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Cena I

Limoeiro – Hoje é dia de festa aqui,eu num quero ver ninguém parado! Quando o
sinhozinho opontar eu quero ver o papoqueiro de fogos pelo mei do mundo!
Domingos – Sim, sinhô, esta tudo na orde.
Domingos – mas meu sinhô eu nunca vi coisa mais linda! É coqueiro de banda da qui
É coqueiro de banda dali... Ô coisa linda!
Limoeiro – Você vai é muito sabido viu domingos?!
Domingos – Um escravo de meu sinhô!
Limoeiro – Esse povo de pau grande vem ou não vem?
Domingos – Falei ontem com o seu tenente-coroné, sim sinhô, dei recado de meu sinhô,
e ele disse que vinha com a cambada toda: Sinhá perpetua e sinhá rosinha.
Limoeiro – pois já deveriam ter chegado aquele homi nunca se atrasa...
Limoeiro – Hoje qui o dia é de festa! Amanhã ninguém pega numa enchada...
Domingos – viva o sinhô Henrrique!
Limoeiro – Viva!
Domingos (para os escravos) – Dobrem a língua! Digam: viva sinhô moço douto!
Os negros - Viva!

Cena – II
(Limoeiro pensando andando de um lado para o outro do cenário calmamente)
(Domingos chega gritando e interrompendo a calma)

Limoeiro – Mas rapaz ... esse menino formado bacharel, se aprender o bê a bá da


minha escola vai ser mesmo que uma mina de ouro...
Domingos – Pararam 5 burros na porteira do curral ! é o povo do pau grande!
Limoeiro – O que tu ta esperando, domingos? Mande que entrem para ca!
(Entra toda a família)
Chico Bento – Major Sebastião... (De braços abertos)
Limoeiro – Ó, tenente coronel Chico Bento do pau grande! É uma honra recebe-lo (Os
dois vãos ao encontro um do outro para se abraçarem em câmera lenta)
Chico Bento – O rapaz já veio?
Perpetua – Estou ansiosa para vê-lo.
Perpetua (para Rosinha) – Se ajeita projeto de gente! A bicha é toda torta! Parece um
ganço com o pescoço quebrado. (Faz os gestos arremendando)
Rosinha (com voz de choro) – Já começou foi? Seu soubesse eu não tinha nem vindo.
Nem... Fica só futucando a pessoa, arremendando...
Perpetua – Menina se ajeita, deixa de ser troncha! O que é isso essa barriga? E chapéu?
Desse jeito você num arruma um namorado nem por caridade...
(Perpetua sai escoltando rosinha)

Cena III
( Limoeiro e Chico Bento)

Chico Bento – Mas cumpadri, as eleições já estão em cima e a agente do partido


conservador ainda não tem um candidato...
Limoeiro – Mas isso lá e um problema? Só o que não falta é gente com capacitação
especializada para assumir a gestão da candidatura.
Chico Bento – Nisso o major tem razão. O que tem de gente desocupada nesse
brasilzão...
Limoeiro – Mas eu já sabia vou lhe dizendo uma coisa. Esse ano nos do partido liberal
num vamos deixar vocês do partido conservador ganharem de lavada como nas eleições
passadas.

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Chico Bento – Nos ganhamos dentro dos limites da democracia...
Limoeiro – É eu sei... (irônico)
Chico Bento – Os conservadores já fizeram muita coisa por este país. Lembra do
barnabé Antunes? Que grande homem.
Limoeiro – Era liberal...
Chico Bento – Ele foi conservador em 62, liberal em 63, conservador de novo em 64
mas em 65 virou moderador e hoje em dia ele é pastor.
Limoeiro – Realmente um homem de convicções assumidas!
(Ouve-se um alvoroço e então limoeiro e Chico bento gritão chegou o rapaz!!! )

Cena IV
Perpetua – Que tanta fusaca é essa? Parece que o mundo vem se acabando!
Limoeiro – É o meu Henrique, o doutor! Viva ao senhor doutor!
Perpetua – Se apruma menina! Ajeita esse pescoço! Nunca vi gente desse jeito, sem
jeito pra nada!

