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Juvenatrix 189
Juvenatrix 189
Your world a grain of sand. I am the endless desert. The burning horizon. I am the aeons. Beyond the pitch black night. Time
and space collide in me. Baphomet. Power absolute. Baphomet. Goat God Dominus. I am the moment of eternity. Your hearts,
your tears, your lust. I am the well. The gaping abyss. I am blasphemy divine. Baphomet. Power absolute. Baphomet. Goat God
Dominus. No force can compete. No god be compared. Non mortuum. Non vivit. There is only me. In me all things become.
There is no god. Where I am all things are gone. My blinding darkness. Oh, so bright. Dualistic demon worship. Baphomet.
Power absolute. Baphomet. Goat God Dominus. Baphomet. Divinity unbound. Baphomet. True will magick. Baphomet. Ego
sum.
LITERATURA
A Editora “Dark Side” presenteou os fãs brasileiros lançando por aqui em 2013 um livro sobre os bastidores de um
dos grandes e indispensáveis filmes de horror de todos os tempos, “O Massacre da Serra Elétrica” (The Texas Chainsaw
Massacre, 1974), dirigido por Tobe Hooper e que iniciou uma extensa franquia com continuações e refilmagens. A autoria é do
músico e escritor inglês Stefan Jaworzyn, e o livro traz uma imensa quantidade de fotos, informações gerais e principalmente
detalhes e curiosidades de bastidores da produção não só do primeiro filme, mas de toda a extensa franquia, com depoimentos
de muita gente envolvida no projeto, de atores à equipe técnica. O livro, na verdade um compêndio, foi lançado pela “Coleção
Dissecando – Filmes Clássicos de Terror” em duas versões, sendo uma delas com capa dura.
“Eggshells” (1969)
O capítulo inicial falando sobre o primeiro filme de longa metragem da carreira de Tobe Hooper, “Eggshells”, é bem
arrastado e cansativo, não despertando interesse. O filme é um drama psicodélico experimental com elementos de fantasia.
Porém, logo a seguir, ao iniciar os depoimentos sobre o clássico “Massacre”, começa a grande quantidade de curiosidades e
informações de bastidores.
Já a atriz Marilyn Burns (1949 / 2014), que interpretou a “scream queen” Sally Hardesty, comentou sobre o estranho
roteiro inspirado no assassino Ed Gein, cujas atrocidades também serviram de referência para outros dois excelentes filmes,
“Psicose” (1960) e “O Silêncio dos Inocentes” (1991), sem contar diversos outros menores. Segundo ela, os três filmes são
diferentes, apesar da mesma fonte de inspiração, e no caso do “Massacre”, eles apenas juntaram a serra elétrica e a palavra
“Texas”.
O ator islandês Gunnar Hansen (1947 / 2015), que interpretou o maníaco “Leatherface”, curiosamente revelou que no
período de contratação do elenco, a equipe de produção gostou do fato dele ser tão grande que ocupava todo o vão da porta, e
isso deve ter ajudado na sua escolha para o papel do psicopata.
O diretor de arte Robert A. Burns, assim como outros envolvidos na produção, informou que o roteiro original do
filme tinha muitas páginas sobre jovens dirigindo aleatoriamente pelas estradas, com muito humor hippie, e que depois foi
encurtado e reescrito diariamente durante as filmagens. Ainda bem que ocorreu essa mudança, pois teria grande chance de
tornar o filme mais comum e menos perturbador. “Leatherface” teria muitas falas originalmente, mas após uma análise de Tobe
Hooper foi decidido que não funcionariam e foram cortadas, numa decisão acertada. O psicopata com máscara de pele humana
tornou-se uma lenda do cinema de horror, sem voz e rosto. Burns foi o responsável pelos efeitos especiais em geral e pelos
objetos de cena, como as mobílias de ossos. Ele revelou que coletava ossos de animais mortos em fazendas e que recebia
artefatos similares de seus amigos. Disse também que até aprendeu taxidermia especialmente para aplicar a técnica num tatu
que encontrou morto atropelado, e que foi utilizado numa cena rápida do filme.
