Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Vida do Direito
E
LISBOA.
Antiga Casa Bertrand-JOSÉ BASTOS & C.ª- Livraria editora
73. Rua Garrett, 75
1908
A VIDA DO DIREITO
E
A INUTILIDADE DAS LEIS
9
E' de toda a necessidade introduzir no sys-tema
concebido a priori uma d'essas contradi-ções
veladas que são como que a desforra prá-tica do
bom senso contra os excessos da logica abstracta.
Jean-Jacques Rousseau não se contradisse.
Tendo attribuido á nação todos os direitos, não
hesitou em impor todos os deveres aos particu-
lares, e haveria sido o primeiro a sustentar, por
logica, que «o povo nunca tem razão», se, meio
seculo antes, o protestante de Jurieu, nos Sus-piros
da França escrava, não tivesse affirmado que o
povo tem sempre razão.
Por isso as malhas da rede juridica em que os
theoricos do Estado soberano tentam meter este
monstro vigoroso são singularmente frageis, por
não dizer illusorias. As affirmações idealistas, por
mais enérgicas que sejam, das Constituições ou das
Declarações, não podem ter efficacia alguma,
porque são necessariamente indeterminadas e
inconsistentes. Admitamos por hypothese que haja
contra o Estado direitos naturaes e
imprescriptiveis: a liberdade, a igualdade, a
propriedade... Mas a liberdade em que medida, a
igualdade sob que aspecto, e a propriedade sob que
fórma ?
E não devemos confessar, com toda a since-
ridade, que o direito natural é o unico que não
existe na natureza ?
E' bem verdade que a doutrina individualista
10 A VIDA DO DIREITO
direito consagrado
0 Alcorão e as transformações
clandestinas do direito
muçulmano
§II
I
64 A VIDA DO DIREITO'
I
66 A VIDA DO DIREITO
»
72 A VIDA 00 DIREITO
I
74 A VIDA DO DIREITO
O valor da Jurisprudencia
§ I. 0 ponto da vista oonoreto do Juiz e o ponto de vista abstracto do
legislador: oaraotar experimental da legislação Judiciaria.
§ II. O arbítrio do Juiz e a disciplina dos textos ; utilidade prátloa do
preocnceito da lei. — 1. Perigo d'uma sophisttcação consciente do
direito consagrado. — 2. A lei, imperativo categorico da con-
sciencia social,
§ III. Ossificação final do direito Jurisprudencial; a rotina Judiciarla.
E' necessario que o legislador vigie a
jurisprudencia... mas tambem é necessario
que tenha uma.»
PORTALIS.
§I
§II
I
80 A VIDA DO DIREITO
§ III
§1
I
92 A VIDA DO DIREITO
I
94 A VIDA DO DIREITO
I
96 A VIDA DO DIREITO
§III
§I
A psychologia da funcção administrativa:
ordem publica e legalidade
§ II
I
116 A VIDA DO DIREITO
I
118 A VIDA DO DIREITO
I
120 À VIDA DO DIREITO
1 Loc. cit.
124 A VIDA DO DIREITO
§I
I
130 A VIDA DO DIREITO
§II
§I
0 desinvolvimento antonomo do direito do
capital
»
140 A VIDA DO DIREITO
________________
142 A VIDA DO DlREITO
§II
10
CAPITULO V O direito
§I
A sobrevivencia do direito canonico: a Egreja
catholica e as congregações
O direito da Egreja catholica é um direito
corporativo que fenece: a Egreja catholica é um
Estado decaído, que conservou toda a decoração da
soberania e todas as suas pretensões, um só dos
seus attributos, esse mesmo aba- lado, a
personalidade internacional.
Hontem ainda, o regime concordatario reco-
nhecia á Egreja, sob condição d'um salvo-condu-cto
governamental, o direito de promulgar em França
pelos seus breves, os seus rescriptos, os seus
decretos ou os seus mandatos, regras offi-cialmente
obrigatorias para os fieis.
I
148 A VIDA DO DIREITO
I
154 A VIDA DO DIREITO
»
160 A VIDA DO DIREITO
§ II
O valor do costume
§ 1. A Jurisprudencia dos
aotos sociaes. § II. A
rotina costumarla.
