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VERSÃO PÚBLICA
Versão Pública
Sumário
I. RELATÓRIO ..................................................................................................................... 3
I.1 Acordo de Leniência ......................................................................................................... 3
I.2 Inquérito Administrativo Sigiloso ..................................................................................... 6
I.3 Termos de Compromisso de Cessação de Conduta Celebrados ....................................... 9
II. ANÁLISE ........................................................................................................................... 9
II.1 Aspectos Gerais do Combate a Cartéis e Particularidades da Persecução a Cartéis em
Licitações ................................................................................................................................ 9
II.2 Da suposta existência de conduta colusiva entre os Representados .............................. 17
II.2.1 Duração da Conduta................................................................................................ 18
II.2.2 Síntese dos fatos...................................................................................................... 18
II.2.3 Dos indícios da existência de conduta colusiva ...................................................... 22
II.2.3.1 Da dinâmica do suposto cartel ........................................................................... 22
II.2.3.1.1 Fase I: Discussões preliminares e formação do acordo anticompetitivo
preliminar (outubro de 2007 – junho de 2010) ........................................................... 22
III.2.3.1.2 Fase II: Consolidação de acordos anticompetitivos bilaterais e multilaterais
de divisão de mercado e alocação de projetos (junho de 2009 – meados de 2011) .... 75
II.3 Mercado Relevante ................................................................................................ 147
II.3.1 Dimensão do Produto............................................................................................ 148
II.3.2 Dimensão Geográfica ........................................................................................... 149
II.4 Recomendação de Abertura de Procedimento Administrativo .............................. 149
II.4.1 Pessoas Jurídicas Participantes da Conduta...................................................... 158
II.4.1.1 Pessoas Jurídicas Signatária e Compromissárias ............................................. 158
II.4.1.2 Pessoas Jurídicas Não Signatárias e Não Compromissárias ............................ 163
II.4.2 Pessoas Físicas Participantes da Conduta......................................................... 168
II.4.2.1 Pessoas Físicas Signatárias e Compromissárias .............................................. 168
II.4.2.2 Pessoas Físicas Não Signatárias e Não Compromissárias ............................... 184
II.5 Recomendação de Não Inclusão no Processo Administrativo – Pessoas Físicas ..... 195
II.6 Conclusões Quanto aos Indícios Coligidos nos Autos ............................................. 200
II.7 Considerações Finais ................................................................................................ 201
III. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 202
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I. RELATÓRIO
1
Os Signatários explicam que, conforme consta na Lista CNAE do IBGE (versão 2.0), os serviços de construção
civil são compostos por obras de infraestrutura, tais como: construção de autoestradas, vias urbanas, pontes,
túneis, ferrovias, metrôs, pistas de aeroportos, portos e redes de abastecimento de água, sistemas de irrigação,
sistemas de esgoto, instalações industriais, redes de transporte por dutos e linhas de eletricidade, instalações
esportivas, etc. Os serviços de construção civil relacionados às obras de construção de estádios da Copa do
Mundo do Brasil de 2014 enquadram-se na categoria de construção de instalações esportivas.
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cobertura, bem como em arranjos entre ambas as empresas com vistas à redução da
concorrência.
10. Ainda nessa “Fase II”, há informações de participação limitada das empresas
Construtora OAS S.A. (“OAS”), que teria participado das licitações objeto de conduta
anticompetitiva Estádio Nacional Mané Garrincha em Brasília/DF e Estádio do Maracanã no
Rio de Janeiro/RJ, além das licitações possivelmente objeto de conduta Arena das Dunas em
Natal/RN e Arena Fonte Nova em Salvador/BA. Ainda, as empresas Carioca Christiani
Nielsen Engenharia S.A. (“Carioca”) e Construtora Queiroz Galvão S.A. (“Queiroz Galvão”)
também teriam participado da licitação possivelmente objeto de conduta Arena Castelão em
Fortaleza/CE.
11. Os clientes afetados pela conduta teriam sido os órgãos licitantes das obras de
construção civil, modernização e/ou reforma dos estádios de futebol, notadamente a
Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (“NOVACAP”) quanto ao Estádio
Nacional Mané Garrincha em Brasília/DF, a Secretaria de Estado de Infraestrutura (“SEINF”)
do Estado do Amazonas quanto à Arena Amazônia em Manaus/AM, o Governo do Estado de
Pernambuco quanto à Arena Pernambuco em Recife/PE e a Secretaria de Estado de Obras do
Rio de Janeiro quanto ao Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro/RJ.
12. O cliente que poderia ter sido afetado pela conduta, caso o acordo tivesse sido
implementado, é a Secretaria de Planejamento e Gestão – SEPLAG do Estado de Minas
Gerais quanto ao Estádio do Mineirão em Belo Horizonte/MG4.
13. Por fim, outros clientes possivelmente afetados pela conduta teriam sido: a
Secretaria do Esporte do Estado do Ceará quanto à Arena Castelão em Fortaleza/CE, o
Governo do Estado do Rio Grande do Norte quanto à Arena das Dunas em Natal/RN e a
Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (“SETRE”) do Governo da Bahia quanto à
Arena Fonte Nova em Salvador/BA.
4
De acordo com os Signatários, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG do Estado de
Minas Gerais, responsável pela licitação das obras do Estádio Mineirão, não teria sido efetivamente afetada pelo
conluio tendo em vista que o acordo entre concorrentes referente à construção de estádio naquele Estado não se
consumou, em razão do tipo de contratação que foi definido para construção daquele projeto.
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Histórico da Conduta 19/2019 e anexo (SEI 0630210 e 0630242)5, com cópias nos autos
restritos aos Representados (SEI 0633530 e 0633534) e versão pública (SEI 0633567).
19. Também foram solicitadas informações aos clientes afetados pela conduta, ou seja,
aos órgãos licitantes das obras de construção civil, modernização e/ou reforma dos estádios de
futebol:
i. Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – NOVACAP / DF
(0370243), cuja resposta consta no Ofício n° 1219/2017 (0380776);
ii. Secretaria de Estado de Infraestrutura – SEINF / AM (0370244), cuja resposta
consta no Ofício nº 0140/2018 (0431654);
iii. Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco / PE, que
incorporou o Comitê Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público Privadas -
CGPE (0370245), cuja resposta consta no Ofício nº 033/201 (0386096);
iv. Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro – SEOBRAS / RJ (0370246),
cuja resposta consta no Oficio n° 1198/2017 (0380390);
v. Secretaria do Esporte do Estado do Ceará / CE (0370248), cuja resposta consta no
Ofício GABSEC nº 478/2017 (0380987);
vi. Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte – SETUR / RN (0370249); e
vii. Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE / BA (0370250),
cuja resposta consta no Ofício GASEC nº 249 (0380307).
5
Cópia dos documentos SEI 0630210 e 0630242 foram inseridos nos autos restritos sob os números SEI
0633530 e 0633534.
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6
Por meio de notícia de 14/04/2017 intitulada “Metade dos estádios da Copa tem suspeitas de irregularidades,
segundo delações da Odebrecht”. Disponível em <https://g1.globo.com/politica/operacao-lava-
jato/noticia/metade-dos-estadios-da-copa-tem-suspeitas-de-irregularidades-segundo-delacoes-da-
odebrecht.ghtml>.
7
Conforme Certidão 0387795, só não foram juntados os vídeos com capacidade superior a 200 MB.
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anticompetitivas informadas, já que o Sr. Mauro Cardoso de Aguiar não tinha envolvimento
com o tema.
24. Vale observar ainda que, durante este período de investigação, os Srs. Marco
Antonio Borghi e Louzival Luiz Lago Mascarenhas Junior peticionaram com o objetivo de
comprovar que os Documentos 17, 18, 22, 24 e 27 do Histórico da Conduta não estão
relacionados com a discussão acerca dos estádios de futebol da Copa de 2014, mas sim com
reuniões do Grupo de Trabalho para o Projeto do Trem de Alta Velocidade (“TAV”)
(0331189, 0331856, 0412815, 0423624 e 0633078).
25. Em 18/09/2018, os Srs. Marco Antonio Borghi e Louzival Luiz Lago Mascarenhas
Junior peticionaram novamente, solicitando a retirada de seus nomes da presente investigação,
além da inclusão nos autos da sentença absolutória com relação a ambos proferida pelo Juízo
da 7ª Vara Federal/RJ (0527301).
26. Durante este período também foram negociados dois Termos de Compromisso de
Cessação de Conduta, mencionados a seguir.
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i. Histórico da Conduta nº 39/2018 (SEI 0572920 e 0572922), com seus anexos (SEI
0572923, 0572924, 0572927, 0572929, 0572932, 0572934), fruto do Termo de
Compromisso de Cessação de Conduta - TCC (SEI 0549539) celebrado com
Construtora Norberto Odebrecht S.A., Odebrecht Engenharia e Construção
Internacional S.A. (anteriormente denominada Odebrecht Serviços de Engenharia
e Construção S.A.) e Odebrecht Participações e Investimentos S.A. (anteriormente
denominada Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura Ltda.) (em conjunto
denominadas “ODEBRECHT” ou “COMPROMISSÁRIAS ODEBRECHT”),
juntamente com seus funcionários e/ou ex-funcionários Benedicto Barbosa da
Silva Júnior, Eduardo Soares Martins, Geraldo Villin Prado, João Borba Filho,
João Antônio Pacífico Ferreira, Júlio Cesar Duarte Perdigão, Marcos Vidigal do
Amaral e Ricardo Roth Ferraz de Oliveira (individualmente
“COMPROMISSÁRIO” e em conjunto com a ODEBRECHT,
“COMPROMISSÁRIOS”) – Versão Pública do Histórico da Conduta nº 39/2018
(SEI 0622587);
ii. Histórico da Conduta nº 38/2018 (SEI 0572937 e 0572938), com seus anexos (SEI
0572941 e 0572944), fruto do Termo de Compromisso de Cessação de Conduta -
TCC (SEI 0549765) celebrado com a Carioca Christiani-Nielsen Engenharia S.A
(“COMPROMISSÁRIA”), juntamente com seus funcionários e/ou ex-funcionários
José Camilo Teixeira Carvalho, Marcelo Antônio Carvalho Macedo e Ricardo
Pernambuco Backheuser Júnior (individualmente “COMPROMISSÁRIO” e em
conjunto com a COMPROMISSÁRIA, “COMPROMISSÁRIOS”) - Versão Pública
do Histórico da Conduta nº 38/2018 (SEI 0622591).
30. Os dois TCCs homologados permitiram trazer aos autos confirmações de acordos,
informações e provas complementares ao relato inicial dos Signatários, havendo, inclusive,
identificação de novas pessoas, até então não mencionadas no relato inicial.
II. ANÁLISE
31. Cartel é um acordo entre concorrentes para, principalmente, fixar preços ou quotas
de produção, dividir clientes e mercados de atuação, bem como combinar preços e ajustar
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33. Não por outra razão é que grande parte dos países que possui políticas de defesa da
concorrência trata os cartéis como delitos per se, calcando suas decisões na presunção dos
efeitos nocivos a partir da prova da existência do acordo, o que torna desnecessária a
comprovação e mensuração dos efeitos líquidos negativos da conduta9. O Brasil é um desses
países que considera suficiente a prova da existência do acordo para configurar sua ilicitude10.
8
Tradução livre de “Hard Core Cartels”, preparado pelo Fórum Conjunto de Comércio e Concorrência da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE):
http://webdominio1.oecd.org/commet/ech/tradecomp.nsf, 2003, p.2.
9
Vide, por exemplo, a decisão da autoridade europeia de defesa da concorrência – em caso que condenou cartel
que atuou em licitações para fornecimento de tubulação para sistemas de calefação residencial – na qual a
comprovação da existência de acordo entre os concorrentes, bem como de práticas comerciais concertadas entre
eles, serviu como fundamento para se determinar a existência do cartel (Case Nº IV/35.691/E-4: — Pre-Insulated
Pipe Cartel).
10
No julgamento do Processo Administrativo nº 08012.004702/2004-77 – relativo a cartel atuante no mercado
brasileiro de peróxido de hidrogênio – o Relator afirmou que, verificadas as condições de existência de um
cartel, alcançar-se-ia um quantum probatório em que uma decisão poderia ser exarada, sendo desnecessária a
prova dos efeitos do acordo colusivo, adotando, portanto, a regra per se. Vide Processo Administrativo nº
08012.004702/2004-77, Conselheiro Carlos Emannuel Joppert Ragazzo, julgado em 09 de maio de 2012.
Representante: SDE ex officio. Representados: Degussa AkTiengesellschaft, Degussa Brasil Ltda., Peróxidos do
Brasil Ltda., Solvay do Brasil Ltda. e outros.
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artificial de contratos entre empresas que, na verdade, deveriam competir entre si. Nesse
sentido, o uso concomitante de estratégias comuns permite que tais agentes definam os
contornos precisos do mercado, por intermédio da alocação de carteiras de contratos, órgãos
contratantes, áreas geográficas, faturamento, dentre outros critérios, e para a distribuição dos
lucros adicionais advindos da redução da pressão competitiva possibilitada pelo acordo
colusivo.
Propostas Rotativas ou Rodízio (“bid rotation”). Nos esquemas de propostas rotativas (ou
rodízio), as empresas conspiradoras continuam a concorrer, mas combinam apresentar
alternadamente a proposta vencedora (i.e. a proposta de valor mais baixo). A forma como os
acordos de propostas rotativas são implementados pode variar. Por exemplo, os conspiradores
podem decidir atribuir aproximadamente os mesmos valores monetários de um determinado grupo
de contratos a cada empresa ou atribuir a cada uma valores que correspondam ao seu respectivo
tamanho.
11
Cf. Diretrizes para combater o conluio entre concorrentes em contratações públicas. OCDE, fevereiro de
2009; e OCDE: Collusion and Corruption in Public Procurement, 2010, p. 458 (tradução livre).
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37. A utilização de tais estratégias não segue um padrão único, coexistindo diversos
desenhos possíveis para os acordos colusivos entre empresas concorrentes. Haja vista as
especificidades do regime de contratações públicas, em geral as referidas estratégias podem,
inclusive, ser implementadas por intermédio de institutos formalmente legais, tais como o
consórcio.
39. Tal entendimento não significa que o disposto no artigo 33 da Lei 8.666/9313 – que
traz autorização legal para a constituição de consórcios em licitações públicas – implica
necessariamente uma inequívoca ameaça à competitividade nos certames. Apenas se quer,
aqui, enfatizar que tal instituto – uma espécie de associação entre empresas – contém
potenciais riscos para a dinâmica concorrencial das licitações públicas14.
12
A implementação de tais estratégias, via formação de consórcios, é facilitada em mercados nos quais as
empresas têm contatos frequentes, como no caso em tela: as empresas sob investigação, via de regra,
participavam dos mesmos certames, o que criava oportunidades para que eventuais negociações fossem
abrangentes em termos territoriais (possíveis acordos para licitações conduzidas por órgãos diferentes) e
temporais (possíveis acordos para diversas licitações ao longo do tempo, permitindo estabelecer eventuais
compensações e punições).
13
Art.33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes
normas:
I-comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
II-indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança,
obrigatoriamente fixadas no edital;
III-apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-
se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de
qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva
participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento)
dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua
totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;
IV-impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio
ou isoladamente;
V-responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto
na de execução do contrato.
14
A atuação de consórcios em licitações públicas pode ter efeitos pró-competitivos ou anticompetitivos, a
depender das características do mercado e do objeto licitado. De um lado, o consórcio pode incrementar a
competitividade em determinado certame, ao permitir a participação de empresas em contratações das quais, se
não fosse pela oferta na forma consorciada, não poderiam participar isoladamente, por ausência de capacidade
técnica ou financeira. Por outro lado, como explicitado acima, há a possibilidade de empresas –que poderiam
participar sozinhas da licitação –formarem consórcio com o intuito de, ao se aliarem a potenciais competidores,
eliminarem a concorrência e dividirem o mercado entre si.
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43. Embora seja competência discricionária do órgão licitante a autorização para que
concorrentes atuem em consórcio em determinada licitação, é certo que tal discricionariedade
– que, segundo os órgãos de controle, sequer é absoluta16 – não afasta a possibilidade de os
órgãos de defesa da concorrência analisarem a formação de consórcios como elemento
contextual que informa o mercado sob investigação – no caso, determinada licitação ou
conjunto de licitações – pelo enfoque da ponderação de riscos que tal instituto pode trazer ao
potencial de competitividade do certame e à conduta das empresas licitantes17. Ou seja,
mesmo sendo o consórcio figura jurídica lícita, e mesmo tendo sido ela autorizada pelos
órgãos licitantes em um determinado certame, nada impede que o Cade analise as condições
em que foi utilizada e, do ponto de vista da Legislação de Defesa da Concorrência (Lei nº
15
OCDE, Public procurement -the role of competition authorities in promoting competition.
(DAF/COMP(2007)34), Paris, 2007, p. 34 (tradução livre).
16
O Tribunal de Contas da União (“TCU”) possui jurisprudência consolidada nesse sentido, exigindo a
motivação de tais decisões: (i) Fica ao juízo discricionário da Administração Pública a decisão, devidamente
motivada, quanto à possibilidade de participação ou não em licitações de empresas em consórcio (Acórdão nº
1165/2012-Plenário, TC 037.773/2011-9, rel. Min. Raimundo Carreiro, 16.5.2012); (ii) A decisão de vedar a
participação de consórcio em licitação de obra pública insere-se na esfera de discricionariedade do gestor. Tal
opção, contudo, demanda a explicitação de justificativas técnicas e econômicas robustas que a respaldem
(Acórdão nº 2831/2012-Plenário, TC-020.118/2012-0, rel. Min. Ana Arraes, 17.10.2012).
17
A autorização (ou a vedação) à formação de consórcios são insumos à análise do mercado de compras
públicas, tais como o comportamento das empresas nas fases interna e externa dos certames, o histórico de
licitações com objeto semelhante, o conjunto de contratos anteriores, dentre outros, que permitem à autoridade
da concorrência mapear o funcionamento e a racionalidade econômica subjacente ao mercado investigado.
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12.529/2011 e sua antecessora, Lei nº 8.884/94), conclua pela sua irregular utilização pelas
empresas licitantes como meio de restringir a concorrência.
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Administração não apenas gera um fator de desestabilização nos cartéis existentes, como
detecta condutas e pune infratores que de outra forma não teria condições de fazer.
49. O presente caso também faz uso da celebração de TCC, previsto no artigo 85 da
Lei de Defesa da Concorrência (Lei nº 12.529/11)21, importante instrumento de investigação.
20
Neste sentido, ver: “O Programa de Leniência não é um fim em si mesmo, mas um importante mecanismo
para dissuadir condutas uniformes lesivas à concorrência, este sim um fim da política de defesa da concorrência.
O mesmo se aplica à eliminação de ‘obstáculos à persecução administrativa e criminal de cartéis’, mandados de
busca e apreensão, métodos estatísticos para detecção de cartéis e o próprio TCC que, como visto, é parte do
programa de combate a cartéis” (Voto do relator, Req. nº 08700.004992/2007-43, Relator Conselheiro Paulo
Furquim de Azevedo, julgado em 17/12/2008).
21
Art. 85. Nos procedimentos administrativos mencionados nos incisos I, II e III do art. 48 desta Lei, o Cade
poderá tomar do representado compromisso de cessação da prática sob investigação ou dos seus efeitos lesivos,
sempre que, em juízo de conveniência e oportunidade, devidamente fundamentado, entender que atende aos
interesses protegidos por lei.
§ 1o Do termo de compromisso deverão constar os seguintes elementos:
I - a especificação das obrigações do representado no sentido de não praticar a conduta investigada ou seus
efeitos lesivos, bem como obrigações que julgar cabíveis;
II - a fixação do valor da multa para o caso de descumprimento, total ou parcial, das obrigações
compromissadas;
III - a fixação do valor da contribuição pecuniária ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos quando cabível.
§ 2o Tratando-se da investigação da prática de infração relacionada ou decorrente das condutas previstas nos
incisos I e II do § 3o do art. 36 desta Lei, entre as obrigações a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo
figurará, necessariamente, a obrigação de recolher ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos um valor pecuniário
que não poderá ser inferior ao mínimo previsto no art. 37 desta Lei.
§ 3o (VETADO).
§ 4o A proposta de termo de compromisso de cessação de prática somente poderá ser apresentada uma única
vez.
§ 5o A proposta de termo de compromisso de cessação de prática poderá ter caráter confidencial.
§ 6o A apresentação de proposta de termo de compromisso de cessação de prática não suspende o andamento do
processo administrativo.
§ 7o O termo de compromisso de cessação de prática terá caráter público, devendo o acordo ser publicado no
sítio do Cade em 5 (cinco) dias após a sua celebração.
§ 8o O termo de compromisso de cessação de prática constitui título executivo extrajudicial.
§ 9o O processo administrativo ficará suspenso enquanto estiver sendo cumprido o compromisso e será
arquivado ao término do prazo fixado, se atendidas todas as condições estabelecidas no termo.
§ 10. A suspensão do processo administrativo a que se refere o § 9o deste artigo dar-se-á somente em relação ao
representado que firmou o compromisso, seguindo o processo seu curso regular para os demais representados.
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50. A partir do acima exposto, passa-se à análise dos robustos indícios apurados no
presente caso em face dos Representados, que justificam a instauração de Processo
Administrativo, com fundamento no art. 69 da Lei nº 12.529/2011.
53. Em síntese, o presente feito tem como ponto central apurar supostas práticas
anticompetitivas no mercado de obras de construção civil, modernização e/ou reforma de
instalações esportivas ("estádios de futebol") destinados à Copa do Mundo do Brasil de
2014 ("Copa do Mundo"). Foram verificados indícios robustos de que as pessoas físicas e
jurídicas ora Representadas teriam celebrado ajustes com a finalidade de fixar preços, ajustar
vantagens em licitações e dividir o mercado em questão, envolvendo troca de informações
concorrencialmente sensíveis, condutas essas passíveis de enquadramento nos art. 20, incisos
I a IV, c/c. art. 21, incisos I, III, IV e VIII, da Lei nº 8.884/94, bem como art. 36, incisos I a
IV c/c seu § 3º, inciso I, alíneas "a", "c" e "d", e inciso III, da Lei nº 12.529/2011.
§ 11. Declarado o descumprimento do compromisso, o Cade aplicará as sanções nele previstas e determinará o
prosseguimento do processo administrativo e as demais medidas administrativas e judiciais cabíveis para sua
execução.
§ 12. As condições do termo de compromisso poderão ser alteradas pelo Cade se se comprovar sua excessiva
onerosidade para o representado, desde que a alteração não acarrete prejuízo para terceiros ou para a
coletividade.
§ 13. A proposta de celebração do compromisso de cessação de prática será indeferida quando a autoridade não
chegar a um acordo com os representados quanto aos seus termos.
§ 14. O Cade definirá, em resolução, normas complementares sobre o termo de compromisso de cessação.
§ 15. Aplica-se o disposto no art. 50 desta Lei ao Compromisso de Cessação da Prática.
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57. A conduta ora narrada teria se estruturado em duas fases principais, conforme
destacado a seguir.
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22
Conforme exposto pelos Signatários e os Compromissários, os contratos das obras referentes aos oito estádios
da Copa do Mundo foram assinados nas seguintes datas: (1) Estádio Nacional Mané Garrincha em Brasília/DF –
20 de julho de 2010; (2) Arena Amazônia em Manaus/AM – 1º de julho de 2010; (3) Arena Pernambuco em
Recife/PE – 15 de junho de 2010; (4) Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro/RJ – 11 de agosto de 2010; (5)
Estádio Mineirão em Belo Horizonte/MG – 21 de dezembro de 2010; (6) Arena Castelão em Fortaleza/CE – 26
de novembro de 2010; (7) Arena das Dunas em Natal/RN – 15 de abril de 2011; e (8) Arena Fonte Nova em
Salvador/BA – 21 de janeiro de 2010.
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58. A linha do tempo abaixo apresenta os períodos de ocorrência das fases da conduta
ora descrita, bem como as datas de apresentação de propostas pelas participantes dos 8 (oito)
processos licitatórios possivelmente afetados:
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23
Os Signatários ressaltam, porém, que os ajustes anticompetitivos não foram implementados, pois com a
alteração da modalidade licitatória para Parceria Público-Privada (PPP), as empresas teriam decidido não
participar do certame.
