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Do Gueto Ao Mercado PDF
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Do “gueto” ao mercado
Júlio Assis Simões1
Isadora Lins França2
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Professor do Departamento de Antropologia, FFLCH-USP.
2
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, FFLCH- USP
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Ver o texto de Edward MacRae, neste volume
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Manuel Castells, “Cultural identity, sexual liberation and urban structure: the gay community in San
Francisco.” In: M. Castells, The city and the grassroots. Londres: Edward Arnold, 1983, p. 138-172. Sobre a
noção de “gueto gay”, elaborada a partir das formulações clássicas de Robert Park e Louis Wirth, da “Escola
de Chicago”, ver Martin Levine, “Gay ghetto”. In: M. Levine ( org.), Gay men: the sociology of male
homosexuality. Nova York: Harper & Row, 1979, p. 182-204.
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Néstor Perlongher, O negócio do michê. São Paulo: Brasiliense, 1987.
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José Guilherme C. Magnani, “De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana”. Revista Brasileira de
Ciências Sociais, n. 49. São Paulo: Anpocs, 2002, 2002.
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Cf. o texto de Néstor Perlongher, “Territorialidades marginais”, neste volume. Ver, também, Antonio
Augusto Arantes, Paisagens paulistanas: transformações do espaço público. São Paulo: Imprensa Oficial,
2000.
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Há uma considerável bibliografia sobre o impacto da Aids no Brasil. Para referências gerais sobre os anos
1980 e 1990, ver, entre outros, Richard Parker et al. (orgs), A Aids no Brasil 1982-1992. Rio de Janeiro:
ABIA/IMS-UERJ/Relume Dumará, 1994; Jane Galvão, Aids no Brasil: a agenda de construção de uma
epidemia. Rio de Janeiro: ABIA/Editora 34, 2000. Relatos vívidos de experiências de morte e violência
associadas à Aids nos circuitos homossexuais de São Paulo nos anos 1980 podem ser encontrados na
reportagem etnográfica de Roldão Arruda, Dias de ira. São Paulo: Globo, 2001; e no romance de Alberto
Guzik, Risco de vida. São Paulo: Globo, 1995. Para uma análise de crimes de morte contra homossexuais no
Rio de Janeiro, com base em dados dos anos 1980, ver Sérgio Carrara e Adriana Vianna, “A
homossexualidade nos tribunais cariocas: gênero, sexualidade e hierarquia social.” XXV Encontro Anual da
Anpocs. Caxambu, 2001.
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Cf. Michel Foucault, O nascimento da clínica: uma arqueologia do olhar médico. Rio de Janeiro: Forense,
1977; Michel Foucault, História da sexualidade: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1977; Néstor
Perlongher, O que é AIDS. São Paulo: Brasiliense, 1987.
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Aexpressão é de João Silvério Trevisan, Devassos no paraíso. 3.. ed. Rio de Janeiro:, Record, 2000, p. 463.
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Cf. Lucinha Araújo e Regina Echeverría, Só as mães são felizes. São Paulo: Globo, 1997, p. 390.
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Sobre a militância homossexual na virada dos 1970 aos 1980, ver Edward MacRae, A construção da
igualdade: identidade sexual e política no Brasil da abertura. Campinas: Ed. da Unicamp, 1990. Sobre a
militância homossexual nos anos 1980 e 1990, ver, entre outros, James Green, “More love and more desire:
the building of a Brazilian movement”. In: Barry Adam et al. (orgs.), The global emergence of gay and
lesbian politics. Filadélfia: Temple University Press, 1999; Cristina Câmara, Cidadania e orientação sexual a
trajetória do Grupo Triângulo Rosa. Rio de Janeiro: Academia Avançada, 2002; Regina Facchini, Sopa de
letrinhas? Movimento homossexual e produção de identidades coletivas nos anos 90. Dissertação de
Mestrado, Unicamp, 2002.