Os atores fizeram questão de enfatizar as imensas dificuldades de trabalho por causa do baixo orçamento, que ficou
em torno de apenas US$ 125 mil. Eles tinham que filmar entre 12 e 16 horas diárias enfrentando muito calor, acima de 40
graus. E não havia um trailer para descanso, pois tudo era muito limitado. A famosa cena do jantar demorou 26 horas para
filmar e com o calor intenso as mobílias de ossos e os restos de vísceras estavam apodrecendo, deixando o ambiente com um
cheiro extremamente desagradável.
O ator John Dugan, cunhado de Kim Henkel (um dos roteiristas e produtores), era muito jovem na época, com apenas
20 anos. Ele interpretou o centenário vovô, tendo que se submeter a um trabalho demorado de maquiagem para
envelhecimento.
Por causa do baixo orçamento e o receio de estragar a roupa de “Leatherface” com uma lavagem que poderia alterar a
cor, o ator Gunnar Hansen teve que utilizar a mesma roupa sem lavar durante o filme inteiro, convivendo com um odor que
inevitavelmente incomodava todos ao redor.
O filme não tem muito sangue e violência explícita, mesmo sendo considerado um dos mais perturbadores da história
do cinema de horror. Os realizadores não queriam sangue em profusão, preferindo optar por um horror mais implícito. Por mais
reais que as cenas sangrentas possam parecer, existe uma distância entre o público e a história, pois os espectadores sabem que
é falso. A cena da garota Pam (Teri McMinn) pendurada num gancho de açougue é extremamente chocante sem uma única gota
de sangue, com o uso de efeitos especiais convincentes, numa época sem a computação gráfica que torna tudo muito artificial.
“O Massacre” estreou em 11/10/1974 nos Estados Unidos, distribuído pela “Bryanston Pictures”, que curiosamente
tinha relações com a máfia e com o lançamento do famoso filme erótico “Garganta Profunda” (Deep Throat, 1972). Porém, a
grande quantidade de dinheiro obtida pelo sucesso comercial do filme sumiu, não chegando até os realizadores. Depois de
vários problemas e processos na justiça, o filme foi depois relançado pela “New Line”. Algo similar também aconteceu com a
distribuição internacional com a empresa “Raven”, cujos proprietários desapareceram depois de ganhar muito dinheiro com o
filme.
Todos os membros da equipe técnica e os atores foram unânimes em afirmar que jamais esperavam o imenso sucesso e
repercussão positiva que o filme conquistou. Eles achavam que seria apenas mais um filme de horror de baixo orçamento, e que
a maior parte do sucesso deve-se ao fato do público acreditar que a história fosse real, que o filme poderia ser uma espécie de
documentário falando de algo violento que realmente aconteceu. Porém, a história é totalmente fictícia, e apenas inspirada no
assassino Ed Gein.
Assim como diversos outros filmes similares de horror, o “Massacre” foi censurado na Inglaterra por muitos anos e
apenas em 1999 foi liberado sem cortes no cinema e em vídeo, ou seja, 25 anos depois de seu lançamento americano.
Uma das cenas mais perturbadoras e sempre lembradas e citadas tanto pelos envolvidos no projeto quanto pelos fãs, é
a longa sequência de perseguição entre a garota Sally e o psicopata “Leatherface”, numa correria desenfreada e interminável
pela floresta, com o barulho ensurdecedor da motosserra muito próxima de destroçar a carne da vítima indefesa.
No capítulo referente à repercussão do filme entre os críticos de cinema, vale transcrever o resumo de uma das
críticas:
“Prepare-se para uma experiência totalmente repugnante e, para muitos, literalmente nauseante... uma torrente
explícita de sangue. Quatro ou cinco (é difícil determinar a quantia exata somando os pedaços) jovens aventureiros
encontram um diabólico açougueiro de carne humana no interior do Texas. O maníaco corre enfurecido atrás deles com uma
serra elétrica e outros instrumentos de destruição, incluindo um gancho de açougue. O filme é doentio, como também é o
público que se diverte com ele.”
