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Índice

Introdução.................................................................................................................................... 1

Objectivo Geral ........................................................................................................................... 2

Objectivos Específicos ................................................................................................................ 2

Metodologia ................................................................................................................................ 3

1. PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE DISTORÇÕES


RELEVANTES ........................................................................................................................... 4

1.1. Conceitos .......................................................................................................................... 4

1.2. Tipos de Risco de Auditoria............................................................................................. 4

1.2.1. Risco inerente ou implícito ........................................................................................... 5

1.2.2. Risco de controlo .......................................................................................................... 5

1.2.3. Risco de Detecção......................................................................................................... 6

1.3. Relação entre risco de auditoria e relevância ................................................................... 6

1.4. Procedimentos de Avaliação de Risco ............................................................................. 8

1.4.1. Indagações .................................................................................................................. 11

1.4.2. Procedimentos analíticos ............................................................................................ 12

1.4.3. Observação e inspeção................................................................................................ 14

1.5. Fontes de informação para os procedimentos de avaliação de riscos ............................ 15

2. Considerações Finais.......................................................................................................... 16

3. Bibliografia ........................................................................................................................ 17
Introdução
O presente trabalho de pesquisa, busca analisar de forma clara e objectiva o "Processo de
Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorções Relevantes ". Num entanto sabe – se que ao
emitir uma opinião sobre algo, qualquer pessoa tem a possibilidade de acertar ou errar. No caso de
auditores independentes, essa possibilidade está relacionada com a manifestação da sua opinião
sobre se as demonstrações contábeis de uma entidade representam adequadamente, em todos os
aspectos relevantes, a sua posição patrimonial, financeira e económica.
Devido à complexidade das informações e o grande número de transações contábeis a serem
examinadas na execução de uma auditoria, é inevitável que exista o risco de que erros ou
irregularidades existentes nos registros e nas demonstrações contábeis possam não ser detectados
pelo auditor durante a execução da auditoria. Estes riscos são conhecidos como riscos de auditoria.

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Objectivo Geral
Analisar o Processo de Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorções Relevantes

Objectivos Específicos
 Apresentar o conceito de Riscos de Auditoria
 Identificar os tipos de riscos de Auditoria
 Demonstrar as Técnicas de Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorções Relevantes

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Metodologia
Visto que a pesquisa é de caráter exploratório e de suma importância para o sucesso do objetivo
final, adotou-se a revisão de literatura, relacionada com o objeto de estudo, caracterizado por uma
pesquisa bibliográfica documental ou de fontes secundárias.
Marconi e Lakatos (2002 p. 58) comentam que:
“... as fontes secundárias possibilitam não só resolver os problemas já conhecidos,
mas também explorar novas áreas onde os problemas ainda não se caracterizam
suficientemente. Assim, a pesquisa bibliográfica propicia a investigação de
determinado assunto sob um novo enfoque ou abordagem.”

No presente estudo, adotou-se como principais fontes de pesquisa: livros, trabalhos acadêmicos,
artigos científicos e avulsos, bem como consultas à internet, cujo aporte técnico direcionou a
operacionalização do conhecimento.

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1. PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE
DISTORÇÕES RELEVANTES
1.1.Conceitos

De acordo com Cerbasi (2004:58) Risco de auditoria é a possibilidade da existência de deficiênc ias
materiais no controle e que não são detectadas pelo auditor durante a auditoria. Essencialmente a
confiança do auditor gerencial na validade das conclusões do relatório é derivada da avaliação da
possibilidade de erro indicada pelo risco de auditoria.

Segundo Hanson (2005:44), risco de auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma
opinião tecnicamente inadequada sobre as demonstrações contábeis significativamente incorretas.

Contudo, podemos chegar ao consenso que o Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse
uma opinião de auditoria inadequada.

Está relacionado de forma inversamente proporcional à segurança pretendida para o trabalho de


auditoria, ou seja, quanto maior o risco, menor será a segurança do auditor e quanto menor o risco,
maior será a segurança do trabalho.

