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Info 858 stf3 PDF
Info 858 stf3 PDF
Julgado excluído por ter menor relevância para concursos públicos e por ter sido decidido com base em peculiaridades
do caso concreto: ARE 803462 AgR-ED/MS.
ÍNDICE
DIREITO CONSTITUCIONAL
TRIBUNAL DE CONTAS
Prazo prescricional para aplicação de multa pelo TCU.
DIREITO ADMINISTRATIVO
PRECATÓRIOS
É possível aplicar o regime de precatórios às sociedades de economia mista?
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA
Lei de contratação temporária não pode prever hipóteses genéricas nem a prorrogação indefinida dos contratos.
DIREITO PENAL
LEI DE DROGAS
Ocorrendo o tráfico de drogas nas imediações de presídio, incidirá a causa de aumento do art. 40, III, da LD, não
importando quem seja o comprador.
HABEAS CORPUS
Não se admite habeas corpus para reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso interposto no STJ.
DIREITO CONSTITUCIONAL
TRIBUNAL DE CONTAS
Prazo prescricional para aplicação de multa pelo TCU
O prazo prescricional para que o TCU aplique multas é de 5 anos, aplicando-se a previsão do
art. 1º da Lei nº 9.873/99.
Caso esteja sendo imputada ao agente público a conduta omissiva de ter deixado de tomar
providências que eram de sua responsabilidade, tem-se que, enquanto ele permaneceu no
cargo, perdurou a omissão. No momento em que o agente deixou o cargo, iniciou-se o fluxo do
prazo prescricional.
STF. 1ª Turma. MS 32201/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/3/2017 (Info 858).
A Lei nº 8.443/92 (Lei Orgânica do TCU) prevê prazo prescricional para que a Corte possa aplicar multas?
NÃO. A Lei Orgânica do TCU autoriza que o órgão aplique multa pela prática de infrações submetidas à sua
esfera de apuração, mas não previu prazo prescricional para que a Corte exerça esse poder punitivo.
Diante da ausência de prazo fixado na lei, surgiu a tese de que esse poder do TCU de aplicar multas seria
imprescritível. Esse argumento é aceito pelo STF?
NÃO. O fato de a Lei nº 8.443/92 não trazer prazo prescricional não significa que a imposição de multa
pelo TCU seja uma hipótese de imprescritibilidade.
A Lei nº 9.873/99 estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva por parte da
Administração Pública Federal. Embora essa lei se refira a poder de polícia, o STF entende que ela também
deve ser aplicada para a competência sancionadora da União em geral.
No caso concreto, qual foi o termo inicial desse prazo prescricional? A partir de quando começou a ser
contado o prazo de 5 anos? João defendeu o argumento de que o prazo iniciou-se em 2008, quando os
recursos foram recebidos. Essa tese foi aceita?
NÃO. O prazo prescricional começou a correr em janeiro de 2013, quando João foi exonerado.
No caso concreto, João foi punido por causa de uma conduta omissiva (ter deixado de implementar o
plano de assentamento) que era de sua incumbência. Assim, enquanto ele permaneceu no cargo,
perdurou a omissão. No momento em que ele deixou a superintendência, iniciou-se o fluxo do prazo
prescricional.
Resumindo:
O prazo prescricional para que o TCU aplique multas é de 5 anos, aplicando-se a previsão do art. 1º da
Lei nº 9.873/99.
Caso esteja sendo imputada ao agente público a conduta omissiva de ter deixado de tomar providências
que eram de sua responsabilidade, tem-se que, enquanto ele permaneceu no cargo, perdurou a
omissão. No momento em que o agente deixou o cargo, iniciou-se o fluxo do prazo prescricional.
STF. 1ª Turma. MS 32201/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/3/2017 (Info 858).
Importante!!!
Atenção! Advocacia Pública
É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço
público próprio do Estado e de natureza não concorrencial.
STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
Regime de precatórios
O art. 100 da CF/88 prevê que, se a Fazenda Pública Federal, Estadual, Distrital ou Municipal for
condenada por sentença judicial transitada em julgado a pagar determinada quantia a alguém, este
pagamento será feito sob um regime especial chamado de “precatório”:
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em
virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
O regime de precatórios é um privilégio instituído em favor da Fazenda Pública, considerando que ela não
terá que pagar imediatamente o valor para o qual foi condenada, ganhando, assim, um "prazo" maior.