24
Os Signatários apontam que, enquanto se esperava que o Estádio do Morumbi em São Paulo/SP fosse um dos
estádios de futebol escolhidos para a Copa do Mundo de 2014, a Camargo Corrêa manifestou interesse perante
os concorrentes em futuramente realizar esta obra, o que, porém, não foi implementado, tendo em vista a escolha
final da Arena do Corinthians em São Paulo/SP.
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FASE I – DISCUSSÕES
FASE II – CONSOLIDAÇÃO DE
PRELIMINARES E FORMAÇÃO DO
ACORDOS ANTICOMPETITIVOS
ACORDO ANTICOMPETITIVO
BILATERAIS E MULTILATERAIS
PRELIMINAR
(outubro de 2007 – junho de 2010) (junho de 2009 – meados de 2011)
Principais participantes:
Andrade Gutierrez
Andrade Gutierrez
Odebrecht
Carioca Engenharia
Participantes pontuais:
Camargo Corrêa
Odebrecht
Carioca Engenharia
OAS
DELTA
Queiroz Galvão
OAS
Queiroz Galvão
Via Engenharia
64. Os Signatários destacam que, à época dos fatos ora narrados, as sedes da Andrade
Gutierrez e da Odebrecht no Rio de Janeiro (RJ) estavam localizadas no mesmo prédio27,
facilitando o contato direto entre os funcionários das empresas, uma vez que não havia a
necessidade de agendamento prévio de reuniões para que os funcionários dessas empresas se
encontrassem, além de facilitar a comunicação colusiva entre Andrade Gutierrez e Odebrecht.
25
Como mencionado pelos Signatários e os Compromissários, trata-se da Associação Brasileira de Infraestrutura
e Indústrias de Base (“ABDIB”).
26
Os Signatários e os Compromissários afirmam que a ABDIB não teve participação na organização dessas
reuniões paralelas; não se envolveu com o objeto das discussões dessas reuniões, tampouco induziu e/ou
fomentou contatos e acordos anticompetitivos entre os seus associados.
27
Os Signatários informam que o prédio das sedes da Andrade Gutierrez e da Odebrecht no Rio de Janeiro (RJ)
tinha o seguinte endereço: Praia de Botafogo, 300.
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tanto multilaterais quanto bilaterais e ocorrido por meio de trocas de e-mails, ligações
telefônicas e reuniões presenciais, sendo que, em alguns casos, os concorrentes aproveitaram
as datas das reuniões da associação do setor28 para se reunirem paralelamente, fora da
associação29, e formularem os arranjos do conluio.
28
Como mencionado pelos Signatários e os Compromissários, trata-se da Associação Brasileira de Infraestrutura
e Indústrias de Base (“ABDIB”).
29
Os Signatários e os Compromissários afirmam que a ABDIB não teve participação na organização dessas
reuniões paralelas; não se envolveu com o objeto das discussões dessas reuniões, tampouco induziu e/ou
fomentou contatos e acordos anticompetitivos entre os seus associados.
Versão Pública
2009
2010
Versão Pública
68. Desta forma, inicia-se com a confirmação do Brasil como país sede da Copa do
Mundo de 2014, passando-se para os contatos até a definição das cidades sedes e os
posteriores contatos de monitoramento, período da fase I que intercepta a fase II. Nesta
exposição, não se pode perder de vista as reuniões ocorridas na Associação Brasileira de
Infraestrutura e Indústrias de Base (“ABDIB”), que serão apresentados logo no início, após a
confirmação do Brasil como país sede da Copa do Mundo de 2014.
30
Conforme apontado pelos Signatários, para mais informações, vide Relatório de Atividades da Copa do
Mundo disponível em:
<http://transparencia.gov.br/copa2014/arquivos/Relat%C3%B3rio%20de%20atividades%20-
%20Vers%C3%A3o%20final.pdf>.
31
Publicado no Diário Oficial da União em 19 de maio de 2008 (AL - Documento 02), como reportado pelos
Signatários e confirmado pelos Compromissário Odebrecht (TCC com HC 39/2018 - Documento 03)
Versão Pública
ABDIB32, com o objetivo de elaboração, por essa Associação, de estudos e projetos para
subsidiar a União, os Estados e os Municípios envolvidos no evento no que se referia à
infraestrutura necessária para a realização da Copa do Mundo. Segundo afirmam os
Signatários, os estudos deveriam abranger inclusive a estimativa de custos de cada uma das
instalações necessárias em comparação com os planos de investimento dos Governos Federal,
Estaduais e Municipais para as ações de implementação da Copa do Mundo.
32
Os Signatários esclarecem que a ABDIB, bem como os estudos por ela elaborados não eram patrocinados pelo
Governo, sendo que o objetivo da celebração do Termo de Cooperação Técnica foi o de subsidiar a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios quanto à infraestrutura necessária para a realização da Copa do
Mundo.
33
Conforme demonstrado no Documento 10 (Acordo de Leniência), os membros do Grupo de Trabalho Copa
2014 eram empresas de diversos segmentos de mercado – associadas da ABDIB –, não se tratando apenas de
construtoras, a saber: Alstom, Alusa, Andrade Gutierrez, Construtora Barbosa Mello, Camargo Corrêa, Carioca
Engenharia, CR Almeida, CH2M, Efacec, EIT, Galvão Engenharia, OAS, Odebrecht, OHL, Oi, Queiroz Galvão,
Santa Barbara, Schahin, Siemens, Telefônica, Triunfo e Unibanco.
34
Como explicado pelos Signatários, o Caderno de Encargos da FIFA era um documento firmado entre FIFA e
Brasil, que continha diversas recomendações e exigências técnicas da entidade estrangeira, para realização da
Copa do Mundo 2014.
Versão Pública
75. Foram então realizadas diversas reuniões do Grupo de Trabalho Copa 2014 para
tratar de assuntos técnicos, na sede da ABDIB, entre agosto de 2008 e agosto de 200935 (AL
- Documentos 20 e 34), bem como diversas reuniões entre os membros do GT Copa 201436 e
autoridades públicas locais das cidades interessadas em sediar jogos da Copa do Mundo, com
o intuito de fomentar o Termo de Cooperação Técnica e de coletar informações necessárias à
elaboração do estudo de viabilidade de infraestrutura37. Abaixo segue lista das pessoas físicas
membros do GT Copa 2014:
35
À título exemplificativo, os Signatários mencionam as reuniões realizadas entre os membros do Grupo de
Trabalho Copa 2014 da ABDIB nas seguintes datas: 18 de agosto de 2008 (AL - Documento 20), 04 de
setembro de 2008 (AL - Documento 20), 12 de setembro de 2008 (AL - Documento 20), 07 de novembro de
2008 (AL - Documento 20), 29 de janeiro de 2009 (AL - Documento 34) e 28 de agosto de 2009 (AL -
Documento 34).
36
Os Signatários esclarecem que, em geral, os representantes das empresas no GT Copa 2014 tratavam
unicamente de assuntos técnicos de infraestrutura. Neste sentido, os Signatários afirmam que, com exceção de
Marco Antônio Ladeira de Oliveira (Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez), José
Camilo Teixeira Carvalho (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Carioca Engenharia) e Eduardo Soares
Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios Estruturados da Odebrecht), os demais membros do GT Copa
2014 (vide Tabela 20 acima) não estavam envolvidos na conduta ora reportada.
37
À título exemplificativo, os Signatários mencionam as reuniões realizadas entre o Vice-Presidente da ABDIB
e coordenador do Grupo de Trabalho Copa 2014, Ralph Lima Terra, e autoridades públicas locais (federais,
estaduais, distritais e municipais) das cidades interessadas a sediar jogos da Copa do Mundo nas seguintes datas:
25 de junho de 2008 (Brasília), 16 de setembro de 2008 (Rio de Janeiro), 22 de setembro de 2008 (Belo
Horizonte), 01 de outubro de 2008 (São Paulo), 13 de outubro de 2008 (Brasília), 16 de outubro de 2008 (Porto
Alegre) e 21 de outubro de 2008 (Manaus) (AL - Documento 20).
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76. A partir de tais reuniões e das informações coletadas pela ABDIB e pelos
membros do Grupo de Trabalho Copa 2014, a ABDIB, por meio da contratação de
consultorias, elaborou um relatório resumo de diagnóstico conjunto das cidades avaliadas pela
instituição, denominado “Relatório de Análise de Infraestrutura das Cidades Candidatas à
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014” (AL - Documento 21; TCC com HC 39/2018 -
Documento 04). Notícia reportou ainda que o relatório foi entregue ao então Presidente da
República em 8.9.2009 (TCC com HC 39/2018 - Documento 05).
II.2.3.1.1.3 Reuniões entre Concorrentes até a definição das cidades sedes – definições de
prioridades e acordo anticompetitivo preliminar envolvendo reuniões bilaterais e
multilaterais
Versão Pública
82. Este contato bilateral entre Andrade Gutierrez e Odebrecht ocorria em paralelo
com contatos com as demais empresas, conforme parece demonstrar o primeiro documento
que sinaliza uma reunião ocorrida entre Andrade Gutierrez, Odebrecht e Camargo Corrêa
ainda em 02.07.2008 (antes mesmos da criação do Grupo de Trabalho para a Copa no âmbito
da ABDIB).
Versão Pública
86. Como indício dos encontros entre a Andrade Gutierrez e a Odebrecht que
envolveram a divisão de mercado e alocação de projetos entre concorrentes sobre a
construção de estádios da Copa do Mundo, os Signatários trouxeram material que indicam
as datas das reuniões, contatos já confirmados por ambas as empresas. Por exemplo, há
marcações na agenda de Clóvis Renato Numa Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de
Negócios do Norte da Andrade Gutierrez) nas datas de 28.07.2008, 18.08.2008 e 18.11.2008.
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38
Segundo os Signatários, Clóvis Renato Numa Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte
da Andrade Gutierrez) é identificado como “CP”, e João Marcos de Almeida da Fonseca (Superintendente
Comercial da Andrade Gutierrez alocado em Belo Horizonte) é referido como “J. Marcos”, no Documento 05
(AL).
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87. Os Signatários esclarecem que, à época da conduta, Clóvis Renato Numa Peixoto
Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez) e Benedicto
Barbosa da Silva Júnior (Diretor Superintendente e Líder Empresarial da área de
infraestrutura no Brasil da Odebrecht) correspondiam ao altíssimo escalão de Andrade
Gutierrez e Odebrecht, respectivamente, enquanto que João Marcos de almeida da Fonseca
(Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez alocado em Belo Horizonte) era integrante
do escalão operacional da Andrade Gutierrez. Desta forma, afirmam que o intuito das
reuniões e entendimentos anticompetitivos preliminares entre as empresas era o de mapear o
mercado, uma vez que os representantes do altíssimo escalão das empresas não discutiam, em
regra, questões relacionadas à formação de consórcios. Os Signatários ressaltam, ainda, que,
tendo em vista que as discussões indicadas pelos Documentos 04, 05 e 07 (AL) ocorreram
em 2008, isto é, antes da definição das cidades-sede e da previsão de realização dos processos
licitatórios, não haveria outro motivo para que estes indivíduos tivessem se reunido, a não ser
a discussão de acordos anticompetitivos, com o intuito de mapear o mercado e trocar
impressões iniciais sobre os possíveis projetos dos estádios da Copa do Mundo.
88. Consoante relato dos Signatários, à época dos fatos ora narrados, as sedes da
Andrade Gutierrez e da Odebrecht no Rio de Janeiro (RJ) estavam localizadas no mesmo
prédio, na Praia de Botafogo, 300, facilitando o contato direto entre os funcionários das
empresas, uma vez que não havia a necessidade de agendamento prévio de reuniões para que
os funcionários dessas empresas se encontrassem, facilitando a comunicação colusiva entre
Andrade Gutierrez e Odebrecht.
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39
Os Signatários consideram que a ora descrita coordenação entre concorrentes envolveu somente as seis
empresas citadas, haja vista serem estas as maiores construtoras do país, detendo capacidade técnica e influência
política necessárias para o funcionamento do acordo anticompetitivo.
Versão Pública
40
Como informado pelos Signatários, a sede da Carioca Engenharia em São Paulo situa-se na Rua Gilberto
Sabino, 124 – Pinheiros, São Paulo – SP, CEP 05425-02.
41
Como informado pelos Signatários, a ABDIB situa-se em Praça Monteiro Lobato, 36 – Butantã, São Paulo –
SP, CEP 05506-030.
42
Há divergência entre os Signatários sobre o local da reunião. Segundo o Signatário Márcio Magalhães Duarte
Pinto, a reunião poderia ter ocorrido na própria sede da ABDIB em São Paulo, após a realização de uma reunião
do GT Copa e sem a presença de qualquer representante da associação.
43
Os Signatários esclarecem que, em que pese nesse momento ainda não houvesse definição das cidades-sede,
era de conhecimento público quais cidades tinham potencial maior de virem a ser escolhidas (tamanho,
localização, importância econômica, política e cultural).
44
Os Signatários esclarecem que, nesse tempo, ainda não era de conhecimento do mercado o tipo de contratação
(e.g. contratação pública, privada ou parceria público-privada) aplicado para cada projeto das 12 cidades-sede da
Copa do Mundo. A Signatária declara que não tinha interesse em participar de Parcerias Público-Privadas (PPP),
pois a exploração dos estádios após a realização das obras civis não estava alinhada com suas políticas
comerciais à época.
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(1) (2) (3) (4) Rio (5) Belo (6) (7) (8) São
Brasília/ Manaus/ Recife/ de Horizonte/ Fortaleza/ Natal/ Salvador/ Paulo/
DF AM PE Janeiro/ MG CE RN BA SP
RJ
Andrade SIM SIM SIM SIM45
Gutierrez
Carioca SIM SIM
Engenharia
Camargo SIM46
Corrêa
OAS SIM SIM SIM SIM
101. De acordo com o relato dos Signatários, segue abaixo uma breve descrição a
respeito dos interesses manifestados por cada uma das empresas com relação aos projetos na
“Fase I”. Os Signatários esclarecem que as escolhas das empresas se baseavam em três
critérios principais: (i) participação e infraestrutura local da empresa; (ii) influência
política local da empresa; e (iii) dimensão da obra a ser realizada. Dessa forma, as
manifestações de interesses das empresas correspondiam, de maneira geral, às localidades em
que as empresas possuíam maior participação e infraestrutura instalada, bem como influência
política. De acordo com os Signatários, nesta reunião realizada dia 18.08.2008, as empresas
manifestaram interesse nos projetos das potenciais cidades-sede apresentadas a seguir:
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10) Curitiba/PR: os Signatários mencionam que este não foi objeto de discussões
colusivas nessas tratativas preliminares, pois os concorrentes já inferiam, desde o
início, que tal projeto corresponderia a obra privada, por se tratar de estádio privado de
clube de futebol48. Segundo afirmam os Signatários, dada a probabilidade de a
contratação ser privada e de as negociações serem diretas com clubes e/ou outras
entidades privadas administradoras, as obras para esse estádio não teriam despertado
interesse das empresas participantes do conluio.
11) Porto Alegre/RS: os Signatários mencionam que este não foi objeto de discussões
colusivas nessas tratativas preliminares, pois os concorrentes já inferiam, desde o
início, que tal projeto corresponderia a obra privada, por se tratar de estádio privado de
clube de futebol49. Segundo afirmam os Signatários, dada a probabilidade de a
contratação ser privada e de as negociações serem diretas com clubes e/ou outras
entidades privadas administradoras, as obras para esse estádio não despertaram
interesse das empresas participantes do conluio.
12) São Paulo/SP: a Camargo Corrêa esteve envolvida em discussões entre concorrentes
até 17.06.2010, quando as autoridades decidiram pela construção da Arena
Corinthians, em detrimento da reforma do estádio do Morumbi. Ademais, a Signatária
48
Como exposto pelos Signatários, a Arena da Baixada, em Curitiba, é o estádio do Clube Atlético Paranaense; e
o Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, pertence ao Sport Club Internacional.
49
Como exposto pelos Signatários, a Arena da Baixada, em Curitiba, é o estádio do Clube Atlético Paranaense; e
o Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, pertence ao Sport Club Internacional.
Versão Pública
descreve que a única obra de estádio que interessava à Camargo Corrêa era a de São
Paulo, por demonstração expressa desta empresa na reunião que muito possivelmente
ocorreu em 18 de agosto de 2008. A Signatária acredita que a Camargo Corrêa
possivelmente mantinha tratativas com o São Paulo Futebol Clube, para a hipótese de
escolha do Morumbi para sediar o evento na cidade de São Paulo50. Entretanto, em São
Paulo, o estádio que veio a ser selecionado para sediar a Copa do Mundo foi a Arena
Corinthians51, construída pela Odebrecht, por meio de contratação privada. Assim,
conforme entendimento dos Signatários, a participação da Camargo Corrêa na suposta
colusão durou, muito possivelmente, de 18 de agosto de 2008 a 17 de junho de 2010,
data em que a Arena Corinthians foi escolhida como o projeto de estádio de São
Paulo/SP para a Copa do Mundo de 2014.
Figura 04. Mapa das cidades-sede cujos projetos teriam sido objeto do conluio
103. Segue abaixo uma breve descrição a respeito dos interesses manifestados, segundo
os Signatários, por cada uma das empresas com relação aos projetos na “Fase I”:
50
Segundo os Signatários, à época em que a Camargo Corrêa escolheu o projeto envolvendo a cidade de São
Paulo, ainda não era de conhecimento do mercado o tipo de contratação (e.g. contratação pública, privada ou
parceria público-privada) envolvendo cada projeto das 12 cidades-sede da Copa do Mundo.
51
Os Signatários não têm conhecimento de que a contratação para a construção da Arena Corinthians tenha sido
afetada por condutas anticompetitivas.
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Versão Pública
109. Dessa forma, há indícios de que o acordo preliminar de divisão de mercado foi
celebrado ao longo de diversos contatos e reuniões entre os concorrentes até que fosse
possível direcionar as opções das empresas envolvidas por meio de propostas de acordos ou
restrições de atuação, ambas ações também motivadas por estratégias paralelas de algumas
empresas perante os governos estaduais.
52
Com relação à reunião de 18 de agosto de 2008, com representantes de empresas concorrentes (Queiroz
Galvão, Carioca, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Correa), os Compromissários da Carioca, até o
presente momento, não encontraram evidências da participação de Ricardo Pernambuco Junior (acionista e
Diretor Estatutário da Carioca Engenharia). O Compromissário Ricardo Pernambuco Junior (acionista e Diretor
Estatutário da Carioca Engenharia) não se recorda de ter participado de reunião nesta data.
53
Segundo informado pelos Signatários, Bruno Ribeiro Martins é um Assistente Técnico de Informática da
Andrade Gutierrez, a quem o e-mail foi encaminhado, possivelmente, para que providenciasse a impressão do
arquivo. As Signatárias informam que as suas investigações internas ainda não foram capazes de encontrar
evidências que atestem sua ciência, participação ativa e/ou poder de direção na conduta ora reportada.
Versão Pública
(...)
54
Como exposto pelos Signatários, ISG é uma joint venture entre a International Management Group (UK)
Limited e a Bastion Stadiums LLP, que possui considerável experiência e know how na concepção e
implementação de estruturas financeiras que viabilizem a obtenção de recursos para financiar a modernização
dos Estádios, na exploração dos Estádios e, ainda, na prestação de conteúdo esportivo e não esportivo para os
Estádios. Os Signatários afirmam que a ISG não teve qualquer participação na conduta anticompetitiva
reportada.
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55
De acordo com os Signatários, o Protocolo foi discutido antes da definição das cidades-sede, quando não se
sabia ao certo quais seriam os projetos dos estádios. As denominações “Protocolo” e “Memorandum of
Understanding" – "MoU" referem-se ao mesmo documento (Documento 06 do Acordo de Leniência).
56
Os Signatários informam que este foi o único consórcio composto pelas duas empresas, no escopo dos projetos
para a Copa do Mundo.
57
Segundo os Signatários, apenas a Andrade Gutierrez e a Odebrecht tinham conhecimento do Protocolo de
Intenções.
58
Os Signatários explicam que o termo “grupo” exposto no Documento 06 (AL) diz respeito ao grupo que
pretendia firmar referido Protocolo de Intenções, isto é, Andrade Gutierrez, ISG e Odebrecht.
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115. Há, ainda, outros indícios complementares das discussões preliminares entre os
concorrentes Andrade Gutierrez e Odebrecht, em que estes compartilhavam os seus
respectivos interesses em vencer projetos nas possíveis cidades-sede da Copa do Mundo,
como apontado pelos Documentos 08 e 09 (AL) abaixo:
59
Segundo os Compromissários, com a alteração das modalidades licitatórias de alguns dos estádios que seriam
construídos ou reformados para a Copa do Mundo, deixando de ser apenas construção civil e passando a ser a
modalidade de concessão, a Andrade Gutierrez manifestou-se no sentido de que não tinha interesse em participar
de investimentos em concessões e parceria público-privadas, mas apenas de concorrer para as contratações de
obras públicas, nos moldes da Lei de Licitações. Por outro lado, a Odebrecht se posicionou no sentido de que
tinha interesse em projetos de concessão e parceria público-privadas.
60
Os Signatários informam que Jeanni Macedo Purin, mencionada no referido documento, era secretária da
Andrade Gutierrez e que as investigações internas da Signatária ainda não foram capazes de encontrar evidências
que atestem sua ciência, participação ativa e/ou poder de direção na conduta ora reportada.
61
Segundo os Signatários, Márcio Magalhães Duarte Pinto (Diretor de Operações Geral da Andrade Gutierrez) é
identificado como “MM”, no Documento 08 (AL).
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118. Também em 2009, há menção a várias reuniões entre concorrentes. Por exemplo,
o Compromissário Marcelo Antonio Carvalho Macedo (Diretor não estatutário da área de
desenvolvimento de novos negócios da Carioca Engenharia) relata que, segundo os registros
de sua agenda, sua primeira reunião com representantes de concorrentes, a fim de discutir
temas relacionados à participação em licitações referentes a obras de construção ou reforma
62
Os Signatários informam que Ana Cristina Galikoski de Azevedo, mencionada no referido documento, era
secretária da Andrade Gutierrez e que as investigações internas da Signatária ainda não foram capazes de
encontrar evidências que atestem sua ciência, participação ativa e/ou poder de direção na conduta ora reportada.
63
Como informado pelos Signatários, a sede da Andrade Gutierrez no Rio de Janeiro situa-se em Praia de
Botafogo 186, 18º andar, Botafogo, Rio de Janeiro – RJ, CEP: 22250-145.
64
Os Signatários afirmam que ainda não foram capazes de identificar qual era a pessoa física representante da
Odebrecht, na reunião mencionada no Documento 09 (AL).
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de estádios para a Copa do Mundo de 2014, ocorreu antes mesmo da definição das cidades-
sede da Copa do Mundo, em 30 de abril de 2009, em São Paulo/SP (TCC com HC 39/2018 -
Documento 03). Participou desta reunião a Andrade Gutierrez, por meio de seu representante
Marco Antônio Ladeira de Oliveira (Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade
Gutierrez)65.
65
Devido ao tempo transcorrido desde os fatos ora narrados, o Compromissário Marcelo Antonio Carvalho
Macedo (Diretor não estatutário da área de desenvolvimento de novos negócios da Carioca Engenharia) não é
capaz de descrever com precisão os itens abordados nesta reunião.
Versão Pública
122. Os Signatários informam que apenas o estádio de São Paulo/SP foi definido em
momento bastante posterior à definição das cidades-sede. Neste sentido, o projeto do estádio
de São Paulo/SP (Arena Corinthians) para a Copa do Mundo de 2014 foi escolhido somente
em 17 de junho de 2010. Até então, acreditava-se na possibilidade de o Estádio do Morumbi
sediar os jogos na cidade, como exposto pelos Signatários ao longo do Histórico da Conduta.
Por essa razão, enquanto se esperava que o Estádio do Morumbi em São Paulo/SP fosse um
dos estádios de futebol escolhidos para a Copa do Mundo de 2014, uma das empresas teria
manifestado interesse em executar esta obra durante as reuniões entre concorrentes,
potencialmente na reunião de 18.08.2008, em sede do acordo anticompetitivo preliminar, o
que, porém, não teria sido implementado, tendo em vista a escolha final da Arena do
Corinthians em São Paulo/SP.
