Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Março/2019
Resposta referente a pergunta de número um:
O conceito de aura defendido por Walter Benjamin em seu ensaio sobre
“A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica” trata-se,
simplificadamente, sobre a autenticidade da obra. Esse caráter de autêntico
atribuído a uma obra original é o elemento que a torna única. Um dos significados
da palavra autenticidade é “propriedade daquilo a que se pode atribuir fé”, ou
seja, a legitimidade da obra faz com que a mesma possa ser cultuada e
transmitida pelo e para o espectador.
A singularidade da obra é chamada pelo autor de “o aqui e agora”,
determinando assim, o seu lugar e tempo onde ela se encontra. Com isso, a
reprodutibilidade técnica da obra, a cópia, perde totalmente essa quintessência
presente na original. Um exemplo a ser dito sobre isso é a pintura e fotografia.
Desde dos primórdios da humanidade, o homem sentia necessidade de
representar o seu cotidiano ou seus sentimentos através da arte. A pintura foi
uma das primeiras formas criadas pelo homem de expressar suas emoções. Ela
dependia exclusivamente do artista e, o mesmo, tinha a intenção de eternizar
um momento ou inspiração. Não existia, por tanto, um fator de exibição para
aquela obra. Era puramente por amor ou por dom e exista uma aura fortemente
presente ali.
Passaram-se os tempos e a pintura agora recebia um lugar de apreço. Os
artistas eram aclamados e existia uma paixão nos observadores. Contudo,
apesar da fotografia não ter surgido do dia para noite, ela se fez presente e é
nesse momento que os papéis mudaram.
A foto permitiu que qualquer pessoa pudesse tirar uma “cópia” da
realidade. É claro que, por muito tempo, a pintura teve esse papel, porém, ela foi
substituída pelo ato mecânico de clicar um botão. E, nesse instante, é onde a
nossa relação com a obra se transforma.
É o começo da era da reprodução em massa. O mercado se aproveita
totalmente dessa inovação e transforma tudo em vendas, lucro e capital.
Multiplicar, essa palavra é a definição da arte na modernidade. Perdendo,
completamente a sua unicidade.
A sua essência passa a se equiparar com o seu valor comercial, tornando
a arte, um mero instrumento para a sociedade de classe média-alta, para vender
e implementar ideias. A facilidade que a reprodutibilidade gerou, marcou o meio
artístico pela destruição da sua aura e mudou completamente o futuro da
qualidade.