Você está na página 1de 12

Brasília, 20 a 24 de outubro de 1997 - Nº 89

Data (páginas internas): 30 de outubro de


1997.

Este Informativo, elaborado a partir de


notas tomadas nas sessões de julgamento das
Turmas e do Plenário, contém resumos não-
oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal. A
fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo
das decisões, embora seja uma das metas
perseguidas neste trabalho, somente poderá
ser aferida após a sua publicação no Diário da
Justiça.

ÍNDICE DE ASSUNTOS

ADIn: Ilegitimidade Ativa


Embargos de Declaração e Extradição
Falta de Intimação para Requerer Diligências
Incompetência do STF e Medida Liminar
Justiça Federal e Competência: HC de Ofício
Mandado de Segurança: Autoridade Coatora
OAB: Participação em Concurso Público
Preclusão Consumativa: Inocorrência
RE Trabalhista: Deserção
RE: Prequestionamento
Revisão Criminal: Admissão
Revisão de Benefícios Previdenciários
TSE e Recurso de Habeas Corpus
Tribunal de Contas e Conselheiro
Vinculação Tributária: Inconstitucionalidade

PLENÁRIO
Tribunal de Contas e Conselheiro - 1
O Tribunal, com base no disposto no art. 102, I, n,
parte final da CF — que diz ser da competência do STF
processar e julgar a ação em que mais da metade dos
membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam
direta ou indiretamente interessados —, declarou-se
competente para julgar apelação interposta contra decisão de
primeira instância que julgara improcedente ação popular
ajuizada contra ato do Governador do Estado de Roraima
que nomeara três conselheiros do Tribunal de Contas do
Estado, já que cinco dos sete desembargadores estavam
impossibilitados de atuar. Precedente citado: AO (QO) 263-
SC (DJU de 20.4.97).

Tribunal de Contas e Conselheiro - 2


No mérito, o Tribunal, em votação majoritária,
negou provimento à apelação em que se alegava que o artigo
235, III, das Disposições Constituicionais Gerais da CF
(“Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão
observadas as seguintes normas: ... III - o Tribunal de
Contas terá três membros, nomeados, pelo Governador
eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade e
notório saber.”) deveria ser lido em conjunto como art. 73, §
1o, III, da CF (“... § 1o Os Ministros do Tribunal de Contas
da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam
os seguintes requisitos ... III - notórios conhecimentos
jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros de
administração pública.”). Desse modo, não poderia o
Governador nomear conselheiros para Corte de Contas sem
qualquer formação técnico-profissional para o exercício das
funções. Prevaleceu, contudo, o entendimento de que o
disposto no art. 235, III, da CF é regra especial,
representando, assim, uma redução dos requisitos da art. 73
da Carta da República. Ponderou-se, ainda, que o Poder
Judiciário não deveria substituir o juízo político da
nomeação. Vencidos os Ministros Marco Aurélio, relator,
Carlos Velloso e Sepúlveda Pertence, ao argumento da
necessidade de um mínimo de pertinência entre as qualidades
intelectuais dos nomeados e o ofício a desempenhar.
Precedente citado: RE 167.137-TO (DJU de 20.4.95). AO
476-RO, rel. orig. Min. Marco Aurélio, rel. p/ o acórdão Min.
Nelson Jobim, 16.10.97 .

Mandado de Segurança: Autoridade Coatora


O Tribunal, por decisão unânime, negou
provimento a agravo regimental contra decisão do Min.
Octavio Gallotti, que recusara trânsito a mandado de
segurança interposto por familiares de passageiros falecidos
em decorrência da queda, no dia 31.10.96, de aeronave da
empresa TAM , ao fundamento da ilegitimidade passiva
da autoridade apontada como coatora: o Presidente da
República, já que o objeto da segurança era o fornecimento
de documentos que estariam sob a responsabilidade de órgão
do Ministério da Aeronáutica. Afastou-se, assim, a alegação
de que o disposto no art. 84, II da CF (“Compete
privativamente ao Presidente da República: ... II - exercer,
com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal.”) autorizaria figurar no polo passivo
do writ o Chefe do Poder Executivo. MS 22.929-SP (AgRg),
rel. Min. Octavio Gallotti, 22.10.97 .

TSE e Recurso de Habeas Corpus


Considerando que o princípio da indivisibilidade
da ação penal não se aplica a ação penal pública hipótese
dos autos, já que se imputa ao recorrente a prática de delito
eleitoral , e ainda que o fato dos co-autores estarem
respondendo a ação em outra Comarca não impede eventual
reunião dos processos, com base no art. 82 do CPP (“Se, não
obstante a conexão ou continência, forem instaurados
processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente
deverá avocar os processos que corram perante outros
juízes ...”), para o julgamento pela jurisdição prevalente, ou
seja, o Tribunal Regional Eleitoral, desde que não verificada
qualquer das hipóteses previstas no art. 80 do CPP (“Será
facultada a separação dos processos quando as infrações
tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de
lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
acusados, e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou
por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a
separação.”), a turma negou provimento ao recurso de
habeas corpus interposto contra decisão do TSE em que se
alegava falta de justa causa para a ação penal e inépcia da
denúncia. RHC 75.539-SP, rel. Min. Moreira Alves, 22.10.97
.

