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FACULDADE DOUTOR LEOCÁDIO JOSÉ CORREIA - FALEC

EDSON PAIVA

FOTOGRAFIA KIRLIAN COMO TÉCNICA AUXILIAR NA PESQUISA


CIENTÍFICA ESPÍRITA

CURITIBA
2010
1

EDSON PAIVA

FOTOGRAFIA KIRLIAN COMO TÉCNICA AUXILIAR NA PESQUISA CIENTÍFICA


ESPÍRITA

Monografia apresentada à coordenação de Pós


Graduação em Teologia Espírita, como
requisito parcial para a conclusão do Curso de
Teologia Espírita da Faculdade Doutor
Leocádio José Correia.

Orientador: Prof°. Dr. Raul José Fernandes de


Oliveira.

CURITIBA
2010
2
3
4

Dedico para minha família, especialmente


minha esposa e filhos pelo incentivo, amor
e apoio que me ajudaram a trilhar os mais
justos caminhos à frente.
5

AGRADECIMENTOS

Ao CREADOR, por nos permitir à vida em processo evolutivo.


A minha esposa e companheira pela paciência e apoio incondicionais que
possibilitaram o êxito desta empreitada.
Ao meu orientador Prof. Dr. Raul José Fernandes de Oliveira por suas
orientações e conselhos que foram vitais para o desenvolvimento deste trabalho.
Aos professores da Faculdade Doutor Leocádio José Correia - FALEC por
seus ensinamentos e incentivos.
Aos colegas de curso por sua amizade, companheirismo e troca de idéias
que ocorreram durante o curso.
6

“A mente que se abre a uma nova idéia


jamais voltará ao seu tamanho original.”
Albert Einstein.
7

RESUMO

Este trabalho monográfico tem como tema a fotografia Kirlian como técnica auxiliar
na pesquisa científica espírita, e gerara uma análise crítica e atual dos trabalhos
referentes ao tema de fotografia Kirlian, disponíveis na literatura especializada, nos
trabalhos acadêmicos, nos documentos publicados por entidades espíritas;
procurando demonstrar a viabilidade do uso do tema de eletrofotografias como
elemento auxiliar em pesquisas seguindo uma formatação científica em estudos da
fenomenologia espírita. A metodologia utilizada foi de um estudo bibliográfico do
histórico e dos artigos publicados por vários autores para determinar o estado atual
do conhecimento sobre o tema. Faz-se uma abordagem da técnica denominada
como efeito Kirlian de maneira transdisciplinar analisando suas possibilidades como
um instrumento auxiliar no estudo de efeitos da fenomenologia espírita tais como:
passes, água fluidificada e incorporação mediúnica respeitando a formatação da
metodologia científica acadêmica.

Palavras-chave: Fotografia Kirlian, eletrofotografias, fenômenos espíritas.


8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Emissão de elétrons entre placas da alta voltagem .............................. 15


Figura 2: Esquema de uma faísca entre placas de alta voltagem ........................ 16
Figura 3a: Fotografia de descarga corona com gap de 13mm ............................. 17
Figura 3b: Fotografia de descarga corona com gap de 2,5mm e 17,5 kV ............ 17
Figura 4: Emissão de fóton no retorno de elétron excitado .................................. 18
Figura 5: Espectro óptico da luz solar e da descarga corona ............................... 19
Figura 6: Espectro de emissão da descarga corona de N2 + O2 ......................... 19
Figura 7: Esquema de fotografia Kirlian a partir de filme fotográfico .................... 20
Figura 8: Máquina Kirlian modelo 8M ................................................................... 21
Figura 9: Esquema para obtenção de fotografia Kirlian ........................................ 21
Figura 10a: Foto Kirlian de dois dedos com as cores reais .................................. 22
Figura 10b: A fotografia anterior com o processo de inversão das cores ............. 22
Figura 11. Estrutura do filme fotográfico .............................................................. 23
Figura 12: Techinical Data Sheet Konica Color QA Paper Impresa ...................... 24
Figura 13: Spectral sensitivy dayligth film Kodack 64T 6118 ............................... 24
Figura 14: Spectral sensitivy tungsten balancead film .......................................... 25
Figura 15: Spectral sensitivy paper....................................................................... 25
Figura 16: Dispositivo CCD tipo GVD ................................................................... 26
Figura 17: Placa de exposição com circuito impresso .......................................... 27
Figura 18: Método de fotografia Kirlian usando eletrodo transparente ................. 27
Figura 19: Fotografias usando eletrodo transparente ........................................... 28
Figura 20:Tecido epileteal .................................................................................... 30
Figura 21:Certificado IUMAB ................................................................................ 32
Figura 22: Site do Mandel Institute ....................................................................... 33
Figura 23: Site Bioeletrofotografia ........................................................................ 34
Figura 24: Site Korotkov.org ................................................................................. 35
Figura 25: Banco de teses no site da CAPES ...................................................... 36
Figura 26: Pesquisa na biblioteca digital da Unicamp .......................................... 36
Figura 27: Distribuição temporal dos trabalhos acadêmicos ................................ 37
Figura 28: Instituições que utilizaram o tema Kirlian ............................................ 37
Figura 29: Áreas do conhecimento acadêmico que utilizaram tema Kirlian.......... 38
Figura 30: Titulação obtida com o uso do tema Kirlian ......................................... .38
Figura 31: Titulação obtida com o uso do tema Kirlian nas Instituições ............... 38
Figura 32: Uma das Kirliangrafias usada no trabalho do Dr. Nordenström.......... 39
Figura 33: Lâminas 1, 2, 3 e 4 do trabalho: “Experimentos para busca da
comprovação da eficiência da prática espírita” .................................... 47
Figura 34: Lâmina 5 do trabalho: “Experimentos para busca da comprovação da
eficiência da prática espírita” ............................................................... 47
Figura 35: Lâminas 6, 7, 8 e 9 do trabalho: ”Experimentos para busca da
comprovação da eficiência da prática espírita” .................................... 48
Figura 36: Lâminas 10 e 11 do trabalho: ” Experimentos para busca da
comprovação da eficiência da prática espírita” .................................... 49
Figura 37: Lâmina 12 do trabalho: “Experimentos para busca da comprovação
da eficiência da prática espírita” .......................................................... 49
Figura 38: Lâmina 13 do trabalho: “Experimentos para busca da comprovação
da eficiência da prática espírita” .......................................................... 50
9

Figura 39: Lâminas 14, 15, 16 e 17 do trabalho: “Experimentos para busca da


comprovação da eficiência da prática espírita” .................................... 51
Figura 40: Lâmina 18 do trabalho: “Experimentos para busca da comprovação
da eficiência da prática espírita” .......................................................... 52
Figura 41: Lâmina 19 do trabalho: “Experimentos para busca da comprovação
da eficiência da prática espírita” .......................................................... 52
Figura 42: Lâmina 20 do: “Experimentos para busca da comprovação da
eficiência da prática espírita” ............................................................... 53
Figura 43: Lâmina 21 do: “Experimentos para busca da comprovação da
eficiência da prática espírita” ............................................................... 54
Figura 44: Lâmina 22 do: “Experimentos para busca da comprovação da
eficiência da prática espírita” ............................................................... 54
Figura 45: Lâmina 23 do: “Experimentos para busca da comprovação da
eficiência da prática espírita” ............................................................... 55
Figura 46: Lâminas 24, 25, 26 e 27 do trabalho: “Experimentos para busca da
comprovação da eficiência da prática espírita” .................................... 55
Figura A1.1: Fonte de alta voltagem com disparo manual.................................... 54
Figura A1.2: Circuito para máquina Kirlian utilizando IGBT. ................................. 57
Figura A1.3: Fonte de alta voltagem com frequência variável. ............................. 57
Figura A1.4: Circuito Transistorizado para máquina Kirlian .................................. 58
Figura A1.5: Circuito com MOSFET para máquina Kirlian.................................... 59
Figura A1.6: Circuito “Pirilampo” para máquina Kirlian. ........................................ 60
10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11
1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 11
1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................. 11
2 METODOLOGIA................................................................................................ 13
3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 14
3.1 DESCARGA CORONA ................................................................................... 14
3.1.1 O Espectro da Descarga Corona ................................................................. 18
3.2 O QUE É FOTOGRAFIA KIRLIAN.................................................................. 20
3.3 CORES NAS FOTOGRAFIAS KIRLIAN ......................................................... 22
3.4 CIRCUITOS DE FONTES DE ALTA VOLTAGEM (HV) PARA DISPOSITIVOS
KIRLIAN................................................................................................................ 26
3.5 DISPOSITIVOS PARA EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAIS KIRLIAN ............. 26
3.6 BREVE HISTÓRICO DA FOTOGRAFIA KIRLIAN.......................................... 28
3.7 A PELE DOS SERES VIVOS ........................................................................ 29
3.8 A FOTOGRAFIA KIRLIAN NA ATUALIDADE ................................................ 31
3.8.1 Formatação pseudocientífica das pesquisas referente ao tema Kirlian ....... 31
3.8.2 Estudos científicos feitos nos últimos anos nas Universidades Brasileiras . 36
3.8.3 Estudos científicos internacionais relevantes .............................................. 39
3.8.4 Fotografias Kirlian e Espiritismo .................................................................. 40
3.8.5 Análise de uma pesquisa Espírita feita com fotografias Kirlian .................. 45
4 CONCLUSÃO ................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 59
ANEXOS .............................................................................................................. 61
11

1 INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver um conteúdo científico que aborde com uma visão moderna de


ciência espírita o tema de eletrofotografias em campos de alta voltagem (Fotografias
Kirlian) trata-se de um tema bastante conhecido através de trabalhos
pseudocientíficos, no entanto, necessita de um embasamento científico; para que
possa ser usada como uma ferramenta auxiliar em uma composição transdisciplinar
de pesquisa científica espírita.

