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Seis em cada dez crianças brasileiras


vivem na pobreza, diz Unicef -
CartaCapital
Escrito por Infra Carta
4-6 minutos

Seis em cada dez crianças e adolescentes brasileiros vivem na


pobreza, aponta um estudo divulgado nesta terça-feira 14 pelo Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O levantamento
considera não apenas a renda insuficiente das famílias como uma
das faces da pobreza, mas também situações de privação de
direitos.

Foram analisados a renda familiar de meninas e meninos de até 17


anos e o acesso deles a seis direitos básicos: educação,
informação, água, saneamento, moradia e proteção contra o trabalho
infantil.

Baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de


2015, o estudo “Pobreza na Infância e na Adolescência” divide os 32
milhões de meninos e meninas brasileiros que vivem na pobreza em
três grupos.

A primeira categoria é a de crianças que sofrem exclusivamente com


a pobreza monetária, ou seja, vivem em domicílios com renda per
capita insuficiente para adquirir uma cesta básica. É o caso de cerca

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de 6 milhões de meninos e meninas (11,2% das crianças), cujas


famílias possuem renda per capita inferior a 346 reais por mês na
cidade e menor que 269 reais ao mês no campo.

Um segundo grupo de 14 milhões de crianças (26,6%) não sofre de


pobreza monetária, mas têm um ou mais direitos negados.

A terceira categoria engloba 12 milhões de meninas e meninos


(23,1%) que vivem com renda insuficiente e também têm um ou
mais direitos negados.

A maior privação a que meninos e meninas brasileiros estão


submetidos é ao saneamento (13,3 milhões), seguido por educação
(8,8 milhões), água (7,6 milhões), informação (6,8 milhões), moradia
(5,9 milhões) e trabalho infantil (2,5 milhões).

Leia também:
O que explica o aumento da pobreza extrema no Brasil?
Como o corte de gastos dificulta o acesso de negros às
universidades?

Como os direitos infantis são considerados indivisíveis, partindo da


ideia de que precisam ser garantidos em conjunto, a privação de um
ou mais direitos configura a situação de privação múltipla, à qual
49,7% das crianças brasileiras está submetida.

“Os resultados mostram que a pobreza monetária na infância e na


adolescência foi reduzida no Brasil na última década, mas as
múltiplas privações a que meninas e meninos estão sujeitos não
diminuíram em igual proporção”, afirma o relatório do Unicef.

O nível de privação de direitos varia em diferentes grupos da


sociedade. Enquanto adolescentes têm mais direitos negados que
as crianças de até 10 anos, moradores da zona rural são mais

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afetados que os da zona urbana. No Norte e Nordeste do país, as


privações são maiores que no Sul e no Sudeste. E crianças e
adolescentes negros sofrem mais violações de direitos (58,3%) que
os brancos (38%).

“As desigualdades de acesso a direitos entre negros e brancos ficam


expressas neste estudo e são um dos principais aspectos que
devem ser analisados quando se fala em redução da pobreza”, diz o
estudo.

“É preciso trabalhar mais e com maior precisão no desenho de


políticas públicas e programas para crianças e adolescentes negros,
com alocação suficiente de recursos orçamentários para que
tenham acesso a todos os serviços, especialmente nas regiões
Norte e Nordeste”, acrescenta.

O Unicef disse que a amostra da Pnad não permitiu análises sobre


crianças indígenas e amarelas e apontou a necessidade de mais
pesquisas sobre esse segmento.

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