123. Como relatado pelos Signatários, nesse momento, ainda não se tinha
conhecimento sobre o modelo de contratação de cada projeto, ou seja, se Obra Pública (Lei nº
8.666/93) ou Parceria Público-Privada – PPP (Lei nº 11.079/04).
66
Os Signatários reiteram que os integrantes do conluio não tiveram qualquer ingerência ou influência sobre a
definição das cidades-sede, sendo que referida definição se tratou de uma decisão política entre o governo
brasileiro e a FIFA.
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II.2.3.1.1.5 Reuniões entre Concorrentes após a Definição das Cidades Sedes (após
31.05.2009) – Monitoramento de Acordo Anticompetitivo Preliminar (até a definição do
estádio de futebol localizado na cidade de São Paulo – 17.06.2010)
128. A este respeito, os Signatários explicam que houve ainda reunião entre Andrade
Gutierrez e Odebrecht, agendada para 08 de junho de 2009 (Documento 11 – AL), entre
Clóvis Renato Numa Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da
Andrade Gutierrez), Márcio Magalhães Duarte Pinto (Diretor de Operações Geral da Andrade
Gutierrez) e Benedicto Barbosa da Silva Junior (Diretor Superintendente e Líder Empresarial
da área de infraestrutura no Brasil da Odebrecht).
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129. Além disso, o Compromissário Marcelo Antonio Carvalho Macedo (Diretor não
estatutário da área de desenvolvimento de novos negócios da Carioca Engenharia) informa
que, em 17 de junho de 2009, executivos da Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht
e da Carioca teriam se reunido para encaminhar tratativas relacionadas à alocação dos
vencedores das licitações das obras de construção, modernização e/ou reforma de estádios de
futebol destinados à Copa do Mundo. Segundo o Compromissário, esta reunião ocorreu no
escritório da Camargo Corrêa, em São Paulo, e, estavam presentes Emílio Auler Neto (Diretor
Comercial da Camargo Corrêa), Marcelo Antonio Carvalho Macedo (Diretor não estatutário
da área de desenvolvimento de novos negócios da Carioca Engenharia) e outros executivos,
cuja identidade não foi capaz de precisar.
67
Os Compromissários afirmam desconhecer qualquer envolvimento das empresas Somague e Fujita no ajuste
anticompetitivo. No melhor entendimento dos Compromissários, representantes da Somague e da Fujita não
participaram de quaisquer reuniões ou contatos com concorrentes com o objetivo de alocar os vencedores da
licitação das obras do Castelão. Igualmente, os Compromissários afirmam nunca terem discutido com
representantes da Somague e da Fujita a existência do ajuste competitivo ou quaisquer detalhes a ele
relacionados.
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Engenharia), Emílio Eugênio Auler Neto (Diretor Comercial da Camargo Corrêa), Gustavo
Souza (Diretor Comercial da Queiroz Galvão) e representante da OAS68.
136. Com relação à reunião bilateral Odebrecht e Andrade Gutierrez, pela troca de e-
mails datados de 06 a 11 de agosto de 2009 (Documento 12 - AL), com os assuntos “RES
GT-Copa. Reunião” e “Res Reunião GT-Copa”, entabulada entre Marco Antônio Ladeira de
Oliveira (Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez) e Eduardo Soares
Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht), foi agendada uma reunião
entre ambos na sede da Odebrecht69, em São Paulo, para 11 de agosto de 2009. Este e-mail
faz ainda referência a um alinhamento entre ambas as empresas para atuarem
estrategicamente frente ao grupo formado pelas demais empresas.
68 Os Compromissários esclareceram que o representante da OAS na reunião mencionada no e-mail foi Bruno
Teixeira, que em poucas ocasiões participou das reuniões pela OAS. Os Compromissários esclareceram que as
suas investigações internas ainda não foram capazes de encontrar evidências que atestem sua ciência,
participação ativa e/ou poder de direção na conduta ora reportada.
69
Como informado pelos Signatários, a sede da Odebrecht em São Paulo situa-se na Rua Lemos Monteiro, 120,
Butantã, São Paulo – SP, CEP: 05501-050, sendo a reunião mencionada realizada na Sala R3, 26º andar.
70
De acordo com os Signatários, a menção a “poderíamos dar uma alinhada nos (sic) tema enquanto aguardamos
o grupo chegar”, no Documento 12 (AL), trata-se de intenção de Eduardo Soares Martins (Diretor de
Desenvolvimento de Negócios Estruturados da Odebrecht) de antecipar alguns assuntos com Marco Antônio
Ladeira de Oliveira (Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez), antes da chegada de
outros participantes à reunião, a fim de discutir o monitoramento dos estádios de futebol em que Andrade
Gutierrez e Odebrecht tinham interesses conjuntos [i.e., (1) Estádio Nacional Mané Garrincha (Brasília/DF), (2)
Arena Amazônia (Manaus/AM), (3) Arena Pernambuco (Recife/PE), (4) Estádio do Maracanã (Rio de
Janeiro/RJ) e (5) Estádio Mineirão (Belo Horizonte/MG)].
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71
No entendimento dos Signatários, “AB” refere-se ao Estádio Arena da Baixada, em Curitiba/PR. Os
Signatários afirmam que não dispõem de informações sobre assunto envolvendo este estádio.
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138. Uma reunião com as demais empresas, ocorrida neste mesmo dia, também é
relatada pelos Compromissários da Carioca, que acrescenta ainda uma segunda reunião. O
Compromissário José Camilo Teixeira Carvalho (Gerente de Desenvolvimento de Novos
Negócios da Carioca Engenharia) recorda-se de ter participado de reuniões realizadas, em
11.08.2009 (TCC com HC 38/2018 - Documento 05) e 23.09.2009 (TCC com HC 38/2018
- Documento 06), no escritório da Odebrecht. O Compromissário esclarece que, em tais
encontros, temas relacionados ao acordo anticompetitivo foram discutidos, sendo estas
reuniões acréscimos ao mencionado no Acordo de Leniência nº 8/2016. Ambas as reuniões
são demonstradas mediante Documentos 05 e 06 (TCC com HC 38/2018):
72
Apesar do Compromisso de Outlook estar registrado na agenda de Marcelo Antônio Carvalho Macedo, os
Compromissários afirmam que compareceu à reunião, em nome da empresa, José Camilo Teixeira Carvalho.
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73
Apesar do Compromisso de Outlook estar registrado na agenda de Marcelo Antônio Carvalho Macedo, os
Compromissários afirmam que compareceu à reunião, em nome da empresa, José Camilo Teixeira Carvalho.
74
Quanto ao mencionado estímulo da Odebrecht a participar na concessão do Estádio Mineirão, na modalidade
parceria público-privada, os Signatários acreditam que a concorrente possa ter se interessado, por uma questão
de estratégia comercial, devido ao risco inerente à essa espécie de contratação.
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140. Como se observa da mensagem (AL - Documento 13) Marco Antônio Ladeira de
Oliveira (Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez) relata a Clóvis
Renato Numa Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade
Gutierrez), João Marcos de Almeida da Fonseca (Superintendente Comercial da Andrade
Gutierrez alocado em Belo Horizonte), Márcio Magalhães Duarte Pinto (Diretor de Operações
Geral da Andrade Gutierrez) e Márcio de Mello Freitas (Gerente Comercial da Andrade
Gutierrez)75 conversa que ele teve com Geraldo Villin Prado (Diretor de Investimentos da
Odebrecht) sobre eventual acordo entre Andrade Gutierrez e Odebrecht em relação a projetos
da Copa do Mundo.
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78
Os Signatários esclarecem que, em geral, os representantes das empresas no GT Copa 2014 tratavam
unicamente de assuntos técnicos de infraestrutura. Neste sentido, os Signatários afirmam que os únicos membros
do GT Copa 2014 envolvidos na conduta ora reportada eram: Marco Antônio Ladeira de Oliveira
(Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez), José Camilo Teixeira Carvalho (Diretor de
Desenvolvimento de Negócios da Carioca Engenharia) e Eduardo Soares Martins (Diretor de Desenvolvimento
de Negócios Estruturados da Odebrecht).
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147. Neste contexto teriam ocorrido conversas entre Andrade Gutierrez e Odebrecht
sobre o estádio de Belo Horizonte. As conversas sobre o Estádio Mineirão teriam durado até
2010, conforme evidencia o Documento 23 (AL), e-mails trocados no dia 22 de janeiro de
2010, entre Eduardo Soares Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
e Marco Antonio Ladeira de Oliveira (Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade
Gutierrez), com o assunto “Res: BH”, procurando marcar uma reunião em Belo Horizonte.
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148. Ainda há indícios de outras reuniões entre Andrade Gutierrez e Odebrecht até 03
de fevereiro de 2010, com troca de e-mails entre Eduardo Soares Martins (Diretor de
Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht), com participação de Geraldo Villin Prado
(Diretor de Investimentos da Odebrecht), e Marco Antonio Ladeira de Oliveira
(Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez) para marcar reuniões em
São Paulo.
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149. Por fim, os esforços de monitoramento podem ser observados por documento
entregue pela Signatária. O Documento 30 (AL)79, composto por duas planilhas datadas de 17
de maio de 2010 e de 04 de agosto de 2010, elaboradas pela Andrade Gutierrez à época dos
fatos, é forte indício do monitoramento do acordo anticompetitivo preliminar.80
79
Os Signatários desconhecem a existência de planilhas elaboradas pelo conluio, mas apenas planilhas
elaboradas individualmente pelas empresas, nos moldes do Documento 30 (AL) ora apresentado. Os Signatários
esclarecem que André Liberato Gerab (à época, Engenheiro Júnior da Andrade Gutierrez) elaborou as planilhas a
partir da análise dos resultados fáticos dos processos licitatórios. Os Signatários informam que até o momento
não foi possível encontrar evidências que indiquem a participação de André Liberato Gerab na conduta ora
reportada.
80
Os Signatários esclarecem que as datas das duas versões da planilha (17 de maio de 2010 e 04 de agosto de
2010) constam do título dos arquivos eletrônicos dos quais as planilhas foram extraídas.
81
Os Signatários esclarecem que a empresa Kallas, mencionada na tabela, não estava envolvida na conduta.
Trata-se de uma empresa estrangeira de incorporação e construção que não mantinha contato com concorrentes.
82
Os signatários informaram não saber a razão de algumas linhas estarem em cinza e outras em branco.
83
Segundo os Signatários, por se tratar de uma tabela de monitoramento de resultados, não há menção à Carioca
e à Queiroz Galvão pois estas empresas não venceram os processos licitatórios para nenhum dos estádios da
Copa, o que teria se dado, conforme relatado neste Histórico da Conduta, segundo os Signatários, por não terem
influência política relevante.
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150. Diante da análise das tabelas ilustradas acima, verifica-se que a única diferença
entre as versões de 17 de maio de 2010 e de 04 de agosto de 2010 é a informação contida na
coluna “consórcio vencedor”, na terceira linha (“Brasília”), que indica que a Andrade
Gutierrez seria a vencedora do processo licitatório para o estádio de Brasília/DF.
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152. Por fim, os Signatários frisam que a participação da Camargo Corrêa nesse
período de monitoramento, em que já haviam sido definidas as cidades-sede, teria ocorrido
exclusivamente em razão da ausência de definição sobre o estádio que sediaria os jogos na
cidade de São Paulo. Enquanto se esperava que o Estádio do Morumbi em São Paulo/SP fosse
um dos estádios de futebol escolhidos para a Copa do Mundo de 2014, a Camargo Correa
manifestou interesse, em sede do acordo anticompetitivo preliminar, em futuramente realizar
esta obra, o que, porém, não foi implementado tendo em vista a escolha final da Arena do
Corinthians em São Paulo/SP. São Paulo foi a última cidade-sede a ter a definição de qual
seria o seu estádio, o que ocorreu apenas em 17 de junho de 2010.
153. Salientam ainda que a Camargo Corrêa manifestou interesse apenas pela obra do
estádio de São Paulo, uma vez que cogitou que o estádio do Morumbi poderia sofrer uma
reforma para sediar os jogos da Copa do Mundo. Por isso, afirmam que, no período entre
maio de 2009, quando foram definidas as cidades-sede, até junho de 2010, quando se definiu
que a Arena Corinthians seria construída, a Camargo Corrêa teria permanecido em contato
com os concorrentes participantes do conluio, monitorando as obras dos estádios de futebol da
Copa do Mundo até tal definição.
154. Conforme exposto pelos Signatários, por força de influência política, quando a
Arena Corinthians foi definida como sede dos jogos em São Paulo, a Odebrecht acabou
vencendo tal projeto, de forma que a Camargo Corrêa foi deixada de lado e acabou não
realizando qualquer obra referente aos estádios de futebol da Copa do Mundo. Os Signatários
esclarecem que não têm conhecimento da existência de eventuais acordos e compensações
entre Camargo Corrêa e Odebrecht envolvendo o estádio da cidade de São Paulo84.
Data das Nº do
Locais Pessoas Físicas participantes da reunião Documento
reuniões Documento
- Marco Antônio Ladeira de Oliveira Registro de
02 de julho Documento 03
-- (Superintendente de Negócios Estruturados Agenda
de 2008 (AL)
da Andrade Gutierrez) (Compromisso
84
Os Signatários não têm conhecimento se a Camargo Corrêa concorreu para a contratação privada para
execução das obras de construção da Arena Corinthians, justamente por se tratar de uma concorrência de
natureza privada.
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Data das Nº do
Locais Pessoas Físicas participantes da reunião Documento
reuniões Documento
- Geraldo Villin Prado (Diretor de Outlook)
Investimentos da Odebrecht)
- Eduardo Hermelino Leite (Vice-Presidente
da Camargo Corrêa)
86
Como informado pelos Signatários, a sede da Carioca Engenharia em São Paulo situa-se na Rua Gilberto
Sabino, 124 - Pinheiros, São Paulo – SP, CEP 05425-02.
87
Há divergência entre os Signatários sobre o local da reunião. Segundo o Signatário MMDP, a reunião poderia
ter ocorrido na própria sede da ABDIB em São Paulo, após a realização de uma reunião do GT Copa e sem a
presença de qualquer representante da associação.
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Data das Nº do
Locais Pessoas Físicas participantes da reunião Documento
reuniões Documento
Superintendente e Líder Empresarial da área
de infraestrutura no Brasil da CNO)
- Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Diretor
Sede da
Superintendente e Líder Empresarial da área
Andrade Registro de
24 de de infraestrutura no Brasil da CNO)
Gutierrez no Agenda Documento 08
novembro - João Borba Filho (Diretor de
Rio de (Compromisso (AL)
de 2008 Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
Janeiro Outlook)
- Márcio Magalhães Duarte Pinto (Diretor de
(RJ)88
Operações Geral da Andrade Gutierrez)
- Marco Antônio Ladeira de Oliveira
21 de
(Superintendente de Negócios Estruturados Documento 09
janeiro de E-mail
da Andrade Gutierrez) (AL)
2009
- Odebrecht
- Marcelo Antonio Carvalho Macedo
(Diretor não estatutário da área de
desenvolvimento de novos negócios da
Carioca Engenharia) Registro de
Documento 3
30 de abril - Marco Antônio Ladeira de Oliveira Agenda
SP (TCC com HC
de 009 (Superintendente de Negócios Estruturados (Compromisso
38/2018)
da Andrade Gutierrez) Outlook)
- outros representantes de empresas
concorrentes, cujos nomes o Compromissário
não é capaz de informar com precisão.
- Marcelo Antonio Carvalho Macedo
(Diretor não estatutário da área de
desenvolvimento de novos negócios da
Carioca Engenharia)
- Marco Antônio Ladeira de Oliveira
(Superintendente de Negócios Estruturados
Escritório da Sem Documento
18 de maio da Andrade Gutierrez)
Andrade ---- (TCC com HC
de 2009 - Eduardo Soares Martins (Diretor de
Gutierrez 39/2018)
Desenvolvimento de Negócios Estruturados
da Odebrecht)
- Gustavo Souza (Diretor de Políticas
Comerciais da Queiroz Galvão)
- Emílio Eugênio Auler Neto (Diretor
Comercial da Camargo Corrêa).
- Marcelo Antonio Carvalho Macedo
(Diretor não estatutário da área de
desenvolvimento de novos negócios da
Carioca Engenharia)
- Marco Antônio Ladeira de Oliveira
Registro de
Escritório da (Superintendente de Negócios Estruturados Documento 4
21 de maio Agenda
Andrade da Andrade Gutierrez) (TCC com HC
de 2009 (Compromisso
Gutierrez - Eduardo Soares Martins (Diretor de 39/2018)
Outlook)
Desenvolvimento de Negócios Estruturados
da Odebrecht)
- Gustavo Souza (Diretor de Políticas
Comerciais da Queiroz Galvão)
- Emílio Eugênio Auler Neto (Diretor
88
Como informado pelos Signatários, a sede da Andrade Gutierrez no Rio de Janeiro situa-se em Praia de
Botafogo 186, 18º andar, Botafogo, Rio de Janeiro – RJ, CEP:22250-145.
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Data das Nº do
Locais Pessoas Físicas participantes da reunião Documento
reuniões Documento
Comercial da Camargo Corrêa).
- Marcelo Antonio Carvalho Macedo
(Diretor não estatutário da área de
desenvolvimento de novos negócios da
Escritório da Carioca Engenharia)
17 de Sem Documento
Camargo - Ricardo Pernambuco Backheuser Júnior
junho de ----- (TCC com HC
Corrêa em (acionista e Diretor Estatutário da Carioca
2009 39/2018)
São Paulo Engenharia)
- Emílio Auler Neto (Camargo Corrêa)
- e outros, dos quais os Compromissários não
se recordam.
- Clóvis Renato Numa Peixoto Primo
Sede da (Diretor Geral da Unidade de Negócios do
Andrade Norte da Andrade Gutierrez) Registro de
08 de
Gutierrez no - Márcio Magalhães Duarte Pinto (Diretor de Agenda Documento 11
junho de
Rio de Operações Geral da Andrade Gutierrez) (Compromisso (AL)
2009
Janeiro - Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Diretor Outlook)
(RJ)89 Superintendente e Líder Empresarial da área
de infraestrutura no Brasil da CNO)
- Eduardo Soares Martins (Diretor de
Desenvolvimento de Negócios Estruturados
da Odebrecht)
- Marco Antônio Ladeira de Oliveira
(Superintendente de Negócios Estruturados
da Andrade Gutierrez)
E-mail
- Marcelo Antônio Carvalho Macedo
interno
(Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Documento 6
17 de julho reportando
Carioca Engenharia) E-mail (TCC com HC
de 2009 reunião
- José Camilo Teixeira Carvalho (Diretor de 38/2018)
ocorrida do
Desenvolvimentos de Negócios da Carioca
G6
Engenharia)
- Emílio Eugênio Auler Neto (Diretor
Comercial da Camargo Corrêa)
- Gustavo Souza (Diretor Comercial da
Queiroz Galvão)
- representante da OAS
- Eduardo Soares Martins (Diretor de
Sede da Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
11 de
Odebrecht - Marco Antônio Ladeira de Oliveira Documento 12
agosto de E-mail
em São (Superintendente de Negócios Estruturados (AL)
2009
Paulo (SP) da Andrade Gutierrez)
89
Como informado pelos Signatários, a sede da Andrade Gutierrez no Rio de Janeiro situa-se em Praia de
Botafogo 186, 18º andar, Botafogo, Rio de Janeiro – RJ, CEP: 22250-145.
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Data das Nº do
Locais Pessoas Físicas participantes da reunião Documento
reuniões Documento
2009 pela CNO - Marco Antônio Ladeira de Oliveira
(Telefonema) (Superintendente de Negócios Estruturados
da Andrade Gutierrez)
- José Camilo Teixeira Carvalho (Gerente de
Desenvolvimento de Novos Negócios da Registro de
23 de Documento 6
Escritório da Carioca Engenharia) Agenda
setembro (TCC com HC
Odebrecht - Representante Odebrecht (Compromisso
de 2009 39/2018)
- e outros, dos quais os Compromissários não Outlook)
se recordam.
- José Camilo Teixeira Carvalho (Gerente de
Desenvolvimento de Novos Negócios da
Carioca Engenharia)
- Marcelo Antônio Carvalho Macedo
(Diretor de Desenvolvimento de Negócios da
Carioca Engenharia)
- Marco Antônio Ladeira de Oliveira
01 de Escritório da E-mails + Documentos 14
(Superintendente de Negócios Estruturados
dezembro Andrade Registro de e 16
da Andrade Gutierrez)
de 2009 Gutierrez Portaria (AL)
- Gustavo Souza (Diretor Comercial da
Queiroz Galvão)
- Emílio Eugênio Auler Neto (Diretor
Comercial da Camargo Corrêa)
- Eduardo Soares Martins (Diretor de
Desenvolvimento de Negócios Estruturados
da Odebrecht)
- Marco Antônio Ladeira de Oliveira
22 e 23 de (Superintendente de Negócios Estruturados
Documento 23
janeiro de --- da Andrade Gutierrez) E-mail
(AL)
2010 - Eduardo Soares Martins (Diretor de
Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
- Marco Antônio Ladeira de Oliveira
(Superintendente de Negócios Estruturados
Shopping
01 e 03 de da Andrade Gutierrez)
Eldorado em Documento 25
fevereiro - Eduardo Soares Martins (Diretor de E-mail
São Paulo (AL)
de 2010 Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
(SP)
- Geraldo Villin Prado (Diretor de
Investimentos da Odebrecht)
Fonte: Históricos da Conduta do Acordo de Leniência celebrado com a Andrade Gutierrez e Históricos da
Conduta dos TCCs celebrados com Odebrecht e com Carioca. Elaboração: SG/Cade
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OAS
Reginaldo Assunção Silva (Diretor da OAS)
QUEIROZ GALVÃO
Gustavo Souza (Diretor Comercial da Queiroz Galvão)
90
Os Signatários entendem que a participação da Camargo Corrêa na suposta colusão durou, muito
possivelmente, de 18 de agosto de 2008 a 17 de junho de 2010 (Fase I), data em que a Arena Corinthians foi
escolhida como o projeto de estádio de São Paulo/SP para a Copa do Mundo.
91
De acordo com os Signatários, apesar de a Queiroz Galvão não ter participado na licitação para o Estádio de
Recife, a empresa manifestou interesse neste estádio em sede do acordo anticompetitivo preliminar. Os
Signatários não sabem informar se houve eventual acordo anticompetitivo bilateral entre Odebrecht e Queiroz
Galvão que pudesse motivar a abstenção desta última empresa em participar do projeto.
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ANDRADE GUTIERREZ
Alberto Quintaes (Diretor Comercial da Andrade Gutierrez)
Carlos José de Souza (Gerente Comercial do Distrito Federal e Tocantins da Andrade Gutierrez)
Clóvis Renato Numa Peixoto (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez)
Eduardo Alcides Zarrelato (Gerente Técnico Comercial da Andrade Gutierrez)
Helder Dantas (Diretor da Andrade Gutierrez)
Marco Antônio Ladeira de Oliveira (Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez)
Márcio Bolívar de Andrade (Diretor de Contrato da Andrade Gutierrez)
Roberto Xavier de Castro Junior (Engenheiro de Obras da Andrade Gutierrez)
Rodrigo Ferreira Lopes da Silva (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez)
Rogério Nora de Sá (Presidente da Andrade Gutierrez)
VIA ENGENHARIA
Fernando Márcio Queiroz (Diretor Presidente da Via Engenharia)
Luiz Felipe Cardoso de Carvalho (Diretor Comercial da Via Engenharia)
Luiz Ronaldo Wanderley (Diretor da Via Engenharia)
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Líder Empresarial da Área de Infraestrutura no Brasil da Odebrecht)
Eduardo Soares Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
Geraldo Villin Prado (Diretor de Investimentos da Odebrecht)
João Antonio Pacífico Ferreira (Diretor Superintendente da Área Norte, Nordeste e Centro-Oeste da Odebrecht)
João Borba Filho (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
Júlio Cesar Duarte Perdigão (Diretor de Investimento da Odebrecht)
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contrato)
Ricardo Roth Ferraz de Oliveira (Diretor de Contrato da Odebrecht)
OAS
José Lunguinho Filho (Diretor Comercial da OAS)
Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da OAS)
CARIOCA ENGENHARIA
José Camilo Teixeira Carvalho (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Carioca Engenharia)
Marcelo Antonio Carvalho Macedo (Diretor não estatutário da área de desenvolvimento de novos negócios da
Carioca Engenharia)
Ricardo Pernambuco Junior (acionista e Diretor Estatutário da Carioca Engenharia)
QUEIROZ GALVÃO
Gustavo Souza (Diretor Comercial da Queiroz Galvão)
Rui Novais Dias (Diretor Comercial da Queiroz Galvão)
DELTA
Dinarte Cirilo Sousa (Coordenador de Licitações da Delta)
Paulo Meriade Duarte (Diretor Comercial da Delta)
Fernando Antônio Cavendish Soares (Presidente do Conselho de Administração da Delta)
CAMARGO CORRÊA
Sem informação
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92
Constam aqui as licitações principais. Pelas manifestações dos órgãos licitantes ao longo do inquérito
administrativo, verificou-se que foram realizados procedimentos licitatórios complementares à modernização
e/ou construção dos Estádios. Há indicativos de que as licitações complementares podem ter sido afetadas pela
conduta relatada pelos Signatários e Compromissários, de modo que também fazem parte do escopo deste
Processo Administrativo.