1.2 JUSTIFICATIVA

Para evoluirmos do conceito que a ciência espírita trata de um conjunto de


fenômenos dos quais pode inferir um conjunto de afirmações e deduzir
consequências para um conceito mais moderno elaborado como o enunciado por
Cruz (2000) através do espírito de Antonio Grimm que a ciência espírita faz
transdisciplinaridade com as disciplinas do saber científico estabelecido; respeita a
pesquisa aplicada; a metodologia científica e também a estandardização técnica
científica acadêmica, além disto, usa também os conhecimentos auxiliares como
estatística e ferramentas computacionais de análise.
A técnica da fotografia Kirlian apresenta-se como um instrumento que se
aplicado com metodologia científica pode ajudar na pesquisa da fenomenologia
espírita.
Praticamente na atualidade existe um consenso que a doutrina ao ser
transplantada da França para o Brasil não sofreu modificações em sua essência
para adaptar-se a uma nova situação social; mas o aspecto religioso tornou-se
preponderante devido à tradição cultural existente em função da miscigenação de
raças que existiu em detrimento aos aspectos filosófico e científico. Esta idéia está
claramente mostrada em trabalhos acadêmicos como o de Stoll (2002).
A interpretação da doutrina espírita no Brasil ocorre segundo a classe social
a qual pertencem às pessoas; sendo que os indivíduos de classe alta por serem
mais intelectualizados tendem a enfatizar as experiências científicas, já o espiritismo
praticado pelas classes menos favorecidas tende as caracterizar-se por um cunho
12

fortemente religioso, com ênfase nas práticas terapêuticas.


Parece oportuno que o espiritismo a ser praticado deve seguir as
orientações de Cruz (2004) informando através das mensagens do espírito de
Antonio Grimm, que independentemente de pertencerem a qualquer classe social
deve-se praticar um espiritismo de construção de conhecimento transdisciplinar
eslético; onde pesquisas abordando a metodologia científica devem ser efetuadas
para aumentar a massa crítica de conhecimentos disponíveis para a sociedade e
consequentemente para toda humanidade.
Neste enfoque uma pesquisa obedecendo à metodologia científica sobre o
fenômeno conhecido com fotografia Kirlian ou eletrofotografia em campos de alta
voltagem fornece um contraponto a uma enorme divulgação de pesquisas
pseudocientíficas existentes e também como indicador das causas e mecanismos
envolvidos neste processo, fornecendo elementos para avaliação de sua utilidade
nos processos de pesquisa científica espírita.
13

2 METODOLOGIA

1. Fazer um estudo bibliográfico do histórico e dos artigos publicados por


outros autores para determinar o estado atual do conhecimento sobre o tema.
2. Estudar a consistência das teorias explicativas sob a metodologia do
protocolo científico usando também uma abordagem de construtivismo, aplicando
transversalidade de conhecimento procurando atingir o alcance do entendimento na
atualidade.
3. Fazer um estudo em diversas áreas do conhecimento onde esta técnica
está sendo aplicada procurando demonstrar a contribuição introduzida nestes
respectivos campos de saberes.
4. Fazer um estudo relacionando este fenômeno com abordagem feita por
Kardec (2005, p. 251): “O Espiritismo tem por objeto o estudo do elemento espiritual
em suas relações com o elemento material e aponta na união desses dois princípios
a razão de uma imensidade de fatos até então inexplicados”. Verificando as
possíveis contribuições que possam ser geradas para o conhecimento espírita.
5. Procurar determinar a utilidade prática desta técnica no processo de
fortalecimento da pesquisa científica espírita moderna contribuindo para afastar os
antigos conceitos atrelados ao espiritismo como caracterizado por um cunho
fortemente religioso, com ênfase nas práticas terapêuticas.
14

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 DESCARGA CORONA

Descarga Corona no entendimento dos autores Halliday, Resnick e Walker


(2007, p. 794) é explicada como a ação de um campo elétrico nas proximidades de
um condutor com diferença de potencial suficientemente forte para provocar que
alguns elétrons sejam retirados das moléculas de ar. Isso faz com que estas
moléculas de ar fiquem ionizadas, aumentando assim a capacidade do ar para
conduzir corrente elétrica. O brilho observado (ou descarga corona) resulta da
recombinação de elétrons livres com as moléculas de ar ionizado.
Explicando com mais detalhes pode-se entender por efeito corona como
uma descarga luminosa que resulta na ionização do ar na presença de um campo
elétrico suficientemente forte nas proximidades de um condutor capaz de exceder
certo valor crítico.
Na atmosfera terrestre, como em qualquer amostra de gás, encontram-se
dispersos naturalmente certos número de íons e elétrons produzidos por processos
naturais como a radiação cósmica, radiação térmica, radioatividade natural etc.
Estes processos naturais estabelecem certo número estacionário de íons,
pois ao mesmo tempo em que novos íons são criados outros se extinguem
naturalmente pelo processo de recombinação. Estes elétrons e íons são chamados
de portadores primários de carga. A taxa natural destes íons na atmosfera terrestre
segundo esta publicado no artigo Corona Discharges: Fundamentals and diagnostics
da faculdade de Física Aplicada da Universidade de Eindhoven (1994, p. 3) é
normalmente baixa da ordem de 1 elétron/mm3 o que leva a produção de uma
densidade natural de elétron da entre 103 a 106. Isto implica que vai haver uma certa
demora para que um elétron esteja posicionado na região correta onde existe um
forte campo elétrico resultando um tempo entre 1ns até alguns milissegundos para
que se inicie o processo de descarga corona.
Quando o campo elétrico existente é suficientemente forte e ultrapassa um
valor crítico os portadores primários existentes no gás atmosférico vão sofrer
aceleração gerando através de choques com outros átomos das moléculas do ar
íons que vão provocar um efeito avalanche proporcionando a formação de uma
corrente entre os eletrodos.
15

O campo elétrico atua fortemente sobre estas partículas carregadas,


separando-os, e impedindo a sua recombinação, e também acelerando-as, dando a
cada um delas certa quantidade de energia cinética. Novos íons são criados por
colisão destas partículas carregadas aceleradas com átomos neutros. Estes, então,
irão passar pelo mesmo processo que os separa gerando uma avalanche de
elétrons e íons positivos como apresentado na figura 1.
Outro processo que pode fornecer elétrons é o descolamento dos íons
negativos sob influência do campo elétrico. Este efeito pode ser importante quando
os íons de uma descarga anterior ainda estão presentes. Ela ocorre na auto-
repetição das descargas no efeito corona.

Figura 1: Emissão de elétrons entre placas da alta voltagem.


Fonte: Iovine (1994, p. 19).

Os íons positivos devido a sua elevada massa têm uma velocidade 100
vezes menor do que os elétrons e viajam em direção ao pólo negativo (anodo),
16

enquanto os íons negativos que são os elétrons viajam em direção ao pólo positivo
(catodo), formando o que denominamos de faíscas como apresentado na figura 2.
A condução pode ser contínua formando um arco ou ser pulsada gerando
faiscamento.

Figura 2: Esquema de uma faísca entre placas de alta voltagem


Fonte: Iovine (1994, p. 20).

Recentes pesquisas feitas com medições ópticas laser de descargas em


pressão atmosférica com radicais livres oxidrila, moléculas de óxido nitroso, ozônio,
oxigênio, nitrogênio atômico, e nitrogênio gasoso com descargas corona pulsadas
em dispositivos com barreira dielétrica geram fotografias como as mostradas nas
figuras 3 a e 3 b.
Além de informações indispensáveis para o desenvolvimento de sistemas de
decomposição de poluentes atmosféricos; estas imagens mostram a exatidão do
esquema da descarga corona apresentada na figura 2.
17

Figura 3a: Fotografia de descarga corona com gap de 13mm.


Fonte: Optical Diagnosis of Pulsed Streamer Discharge under Atmospheric Pressure
(2007, p. 1).
Site:< www.iesj.org/html/service/ijpest/vol1_no2_2007/IJPEST_Vol1_No2_
03_pp123-129.pdf>

Figura 3b: Fotografia de descarga corona com gap de 2,5mm e 17,5 kV.
Fonte: Branching of Streamer Type Corona Discharge (2007, p. 3).
Site: <http://homepages.cwi.nl/~ebert/GD2002.pdf>

Estas descargas corona podem ser positivas ou negativas, no caso das


descargas positivas os elétrons criam uma avalanche na parte interna da faísca que
fica recoberta por uma nuvem de íons positivos como apresentado na gravura da
figura 2. As descargas coronas negativas são mais complexas, iniciam-se do mesmo
18

modo que a negativa, mas forma-se apenas uma pequena faísca inicial a qual em
um processo de liberação de fótons que vão excitar o gás próximo gerando novos
íons e elétrons secundários que vão manter o processo devido ao forte campo
eletromagnético que vai atrair estes íons para os eletrodos.
Em ambos os casos na parte interior da descarga corona formam-se plasma
altamente ionizado responsável pelo processo de excitação de elétrons que ao
decaírem para suas órbitas normais emitem fótons segundo os processos de colisão
de elétrons e absorção de fótons.
A luz é gerada pelo processo de emissão de fótons no decaimento de
elétrons excitados para uma órbita estável nos átomos apresentada na figura 4.

Figura 4: Emissão de fóton no retorno de elétron excitado.


Fonte: Os Fundamentos da Luz Laser (2001, p. 7).