Se um auditor decidir que a segurança razoável deve ser de 99% de chance de que as
demonstrações financeiras não contêm distorções relevantes, o risco de auditoria será de 1%; se
ele decidir que é de 95%, o risco de auditoria será de 5%. KOTLER (2007)

Na prática, o risco de auditoria é inevitável.

1.2.Tipos de Risco de Auditoria

Segundo Padoveze (2004: 41) o auditor deve decidir qual o tamanho do risco que ele está disposto
a tolerar para chegar uma conclusão sobre o objeto da auditoria.

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Os únicos riscos que o auditor controla são o de detecção (RD) e, por meio deste, o de auditoria
(RA) já que o risco de distorção relevante (RDR), que é composto pelos riscos inerente (RI) e de
controle (RC), são riscos da administração da entidade.

Portanto, cabe ao auditor determinar o nível de risco de detecção aceitável para manter o risco de
auditoria no nível estabelecido para o trabalho.

Segundo Walter (2003) para reduzir o RA a um nível aceitavelmente baixo, o auditor:

 Avalia os RDR, que envolve o RI e o RC e


 Controla o RD estabelecendo a extensão (quantidade ou amostra) de procedimentos
substantivos necessários, bem como a natureza e a época em que os procedimentos deverão
ser realizados. Controlar o RD significa realizar procedimentos substantivos que
respondam adequadamente aos riscos de distorção relevante identificados no nível das
demonstrações financeiras e no nível das afirmações acerca de classes de transações, saldos
contábeis, apresentação e divulgações.
1.2.1. Risco inerente ou implícito

De acordo com Martins (2002:44) é o risco que está relacionado com as actividades operacionais
da empresa, normalmente este risco já existe, é intrínseco da natureza das ações e negócios da
empresa. É o erro ou irregularidade que ocorreu nas demonstrações ou registros em função da
suscetibilidade dos saldos ou da transação a uma distorção que poderia ser relevante
individualmente ou em conjunto com outras distorções na mesma conta, presumindo-se a falta de
um controle específico por parte da empresa. Este risco se dá na parte operacional da empresa,
sendo difícil a sua mensuração.

Um exemplo de risco implícito é quando a empresa vende a maioria de seus produtos para somente
um cliente, centralizando assim seus créditos a receber; caso o cliente venha a ter problemas
financeiros, não conseguindo efetuar o pagamento, com certeza afetará a estabilidade da empresa.

1.2.2. Risco de controlo

Ocorre quando um erro ou uma fraude não foi detectado pelo sistema de controle interno. Este
deixou de prevenir e corrigir em tempo uma distorção no saldo de uma conta, sendo que era
responsabilidade dos controles a sua detecção. GROPPELLI (2002:44)

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O risco pode ser relevante individualmente ou em conjunto com outras distorções; o nível deste
risco é em função da efetividade dos procedimentos de controlo interno da empresa auditada.

1.2.3. Risco de Detecção

Na visão de Gitman (2010:66) é a possibilidade do saldo de uma conta ou de uma informação estar
errada e não ser detectada ou ainda levar o auditor a concluir pela sua inexistência em função de
um erro de avaliação próprio ou da sua equipe.

Ao aplicar os procedimentos de auditoria o auditor não detecta uma distorção no saldo de uma
conta, ou de transações, que poderia ser relevante. Estes erros podem ser em decorrência de não
examinar todas as evidências disponíveis, de possível ineficiência do procedimento de auditoria,
ou de possível deficiência na avaliação dos fatos descobertos durante o exame.

1.3.Relação entre risco de auditoria e relevância

Boschetti (2006:58), estabelece que a relevância dependa da representatividade quantitativa ou


qualitativa do item ou da distorção em relação às demonstrações contábeis como um todo ou
informação sob análise. Uma informação é relevante se sua omissão ou distorção puder influenc iar
a decisão dos usuários dessa informação no contexto das demonstrações contábeis.

O que é relevante para uma empresa pode não ser relevante para outra, assim a determinação do
que é relevante em uma auditoria é uma questão de julgamento profissional do auditor, que deverá
estabelecer um nível de relevância aceitável para permitir a detecção de distorções relevantes. Ao
estabelecer um nível de relevância, o auditor estabelece um parâmetro de relevância para a sua
auditoria.

