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META DA AULA
OBJETIVOS
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
1. INTRODUÇÃO
Verbete
Também costumamos chamar o processo de Esgotamento de “Stripping” que é o termo
em inglês.
Fim do verbete
Para ilustrar, suponhamos uma solução composta por tolueno e benzeno e que os
mesmos devam ser separados. Se volatilizarmos parcialmente a solução, iremos observar
que a concentração de benzeno no vapor é maior do que no líquido original devido à
maior volatilidade do benzeno em relação ao tolueno. Retirando e condensando o vapor
formado, o líquido resultante (solução 2) estará mais concentrado em benzeno do que a
solução de partida. Uma segunda vaporização parcial poderá ser realizada, utilizando
agora o condensado obtido, de modo a resultar em uma terceira solução, ainda mais rica
em benzeno. Assim, é possível prosseguir até obter uma solução com a concentração
desejada de benzeno. Em cada uma dessas operações há transferência seletiva dos
componentes entre as duas fases do sistema, daí a denominação de operações de
transferência de massa que normalmente lhes atribuem.
3. PRINCIPAIS OPERAÇÕES
RESPOSTA COMENTADA
Para selecionar a operação adequada para a separação de uma mistura é necessário
realizar uma avaliação técnica. Caso seja possível promover a separação por mais de um
tipo de operação, outros fatores como custo, segurança, etc. devem ser considerados na
tomada de decisão. A recuperação de ácido benzóico presente em um resíduo aquoso,
processo mostrado na Aula 2, pode ser realizada a partir de uma operação líquido-líquido
e também por uma operação do tipo sólido-líquido. Uma análise econômica aponta para o
uso da primeira operação usando benzeno em uma extração líquido-líquido, embora num
primeiro momento o processo de cristalização (operação sólido-líquido) pareça ser o mais
adequado.
FIM DA ATIVIDADE 1
4. MODOS DE OPERAÇÃO
Sob o ponto de vista puramente técnico, o equipamento ideal para realizar uma
dada operação de transferência de massa é o que consegue otimizar estes fatores.
Porém, há outros aspectos a considerar, como os custos de implantação e operação, que
muitas vezes acabam sendo mais importantes, sob o ponto de vista global.
Boxe multimídia
Existem variados tipos de bandejas e segundo a empresa ChemProcess, bandejas são
amplamente aplicadas em sistemas onde a perda de carga não é uma restrição ao
processo. Em sistemas pressurizados e com altas cargas de líquido, as bandejas
apresentam boa performance e estabilidade, porém sua aplicação também se estende a
colunas com pressão atmosférica e em alguns casos até sob vácuo.
Existe uma grande variedade de peças de recheio (Figura 4.4), como por exemplo,
pedra britada, calcáreo, tijolos furados, anéis com partição, anéis Raschig, anéis Lessing
e espiralados, selas Berl e Intalox, entre outros. Existem recheios mais modernos como
os anéis Pall metálicos ou plásticos e os recheios estruturados como os enchimentos
Mellapak metálicos da Sulzer e plásticos ou cerâmicos (Kerapak). Os recheios
estruturados são constituídos de tiras dobradas formando canais que se cruzam em
ângulo com o eixo da coluna. Empregam-se também espirais e tellerettes metálicas
resistentes à corrosão.
Com base no que foi apresentado até aqui, faça uma análise e você verá que não
se trata de um conhecimento inteiramente novo. A abordagem é que é diferente, pois está
voltada para uma visão industrial. Nas próximas seções desta aula, algumas operações
serão estudadas individualmente.
6. DESTILAÇÃO
Como dito anteriormente, a destilação é uma operação unitária que visa separar os
componentes de uma fase líquida através de sua vaporização parcial. Os vapores
produzidos são normalmente mais ricos nos componentes mais voláteis do que a fase
líquida, o que possibilita a separação de frações enriquecidas nos componentes
desejados. O grau de enriquecimento pode ser pré-fixado.