3.1.1 O Espectro da Descarga Corona

Como a atmosfera terrestre é formada por uma mistura gasosa chamada ar,
tem em sua composição 78% de nitrogênio e 21% de oxigênio, a descarga corona
excita principalmente átomos destes dois gases.
Esta descarga apresenta-se para o olhar humano com uma coloração azul-
violeta. O espectro de emissão do nitrogênio está predominantemente na parte
ultravioleta entre 280 e 450 nanômetros.
A figura 5 mostra um comparativo entre o espetro de emissão do sol e de
uma descarga corona.
19

Figura 5: Espectro óptico da luz solar e da descarga corona


Fonte: Condition Monitoring of In-Service Nonceramic Insulators and Underground
Cables (2001, p. 10).
Site:< http://www.pserc.org/cgi-pserc/getbig/publicatio/ reports/2002report/
gorur_nci_report.pdf>

Os átomos excitados do gás atmosférico emitem energia


predominantemente no espectro ultravioleta. Pode-se observar claramente na figura
6 que a emissão tem máximos de energia na região espectral do ultravioleta (abaixo
de 400nm).

Figura 6: Espectro de emissão da descarga corona de N2 + O2.


Fonte: Optical emission spectroscopy of surfatron generated plasma in Air + O2 and
N2 + O2 mixtures (2005, p. 3).
Site:< http://old-www.cwi.nl/projects/icpig05/cd/D:/pdf/06-178.pdf>
20

3.2 O QUE É FOTOGRAFIA KIRLIAN

Fotografia Kirlian, também chamada de Eletrofotografia, Eletrografia,


Bioeletrofotografia e Imagem de Descarga Eletromagnética (EDI); tem este nome em
homenagem aos pesquisadores Russos Seymon e Valentina Kirlian que trabalharam
no desenvolvimento deste método por mais de 30 anos.
A fotografia Kirlian usa alta voltagem e baixa corrente elétrica para a
obtenção de uma imagem em filme fotográfico ou mais recentemente em
dispositivos Charge-Coupled Device (CCDS) que são circuitos integrados sensores
de imagens muito utilizados em câmaras digitais.
O objeto a ser fotografado fica em contato com o pólo negativo e o pólo
positivo da alta voltagem fica conectado a um eletrodo condutor isolado próximo ao
filme que irá registrar a descarga corona formada nas bordas do objeto fotografado
como mostra o diagrama esquemático da figura 7.

Figura 7: Esquema de fotografia Kirlian a partir de filme fotográfico


Fonte: Iovine (1994, p. 30).

Este método é apropriado para filme fotográfico, mas tem a desvantagem da


sensibilidade do filme à luz obrigando que a tomada da imagem eletro fotográfica
seja executada em câmara escura ou que o dispositivo que contém o filme e os
eletrodos esteja protegido por um aparato que impeça a entrada de luz como o
apresentado na figura 8 abaixo, onde a cobertura de plástico negra contendo uma
entrada com elástico por onde o braço é inserido para que os dedos se posicionem
sobre o filme na execução das fotografias; mas mantém o dispositivo com o filme
fotográfico protegido da luz ambiente.
A figura 8 mostra uma máquina Kirlian comercializada no Brasil que opera
conforme o método apresentado na figura 7.
21

Figura 8: Máquina Kirlian modelo 8M


Fonte:<http://www.bioeletrografia.com.br/index.php?q=MaquinasKirlianbioeletrografic
as.html>

Outra abordagem mostrada na figura 9 que resolve este problema é o


procedimento que em uma câmara escura fotográfica (com presença de luz
vermelha) utilizar-se do recurso de enveloparem-se pedaços de papel fotográfico em
plástico negro opaco à luz e guardados para posterior uso em exposições no
sistema de alta voltagem em presença de luz ambiente, o que facilita muito ás
experiências.

Figura 9: Esquema para obtenção de fotografia Kirlian a partir de papel


fotográfico
Fonte: Método desenvolvido pelo autor desta monografia.

Usando-se este método obtêm-se as cores invertidas com apresentado na


figura 10a, em relação ao processo onde o filme é revelado e posteriormente este
negativo do filme transfere a imagem para o papel fotográfico; mas este problema é
facilmente resolvido utilizando-se um escâner que consegue inverter ás cores no
processo de digitalização da imagem como apresentado na figura 10b.
22

Figura 10a: Foto Kirlian de dois dedos do aluno feito pelo método que utiliza
papel fotográfico escaniada com as cores reais
Fonte: Feita pelo autor desta monografia.

Figura 10b: A fotografia anterior escaniada com o processo de inversão das


cores
Fonte: Feita pelo autor desta monografia.

3.3 CORES NAS FOTOGRAFIAS KIRLIAN

Muitas cores são visíveis nas fotografias Kirlian, mas uma descarga Corona
apresenta predominantemente tons azul-violáceos, então o mecanismo de formação
das outras cores como vermelhos, verdes, azuis pode ser entendido pela estrutura
de fabricação dos filmes e papéis fotográficos.
23

Os filmes e papéis fotográficos possuem camadas sensíveis a diferentes


faixas de comprimentos de onda, camadas sensíveis a luz azul, a luz verde e a luz
vermelha, além de camadas de filtros apresentados nas figuras 11 e 12.
No caso da fotografia Kirlian a ionização dos gases contidos no micro-clima
entre o filme e objeto fotografado forma uma grande quantidade de radiação no
espectro Ultra-Violeta que excita os cristais dos sais de prata contidos na camada
mais interna do filme que absorvem e remitem esta radiação absorvida em outros
comprimentos de onda que vão excitar as camadas sensíveis às respectivas faixas
de comprimento de onda respectivas às cores básicas do substrato fotográfico.
O tempo de exposição com alta frequência também influencia no resultado
das cores na fotografia Kirlian, pois as diferentes camadas do filme são
sensibilizadas ao longo do tempo.

Figura 11: Estrutura do filme fotográfico


Fonte: Iovine (1994, p. 45).

Em um trabalho de pesquisa deve-se prestar atenção ao tipo do filme ou


papel fotográfico utilizado, pois dependendo da escolha o resultado da tonalidade
das cores obtidas nas fotografias será alterado. Um filme fabricado para exposições
à luz do dia terá uma reprodução de cores diferentes de uma fotografia do mesmo
objeto nas mesmas condições de voltagem, frequência e tempo de exposição se o
filme utilizado for um filme próprio para fotografias com flash, isto é preparado para
exposição à luz de lâmpadas de flash; ou ainda de um filme para slides.
24

Figura 12: Techinical Data Sheet Konica Color QA Paper Impresa


Fonte: Techinical Data Sheet Konica Color QA Paper Impresa
Fonte: < http://ca.konicaminolta.com/products/paper/pdf/A7imp.pdf>

Cada tipo de filme é fabricado com uma sensibilidade a uma diferente


temperatura de cor, os filmes para flash são balanceados para uma temperatura de
cor de 3200 graus Kelvin enquanto os filmes para exposição à luz do dia são
balanceados para uma temperatura de cor de 5400 graus Kelvin; como apresentado
nas figuras 13, 14 e 15.

Figura 13: Spectral sensitivy dayligth film Kodack 64T 6118


Fonte: Iovine (1994, p. 43).
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Figura 14: Spectral sensitivy tungsten balancead film


Fonte: Iovine (1994, p. 44).

Figura 15: Spectral sensitivy paper


Fonte: Techinical Data Sheet Konica Color QA Paper Impresa Type A7 (2007, p. 3).
Site:< http://ca.konicaminolta.com/products/paper/pdf/A7imp.pdf>

Outros tipos de filmes como os contidos nos cartuchos Polaroid, filmes em


preto e branco e papel fotográfico preto e branco também podem ser utilizados para
26

se obter fotografias Kirlian, as deve sempre levar-se em conta as respectivas


respostas espectrais destes materiais fotográficos. Além destas opções mais
recentemente tem sido utilizados dispositivos Charge-Coupled Device (CCD) para
obtenção de fotografias Kirlian. O exemplo da figura abaixo ilustra um dos
dispositivos CCD apresentados no site do Dr. Konstantin Korotkov para obtenção de
fotografias Kirlian, tratadas como imagens tipo Gás Discharge Visualization (GDV)
através de descargas Corona.
O dispositivo usa um eletrodo de vidro transparente condutivo ligado à fonte
de alta tensão acima do elemento CCD que são circuitos integrados sensores de
imagens que irá fazer a captura da imagem, e está apresentado na figura 16.

Figura 16: Dispositivo CCD tipo GVD


Fonte: <http://kirlianresearch.com/>

3.4 CIRCUITOS DE FONTES DE ALTA VOLTAGEM (HV) PARA DISPOSITIVOS


KIRLIAN

Uma fonte de alta voltagem e baixa corrente com freqüência variável é


necessária para o método de fotografias Kirlian. Maiores informações sobre seu
funcionamento e circuitos estão descritos no anexo 1.

3.5 DISPOSITIVOS PARA EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAIS KIRLIAN.

O dispositivo de exposição mais simples apresentado na figura 17, pode ser


construído em uma placa condutora ligada ao gerador de alta tensão e isolada por
27

uma placa de vidro; a placa condutora pode ser um pedaço de chapa de metal ou
ainda um pedaço de placa de circuito impresso não corroída. Este dispositivo exige
que as fotografias sejam feitas em câmara escura para não velar o filme fotográfico.

Figura 17: Placa de exposição com circuito impresso


Fonte: Iovine (1994, p. 75).

A placa condutora para o dispositivo também pode ser um pedaço de vidro


condutivo, ou uma folha de plástico condutivo com uma camada à base de óxido
metálico transparente. O Maior problema deste tipo de material é o alto preço e a
dificuldade de se obter; mas existe uma opção economicamente viável que produz o
mesmo efeito, trata-se de um reservatório de vidro contendo um eletrodo condutor e
solução salina. Este método é apresentado nas figuras 18, 19.

Figura 18: Método de fotografia Kirlian usando eletrodo transparente


Fonte: Iovine (1994, p. 105).
28

Figura 19: Fotografias usando eletrodo transparente e câmara 35mm feitas


pelo aluno em 11/02/1982 a primeira com flash e a segunda no escuro
Fonte: Feitas pelo autor desta monografia em 11/02/1982 a primeira com flash e a
segunda no escuro.

