Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TÍTULO
3. RESUMO
5. REVISÃO DA LITERATURA
I. Mercedes Mateo Diaz : "Les quotas sont-ils utiles? L’Éfficacité Imparfaite des
Mesures de Discrimination Positive dans les Lois Electorales Belges".
5Vie Féminine. Femmes et politique. Intervention de Vie Féminine lors de la journée du 22 avril 2006
organisée en partenariat avec Méridienne et Femmes en Marche, 2006.
6 NORRIS, PIPPA. Electoral Engineering. Cambridge University Press, 2004.
Smet-Tobback foi responsável por uma composição maior de mulheres na lista, isso não
implica na evolução do percentual de mulheres eleitas. O que se observou foi que as
mulheres raramente encontram-se em posições elegíveis nas listas (ordre utile), calculadas
a partir dos assentos obtidos pelo partido nas últimas eleições.
III. Institut Pour L’Égalité des Femmes e des Hommes : "La participation des
hommes e des femmes à la politique belge".
6. MATERIAIS E MÉTODOS
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
!
Ou seja, 3 candidatas não receberam qualquer voto, 3 receberam apenas 1, quase
35% não passaram dos 100 votos e apenas 7,6% receberam mais de 1.000, possuindo
verdadeiras chances de serem eleitas.
Os números não são por acaso. Durante este levantamento, observou-se também
os recursos arrecadados pelas candidatas:
!
O que se nota é que, além de mais da metade dessas candidatas não terem
arrecadado qualquer recurso para a sua campanha, apenas 8,8% das candidatas
arrecadaram mais de R$5.000,00 – um valor que, numa cidade do tamanho de Curitiba, é
essencial para ter as mínimas chances de ser eleito.
É certo que vários fatores influenciam nas reais chances de eleição de um
candidato e que uma arrecadação maior não é obrigatoriamente vinculada à certeza de que
o candidato será eleito, mas a relação entre esses números é um indicativo importante de
que os recursos tornam uma candidatura viável e a coloquem a mulher em uma posição
elegível.
No entanto, o que se notou a partir desse mapeamento foi que existe uma clara
dificuldade da inserção da mulher na esfera política no Brasil, especialmente em relação
àquelas que acabaram de ingressar na política, uma vez que as candidatas que conseguiam
reunir recursos para a suas campanhas raramente estavam se candidatando pela primeira
vez.
Em relação à Bélgica, o primeiro resultado foi em relação a uma das hipóteses
iniciais, de que poderia haver uma disparidade na representação feminina nas diferentes
regiões da Bélgica, por se tratar de populações com cultura e língua distintas. Não foi
observada qualquer diferença, eliminando esta hipótese ainda nos resultados preliminares.
No que diz respeito à efetividade das cotas no país, é fácil observar que houve um
crescimento impressionante no percentual de mulheres eleitas desde a segunda metade da
década de noventa, época na qual a Lei Smet-Tobback foi implementada. As diversas
mudanças no sistema eleitoral, especialmente na magnitude das províncias e partidos, além
de fatores socioeconômicos, como defendido por parte da doutrina, podem ter contribuído
muito mais fortemente para esse crescimento, mas será necessária uma análise mais a
fundo da questão antes de apontar qualquer resultado concreto.
Por fim, uma conclusão que já se pode inferir do estudo de ambos os sistemas, é a
de que as cotas, por si só, não resolvem o problema do déficit na representação da mulher
na política. Elas podem ser ações positivas relevantes, desde que acompanhadas de outros
fatores que as impulsionem. No caso do Brasil, por exemplo, um apoio maior por parte dos
partidos impulsionaria esta mudança com muito mais força que a mera candidatura de
mulheres só para “preencher cota”.
8. REFERÊNCIAS
BÉLGICA. Loi du 24 mai 1994 visant à promouvoir une répartition équilibreé des
hommes e des femmes sur les listes de candidatures aux élections. Disponível em :
<https://goo.gl/BGNj9g>. Último acesso em: 04/03/2017.
BRASIL. Lei n° 9.504 de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleições.
Brasília, DF, 30 de set. de 1997.
Chambre des représentants. Service des relations publiques et internationales. La Chambre
des Répresentants : Election. 2014.
European Parliament. Directorate General for Internal Policies. Policy Department C:
Citizens’ Rights and Constitutional Affairs. Electoral Gender Quota Systems and their
Implementation in Europe. 2011. Disponível em: <https://goo.gl/a7KXf2>.
European Parliament. Directorate General for Internal Policies. Policy Department C:
Citizens’ Rights and Constitutional Affairs. Electoral Gender Quota Systems and their
Implementation in Europe Update 2013. 2013.
Institut Pour L’Égalité des Femmes e des Hommes. La participation des hommes e des
femmes à la politique belge. Disponível em : <https://goo.gl/XEzCcR>.
MATEO DIAZ, Mercedes. Les quotas sont-ils utiles? L’Éfficacité Imparfaite des Mesures
de Discrimination Positive dans les Lois Electorales Belges. In : Revue Française de
Science Politique. Presses de Sciences Po, 2003/5 vol. 53 pp. 791 a 815.
NORRIS, PIPPA. Electoral Engineering. Cambridge University Press, 2004.
SAPIRO, Virginia. When are interests interesting? The problem of political
representation of women. In: PHILLIPS, Anne. Feminism & Politcs. Oxford University
Press, 1998.
Senado Federal. Lugar de mulher também é na política. Disponível em: <https://goo.gl/
NRSrXl>.
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. Estatísticas Eleitorais 2016 – Candidaturas.
Disponível em: <http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/estatisticas-eleitorais-2016/
eleicoes-2016>
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. Estatísticas Eleitorais 2016 – Eleitorado. Disponível
em: < http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/estatisticas-eleitorais-2016/eleicoes-2016>.
Vie Féminine. Femmes et politique. Intervention de Vie Féminine lors de la journée du 22
avril 2006 organisée en partenariat avec Méridienne et Femmes en Marche, 2006.