Embargos de Declaração e Extradição - 1


O Tribunal, por maioria, rejeitou os embargos de
declaração opostos pelos extraditandos ao acórdão do STF
que deferira em parte pedido extradicional formulado pela
República do Peru (DJU de 30.5.97, v. Informativo 55), com
o que os embargantes que alegavam omissão, contradição e
fato novo superveniente: prescrição do crime de concussão,
segundo as leis peruanas pretendiam dar efeito modificativo
aos embargos no sentido de se indeferir a extradição.
Vencidos os Ministros Ilmar Galvão que recebia os embargos
à vista da omissão do acórdão embargado quanto ao tema da
prescrição e Marco Aurélio que, apesar de rejeitar os
declaratórios, concedia habeas corpus de ofício ante a
alegação de prescrição do delito de concussão.

Embargos de Declaração e Extradição - 2


No mesmo julgamento, o advogado da República
do Peru considerando a decisão do Tribunal no HC 74.959-
DF (acórdão ainda não publicado, v. Informativo 63), que
vinculou a entrega dos extraditandos ao Estado requerente
após o trânsito em julgado da decisão concessiva da
extradição formulou, da tribuna, requerimento no sentido de
saber se, à vista do julgamento dos declaratórios, o
Presidente da República seria comunicado para adotar as
providências cabíveis. O Tribunal deliberou, de início, sobre
o conhecimento do pedido. Vencidos os Ministros Maurício
Corrêa, Ilmar Galvão, Marco Aurélio e Celso de Mello, ele
foi conhecido. Após, vencidos os Ministros Maurício Corrêa,
Marco Aurélio e Celso de Mello, o requerimento foi
deferido. EDExt. 662 - República do Peru, rel. Min. Octavio
Gallotti, 22.10.97 .

Revisão de Benefícios Previdenciários


A revisão de benefícios previdenciários disposta
no art. 58 do ADCT não se aplica aos benefícios concedidos
após a promulgação da Constituição de 88 (CF, art. 58: “Os
benefícios de prestação continuada, mantidos pela
previdência social na data da promulgação da Constituição,
terão seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido o
poder aquisitivo, expresso em número de salários-mínimos,
que tinham na data de sua concessão, obedecendo-se a esse
critério de atualização até a implantação do plano de
custeio e benefícios referidos no artigo seguinte.”). O
Tribunal, por maioria de votos, deu provimento ao recurso
extraordinário do INSS, sob o entendimento que o
mencionado artigo tem caráter transitório, não se podendo
atribuir-lhe eficácia prospectiva. Vencidos os Ministros
Marco Aurélio, relator, Carlos Velloso e Néri da Silveira, que
estendiam a aplicação da referida norma também aos
benefícios concedidos posteriormente, até o momento da
implantação do plano de custeio e benefício previsto no art.
59, ADCT, isto é, até o advento da Lei 8.213/91. Prevaleceu
neste julgamento o entendimento adotado pela Primeira
Turma no RE 145.895-SP e RE 157.571-SP (ambos
publicados no DJU de 18.8.95). RE 199.994-SP, rel.
originário Min. Marco Aurélio, rel. para o acórdão, Min.
Maurício Corrêa, 23.10.97.

Vinculação Tributária: Inconstitucionalidade


Considerando a plausibilidade jurídica da tese de
inconstitucionalidade pela vinculação de receita tributária
não compreendida nas ressalvas do art. 167, IV, da CF (“São
vedados: ... IV - a vinculação de receita de impostos a
órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os
arts. 159, a destinação de recursos para manutenção e
desenvolvimento do ensino, como determinado pelo art. 212,
e a prestação de garantias às operações de crédito por
antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
assim o disposto no § 4º deste artigo;”), o Tribunal, por
unanimidade, deferiu com eficácia ex tunc medida cautelar
em ação direta requerida pelo Procurador-Geral da República
(atendendo solicitação do Prefeito do Município do Recife)
para suspender a aplicabilidade e execução da norma inscrita
no § 2º do art. 22 da Constituição do Estado de Pernambuco
que determina a aplicação anual de, no mínimo, um por
cento dos orçamentos gerais do referido Estado e de seus
Municípios em programas de assistência integral à criança e
ao adolescente. Precedentes citados: ADIn 103-RO (DJU de
8.9.95); ADInMC 1.374-MA (DJU de 1.3.96). ADInMC
1.689-PE, rel. Min. Sydney Sanches, 23.10.97.