3.6 BREVE HISTÓRICO DA FOTOGRAFIA KIRLIAN

A bibliografia tradicional dentre os quais pode-se citar os autores Thelma


Moss em 1979 e Jhon Iovine em 1994, creditam a descoberta da fotografia Kirlian
aos russos Semyon e sua esposa Valentina Kirlian em 1939 e durante mais de 10
anos contribuíram para o seu desenvolvimento na antiga União Soviética em
colaboração com o físico Victor Adamenko.
Historicamente há registros de imagens eletrográficas desde 1777 através
do físico alemão Georg Cristoph Lichtemberg, mas estas imagens ainda não podiam
ser gravadas devido ao fato do processo fotográfico ainda não ter sido descoberto.
Em 1892 aparecem os primeiros registros gravados através de Narkovitz e
ficaram conhecidas como Eletrografias ou Efluviografias.
Em 1880 Nicola Tesla fotografa muitos efeitos de descargas corona obtidas
através da bobina de Tesla.
As descobertas dos Kirlian só apareceram ao conhecimento do mundo
ocidental em 1970 com a publicação do livro “Descobertas Psíquicas na Cortina de
Ferro”. Nos Estados Unidos os primeiros estudos foram feitos pela doutora Thelma
Moss em associação com Kendall Jhonson que publicaram um livro intitulado
“Probability of the Impossible” em 1974.
No Brasil em 1981 o engenheiro Hernani Guimarães Andrade divulgou
amplamente a pesquisa de fotografias Kirlian e difundiu a técnica publicando na
29

Revista Planeta; o projeto de construção de uma máquina Kirlian projetada pelos


engenheiros Luiz Otávio Saraiva Ferreira e Eduardo Tavares Costa da Unicamp
(ANDRADE, 1981).
No site Milholmes cursos e equipamentos bioeletrográficos (2009), existe
uma descrição da história da bioeletrografia creditando a invenção da fotografia
Kirlian ao Padre Roberto Landell de Moura no ano de 1904 e também creditando as
primeiras fotografias Kirlian modernas no Brasil ao Físico Newton Milholmes no ano
de 1968. O primeiro livro do professor Milholmes intitulado Fotos Kirlian – Como
Interpretar (MILHOLMES, 1983) é muito posterior a data anunciada no site.
Em 1985 o físico Russo Konstantin Korotkov professor da Universidade de
São Petersburgo, com uma equipe daquela Universidade, descobre que o efeito
Kirlian é o resultado da ionização de gases e vapores emanados pela nossa pele,
através dos poros. Batizou então a técnica Kirlian como Gas Discharge Visualization
(GDV) ou, simplesmente, Técnica GDV.
No ano de 1987 foi fundada a União Internacional de Medicina e
Bioeletrografia Aplicada (IUMAB), que tem sede na Finlândia e declara-se como o
órgão máximo da bioeletrografia no mundo.
No ano de 2000 é realizado em Curitiba, no Brasil, sob os auspícios da
IUMAB, o V Congresso Mundial de Kirliangrafia, e foram declarados e reconhecidos
como mundialmente oficiais, três “padrões” de máquinas Kirlian:
1. Padrão Peter Mandel (Alemanha);
2. Padrão Newton Milholmes (Brasil);
3. Padrão Koonstantin Korotkow (Rússia).
Os dados históricos referentes ao IUMAB e o V Congresso Mundial de Kirliangrafia
realizado em Curitiba em 2000, estão disponíveis no texto IUMAB brief history
(KOROTKOV, 2010).

3.7 A PELE DOS SERES VIVOS

Todos os animais e vegetais dispõe de recobrimento superficial que contém


poros por onde existe passagem de gases. No caso dos vegetais, principalmente as
folhas que são muito utilizadas em fotografias Kirlian, tem poros para troca gasosa
na realização da fotossíntese e também para emissão de vapor de água para a
regulação térmica.
30

Já os animais têm pele que é um órgão com poros e funções diferentes dos
vegetais, no caso dos seres humanos a pele tem duas camadas principais
denominadas de epiderme e derme, fortemente unidas, contendo abaixo dela outra
camada denominada de hipoderme que tem a função de unir a pele ao resto do
corpo, cuja estrutura está mostrada na figura 20.

Figura 20: Tecido epitelial


Fonte:< http://www.cdb.br/prof/arquivos/76236_20090711123751.pdf>

Trata-se de um órgão versátil com inúmeras funções e componentes, mas o


que é muito importante no efeito Kirlian são as suas glândulas e a sua porosidade
que propiciam uma troca gasosa com o meio ambiente e criam um micro-clima entre
a pele e o sistema da fotografia Kirlian influenciando diretamente na formação das
cores e tamanho dos halos nas fotografias.
Não existem estudos efetuados com metodologia científica relacionando
esta troca gasosa que forma o micro-clima entre a pele e o sistema de alta-voltagem
e estados emocionais e de saúde das pessoas e sua influência na coloração
diferenciada das descargas corona, registradas nas fotografias Kirlian; tampouco
existem estudos que apliquem a metodologia científica academicamente aceita na
pesquisa de fenômenos espíritas como o passe e influência do médium pela
entidade do polissistema espiritual.
31

3.8 A FOTOGRAFIA KIRLIAN NA ATUALIDADE

3.8.1 Formatação pseudocientífica das pesquisas referente ao tema Kirlian

A partir da década de 1980 a fotografia Kirlian passou a ser amplamente


divulgada como meio para trabalhos em diagnósticos em terapias alternativas e
muitos outros usos; mas sempre como um produto onde a pessoa interessada irá
comprar um equipamento e literatura à respeito ou ainda inscrever-se em um curso
de treinamento com custo.
A máquina e a técnica foram mercantilizadas como forma de obtenção de
ganhos financeiros. Atualmente é muito divulgado a União Internacional de Medicina
e Bioeletrografia Aplicada (IUMAB) que promove e incentiva pesquisas e congressos
na área. Mas na realidade é a união de três grupos empresariais que operam
comercialmente o produto fotografia Kirlian.
A IUMAB definiu três padrões mundiais para fotografias Kirlian, mas destes
padrões só se pode comprar seus equipamentos não se sabe qual a tensão,
freqüência além de forma de onda que operam. Na verdade trata-se de uma forma
de proteção dos participantes desta associação.
Em uma rápida passada nos sites de empresas credenciadas no IUMAB
pode-se observar ofertas de venda de máquinas para fotografias Kirlian e cursos
além de outros produtos com livros, apostilas e softwares (KOROTKOV, 2010).
Nas figuras 22, 23 e 24 deste trabalho pode-se observar que nos sites
ligados a estes três padrões exemplos desta visão comercial do efeito Kirlian. O
documento certificador de Selma Milholmes como representante oficial do IUMAB no
Brasil apresentado na figura 21 é assinado por Koonstantin Korotkow.
O rigor exigido em pesquisas científicas não é o principal objetivo destas
organizações que divulgam fortemente o processo Kirlian, mas que na prática
acabam afastando os pesquisadores sérios devido aos segredos comerciais
empregados.
O Dr. Koonstantin Korotkow atua no meio acadêmico de seu país, mas não
se obteve muitos dados a respeito do rigor científico que ele aplica em seus
trabalhos.
32

Figura 21: Certificado IUMAB


Fonte:< http://bioeletrografia.com.br/index.php?q=Selma-Milhomens.html>

Esta atitude mercantilista apresentado nas figuras 22, 23 e 24 dos membros


da IUMAB não é atrativa para pesquisadores sérios que desejam trabalhar dentro do
rigor científico.
33

Figura 22: Site do Mandel Institute


Fonte:< http://www.esogetics.com/english/esogetic_holistic _medicine.html>
34

Figura 23: Site Bioeletrofotografia


Fonte:< http://www.bioeletrografia.com.br/>
35

Figura 24: Site Korotkov.org


Fonte:
<http://korotkov.org/index.php?optioncomcontent&taskview&id16&Itemid=140>

Sem uma atitude séria e ética dos pesquisadores do fenômeno Kirlian


publicando seus trabalhos para que a comunidade tenha conhecimento deles e
possa gerar críticas e sugestões o processo será com desconfiança e dificilmente
sairá da marginalidade para poder ser considerado parte integrante do
36

conhecimento aceito pela comunidade acadêmica e científica.


3.8.2 Estudos científicos feitos nos últimos anos nas Universidades Brasileiras

Os dados utilizados foram coletados no site da Capes e de bibliotecas


digitais das universidades e estão apresentados nas figuras 25 e 26.

Figura 25: Banco de teses no site da CAPES


Fonte: <http://servicos.capes.gov.br/capesdw/Pesquisa.do;jsessionid=
BA45A2CD08E775D5A4BC770E43C30B0A.VSRV41?autor=&tipoPesqAutor=T&ass
unto=KIRLIAN&tipoPesqAssunto=T&ies=&tipoPesqIes=T&nivel=&anoBase=>

Figura 26: Pesquisa na biblioteca digital da Unicamp


Fonte: <http://libdigi.unicamp.br/document/results.php?words=KIRLIAN>
37

No Brasil o uso da técnica Kirlian em trabalhos acadêmicos se iniciou na


década de 90 e teve seu auge entre 1998 e 2002 com uma retomada em 2004; mas
que observando os dados coletados há indicações de pesquisadores que já tinham
obtido o grau de mestrado até o ano 2000 agora retomaram o tema em teses de
doutorado, como apresenta a figura 27.

1,5

0,5

0
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008

Figura 27: Distribuição temporal dos trabalhos acadêmicos usando a técnica


Kirlian

Por instituição de ensino nota-se a abordagem do tema no Rio Grande do


Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro indicando a
abordagem do tema somente na região Centro-Sul do país (vide figura 28).