93
As datas indicadas referem-se às datas de publicação do edital da primeira fase dos processos licitatórios
(quando aplicável) e às datas de apresentação das propostas de preços.
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Elaboração: SG/Cade
94
De acordo com informações dos Signatários e dos Compromissários, confirmado pelo Ofício 1219/2017-
GAB/PRES, de 30/08/2017 (SEI 0380776), da NOVACAP – Companhia Urbanizadora da Nova Capital do
Brasil, em 07 de julho de 2009, foi publicada a primeira parte do Edital de Pré-Qualificação nº 001/2009 – DF
para participação na licitação cujo objeto era a realização de obras e serviços de reforma e ampliação do Estádio
Nacional Mané Garrincha, e, em 20 de julho de 2010, deu-se a assinatura do Contrato nº 523/2010.
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163. Pelas informações prestadas pelo órgão licitante (SEI 0380776) e publicadas na
internet, tem-se o seguinte quadro de participações oficiais no certame:
164. Com relação aos acordos competitivos envolvendo a licitação mencionada para o
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, conforme mencionado pelos Signatários, na
tentativa de divisão inicial dos projetos acordada na Fase I, tanto a Andrade Gutierrez quanto
a OAS manifestaram interesse em vencer a licitação do estádio de Brasília/DF. Esse conflito
de interesses foi ressaltado no Histórico da Conduta (SEI 0633534)95 da adesão ao Acordo de
Leniência.
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tema iria para Folha de São Paulo. Foi sugerido que na próxima semana, se possível na 4
feira (22/07) no Rio, estejam presentes os executivos na Mesa (BJ, etc.) para um
alinhamento geral do G6. ”
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Engenharia da Via Engenharia) e Luiz Felipe Cardoso de Carvalho (Diretor Comercial da Via
Engenharia)97-98.
97
Os Signatários esclarecem que, apesar de Luiz Ronaldo Santos Wanderley (Diretor de Engenharia da Via
Engenharia) e Luiz Felipe Cardoso de Carvalho (Diretor Comercial da Via Engenharia) terem sido classificados
como funcionários de “alto escalão” da Via Engenharia por possuírem cargos de diretoria, na prática, eles
mantinham contatos constantes com Eduardo Alcides Zanelatto (Gerente Técnico Comercial da Andrade
Gutierrez) e Roberto Xavier de Castro Junior (Engenheiro de Obras da Andrade Gutierrez), respectivamente,
funcionários de “escalão operacional” da Andrade Gutierrez. Segundo os Signatários, os contatos entre
funcionários de níveis hierárquicos distintos ocorreram em virtude das diferenças de porte das empresas, da
maior presença local da Via Engenharia na obra em questão e, também, da maior segmentação interna de
funções da Andrade Gutierrez.
98
De acordo com os Signatários, além dos indivíduos indicados no texto, outros funcionários de escalão
operacional da Andrade Gutierrez e da Via Engenharia também participaram do grupo de trabalho e mantiveram
contatos entre si. Os Signatários ressaltam, no entanto, que tais funcionários auxiliavam apenas na análise das
questões técnicas do edital e do projeto e que, até o momento, não foi possível identificar quaisquer indícios de
que eles tinham envolvimento ou ciência dos acordos anticompetitivos ora narrados.
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participaram de pelo menos duas reuniões na sede da NOVACAP99, com o intuito de auxiliar
a entidade licitante na elaboração das respostas a questionamentos feitos por concorrentes e
pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal durante o certame.
175. De acordo com o Signatário Carlos José de Souza (Gerente Comercial do Distrito
Federal e Tocantins da Andrade Gutierrez), no final de 2009, após a entrega da documentação
de pré-qualificação por parte do consórcio formado por Andrade Gutierrez e Via Engenharia,
foram realizadas negociações com a OAS para acertar o conflito de interesses entre o
Consórcio e a empresa, aventando-se diversas possibilidades de acordo e concluindo-se pela
apresentação de proposta de cobertura no certame pela OAS.
177. Conforme relatado pelo Signatário, no mesmo dia, teria sido realizada uma
reunião, na sede da Via Engenharia em Brasília/DF101, que teria contado com a participação
de representantes de Andrade Gutierrez, Via Engenharia e OAS. Teriam estado presentes em
tal reunião: Clovis Renato Numa Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios do
Norte da Andrade Gutierrez), Rodrigo Ferreira Lopes da Silva (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez), Carlos José de Souza (Gerente Comercial do Distrito Federal e Tocantins
da Andrade Gutierrez), Fernando Queiroz (Diretor Presidente da Via Engenharia) e José
Lunguinho Filho (Diretor Comercial da OAS).
99
De acordo com os Signatários, a sede da NOVACAP está localizada no Setor de Áreas Públicas, Lote B,
Brasília – DF, CEP 71215-000.
100
Pela documentação enviada pelo órgão licitante, tem-se que a empresa foi representada neste certame pelo
representante Luiz Fernando Almeida de Domenico, tendo como exemplo os seguintes arquivos: (i) Arquivo SEI
0380780 – Documento inserido na Proposta apresentada pelo consórcio, indicando como contatos do consórcio,
pela Andrade Gutierrez, o Signatário Clovis Renato Numa Peixoto Primo, e pela Via Engenharia, o Sr. Luiz
Fernando Almeida de Domenico; (ii) Arquivo SEI 380855 - Documento inserido na Proposta apresentada pelo
consórcio - Contrato de Empreitada Obra 523/2010 (19/07/2010), no qual constam assinaturas de Rodrigo
Ferreira Lopes da Silva e Carlos José de Souza, Signatários pela Andrade Gutierrez, e Luiz Fernando Almeida de
Domenico, pela Via Engenharia.
101
Segundo os Aderentes, a sede da Via Engenharia em Brasília/DF está localizada em SIA Trecho 03 Lote
1705/15.
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178. Os Signatários informam que, ao final de tal reunião, acertou-se que a licitação do
Estádio Nacional Mané Garrincha (Brasília/DF) ficaria com o consórcio formado por Andrade
Gutierrez e Via Engenharia. Diante da impossibilidade de participação da OAS em referido
consórcio, uma vez que os documentos de pré-qualificação já haviam sido entregues, ou de
sua subcontratação na licitação do Estádio de Brasília/DF, teria sido firmado um acordo
entre o Consórcio Andrade Gutierrez /Via Engenharia e a empresa OAS de que a OAS
seria futuramente compensada com outra obra, não definida naquele momento, e que,
em contrapartida, apresentaria proposta de cobertura na licitação do Estádio Nacional
Mané Garrincha (Brasília/DF) para que o consórcio Andrade Gutierrez/Via Engenharia
se sagrasse vencedor no certame.
102
Os Signatários informam que, até o momento, não foram identificadas evidências de que o Consórcio Encalso
Kallas (Encalso Construções Ltda e Kallas Engenharia e Empreendimentos Ltda.) ou de que os Srs. Eduardo
Pereira de Souza, Rafael Magalhães Cavalcante e Guilherme Ferreira Gomes Nunes, então funcionários da OAS,
tenham tido qualquer envolvimento no conluio ora reportado.
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180. Dessa forma, os Signatários afirmam que a OAS teria apresentado proposta de
cobertura no certame. No entanto, os Signatários informam que não teria ocorrido qualquer
compensação para a OAS.
183. O acordo entre Andrade Gutierrez e Odebrecht foi confirmado pela Odebrecht, que
acrescentou informações. João Antônio Pacífico Ferreira (Diretor Superintendente para o
Norte, Nordeste e Centro-Oeste da Odebrecht) informou que foi contatado por Rodrigo
Ferreira Lopes da Silva (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez), por meio de
ligação telefônica em data que João Antônio Pacífico Ferreira não soube precisar, mas que foi
feita provavelmente para o escritório da Odebrecht localizado em Brasília. Neste telefonema,
Rodrigo Ferreiro Lopes da Silva (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez)
mencionou brevemente um contato entre as empresas Andrade Gutierrez e Odebrecht, além
de solicitar que a Odebrecht apresentasse proposta de cobertura na licitação referente ao
Estádio Mané Garrincha. Como João Antônio Pacífico Ferreira (Diretor Superintendente para
o Norte, Nordeste e Centro-Oeste da Odebrecht) já estava ciente das conversas de colaboração
anteriores entre Odebrecht e Andrade Gutierrez, concordou com a cobertura.
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187. Esta informação está de acordo com a versão dos Signatários, que afirmaram que
as propostas de cobertura, em geral, eram elaboradas por cada empresa individualmente, sem
um padrão preestabelecido. Com exceção da proposta de cobertura apresentada no processo
licitatório para o estádio de Recife/PE, empresa a ser a vencedora apenas informava, o limite
de preço que ofertaria e, consequentemente, as demais empresas apresentavam suas propostas
com preços superiores.
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OAS:
José Lunguinho Filho
Via Engenharia:
Fernando Márcio Queiroz,
Luiz Ronaldo Wanderley,
Luiz Felipe Cardoso de Carvalho
Andrade Odebrecht apresentaria proposta de cobertura para a Andrade Gutierrez:
Gutierrez - Andrade Gutierrez. Clóvis Renato Numa Peixoto
Odebrecht Primo,
Proposta foi apresentada. Rodrigo Ferreira Lopes da Silva
Via Engenharia:
Fernando Márcio Queiroz,
Luiz Ronaldo Wanderley,
Luiz Felipe Cardoso de Carvalho
Elaboração: SG/Cade
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Sem informação
Carioca Sem informação
Formação de consórcio com Andrade Gutierrez
para evitar competição Fernando Márcio Queiroz,
Via Engenharia Luiz Ronaldo Wanderley,
Solicitação de proposta de cobertura para OAS Luiz Felipe Cardoso de Carvalho
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103
Orçamento estimado para as obras e serviços objeto da licitação, nos termos do Capítulo 2 do Edital de Pré-
Qualificação 001/2009 – DF – 2ª Parte – Concorrência.
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196. O consórcio firmado entre Andrade Gutierrez e Via Engenharia de fato sagrou-se
vencedor da licitação para realização das obras no estádio de futebol de Brasília (Estádio
Nacional Mané Garrincha), conforme consta no Contrato nº 523/2010, entre NOVACAP e o
Consórcio Brasília 2014, assinado em 19.7.2010 (AL - Documento 32 e TCC com HC
39/2018 - Documento 37), confirmando os termos do suposto acordo anticompetitivo firmado
entre as empresas concorrentes. O extrato de instrumento contratual foi publicado no Diário
Oficial do Distrito Federal em 23.7.2010 (TCC com HC 39/2018 - Documento 36).
ANDRADE GUTIERREZ
Carlos José de Souza (Gerente Comercial do Distrito Federal e Tocantins da Andrade Gutierrez)
Clóvis Renato Numa Peixoto (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez)
Eduardo Alcides Zarrelato (Gerente Técnico Comercial da Andrade Gutierrez)
Roberto Xavier de Castro Junior (Engenheiro de Obras da Andrade Gutierrez)
Rodrigo Ferreira Lopes da Silva (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez)
Rogério Nora de Sá (Presidente da Andrade Gutierrez)
VIA ENGENHARIA
Fernando Márcio Queiroz (Diretor Presidente da Via Engenharia)
Luiz Ronaldo Wanderley (Diretor da Via Engenharia)
Luiz Felipe Cardoso de Carvalho (Diretor Comercial da Via Engenharia)
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Líder Empresarial da Área de Infraestrutura no Brasil da Odebrecht)
João Antonio Pacífico Ferreira (Diretor Superintendente da Área Norte, Nordeste e Centro-Oeste da Odebrecht)
Ricardo Roth Ferraz de Oliveira (Diretor de Contrato da Odebrecht)
OAS
José Lunguinho Filho (Diretor Comercial da OAS)
CARIOCA ENGENHARIA
Sem Informação
QUEIROZ GALVÃO
Sem Informação
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Ratificação e
Publicação no Publicação Confirmação das
Recomendação aditamento da Publicação no
DOU do Aviso de no DOU do sugestões
Conjunta Recomendação DOU do Aviso
Licitação da Pré- Resultado do acatadas,
02/2009 Conjunta, segundo de Licitação
qualificação nº julgamento segundo Ofício
/4OFCIV/ Ofício nº 40/2010/ da Concorrência
111/2009-CGL da Pré- nº
PRAM 4OFCIVEL/PR/AM Nacional
11.9.2009 qualificação 17.12.2009 25.1.2010 nº 017/2010 021/2010-
(TCC - DOC. 38) nº 111/2009- 25.1.2010 Casa Civil
CGL (TCC - DOC. 45) 27.1.2010
12.11.2009
(TCC -
DOC. 44)
2º Semestre de 2010
Sessão de Publicação
Publicação no DOEAM da Assinatura do
Entrega e Publicação no no DOU do
Homologação e Contrato nº
Abertura das DOU do Extrato do
Adjudicação da Licitação 44/2010 –SEINF
Propostas Resultado do contratual
15.3.2010 1.7.2010
24.2.2010 julgamento 20.8.2010
(TCC - DOC. 46) (AL – DOC. 31)
das Propostas
de Preço
15.3.2010
(TCC - DOC.
46)
199. Após a realização de audiência pública em 27.07.2009 (SEI 0431888 – págs. PDF
100-144 – Ata de Audiência Pública – entregue pelo órgão licitante), deu-se início ao
processo de contratação de empresa para as obras do Estádio de Manaus. O primeiro processo
104
De acordo com informações dos Signatários e dos Compromissários, confirmados pelo órgão licitante,
SEINFRA – Secretaria de Estado de Infraestrutura, do Governo do Estado do Amazonas, por meio do Ofício
140/2018/GS/SEINFRA (SEI 0431654), o primeiro processo licitatório para a execução de obras referentes à
Arena Amazônia foi iniciado em setembro de 2009. O aviso de licitação da Concorrência n° 111/2009 foi
publicado no Diário Oficial da União em 11.9.2009. E, em 1º julho de 2010, deu-se a celebração do Contrato nº
044/2010.
Versão Pública
licitatório para a execução de obras referentes à Arena Amazônia foi iniciado em setembro de
2009. O aviso de licitação da Concorrência n° 111/2009 foi publicado no Diário Oficial da
União em 11.9.2009 (TCC com HC 39/2018 - Documento 38). Tratava-se de procedimento
de pré-qualificação, como etapa preliminar à realização do certame. Porém, em 17.12.2009, o
Ministério Público Federal e o Ministério Público do Amazonas recomendaram o
cancelamento do edital da Concorrência n° 111/2009, por entender que ele continha inúmeras
exigências que, no entendimento do Ministério Público, diminuíam o caráter competitivo do
certame105. Em 25.1.2010, a recomendação foi acatada e o certame foi cancelado. Na mesma
data, foi iniciada uma nova licitação, a Concorrência Nacional n° 017/2010/CGL. O edital
de licitação foi publicado no Diário Oficial da União em 25.1.2010 (TCC com HC 39/2018 -
Documento 45) e tinha por objeto contratação de pessoa jurídica para a execução das obras
civis, estrutura de cobertura metálica, estruturas elétricas, estruturas hidráulicas, instalação
dos sistemas de ar-condicionado, de segurança, “broad-casting” e todos os demais ambientes
contidos nos projetos da Arena Amazônia.
200. Pelas informações prestadas pelo órgão licitante, pelos Signatários e pelos
Compromissários, tem-se o seguinte quadro de participações oficiais no certame:
201. Com relação aos acordos competitivos envolvendo as licitações mencionadas para
a Arena Amazônia, conforme mencionado pelos Signatários, na reunião que muito
possivelmente ocorreu em 18 de agosto de 2008 (Fase I), apenas a Andrade Gutierrez
manifestou interesse pelos projetos relativo ao estádio do Manaus/AM (Arena Amazônia).
105
Disponível em: http://www.pram.mpf.mp.br/institucional/acoes-do-mpf/recomendacao/2009/20091217%20-
%20Recomendacao%20Copa%202014.pdf
106
Das 14 empresas que adquiriram o edital, apenas três - Construtora Andrade Gutierrez S/A, Construções e
Comércio Camargo Corrêa S/A e Odebrecht Serviços de Engenharia e Construção S/A - participaram
efetivamente da pré-qualificação.
Versão Pública
107
Apesar da dificuldade de identificação do nome completo do representante da Andrade Gutierrez pelo
Compromissário, tem-se diversos arquivos, entregues pelo órgão licitante por meio do Ofício
140/2018/GS/SEINFRA (SEI 0431654), com o nome de Márcio Bolívar de Andrade, dentre eles: a) Carta de
Credenciamento da Andrade Gutierrez perante o órgão licitante (19.02.2010) - pág. PDF 17 – SEI 0431891; b)
Procuração da Andrade Gutierrez (08.02.2010 – 31.12.2010) - págs. PDF 13-14 - SEI 0431891; c) Procuração da
Andrade Gutierrez (17.11.2010 a 31.05.2012) - pág. PDF 10 - SEI 0431656; d) Procuração da Andrade Gutierrez
(17.05.2013) - pág. PDF 12 – SEI 0431790.
108
O primeiro processo licitatório para a execução de obras referentes à Arena Amazônia foi iniciado em
setembro de 2009. O aviso de licitação da Concorrência n° 111/2009 foi publicado no Diário Oficial da União
em 11.9.2009 (TCC com HC 39/2018 - Documento 38). Tratava-se de procedimento de pré-qualificação, como
etapa preliminar à realização do certame.
Versão Pública
208. Algumas horas mais tarde, Marco Antônio Ladeira de Oliveira (Superintendente
de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez) envia novos documentos de interesse da
Odebrecht, a fim de viabilizar a sua pré-qualificação (TCC com HC 39/2018 - Documento
40).
Versão Pública
Ladeira de Oliveira ainda adianta que o tema dizia respeito a um assunto “bem ao norte”,
fazendo referência à cidade de Manaus. Ao final, Eduardo Soares Martins diz a Marco
Antônio Ladeira de Oliveira que estaria à disposição para ir até Manaus para fazer as devidas
correções.
Versão Pública
Versão Pública
de Oliveira datado de 4.11.2009 e que continha uma lista de assuntos que deveriam ser
solucionados por Eduardo Soares Martins em sua visita a Manaus.
Versão Pública
216. Na mesma data, foi iniciada uma nova licitação, a Concorrência Nacional n°
017/2010/CGL. O edital de licitação foi publicado no Diário Oficial da União em 25 de
janeiro de 2010 (TCC com HC 39/2018 - Documento 45) e tinha por objeto contratação de
pessoa jurídica para a execução das obras civis, estrutura de cobertura metálica, estruturas
elétricas, estruturas hidráulicas, instalação dos sistemas de ar-condicionado, de segurança,
“broad-casting” e todos os demais ambientes contidos nos projetos da Arena Amazônia.
217. A sessão para a entrega e abertura das propostas foi realizada em 24.2.2010. As
propostas apresentadas estão detalhadas na tabela abaixo:
109
Disponível em: http://www.pram.mpf.mp.br/institucional/acoes-do-mpf/recomendacao/2009/20091217%20-
%20Recomendacao%20Copa%202014.pdf
Versão Pública
ANDRADE GUTIERREZ
Clóvis Renato Numa Peixoto (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez)
Marco Antônio Ladeira de Oliveira (Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez)
Márcio Bolívar de Andrade (Diretor de Contrato da Andrade Gutierrez)
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Líder Empresarial da Área de Infraestrutura no Brasil da Odebrecht)
Geraldo Villin Prado (Diretor de Investimentos da Odebrecht)
Eduardo Soares Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
CAMARGO CORRÊA
Sem informação
110
De acordo com informações dos Signatários e dos Compromissários, confirmado pelo órgão licitante por
meio do Ofício 33/2017-SEPE (SEI 0386096), em 21 de dezembro de 2009, o Edital da Concorrência Pública
Internacional nº 001/2009 foi publicado, e, em 15 de junho de 2010, o contrato foi celebrado.
Versão Pública
1º Semestre de 2010
1º Semestre de 2010
Elaboração: SG/CADE
111
Ata de Julgamento de Habilitação (29.03.2010), juntado aos autos por meio do meio do Ofício 33/2017-SEPE
(SEI 0386096).
Versão Pública
223. Pelas informações prestadas pelo órgão licitante, pelos Signatários e pelos
Compromissários, tem-se o seguinte quadro de participações oficiais no certame:
Elaboração: SG/CADE.
Versão Pública
228. Nessa ocasião, de acordo com Compromissário João Antônio Pacífico Ferreira
(Diretor Superintendente para o Norte, Nordeste e Centro Oeste da Odebrecht), discutiu-se o
interesse da Odebrecht quanto à implantação de uma concessão no modelo de Parceria
Público-Privada (“PPP”) para fins de construção e operação de uma arena no Estado de
Pernambuco. Segundo informa, a estratégia da Odebrecht era de investir no setor de
entretenimento, de forma que a concessão de exploração de um estádio era compatível com os
interesses da empresa.
229. Na ocasião, a Odebrecht havia definido uma estratégia para os estádios da Copa do
Mundo de 2014 que privilegiava a disputa por contratações em modalidade de concessão de
serviços públicos (concessões simples ou parcerias público-privadas), em detrimento de
simples licitações de obras públicas. A Odebrecht avaliava à época que muitos dos estádios
licitados na segunda modalidade corriam risco de se transformarem em “elefantes brancos”,
gerando grande repercussão negativa para as empresas que os construíssem.
113
Nos termos da Resolução Normativa Resolução Normativa nº 01, de 8.11.2007, do Comitê Gestor do
Programa Estadual de Parceria Público-Privada, revogada pelo Decreto Estadual nº 43.000, de 4.5.2016, as PMIs
têm por objetivo permitir a potenciais interessados a possibilidade de apresentar projetos, estudos, investigações
ou levantamentos para estruturação de empreendimentos objeto de concessão ou permissão de serviços públicos,
de parceria público privada, de arrendamento de bens públicos ou de concessão de direito real de uso. Em regra,
os interessados apresentam os estudos para a administração, que os utiliza na elaboração de editais para a
realização de licitação. A apresentação de PMI é uma etapa anterior à realização da licitação pela Administração
Pública, e pode ser solicitada por qualquer pessoa física ou jurídica. Embora a pessoa que tenha elaborado o
estudo possa participar da licitação, a PMI não assegura qualquer vantagem à pessoa física ou jurídica que tenha
elaborado os estudos autorizados durante o processo licitatórios a que se refere. Além disso, é importante notar
que caso os estudos sejam utilizados e o processo seja licitado, o Vencedor do certame é obrigado a ressarcir os
agentes empreendedores, que elaboraram os estudos. O valor estimado dos estudos é previamente aprovado pelo
Versão Pública
Reunião do CGPE que autorizou a realização dos estudos de viabilidade da PPP e projeto
básico pela Odebrecht e ISG para a construção, administração e exploração de um novo
estádio no Estado de Pernambuco, com todos os requisitos exigidos pela FIFA (TCC com
HC 39/2018 - Documento 09). Os Compromissários esclarecem que a ISG não tinha
conhecimento de qualquer acordo anticompetitivo.
Estado e depois são apresentadas as devidas comprovações dos custos incorridos. Caso os estudos não sejam
utilizados, o agente empreendedor não tem direito a qualquer reembolso.