Segundo Pires (2005:14) ao definir seu programa de auditoria, após a análise do controle interno
e das áreas de risco de auditoria, o auditor independente deve levar em conta quais fatores
poderiam resultar em distorções relevantes nas demonstrações contábeis sob exame.

A avaliação do auditor independente, quanto à relevância de contas específicas e classes de


transações ou divulgações necessárias, ajuda-o a decidir sobre assuntos de planejamento de
auditoria, como por exemplo:

a) Quais itens a examinar;

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b) Onde aplicar, ou não, amostragem e procedimentos analíticos.

A idéia é que o auditor examine os itens que, se errados, causam um impacto maior na situação
patrimonial e financeira da empresa. Isso permite ao auditor independente selecionar
procedimentos de auditoria que, combinados, possam reduzir o risco de auditoria a um nível
aceitável.

Contudo, como a auditoria é um processo vivo de análise, a avaliação da relevância e dos riscos
de auditoria pode diferir entre o planejamento da auditoria e a avaliação dos resultados da aplicação
dos procedimentos de auditoria. Isso pode ser causado por uma mudança nas condições do trabalho
ou por uma mudança no nível de conhecimento do auditor independente em relação à empresa
auditada, em função dos resultados encontrados nos trabalhos de campo.

Existe uma relação inversa entre o risco de auditoria e o nível estabelecido de relevância, isto é,
quanto maior for o risco de auditoria, menor será o valor estabelecido como nível de relevância e
vice-versa. O auditor independente toma essa relação inversa em conta ao determinar a natureza,
época e extensão dos procedimentos de auditoria, ou seja, ao elaborar o seu programa de auditoria.
Por exemplo, se na execução de procedimentos específicos de auditoria, o auditor independente
determinar que o nível de risco é maior que o previsto na fase de planejamento, o nível de
relevância, preliminarmente estabelecido, deve ser reduzido. O auditor independente deve atenuar
tal ocorrência por:

a) Reduzir o nível de risco de controlo, onde praticável, e suportar tal redução por meio de
ampliação dos testes de observância;

b) Reduzir o risco de detecção via modificação da natureza, época e extensão dos testes
substantivos planejados.

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1.4.Procedimentos de Avaliação de Risco

Segundo Hanson (2005:44) a finalidade dos procedimentos de avaliação de riscos é a identificação


e avaliação de riscos de distorção relevante, seja por erro ou fraude, nas demonstrações finance iras
e nas afirmações sobre classes de transações, saldos de contas e divulgações, objetivando formar
uma base para que o auditor decida sobre as respostas gerais e específicas que adotará, em relação
aos riscos de distorção relevante avaliados como significativos, para manter o risco de auditoria
em um nível aceitavelmente baixo.

Os procedimentos de avaliação de riscos incluem:

 Os procedimentos para obtenção do entendimento da entidade e do seu ambiente, inclus ive


do controle interno, denominados procedimentos preliminares de avaliação de risco; e
 Os procedimentos para identificação e avaliação dos riscos inerente e de controle nos ciclos
de transações ou processos relacionados às afirmações relevantes, denominados, em
conjunto, como processo de identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante.

Com base nos procedimentos preliminares de avaliação de riscos, o auditor determina os


referenciais de materialidade que serão utilizados como referência para determinar a significâ nc ia
dos riscos no processo de identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante.

Os procedimentos de avaliação de riscos seguem uma abordagem de cima para baixo (top- down),
em que o auditor identifica e avalia riscos e controles percorrendo um caminho do geral para o
específico, isto é, do nível da entidade para o nível das atividades (transações).

É essa a abordagem que o auditor utiliza para a identificação e avaliação dos riscos de distorções
relevantes no nível das demonstrações financeiras como um todo e no nível de afirmações para
classes de transações, saldos de contas e divulgações.

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Riscos de distorção relevante no nível das demonstrações financeiras são aqueles que podem afetar
muitas afirmações e, portanto, se relacionam de forma generalizada às demonstrações finance iras
como um todo (ISSAI 200).

