Texto narrativo é aquele escrito em prosa ou verso, que
possui um determinado narrador, o qual conta uma ação que ocorre num determinado espaço e tempo, e em que intervêm personagens. O conto é uma narrativa literária geralmente curta, com economia de meios, como tempo, espaço e personagens, enfocando uma célula dramática ou conflito único. Tradicionalmente, o conto estruturava-se em:
Introdução descrição de espaço ou personagem.
Complicação fatos iniciais que colocarão as personagens a alguma situação nova. Conflito desenvolvimento da situação. Tradicionalmente, o conto estruturava-se em:
Clímax momento de maior intensidade dramática,
depois do qual é impossível prolongar o conflito. Epílogo solução final do conto, com prêmio ou castigo, isto é, vitória ou derrota do protagonista. Modernamente, a estrutura do conto não é seguida tão fielmente; pode haver inversão na ordem de suas partes ou omissão de algumas delas. Por exemplo: a introdução é, na maioria dos casos, omitida, com seus elementos distribuídos ao longo do texto. A preferência é por inserir o leitor de imediato na ação, com início repentino, sem aviso. Um conto é construído com linguagem objetiva, direta, privilegiando as ações. Um conto pode, ainda, ter a preponderância das reflexões do narrador, levando em conta muito mais os sentimentos e pensamentos do que as ações. O narrador é um ser fictício produzido pelo autor, para que conte a história. É a partir do ponto de vista do narrador, que os fatos são relatados. O conto pode ser narrado em primeira ou terceira pessoa. Quando o narrador participa da história, diz-se que é um narrador em primeira pessoa. Nesse caso, o narrador é personagem. Quando o narrador não participa da história, recebe o nome de narrador em terceira pessoa. Então, narrador é a entidade imaginária que conta a história criada pelo autor, não devendo confundir-se com este. A personagem, de acordo com sua importância para o desenvolvimento da narrativa, pode ser protagonista, antagonista ou figurante. O protagonista é a personagem principal, geralmente aquela com que o leitor tem empatia, isto é, a vida da personagem é o núcleo do enredo. O antagonista representa, de alguma maneira, uma oposição à realização dos objetivos do protagonista. O figurante é um ser necessário para criar a ilusão de realidade, mas secundário na trama. As personagens podem, ainda, ser classificadas como planas ou redondas, dependendo de sua riqueza psicológica. A personagem redonda é aquela que pode surpreender o leitor, mudar de ideia, mudar de atitude, por estar sujeita a contradições. A personagem plana é psicologicamente pouco desenvolvida e, em geral, não surpreende o leitor. Mesmo quando existe um ser real em quem o narrador se baseia, a personagem literária é uma entidade ficcional. O tempo histórico, o ano ou o século em que se passa a ação, não interfere na extensão do conto, pois, qualquer que seja a dimensão de tempo real, ela se modifica de acordo com o enfoque que o autor pretende dar a seu texto. Um único minuto pode estender-se por várias páginas; um ano inteiro pode estar contido em um só́ parágrafo. Algumas vezes, o espaço é descrito em detalhes. Outras vezes, a descrição é apenas genérica. O conjunto de ações praticadas pelas personagens em busca de um objetivo, ou para impedir que algum objetivo seja alcançado, é que confere sentido à história.