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AO JUÍZO DE DIREITO DA ____ SEÇÃO ESPECIALIZADA CÍVEL DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR

Pedido de Justiça Gratuita

Autoridade Coatora: Secretária de Estado da Saúde

Cirurgia de Urgência

, brasileiro, casado, vigilante, RG nº: e CPF nº, residente e domiciliado na


cidade de Campina Grande - PB, onde reside na Rua , Bairro , CEP: 58.407-490 por
seus advogados, que a esta subscrevem, Procuração anexa, vem muito respeitosamente à
presença desse Juízo Colegiado, com fundamento no art. 5º, inciso LXIX da
Constituição federal e artigos 1º e seguintes da Lei 12.016/2009, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR

contra ato da Excelentíssima Secretária Estadual de Saúde da Paraíba, Dra. com


endereço para citação na Av. Dom Pedro II, 1826, Bairro Torre, João Pessoa - PB, CEP
58.040-440, que reúne competência para dar cumprimento integral à pretensão do
Impetrante, o que faz lastreado pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:

I – DO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA


1. O Requerente é pobre na forma da lei, e não tem como suportar os ônus
do processo sem prejuízo do próprio sustento familiar, conforme Declaração anexa aos
autos, razão pela qual requer os benefícios da Gratuidade Judicial, em conformidade
com o artigo 98 do Código de Processo Civil.

II - DOS FATOS

2. O Autor é portador de COXARTROSE BILATERAL EM GRAU


ACENTUADO (que é uma artrose degenerativa dos ossos e cartilagens), doença
invasiva. progressiva e limitante, que causa dor intensa, e incapacita o portador de
desenvolver simples atividades cotidianas básicas, como vestir-se, calçar os sapatos,
realizar higiene pessoal, caminhar médias e curtas distâncias, dentre outras. Assim, é
urgente a necessidade de realização da cirurgia, de substituição articular
(ARTROPLASTIA TOTAL DOS QUADRIS DIREITO E ESQUERDO), conforme
Laudo Médico do Dr. Atualmente o Impetrante locomove-se com bastante dificuldade.

3. O referido médico, especialista conceituado em cirurgias do quadril,


primeiramente passou-lhe primeiramente um tratamento paliativo de terapias
convencionais, já ministradas ao impetrante, porém sem resultado satisfatório. Ocorre
que, o caso vem se agravando, já estando no limite de que o paciente possa suportar,
sem que faça o procedimento cirúrgico. DESTA FORMA, O MÉDICO
DETERMINOU A CIRURGIA AO PACIENTE, COMO FORMA
UNICAMENTE VIÁVEL, PARA QUE O PACIENTE POSSA VOLTAR A
ANDAR E PRATICAR OS ATOS DA VIDA COMUM.

4. O tratamento para esse tipo de patologia deve ser individualizado, de


acordo com o grau da doença, e com as expectativas e necessidades de cada paciente.
Reitera-se, o tratamento não cirúrgico já foi realizado, mas não houve resultado
satisfatório, sendo necessária a intervenção cirúrgica do impetrante.

III - DOS CUSTOS DESSA INTERVENÇÃO EM CASO DE CIRURGIA


PARTICULAR
5. A cirurgia nesses casos é demasiadamente onerosa para as modestas posses
do impetrante, o qual precisaria dispor de R$ 42.300,00 (quarenta e dois mil e trezentos
reais) para a sua realização, (todos fabricados por Lima Corporate Brasil)
6. O orçamento para esse tipo de intervenção é o seguinte:

1 cabeça femoral Biolox Delta 32 mm pequena.....R$ 5.303,00


1 acetábulo Delta PF 46 mm pequeno ...................R$ 5.543,00
1 haste femoral não cimentada SL 11.5 #3............R$ 5.650,00
1 inserto Delta 32 mm pequeno.............................R$ 5.064,00
2 parafusos ósseos 6.5 x 35 mm ............................R$ 720,00 cada

TOTAL .................................................R$ 23.000,00.

Além desse material, existem também os gastos com as despesas


hospitalares, os honorários médicos (anestesista), a equipe cirúrgica e o parecer
cardiológico, que totalizam R$ 19.300,00 (dezenove mil e trezentos), conforme
orçamento anexo.

7. O IMPETRANTE É UM SENHOR DE 58 ANOS, PROFISSIONAL


AUTÔNOMO, E RECEBE APENAS UM SALÁRIO MÍNIMO MENSAL,
CONTANDO APENAS COM A AJUDA DE SUA FAMÍLIA, NA MANTENÇA
DAS DESPESAS.
8. Nesse diapasão, com parcos recursos financeiros, o acesso à cirurgia, através
de médico particular, que lhe garanta uma melhor qualidade de vida, se mostra
absolutamente impossível. Assim, por não ter condições financeiras de pagá-la, como
demonstrado em tela, é que não resta alternativa a não ser propor a presente demanda
para tutela jurisdicional.

IV - DO DEVER DA AUTORIDADE COATORA


9. Com efeito, é dever da Autoridade Coatora viabilizar a prestação adequada
do serviço público de saúde, possibilitando o tratamento que o ora Impetrante necessita,
mormente em virtude de todas as limitações que a doença acarreta à sua vida, como já
atestado pelo profissional competente. Porém o Estado vem recusando o procedimento
cirúrgico em virtude da não disponibilidade de vaga na rede pública.

10. Sendo assim, não houve alternativa senão impetrar o presente Mandado de
Segurança, a fim de que a Autoridade Coatora supra a omissão perpetrada,
determinando a imediata autorização da intervenção cirúrgica do impetrante no Hospital
Antônio Targino LTDA, oferecendo-lhe as condições adequadas de tratamento para o
caso, as expensas do Estado.

