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As Origens Sociais Da Ditadura e Da Democracia Barrington Moore
As Origens Sociais Da Ditadura e Da Democracia Barrington Moore
Primeiro Capítulo
PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO EM SI
reais ou burocracias agrárias\0 se estabeleceram nos séculos XVI e XVII em todos os países
mais importantes (exceto EUA) (não oferece explicação, valeu brother) o fato constitui
um suporte conveniente, embora parcialmente arbitrário, no qual podemos suspender os
princípios da modernização instituições monárquicas fortes desempenharam função
indispensável, inicialmente, controlando a turbulência da nobreza democracia não
poderia florescer à sombra da pilhagem iminente por parte de barões malfeitores
PRINCIPIO DOS TEMPOS MODERNOS equilíbrio entre coroa e nobreza foi precondição
decisiva para a democracia moderna, poder real dominava mas deixava certa
independência para a nobreza NOBREZA INDEPENDENTE constituiu ingrediente
essencial no desenvolvimento da democracia
EXEMPLO: A Guerra das Duas Rosas na Inglaterra dizimou a aristocracia proprietária,
tornando mais fácil o desenvolvimento de um absolutismo real, mais suave que na França
fruto de métodos violentos e ocasionalmente revolucionários, que os liberais
contemporâneos rejeitam
E SE A NOBREZA QUE SE LIBERTAR NA AUSENCIA DE VER. BURGUESA?
resultado altamente desfavorável à versão ocidental da democracia EXEMPLO: Na
Russia, no século XVIII, nobreza rescindiu suas obrigações com o Czar
YOU GO MARX forte acordo com a tese marxista de que uma classe vigorosa e
independente de habitantes da cidade tem sido um elemento indispensável no
desenvolvimento da democracia parlamentar sem burgueses não há democracia
(IMPORTANTE A OPNIÃO DO AUTOR SOBRE A BURGUESIA, ACHO QUE É O ELO COM OS
OUTROS, NEGADA) zona rural também tem papel importante, aliados da galera da
cidade CASO DA INGLATERRA, aristocracia proprietária passou a adquirir
características comerciais decisivo da evolução política: aristocracia se voltar ou não a
agricultura comercial
DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO NAS CIDADES exigências em impostos dos
governantes absolutistas tem como conseqüência a necessidade de dinheiro por parte do
senhor feudal
TRÊS REAÇÕES NA EUROPA:
1) aristocracia proprietária inglesa voltou-se a agricultura comercial que implicava a
libertação dos camponeses para se governarem melhor
2) elite proprietária francesa deixava os camponeses a posse de facto do solo, nas áreas em
que se voltaram para o comércio, forçaram os camponeses a entregar parte de sua
produção para os nobres venderem
3) na Europa Oriental, verificou-se a reação senhorial, reduziram camponeses à servos
para cultivarem cereais (devido mais a razões políticas que econômicas)
Na Inglaterra, aristocracia proprietária se afastou de sua independência, gerando
hostilidade contra as tentativas frustradas do absolutismo dos Stuarts a forma que a
agricultura comercial tomou gerou considerável comunidade de interesses com as cidades
CAUSAS DA GUERRA CIVIL e da vitória da causa parlamentar, nos séculos XVIII XIX
DUAS POSSIBILIDADES:
1) impulso comercial fraco entre classes superiores proprietárias sobrevivência de
grande massa de camponeses problema para a democracia e reservatório para
revolução camponesa que levaria a ditadura comunista
2) classe superior proprietária utilizar diversos níveis políticos e sociais para fixar à terra a
mão-de-obra e fazer sua transição para a agricultura comercial se aliado com grande
desenvolvimento industrial: fascismo
NECESSÁRIO OBSERVAR:
1) como agricultura comercial era tão importante como própria comercialização
2) incapacidade de obter formas adequadas de agricultura comercial, no momento
oportuno, deixou aberta outra rota para instituições democráticas modernas
3 FATORES DESFAVORÁVEIS À DEMOCRACIA DA ESCRAVIDÃO AMERICANA:
1) classe superior necessita de terreno com sistema repressivo poderoso que imponha clima
VARIANTES ATÉ ENTÃO: relação das classes superiores proprietárias com a monarquia e
sua reação as exigências da produção para o mercado.