ADIn: Ilegitimidade Ativa - 1


Entendendo que a Associação Brasileira de
Consumidores - ABC não congrega em si uma classe a fim
de legitimar-se à propositura da ação direta de
inconstitucionalidade (CF, art. 103, IX: “Podem propor a
ação de inconstitucionalidade: ... IX - confederação sindical
ou entidade de classe de âmbito nacional.”), o Tribunal não
conheceu da ação por ilegitimidade ativa ad causam da
autora, ficando prejudicado o pedido de medida cautelar.
ADIn 1.693-MG, rel. Min. Marco Aurélio, 23.10.97.

ADIn: Ilegitimidade Ativa -2


Embora a Confederação dos Servidores Públicos
do Brasil - CSPB seja em princípio, devido à reforma de seu
estatuto, uma confederação sindical (CF, art. 103, IX), o
Tribunal não conheceu de ação direta de
inconstitucionalidade por ela ajuizada por ilegitimidade ad
causam, tendo em vista não haver prova de seu atual registro
no Ministério do Trabalho. ADIn 1.565-PE, rel. Min. Néri da
Silveira, 23.10.97.

OAB: Participação em Concurso Público


Deferida medida cautelar em ação direta requerida
pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
para suspender a eficácia do art. 2º da Resolução nº 3/97, do
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia que, disciplinando o
concurso de provas e títulos para ingresso na carreira da
magistratura no cargo inicial de juiz substituto, determina
que “o Presidente do Tribunal de Justiça solicitará ao
Presidente da OAB, Seção da Bahia, indicação de lista
sêxtupla para escolha do seu representante que integrará a
comissão de concurso”. Considerou-se, num primeiro
exame, que cabe exclusivamente à OAB indicar o seu
componente da banca examinadora tendo em vista que o art.
93, I, da CF garante a sua participação em todas as fases do
referido concurso, não podendo o mencionado Tribunal co-
participar desta indicação. ADInMC 1.684-BA, rel. Min.
Moreira Alves, 23.10.97.

PRIMEIRA TURMA
RE: Prequestionamento
Apenas se admite o recurso extraordinário contra
acórdão do STJ se a questão constitucional tiver surgido
originariamente no julgamento deste. Com base nesse
entendimento, a Turma não conheceu de recurso
extraordinário interposto contra acórdão proferido em
recurso especial pelo STJ, que endossara tese constitucional
do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul contrária ao
entendimento do STF que, no julgamento do RE 193.817-RJ
(v. Informativo 50), decidira que o fato gerador do ICMS na
importação de mercadorias ocorre no recebimento desta pelo
importador, sendo legítima a cobrança do imposto por
ocasião do desembaraço aduaneiro , tendo em vista a
preclusão da matéria constitucional porquanto não interposto
agravo de instrumento contra o despacho que inadmitiu o
processamento do recurso extraordinário interposto perante o
Tribunal de Justiça de origem. Precedente citado: AG
(AgRg) 141.518-DF (RTJ 153/986). RE 215.247-RS, rel.
Min. Octavio Gallotti, 21.10.97.

Falta de Intimação para Requerer Diligências


Tendo em vista que o prazo para requerer
diligências (CPP, 499) corre em cartório e que a falta de
intimação da defesa para esta fase configura nulidade
relativa, a Turma indeferiu habeas corpus considerando que
a referida nulidade não foi alegada no momento oportuno e
que não foi comprovado o prejuízo para o paciente.
Precedentes citados: RHC 60.647-RJ (RTJ 106/146); RHC
59.854-RJ (DJU de 18.6.82). HC 75.600-MG, rel. Min.
Sydney Sanches, 21.10.97.
Revisão Criminal: Admissão
Julgando habeas corpus contra acórdão que não
conhecera das alegações de nulidade por colidência de
defesas e por vício na citação por entender não enquadráveis
nas hipóteses de admissão de revisão criminal (CPP, art.
621), a Turma, considerando que a pretensão do paciente
pode estar configurada na hipótese do inciso I, do art. 621
(“A revisão dos processos findos será admitida: I - quando a
sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei
penal ou à evidência dos autos”), concedeu a ordem de
ofício para afastar a preliminar acolhida no acórdão
impugnado a fim de que o tribunal a quo proceda ao
julgamento da revisão criminal como entender de direito.
Com isso, julgou-se prejudicado o pedido de habeas corpus,
no qual se pretendia ver examinadas as referidas alegações.
HC 74.964-PR, rel. Min. Octavio Gallotti, 21.10.97.

Preclusão Consumativa: Inocorrência


Embora sujeitos ao mesmo prazo legal, a defesa
prévia e a apresentação do rol de testemunhas são atos
independentes. Com base nesse entendimento, a Turma
entendeu que caracteriza cerceamento de defesa o
indeferimento do rol de testemunhas apresentado após a
defesa prévia - na qual, havendo sido indicadas 4
testemunhas, protestara-se pelo arrolamento de outras mas
ainda dentro do prazo de três dias previsto no art. 395, do
CPP (“O réu ou seu defensor poderá, logo após o
interrogatório ou no prazo de três dias, oferecer alegações
escritas e arrolar testemunhas.”). HC 76.049-SP, rel. Min.
Sepúlveda Pertence, 21.10.97.