Versão Pública
Lopes da Silva (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez) comentou algo com o seu
superior Clóvis Renato Numa Peixoto Primo. Segundo o Compromissário Benedicto Barbosa
da Silva Júnior, apesar de ter tido conhecimento sobre o acordo, ele não se recorda de ter
tratado com Clóvis Renato Numa Peixoto Primo sobre a proposta de cobertura, pois o assunto
estava sendo tratado diretamente por João Antônio Pacífico Ferreira.
236. Os Signatários confirmam estes contatos entre João Antônio Pacífico Ferreira
(Diretor Superintendente para a Região Norte, Nordeste e Centro-Oeste da Odebrecht) e com
o Signatário Rodrigo Ferreira Lopes da Silva (Superintendente Comercial da Andrade
Gutierrez), ressaltando que a Andrade Gutierrez apresentou a proposta de cobertura em
contrapartida pelo atendimento ao pedido de cobertura feito por ela à Odebrecht no Estádio
Mané Garrincha (Brasília/DF). Ressaltaram ainda que a empresa considerou também a Arena
Amazonas (Manaus/AM) para o atendimento da solicitação de cobertura, embora não tenha
sido objeto explícito tratado com João Antônio Pacífico Ferreira (Diretor Superintendente
para a Região Norte, Nordeste e Centro-Oeste da Odebrecht). A consideração da Arena
Amazonas (Manaus/AM) parece estar relacionada ao conhecimento mais geral de todas as
propostas paralelas em andamento, por parte do alto e do altíssimo escalão das empresas
envolvidas, ou seja, de contatos gerais entre Clóvis Renato Numa Peixoto Primo (Diretor
Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez) e Benedicto Barbosa da Silva
Júnior (Diretor Superintendente e Líder Empresarial da área de infraestrutura no Brasil da
Odebrecht).
237. Os Signatários ressaltam que a Andrade Gutierrez não tinha interesse em vencer o
processo licitatório para a realização das obras da Arena Pernambuco, seja pela falta de
interesse e de proximidade com aquele estado, seja pela falta de estrutura da empresa naquela
localidade. Dessa forma, a participação da empresa no certame, segundo alegam, tinha o
único intuito de simular uma situação de concorrência, mediante apresentação de proposta de
cobertura para que a Odebrecht pudesse se sagrar vencedora do projeto.
238. Após o acordo entre o alto escalão, o Compromissário João Antônio Pacífico
Ferreira (Diretor Superintendente para a Região Norte, Nordeste e Centro-Oeste da
Odebrecht) informa que designou Júlio Cesar Duarte Perdigão (Diretor de Investimento da
Odebrecht) para coordenar com a Andrade Gutierrez a apresentação de proposta de cobertura
(proposta apresentada em 22.3.2010).
Versão Pública
Versão Pública
243. Vale ressaltar que, conforme documentos inseridos nos autos por meio do Ofício
33/2017-SEPE (SEI 0386096), compareceram na Ata de Abertura do Edital, no dia
22.03.2010, como credenciados para representar os consórcios habilitados, pelo consórcio
Andrade Gutierrez e OAS, Helder Dantas (Diretor da Andrade Gutierrez) e, pelo Consórcio
Cidade da Copa, Júlio Cesar Duarte Perdigão (Diretor de Investimento da Odebrecht)114.
Também na Ata de Abertura da Proposta Econômica, em 10.05.2010, ambos compareceram e
assinaram a ata como procuradores regularmente constituídos115.
244. Entre as reuniões entre o Compromissário Júlio Cesar Duarte Perdigão (Diretor de
Investimento da Odebrecht) e Helder Dantas (Diretor da Andrade Gutierrez), ou seja, entre
27.1.2010 e 8.3.2010, os Signatários trouxeram informações sobre supostas reuniões ocorridas
também no alto escalão envolvendo a Arena Pernambuco. Segundo os Signatários, as
discussões entre as empresas também estão indicadas na agenda de Clóvis Renato Numa
Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez),
114
Documento ‘Ata de abertura da Licitação’, anexo do Ofício 33/2017-SEPE (SEI 0386096).
115
Documento ‘Ata de abertura Proposta Econômica’, anexo do Ofício 33/2017-SEPE (SEI 0386096).
Versão Pública
datada de 04.02.2010, em que consta reunião com João Antonio Pacífico Ferreira (Diretor-
Superintendente da Área Norte da Odebrecht) realizada no Rio de Janeiro (AL - Documento
26), conforme ilustrado abaixo.
246. Além disso, outro suposta reunião ocorrida durante as conversas entre João
Antonio Pacífico Ferreira (Diretor Superintendente para a Região Norte, Nordeste e Centro-
Oeste da Odebrecht) e Rodrigo Ferreira Lopes da Silva (Superintendente Comercial da
Andrade Gutierrez) foi um almoço realizado no restaurante “Alcaparras”, no Rio de
Janeiro116, em 24.02.2010 (AL - Documento 28), como indicado a seguir. Ressalta-se que o
suposto almoço antecedeu em cerca de um mês a data da entrega das propostas, que ocorreu
em 22.03.2010.
116
Os Signatários mencionam que o restaurante Alcaparras está localizado na Praia do Flamengo, 150, Rio de
Janeiro/RJ.
Versão Pública
248. Além disso, de acordo com a Compromissária Odebrecht, a OAS foi incluída no
consórcio com a Andrade Gutierrez por questões técnicas, tendo em vista que a Andrade
Gutierrez não era capaz de cumprir todos os requisitos técnicos do edital sem uma parceira.
Os Compromissários esclareceram que não são capazes de lembrar se fizeram contato direto
com a OAS ou se o contato foi feito pela própria Andrade Gutierrez.
250. Como se vê, a planilha indica que os valores se referiam à proposta de outro
proponente, e não da Odebrecht. Os Compromissários não sabem informar se a proposta
econômica foi integralmente utilizada pelo consórcio formado pela Andrade Gutierrez e pela
OAS. Apenas para efeito comparativo, os Compromissários apresentaram a proposta
comercial que contém planilha referente a proposta de preço vencedora apresentada pela
Odebrecht (TCC com HC 39/2018 - Documento 18).
251. Este fato foi confirmado pela Signatária, que afirmou que a proposta de cobertura
apresentada pelo consórcio composto pela Andrade Gutierrez e OAS foi elaborada pela
Odebrecht e entregue à Andrade Gutierrez, apenas para assinatura e apresentação na data
estipulada pelo órgão licitante. Os Signatários destacam que as propostas de cobertura, em
Versão Pública
geral, eram elaboradas por cada empresa individualmente, sem um padrão pré-estabelecido.
Apenas, era informado, pela empresa a ser a vencedora, o limite de preço que seria ofertado
por ela e, consequentemente, as demais empresas apresentavam suas propostas com preços
superiores. A única exceção a essa regra, conforme narrado, teria sido no âmbito do processo
licitatório de Recife, em que a proposta de cobertura a ser apresentada pela Andrade Gutierrez
e OAS foi elaborada pela Odebrecht.
Andrade
OAS e Andrade Gutierrez teria simulado parceria para
Gutierrez –
viabilizar a apresentação de proposta de cobertura para a
OAS -
Odebrecht.
Odebrecht
Elaboração: SG/CADE.
117
Conforme arquivo SEI 0601318, enviado mediante Ofício 06/2019-SEPPAR/SEDUH (SEI 0601315), os três
representantes constam na Procuração da empresa Andrade Gutierrez, com poderes para representá-la perante o
Comitê Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas – CGPE, do Estado de Pernambuco,
incluindo a Comissão de Licitação.
Versão Pública
Elaboração: SG/CADE.
118
Conforme arquivo SEI 0601318, enviado mediante Ofício 06/2019-SEPPAR/SEDUH (SEI 0601315),
constam na Procuração da empresa OAS, com poderes para representá-la perante o Comitê Gestor do Programa
Estadual de Parcerias Público-Privadas – CGPE, do Estado de Pernambuco, incluindo a Comissão de Licitação,
as seguintes pessoas: Paulo Roberto Venuto, Elmar Juan Passos Varjão Bomfim, Renato de Barros Correia
Matos e Charles Maia Galvão.
119
Decisão da Comissão sobre Impugnação ao Edital pela CR Almeida, juntado aos autos por meio do meio do
Ofício 33/2017-SEPE (SEI 0386096).
Versão Pública
261. Em 8.6.2010, foi publicada a convocação para a assinatura do contrato (TCC com
HC 39/2018 - Documento 25), o qual foi celebrado em 15.6.2010 (TCC com HC 39/2018 -
Documento 26). O valor do contrato, conforme cláusula 7, foi de R$ 379.263.314,00, na data
base maio de 2009, sendo este o Valor Presente Líquido do Fluxo da Contraprestação Pública
(Cláusula 32). Em 21.12.2010, houve o primeiro Termo Aditivo ao Contrato. O segundo
Termo Aditivo ocorreu em 15.8.2011, o terceiro Termo Aditivo em 5.12.2011 e o quarto
120
Decisão de Recurso Administrativo, juntado aos autos por meio do meio do Ofício 33/2017-SEPE (SEI
0386096).
121
Nos termos do Edital da Concorrência nº 001/2009, o Valor Presente Líquido do Fluxo da Contraprestação
Pública corresponde ao valor presente líquido da Contraprestação Básica da Concedente para Operação da Arena
(“CBOA”) estimada ao longo dos anos da concessão administrativa, somada ao Ressarcimento dos
Investimentos na Obra (“RIO”), considerando a taxa de desconto indicada no item 14.4 do Edital.
122
Nos termos do Edital da Concorrência nº 001/2009, o Ressarcimento dos Investimentos da Obra (“RIO”) é a
parcela da contraprestação pública a ser reembolsada pela concedente à concessionária, em parcela única, 30 dias
após o início da operação da arena, em valor a ser indicado na proposta econômica do adjudicatário, limitado ao
valor máximo de 75% do valor dos investimentos na obra de construção da arena.
123
Adjudicação pela comissão, juntado aos autos por meio do meio do Ofício 33/2017-SEPE (SEI 0386096).
Versão Pública
ANDRADE GUTIERREZ
Clóvis Renato Numa Peixoto (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez)
Rodrigo Ferreira Lopes da Silva (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez)
Helder Dantas (Diretor da Andrade Gutierrez)
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Líder Empresarial da Área de Infraestrutura no Brasil da Odebrecht)
João Antônio Pacífico Ferreira (Diretor Superintendente para o Norte, Nordeste e Centro Oeste da Odebrecht)
Júlio Cesar Duarte Perdigão (Diretor de Investimento da Odebrecht)
OAS
Sem Informação125
124
Os Compromissários esclareceram que os valores históricos nunca correspondem ao valor efetivamente
faturado, substancialmente em função do reajustamento (correção monetária) previsto em contrato. O
reajustamento impacta o valor efetivamente faturado, o que explica a diferença entre os valores históricos e o
valor efetivamente faturado.
125
Conforme arquivo SEI 0601318, enviado mediante Ofício 06/2019-SEPPAR/SEDUH (SEI 0601315),
constam na Procuração da empresa OAS, com poderes para representá-la perante o Comitê Gestor do Programa
Estadual de Parcerias Público-Privadas – CGPE, do Estado de Pernambuco, incluindo a Comissão de Licitação,
as seguintes pessoas: Paulo Roberto Venuto, Elmar Juan Passos Varjão Bomfim, Renato de Barros Correia
Matos e Charles Maia Galvão.
126
De acordo com informações dos Signatários e dos Compromissários, confirmado pelo órgão licitante por
meio do Ofício GABSEC 478/2017 (SEI 0380987), em 30 de dezembro de 2009, o Edital da Concorrência
Pública Internacional nº 2009004 foi publicado, e, em 26 de novembro de 2010, o contrato foi celebrado.
Versão Pública
2º Semestre de 2010
264. As contratações para a Arena Castelão foram licitadas por meio da Concorrência
Pública Internacional Reformulado n° 20090004/SEESP (Edital - TCC com HC 38/2018 -
08)127. O Aviso de Licitação foi publicado no Diário Oficial do Estado em 30 de dezembro de
2009 (TCC com HC 38/2018 - 07) e no Diário Oficial da União em 13 de janeiro de 2010
(TCC com HC 39/2018 - Documento 53). O edital tinha por objeto a formação de “Parceria
Público-Privada para a reforma, ampliação, adequação, operação e manutenção do Estádio
Plácido Aderaldo Castelo (Castelão) na Cidade de Fortaleza, Estado do Ceará, para
recebimento de partidas da Copa do Mundo de 2014, conforme determinações da FIFA, bem
como para a construção, operação e manutenção de edifício de estacionamento de veículos,
conforme recomendações da FIFA e a construção e manutenção do edifício-sede da
Secretaria do Esporte do Estado do Ceará”.
127
Edital consta da documentação recebida por meio do Ofício GABSEC 478/2017 (SEI 0380987) – Arquivo
01-CP-20090004-SESPORTE-PASTA-01, com início na pág. PDF 49.
Versão Pública
Elaboração: SG/CADE.
128
Edital consta da documentação recebida por meio do Ofício GABSEC 478/2017 (SEI 0380987) – Arquivo
ARQUIVO 02-CP-20090004-SESPORTE-PASTA-02, na pág. PDF 374.
129
Ata da Comissão de 17.03.2010 consta da documentação recebida por meio do Ofício GABSEC 478/2017
(SEI 0380987) – Arquivo 03-CP-20090004-SESPORTE-PASTA-03, págs. PDF 158-159.
Versão Pública
Versão Pública
272. Assim, a Queiroz Galvão não teve envolvimento com os estudos e o projeto da
PPP, liderado pela Compromissária anteriormente à eleição de Fortaleza/CE como cidade-
sede da Copa do Mundo. A Queiroz Galvão passou a integrar o consórcio posteriormente, em
razão de ser uma empresa de maior porte que a Compromissária e, portanto, capaz de
contribuir financeira e tecnicamente com o consórcio, além de ter forte atuação no estado do
Ceará.
275. Tal fato foi confirmado pelo Compromissário Benedicto Barbosa da Silva Júnior
(Diretor Superintendente e Líder Empresarial da área de infraestrutura no Brasil da
Odebrecht), que afirmou ter sido procurado por Ricardo Pernambuco Backheuser Junior
(Presidente da Carioca Engenharia), que solicitou que a Odebrecht apresentasse proposta de
cobertura para a Carioca Engenharia na licitação referente à Arena Castelão. Conforme
explicado por Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ele tinha relação próxima com Ricardo
Pernambuco Backheuser Junior. Tendo em vista que a Odebrecht não tinha interesse na
referida obra, Benedicto Barbosa da Silva Júnior concordou em apresentar a proposta de
cobertura solicitada pela Carioca Engenharia.
130
Documentos juntado aos autos pelo OFICIO GABSEC 478/2017 (SEI 0380987), do órgão licitante: a) Termo
de Compromisso de Constituição de Consórcio, constando Rui Novais Dias como um dos representantes da
Queiroz; b) Carta de Credenciamento do Consórcio perante o órgão licitante: consta o nome de Rui Novais Dias
dentre a relação de nomes. / FORTALEZA: ARQUIVO 03-CP-20090004-SESPORTE-PASTA-03: Carta de
Credenciamento - Consorcio: consta nome de Rui Novais Dias (pág. PDF 125).
Versão Pública
131
Documentos juntado aos autos pelo OFICIO GABSEC 478/2017 (SEI 0380987), do órgão licitante: a)
Procurações da Odebrecht (12.03.2010 e 28.05.2010) tendo Eduardo Soares Martins como seu representante
perante o órgão licitante; b) Credenciamento da Odebrecht perante o órgão licitante: credencia Eduardo Soares
Martins; c) Consta a presença de Eduardo Soares Martins na Ata da Reunião da Comissão em 17.03.2010; d)
diversas comunicações do órgão licitante ao longo do certame foram enviadas à Eduardo Soares Martins
(esmartins@odebrecht.com); e) Carta de Apresentação dos Documentos de Habilitação (15.03.2010), bem como
declarações necessárias conforme edital são assinadas por Eduardo Soares Martins como representante
legal/procurador da empresa.
132
A sessão para a abertura das propostas ocorreu no dia 17.3.2010, conforme Ata da Comissão de Licitação
juntada aos autos (TCC com HC 38/2018 - Documento 10).
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Figura 39 - Documento 54 (TCC com HC 39/2018). Cadeia de e-mails entre José Camilo
Teixeira Carvalho (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Carioca Engenharia)
para Eduardo Soares Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
Versão Pública
279. Como se vê pela cadeia de e-mails acima, em 3.3.2010, José Camilo Teixeira
Carvalho (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Carioca Engenharia) envia mensagem
para Eduardo Soares Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
intitulada “Concerto Casa São Paulo”, por meio da qual pede que Eduardo Soares Martins
entre em contato com ele para tratar da entrega de “convites”. Os Compromissários
esclareceram que o termo “concerto” se tratava, na realidade, da licitação para a Arena
Castelão.
Versão Pública
280. Alguns dias depois, em 8.3.2010, José Camilo Teixeira Carvalho (Diretor de
Desenvolvimento de Negócios da Carioca Engenharia) envia nova mensagem para Eduardo
Soares Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht), dizendo que
precisava falar com ele em caráter de urgência. Eduardo Soares Martins responde no dia
11.03.2010, dizendo que faria contato com José Camilo Teixeira Carvalho no dia seguinte.
281. No dia seguinte, 12.3.2010, alguns dias antes da entrega da proposta, que seria
17.3.2010, José Camilo Teixeira Carvalho (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da
Carioca Engenharia) envia nova mensagem para Eduardo Soares Martins (Diretor de
Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht), afirmando que os “convites” seriam entregues
no dia 15.3.2010, dois dias antes da entrega da proposta. Além disso, afirma que já estão
alinhados sobre a “ajuda no concerto”.
133
Documentos juntado aos autos pelo OFICIO GABSEC 478/2017 (SEI 0380987), do órgão licitante: a) Consta
a presença de Eduardo Soares Martins na Ata da Reunião da Comissão em 17.03.2010; b) Carta de Apresentação
dos Documentos de Habilitação (15.03.2010), bem como declarações necessárias conforme edital são assinadas
por Eduardo Soares Martins como representante legal/procurador da empresa.
Versão Pública
286. Dois dias antes (23.05.2010), o Compromissário Eduardo Soares Martins (Diretor
de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht) envia mensagem eletrônica para Geraldo
Villin Prado (Diretor de Investimentos da Odebrecht) para informar que compareceria à
sessão (TCC com HC 39/2018 - Documento 55).
Versão Pública
Norte, Nordeste e Centro Oeste da Odebrecht) estava copiado no e-mail apenas porque a obra
estava localizada em sua área de atribuição:
Versão Pública
Elaboração: SG/CADE
291. Após a apresentação de recursos por parte dos consórcios inabilitados, a Comissão
Central de Concorrências do Estado do Ceará deu provimento aos recursos e decidiu pela
Versão Pública
habilitação dos consórcios “Arena Multiuso Castelão” e “Novo Castelão”, consoante ata de
reunião realizada em 11.05.2010 (TCC com HC 38/2018 - Documento 12). Deste modo,
todos os participantes foram habilitados para a abertura de suas propostas técnicas e
comerciais, conforme sessão pública realizada em 01.06.2010 e reunião da Comissão Central
de Concorrências de 27.07.2010 (TCC com HC 38/2018 - Documento 13).
135
Publicação no Diário Oficial da União consta da documentação recebida por meio do Ofício GABSEC
478/2017 (SEI 0380987) – Arquivo 08-CP-20090004-SESPORTE- PASTA-08.
136
Requerendo a ratificação da inabilitação dos Consórcios Arena Multiuso Castelão e Novo Castelão.
Versão Pública
CARIOCA
Ricardo Pernambuco Junior (acionista e Diretor Estatutário da Carioca Engenharia)
José Camilo Teixeira Carvalho (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Carioca Engenharia)
Marcelo Antonio Carvalho Macedo (Diretor não estatutário da área de desenvolvimento de novos negócios da
Carioca Engenharia)
137
Contrato e publicação do extrato do contrato no Diário Oficial do Estado constam da documentação recebida
por meio do Ofício GABSEC 478/2017 (SEI 0380987).
Versão Pública
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Líder Empresarial da Área de Infraestrutura no Brasil da Odebrecht)
Geraldo Villin Prado (Diretor de Investimentos da Odebrecht)
Eduardo Soares Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
João Borba Filho (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht)
QUEIROZ GALVÃO
Rui Novais Dias (Diretor Comercial da Queiroz Galvão)
Gustavo Souza (Diretor de Políticas Comerciais da Queiroz Galvão)
2º Semestre de 2010
Elaboração: SG/CADE
138
De acordo com informações dos Signatários, dos Compromissários e do órgão licitante, por meio do Ofício
SEOBRAS/GSE 1198/2017 (SEI 0380390), em 02 de junho de 2010, foi publicado o Edital para a Concorrência
Nacional nº 045/2010, e, em 11 de agosto de 2010, o contrato foi celebrado (AL - Documento 33).
Versão Pública
300. As contratações para o Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, foram licitadas por
meio da Concorrência Nacional n° 045/2010/SEOBRAS139. O Aviso de Licitação foi
publicado no Diário Oficial do Estado, em 02.06.2010, com o valor estimado de R$
720.139.000,01 (TCC com HC 39/2018 - 47). O edital tinha por objeto a elaboração de
projeto executivo e execução de obras de reforma e adequação do Complexo do Maracanã no
Município do Rio de Janeiro/RJ.
301. Pelas informações prestadas pelo órgão licitante, pelos Signatários e pelos
Compromissários, tem-se o seguinte quadro de participações oficiais no certame:
139
Edital inserido nos autos por meio do Ofício SEOBRAS/GSE 1198/2017 (SEI 0380390) – Arquivo Processo
E-17-000.592-2010 - Volume XI, págs PDF 41-84. Aviso de Edital igualmente inserido no mesmo arquivo, pág.
PDF 302.
Versão Pública
306. Além disso, o Compromissário Benedicto Barbosa da Silva Júnior ainda informou
ao Compromissário Marcos Vidigal do Amaral que a Andrade Gutierrez faria parte do
consórcio a ser formado para a participação na licitação, na proporção de 70% para a
Odebrecht e 30% para a Andrade Gutierrez. O Compromissário Benedicto Barbosa da Silva
Júnior esclareceu que a distribuição da participação no consórcio foi discutida e definida por
ele e o Signatário Clóvis Renato Numa Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios
do Norte da Andrade Gutierrez). Além disso, Benedicto Barbosa da Silva Júnior esclareceu
que essa distribuição foi definida com base nas regras que tinham sido discutidas durante a
tentativa de estabelecimento de parceria entre as empresas. Na ocasião, discutiu-se que essa
seria a distribuição nos potenciais consórcios e que caberia à empresa líder a participação de
70%, de modo que a outra empresa ficaria com 30%.
307. Esta interação entre Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Diretor Superintendente e
Líder Empresarial da área de infraestrutura no Brasil da Odebrecht) e Clóvis Renato Numa
Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez) foi
confirmada pela Signatária.
Versão Pública
312. De acordo com informações apresentadas por Benedicto Barbosa da Silva Júnior
(Diretor Superintendente e Líder Empresarial da área de infraestrutura no Brasil da
Odebrecht), em data próxima à data da realização da audiência pública140, que ocorreu no
final de janeiro de 2010, ele foi procurado pelo então Governador do Estado do Rio de Janeiro
que lhe informou que a Delta deveria participar do consórcio formado pela Odebrecht e pela
Andrade Gutierrez, com um percentual de 30%. Isto significaria uma readequação das
participações no consórcio. Segundo a Signatária, a Andrade Gutierrez teria 21% (vinte e um
por cento) do consórcio para a realização das obras de reforma do Maracanã, enquanto que a
Odebrecht seria detentora de 49% (quarenta e nove por cento) do consórcio, e a Delta de 30%
(trinta por cento).
140
Ata de Audiência Pública realizada em 28.01.2010 foi inserida nos autos por meio do Ofício SEOBRAS/GSE
1198/2017 (SEI 0380390) – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 - Volume XI, pág. PDF 309.
141
Menção à Fernando Antônio Cavendish Soares em algumas páginas da Sentença proferida pela 7ª Vara
Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro (Processo 0017513-21.2014.4.02.5101
(2014.51.01.017513-9), dentre elas págs. PDF 77, 136.