Em geral estão associados a um ambiente de controle deficiente, a dúvidas quanto à integridade


ou à competência do pessoal da entidade, sobretudo dos seus administradores, à falta de
confiabilidade nos registros e outras circunstâncias que podem gerar ressalvas na opinião do
auditor.

Para Walter (2003) a identificação dos riscos no nível das demonstrações financeiras pode ser
especialmente relevante para as considerações do auditor sobre riscos de distorções decorrentes de
fraude.

Os riscos desse nível não podem ser atribuídos a afirmações específicas sobre classes de
transações, saldo de contas ou nível de divulgação, mas representam circunstâncias que podem
aumentar os riscos de distorção relevante em tais afirmações. É o caso, por exemplo, de riscos que
podem decorrer do fato de controlos serem burlados pela administração.

Com base nos riscos identificados de distorção relevante no nível das demonstrações financeiras,
o auditor toma decisões quanto às respostas gerais, tais como:
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 Enfatizar para a equipe de auditoria a necessidade de manter ceticismo profissional;
 Designar membros para a equipe com mais experiência ou com habilidades especiais para
lidar com os riscos identificados ou usar especialistas;
 Exercer uma supervisão mais intensa;
 Efetuar alterações gerais na natureza, época ou extensão dos procedimentos de auditoria e
incorporar nesses elementos de imprevisibilidade.

As respostas gerais devem estar refletidas na estratégia global de auditoria.

Riscos de distorção relevante no nível das afirmações representam a probabilidade de distorção


relevante devido às características particulares de classes de transações, saldos de contas e
divulgações.

Devem ser identificados e avaliados para determinar a natureza, época e extensão dos
procedimentos de auditoria para a obtenção de evidências no nível das afirmações. Contudo, o
auditor pode concluir que os riscos de distorção relevante no nível das afirmações também podem
se relacionar de forma generalizada às demonstrações financeiras como um todo e potencialme nte
afetar muitas afirmações.

Os riscos de distorção relevante no nível das afirmações irão determinar as respostas específicas
em termos da natureza, época e extensão dos procedimentos adicionais de auditoria, que devem
estar refletidas no plano de auditoria.

A equipe de auditoria realiza procedimentos de avaliação de riscos com vistas a:

 Obter entendimento sobre os negócios da entidade e do seu ambiente, inclusive do controlo


interno;
 Identificar saldos de contas, transações, correlações e tendências que possam indicar riscos
de distorção relevante, incluindo riscos de fraude;
 Determinar a natureza, extensão e época dos procedimentos de auditoria a serem
realizados.
 Esses procedimentos de avaliação de riscos compreendem:
 Indagações aos responsáveis pela governação, gestores e pessoal que possa ter
informações sobre os negócios da entidade e o seu ambiente, inclusive do controlo
interno;

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 Procedimentos analíticos para identificar correlações e tendências que possam
indicar riscos de distorção relevante, incluindo eventuais riscos de fraude, e exercitar
julgamentos para determinação da materialidade.
 Observações e inspeções visando à tomada de decisões sobre riscos e controles
internos relevantes para auditoria, incluindo os sistemas de informação da entidade.
a) Técnicas de auditoria mais utilizadas para a procedimentos de avaliação de riscos:

Fonte: CERBASI (2004:35)

1.4.1. Indagações

Segundo Hanson (2005:47) as Indagações devem abranger os assuntos que, no entendimento do


auditor, possam gerar riscos à entidade, e as pessoas que possam trazer informações úteis ao
propósito de avaliar riscos.

Em geral, a maior parte das informações é obtida da própria administração e dos responsáveis pela
governança, mas não se limitam a eles.

Indagações a outros responsáveis da entidade e a empregados de diferentes níveis de autoridade


podem fornecer perspectivas diferentes e informações adicionais e úteis ao processo de
identificação de riscos que, de outra forma, podem não ser identificados.

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Ex: pessoal de auditoria interna, funcionários envolvidos nos procedimentos de início,
processamento ou registro das transações complexas e não usuais da entidade, departamento
jurídico.

