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Argumentacao e Logica Formal 2
Argumentacao e Logica Formal 2
Silogismos Categóricos
A primeira proposição afirma ou nega de forma absoluta ou incompleta.
Regras
O silogismo tem três termos e só três termos: maior (p), menor (s), médio (m).
O termo médio (m) não pode entrar na conclusão.
O termo médio deve ser tomado pelo menos uma vez em toda a sua extensão (ser
universal).
Nenhum termo pode ter maior extensão na conclusão do que nas premissas.
A conclusão segue-se sempre a parte mais fraca (particular/ negativo).
De duas premissas negativas nada se pode concluir.
De duas premissas particulares nada se pode concluir.
De duas premissas afirmativas não se pode ter uma conclusão negativa.
Primeira figura
MP
SM
SP
Segunda figura
PM
SM
SP
Terceira figura
MP
MS
SP
Quarta Figura
PM
MS
SP
Modos
É a classificação (tipo) individual de cada uma das premissas, e no final vemos
qual é o modo que fica.
Silogismos Hipotéticos
Se A então C.
A – antecedente 1ª Premissa (tem sempre o “se” no inicio e “então” no meio)
C – consequente
Regras
Modus Ponens (modo em que se afirma algo) – Sempre que na segunda premissa se
dá a afirmação do antecedente, a conclusão tem de afirmar o consequente.
A então C Exemplo:
A Se estudo então passo.
C Estudo.
Logo, passo.
Exemplo:
A então C
Se estudo então passo.
C
Passo.
Nada se pode concluir necessariamente.
Logo, nada se pode concluir.
Modus Tollens (modo em que se nega algo) – Sempre que na segunda premissa se
dá a negação do consequente a conclusão terá de negar o antecedente.
A então C Exemplo:
~C Se estudo então passo.
~A Não passo.
Logo, não estudei.
A então C Exemplo:
~A Se estudo então passo.
Nada se pode concluir. Não estudo.
Logo, nada se pode concluir.
Silogismos Disjuntivos
A 1ª premissa apresenta sempre uma alternativa. Tem sempre “Ou” no inicio da frase
e “ou” entre as alternativas.
Regras
Modus tollendo-ponens – sempre que na segunda premissa se nega um dos polos da
alternativa exposta na premissa inicial. A conclusão afirmará necessariamente o
outro.
Exemplo:
Ou é professor ou é treinador de futebol.
Não é treinador de futebol.
Logo, é professor.
Exemplo:
Ou está céu limpo ou está céu nublado.
Está céu nublado.
Logo, não está céu limpo.
Quando na premissa inicial não se apresenta uma disjunção completa nada se pode
concluir necessariamente da afirmação de um polo da alternativa.
Exemplo:
Ou é professor ou é treinador de futebol. Inválido porque “professor” e
É professor. “treinador de futebol” não são
Logo, não é treinador de futebol. opostos.
Falácias
O homem conhece todas as regras lógicas que existem, contudo, está sujeito ao erro
e engana-se, ou seja, raciocina mal, construindo argumentos errados, aos quais se dá o nome
de falácias ou sofismas.
É importante distinguir entre paralogismo e falácia.
O paralogismo é um erro construído sem intenção de enganar, apesar de ser inválido.
O sofisma ou falácia é um argumento defeituoso elaborado com intenção de
enganar.
Existem dois grandes tipos de falácias: as falácias-informais e as falácias-formais.
Falácias da não-relevância
Falácia do apelo à força (argumentum ad baculum) – Verifica-se quando quem
argumenta a favor de uma conclusão sugere ou afirma que algum mal ou algum
problema acontecerá a quem não a aceitar. Este tipo de argumentação baseia-se em
ameaças explícitas ou implícitas ao bem-estar físico ou psicológico de um individuo
ou conjunto de indivíduos.
Apelo ao povo e à emoção (argumentum ad populum) – esta falácia verifica-se
quando, por falta de razões convincentes, ou pertinentes, se manipulam e exploram
sentimentos da audiência para fazer adoptar o ponto de vista de quem fala. O
“argumento” dirige-se ao conjunto de pessoas (povo) e tira partido de preconceitos,
desejos, e emoções para tornar persuasiva uma ideia ou uma conclusão para a qual
não se encontram nem dados, nem provas racionais.