2,5
2

1,5
1

0,5

0
UFRJ UFSC U.F. PELOTAS UNICAMP U.F.VIÇOSA FURB UFRS

Figura 28: Instituições que utilizaram o tema Kirlian

Ao observar por área de cursos a área de engenharia foi a que mais


produziu trabalhos com o uso da técnica Kirlian, ressaltando que no curso de
38

engenharia agronômica esta abordagem foi utilizada fortemente em trabalhos que


usaram conjuntamente a homeopatia no tratamento de espécimes vegetais, como
apresenta a figura 29.

2,5
2
1,5

1
0,5

0
UFRJ UFSC U.F.PELOTAS UNICAMP U.F.VIÇOSA FURB UFRS

Figura 29: Áreas do conhecimento acadêmico que utilizaram o tema Kirlian

A seriedade da abordagem do tema Kirlian fica demonstrada através de uma


taxa de 80% dos trabalhos terem conseguido êxito na obtenção da titulação dos
graus de mestrado e doutorado, como está apresentado nas figuras 30 e 31, em
TCC
LATU SENSU 10% DOUTORADO
10% 30%

MESTRADO
50%

Figura 30: Titulação obtida com o uso do tema Kirlian

1,5

0,5

0
UFRJ UFSC U.F.PELOTAS UNICAMP U.F.VIÇOSA FURB UFRS

Figura 31: Titulação obtida com o uso do tema Kirlian nas Instituições

instituições de ensino reconhecidas.


39

3.8.3 Estudos científicos internacionais relevantes

Internacionalmente o médico Dr. Björn E. W. Nordenström com sua pesquisa


sobre Circuitos Elétricos Biologicamente Fechados (Biologically Closed Electric
Circuits), que iniciou-se na década de 1950 e vem até nossos dias com repercussão
mundial inclusive gerando uma pesquisa executada pelo médico Dr. Paulo Luiz
Farber, que culminou em sua Tese de doutorado sobre o tema na Faculdade de
Medicina da USP, intitulada: “Avaliação da atividade elétrica uterina em ratas Wistar
prenhes e não prenhes induzida por eletroacupuntura e da influência do sistema
nervoso central e dos circuitos elétricos biologicamente fechados” (FARBER, 1998).
Esta pesquisa está desenvolvendo uma nova tecnologia para combate ao
câncer e tem ao longo do tempo obtido muitos sucessos. No trabalho do Dr. Björn
Nordenström estão claramente visíveis e explicadas às fotografias Kirlian utilizadas
no âmbito da sua pesquisa como apresentado a figura 32.

Figura 32: Uma das Kirliangrafias usada no trabalho do Dr. Nordenström


Fonte: <http://www.krebspatient.de/krebspatient/literatur/bjoern_e_nordenstroem1.
htm# Foreword>
40

O Dr. Nordenström pesquisou o potencial elétrico em tecidos com tumores


diferentes além do potencial elétrico em tecidos sadios; os tecidos lesionados
apresentam um potencial elétrico negativo ou positivo em comparação com o tecido
sadio. Então ele formulou uma teoria onde os vasos sanguíneos além das funções
normais de transporte de sangue gases e nutrientes teriam uma função adicional de
transporte iônico aonde a força para este transporte viria dos potencias elétricos dos
tecidos adjacentes.
Como as paredes das veias possuem uma resistência elétrica
aproximadamente 100 a 150 vezes maior do que a do plasma sanguíneo, então os
vasos podem funcionar como “cabos” condutores de íons (FARBER, 2000).
Nordenström postulou que os organismos vivos possuem uma rede de
transmissão de corrente elétrica e eletromagnética podendo ser formada pelas
veias, artérias ou capilares e interstícios Circuitos Elétricos Vaso Intersticiais (CEVI);
e ao aplicar potenciais elétricos contrários aos obtidos em tecidos tumorais (que
apresentam potencial diferente de zero forçando a eliminação do potencial no tecido)
criou uma técnica de combate ao câncer de eficiência comprovada.

3.8.4 Fotografias Kirlian e Espiritismo

Quando Kardec codificou o espiritismo na França imperava uma atmosfera


anticlerical e progressista que influenciou muitos cientistas a aderirem ao
Espiritismo.
Lewgoy (2006, p. 159) destaca:

Nesses primeiros tempos, a participação pioneira de cientistas em


experimentos espíritas, como Camille Flammarion, Paul Gibier, Ernesto
Bozzano, Charles Richet, Cesar Lombroso e William Crookes firmou
referências científicas que o tempo foi convertendo em referências
emblemáticas a chancelar a autoridade das crenças espíritas.

A abordagem científica do tema era fortemente defendido por estes nomes


de grande influência no seu tempo e em épocas posteriores; após este período e
também com o advento do espiritismo no Brasil houve uma mudança de enfoque
nos meios espíritas.
O movimento espírita ao ser introduzido no Brasil adaptou-se uma nova
situação social ficando preponderante seu aspecto religioso devido à tradição
41

cultural existente em função da miscigenação de raças que existiu em detrimento


aos aspectos filosófico e científico.
A retomada de um espiritismo que contemple também a parte de pesquisa
científica tem sido, ao longo do tempo, tentada por diversas vias espíritas,
principalmente a partir do final do século passado em instituições como a Sociedade
Brasileira de Estudos Espíritas (SBEE) em Curitiba ou através de autores como J.
Herculano Pires em suas obras que apontam para a importância do espiritismo
praticar uma cogência do conhecimento abordado em seus estudos a integração
entre Ciência, Filosofia e Religião.
Cruz (2004, p. 9) informa:

O Espiritismo, sendo a Terceira Revelação, terá que estudar, pesquisar, e


integrar a ciência, a filosofia e a religião, um conceitos conjuntos, que
viabilizem ao homem a possibilidade de respostas às suas perguntas
existenciais. [...] criando um conjunto pensamento-forma que integra o
indivíduo à massa crítica emergente dos diversos segmentos da pesquisa e
do pensamento.

De duas décadas antes do final do século XX para cá diversos autores


espíritas têm mencionado o tema do efeito Kirlian, em abordagens, como um
elemento auxiliar para comprovação da fenomenologia espírita, pode-se citar:
Emanuel através de psicografia de Francisco Cândido Xavier em uma coletânea de
entrevistas publicadas em um livro intitulado “A Terra e o Semeador” (1975, p. 18)
no item número 35 intitulado: ”A prova científica dos fenômenos espirituais”.

P – É sempre a modéstia de Chico Xavier. Como você explica que até hoje
nenhum cientista tenha feito uma prova científica, unanimemente aceita,
dos fenômenos espirituais?
R –... encontramos sempre um conflito aparente entre ciência e religião. A
religião caminha para Deus, ensinando, a ciência caminha para as
novidades de Deus, estudando. As discussões se formam e a prova
experimental do espírito do ponto de vista científico é sempre mais difícil.
Mas essa prova está sendo organizada pela própria ciência nos dias de
hoje. Por exemplo, as provas fotográficas com a chamada câmara Kirlian,
descoberta por um casal de estudiosos no norte da Europa, câmara essa
que já está produzindo resultados muito promissores no Instituto de
Parapsicologia aqui no Brasil, especialmente aqui em São Paulo, sob a
direção do nosso distinto patrício Dr. Hernani Andrade enseja esperança
muito grande para essa prova científica a ser unanimemente aceita.

Posteriormente, o Dr. Hernani Guimarães Andrade através de muitos


estudos e chegou a formular uma teoria intitulada Modelo Organizador Biológico
42

(MOB) como uma proposta para explicar cientificamente como um corpo energético
organiza o corpo biológico nos seres vivos.
Pires aborda o tema em três obras de sua autoria, no livro “A Agonia das
Religiões” (1989, p. 62) em um capítulo intitulado: O Corpo – Bioplásmico, ele
informa:

As câmaras Kirlian, de fotografias sobre campos imantados de alta


freqüência elétrica, foram descobertas por acaso pelo casal Kirlian, e os
cientistas soviéticos mais atilados logo perceberam o seu alcance.
Adaptando a poderosos microscópios eletrônicos conseguiram descobrir, no
interior dos corpos uma estrutura de plasma físico constituída de partículas
atômicas, que se apresentava como um corpo básico sustentador da vida.

Em seu livro de 1985 intitulado: Pedagogia Espírita (1985, p. 34), Pires volta
ao tema no capítulo intitulado: “Nascimento de Educação Espírita”, onde usa o tema
como uma evolução dos conceitos científicos a se contraporem ao materialismo de
Comte.

No mesmo instante em que o homem conseguiu ver, pela primeira vez na


História, a face oculta da Lua, os cientistas soviéticos (logo eles)
conseguiram, em suas pesquisas com a câmara Kirlian, na Universidade de
Alma Ata, nos confins do Cazaquistão, próximo à fronteira chinesa (bem
escondidos nas selvas) ver e fotografar o corpo espiritual do homem. E
conseguiram mais, em experiências com moribundos, pesquisando o
fenômeno da morte, constatar que esse fenômeno só ocorre quando o
corpo bioplástico (como o chamaram) se retira do corpo carnal, que então e
só então se cadaveriza.

E finalmente no livro: ”Educação para a Morte”, Pires ao abordar o tema


sobre a morte no capítulo 2 intitulado: “Conceito atual da Morte” (1996, p.16) aborda
o tema da seguinte forma:

As provas obtidas por Raul de Montandon na França, com fotos à luz


infravermelha, mostraram que a morte de pequenos animais por éter
liberava, nos que haviam morrido, uma forma semelhante ao corpo morto.
Essas provas foram confirmadas pelas fotografias recentes da câmara
Kirlian ajustadas a microscópios eletrônicos de grande potência, por
cientistas soviéticos, na Universidade de Kirov. Ao mesmo tempo, os
pesquisadores materialistas conseguiam ver e fotografar o corpo espiritual
do homem, nas pesquisas com moribundos, no momento da morte.