Indagações, isoladamente, não produzem evidências suficientes e apropriadas para suportar as


conclusões do auditor. Portanto, outros procedimentos de auditoria devem ser executados em
complemento às indagações para proporcionar mais segurança para as conclusões da auditoria. Ex:
indagação combinada com inspeção, observação, reexecução, recálculo, etc.

1.4.2. Procedimentos analíticos

De acordo com Cerbasi (2004:28) os procedimentos analíticos consistem em avaliações de


informações por meio de análise das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros.
Compreendem, também, o exame de flutuações ou relações identificadas que são inconsiste ntes
com outras informações relevantes ou que diferem significativamente de valores esperados.
Basicamente, consistem em fazer comparações de informações contábeis e financeiras da entidade
com períodos anteriores, com resultados previstos, tais como orçamentos ou previsões e
expectativas do auditor, ou ainda com informações de entidades do mesmo setor de atividade.

Podem incluir informações financeiras ou não financeiras, tais como:

 Relação entre o valor orçado e executado ou relação entre o nível de execução física e
financeira do orçamento;
 Receita tributária e o crescimento econômico
 Despesa previdenciária e o número de beneficiários;
 Despesa com inativos e o número de inativos.

Os procedimentos analíticos mais básicos são as análises verticais e horizontais das contas
contábeis que compõem as demonstrações financeiras, bem como de contas selecionadas para
averiguação da evolução ou desdobradas para avaliação da composição.

Procedimentos analíticos realizados na fase de planeamento para avaliação de risco podem


identificar aspectos da entidade que o auditor não tinha conhecimento, auxiliando-o na avaliação
de risco de erros relevantes.

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Relações não usuais ou inesperadas identificadas podem auxiliar o auditor na identificação de
riscos de distorção relevante, especialmente riscos de distorção relevante por fraude.

Em geral, os procedimentos analíticos só fornecem um aviso de que algo parece estar errado, mas
por si só não oferecem evidência de auditoria suficiente, relevante e confiável, apenas aponta o
caminho de uma possível distorção.

Quando se usam dados agregados (como no planeamento), os resultados dos procedimentos


analíticos somente fornecem uma indicação inicial ampla sobre uma possível distorção. É
necessário considerar outras fontes de informação e evidências para concluir sobre a existência ou
não de um risco relevante.

Se os procedimentos analíticos indicarem flutuações ou relações que são inconsistentes com outras
informações e evidências ou que diferem dos valores esperados de maneira significativa, o auditor
deve examinar e/ou investigar as diferenças por meio de indagação à administração e aos
responsáveis, bem como por meio da aplicação de outros procedimentos de auditoria, conforme
julgar necessário nas circunstâncias.

b) Síntese de como utilizar os procedimentos analíticos preliminares

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1.4.3. Observação e inspeção

De acordo com Martins (2002:74) Observação consiste no exame de processo ou de procedimento


executado por outros, por exemplo, a observação, pelo auditor, da contagem do estoque pelos
empregados da entidade ou da execução das atividades de controlo interno. Embora a observação
forneça evidência de auditoria a respeito da execução de processo ou procedimento, tal evidência
é limitada a um ponto no tempo em que a observação ocorreu e pelo fato de que a observação do
auditor, em dado momento, pode afetar a maneira como o processo ou o procedimento é executado.

Geralmente fornece evidência altamente confiável, pois é aplicada quando o auditor está presente
para observar os acontecimentos. Entretanto, não fornece prova cabal de que processos, controles
e atividades operam da mesma maneira em qualquer outro momento. Assim, o auditor deverá
complementar os testes de observação com outras evidências a partir de outros procedimentos de
avaliação de risco como inspeção.

Inspeção consiste basicamente em dois tipos de exames: de registros e documentos (exame


documental) e de ativos tangíveis (inspeção física).

O exame documental avalia, dentre outras coisas, se as transações realizadas estão devidamente
documentadas, se a documentação que a suporta é idônea; se a transação e a documentação que a
suporta foram autorizadas por pessoas competentes; e se a operação tem pertinência com as
atividades da entidade.

c) Exemplos de inspeção e observação

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1.5.Fontes de informação para os procedimentos de avaliação de riscos

Na visão de Gitman (2010:26) as Fontes de informação podem ser externas e internas: As


informações para a realização dos procedimentos de avaliação de riscos podem ser obtidas de
fontes externas, como a internet e as publicações comerciais; e de fontes internas, como o pessoal-
chave e documentos da entidade etc.