Coro ou apenas batidas

Henrique – Meu tio! Meu mestre! Meu pai! Eu sou a sua sombra! Assuma logo que
você pulou a cerca com mamãe. Porque você só pode ser meu pai.
Limoeiro – Hora deixe de besteiras! Tu és meu filho de coração.
Chico Bento – Estas cenas de família me deixam muito emocionado!
Rosinha (cutuca a mãe e pergunta) – o que é aquilo comprido, grande e grosso?
Limoeiro – você ainda conhece o povo do pau grande?
Henrique – Mais é claro como posso esquecer esse povo maravilhoso.
Limoeiro – esse vai dar um político!
Henrique – como vai sua filha e sua senhora?
Chico Bento – Tão ali.
(Henrique cumprimenta a ela e fala para Chico:)
Henrique – A velha ainda da pro caldo.
Chico Bento – Eu que o diga.
Henrique – E quem e essa menina tão bonitinha? Bilu bilu!
(Perpetua empurra rosinha em direção de henrique e ela sempre se esconde)

Limoeiro – Domingos, mande que os escravos ajeitem tudo.


Domingos – Sim, Sinhô.
Limoeiro – E o que isto e isto comprido, grande (Se atrapalha) ou quero dizer o que
isto ai?
(Cerimônia de abertura da caixa faremos aquela cena das coisas)
Perpetua – Agora tu já sabe o que é sua lezada!
Rosinha – Mãe, tem uma fita e uma coisa dependurada ate em baixo!
Henrique – Se me dão licença vou tomar um banho e descansar, pois a viagem foi
muito cansativa.

Cena V
(apenas Chico e limoeiro)

Limoeiro – E ai, o que achou do nosso doutor?


Chico Bento – É marrom...
Limoeiro – Marrom?
Chico bento – Marromenos!
Limoeiro – Mais ou menos?! Esse menino é um Koffi Annam, um Tony Blair, uma
Condolissa Rize...

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Chico Bento – Eu quero saber o que ele pensa a respeito da política...
Limoeiro – É sobre isso mesmo que eu quero conversar com tenente.
sexta-feira traga umas cadeiras para gente se sentar!
(Domingos traz duas cadeiras limpando a que limoeiro vai se sentar)
Domingos – Sinhô sou seu escravo a trocentos anos e o senhor ainda não aprendeu meu
nome?
Limoeiro – Ora! Mas ta... sexta-feira, domingo, num e tudo dia da semana?
(Chico e Limoeiro sorriem)
Limoeiro – Mas como tava eu tava dizendo... é preciso ajeitar o rapaz... se é que o
amigo me entende... neste país num há negocio melhor do que a política.Pela política eu
cheguei a major e comendador(se levanta com se fosse um discurso)
e o amigo a tenente coronel e a inspetor da instrução pública aqui destas bandas.
Chico Bento – Opa! Pela política não! Quem tava no poder era o partido contrario. Eu
conseguir pelos meus merecimentos.
Limoeiro – Limoeiro o que importa e que apesar de tudo o tenente coronel é e sempre
será a primeira influencia do lugar. Como o amigo tenho um dinheiro ai guardado... o
amigo tem muita influencia na região... tem o nosso doutor que precisa de um futuro...
tu ta me entendendo?
Chico Bento – Não! Como é? Eu vou influenciar o dinheiro que Henrique vai ter no
futuro?
Limoeiro – Não homi! Eu tô chamando você para modi a gente se associar pra apoiar a
candidatura de Henrique.
Chico Bento – Ah... To entendendo. Você entra com o dinheiro e eu entro com a
influencia do pau grande.
Limoeiro – É meio diferente do que o amigo ta dizendo, mais e igual,
E tem mais pra selar de vez o casamento dos nossos interesses, agente casa Henrique e
rosinha.
Chico Bento – Mas como foi que eu nunca pensei nisso? Esse negocio de casamento
por amor e coisa de pobre que num tem dinheiro pra negociar e inventa esse
desdobrinho de casar por amor, mais com esse plano o negocio fica bom! Se o partido
conservador ganhar, a gente tem o governo em casa! Mais se o partido liberal ganhar...
Limoeiro – agente continua com o governo em casa!
Chico Bento – E se o menino for mesmo esperto e se associar ao partido progressista, ai
e que da certo! mais tu é mesmo um maganão.
Limoeiro – o amigo também não fica atrás...
(Cruzam-se no palco fazendo a rizada que Américo fez em Lazarilio)
(Henrique se aproxima)
Limoeiro – Lá vem Henrique, me deixe sozinho com ele... deixe comigo...
(Chico Bento as sorrindo)
Limoeiro – Como vai, meu digníssimo filho?
Henrique – Vou muito bem, meu querido tio! Já disse um escritor que a vida na roça
arredonda a barriga e estreita a terra o cérebro! Aqui e me sinto poeta!
Limoeiro – Que historia de poeta menino! Poesia é coisa pra vagabundo! Isso num
enche barriga de ninguem não! Por falar nisso, que carreiria pretendes seguir?
Henrique – Tenho muitas diante de mim ... a advocacia, diplomacia carreira
administrativa...
Limoeiro – Mas eu to falando de algo que traga prestigio...
Henrique – mas eu não sei nem pegar num bola! Com é que vou ser jogador de futbol?
Limoeiro – eu num to falando nisso.. eu to falando do de alguem que fale do povo.
Henrique – Radialista?
Limoeiro - O negocio ta dificil... Eu to falando e de politica! O que é que você acha?
Henrique – eu num ligo muito pra essas coisas não!
Henrique – ôchi! E ela já naum ta feita?
Limoeiro (impaciente) – Você vai ser candidato ou num vai?