SEGUNDA TURMA
Justiça Federal e Competência: HC de ofício
Iniciado o julgamento de recurso ordinário de
habeas corpus interposto contra decisão do Superior
Tribunal de Justiça. Alega-se como coação ilegal a não-
concessão por aquela corte quando do julgamento de
embargos de declaração interpostos contra decisão que em
agravo regimental mantivera decisão monocrática que negara
trânsito a embargos de divergência interpostos contra decisão
que não conhecera de recurso especial de habeas corpus de
ofício, já que, pela ótica do recorrente, consumara-se a
prescrição da pretensão punitiva, tendo em vista a pena
imposta. Invocou-se, assim, o disposto na Súmula 146 do
STF (“A prescrição da ação penal regula-se pela pena
concretizada na sentença, quando não há recurso da
acusação.”). O relator, Min. Marco Aurélio, após ponderar
sobre o não-cabimento do recurso ordinário na hipótese, já
que não se tratava de recurso interposto contra decisão
denegatória proferida em habeas corpus (CF, art. 102, II, a),
dele não conheceu à vista da sua intempestividade.
Concedeu, entretanto, habeas corpus de ofício para anular,
desde o início, a ação penal que tramitou contra o paciente
na Justiça Federal em face da sua incompetência. Após, o
julgamento foi suspenso em virtude de pedido de vista do
Min. Nelson Jobim. Precedentes citados: HHCC 68.269-PR
(RTJ 137/237) e 72.489-DF (DJU de 16.2.96). RHC 72.175-
SP, rel. Min. Marco Aurélio, 21.10.97 .

Incompetência do STF e Medida Liminar


Ao argumento da incompetência do STF para
julgamento do writ, a Turma não conheceu do pedido de
habeas corpus interposto contra a demora no julgamento,
pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, de apelação
contra decisão condenatória do Júri, e determinou a remessa
dos autos ao mencionado Tribunal. No mesmo julgamento,
manteve-se a liminar concedida pelo relator, no sentido de se
prevalecer o direito, já concedido ao paciente, de recorrer
em liberdade, até que o Tribunal cearense, com a remessa
dos autos, conheça do HC, decidindo a matéria como
entender de direito. HC 75.901-CE, rel. Min. Marco Aurélio,
21.10.97 .

RE Trabalhista: Deserção
Dando continuidade ao julgamento (v. Informativos 67 e
86) de recurso extraordinário trabalhista em que se discute
direito adquirido ao Plano Bresser [URP de fevereiro/89
(26.05%)], a Turma, à vista de questão preliminar suscitada
pelo recorrido: deserção do recurso dada a ausência de
preparo, remeteu-o ao Plenário. Alega o recorrido que o art.
511 do CPC, com a redação dada pela Lei 8.950/94 (“No ato
da interposição do recurso, o recorrente comprovará,
quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo
preparo, inclusive porte de retorno, sob pena de deserção.”),
derrogou as disposições do Regimento Interno do STF e a
Resolução 84/92 que cuida das normas para a cobrança de
custas devidas pelo processamento, julgamento e execução
dos feitos da competência do STF , na parte em que trata do
preparo, do prazo para sua efetivação, bem como da
inexigência deste quando o recurso tenha subido em razão do
provimento de agravo. RE 207.518-SP, rel. Min. Maurício
Corrêa, 20.10.97.

Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos

Pleno 22.10.97 23.10.97 13


1ª Turma 21.10.97 --------- 165
2ª Turma 21.10.97 20.10.97 428

CLIPPING DO DJ
24 de outubro de 1997

ADIn N. 903
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
E M E N T A: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE - LEI 10.820/92 DO
ESTADO DE MINAS GERAIS - PESSOAS
PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA - TRANSPORTE
COLETIVO INTERMUNICIPAL - EXIGÊNCIA DE
ADAPTAÇÃO DOS VEÍCULOS - MATÉRIA SUJEITA AO
DOMÍNIO DA LEGISLAÇÃO CONCORRENTE -
POSSIBILIDADE DE O ESTADO-MEMBRO EXERCER
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PLENA - MEDIDA
CAUTELAR DEFERIDA POR DESPACHO -
REFERENDO RECUSADO PELO PLENÁRIO.

- O legislador constituinte, atento à necessidade de


resguardar os direitos e os interesses das pessoas portadoras
de deficiência, assegurando-lhes a melhoria de sua condição
individual, social e econômica - na linha inaugurada, no
regime anterior, pela E.C. n. 12/78 -, criou mecanismos
compensatórios destinados a ensejar a superação das
desvantagens decorrentes dessas limitações de ordem
pessoal.

