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Tráfico de pessoas
História da PRF
Atribuições constitucionais e institucionais da PRF e seu papel no Estado Democrático
Embriaguez ao volante – Crime e infração
Crimes contra a administração pública – Contrabando, descaminho
Tráfico de drogas, tráfico de armas
Direitos e garantias fundamentais – Direitos humanos
Crimes transfronteiriços – tráfico pessoas, tráfico de drogas, tráfico de armas, contrabando,
descaminho.
Corrupção ativa e passiva
Tecnologia no auxílio as atribuições da PRF
Tráfico de pessoas
Causas: vulnerabilidade social, pobreza, falta de trabalho, situações de violência doméstica, baixa
perspectiva de vida.
Crime é o terceiro que mais movimenta dinheiro no mundo., porém não é muito exposto na mídia
como o tráfico de drogas e o tráfico de armas, que são os dois primeiros. Tráfico de pessoas é a
escravidão da atualidade. Maioria são mulheres, jovens, negras, baixa renda e baixa escolaridade.
O crime se intensificou com o fenômeno da globalização.
Legislação: Declaração Universal dos Direitos Humanos: Artigo IV – Ninguém será mantido em
escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidas em todas as suas
formas. (Escravidão e tortura são práticas que não podem ser relativizadas, são absolutas
essas vedações).
Código Penal: Crime de tráfico de pessoas. Artigo 149-A inserido pela lei do tráfico de pessoas
13.344/2016, que dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas.
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa,
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: I - remover-lhe
órgãos, tecidos ou partes do corpo; II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; IV - adoção ilegal; ou V - exploração sexual.
Efeitos: Desrespeito à dignidade humana, condição primordial que deve ser respeitada segundo
vários tratados internacionais e normas internas.
Como combater: mecanismos de inteligência, cooperação entre as polícias, tanto nacionais quanto
internacionais, fortalecimento de policiamento na área de fronteira, mais informação sobre o tema
nas mídias sociais, pois o tópico é pouco explorado, atuação conjunta e articulada das esferas de
governo no âmbito das respectivas competências, incentivo à participação da sociedade em
instâncias de controle social, estímulo à cooperação internacional, cooperação entre órgãos do
sistema de justiça e segurança, nacionais e estrangeiros, integração de políticas e ações de repressão
aos crimes correlatos e da responsabilização dos seus autores, formação de equipes conjuntas de
investigação.
Como combater: estratégias voltadas para o grupo específico que mais está envolvido; fiscalização
intensiva; campanhas na mídia de educação para o trânsito; campanhas em escolas e nas vias; ações
preventivas.
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço) à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: (A.P. Pública
Condicionada a representação)
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor.
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei n o 9.099,
de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por
hora).
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1 o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação
da infração penal.
§ 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1 o do art.
302. (A.P.Pública condicionada a representação)
§ 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras penas
previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar
lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. (qualificado - A.P. Pública Incondicionada)
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja
suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor. Exame de sangue: >= 6Dg/L Etilômetro: >= 0,34mg/L → infração+crime
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama
de álcool por litro de ar alveolar; ou
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame
clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à
contraprova.
§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de
caracterização do crime tipificado neste artigo.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º
do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou
competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de
veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à
incolumidade pública ou privada: (crime de perigo concreto)
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir v e í c u l o automotor.
§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade
é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Qualificado)
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não
quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10
(dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Qualificado)
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir
ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: (Crime de
perigo concreto)
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não
habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem,
por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de
conduzi-lo com segurança: (Crime de perigo abstrato)
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o
procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações
em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de
direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em
uma das seguintes atividades:
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades
móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de acidente de
trânsito e politraumatizados;
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido a infração:
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial
a terceiros;
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros
ou de carga;
PRF na atualidade
Policiamento, Educação para o trânsito, Atendimento pré-hospitalar, levantamento estatístico.
Eventos
2007 – pan-americano
2013 – copa das confederações e jornada mundial da juventude
2014 – copa do mundo
2016 – olimpíadas
2018 – greve dos caminhoneiros
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de
preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;
III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os valores
provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou
perigosas;
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas;
V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos,
escolta e transporte de carga indivisível;
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas
emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de
construções e instalações não autorizadas;
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas
operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal;
IX promover e participar de projetos e programas de educa e segura, de acordo com as diretrizes estabeleci pelo CONTRAN;
X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de
multas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das
transferências de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;
XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo
com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais.
O contrabando e suas implicações
No momento em que uma pessoa (no caso em tela, Arnaldo), culposamente, atropela
outra(s) (Fábio e Leonora), poderá ocorrer um crime de trânsito. Como a vítima Fábio foi a óbito,
em relação a ele configurou-se o crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Já no
que diz respeito à Leonora, o crime foi de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
Esses dois crimes estão configurados no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que sofreu alterações
recentes em relação aos denominados crimes de trânsito com a vigência da Lei 13.546/2017.