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Henrique – e é do agrado do meu tio?se for eu me candidato. O senhor já fez muito por
mim,eu lhe sou muito grato... faço o que quizer.
Limoeiro – É do meu agrado sim. Eu fico muito satisfeito.
Henrique – mas de que partido vou ser? Liberal como meu tio?
Limoeiro – e oq eu acha de ser conservador?
Henrique – tanto faz, muda o nome...
Limoeiro – pois já que muda o nome você vai ser dos dois!
Henrique – Mas isso e uma indignidade!
Limoeiro – Indginidade e ser ao mesmo tempo do P.P.F.B.
Henrique – o que é isso? Um partido politico?
Limoeiro – Não. É ser Pobre, Preto, Feio e Burro...
Henrique – Nisso eu concordo!

Cena VI
(sai Henrique)
Chico Bento – E ai cumpadri! Já ajeitei com a menina réa e a perpetua. Já ta tudo certo!
e com o doutor?
Limoeiro – Também já acertei tudo! Vamos logo fazer a indicação dele para deputado!
Vá pegar ali dentro um papel e uma caneta que eu vou lhe ditar a carta!
Chico bento – pronto. Manda!
Limoeiro – Escreve ai: excelentíssimo, digníssimo, meretissimo sinho doutor: dois
pontos, esta carta tem por fim recomendar-lhe muito especialmente o doutor Henrique
da costa limoeiro,virgula que pretende uma vaga pra mamar nos peitim do
governo,quero dizer, não anote isso coronel, busca uma vaga para representar
dignamente a população no governo.
Chico bento – Agora e preciso colocar as virtudes do rapaz.
Limoeiro – Deixe com nos! Bote ai: o doutor e bacharel em direito sem falar que lhe
indico é poeta, escritor, fazendeiro, faz menino muito bem, sabe cozinhar, varre a casa,
lava os pratos e etc etc etc...
Chico Bento – e eticetera e com “c” ou com “s”?
Depois tem um “ i”?
Limoeiro – Não seja burro! Quero dizer, não se atrapalhe! Basta botar e t c.
Chico Bento – Prossiga...
Limoeiro – Sim, Não...
Chico Bento - E sim ou não?
Limoeiro – Risque o sim.
Chico bento – e deixo o não?
Limoeiro – Não, risque o ambos.
Chico Bento – mas eu ainda nem escrevi “ambos”
Limoeiro – ora.... risque tudo!
Chico Bento – desde o começo?
Limoeiro – Não, o sim e o não. E continue.
Chico Bento – Diga ....
Limoeiro – Henrique pretende retalhar a província com estradas e bibliotecas, bondes.
Pretende construir casas para população carente, animar industrias, o comercio, lutar
contra o terrorismo, prender Osama Binladen, acabar com as guerras no oriente e ganhar
a copa do mundo.
(Chico Bento sempre pedindo calma desde o inicio da carta, perainda)
Chico Bento – Já to quase apaixonado! Ô rapaz prendado! O Homem e muito bom!
Limoeiro – Deixe de besteiras Homem! Escreva, escreva! Agora termine dizendo: o
doutor limoeiro e um primor, só falta o pão,o Brasil está com fome de pão com
manteiga; Alimente-o! (em tom de poesia)
Gostou, gostou?