- A Constituição Federal, ao instituir um sistema de


condomínio legislativo nas matérias taxativamente indicadas
no seu art. 24 - dentre as quais avulta, por sua importância,
aquela concernente à proteção e à integração social das
pessoas portadoras de deficiência (art. 24, XIV) -, deferiu ao
Estado-membro, em "inexistindo lei federal sobre normas
gerais", a possibilidade de exercer a competência legislativa
plena, desde que "para atender a suas peculiaridades" (art.
24, § 3º). A questão da lacuna normativa preenchível.
Uma vez reconhecida a competência legislativa concorrente
entre a União, os Estados-membros e o Distrito Federal em
temas afetos às pessoas portadoras de deficiência, e
enquanto não sobrevier a legislação de caráter nacional, é
de admitir a existência de um espaço aberto à livre atuação
normativa do
Estado-membro, do que decorre a legitimidade do exercício,
por essa unidade federada, da faculdade jurídica que lhe
outorga o art. 24,
§ 3º, da Carta Política.

- QUESTÃO DE ORDEM - Julgamento - Proclamação do


resultado - Possibilidade de retificação dos votos já
proferidos, desde que na mesma Sessão de julgamento -
Votos vencidos.

Os Ministros do Supremo Tribunal Federal podem,


excepcionalmente, modificar os votos que proferiram na
resolução da causa, mesmo que já proclamado o resultado da
decisão colegiada, desde que o façam, no entanto, no curso
da mesma Sessão em que efetuado o julgamento do
processo.

Voto vencido do RELATOR (Min. CELSO DE MELLO),


para quem a retificação dos votos proferidos só se admite
dentro de um específico contexto temporalmente delimitado:
aquele sob cujo domínio se desenvolveu o julgamento, de tal
modo que, concluído
este - e anunciado formalmente o respectivo resultado -,
tornam-se imodificáveis os pronunciamentos decisórios já
manifestados pelos membros integrantes do Tribunal.
Entendimento que, embora vencido, encontra suporte no
magistério doutrinário de LOPES DA COSTA, MONIZ DE
ARAGÃO, JOÃO CLAUDINO DE OLIVEIRA E CRUZ,
COSTA MANSO E JOSÉ CARLOS BARBOSA
MOREIRA.

ADIn N. 1.252
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. DÉBITO JUDICIAL.
DISPENSA DE PRECATÓRIO TENDO EM
CONSIDERAÇÃO O VALOR DA CONDENAÇÃO: ART.
128 DA LEI 8.213/91. INCONSTITUCIONALIDADE
PARCIAL DA NORMA FRENTE AO DISPOSTO NO ART.
100 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RESOLUÇÃO Nº 5
DO CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA
SOCIAL: ART. 5º. NÃO CONHECIMENTO.
1. O preceito ínsito ao art. 100 da Constituição Federal
proíbe a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais, tendo em vista a
observação de preferência. Por isso, a dispensa de precatório,
considerando-se o valor do débito, distancia-se do tratamento
uniforme que a Constituição objetivou conferir à satisfação
dos débitos da Fazenda.
1.1. Inconstitucionalidade da expressão contida no art. 128
da Lei 8.213/91: "e liquidadas imediatamente, não se lhes
aplicando o disposto nos arts. 730 e 731 do Código de
Processo Civil".
2. Art. 5º da Resolução nº 5 do Conselho Nacional de
Previdência Social. Controvérsia que se circunscreve à
legalidade e não constitucionalidade do ato normativo.
Ação Direta de Inconstitucionalidade não conhecida,
nesta parte.
2.1.A Resolução está umbilicalmente vinculada ao art. 128
da Lei 8.213/91, e a declaração de inconstitucionalidade
parcial deste preceito retira-lhe o sustentáculo para a sua
existência na ordem jurídica e, por conseqüência, a sua
aplicabilidade.
Ação direta de inconstitucionalidade parcialmente
procedente.
ADIn N. 1.408
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ART. 57, DA LEI Nº 9.100, DE 29 DE
SETEMBRO DE 1995. ELEIÇÕES MUNICIPAIS.
DISTRIBUIÇÃO DOS PERÍODOS DE PROPAGANDA
ELEITORAL GRATUITA, EM FUNÇÃO DO NÚMERO
DE REPRESENTANTES DE CADA PARTIDO NO
CÂMARA FEDERAL. ALEGADA AUSÊNCIA DE
GENERALIDADE NORMATIVA, ALÉM DE OFENSA AO
PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
Improcedência da alegação. Solução legislativa motivada
pela profunda desigualdade que se verifica entre os partidos.
* noticiado no Informativo 19

ADIn N. 1.545
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Relevância da arguição de
inconstitucionalidade, perante o art. 130 da Constituição
Federal, do art. 26 da Lei Complementar sergipana nº 4-90,
que implica o funcionamento, junto ao Tribunal de Contas,
de órgão do Ministério Público comum, bem como, perante o
art. 37, II, também da Carta da República, do art. 83 do
mesmo diploma estadual que transpõe, para cargos de
Procurador de Justiça, os ocupantes dos de Procurador da
Fazenda Pública junto ao Tribunal de Contas.
* noticiado no Informativo 73