Versão Pública
142
Consta da documentação inserida nos autos por meio do Ofício SEOBRAS/GSE 1198/2017 (SEI 0380390):
a) Carta de Credenciamento da DELTA para a licitação: consta o nome de Dinarte Cirilo de Sousa – Arquivo
Processo E-17-000.592-2010 - Volume XII, pág. 623; b) Procuração DELTA: consta o nome de Dinarte Cirilo
de Sousa – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 - Volume XXII, pág. 390; c) Instrumento Particular de
Compromisso de Constituição de Consórcio: representa a DELTA Dinarte Cirilo de Sousa e/ou Paulo Meriade
Duarte – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 - Volume XXII, págs. 399-408; d) Declarações da DELTA na
proposta de habilitação: todas assinadas por Dinarte Cirilo de Sousa – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 -
Volume XXV, pág. 149, 218, 234 e 357; e) Contrato 101-2010 (11.08.2010): representa a DELTA Paulo
Meriade Duarte – Arquivo E-17-000.592-10 Volume XLII, págs. 106-127; f) Assinatura dos Termos Aditivos
até a saída da DELTA do consórcio: representada por Paulo Meriade Duarte; g) Solicitação de saída da DELTA:
representada por Paulo Meriade Duarte – Arquivo E-17-000.592-10 Volume XLII, págs. 194-195.
Versão Pública
322. Os Compromissários da Odebrecht informaram ainda que teria sido realizada outra
reunião em São Paulo, no escritório da empresa Paulitec Construções, situado na Avenida
Lineu de Paula Machado, n° 1000, Cidade Jardim. A reunião realizada em São Paulo contou
com a participação de Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contrato da Odebrecht), Alberto
Quintaes (Diretor Comercial da Andrade Gutierrez), Dinarte Cirilo Sousa (Coordenador de
Versão Pública
323. As duas reuniões ocorreram entre os meses de junho e julho de 2010. A segunda
reunião ocorreu possivelmente no dia 12.7.2010 ou 13.7.2010, conforme demonstrativo de
despesa de aquisição de passagem para Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contrato da
Odebrecht) (TCC com HC 39/2018 - Documento 49).
325. Além disso, os Compromissários da Odebrecht esclareceram que também foi feito
contato com representante da Queiroz Galvão, possivelmente com Gustavo Souza (Diretor
143
Consta da documentação inserida nos autos por meio do Ofício SEOBRAS/GSE 1198/2017 (SEI 0380390):
a) Carta de Credenciamento da DELTA para a licitação: consta o nome de Dinarte Cirilo de Sousa – Arquivo
Processo E-17-000.592-2010 - Volume XII, pág. 623; b) Procuração DELTA: consta o nome de Dinarte Cirilo
de Sousa – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 - Volume XXII, pág. 390; c) Instrumento Particular de
Compromisso de Constituição de Consórcio: representa a DELTA Dinarte Cirilo de Sousa e/ou Paulo Meriade
Duarte – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 - Volume XXII, págs. 399-408; d) Declarações da DELTA na
proposta de habilitação: todas assinadas por Dinarte Cirilo de Sousa – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 -
Volume XXV, pág. 149, 218, 234 e 357; e) Contrato 101-2010 (11.08.2010): representa a DELTA Paulo
Meriade Duarte – Arquivo E-17-000.592-10 Volume XLII, págs. 106-127; f) Assinatura dos Termos Aditivos
até a saída da DELTA do consórcio: representada por Paulo Meriade Duarte; g) Solicitação de saída da DELTA:
representada por Paulo Meriade Duarte – Arquivo E-17-000.592-10 Volume XLII, págs. 194-195.
Versão Pública
Comercial da Queiroz Galvão), para igualmente solicitar que a empresa apresentasse proposta
de cobertura para o consórcio formado por Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta. De acordo
com os Compromissários, o representante da Queiroz Galvão teria dito que a empresa não
possuía atestados suficientes para apresentar proposta de cobertura. No entanto, Marcos
Vidigal do Amaral (Diretor de Contrato da Odebrecht) insistiu para que a Queiroz Galvão
apresentasse a referida proposta, mesmo sabendo da possibilidade de desclassificação da
Queiroz Galvão. De acordo com o Marcos Vidigal do Amaral, não houve a negociação de
contrapartida naquele momento.
144
Conforme documentação inserida nos autos pela SEOBRAS, Maurício Rizzo, da Queiroz Galvão
representava a empresa e o consórcio perante o órgão licitante. Consta da documentação inserida nos autos por
meio do Ofício SEOBRAS/GSE 1198/2017 (SEI 0380390): a) Recibo da entrega do Edital à Construtora
Queiroz Galvão (18.06.2010): consta o nome de Gustavo Souza – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 -
Volume XI, pág. 370; b) Relatório de comparecimento à visita técnica: consta o nome de Maurício Rizzo –
Arquivo Processo E-17-000.592-2010 - Volume XII, págs. 63-65; c) Carta de Credenciamento da Queiroz
Galvão perante o órgão licitante: consta o nome de Maurício Rizzo – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 -
Volume XII, págs. 111-125; d) Carta de Credenciamento do Consórcio Queiroz Galvão-Carioca: consta o nome
de Maurício Rizzo – Arquivo Processo E-17-000.592-2010 - Volume XII, págs. 577-580.
Versão Pública
331. Além disso, embora entendesse, à época, que o edital da Concorrência Nacional nº
45/2010 aparentasse conter requisitos excessivamente limitadores da competitividade do
certame145, o Compromissário Ricardo Pernambuco Junior (acionista e Diretor Estatutário da
Carioca Engenharia) relata que a Compromissária, após discutir o tema com sua consorciada,
decidiu, à época, não prosseguir com qualquer questionamento judicial a respeito do tema, por
entender ser necessário manter uma boa interlocução e relacionamento com o Governo do
Estado do Rio de Janeiro.
332. Houve igualmente menção pelos Signatários - Andrade Gutierrez - de ter ocorrido
direcionamento no edital da licitação do Rio de Janeiro/RJ. Além disso, no que diz respeito ao
edital da licitação, o Compromissário Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contrato da
Odebrecht) informa que, entre abril e maio, reuniu-se com o Subsecretário de obras Hudson
Braga em seu gabinete no prédio do “Banerjão”, localizado na Rua México, nº 125, 9º andar,
Centro, Rio de Janeiro, na sede da Secretaria de Obras. Durante a referida reunião, Marcos
Vidigal do Amaral apresentou sugestões para as exigências técnicas que deveriam constar no
edital de modo a garantir uma vantagem no certame ao consórcio formado pela Andrade
Gutierrez, Odebrecht e Delta.
145
Os Compromissários informam que tais exigências excessivamente restritivas foram objeto de Inquérito Civil
nº 2011.00047580 por parte da 3ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TUTELA COLETIVA DE DEFESA DA
CIDADANIA do MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, que culminou com o
oferecimento de ação civil pública contra Odebrecht, Andrade Gutierrez, Delta e agentes políticos ligados ao
Governo do Estado do Rio de Janeiro (TCC com HC 38/2018 - Documento 22 – Cópia da Inicial da Ação Civil
Pública).
Versão Pública
peso mínimo > 1.100 toneladas, sendo 750 toneladas deverá ter sido
executada para cobertura, com altura superior a 15 metros;
Item 9.3.4., “d”, do Edital: Execução membrana tensionada sobre
cobertura metálica;
Item 9.3.4., “e”, do Edital: Instalação de assentos e/ou cadeiras em
Estádios e/ou Arenas e/ou Complexo Esportivos com quantidade > ou =
20.000 (vinte mil) unidades;
Item 9.3.4., “f”, do Edital: Execução de obras de construção e/ou
complementação e/ou reforma, de Estádios e/ou Arenas e/ou Complexo
Esportivo com capacidade de público maior ou igual a 30.000 (trinta mil)
espectadores, compreendendo as seguintes instalações:
Sistema de bilhetagem com bloqueios eletrônicos e sistema de
monitoramento;
Sistema de CFTV com câmeras móveis, gravador de vídeo, monitor e
fonte;
Sistema de controle de acessos com controladores eletrônicos, com
leitora de cartões e fechadura magnética; Sistema de iluminação de
campo de futebol; e
Display digital com placar eletrônico e telão para projeção de mídia.
Item 9.3.4., “g”, do Edital: Execução de obras de construção e/ou
complementação e/ou reforma, de Estádio e/ou Arena e/ou Complexo
esportivo com capacidade de público maior ou igual que 30.000 (trinta mil)
espectadores, e/ou edificação com área superior a 200.000 m2 (duzentos
mil metros quadrados), compreendendo as seguintes instalações:
Sistema de iluminação interna;
Sistema de energia contendo no break trifásico micro processador e
grupo gerador;
Sistema de detecção de fumaça;
Sistema de alarme de incêndio contendo módulos de comando de
alarme e painel de controle;
Sistema de ar condicionado central tipo água gelada;
Elevador de passageiros;
Subestação blindada;
Sistema de automação predial.
Versão Pública
Versão Pública
Versão Pública
Delta:
Paulo Meriade Duarte
Dinarte Cirilo Sousa
Elaboração: SG/CADE
Elaboração: SG/CADE
339. Em 11.8.2010 foi assinado contrato com o Consórcio Maracanã Rio 2014 no valor
de R$ 705.589.143,72 (AL - Documento 33; TCC com HC 39/2018 - Documento 51). No
decorrer da obra, houve 16 termos aditivos (TCC com HC 39/2018 - Documentos 52),
totalizando R$ 344.410.688,00. Ao final, o valor total contratado foi de R$ 1.049.999.831,72.
Versão Pública
ANDRADE GUTIERREZ
Clóvis Renato Numa Peixoto (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez)
Alberto Quintaes (Diretor Comercial da Andrade Gutierrez)
DELTA
Fernando Antônio Cavendish Soares (Presidente do Conselho de Administração da Delta)
Paulo Meriade Duarte (Diretor Comercial da Delta)146
Dinarte Cirilo Sousa (Coordenador de Licitações da Delta)147
ODEBRECHT
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Líder Empresarial da Área de Infraestrutura no Brasil da Odebrecht)
Marcos Vidigal do Amaral (Diretor de Contrato da Odebrecht)
OAS148
Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente Comercial da OAS)
CARIOCA ENGENHARIA
Ricardo Pernambuco Junior (acionista e Diretor Estatutário da Carioca Engenharia)
QUEIROZ GALVÃO149
146
Há documentos apresentados pelo órgão licitante, por meio do OFICIO SEOBRAS/GSE 1198/2017 (SEI
0380390), que demonstram capacidade conferida a ele para atuar em nome da empresa nesta licitação.
ARQUIVO - PASTA 3. Vols XXXII ao XL - SUBPASTA 41_E-17-000.592-2010 - ARQUIVO E-17-000.592-
2010 - Volume XLI: Terceiro Termo Aditivo (31/10/2011). Assinaram o Termo: DELTA - Paulo Meriade
Duarte (Págs. PDF 425-428) / ARQUIVO- PASTA 3. Vols XXXII ao XL - SUBPASTA 42_E-17-000.592-
2010 - arquivo E-17-000.592-10 Volume XLII: Quarto Termo Aditivo (07/12/2011). Assinaram: DELTA -
Paulo Meriade Duarte (págs. PDF 100-103); Contrato de Elaboração de Projeto Executivo e Execução de Obras -
Contrato 101/2010 (11/08/2010). Assinaturas: DELTA - Paulo Meriade Duarte (págs. PDF 106-127); Solicitação
de autorização da contratante para alteração do consórcio. Saída da DELTA. Assinado também por Paulo
Meriade Duarte (págs. PDF 194-195)
147
Há documentos apresentados pelo órgão licitante, por meio do OFICIO SEOBRAS/GSE 1198/2017 (SEI
0380390), que demonstram capacidade conferida a ele para atuar em nome da empresa nesta licitação.
ARQUIVO SEI 0380402 e 0380405 - PASTA 1. Vols I ao XVIII - SUBPASTA 12_E-17-000.592-2010 -
ARQUIVO Processo E-17-000.592-2010 - Volume XII: Carta de Credenciamento - DELTA. Credencia
DINARTE CIRILO DE SOUSA. Para licitação (pág. PDF 623) / PASTA 2. Vols XIX ao XXXI SUBPASTA
22_E-17-000.592-2010 ARQUIVO Processo E-17-000.592-2010 - Volume XXII: Procuração DELTA - Dinarte
Cirilo de Sousa (pág. PDF 390) e Credenciamento DELTA - Dinarte Cirilo de Sousa (pág. PDF 392) / PASTA 3.
Vols XXXII ao XL - SUBPASTA 42_E-17-000.592-2010 - arquivo E-17-000.592-10 Volume XLII: Procuração
Consórcio Maracanã Rio 2014 (25/02/2012). Delta representada por Paulo Meriade Duarte (outorgante) e
Dinarte Cirilo de Sousa (outorgados). Poderes para representar o consórcio perante o contrato e a administração
pública (págs. PDF 196-199; 261-262)
148
RIO DE JANEIRO - ARQUIVO SEI 0380402 e 0380405 - PASTA 1. Vols I ao XVIII - SUBPASTA 12_E-
17-000.592-2010 - ARQUIVO Processo E-17-000.592-2010 - Volume XII: Carta de Credenciamento - OAS.
Reginaldo Assunção Silva, Agenor Valladão Neto, Rodrigo Augusto Maues Ventra e Rafael Duarte Di Tullio
(págs 633-646).
149
Será investigado durante a instrução o grau de conhecimento de Maurício Rizzo sobre as condutas aqui
reportadas. Constam dos autos documentos que o habilitaram a atuar em nome da empresa na licitação do
Estádio do Maracanã. ARQUIVO SEI 0380402 e 0380405 - PASTA 1. Vols I ao XVIII - SUBPASTA 12_E-17-
000.592-2010 - ARQUIVO Processo E-17-000.592-2010 - Volume XII: Carta de Credenciamento -
Versão Pública
341. Os Signatários detalham que, como mencionado acima, em sede da “Fase I”, a
Andrade Gutierrez e a Odebrecht manifestaram interesse em vencer o processo licitatório
referente ao estádio de Belo Horizonte/MG (Estádio Mineirão). A partir de tal sobreposição
de interesses e, como forma de compensação pelo acordo formado entre estas duas empresas
em relação ao estádio do Rio de Janeiro/RJ (Estádio do Maracanã), no qual a Odebrecht
permitiu que a Andrade Gutierrez participasse do consórcio que se tornou vencedor do
processo licitatório, os Signatários descrevem que Clóvis Renato Numa Peixoto Primo
(Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez) se comprometeu com
Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Diretor Superintendente e Líder Empresarial da área de
infraestrutura no Brasil da Odebrecht) a conceder à Odebrecht 30% (trinta por cento) de
eventual participação futura da Andrade Gutierrez nas obras de construção do estádio
localizado em Belo Horizonte/MG (Estádio Mineirão)151, trata-se da mesma proporção que
seria concedida à Andrade Gutierrez pela Odebrecht no Estádio do Maracanã.
342. A este respeito, tem-se o Documento 13 - AL, apresentado pelos Signatários, que
demonstra que se deu continuidade às tratativas entre as empresas para firmar uma parceria
para realização das obras da Copa do Mundo, conforme ilustrado abaixo.
Versão Pública
152
Quanto ao mencionado estímulo da Odebrecht a participar na concessão do Estádio Mineirão, na modalidade
parceria público-privada, os Signatários acreditam que a concorrente possa ter se interessado, por uma questão
de estratégia comercial, devido ao risco inerente à essa espécie de contratação.
153
Os Signatários esclarecem que as suas investigações internas ainda não foram capazes de encontrar
evidências que atestem a ciência, participação ativa e/ou poder de direção de Márcio de Mello Freitas (Gerente
Comercial da Andrade Gutierrez) na conduta ora reportada.
Versão Pública
sobre eventual acordo entre Andrade Gutierrez e Odebrecht em relação a projetos da Copa do
Mundo.
345. As conversas sobre o Estádio Mineirão teriam durado até 2010, conforme indica o
Documento 23 (AL), e-mails trocados no dia 22 de janeiro de 2010, entre Eduardo Soares
Martins (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht) e Marco Antonio Ladeira
de Oliveira (Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez), com o assunto
“Res: BH”, procurando marcar uma reunião em Belo Horizonte.
Versão Pública
154
A entrega das propostas na licitação realizada para contratação referente ao Estádio Mineirão (Belo
Horizonte/MG) ocorreu em 12 de agosto de 2010, isto é, data posterior à data prevista para entrega das propostas
para o Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro/RJ). Portanto, os Signatários concluem que a desistência da Andrade
Gutierrez de participar do certame para o Estádio do Mineirão foi após sua inclusão no consórcio da Odebrecht,
que foi contratada paras obras do Estádio do Maracanã. A despeito disso, os Signatários afirmam que não houve
qualquer compensação ulterior por parte da Andrade Gutierrez, com relação à Odebrecht.
Versão Pública
Versão Pública
Elaboração: SG/CADE
353. Embora os Signatários não tenham participado diretamente das licitações dos
projetos de obras de construção civil, modernização e/ou reforma de instalações esportivas em
estádios localizados nas cidades de Natal/RN (Arena das Dunas) e Salvador/BA (Arena Fonte
Nova), os Signatários entendem que esses projetos também podem ter sido objeto de acordos
anticompetitivos, ao considerar a reunião possivelmente realizada em 18 de agosto de 2008
(Fase I), bem como nos resultados das referidas licitações.
155
As datas indicadas referem-se às datas de publicação do edital da primeira fase dos processos licitatórios
(quando aplicável) e às datas de apresentação das propostas de preços.
Versão Pública
356. A Tabela acima demonstra que os supostos termos ajustados pelos integrantes do
conluio em sede do acordo anticompetitivo preliminar teriam surtido efeito em relação aos
estádios de Natal/RN (Arena das Dunas) e de Salvador/BA (Arena Fonte Nova), tendo em
vista que a OAS foi a única empresa membro do conluio que apresentou proposta em
Natal/RN, vencendo o processo licitatório, e o consórcio formado por OAS e Odebrecht
venceu o projeto de Salvador/BA, mediante abstenção dos outros participantes do conluio.
Versão Pública
360. Se comprovada a existência desse suposto cartel nos moldes em que ele se
apresenta, presume-se, pois, seu potencial efeito nocivo à concorrência e seu poder de
controlar artificialmente o mercado em que se enquadra.
361. Nesse sentido, não se faz necessária aqui uma profunda análise sobre o mercado
relevante atingido pela conduta: primeiro porque a própria existência de um suposto acordo
entre concorrentes com o grau de coordenação que aqui fora apresentado seria suficiente para
demonstrar a racionalidade desse acordo para que as empresas dominassem o mercado;
segundo porque o próprio objeto desse acordo delimita o mercado afetado, alvo do abuso do
poder econômico das empresas.
362. Além disso, considerando que o presente caso também se caracteriza como cartel
em licitação, verifica-se que a competição se dá pelo mercado, e, portanto, os fornecedores
competem entre si por um contrato para fornecer um determinado produto ou serviço, e a
partir disso, o adquirente – especialmente o Governo – escolhe a proposta mais vantajosa
possível. Assim, quando tais fornecedores combinam previamente sua participação em um
certame ou um conjunto de licitações, o impacto para a concorrência é evidente.
363. Por fim, ainda que essa etapa não seja necessária, passa-se à análise do mercado
possivelmente afetado por tal conduta.
365. A razão para tal se dá por conta de um fator específico, pois é o próprio escopo da
suposta atuação ilícita dos Representados que auxiliaria a autoridade a delimitar qual é a área
que está sendo afetada pela conduta (aliás, este aspecto também pode ser verificado, em maior
Versão Pública
367. Dessa forma, para definir o mercado relevante seria necessário apenas verificar o
escopo do suposto acordo. A partir dos documentos produzidos ao longo da investigação,
percebe-se que a suposta prática referia-se ao mercado nacional de obras de construção
civil, modernização e/ou reforma de instalações esportivas (“estádios de futebol”)
destinados à Copa do Mundo do Brasil de 2014 (“Copa do Mundo”)156, passando a ser
esse, portanto o mercado relevante supostamente afetado pela conduta anticompetitiva
investigada no presente feito.
156
Os Signatários explicam que, conforme consta na Lista CNAE do IBGE (versão 2.0), os serviços de
construção civil são compostos por obras de infraestrutura, tais como: construção de autoestradas, vias urbanas,
pontes, túneis, ferrovias, metrôs, pistas de aeroportos, portos e redes de abastecimento de água, sistemas de
irrigação, sistemas de esgoto, instalações industriais, redes de transporte por dutos e linhas de eletricidade,
instalações esportivas, etc. Os serviços de construção civil relacionados às obras de construção de estádios da
Copa do Mundo do Brasil de 2014 enquadram-se na categoria de construção de instalações esportivas.
Versão Pública
também podem ter sido objeto da conduta anticompetitiva, pois quanto a estas os Signatários
não participaram diretamente dos certames: (7) Arena das Dunas em Natal/RN e (8) Arena
Fonte Nova em Salvador/BA. Os Signatários e os Compromissários informaram que ainda
não foram encontradas evidências envolvendo os estádios nas demais cidades-sede da Copa
do Mundo: (9) Arena Pantanal em Cuiabá/MT, (10) Arena da Baixada em Curitiba/PR, (11)
Estádio Beira-Rio em Porto Alegre/RS e (12) Arena Corinthians em São Paulo/SP. Estes
estádios de futebol destinados à Copa do Mundo de 2014 foram submetidos a procedimentos
licitatórios (licitações de obras públicas e de Parcerias Público-Privadas na modalidade
concorrência – Lei nº 8.666/1993 e Lei nº 11.079/2004).
Pessoas Jurídicas
Versão Pública
Construtora Norberto
Odebrecht S.A. ODEBRECHT:
(“ODEBRECHT”) 15.102.288/0001-82
Rua Lemos Monteiro, nº
Odebrecht Engenharia e OECI: 120, andar 12, parte H, www.odebrecht.com
Construção Internacional S.A. 10.220.039/0001-78 Butantã, São Paulo/SP. Tel.: +55 (11) 3792-4000
(antiga Odebrecht Serviços de CEP 05.501-050
Engenharia e Construção OPI:
S.A.) (“OECI”) 07.668.258/0001-00
Odebrecht Participações e
Investimentos S.A. (antiga
Odebrecht Investimentos em
Infra-Estrutura Ltda.) (“OPI”)
Versão Pública
(Sede) http://www.viaengenharia.
Brasília com.br
Via Engenharia S.A. 00.584.755/0001-80 TR Sia/Sul Trecho 3
(“Via Engenharia”) Lotes 1705/15 S/N, Setor Brasília
de Indústria, Brasília/DF. Telefone: (61) 3403-4000 |
CEP 71.200-030 Fax: (61) 3233-0134
Pessoas Físicas157
Atualmente
aposentado.
Andrade Gutierrez:
Avenida do Contorno,
8.123
Cidade Jardim
Belo Horizonte – MG
CEP 30110-910
Avenida Bartolomeu
Mitre, 336, 2º andar,
Leblon
Rio de Janeiro – RJ
CEP 22430-000
157
Ressalte-se que constam dos Históricos de Conduta – do Acordo de Leniência e dos Termos de Compromisso
de Cessação – referências a outras pessoas físicas. No entanto, tais referências não foram consideradas
suficientes para justificar sua inclusão no polo passivo e não foram, até o momento, identificados indícios
adicionais de sua participação na conduta. Não obstante, caso a SG/Cade, no contexto da investigação,
identifique novos indícios robustos em face de tais pessoas físicas, serão elas devidamente incluídas dentre as
investigadas em sede de Processo Administrativo.
Versão Pública
Brasília:
SHS Quadra 6, Bloco
Eduardo
A, Salas 804 e 809, [ACESSO [ACESSO
Alcides [ACESSO RESTRITO]
Centro Empresarial RESTRITO] RESTRITO]
Zarrelato
Brasil 21
Brasília – DF
CEP: 70.316-000
Ex-funcionário
Construções e
Comércio Camargo
Corrêa S.A. (“Camargo
Corrêa”)
Eduardo
[ACESSO [ACESSO
Hermelino [ACESSO RESTRITO]
Av. Brigadeiro Faria RESTRITO] RESTRITO]
Leite
Lima, 1663, 6º andar
Pinheiros
São Paulo – SP
CEP: 01452-001
Construtora Norberto
Odebrecht S.A.
Eduardo
[ACESSO [ACESSO
Soares [ACESSO RESTRITO]
Encerrou o seu vínculo RESTRITO] RESTRITO]
Martins
com a empresa em
14.9.2015.