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Chico Bento – mais menina isso vai provar um efeito danado com os conservadores. E
com os liberais? vão ficar tudo doido.
Limoeiro – Menino! Vamos mandar uma copia para cada partido,sem perder tempo,
pois tempo e dinheiro...

Cena VII
( Henrique e Rosinha, Perpetua Chico Bento e Limoeiro )

Limoeiro – Aqui esta sua noiva!


Henrique – Noiva?! Mas eu nem mesmo fui avisado!
Limoeiro – Pois to avisando agora, que diferença isso faz? Quer bem dizer que ela ia
ficar menos troncha se eu avisa-se...
(enquanto limoeiro diz sobre o casório rosinha olha pra traz procurando quem e a
noiva)
Rosinha – Isso não é comigo é?
Perpetua – Claro que é sua munganga! Te ajeita!
(Para limoeiro) o amigo saiba que eu faço muito gosto nesse casamento. Henrique é um
rapaz muito... muito(procura algum adjetiva) é...(muda de conversa) parece que vai
chover!
Henrique – mas como e que eu fico nessa historia?
Chico Bento – tu fica noivo e posteriormente marido.
(Rosinha cai no chão e começa a chorar e se espernear)
Rosinha – Eu não quero, eu não quero!
(perpetua fica morta de vergonha e tenta levantar rosinha do chão)
Perpetua – Rosinha, pelo amor de Deus se levante, deixe de coisa feia! Tu já se parece
com uma lagarta espichada e ainda fica mais se “extribuxando” no chão! Se levante!
Vai já conversar com seu noivo(irritada ela fala) vamos deixar os dois sozinhos pra ver
se eles se entendem.(quando todos saem Rosinha se levanta enxugando as lagrimas)
Henrique – (pensando alto) –E agora, o que é que eu faço?o que é que vou dizer para
aquela menina?
Rozinha – E se esse timote quiser me beijar, o que é que eu faço?
Henrique – até que ela não e muito feia... tem os lábios como de uma flor!
Rosinha – ate que se aproveita alguma coisa, tem uma bundinha legal...
Henrique – não sei o que digo! Vou lê oferecer um pedaço de rapadura...
(em tom de poesia Henrique fala:) olha rosinha meus olhos por ti gela. Você e luz, e
raio,estrela e luar, manhã de sol meu ia ia meu io io...
(Rosinha se vira apaixonada enquanto isso aparecem perpetua, Chico e limoeiro no
canto do palco e ele se abrasão e quando estão quase se beijando limoeiro e Chico
bento gritam vai! Eles se separam rapidamente)
Perpetua – ta vendo o que vocês fizeram seus imprestáveis!
Chico bento – ta vendo o que você fez! (para limoeiro)
Limoeiro – ta vendo... (tenta passar a culpa pra alguém maiôs quando se vira não
encontra ninguém)
Perpetua – Pois fique sabendo doutorzinho que já desgraçou a menina e agora vai ter
que casar.
Chico Bento – E isso mesmo! Já buliu agora se aguente!
Henrique – Mas ...
Limoeiro – Assuma suas responsabilidades meu filho, mais pra quando e o casório?!
Perpetua – Eu preciso ir que agora já vou preparar as coisas do casamento...

Cena VIII – O Dia da eleição

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(Henrique, Chico e Limoeiro inicialmente. Henrique esta aflito com o nervosismo da
eleição. Faz gestos como se estivesse com dor de barriga e pergunta a toda hora se vai
da certo. Limoeiro esta tranqüilo)

Henrique – Ah meu Deus, será que vai dar certo?