Uma destilação pode ser conduzida de diferentes modos, cada um dos quais
apresenta vantagens e desvantagens numa determinada situação particular. Os diversos
modos de operar são modificações dos seguintes métodos, que podem ser considerados
fundamentais:
pré aquecedor
Considere o vapor que sobe pela coluna: o fervedor gera um vapor de composição
yW que é mais rico no componente mais volátil do que o produto de fundo. Este vapor
entra em contato com o líquido do primeiro prato e se enriquece ainda mais do
componente mais volátil. Do primeiro prato sai um vapor de composição y1 > yW que, ao
passar pelo segundo prato, se enriquece novamente e produz outro de composição y2 >
y1. E assim o vapor vai-se enriquecendo a medida que sobe pela coluna. A coluna deverá
ter um número de pratos suficiente para que o vapor que chega ao topo tenha
composição adequada para produzir, por condensação, o destilado especificado.
Veja o que acontece com o líquido que desce pela coluna: No prato de topo o
refluxo entra em contato com o vapor que vem do prato de baixo e perde componente
volátil. Desce para o prato seguinte e mais uma vez se empobrece no componente mais
volátil. O mesmo acontece cada vez que o líquido entra em contato com o vapor num
prato intermediário da coluna. Finalmente o líquido produzido num dado prato terá
composição x, tal que, por vaporização parcial no fervedor, dá um líquido com a
composição xw especificada para o produto de fundo.
Observa-se, então, que ao longo de toda a coluna o vapor se enriquece
progressivamente no componente mais volátil e o líquido se empobrece a medida que vai
descendo pela mesma. Costuma-se distinguir duas seções numa coluna de
fracionamento: a seção acima da alimentação, chamada seção de enriquecimento,
retificação ou absorção e a seção abaixo da alimentação, denominada seção de
esgotamento ou empobrecimento. A função principal da seção de enriquecimento é a de
enriquecer o vapor no componente mais volátil, enquanto na seção de esgotamento o que
se visa é empobrecer, na medida do possível, o líquido que vai sair pela base da coluna,
no componente mais volátil.
RESPOSTA COMENTADA
Cada método de destilação é adequado para uma determinada separação. Para extrair o
óleo essencial de capim-limão, que é constituído majoritariamente por geranial, neral e
mirceno, por exemplo, o método mais adequado é a destilação por arraste a vapor. Este
método permite a extração dos componentes que conferem ao destilado o odor
característico do capim-limão, sem promover a sua degradação. A título de curiosidade,
procure a composição do óleo essencial de capim-limão e a estrutura molecular dos
majoritários!
FIM DA ATIVIDADE 2
7. ABSORÇÃO E ESGOTAMENTO DE GASES
8. ADSORÇÃO
Quando existe uma força de atração mais ou menos intensa entre um sólido e as
moléculas presentes em um fluido que está em contato com este sólido, promove-se a
concentração destas moléculas na superfície do mesmo. A intensidade das forças de
atração depende da natureza do sólido (principalmente das características da superfície)
e do tipo das moléculas adsorvidas, além de outros fatores como temperatura, pressão e
o processo empregado na fabricação do adsorvente.
5. Carvão para adsorção de gases. É feito pela carbonização de materiais porosos, como
casca de côco ou babaçú, diversos tipos de madeira, carvão ou caroços de frutas. Depois
da carbonização, o carvão é ativado por um processo de oxidação parcial com ar quente
ou vapor d’água. É comercializado sob a forma granular ou em pellets de 1,5 a 3 mm.
Encontra maior utilização na recuperação de vapores orgânicos, no fracionamento de
hidrocarbonetos gasosos e em máscaras contra gases. A reativação é feita por
evaporação do adsorbato por aquecimento ou pela circulação de ar quente, vapor d’água
ou gases de combustão através do leito. A regeneração também pode ser conseguida em
temperaturas mais baixas sob vácuo.
Verbete
Pellet é o nome utilizado para se referir a uma porção de um material aglomerado ou
comprimido.
