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A MÚSICA NO MUNDO GRECO-ROMANO

DOMINGOS SÁVIO LINS BRANDÃO


Roma
“A Grécia subjugou o feroz
ROMA vencedor com o fascínio da arte” -
Horácio (65-8 a C.)
função primordial: exaltação do
Império
Uso enfático dos instrumentos de
metal: militarismo, conquistas.
A música também servia para
acompanhar os divertimentos
particulares e públicos; ouvia-se
música nos rituais religiosos,
banquetes e durante as exibições
no circo e das arenas!
No século I d C., existia uma
música popular - os espectadores
aclamava os músicos com histeria.
Nero chegou a dar um vastas
terras para o citaredo
Menecrato
ROMA Roma foi buscar a sua
música erudita à Grécia,
especialmente depois de esta
região se tornar uma
província romana, em 146 a.
C., e é possível que esta
cultura importada tenha
substituído uma música,
etrusca ou italiana, da qual
nada sabemos.
A versão romana do aulos, a
tíbia, e os seus tocadores, os
tibicinos, desempenhavam
um papel importante nos
ritos religiosos, na música
militar e no teatro.
Os romanos não eram muito
ROMA originais no que diz respeito
à arte, tendo importado a
maior parte das técnicas e
referências estilísticas da
Grécia, como se pode ver
pelos exemplares
remanescentes
de escultura e pintura. Não é
possível afirmar com certeza
se isso se repetiu na música,
embora seja bastante
provável. Mas ao contrário
dos gregos, sabe-se que não
havia uma forte associação
de ética e música entre os
romanos
A despeito desta
ROMA dependência, há registros
sobre a largamente
difundida presença de
música em todas as ocasiões
da vida romana, desde em
manobras militares e nos
grandes festivais, onde
havia performances em
larga escala que incluíam
centenas de instrumentistas
e usando instrumentos de
enormes dimensões,
como kitharas construídas
do tamanho de carruagens,
até o uso discreto e
doméstico de instrumentos
solo. Concursos musicais
eram comuns e a educação
em música era considerada
um sinal de distinção social.
Supõe-se que eles tenham
empregado em sua produção
ROMA sonora o sistema grego
dos modos, e que a prática teria
sido principalmente monódica. A
música vocal teria imitado o
padrão grego, embora adaptado ao
ritmo peculiar da prosódia latina.
Igualmente não é claro o grau de
participação de outros elementos
exógenos na cultura musical
romana, e pode-se imaginar que
tenha havido alguma troca de
influências com os etruscos,
asiáticos, africanos e povos
bárbaros do norte da Europa,
integrantes de regiões que com o
tempo foram sendo anexadas ao
Império em expansão.
Uma das causas para as
ROMA grandes lacunas
existentes em nosso
conhecimento sobre a
música romana é o
desagrado com que os
primeiros cristãos
encaravam o teatro, os
festivais e os
ritos pagãos, suprimidos
assim que o cristianismo
se tornou a religião
oficial, junto com sua
música
Destacavam-se ainda vários
ROMA outros instrumentos de
sopro. A tuba, uma trombeta
comprida, direita, era
também utilizada em
cerimónias religiosas,
estatais e militares. Os
instrumentos mais
característicos eram uma
grande trompa circular, em
forma de G, chamada corno,
e a sua versão de menores
dimensões, a buzina. A
música deve ter estado
presente em quase todas as
manifestações públicas. Mas
desempenhava também um
papel nas diversões
particulares e na educação.
Muitas passagens das
ROMA obras de Cícero,
Quintiliano e outros
autores revelam que a
familiaridade com a
música, ou pelo menos
com os termos musicais,
era considerada como
fazendo parte da
educação do indivíduo
culto, tal como se
esperava que tal
indivíduo soubesse falar
e escrever o grego.
ROMA Nos tempos áureos do
Império Romano (os dois
primeiros séculos da era
cristã) foram importadas do
mundo helenístico obras de
arte, arquitetura, música,
filosofia, novos ritos
religiosos e muitos outros
bens culturais. Numerosos
textos documentam a
popularidade de virtuosos
célebres, a existência de
grandes coros e orquestras,
bem como de grandiosos
festivais e concursos de
música.
ROMA Muitos imperadores foram
patronos da música. Nero
aspirou até a alcançar fama
pessoal como músico Com o
declínio econômico do
império, nos séculos III e
IV, a produção musical em
grande escala, naturalmente
dispendiosa, do período
anterior acabou por
desaparecer.
A paixão de Nero pela
ROMA arte dramática e pelos
espetáculos, unida a um
desejo quase infantil de
ser famoso e aplaudido,
levou-o a atuar como
poeta e músico e a
participar de corridas de
biga.
Teria sido ele o inventor
do claquete.
Conclusão: sabemos que o mundo antigo legou a Idade Média
algumas ideias fundamentais no domínio da música:
(1) uma concepção da música como consistindo
essencialmente numa linha melódica pura e despojada;
(2) a ideia da melodia intimamente ligada as palavras,
especialmente no tocante ao ritmo e a métrica;
(3) uma tradição de interpretação musical baseada
essencialmente na improvisação, sem notação fixa, em que o
intérprete como que criava a música de novo a cada execução,
embora segundo convenções comumente aceites e servindo-se
das fórmulas musicais tradicionais;
(4) uma filosofia da música que concebia esta arte,
não como uma combinação de belos sons no vácuo
espiritual e social da arte pela arte, mas antes como
um sistema bem ordenado, indissociável do sistema
da Natureza, e como uma força capaz de afetar o
pensamento e a conduta do homem;
(5) uma teoria acústica cientificamente
fundamentada;
(6) um sistema de formação de escalas com base nos
tetracordes;
(7) uma terminologia musical.

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