Chico Bento – Há se dar certo...
Limoeiro (sorrindo) – Se num quiser da certo agente faz que dê..... (rs rs rs rs rs)
(Chega o gregório e os outros)
Cena extra
Os negros – (Entram cantando) Uma vez Henrique, Sempre Henrique, Henrique eu hei
de eleger, É meu maior prazer velo brilhar, Seja na assembléia seja nos bar, Vencer,
Vencer, Vencer uma vez Henrique, Henrique vai vencer.
Os negros – Discurso, Discurso, Discurso...
Henrique – (Nervoso Sem saber o que dizer) E agora meu Tio o que eu digo.
Limoeiro – Não se preocupe só diga o que esta escrito no papel.
Limoeiro – Domingos, Domingos (Gritando procurando domingos).
Domingos – Sim senhor.
Limoeiro – Cadê o que, eu te pedir.
Domingos – Ta aqui sim senhor.
Limoeiro – Pois bote aqui n aminha mão.
Domingos – Mais patrão você que q eu bote para fora na frente desse povo todo.
Limoeiro – Sim entregue mim logo isso.
Domingos – Ta bom já que o senhor esta pedindo (Te entrega um papel).
Limoeiro – Toma meu filho e leio justamente o que esta escrito.
Henrique – Amigos e Amigas do PAU-GRANDE, Quando eu estava vindo para este
palanque a oposição jogou uma pedra in neu!!
Limoeiro – In neu não em mim.
Henrique – E no tio também, A revolta da oposição é pela derrota é tão grande clara, e
prometo a vocês do PAU-GRANDE “Não vou decepciona-los” e se eu errar não tem
problema. Quem nunca errou, que atire a primeira pedra. (Leva uma pedrada de
Domingos).
Limoeiro – Estais louco domingos? Nunca errou não foi?
Domingos – Patrão mim perdoe mais desta distancia nunca.
Henrique – Nessa cidade tem Água?
O povo – Não.
Henrique – Nessa cidade tem Emprego?
O povo – Não.
Henrique – Nessa cidade tem mulher Bonita?
O povo – Não.
Henrique – Então mim digam! O que vocês Fazem na porra dessa cidade.
Henrique – Então não esqueçam votem in neu..
Limoeiro – In neu não em mim!
Henrique – E no meu tio também! Mas espera o candidato num só eu! (Entra
Gregório).

Continuação da cena VIII + Extra


Gregório – Viva o doutor que acaba de chegar! ( apertando-lhe a mão e esta sorrir com
um sorriso disfarçado com se já não aguente-se a dor de barriga )
Saúde, paz e tranqüilidade é o que desejo para todos aqui presentes...(continua
apertando a mão de Henrique e este louco pra ir ao banheiro)
Limoeiro – Ora viva ao senhor gregório, aqui te apresento o senhor Gregório Simplicio
Barnabeu Anselmo dos Goitacazes, distinto professor publico lá das bandas do barro
vermelho.
Chico Bento – O professor Gregório esta cumprimentando o futuro deputado

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(Gregório se alonga como se fosse correr mais vai apenas fazer um dicurso)
Gregório – Major Limoeiro! Todos aqui presentes incubiram-me, a mim mesmo,
inclusive eu, humilde professor publico desta região, de saudar tão saudoso dia,
saudando ao mesmo tempo o ditoso tio, que vê ta ditoso sobrinho em tão ditosa carreira.
Ditosa condição, ditosa gente como diz o ditoso poeta! Viva ao senhor Henrique!
(todos gritam viva e Henrique sai correndo pra ao banheiro)
Gregório – Viva ao senhor limoeiro!
Povo – Viva...
Gregório – Viva ao senhor tenente coronel Chico Bento do Pau grande!
Povo – Viva...
(Chega domingos correndo)
Gregório – Viva ao doutor Domin....
(então gregório engole o grito e solta domingos com nojo)
Custodio – Mas cadê o nobre deputado?
Chico Bento-foi pra casa cag...(limoeiro tampa a boca de Chico)
Limoeiro – Foi pra casa ca...ca... , calcular os gastos da campanha, e isso calcular!
Flavio – Logo agora que queria lhe dar meus cumprimentos.
Chico Bento – Não faz mal meu caro amigo Flavio, Henrique e um Homem de povo...
é um homem dado...
Custodio – Pois nos já vamos se adiantando que as eleições já vão começar.
Chico Bento – E eu já vou assumir o meu papel de fiscal de urna. (Chico Bento fica na
porta da igreja. Onde está localizada a urna).
Limoeiro – Tu já ta pronto, Domingos?
Domingos – já sim, sinhô.
Limoeiro – Pegou a lista dois deputados?
Domingos – Peguei sim sinhô! Ta aqui.
Limoeiro – Já de corou todos seus nomes?
Domingos – Já sim sinhô.
Limoeiro – Pois num se esqueça do que eu lhe falei; e votando e trocando de roupa (
varias vezes repete o votando e trocando de roupa)
Entendeu? (domingos fica zonzo)
Domingos – Entendi sim sinhô...
Limoeiro – E num se esqueça de que quando o homem ganhar você ganha sua
liberdade!
Domingos – Sim sinhô, (de joelhos abraçando as pernas de limoeiro) o sinhô e um
santo!
(Domingos ia saindo quando limoeiro o chama e )
Limoeiro – Domingos pere ai agora vamos fazer um belo de um teste drive...
Domingos – Sim sinhô.
Limoeiro – Como é mesmo seu nome?
Domingos – Meu nome e Domingos sim sinhô!
Limoeiro – Eu to falando e do outro homem!
Domingos – Outro dia o sinhô me chamou de sexta-feira...
Limoeiro – Eu to falando é do primeiro nome da lista dos defuntos!
Domingos – Sim é, deixa eu vê... (fica pensando)
Limoeiro – assim num dá...; me de essa lista pra ca. Seu nome é Manoel Maneco
Manduba de Mandiroba.
Domingos – Sim agora eu sei eu me chamo mane maneco!
Limoeiro – Muito bem vá embora. Você tem que vota hoje pelo menos uma
quatrocentas vezes.
(Enquanto domingos vai para igreja Henrique aparece e vai apertar o mão do tio
porem Limoeiro nega)
Henrique – Já vai começar meu tio?
Limoeiro – Já, Já começou... Agora quem quer ir pra casa sou eu!