“Ao falar de revoluções burguesas a justificação para o termo apóia-se numa série de
conseqüências legais e políticas. A terminologia consistente impõe a invenção de novos
termos que, receio bem, só aumentariam a confusão. O principal problema, afinal, consiste
no que se sucedeu e por quê, não no emprego de rótulos certos.”
momentos violentos que fizeram parte do longo processo de alteração política que levou
a democracia ocidental
tem causas econômicas
as liberdades criadas mostram uma relação clara entre si
aparecimento do capitalismo moderno
direito de votar, representação numa legislatura, sistema de leis objetivos sem
privilégios, segurança pro direito de propriedade, tolerância religiosa, liberdade de
expressão e tudo mais
domesticação do setor agrário
destruição da agricultura como atividade social importante é fundamental para
democracia bem-sucedida
principal hegemonia da classe superior tem de ser quebrada
classes superiores proprietárias ou ajudavam na revolução burguesa, ou eram
destruídas por ela
Segundo capítulo.
Há formas de transformação capitalista na zona rural que podem ter êxito econômico, mas
são desfavoráveis ao desenvolvimento das Instituições livres do Ocidente. Exemplo: uma
classe superior proprietária pode deixar intacta a população camponesa garantindo que
produzam excedente suficiente para a sua apropriação e venda para obterem lucro. Em
contrapartida, há outra forma, a qual consiste basicamente em criar mecanismos no
sistema social do estilo de escravatura.
O fascismo tem suas raízes na democracia, pois é através dela que há a entrada das massas
nos palcos na História. Neste contexto, no qual os camponeses sofrem diversas dificuldades
devido às tensões criadas pela indústria e às mudanças políticas, a figura do próprio
camponês e das classes inferiores tornaram-se demasiadas importantes para a formação e
desenvolvimento do fascismo, posto que eram utilizado suas condições precárias de vida
como base e fomento deste ideologia direita radical – o fascismo
Terceiro Capítulo
- Os camponeses e a revolução
“Neste capítulo final, a nossa tarefa é a de relacionar esses fatos entre si, sistematicamente,
na esperança de descobrir que tipos de estruturas sociais e situações históricas produzem
revoluções camponesas, e quais as que inibem ou impedem.”
De início, o Moore diz que existem algumas explicações gerais e tradicionais que tentam
explicar esta questão, mas que ele encara como genéricas.
O defeito de todas estas hipóteses reside no fato de elas fixarem demasiadamente a atenção
nos camponeses. O Moore diz que para melhor análise, devemos prestar atenção nas ações
da camada superior (óbvio, porque pelo o que eu percebi, ele não curte muito o
proletariado. Ainda mais depois do “sem burguesia, não há democracia...”) e na reação que
tomam os camponeses, para justificar tal movimentação.
E ainda... “Outra característica notável das rebeliões nas sociedades agrárias é a sua
tendência para tomarem o caráter da sociedade contra a qual se revoltaram.” Assim como
fizeram os franceses que decapitaram a corte, e depois rearranjaram o governo de maneira
similar a anterior. O autor ainda ressalta que esta característica está obscurecida nos anais
da história, porque as revoluções que deram certo reestruturaram total a forma da
sociedade em questão, e por isso tem destaque.
“Antes de observarmos os camponeses, teremos que observar toda a sociedade. [...] (O
PORQUÊ DE...) certos tipos de sociedades agrárias e pré-modernas estarem mais sujeitos a
insurreições e rebeliões camponesas do que os outros e quais as características estruturais
que ajudam a explicar as diferenças.”
Nações como a China, Rússia, o sistema feudal no Japão e na Europa, apresentavam uma
figura autoritária que representava a concentração do poder e desempenhava o papel de
controlar as atividades camponesas, bem como estabelecer regras e procedimentos de
trabalho que por muitas vezes vinham a prejudicar a camada camponesa ou sublimá-la. A
índia, como já citado neste resumo, não tinha esta personificação de autoridade no sistema
agrário. Logo, afirma: “A rebelião camponesa era um problema grave na China tradicional
e na Rússia czarista; era um pouco menos grave, mas frequentemente vindo à tona, na
Europa medieval; era bastante notável no Japão a partir do século XV; e quase não é
mencionada nas histórias da Índia.”
Mas ainda sim, se esta autoridade não for forte, ou agir de maneira precisa ou intensa
(fazendo com que as influencias comerciais tomassem parte do lifestyle dos camponeses), a
possibilidade de revolta é maior, uma vez que a agricultura comercial e o abuso das
relações sob um comando fraco dá espaço a reinvindicações.