E no capítulo 3 deste mesmo livro onde discute o tema “Os vivos e os


mortos” (1996, p. 27) Pires informa o seguinte:
43

Nos Estados Unidos chegou-se ao extremo da divulgação científica de um


documento lançado por instituições científicas, declarando que as
descobertas produzidas pelas câmaras Kirlian, de fotografias paranormais,
não passam do conhecido efeito corona. E Rhine, o grande confirmador da
Ciência Espírita, foi posto à margem dos meios científicos oficiais, apesar
de seu sucesso em todas as Universidades do mundo.

Finalmente no capítulo denominado: ”Psicologia da morte” (1996, p. 120),


Pires destaca:

A designação científica de bioplásmico o define em sua natureza e em suas


funções. Bio, porque é vida, corpo vital, e plásmico porque é constituído por
um plasma físico, elemento formado de partículas atômicas livres, não
ligadas a nenhuma constelação atômica, a nenhum átomo. Esse corpo, que
foi fotografado pelos russos, através de câmaras Kirlian de fotografias
paranormais, apresenta-se brilhante e transparente como se fosse de vidro.
As pesquisas com vegetais e animais, em Kirov, provaram que esse corpo
rege todas as funções do corpo carnal e oferece uma visão total do estado
de saúde, doença ou aproximação de estados mórbidos do corpo carnal.

Inúmeros autores espíritas usam o fenômeno Kirlian em seus trabalhos


como elemento auxiliar de hipótese para a comprovação científica da existência do
perispírito como o professor Rui Paz em seu artigo “O espiritismo perante a ciência”
(2009, p. 258), discorre sobre as dificuldades apontadas por Gabriel Delanne sobre
o tema da comprovação científica da mediunidade e perispírito e via uma nota de
rodapé nos informa o seguinte: “Esta afirmativa esperançosa de Delanne já parece
confirmada com a verificação do corpo bioplasmático que os soviéticos descobriram,
ou melhor, redescobriram com auxílio das câmaras Kirlian”.
As principais abordagens de autores espíritas em documentos publicados
em sites na Internet sugerem o uso do tema no estudo do perispírito, do passe, da
água fluidificada e finalmente como auxiliar na comprovação do fenômeno mediúnico
e até como comprovação científica da existência da Aura. Em seus artigos, alguns
menos esclarecidos e informados afirmando tratar-se o Efeito Kirlian de prova
científica que respalda os seus textos, sem preocuparem-se em conhecer o assunto
com profundidade. Estes são mais perniciosos, pois produzem um enorme
desserviço a causa Espírita apresentando-se com conhecedores de um assunto
sobre o qual não tem conhecimentos sólidos e publicando seus pontos de vista
pessoais como textos embasados em trabalhos de pesquisa.
Outros autores apresentam o assunto em seus textos citando fontes
bibliográficas e apresentado coerência de conhecimentos usando o efeito Kirlian,
44

mas explicando claramente qual a posição aceita pela comunidade científica sobre
as teorias que procuram explicar o fenômeno. Estes autores mostram claramente
que o efeito Kirlian ainda nos dias atuais é explicado por diferentes teorias que são
defendidas por diferentes grupos de pesquisadores sem que haja um consenso à
respeito do tema em curto espaço de tempo, ou ainda, antes que surjam novas
pesquisas e teorias adicionais mais conclusivas e com correta formatação científica
para aumentarem o conhecimento aceito sobre o assunto.
O Informativo Panorama Espírita nº 6 de fevereiro de 2008 vinculado ao
Movimento Espírita de Divinópolis e Região com tiragem de 2.000 exemplares cujo
editor responsável é o Sr. Joamar T. Gontijo, publica um vocabulário espírita de
autoria de Sérgio Dias Beliano onde explica o vocábulo Aura.

Aura [do latim aura]: Emanação fluídica do corpo humano e dos demais
corpos. A aura é uma radiação que cobre todo o corpo físico, através dele
são evidenciadas as emanações da parte física, mental e emocional [...]. Ele
é dividido em três zonas distintas: 1) Aura Magnético (emanações do
magnetismo das células do corpo físico); 2) Radiação das Emoções do
Períspirito do ou Corpo Emocional; 3) Radiações do Corpo Mental. Hoje,
com o desenvolvimento das máquinas Kirlian de fotografia da aura, foi
conseguida uma prova material aos ainda céticos.

Mesmo tratando-se de um instrumento de divulgação doutrinária sem a


pretensão de possuir formatação acadêmica é de muito pouca responsabilidade do
editor e do autor do vocabulário publicar-se que foi conseguida uma prova material
da existência da Aura Humana; informação esta sem fontes que a possam
respaldar.
Esta explicação apresentada para o vocábulo Aura no informativo Panorama
Espírita está coerente com a explicação feita para o fenômeno por Newton
Milholmes em sua obra de1983 intitulada: ”Fotos Kirlian – Como Interpretar”, mas
este mesmo autor poucos anos depois reconheceu seu erro nesta interpretação e
aderiu à explicação do Dr. Konstantin Korotkov, fato este exposto em suas obras
posteriores. Este acontecimento só identifica a falta de conhecimento por parte do
organizador do vocabulário publicado.
No Anuário Espírita publicado pelo Instituto de Difusão Espírita (LUCENA et
al., 2005, p. 154) cita pesquisas feitas pelo Dr. Bernard Grad sobre os efeitos
causados na água por um magnetizador húngaro de nome Coronel Skar Stabany e
conclui que a água magnetizada pelo passista em análises por espectrografia no
45

infravermelho apresentou significativas alterações. O ângulo de ligação atômica foi


ligeiramente alterado. Mais adiante na página 157 comenta as pesquisas feitas pelo
pesquisador russo Dr. Konstantin Korotkov em análises de água feitas com
bioeletrofotografias geradas por tecnologia Kirlian Gas Discharge Visualization
(GVD).
Korotkov analisou água de torneira contidas em 2 garrafas, uma delas
magnetizada pelo médium curador Allan Chumak, gerando 10 imagens GVD de
20ml da água magnetizada e da água de controle. O experimento mostrou que a
água magnetizada apresentou um halo energético muito maior do que nas fotos da
água de controle.
A Sociedade de Educação Espírita da Bahia, publicou um documento
intitulado: “Kirliangrafia, corpo bioplásmico e perispírito” (MASCARENHAS, 2009)
contendo informações corretas sobre o Efeito Kirlian com informações bastante
detalhadas sobre o efeito corona e os detalhes técnicos do funcionamento da
técnica citando como pesquisadores desta técnica no Brasil o Sr. Wilson Pickler e o
Sr. Hernani Guimarães Andrade.
O documento observa que no movimento espírita brasileiro houveram
afirmativas categóricas que os russos haviam confirmado cientificamente a presença
do perispírito, mas que este assunto merece maiores questionamentos. Cita como
hipótese viável que a energia envolvida na ionização do ar para o efeito corona
tenha um efeito semelhante sobre o fluido vital. Lembra que não podemos afirmar
que o corpo bioplásmico e o perispírito são a mesma coisa, e portanto, este tema
deve ser abordado com cautela em palestras espíritas.
Os textos citados neste tópico mostram que parte do Movimento Espírita
Brasileiro aborda o tema da técnica Kirlian em documentos e artigos relacionados
com estudos da fenomenologia espírita principalmente no que se refere ao passe e
magnetização da água além do perispírito e o próprio fenômeno da mediunidade em
si; mas este material infelizmente não apresenta a devida metodologia e formatação
científica.
46

3.8.5 Análise de uma pesquisa espírita feita com fotografias Kirlian

Destaca-se o título do trabalho escolhido para uma análise que representa a


média de vários que foram localizados disponíveis na internet: “Experimentos para
busca da comprovação da eficiência da prática espírita”, de autoria de Paulo da Silva
Neto Sobrinho que apresenta um enfoque antigo referenciando-se aos estágios
iniciais da fenomenologia espírita como uma forma de comprovação (NETO, 2005).
Atualmente um enfoque menos abrangente e mais específico que utilize a
metodologia científica contendo as etapas de observação e experimentação
seguidas de análise que gere uma hipótese para formular elencos de testes
experimentais a serem executados promovendo uma base de dados que analisados
permitam a formulação de um modelo explicativo deve ser empregado neste tipo de
estudo.
Este trabalho está claramente dividido em uma pequena introdução teórica
muito fraca e sem referências seguida da apresentação de um primeiro experimento
com finalidade de fornecer elementos para a comprovação da mediunidade e de um
segundo experimento visando a efetividade do passe.
O trabalho apresenta para cada um dos experimentos uma conclusão de
autoria do seu autor; mas trata-se de uma pesquisa exploratória gerando uma coleta
de dados e informações sobre o fenômeno Kirlian e a mediunidade e o passe sem
grande teorização sobre o assunto sugerindo uma hipótese comprobatória para a
mediunidade e para o passe.
As lâminas 1,2, 3 e 4 apresentadas na figura 33 trazem um sucinto relato da
história da pesquisa do casal Kirlian na União Soviética no final da década de 1960.
Não existe nenhuma referência a obra intitulada “Experiências Psíquicas
além da cortina de Ferro” (OSTRANDER; SCHROEDER, 1970); nem às pesquisas
relatadas em livros como “O Corpo Elétrico” (MOSS, 1986) que foram executadas na
Universidade da Califórnia; e foram os maiores vetores de divulgação do fenômeno
das fotografias Kirlian em todo o mundo.
47

Figura 33: Lâminas 1, 2, 3 e 4 do trabalho Experimentos para busca da


comprovação da eficiência da prática espírita
Fonte:<http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >

A lâmina 5 apresentada na figura 34 apresenta uma fotografia Kirlian


ilustrativa sem identificação ou especificação alguma da data em que foi tirada em
que condições e de quem tirou tal fotografia.

Figura 34: Lâmina 5 do trabalho Experimentos para busca da comprovação da


eficiência da prática espírita
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >
48

As lâminas 6, 7, 8 e 9 mostradas na figura 35 apresenta a máquina Kirlian e


o processo de manipulação do filme fotográfico para se obter as fotos, mas sem
qualquer informação à respeito do modelo do aparato.