Auditorias anteriores: documentação de auditoria, experiência prévia do auditor na entidade e


procedimentos executados em auditorias anteriores proporcionam informações importantes para a
identificação de riscos, como:

 Distorções passadas e se foram corrigidas tempestivamente;


 Natureza da entidade, do seu ambiente e o controle interno (incluindo suas deficiências);
 Mudanças significativas que a entidade ou suas operações possam ter sofrido desde o
período financeiro anterior, que possam auxiliar na obtenção de entendimento suficie nte
da entidade.

É importante que o auditor determine se as informações obtidas em períodos anteriores continua m


relevantes e se pretende usá-las.

No primeiro ano em que o auditor conduz a auditoria, o trabalho necessário para obter e
documentar as informações necessárias à realização dos procedimentos de avaliação de riscos
exigirá um esforço maior e um período significativo de tempo.

d) Exemplo de fontes para a identificação de riscos

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2. Considerações Finais

Em, função de tudo quanto foi dito durante o trabalho, intende – se que o Risco de auditoria é a
possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre as
demonstrações contábeis significativamente incorretas.

Nesta ordem de ideias, a Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante - o auditor
deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante, independentemente de ser causada por
fraude ou erro, nos níveis de demonstração contábil e afirmações, por meio do entendimento da
entidade e do seu ambiente, inclusive do controle interno da entidade, proporcionando assim uma
base para o planeamento e a implementação das respostas aos riscos identificados de distorção
relevante.

Assim, o auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente relacionada aos riscos
avaliados de distorção relevante por meio do planejamento e da implementação de respostas
apropriadas a esses riscos.

Na prática risco de auditoria é a possibilidade de o auditor emitir uma opinião equivocada sobre
as demonstrações contábeis incorretas, ou seja, concordar com as demonstrações erradas, emitindo
um parecer sem ressalva.

Com tudo, num processo de auditoria o auditor deve obter o maior nível de certeza possível sobre
a exatidão das demonstrações para emitir a sua opinião, de tal forma a restringir o risco de auditoria
ao seu menor nível. Por exemplo, se o auditor deseja ter 90% de certeza, então ele estará correndo
10% de risco de auditoria. Existe uma relação inversa entre o risco e a quantidade de evidência
necessária para suportar a opinião do auditor, ou seja, se o risco de auditoria é baixo, é necessária
grande quantidade de evidência. A lógica é simples: para ter certeza razoável o auditor deve
encontrar evidências de sua exatidão. Quanto mais evidências sobre algo, menor a possibilidade
de aquele algo estar errado.

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3. Bibliografia

BOSCHETTI, Ivanete. Seguridade social e trabalho: paradoxos na construção das Políticas de


previdência e assistência social. Brasília: UnB ; Editora Letras Livres, 2006.

CERBASI, Gustavo. Casais Inteligentes Enriquecem Juntos. 1ª Ed. São Paulo: Gente, 2004.

CERBASI, Gustavo.Dinheiro os segredos de quem tem. 7ª Ed. São Paulo: Gente, 2003.

KOTLER, Philip. Princípios de Marketing. 12ª São Paulo: Pearson, 2007.

GITMAN, J. Lawrence. Princípios de Administração Financeira. 12ª São Paulo: Pearson, 2010.

HANSON, Jon.Divida boa, Dívida ruim. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Best Seller LTDA, 2005.

MARTINS, José Pio. Educação Financeira ao Alcance de Todos. São Paulo: Fundamentos, 2002.

PIRES, Marcos Cordeiro, DOS SANTOS, Sérgio Antonio, DE OLIVEIRA, Jayr


Figueiredo.Economia para Administradores. 1ª Ed. São Paulo: Saraiva.2005

PADOVEZE, Clóvis Luiz. Contabilidade gerencia. São Paulo: Atlas, 2004.

WALTER, J. Wessels. Economia. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

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