Construções e
Comércio Camargo
Corrêa S.A. (“Camargo
Corrêa”)
Emílio
[ACESSO [ACESSO
Eugênio Auler [ACESSO RESTRITO]
Av. Brigadeiro Faria RESTRITO] RESTRITO]
Neto
Lima, 1663, 6º andar
Pinheiros
São Paulo – SP
CEP: 01452-001
Versão Pública
Construtora Queiroz
Galvão S.A. (“Queiroz
Galvão”)
Belo Horizonte
[ACESSO [ACESSO
Helder Dantas [ACESSO RESTRITO] Avenida do Contorno,
RESTRITO] RESTRITO]
n° 8.123, Cidade
Jardim, Belo
Horizonte/MG. CEP
30.110-062
Construtora Norberto
Odebrecht S.A.
Atualmente
aposentado.
Construtora Norberto
João Borba Odebrecht S.A. [ACESSO [ACESSO
[ACESSO RESTRITO]
Filho RESTRITO] RESTRITO]
Encerrou o seu vínculo
Versão Pública
Atualmente
aposentado.
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
João Marcos
[ACESSO [ACESSO
Almeida da [ACESSO RESTRITO]
Avenida do Contorno, RESTRITO] RESTRITO]
Fonseca
8.123 Cidade Jardim
Belo Horizonte – MG
CEP: 30.110-910
Carioca Christiani
Nielsen Engenharia
S.A. (“Carioca
Engenharia”)
José Camilo
[ACESSO [ACESSO
Teixeira [ACESSO RESTRITO]
Rua do Parque, 31 RESTRITO] RESTRITO]
Carvalho
São Cristóvão
Rio de Janeiro – RJ
CEP: 20940-050
Atualmente:
Odebrecht TransPort
Júlio Cesar S.A.
[ACESSO [ACESSO
Duarte [ACESSO RESTRITO]
RESTRITO] RESTRITO]
Perdigão Rua Lemos Monteiro,
nº 120, andar 8, parte
A, Butantã, São
Paulo/SP. CEP 05.501-
050
Versão Pública
Avenida Angélica, n°
Marcelo 2.330, 2.346/2.364, 7º [ACESSO [ACESSO
[ACESSO RESTRITO]
Duarte Ribeiro andar, Consolação, São RESTRITO] RESTRITO]
Paulo/SP. CEP 01.228-
200.
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
Rio de Janeiro
Márcio Praia de Botafogo, 300,
[ACESSO [ACESSO
Magalhães [ACESSO RESTRITO] 4° andar, Botafogo
RESTRITO] RESTRITO]
Duarte Pinto Rio de Janeiro – RJ
CEP: 22.250-040
Versão Pública
Estrada do Guandu do
Paulo Meriade Sena, 00316, Bangu, [ACESSO [ACESSO
[ACESSO RESTRITO]
Duarte Rio De Janeiro - RJ RESTRITO] RESTRITO]
CEP 21.853-032
Construtora Norberto
Odebrecht S.A.
Versão Pública
Brasília:
SHS Quadra 6, Bloco
Roberto
A, Salas 804 e 809, [ACESSO [ACESSO
Xavier de [ACESSO RESTRITO]
Centro Empresarial RESTRITO] RESTRITO]
Castro Junior
Brasil 21
Brasília – DF
CEP: 70.316-000
Ex-funcionário
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
Brasília:
Rodrigo
SHS Quadra 6, Bloco [ACESSO [ACESSO
Ferreira Lopes [ACESSO RESTRITO]
A, Salas 804 e 809, RESTRITO] RESTRITO]
da Silva
Centro Empresarial
Brasil 21
Brasília – DF
CEP: 70.316-000
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
Avenida Presidente
Rui Novais [ACESSO [ACESSO
[ACESSO RESTRITO] Antônio Carlos, n° 51,
Dias RESTRITO] RESTRITO]
3°, 5°, 6° e 7° andares,
Centro, Rio de
Janeiro/RJ. CEP
20.020-010
Versão Pública
158
Informação sobre a identidade da Empresa Signatária é pública, conforme versão pública do Histórico da
Conduta (SEI 0275797).
Versão Pública
376. Sua participação na conduta teria sido implementada pelos seus funcionários ou
ex-funcionários, também Signatários, na Fase I, Clóvis Numa Renato Peixoto Primo (Diretor
Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez), João Marcos de Almeida da
Fonseca (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez em Belo Horizonte), Márcio
Magalhães Duarte Pinto (Diretor de Operações Geral da Andrade Gutierrez) e Rogério Nora
de Sá (Presidente da Andrade Gutierrez). Na Fase II, além de Clóvis Numa Renato Peixoto
Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da Andrade Gutierrez) e Rogério
Nora de Sá (Presidente da Andrade Gutierrez), houve participação dos Signatários Alberto
Quintaes (Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez), Carlos José de Souza (Gerente
Comercial do Distrito Federal e Tocantins da Andrade Gutierrez), Eduardo Alcides Zarrelato
(Gerente Técnico Comercial da Andrade Gutierrez), Roberto Xavier de Castro Junior
(Engenheiro de Obras da Andrade Gutierrez) e Rodrigo Ferreira Lopes da Silva
(Superintendente Comercial da Andrade Gutierrez).
377. Sua participação na conduta teria sido implementada também pelos seus
funcionários ou ex-funcionários, não Signatários, na Fase I, Marco Antônio Ladeira de
Oliveira (Gerente de Estruturação de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez), e na Fase
II, além de Marco Antônio Ladeira de Oliveira (Gerente de Estruturação de Negócios
Estruturados da Andrade Gutierrez), Helder Dantas (Diretor de Desenvolvimento de Negócios
da Andrade Gutierrez) e Márcio Bolívar de Andrade (Diretor de Contrato da Andrade
Gutierrez).
Versão Pública
382. Sua conduta teria sido implementada por seus funcionários, também
Compromissários, nas Fases I e II, José Camilo Teixeira Carvalho (Gerente de
desenvolvimento de novos negócios da Carioca Engenharia), Marcelo Antonio Carvalho
Macedo (Diretor não estatutário da área de desenvolvimento de novos negócios da Carioca
Engenharia) e Ricardo Pernambuco Junior (acionista e Diretor Estatutário da Carioca
Versão Pública
Engenharia). Para o Castelão, estavam designados para atuar no projeto: José Camilo Teixeira
Carvalho e Marcelo Antonio Carvalho Macedo. Para o Estado do Maracanã, Ricardo
Pernambuco Backheuser Junior. Em razão da decisão de supressão de proposta, Ricardo
Pernambuco Junior não designou equipe de coordenação para o projeto do Maracanã.
Versão Pública
388. Sua suposta participação na conduta teria sido implementada pelos seus
funcionários ou ex-funcionários, também Compromissários, na Fase I, Benedicto Barbosa da
Silva Júnior (Diretor Superintendente para o Sul-Sudeste e Líder Empresarial da área de
159
Segundo os Signatários, em sede do acordo preliminar firmado entre os concorrentes na “Fase I. Discussões
preliminares e formação do acordo anticompetitivo preliminar”, a Odebrecht manifestou interesse em vencer as
seguintes obras dos estádios da Copa do Mundo: Recife/PE (Arena Pernambuco), Rio de Janeiro/RJ (Estádio do
Maracanã), Belo Horizonte/MG (Estádio Mineirão) e Arena Fonte Nova em Salvador/BA.
Versão Pública
391. A participação da Camargo Corrêa na conduta teria sido implementada pelos seus
funcionários (atualmente funcionários e/ou ex-funcionários) Eduardo Hermelino Leite (Vice-
160
A decisão de construção da Arena Corinthians se deu em 17 de junho de 2010, data que marca o final da
“Fase I. Discussões preliminares e formação do acordo anticompetitivo preliminar”.
Versão Pública
Presidente da Camargo Corrêa) e Emílio Eugênio Auler Neto (Diretor Comercial da Camargo
Corrêa). Segundo a Compromissária Carioca, Emílio Eugênio Auler Neto teria se reunido, em
diversas oportunidades, com representantes de empresas concorrentes para discutir a alocação
de vencedores das licitações referentes à construção e/ou modernização dos estádios de
futebol para a Copa do Mundo.
Versão Pública
esta empresa manifestou interesse por essas obras durante as discussões do acordo
anticompetitivo preliminar.
395. Sua suposta participação na conduta teria sido implementada pelo seu funcionário
José Lunguinho Filho (Diretor Comercial da OAS), Marcelo Duarte Ribeiro (Gerente
Comercial da OAS) e Reginaldo Assunção Silva (Diretor Superintendente da OAS).
Versão Pública
Versão Pública
pela Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta), que teria solicitado a apresentação de propostas
de cobertura para a OAS, Queiroz Galvão e Carioca Engenharia.
401. Sua participação na suposta conduta teria sido implementada pelos seus
funcionários e/ou ex-funcionários Dinarte Cirilo Sousa (Coordenador de Licitações da Delta),
Paulo Meriade Duarte (Diretor Comercial da Delta) e Fernando Antônio Cavendish Soares
(Presidente do Conselho de Administração da Delta).
403. Sua participação na suposta conduta teria sido implementada pelos seus
funcionários e/ou ex-funcionários Fernando Márcio Queiróz (Diretor Presidente da Via
Engenharia), Luís Ronaldo Santos Wanderley (Diretor de Engenharia da Via Engenharia) e
Luiz Felipe Cardoso de Carvalho (Diretor Comercial Via Engenharia).
Versão Pública
À época da conduta
estava alocado no
Escritório em
Brasília: SCN,
Quadra II, Bloco A,
Carlos José de [ACESSO Edifício Corporate [ACESSO
[ACESSO RESTRITO]
Souza RESTRITO] Financial Center, RESTRITO]
Sala 201,
Brasília/DF.
Atualmente a
empresa não possui
mais escritório em
Brasília.
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
Clóvis Renato
Numa Peixoto Rio de Janeiro
[ACESSO [ACESSO
Primo Praia de Botafogo, [ACESSO RESTRITO]
RESTRITO] RESTRITO]
300, 4° andar,
Botafogo
Rio de Janeiro – RJ
CEP: 22.250-040
Construtora Andrade
Eduardo
[ACESSO Gutierrez S.A. [ACESSO
Alcides [ACESSO RESTRITO]
RESTRITO] À época da conduta RESTRITO]
Zanelatto
estava alocado no
Versão Pública
Escritório em
Brasília: SCN,
Quadra II, Bloco A,
Edifício Corporate
Financial Center,
Sala 201,
Brasília/DF.
Atualmente a
empresa não possui
mais escritório em
Brasília.
Ex-funcionário da
empresa.
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
João Marcos
[ACESSO Avenida do [ACESSO
de Almeida da [ACESSO RESTRITO]
RESTRITO] Contorno, 8.123 RESTRITO]
Fonseca
Cidade Jardim
Belo Horizonte –
MG
CEP: 30.110-910
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
Ex-funcionário da
empresa.
Versão Pública
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
Rodrigo
Brasília:
Ferreira Lopes
[ACESSO SHS Quadra 6, Bloco [ACESSO
da Silva [ACESSO RESTRITO]
RESTRITO] A, Salas 804 e 809, RESTRITO]
Centro Empresarial
Brasil 21
Brasília – DF
CEP: 70.316-000
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
Rio de Janeiro
Rogério Nora [ACESSO [ACESSO
Praia de Botafogo, [ACESSO RESTRITO]
de Sá RESTRITO] RESTRITO]
300, 4° andar,
Botafogo
Rio de Janeiro – RJ
CEP: 22.250-040
Alberto Quintaes
406. De acordo com a Signatária, Carlos José de Souza foi, durante a conduta, Gerente
Comercial do Distrito Federal e Tocantins da Andrade Gutierrez, sendo representante do
escalão operacional da companhia, posição que ocupou de 01/10/2006 a 30/12/2011. Sua
participação na suposta conduta consistiria em acordos de (i) fixação de preços, condições,
vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre concorrentes; e (iii)
Versão Pública
409. De acordo com a Signatária, Eduardo Alcides Zanelatto foi, durante a conduta,
Assistente Comercial e Gerente Técnico Comercial da Andrade Gutierrez, sendo
representante do escalão operacional da companhia, posições que ocupou, respectivamente,
de julho de 2007 a março de 2010 e de abril de 2010 a setembro de 2014. Sua participação na
suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de preços, condições, vantagens e
abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre concorrentes; e (iii) troca de
informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca de informações sobre
interesses estratégicos nos Estádios, por meio de contatos anticompetitivos com concorrentes,
a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação pública referente ao Estádio Mané
Versão Pública
410. De acordo com a Signatária, João Marcos de Almeida da Fonseca foi, durante a
conduta, Superintendente Comercial, representante do escalão operacional da Andrade
Gutierrez. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios, por meio da solicitação ou
apresentação de proposta de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo das licitações
públicas referentes aos estádios da Copa do Mundo. Teria participado ativamente de contatos
na “Fase I. Discussões Preliminares e Formação do acordo anticompetitivo preliminar”,
tanto nos contatos entre Andrade Gutierrez e Odebrecht como nos contatos entre concorrentes
envolvendo o grupo de 6 empresas. Na fase I, teria tratado ainda sobre a licitação referente ao
Estádio Mineirão (Belo Horizonte/MG).
411. De acordo com a Signatária, Márcio Magalhães Duarte Pinto foi, durante a
conduta, Diretor de Operações Geral, representante do escalão operacional da Andrade
Gutierrez. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios, por meio da solicitação ou
apresentação de proposta de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo das licitações
públicas referentes aos estádios da Copa do Mundo. Teria participado ativamente de contatos
na “Fase I. Discussões Preliminares e Formação do acordo anticompetitivo preliminar”,
tanto nos contatos entre Andrade Gutierrez e Odebrecht como nos contatos entre concorrentes
envolvendo o grupo de 6 empresas. Na fase I, teria tratado ainda sobre a licitação referente ao
Estádio Mineirão (Belo Horizonte/MG).
412. De acordo com a Signatária, Roberto Xavier de Castro Júnior foi, durante a
conduta, Engenheiro de Obras da Andrade Gutierrez, sendo representante do escalão
operacional da companhia, posição que ocupou de janeiro de 2009 a janeiro de 2012. Sua
suposta participação na conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de preços,
condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios, por meio de contatos
anticompetitivos com concorrentes, a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação pública
referente ao Estádio Mané Garrincha (Brasília/DF). Teria participado na “Fase II.
Versão Pública
Rogério Nora de Sá
Versão Pública
Carioca Christiani
Nielsen Engenharia
S.A. (“Carioca
Ricardo Engenharia”)
Pernambuco [ACESSO [ACESSO
[ACESSO RESTRITO]
Backheuser RESTRITO] Rua do Parque, 31 RESTRITO]
Júnior São Cristóvão
Rio de Janeiro – RJ
CEP: 20940-050
Versão Pública
416. Sua participação na suposta conduta teria consistido em (i) acordos de fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções entre concorrentes; (ii) acordos de divisão de
mercado e alocação de projetos, por meio da formação de consórcio, da supressão de
propostas e da apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação pública
referente à Arena Castelão (Fortaleza/CE), na “Fase I. Discussões preliminares e
formação do acordo anticompetitivo preliminar” e na “Fase II. Consolidação de acordos
anticompetitivos bilaterais e multilaterais”. Tais condutas teriam sido praticadas por meio
da troca de e-mails e da participação em reuniões com representantes de concorrentes,
especialmente da Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht, entre os anos de 2009 e
2010, para discutir a alocação de vencedores de obras dos estádios de futebol para a Copa do
Mundo. Nas referidas reuniões, teria sido ajustado que, no momento de abertura da licitação
do “Castelão”, as empresas ali presentes se absteriam de participar da concorrência, em favor
da Compromissária, e, assim, fraudar o caráter competitivo da licitação da Arena Castelão
promovida pelo Estado do Ceará.
420. Sua participação na suposta conduta teria consistido em (i) acordos de fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções entre concorrentes; (ii) acordos de divisão de
mercado e alocação de projetos, por meio da formação de consórcio, da supressão de
propostas e da apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação referente à
Versão Pública
423. Sua participação na suposta conduta teria consistido em (i) acordos de fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções entre concorrentes; (ii) acordos de divisão de
mercado e alocação de projetos, por meio da formação de consórcio, da supressão de
propostas e da apresentação de propostas de cobertura; e (iii) troca de informações
concorrencialmente sensíveis a fim de frustrar o caráter competitivo das licitações referentes
à Arena Castelão (Fortaleza/CE) e ao Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro/RJ) na “Fase
I. Discussões preliminares e formação do acordo anticompetitivo preliminar” e na “Fase
II. Consolidação de acordos anticompetitivos bilaterais e multilaterais”. As condutas
teriam sido praticadas por meio da participação em reunião com representantes de
concorrentes.
161
Com relação ao poder decisório e direção da empresa, Ricardo Pernambuco Junior exercia função executiva
em relação a determinados assuntos, incluindo o desenvolvimento de novos projetos de expansão da empresa.
Versão Pública
E-mail / Endereço/
NOME CARGOS OCUPADOS EMPRESA CPF
Telefone
Construtora
Norberto
Odebrecht S.A.
Atualmente
aposentado.
Construtora
Norberto
Odebrecht S.A.
Eduardo Soares [ACESSO
[ACESSO RESTRITO] [ACESSO RESTRITO]
Martins Encerrou o seu RESTRITO]
vínculo com a
empresa em
14.9.2015.
Construtora
Norberto
Odebrecht S.A.
Geraldo Villin [ACESSO
[ACESSO RESTRITO] Encerrou o seu [ACESSO RESTRITO]
Prado RESTRITO]
vínculo com a
empresa em
2.1.2014
Construtora
Norberto
Odebrecht S.A.
Atualmente
Versão Pública
aposentado.
Construtora
Norberto
Odebrecht S.A.
Encerrou o seu
João Antônio [ACESSO
[ACESSO RESTRITO] vínculo com a [ACESSO RESTRITO]
Pacífico Ferreira RESTRITO]
empresa em
22.3.2017
Atualmente
aposentado.
Construtora
Norberto
Odebrecht S.A.
Atualmente:
Odebrecht
Júlio Cesar [ACESSO
[ACESSO RESTRITO] TransPort S.A. [ACESSO RESTRITO]
Duarte Perdigão RESTRITO]
Rua Lemos
Monteiro, nº 120,
andar 8, parte A,
Butantã, São
Paulo/SP. CEP
05.501-050
Construtora
Norberto
Odebrecht S.A.
Marcos Vidigal [ACESSO
[ACESSO RESTRITO] Encerrou o seu [ACESSO RESTRITO]
do Amaral RESTRITO]
vínculo com a
empresa em
9.3.2017.
Construtora
Norberto
Odebrecht S.A.
Atualmente
aposentado.
Versão Pública
427. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios, por meio de contatos
anticompetitivos com concorrentes e autorização para a formação de consórcios e
apresentação de propostas de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo das licitações
públicas referentes ao Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro/RJ), à Arena Amazônia
(Manaus/AM) e à Arena Castelão (Fortaleza/CE). Para a licitação referente à Arena
Amazônia (Manaus/AM), teria realizado contatos com representante da Andrade Gutierrez,
Clóvis Renato Numa Peixoto Primo (Diretor Geral da Unidade de Negócios do Norte da
Andrade Gutierrez), com o propósito de apresentar proposta de cobertura para a Andrade
Gutierrez. Para a licitação referente ao Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro/RJ), teria
autorizado a formação de consórcio com a Andrade Gutierrez e com a Delta, bem como os
contatos anticompetitivos para a solicitação de proposta de cobertura para o consórcio
formado pela Queiroz Galvão e Carioca Engenharia e para a OAS. Para a licitação referente à
Arena Castelão (Fortaleza/CE), teria realizado contatos com Ricardo Pernambuco
Backheuser Junior (Presidente da Carioca Engenharia), aceitando apresentar proposta de
cobertura para a Carioca Engenharia. Estes contatos foram confirmados pelo Compromissário
Ricardo Pernambuco Junior, que reconheceu o objetivo de alinhar os detalhes da apresentação
de proposta de cobertura em favor da Carioca Engenharia na concorrência da Arena Castelão.
Por fim, como Líder Empresarial da área de infraestrutura no Brasil, teria ainda conhecimento
das condutas de seus subordinados envolvendo a Arena Pernambuco (Recife/PE) e o
Estádio Mané Garrincha (Brasília/DF).
Versão Pública
de buscar e desenvolver oportunidades de negócios. Seu superior hierárquico era João Borba
Filho (até meados de 2008) e Geraldo Villin Prado (de 2008 a 2014).
430. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio de contatos
anticompetitivos com concorrentes para a apresentação de propostas de cobertura, a fim de
frustrar o caráter competitivo das licitações públicas referentes à Arena Amazônia
(Manaus/AM) e à Arena Castelão (Fortaleza/CE). Para a licitação referente à Arena
Amazônia (Manaus/AM), teria realizado contatos com Marco Antônio Ladeira de Oliveira
(Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez) e Márcio Bolívar Andrade
(Diretor de Contrato da Andrade Gutierrez), com o propósito de apresentar proposta de
cobertura para a Andrade Gutierrez. Para a licitação referente à Arena Castelão
(Fortaleza/CE), teria realizado contatos com José Camilo Teixeira Carvalho (Diretor de
Desenvolvimento de Negócios da Carioca Engenharia) com o propósito de apresentar
proposta de cobertura para o consórcio liderado pela Carioca Engenharia. Referente a esta
Arena, a Compromissária Carioca confirmou que Eduardo Soares Martins manteve contatos
com José Camilo Teixeira Carvalho (Gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da
Carioca Engenharia) e Marcelo Antonio Carvalho Macedo (Diretor não estatutário da área de
desenvolvimento de novos negócios da Carioca Engenharia) a fim de alinhar os detalhes da
apresentação de proposta de cobertura em favor da Carioca Engenharia na concorrência da
Arena Castelão.
433. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
Versão Pública
435. De acordo com a Signatária e a Compromissária Odebrecht, João Borba Filho foi,
durante a conduta, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht (Construtora
Norberto Odebrecht S.A.), representante do alto escalão, posição que ocupou de 1989 a 2017,
com funções gerais de prestar apoio a Benedicto Barbosa da Silva Junior (Diretor
Superintendente e Líder Empresarial da área de infraestrutura no Brasil da Odebrecht). Dessa
forma, João Borba Filho não ocupava posição na linha direta dos negócios, nem possuía
atuação como responsável por mercados ou por contratos. Seu superior hierárquico era
Benedicto Barbosa da Silva Junior.
436. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios, por meio da formação de
consórcios e apresentação de propostas de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo
das mencionadas licitações públicas. Ele esteve copiado em e-mails internos referente a
discussões preliminares sobre as arenas da Copa do Mundo. Além disso, esteve copiado em e-
mails internos referente à proposta de cobertura para a licitação da Arena Castelão
(Fortaleza/CE).
Versão Pública
439. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio da apresentação e
solicitação de apresentação de propostas de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo
das licitações públicas referentes à Arena Pernambuco (Recife/PE) e ao Estádio Mané
Garrincha (Brasília/DF). Para a licitação referente à Arena Pernambuco (Recife/PE), teria
realizado contato com representante da Andrade Gutierrez (Rodrigo Ferreira Lopes da Silva)
com o propósito de solicitar a apresentação de proposta de cobertura. Para a licitação referente
ao Estádio Mané Garrincha (Brasília/DF), teria sido contatado por representante da
Andrade Gutierrez (Rodrigo Ferreira Lopes da Silva) para a solicitação da apresentação de
proposta de cobertura e teria autorizado a elaboração de proposta de cobertura para a Andrade
Gutierrez. Além disso, esteve copiado em e-mails internos referente à proposta de cobertura
para a licitação da Arena Castelão (Fortaleza/CE). Teria atuado durante a “Fase II.
Consolidação de acordos anticompetitivos bilaterais e multilaterais”.
440. De acordo com a Compromissária Odebrecht, Júlio Cesar Duarte Perdigão foi,
durante a conduta, Diretor de Investimento da Odebrecht (Construtora Norberto Odebrecht
S.A.), representante do escalão operacional, posição que ocupou de agosto de 2007 a julho
de 2010, com funções gerais de estudar oportunidades para investimento em concessões e
Parcerias Público-Privadas (“PPP”). Seu superior hierárquico era João Antônio Pacífico
Ferreira (Diretor Superintendente para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste).
441. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio da solicitação de
apresentação de propostas de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação
referente à Arena Pernambuco (Recife/PE). Na referida licitação, teria mantido contatos
com representante da Andrade Gutierrez (Helder Dantas) com o propósito de solicitar a
apresentação de proposta de cobertura. Teria atuado durante a “Fase II. Consolidação de
acordos anticompetitivos bilaterais e multilaterais”.
Versão Pública
443. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios, por meio da formação de
consórcios e solicitação de apresentação de propostas de cobertura, a fim de frustrar o caráter
competitivo da licitação pública referente às obras do Estádio do Maracanã (Rio de
Janeiro/RJ). Para tal, juntamente com representantes da Andrade Gutierrez (Alberto
Quintaes) e da Delta (Paulo Meriade Duarte e Dinarte Cirilo Sousa), teria solicitado propostas
de cobertura a várias empresas. Marcos Vidigal do Amaral, pessoalmente, teria solicitado a
apresentação de proposta de cobertura à representante da OAS (Marcelo Duarte Ribeiro) e
representante da Queiroz Galvão (possivelmente, Gustavo Souza). Teria atuado durante a
“Fase II. Consolidação de acordos anticompetitivos bilaterais e multilaterais”.
444. De acordo com a Compromissária Odebrecht, Ricardo Roth Ferraz de Oliveira foi,
durante a conduta, Diretor de Contrato da Odebrecht (Construtora Norberto Odebrecht S.A.),
representante do escalão operacional, posição que ocupou de junho de 2007 a março de
2017, com funções gerais de prospecção de mercado no mercado de construção civil no
Distrito Federal e Goiás e apoio à gestão de obras em curso nesses dois estados. Seu superior
hierárquico era João Antônio Pacífico Ferreira, dentro da Diretoria-Superintendente para o
Norte, Nordeste e Centro-Oeste da Odebrecht (Construtora Norberto Odebrecht S.A.).
445. Sua participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio da apresentação de
propostas de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação referente ao
Estádio Mané Garrincha (Brasília/DF). Na referida licitação, teria sido designado por João
Antônio Pacífico Ferreira (Diretor Superintendente para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste da
Odebrecht) para elaborar e apresentar proposta de cobertura para a Andrade Gutierrez. Teria
atuado durante a “Fase II. Consolidação de acordos anticompetitivos bilaterais e
multilaterais”.
Versão Pública
Belo Horizonte
[ACESSO [ACESSO
Helder Dantas Avenida do [ACESSO RESTRITO]
RESTRITO] RESTRITO]
Contorno, n° 8.123,
Cidade Jardim, Belo
Horizonte/MG. CEP
30.110-062
Construtora Andrade
Gutierrez S.A.
Helder Dantas
Versão Pública
Versão Pública
Construções e
Comércio Camargo
Corrêa S.A.
(“Camargo Corrêa”)
Eduardo [ACESSO [ACESSO
[ACESSO RESTRITO]
Hermelino Leite RESTRITO] Av. Brigadeiro Faria RESTRITO]
Lima, 1663, 6º andar
Pinheiros
São Paulo – SP
CEP: 01452-001
Construções e
Comércio Camargo
Corrêa S.A.
(“Camargo Corrêa”)
Emílio Eugênio [ACESSO [ACESSO
[ACESSO RESTRITO]
Auler Neto RESTRITO] Av. Brigadeiro Faria RESTRITO]
Lima, 1663, 6º andar
Pinheiros
São Paulo – SP
CEP: 01452-001
449. De acordo com os Signatários, Eduardo Hermelino Leite foi, durante a conduta,
Vice-Presidente da Camargo Corrêa. Ele era representante do altíssimo escalão, cuja
participação na suposta conduta teria consistido em comparecer às reuniões referentes a
discussões preliminares ao acordo entre concorrentes, na “Fase I. Discussões preliminares e
formação do acordo anticompetitivo preliminar”. Sua participação na suposta conduta teria
consistido em (i) acordos de fixação de preços, condições, vantagens e abstenções entre
concorrentes; (ii) acordos de divisão de mercado e alocação de projetos; e (iii) troca de
informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca de informações sobre
interesses estratégicos nos Estádios e por meio da supressão de propostas.
Versão Pública
CARGOS
NOME EMPRESA CPF E-mail / Endereço/ Telefone
OCUPADOS
Construtora OAS
S.A. (“OAS”)
Avenida
Angélica, n°
Marcelo
[ACESSO 2.330, [ACESSO
Duarte [ACESSO RESTRITO]
RESTRITO] 2.346/2.364, 7º RESTRITO]
Ribeiro
andar,
Consolação, São
Paulo/SP. CEP
01.228-200.
Construtora OAS
S.A. (“OAS”)
Versão Pública
452. De acordo com os Signatários, José Lunguinho Filho foi durante a conduta
Diretor Comercial na OAS, representante do escalão operacional. Sua participação na
suposta conduta teria consistido em (i) acordos de fixação de preços, condições, vantagens
e abstenções entre concorrentes; (ii) acordos de divisão de mercado e alocação de
projetos; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca de
informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio da apresentação de proposta
de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação referente ao Estádio
Nacional Mané Garrincha (Brasília/DF). Teria atuado na “Fase II. Consolidação de
acordos anticompetitivos bilaterais e multilaterais”. Referente ao Estádio Nacional Mané
Garrincha (Brasília/DF), teria participado de reunião em que foi acordada a apresentação de
proposta de cobertura por parte da OAS.
453. De acordo com a Compromissária Odebrecht, Marcelo Duarte Ribeiro foi, durante
a conduta, Gerente Comercial, representante do escalão operacional da OAS. Sua
participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de preços,
condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio da apresentação de
proposta de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação referente ao Estádio
do Maracanã (Rio de Janeiro/RJ). Na referida licitação, teria realizado contato com Marcos
Vidigal do Amaral (Diretor de Contrato da Odebrecht), por meio do qual teria acordado a
apresentação de proposta de cobertura pela OAS, para que o Consórcio Maracanã Rio 2014
(formado pela Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta) se sagrasse vencedor da licitação. Teria
participado da “Fase II. Consolidação de acordos anticompetitivos bilaterais e
multilaterais”.
454. De acordo com os Signatários, Reginaldo Assunção Silva foi, durante a conduta,
Diretor Superintendente da OAS, representante do alto escalão. Sua participação na suposta
conduta teria consistido em (i) acordos de fixação de preços, condições, vantagens e
abstenções entre concorrentes; (ii) acordos de divisão de mercado e alocação de
projetos; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca de
informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio da apresentação de proposta
de cobertura ou abstenção de participação. Sua participação na suposta conduta teria
consistido em comparecer às reuniões referentes ao acordo anticompetitivo preliminar,
especificamente com foco nos estádios de Brasília/DF (Estádio Nacional Mané Garrincha),
Rio de Janeiro/RJ (Estádio do Maracanã), Arena das Dunas em Natal/RN e Arena Fonte Nova
em Salvador/BA, na “Fase I. Formação do acordo anticompetitivo preliminar”.
Versão Pública
CARGOS
NOME EMPRESA CPF E-mail / Endereço/ telefone
OCUPADOS
Construtora Queiroz
Galvão S.A.
(“Queiroz Galvão”)
Avenida Presidente
[ACESSO [ACESSO
Gustavo Souza Antônio Carlos, 51, [ACESSO RESTRITO]
RESTRITO] RESTRITO]
31,
5°, 6° e 7° andares
Centro
Rio de Janeiro – RJ
CEP: 20020-010
Construtora Queiroz
Galvão S.A.
Avenida Presidente
Rui Novais [ACESSO [ACESSO
Antônio Carlos, n° [ACESSO RESTRITO]
Dias RESTRITO] RESTRITO]
51, 3°, 5°, 6° e 7°
andares, Centro, Rio
de Janeiro/RJ. CEP
20.020-010
Gustavo Souza
Versão Pública
458. De acordo com os Compromissários da Carioca, Rui Novais Dias foi, durante a
conduta, Diretor de Políticas Comerciais / Diretor Comercial da Queiroz Galvão, do alto
escalão. Rui Novais Dias teria mantido contato com os Compromissários e participado da
suposta conduta anticompetitiva que teria consistido em acordos de (i) fixação de preços,
condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio da apresentação de
propostas de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo das licitações referentes ao
Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro/RJ) e à Arena Castelão (Fortaleza/CE). Teria tido
contato com Marcelo Antonio Carvalho Macedo (Diretor não estatutário da área de
desenvolvimento de novos negócios da Carioca Engenharia) para o Estádio do “Castelão” e
com Ricardo Pernambuco Junior (acionista e Diretor Estatutário da Carioca Engenharia) para
o Estádio do “Maracanã”. Teria atuado na “Fase II. Consolidação de acordos
anticompetitivos bilaterais e multilaterais”.
Estrada do Guandu do
Dinarte Cirilo [ACESSO [ACESSO
Sena, 00316, Bangu, [ACESSO RESTRITO]
Sousa RESTRITO] RESTRITO]
Rio De Janeiro - RJ
CEP 21.853-032
Versão Pública
459. De acordo com a Compromissária Odebrecht, Dinarte Cirilo Sousa foi, durante a
conduta, Coordenador de Licitações, representante do escalão operacional da Delta. Sua
participação na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de preços,
condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio da formação de
consórcio e solicitação de apresentação de propostas de cobertura, a fim de frustrar o caráter
competitivo da licitação pública referente ao Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro/RJ). Na
referida licitação, juntamente com representantes da Odebrecht (Marcos Vidigal do Amaral) e
da Andrade Gutierrez (Alberto Quintaes), Dinarte Cirilo Sousa teria realizado reunião
presencial com representantes das empresas Paulitec Construções, Estacon Engenharia e
Recoma Construções, Comércio e Indústria, que teriam demonstrado interesse em participar
da licitação em consórcio, com o propósito de solicitar que se abstivessem de participar da
licitação. Teria atuado na “Fase II. Consolidação de acordos anticompetitivos bilaterais e
multilaterais”.
461. De acordo com a Compromissária Odebrecht, Paulo Meriade Duarte foi, durante a
conduta, Diretor Comercial, representante do escalão operacional da Delta. Sua participação
na suposta conduta teria consistido em acordos de (i) fixação de preços, condições,
vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre concorrentes; e
(iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca de informações
Versão Pública
sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio da formação de consórcio e solicitação
de apresentação de propostas de cobertura, a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação
pública referente ao Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro/RJ). Na referida licitação,
juntamente com representantes da Odebrecht (Marcos Vidigal do Amaral) e da Andrade
Gutierrez (Alberto Quintaes), teria solicitado a apresentação de proposta de cobertura a
diversas empresas. Paulo Meriade Duarte teria realizado reunião presencial com
representantes das empresas Paulitec Construções, Estacon Engenharia e Recoma
Construções, Comércio e Indústria, que teriam demonstrado interesse em participar da
licitação em consórcio, com o propósito de solicitar que se abstivessem de participar da
licitação. Teria atuado na “Fase II. Consolidação de acordos anticompetitivos bilaterais e
multilaterais”.
E-mail /
CARGOS CPF
NOME EMPRESA Endereço/
OCUPADOS
Telefone
Via Engenharia
S.A. (“Via
Engenharia”):
Fernando Márcio [ACESSO [ACESSO [ACESSO
Queiroz RESTRITO] SIA Trecho 03 – RESTRITO] RESTRITO]
Lote 1705/ 1715
Brasília – DF
CEP 71200-030
Via Engenharia
S.A. (“Via
Engenharia”):
Luiz Felipe
[ACESSO [ACESSO [ACESSO
Cardoso de
RESTRITO] SIA Trecho 03 – RESTRITO] RESTRITO]
Carvalho
Lote 1705/ 1715
Brasília – DF
CEP 71200-030
Via Engenharia
S.A. (“Via
Engenharia”):
Luiz Ronaldo [ACESSO [ACESSO [ACESSO
Wanderley RESTRITO] SIA Trecho 03 – RESTRITO] RESTRITO]
Lote 1705/ 1715
Brasília – DF
CEP 71200-030
462. De acordo com os Signatários, Fernando Márcio Queiroz foi, durante a conduta,
Diretor Presidente da Via Engenharia, sendo representante do altíssimo escalão da empresa.
Teria praticado supostas condutas anticompetitivas consistentes em acordos de (i) fixação de
preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de mercado entre
concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis por meio da troca
Versão Pública
463. Quanto ao Estádio Mané Garrincha (Brasília/DF), teria formado consórcio com
a Andrade Gutierrez e formado grupo de trabalho para direcionamento do edital, além de ter
participado das tratativas com a OAS para a apresentação por esta de proposta de cobertura
em favor do consórcio Andrade Gutierrez e Via Engenharia.
464. De acordo com os Signatários, Luiz Felipe Cardoso de Carvalho foi, durante a
conduta, Diretor Comercial da Via Engenharia, sendo representante do alto escalão da
empresa. Seu superior hierárquico era Fernando Márcio Queiroz (Diretor Presidente da Via
Engenharia). Teria praticado supostas condutas anticompetitivas consistentes em acordos de
(i) fixação de preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de
mercado entre concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis
por meio da troca de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio de
contatos anticompetitivos com concorrentes para formação de consórcio e direcionamento de
edital, a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação pública referente ao Estádio Mané
Garrincha (Brasília/DF). Teria participado na “Fase II. Consolidação de acordos
anticompetitivos bilaterais e multilaterais”.
465. De acordo com os Signatários, Luiz Ronaldo Santos Wanderley foi, durante a
conduta, Diretor de Engenharia da Via Engenharia, sendo representante do alto escalão da
empresa. Seu superior hierárquico era Fernando Márcio Queiroz (Diretor Presidente da Via
Engenharia). Teria praticado supostas condutas anticompetitivas consistentes em acordos de
(i) fixação de preços, condições, vantagens e abstenções de participação; (ii) divisão de
mercado entre concorrentes; e (iii) troca de informações concorrencialmente sensíveis
por meio da troca de informações sobre interesses estratégicos nos Estádios e por meio de
contatos anticompetitivos com concorrentes para formação de consórcio e direcionamento de
edital, a fim de frustrar o caráter competitivo da licitação pública referente ao Estádio Mané
Garrincha (Brasília/DF). Teria participado na “Fase II. Consolidação de acordos
anticompetitivos bilaterais e multilaterais”.
Versão Pública
Versão Pública
467. Recomenda-se que não sejam considerados 7 (sete) documentos (Documentos 17,
18, 19, 22, 24, 27 e 29 - Acordo de Leniência) contidos nos autos. Esta desconsideração traz
como consequência a ausência de indícios robustos de participação em infrações à ordem
econômica em relação à 5 (cinco) pessoas físicas, abaixo indicadas, em relação às quais não
se recomenda a inclusão no polo passivo do Processo Administrativo.
469. Além disso, não houve menção ao seu nome em nenhum dos Históricos das
Condutas dos Termos de Compromissos, juntados posteriormente aos autos, nem
identificação de seu nome na documentação oriunda dos órgãos licitantes, relativa às
licitações objeto da investigação.
Versão Pública
temática dos estádios da Copa. Constam destes documentos algumas pessoas que não
aparecem nos demais documentos e não são mencionadas pelos Termos de Compromisso
juntados aos autos. Apesar da ampla colaboração dos Compromissários, os representantes das
duas empresas foram categóricos em se posicionar sobre o não conhecimento de tais pessoas
na temática dos estádios da Copa.
471. Além disso, foram juntados aos autos narrativa consistente e áudios
comprobatórios de que os próprios Lenientes, quando perguntados em depoimento pessoal, se
conheciam estas pessoas como integrantes do grupo que discutia sobre estádios da Copa,
responderam que não. Os Compromissários Odebrecht e a petição SEI 0423624, dos
Requerentes Marco Antonio Borghi e Louzival Luiz Lago Mascarenhas Junior, conseguiram
ainda explicar e contextualizar estes documentos, indicando quais os assuntos que estavam
sendo tratados e as pessoas que participavam do grupo de estudo de outro projeto. Os relatos
contidos no Histórico da Conduta dos Compromissários Odebrecht e na petição SEI 0423624
coincidiram, conforme será demonstrado a seguir.
473. Os representantes de cada empresa que fazia parte do consórcio eram Irineu
Berardi Meireles (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht), Emilio Eugênio
Auler Neto (Diretor Comercial da Camargo Corrêa), Marco Antônio Ladeira de Oliveira
(Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez), Louzival Luiz Lago
Mascarenhas Junior (Diretor Comercial da OAS) e Maurício Fialho Cantarelli (Diretor de
163
Segundo a Compromissária Odebrecht, “já foi realizada uma tentativa de licitação para a implantação do
sistema. A licitação foi realizada por meio do Edital de Concessão n° 001/2010 (Documento 59 – TCC com HC
39/2018), publicado no Diário Oficial da União em 14.7.2010 (Documento 60 – TCC com HC 39/2018). A
divulgação do edital foi precedida de um longo período de audiências e consultas públicas, durante o qual se
procurou de alguma forma esclarecer as dúvidas existentes envolvendo projeto de tamanha complexidade. No
entanto, o projeto mostrou-se pouco atrativo ao mercado, de modo que nenhuma empresa participou do certame.
Tendo em vista o tamanho e risco desse projeto, cinco empresas do setor optaram pela formação de um
consórcio para participação no certame, vez que nenhuma delas isoladamente poderia assumir um projeto de
tanta complexidade. Assim, as empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS e Queiroz
Galvão decidiram formar parceria para estudar o projeto proposto pelo Governo Federal e também para
participar do certame em consórcio. Essa parceria era ocasionalmente divulgada em veículos de comunicação,
conforme demonstra a reportagem anexa (Documento 61 – TCC com HC 39/2018). Há inclusive e-mails que
demonstram o envolvimento da ABIDB, conforme exposto no texto.
Versão Pública
478. Alguns dias depois, o Sr. Ralph Lima Terra, Vice-Presidente Executivo da
ABIDB, encaminha para Irineu Berardi Meireles (Diretor de Desenvolvimento de Negócios
da Odebrecht) uma cópia do documento que teria sido entregue ao Ministro dos Transportes
(Documento 63 – TCC com HC 39-2018).
Versão Pública
483. Esses esclarecimentos teriam sido feitos por Marco Antônio Ladeira de Oliveira
(Superintendente de Negócios Estruturados da Andrade Gutierrez) em sede de oitiva de
testemunha nos autos da Ação Penal n° 0017513-21.2014.4.02.5101, em curso na 7ª Vara
Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro. Durante o seu depoimento, Marco
Antônio Ladeira esclareceu que nunca tratou de assunto Maracanã com Irineu Berardi
Meireles (Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht), (Documento 65 – TCC
com HC 39-2018). A Compromissária Odebrecht esclareceu ainda que diversos outros
Signatários do Acordo de Leniência confirmaram, em sede de oitiva de testemunha nos autos
da Ação Penal n° 0017513-21.2014.4.02.5101, não terem tratado de assuntos relacionados às
arenas da Copa do Mundo de 2014 com Irineu Berardi Meireles (Diretor de Desenvolvimento
de Negócios da Odebrecht) (Documentos 66 a 69 – TCC com HC 39-2018), como Rogério
Nora de Sá, Clóvis Renato Numa Peixoto Primo, Alberto Quintaes e João Marcos de Almeida
da Fonseca. Todos afirmaram não ter tratado sobre obra do Maracanã com Irineu Berardi
Meireles.
484. A mesma explicação acima foi igualmente dada por Marco Antonio Borghi e
Louzival Luiz Lago Mascarenhas Junior, ambos representantes da empresa OAS. Ambos
peticionaram durante o inquérito para apresentar argumentações e documentos com o objetivo
de comprovar que os Documentos 17, 18, 22 e 24 do Histórico da Conduta do Acordo de
Leniência não estão relacionados com a discussão acerca dos estádios de futebol da Copa de
2014, mas sim com reuniões do Grupo de Trabalho para o Projeto do Trem de Alta
Velocidade (“TAV”) – SEI 0331189, 0331856, 0412815, 0423624, 0527301 e 0633078.
Versão Pública
485. Das manifestações nos autos, destaca-se a petição SEI 0423624. Os Requerentes
Marco Antonio Borghi e Louzival Luiz Lago Mascarenhas Junior assinalaram que estão
incluídos na investigação em razão, no caso de Marco Antonio Borghi, do Documento 24 –
Acordo de Leniência, e de Louzival Luiz Lago Mascarenhas Junior, dos Documentos 17, 18,
22 e 24 – Acordo de Leniência. Da análise do conjunto dos Documentos 17, 18, 22 e 24
(Acordo de Leniência), os envolvidos nas trocas de e-mail são sempre os mesmos, com rara
inclusão de alguma outra pessoa, como Marco Antonio Borghi no Documento 24 (AL) e
Carlos Henrique Valente no Documento 17 (AL). Em todos os documentos, há menção a
representantes de cinco empresas – Andrade Gutierrez, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz
Galvão e Odebrecht.
486. Os Requerentes Marco Antonio Borghi e Louzival Luiz Lago Mascarenhas Junior
(petição SEI 0423624) alegaram que ambos, dentro da empresa OAS, no período de 2009 -
2010, estavam envolvidos no Projeto do Trem de Alta Velocidade (“TAV”). Ressaltam ainda
a menção de Marco Antônio Ladeira sobre a participação de ambos no Projeto TAV e de
Carlos Henrique Valente sobre a participação de Marcos Borghi no Projeto TAV164.
164
Em sede de oitiva de testemunha nos autos da Ação Penal n° 0017513-21.2014.4.02.5101, no Juízo da 7ª
Vara Federal do Rio de Janeiro (trecho transcrito na petição).
165
Em sede de oitiva de testemunha nos autos da Ação Penal n° 0017513-21.2014.4.02.5101, no Juízo da 7ª
Vara Federal do Rio de Janeiro (trecho transcrito na petição).
166
Em sede de oitiva de testemunha nos autos da Ação Penal n° 0017513-21.2014.4.02.5101, no Juízo da 7ª
Vara Federal do Rio de Janeiro (trecho transcrito na petição).
167
Em sede de oitiva de testemunha nos autos da Ação Penal n° 0017513-21.2014.4.02.5101, no Juízo da 7ª
Vara Federal do Rio de Janeiro (trecho transcrito na petição).
Versão Pública
Histórico da Conduta do Acordo de Leniência, com menção de que não souberam esclarecer a
razão pela qual não havia representante da Carioca participando da troca de e-mails.
490. Como comprovação de que houve este grupo, de sua composição e dos assuntos
abordados, os Requerentes juntaram aos autos os seguintes documentos:
1. Documento 07 / Petição SEI 0423624 – Composição;
2. Documento 08 / Petição SEI 0423624 – Atas de Reuniões elaboradas por Marcos
Borghi para o seu próprio controle; e,
3. Documento 10 / Petição SEI 0423624 – Quatro e-mails (21/09/2009; 09/06/2010;
28/06/2010; 30/06/2010) entre os membros do grupo que atestam que tratavam de TAV,
recuperados por Louzival Luiz Lago Mascarenhas Junior. Nestes e-mails estão as mesmas
pessoas mencionadas nos Documentos 17, 18, 22 e 24, além do assunto ser apenas TAV.
491. Por fim, os Requerentes Marco Antonio Borghi e Louzival Luiz Lago
Mascarenhas Junior não foram mencionados por nenhum dos Termos de Compromisso de
Cessação.
Versão Pública
498. Ressalte-se, por fim, que a análise detida e completa dos documentos autuados
será realizada no decorrer da instrução e após os Representados terem se manifestado a
respeito dos documentos acostados ao presente processo.
Versão Pública
III. CONCLUSÃO
500. Sugere-se, ainda, a notificação dos Representados, nos termos do art. 70 da Lei nº
12.529/2011, para que apresentem defesa no prazo de 30 (trinta) dias. Neste mesmo prazo, os
Representados deverão especificar e justificar as provas que pretendem sejam produzidas, que
serão analisadas pela autoridade nos termos do art. 195 do Regimento Interno do Cade. Caso
o Representado tenha interesse na produção de prova testemunhal, deverá indicar na peça de
defesa a qualificação completa de até 3 (três) testemunhas, a serem ouvidas na sede do Cade,
conforme previsto no art. 70 da Lei nº 12.529/2011 c.c. art. 195 §2º, do Regimento Interno do
Cade.