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Vamos Henrique.
(Chico Bento na porta da igreja fiscalizando votantes, a porta da igreja dá para a
cochia.)
Chico Bento – Como é seu nome?
1º Votante – Jacinto pinto Aquino Rego
Chico Bento – (procura na lista) Pode entrar.
(faz a zoada da urna eletrônica)
Chico Bento – Próximo?! E o nome?
2º Votante – Vadauco Junior
Chico Bento – Vadauco..... vadauco..... ta aqui pode entrar.
(toda vida que entrar um votante toca a zoada da urna)

Obs: trocar o papel de 1 dos capangas por um terceiro votante.

Domingos – Meu nome é mane Maneco!


Chico Bento – Mane maneco pode entrar!
(toca a zoada de confirma varias vezes)
3º Votante – (vestido de Osama Binladem reverencia Chico Bento, falando árabe ou
algo parecido e gesticulando coisas e no final como se uma bomba fosse explodir)
Chico Bento – (com medo diz) Você pode entrar!
E direto...
Domingos – Meu nome é mahatma Ghandi...
Chico Bento – Pode entrar....
Domingos – John Lennon
Chico Bento – entra!
Domingos – Dom Pedro I
(Chico Bento apenas gesticula como quem diz entre!)

(Domingos muito cansado vai ao encontro do seu dono e fala!)

Domingos – Sinhô! Não agüento mais não...


Limoeiro – Os escravos já votaram?
(enquanto essa cena acontece os escravos não param de entrar e sair simulando a
votação)
Domingos – Já votaram sim sinhô!
Limoeiro – Pois cuide em arrumar mais gente pra votar!
Domingos – Sim sinhô! (sai correndo)
(entra pascoal basilicata)
Limoeiro – ( ao ver mascate fica todo animado)
Deus esta do meu lado, seu coisinha venha ca! Tu não quer ganhar dinheiro não?
Pascoal – Yo tengo muchas coras vale?
Limoeiro – Eu la quero comprar essas porcarias! Eu quero apenas que mude o seu
nome por minutos você topa?
Pascoal – Cambiar mi nombre?
Limoeiro – Cambiar? Cambio de dinheiro?
Eu num to falando disso. Eu to dizendo o nome... nome... (faz mímicas) Você não quer
dinheiro não? Eu lê pago!
Pascoal – Si, si, si, me gusta mucho dinero, que devo Hacer?
Limoeiro – Você vai ali na igreja onde ta aquele vei horroroso ; diz o nome que eu vo
lhe dizer ai quando você chegar lá dentro vai ter uma caixinha com uns botões, você
aperta o 1º e o 3º depois aperta o verde.
Pascoal – É só isso (em espanhol)?