Encosta escorregadia ou bola de neve – consiste em dizer que uma vez desencadeada
certa acção, esta não terminará enquanto não chegar às últimas consequências.
Falácias da ambiguidade
Falácia da equivocação – verifica-se quando, acidentalmente ou deliberadamente
usamos no argumento um termo em dois sentidos diferentes.
Falácia da composição – argumenta-se que um todo tem certas características
porque cada uma das suas partes tem essas características.
Exemplo:
Cada membro da equipa é excelente.
Logo, a equipa é excelente.
Argumentação e Retórica
Meus apontamentos
A realidade não é evidente, por isso, tem vários pontos de vista. Se não fosse evidente
era igual para todos nós.
“Ou os triângulos têm três ângulos ou os triângulos não têm três ângulos.
Não é verdade que os triângulos não têm três ângulos. Demonstração
Logo, os triângulos têm três ângulos.”
Demonstração
Pretende mostrar que a conclusão é fundamentada pelas premissas, e assim, se
aceitarmos as premissas, temos de aceitar necessariamente a conclusão.
Não tem como objectivo convencer o auditório.
Utiliza uma linguagem rigorosa e objectiva, ou seja, utiliza uma linguagem lógica, que
tem apenas um significado/interpretação, e por isso, não pode ser discutida.
Independente do orador e do auditório porque não necessita que haja alguém para
convencer nem ser convencido.
A única coisa que pode ser discutida é forma, ou seja, se viola ou não as regras lógicas.
A sua validade não depende da opinião de ninguém.
Não precisa de ser contextualizada.
Argumentação
As proposições são discutíveis e por isso, o conteúdo é discutível.
Pretende convencer o auditório.
A única coisa que pode ser discutida é o conteúdo.
Utiliza uma linguagem subjectiva.
Tem várias interpretações.
É pessoal porque dirige-se a pessoas, e tenta convencer estas mesmas a aderir à sua
tese.
Necessita de contextualização.
Livro
Durante os nossos dias, deparamo-nos com a necessidade de argumentar
constantemente para:
Justificarmos algumas acções nossas;
Defender de acusações;
Defender a nossa opinião.
A realidade não é evidente, e por isso suscita discussão uma vez que cada pessoa tem
um ponto de vista diferente.
Para mostrarmos o nosso ponto de vista, é necessário convencer a outra pessoa. E
este é o objectivo da argumentação: convencer o auditório a fim que este mesmo adira à
nossa tese.
O Homem argumenta desde que comunica, porque desde que comunica que tem de
mostrar a sua opinião aos outros.
A argumentação pode ser ensinada, isto é, trata-se de transformar a habilidade
espontânea e natural numa técnica rigorosa, pensada e sistematizada.
Demonstração e Argumentação
Uma vez que a racionalidade humana não tem apenas forma, passo a dar-se
importância, também, a argumentos que não dependem de critérios lógicos, ou seja,
argumentos desencadeados a partir de opiniões geralmente aceite.
Enquanto os raciocínios demonstrativos partem de premissas
irrefutáveis/indiscutíveis, que levam a conclusões igualmente indiscutíveis e necessárias, os
raciocínios argumentativos, parte de premissas prováveis, que podem ser discutidas e que
levam a conclusões válidas segundo a forma mas discutíveis.
Quando se trata de avançar argumentos para defender teses meramente prováveis
encontramo-nos no domínio da retórica e da argumentação.
Retórica é a arte de argumentar, a arte de bem falar, cujo objectivo é persuadir e convencer
um auditório a respeito de determinado assunto, levando-o a aceitar que uma certa tese ou
opinião é preferível àquela que se lhe opõe.
Em suma, para conduzir alguém a uma conclusão necessária e universal, precisamos
de o demonstrar seguindo os critérios da lógica formal; para conduzir alguém a uma
conclusão que é apenas verosímil (que é verdadeira ou não), plausível, preferível e razoável,
teremos de argumentar seguindo os critérios da retórica.