ADIn N. 1.627
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério.
Cautelar, em parte, deferida, para suspender a eficácia
das expressões que fixam prazo para o exercício, pelas
Unidades da Federação, de atos compreendidos em sua
competência legislativa (artigos 9º e 10, II, da Lei nº 9.424,
de 24 de dezembro de 1996).
* noticiado no Informativo 77

ADIn N. 1.655
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. TRIBUTÁRIO. IPVA.
ISENÇÃO CONCEDIDA A VEÍCULOS DESTINADOS À
EXPLORAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE
ESCOLAR, DEVIDAMENTE REGULARIZADOS JUNTO
À COOPERATIVA DE TRANSPORTES ESCOLARES DO
MUNICÍPIO DE MACAPÁ. LEI Nº 351 DO ESTADO DO
AMAPÁ, DE INICIATIVA PARLAMENTAR.
INCONSTITUCIONALIDADE: ART. 150, II DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PLAUSIBILIDADE DA
TESE JURÍDICA SUSTENTADA. LIMINAR DEFERIDA.
Isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores concedida pelo Estado-Membro aos
proprietários de veículos destinados à exploração dos
serviços de transporte escolar no Estado do Amapá,
devidamente regularizados junto à Cooperativa de
Transportes Escolares do Município de Macapá - COOTEM.
Tratamento desigual entre contribuintes que se encontram
em situação equivalente. Violação ao princípio da igualdade
e da isonomia tributária. Art. 150, II da Constituição Federal.
Medida liminar deferida.
* noticiado no Informativo 83

HC N. 74.951
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Sentença condenatória: individualização da pena:
ausência de fundamentação.
A simples referência aos critérios do art. 59 C. Penal
equivale à ausência de fundamentação da individualização da
pena, que reclama a indicação da base empírica a partir da
qual cada um dos padrões legais tenha sido levado em conta,
a benefício ou em prejuízo do acusado.
HC N. 74.995
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. PACIENTE
CONDENADO PELO CRIME DE SONEGAÇÃO FISCAL.
LEI Nº 8.137/90. PRETENDIDA EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE, DECORRENTE DE PARCELAMENTO
DO DÉBITO, EM FACE DO ART. 34 DA LEI
SUPERVENIENTE Nº 9.249/95.
Jurisprudência do STF no sentido de que, enquanto não
satisfeito integralmente o débito pelo pagamento, não ocorre
a causa de extinção da punibilidade.
Caso em que, quando do advento da alegada lex mitior, já
havia denúncia recebida, inexistindo nos autos —— que já
contém sentença condenatória confirmada em segundo grau
——, sequer a prova de que o parcelamento restou
cumprido.
Habeas corpus indeferido.

HC N. 75.947
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO PROCESSUAL PENAL.
PRISÃO PREVENTIVA. RÉU ABSOLVIDO PELO
TRIBUNAL DO JÚRI. SOLTURA. APELAÇÃO DO
MINISTÉRIO PÚBLICO: PROVIMENTO PARA SE
SUBMETER O RÉU A NOVO JULGAMENTO PERANTE
O JÚRI. RESTABELECIMENTO DA PRISÃO.
FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE.
"HABEAS CORPUS".
1. Embora mantida, na pronúncia, a prisão preventiva do
réu, tendo sido este submetido a julgamento perante o Júri,
foi absolvido, com expedição de alvará de soltura.
2. O acórdão impugnado, provendo apelo do Ministério
Público, para submeter o réu a novo julgamento perante o
Júri, cassando, pois, a decisão recorrida, podia, em tese,
decretar novamente a prisão, mas haveria de fazê-lo
fundamentadamente, o que, no caso, não ocorreu.
3. "H.C". deferido, em parte, para que a Câmara Criminal,
apontada como autoridade coatora, complete o acórdão,
fundamentando, devidamente, a nova ordem de prisão.
* noticiado no Informativo 87

MS N. 21.075
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: I. Mandado de segurança: admissibilidade contra
o pagamento de vencimentos com base em lei que se tacha
de inconstitucional, porque os teria fixado em quantia
inferior ao que resultaria da Constituição.

II. Mandado de segurança coletivo: autoridade coatora:


legitimação do Secretário de Estado, que, competente, em
tese, para a prática do ato que se reclama, de modo a
alcançar todos os destinatários da impetração, ademais,
assume nas informações a responsabilidade pela ação
contrária, objeto de impugnação.

III. Vencimentos: equivalência dos tetos (CF, art. 37, XIII c/c
art. 39, § 1º) que não é título para que os agentes de um
Poder - no caso, Desembargadores do Tribunal de Justiça -
reivindiquem equiparação compulsória da remuneração aos
de outro - no caso, os Deputados Estaduais - quando
inconstitucional a fixação desta.

IV. Deputado Estadual: subsídios: inconstitucionalidade de


sua vinculação percentual aos dos Deputados Federais:
precedentes sob a Carta de 69 e a Constituição atual.

