica estudados na disciplina de
conceitos ensinados seriam Matemática 1, na UNIFEI-Campus
empregados ou utilizados Itabira, está explicito o estudo das
posteriormente. matrizes e de sistemas lineares.
Estes conceitos também vão de
Os resultados apontaram para uma encontro à Programação Linear
necessidade de maior mencionada, de modo a facilitar seu
contextualização do ensino de trabalho em situações posteriores.
matemática para melhorar o
aprendizado. Além disso, na disciplina de
Matemática 1, há o trabalho com
Métodos Numéricos, do Cálculo
Discussão Numérico que também vai apoiar as
modelagens e resolução dos
Observa-se que a disciplina de problemas por meio da técnica de
BAC005 da UNIFEI/Campus Itabira Programação Linear.

77
mais na vida profissional, no cotidiano
Outro aspecto que chama a atenção do trabalho do engenheiro.
nos cursos ligados à saúde e também
à segurança é a questão das Em relação às respostas dos alunos,
estatísticas que são necessárias para aparentemente, o aprendizado
se tomar decisões nestas áreas de poderia ser melhorado com a melhor
conhecimento. No caso da saúde, contextualização dos conteúdos
faz-se muito uso de Bioestatística e ensinados em relação ao que é
no caso da segurança, faz-se uso utilizado posteriormente, na profissão
tanto das estatísticas como também ou até mesmo nas disciplinas do
da probabilidade de ocorrer um curso que vêm posteriormente.
evento. Estes conhecimentos
dependem do estudo prévio de Por se tratar de um curso novo e
funções matemáticas e dos conceitos sendo o primeiro curso de
básicos de matemática que são Engenharia de Saúde e Segurança,
trabalhados no primeiro período. ainda não há como comparar os
resultados dos estudos com outros
Quando se trabalha bem neste cursos, ficando a sugestão no sentido
período, de modo a fixar os conceitos de que se realizem estudos
por aprendizagem significativa, os comparativos futuros, na medida em
mesmos serão úteis e ajudarão nos que houver outros cursos para
conceitos que terão que ser realizar a comparação.
aprendidos posteriormente, seja ao
longo do curso, por exemplo, na Também o número de alunos
disciplina de Estatística, ou seja na entrevistados foi pequeno fica como
vida no trabalho com elaboração de sugestão para estudos futuros, a
estatísticas ou de leitura de realização de trabalhos mais amplos
estatísticas realizadas por outros. incluindo os alunos ingressantes e os
de outros períodos.
Existe também, na Disciplina de
Matemática 1, o estudo de vetores,
retas, plano, cônicas etc que apoiará Conclusão
o Engenheiro de Saúde e Segurança
nas análises de máquinas e locais de No presente estudo, procurou-se
trabalho onde há forças envolvidas e entender as relações entre os
estas possuem um enfoque vetorial. conceitos trabalhados na disciplina de
Também ajudará na elaboração e matemática do primeiro período de
interpretação de desenhos técnicos um curso de Engenharia de Saúde e
que fazem uso destes elementos Segurança, e a aplicação dos
matemáticos. mesmos em situações práticas do
cotidiano do engenheiro.
Aparentemente, tendo em vista os
argumentos apresentados, pode-se O curso de Engenharia de Saúde e
inferir que os conceitos trabalhados Segurança é o primeiro no País, e
na disciplina de Matemática serão portanto, nesta oportunidade não se
úteis tanto durante o curso e muito realizou comparação com outros
cursos, ficando como sugestão para

78
estudos futuros a realização de tais Referências
comparações.
[1] Favero, Maria de L. A
A disciplina de Matemática I do curso Universidade no Brasil: das origens à
de Engenharia de Saúde e Reforma Universitária de 1968. In:
Segurança trabalha um conteúdo Educar, publicado pela Editora UFPR
bastante amplo que inclui conceitos - Curitiba, n. 28, p. 17-36, 2006.
de Geometria Analítica, Cálculo
Numérico, Funções, Limites e [2] Laudares, João B. A matemática e
Derivadas. a estatística nos cursos de graduação
da área tecnológica e gerencial – um
Aparentemente, o conteúdo estudo de caso dos cursos da PUC
trabalhado na disciplina de Minas. p.293-349. In: CURY, Helena
Matemática é útil para modelagens N. Disciplinas matemáticas em
matemática em disciplinas cursos superiores: reflexões,
posteriores ou na atuação profissional relatos, propostas / Helena Noronha
quando se fizer uso de Programação Cury (Org.) – Porto Alegre:
Linear que é uma técnica aplicável EDIPUCRS, 2004. 430p.
em qualquer área de atuação.
[3] NOVAK, Joseph D. Aprender,
Os mapas conceituais foram úteis na criar e utilizar o conhecimento.
organização e compreensão da Lisboa: Plátano, 2000.
cobertura conceitual das disciplinas
de matemática estudadas. [4] Silva, Circe M. da. Politécnicos
ou matemáticos? História, Ciências
Sugeriu-se para estudos futuros que e Saúde – Manguinhos. v.13, n.4,
se realizem mais estudos caso p.891-908, out./dez. 2006.
surjam outros cursos e com o
envolvimento de mais alunos e de [5] SHITSUKA, Ricardo et al.
mais períodos do curso. Matemática fundamental para
tecnologia. São Paulo: Erica, 2009.

