Você está na página 1de 3

LETRAS PORTUGUÊS/INGLÊS

DISCIPLINA: Literatura Infantil e Juvenil


DOCENTE: Inês Aguiar dos Santos Neves
A caixa de Pandora
O céu e a terra já estavam criados com o firmamento onde habitavam plantas e animais.
Mas faltava a criatura onde pudesse habitar o espírito divino. Foi então que chegou à
terra o titã Prometeu (aquele que pensa antes) descendente da antiga raça de deuses
destronada por Zeus. O gigante sabia que na terra estava " adormecida" a semente dos
céus. Por isso, apanhou um bocado de argila e molhou-a com um pouco de água de um
rio. Com essa matéria fez o homem à semelhança dos deuses para que este fosse o
senhor da terra. Escolheu das almas dos animais as características boas e más, animando
sua " criatura". Atena, deusa da sabedoria, admirou a criação do filho dos titãs e
insuflou naquela imagem de argila o espírito, o sopro divino. Foi assim que surgiram os
primeiros seres humanos que de imediato povoaram a terra. Mas faltava-lhes o
conhecimento sobre os assuntos da terra e do céu. Vagueavam sem conhecer a arte da
construção, da agricultura, da filosofia. Não sabiam caçar ou pescar e nada sabiam da
sua origem divina. Prometeu aproximou-se e ensinou-lhes todos esses segredos.
Inventou o arado para que o homem plantasse, a cunhagem das moedas para que
houvesse o comércio, a escrita e a mineração. Ensinou-lhes a arte da profecia e da
astronomia; enfim, todas as artes necessárias ao desenvolvimento da humanidade.
Ainda lhes faltava um último dom para que se pudessem manter vivos: o fogo. Este
dom, entretanto, havia sido negado à humanidade pelo grande Zeus. Porém, Prometeu "
amigo dos homens" roubou uma centelha do fogo celeste e trouxe-a para a terra,
reanimando os homens. Este fogo dava à humanidade a possibilidade de dominar o
mundo e os seus habitantes. Ao descobrir o roubo, Zeus irritou-se pois verificou que a
sua vontade fora contrariada e decidiu punir tanto o ladrão quanto os beneficiados. Por
isso, tramou no Olimpo a sua vingança. Mandou que Hefaístos fizesse uma estátua de
uma linda donzela e, chamou-a de Pandora - "a que possui todos os dons", que seria
enviada como presente a Epimeteu, irmão de Prometeu e, para a tornar perfeita fez com
que cada um dos deuses oferecesse à donzela um dom. Afrodite deu-lhe a beleza,
Hermes o dom da fala, Apolo, a música; outros deuses outros encantos acrescentaram
na criatura. Zeus pediu ainda que cada imortal reservasse um malefício para a
humanidade. Esses presentes maléficos foram guardados numa caixa, que a donzela
levava nas mãos. Zeus enviou então Pandora que desceu à terra conduzida por Hermes e
aproximou-se de Epimeteu - "o que pensa depois", o irmão de Prometeu - o qual,
esquecendo-se da recomendação do seu irmão de que nunca recebesse um presente de
Zeus, aceitou-o e, quando Pandora abriu diante dele a tampa do presente a humanidade
que até aquele momento habitava um mundo sem doenças ou sofrimentos viu-se
assaltada por inúmeros malefícios que atormentam os homens até aos dias de hoje.
Pandora tornou a fechar a caixa rapidamente antes que o único benefício que havia nela
escapasse: a esperança. Zeus dirigiu então a sua fúria contra o próprio Prometeu,
mandando que Hefaístos e os seus serviçais Crato e Bia (o poder e a violência)
acorrentassem o titã a um despenhadeiro do monte Cáucaso. Mandou ainda uma águia
para devorar diariamente o seu fígado que, por ser ele um titã, regenerava-se sempre. O
seu sofrimento prolongou-se por inúmeras eras, até que Hércules passou por ali e viu o
sofrimento do gigante. Abateu a gigantesca águia com uma flecha certeira e libertou o