Nos crimes mencionados acima, praticados por Arnaldo, não há a possibilidade de
concurso com o descrito no artigo 306 do CTB, o de embriaguez ao volante. Nesse caso, o crime de
conduzir veículo automotor com a capacidade psicomotora alterada em razão da ingestão de álcool
ou outra substância psicoativa é absorvido pelos crimes de homicídio e lesão corporal culposos na
direção de veículo automotor, desde que o agente esteja sob influência de álcool ou outra substância
psicoativa que determine dependência, o que configura uma hipótese qualificada.
Cumpre esclarecer também que nos crimes de trânsito elencados no CTB, destacam-
se as alterações trazidas pela Lei 13.546/2017 no que diz respeito à dosimetria das penas. A nova
norma dispõe que ao aplicar a pena o juiz deverá utilizar institutos do Código Penal e do Código de
Processo Penal, caso não estejam regrados no CTB. Assim, quanto à dosimetria, o magistrado deve
levar em consideração a culpabilidade do agente, as circunstâncias do acidente e as consequências
do crime para fixar a pena final.
Nesse contexto, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) exerce papel de destaque quando
se fala em acidentes nas rodovias federais. Isso porque é de competência desse órgão exercer o
patrulhamento ostensivo em tais rodovias, empreendendo esforços para um trânsito seguro, zelando
pela segurança das pessoas e do patrimônio por meio da fiscalização efetiva. Ademais, é
competência da PRF efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e, na situação em
destaque, o Policial Dionísio cumpriu com exatidão a sua função quando empreendeu diligências no
sentido de esclarecer a dinâmica do acidente ocorrido.
O tráfico de drogas
O tráfico de drogas ilícitas têm íntima relação com o crime organizado, visto que é a
atividade criminosa que mais movimenta dinheiro em todo o mundo, segundo a Organização das
Nações Unidas. A forte globalização ocorrida nas últimas décadas fez crescer ainda mais o consumo
e a movimentação de drogas ilícitas pelos quatro cantos do planeta, fazendo com que organizações
criminosas se disseminassem e se tornassem mais poderosas. Muitas dessas organizações são
transnacionais, atravessam fronteiras, possuem braços em diferentes países e movimentam milhões
em drogas ilícitas todos os dias, tornando o combate a elas um enorme desafio para a sociedade
contemporânea.
O tráfico de drogas está relacionado também com a violência. Por um lado, como é uma
atividade altamente rentável, as organizações criminosas lutam entre si para dominar determinadas
regiões estratégicas e ali praticarem o tráfico. Com isso, ocorrem muitos confrontos armados e,
consequentemente, muitas mortes em decorrência dessa verdadeira guerra pela disputa de espaço e
de poder. Por outro lado, há também a violência perpetrada por uma parcela dos usuários que, não
vendo alternativa, praticam furtos, roubos e até homicídios na busca pelos meios de sustentarem o
seu vício.
Assim, há que se pensar em soluções para o combate às drogas sob dois aspectos: não só
como uma questão de segurança, mas também como uma questão de saúde pública. É preciso que
haja cooperação internacional entre países, principalmente os fronteiriços, no que diz respeito à
inteligência estratégica para que se possa desmantelar grandes organizações e interceptar grandes
carregamentos. Também, é imprescindível o fortalecimento de políticas públicas relacionadas à
questão sanitária dispensada aos usuários de drogas. É necessário diminuir o número de
consumidores, seja por meio de tratamentos médicos adequados, seja pelo oferecimento de
oportunidades de emprego, moradia, lazer, cultura, entre outros.
Sobre o tráfico de drogas e o problema social: causa violência, desestruturação familiar, graves
questões de saúde pública, superlotam prisões, pois um terço dos presos é decorrente do tráfico de
drogas.
Direito penal e CTB – estudo de caso
Desde 2008, quando foi instituída a Lei 11.705 – mais conhecida como Lei Seca -, o país
vem gradativamente alterando a legislação no que diz respeito à direção de veículo automotor sob
influência de álcool ou outra substância psicoativa que cause dependência. Nesse período, avanços
aconteceram e bons resultados foram alcançados. Contudo, ainda existem grandes desafios que
precisam ser enfrentados para que os números positivos cresçam ainda mais.
Durante os dez anos de vigência da primeira versão da Lei Seca, algumas modificações das
normas se fizeram necessárias tendo em vista uma maior eficácia na prevenção e repressão às
infrações e crimes de trânsito que envolvem condutores alcoolizados. Assim, houve diminuição dos
níveis de álcool tolerados, tanto no exame de sangue como no teste de etilômetro. Hoje, para se
configurar infração de trânsito o nível aceitável é zero, descontando-se apenas o erro do medidor
(no caso de teste com etilômetro). Nessa linha, houve também aumento das penas e incluiu-se a
punição administrativa na mesma medida de quem dirige embriagado para o condutor que se
recusar a realizar qualquer dos testes solicitados pelo agente de trânsito.