Figura 35: Laminas 6, 7, 8 e 9 do trabalho Experimentos para busca da


comprovação da eficiência da prática espírita
Fonte:< http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/>

Nesta parte termina a introdução da pesquisa de Paulo da Silva Neto


Sobrinho que esta sendo analisada e em seguida apresenta o relato do primeiro
experimento procedido para comprovação da Mediunidade por acompanhamento
com fotografias Kirlian.
A figura 36 apresenta as lâminas 10 e 11, na lâmina 10 é apresentado o
título do primeiro experimento da pesquisa analisada. Na lâmina 11, está
identificados o local e data onde o experimento foi efetuado além dos pesquisadores
participantes. Não existe identificação do médium nem das entidades espirituais que
cooperaram ou a respeito de quantas pessoas acompanharam estes trabalhos.
49

Figura 36: Lâminas 10 e 11 do trabalho: “Experimentos para busca da


comprovação da eficiência da prática espírita”
Fonte:< http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >

O objetivo descrito é observar se a tecnologia de fotografias Kirlian pode


mostrar alterações no halo apresentado entre uma fotografia do médium em estado
normal em relação a fotografias obtidas durante o trabalho espírita.
A lâmina 12 apresentada na figura 37 descreve o processo de obtenção das
fotografias do dedo do médium, primeiro da foto de controle e depois das fotos com
influência de diferentes entidades espirituais que não foram identificadas.

Figura 37: Lâmina 12 do trabalho “Experimentos para busca da comprovação


da eficiência da prática espírita”
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >
50

A lâmina 13 apresentada na figura 38 exibe a fotografia Kirlian do dedo do


médium em estado normal e que será utilizada como elemento de comparação. Na
pesquisa também não foi feita nenhuma outra fotografia de pessoas diferentes ali
presentes para serem usadas como elementos de comparação.
Foi tirada uma única fotografia do médium em estado normal e em um único
momento para servir como elemento de controle.

Figura 38: Lâmina 13 do trabalho “Experimentos para busca da comprovação


da eficiência da prática espírita”
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >

Este fato enfraquece a pesquisa pois deveriam ser feitas várias fotos de
controle e em datas diferentes para poder-se avaliar quais as variações que podem
existir em um grupo de fotografias somente do médium, e também de outros não
médiuns como elementos de controle.
As lâminas 14, 15, 16 e 17 apresentadas na figura 39 mostram fotografias
Kirlian do dedo do médium sob influência de diferentes entidades espirituais.
Nestas fotografias podem-se notar claramente diferenças consideráveis nos
halos coloridos apresentados entre a fotografia de controle e as demais.
Não existe nenhuma identificação das entidades espirituais que colaboraram
com o trabalho de pesquisa. Este processo de pesquisa utilizou somente um
médium em uma única seção, e foi concluída sem que se fizessem outras séries de
fotografias com outros médiuns e mesmo em diferentes datas.
51

Figura 39: Lâminas 14, 15, 16 e 17 do trabalho “Experimentos para busca da


comprovação da eficiência da prática espírita”
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >

A lâmina 18 apresentada na figura 40 mostra a conclusão da pesquisa que


está sendo analisada, e inicia informando que o presente trabalho não atende a
formatação de uma pesquisa científica; e conclui que existem reais diferenças nos
halos das fotografias mostradas nas lâminas 14, 15, 16 e 17 indicando a fotografia
Kirlian como um método válido para comprovar a influência de entidades espirituais.
O que depõe contra o trabalho é que Paulo da Silva Neto Sobrinho chega a
uma grande conclusão fracamente apoiado em uma única e pequena série de
fotografias em um único experimento de 10 minutos usando um único médium. A
pesquisa também conclui sem maiores explicações que em alguma fotografia, sem
identificar claramente qual, está demonstrada a influência de uma energia negativa.
52

Figura 40: Lâmina 18 do trabalho “Experimentos para busca da comprovação


da eficiência da prática espírita”
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >

E o fato que mais chama atenção é que a conclusão do trabalho de Paulo da


Silva Neto Sobrinho (2005) não apresenta nenhuma explicação de como se chegou
ao enunciado dos conteúdos.
A lâmina 19 apresentada na figura 41 é o título da segunda parte da
pesquisa, que visa fazer um acompanhamento do passe com fotografias Kirlian.

Figura 41: Lâmina 19 do trabalho “Experimentos para busca da comprovação


da eficiência da prática espírita”
Fonte:< http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >

Na lâmina 20 apresentada na figura 42 a identificação com data do local


bem como do grupo de pesquisadores, mas novamente não identifica como e por
quantas pessoas o passe é aplicado nem traz informação alguma sobre o
compartimento onde o passe é executado. Ainda na mesma lâmina está explicado o
53

objetivo da pesquisa que é de “Buscar a comprovação se a ‘aura’ de um paciente


poderia sofrer alguma alteração em razão da aplicação de passes”.
Neste objetivo está identificado claramente um grave erro, pois não existe
nenhuma comprovação científica que uma fotografia Kirlian registre dados da aura
de uma pessoa. O objetivo correto para esta pesquisa seria o de registrar influências
que o passe pode produzir no corpo biofísico da pessoa que participou do passe.

Figura 42: Lâmina 20 do trabalho “Experimentos para busca da comprovação


da eficiência da prática espírita”
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >

Este erro de usar a técnica de fotografias Kirlian como registro da aura das
pessoas é muito comum em uma enormidade de artigos publicados na internet
postados por pessoas que se denominam espíritas e em alguns casos até em sites
de grupos espíritas. Algum dia, pesquisas poderão comprovar ou não esta
afirmação, mas enquanto várias pesquisas sérias e embasadas não indicarem esta
comprovação é muito temerário afirmar.
A lâmina 21 apresentada na figura 43 mostra na fotografia Kirlian o halo da
pessoa identificada apenas como paciente sem dado algum sobre idade, sexo,
condição de saúde etc., antes do início da aplicação dos passes. E já aparece uma
conclusão da identificação de uma presença espiritual negativa sem qualquer
explicação de como este dado foi obtido além da imagem.
54

Figura 43: Lâmina 21 do trabalho “Experimentos para busca da comprovação


da eficiência da prática espírita”
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >

A lâmina 22 apresentada na figura 44 mostra a indicação da prescrição de


um trabalho semanal de evocação de espírito em uma reunião mediúnica e
posteriormente aplicação de passe.

Figura 44: Lâmina 22 do trabalho “Experimentos para busca da comprovação


da eficiência da prática espírita”
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/>

A lâmina 23 apresentada na figura 45 mostra a fotografia do halo do


paciente no final do trabalho da primeira semana após o passe.
55

Figura 45: Lâmina 23 do trabalho “Experimentos para busca da comprovação


da eficiência da prática espírita”
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/ >

Nas lâminas subsequentes 24, 25, 26 e 27 apresentadas na figura 46 estão


mostradas as imagens da segunda à quarta semana do acompanhamento do
tratamento.

Figura 46: Lâminas 24, 25, 26 e 27 do trabalho “Experimentos para busca da


comprovação da eficiência da prática espírita”
Fonte: <http://www.paulosnetos.net/artigos/palestras_slides/>
56

Na lâmina 27 apresentada no canto inferir direito da figura 46 referente a


última semana aparece uma conclusão pelo pesquisador Paulo da Silva Neto
Sobrinho (2005) que a pessoa é portadora de paranormalidade devido a coloração
amarela presente, mas não mostra nenhuma outra fotografia de halos de outras
pessoas portadoras de paranormalidade ou cita alguma bibliografia que o apóie
nesta conclusão ou ao menos outras imagens de comparação obtidas de médiuns
identificados para poder ser feita uma comparação visual das imagens.
Novamente na segunda metade do trabalho de Paulo da Silva Neto Sobrinho
(2005) observa-se a mesma fragilidade de espaço amostral da pesquisa muito
reduzido, insuficiente para se poder embasar qualquer pesquisa séria. Faltou aos
pesquisadores paciência para, em épocas diferentes, com pacientes diferentes fazer
novas séries de fotografias. Outro problema que nota-se no trabalho, é a não
existência de informação alguma sobre o estado de saúde do paciente, o que pode
gerar efeitos enormes nos halos obtidos nas fotografias Kirlian.
Outro ponto a observar é da prática espírita da década de 1950 quando
passava-se diretamente para o enfoque de influências espirituais negativas como a
explicação sem a abordagem de diferentes possibilidades e de um estudo levando
em conta o que o paciente estava causando a si mesmo.
Este tipo de trabalho contribui enormemente para a descredibilidade da
fotografia Kirlian como instrumento válido e sério de pesquisa.
57

4 CONCLUSÃO

Conforme demonstrado no item 3.8.2 (Estudos científicos feitos nos últimos


anos nas Universidades Brasileiras) há uma satisfatória taxa de sucesso em
trabalhos universitários metodologicamente corretos abordando a técnica do efeito
Kirlian, como elemento importantíssimo no desenvolvimento de seus trabalhos de
pesquisa, o que demonstra a viabilidade de que se produzam trabalhos acadêmicos
abordando fenomenologia espírita usando a técnica Kirlian, mas observando-se a
devida formatação e procedimentos científicos o que não foi feito com sucesso até
agora.
A maioria dos trabalhos espíritas disponíveis na internet seguem o formato
do trabalho apresentado no item 3.8.5 (Análise de uma pesquisa Espírita feita com
fotografias Kirlian) que rapidamente chegam a uma conclusão sem fundamentação
teórica adequada ou metodologia de pesquisa adequada, mas deve-se entender que
esta mentalidade deve mudar para que se possam produzir trabalhos persistentes e
de qualidade acadêmica comprovada além de abrangerem pesquisas com longa
duração, por uma ou mais equipes interdisciplinares, que possam levar em conta a
enorme complexidade da fenomenologia abordada, utilizando a correta formatação
científica acadêmica exigida em um trabalho de pesquisa.
O que mostra a atualidade do pensamento de Kardec exposto na sua obra
intitulada Gênese (2005, p. 19) onde o autor afirma que o espiritismo deve proceder
do mesmo modo que a ciência acadêmica, e que a ciência só progrediu rapidamente
depois de adotar o método experimental e que esta técnica poderia perfeitamente
ser aplicada em temas metafísicos o que indicaria a coerência de estudos com uma
abordagem científica utilizando a técnica Kirlian para pesquisas no campo da
fenomenologia espírita.
O que é completamente corroborado pelo texto do Irmão Grimm através do
médium Cruz (2004, p. 21):

O espiritismo, sendo a manifestação da Doutrina dos espíritos,


necessariamente terá que se estruturar e trabalhar, teórica e praticamente,
com a ciência, a filosofia e a religião, numa visão de contextualização de
macrocultura [...] e a cultura científica, e todo o consequencial complexo da
tecnologia, implementada pela metodologia científica.