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Sobre interfaces e polêmicas de natureza antropológica, política e jurídica relacionadas à conjugalidade e ao
parentesco homossexual, ver Judith Butler, “O parentesco é sempre tido como heterossexual?” cadernos
pagu, n. 21, Campinas: Unicamp, 2003, p. 219-260. Para pesquisas e estudos no Brasil enfocando essas
temáticas, ver, entre outros: Maria Luiza Heilborn, Dois é par: gênero e identidade sexual em contexto
igualitário. Rio de Janeiro: Garamond, 2004; Roger Raupp Rios, A homossexualidade no direito. Porto
Alegre: Livraria do Advogado/Esmafe, 2001; Anna Paula Uziel, Família e homossexualidade: velhas
questões, novos problemas. Tese de Doutorado, Unicamp, 2002; Miriam Pillar Grossi, “Gênero e parentesco:
famílias gays e lésbicas no Brasil.” cadernos pagu, n. 21, Campinas: Unicamp, 2003, p. 261-280; Luiz Mello
de Almeida Neto, “Outras famílias. a construção social da conjugalidade homossexual no Brasil.” cadernos
pagu, n. 24, Campinas: Unicamp, 2004; Flávio Tarnovski, Pais assumidos: adoção e paternidade
homossexual no Brasil contemporâneo. Florianópolis: Cadernos NIGS, 2003:. Érica Renata de Souza,
Admiráveis famílias novas: sentidos e práticas de maternidade lésbica no Brasil e no Canadá. Relatório de
Qualificação. PPGAS –Unicamp, 2003.
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Para a noção de “culturas identitárias”, ver Michel Agier, “Distúrbios identitários em tempos de
globalização”. Mana. Rio de Janeiro: v.. 7, n. 2, outubro 2001.
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João Silvério Trevisan, Devassos no paraíso. 3.. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000, p.376. Sobre o fenômeno
GLS, ver, também, Karla Bessa, “Gente desencanada: os ambientes GLS e a construção de novas políticas do
prazer.” Trabalho apresentado no XXV Encontro Anual da Anpocs, Caxambu, outubro 2001.
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Regina Facchini, op. cit., p. 126.
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José Ronaldo Trindade, De dores e amores: construção de identidades homossexuais na era AIDS.
Relatório de Qualificação. PPGAS -USP, 2002.
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Regina Facchini, op. cit. Sobre as especificidades das “políticas de identidade” no Brasil, ver Peter Fry,
“Por que o Brasil é diferente?” Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 31, p. 178-182, junho 1996.
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Usamos “mancha” no sentido atribuído por Magnani (op. cit.), como um aglomerado de estabelecimentos
reconhecidos por seus freqüentadores como similares do ponto de vista dos serviços que oferecem e da
sociabilidade que propiciam, e que apresentam uma “implantação mais estável tanto na paisagem como no
imaginário”.
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Não há registros de bares ou estabelecimentos comerciais exclusivos para uma clientela homossexual nas
metrópoles brasileiras antes dos anos 1960. Isso não quer dizer, porém, que anteriormente a vida homossexual
fosse invisível, nem que as pessoas com gostos homossexuais vivessem isoladas. Como mostrou James Green
(Além do carnaval, São Paulo: Ed. da Unesp, 2000), manifestações públicas da homossexualidade
expressavam-se em bailes carnavalescos, celebrações de rua, assim como adaptando o costume do footing à
paisagem urbana e dividindo os espaços da vida noturna com outros tipos de freqüentadores. No caso da
cidade de São Paulo, baseando-se em fontes do Instituto de Criminologia, Green conseguiu localizar, já nas
décadas de 1920 e 1930, pontos na região do Vale do Anhangabaú e Praça da República que seriam
caracterizados pela presença de prostitutas e de homens em busca de contatos sexuais com outros homens.
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Peter Fry, “Da hierarquia à igualdade: a construção histórica da homossexualidade no Brasil.” In: Para
inglês ver: Identidade e política na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
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Júlio Assis Simões, “Além da barbie: outras imagens na cena homossexual contemporânea”. Comunicação
apresentada à XXIV Reunião Brasileira de Antropologia, Olinda, 2004.
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Guias virtuais e jornais distribuídos nas “manchas gays” costumam destacar, em suas listas de espaços de
freqüência homossexual de São Paulo, as principais ruas da cidade em que se pode encontrar michês e
travestis.