Com isso, ao longo desses anos, registraram-se números positivos como a diminuição de
acidentes de trânsito e, também, de mortes causadas por eles. Pesquisam apontam que milhares de
pessoas deixaram de perder a vida desde a implantação da Lei Seca em 2008. Ademais, em alguma
medida, houve maior conscientização da população acerca do tema. Atualmente, é comum ver
pessoas deixarem seus carros em casa e utilizar serviços de táxis e Uber ou, até mesmo, eleger uma
pessoa do grupo para que não beba e, dessa forma, possa conduzir o veículo usado por eles.
Por fim, é inegável que a instituição da Lei Seca e de todas as suas atualizações trouxe
resultados positivos na luta por um trânsito mais seguro. Contudo permanecem os desafios de
continuar a busca por resultados ainda melhores. Assim, é necessário o aumento da fiscalização,
principalmente em locais estratégicos (como saída de boates) e datas especiais (como o carnaval e
feriados prolongados). Mais que isso, ações na área de educação para o trânsito são imprescindíveis
para que a população se conscientize que a combinação de álcool (assim como qualquer outra
substância psicoativa) com a direção de veículos automotores provoca danos irreparáveis à
sociedade.
Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito – PNATRANS
As mortes e lesões causadas por acidentes de trânsito são inegavelmente um grave problema
de saúde pública no mundo. Tanto que na Conferência Mundial Sobre Segurança Viária, realizada
em 2009, a Organização Mundial de Saúde estabeleceu que de 2011 a 2020 seria a Década de Ações
para a Segurança Viária e que cada país participante firmaria compromisso de reduzir em 50% os
acidentes de trânsito no período de 10 anos.
No Brasil, a implantação desse compromisso veio por meio da lei que criou o Plano
Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS), mas somente no ano de 2018.
Depois de uma longa tramitação no Congresso Nacional, a lei que instituiu o PNATRANS entrou
em vigor e trouxe objetivos, metas e compromissos para os diversos segmentos da sociedade nos 10
anos seguintes a partir de 2019.
Um desses objetivos, e também o principal deles, é o de reduzir em 50% o índice de mortes
por grupo de veículos e o índice de mortes por grupo de habitantes entre os anos de 2019 e 2028.
Para além disso, tem-se como objetivo também a integração dos diversos setores da sociedade
(como órgãos públicos e organizações não governamentais) na busca pela redução dos acidentes de
trânsito.
Há, também, características que fazem do PNATRANS um avanço no que se refere a
questão de legislação de trânsito no país. Ele institui os mecanismos de participação da sociedade
na consecução das metas estabelecidas. Além disso, garante ampla divulgação das ações e
procedimentos de fiscalização, das metas e prazos anuais e prevê a realização de campanhas
permanentes e públicas de informação, educação e conscientização da população, entre outros.
Dessa forma, percebe-se que o espírito do PNATRANS é o de integração entre órgãos
públicos e sociedade civil, reconhecendo que somente por meio da atuação conjunta será possível o
alcance das metas propostas e vislumbradas na conferência de 2009. Apesar de tardia, a lei que
instituiu o PNATRANS marca a relevância de se discutir questões de trânsito no Brasil, com a
finalidade de que as ações sejam efetivamente acompanhadas e desempenhadas com eficiência.
Crimes de trânsito – Estudo de caso
Em uma fiscalização de trânsito, caso haja teste com etilômetro, o resultado de até 0,04
miligrama de álcool por litro de ar alveolar (mg/L) isenta o condutor de qualquer penalidade.
Porém, se apresentar resultado entre 0,05 mg/L e 0,33 mg/L estará sendo cometida uma infração
administrativa. Ainda, se a medição apresentar resultado igual ou superior a 0,34 mg/L, o condutor
cometerá um crime de trânsito, tipificado no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) em seu artigo
306. Assim, a consequência do teste realizado por Mévio é a sua prisão em flagrante e condução à
Delegacia de Polícia, pois cometeu um crime de trânsito.
O teste com etilômetro, contudo, não é o único modo de verificar a capacidade psicomotora
de um motorista. O CTB elenca outros meios tais como o exame clínico para verificar a ingestão de
outras drogas que não o álcool e a verificação de sinais pelo agente de trânsito tais como o odor
etílico, fala arrastada, sonolência, olhos vermelhos. Enfim, como forma de comprovação de
alteração da capacidade psicomotora é possível ainda se utilizar qualquer prova admitida em direito,
tais como vídeo, foto, testemunhas.
Na situação em análise, Tício acerta ao afirmar que seu colega não está obrigado a fazer o
teste de etilômetro. Nesse caso, ele se refere ao princípio constitucional da não autoincriminação
(nemo tenetur se detegere). Esse princípio diz que o indivíduo não é obrigado a produzir provas
contra si mesmo e, portanto, Mévio não poderia ser submetido ao teste compulsoriamente.
Por fim, a doutrina e a jurisprudência são firmes no entendimento de que o crime de
embriaguez ao volante (artigo 306 do CTB) é de perigo abstrato, ou seja, não há a necessidade de se
demonstrar um perigo real (concreto) para a sua consumação. Assim, não se exige nenhum outro
elemento, basta que o condutor esteja com sua capacidade psicomotora alterada (comprovada pelos
meios admitidos nas normas legais) para que o condutor seja responsabilizado pelo crime.