§I
§II
A rotina costumária
I
170 A VIDA DO DIREITO
O DOGMATISMO LEGISLATIVO E A
LEGISLAÇÃO EXPERIMENTAL
Se, a bem dizer, não existe uma scien-
cia das leis, ha no entanto uma
maneira scientifica de legislar.
LIVRO PRIMEIRO
»
182 A VIDA DO DIREITO
I
188 A VIDA DO DIREITO
no é favoravel ao desinvolvimento do
pensamento humano. E d'esta crença, que restaria no
dia em que o monopolio do ensino pelo Estado tosse
demonstrado pela experiencia um modo superior da
organização do trabalho scientifico e do progresso
intellectual ?
A propriedade individual é uma affirmação do
direito procedente da Revolução francesa. Não é,
porém, sobretudo uma hypothese sobre o progresso
economico? E d'esta hypothese que poderia restar no
dia em que a propriedade collectiva, sob fórmas
novas, fosse demonstrada pela experiencia um
methodo superior de producção agrícola ou
industrial ?
Examinem-se assim successivamente todos os
elementos do direito moderno e sempre se no- tará
que o principio se justifica pelas suas con-
sequencias e não as consequencias pelo principio.
Se ha outros princípios, a humanidade não os
affirma senão para os adiar.
Levadas do absoluto ao relativo, as abstrac-ções
jurídicas ganham em utilidade o que per-dem em
dignidade: téem a preencher uma funcção
essencialmente prática.
A LEI COMO FORMULA DOS
PRINCIPIOS 191 § II
I
194 A VIDA DO DIREITO
§I
O poder como medida do direito:
os princípios legaes
das classes socialmente preponderantes
§ II
O beneficio apparente e o beneficio real das leis
de protecção: a luta dos individuos e das
classes pela conservação e valorização dos
seus direitos legaes
Se o individuo não tem a força de alcançar um
direito, ao menos é preciso, quando o direito lhe
provém d'um texto legislativo, que tenha a força
de o exercer.
A lei não se defende, com effeito, por si só, e
os direitos que ella nos concede são no fundo
virtualidades ou possibilidades que pertence a
cada um fazer passar ao domínio da acção.
Senão, por nossa inercia, deixamos prescrever
a lei contra nós, e é terreno perdido a reconquistar
por novo esforço. . A luta judiciaria é a fórma
normal da luta pelo triumpho dos nossos direitos
legaes. E' uma luta penosa porque occasiona para
um resultado aleatorio um gasto mais ou menos
forte de tempo e de dinheiro. Mas é uma luta
necessaria. A defesa do direito é a um tempo acto
de conservação pessoal e acto de defesa social.
Como disse Ihering, o mais celebre dos
jurisconsultos philosophos, se os nossos direitos
existem pela lei; igualmente é verdade que é pelo
exercicio concreto e repetido dos nossos direitos
que nós fazemos viver a lei.
»
208 A VIDA DO DIREITO
14
I
CAPITULO III
§I
Os fundamentos caducos da obediencia
ás leis
§ II
I
214 A VIDA DO DIREITO
I
216 A VIDA DO DIREITO
§ III
1
218 A VIDA DO DIREITO
§ II
§ I
I
238 A VIDA DO DIREITO
§ III
As sobrevivencias legislativas
í
250 A VIDA DO DIREITO
-
A MORTE NATURAL DAS LEIS 251
1
G. TARDE
254 A VIDA DO DIREITO
§I
§ II
A organização do reclamo legislativo:
benefícios e malefícios da
ignorancia das leis
1
262 A VIDA DO DIREITO
I
268 A VIDA DO DIREITO
em materia fiscal
I
278 A VIDA DO DIREITO
§ II
A lei e a liberdade
§ I. A' parte as leis que revogam as leis oppressivas, ha leis libe-
raes ? as leis que limitam o Estado.
§ II. 0 liberalismo da coacção social acêrca das relaçõeses entre par-
ticulares; a liberdade considerada como producto d'uma regulamen
tação.
«O direito está no seu maximo,
quando a coacção está no seu mínimo».
A.FOUILLÉE.
§ II
A legislação experimental
CAPITULO I
O methodo
§ 1. A observação dos movimentos espontaneos do direito: neces-
sidade, antes de legislar, da «ver em ordem» a vida juridica exis-
tente.
