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Bolsista do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC Jr - 2014/2015) via IFMG Campus
Congonhas. Aluno do curso técnico integrado em Mineração do IFMG Campus Congonhas.
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Docente do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais Campus Congonhas. Doutorando
em Educação pela Universidade Nacional do Rosário. Mestre em Estudos do Lazer pela Universidade
Federal de Minas Gerais. Licenciado em Educação Física. Doutorando em Ciências da Educação pela
Universidade Nacional do Rosário/AR e Universidade Federal de Minas Gerais
INTRODUÇÃO
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A produtivização do lazer está relacionada à possibilidade de levarmos a lógica da rotina diária, marcada
pelo trabalho, para os momentos de lazer.
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Iniciativas desenvolvidas por empresas que permitem a realização de determinadas “vivências lúdicas”
no âmbito do trabalho.
relevando os elementos da cultura corporal como manifestações e expressões humanas
com historicidade e significado para fazer contraponto à visão estritamente orgânica de
corpo. Assim, ao pensar na Escola Técnica/Tecnológica com suas especificidades de
tempo e espaço para formação dos sujeitos deparamo-nos com indagações sobre os usos
e as apropriações desses tempos e desses espaços, analisados aqui como fenômenos de
uma cultura do/para o trabalho.
No caso do Ensino Médio Integrado o tempo da formação é expandido
perfazendo uma carga horária aproximada de 18 horas/aulas por semana em disciplinas
do currículo regular somadas às do currículo da formação técnica. O tempo de
convivência diária no Instituto pelos alunos é de aproximadamente 10 horas. Início das
aulas às 07h30min horas. Intervalo de 20 minutos das 10h00min às 10h20min horas.
Almoço das 12h00min às 14h00min horas. Intervalo de 20 minutos das 15h40min às
16h00min horas. Termino do dia letivo às 17h40min horas.
Como o Instituto localiza-se em uma região afastada do centro urbano os alunos
permanecem na Instituição nos intervalos e horário de almoço. Isso tem gerado novas
formas de apropriação das lógicas de produção e apropriação cultural pelos alunos no
ambiente escolar. Questões como sedentarismo, estresse, má organização do tempo para
as rotinas escolares, dificuldade em aperfeiçoar os estudos, acentuação da evasão
escolar e quebra da qualidade de vida dentro e fora da escola são temáticas que
perpassam o escopo desta investigação, pois emergem das tensões entre as obrigações e
os lazeres nesta nova forma de organização de vida assumida pelos alunos. A seguir,
apresentamos os caminhos metodológicos construídos e executados ao longo da
pesquisa.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Diante dos debates sobre os estudos acerca do lazer e das obrigações escolares
(trabalho) relacionadas à constituição das escolas técnicas brasileiras esta análise tem
como objetivo discutir as relações entre qualidade de vida e universo escolar através do
exercício interpretativo das entrevistas com alunos dos cursos médio integrado do
IFMG Campus Congonhas. Assim, o eixo norteador foi a temática do Lazer nas
interfaces com as obrigações escolares; as apropriações dos espaços institucionais; o
tempo e suas rotinas e as nuances relativas a conquista ou não de qualidade de vida
pelos sujeitos entrevistados.
Na busca por uma análise mais aprofundada sobre os conteúdos trazidos pelas
entrevistas, triangulamos os dados tentando responder as perguntas norteadoras deste
estudo. Assim, esteve cada vez mais latente uma categoria voltada para reflexões acerca
do entendimento dos estudantes sobre qualidade de vida e suas relações com o cotidiano
escolar.
De acordo com Minayo; et al (2000, p. 10) qualidade de vida “é uma noção
eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na
vida familiar, amorosa, social, ambiental e também na própria estética existencial”.
A partir deste ponto de vista, verificamos dificuldades nos entrevistados em
relacionar qualidade de vida ao espaço escolar, uma vez que, demonstraram viver uma
rotina cansativa de aulas e obrigações acadêmicas. Deste modo, quando Minayo (2000)
refere-se ao grau de satisfação que é vivenciado em momentos sociais para atingir
qualidade de vida, partimos da compreensão sobre as enunciações dos sujeitos
entrevistados, de que no IFMG Campus Congonhas as experiências ou momentos
cotidianos não são prazerosos.
Ao afirmar esta reflexão entendemos que tal construção da realidade possuiu
inúmeros aspectos que devem ser levados em consideração, tais como: o nível de
consciência dos alunos sobre o que é qualidade de vida; as relações e tensões que os
alunos estabelecem com os estudos; a forma com que a Instituição formaliza suas
propostas curriculares; a noção de cumprir as obrigações versus subverter a ordem
vigente; a tentativa de moldar a realidade para interesses próprios – isto quer dizer que,
muitas vezes e ao longo das demais análises percebemos nos discursos dos alunos a
constante tentativa em afirmar que há um excesso de obrigações, mas ao mesmo tempo
em que vivenciam e desobedecem a regras escolares para conquista de experiências que
lhes são prazerosas: jogar baralho, jogar cota três, acessar jogos virtuais nos laboratórios
de informática, organizar rodas de violão atrás do poliesportivo, entre outros pontos já
destacados.
Mas isto não implica afirmar que eles não compreendam o que é qualidade de
vida, pelo contrário, trazem saberes pertinentes para a análise. Surgem entendimentos
que relacionam qualidade de vida à bem estar, à conquista de hábitos mais saudáveis, ao
equilíbrio entre a rotina de trabalho e possibilidades de lazer.
Diante dos conceitos que os alunos têm, quando questionados sobre a qualidade
de vida em geral, citaram a alimentação e o bom sono como pilares para alcança-la. Já
dentro da instituição as atividades físicas foram citadas como algo primordial, para
adquiri qualidade de vida, uma vez que, o sono e a alimentação se tornam
comprometido diante das obrigações escolares.
Portanto, de acordo com o que foram analisados, obtivemos inúmeros pontos de
vistas referentes ao conceito de qualidade de vida, pois se trata de um termo muito
amplo, e pode variar de indivíduo para indivíduo. Mas, foi possível diagnosticar que,
após o ingresso destes alunos na instituição técnica de ensino médio, eles relataram
obter grandes impactos em seus estilos de vida. Estes impactos foram principalmente
decorrentes da elevada carga horária e obrigações escolares, que tornam á diminuírem o
tempo para a prática de atividades prazerosas e que trazem satisfação, afetando deste
modo a qualidade de vida destes indivíduos. .
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
MINAYO, Maria Cecília de Souza; HARTZ, Zulmira Maria de Araújo; BUSS, Paulo
Marchiori. Qualidade de vida e saúde: Um debate necessário. Rev. Ciência e Saúde
Coletiva. V. 5, N.1. Rio de Janeiro, 2000.
MINAYO, Maria Cecília de Sousa (Org.) et al. Pesquisa social: teoria, método e
criatividade. 27. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.