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Topica e Jurisprudencia
Topica e Jurisprudencia
TÓPICA E JURISPRUDÊNCIA
RESUMO
Estuda-se tópica como sendo uma forma particular de raciocínio,
construída com base na dialética e se reveste como sendo uma arte de
trabalhar com opiniões opostas, capazes de instaurar diálogos que se
confrontam, formando um procedimento crítico, baseado na prudência. Os
conceitos e proposições básicas do procedimento dialético que são estudados
pela Tópica, transformaram-se nos TOPOI de argumentação, que são pontos
de partida de séries argumentativas. Parte-se de um ponto, o problema, sobre
o qual se irá buscar soluções. É importante frisar que, para se resolver o
problema, buscam-se premissas adequadas, através dos topoi, para delas se
extrair certas conclusões, chegando-se, assim, em Viehweg, na tópica de
primeiro grau.
ABSTRACT
Studies are topical as a particular form of reasoning built on the dialectic
and importance as an art of dealing with conflicting opinions, able to establish
dialogues facing, forming a critical procedure, based on prudence. The basic
concepts and propositions of dialectical procedure that are studied by Topical,
became the TOPOI of argument, which are starting points of serious argument.
It starts with one point, the problem, on which will seek solutions. It is important
to note that in order to solve the problem, we are seeking suitable premises,
through the topoi, for them to draw certain conclusions, coming up, so in
Viehweg, the topical first degree.
I- INTRUDUÇÃO:
Na verdade, veremos a indagação sobre o conceito de tópica e a sua
função a partir dos estudos de Aristóteles e Cícero, que, pela doutrina,
aparecem como os precursores desta escola.
Na realidade, os dois entendem a tópica como sendo uma forma de
pensar por problemas, que se desenvolve a partir da retórica e que se distingue
de qualquer tipo ou estrutura lógico-sistemática.
Ela aparece tanto no direito civil, como se verá mais tarde, como
também em outras esferas e áreas do Direito, bem como, aparecerá ainda, na
Jurisprudência, por mais que hoje em dia se tente afastar, cada vez mais essa
possibilidade, o que, na verdade, consiste numa tentativa sem êxito.
topoi, contudo, deixando bem claro que nem todos eles serão adequados a
todo e qualquer tipo de debate.
Além disso, precisa-se afirmar que, em se tratando dos topoi, só vimos,
até aqui, pelos estudos apresentados por Aristóteles e Cícero, os que se
aplicam universalmente. Todavia, há de se constatar que eles se apresentam
também como aplicáveis, não de maneira universal, mas, sim, numa
determinada área do saber, servindo, ao contrário dos primeiros, a um
determinado âmbito de problemas, apesar de terem, ambos, a mesma função,
qual seja, servir à condução do problema, alcançando-se uma verdade.
Portanto, ao falar de Aristóteles, não se pode esquecer que ele mesmo
esboçou em sua tópica, uma teoria dialética, na qual ele lança um catálogo de
tópicos estruturado de modo flexível, onde se busca, a todo tempo, discutir
problemas, tendo, o debate, paralelamente, como forma de controle.
Agora, passando à análise da Tópica em Cícero, o que se vê é que, em
relação à anteriormente apresentada – de Aristóteles – ela teve uma maior
influência do ponto de vista histórico, sendo escrita nos anos 44 a. C e , em
média, trezentos anos após o escrito de Aristóteles.
O nível da Tópica de Cícero é, como mostra Viehweg, sem dúvida
alguma, inferior à aristotélica, pois, muitos afirmam que a elaboração do seu
trabalho sobre tópica se deu em situações adversas, ou seja, numa viagem que
fazia quando deixava Roma, pelo mar, além de não contar, como seria
necessário, propriamente, com a obra de Aristóteles em mãos, apenas,
reportando-se a ela, com as lembranças que guardava sobre a mesma, em sua
mente. Contudo, mesmo assim, era considerada como uma obra de essencial
consulta aos juristas, já que era a eles dirigida.
Tópica, em Cícero, consiste numa prática da argumentação que adota
um catálogo de tópicos que precisa ser empregado.
DINÃMICA DO SISTEMA
1
DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 704-
705.
2
ANDRADE, Christiano José de. Hermenêutica jurídica no Brasil. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1991, pg. 201.
3
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Prefácio à tradução brasileira. In.: VIEHWEG,
Theodor. Tópica e Jurisprudência. Brasília: Departamento de Imprensa Nacional, 1979
(Coleção Pensamento Jurídico Contemporâneo), p. 7.
*Clara Angéé lica Gonçalvés Dias
Méstré é Doutoranda ém Diréito péla PUC-SP, Proféssora Univérsitaé ria da Fasé
( Faculdadé dé Sérgipé-Estaé cio) é Faculdadé dé Négoé cios dé Sérgipé é Advogada.
[Digité téxto] Paé gina 8
9
4
LARENZ, Karl. Metodologia da ciência do direito. Trad. de José Lameto. 2. ed.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989, p. 171.
*Clara Angéé lica Gonçalvés Dias
Méstré é Doutoranda ém Diréito péla PUC-SP, Proféssora Univérsitaé ria da Fasé
( Faculdadé dé Sérgipé-Estaé cio) é Faculdadé dé Négoé cios dé Sérgipé é Advogada.
[Digité téxto] Paé gina 9
10
5
PERELMAN, Chaïm. Ética e Direito. Trad. de Maria Ermantina Galvão. São Paulo:
Martins Fontes, 2000, p. 33.
6
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 16ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2004, p. 487.
*Clara Angéé lica Gonçalvés Dias
Méstré é Doutoranda ém Diréito péla PUC-SP, Proféssora Univérsitaé ria da Fasé
( Faculdadé dé Sérgipé-Estaé cio) é Faculdadé dé Négoé cios dé Sérgipé é Advogada.
[Digité téxto] Paé gina 10
11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXY, Robert. Teoria de la argumentación jurídica.Tradução de Manuel
Atienza e Isabel Espejo. Madrid:Centro de Estudios Constitucionales, 1997.
GARCÍA AMADO, Juan Antonio. Tópica, derecho y método jurídico. In: Doxa:
cuadernos de filosofia del derecho, Alicante, n. 4, 1987.