Veja: “o êxito ou fracasso das classes superiores ao se ocupares da agricultura comercial
teve uma tremenda influencia nos resultados políticos. Onde a classe superior proprietária
se voltou para a produção destinada ao mercado, de um modo que permitiu às influências
comerciais permearam a vida rural, as revoluções camponesas foram fracas.”
Um exemplo: “... a sociedade camponesa foi destruída, quer pelo corte da ligação com a
terra, como na Inglaterra, quer pela intensificação dessa ligação, como no caso da
reintrodução da servidão na Prússia.”
Ainda sim: “provas indicam que é muito mais viável que um movimento revolucionário se
desenvolva e se torne uma séria ameaça quando a aristocracia proprietária de terras não
consegue desenvolver um impulso comercial realmente poderoso, dentro das suas próprias
fileiras. Então, poderá deixar atrás de si uma sociedade camponesa danificada, mas
intacta, com a qual tem poucos eles de ligação. Entretanto, é provável que tente manter o
seu estilo de vida num mundo em transformação, extraindo um maior excedente dos
camponeses.”.
A partir daí o autor passa a contar uma breve história, da página 454 a 460, que
mostra como os camponeses alemães, que de inicio estavam incorporados em uma
flexibilidade no tratamento senhor-camponês, mas posteriormente, com a
necessidade de uma maior exportação de cereais e ainda com uma crise
financeira, a cobrança excessiva e os abusos despertaram o levante camponês.
e compara: “As principais zonas onde as revoluções camponesas tiveram maior
importância nos tempos modernos, a China e a Rússia, eram semelhantes pelo fato de as
classes superiores proprietárias de terras não terem efetuado uma transição bem-sucedida
para o mundo do comércio e da indústria e não terem destruído a organização social
prevalecente entre os camponeses.”
Em seguida, o Moore diz pra nos distanciarmos um pouco da aristocracia para ele
começar a dissertar de maneira mais analítica sobre os fatores em ação entre os
próprios camponeses.
suscitar a discórdia com futuras atitudes e imposições deste governo central, sobre
os camponeses.
3) A difusão da autoridade do Estado e a intrusão do mercado, que podem ocorrer em
épocas muito diferentes, afetam os laços entre o camponês e a senhor rural, a
divisão da mão-de-obra dentro da aldeia, o seu sistema de autoridade, os
agrupamentos de classe entre os camponeses, os direitos de locação e de
propriedade.
Estes aspectos estão muito próximos um do outro, e acabam por se sobrepor de acordo
com a conjuntura particular de cada sociedade.
Em resumo, as causas mais importantes das revoluções camponesas podem ter sido a
ausência de uma revolução comercial na agricultura, dirigida pelas classes superiores
proprietárias, e a concomitante sobrevivência das instituições sociais camponesas até a
era moderna, sujeitas a novas tensões e novas forças. [...] Daí o fato de uma importante
causa que contribuiu para a revolução camponesa ter sido a fraqueza dos laços
institucionais que ligam a sociedade camponesa às classes superiores, em conjunto com
o caráter de exploração dessa relação. Parte da síndrome geral tem sido a perda por
parte do regime, do apoio das classes superiores dos camponeses ricos, pelo fato de
estas terem começado a inclinar-se para sistemas mais capitalistas da agricultura e a
estabelecer a sua independência contra uma tentativa aristocrática para manter a sua
posição através da intensificação de obrigações tradicionais. Quando estas condições
estavam ausentes ou intervindas, a revoltas camponesas não conseguiam vingar ou
eram facilmente suprimidas.
Afirma-se também que uma vez que a aristocracia quer se manter distante e evidenciar
a distinção social, no sentido de superioridade, em relação aos camponeses mais
abastados, estes tem maior disposição a se unir a camada reacionária.
Ainda sim, caso as modernizações acontecessem e a estrutura social dos camponeses se
mantivesse intacta, afirma-se ser mais difícil que aconteça uma revolta, porque os
camponeses gostam do estilo de vida isolado e conservador. E mais: a solidariedade
entre os camponeses pode ajudar as classes dominantes ou construir uma arma contra
elas, por vezes mudando de um aspecto para o outro.
O movimento camponês não encontra aliados na elite, claro, embora possam apoiar-se
numa parte dela, especialmente em intelectuais insatisfeitos nos tempos modernos, daí
extraindo os seus chefes.
E ainda, outros aliados que são variantes de acordo com a fase do desenvolvimento
econômico que o país possa ser atingido e de algumas circunstâncias históricas.