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Escucha, o señor! ?quanto me voy a ganar?
Limoeiro – Vinte mil réis. . .
Pascoal – O siñor no pudes pagar um poquito mas?
Limoeiro – ora; pra isso você num é besta! É vinte e pronto! Se quiser bem, se num
quiser chau!
Pascoal – no, bole, bole...
(na hora que pascoal vai conversar com Chico na entrada chega o povo protestando)
(chega perpetua,Henrique e rosinha para lugar onde está limoeiro e Chico Bento vem
correndo da igreja com o pascal do protesto, atrás pascoal também vem correndo com
Chico. O povo grita que esta havendo fraude)
Povo – É marmelada! E marmelada! Ate um estrangeiro ta votando. Só o escravinho do
major votou 500 vezes.
(aparecem os capangas do coronel)
Pé – de - ferro – O que passa dessa linha que eu vou riscar aqui com o meu pé num
volta mais.
Arranca – Queixo – É isso mermo! Aqui tem é um homi, meu nome é arranca queixo!
(os capangas fazem um escuda na frente das famílias, e limoeiro empurra Chico pra
frente para que este resolva a situação )
Chico Bento – Ordem, senhores! Perca-se tudo1 mas salvem-se a moralidade publica!
( o povo avança e Chico volta pra o seu lugar dessa vez empurrando Henrique)
Henrique – Não percam a moralidade publica!

Cena IX
( sai o povo)
(Quando abrem-se as cortinas passa a festa de comemoração da eleição de
Henrique,qual é carregado e levado pelo o povo. Aparece um reporte noticiando)

Reporte: Ontem as eleições no distrito de (nome da cidade) quase foram ameaçados por
um ataque violento de anarquista subversivos. Felizmente a autoridade local se fez
presente mediante a situação, impedindo que o ato de vandalismo viesse a machucar a
família do digníssimo major limoeiro e bem como a família do coronel Chico bento do
pau grande e o recém deputado e futuro presidente Henrique limoeiro. É lamentável a
presença destas atitudes, mas a democracia prevaleceu.

(a multidão que carregava Henrique vai embora a ficam em cena os atores do elenco
principal, incluindo Henrique)

Perpetua – graças a Deus tudo está dando certo.


Só falta o casamento de Henrique e Rosinha.
(Chico e Limoeiro riem de forma maliciosa e satisfeita, e rosinha esta encantada,
domingos fica tentando limpar a roupa de limoeiro, Henrique sorri satisfeito)
Rosinha – é o meu deputado...
( depois do abraço de rosinha chegam gregório e flavio para cumprimentar o deputado
com os escravos presentes)
Rosinha – Mamãe agora que eu já vou casar a senhora deixa eu libertar a mucama pra
ela se casar com o amor da vida dela.
Perpetua – Eu mesmo não faço questão desta negrinha imprestável!
Rosinha – Fulana (diz o nome da escrava) você esta livre para se casar. Pode inclusive
se casar no mesmo dia que eu.
Limoeiro – conforme eu já havia lhe dito meu fiel escudeiro, você já pode se considerar
livre para fazer o que quiser da sua vida...
Domingos – ai mona então eu vou casar com amor da minha vida, gregório!

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(todos ficam espantados com a decisão de domingos)

Cena X
(cena do casamento)
(Toca a valsa do casamento. Vão casar os 3 na mesma cerimônia, 1 rosinha, depois os
dois casais um de cada lado ai casa a escrava e depois domingos)ai entra todos os
integrantes para dançar da peça e com alguns minutos apagam-se as luzes.
Cena XI

(limoeiro e Chico bento sentado em uma poltrona em uma sala, caracterizados como
bem velhos comentando o passado, dando a entender que toda a narrativa foi na
verdade uma lembrança do passado dos dois que ressurgem em uma converssa de fim
de tarde)

Chico Bento – É bons tempos aqueles meu compadre...


Limoeiro – Tempos que não votam mais...
Chico Bento – E o seu escravos domingos hein? Quem diria...
Limoeiro – É verdade... é verdade....
Chico Bento – Tudo indicava que Henrique tinha o dom da política... Esse cargo da
presidência ele ocupa apenas uma questão de tempo graças a astúcia do amigo limoeiro
agente ganhou aquela campanha...
Limoeiro – agradeça a democracia... agradeça democracia ... (os dois dão aquela
risadinha)

Texto final ( Alana )

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