O diretor Tobe Hooper também ganhou um capítulo específico sobre sua carreira instável, sempre oscilando em altos e
baixos, com informações curiosas de bastidores sobre vários de seus filmes. De sua filmografia foram citados, analisados e
comentados, entre outros, os filmes “Eaten Alive” (1976), “Pague Para Entrar, Reze Para Sair” (The Funhouse, 1981),
“Poltergeist, o Fenômeno” (1982), “Força Sinistra” (Lifeforce, 1985), “Invasores de Marte” (1986), “O Massacre da Serra
Elétrica Parte 2” (1986), “Conspiração Atômica” (Spontaneous Combustion, 1990), “A Morte Veste Vermelho” (I´m
Dangerous Tonight, 1990), “Noites de Terror” (1993), “Mangler – O Grito de Terror” (1995), “Crocodilo” (2000), etc.
A produtora Cannon, dos israelenses Yoram Globus e Menahem Golan, fechou um contrato com Hooper para 3 filmes
entre 1985 e 1986: “Força Sinistra”, “Invasores de Marte” e “O Massacre 2”. Porém, a parceria foi tensa e cheia de conflitos e
os dois primeiros filmes tiveram uma receptividade ruim nas bilheterias. “Força Sinistra”, por exemplo, sofreu um corte imenso
dos produtores e teve seu nome original alterado de “Space Vampires” para “Lifeforce”, desagradando completamente Hooper.
“Space Vampires” (no Brasil, “Vampiros do Espaço”) é o nome do livro de Colin Wilson, lançado em 1976 e que inspirou o
roteiro do filme.
Curiosamente, a máquina assassina do bizarro “Mangler – O Grito de Terror”, uma espécie de lavadeira que se
alimenta de carne humana, foi criada pelo filho de Hooper, William Tony Hoopert. O filme foi baseado num conto de Stephen
King e estrelado por Robert Englund, que é mais conhecido como o psicopata da luva de facas “Freddy Krueger” na franquia
“A Hora do Pesadelo”.
OBS.1: Em 2017 veio o oitavo filme situado nesse imenso universo ficcional de “Massacre da Serra Elétrica”. Com o
sugestivo e manjado título “Leatherface”, foi dirigido por Alexandre Bustillo e Julien Maury, os mesmos responsáveis pelo
excelente filme francês “A Invasora” (2007). A história mostra eventos anteriores ao primeiro filme da saga, abordando a
adolescência conturbada de “Leatherface”.
OBS.2: Em 1988 foi lançada uma paródia do clássico de 1974, “Hollywood Chainsaw Hookers”, com Gunnar Hansen
no papel principal, e direção de Fred Olen Ray. Foi lançado em VHS no Brasil com o nome picareta “O Massacre da Serra
Elétrica 3 – O Massacre Final”, mas não tem relação com a franquia, e o título recebido por aqui apenas contribuiu para
confundir os fãs.
Finalizando este compêndio precioso, temos um capítulo com os nomes e breves biografias de dezenas de pessoas
envolvidas nos vários projetos da extensa franquia: atores, diretores, roteiristas e equipe técnica de produção. Em outro
capítulo, temos as fichas técnicas de “Eggshells” e de todos os sete filmes da série.
“O Massacre da Serra Elétrica – Arquivos Sangrentos” (The Texas Chain Saw Massacre Companion, 2003)
Autor: Stefan Jaworzyn
Editora “Dark Side” (Rio de Janeiro/RJ). Lançado no Brasil em 2013. Tradução de Antônio Tibau e Dalton Caldas.
“Coleção Dissecando – Filmes Clássicos de Terror”. Formato: 16 x 23 cm. 320 páginas. (por RR)
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