RECLAMAÇÃO N. 518
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: - Reclamação. Questão de ordem. Falta de
legitimação ativa dos reclamantes.
- É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de que,
sendo objetivo o processo pelo qual se exerce o controle de
constitucionalidade dos atos normativos em abstrato, não se
considera parte interessada, a que alude a Lei 8.038/90, para
o efeito de legitimação ativa para propor reclamação sob o
fundamento de não-cumprimento de acórdão prolatado em
ação direta de inconstitucionalidade, terceiros que tenham,
subjetivamente, interesse jurídico ou econômico na
observância dessa decisão. Precedentes do S.T.F.
Reclamação não conhecida.

AG (AgRg) N. 172.345
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
E M E N T A: CRÉDITO RURAL - CORREÇÃO
MONETÁRIA - INCIDÊNCIA - MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL - AGRAVO IMPROVIDO.
- A questão relativa à incidência da correção monetária
no crédito rural reveste-se de caráter eminentemente
infraconstitucional, não autorizando, em conseqüência, o
acesso à via recursal extraordinária. Precedentes.

AG (AgRg) N. 181.480
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E
PROCESSUAL CIVIL.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REAJUSTE DAS
PRESTAÇÕES DEVIDAS AO S.F.H. TEMA
INFRACONSTITUCIONAL. INCOMPETÊNCIA DO
S.T.F. SÚMULAS 282 E 356.
AGRAVO DE INSTRUMENTO.
1. A decisão agravada é de ser confirmada, por seus
fundamentos e pelos deduzidos nos precedentes nela
referidos.
2. Quanto aos acórdãos do Supremo Tribunal Federal,
referidos no presente Agravo, proferidos na Representação nº
1.288 (RTJ 119/548) e nos RR.EE. subseqüentes, decorreram
da antiga competência da Corte, para julgar Representação
para interpretação de lei ou ato normativo (art. 119, I, "l", da
E. C. nº 1/69).
3. Pela Constituição atual, de 1988, a competência é do
Superior Tribunal de Justiça, para, em Recurso Especial,
interpretar a lei federal (art. 105, III, da Constituição
Federal).
4. E foi, interpretando lei infraconstitucional, que o acórdão
recorrido, do Superior Tribunal de Justiça, manteve o não
seguimento de Recurso Especial, sem examinar qualquer
questão constitucional.
5. Sendo assim, os temas constitucionais focalizados no
Recurso Extraordinário e no presente Agravo não foram
objeto de exame naquela Corte (Súmulas 282 e 356).
6. Ademais, se o acórdão regional tivesse enfrentando
questões constitucionais, contra ele é que haveria de ter sido
interposto o Recurso Extraordinário. Não contra o do
Superior Tribunal de Justiça que não as examinou, nem
poderia examinar (art. 105, III, da C.F.).
7. Agravo improvido.

AG (AgRg) N. 193.772
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: - Agravo regimental.
- No caso, não se trata de falta de indicação da letra do inciso
III do artigo 102 da Constituição, mas de falta de indicação
do dispositivo constitucional que teria sido violado pelo
acórdão recorrido, indicação esta que é indispensável ao
exame do recurso extraordinário, uma vez que a ele não se
aplica o princípio "iura novit Curia".
Agravo a que se nega provimento.

AG (AgRg) N. 199.516
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Agravo regimental.
- A imunidade prevista no artigo 155, § 3º, da Constituição
diz respeito às operações relativas a energia elétrica,
combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais, o
que não ocorre no caso, em que as operações sobre sacos de
matéria plástica, pela única circunstância de o polietileno ser
derivado do petróleo e elemento para a fabricação deles, não
são, evidentemente, operações referentes a combustível
líquido como é o petróleo.
Agravo a que se nega provimento.

RE (AgRg) N. 200.194
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR ADMITIDO POR
CONCURSO PÚBLICO. ESTÁGIO PROBATÓRIO.
DEMISSÃO. NECESSIDADE DE PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO. AGRAVO DESPROVIDO.
1. É necessário processo administrativo, com ampla defesa,
para demissão de funcionário admitido por concurso e, ainda
que em estágio probatório, não pode ele ser exonerado ou
demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de
apuração de sua capacidade. Precedentes.
2. Agravo regimental não provido.

Re (EDcl) N. 204.402
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO PROCESSUAL CIVIL.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO: DECISÃO DE
RELATOR NO S.T.F., NEGANDO-LHE SEGUIMENTO.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS ADMITIDOS COMO
AGRAVO (ARTIGOS 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL E 317 DO R.I.S.T.F.). AGRAVO INTEMPESTIVO:
NÃO CONHECIMENTO. PEDIDO ALTERNATIVO DE
RECEBIMENTO COMO EMBARGOS DE
DIVERGÊNCIA.
1. Contra decisão monocrática de Relator, no S.T.F., que
nega seguimento a Recurso Extraordinário, o recurso cabível
é o Agravo (art. 317 do RISTF e art. 557 do C.P.Civil). E não
Embargos Declaratórios.
2. Os Embargos, por conseguinte, são examinados, no caso,
como Agravo.
3. Este, porém, é intempestivo, porque protocolizado na
Secretaria da Corte fora do prazo legal de cinco dias.
4. Quanto à alternativa lembrada pela recorrente, no sentido
de serem os Embargos Declaratórios recebidos como
Embargos de Divergência, não pode ser objeto de
consideração da própria Turma prolatora do acórdão
impugnado, devendo a questão ser submetida,
oportunamente, à Presidência do Tribunal, para que, se assim
lhe parecer, determine a distribuição como Embargos de
Divergência (artigos 76 e 335 do RISTF).
5. Embargos Declaratórios recebidos como Agravo, mas
não conhecido este, por intempestivo.