79
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

5. Os manuscritos devem ser inéditos e


1. Os trabalhos enviados para publicação na passam a ser propriedade da Rev. Científica
Revista Científica Brasileira, devem ser Brasileira, não podendo ser reproduzidos sem
inéditos e redigidos em português. consentimento por escrito.
Artigos em inglês serão aceitos se os autores 6. Os artigos devem conter, sucessivamente:
forem estrangeiros ou se brasileiros, estiverem a) título em português e inglês;
radicados no exterior. b) nomes completos
2. Deverão ser endereçados a: Revista dos autores;
Científica Brasileira, Rua Piauí, 285 – c) resumo em inglês, com o máximo de 250
Higienópolis - São Paulo – SP Email: palavras;
shitsuka@shitsuka.net, Site: d) resumo em português (não
www.shitsuka.net. ultrapassar 250 palavras;
3. Os manuscritos deverão ser encaminhados e) descritores;
eletronicamente em disquete, CD-ROM, ou f) introdução;
internet, para o e-mail acima, não se g) material ou casuística e métodos;
esquecendo de colocar no campo (subject) o h) resultados;
nome do artigo. Os textos devem ser editados i) comentários;
em Word e gráficos, fotos, tabelas, etc. devem j) conclusões;
estar, cada um deles, em um arquivo k) descritores em inglês;
separado. Os textos em português obedecerão l) referências bibliográficas.
à ortografia vigente. 7. Citar na página de rosto, o serviço ou
4. As ilustrações serão numeradas em instituição onde foi realizado o trabalho, a
algarismos arábicos, numeradas no verso, vinculação
separadas do texto, e as respectivas legendas profissional (principal) de cada autor e o
(numeradas) devem constar de folhas endereço para correspondência.
separadas, uma para cada ilustração. Só será 8. Ao final do resumo em português, mencionar
aceito um máximo de dez ilustrações. A os descritores e, ao final do resumo em inglês,
publicação de ilustração a cores pode ser citar os
atendida, em casos especiais, desde que os
custos sejam assumidos pelos autores.
87 descritores em inglês, que são “palavras- iniciais do(s) autor(es) do livro, eds. Título do
chave”que identificam (visando à indexação) o livro. Edição (se não for a primeira). Cidade :
conteúdo do artigo. Editora. Ano:
9. Referências bibliográficas: páginas específicas para a referência do
serão numeradas em arábico, por ordem capítulo citado. Ex.: Weins LE; Swartz ME;
alfabética. Dantas, DE,
9.1. Artigos de revista: sobrenome e iniciais eds. Informação e tecnologia. São Paulo :
dos autores – Título do artigo. Nome da revista Makron Books, 1974: 457-73.
abreviado. Ano; volume: primeira página – 9.4. Tese ou dissertação: sobrenome e iniciais
última página. Ex.: Kanaan, ML; Matisk, LS; do autor - Título seguido [entre conchetes] de
Smith, DH et al. – Informação e tecnolgia: tese ou dissertação e grau. Idade,
métodos. Rev. Científica da Faculdade São Universidade, data, número de páginas. Ex.:
Paulo e Faculdade EPD. 2008; 89(3): 163-70. Fiorelli, TR – Tecnología da informação [Tese
9.2. Livro: sobrenome e iniciais do(s) autor(es) Doutorado] São Paulo :
– Título, edição (se não for a primeira). Cidade Faculdade de Matemática da Universidade de
: São Paulo, 1998: 158p.
Editora, Ano: página específica para 9.5. Anais de congresso: sobrenome(s) e
referência.. Ex.: Nunes EJ; Gomes SC – iniciais do(s) autor(es) – Título do trabalho. In:
Informática. 2.ed. São Paulo : Atlas, 1999:701. Anais do número de ordem e nome do
9.3. Capítulo do livro: sobrenome(s) e iniciais congresso. Cidade : Sociedade ou instituição
do(s) autor(es) do capítulo. In: sobrenome(s) e promotora, ano: página. Ex.: Dantas, TD –

80
Objetos virtuais. In: Anais do I Congresso 11. A responsabilidade pelas afirmações,
Internacional de Informática. Rio de Janeiro, citações, conceitos e opiniões emitidos nos
RJ : Sociedade Internacional de Informática, trabalhos cabe inteiramente aos autores.
1989: A20. 12. Os trabalhos aprovados, pela Comissão de
10. Citação de dados não publicados ou de Publicação composta por pelo menos dois
comunicações pessoais não constituem referees, e publicados na Rev. Científica
referências bibliográficas. Deverão ser Brasileira não serão devolvidos aos autores.
mencionadas no texto, entre parênteses, ou, Aqueles não aprovados serão
se extensas, constituir nota de rodapé da sistematicamente devolvidos aos autores
mesma página onde é aludida.

81
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