A revisitação de conceitos é necessária sempre, e o tema de fotografias


58

Kirlian precisa ser revisitado, mas observando-se a necessidade que as novas


pesquisas sejam executadas observando o rigor da metodologia científica, e é
importante que não sejam esquecidos os preceitos filosóficos que evitarão
mercantilização podendo gerar benefícios para a humanidade.
Informa-nos o Irmão Grimm através do médium Cruz (2004, p. 122):

O Espiritismo entende que aparecerá, com muita força, no meio da ciência


oficial, o conceito de uma nova epistemologia da ciência tendo em vista o
alcance do domínio crítico em algumas áreas através dos conceitos e das
expressões práticas da complexidade.

Conclui-se pela viabilidade da abordagem do tema Efeito Kirlian como


elemento auxiliar na moderna pesquisa com formatação transdisciplinar da
fenomenologia Espírita que se mostra coerente e possível, respeitando-se a correta
metodologia científica.
59

REFERÊNCIAS

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engenheiros Luiz Otávio Saraiva Ferreira e Eduardo Tavares Costa da Unicamp,
Revista Planeta, n°. 111, 1981.

CRUZ, M. R. Cadernos de Psicofonias de 2000. Pelo espírito de Antonio Grimm.


Curitiba: Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, 2001.

______. Cadernos de Psicofonias de 2004. Pelo espírito de Antonio Grimm.


Curitiba: Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas. 2005.

FARBER, P. L. Avaliação da atividade elétrica uterina em ratas Wistar prenhes


e não prenhes induzida por eletroacupuntura e da influência do sistema
nervoso central e dos circuitos elétricos biologicamente fechados. Tese de
doutorado Faculdade de Medicina da USP, 1998. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-28012008-102716/>
Acesso em: 19 fev. 2009.

______. Os circuitos elétricos biologicamente fechados (CEBF). 2000.


Disponível em: <http://www.medicinacomplementar.com.br/pdf/cebf.pdf>
Acesso em: 19 fev. 2009.

HALLLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física, v. 3:


eletromagnetismo, 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. Disponível em:
<http://filespump.com/hallidayresnickandwelkerfundamentalsofphysicsthedition.html>
Acesso em: 03 jul. 2009.

IOVINE, J. Kirlian Photography A Hands-on Guide. Allentown: Tab Books. 1994.

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Disponível em: <http://www.jung.pro.br/moodle/file.php/9/MetodologiaCientificapdf>
Acesso em: 07 jan. 2009.

KARDEC, A. Obras póstumas. 21. ed. Araras: IDE, 2005.

______. A gênese. 14. ed. Araras: IDE, 2005.

LEWGOY, B. Representações de Ciência e Religião no Espiritismo Kardecista.


Antigas e Novas Configurações. Civitas - Revista de Ciências Sociais,
v. 6, n. 2, jul-dez 2006. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index/
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Acesso em: 23 mar. 2009.

LUCAS, M. Equilíbrio total através da parapsicologia. 2. ed. São Paulo: Almed,


1991.

MASCARENHAS, A. Kirliangrafia, corpo bioplásmico e períspírito. Disponível


60

em: <www.gruposeeb.com.br/textos/kirliangrafia.pdf>
Acesso em: 05 abr. 2010.

MILHOLMES, N. Fotos Kirlian – como interpretar. São Paulo: Ibrasa, 1983.

______. A mente uma energia cósmica atuante. São Paulo: Ibrasa, 1992.

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NETO, P. S. S. Experimentos para busca da comprovação da eficiência da


prática espírita, 2005. Disponível em:
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Acesso em: 29 jun. 2009.

______. Aura. 2009. Disponível em:


<http://www.paulosnetos.net/attachments/053Auracontra-argumento.pdf>
Acesso em: 05 abr. 2010.

PAZ, R. Gabriel Delanne - O Espiritismo perante a ciência. Disponível em:


<http://ruipaz.pro.br/textos/mediunico/espiritismo_ciencia.pdf>
Acesso em: 21 mar. 2009.

PIRES, J. H. A agonia das religiões. 3. ed. São Paulo: Paidéia, 1989. Disponível
em: <http://www.scribd.com/doc/5017537/Herculano-Pires-Agonia-das-Religioes>
Acesso em: 05 abr. 2010.

______. Pedagogia espírita. Sorocaba; Eicel. 1985. Disponível em:


<http://www.meiovirtual.net/cosmica/livros/herculanopires/herculanopirespedagogiae
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Acesso em: 23 abr. 2010.

______. Educação para a morte. São Bernardo do Campo: Correio Fraterno, 1996.
Disponível em: <http://www.meiovirtual.net/cosmica/livros/herculanopires/herculano
pireseducacaoparaamorte.pdf>
Acesso em: 23 abr. 2010.

OSTRANDER, S.; SCHROEDER, L. Experiências psíquicas além da cortina de


ferro. São Paulo: Cultix, 1970.

XAVIER J.; Ademir L. Como se deve entender a relação entre o espiritismo e a


ciência. Grupo de Estudos Avançados Espíritas. Disponível em:
<http://www.ieja.org/portugues/Estudos/Artigos/p_cienesp.pdf>
Acesso em: 23 mar. 2009.

XAVIER, F. C. A terra e o semeador. Pelo espírito de Emmanuel. Araras: Difusão


Espírita, 1975.
61

ANEXO 1

FONTES DE ALTA VOLTAGEM (HV) E FREQUÊNCIA VARIÁVEL PARA


DISPOSITIVOS KIRLIAN.
O funcionamento do circuito é baseado no acionamento da chave SW1.
Quando ela é acionada um potencial de 135 volts (67,5 volts de cada bateria) é
fornecido ao enrolamento primário (aproximadamente 10 espiras) da bobina Tesla
que carrega o capacitor C1, a forma de onda da carga do capacitor C1 é amplificada
no secundário da bobina (milhares de espiras de fio fino) gerando um pulso de alta
voltagem. No desacionamento da chave SW1 o primário da bobina é conectado ao
potencial de terra provocando a descarga do capacitor e gera-se um novo pulso de
alta tensão no secundário da bobina.
Acionando-se e desacionando-se seguidamente o interruptor SW1 obtêm os
pulsos de alta tensão necessários para poder fazer fotografias Kirlian, como
apresentado na figura A1.1.

Figura A1.1: Fonte de alta voltagem com disparo manual


Fonte: Iovine (1994, p. 30).

Na prática usa-se no lugar da bobina de tesla dispositivos mais facilmente


encontrados no comércio como bobinas de ignição automotivas ou transformadoras
de saída horizontal usados em TVs com tubos de raios catódicos.
O elemento de chaveamento dependendo do projeto pode ser um transistor,
Mosfet de potência ou ainda um SCR como o circuito apresentado na figura A1.2.
62

Figura 18: Fonte de alta voltagem com freqüência variável

Figura 2: Circuito para máquina Kirlian utilizando IGBT.


Fonte: site - Images Scientific Instruments Inc

Figura A1.2: Circuito para máquina Kirlian utilizando IGBT.


Fonte: < http://www.imagesco.com/science/high-voltage/HV-power-supply.html>

Na figura A1.22 vê-se um circuito alimentado com 12 a 24 Volts em corrente


contínua que utiliza um temporizador universal NE55 como fonte de frequência
variável de 200HZ a 400HZ, com forma de onda retangular que excita um IGBT que
faz o chaveamento da bobina através de um buffer inversor CD4049. A alta
voltagem é conseguida através de uma bobina de ignição automotiva de 6 volts. A
empresa Images Scientific Instruments inc. comercializa este dispositivo pela
internet através de seu site co o código HVPS-01.

Figura A1.3: Fonte de alta voltagem com frequência variável


Fonte: < http://www.imagesco.com/science/high-voltage/HV-power-supply.html>
63

O circuito da figuraA1. 4 é de autoria de Tony van Roon e apresenta um


circuito utilizando transistores para o chaveamento da bobina de alta tensão.

Figura A1.4: Circuito Transistorizado para máquina Kirlian.


Fonte: <http://www.sentex.net/~mec1995/circ/hv/kirlian/kirlian.html> Acesso em: 21
jan. 2008.
64

O circuito apresentado na figura A1.5 está publicado no livro Kirlian


Photography a Hands-on Guide do autor Jhon Iovine.

D1=10 diodos Zener de 20 volts


ligados em série.
IC2=CD4069

Figura A1.5: Circuito com MOSFET para máquina Kirlian


Fonte: Iovine (1994, p. 72).
65

A revista Planeta em sua edição nº 111 publicou o circuito apresentado na


figura A1.6 de autoria dos engºs. Luiz Otávio Saraiva Ferreira e Eduardo Tavares
Costa, da Unicamp.

Figura A1.6: Circuito “Pirilampo” para máquina Kirlian.


Fonte: Planeta nº 111(1981, p.8)

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