V - DA FUMAÇA DO BOM DIREITO E DO PERICULUM IN MORA

11. Demonstra-se evidente a violação ao direito líquido e certo do impetrante,


uma vez que o direito fundamental à saúde, garantido pela Cf/88, e A OMISSÃO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA LOCAL EM VIABILIZAR A IMEDIATA
AUTORIZAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DA CIRURGIA DO ORA
IMPETRANTE, BEM COMO A PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA DA SITUAÇÃO
DE EMERGÊNCIA, DECLARADA PELO PROFISSIONAL MÉDICO
RESPONSÁVEL PELO ATENDIMENTO, RESTA CONFIGURADO O FUMUS
BONI JURIS NECESSÁRIO À MEDIDA LIMINAR.
12. Já o PERIGO DA DEMORA reside no dano jurídico de difícil ou
impossível reparação, quando o impetrante está impossibilitado de praticar atos simples
da vida, como andar, calçar e vestir-se, por encontrar-se acometido dessa doença
degenerativa. O estado de saúde do autor está cada dia se agravando mais, o que faz
com que ele necessite intervenção imediata, pois o impetrante não tem condições de
arcar com a cirurgia, pelo seu alto custo financeiro. Desse modo, o direito à saúde que
tem base constitucional está-lhe sendo inacessível.

13. Nessa esteira, o impetrante preenche todos os requisitos para a concessão


deste tipo de tutela, vez que o direito à saúde - inalienável e irrenunciável - e o custeio
de seu tratamento como obrigação imposta constitucionalmente e legalmente ao Poder
Público, restou sobejamente demonstrado e provado com as razões de fato e de direito
expostas.

VI - DO DIREITO

14. A manutenção da saúde, e, consequentemente da própria vida, é direito


líquido e certo do autor. Sobre ser direito inerente a todo ser humano, portanto, natural,
inalienável, irrenunciável, e impostergável, sua inviolabilidade está garantida pela nossa
Carta Magna, através do seu art. 5º, “caput” e 6º, que se transcreve, em parte:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida …”
“Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde…”.

15. Da relevância desse direito, que há de ser preservado em quaisquer


circunstâncias, parece ao autor ser desnecessário tecer maiores considerações, pois é
intuitivo e instintivo. Nestes termos, a responsabilidade da ré, quanto à realização dessa
cirurgia, está disposta no artigo 7º, II, da Lei 8.080 de 19.09.90, cuja edição atende ao
comando dos artigos 196 e seguintes da Constituição Federal. Prescrevem,
respectivamente, os mencionados artigos:

Art. 7º, da Lei 8.080/90: As ações e serviços públicos de saúde e


os serviços privados contratados ou conveniados que integram
o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo
com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição
Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto
articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em
todos os níveis de complexidade do sistema;
Art. 196 da CF: A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.

16. Em consonância com o preceito constitucional, o art. 2º. da Lei 8.080/90,


que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, reitera a garantia ao
afirmar que:
A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado
promover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

17. O direito à saúde é subjetivo de todo cidadão e é dotado de eficácia


plena, portanto, imediatamente oponível à Administração Pública. Assim, a
responsabilidade pela realização do procedimento cirúrgico que o autor necessita é,
efetivamente, da ré, vez que é dela a obrigação de adotar os meios necessários às “ações
e serviços para … promoção, proteção e recuperação” da saúde (Art. 198, da CF, e 9º,
III, da Lei 8.080/90), prestando assistência terapêutica integral, sendo a integralidade de
assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços
preventivos e curativos, individuais exigidos para cada caso, não lhe sendo lícito,
portanto, permanecer na negativa.
18. A fim de proteger o indivíduo de omissões ilegais perpetradas pela
Administração Pública, a Carta Magna, no artigo 5°, inciso LXIX, instituiu o Mandado
de Segurança como remédio para assegurar a efetivação de direito líquido e certo do
cidadão. Pois um direito de tamanha importância como o Direito à Saúde, do qual
decorrem todos os demais Direitos Fundamentais, precisa ser amparado por
procedimento mais célere, lastreado em provas que evidenciam, já no ato de sua
propositura, o desrespeito ao direito do cidadão. Vale salientar que o tratamento sempre
resulta em benefícios para a saúde e para a qualidade de vida, direito este, garantido
pela Constituição.

VII - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, estando presentes o fumus boni juris e o periculum in


mora, conforme exposto, O IMPETRANTE requer que este juízo digne-se de:
a) Deferir o pedido de Justiça Gratuita tendo em vista que a parte é
hipossuficiente na forma da lei;
b) Que seja deferida a Liminar tendo em vista estarem presentes os requisitos
do Fumus boni iuris e do Periculum in mora, uma vez que o Imperante está
limitado em praticar atos da vida cotidiana, pelo estado de agravamento de
sua saúde, devendo-se por conseguinte, ser disponibilizada a cirurgia para o
requerente, com a máxima urgência que o caso requer;
c) Determinar a notificação da Autoridade Coatora para que preste as
informações no prazo legal;
d) Determinar a intimação do representante do Ministério Público;
e) Determinar a Citação do réu, na pessoa de seu representante legal, Dra.
Cláudia Veras, Secretária Estadual da Saúde, sob pena de em assim, não
procedendo sofrer os efeitos da revelia;
f) Julgar procedente o pedido, em todos os seus termos, confirmando-se a
Liminar caso deferida, ou julgando procedente o pedido de autorização para a
cirurgia em rede pública;
g) Custas sucumbenciais de praxe;

Atribui-se à causa o valor de R$ 1.000,00.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Campina Grande, 09 de março de 2017

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