prisioneiro das suas correntes. Entretanto, para que Zeus tivesse a sua vontade
cumprida, o gigante passou a usar um anel com uma pedra retirada do monte. Assim,
Zeus poderia sempre afirmar que Prometeu mantinha-se preso ao Cáucaso.
A Rainha da Neve
Um maldoso anão tinha fabricado um espelho mágico, que transformava em más
pessoas, todos os que nele se mirassem. Mas o espelho quebrou-se e seus pedaços foram
se espalhando pelo mundo. Dois deles foram para uma sacada onde brincavam duas
crianças, Gerda e Pedro, e penetraram nos olhos e no coração do menino que, desde
aquele momento, se transformou, de bom, no pior garoto da cidade.
Quando o inverno chegou, ia Pedro, um dia, pelas ruas cobertas de neve, montado em
seu pequeno trenó, quando viu um grande trenó branco, que corria velozmente.
Enganchou o seu naquele e, desse modo, fez-se arrastar na vertiginosa carreira. Mas viu,
logo depois, com terror, que o misterioso veículo saía das muralhas da cidade e
precipitava-se pelos campos. Por fim, o trenó se deteve e dele desceu a Rainha das
Neves, completamente vestida de branco, que se inclinou para o menino, beijando-o. Ao
sentir aquele beijo, Pedro adormeceu. A fada tomou-o nos braços e levou-o ao seu longí
nquo país.
Os dias passavam e Gerda em vão esperava Pedro, que não regressava. Afinal, resolveu
ir procurá-lo pelo mundo. Dirigiu-se para o rio, subiu numa barquinha e deixou-se levar
pela correnteza. A embarcação, depois de muito navegar, foi deter-se num jardim cheio
de flores, onde havia uma velha, que acolheu carinhosamente a menina Gerda e
conduziu-a a uma pequena casa feita de vidros coloridos. Ali penteou-a com um pente
mágico e a menina de tudo se esqueceu e ficou, naquele jardim encantado, vivendo
muito feliz. Um dia, entretanto, viu umas rosas, que lhe recordaram o roseiral por ela
plantado, com o auxílio de Pedro, na sua pequena sacada, em casa, e voltou-lhe à mente
a lembrança do irmão desaparecido. Resolvida a encontrá-lo, fugiu para o bosque e
caminhou muito, sem sentir-se fatigada, até que encontrou uma menina, que morava
numa casa meio em ruínas. A desconhecida, ao ouvir a história de Gerda, quis ajudá-la e
levou-a para sua casa, onde perguntou aos pombos, pousados no telhado, se sabiam
alguma coisa a respeito de Pedro. "Sim!" responderam eles. A Rainha das Neves o
levou com ela.
A menina do bosque deu-lhe, então, um magnífico cervo que possuía havia tempo,
dizendo ao animal: "Devolvo-te a liberdade, mas, em troca, leva esta minha amiga ao
palácio da Rainha das Neves, que se acha em teu país." Em seguida, ajudou a pobre
Gerda a montar no lombo do animal, que partiu em disparada. Atravessaram campos,
bosques, pântanos e, por fim, chegaram à Finlândia, onde estava situado o castelo da
fada e o cervo fez a menina descer no jardim.
Ao ficar sozinha, Gerda viu caírem a seu redor grandes flocos de neve, que se juntaram,
procurando afogá-la. Mas a menina orou com fervor e, imediatamente, tudo se acalmou.
Então, a menina entrou no castelo, onde encontrou Pedro, que estava só e não a
reconheceu. Gerda abraçou-o, chorando e suas lágrimas, ao penetrarem no coração do
menino, fizeram sair o fragmento do espelho, que nele se havia encravado. Pedro també
m chorou e, desse modo, o outro fragmento que havia penetrado em seus olhos, também
saiu. O menino, só então, reconheceu sua pequena amiga e com ela fugiu daquela prisão
gelada. O cervo esperava-os lá fora para levá-los de volta ao seu país.

Hans Christian Andersen


http://contosencantar.blogspot.com.br
LETRAS PORTUGUÊS/INGLÊS
DISCIPLINA: Literatura Infantil e Juvenil
DOCENTE: Inês Aguiar dos Santos Neves

Você também pode gostar