RE (EDcl) N. 208.475
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FALTA DE PREPARO.
NÃO OBSERVÂNCIA DE PRESSUPOSTO ESSENCIAL
DE RECORRIBILIDADE. DESERÇÃO.
INTIMAÇÃO PARA A PRÁTICA DO ATO PROCESSUAL
QUE CUMPRIA AO RECORRENTE. MARCO INICIAL
DO PRAZO PARA EFETIVAÇÃO DAS DESPESAS
PROCESSUAIS. INEXISTÊNCIA DO ATO
JURISDICIONAL. INÉRCIA NÃO IMPUTÁVEL À
PARTE. DESERÇÃO NÃO CONFIGURADA.
1. O artigo 59, I e parágrafo 1º do RISTF, preceituam que
nenhum recurso subirá ao Supremo Tribunal Federal, salvo
caso de isenção, sem a prova do respectivo preparo e do
pagamento das despesas de remessa e retorno no prazo legal,
e que o pagamento das despesas processuais de recurso
interposto perante outros tribunais far-se-á junto às suas
Secretarias e no prazo previsto na lei processual.
2. Ainda que silente a Lei nº 8.038/90 quanto à necessidade
de preparo do recurso extraordinário e ao prazo para sua
efetivação, persiste a exigência do pagamento das despesas
recursais, no prazo de 10 (dez) dias a contar da efetiva e
formal intimação para esse mister, por aplicação analógica
dos arts. 59, § 3º, e 107 do Regimento Interno desta Corte.
Da intimação é dispensável que conste o valor das custas
porque fixado em tabela publicada pelo Supremo Tribunal
Federal, bem como dele pode conhecer a parte quando do
cumprimento da exigência. A intimação para efetuá-lo é
exigível. Inexistindo essa, não cabe a pena de deserção.
Alegação improcedente.
Embargos de Declaração rejeitados.

RE N. 190.776
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
TAXA - LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL E COMERCIAL
- BASE DE CÁLCULO - NÚMERO DE EMPREGADOS.
Não se coaduna com a natureza do tributo o cálculo a partir
do número de empregados - Precedente: recurso
extraordinário nº 88.327, relatado pelo Ministro Décio
Miranda, perante o Tribunal Pleno, tendo sido publicado na
Revista Trimestral de Jurisprudência nº 91/967.
* noticiado no Informativo 82

RE N. 206.965
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: SERVIDOR ESTADUAL. GRATIFICAÇÃO
NATALINA COM BASE NOS VENCIMENTOS DO MÊS
DE DEZEMBRO DE 1988. LEI COMPLEMENTAR
644/89-SP. OFENSA CONSTITUCIONAL
INOCORRENTE.
O acórdão recorrido, ao assegurar o cálculo da gratificação
natalina considerados os vencimentos do mês de dezembro
de 1988, limitou-se a dar aplicação à Lei Complementar nº
644/89, que estabeleceu efeito retroativo ao tomar por termo
inicial o dia 05 de outubro de 1988.
Ofensas constitucionais inocorrentes.
Recurso não conhecido.
* noticiado no Informativo 83

RE N. 193.496
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
PRAÇA - EXCLUSÃO DA FORÇA - PROCESSO
ADMINISTRATIVO X PROCESSO JURISDICIONAL. O
que se contém na parte final do § 4º do artigo 125 da
Constituição Federal há de ter alcance perquirido mediante
consideração dos preceitos 7º e 8º do artigo 42 nela
inseridos. Tratando-se de praça e não oficial, possíveis são a
perda da graduação e expulsão mediante processo
administrativo.

RE (EDcl) N. 206.570
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO QUANTO
AO ALCANCE DO JULGADO PROFERIDO POR ESTA
CORTE, QUE DECLAROU AUTO-APLICÁVEL O ART.
40, §§ 4º E 5º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
1. Tendo sido reformado o aresto recorrido, evidencia-se a
procedência da ação nos termos do pedido, ressalvada,
contudo, a prescrição qüinqüenal.
2. Embargos de declaração parcialmente recebidos.

Acórdãos publicados: 400

Assessores responsáveis pelo Informativo


Maria Ângela Santa Cruz Oliveira
Márcio Pereira Pinto Garcia

informativo@stf.gov.br

Você também pode gostar