Fim do verbete
9. TROCA IÔNICA
A operação unitária de troca iônica é tão semelhante à adsorção que, para todos
os fins práticos, pode ser vista como um caso particular desta operação. Envolve a
transferência de massa pelo contato entre uma fase líquida e uma fase sólida, com o
objetivo de realizar a troca de íons entre a solução e o sólido. Na troca iônica a fase
líquida é uma solução aquosa eletrolítica e o sólido é um eletrólito insolúvel no líquido,
geralmente denominado resina trocadora de íons, porque os tipos mais utilizados
atualmente são resinas. O resultado da operação é uma reação de dupla troca entre o
eletrólito em solução e a resina.
Dentre as aplicações estão a substituição dos íons Ca2+ e Mg 2+
presentes nas
águas duras por íons Na+, a fim de realizar o seu abrandamento, a desmineralização ou
dessalinização de águas, a purificação de produtos farmacêuticos como vitamina B,
penicilina e estreptomicina e em processos metalúrgicos, como no de concentração de
soluções de urânio.
Trocadores de íons são sólidos porosos insolúveis e que apresentam íons e água
em sua estrutura. Há uma rede de íons fixos, que é rígida e regular num trocador mineral,
ou flexível e irregular no caso de um gel macromolecular. Há também íons (ânions ou
cátions) móveis e suscetíveis a troca por íons de mesma carga existentes em soluções
eletrolíticas. Como na absorção, também nesta operação o sólido é seletivo, retirando da
solução os íons pelos quais tem afinidade. De acordo com a sua estrutura, os trocadores
de íons são classificados em minerais (naturais ou artificiais) e orgânicos. Quanto à
função, os trocadores de íons são classificados em catiônicos, aniônicos e anfóteros,
conforme a natureza dos íons que podem ser trocados com a solução externa: cátions,
anions ou indiferentemente anions e cátions, respectivamente
Os trocadores de íons podem ser do tipo catiônicos fortes contendo, por exemplo,
o grupo hidrofílico RSO3-H+ (onde R representa a matriz sólida), trocadores catiônicos
fracos, do tipo RCOO-H+, trocadores aniônicos fortes, à base de aminas primárias e
trocadores aniônicos fracos à base de aminas secundárias, ou à base de aminas
terciárias. De um modo geral, os grupos funcionais mais comumente fixados à matriz das
resinas trocadoras sintéticas são os seguintes:
BOXE EXPLICATIVO
Uma operação inadequada e regenerações muito frequentes podem diminuir a vida útil da
resina. Os hidróxidos de ferro, manganês, cobre, alumínio e magnésio, por exemplo,
podem desativar ou “envenenar” as resinas catiônicas. Óleos e graxas, além de material
sólido em suspensão também podem causar danos à resina catiônica. As resinas
aniônicas são desativadas por ácidos orgânicos de alto peso molecular.
FIM DO BOXE EXPLICATIVO
Nesta aula você viu diferentes aspectos relativos aos processos de separação em
escala industrial e suas aplicações. Além disso, foram apresentadas algumas
considerações para as operações de destilação, absorção, esgotamento, adsorção e
troca iônica.
ATIVIDADE FINAL (atende ao objetivo 1)
Escolha um processo de separação que não foi abordado nessa aula e faça um resumo
dos aspectos mais relevantes e cite algumas aplicações. Pode usar a internet como
ferramenta de busca, mas seja crítico, criterioso, na seleção dos sites para consulta. A
partir das informações encontradas elabore seu resumo. Não esqueça de mencionar as
referências usadas.
RESPOSTA COMENTADA
Esta atividade é livre. Existem inúmeros processos de separação na indústria química,
sendo inviável abordar todos na disciplina. Você pode escolher algum de seu interesse e
estudar um pouco mais sobre ele, suas características e aplicações. Um exemplo de
processo que não foi apresentado nesta aula é o processo de cristalização, que é
particularmente importante na indústria de fármacos.
FIM DA ATIVIDADE
RESUMO
GOMIDE, R. Operações unitárias. Volume IV, São Paulo: edição do autor, 1988. 448 p.