Quem tem o privilégio de pagar por meio de precatório? A quem se aplica o regime dos precatórios?
As Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais.
Essa expressão abrange:
União, Estados, DF e Municípios (administração direta);
autarquias;
fundações;
empresas públicas prestadoras de serviço público (ex: Correios);
sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de atuação própria do Estado e de
natureza não concorrencial.
Exemplos
Você pode estar com alguma dificuldade de visualizar o que seria uma sociedade de economia mista
prestadora de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial.
Por isso, vejamos dois exemplos já enfrentados pelo STF:
São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica
para contratação temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de
contratações temporárias.
STF. Plenário. ADI 3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
Vamos estudar agora apenas a hipótese dos servidores temporários (art. 37, IX, da CF/88).
O inciso IX do art. 37 consiste em uma norma constitucional de eficácia limitada, dependendo, portanto de
lei para produzir todos os seus efeitos. Mais abaixo veremos que lei é essa.
Servidores temporários
Os servidores que são contratados com base nesse fundamento são chamados de servidores temporários.
Características
Para ser válida, a contratação com fundamento no inciso IX deve ser...
- feita por tempo determinado (a lei prevê prazos máximos);
- com o objetivo de atender a uma necessidade temporária; e
- que se caracterize como sendo de excepcional interesse público.
Ao prestar concursos estaduais/municipais, é importante verificar se o edital exige a lei de contratação por
tempo determinado.
A lei de cada ente irá prever as regras sobre essa contratação, ou seja, as hipóteses em que ela ocorre, seu
prazo de duração, direitos e deveres dos servidores, atribuições, responsabilidades etc. Vale ressaltar que
a referida lei não poderá contrariar a moldura (os limites) que o inciso IX do art. 37 da CF/88 deu ao tema.
Os Ministros entenderam que o referido inciso VI desse art. 264 permite, de forma muito genérica, a
contratação temporária de servidores, o que se mostra inconstitucional.
STF. Plenário. ADI 3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
Obs: neste caso concreto, o STF julgou inconstitucionais o inciso VI e o § 1º do art. 264 da LC 4/90-MT, mas
modulou os efeitos da declaração de forma que somente irá surtir efeitos um ano após a data da
publicação da ata de julgamento. Em outras palavras, até lá, as pessoas que estão contratadas
temporariamente com base nesses dispositivos poderão continuar trabalhando.
DIREITO PENAL
LEI DE DROGAS
Ocorrendo o tráfico de drogas nas imediações de presídio, incidirá a causa de aumento
do art. 40, III, da LD, não importando quem seja o comprador
Importante!!!
Se o agente vende a droga nas imediações de um presídio, mas o comprador não era um dos
detentos nem qualquer pessoa que estava frequentando o presídio, ainda assim deverá incidir
a causa de aumento do art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006?
SIM. A aplicação da causa de aumento prevista no art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006 se justifica
quando constatada a comercialização de drogas nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, sendo irrelevante se o agente infrator visa ou não aos
frequentadores daquele local.
Assim, se o tráfico de drogas ocorrer nas imediações de um estabelecimento prisional, incidirá
a causa de aumento, não importando quem seja o comprador do entorpecente.
STF. 2ª Turma. HC 138944/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858).
Se o agente vende a droga nas imediações de um presídio, mas o comprador não era um dos detentos
nem qualquer pessoa que estava frequentando o presídio, ainda assim deverá incidir essa causa de
aumento? Ex.: João, viciado em droga, mora bem ao lado de um presídio. Ele liga para Pedro, traficante,
pedindo que leve cocaína até a sua casa. O traficante chega na residência de João e, no momento em
que está entregando o entorpecente, aparece a viatura da polícia e efetua a prisão em flagrante do
agente. O traficante responderá pela causa de aumento do inciso III?
INQUÉRITO POLICIAL
Possibilidade de reabertura de inquérito policial arquivado por excludente de ilicitude
Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de
Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
O juiz deverá concordar? Deverá ser determinado o desarquivamento no presente caso? É possível a
reabertura da investigação e o oferecimento de denúncia se o inquérito policial havia sido arquivado
com base em excludente de ilicitude?
Atualmente, é possível identificar a existência de divergência entre o STJ e o STF:
STJ: NÃO STF: SIM
Para o STJ, o arquivamento do inquérito policial Para o STF, o arquivamento de inquérito policial
com base na existência de causa excludente da em razão do reconhecimento de excludente de
* Situação ainda não apreciada pelo STF. Esta é a posição defendida pela doutrina.
Não cabe habeas corpus para reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso
interposto no STJ.
Ex: o STJ deu provimento ao recurso interposto pelo MP e, com isso, piorou a situação do réu; a
defesa impetra HC no STF contra o acórdão alegando que o STJ, no recurso especial,
reexaminou provas, o que é vedado pela Súmula 7 da Corte (A pretensão de simples reexame
de prova não enseja recurso especial.). Esse HC não será conhecido pelo STF porque o
impetrante busca questionar os pressupostos de admissibilidade do Resp.
STF. 2ª Turma. HC 138944/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858).
EXERCÍCIOS
Julgue os itens a seguir:
1) O prazo prescricional para que o TCU aplique multas é de 5 anos, aplicando-se a previsão do art. 1º da
Lei nº 9.873/99. ( )
2) (Juiz TJDFT 2015 CESPE) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são entidades com
natureza jurídica de direito privado e capital exclusivo do ente estatal que as instituir. ( )
3) (Juiz Substituto TJDFT 2015 CESPE) As sociedades de economia mista e as empresas públicas
prestadoras de serviço público e as que exploram atividade econômica em sentido estrito estão sujeitas
ao regime jurídico próprio das empresas privadas. ( )
4) É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público
próprio do Estado e de natureza não concorrencial. ( )
5) São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica para
contratação temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações
temporárias. ( )
6) A aplicação da causa de aumento prevista no art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006 se justifica quando
constatada a comercialização de drogas nas dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais, sendo irrelevante se o agente infrator visa ou não aos frequentadores daquele local. ( )
7) Cabe habeas corpus para reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso interposto no STJ. ( )
Gabarito
1. C 2. E 3. E 4. C 5. C 6. C 7. E
OUTRAS INFORMAÇÕES
CLIPPING DA R E P E R C U S S Ã O G E R A L
DJe de 20 a 24 de março de 2017
Decisões Publicadas: 2
TRANSCRIÇÕES
Com a finalidade de proporcionar aos leitores do INFORMATIVO STF uma compreensão mais
aprofundada do pensamento do Tribunal, divulgamos neste espaço trechos de decisões que tenham
despertado ou possam despertar de modo especial o interesse da comunidade jurídica.
ADPF 211-MC/DF*
Relator: Ministro Celso de Mello
EMENTA: ADPF. IMPUGNAÇÃO A NORMAS JURÍDICAS PÓS-CONSTITUCIONAIS JÁ REVOGADAS. PRETENSÃO
INSUSCETÍVEL DE CONHECIMENTO. INADMISSIBILIDADE DO EXAME DOS EFEITOS RESIDUAIS CONCRETOS
RESULTANTES DOS ATOS REVOGADOS. DESCABIMENTO DA ANÁLISE DE SITUAÇÕES INDIVIDUAIS E/OU DE RELAÇÕES
JURÍDICAS CONCRETAS EM SEDE DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO. PRECEDENTES. ADPF DE QUE NÃO SE
CONHECE.
DECISÃO: Trata-se de arguição de descumprimento de preceito fundamental, com pedido de medida cautelar, ajuizada com o objetivo de
questionar a validade jurídico-constitucional do art. 10, §§ 1º e 2º, da Lei nº 10.910/2004.
OUTRAS INFORMAÇÕES
20 a 24 de março de 2017
Portaria nº 57, de 23.3.2017 - Dispõe sobre a atualização da lista de obras disponibilizadas para venda na Livraria do
Supremo Tribunal Federal. Publicada no DOU, Seção nº 1, Edição nº 59, p. 136, em 27.3.2017.
Secretaria de Documentação – SDO
Coordenadoria de Jurisprudência Comparada e Divulgação de Julgados – CJCD
CJCD@stf.jus.br