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por uma (?) travesti que, como muitas outras, freqüenta a “Planet G”, parece
residir na possibilidade de se encontrar bons “bofes” – homens de classes
populares, muitas vezes desempregados e moradores da periferia, que não se
identificam como homossexuais e desempenham o papel de “ativos” –, cuja
presença é condicionada pelos preços baixos e pela entrada gratuita até
determinado horário.
Colado à “Planet G”, está o “Shopping Victor, Victória”. Inaugurado em
2002, é o primeiro centro de consumo GLS em São Paulo a intitular-se como
shopping, apesar de abrigar apenas estandes que comercializam roupas, livros,
acessórios, cds, produtos místicos, perfumes, lingeries e perucas; além de ter dois
cafés e oferecer serviços de estética como depilação masculina e cabeleireiros.
Um shopping center de fato que ficou conhecido pela sua ligação, não declarada,
com uma freqüência homossexual crescente, é o “Frei Caneca”, situado na rua de
mesmo nome, entre o Centro e os Jardins. O lugar também é conhecido como
“Gay Caneca” e “Gay Boneca”, entre freqüentadores do “gueto”, e foi palco de um
“beijaço”24, organizado em 2003, em protesto contra a censura feita pela gerência
do shopping a dois rapazes que se beijavam em suas dependências. O “beijaço”
foi amplamente divulgado pela imprensa, atraindo uma multidão ao
estabelecimento; este, por sua vez, preparou uma decoração especial para
receber os manifestantes, na tentativa de reverter o protesto numa grande festa e
recuperar a imagem positiva (ele a tinha antes?.
Na expansão do “gueto” em direção aos bairros de classe média alta, que
parece ter caminhado junto com a popularização da sigla GLS, a tendência é
defrontar com a adesão mais explícita a padrões elevados e sofisticados de renda,
estilo, apresentação corporal, preferências estéticas e consumo, como que
conformando um público “moderno”, sintonizado com modos e modas
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O “beijaço” é um tipo de protesto que vem se tornando comum no movimento homossexual desde 2002,
quando ocorreu o primeiro deles num bar do eixo Paulista-Jardins. Nos mesmos moldes do kiss-in, tática
política do movimento nos Estados Unidos e Europa, o “beijaço” consiste numa demonstração pública de
afeto entre homossexuais em locais em que essa prática é coibida, buscando visibilidade para esse público. O
kiss-in, por sua vez, foi inspirado em estratégias de ocupação presentes nos movimentos por direitos civis
desde a década de 1960, quando o movimento negro realizou os primeiros sit-ins, em que um grupo ocupava
um estabelecimento onde sua presença fosse malvista ou proibida.
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Os trechos próximos ao cruzamento da rua da Consolação com a avenida Paulista foram marcados por uma
freqüência homossexual masculina popular, dos anos 1970 a 1990, que se movia num percurso entre a boate
“Nostromundo” e os bares e lanchonetes situados na esquina oposta, como o “Baguette”, o “Burger & Beer”,
o “Chamego” e o “Riviera” – atualmente, a maioria desses bares fechou as portas ou mudou de público, e o
movimento de rua diminuiu.
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Veja-se como a jornalista Erika Palomino, agitadora da porção mais sofisticada da cena de música
eletrônica da cidade, emprega as gírias classificatórias quando narra um passeio por São Paulo com um
famoso DJ internacional: “quando passamos de carro em frente ao Burger & Beer, reduto quá quá quá meio
pobre de São Paulo, falei que ali estavam as bichas cheap”. Cf. Erika. Palomino, Babado forte: moda, música,
noite. São Paulo: Mandarim, 1999, p. 173.
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Conforme o sítio http://www.glx.com.br .
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Citando, novamente, Erika Palomino, agora descrevendo a festa semanal “Cio”, surgida em 1997: “tratava-
se das coisas mais frescas da noite de São Paulo, a primeira iniciativa para uma facção mais moderna das
meninas locais. Elas se vestem com camiseta regata branca com alça de sutiã preto e usam muito delineador
branco, hype lançado por Glaucia. São lindas e têm sempre um look. E a pegação funciona. A cada semana
mudam as DJs (nem sempre gays) e a decoração do lugar, sempre feita por uma garota, puro pussy power.”
Cf. Erika Palomino, op.cit., p. 153.
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Lembremos do “garoto de frete do Trianon”, cantado por Caetano Veloso em sua canção “Fora da Ordem”.
E também do “maníaco do Trianon”, apelido dado pela imprensa a um garoto de programa acusado e
condenado por vários assassinatos de homossexuais ocorridos em São Paulo na segunda metade dos anos
1980. Essa história é notavelmente recuperada e devassada no livro de Roldão Arruda, Dias de ira, op. cit.
Sobre o Parque Trianon atual, veja-se a descrição contida na matéria “São Paulo à Noite, na primeira edição
da Revista Oficial da Parada do Orgulho GLBT de SP, de 2004: “No passado [sic] foi ponto de prostituição e
símbolo de decadência. Atualmente o parque foi revitalizado e conta com segurança e muita iluminação
noturna na praça externa. Como ele está no centro nervoso da cidade, é um ótimo ponto de encontro, paquera
e contato com a natureza.”(p.62-63). Mais adiante (p.68), ao comentar as opções oferecidas na “noite gay”
paulistana, a mesma Revista assinala que ao redor do Parque Trianon há uma “concentração de garotos de
programa”.
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Centro.
As “drag queens” são um fenômeno singular no desenvolvimento do
“circuito” homossexual paulistano da última década. O termo designa homens que
criam uma personagem travestindo-se de mulheres, em determinadas ocasiões,
sem necessariamente transformar o corpo de forma definitiva e enfatizando o
exagero da composição, ao incorporar personagens femininas de forma
debochada. Alguns podem reconhecer as “caricatas” dos anos 1970 como
precursoras de algumas destas características. Seja como for, a origem recente
das “drags” remonta à segunda metade da década de 1980, quando eram
realizados concursos de “drag” em Nova York, no bairro do Harlem e em
Manhattan. A partir daí, as “drags” espalharam-se para os clubes de música
eletrônica e para a cena gay. Em São Paulo, as primeiras “drags” apareceram no
início da década de 1990, ganhando rápida popularidade no “mundo da noite” e
visibilidade na mídia. Hoje, as “drags” são atração de inúmeras casas noturnas da
cidade, e algumas têm até quadros fixos em programas de televisão de rede
nacional.
Alguns estabelecimentos nos Jardins oferecem locais para encontros
sexuais entre homens que buscam reproduzir o modelo europeu ou norte-
americano de clube fechado, voltado a um público mais elitizado. Assim, ao lado
dos infalíveis dark rooms das boates, há casas singulares, como a “SoGo”, que
funciona em três ambientes: dois são similares a qualquer outra boate, com pista
de dança e bar, e o outro é organizado para atender a encontros sexuais
específicos, com cabines reservadas e apetrechos especiais cujo acesso é
exclusivo aos homens e impõe certas exigências de vestimenta, ou “dress codes”.
– os acessórios de couro no estilo sadomasoquista já estiveram na ordem do dia,
mas um fetiche que sempre abre as portas é a básica combinação camiseta-e-
calça jeans.Esse período está imenso; vale a pena fragmentar? De funcionamento
similar à “SoGo”, existem mais duas casas denominadas de “cruising bars” na
região de Pinheiros.
As saunas destinadas a trocas sexuais entre homens são um caso à parte
na configuração territorial do mercado dirigido ao público homossexual na cidade
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Diante da pergunta de qual seria a especificidade de uma concessionária GLS, a proprietária da casa, que
distribuía os cartões, respondeu que “os funcionários recebem um treinamento adequado para não discriminar
nenhum tipo de pessoa, o que não se vê sempre por aí”.
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Ver, por exemplo, “Além do arco-íris: indústria do turismo reconhece a importância do segmento GLS -
confira a agenda das paradas e descubra serviços gay-friendly”. Folha de S. Paulo, Caderno Turismo, 26 jul
2004.
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fortalecer o “mercado GLS” no Brasil, tendo São Paulo como principal pólo de
irradiação.
Para além do mercado de base territorial, cabe considerar a expansão da
mídia segmentada dirigida ao público homossexual. Depois do desaparecimento
do pioneiro jornal Lampião da Esquina e de sua sucessora, a revista Playguei,
de brevíssima existência, o mercado editorial movimentou-se nos anos 1990, com
o surgimento das revistas de circulação nacional G Magazine e Sui Generis. A
primeira, ao estampar nus de homens famosos, inclusive jogadores de futebol,
chegou a alcançar tiragem de 150 mil exemplares. A segunda, menos bem-
sucedida em termos de vendas, continha artigos sobre cultura, moda e
comportamento, e deixou de circular em 2000. Continuam existindo alguns
pequenos jornais em formato tablóide que trazem artigos curtos, anúncios de
estabelecimentos gays, coluna social e notícias que dizem respeito à
homossexualidade. Alguns, como o Grito G, Abalo e GenteLivreSim, são
distribuídos nas “manchas gays” das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro,
podendo ser também assinados pelos leitores. Há, ainda, as “Edições GLS”, com
vários títulos publicados de temática homossexual, entre romances, biografias e
livros de auto-ajuda.
Além disso, é importante ressaltar, como já dissemos, a internet, desde que
o espaço de interação social, de busca por parceiros sexuais e de ampliação da
sociabilidade deixou se ser provido exclusivamente por instituições como bares,
botequins e casas noturnas. Entre os sítios voltados ao público homossexual, o
exemplo mais bem-sucedido é o Mixbrasil, tido como o mais visitado portal de
notícias ligadas ao “mundo GLS no Brasil”32, contando também com artigos, fóruns
de discussão, bate-papo, serviço de encontros, roteiros gays das grandes capitais
brasileiras, notícias sobre a noite GLS, contos, fotos, fotonovelas e vídeos
eróticos. Como o Mixbrasil, há uma profusão de sítios comerciais destinados ao
público homossexual, como o GLX, Gaybrasil.com, Gchannel, entre outros. Há
também portais segmentados, como Grisalhos, Maduros, Crônica Bear, entre
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Considerando dados fornecidos pelo próprio sítio, que, em sua última contagem, registrava 16 mil
usuários/dia.
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Diversidades e tensões
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“Canal gay da Globo vai se chamar For Man”. Folha de S. Paulo, Caderno Folha Ilustrada, 26 set 2004. O
canal será oferecido no sistema pay-per-view.
34
A expressão é de José Guilherme Magnani, op. cit., p. 25.
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Para uma aplicação comparada dessa noção em referência às territorialidades urbanas homossexuais no Rio
de Janeiro, ver Fabiano Gontijo, “Carioquice ou carioquidade: ensaio etnográfico de imagens identitárias
cariocas.” In: Mirian Goldenberg (org.), Nu e vestido. Rio de Janeiro:, Record, 2002.
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Sobre o “comportamento de consumo homossexual”, ver Adriana Nunan, Homossexualidade: do
preconceito aos padrões de consumo. Rio de Janeiro: Caravansarai, 2003.
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Ouvimos de um homem gay elegante, de classe média alta, na casa dos 40 anos, um pouco em tom de
blague, que “na Lôca vão os jovens, meio alternativos, que gostam de cocaína; na Level e na Blue Space vão
os bombados, que consomem anabolizantes; e no Bailão vão os que tomam banho, almoçam e jantam”.
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Nesse golpe, as vítimas são dopadas, depois roubadas e, eventualmente, chantageadas e extorquidas sob
ameaça de outing (isto é, de se revelar publicamente a homossexualidade da vítima, para empregadores e/ou
familiares).
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Carmen Dora Guimarães, O homossexual visto por entendidos. Rio de Janeiro: Garamond, 2004; Peter Fry,
“Da hierarquia à igualdade: a construção histórica da homossexualidade no Brasil.”,op.cit.
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A expressão é de Hannah Arendt, e nos foi recordada em Verena Stolcke, “Posfácio: o negócio das
diferenças.” In: Heloísa B. de Almeida et al. (org.) Gênero em matizes. Bragança Paulista, EDUSF, 2002.