Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NA LEGISLAÇÃO NACIONAL
PRISCYLA MAIRA DE SOUZA ROQUE - priscylaroque@gmail.com
FACULDADE PITÁGORAS - PITÁGORAS - IPATINGA
2
XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
1. Introdução
O risco biológico, no âmbito da saúde e segurança do trabalho, está relacionado à
probabilidade de exposição ocupacional a material biológico que possa implicar em acidente
de trabalho que cause agravo a saúde do trabalhador, advindo das condições ambientais de
trabalho.
Segundo a NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, são
considerados agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus,
entre outros. (BRASIL, 1978)
A legislação trabalhista brasileira estabelece que o trabalhador tenha direito à redução
de riscos inerentes ao ambiente de trabalho, através da aplicação de normas de saúde, higiene
e segurança, conforme se verifica no Art. 7º, inciso XXII da Carta Magna Brasileira.
(BRASIL, 1988).
Paradoxalmente, a mesma legislação prevê ainda em seu Art 7º, inciso XXIII a
compensação financeira devida ao trabalhador que labore em condições de trabalho
consideradas penosas, insalubres e perigosas.
Diferentemente da tendência das legislações internacionais, o Brasil ainda convive
com a “monetização do risco” que confere ao trabalhador um adicional ao salário como
compensação pela exposição de sua saúde, segurança e integridade física devido ao fator
insalubre presente nas atividades. Desta forma, a insignificante compensação financeira passa
a ser complemento de renda do trabalhador e desestimula os empregadores a implantarem
medidas que reduzam e até mesmo eliminam os riscos presentes no ambiente laboral.
No que tange os riscos biológicos, o problema é ainda maior. O anexo XIV da NR 15
– Atividades e Operações Insalubres que trata sobre a exposição do trabalhador aos agentes
biológicos está ultrapassada e não contempla em sua totalidade os parâmetros adequados para
prevenção e proteção do trabalhador, assim como, a caracterização assertiva do risco e a
abrangência de todo o rol de atividades que estão efetivamente expostos a esses agentes
(BRASIL, 1979).
Deste modo, por não haver amparo legal, perícias judiciais de insalubridade e
periculosidade que decorrem sobre este assunto acabam sendo decididas de forma arbitrária.
3
XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
TABELA 1 – Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, conforme a Norma Regulamentadora 15.
1
Ministério da Saúde. Prevenção de infecções adquiridas no hospital: um guia prático. Lisboa.
Disponível em: <https://www.dgs.pt/programa-nacional-de-controlo-da-infeccao/documentos/manuais-
de-boas-praticas/prevencao-de-infeccoes-adquiridas-no-hospital-um-guia-pratico-pdf.aspx. > Acesso
em: 12 /04 /2018.
4
XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
5
XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
6
XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
3. Metodologia
7
XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
8
XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
sanitário pode ser conceituado como o início da rede de esgoto, e constitui um ambiente de
grande proliferação de agentes microbianos.
De forma similar aos trabalhadores que trabalham em contato com o esgoto, a análise
do item 4 revela que estes profissionais estão em contato com elevada carga microbiana em
suas atividades laborais. O lixo se qualifica como veículo para proliferação e disseminação
das mais variadas formas de doenças, desde Gripes e Dermatites até mesmo doenças mais
graves como, AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e Hepatites.
No caso dos catadores de lixo, observa-se que nem sempre os profissionais têm
consciência de que as condições de trabalho a que estão expostos possuem estreita relação
com o surgimento de doenças ocupacionais, uma vez que, esses trabalhadores percebem o lixo
como fonte de sobrevivência.
Diferentemente de outros países que possuem políticas públicas bem definidas a
respeito da geração, destino e tratamento dos resíduos sólidos, o Brasil ainda não tem a coleta
seletiva implantada de forma sistêmica em seu território. Em países desenvolvidos é comum a
utilização de biodigestores até mesmo em residências para acelerar o processo de
decomposição da matéria orgânica e aperfeiçoar os produtos resultantes deste processo. Desta
forma, representa uma solução ideal para o tratamento dos resíduos sólidos orgânicos e
redução de microrganismos patogênicos no lixo doméstico e disseminação de doenças.
O descarte inadequado de materiais perfuro cortantes também configura um agravo
para a saúde destes trabalhadores. Há algumas legislações que ponderam sobre o descarte de
RSS – Resíduos de Serviços de Saúde, como por exemplo, a RDC N° 306 da ANVISA
(BRASIL, 2004), Resolução N° 358 do CONAMA (BRASIL, 2005) e preconizam que todo
estabelecimento que gera RSS deve elaborar um PGRSS - Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde conforme as particularidades do resíduo gerado.
Um fator de risco que merece destaque neste contexto é o caso dos usuários de
insulina em domicílio que também geram RSS. A ausência de orientação técnica sobre o
acondicionamento e disposição final destes resíduos favorece o descarte inadequado e coloca
em risco a saúde e segurança dos coletores e catadores de lixo.
Várias são as atividades e situações ocupacionais que expõem os trabalhadores aos
riscos biológicos. Observa-se que no geral os empregadores insistem em implantar de forma
direta os EPI – Equipamento de Proteção Individual sem antes buscar medidas de proteção
coletiva através dos EPC – Equipamento de Proteção Coletiva, onde for aplicável, a fim de
possibilitar agir primordialmente nas condições insalubres do ambiente. Desta forma, haveria
uma redução de insalubridade nos ambientes de trabalho e consequentemente a
9
XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
5. Conclusão
10
XXV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Inovação E Sustentabilidade Na Gestão De Processos De Negócios
Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de novembro de 2018
Referências
AGUIAR D. ; LIMA A.; SANTOS R. Uso das precauções-padrão na assistência de
enfermagem: um estudo retrospectivo. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. Rio de
Janeiro. Volume 12. 2008.
Cardo DM. Patógenos veiculados pelo sangue. In: Rodrigues EAC, Mendonça JS, Amarante
JMB, Alves Filho MB, Grinbaum RS, Richtmann R. Infecções hospitalares: prevenção e
controle. São Paulo: Sarvier; 1997. p. 341-51
MAYON - White rt. Zoonoses of slaughterhouse workers. J Public Health Med. 1992;14:231.
PORTO, Marcelo Firpo de Souza et al. Lixo, trabalho e saúde: um estudo de caso com
catadores em um aterro metropolitano no Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública,
v. 20, p. 1503-1514, 2004.
11