§ II. A antinomia Irreductivel da vida e das leis : Investigação das
attenuações práticas d'esta antinomia.
§ III. 0 methodo de imitação a o direito comparado. — 1. Imitar o
direito não é copiar os textos. O verdadeiro direito d'um pais não
é quasi nunca o que se imita. — 2. A irradiação mundial de
certos direitos nacionaes e as suas causas particulares. Não se
transplanta um direito, transpõe-se. — Verdadeira funcção do
direito comparado.
§I
A observação dos movimentos espontaneos do
direito; necessidade, antes de legislar, de
«ver em ordem» a vida jurídica
existente
A lei não tem o direito de ignorar nem os
costumes, nem a jurisprudncia; mesmo para
O METHODO 293
I
296 A VIDA DO DIREITO
§ II
0 methodo de imitação e o
direito comparado
\
314 A VIDA DO DIREITO
§l
21
322 A VIDA DO DIREITO
II
t
conclusão
AUGUSTE COMTE
/
334 A VIDA DO DIREITO
\
INDICE
INTRODUCÇAO
PRIMEIRA PARTE
LIVRO SEGUNDO
SEGUNDA PARTE
Conclusão
A relatividade da lei e a funcção jurídica da illcgalidade;
o conflicto permanente do legislador, do juiz e dos
costumes, como agente do progresso jurídico— A ef-
ficacia mínima das leis; a lei, resultante e não criado-
ra.— A noção de força, substituída á de soberania.
A noção de funcção substituída á noção de poder. Nem
poderes, nem soberano; funcções e orgãos. Mudança
de palavra, implicando uma mudança de methodo- 337
ERRATAS
9 10 razão culpa
18 1 editada ditada
19 6 editados ditados
78 2 editadas ditadas
112 16 Previa 0 empiri- Provia empírica
camente mente
124 27-28 relativamente relativamente
da independente
da
206 24 punho pulso
Outros erros escaparam, que não vale a pena cor-
igir, por não implicarem equivoco ou obscuridade do
sentido
Antiga Casa Bertrand — José Bastos & C.ª, editores
LISBOA-73, RUA GARRETT, 75
BIBLIOTHECA
DE
PHILOSOPHIA
SCIENTIFICA
Syntheses philosophicas
dos diversos grupos dos conhecimentos
humanos
Sciencia abstracta
Sciencia applicada
Sua evolução
Collecção de vol. de 300 pag. ou mais, a 500 rs.
Os factos scientiHcos multiplicam-se de tal modo
que é impossível á maioria dos estudiosos estar ao
corrente do conjunto dos progressos de determinada
sciencia. Os proprios homens de sciencia vêem-se obri-
gados a limitar os seus estudos, a circunscrever a I sua
actividade, se querem ser considerados como taes.
Apesar das constantes descobertas, os princípios geraes
que presidem a cada sciencia e que constituem p seu
arcaboiço philosophico, são sempre deficientes. A
profunda evolução operada, ha cincoenta annos a esta
parte, em todos os ramos scientlficos, quer nas sciencias
physicas e naturaes, quer nas sociaes, veiu alterar os
princípios philosophicos em que assentavam.
Para se estar ao facto dos conhecimentos scien-
tificos, philosophicos e sociaes actuaes, ha necessidade
de conhecer os princípios que são a alma d´esses co-
nhecimentos e que constituem ao mesmo tempo o seu
melhor resumo.
E' com o fim de apresentar de modo claro e ao
alcance de todos, a synthese philosophica das diver-
sas sciencias, a evolução dos princípios que as inspi-
ram, os problemas geraes que propõem, que é criada
a Blibliotheca de Philosophia scientifica.
Dirige-se a todos os estudiosos, a todos que ca-
reçam de obras de conjunto.
Em cada obra encontrar-se-ão resumidas as ul
timas descobertas, as ultimas theorias, as ultimas dou
trinas de um ramo da sciencia, tratadas sob um
criterio
scientista, com toda a exactidão, pelos mais autori
zados escriptores da respectiva especialidade. Cada
volume é, pois, uma sciencia completa.
VOLUMES PUBLICADOS: