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Teoria das Estruturas II - 2018/2 Universidade Federal do Amazonas 1

1. Traçar os diagramas de esforços solicitantes (esforço cortante e momento


fletor) da viga abaixo por meio do método dos deslocamentos. Considerar EI
constante.
10 kN
80 kN 80 kN/m
40 kN/m
10 kN/m

A B C D E
4,0 m 2,0 m 2,0 m 4,0 m 2,0 m

Deslocabilidade interna (𝑑𝑖 ): 2 (𝜃𝐵 𝑒 𝜃𝐶 , rotações nos nós internos B e C)

Deslocabilidade externa (𝑑𝑒 ): 0 (não possui deslocamentos lineares)

Obs: o nó D não deve ser considerado como nó interno, pois o trecho DE está em
balanço e pode ser “retirado” (exclusivamente para a análise de esforços) fazendo-se a
equivalência estática, como pode ser visto no item a seguir.

1.0 Sistema principal com carregamento externo (0)

Nesta etapa devem-se bloquear todas as deslocabilidades existentes na


estrutura, sejam rotações ou deslocamentos lineares. A estrutura com todas as
deslocabilidades bloqueadas é chamada de Sistema Principal. As rotações devem ser
bloqueadas por meio de chapas, e os deslocamentos lineares por meio de um apoio do
1º gênero. Neste exemplo a viga possui apenas duas incógnitas de rotação, dessa
maneira, como mostra a figura 1.1, coloca-se chapas nos nós B e C, sendo as chapas
1 e 2 respectivamente.
10 kN
80 kN 80 kN/m
40 kN/m MED =
20 kN
40 kN.m
1 2
A C D E
B
4,0 m 2,0 m 2,0 m 4,0 m

Figura 1.1. Sistema Principal com carregamento externo

Ao se colocar as chapas nos nós B e C, todas as barras devem ser analisadas


isoladamente para o cálculo dos momentos de engastamento perfeito, lembrando de
substituir as chapas por engastes, dessa maneira, as barras serão analisadas como
vigas biengastadas (barras AB e BC) e engastada e apoiada (barra CD) de acordo
como mostra a figura 1.2.

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40 kN/m
Caso da coluna 1,
2
q.lAB - 53,333 linha 1 da tabela 1.1
2
A B -
12
=
q.lAB
+ 12 = + 53,333
4,0 m

80 kN
Caso da coluna 1,
linha 2 da tabela 1.1
P.l B C -
P.lBC - 40
=
+ 8 BC = + 40 8
2,0 m 2,0 m
10 kN
80 kN/m
MED =
20 kN
40 kN.m
Caso da coluna 2, 2
q.lCD
linha 6 da tabela 1.2 + 15 = + 85,333
C D
Caso da coluna 2, 4,0 m
linha 7 da tabela 1.2 - MED = - 20
2

Figura 1.2. Momentos de engastamento perfeito (análise isolada por barra).

Ainda na figura 1.2, na análise da barra CD, observa-se que além do


carregamento distribuído triangular, apenas o momento de 40 kN.m oriundo da
equivalência estática do balanço (trecho DE) geram momentos no engaste em C.
A fim de simplificar a resolução e torná-la mais prática, nos próximos exemplos
resolvidos, os momentos de engastamento perfeito serão apresentados como mostra a
figura 1.3.

80 kN 80 kN/m
40 kN/m MED = 40 kN.m
   
1 2
A + 53,333 - 53,333 + 40 - 40
C + 85,333 - 40 E
B D
- 20
+ 65,333
4,0 m 2,0 m 2,0 m 4,0 m

Figura 1.3. Momentos de engastamento perfeito (apresentação simplificada)

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1.1 Sistema auxiliar (1)

Antes de explicar o que será feito nesta etapa, deve-se saber que é necessário
um sistema auxiliar para cada incógnita do problema, ou seja, um sistema auxiliar para
cada deslocabilidade bloqueada na estrutura do Sistema Principal. Para este exemplo,
como há duas incógnitas de rotação, serão necessários dois sistemas auxiliares.
Sendo assim, nesta etapa aplica-se um giro unitário no nó 1 (nó B) da estrutura
do sistema principal como mostra a figura 1.4, ao fazer isso, apenas as barras AB e BC
serão flexionadas (linha tracejada fina), sendo estas as únicas barras solicitadas nesta
análise. Observa-se que nos sistemas auxiliares o carregamento externo não é
considerado.


1 2
A B E
C D
4,0 m 4,0 m 4,0 m

Figura 1.4. Giro unitário no nó 1 (nó B)

Aqui as barras também são estudadas isoladamente, porém serão analisadas


apenas as barras AB e BC por serem elas as únicas solicitadas, e para facilitar as
“contas” desta etapa, nos casos em que o valor de EI for constante (igual para a
estrutura inteira), pode-se substituí-lo por 1, pois EI se auto-cancelará no cálculo dos
momentos finais, não alterando seus valores. A figura 1.5 mostra esta análise
detalhadamente.


2EI = 2 = 0,5
lAB 4 4EI = 4 =1,0 Caso da coluna 2,
lAB 4 linha 1 da tabela 2

A B
4,0 m


2EI = 2 = 0,5
lBC 4
Caso da coluna 1,
linha 1 da tabela 2
B C
4EI = 4 =1,0
lBC 4 4,0 m

Figura 1.5. Momentos gerados no engaste devido ao giro unitário no nó B

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Da mesma maneira como no item 1.0, a fim de simplificar a resolução e torná-la


mais prática, nos próximos exemplos resolvidos, os momentos devido ao giro unitário,
serão apresentados como mostra a figura 1.6.

 4EI = 44 =1,0


2EI = 2 = 0,5 lBC
lAB 4  11  21
1 2
A B C D E
2EI = 2 = 0,5
4EI = 4 =1,0 lBC 4
lAB 4
4,0 m 4,0 m 4,0 m

Figura 1.6. Momentos devido ao giro unitário no nó B (apresentação simplificada)

1.2 Sistema auxiliar (2)

Nesta etapa aplica-se um giro unitário no nó 2 (nó C) da estrutura do sistema


principal como mostra a figura 1.7, ao fazer isso, apenas as barras BC e CD serão
flexionadas (linha tracejada fina), sendo estas as únicas barras solicitadas nesta
análise. Lembra-se que nos sistemas auxiliares o carregamento externo não é
considerado.



1 2
A E
B C D
4,0 m 4,0 m 4,0 m

Figura 1.7. Giro unitário no nó 2 (nó C)

Aqui as barras também são estudadas isoladamente, porém serão analisadas


apenas as barras BC e CD por serem elas as únicas solicitadas, e para facilitar as
“contas”, conforme já foi explicado no item 1.1, o valor de EI será substituído por 1. A
figura 1.8 mostra esta análise detalhadamente.

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
2EI = 2 = 0,5
lBC 4 Caso da coluna 2,
4EI = 4 =1,0
lBC 4 linha 1 da tabela 2

B C
4,0 m



Caso da coluna 1,
linha 2 da tabela 2
C D
3EI = 3 = 0,75
lCD 4 4,0 m

Figura 1.8. Momentos gerados no engaste devido ao giro unitário no nó C

Conforme já foi mencionado, a fim de simplificar a resolução e torná-la mais


prática, nos próximos exemplos resolvidos, os momentos devido ao giro unitário, serão
apresentados como mostra a figura 1.9.

 3EI = 43 = 0,75


2EI = 2 = 0,5 lCD
 12 lBC 4  22
1 2
A D E
B C
4EI = 4 =1,0
lBC 4
4,0 m 4,0 m 4,0 m

Figura 1.9. Momentos devido ao giro unitário no nó C (apresentação simplificada)

1.3 Cálculo dos 𝜷′𝒔

Os 𝛽′𝑠 que contêm o zero no índice (𝛽10 , 𝛽20 , 𝑒𝑡𝑐 … ) são os termos de carga, o
restante (𝛽11 , 𝛽12 , 𝛽21 , 𝑒𝑡𝑐 … ) são os coeficientes da matriz de rigidez. De uma forma
prática, eles são a soma de todos os momentos ou forças em um determinado nó. Para
este caso:

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 O 𝛽10 é a soma de todos os momentos “ao redor” do nó 1 no sistema principal (0).


 O 𝛽11 é a soma de todos os momentos “ao redor” do nó 1 no sistema auxiliar (1).
 O 𝛽12 é a soma de todos os momentos “ao redor” do nó 1 no sistema auxiliar (2).
 O 𝛽20 é a soma de todos os momentos “ao redor” do nó 2 no sistema principal (0).
 O 𝛽21 é a soma de todos os momentos “ao redor” do nó 2 no sistema auxiliar (1).
 O 𝛽22 é a soma de todos os momentos “ao redor” do nó 2 no sistema auxiliar (2).

Seguindo a convenção de sinais adotada, os 𝛽′𝑠 calculados são estes:

𝛽10 = − 53,333 + 40 = − 13,333 𝛽11 = 1,0 + 1,0 = 2,0 𝛽12 = 0,5

𝛽20 = − 40 + 65,333 = 25,333 𝛽21 = 0,5 𝛽22 = 1,0 + 0,75 = 1,75

1.4 Montagem do sistema de equações

Uma dica para a montagem das equações é sempre fixar o primeiro índice dos
𝛽′𝑠 e aumentar gradativamente o segundo ao realizar a soma, sendo que os 𝛽′𝑠 dos
sistemas auxiliares (𝛽11 , 𝛽12 , 𝛽21 , 𝑒𝑡𝑐 … ) devem ser multiplicados pelas suas respectivas
incógnitas.

𝛽10 + 𝛽11 𝜃𝐵 + 𝛽12 𝜃𝐶 = 0 𝛽11 𝜃𝐵 + 𝛽12 𝜃𝐶 = −𝛽10

𝛽20 + 𝛽21 𝜃𝐵 + 𝛽22 𝜃𝐶 = 0 𝛽21 𝜃𝐵 + 𝛽22 𝜃𝐶 = −𝛽20

2,0𝜃𝐵 + 0,5𝜃𝐶 = − (−13,333) 2,0𝜃𝐵 + 0,5𝜃𝐶 = + 13,333

0,5𝜃𝐵 + 1,75𝜃𝐶 = − (25,333) 0,5𝜃𝐵 + 1,75𝜃𝐶 = − 25,333

Resolvendo o sistema por meio da calculadora, obtém-se:

𝟏𝟏,𝟎𝟕𝟕 −𝟏𝟕,𝟔𝟒𝟏
𝜽𝑩 = 𝒓𝒂𝒅 e 𝜽𝑪 = 𝒓𝒂𝒅
𝑬𝑰 𝑬𝑰

Obs: Não esquecer que o coeficiente EI ainda existe e deve ser colocado na resposta.

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1.5 Cálculo dos momentos finais

Barra AB

Para comprovar o que foi dito nos sistemas auxiliares em relação ao valor de 𝐸𝐼,
será considerado o produto 𝐸𝐼 apenas para este cálculo de momento, os próximos
serão feitos de maneira direta.
𝑓
𝑀𝐴 = 𝑀𝐴0 + 𝑀𝐴1 . 𝜃𝐵 + 𝑀𝐴2 . 𝜃𝐶

𝑓 11,077 −17,641
𝑀𝐴 = 53,333 + 0,5𝐸𝐼 𝑥 ( )+0𝑥 ( )
𝐸𝐼 𝐸𝐼
𝑓 11,077
𝑀𝐴 = 53,333 + 0,5𝐸𝐼 𝑥 ( )
𝐸𝐼

𝑓
𝑀𝐴 = 53,333 + 5,539

𝒇
𝑴𝑨 = 𝟓𝟖, 𝟖𝟕𝟐 𝒌𝑵. 𝒎 ↶ Giro anti-horário

𝑓
𝑀𝐵 = 𝑀𝐵0 + 𝑀𝐵1 . 𝜃𝐵 + 𝑀𝐵2 . 𝜃𝐶

𝑓
𝑀𝐵 = − 53,333 + 1,0 𝑥 (11,077) + 0 𝑥 (−17,641)
𝑓
𝑀𝐵 = − 53,333 + 11,077

𝒇
𝑴𝑩 = − 𝟒𝟐, 𝟐𝟓𝟔 𝒌𝑵. 𝒎 ↷ Giro horário

Barra BC

𝑓
𝑀𝐵 = 𝑀𝐵0 + 𝑀𝐵1 . 𝜃𝐵 + 𝑀𝐵2 . 𝜃𝐶

𝑓
𝑀𝐵 = 40 + 1,0 𝑥 (11,077) + 0,5 𝑥 (−17,641)
𝑓
𝑀𝐵 = 40 + 11,077 − 8,821

𝒇
𝑴𝑩 = 𝟒𝟐, 𝟐𝟓𝟔 𝒌𝑵. 𝒎 ↶ Giro anti-horário

𝑓
𝑀𝐶 = 𝑀𝐶0 + 𝑀𝐶1 . 𝜃𝐵 + 𝑀𝐶2 . 𝜃𝐶

𝑓
𝑀𝐶 = − 40 + 0,5 𝑥 (11,077) + 1,0 𝑥 (−17,641)

𝑓
𝑀𝐶 = − 40 + 5,539 − 17,641

𝒇
𝑴𝑪 = − 𝟓𝟐, 𝟏𝟎𝟐 𝒌𝑵. 𝒎 ↷ Giro horário

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Barra CD

𝑓
𝑀𝐶 = 𝑀𝐶0 + 𝑀𝐶1 . 𝜃𝐵 + 𝑀𝐶2 . 𝜃𝐶

𝑓
𝑀𝐶 = 65,333 + 0 𝑥 (11,077) + 0,75 𝑥 (−17,641)

𝑓
𝑀𝐶 = 65,333 − 13,231

𝒇
𝑴𝑪 = 𝟓𝟐, 𝟏𝟎𝟐 𝒌𝑵. 𝒎 ↶ Giro anti-horário

𝑓
𝑀𝐷 = 𝑀𝐷0 + 𝑀𝐷1 . 𝜃𝐵 + 𝑀𝐷2 . 𝜃𝐶

𝑓
𝑀𝐷 = − 40 + 0 𝑥 (11,077) + 0 𝑥 (−17,641)

𝒇
𝑴𝑫 = − 𝟒𝟎 𝒌𝑵. 𝒎 ↷ Giro horário

Barra DE

De forma simplificada, o momento final para o nó D pode ser considerado o


mesmo da equivalência estática, feita no item 1.0, com o sinal contrário, pois esse
momento atua diretamente no nó D, sendo o contrário da convenção adotada, em que
𝑓
se consideram os momentos na extremidade das barras. Para obter o 𝑀𝐷 já com o seu
sinal correto, devemos considerar a barra DE engastada no ponto D, conforme
𝑓
mostrado na figura 1.10. A reação momento 𝑀𝐷 , calculada a seguir, estará atuando na
extremidade da barra, o que está de acordo com a convenção adotada.
10 kN

10 kN/m
f
MD
D E
2,0 m
𝑓
Figura 1.10. Esquema da barra DE engastada no nó D com reação momento 𝑀𝐷

𝑓 2,0
𝑀𝐷 = 10 𝑥 2,0 + (10 𝑥 2,0) 𝑥
2
𝑓
𝑀𝐷 = 20 + 20

𝒇
𝑴𝑫 = 𝟒𝟎 𝒌𝑵. 𝒎 ↶ Giro anti-horário

𝒇
𝑴𝑬 = 𝟎 (Pois é a extremidade livre do balanço).

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1.6 Esquema dos momentos na viga

Na figura 1.11, mostra-se o esquema de todos os momentos finais calculados,


apenas para melhor visualização de como será o traçado do diagrama de momentos
fletores. Não é necessário apresentar o momento em D da barra DE, pois possui o
mesmo valor numérico, em valor absoluto, do momento em D da barra CD.

58,872 42,256 42,256 52,102 52,102 40


B C
A D E

Figura 1.11. Esquema de momentos em kN.m

Lembra-se que o diagrama de momentos fletores deve ser traçado do lado


tracionado da barra (convenção brasileira). Com o intuito de esclarecer qual será o lado
tracionado, faz-se uma rápida análise das barras mostradas na figura 1.12, onde a
barra (a-1) quando submetida aos momentos na extremidade, flexiona-se da maneira
mostrada na figura 1.12 (a-2), tracionando o lado superior e comprimindo o lado
inferior. No caso da barra (b-1) quando submetida aos momentos na extremidade,
flexiona-se da maneira mostrada na figura 1.12 (b-2), tracionando o lado inferior e
comprimindo o lado superior.
lado superior
tracionado

lado superior
lado inferior
lado inferior comprimido

(a-1) (a-2)

lado superior lado superior


comprimido
lado inferior

(b-1)
lado inferior
tracionado
(b-2)
Figura 1.12. Lado tracionado e comprimido das barras

O diagrama de momentos fletores será traçado no item 1.8 após o cálculo das
reações de apoio, pois estas são necessárias para o cálculo dos momentos máximos
positivos.

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1.7 Cálculo das reações de apoio

Na figura 1.13, mostra-se o cálculo detalhado das reações de apoio.

RESULTANTE
RESULTANTE (carregamento triângular)
(carregamento retângular) 80 x 4,0
40 x 4,0 = =
2,0 10 kN
160 kN 80 kN 160 kN
RESULTANTE
58,872 42,256 42,256 52,102 52,102 20 kN 40
B C
A 1 x 4,0
3
2 x 4,0
3
D E
4,0 m 2,0 m 2,0 m 4,0 m

2
160 160 80 80 160 x 3 x4 160 x 13 x 4 + 30
2 2 2 2 4 4

58,872 58,872 42,256 42,256 52,102 52,102


4 4 4 4 4 4

42,256 42,256 52,102 52,102 40 40


4 4 4 4 4 4

VA = VB = VC = VD =
84,154 kN 113,385 kN 152,154 kN 80,308 kN

Figura 1.13. Cálculo das reações de apoio

1.8 Traçado do diagrama de momentos fletores (DMF)

Na figura 1.14, mostra-se o traçado do diagrama de momentos fletores.

q.lAB2 80 P.lBC 80 q.lCD2 80


= = = Parábola
58,872 8 4 16 do 2º grau
52,102
42,256 40 q.lDE2 5
=
8

A E
B C D
Mmáx= 29,652 Parábola
do 2º grau
Mmáx= 32,821 Mmáx= 35,225
Parábola
do 3º grau

2,104 m 1,757 m

4,0 m 2,0 m 2,0 m 4,0 m 2,0 m

Figura 1.14. Diagrama de momentos fletores (DMF) em KN.m

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1.9 Cálculo dos esforços cortantes

Antes de calcular os esforços cortantes deve-se dividir a viga em trechos, cada


trecho iniciando com sua própria abscissa (𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , 𝑒𝑡𝑐 … ). E essa divisão deve ser
feita da seguinte maneira:
 Todo carregamento concentrado, seja uma força ou momento, separam um
trecho do outro.
 Todo início e fim de carregamento distribuído também separam um trecho do
outro.
 Todo apoio, seja do 1º ou do 2º gênero, também separam um trecho do outro.

Dessa maneira, obtém-se a viga com os trechos indicados na figura 1.15.

x1 x2 x3 x4 x5
10 kN
80 kN 80 kN/m
40 kN/m
10 kN/m

A B C D E
4,0 m 2,0 m 2,0 m 4,0 m 2,0 m

Figura 1.15. Viga separada em trechos

Será calculado o esforço cortante no início e no fim de cada trecho obedecendo


a legenda e a convenção mostradas a seguir.

Legenda:

𝑄𝑖,𝑗 → 𝐶𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 𝑗

𝑄𝑓,𝑗 → 𝐶𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑓𝑖𝑚 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 𝑗

Convenção:

𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑜, 𝑐𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜.

𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑖 − ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑜, 𝑐𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜.

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Na figura 1.16, mostra-se o esquema para o cálculo dos esforços cortantes


indicando a posição exata de todos os termos que serão calculados (𝑄𝑖,1 , 𝑄𝑓,1 , 𝑒𝑡𝑐 … ).

x1 x2 x3 x4 x5
RESULTANTE RESULTANTE
160 kN 80 kN 160 kN
RESULTANTE
Q f,2 Q i,3 20 kN 10 kN

A E
Q i,1 Q f,1 B Q i,2 Q f,3 C Q i,4 Q f,4 D Q i,5 Q f,5

VA = VB = VC = VD =
84,154 kN 113,385 kN 152,154 kN 80,308 kN

Figura 1.16. Esquema para cálculo dos esforços cortantes

1.9.1 Trecho 1

𝑄𝑖,1 = 𝑉𝐴 = 84,154 𝑘𝑁

𝑄𝑓,1 = 𝑄𝑖,1 − 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝐴𝐵 = 84,154 − 160 = − 75,846 𝑘𝑁

1.9.2 Trecho 2

𝑄𝑖,2 = 𝑄𝑓,1 + 𝑉𝐵 = − 75,846 + 113,385 = 37,539 𝑘𝑁

𝑄𝑓,2 = 𝑄𝑖,2 = 37,539 𝑘𝑁

1.9.3 Trecho 3

𝑄𝑖,3 = 𝑄𝑓,2 − 80 = 37,539 − 80 = − 42,461 𝑘𝑁

𝑄𝑓,3 = 𝑄𝑖,3 = − 42,461 𝑘𝑁

1.9.4 Trecho 4

𝑄𝑖,4 = 𝑄𝑓,3 + 𝑉𝐶 = 109,693 𝑘𝑁

𝑄𝑓,4 = 𝑄𝑖,4 − 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝐶𝐷 = 109,693 − 160 = − 50,307 𝑘𝑁

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1.9.5 Trecho 5

𝑄𝑖,5 = 𝑄𝑓,4 + 𝑉𝐷 = − 50,307 + 80,308 = 30, 001 ≅ 30 𝑘𝑁

𝑄𝑓,5 = 𝑄𝑖,5 − 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝐷𝐸 = 30 − 20 = 10 𝑘𝑁

1.10 Traçado do diagrama de esforços cortantes (DEC)

Na figura 1.17, mostra-se o traçado do diagrama de esforços cortantes.

109,693
Parábola
84,154 do 2º grau

q.lCD 40
37,539 =
8 30
10

A E
B C Horiz. D
42,461 50,307
2,104 m 1,757 m
75,846

4,0 m 2,0 m 2,0 m 4,0 m 2,0 m

Figura 1.17. Diagrama de esforços cortantes (DEC) em kN

Algumas observações podem ser feitas sobre o diagrama traçado acima:

 No trecho AB, tem-se um carregamento distribuído retangular, dessa


maneira, a equação de esforço cortante será uma função do 1º grau,
resultando em uma reta decrescente como gráfico.
 No trecho BC, tem-se uma carga concentrada aplicada no meio do vão,
dessa maneira, a equação de esforço cortante será uma função constante
para as duas metades da barra BC, resultando em uma reta como gráfico,
sendo essa reta paralela ao eixo da viga.
 No trecho CD, tem-se um carregamento distribuído triangular
decrescente, dessa maneira, a equação de esforço cortante será uma
função do 2º grau, resultando em uma parábola do 2º grau. Pelo fato de
ser decrescente, ele será zero em D, e nesta posição o ângulo que o
diagrama faz com a horizontal deve ser zero, deixando o diagrama na
horizontal.
 E por fim, no trecho DE, caso análogo ao trecho AB, tem-se um
carregamento distribuído retangular, dessa maneira, a equação de
esforço cortante será uma função do 1º grau, resultando em uma reta
decrescente como gráfico.

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